"Cor de burro quando foge" - Fabio Baroli

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CAPA CATALOGO FABIO BAROLI 32 PAGINAS

Rua Bar達o de Jaguaripe, 387 Ipanema Rio de Janeiro RJ 22 421-000 Tel.: +55 (21) 2523-4696 +55 (21) 2274-8287 contato@lucianacaravello.com.br www.lucianacaravello.com.br



Fรกbio Baroli

COR DE BURRO QUANDO FOGE


Capa: Preto por fora, branco por dentro e sangra (Detalhe) 2014. Ă“leo sobre tela 150 x 220cm (DĂ­ptico)


Fรกbio Baroli

COR DE BURRO QUANDO FOGE Curadoria e texto

Raphael Fonseca

14 de novembro a 6 de dezembro 2014


COR DE BURRO QUANDO FOGE

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Estive no último mês de agosto no ateliê de Fábio Baroli, em Uberaba, Minas Gerais. Sentado no chão, me colocava numa contemplação de suas pinturas e me sentia no espaço de uma sala de cinema. Longe, porém, da caixa escura, era a luz das janelas que conduzia meu olhar pelos detalhes proporcionados pelas pinceladas. Fábio tem realizado, nos últimos anos, uma investigação pictórica a partir de protagonistas geralmente chamados por matutos, caipiras ou capiaus, arquétipos construídos no Brasil desde o século XVIII, mas melhor sistematizados por intelectuais durante o século XIX. Interessante lembrar, por exemplo, que em texto publicado em 1917, o crítico de arte Monteiro Lobato comenta a obra do então falecido pintor Almeida Junior, célebre por suas imagens de homens interioranos do estado de São Paulo. Segundo o texto, o artista “pinta não o homem, mas um homem – o filho da terra, e cria com isso a pintura nacional em contraposição à internacional dominante”. As semelhanças entre os dois pintores, porém, se detém exclusivamente no que diz respeito aos assuntos da pintura. Nas obras de Fábio Baroli, por mais que o público tenha à sua frente também uma clara preocupação em se pintar a partir do protagonismo do corpo humano, vem à tona a exploração diversificada da cor através de áreas pontuais da pintura. Além disso, os grupos de pessoas aqui reunidos tendem a fazer algo raro na História da pintura: riem, mostram seus dentes, deformam seus rostos e suas anatomias se portando a partir do improviso da pose proporcionado pela fotografia digital. Por essa via de leitura, o certo tom de melancolia dos caipiras de Almeida Junior cede a, mais do que um joie de vivre, um “escracho de viver” orgulhoso, que de interiorano tem apenas a herança cultural. Se Santa Rosa é um “centro de atividade da mulher rural”, a própria ideia de ruralidade muito se modificou no Brasil nos últimos anos. Longe das carroças que FÁBIO BAROLI | 5


permearam nossa imaginação por décadas, basta circular por Uberaba e outras cidades do “interior mineiro” para encontrar o carrão do ano e os carros mais populares lado a lado, do mesmo modo que os agronegócios existem em diversos tamanhos. Os 131 anos que separam o nascimento dos dois artistas, além dos 434 quilômetros que distanciam suas cidades-natal, nos mostram que, do mesmo modo que o fazer pictórico se alterou - e muito - , também os matutos, e principalmente o Brasil, sofreram drásticas transformações. Ainda no ateliê de Fábio, me chamou a atenção a cor que acompanhava as ações de seus personagens – um tom bege. Do mesmo modo que circunda e reúne as narrativas em uma mesma tela horizontal de grande escala, a cor também é capaz de ser a responsável por fragmentar as narrativas em pequenas áreas. É esse tom que possibilita o desencontro irregular entre um panorama de paisagens ou fazer emergir sobre sua extensão - o “fundo do quadro” - figuras em primeiro plano. Essa cor bege era para mim, até então, a “cor de burro quando foge” e com a qual resolvemos batizar essa exposição. Sabendo da importância da relação entre imagem e texto para Baroli, dados tanto na presença da escrita dentro das telas, quanto nos títulos baseados em neologismos e locuções verbais escutadas em sua vivência, pensei que essa frase seria adequada. Coloquei-me, então, a pesquisar sua origem e me deparei com um grupo de personagens tão ricos quanto a variedade de posturas e situações das imagens do pintor. Fui às páginas de Câmara Cascudo e seu “Locuções tradicionais do Brasil” e “dei com os burros n’água” – nenhuma referência à cor que procurava.

