“A esperança não engana, pois o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado”
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“Tomado de esperança, ‘far-me-ei santo, sê-lo-ei depressa’”
“Pela virtude do Espírito Santo transbordeis de esperança”
“Não estou Eu aqui que sou a tua Mãe?”
EXPEDIENTE
Publicação Oficial da Renovação Carismática Católica do Brasil
Editada pelo Escritório Nacional da RCCBRASIL
ANO 25 - Edição Nº 144: 2025
“Seguramos esta esperança qual âncora de nossa alma”
Celebrações Eucarísticas no ENF 2025
Workshops: “Pela virtude do Espírito Santo transbordeis de esperança” (Rm 15,13b)
Encontro Nacional de Formação é marcado por lançamento de livros e novas apostilas
“Transbordarei de esperança”: A inspiração por trás da Arte e da Música Tema da RCCBRASIL 2025
Jornalista Responsável: Bruno Maffi MTB 8013
Redação: Daniele Bittencourt, Raphaely Fernandes e voluntários do Ministério de Comunicação Social - RCCBRASIL
Revisão: Daniele Almeida, Daiana Rehbein e Winara Sales
Fotos: Arquivo RCCBRASIL, Shutterstock
Projeto Gráfico: Priscila Venecian
Retiro Nacional para Seminaristas da RCCBRASIL: Renovação, unidade e entrega a Cristo
ENACOM 2025 reúne comunicadores de todas as regiões do país para formação espiritual e técnica
ENFLM 2025“Levantando Líderes para Ir e Anunciar”
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Costa, Priscila Venecian
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Revista Renovação . 144ª
TEMPO DE ANÚNCIO
O ENF 2025 completa um ciclo inspirado pelo Senhor para impulsionar a caminhada de nossa família carismática, no segundo período de coordenação do nosso irmão Vinícius Simões. Foram anos proféticos. Levantar-se, ir, anunciar. Pedagogicamente, o Espírito Santo direcionou nossa missão, inspirando um recomeço, um novo ardor espiritual, tirando nossas mentes e corações da inércia, colocando nossas almas em prontidão para agora, em 2025, estabelecermos um novo e fervoroso tempo de anúncio.
Ainda em plena atividade de coordenação da RCCBRASIL, Vinícius Simões recebeu uma nova missão, da parte do Senhor. Com Kathia Arango, nosso amado irmão compõe a presidência do Conselho Católico Carismático Latino Americano, o CONCCLAT. Os irmãos com mais tempo de serviço, no Movimento Eclesial, testemunham a perseverança de Vinícius. O rapaz de sotaque carioca, jovenzinho, inflamado formador, que conquistou nossos corações em tantos Encontros Nacionais de Formação, ministrando conteúdo robusto, com autoridade espiritual. Como sabemos, para cada tempo, Deus provê um coordenador forjado para os desafios que devem ser enfrentados. Vinicius Simões enfrentou o desafio de presidir a RCCBRASIL em meio a pandemia do Coronavírus e a complicada retomada desse período. O Espírito Santo lhe concedeu maestria. Aprendemos com
Vinícius a criatividade com os meios de comunicação social, não paramos, não retrocedemos, fizemos da pandemia um tempo de cuidados com a vida interior e de privilegiada evangelização digital.
Voltando ao ENF 2025, nosso Deus não se deixou vencer em generosidade. O ano do anúncio é o ano do Jubileu da Esperança. Um derramamento de inúmeras delicadezas da bondade divina. Anunciamos Jesus, a esperança da glória, a nossa esperança. Vimos no ENF 2025 um povo maduro, fiel, que buscava com afinco a formação para bem desempenhar suas missões nas mais variadas realidades do nosso país continental. Vimos formadores zelosos, que se aplicaram em buscar no Coração de Deus a direção para suas ministrações. Assistimos um lindo espetáculo, contando a história de Santa Elena Guerra, produzido e interpretado por servos dos nossos Grupos de Oração. Cantamos, oramos, adoramos, celebramos. Vivemos dias intensos de fraterna comunhão. Na 144ª Edição da Revista RENOVAÇÃO oferecemos um mergulho nas profundezas do Espírito de Deus, através do relato de tudo que vimos e vivemos no Encontro Nacional de Formação em 2025. Por favor, anuncie! Compartilhe o link da revista com todos seus irmãos, incentive a leitura. Sabemos da potência de Deus, impressa nessas linhas!
Bruno Maffi
Editor Chefe – Revista RENOVAÇÃO
Grupo de Oração Dom Albano – Arquidiocese de Londrina (PR)
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Vinícius Rodrigues Simões Grupo de Oração Jesus Senhor Presidente do Conselho Nacional da RCCBRASIL
TRANSBORDEIS DE ESPERANÇA!
Queridos irmãos e irmãs, feliz Ano Jubilar! Nós cristãos estamos em tempo de festa, em uma verdadeira mudança de época, em ano de santificação, de reconciliação, de retorno ao primeiro amor, de declarar a libertação pelo poder do Sangue de Jesus. Estas são algumas graças com que a Santa Igreja, legítima dispensadora dos Tesouros Eternos do Reino, nos prodigaliza no Ano Santo. A este respeito, o Papa Francisco assim disse ao tratar da Porta Santa: “Jesus é a Porta que o Pai misericordioso abriu no meio do mundo, no meio da história, para que todos possamos voltar para Ele”. (Papa durante a bênção Urbi et Orbi de 25/12/2024).
Em estreita comunhão com o Jubileu da Esperança, através de sua Palavra Norteadora para o ano de 2025, a Renovação Carismática Católica do Brasil é chamada a transbordar de esperança pela virtude, pelos méritos do Espírito Santo em nós (cf. Rm 15, 13b). E transbordar é sair fora das bordas, extravasar, espalhar, exteriorizar, revelar, mostrar, externar. Sem dúvidas, é um termo similar a “anunciar”: difundir, tornar conhecido, dar publicidade, dar a conhecer, espalhar para que todos saibam, propagar. Um coração cheio de esperança em Jesus é um coração que transborda a Boa-Nova da Salvação! Esperança e anúncio, portanto, são como as duas faces de uma mesma moeda.
O Cardeal Frei Raniero Cantalamessa, pregador oficial da Casa Pontifícia até finais de 2024, assim expressou em uma de suas pregações do Advento, sobre a esperança anunciada: “A Igreja não pode fazer, no
mundo, uma doação melhor do que dar-lhe esperança, não esperanças humanas, efêmeras, econômicas ou políticas, sobre as quais ela não tem competência específica, mas esperança pura e simples, aquela que, mesmo sem o saber, tem por horizonte a eternidade e por avalista Jesus Cristo e a sua Ressurreição. Essa esperança servirá também de mola para todas as outras legítimas esperanças humanas”.
Portanto, queridos irmãos e irmãs, como cristãos somos chamados a nos encher até transbordar desta esperança verdadeira, ancorada na Morte e na Ressurreição de Jesus Cristo; Ele é o centro da nossa esperança, ela está totalmente afiançada Nele. Passamos por tribulações, mas sabemos que nada nem ninguém pode nos apartar de Seu amor! Ensina-nos o Catecismo da Igreja Católica no n. 1818 que a esperança em Cristo responde à aspiração à felicidade que todo homem tem em seu coração; inspira as atividades e ações do homem, purificando-as e ordenando-as ao Reino dos Céus; protege contra o desânimo e dá alento no esmorecimento; dilata o coração na expectativa da bem-aventurança eterna; é arma que nos protege no combate da salvação; traz alegria mesmo na provação. E assim, firmes, ancorados na verdadeira esperança que é Cristo, de luta em luta, de vitória após vitória, de anúncio transbordante em anúncio insistente vamos galgando os degraus espirituais rumo à bem-aventurança eterna, sabedores de que “o céu é logo ali!”
UM TRANSBORDAR DE ESPERANÇA:
UMA CRÔNICA SOBRE
OS
DETALHES CHEIOS DA PRESENÇA DE DEUS DURANTE O ENF DO ANÚNCIO
Quem estava lá, confirma. O ENF 2025 entrou para a história com inúmeros detalhes que revelaram o carinho do Senhor por nossa família carismática. Já na Santa Missa de Abertura a equipe do Santuário Nacional selecionou canções tradicionais na RCCBRASIL. Ao som de um órgão que elevava os corações, as vozes de milhares de carismáticos encheram a Basílica de Nossa Senhora Aparecida. A presidência da Santa Missa foi do secretário-geral da CNBB, uma manifestação da acolhida da Igreja ao Movimento Eclesial.
Na quinta-feira, a tradicional procissão das bandeiras dos estados foi aclamada pelos participantes e marcou a unidade da nossa família carismática. Diante da pro-
cissão, Vinícius Simões, o presidente do Conselho Nacional, levou um círio com a marca do Jubileu 2025 “Peregrinos da Esperança”. Luciana Neves, secretária-geral do Conselho Nacional, trouxe uma âncora, remetendo à virtude da esperança. Daniela Almeida, segunda secretária, levou a imagem de Nossa Senhora da Esperança. A assembleia cantava o hino do Jubileu 2025: “Chama viva da minha esperança, este canto suba para Ti. Seio eterno de infinita vida. No caminho, eu confio em Ti”.
Na quinta-feira à tarde e na sexta-feira, foram realizados os workshops, em tendas e salas do Centro de Eventos. O sol e o calor eram intensos. Rajadas de ventos e pancadas de chuva traziam um refresco, lembrando o derramar
do Espírito. Foi possível verificar: nosso povo é um povo ávido em aprender, não houve sol ou chuva que desmotivasse a formação.
