Revista Renovação - Edição 99 - Julho/Agosto de 2016

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ANO 17 - NÚMERO 99 - JULHO/AGOSTO 2016

CONGRESSO EUCARÍSTICO

REFLEXÃO

ENCARTE

Tornar visível ao Brasil a força da Eucaristia

Você semeia a paz no seu Grupo de Oração?

“Sem Mim nada podeis fazer”



julho/agosto . 2016

Nesta edição

ESPECIAL: QUE RESPLANDEÇA A VOSSA LUZ DIANTE DOS HOMENS

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VOSSAS OBRAS GLORIFIQUEM AO VOSSO PAI QUE ESTÁ NOS CÉUS

O CAMINHO DA FELICIDADE É DIFÍCIL, MAS VALE A PENA!

SEDE PERFEITOS... ISSO É POSSÍVEL?

SEMEADORES DA PAZ

EXIGENTE E 16 ANECESSÁRIA VIDA

NO ESPÍRITO: O EXEMPLO DO ATLETA

CONGRESSO 18 XXXII NACIONAL DA RCC

EM BELÉM

É POSSÍVEL 20 JÁCONTRIBUIR COM A RCCBRASIL PELO

22 DEVEMOS ENVOLVER-NOS NA POLÍTICA?

PENTECOSTES 25 UM A CADA NOVO DIA

RESPLANDEÇA 26 QUE A VOSSA LUZ DIANTE DOS HOMENS

CARTÃO DE CRÉDITO

19 CONGRESSO EUCARÍSTICO NACIONAL ACONTECE MAIS FORMAÇÃO 24 LEVE PARA O SEU GRUPO DE ORAÇÃO

NOSSA VIDA EM MISSÃO Amado irmão(ã), A sua colaboração para o projeto Nossa Vida em Missão tem nos ajudado a levar a Palavra de Deus a mais pessoas. Com a sua ajuda, mantemos as atividades da Missão Marajó, produzimos o programa Celebrando Pentecostes, na TV Canção Nova, editamos esta revista e, principalmente, promovemos o Grupo de Oração. Somos gratos pelo compromisso e fidelidade à missão. Estamos unidos em oração. Deus lhe abençoe. Caso você deseje colaborar com o Nossa Vida em Missão, entre em contato conosco. Ajude-nos também divulgando o projeto.

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Editorial

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GLORIFICÁ-LO COM NOSSAS VIDAS EM TODAS AS OCASIÕES Só quem vive sabe! A experiência de estar com o Senhor é maravilhosa! A ponto de não existirem palavras capazes de descrevê-la com fidelidade. Como explicar a sua presença, o seu toque, o seu amor? Como comparar com outras sensações? Tudo fica tão pequeno! Podemos, no entanto, comparar como era nossa vida antes Dele e agora. Podemos, ao menos, dizer o que Ele fez em nosso favor. Mostrar ao mundo a Sua ação em nós. Não apenas podemos como devemos, porque isso

Expediente Publicação Oficial da Renovação Carismática Católica do Brasil Editada pelo Escritório Nacional da RCC do Brasil ANO 17 - Edição Nº 99: Julho/Agosto 2016

Jornalista Responsável: Lúcia Volcan Zolin DRT/SC 01537 Redação: Gabriel Jorge / Jorge Corrêa/ Maria Mariana Revisão: Mari Spessatto/ Jorge Corrêa Fotos: Wagner Alves/ Arquivo RCCBRASIL Projeto Gráfico, Design e Diagramação: Priscila Carvalho Venecian E-mail: dpto.comunicacao@rccbrasil.org.br ESCRITÓRIO ADMINISTRATIVO DA RCCBRASIL Rua Antônio Favalli nº 23, Bairro Centro

é um imperativo em todo o Evangelho: que anunciemos! Não somente com palavras, mas com obras. Num mundo no qual, infelizmente, a maioria das pessoas não teve a graça de viver a mesma experiência que nós, recai sobre nossos ombros a responsabilidade de irradiar a presença de Deus para que outros vejam e creiam. Sim, que linda missão a nós confiada, a de testemunharmos como é a vida com o Senhor Jesus. É maravilhosa a experiência de levarmos outras pessoas ao caminho da plenitude, despertarmos nelas o desejo de terem o que temos, de desfrutarem da alegria, da paz, do amor que só o nosso Deus pode nos proporcionar de fato. Porém, o contrário pode acontecer de forma terrível! Sim, quão terrível seria se com nossas vidas fôssemos razão para que outros não acreditassem no Senhor. Se fôssemos causa de escândalo para o Evangelho, tanto por atos como por palavras. Quão oportuno é pensar sobre isso neste Ano da Misericórdia. Porque, caso estejamos cometendo erros, falhas, bondoso é o nosso Deus para nos perdoar e nos ensinar a voltarmos para o reto caminho. É Seu Santo Espírito que nos faz Suas testemunhas, e sempre é tempo de pedirmos seu auxílio, para que sejamos luz! Para que O glorifiquemos com nossas vidas. As próximas páginas têm esse propósito. Levar nossos leitores a pensarem, repensarem suas ações a fim de que almejem a cada dia mais ser sal e luz, viver as bem-aventuranças. Alegrar o coração do nosso Deus. Honrá-Lo com nossas vidas. Testemunhar tudo que Ele faz em nosso favor.

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Tenha uma leitura abençoada! Revista Renovação

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Palavra da presidente

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REFLETIR A LUZ DE CRISTO “Senhor, é bom estarmos aqui” (Mt 17,4). As palavras de São Pedro no episódio sagrado da Transfiguração de Jesus revelam o anseio de nossas almas em permanecer com o Mestre e contemplar a Sua glória. Sim, é bom, é maravilhoso estarmos com Jesus! Não queremos apenas assistir a manifestação da Glória de Deus, mas participar e experimentar Sua glória e realeza. Deus deseja revelar a Sua face e divindade aos homens e mulheres e, para isso, quer que cada um de nós, seus servos, após experimentar esta graça,levemos esta mesma graça a todos os seus filhos. Além de revelar ao outro a face de Deus, somos chamados a imprimir este rosto misericordioso no coração dos irmãos e irmãs que passam por nós, especialmente nos que passam por nossos Grupos de Oração. Não há como olhar para o sol por alguns minutos, sem experimentar o calor que vem dele, ou seja, não há como apenas olhar o sol, sem ser tocado por seu efeito. Em pouco tempo, já podemos sentir o calor perpassando o nosso corpo. É mais que ver, é experimentar e ser tocado por esta graça. Da mesma forma, Jesus é a luz do mundo (cf. Jo 8,12). Os Seus servos são chamados a serem luzeiros que irradiam essa luz. Ele é a luz. E

nós, assim como as velas, somos portadores dessa luz para as outras pessoas. E isso deve acontecer de forma que todos possam perceber esse brilho, ou seja, possam ser tocados por Deus. A realeza é de Jesus e não nossa. Lembre-se como fica uma casa com janelas e portas fechadas durante muitos anos. Imagine, então, um coração totalmente fechado à graça de Deus, sem a circulação do ar do Espírito Santo e com ausência total da luz do alto. O itinerário a ser seguido está na carta de São Paulo aos Filipenses: “Porque é Deus quem, segundo o seu desígnio, realiza em vós o querer e o como executar. Fazei todas as coisas sem murmurações nem críticas, a fim de serdes irrepreensíveis e inocentes, filhos de Deus íntegros no meio de uma sociedade depravada e maliciosa, onde brilhais como luzeiros no mundo” (FI 2, 13-15). Refletindo sobre os personagens bíblicos, percebe-se que, uma vez tocado pelo Senhor, ninguém mais quer habitar as trevas do pecado. Assim foi com a mulher adúltera que, ao levantar-se do chão, abandonou aos pés de Jesus o que escurecia sua vida. Também Zaqueu, chefe dos publicanos, que tendo recebido Jesus em sua casa, abandonou o pecado e a condição de outrora. Revista Renovação

Irmãos, é preciso irradiar Cristo, brilhar como luzeiros onde se encontram as trevas do pecado e da morte. É necessário refletir a graça e a luz de Cristo em qualquer lugar em que predominam sombras e trevas! Nesse sentido, já orava São Francisco de Assis ao pedir a Deus: “Onde houver trevas, que eu leve a luz”... Eis a nossa oração e missão! Levar a Glória do Cristo Vivo e Ressuscitado, a Luz de nossas almas, àqueles desfalecidos pela sombra do pecado. Iluminar lugares frios e escuros, por causa da ausência de Deus. Este é o desejo do Senhor: sermos portadores, e não detentores, desta luz que é Ele mesmo. Que todos os Grupos de Oração sejam iluminados pela graça da presença de Cristo e, mais ainda, que nossos Grupos se abram para que esta forte e ardente luz seja difundida por todo este Brasil. Nosso comportamento, nossas conversas, nosso modo de agir, enfim, que todo nosso ser esteja iluminado e transpareça o Cristo que vive e habita em nós. Que a Luz de Cristo nos ilumine a todos! Um grande abraço fraterno, Katia Roldi Zavaris

Presidente do Conselho Nacional da RCCBRASIL Grupo de Oração Vida Nova

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Especial

julho/agosto . 2016 Por Marizete Martins Nunes do Nascimento

Coordenadora da Comissão Nacional de Formação da RCCBRASIL Grupo de Oração Convive, Goiânia/GO

VOSSAS OBRAS GLORIFIQUEM AO VOSSO PAI QUE ESTÁ NOS CÉUS Como glorificar ao Senhor com nossas ações? Como oferecer aos irmãos uma resposta de amor, e ao mesmo tempo de fé, que agrade do coração Deus? Jesus nos convida a sermos misericordiosos como o Pai, na realidade pessoal e também no Grupo de Oração, encontrando nele um terreno fértil para a prática das boas ações desejadas pelo próprio Deus. Na Carta de São Paulo aos Efésios (2,10), o Apóstolo afirma que somos obras de Deus (filhos de Deus – cf. Jo 1,12), criados em Jesus Cristo para as boas ações, que Deus de antemão preparou para que nós as praticássemos. A salvação conquistada por Jesus Cristo na cruz alcança-nos, de forma gratuita, mediante a fé. Portanto, as boas obras são apenas consequência da experiência de salvação, para a celebração da glória de Deus, para que os que as apreciam glorifiquem o Pai que está nos céus.

