Deslize <surfe skate>

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Deslize 2014

surfe

skate

14 jan &gt; 27 abr 2014

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“Deslize” Em um jornal de 1971, vê-se um homem com as pernas flexionadas e o tronco projetado para frente. Abaixo de seu corpo, uma prancha e a espuma do mar. “No deslize, a sensação da vertigem”, diz a legenda que acompanha a fotografia. O nome da matéria? “E as ondas foram domadas”. Se folhearmos outras publicações do mesmo período, também nos depararemos com tentativas de dominar a geometria de concreto. Andava-se de skate nos corrimões de prédios comerciais, em condomínios fechados e em piscinas vazias que eram vistas como espaço potencial para novas manobras. Surfe e skate são o norte e o sul desta exposição. Ambos os esportes são vistos em uma perspectiva histórica, mas sem a pretensão do esgotamento. Informações e imagens foram selecionadas a partir de um arco temporal que vai de 1778, quando são feitos os primeiros desenhos dos habitantes do Havaí a surfar, até discussões públicas sobre o lugar dessas atividades no Brasil. Coube refletir sobre a dimensão artística suscitada por essas diferentes formas de explorar o espaço. Seria possível afirmar que alguns artistas têm uma relação existencial tão forte com o surfe ou o skate a ponto de os eleger como elementos centrais de sua linguagem? Parece que sim. Além de situações em que a dança dos movimentos aparece em sua literalidade, outras proposições artísticas lidam com a visualidade de modo mais transversal; prancha e shape podem ser vistos como formas escultóricas, assim como as ondas do mar e sua espera são ladeadas pela ruidosa disseminação de papéis colados pelas superfícies das cidades. O olhar também pode ser lançado para aquele que opera: quem são esses skatistas e surfistas? Haveria espaço para representações multiculturais dos arquétipos? Como interpretar os diversos autorretratos aqui em diálogo? É importante lembrar, por fim, de algumas palavras ditas pelo skatista e colecionador Eduardo Yndyo: “Tudo que desliza fascina, quando o deslizar pode ser controlado, aí apaixona”. Fascinemo-nos, portanto, por estas narrativas e tentemos controlá-las em nossas memórias até experimentarmos a única certeza de qualquer deslize: a queda.

Raphael Fonseca


Chico Fernandes “Into the drink” 2014


Alex Carvalho “Sem título” 2014


Hannes Heinrich e Raquel Schembri “Sem título” 2010


Rhianon Bader “Skateistan” 2010


Alexandre Maia “Paysage Sonore” 2013


Danielle Fonseca “Série Extracorpos (Projetos de Bases Mágicas)” 2013

















https://www.youtube.com/watch?v=Yj_TXNSmETU


Deslize Alex Carvalho | Alexandre da Cunha | Alair Gomes A l e x a n d r e M a ï a | A n d r é R e n a u d | A n g e l o Ve n o s a A r t h u r K j á | Ay r s o n H e r á c l i t o | B e t e E s t e v e s Beatriz Pimenta | Crocco + Ogro | Chico Fernandes Chinese Cookie Poets Claudia Hersz | Daniela Seixas Danielle Fonseca | Dario Escobar | Dea Lellis D e m i a n J a c o b | C o l e ç ã o E d u a r d o Yn d y o Ta s s a r a Fabiano Rodrigues | Fábio Birita | Fabio Flaks F á b i o Tr e m o n t e | C o l e ç ã o R i c a r d o F a i n z i l i b e r | G a r y H i l l G u g a F e r r a z | G u i h e r m e P e t e r s | G u i l h e r m e Te i x e i r a Hannes Heinrich e Raquel Schembri | Igor Vidor J a m e s O a t w a y | J e ff r e y Va l l a n c e | J o n a s A r r a b a l Laura Andreato | Marcos Bonisson | Nelson Leirner Nena Balthar | Olafur Eliasson | Oriana Duarte Raphael Zarka | Coleção Rico de Souza Coleção Rodrigo Monarca | Russell Crotty | Sesper Shaun Gladwell | Silvana Mello | Steve Miller T i a g o C a r n e i r o d a C u n h a | T i t o R o s e m b e r g | Tr a c e y M o ff a t t Wilbor | Zanini de Zanine 2014


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