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O Google, por sua vez, esse novo pai da sapiência expressa, repetia sempre a mesma informação – teria existido um senhor chamado Antonio de Pedro Lopes, um latinista carioca, que em livro contava como a expressão advinha de “corro de burro quando foge”, ou seja, a repetição de uma locução teria originado outra com sentido diferente. Sentado na Biblioteca Nacional e perante o livro “Origens de anexins” (1893), de autoria desse senhor, nada também pude encontrar. Desolado, esbarro com uma compilação de prosas da escritora curitibana Zulmira Braga, todas feitas a partir de provérbios. Umas frases me dão aconchego: “Quem inventô os ditado muda mais de cor que os burro e que os gato no escuro: se tá reivoso, avermeia, se tá com medo esverdeia e quando tudo que faiz sai errado amareleja iiiiiiii i azula iiiiiiii i pica a mula arroexado!”. Percebo, então, como uma pesquisa acerca da língua portuguesa iniciada a partir da observação de um dado pictórico, proporciona um trajeto entre Minas Gerais e Paraná, do matuto inicial para o encontro com outra figura, a do jacu. É nesse fluxo das nuances da vida e da cultura que me parece se situar a pintura de Fábio Baroli – entre a diversidade de cores atribuídas aos burros que fogem, mas sempre a partir da relação afetiva com aqueles que o circundam. Fuga aqui diz respeito apenas ao título da exposição – suas imagens são elogios ao encontro e à passagem do tempo.

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THE COLOR OF A FLEEING MULE

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Last August I was at Fábio Baroli’s studio, in Uberaba, Minas Gerais. Seated on the floor, I set about viewing his paintings and felt as though I were in a movie theater. But, far from being a black box, it was the light streaming through the windows that drew my eye to the artist’s detailed brushstrokes. In recent years Baroli has been exploring the pictorial features of characters normally called “matutos”, “caipiras” or “capiaus” (which meaning resembles the words “rustic”, “hillbillies” or “rednecks”), an archetype that has been built up in Brazil since the 18th century, but most systematically by 19th century intellectuals. It is interesting to recall, for instance, that, in a text published in 1917, the art critic Monteiro Lobato commented on the work of the then deceased painter Almeida Junior, famous for his images of country folk from the interior of the State of São Paulo. According to this text, the artist “does not paint men, but a man – the son of the earth, and thus creates a national style of painting that contrasts with the dominant international trend”. The similarities between the two painters, however, are exclusively related to the subject matter of the paintings. In the work of Fábio Baroli, even though the viewer is also presented with a clear preoccupation with a kind of painting in which the human body looms large, there is also a richly diverse exploration of color in certain parts of the paintings. Furthermore, the groups of people brought together here tend to do something rare in the history of painting: they laugh, show their teeth, distort their faces and bodies in an improvised manner based on the poses in digital photographs. Viewed in this way, the somewhat melancholy tone of Almeida Junior’s rustics gives way to something that is more joie de vivre, a “riotous explosion of life” proud to have only the cultural heritage of the rustic life. If Santa Rosa is an “activity center for the rural woman”, the very idea of the rural has changed a lot in Brazil in recent years. No more of the horses and carts that frequented our imagination for decades; walk around Uberaba and other cities in the “interior of Minas Gerais” and you will find luxury and popular cars side by side, FÁBIO BAROLI | 9


reflecting the different scales of agricultural production that exist in the region. The 131 years that separate the birth of the two artists and the 434 kilometers between the cities of their birth show us that, just as painting has changed, so country people, and above all Brazil itself, have seen dramatic transformations. Still at Baroli’s studio, my attention was drawn to the beige tone that accompanied the actions of his characters. Just as he brings together narratives in a single large-scale horizontal canvas, the color also has the effect of fragmenting the narratives into small areas. This is the color tone that allows the irregular contrast with a panoramic landscape or the emergence of foregrounded figures throughout the ‘background’. This beige struck me then, as it still does, as being the “color of a mule on the run,” a Brazilian expression we chose for the title of this exhibition. Aware of the importance of the relation between image and text for Baroli, both in the writing within in the canvases and in the titles based on neologisms and turns of phrase from everyday life, I thought this title apt. I then started looking into its origins and I came across a group of characters as rich as the variety of poses and situations depicted in the artist’s images. I went to the pages of Câmara Cascudo’s “Traditional Brazilian Idioms” to no avail – there was no reference to the expression I was looking for. Google, in turn, that new fount of fatherly wisdom, simply repeated the same story over