Notável também foi a expectativa pelas celebrações eucarísticas. Os participantes saiam apressados dos intervalos para não atrasar. Quando a equipe litúrgica se preparava para a procissão de entrada, a assembleia aplaudia, pelo impressionante número de padres e diáconos.
A família carismática deu testemunho de maturidade quando foi necessário trocar a bateria do microfone sem fio que Beatriz Vargas, membro convidado do Conselho Nacional da RCCBRASIL, usava em sua pregação. Um silêncio impressionante calou o Centro
de Eventos Padre Vitor Coelho de Almeida. Respeito, compreensão e expectativa pelo precioso conteúdo que estava sendo ministrado. Beatriz perguntou: “vocês estavam orando, durante o silêncio?” e a assembleia acenou positivamente.
E o que dizer do momento de comunhão, entre os ex-presidentes do Conselho Nacional da RCCBRASIL? Vinícius Simões acolheu Reinaldo Bezerra, Marcos Volcan e Kátia Zavaris, além de virtualmente, Francisco Baptista, para um momento de agradecimento e testemunho de unidade. Uma mensagem clara que a RCCBRASIL é uma família, de gerações diversas, mas que mantém o testemunho de Pentecostes: “a multidão era um só coração e uma só alma”, conforme At 4,32.
JESUS, EIS A NOSSA ESPERANÇA!
Kathia Arango exorta servos da RCCBRASIL a proclamarem a esperança em Cristo e levarem o batismo no Espírito Santo a todo o Brasil.
Aprimeira pregação do ENF 2025 ficou a cargo de Kathia Arango, presidente do CONCCLAT (Conselho Católico Carismático Latino-americano), com o tema “Jesus, eis a nossa esperança”. Em sua mensagem, Kathia exortou os servos do Movimento a viverem e proclamarem a esperança em Cristo. A pregadora destacou que Jesus é o motivo do Jubileu da Esperança e reforçou o chamado aos servos da RCCBRASIL para levarem o batismo no Espírito Santo a todo os recantos do país.
De origem paraguaia e residente nos Estados Unidos, Kathia expressou sua alegria em estar no ENF, principalmente por ser esta sua primeira missão fora dos EUA como presidente do CONCCLAT. Ela ressaltou que, apesar da diferença
de idioma, o Espírito Santo a unia aos irmãos brasileiros. A pregadora começou sua reflexão proclamando: “Deus faça do Brasil uma terra que continue a inspirar ao Espírito Santo”, e lembrou que a esperança deve nascer do Divino Espírito para que a vontade de Deus seja vivida plenamente.
A esperança deve nascer do Divino Espírito para que a vontade de Deus seja vivida plenamente.
Dando continuidade à sua pregação, Kathia fez uma pergunta aos irmãos carismáticos presentes:
“Quem é sua esperança?”. Imediatamente ela mesma respondeu que Jesus é a razão da esperança cristã. Nesse sentido, a pregadora recordou as palavras do Papa Francisco na proclamação do Jubileu quando o Santo Padre afirmou que “a esperança não engana” e completou “porque o Espírito Santo está em cada um, Ele fez de cada um o seu templo”. Disse ainda que independentemente das circunstâncias, os carismáticos são chamados a viver na esperança. “A RCC precisa gritar ao mundo que há poder no Espírito Santo e que Ele traz vida e esperança”.
Para elucidar de maneira mais didática o tema de sua pregação, Kathia apresentou cinco pontos centrais.
1. A esperança está no poder do Espírito Santo
Refletindo sobre a passagem de Romanos capítulo 5, versículo 5 — “E a esperança não engana. Porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado” —, explicou que, como o batismo no Espírito é um pilar da espiritualidade da RCC, a esperança dos carismáticos deve brotar do Espírito. “O Espírito Santo está em você. A cada batida do seu coração, há vida, há esperança, porque há o Espírito Santo. E a esperança não engana.” Ela acrescentou que, se o Espírito Santo vive em nós, isso deve ser percebido pelas pessoas ao nosso redor, pois Ele nos transforma para que possamos transformar nossa comunidade.
2. Esperança em meio aos sofrimentos
O segundo ponto foi sobre ter esperança, mesmo em meio aos sofrimentos. Kathia lembrou que todos enfrentamos dificuldades, mas que, mesmo assim, é essencial proclamar que Jesus é o Senhor. “Você precisa ser uma presença de esperança. Existem pessoas que precisam de você, e, mesmo em meio à tristeza, seu sorriso pode levar esperança”, afirmou.
3. Jesus como esperança para a cura
Sobre esse aspecto, a presidente do CONCCLAT explicou que a esperança não está apenas na cura física, mas no que Deus realiza através dela. Ressaltou que Jesus transforma o sofrimento em esperança, assim como fez da cruz um sinal de vitória. Nesse momento Kathia relatou um testemunho sobre um
episódio de sua vida em que, coordenando os jovens em seu país, sentiu-se tão cansada que pensou em desistir. A pregadora usou a expressão “queria jogar a toalha”. Quando compartilhou isso com seu diretor espiritual, ouviu dele: “Você pode jogar a toalha, mas depois a pegue de volta, enxugue as lágrimas e continue, pois a graça de Deus te sustentará”.
4. A esperança está na unidade
O quarto ponto trouxe a reflexão de que “nossa esperança está na nossa unidade”. A partir da Primeira Carta aos Coríntios, capítulo 12, versículos 12 e 13, Kathia explicou que “todos somos parte de um único corpo. Embora diferentes, fazemos parte da mesma Corrente de Graça, somos filhos do mesmo Deus e, portanto, irmãos”. Assim, enfatizou que não há mais espaço para divisões na RCC e disse que “é tempo de unidade para lutar contra um mundo que destrói vidas, famílias e vocações”.
5. A esperança nos conduz à missão
No quinto ponto, Kathia destacou que a esperança conduz à missão de anunciar a alegria do Evangelho. Falou sobre a necessidade de conhecer os irmãos e compartilhar a esperança com eles, lembrando que “a esperança não apenas se vive, mas também se compartilha”. Convidou os participantes a evangelizarem a próxima pessoa que encontrassem fora do evento, recordando-a de que em Jesus existe esperança, pois o Senhor transforma aqueles que participam do ENF para que sejam servos renovados e agentes de transformação em suas realidades.
Por fim, Kathia reforçou a urgência de alcançar aqueles que estão distantes da Igreja. Inspirada pela exortação apostólica Evangelii Gaudium, do Papa Francisco, ela questionou: “Quantos irmãos estão olhando pra nós e nós muitas vezes nem notamos?” E concluiu: “Se Jesus é a nossa esperança, precisamos ser discípulos missionários”.
Teatro: “Jesus, eis a nossa esperança”
Ao final da pregação, o Ministério de Música e Artes ministrou um teatro que reforçou a mensagem central: “Jesus, eis a nossa esperança”. Os atores representaram pessoas que colocavam sua esperança em bens materiais, ações pessoais ou em outras pessoas, o que as tornavam como se fossem cegas. Ao ouvirem o anúncio “Preparai o caminho”, elas se voltaram para Jesus e deixaram sua cegueira. O teatro terminou com uma motivação para que os presentes também preparassem o caminho do Senhor: “Precisamos de mais vozes para anunciar: “Jesus, eis a nossa esperança!”.
“A ESPERANÇA NÃO ENGANA, POIS O AMOR DE
DEUS FOI
DERRAMADO
EM NOSSOS CORAÇÕES PELO
ESPÍRITO SANTO
QUE NOS FOI
DADO”
Pregação no ENF reforça a centralidade do batismo no Espírito Santo e a necessidade de resgatar o louvor, a unidade e a oração para renovar a esperança e fortalecer os Grupos de Oração.
Asegunda pregação do Encontro Nacional de Formação de 2025 levou os participantes à uma reflexão sobre a pessoa do Espírito Santo e a resgatar o eixo central da identidade do Movimento Eclesial da Renovação Carismática Católica (RCC): o batismo no Espírito Santo. Sob o tema “A esperança não engana, pois o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado (Rm 5, 5)”, o pregador Jocimar Cruz, presidente do Conselho Estadual da RCC
de Mato Grosso, chamou atenção à necessidade da prática dos pilares fundamentais da identidade carismática e ao anúncio de vida e esperança.
Jocimar explicou que a palavra escolhida como base para a pregação era um convite para mergulharmos na oração e deixar Jesus transbordar o seu amor em nosso coração. “É tempo de darmos o devido lugar ao Espírito Santo, para que Ele venha fazer moradia em nosso coração e transformar nossas vidas para reviver esse amor em nós. Isso é
voltar à vida, renascer, adquirir um novo vigor pelo transbordamento do Espírito Santo”, disse o pregador.
Durante a pregação, Jocimar enfatizou a importância de uma experiência concreta com o Espírito Santo, destacando que essa vivência precisa estar presente em todos os momentos dos grupos de oração. Ele chamou os participantes a resgatarem os pilares fundamentais da RCC, como o louvor, a Palavra de Deus, a prática dos carismas e a vivência fraterna. “Precisamos dar ao Espírito Santo o devido lugar em
nossos corações, permitir que Ele faça morada e transforme nossas vidas”, afirmou o pregador.