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bem-aventuranças: “Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia” (Mt 5,7). A Igreja ensina-nos que as obras de misericórdia são quatorze. SETE DELAS SÃO CHAMADAS DE OBRAS DE MISERICÓRDIA CORPORAIS:

As obras de uma pessoa que experimentou a salvação devem ser obras de misericórdia, como o próprio Cristo nos disse: “Sede misericordiosos como vosso Pai do céu é misericordioso” (Lc 6,36). Ainda, em outro momento, o apóstolo reafirmou, citando o Profeta Oséias: ”Quero misericórdia e não sacrifícios” (Mt 9,13); e, mais uma vez, insistiu nas

- Dar de comer a quem tem fome Nosso Senhor Jesus Cristo preocupou-se com a fome dos que O seguiam (Lc 9,10-17). Seu mandato ecoa até hoje: “Dai-lhes vós mesmos de comer” (Lc 9,13). É bem verdade que nossas cestas básicas, missas do quilo e “sopões”, servidos nas madrugadas frias, não resolvem os problemas sociais, mas são uma solução imediata que sacia quem sente o desespero da fome. Enquanto não chegamos ao ideal, exercitemos a partilha no real. Nós temos em Goiânia (GO) uma obra social da RCC que, de maneira organizada, sacia a fome de Deus e de pão das pessoas empobrecidas de bens espirituais e materiais.

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Especial

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- Dar de beber ao sedento Jesus disse: “Todo aquele que der ainda que seja somente um copo de água fresca a um destes pequeninos, porque é meu discípulo, em verdade eu vos digo: não perderá sua recompensa” (Mt 10,42). Em minhas viagens de missão pelo Brasil, em algumas regiões brasileiras, tenho percebido o sofrimento das pessoas pela falta de água doce, recurso ambiental não renovável, sendo que com o fato de se usar este bem de maneira consciente e sem desperdício, bem como conservar e preservar as matas ciliares e as nascentes, estar-se-á contribuindo para que outros tenham água para saciar a sua sede e necessidades vitais. - Vestir os nus Somos chamados a ser discípulos de Jesus, que nos exortou: “Quem tem duas túnicas dê uma ao que não tem” (Lc 3,11a). Em nossa obra social (Associação Servos de Deus, em Goiânia) temos um Bazar Beneficente no qual quem tem partilha e quem não tem adquire o necessário por preços módicos, satisfazendo suas necessidades com dignidade. - Dar abrigo aos peregrinos Jesus, em seu nascimento, foi um desabrigado, quando negaram a José e Maria, que estava para dar à luz, um lugar na hospedaria (Lc 2,7). Em Goiás nossas famílias têm o costume de acolher familiares vindos do interior para tratamento de saúde. Deus suscita obras sociais de acolhimento no meio de nós, em que somos chamados a contribuir econômica e voluntariamente. - Assistir aos enfermos

No Evangelho, encontram-se momentos em que Jesus acolhe, atende, socorre e cura os doentes, que eram levados a Ele no entardecer (Mc 1,32-34); em outras pediam que Ele fosse até a casa do enfermo, como fez o oficial que pediu a cura do filho que estava morrendo (Jo, 4, 46-53). Vale lembrar a ação de Jesus quando, na casa de Pedro, cura sua sogra (Mt 8, 14-15). Jesus se desdobrou em misericórdia para com os doentes. Maria, mesmo grávida, andou quilômetros para ajudar e pôr-se a serviço da idosa Isabel, sua prima, grávida de seis meses. A obra de misericórdia “assistir aos doentes” começa na família, quando se lida com doenças prolongadas e, às vezes, irreversíveis. Experimentei essa dor em minha família e, em unidade familiar, acompanhamos nosso querido Jurandir (meu esposo e pai de minhas filhas), o amor e a unidade familiar fortalecem a cada dia a assistência ao enfermo; o cuidador não substitui o familiar na vida do enfermo.

- Enterrar os mortos Crer na ressurreição da carne e na vida eterna faz parte da oração pela qual professamos nossa fé. Cada pessoa é templo do Espírito Santo e, mesmo depois de morta, seu corpo merece respeito. O velório ou guarda do corpo é muito válido, importante e edificante, tanto para o morto, como para os familiares. Da parte do falecido, pelas orações feitas em seu favor; da parte dos familiares, pela oportunidade de perdão, conversão e reflexão. A seguir nos deteremos nas obras espirituais. SÃO SETE AS OBRAS DE MISERICÓRDIA ESPIRITUAIS: INSTRUIR; ACONSELHAR, CONSOLAR, CONFORTAR, PERDOAR, SUPORTAR COM PACIÊNCIA E ROGAR PELOS VIVOS E PELOS MORTOS.

- Socorrer os prisioneiros Ficará à direita de Deus, no grupo dos bem-aventurados, aquele que visitou os que estavam na prisão (Mt 25,36). A obra de misericórdia socorrer os prisioneiros também se estende ao socorro às famílias dos presidiários(as); auxiliando economicamente as que necessitam e ajudando-as a superarem os preconceitos. Há um empresário no Grupo de Oração Vinde e Vede que, compadecido com o sofrimento dos presos que continuam aprisionados após o cumprimento da pena por falta de advogado que acompanhe o seu processo, criou uma obra social com advogados contratados para acompanhar os processos desses prisioneiros. Revista Renovação

- Instruir (ensinar os que não sabem) Instruir não é simplesmente transmitir conhecimentos, é também corrigir os que erram, doutrinar, ensinar os valores do Evangelho, formar na doutrina e nos bons costumes éticos e morais.

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Especial O próprio Jesus Cristo escolheu pessoalmente doze homens, para que os pudesse instruir. No entanto, já no final de sua convivência afirma: “Há muitas coisas para vos revelar, mas que não poderias compreender agora, por isso vos mandarei o Espírito da verdade que vos levará à plena verdade” (Jo 16,12-13a). A pregação e a formação na RCC estão incluídas aqui. - Aconselhar (dar bons conselhos aos que necessitam) É o dom de orientar e ajudar a quem precisa. Jesus orientou-nos e aconselhou a não sermos cegos guiando cegos (Mt 15,14). Ele também nos ensinou a primeiro tirarmos a trave do nosso olho, para depois tirar o cisco do olho do irmão (Lc 6, 39). Não podemos eximir-nos de dar bons conselhos àqueles que necessitam. Aconselhar é ajudar a lançar luz no caminho de quem hoje pisa em sombras. Semanalmente, em nossa obra social, inúmeras duplas atendem às pessoas carentes da graça de Deus e de orientação para suas vidas. Eu atendo todas as terças-feiras, com uma irmã de caminhada, pessoas carentes de direcionamento para suas vidas. A agenda é sempre cheia! - Consolar (aliviar o sofrimento dos aflitos) Jesus Cristo deu-nos muitos exemplos de consolação. Lembremos, principalmente, seu empenho em consolar Marta e Maria na morte de Lázaro (Jo 11, 19).

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Todos nós passamos na vida momentos de aflições e sofrimentos, algumas vezes em consequência de nossos próprios erros, em outras, por perdas, enfermidades, problemas pessoais ou familiares. Nesses momentos precisamos de consolação.

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Da parte de Deus, ela vem com certeza, pois consolar é atributo de Deus. Precisamos, a cada dia, exercitar os olhos para as tragédias alheias; aguçar os ouvidos para escutar os soluços dos que sofrem; oferecer o ombro para deixar reclinar quem chora; estender a mão para levantar quem tropeça e cai. - Confortar (fortalecer os angustiados e abatidos) Deus conforta os humildes (IICor 7,6). O próprio Jesus, no Getsêmani, passou por esses momentos (Mt 26, 37ss), e foi confortado por um anjo do céu (Lc 22,43). Coloquemo-nos à disposição do Espírito Santo de Deus, para que Ele nos inspire e nos use para confortar aqueles que precisam. - Perdoar (as injustiças de boa vontade) Jesus nos dá a lição ao ensinar a oração do Pai Nosso: “Se perdoardes aos homens as suas ofensas, vosso Pai celeste também vos perdoará. Mas se não perdoardes aos homens, tampouco vosso Pai vos perdoará.” (Mt 6,14-15) Perdoar de coração deveria nos levar a esquecer toda injustiça sofrida, mas nem sempre conseguimos e nem sempre voltamos a um relacionamento normal com a pessoa perdoada. Isso não deve nos impedir de, à luz do Espírito Santo, exercitar e aprimorar o perdão, pois por um ato de vontade se perdoa, a cura do coração é lenta, mas ocorre. - Suportar com paciência (as adversidades e fraquezas do próximo) Para viver o evangelho de Jesus, é preciso ser paciente. Esta obra espiritual nos exorta a suportar com paciência os que estão próximos a Revista Renovação

nós, com todas as suas limitações, fraquezas, defeitos, adversidades e misérias. Sejamos acolhedores e pacientes com todos. - Rogar a Deus pelos vivos e pelos mortos Na oração sacerdotal (Jo 17), Jesus rogou a Deus pelos seus e por todos que em todos os tempos viriam a ser seus discípulos. Na Carta aos Efésios, São Paulo recomenda que se intensifiquem as súplicas e pede oração por ele (Ef 6,18-19). Aqui somos exortados a rezar pela humanidade, rezar por aqueles que nem conhecemos; rezar pela reparação e expiação dos pecados do mundo; pela conversão dos pecadores; pelo Papa e ministros ordenados que conduzem a Igreja de Deus; pelas vocações sacerdotais e leigas; pelas autoridades; pelos que sofrem e pelos que se recomendam às orações. Rezar pelos mortos: esse ensinamento se apoia, também, na prática da oração pelos defuntos, da qual já a Sagrada Escritura fala: “Eis por que ele (Judas Macabeu) mandou oferecer esse sacrifício expiatório pelos que haviam morrido, a fim de que fossem absolvidos de seu pecado” (II Mac 12,46).

Que as obras de misericórdia corporais e espirituais contribuam com a nossa santidade e levem-nos a construir um mundo novo e bem melhor. Somos luz do mundo (Mt 5,14) e, a partir da prática contínua das boas obras, a nossa luz brilhará diante dos homens e poderão glorificar o nosso Pai que está nos Céus (cf. Mt 5,16).


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Especial

julho/agosto . 2016 Por Fernando Gomes

Coordenador Nacional do Ministério Jovem

O CAMINHO DA FELICIDADE É DIFÍCIL, MAS VALE A PENA! Quais são os seus sonhos? Você acredita que é possível ser feliz mesmo em períodos turbulentos? Como você tem enfrentado as tribulações, perseguições? Vamos refletir seriamente sobre isso? Vai ser edificante! Jesus Cristo é o único que preenche a nossa vida de sentido. Só Ele tem palavras de vida eterna (Cf. Jo 6, 68). Ninguém jamais nos amou e amará como o Senhor! O que seria de nós se Ele não tivesse vindo ao nosso encontro? Onde estaríamos hoje se a Palavra do Senhor, a graça do Seu Espírito e Sua infinita misericórdia não tivessem encontrado um lugar em nosso coração? Portanto, somente em Cristo encontramos a alegria plena. Ele é o nosso tesouro, a nossa pérola preciosa! Viver para Ele, a fim de agradá-lo e amá-lo, é o mínimo que podemos fazer. A nossa maior pergunta deveria ser esta: “Como retribuirei ao Senhor, por todo o bem que Ele me fez”? (Sl 115,3). Será que existe uma resposta para essa indagação?