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and over – that there once was a man called Antonio de Pedro Lopes, a Rio Latinist, who wrote that the expression came from something like “flee like a mule”. In other words, the repeated use of one expression had given rise to another with a different meaning. Sitting in the National Library with this scholar’s “Origins of Proverbs” (1893) before me, I found nothing. Disheartened, I came across a compilation of essays by the Curitiba writer Zulmira Braga, all based on proverbs. Some phrases consoled me: “People who make things up change color more than a mule or a cat in the dark: they are blood red with anger, sickly green with fear and, when everything goes wrong, yellow, blue, and gray as a fleeing mule!”. I thus realized how research into the Portuguese language sparked by observation of a painting had taken me from Minas Gerais to Paraná, from the initial country folk to an encounter with another character, the jacu bird. It appears to me that Fábio Baroli’s painting is situated within this flux of cultural and everyday nuances – amongst the various colors attributed to a ‘fleeing mule’, but always based on an emotional connection to the people that surround him. The flight here is only in the title–the images pay homage to connecting with people and to the passage of time. Raphael Fonseca

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Pag. 13 (Detalhe) Batata quando seca a rama é que fica enxuta 2013. Óleo sobre tela. 160 x 240cm (Tríptico) 14 | FÁBIO BAROLI


Vazou na braquiára 2014. Óleo sobre tela. 150 x 300cm (Díptico) FÁBIO BAROLI | 15


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Pags. 16/17 (Detalhe) Onde os urubu tão 2014. Óleo sobre tela. 220 x 330cm (Políptico) 18 | FÁBIO BAROLI


No cuador é mais forte 2014. Óleo sobre tela. 150 x 260cm (Díptico) FÁBIO BAROLI | 19


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Chegou a poucu de fora 2014. Óleo sobre tela. 150 x 330cm (Tríptico) FÁBIO BAROLI | 21


Com milho crú 2014. Óleo sobre tela. 150 x 370cm (Tríptico) 22 | FÁBIO BAROLI


Pags. 24/25 Uno zero ou uma Parati arregaçada 2013. Óleo sobre tela. 100 x 160cm (Díptico) FÁBIO BAROLI | 23


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FÁBIO BAROLI Uberaba, MG, 1981, onde vive e trabalha. Bacharel em Artes Plásticas pelo Instituto de Artes da Universidade de Brasília - UnB. Utiliza a linguagem da pintura como suporte para desenvolver sua poética, que lida com os conceitos da apropriação e do erotismo. Seus trabalhos mais recentes trazem questionamentos sobre o regionalismo e o imaginário infantil no interior de Minas Gerais. Suas principais exposições individuais foram: Muito pelo ao contrário, Centro Cultural Banco do Nordeste CCBNB (Fortaleza/CE); Vendeta: a Intifada (Funarte, Recife, PE, 2012/2013); Vendeta (Galeria Moura Marsiaj, São Paulo, SP, 2012); Domingo (Galeria Laura Marsiaj, Rio de Janeiro, RJ, 2012); Lar doce lar (Centro Cultural Banco do Nordeste, Sousa, PB, 2011); Narrativas Privadas (Museu de Arte Contemporânea de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, MS, 2010); Erotismo e Apropriação (Centro Municipal Adamastor, Guarulhos, SP, 2010). Dentre as principais coletivas destacam-se: Prêmio Aquisições Marcantonio Vilaça Funarte 2013 (MAM/RJ, 2014); Duplo olhar (Paço das Artes, São Paulo, SP, 2014); Crer em fantasmas: Territórios da pintura contemporânea (Caixa Cultural Brasília, DF, 2013); Territórios (Funarte Recife, PE, 2012); Convite à Viagem - Rumos Artes Visuais 2011/2013 (Instituto Itaú Cultural, São Paulo, SP, 2012); Aos ventos que virão... Brasília (1960 - 2010) (Espaço Cultural Contemporâneo – ECCO, Brasília, DF, 2010); Mostra Coletiva Olheiro da Arte (Centro Cultural da Justiça Eleitoral - CCJE, Rio de Janeiro, RJ, 2010). Os principais prêmios foram: Prêmio Funarte de Arte Contemporânea - Galeria Nordeste de Artes Visuais (Recife, PE, 2012); X Prêmio de Arte Contemporânea do Iate Clube de Brasília (Brasília, DF, 2011); 28° Salão Arte Pará (Belém, PA, 2011). Em 2012 foi indicado ao Prêmio Investidor Profissional de Arte (PIPA). Possui obras nos acervos do Museu de Arte Moderna - MAM-RJ (Rio de Janeiro, Brasil); Brazil Golden Arts Investiments - BGA (São Paulo, Brasil); Museu Nacional de Brasília (Brasília, Brasil); Museu de Arte Contemporânea do Mato Grosso do Sul (Campo Grande, Brasil); Fundação Romulo Maiorana (Belém, Brasil) e coleções particulares no Brasil e exterior.