Ao tomar como base a esperança, ele proclamou uma profecia que o Espírito inspirou naquele momento, derramando novo ânimo aos participantes do ENF: “Devolvo-vos hoje alegria de me servir, como no primeiro amor. Devolvo-vos a alegria e a esperança.” O Senhor convocava os servos abatidos a um retorno à intimidade com o Espírito Santo. “Sem Ele não conseguimos ter vigor, não conseguimos caminhar. Ele nos manterá acesos como uma tocha que não se apaga,” completou.
Convocando a família carismática ao louvor, Jocimar explicou a necessidade de palavras espontâneas de cada participante, antes de se iniciar a oração em línguas, evitando que esta se torne uma prática automática, sem uma verdadeira conexão com Deus. “Isso é um sinal claro de falta de identidade com Deus, gerada pela falta da oração pessoal. Muitas pessoas têm dificuldades para louvar, não têm o que falar com o Senhor e já começam a orar em línguas, de forma automática, não necessariamente por um mover do Espírito Santo. Onde acontece o batismo no Espírito Santo, acontece também mudança de vida e o derramamento dos carismas”, alertou.
Ele lembrou que a Palavra afirma que “o amor de Deus já foi derramado em nossos corações por meio do Espírito Santo”, assim, cabe a cada um se abrir ao novo por meio destes pilares da identidade. “Quando retiramos estas bases dos nossos Grupos de Oração e acrescentamos outras coisas supérfluas que não tem relação com nossa
identidade, nossos Grupos de Oração vão se enfraquecendo, corre risco até de acabar. Isso tem acontecido em muitas realidades. Por outro lado, se o coordenador do grupo prioriza estes fundamentos, o grupo vai se fortalecendo,” apontou.
Precisamos dar
ao Espírito Santo o devido lugar em nossos corações, permitir que Ele faça morada e transforme nossas vidas
O pregador também abordou a responsabilidade dos coordenadores e núcleos de serviço dentro da RCCBRASIL. Segundo ele, para que um Grupo de Oração seja verdadeiramente cheio do Espírito Santo, essa vivência precisa começar na liderança. “Os coordenadores devem viver primeiro aquilo que pregam para, então, conduzir os membros a essa experiência”, destacou. Ele chamou a atenção para o risco de desviar-se da identidade carismática, substituindo os pilares da RCCBRASIL por elementos que não fazem parte do seu carisma. “Se os Grupos de Oração perderem esses fundamentos, eles enfraquecem e correm o risco de desaparecer”, alertou.
A pregação de Jocimar Cruz provocou entre os participantes um despertar para uma nova postura frente à vivência do batismo no Espírito Santo. Segundo testemunhos colhidos ao final da pregação, muitas pessoas sentiram um renovo espiritual e um chamado à fideli-
dade à identidade carismática. “O que mais me chamou a atenção nesta pregação foi a necessidade de permanecermos na graça. Deus quer sempre realizar, a parte Dele está pronta, já foi dada, cabe a nós nos abrirmos a viver nossa identidade que é o batismo no Espírito Santo. Só assim seremos chamas para incendiar os nossos grupos de orações e o mundo”, declarou Kátia Maria David Braz, de Arapongas (PR), da diocese de Apucarana.
Débora Ferreira, de Coluna (MG), da diocese de Guanhães, ressaltou a importância do louvor como chave para o derramamento do Espírito Santo. “A importância do louvor a Deus para nos abrirmos ao derramar o Espírito Santo. A mensagem de hoje é não deixar de louvar a Deus, de realizar momentos de louvor e a levar as pessoas a agradecerem a Deus”, testemunhou.
Já Rodrigo Belini, de Dois Vizinhos (PR), da diocese de Palmas-Francisco Beltrão, afirmou que a pregação despertou nele um novo ardor missionário: “A pregação me despertou para sairmos mais em missão ao assumirmos nossa identidade. Não termos vergonha de evangelizar, não sermos omissos nesse sentido”.
Diante da mensagem ministrada, ficou evidente a necessidade de um retorno às origens da Renovação Carismática Católica, resgatando a essência do batismo no Espírito Santo e fortalecendo os grupos de oração. O momento final da pregação foi marcado por um intenso clamor ao Espírito Santo, em que os participantes foram conduzidos a uma profunda experiência carismática.
“TOMADO DE ESPERANÇA, ‘FAR-ME-EI SANTO, SÊ-LO-EI
DEPRESSA’”
Beatriz Vargas reforça a importância da esperança e da vivência diária da fé em um chamado à santidade no ENF
Inspirada pelas palavras de Santa Terezinha, em seu poema “A sagrada face” e no Salmo 118, Maria Beatriz Vargas, Membro Convidada do Conselho Nacional da RCCBRASIL, foi responsável pela terceira pregação, com o tema “Tomado de esperança, ‘far-me-ei santo, sê-lo ei depressa’”. O momento foi um verdadeiro chamado à vivência da santidade, guiados pela Palavra de Deus, com uma forte mensagem de encorajamento aos carismáticos para lutar todos os dias por uma vida no Espírito.
Ao iniciar, Beatriz compartilhou uma inspiração da sua oração
pessoal pelo momento da pregação, com palavras de Jesus à religiosa e mística italiana, Santa Verônica Giuliane: “Eu esperei por teu nascimento desde toda a eternidade.” Foi uma palavra para chegar ao coração das pessoas e lembrar o quanto Deus esperou pela vida e pelos frutos de cada um. “Precisamos ser um sacramento de esperança e fé para o mundo”, introduziu Beatriz.
Ela seguiu explicando como o sentido do que é o sacramento na Igreja faz com que cada pessoa seja um sinal visível do invisível no mundo. Destacou que como filhos de Deus, os cristãos precisam ser
mais que presença física no mundo, mas uma realidade espiritual. Esta presença no mundo deve marcar uma realidade muito maior a si mesmos.
Ao aprofundar sobre a esperança, Beatriz retomou as palavras do Papa Bento XVI na Carta Encíclica Spe Salvi, lembrando que os cristãos esperam porque sabem que sua vida tem um propósito, um sentido e não acaba no vazio. ‘É na esperança que fomos salvos’ (Rm 8,24). “A redenção, a salvação, segundo a fé cristã, não é um simples dado de fato. A redenção nos é oferecida no sentido que nos foi dada a esperança, uma esperança
fidedigna, graças à qual podemos enfrentar o nosso tempo. O presente, ainda que custoso, pode ser vivido e aceito, se levar a uma meta e se pudermos estar seguros desta meta, se esta meta for tão grande que justifique a canseira do caminho”, lembrou a pregadora, ao ler o primeiro parágrafo do documento, completando com o trecho de Apocalipse que lembra que “Deus enxugará toda lágrima de seus olhos” (Ap 21, 4).
Por esse motivo, reforçou o ponto central da sua pregação dizendo que vale esperar em Deus e lutar pela santidade pessoal para uma consolação definitiva. “A fé fundamenta a esperança e cria realidades em nossa vida. O invisível pode se tornar visível, pois ‘Deus pode fazer infinitamente mais do que tudo que esperamos ou entendemos’, ‘coisas que os olhos não viram e os ouvidos na ouviram’,” destacou em referência às passagens da carta aos Efésios 3, 20 e primeira carta aos Coríntios 2, 9.
Beatriz também mostrou um importante aspecto da espera em Deus como caminho para a santificação pessoal e diante das dificuldades, como traz o Salmo 36,3: “espera no Senhor e faz o bem”. “Durante essa espera, precisamos aproveitar cada oportunidade de fazer o bem. Em tempos de tribulação, podemos sair com sequelas como mágoas ou ressentimento. Fazer o bem e lutar pela santidade protege de feridas na alma, nos deixa inteiro por dentro”, apontou.
Como caminho para a vivência de uma vida santa, a pregadora fez uma proposta de leitura do trecho da carta de são Paulo aos Gálatas, que descreve as obras da carne e
os frutos do Espírito Santo (Gal 5, 16-26). “Podemos começar lendo cada obra da carne e rezar pedindo a vitória sobre elas. Em seguida, podemos ir colocando em prática os frutos do Espírito. Assim, vamos plantar a semente para que o fruto cresça”, disse.
Fazer o bem e lutar
pela santidade protege de feridas na alma, nos deixa inteiro por dentro
Para finalizar, Beatriz afirmou que sem oração pessoal não se consegue viver a santidade. “Temos hoje uma crise de oração pessoal, muitos estão terceirizando a oração ao rezar somente quando outros conduzem a oração ou rezando somente on-line. Não estou dizendo que estas iniciativas não são boas, mas que não são suficientes. Precisamos ter os momentos que nos colocamos sozinhos diante de Deus e deixar que Ele mostre o que precisa ser mudado em nossas vidas para sermos testemunhas, sermos santos”.
Após a ministração no palco do ENF, Beatriz falou sobre o propósito de sua pregação e definiu o objetivo de falar aos corações das pessoas, chamando à santidade, que é um desejo de Deus para todos. “Existe uma sede de santidade colocada dentro da nossa alma pelo próprio Deus. Quando respondemos a esse chamado, começamos a participar das bem-aventuranças de Deus. Vi que as pessoas acolheram bem, puder ver que
muitos estavam dizendo dentro de si que querem ser santos”.