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Existe, sim! E ela foi dada pela boca do próprio Mestre. Como a alegria do amante é a felicidade do amado, retribuiremos ao Senhor abraçando o caminho de felicidade que Ele mesmo traçou para cada um de nós, seus discípulos. Esse itinerário foi apresentado passo a passo pelo Senhor Jesus em sua pregação no Sermão da Montanha, especialmente nas bem-aventuranças!

Felizes! Assim começava cada exclamação do Mestre! As bem-aventuranças são o “GPS” da vida cristã, ou seja, são o guia da rota que todos nós devemos seguir. Justamente porque elas são a autobiografia de Nosso Senhor Jesus Cristo, uma espécie de retrato do modo de vida do nosso Mestre, que foi pobre de espírito, manso, puro de coração, misericordioso, pacífico... Jesus quer que o imitemos. Ele deu-nos o exemplo para que possamos fazer como Ele (Cf. Jo 13,15). O Mestre deseja que pisemos as pegadas deixadas por Ele. Muitos já trilharam esse caminho antes de nós e atingiram o cume da felicidade. A Virgem Maria foi a primeira, por isso ela é feliz (bem-aventurada) porque acreditou! (Cf. Lc 1,45). E todos nós somos também chamados a entrar nesse caminho de felicidade. Porém, para entendermos esse itinerário de realização que Jesus nos propôs no Sermão da Montanha, é necessário lembrarmo-nos de outro alerta que Ele mesmo nos fez, quando disse: “Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta e espaçoso o caminho que conduzem à perdição e numerosos são os que por aí entram. Estreita, porém, é a porta Revista Renovação

e apertado o caminho da vida e raros são os que o encontram” (Mt 7,1314). Trilhar o caminho de felicidade, não é para quem quer viver uma vida light e com baixas calorias espirituais. Não podemos pensar que seguir a Jesus é fácil e que não teremos problemas. Isso é um engano! Imitar o Seu estilo de vida é árduo e custoso, é realmente para os “violentos” (Cf. Mt 11, 12). Muitas vezes, é depois que começamos a caminhar com o Senhor que a nossa vida começa a ficar atribulada. Então vamos desistir? Não! Pois quem se encontrou um dia com o Senhor Jesus verdadeiramente dirá: “A quem iremos nós, Senhor, só tu tens palavras de vida eterna” (Jo 6, 68). Quem teve esse encontro pessoal com Cristo sabe por experiência que Ele é o único que pode satisfazer os anseios mais profundos do nosso coração. A verdade é que o próprio Mestre jamais nos prometeu facilidades, ao contrário, Ele sempre foi bem claro: “No mundo haveis de ter aflições. Coragem! Eu venci o mundo” (Jo 16,33). Dentre todas as bem-aventuranças, as últimas (8ª e 9ª) são as que mais retratam isso, porque elas são a assinatura das anteriores:


Especial

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“Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos céus! Bem-aventurados sereis quando vos caluniarem, quando vos perseguirem e disserem falsamente todo o mal contra vós por causa de mim. Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus, pois assim perseguiram os profetas que vieram antes de vós” (Mt 5, 10-11). Em outras palavras, é como o Senhor nos disse: “Não pensem que vocês serão aplaudidos, reconhecidos, homenageados por: promoverem a paz, espalhar o bem, serem verdadeiros, honestos, fiéis, castos, éticos... Ao contrário, vocês serão: caluniados, perseguidos, chamados de trouxas, de loucos, de bitolados, atrasados, tapados... Serão ridicularizados, debochados, pressionados, humilhados...” De acordo com o Apóstolo São Pedro, é até normal que isso aconteça: “Caríssimos, não vos perturbeis no fogo da provação, como se vos acontecesse alguma coisa extraordinária.” (IPd 4, 12). Portanto, embora seja difícil passar por isso, não devemos nos assustar quando essas coisas começarem a acontecer conosco, pois o Senhor já nos tinha avisado: “Se o mundo vos odeia, sabei que me odiou a mim antes que a vós. Se fôsseis do mundo, o mundo vos amaria como sendo seus. Como, porém, não sois do mundo, mas do mundo vos escolhi, por isso o mundo vos odeia. Lembrai-vos da palavra que vos disse: O servo não é maior do que o seu senhor. Se me perseguiram, também vos hão de perseguir” (Jo 15, 18-20). Seríamos amados pelo mundo, se fossemos do mundo. Mas somos odiados pelo mundo simplesmente porque amamos a Cristo e queremos viver como Ele viveu. E não poderia ser diferente. O caminho de Jesus é o nosso caminho também. Se Ele sofreu, tam-

bém vamos sofrer. Não há um meio termo, e não dá para ficar em cima do muro também. Pois “todo aquele que quer ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus” (Tg 4, 4). Por isso, você que é jovem será ridicularizado por viver a castidade. Você que é casado vai ser incompreendido por viver a fidelidade no teu matrimônio até o fim, mesmo diante dos problemas e propostas mais fáceis e sedutoras. Você que é empresário, será considerado louco por ser honesto, por não sonegar impostos, por não “passar a perna” em alguém quando tiver a oportunidade. Você, trabalhador, será pressionado por sua família, quando perder um emprego porque se recusou a ser corrupto ou compactuar com a corrupção. As últimas bem-aventuranças são claras: não se trata de um sofrimento qualquer, isto é, por causa de nossas “cabeçadas na vida”, falta de juízo e escolhas equivocadas. Mas trata-se de ser perseguido por “causa da justiça” e “caluniados e perseguidos por causa de Jesus”. É importante destacar que justiça aqui não significa somente lutar por questões sociais, pois o justo na Bíblia, além disso, é aquele que vive a retidão, a verdade, a coerência, a integridade, numa palavra é o santo ou aquele que está buscando a santidade. Portanto, seremos felizes se formos perseguidos por causa dessa justiça, dessa santidade de vida. E igualmente seremos felizes se formos caluniados por causa de Jesus, e não por nossa causa. Pois Jesus deve ser o centro de tudo. Pois há gente que gosta de buscar criar polêmica e fazer agitação, para mostrar que está sendo perseguido, quando na verdade está atrás de fama e status, quer fazer-se de vítima e dar o seu “show”. Isso é facilmente notado na atuação de alguns cristãos, especialmente nas redes sociais. Nós não buscamos a perseguição, nós buscamos a Revista Renovação

Jesus! Como diz o Apóstolo Paulo: “Se for possível, quanto depender de vós, vivei em paz com todos os homens” (Rm 12, 18). Nosso maior interesse é agradar a Deus! Se agradar também aos homens, maravilha! Se não agradar, paciência! No que depender de nós, devemos buscar conviver bem com todos, inclusive com quem pensa e vive diferente de nós. Mas o que não podemos é abrir mão dos valores do Evangelho, só para ficar bem com as pessoas e sermos aceitos. Somos chamados a viver o Evangelho, mesmo que isso custe a nossa imagem, o nosso dinheiro, o nosso sono e até mesmo a nossa própria vida. Se formos compreendidos ou incompreendidos, isso não interessa, não estamos preocupados com isso. Nossos olhos estão “fixos no autor e consumador de nossa fé, Jesus” (Hb 12, 1). Se estamos incomodando... Os incomodados que se convertam! De fato, a felicidade não consiste diretamente na provação em si mesma, mas no sofrimento por causa do Senhor. Jesus não quer formar pessoas indiferentes ao sofrimento, como se nada estivesse acontecendo, mas nos convida a nos alegrar e a regozijar em meio aos sofrimentos vividos por sua causa Dele. Acredite, podemos desde agora sermos felizes! Se entendermos que o mal e a morte não têm a última palavra! Porque assim como não existe ressurreição sem cruz, também não existe cruz sem ressurreição! A certeza que deve estar no nosso coração é que “o choro pode durar uma noite, mas a alegria vem ao amanhecer” (Sl 29, 6). Podemos até lançar as sementes entre lágrimas, mas na volta vamos trazer os feixes, cheios de alegria (cf. Sl 105,6). Portanto, se você está padecendo só pelo fato ser cristão, “não se envergonhe; pelo contrário, glorifique a Deus por ter este nome” (IPd 4, 16).

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Especial

julho/agosto . 2016 Por Padre João Paulo Veloso

Coordenador Nacional do Ministério Cristo Sacerdote Grupo de Oração Imaculado Coração de Maria, Santa Tereza do Tocantins/TO

SEDE PERFEITOS... ISSO É POSSÍVEL? Devemos buscar a perfeição. Quem disse? O próprio Jesus. E se Ele disse e desejamos ser fiéis, mesmo achando que isso seja um grande desafio, devemos ser obedientes, almejar e buscar esse grau de santidade com todas as forças de nossa alma. No texto a seguir, vamos refletir sobre esse assunto, vendo que existe uma grande diferença entre ser pecador e corrupto. Certa vez, uma senhora me procurou para anunciar uma séria decisão: após muitos anos servindo ao Senhor em seu Grupo de Oração, ela havia resolvido deixar a Igreja. Aquele relato muito me impressionou, uma vez que a senhora estava tentando ser coerente com a sua própria consciência. Veja a história, que se tornou pública por iniciativa dela mesma:

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“Padre, hoje quero me despedir da Igreja. Sirvo ao Senhor há muitos e muitos anos, mas eu não consigo cumprir a Palavra de Deus. Não quero ser chamada de hipócrita no dia do meu juízo, então se eu não consigo ser quente, então serei fria. Enquanto tudo na minha vida ia bem, era fácil servir a Deus, era fácil ser santa, era fácil ser perfeita. Tinha uma boa família, boas posses, tempo suficiente para rezar e participar de todas as coisas da Igreja. Até que descobri que meu marido tinha uma segunda família, há anos... Ele não soube administrar a farsa e começamos a ficar endividados. Ele saiu de casa e deixou a mim e meus filhos em uma situação difícil. Eu não consigo e nem quero perdoá-lo. Sei que isso não é a vontade de Deus, mas eu não quero perdoar, dói muito tudo isso. Por isso, eu preciso ser coerente com minha consciência. Não posso servir a Deus, porque não consigo mais trilhar o caminho de

santidade. Não consigo ser perfeita. Nunca fui”.

as tribulações da vida baterem à nossa porta?

Certamente, a história dessa senhora é parecida com dezenas de outras que você conhece. Mas o que esse drama familiar pode indicar? Como Jesus vê tudo isso? Será que a ordem da “perfeição” não seria uma utopia longe da realidade de dor que muitos de nós vivemos?

Em primeiro lugar, devemos crer firmemente que o Senhor que nos deu a ordem também nos dará a força e a capacidade para cumpri-la! “Com o fim de conseguir esta perfeição, façam os fiéis uso das forças recebidas, a fim de que, cumprindo em tudo a vontade do Pai, se dediquem inteiramente à glória de Deus e ao serviço do próximo. Assim, a santidade do povo de Deus se expandirá em abundantes frutos, como se demonstra luminosamente na história da Igreja pela vida de tantos santos” (Catecismo da Igreja Católica, §2013).