Zéti, o melhor goleiro do mundo (Detalhe) 2014. Óleo sobre tela. 160 x 340cm (Políptico) FÁBIO BAROLI | 27


MATUTO. MATREIRO? – FÁBIO BAROLI Buscar o sentido das coisas, os termos, a acepção destes como forma de compreender o outro é também parte de nosso processo de amadurecimento. Racionalizar, interagir, entender, mastigar, dar forma. Compreender a forma. De que nos valeria tanta labuta se não pela busca por nossa própria liberdade? Somos sim sabedores de nada e a cada passo nos damos conta de que essa batalha é, na grande maioria das vezes ingrata pois, conhecer é descobrir que há muito ainda a saber. Costumeiramente estamos presos aos modelos com os quais nos moldamos para lidar com o desconhecido, com o outro e assim vamos, rastejando. Cotidianamente. Esse é um processo que sangra mas que, de alguma forma, nos põe melhores. O matuto - a criatura ensimesmada que vive a margem dessa marcha voraz que chancela as relações nas grandes cidades – caminha sorrateiramente pela trilha das sutilezas. Degusta com calma toda a parcimônia que o tempo lhe deu e que o faz rico conhecedor das entrelinhas. Comunica-se por elas. Se a este a terminologia é aplicada como forma de definir qualquer “rusticidade de espírito”, isso se deve apenas a nossa sutil incapacidade em percebermos o outro. Rudimentares que somos. Através de sua série de pinturas “Muito pelo ao contrário”, Fábio Baroli retrata um desses matutos, traçando e pontuando seu implícito. Nessa compilação, a sagacidade dos trocadilhos que dão forma a essa narrativa imagética traz não somente o resgate de uma cultura que, na grande maioria das vezes, nos foge à compreensão mas, acima de tudo, aponta a delicadeza das amarras de seu universo pessoal. A blague representada nas pinturas de Baroli é realisticamente sutil e por isso mesmo, devemos olha-la com leveza, em todos os seus detalhes, de forma a não perder um, dois, cem mundos inteiros e indecifráveis mas, ainda assim, perfeitamente possíveis. Uma contradição deliciosa que se afina imediatamente ao o humor temático da exposição. Afinal, o trocadilho é, acima de tudo, oposição. Imergir portanto é necessário e se mostra possível apenas quando houver de nossa parte um equilibrado senso de compreensão dos pormenores. Tenhamos calma pois o artista sabe, mais do que ninguém, que não é arrazoado buscar em nós os matutos. A escolha pelo caminhar árduo e apaixonado é natural a todo artesão e não seria diante de tamanha sina que Fábio Baroli construiria seu relicário de tamanha ordem, sem que houvesse cicatrizes. Na tela, Na alma. Cabe a nós abraçarmos, sem sacrifício, o amor incondicional que o artista viveu junto ao maior de todos os matutos. É certo que, por muitos anos, este contato fora interrompido pois Baroli saiu para buscar mundo. Viveu, virou, tornou a mudar de direção. Transformou-se e retornou apenas para descobrir o quanto de sorrisos ainda é necessário para que seja cimentado o caminho do conhecimento. Entendeu que ainda há muito a ser feito. Em nome do pai.