Ela também chamou atenção à necessidade de que os temas relacionados a santidade de vida sejam pregados mais constantemente. “Em muitas realidades, nós deixamos de pregar a Palavra e ficamos muito na superficialidade. Quando fizemos a escuta profética em Belém, antes do Jubileu de Ouro na Terra Santa, em 2013, o Senhor falou para nós que ‘estamos entretendo as pessoas nos Grupos de Oração, elas fingem que foram batizadas no Espírito Santo e nós fingimos que elas estão sendo batizadas’. É preciso pregar a Palavra com sua consistência, Jesus Cristo e a cruz”, direcionou.
Em seu primeiro ENF, Ellen Santos Serconek, da diocese de São José dos Pinhais (PR), contou que sentiu o transbordar do Espírito Santo. “Estou me sentido em um pedacinho do céu aqui. Me marcou muito que não podemos perder a esperança e acreditar que o Senhor nos ama. Como serva, sinto a responsabilidade de levar o amor de Jesus, esperança e fé para os irmãos,” contou.
Já Thainá Anegue, secretária-geral da RCC no estado do Rio de Janeiro, participava do seu décimo ENF e destacou como Beatriz conseguiu trazer uma mensagem com simplicidade, de forma clara e próxima da realidade. “A santidade não está longe de nós, não é distante, é uma realidade diária, na simplicidade o Espírito Santo fala conosco o tempo todo. Para vivermos o tema deste ano, viver a esperança no agora, é preciso ter sensibilidade e assim perceber que a ação do Espírito é diária”.
“PELA VIRTUDE DO ESPÍRITO SANTO TRANSBORDEIS DE ESPERANÇA”
Vinícius Simões destacou o Jubileu da Esperança, a palavra norteadora e o verbo anunciar, como eixos para a RCCBRASIL em 2025
Na manhã de sábado (25), durante a quarta pregação do ENF, Vinícius Simões, Presidente do Conselho Nacional da RCCBRASIL, refletiu sobre o tema “Pela virtude do Espírito Santo transbordeis de esperança (a esperança anunciada)”. Ele apresentou três vetores que irão nortear a RCC em 2025: o Jubileu da Esperança, a palavra norteadora e o verbo anunciar, conduzindo os participantes a uma profunda meditação sobre cada um desses aspectos.
No primeiro vetor, Vinícius iniciou abordando o Jubileu da Espe-
rança, explicando sua origem nas Escrituras e na tradição da Igreja. Citando Levítico 25,10 – “Santificareis o quinquagésimo ano. Será o vosso jubileu” – destacou que a celebração jubilar tem raízes bíblicas e foi ampliada na Idade Média, quando a Igreja passou a proclamá-lo a cada 25 anos para que mais fiéis pudessem vivenciar a graça desse tempo especial. Ele afirmou: “O jubileu é mais que um marco histórico, é um marco profético! Jesus se fez porta, no meio da história e do mundo e nos abriu o acesso ao céu.”
O pregador destacou que o Ano Jubilar é um convite para o retorno
ao primeiro amor e reforçou o chamado de Beatriz Vargas na pregação anterior, para que os fiéis voltassem à disciplina da oração individual, reacendendo o enamoramento por Jesus. Além disso, descreveu o Jubileu como um tempo de santificação pessoal, incentivando os participantes a realizarem uma autoanálise e a praticarem a penitência para entrar pela porta da Igreja Jubilar e receber a indulgência plenária.
Outra característica do Ano Santo destacada por Vinícius foi o perdão das dívidas, conforme a tradição jubilar. Ele afirmou: “O Jubileu é um tempo de reconciliação, de
perdoar e pedir perdão, seguindo o que Cristo ensinou.” Também o definiu como um tempo de libertação: “Um ano de libertação de vícios, pecados, divisão, e um ano para aprimorar o firme propósito de buscar uma vida de batizado no Espírito.” Ao concluir, exortou os participantes: “Vivam intensamente o Ano Santo. Sejam aqueles que transbordam esperança aos irmãos, em suas dioceses e grupos de oração”.
O segundo vetor apresentado foi a palavra norteadora para 2025, retirada de Romanos, capítulo 15, versículo 13b: “Pela virtude do Espírito Santo transbordeis de esperança”. Vinícius refletiu sobre como a esperança, muitas vezes, é mal compreendida ou reduzida a um desejo incerto. Ele exemplificou: “Usamos esperança na situação de um parente enfermo, onde você diz ‘tenho esperança que ele fique bom’, mas no fundo está com medo de ele falecer.” Citando o Papa Francisco, lembrou que a esperança não é uma palavra vã, nem um vago desejo de que tudo vá bem, mas uma certeza, porque se assenta na fidelidade de Deus às suas promessas.
Vinícius trouxe a parábola das virgens prudentes, em Mateus 25, para ilustrar a esperança ativa e vigilante. “Elas deixaram as lamparinas cheias, porque esperavam na certeza de que o noivo iria chegar. Precisamos voltar do ENF com as lamparinas bem cheias do óleo da esperança”. Ele também explicou que a esperança nos leva a acreditar no melhor que está por vir, mesmo em meio às dificuldades. “Apesar do balanço da barca, Jesus continua na nossa vida. E
às vezes, na nossa oração, precisamos fazer como os discípulos: ‘Mestre, não importa que pereçamos?’ e manter os olhos fixos em Jesus”.
Ao compartilhar experiências difíceis que costuma ouvir ao andar pelo Brasil, Vinícius ressaltou: “Ou acreditamos que Jesus está no meio de nós, ou então perdemos o sentido da nossa fé, o sentido da nossa esperança”. Ele afirmou que a esperança é uma virtude que traz alegria permanente, mesmo nas tribulações, e completou: “Jesus não é uma alegria que passa na segunda”. Citando o Catecismo da Igreja Católica, parágrafo 1818, reforçou que a esperança “nos protege, dá alento, dilata o nosso coração na esperança de estar no céu. A esperança é uma arma que ajuda a viver no caminho da virtude”.
A esperança não é uma palavra vã, nem um vago desejo de que tudo vá bem, mas uma certeza, porque se assenta na fidelidade de Deus às suas promessas
Vinícius destacou que a palavra norteadora evidencia que é pela competência do Espírito Santo que transbordamos de esperança. Ele alertou: “É preciso que o Espírito Santo tenha espaço para agir. Mais do que ter muito do Espírito, é preciso que Ele nos tenha muito”. Finalizou refletindo sobre formas de fortalecer a esperança, como dar mais espaço ao Espírito Santo, nutrir uma vida de amizade e intimidade com
Deus, meditar nas Escrituras e enxergar as aflições como oportunidades para a ação poderosa de Deus.
Por fim, Vinícius apresentou o terceiro vetor, o verbo “anunciar”, inspirado no Livro de Jonas, conforme os anos anteriores - em 2023, “levantar” e em 2024, “ir”. Ele conectou o significado de transbordar com a missão de evangelizar: “Quem anuncia, extravasa. Quando estou com o coração cheio de esperança, eu transbordo em forma de anúncio”.
O pregador elencou ainda três prismas para o anúncio: o testemunho, reforçando a importância de líderes que buscam viver a santidade e arrastar pelo exemplo; o anúncio verbal e pessoal, citando o Seminário de Vida no Espírito Santo, a Experiência de Oração, evangelização juvenil, o investimento em expressões artísticas, ondas de evangelização porta a porta, entre outras iniciativas querigmáticas promovidas pelo Brasil; e o anúncio pelas obras, exemplificados por projetos como o Abraço do Pai e obras de acolhimento a idosos, crianças e adictos.
A pregação impactou profundamente os participantes, como Tarine Almeida, da diocese de Ipameri (GO), que partilhou: “Precisamos viver esse despertar da esperança, que precisa estar viva em nosso coração de carismáticos no Grupo de Oração, para levar os irmãos ao encontro com Jesus”. Israel Santos, coordenador diocesano da RCC em Santo André (SP), também destacou: “Precisamos começar não deixando que a chama se apague em nossos grupos de oração”.
Nossa Senhora, a virgem Maria, está sempre presente na história da redenção por Jesus e segue junto aos apóstolos, de Pentecostes aos dias de hoje. Os grupos de oração seguem testemunhando esta presença com marcantes momentos marianos nas reuniões de oração e demais momentos de anúncio do Evangelho. Foi sobre essa presença simples, profunda e em sintonia com a realidade das pessoas, que Dom José Aparecido, bispo diocesano de Itumbiara (GO) e assessor eclesiástico da RCCBRASIL, mostrou que Maria está sempre presente no caminho dos filhos de Deus ao encorajar, animar e colocar de pé nos momentos mais importantes, sempre apontando para Jesus.
Dom José lembrou que Nossa Senhora chegou ao Brasil junto às
“NÃO ESTOU EU AQUI QUE SOU A TUA MÃE?”
Dom José Aparecido ressalta a presença constante de Maria na história da salvação e sua proximidade com o povo de Deus
caravelas portuguesas há mais de 500 anos, com a imagem de Nossa Senhora da Esperança. O bispo lembrou a aparição em Guadalupe, fazendo memória das palavras que inspiraram também o tema da pregação: “não estou eu aqui que sou a tua mãe? Um olhar para Maria Santíssima, testemunha mais elevada da esperança”.
Ele tomou como base a narrativa das aparições da Santíssima Virgem ao indígena Juan Diego, no século 16, no México. “Maria apareceu a ele chamando como menor de seus filhos. Ela se fez simples como aquele indígena, falou como ele entendia, mostrando que não precisamos complicar as escrituras. Como toda manifestação mariana, ela pede uma autenticação da Igreja e pede a ele que
vá ao bispo e exponha seu desejo da construção de uma capela em seu nome, no local da aparição. Na primeira vez ele não é recebido, mas Maria queria que aquele pequeno homem fosse ao bispo como enviado da Mãe de Deus. Ele retorna e o bispo pede uma prova. Na terceira aparição, a Mãe pede que Juan Diego colha rosas e leve em seu manto como sinal da sua manifestação. Ao chegar diante do bispo, ao desenrolar o manto e cair as rosas, aparece milagrosamente a imagem de Maria impressa nele.”
