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Jon Oliveyra

Cantor, músico, produtor e ativista em direitos humanos e pela cidadania plena de pessoas LGBTI+, integrante do coletivo Flor no Asfalto, da comunidade do Lagamar, e do Cenapop, instituição realizadora do For Rainbow (Festival de Cinema e Cultura da Diversidade Sexual e de Gênero), atuando desde 2009 na educação popular para os direitos humanos e respeito à população LGBTI+, há 10 anos, compõe e apresenta shows a partir do repertório popular de canções que dialoguem com a vivência dessa população.

Aféfé

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Tudo nesse tempo é sobre respirar Desarmar os corpos, os corações, os sentimentos, ou armá-los indefinidamente até que volte o ar

Tudo nesse tempo é sofrer e sufocar sofrer com as armadilhas dos próximos, ou dos outros, desbaratar as correntes implantadas pelos meus iguais Tudo nesse tempo é sobre encher o peito de ar Juntar as minhas irmãs e conjurar o feitiço, ato feito de terreiro e lamento Invocar as energias do sagrado para superar a peste, o penar

Tudo nesse tempo é sobre respirar Debaixo d’água tudo fica mais bonito, mais azul, mais colorido, só faltava respirar, Mas tinha que respirar

Tudo nesse tempo é sobre ar Quebrar amuletos, desobedecer as correntezas da certeza que insistem em determinar

As forças das minhas diferentes reconstruindo o mundo destruído por meus ancestrais

Tudo nesse momento é sobre amordaçar O pé-metrópole dos patrícios desdobrando a sombra dos dominantes à espreita É Queenlombo do lombo das tombadas, tecendo um amanhã em que se consiga respirar em que se consiga ar em que se consiga amar A definitiva noite já se espalhou em latinoamérica, quebrou meu corpo judíngena Espalhou meus pedaços na colônia

Não consigo respirar, não consigo respirar, mãe, não consigo respirar.

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