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RUSTIC WISDOM? – FÁBIO BAROLI Seeking the meaning of things, terms and their uses as a way of understanding the other is also part of our process of growing up. Rationalizing, interacting, understanding, chewing over, giving shape to. Comprehending shape. Would such hard labor be worth it, were we not seeking our own freedom? We do in fact know nothing and every step makes us realize that this struggle is, for the most part, thankless, since to know is to find out that there is still much to be known. We are usually constrained by the models we use to deal with the unknown, with the other, and that is how we track it down. Daily. It is a bloody process, but one that, in some way, makes us better. The rustic man – the creature turned in on itself that lives on the margins of this voracious march that governs relations in big cities – secretly walks a subtler path. He calmly delights in all the parsimony that time has granted him and that provides him with a rich understanding of what lies between the lines. He communicates through them. If we use this terminology to define someone as having a “rustic nature”, this is only because of our subtle inability to perceive the other. Rudimentary as we are. In his series of paintings “Muito Pelo ao Contrário [Much to the contrary]”, Fábio Baroli portrays one of these rustics, tracing out and accentuating what is implicit in him. In this complication, the wise play of words that gives shape to this visual narrative does not only revive a culture that, for most part, eludes our comprehension, but, above all, points to the fragility of the ties to his personal world. The joke in Baroli’s painting is realistically subtle and for this very reason we must view it carefully, in all its details, so as not to miss one, two or a hundred entire indecipherable worlds, which are all nevertheless perfectly possible. It is a delightful contradiction that is directly attuned to the humor that pervades the exhibition. After all, the word-play is, above all, opposition. One has to immerse oneself however and this is possible only when we are possessed of a calm understanding of the tiniest details. Let us take things calmly, because the artist knows, better than anyone that it is not reasonable to look for the rustic within ourselves. It is natural for every craftsman to choose the arduous but impassioned path and it is not before a banner of this scale that Fábio Baroli would build such a reliquary, without leaving scars. On the canvas, in the soul. It is for us to embrace, without sacrifice, the unconditional love that the artist has for the greatest of all rustics. For sure, for many years, contact was interrupted, because Baroli set off to see the world. He lived, changed and he returned only to find how much laughter is still necessary to secure the path of knowledge. He realized there is still much to be done. In the name of the father.

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COR DE BURRO QUANDO FOGE FICHA TÉCNICA Curadoria e texto: Raphael Fonseca Texto “Matuto. Matreiro? – Fábio Baroli”: Renato Silva Fotos: Fábio Baroli Ateliê: Fábio Baroli e Gustavo Fraga Assessoria de imprensa: Ester Lima - Básica Comunicação Tradução: Paul Webb Design do catálogo: Bitty Nascimento Silva Pottier - C-Art Brasil Design do convite: Luana Aguiar Catálogo: impressão e acabamento: Barbero - Graphus

EQUIPE DA GALERIA LUCIANA CARAVELLO ARTE CONTEMPORÂNEA: Direção artística: Waldick Jatobá Vendas: Ronaldo Simões Vendas: America Cavaliere Produção: Julia Vaz Financeiro: Valeria de Araujo Teixeira Montador: Fabio Francisco de Paula Apoio: Francinato Araujo Pereira 30 | FÁBIO BAROLI


A história da galeria Luciana Caravello Arte Contemporânea, inaugurada em 2011, se mistura com o percurso profissional da marchand Luciana Caravello. Desde 1998, Luciana vem trabalhando com arte contemporânea, representando vários artistas visuais do Rio de Janeiro e outras regiões do Brasil, comprometidos com pesquisas sobre suportes variados. O espaço atual tem uma arquitetura privilegiada, adaptada para receber exposições de artistas consagrados e artistas emergentes, sempre mostrando o que há de melhor na arte contemporânea nacional. Assim, a galeria desenvolve uma programação consistente, cujo objetivo principal é destacar a constância da linguagem artística, evidenciando o contraste de trajetórias consolidadas com a ousadia e o frescor das experimentações mais de vanguarda.

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Rua Bar達o de Jaguaripe, 387 Ipanema Rio de Janeiro RJ 22 421-000 Tel.: +55 (21) 2523-4696 +55 (21) 2274-8287 contato@lucianacaravello.com.br www.lucianacaravello.com.br


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