Após narrar sobre essa forte manifestação da presença de Maria ao lado do povo sofredor, o bispo mostrou pela Palavra de Deus diversos momentos que expressam a presença da Mãe com sua docilidade, zelo e maternidade
divina. Citou o momento da aparição do anjo Gabriel, quando anunciou que ela seria a mãe do salvador, o nascimento de Jesus, como mãe zelosa e amorosa. Também destacou as bodas de Caná, quando Jesus iniciava a vida pública e sua intervenção para o primeiro milagre, quando ela acompanhou a via sacra, quando o Senhor foi descido morto da cruz, na Ascensão, no cenáculo em Pentecostes, na missão dos primeiros apóstolos e nas perseguições à Igreja. “Ela estava lá, significa que ela estava em pé, sempre pronta, como em sua maternidade de vida. Ela estava na vida da Igreja como rainha dos mártires, ela está sempre aqui perto de nós. A Virgem elevada aos céus não nos abandona aqui na terra, ela está aqui no seio e no coração da Igreja. Ela nos acompanha como consolo da Igreja Militante e esplendor da Igreja Triunfante, consolo e esperança para o povo ainda a caminho,” destacou.
Maria foi colocada por Deus como fonte de coragem e esperança, para não desistirmos e vencermos os medos. “A Virgem Maria nos dá esta força, a Mãe da Igreja está aqui conosco, como Mãe do Silêncio está em nossa oração. Maria está presente nos lugares mais distantes para missão, chega antes da voz do missionário,” pregou o bispo.
Dom José Aparecido concluiu com a oração “Sub tuum praesidium” (À vossa proteção), que é a mais antiga oração a Nossa Senhora que se conhece, que remonta ao século III: “À vossa proteção re-
corremos Santa Mãe de Deus. Não desprezeis as nossas súplicas em nossas necessidades, mas livrai-nos sempre de todos os perigos, ó Virgem gloriosa e bendita!”.
A Virgem elevada aos céus não nos abandona
aqui na terra, ela está aqui no seio e no coração da Igreja
A equipe da revista RENOVAÇÃO falou com Dom José após a pregação e ele acrescentou outros importantes aspectos sobre a presença de Maria na evangelização dos tempos atuais. “Sem Maria Santíssima não conseguimos fazer muita coisa em nossa evangelização. É importante anunciar o evangelho por inteiro, que compreende Jesus, filho do eterno Pai e filho de Maria, preparada por Deus para conceber pelo Espírito Santo como morada para nos dar salvação. A carne e o sangue que Jesus ofereceu na cruz em sua humanidade, ele recebeu de Maria. Então é impossível falar do mistério da salvação sem falar de Maria. É preciso evangelizar, colocando Jesus no centro da Boa Nova. Maria está sempre em pé perto Dele, mas Ele é o centro. Maria está sempre perto do povo de Deus como os membros do corpo de Cristo. A figura materna da Virgem Maria nos ajuda a evitar o risco do racionalismo, de outros ‘ismos’ ideológicos e nos faz entender como se acolhe a Palavra de Deus. É caminho de ora-
ção para nós,” descreveu.
Em referência ao diálogo de Maria com Juan Diego em Guadalupe, quando levou paz a ele ao dizer “não se perturbe o seu coração, o que te perturba agora não é nada”, Dom José falou sobre como Maria pode ser sinal de esperança para uma sociedade onde a pressa, ansiedade e os medos têm muitas vezes provocado o distanciamento das pessoas de Deus. “Se os evangelizadores da Igreja souberem dizer com as mesmas palavras e com o mesmo encanto e graça o que disse a Virgem Maria, essa evangelização funciona. É importante entender o que levou nossa Mãe a assumir feições humanas do povo originário mexicano, basta olhar para ela. Precisamos imitar essa linguagem imediata e acessível dela na evangelização,” finalizou.
As palavras do assessor eclesiástico da RCCBRASIL frutificaram nos participantes do ENF 2025, como conta Silvério Silva, da arquidiocese de Curitiba (PR), que participa do ENF há vinte anos. “Esta pregação me encheu de alegria e de esperança, senti meu coração junto a Nossa Senhora. Ela está mesmo sempre conosco. Este momento reforçou meu sonho de visitar o Santuário de Guadalupe”, revelou.
A presença da Mãe também tocou fortemente Priscila Meireles, da diocese de Luziânia (GO). “O que mais me marcou foi quando ele disse que a nossa Mãe já está aqui, que ela falou para o índio que estaria com ele e ela está conosco em todas as situações,” destacou.
“SEGURAMOS ESTA ESPERANÇA QUAL ÂNCORA DE NOSSA ALMA”
Klaus Newman reforça que a esperança deve ser a âncora da vida cristã, sustentando-nos diante das tempestades e conduzindo-nos ao céu.
Na última pregação do ENF 2025, realizada na manhã de domingo (26), Klaus Newman, assessor de projetos da RCCBRASIL, refletiu sobre o tema “Seguramos esta esperança qual âncora de nossa alma”. Ele iniciou recordando os momentos vividos ao longo do encontro, destacando o caminho percorrido junto ao Senhor e a proximidade do retorno para casa.
Klaus lembrou que, diante das dificuldades da vida, muitos sentem vontade de “montar tendas” e permanecer no ENF, mas enfatizou que a esperança precisa nos acompanhar no dia a dia, permitindo que sejamos sinais vivos dela para os outros. O pregador afirmou que o Senhor levou cada um ao encontro, para reavivar a es-
perança em seus corações.
Utilizando a passagem de Hebreus capítulo 6, versículos de 13 a 20, Klaus explicou como Deus, que não precisava prometer nada, quis fazê-lo, trazendo esperança, pois, como diz a Palavra, “Deus não é homem para mentir”. Ele ressaltou que essa promessa se cumpriu plenamente em Jesus, que alcançou a salvação para todos ao morrer na cruz. Ao refletir sobre a palavra esperança, explicou que se trata de uma expectativa certa de algo vindouro e concluiu: “Nossa esperança vai além, nossa esperança não está nesta terra. Nossa meta é o céu”. Ele citou a bula da proclamação do Jubileu, Spes non confundit, do Papa Francisco, para reforçar a mensagem.
Com uma âncora presente no local, Klaus analisou sua composição e destacou o símbolo da cruz embutido nela, algo que levou os cristãos das catacumbas a utilizá-la para se identificarem. Ele afirmou que a âncora representa onde estamos firmados. “A âncora do cristão é a cruz do Senhor, porque ela nos ancorou no céu”. Em seguida, amarrou uma corda a uma cruz para simbolizar a ligação entre os fiéis e Deus. “O Senhor já nos ligou ao céu. Estamos amarrados, não como escravos, mas porque temos um lugar para ir”. Klaus advertiu que, ao longo da vida, mesmo enfrentando ondas fortes, não podemos soltar essa corda que nos une à cruz de Cristo. “Temos que segurar firme, pois, apesar das tempestades, poderemos chegar ao céu.
Quando elas vêm, é a âncora que firma o barco e o impede de ser lançado de um lado para outro”.
O pregador convidou os presentes a refletirem sobre os momentos difíceis da vida: “Se largarmos a âncora, a tempestade nos envolverá. Se Jesus está no nosso barco, ele não afunda. Podemos confiar nEle”. Klaus compartilhou um testemunho pessoal, relatando a conversa com um irmão que enfrentava grandes problemas. Apesar das dificuldades, esse irmão disse: “Nada disso se compara ao que o Senhor passou na cruz”. Segundo Klaus, foi o próprio irmão, em meio ao sofrimento, quem evangelizou ao demonstrar firmeza na esperança.
O pregador também trouxe a história de São Policarpo como exemplo de fidelidade e esperança. Levado ao martírio, o santo foi pressionado a negar Cristo para salvar a própria vida, mas respondeu: “Há oitenta e seis anos sirvo a Cristo e nenhum mal tenho recebido dele. Como poderei rejeitar Aquele a quem prestei culto e reconheço como meu Salvador?” Klaus destacou que, assim como Policarpo, o cristão não abandona o barco em nenhum momento, mas segurar firme na âncora.
Outro exemplo apresentado foi o testemunho do Cardeal Van Thuan, que enfrentou 13 anos de prisão mantendo a esperança como sua força. Klaus trouxe cinco exemplos para sobreviver às tempestades, baseados na vida do cardeal.
O primeiro exemplo é a oração
fecunda, indispensável para alcançar o céu. Van Thuan, que enfrentava dificuldades para rezar durante a prisão, recordava a história do Zé, um senhor que, todos os dias, entrava na igreja e dizia: “Oi Jesus, eu sou o Zé”. Quando Zé adoeceu e estava no hospital, era Jesus quem o visitava, dizendo: “Oi Zé, eu sou Jesus”. Inspirado por essa simplicidade, o cardeal rezava: “Jesus, eis-me aqui, sou Francisco”. Klaus reforçou que é essencial cultivar o desejo de orar, mesmo em meio às dificuldades, e encorajou a prática da oração em línguas como uma forma de fortalecer-se na fraqueza.