O chamado à perfeição “Se amais somente os que vos amam, que recompensa tereis? Não fazem assim os próprios publicanos? Se saudais apenas vossos irmãos, que fazeis de extraordinário? Não fazem isto também os pagãos? Portanto, sede perfeitos, assim como vosso Pai celeste é perfeito” (Mt 5,46-48). O capítulo 5 do Evangelho de Mateus começa com a proclamação das Bem-Aventuranças, um novo estilo de vida pautado nos valores evangélicos, e termina com o imperativo à santidade, cujo modelo é o proceder do Pai Celeste. Nosso Senhor Jesus Cristo quebra todos os paradigmas de sua época, e eleva a atitude prática da vida das pessoas para um patamar superior. Mas como viver uma Palavra tão empenhativa? Como cumprir a palavra de Deus sem cair no desespero quando Revista Renovação

Ainda, a Igreja é claríssima ao nos ensinar que “o caminho da perfeição passa pela cruz. Não existe santidade sem renúncia e sem combate espiritual. O progresso espiritual envolve ascese e mortificação, que levam gradualmente a viver na paz e na alegria das bem-aventuranças: Aquele que vai subindo jamais cessa de progredir de começo em começo, por começos que não têm fim” (Catecismo da Igreja Católica, §2015). Em outras palavras, a perfeição cristã consiste em um caminho, que é trilhado gradualmente, superando dia a dia as dificuldades que se apresentam, sobretudo aquelas que parecem não ter solução ou


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que irão demandar um longo tempo para serem resolvidas. Depender do Espírito Santo Vivemos em uma sociedade marcada por um paradoxo terrível: aplaude-se o pecado, mas não existe misericórdia para o pecador, conforme destacou o Papa Francisco no livro-entrevista “O Nome de Deus é Misericórdia”. Essa dissonância provoca nas pessoas um sentimento de que é inútil lutar pela santidade, mas, ao mesmo tempo, tem-se medo de que os pecados pessoais se tornem públicos. Para tantos cristãos, não há uma coerência entre o que se prega e o que se vive. Olhar para a santidade de Deus a partir de nossas culpas ativa um mecanismo espiritual de relaxamento da consciência. Então, a falta de testemunho de vida acaba tornando-se o próprio estilo de vida da pessoa, que consegue justificar a si mesma com inúmeras desculpas e máscaras. A pessoa dá um passo largo rumo à perdição: “evolui” de pecador a corrupto. O papa Francisco, no livro citado, é bem taxativo: “pecadores sim, corruptos não! O corrupto julga que não precisa mais da misericórdia de Deus, pois já se acostumou com o estilo pecaminoso de vida”. O grande remédio para curar esses dois extremos (desistir da santidade por se considerar muito pecador – desespero; ou não buscar a santidade porque se está muito confortável no pecado – corrupção) é justamente o próprio Amor de Deus. Significa deixar-se preencher, dia a dia, com a experiência do “amor de Deus derramado em nossos corações pelo Espírito que nos foi dado” (Rm 5,5). Como nos esclarece o Catecismo da Igreja Católica, “observar o mandamento do

Senhor é impossível se quisermos imitar, de fora, o modelo divino. Trata-se de participar, de forma vital e do fundo do coração, na Santidade, na Misericórdia, no Amor de nosso Deus. Só o Espírito que é nossa Vida (Gl 5,25) pode fazer nossos os mesmos sentimentos que teve Cristo Jesus. Então torna-se possível a unidade do perdão, perdoando-nos mutuamente como Deus em Cristo nos perdoou (Ef 4,32)” (§ 2842). O Caminho de perfeição Santa Teresa D’Ávila, grande mestra de vida espiritual, escreveu uma obra chamada “Caminho de Perfeição”. Trata-se da regra de vida que suas monjas deveriam seguir para agradar “a Sua Majestade”, como ela respeitosamente tratava a Jesus. Para Santa Teresa, cumprir a vontade de Deus, ou ser perfeito, não se resume a um ato, mas a toda uma caminhada de vida. Em alguns momentos, o caminho será plano e fácil; em outros, íngreme e árduo. Para o Senhor, importa que não paremos em nenhum ponto à beira do caminho, mas prossigamos decididamente rumo à meta, auxiliados pelo Espírito Santo. Como terminou a história daquela senhora? Para fugir da corrupção, aparentemente ela havia se entregue ao desespero. Mas a graça de Deus supera todas as nossas expectativas. Um coração aberto ao Espírito Santo recebe a força necessária para viver a vontade do Senhor. Após aquela conversa, auxiliada pela comunidade, que não a abandonou em suas dores, a senhora aos poucos entendeu que aquela provação poderia ser uma oportunidade para sua própria redenção. Ele teve a clareza de que não era perfeita, mas que teria que trilhar o caminho de perfeição proposto pelo Senhor: “Sede perfeitos, como vosso Pai é perfeito”. Revista Renovação

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julho/agosto . 2016 Por Vicente Gomes de Souza Neto Coordenador da Escola Nacional de Líderes e Missionários Grupo de Oração ICTUS, Rio de Janeiro/RJ

SEMEADORES DA PAZ A expressão Batismo no Espírito Santo nos define. Porém, não há coerência alguma em proclamarmos termos vivido tão rica experiência dissociada do testemunho de vida. Por isso, um autêntico cristão, batizado no Espírito, é um semeador da paz onde quer que esteja. Neste texto, de forma especial, somos chamados a refletir sobre nosso papel dentro do Grupo de Oração. Promovemos a paz ou a discórdia? Assunto muito, muito sério! O Senhor tem feito obras maravilhosas em nossas vidas pelo Espírito Santo que em nossos corações age e nos faz reconhecer a pessoa e missão de Jesus Cristo como Senhor e Salvador. Nossos Grupos de Oração são espaços privilegiados nos quais temos essa experiência das maravilhas do Senhor acontecendo em nosso interior de forma simples e muitas vezes imediata. É a partir deste contato íntimo, profundo e verdadeiro com o Senhor que temos condições de produzir o fruto do Espírito Santo da paz que somente em Jesus Cristo podemos encontrar (cf. Jo 14,27; Ef 2,14) e transmitir (cf. Jo 20,21).

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Primeiramente, ao descobrirmos a obra de reconciliação que Jesus realizou por meio de Sua Paixão, Morte e Ressurreição, religando-nos ao Pai e conquistando para nós a dignidade de Filhos de Deus. O Espírito Santo passa a atuar em nosso ser de forma revolucionária de dentro para fora. Passamos a ver o mundo com os

olhos e na perspectiva de como Deus o fez. Sabemos que o mundo jaz no maligno (cf. 1 Jo 5,19), mas nós somos de Deus, e que Jesus Cristo venceu o maligno (cf. Jo 16,33), assim podemos viver como reconciliados, nos apresentando santos, imaculados, irrepreensíveis aos olhos do Pai (cf. Cl 1,21-22). Ora, o que se espera de uma pessoa reconciliada com Deus e que experimenta a efusão do Espírito Santo em sua vida (oração pessoal, Grupo de Oração...) é que ela produza os frutos do Espírito (cf. Gal 5,22) onde quer que esteja ou para quem se fizer necessário. Da forma que vivemos no ano de 2015, na RCC, como moção do Espírito: “Se vivemos pelo Espírito, andemos também de acordo com o Espírito” (Gl 5,23). O fruto da paz deve ser um imperativo para aquele que se diz “renovado”, uma vez que seria incoerente e contraditório uma pessoa dizer que vive o batismo no Espírito Santo, mas não dá testemunho de forma concreta na Revista Renovação

vida pessoal, por exemplo, na vivência fraterna do Grupo de Oração. Exemplifiquemos: como posso ter uma vivência Cristã autêntica e coerente se sou semeador de fofocas, intrigas e maledicências. Onde há cizânia e contenda, aí está habitando o Espírito Santo de Deus? Aqueles que procuram sempre ocasiões para enganar, para se aproveitar dos outros, são felizes? Não, não podem ser felizes. Ao contrário, aqueles que a cada dia, com paciência, procuram semear paz são artesãos da paz, da reconciliação. Estes sim são felizes, porque são verdadeiros filhos do nosso Pai do Céu, que semeia sempre somente a paz, ao ponto de ter enviado o seu Filho ao mundo como semente de paz para a humanidade. Como sermos semeadores da Paz em nossos Grupos? Como evitar as fofocas, os “diz que diz” que destroem? Devemos resgatar em nossos Grupos de Oração e ambientes de convívio a palavra da vida e da verdade.


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“Sede misericordiosos, como também vosso Pai é misericordioso” (Lc 6,36). O tema deste Ano Jubilar da Misericórdia não deve ser apenas uma bela frase do evangelho que decoramos e reproduzimos nas falas e pregações, mas sim, que seja acompanhada do testemunho pessoal coerente. Sabemos que Deus age com misericórdia e compaixão para com todos, e que nosso papel não é de exercermos um tribunal de julgamento da vida alheia, mas de interceder e acolher os erros, diferenças e divergências daqueles que estão a nossa volta, pois nos diz ainda Jesus: “Porque do mesmo modo que julgardes, sereis também vós julgados e, com a medida com que tiveres medido, também vós sereis medidos” (Mt 7,2).

porque a misericórdia de Deus é infinita, você poderá receber o perdão. Mas o mal que você provocou ficará pairando sempre, como penas ao vento. Pense bem antes de falar novamente algo contra alguém!”. O sacerdote deu a absolvição e pediu que a senhora rezasse uma Ave-Maria para cada pena espalhada, como penitência.

ou presenciei com tal ou tais pessoas foi verdadeiro? Se sim, convém que eu divulgue? Quais frutos se recolheram se esse fato for espalhado na comunidade, paróquia, Grupo de Oração? Com certeza se você recolher respostas desagradáveis e negativas, o discernimento e o bom senso estão dizendo que não convém a um semeador da paz reproduzir o fato para outrem.

