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Nicolas Noah

Tem 18 anos, homem trans e bissexual, autor do livro “Café amargo”, disponível em forma de e-book na Amazon, vem de uma cidade pequena do interior chamada Paracuru, escreve poesia desde a infância, também é compositor e fotógrafo “amador”, metido em tudo quanto é arte nessa vida.

Plural

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… plural e diante de toda a rua minhas roupas e meus livros foram jogados ao vento meus laços de sangue gritaram que eu era obsceno e pecador e tristes meus amantes me olharam escondidos na multidão vestidos floridos e suspensórios pretos batons e gravatas vermelhas homens e mulheres simplórios, e outros que não cabem em caixas, os quais nunca vi tamanha beleza e em condolência eu assenti eles conheciam bem meu calor, tão bem eu conhecia seus corpos em minhas mãos não importa se dizem que minhas mãos estão sujas pelo profano para mim elas são abençoadas blasfêmia, eles julgam-me mas sou apenas homem, não divino e se vi deuses em diversos olhos não usarei eufemismos para descrever nomes próprios, perdão pela indolência, apenas não sinto pressa de ir agora, prefiro observar o caos a fugir dele se minha jugular tua faca tocar, me permita um último manifesto sangrarei nesta rua com martírio mas plural, irei permanecer até que a vida se torne escassa e ninguém mais a tente reviver...

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