Esse ponto marcou Denise Aparecida, da diocese de Sete Lagoas (MG): “Ficou muito forte para mim que precisamos manter nossa vida de oração para viver essa esperança. Nosso foco precisa ser Jesus e não olhar para o lado. Para mim, essa pregação foi uma resposta para muitas coisas que estou vivendo”.
Continuando, Klaus destacou como segundo exemplo nutrir-se da Palavra de Deus e de tudo aquilo que santifica. Van Thuan, durante seu cativeiro, pedia frequentemente que lhe enviassem remédios para o estômago. O frasco, identificado como medicamento, continha na verdade vinho, com o qual ele celebrava a missa em suas próprias mãos, alimentando sua alma mesmo em meio à adversidade.
O terceiro exemplo é abrir-se docilmente à ação do Espírito Santo. Klaus relatou que, mesmo na prisão, o cardeal foi capaz de
converter os guardas que o vigiavam, muitas vezes cantando o Veni Creator. Enfatizou que, sem essa abertura ao Espírito Santo, seria impossível resistir às tempestades da vida.
Outro ponto trazido pelo pregador é a relevância da vida comunitária. Klaus afirmou que o barco só pode se ancorar em um lugar seguro e que esse refúgio, para o carismático, é o Grupo de Oração. Ele explicou que, permanecendo unidos à comunidade de fé, será possível segurar firme a corda que nos mantém conectados à âncora no céu.
Por fim, o último exemplo apresentado por Klaus é a certeza de que Cristo está conosco até o fim dos dias. “Ele é o lugar onde estamos verdadeiramente ancorados”, afirmou, citando a encíclica Spe Salvi, que diz: “Quando já ninguém me escuta, Deus ainda me ouve. Quando já não posso falar com ninguém, nem invocar mais ninguém, a Deus sempre posso falar”. Klaus reiterou que Van Thuan, mesmo em sua prisão solitária, manteve viva essa esperança inabalável em Deus.
Concluindo a pregação, Klaus disse que a resistência não vem das próprias forças, mas de segurar firme na âncora da esperança. Ele destacou que, ao longo da jornada, precisamos levar outros conosco rumo ao céu, testemunhando nossa fé. Para encerrar, convidou os presentes a cantarem juntos a música Viver e Morrer, que declara: “O coração ancorado no céu já está.”
CELEBRAÇÕES EUCARÍSTICAS NO ENF 2025
Santas Missas foram marcadas por exortações ao anúncio da Esperança
As celebrações eucarísticas são sempre o ápice de cada um dos dias do Encontro Nacional de Formação. Na quarta-feira, 25 de janeiro, a família carismática esteve aos pés de Nossa Senhora Aparecida, na Basílica Nacional, para o início das atividades do ENF 2025. Dom Ricardo Hoepers, bispo auxiliar de Brasília e secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, CNBB, presidiu a Santa Missa. Dom José Aparecido Gonçalves, bispo de Itumbiara (GO) e assessor eclesiástico da RCCBRASIL, e Dom Philip Dickimans, bispo de Miracema (TO), foram concelebrantes. As orações e leituras foram votivas ao Espírito Santo. Durante a homilia, Dom Ricardo afirmou com grande ânimo: “Somente o Espírito Santo garante a perseverança e a fidelidade ao Evangelho da vida. O anúncio é fruto do Espírito Santo. Anúncio de esperança de vida numa cultura de morte”.
De forma poética, mas com grande profecia em suas palavras, o bispo resumiu a importância do anúncio. “Anunciem a esperança aos pais e mães que têm filhos nas drogas e tenham coragem de dizer não ao vício. Anunciem a esperança ao idoso e tenham coragem de dizer não ao pecado da eutanásia. Anunciem a es-
perança ao nascituro e às mães grávidas e tenham coragem para dizer não ao aborto. Anunciem a esperança aos jovens e tenham a coragem de dizer não aos métodos anticonceptivos e às relações sem compromisso”. Concluindo a celebração, Dom Ricardo exortou os carismáticos presentes a viverem com profundidade o ENF do Anúncio: “vocês estão aqui não para si mesmos, mas para receber formação que vai libertar as pessoas do ódio, do divórcio, do vício, para levar a paz de Cristo”, concluiu.
Na quinta-feira, já no Centro de Eventos Padre Vitor Coelho de Almeida, a celebração eucarística foi presidida por Dom Edmilson Caetano, bispo diocesano de Guarulhos (SP). Em sua homilia, Dom Edmilson convocou a família carismática a viver com intensidade o Ano Santo Jubilar, como “peregrinos de esperança”. Citando o Evangelho do dia, onde multidões buscavam por Jesus, o bispo convidou à uma reflexão sobre o motivo de nosso seguimento, para que não seja uma busca por milagres ou curiosidade, mas uma oportunidade de transformação e encontro genuíno com Jesus Cristo. O bispo chamou atenção também à repreensão que o Senhor faz ao espírito mau que atormentava o
homem, como narrado no Evangelho. “Jesus não se deixa adular. Ele manda que o espírito mau se cale. O Senhor não quer ser reconhecido como um líder-herói, Ele é o servidor, aquele que se entrega por todos. A propaganda de satanás é glamourosa e prejudicial à missão de Jesus, que veio para se entregar por todos. Essa propaganda viraliza, mas não adianta nada”, disse.
Na sexta-feira, a Eucaristia foi presidida por Dom Pedro Brito Guimarães, arcebispo de Palmas (TO). Em sua homilia, Dom Pedro comparou a participação no ENF ao monte onde Cristo chamou os apóstolos. “Assim como Jesus subiu ao monte para chamar os discípulos, Ele nos chama hoje, para estarmos com Ele, sermos enviados em missão e cuidarmos da vida”, afirmou. O arcebispo fez um apelo à perseverança na vivência da nova aliança e no compromisso com a formação contínua: “Somente uma aliança fará com que nós nos amemos, nos entendamos e trabalhemos juntos. Cada um vive a sua vocação, seu ministério, seu serviço, mas nós somos unidos na mesma, na nova e eterna aliança.” Explicando o Evangelho, o arcebispo afirmou que Jesus chama para junto de si. Ele quer companheiros. Essa é a vocação do servo, estar constantemente aos pés do Senhor.
Dom Francisco Agamenilton Damascena, bispo de Rubiataba-Mozarlândia (GO), foi o presidente da Santa Missa do sábado, no ENF do Anúncio.
A liturgia foi a da Festa da Conversão de São Paulo e em sua homilia, Dom Francisco fez uma reflexão sobre a conversão pessoal, o papel da RCCBRASIL como uma “escola de santos” e a missão de anunciar a esperança. O bispo salientou que, mesmo estando em uma caminhada de fé, é necessário buscar uma “segunda conversão” e incentivou os participantes a se pergun-
tarem: “O que em mim ainda não foi realizado pela graça?”
Lembrando o ENF do Anúncio, o bispo citou o cardeal Frei Raniero Cantalamessa, que nossa esperança está na eternidade da qual Jesus é o fiador, por sua morte e ressurreição. “Por essa Eucaristia, Jesus nos alcance, já nos está alcançando, renovando nossas forças, como diz o profeta Isaías: ‘caminharão e não se cansarão, como águia, voarão’ - que o Senhor renove as nossas forças. Reascende em nós a esperança, para esperançar o mundo que sempre mais vai construindo seus deuses que não preenchem o coração. Que o Espírito Santo renove nossas forças para termos esperança e isso gere transbordamento, que é o anúncio aos que ainda não conhecem Jesus”, finalizou.
No último dia do ENF do Anúncio, a celebração da Santa Missa foi presidida por Dom José Aparecido Gonçalves, bispo de Itumbiara (GO) e assessor eclesiástico da RCCBRASIL. Dom José comparou a RCC a um diadema, engastado de pedras preciosas, que são os dons do Espírito Santo. “Eles enfeitam e dão beleza àquela mulher tão especial do Apocalipse, que é a Igreja, que representa também a Virgem Maria”, disse. O bispo lembrou a todos a missão que o Papa Francisco sempre aponta à RCC: compartilhar com todos o batismo do Espírito Santo, ser canal de ecumenismo espiritual e atender aos pobres.
“São os três sinais distintivos do amor que o Papa tem pela Renovação. Levem tudo o que foi vivido nesses dias como presente para a sua casa. Achei bonito que todas as pessoas que fizeram alguma coisa aqui recebiam uma lembrancinha. Singela, mas tocante. Você vai levar um presente para todo o pessoal que não pôde vir aqui. Leve um presente. Leve uma palavra boa. Leve uma palavra de Jesus. Leve Jesus. Leve a Virgem Maria”, concluiu.
WORKSHOPS: “PELA VIRTUDE DO ESPÍRITO SANTO
TRANSBORDEIS DE ESPERANÇA” (RM 15,13B)
Durante o Encontro Nacional de Formação de 2025, os serviços da RCCBRASIL se reuniram em torno do tema central do ano e promoveram dois dias intensos de direcionamentos, na quinta-feira (23/01) e na sexta-feira (24/01).
Como já é tradição, os workshops foram realizados em diversas tendas distribuídas pelo Santuário
Nacional, além de salas no Centro de Eventos Padre Vitor Coelho de Almeida. Essa estrutura proporcionou um ambiente confortável e adequado para as palestras formativas e momentos de partilha. As atividades foram conduzidas pelos ministérios, que ofereceram formações específicas, bem como espaços de convivência fraterna, testemunhos e oração.