Essa história deve provocar em nós um exame de consciência, Nossos Grupos de Oração, porpara até mesmo devem ser nosso papel não é de tanto, buscarmos o sao ambiente priviexercermos um tribu- legiado no qual, cramento de reconciliação, caso nal de julgamento da vida vivendo a efusão o resultado não do Espírito Santo, alheia, mas de interceder iremos recolher seja “agradável”. Estou sendo se- e acolher os erros, dife- os frutos dessa meador da paz, renças e divergências da- vivência fraterda concórdia e da na, onde aqueles Narra-se um fato na vida reconciliação no queles que estão a nossa que nos olharem de São Felipe Neri, então padre que meu Grupo de Ora- volta” falarão também: morava nos arredores de Roma, no ção e onde quer “vede como se século XVI. Uma senhora foi confesque eu esteja? (Família, trabalho, amam”. Sinais que acompanham os sar-se com o ele pedindo absolvição local de estudos, etc.). Muitas vezes que creem deve ser visíveis, como por ter levantado falso testemunho buscamos legitimar e trazer argucuras, milagres e prodígios e o mais contra seu vizinho. Diz o padre à mumentos para as palavras mal ditas sublime de todos que São Paulo lher: “Eu quero que volte para casa, que pronunciamos contra outrem. apresenta em Coríntios: “por ora suba no telhado Daí, devemos trasubsistem a fé, a esperança e a e a com um travesseizer à luz de nossa - as três. Porém a maior deO fruto da paz deve ser consciência pri- caridade ro, corte-o com a las é a caridade” (cf. I Cor 13,13). um imperativo para meiro um mandato faca e balance-o, A forma concreta de testedepois volta cá aquele que se diz “reno- de Jesus: “Se teu munharmos que Jesus Cristo é senpara falar comigo”. pecar contra tido e razão de nossas vidas e que vado”, uma vez que seria irmão ti, vai e repreenAo retornar, o batismo no Espírito Santo incoerente e contraditório de-o entre ti e ele vivemos ela relata o resulestá em sermos construtores da paz somente: se te outado: “Penas por uma pessoa dizer que vive e da concórdia, procurando sempre vir terás ganho teu toda parte”. E o o batismo no Espírito Sanarrancarmos qualquer joio de cizâirmão. Porém, se padre determina: maledicência e fofoca. Assim to, mas não dá testemunho ele não te der aten- nia, “Agora eu quero estaremos refletindo o que disse a ção, leva consigo que volte lá e re- de forma concreta na vida Presidente do Conselho Nacional mais uma ou duas colha cada pena pessoal” da RCCBRASIL, Katia Roldi Zavaris, pessoas, para que que saiu voando no Encontro Nacional de Formação pelo depoimento ao vento”. Desesperada, ela confesdeste ano, e também Monsenhor de duas ou três testemunhas, qualsa: “Impossível, não sei onde elas Jonas Abib na homilia de encerraquer acusação seja confirmada (Mt foram parar pois o vento as espamento desse mesmo encontro: “que 18,15-16). lhou pela cidade...”. “Justamente nossos Grupos de Oração se tornem – disse o padre – da mesma forma é Junto ao mandamento do verdadeiras fábricas de santos”. impossível reparar a fofoca e o falso Evangelho de Jesus Cristo, devemos testemunho que levantaste. Apenas ainda refletir: O que eu soube, vivi

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julho/agosto . 2016 Por Francisco Elvis Rodrigues Oliveira Coordenador estadual do Ministério de Fé e Política RCC/CE Grupo de Oração Imaculada Conceição, Fortaleza/CE

A EXIGENTE E NECESSÁRIA VIDA NO ESPÍRITO: O EXEMPLO DO ATLETA Num momento em que os jogos olímpicos estão tanto em evidência, uma palavra de São Paulo nos inspira a pensarmos sobre nossa caminhada cristã de forma muito especial. “Nas corridas de um estádio, todos correm, mas bem sabeis que um só recebe o prêmio. Correi, pois, de tal maneira que o consigais. Todos os atletas se impõem a si muitas privações; e o fazem para alcançar uma coroa corruptível. Nós o fazemos por uma coroa incorruptível. Assim, eu corro, mas não sem rumo certo. Dou golpes, mas não no ar. Ao contrário, castigo o meu corpo e o mantenho em servidão, de medo de vir eu mesmo a ser excluído depois de eu ter pregado aos outros” (I Cor 9, 24-27). “O Brasil é o país do futebol”. Quem nunca ouviu ou mesmo já usou essa expressão? A paixão do nosso povo por esse esporte é tamanha que até já foram incorporadas ao nosso vocabulário cotidiano diversas expressões referentes a esse mundo. Tais sentenças constituem um verdadeiro “léxico futebolístico” que são empregadas para explicar ou fazer analogia a algum fato.

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Por exemplo, quando se pretende narrar que alguma tentativa

estava na iminência de dar certo e que, por algum revés, não chegou a obter êxito, utilizamos a frase “estava na cara do gol”, ou ainda se diz que “essa bateu na trave”. O contrário também pode acontecer. Se algo logra sucesso, precisamente nos instantes mais críticos, nos quais quase estariam esgotadas as tentativas, disparamos, com alívio, que tudo terminou bem “aos 45 do segundo tempo (Ufa!)”.

Corinto era uma cidade portuária grega, situada entre o Mar Egeu e o Mar Adriático. Ali Paulo conheceu Áquila e Priscila, seus companheiros de missão, com quem ficou hospedado durante os 18 meses de sua ação evangelizadora naquele lugar. Tempo para que Paulo pudesse perceber a importância que o esporte exercia naquela região, os chamados jogos ístmicos, que se realizavam a cada dois anos.

Essas e outras expressões compõem, portanto, o nosso quadro teórico cultural-desportivo. De modo muito semelhante – evidentemente que guardando as proporções e contextos históricos e culturais –, a cidade de Corinto, a que São Paulo se refere no texto que lemos no início, também possuía uma grande paixão pelos esportes, em particular pelas modalidades de atletismo: corrida, luta, hipismo, salto, arremesso de dardos e assim por diante. São Paulo entra na mentalidade e preferência daquele povo para, a partir disso, anunciar o Evangelho de Nosso Senhor.

Penso que devemos constantemente pedir a Deus esta inteligência evangelizadora para anunciar Jesus de um modo sempre novo, renovado, dinâmico, mas sempre autêntico, original e verdadeiro. Tudo isso seguramente ancorado na Escritura, Tradição e Magistério, a fim de conseguir tornar, de fato, a verdade tão antiga, sempre nova (Santo Agostinho). É isso que a Igreja chama de Nova Evangelização. Não se trata de “enfraquecer” a mensagem do Evangelho, deixando-o “light”, mais palatável à sociedade pós-moderna, mas trata-se de enxergar o mundo e a história a partir da perspectiva bíblica e

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não meramente o contrário – como propõem alguns –, olhar a Bíblia a partir da história. Afinal, tudo que é humano pode ser evangelizado, pode receber o anúncio salvífico de Jesus. De modo muito particular neste tempo em que nosso país recebe a XXXI edição dos jogos olímpicos da era moderna, penso que essa passagem extraída da carta de São Paulo aos Coríntios ganha uma relevância ainda maior no cenário e clima olímpico em que nos encontramos. Ora, uma vez que São Paulo valeu-se dessa condição, também podemos nós lançar mão do nosso gosto pelo futebol e pelo esporte, em geral, para algumas alusões e inserir o anúncio do Reino. Quando, no texto bíblico que lemos acima, o Apóstolo fala da corrida e da premiação, temos em mente que naquele tempo os prêmios que os atletas recebiam eram uma espécie de coroa feita de folhas de pinheiro, ou ainda de zambujeiro (um tipo de oliveira), salsa, louro, e até mesmo um tipo de aipo selvagem seco. Seja como for, dentro em pouco, essas plantas murchariam, configurando-se na coroa “corruptível”. Embora mais duradoura, as medalhas entregues atualmente nas olimpíadas e toda premiação decorrente ainda assim são perecíveis e transitórias comparadas à glória que um dia virá e a vida nova e eterna a que todos somos chamados. Afinal, “que vale ganhar o mundo inteiro e vir a perder a vida eterna?” (Mc 8, 36). Tanto nos esportes em Corinto quanto nas olimpíadas de hoje, o prêmio é algo visível, que está posto diante dos olhos. Quando, em Corinto, os atletas corriam, este ficava em lugar bem visível, de ponta a ponta, a fim de que o atleta o visse e continuasse a correr motivadamente. Para os cristãos, nosso prêmio, coroa e glória, embora não pareçam visíveis

– pois falamos de coisas espirituais –, não deixam de ser concretos e reais, está em nossa vitória em fazer a vontade de Deus e acolhermos a Salvação de Nosso Senhor. É Ele! É Jesus o nosso tesouro! É para Ele que nos dirigimos, em direção a Ele corremos e junto dEle queremos encerrar e consumir nossos dias até o último fôlego! Somos, pois, nesse sentido, atletas de Cristo. Os atletas constituem uma categoria diferenciada e com estilo de vida bem peculiar. Para ser um bom atleta nos jogos ístmicos, os competidores deveriam passar por uma austera alimentação e severa preparação. Muitos se alimentavam de comidas simples, como figos secos, nozes, queijo fresco, pão e não bebiam vinho. Todos eles buscavam o domínio de seu próprio corpo. Não é diferente das exigências dos treinamentos dos atletas da atualidade. Além da atividade física, há todo um trabalho mental, motivacional e comportamental. Fala-se do “espírito olímpico”, que o atleta é um exemplo de perseverança e inspiração – dentro e fora da competição. Ora, o que é isso senão aquilo que chamamos, os cristãos, de dar testemunho de vida? O cristão é convidado a ser bom exemplo, dentro e fora das quadras – ou dos quadros – da Igreja, em todos os contextos em que vive. A toda hora vemos aprimoramentos e melhoramentos tecnológicos nos esportes, com intuito de potencializar a performance dos atletas. Exemplo disso, vemos nas vestimentas usadas nas provas de corrida e natação. Feitas sob medida, acompanhando os movimentos e necessidades daquela modalidade, elas conferem aerodinâmica e velocidade aos desportistas. Imagino que esse simples fato tenha muito a nos ensinar. Precisamos nos desembaraçar de tudo que nos prende em nossa Revista Renovação

corrida rumo ao céu: pecados, vícios, apegos, comodismos e conformismos. Desapegarmo-nos de tal modo daquilo que nos rouba de Deus que, no dia de contemplarmos sua Sagrada Face, possamos estender as mãos vazias, em sinal de que nos demos inteiramente pelo Reino e não retivemos os talentos para nós mesmos, senão que os colocamos a serviço dos outros. Sinal, ainda, de que fomos desapegados com as coisas do mundo. Quando o atleta alcançava a vitória, aproximava-se um arauto que era incumbido de anunciar aos expectadores o nome e a procedência do vencedor, ao que a multidão aplaudia entusiasmada. Hoje, os microfones e todo sistema midiático ampliam o alcance desse anúncio e o nome do vitorioso pode ser acompanhado em todo o globo. De semelhante modo, quando encerrarmos nossa carreira, depois de termos guardado a fé e recebermos a coroa da vitória (cf. II Tm 4, 7-8), que tenhamos a graça de escutarmos nosso nome sendo proclamado no livro da vida e ouvirmos o Senhor nos chamando e dizendo: “Vinde benditos de meu Pai” (Mt 25, 34). Portanto, apressemo-nos urgentemente em evangelizar a todos, mas também sejamos diligentes nos cuidados com nossa salvação pessoal, cuidando do nosso corpo, sendo disciplinados e temperantes. Nos serviços e missões que desenvolvermos, não percamos o olhar do nosso tesouro – Jesus, nosso Sumo Bem – correndo até Ele, prosseguindo sempre decididamente (cf. Fl 3, 16). Que saibamos suportar as privações e renúncias em prol do um bem maior e eterno e, no ocaso da vida, receberemos a coroa incorruptível da vida eterna e bem-aventurada.