Confira como foram os workshops no ENF 2025:
COORD. DE GRUPO DE ORAÇÃO
Entre as formações, houve uma reflexão sobre a essência dos grupos de oração, como locais de encontro com Deus e a comunidade. Na sexta-feira, as atividades foram na sede da RCCBRASIL, em Canas (SP). Vinícius Simões conduziu a formação com o tema “Passos fundamentais para entregarmos 10 talentos ao Senhor”. Na reflexão ele destacou que os dons precisam ser potencializados por meio de fidelidade e oração. “Os nossos dons não são nossos, são de Deus. Ele nos emprestou talentos. Precisamos potencializar esses dons (sejam eles naturais ou sobrenaturais). Não podemos ser tímidos. Não podemos empurrar nossa coordenação com a barriga. Precisamos nos colocar à disposição, dando o máximo de nós nesse tempo, pois Deus sabe das nossas potencialidades, já que foi Ele quem nos emprestou”.
COMUNICAÇÃO SOCIAL
O workshop iniciou com a formação sobre o tema proposto pelo Papa Francisco para o 59º Dia Mundial das Comunicações Sociais: “Partilhai com mansidão a esperança que está nos vossos corações” (cf. 1 Pd 3, 15-16). ministrada por Kathia Arango, presidente do CONCCLAT. Os comunicadores foram levados à reflexão sobre a singularidade de seu chamado, em obediência à vontade de Deus e abertura à graça da vocação de comunicar. O workshop contou com ensinamentos sobre planejamento estratégico do MCS no Grupo de Oração, além de esclarecimentos sobre Inteligência Artificial e simbologia da fé na missão do comunicador. Também foi realizada uma explanação da Apostila II do Ministério de Comunicação Social, material que visa aprofundar a formação dos comunicadores da RCCBRASIL.
COORDENADORES DIOCESANOS
Os temas abordados foram: “Servo vocacionado x servo voluntário”, “Critérios de eclesialidade à luz da Christifideles Laici nº 30”, além de orientações gerais para formar uma liderança comprometida com o Senhor, com a Igreja, com o Movimento Eclesial e com o povo de Deus, a partir da identidade da RCCBRASIL. Assim como no Workshop para Coordenadores de Grupos de Oração, na sexta-feira pela manhã, os presidentes diocesanos visitaram a Sede Nacional, onde receberam conteúdos diretamente da presidência nacional do Movimento e tiveram a oportunidade de conferir o andamento da pavimentação do nosso Centro de Eventos, além de conhecer a Capela Nossa Senhora de Pentecostes, inaugurada em setembro de 2024.
CRIANÇAS E ADOLESCENTES
Em sintonia com a Palavra Norteadora - “Pela Virtude do Espírito Santo, transbordeis de Esperança” – e com o ano Jubilar, as atividades foram marcadas por momentos de espiritualidade, direcionamento pastoral e capacitação para os servos do ministério. O workshop contou com quatro formações principais: 1 – “Orientações e direcionamentos ao MCA Brasil 2025”, que refletiu sobre os desafios e contribuições na evangelização da infância e adolescência nos pequenos cenáculos. 2 – “Somos portadores da chama da esperança”, sobre servir na maturidade do Espírito Santo com foco no papel do servo no MCA. 3 – “Reconhecendo minha identidade como servo chamado”, voltada para o entendimento do desenvolvimento cognitivo e emocional das crianças e adolescentes e 4 – “O Servo do MCA” que abordou as fases da vida e a influência dos temperamentos na evangelização.
FAMÍLIAS
Esse ano foi trabalhado com ênfase, um dos pilares de atuação do Ministério para as Famílias o “Aconselhamento para Casais”. Nesse sentido foram pregados temas como: “Família como esperança de transformação da igreja e do mundo” pregada pelo Padre Jucemar, prior Salvista. Outro tema ministrado foi a “Importância da Escuta Ativa”. “Aconselhamento na prática”, “O chamado a servir e as competências da missão”, “Os desafios dos tempos atuais”, “Os pilares Formação, Encontros, Consagração dos Lares” também foram contemplados em pregações.
As demais ministrações, animação, condução, oração, teatro, terços ao Espírito Santo, todos foram de responsabilidade de Casais da Equipe de Serviço Nacional e de casais coordenadores Estaduais e Diocesanos.
FÉ E POLÍTICA
O workshop foi pautado pelos princípios da Doutrina Social da Igreja: bem comum, subsidiariedade e solidariedade, família célula vital da sociedade e dignidade da vida humana. Foram repassadas as metas para 2025, para isso, foi motivada a Escola de Fé e Cidadania e a aplicação da nova apostila, o subsídio formativo do Ministério de Fé e Política da RCCBRASIL.
O Senhor inspirou também uma palavra profética, a partir do texto de II Crônicas 6, 38 e 39. A palavra convoca os servos a voltarem-se ao Senhor de todo coração e toda alma, e assim Ele também se voltará a nós. Foi considerada essa moção para a aplicação da formação em todas as instâncias, principalmente as diocesanas e estaduais, para que os ministros da Fé e Política sejam fiéis na formação e na expansão dessa missão. Também foram expostos os preparativos para o Encontro Nacional do Ministério, de 25 a 27 de julho.
FORMAÇÃO
O workshop trouxe uma reflexão sobre o Plano de Ação 2025, pautado em quatro áreas de atuação: Processo Formativo, Formação de Formadores, Formação de Coordenadores e Grupos de Perseverança. Duas moções proféticas foram partilhadas: o formador que cuida do seu povo, com paternidade espiritual, e não apenas como mestre, de acordo com I Coríntios 4, 15. Edson Tenório, coordenador estadual do MF do Rio Grande do Norte, comparou a formação na RCCBRASIL a uma pérola preciosa, fruto do trabalho coletivo. “Não podemos ser apenas técnicos; precisamos de corações cheios de amor para formar com eficácia.” A segunda moção colocada foi “Aprofundar as raízes”. O presidente do Conselho Nacional da RCCBRASIL, Vinícius Simões, fez uma analogia sobre raízes e a espiritualidade. Ele destacou que “uma raiz profunda gera frutos verdadeiros e dá vida ao mundo”.
INTERCESSÃO
A primeira moção aplicada no workshop de intercessão foi “O intercessor reconstruído na esperança”. Meire Santos, coordenadora nacional do Ministério, explicou que, como reparadores de brechas, os intercessores precisam passar pelo processo de reconstrução interior, para testemunhar com autoridade a bondade de Deus. Padre Eduardo José dos Santos, ministrou sobre “A alegria de ser um intercessor ungidos pelo Senhor”. O sacerdote ressaltou que neste ministério se testemunha o Senhor mudando sentenças e realidades. Outro tema foi “Convocados, instruídos e posicionados para o combate”, a partir do texto de Josué 6, o intercessor deve entender que seu ministério é para salvar almas e reconquistar lugares ocupados indevidamente pelo inimigo de Deus. Também foram trabalhados os temas de intercessão profética e a fidelidade em perseverar em oração até identificar a voz de Deus.
MINISTROS ORDENADOS
O Ministério para Ministros Ordenados promoveu um workshop voltado à renovação espiritual e ministerial. Entre as atividades, aconteceram momentos de oração conduzidos pela equipe nacional do Ministério e formações ministradas pelo padre Marcial Maçaneiro, scj, doutor em teologia pela Pontifícia Universidade Gregoriana e teólogo do Dicastério para a Unidade dos Cristãos no Vaticano. Durante a formação, Pe. Marcial aprofundou a compreensão sobre a catolicidade da Igreja e a graça do batismo no Espírito, destacando sua importância para a missão evangelizadora. A programação proporcionou aos participantes um ambiente de fortalecimento da fé e da vocação, reforçando o compromisso de levar homens e mulheres a uma autêntica experiência com Jesus Cristo.
ORAÇÃO POR CURA E LIBERTAÇÃO
O Workshop do Ministério de Oração por Cura e Libertação trouxe como um dos temas “Anunciando o Ano da Graça e da Esperança”, através da Palavra de Isaias 61, 1 - ministrada por Telma Jaques, coordenadora nacional do ministério. Foram abordadas as áreas de atuação do ministro e como anunciar a esperança em 2025. Luciana Neves, secretária-geral do Conselho Nacional da RCCBRASIL, trouxe o tema: “Nossa Senhora, uma grande aliada nos momentos de libertação”, trabalhando a importância da presença e do nome da Virgem Maria, em um momento de cura e libertação. Dom José Aparecido, assessor eclesiástico da RCCBRASIL, trouxe o tema: “O papel do leigo no exorcismo e na oração por libertação”, explicando o que é um exorcismo menor e um maior e quais as funções que o leigo pode exercer para a libertação de um irmão. Padre Mariano Rodrigo, sjs, formou com o tema “Caminho para a cura do homem total, no atendimento de oração, explicando as dimensões da cura na vida do ser humano.
MÚSICA E ARTES
O Padre Micael Moraes, salvista, trouxe uma cronologia do louvor nas Sagradas Escrituras, no Pentateuco, no Livro dos Salmos e na Carta aos Hebreus, explicando que louvar é mostrar apreço e engrandecer a Deus. Lucivan dos Santos, coordenador nacional do Ministério trouxe a moção inspirada em uma reunião do núcleo nacional, onde o Senhor mostrava um turíbulo, que não espalhava a fumaça do incenso. “O objeto sagrado, que é usado para adoração, precisa ter a chama, a brasa acesa. O Senhor está mostrando que nosso coração precisa estar em intimidade, para que nosso louvor possa fluir”, apontou o coordenador nacional do ministério. Luís Cláudio, assessor nacional das artes, enfatizou que a arte na RCCBRASIL é uma ferramenta de evangelização e esperança. “Quando os servos não assumem seus ministérios com seriedade, as pessoas deixam de ser evangelizadas. Nossa missão como músicos e artistas é servir, e não buscar destaque”.