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Projetos

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GLORIFICÁ-LO COM NOSSAS VIDAS EM TODAS AS OCASIÕES A Revista Renovação oferece para você um resumo do XXXII Congresso Nacional da Renovação Carismática Católica do Brasil. Na próxima edição você terá conteúdos mais aprofundados, com uma seção toda especial sobre esse grande momento do Movimento. Um encontro profundamente de oração e cheio de significados. Dessa forma podemos resumir o XXXII Congresso Nacional da Renovação Carismática Católica do Brasil, que aconteceu de 7 a 10 de julho, no Centro de Eventos Pe. Vitor Coelho de Almeida, no Santuário Nacional de Aparecida (SP).

Patti recordou como tudo começou no Movimento e, durante suas falas no Congresso, motivou os carismáticos a entregarem-se à ação do Espírito, deixando que Ele conduza todas as coisas. Johnny Bertucci, presidente do Conselho dos Estados Unidos e a irmã de Patti, Jaime Meyer, também participaram do evento.

Carismática Católica do Brasil há 22 anos e Arcebispo Metropolitano de Belém do Pará, que esteve presente durante a programação dessa edição do Congresso. Para comemorar o jubileu de prata do bispo, foram realizadas homenagens e agradecimentos a Dom Alberto, na Missa do dia 9 de julho.

Com cerca de dois mil participantes, entre eles lideranças de todas as instâncias e membros da RCC do Brasil, o Encontro proporcionou momentos de oração e meditação sobre a espiritualidade e identidade do Movimento, recordando para que e por quem a RCC foi chamada.

Outro momento marcante foi a Missa, presidida por Dom Alberto Taveira, com a presença de Dom Roberto Lopes OSB, do Rio de Janeiro, postulador da causa do Servo de Deus Guido Schäffer, natural do Rio de Janeiro, que está em processo de beatificação. Na ocasião, Dom Roberto usou do exemplo de vida do médico surfista para motivar os membros do Movimento a buscarem a santidade todos os dias.

A presidente do Conselho Nacional, Katia Roldi Zavaris, abriu o momento de inauguração das comemorações para o Jubileu de Ouro da RCC. De julho de 2016 até o final de 2017, haverá atividades especiais, preparando os membros da RCC para comemorarem os 50 anos de existência da Renovação Carismática no mundo, que terá como ponto alto das celebrações um grande evento com pessoas de todos os países, na Solenidade de Pentecostes, em junho de 2017, em Roma, na Itália.

Sob o tema “Eterna é a sua Misericórdia” (Sl 117), o encontro ofereceu uma reflexão sobre o apelo da Igreja para a vivência de ações pautadas na misericórdia, mas, principalmente, foi um momento de render ação de graças a Deus pela Sua bondade e generosidade com as quais Ele tem cumulado a RCC dia após dia. Uma das presenças mais esperadas do evento foi a de Patti Gallagher Mansfield, uma das participantes do Retiro de Duquesne, em Pittsburgh, na Pensilvânia (EUA). Esse retiro marcou o início da Renovação Carismática Católica no mundo.

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Patti realizou três pregações, nas quais falou sobre a misericórdia, a Virgem Maria e a transformação de vida, todas centradas na ação do “poderoso batismo no Espírito Santo”, expressão que utilizou várias vezes.

Além das palestras de Patti, o coordenador do estado do Rio Grande do Sul, Paulo Mecabô, realizou uma pregação intitulada “Grupo de Oração, Hospital de Campanha”. No sábado, a coordenadora estadual do Distrito Federal, Kédina Rodrigues, pregou sobre o tema “Deus não se cansa de perdoar”. Em seguida, João Cláudio Rufino, membro da equipe nacional do Ministério de Pregação, discorreu sobre o tema “Misericordiosos em Deus”. No Congresso, os carismáticos celebraram os 25 anos de ordenação episcopal de Dom Alberto Taveira, assessor eclesiástico da Renovação Revista Renovação

A próxima edição da Revista Renovação trará em detalhes todos os momentos do XXXII Congresso Nacional da Renovação Carismática Católica do Brasil. A edição especial, de número 100, vai oferecer os resumos dos principais momentos do evento, além de artigos sobre as pregações, Missas e de toda a programação desse importante Congresso da RCC do Brasil. Você pode ver mais notícias, resumos, vídeos e a galeria de imagens do evento acessando www.rccbrasil. org.br e também nas redes sociais da RCCBRASIL.


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CONGRESSO EUCARÍSTICO NACIONAL ACONTECE EM BELÉM A cidade de Belém (PA) se prepara para receber, de 15 a 21 de agosto, o XVII Congresso Eucarístico Nacional. Com o tema “Eucaristia e Partilha na Amazônia Missionária” e o lema “Eles o reconheceram no partir do Pão” (cf. Lc 24,35), o evento deve reunir milhares de fiéis nas paróquias da Arquidiocese. O objetivo do Congresso, de acordo com Dom Alberto Taveira Corrêa, arcebispo metropolitano de Belém, “é tornar visível em todo o Brasil a força da Eucaristia”. Além disso, em 2016, celebram-se 400 anos de fundação de Belém e de atividade missionária da Igreja na Amazônia. Ainda segundo o arcebispo, o evento também tem como objetivo “tornar visível a ação missionária na Amazônia, de um povo de fé, que testemunha com a sua cultura e maneira de ser uma Igreja viva no norte do Brasil”. Sobre essa ação missionária na Amazônia, dom Alberto avalia que este é um bom momento para a Igreja ver quantos são os frutos de todo o processo de evangelização na região. Segundo ele, durante muito tempo as pessoas viam a região amazônica como recebedora de produtos e serviços. Ele afirma que o tema ajudará na reflexão de que a vivência religiosa característica do norte do país tem muito a ensinar, no sentido da partilha. “Queremos que o nosso congresso eucarístico ajude as pessoas a entenderem que a partir da Eucaristia, nós apreendemos a partilhar, a sair de nós mesmos e, aí, o Brasil vai nos conhecer como quem recebe e como

quem doa de si mesmo. Por isso, o lema é muito prático, porque os discípulos de Emaús reconheceram Jesus na partilha do pão e se fez reconhecer”, destaca.

Jubilar da Misericórdia, no qual os padres e bispos estarão em missão nas comunidades para administrar o Sacramento da Penitência e Reconciliação. O encerramento também será realizado no estádio do Mangueirão, no domingo, dia 21, quando será celebrado o Triunfo Eucarístico.

HISTÓRIA DOS CONGRESSOS EUCARÍSTICOS

PROGRAMAÇÃO O Congresso Eucarístico Nacional é um evento que tem uma programação muito diversificada e com uma série de atividades simultâneas. Durante todo o período, as regiões pastorais e paróquias da arquidiocese envolverão as comunidades com missas e atividades de formação e missão. Um dos pontos altos da programação é a abertura, que acontecerá no Estádio Olímpico do Magueirão, em Belém, com a presença de todo o povo, do clero da arquidiocese e dos bispos convidados. Essa missa será presidida pelo Cardeal Dom Cláudio Hummes, que virá em nome do Papa Francisco e fará a leitura da mensagem aos participantes do Congresso. Dom Alberto Taveira destaca também que acontecerá celebração de Primeira Eucaristia; Missa com a Juventude, na sexta-feira, dia 19, novamente no estádio; e a Jornada da Misericórdia, no contexto do Ano Revista Renovação

A história dos Congressos Eucarísticos começa em 1881, quando foi celebrado em Lille (França), por iniciativa de um grupo de fiéis, inspirado pela pregação e missão de São Pedro Julião Eymard. Esse congresso teve como tema “A Eucaristia salva o mundo” e contou com a presença de fiéis de vários lugares da Europa , tendo a bênção do Papa Leão XIII. No Brasil, o primeiro congresso eucarístico foi realizado em 1933, em Salvador (BA). A última edição aconteceu em 2010, em Brasília (DF). Esta é a segunda vez que se realiza um congresso em Belém. A primeira foi em 1953. Para Dom Alberto esta segunda edição na capital paraense mostra ousadia. O evento, segundo ele, é “um ganho especial para a Igreja que o organiza”. O arcebispo comenta ainda que espera que “os frutos sejam muito positivos. De maior participação na Eucaristia, de fortalecimento da vida paroquial nas equipes de liturgia e tudo aquilo que diz respeito à vida da Igreja”.

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JÁ É POSSÍVEL CONTRIBUIR COM A RCCBRASIL PELO CARTÃO DE CRÉDITO Ajudar a Renovação Carismática Católica pelo cartão de crédito agora já é realidade. Com essa nova modalidade, você mantém as atividades da RCC sem precisar ir ao banco ou enfrentar filas. Pensando em facilitar a forma de contribuição dos carismáticos de todo o país, a RCCBRASIL está lançando a doação por meio do cartão de crédito, na forma de crédito recorrente. Com essa modalidade, o colaborador tem sua contribuição debitada de forma automática, todos os meses, na fatura do cartão. O crédito recorrente não é uma compra parcelada que pode chegar a comprometer um valor maior do limite do cartão. Além disso, o colaborador pode, sempre que desejar, suspender a doação, sem ter nenhum ônus, pois é uma doação espontânea. Nos últimos anos, tornou-se cada vez mais comum o uso do cartão de crédito para o pagamento de serviços e para doações, pela segurança, comodidade e controle dos gastos mensais que ele oferece. Devido às inúmeras atividades do dia a dia que dificultam a fidelidade do pagamento do boleto, os próprios

contribuintes da RCCBRASIL sugeriram essa nova forma de contribuição. Com ele, o contribuinte pode escolher qualquer valor para doação, a partir de R$ 20,00, que será pago diretamente na fatura, sem carnês, boletos ou qualquer tipo de transferência. Com ele, as probabilidades de esquecimento e atrasos diminuem, o que favorece tanto os contribuintes, como a RCCBRASIL, além de reduzir custos com emissão e envio de carnês. Atualmente, pessoas físicas e também os Grupos de Oração fazem suas colaborações por boleto bancário mensal que é enviado nos carnês dos projetos escolhidos (Nossa Vida em Missão e Semeando a vida no Espírito). Quem contribui com a RCCBRASIL, além de ser responsável pela realização das atividades do Movimento, possui vários benefícios como a Revista Renovação e descontos especiais, como nos produtos da

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Editora, nas matrículas dos cursos online do Instituto de Educação a Distância (IEAD), e na inscrição de eventos nacionais do Movimento. Desde 2015, o Escritório Nacional da RCCBRASIL está estudando a melhor forma de implementar essa modalidade de doação, verificando a maneira de adaptar a segurança dos contribuintes à realidade administrativa da RCC. Por ser uma nova forma que tem dado certo no ramo empresarial, a Renovação decidiu incluir esse meio para que as pessoas possam doar com mais facilidade e fidelidade. É mais fácil para você ajudar a RCC através do cartão? Então seja um colaborador da RCCBRASIL pelo crédito recorrente! Para migrar para essa nova forma, basta entrar em contato com o Escritório Nacional ligando para (12) 3151-4155.


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DEVEMOS ENVOLVER-NOS NA POLÍTICA? Todo o país se prepara para as eleições municipais que acontecem no dia 02 de outubro deste ano. Os partidos políticos e pré-candidatos se movimentam com mais intensidade e o povo brasileiro, mais do que nunca, começa a refletir sobre o futuro dos municípios. O Ministério Fé e Política da Renovação Carismática Católica tem trabalhado intensivamente nesses últimos anos, com o objetivo de difundir a cultura de Pentecostes no meio público e político, a partir da experiência do REVISTA RENOVAÇÃO: Qual a importância do Ministério Fé e Política, principalmente neste contexto atual do Brasil e, também, dos municípios?

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Para a Renovação Carismática Católica do Brasil, a importância do Ministério Fé e Política (MFP) está em sua mediação dos desafios que a política impõe à fé. Ou seja, como transpor os desafios de um mundo pós-moderno, mas, caótico e em meio à crise da sociedade atual e, portanto, da política, com a nossa fé e nossa religião. É propício recordar a passagem de Macabeus 3, 43: “Levantemos nossa pátria de seu abatimento e lutemos por nosso povo e nossa religião”. Para isso é necessário que a RCC não esteja de costas para a política em nosso país. É preciso reconhecer que o papel do Ministério Fé e Política é ser interlocutor entre o meio político e a RCC, tendo como meta levar o Movimento a se perceber co-responsável pelo destino da nação brasileira, em todos os níveis - país, estado e município. Inclusive, nós, católicos, já fomos exortados por um Papa a respeito disso: “Da justiça de cada um nasce a paz para todos. Justiça e paz não são conceitos abstratos nem ideais remotos; são valores herdados como patrimônio no coração de todas as pessoas, indivíduos, famílias, comunidades, nações, todos são chamaRevista Renovação

batismo no Espírito Santo. Os leigos são convidados a serem presença transformadora, acrescentando valores e princípios, cuidando sempre para a realização da plena vontade de Deus na nação brasileira. A fim de esclarecer a ótica do Movimento sobre esse aspecto, a Revista Renovação preparou uma entrevista com Sérgio Zavaris, atual coordenador nacional do Ministério Fé e Política, para falar sobre a participação do Ministério e Movimento neste cenário civil, confira: dos a viver na justiça e a trabalhar para a paz. Ninguém pode abdicar desta responsabilidade” (Papa São João Paulo II). REVISTA RENOVAÇÃO: Qual deve ser a postura dos cidadãos do Movimento nessas eleições municipais? É preciso reafirmar que o MFP não é proprietário do universo político ou da política. Nós, carismáticos, somos todos chamados a participar do posicionamento da RCC no âmbito da política, tanto em nível nacional, quanto em nível local. Essa participação se traduz em uma nova postura institucional, na qual a própria RCC decide dar vez e voz ao Ministério Fé e Política. Não para falar como se fosse o dono da verdade, mas para promover os debates que nos são caros e deixar que os conselhos e líderes do Movimento manifestem sua opinião e, juntos, através da oração, sejam lançadas luzes sobre os assuntos e pautas do âmbito da política e da sociedade. Tal postura impõe uma participação decisiva e a clara noção de que o povo de Deus não deve ser objeto de tentativas de manipulação. Ora, se toda a RCC participa do debate da coisa pública e, a partir da oração, propõe contribuições na dinâmica pública, seremos capazes de gerar intervenções positivas no cenário político brasileiro. E Deus espera que a RCC contribua para construir um país melhor. Quanto à postura dos cidadãos do Movimento nessas eleições municipais, em primei-


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ro lugar, todos são chamados a uma postura orante. Discernir em quem se deve votar é papel de cada cidadão. Para isso, é importante buscar conhecer quem são os candidatos cristãos católicos que concorrem nas eleições de 2016. Para além dessa informação, será relevante levar em conta outras questões em relação ao candidato: (1) Histórico do candidato (A ficha do candidato é limpa? Tem envolvimento com algum processo na justiça? Está em regularidade com suas obrigações civis e políticas? Pesa sobre este candidato alguma suspeita, mesmo que na vida pessoal?); (2) Engajamento do candidato (Qual o seu envolvimento na luta pelo bem comum em sua comunidade, bairro e/ou cidade? Ele participa ou se envolve com as questões de interesse social ou das políticas públicas?); (3) Formação acadêmica do candidato (O grau de instrução e formação do candidato é compatível com o cargo que pretende ocupar?); (4) Proposta de governo ou de mandato (Qual é o projeto apresentado pelo candidato para o exercício do mandato? Existe um projeto escrito? Como pretende solucionar os problemas que estão pautados em suas propostas de campanha? Que soluções ele apresenta para os problemas que identifica?); (5) Partido do candidato (A ideologia do partido ao qual o candidato está filiado fere princípios da Doutrina Social da Igreja? O partido do candidato tem uma ideologia compatível com suas propostas e promessas? O grupo e as coligações do partido permitem um exercício pleno do mandato conforme as intenções do candidato? Que medidas ele pretende adotar, ou como irá se posicionar, diante das adversidades entre as orientações do partido e suas convicções religiosas?). REVISTA RENOVAÇÃO: Qual é o direcionamento, em linhas gerais, para os candidatos inseridos no Movimento?

Os candidatos inseridos no Movimento devem, em primeiro lugar, compreender a dimensão de missão para os católicos neste tempo. Nos tempos atuais, todos nós, cristãos, estamos sendo chamados ao martírio. E não é diferente para os candidatos aos cargos públicos. Na verdade, os candidatos, de maneira especial, estão sendo chamados a dar a vida e o sangue em favor de muitos, em favor daqueles que nem sequer o candidato conhece. De fato, se trata de um chamado de cruz, que não pode (nem deve) ser encarado como um prestígio ou uma oportunidade de emprego com boa remuneração. Os que não percebem tal desafio dificilmente compreenderão o caráter da missão. A rigor, o candidato inserido no Movimento deve ser testemunha de uma nova política. Ele ou ela deve segurar a bandeira de uma política renovada e plantar o seu mastro bem no meio do campo de batalha. Esse é um desafio gigantesco. Mesmo que após esse ato “sua morte” seja a consequência. Pois essa bandeira traz escritos os valores cristãos que nos são caros: ética, moral, honestidade, verdade, justiça, transparência. Tal postura exige uma coragem capaz de enfrentar a derrota nas urnas em favor da vitória de Cristo no meio do povo que é de Deus, não nosso! Se assim o fizerem, todos serão vitoriosos, independente do resultado nas urnas, pois alcançaremos um grande avanço para a política no Brasil, com esse projeto político em nome de Cristo.

vel para download em blog.rccbrasil. org.br/feepolitica) define o âmbito e a esfera de atuação dos Conselhos da Renovação Carismática Católica, juntamente com o papel de atuação do MFP. É importante que o Conselho siga a Instrução Normativa, se pretende apoiar candidatos. Não obstante, em todas as situações, a RCC deve pastorear o povo de Deus e orientá-los a exercer o seu legítimo direito e dever: o protagonismo eleitoral. Protagonismo eleitoral significa que cada cidadão deve exercer com critérios o seu direito de votar. E, em nenhuma circunstância, delegar a outrem o papel de escolha da sua decisão. Finalmente, é preciso recordar as palavras do Papa Francisco a respeito da política: “Para o cristão, é uma obrigação envolver-se na política. Nós, cristãos, não podemos ‘fazer como Pilatos’, lavar as mãos. Não podemos! Devemos envolver-nos na política, pois a política é uma das formas mais altas da caridade, porque busca o bem comum. E os leigos cristãos devem trabalhar na política. (...) A política está muito suja; e ponho-me a perguntar: Mas está suja, por quê? Não será porque os cristãos se envolveram na política sem espírito evangélico? Deixo-te esta pergunta: É fácil dizer que ‘a culpa é de fulano’, mas eu que faço? É um dever! Trabalhar para o bem comum é um dever do cristão! E, muitas vezes, a opção de trabalho é a política” (Papa Francisco).

REVISTA RENOVAÇÃO: Qual deve ser o envolvimento da RCC nesses processos políticos até a data das eleições e também após outubro? A RCC deve acompanhar com sabedoria e discernimento os processos políticos em todo país. A Instrução Normativa 02/2015 (disponíRevista Renovação

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Institucional

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LEVE MAIS FORMAÇÃO PARA O SEU GRUPO DE ORAÇÃO Os cursos online da RCCBRASIL têm levado inúmeros benefícios para os Ministérios e Grupos de Oração espalhados pelo Brasil. Nesse processo de divulgação e promoção da formação online, o coordenador do Grupo de Oração tem uma participação muito importante e pode colaborar para o crescimento das atividades da RCC em todo o país. A adesão dos carismáticos aos cursos online da RCCBRASIL tem crescido consideravelmente. Em 2016, já somam mais de 1500 alunos nos diferentes cursos promovidos. Recentemente, o Instituto de Educação a Distância (IEAD) da RCCBRASIL lançou dois novos cursos. Preparado e ministrado por membros dos respectivos Ministérios, o curso “Formação para Músicos: A Música no Grupo de Oração” e “Formação de Formadores” já possuem mais de 500 pessoas inscritas e têm sido ferramentas eficazes para o exercício do serviço nos Grupos de Oração, graças à participação e motivação dos coordenadores, lideranças diocesanas e estaduais. O coordenador nacional do Ministério de Formação, Frederico Mastroangelo, partilhou sobre o benefício que os carismáticos têm recebido através deste novo curso “Formação de Formadores”, lançado em abril deste ano: “Vejo formadores que já tinham aplicado a Formação de Formadores presencial, que não está excluída, visto que o curso online veio para somar, dizendo que agora com o curso do IEAD veem o conteúdo de maneira diferente, com uma propriedade maior sobre o tema, inclusive para aplicá-lo presencialmente”.

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Como forma de estímulo à formação, a RCCBRASIL oferece descon-

tos em diversos cursos para pessoas que atuam no serviço do Grupo. Além desse incentivo, centenas de Grupos de Oração têm se mobilizado para crescer no aspecto formativo para a atuação dos Ministérios em geral. Pensando nisso o Grupo de Oração Valentes Guerreiros, da cidade de São José dos Campos (SP), tomou uma iniciativa que vai auxiliar seus membros a se aprofundarem na formação a distância. Depois de cinco cursos realizados, o coordenador, Ricardo Alexandre Paiva, junto com os outros servos do Grupo, assumiu a formação ainda mais. A partir da experiência pessoal com o IEAD que segundo Ricardo foi “uma experiência maravilhosa, com um material rico”, ele trouxe a proposta para outros servos do Grupo do qual ele participa. “Recebi a coordenação do G.O este ano, as formações me ensinaram a estar atento às moções do Espírito, me deixando mais preparado para este Ministério e também a buscar a ousadia que o Pai deseja para nós”, partilhou Ricardo. Nesse Grupo de Oração, os servos indicados pelo coordenador recebem da RCCBRASIL o desconto de R$ 20,00. E, além deste, o próprio caixinha do Grupo oferece outro investimento de R$ 20,00 para cada pessoa que se matricular em um dos cursos, facilitando ainda mais para que a Revista Renovação

formação chegue a todos os servos. “O IEAD tem uma importância muito grande para o nosso Movimento, bem como para a Igreja neste tempo. Com esse recurso, algumas formações, específicas de Ministério ou não, têm chegado aos membros do Movimento, contribuindo para uma missão mais assertiva”, destaca Frederico Mastroangelo. O coordenador nacional do Ministério de Formação ainda deixa um convite para que os coordenadores conheçam e assumam esta possibilidade de formação: “lideranças das diversas instâncias de serviço, divulguem o curso de Formação para Formadores entre os membros do Movimento. Deus prometera uma expansão do Ministério de Formação da RCCBRASIL a partir desse curso e, por consequência, membros bem formados, o que implicará em um Movimento vigoroso, cumprindo o seu papel na Igreja. Já podemos contemplar isto se cumprindo em nosso meio, mesmo porque Deus promete e cumpre”. Não deixe de levar para seu Grupo de Oração os conteúdos disponibilizados pelo IEAD da RCCBRASIL. Conheça todas as opções de cursos, os valores e demais informações acessando o site www.ieadrccbrasil. com.br ou entre em contato pelo telefone: (12) 3151-4155.


Sugestão de leitura

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UM PENTECOSTES A CADA NOVO DIA Patti Gallagher Mansfield, no livro “A Santidade cada dia”, testemunha que a vida familiar é uma escola de santidade. Numa espécie de diário, ela dá exemplos bem práticos sobre como as atividades do a dia a dia podem nos ajudar a crescer na proximidade com o Senhor e no serviço a Ele. Um livro com linguagem simples e repleto de exemplos de como os atos do cotidiano, feitos com amor e temor a Deus, tornam a vida das pessoas uma constante vivência da busca pela santidade é o que Patti Gallagher Mansfield apresenta em “A Santidade de cada dia - Vivendo com o Espírito Santo em casa”. Patti foi uma das participantes do retiro do final de semana de Duquesne, em Pittsburgh, na Pensilvânia (EUA), marco inicial do surgimento da Renovação Carismática Católica no mundo. No livro, ela relata uma série de testemunhos pessoais, considerados oportunidades que Deus lhe deu, no dia a dia, para viver a obediência à vontade d’Ele. Com os exemplos da sua família, Patti deseja ajudar o leitor a compreender e vislumbrar a graça do Senhor nas circunstâncias e preocupações cotidianas. Na apresentação do livro, o pregador da Casa Pontifícia, frei Raniero Cantalamessa, destaca que o testemunho de Patti Mansfield revela o agir do Espírito Santo na simplicidade da vida da autora: “Por meio desses simples testemunhos feitos por uma mãe de família, mulher e leiga, cristã ativamente envolvida no serviço do Reino, uma coisa se evidencia com clareza: o Espírito Santo não está apenas comprometido com a renovação das grandes atividades da Igreja – teologia, evangelização, liturgia, oração

– mas atinge também o verdadeiro coração da vida cristã, fazendo da totalidade da vida, sem excluir nada, um sacrifício vivo, santo e agradável a Deus (cf. Rm 12,2).” No início do livro, Patti fala sobre o desdobramento do final de semana de Duquesne, no qual, após a experiência do derramamento do Espírito Santo, foram despertadas no coração de todos os participantes a fome e a sede de mais e mais de Deus. Dessa mesma forma, também o leitor é convidado, a partir da primeira experiência com o Espírito, a saciar a vontade de agradar a Deus nas coisas mais simples da vida, sendo que um dos efeitos da experiência do Batismo no Espírito Santo é a busca pela santidade. A autora relata fatos cheios da espiritualidade católica e carismática. Em certo momento, Patti partilha sobre uma casa de amigos que foi visitar com a família. Ela testemunha como a hospitalidade encontrada naquele local foi um sinal para ela de como se deve tratar o Espírito Santo. Ela mencionou esse fato para fazer uma comparação com a forma que acolhemos a Terceira Pessoa da Santíssima Trindade na casa que é o nosso coração. A autora explica que, assim como no ato de recepcionar um amigo em casa, nós podemos acolher bem ou rejeitar a presença do Espírito: “Nós não somos sempre acolhedores com Revista Renovação

os visitantes. (...) Ao contrário, nossa atitude costuma ser de medo e precaução. Não queremos o incômodo de ter hóspedes. Dizemos ao Espírito Santo: não vem agora não, não é um bom momento. Não entre nessa área. Não toque nisso, é uma das minhas posses mais preciosas”. São mais de 80 partilhas pessoais, divididas em capítulos que auxiliam na caminhada diária pela busca da santidade. Esse livro, além de ser um instrumento de crescimento espiritual e pessoal, pode ajudar as diversas lideranças da RCC do Brasil, pois traz uma variedade de histórias e conselhos que, certamente, será um valioso material para preparação de pregações, atendimentos e aconselhamentos.

Adquira o livro na loja da Editora RCCBRASIL, acessando rccshop.org.br, pelo telefone (12) 3151-4155 ou pelo e-mail: rccshop@rccbrasil.org.br.

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Espiritualidade

julho/agosto . 2016 Por Izabel Maria Pizani Rios Comissão de Formação da RCCRASIL Grupo de Oração Santa Clara de Assis, Vitória/ES

QUE RESPLANDEÇA A VOSSA LUZ DIANTE DOS HOMENS Quando você toma uma decisão, o faz com base em quê? Jesus Cristo deixou-nos o Manual. Se quisermos dar autêntico testemunho como seus seguidores, devemos praticar no dia a dia o que Ele ensinou. “Jesus subiu à montanha. Sentou-se e seus discípulos aproximaram-se d’Ele. Então, abriu a boca e lhes ensinava” (cf. Mt 5 ). E hoje, Jesus continua a se aproximar de nós, a nos ensinar, atraindo-nos por sua palavra anunciada que deve ser encarnada, não só para uma mudança de vida, mas de mentalidade, de buscar viver como Bem-aventurados; de coração pobre, mansos, com sede de justiça, misericordiosos, de corações puros, sendo sal da terra e luz do mundo para que possamos resplandecer a luz d’Ele diante dos homens. Esta luz que vem de Jesus vai se espalhando pelo mundo e, ao mesmo tempo, nos chama e nos atrai para perto dela. A nossa missão é de ser luz, de colocar o fundamento da nossa existência em Deus. Ele nos convida a subir a montanha, esta montanha que vai se sucedendo ao infinito, em nossa peregrinação.

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As bem-aventuranças descrevem o caráter do cristão. São promessas que nos levam a viver novos critérios e que nos tornam fortes, além de respeitosos, amorosos uns com os outros, ouvintes uns dos outros, comunicantes. Nas bem-aventuranças, está explícito o mistério de Cristo, da vida com Ele. As bem-aventuranças são também instruções para a Igreja, reconhecendo seu modelo, instruções para o seguimento a Cristo, que toca-nos individualmente de diferentes modos, respeitando a pluralidade das vocações. É um convite para o seguimento do crucifica-

do. Jesus enfatiza a necessidade de o cristão exercer influência para o bem no mundo ao seu redor, tentando evitar a deterioração da sociedade e, positivamente, brilhando como testemunho fiel. Não podemos ficar parados, desanimados, acomodados. Subamos à montanha do Senhor, atraídos por sua luz, direcionados pelo farol, que é Sua Palavra. Ensinai-nos, Senhor, o vosso caminho! Sede o nosso Mestre! Iluminai-nos! Fazei-nos arrancar das antigas cargas e, assim como diz São Paulo na Carta aos Romanos, que possamos nos revestir das armas da luz (cf. Rm 13,12). Há obstáculos, situações para superar, vencer tentações, as desordens dos sentimentos e das ações. A relação com a sexualidade, com o prazer e o poder, o corpo com os bens precisa ser uma relação transfigurada. devemos pedir a Deus que nos purifique para sermos bem-aventurados como Jesus nos ensina e nos impulsiona. Assim, a luz do Senhor em nós se manifesta, o poder do Seu Espírito faz-nos pessoas novas, fortalecidos na fé. Somos libertados das trevas, do peso das bebedeiras, do peso das orgias, do peso das rixas, rivalidades, sensualidades, impurezas, hábitos desordenados. Revestimo-nos de Cristo com sua grave e luminosa leveza. Levantado a alma para o Senhor, com alegria, com esperança. O sol nascente que dá a luz, dá também a orientação, a direção. A nossa vida nesta terra precisa ser iluminada, transcender a luz Revista Renovação

de Cristo aos outros. “Buscai as coisas do Alto. (...) Afeiçoai-vos às coisas de cima e não às da terra”, diz São Paulo (Cl 3,1-2). Somos convocados à libertação de forças que nos arrastam, que fragmentam nossas vidas. Mas existe um Deus Criador de tudo, Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, que nos faz buscar harmonia, uma unificação das forças interiores, que recria e renova, que reconstrói. Sob o olhar misericordioso de Deus, que perdoa nossas culpas, que cura nossos males, nessa experiência do amor de Deus, o poder do mal é limitado. Que Ele possa derramar sobre nós a Sua luz, para que o nosso coração ame e enxergue! Diz Santo Agostinho: “Para ver é preciso ter capacidade de ver. Nossos olhos precisam estar purificados, as paixões serenadas”. Tome conta, Senhor, de nós. Mandai o vosso Espírito para que enxerguemos as pessoas e a vida como vós nos ensinais. Confortai-nos. Fazei que sejamos pessoas de luz, das obras da luz. Então, se realizará sobre nós a palavra de São Paulo: “Desperta tu que dormes, levanta dentre os mortos e Cristo te iluminará” (Ef 5,14). Vamos participar da Igreja, buscar os sacramentos. Há tantas oportunidades bonitas para fazer florescer os nossos dons, participar dos Grupos de Oração, onde possa vibrar um coração que ama, um coração inebriado do amor de Deus. O Senhor nos dá a Sua Bem-Aventurança e Ele nos faz trilhar o caminho da santidade.




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