PREGAÇÃO
O perfil do pregador e os perigos para seu ministério foram a tônica do workshop de Pregação. O professor Felipe Aquino foi o responsável por tratar do tema “Ensinamentos do apóstolo Paulo aos pregadores” que destacou a pregação como sendo um chamado irrevogável de Deus. Ele encorajou os pregadores a basearem sua missão na Palavra de Deus, na Doutrina da Igreja e no amor pelas almas, citando Santo Afonso de Ligório: “Se houvesse apenas uma alma no mundo, Jesus morreria por ela”. O workshop contou com formações de Vinicius Simões, do professor Elvis Rodrigues, do Padre Eduardo José e de Leandro Rabello. Em cada uma das considerações foi apontada a necessidade de fidelidade à escuta contínua da voz de Deus, de uma intimidade diária com a Palavra do Senhor e um emprego de responsabilidade às moções apresentadas pelo núcleo do Grupo de Oração.
PROFISSIONAIS DO REINO
O workshop trouxe uma reflexão sobre a liderança cristã com o tema “A liderança aos moldes de Jesus, nosso bom Pastor” (Sl 22). O ponto central da formação foram os desafios da missão de ser um profissional do Reino. Em um momento de escuta ao Senhor, a moção foi: “Eu sou o bom Pastor, dou a vida por minhas ovelhas”. No ENF foi lançado o RCC Responde 22 - Profissionais do Reino, um material da RCCBRASIL que explica como evangelizar no vasto mundo do trabalho, a partir do batismo do Espírito. O material é composto por perguntas e respostas, sobre como viver a fé no ambiente de trabalho a partir dos pilares: ser sal e luz no ambiente de trabalho, viver a fé com autenticidade e inspiração, transformar a profissão em uma missão evangelizadora.
PROMOÇÃO HUMANA
O primeiro tema desenvolvido foi “Uma liderança bem formada gera servos comprometidos com a salvação das almas”. Foi abordado como fortalecer a fé e compromisso com Jesus, a necessidade de discernimentos verdadeiros, inserção dos participantes na comunidade eclesial. Luana Gabryelly, presidente do Conselho Estadual da RCC Ceará, falou sobre a missão dos agentes de promoção humana. Padre Micael de Moraes, sjs, trabalhou o princípio da subsidiariedade: a vida do irmão é também responsabilidade minha. Luciana Neves, secretária-geral da RCCBRASIL, abordou Efésios 4, 11-16 expondo o objetivo de todo ministério: que todos chegam à unidade da fé, do conhecimento do Filho de Deus e que se tornem pessoas maduras, alcançando a altura espiritual de Cristo. Rinaldo José, presidente do conselho estadual da RCC São Paulo, citou João 4, 16 expondo que a caridade cristã é sinal da nossa fé e da nossa esperança. Foram realizadas oficinas sobre acolhida, cadastro para plano de pastoreio, e como viver a caridade social no Grupo de Oração. Também foi feito um passo a passo de como montar o projeto Abraço do Pai, em cada realidade.
RELIGIOSAS
A programação do workshop contou com formações sobre a vocação consagrada e a vivência dos conselhos evangélicos. Dom José Aparecido, assessor eclesiástico da RCCBRASIL, abordou o tema “O importante testemunho das mulheres consagradas”, destacando a missão de serem transparência de Deus no mundo e guardiãs das virtudes cristãs. Na dimensão eucarística, Padre Micael de Moraes, sjs, refletiu sobre “A Eucaristia como sinal de renovação”. Padre Mariano Rodrigo dos Santos, sjs, aprofundou o tema “Maria, Mãe da Esperança e Confiança”. A unidade na diversidade dos carismas foi o foco da formação de Frater Lucas Timóteo, Diretor da Escola Nacional de Formação de Líderes e Missionários da RCCBRASIL, com o tema “Na diversidade de carismas, somos conduzidos no mesmo Espírito”. O workshop foi concluído com a partilha de Ir. Sandra Mara de Paula Bandeira, coordenadora nacional do Ministério, sobre a importância desse serviço como caminho de santidade. Com base no documento “A partir de Cristo” (n. 30), ela refletiu que a unidade da Igreja não é uniformidade, mas a integração orgânica das legítimas diversidades, onde cada carisma tem seu espaço no Corpo de Cristo.
TESOUREIROS, CONSELHO FISCAL E SEMEADORES
Este foi o primeiro workshop realizado em conjunto, um momento único de partilha e aprofundamento. Uma palavra se destacou: SANTIDADE. O Senhor chamou os servos nessas missões a um TESTE-
MUNHO eficaz do batismo no Espírito Santo, vivendo essa graça com autenticidade. Uma moção pautou o workshop: uma pessoa segurando uma sacola de provisão vazia, sem nada dentro, mas com uma alegria profunda no coração. Mesmo sem recursos materiais, havia uma certeza de provisão e confiança em Deus. Os trabalhos foram baseados em três pilares: 1. Retorno às Primeiras Obras (Ap 2,5). 2. Submissão à Vontade de Deus e 3. Unidade dos Serviços. Outro ponto essencial foi o papel do Conselho Fiscal como testemunho de coerência e retidão, evidenciando o rosto carismático daqueles chamados a administrar os tesouros confiados por Deus.
UNIVERSIDADES RENOVADAS
Um dos temas refletidos foi “Meu batismo no Espírito Santo é pra você”, seguido por uma dinâmica conduzida pela Aline Scharr, do núcleo nacional do Ministério Universidades Renovadas. Aline explicou sobre a gratuidade no servir e lembrou a importância de descobrir, valorizar e compartilhar os dons na comunidade, fortalecendo a missão de servir e transformar vidas. “Todos temos um dom e ele deve ser colocado a serviço. O dom é confirmado na comunidade”.
Também foram destaques as formações com o professor Felipe Aquino e com o Procurador, Dr. Leandro Reis, coordenador do Ministério de Fé e Política de Minas Gerais. Aquino abordou sobre a fé e a razão, apontando a importância de entender a universidade também como campo missionário e Dr. Leandro ministrou sobre o direito fundamental à liberdade de crença e a laicidade do estado. Também foram apresentados o histórico da Renovação Carismática Católica, a missão nas universidades e uma retrospectiva profética do ministério.
SEMINARISTAS
Pela primeira vez o workshop do ministério foi separado dos ministros ordenados, com a participação de 60 seminaristas, entre diocesanos e religiosos. A primeira ministração foi sobre a alegria no processo formativo, o Senhor exortou à luta contra a cultura de morte, que muitas vezes invade os seminários, levando a desistências, a doenças psíquicas e até a suicídios. A segunda formação foi voltada a dimensão humano afetiva, envolvendo o processo de maturidade que o vocacionado à vida sacerdotal é chamado a alcançar, a ministração foi do Padre Mariano Rodrigo da Silva, sjs, psicólogo e formador. Também foram trabalhados temas como o uso dos carismas na oração pessoal diária, conteúdo trazido por Beatriz Vargas, membro convidado do Conselho Nacional da RCCBRASIL..
SECRETÁRIOS
As atividades foram iniciadas com um momento de oração e escuta profética. “Eu quero fazê-los secretários segundo o meu coração. Pois vos escolhi e vos amo com eterno amor” – foi a profecia inspirada entre os irmãos. Já a formação conduzida pelo Frater Lucas Evangelista, Diretor da Escola Nacional de Formação de Líderes e Missionários da RCCBRASIL, trouxe a temática “Para vocês o batismo no Espírito Santo é serviço”, reforçando que o papel do secretário é muito mais do que a mera execução de tarefas.
As funções do secretário-geral, 1º e 2º secretário foram explicadas por Luciana Neves, Milena Mária e Daniele Almeida, que desempenham na mesma ordem estas missões no Conselho Nacional da RCCBRASIL. Vinícius Simões, Presidente do Conselho Nacional da RCCBRASIL, lembrou a importância da vida espiritual dos secretários, no Movimento, dizendo que os secretários são chamados a ser agentes de esperança.
JOVENS
O workshop do Ministério Jovem foi marcado por momentos de aprofundamento espiritual e lançamento de importantes iniciativas para a juventude carismática. Um dos destaques foi a apresentação da nova apostila de formação integral para jovens de grupos de oração, que aborda cinco dimensões essenciais: psicoafetiva, mística, psicossocial, sociopolítica e ecológica, e de capacitação. Uma das palestras ficou a cargo de Kathia Arango, presidente do CONCCLAT, que compartilhou a sua trajetória na Secretaria Latino-Americana de Jovens, fortalecendo a conexão com o plano pastoral Coração em Fogo e ressaltando a missão da juventude carismática no continente. Também foi trabalhado o tema “Atração da Identidade”, ministrado pelo Frater Lucas Timóteo, salvista, incentivando os participantes a viverem plenamente sua vocação e assumirem sua identidade carismática. Já Bruna Santos, coordenadora do Ministério de Formação de Anhembi/SP, ministrou a formação Curados para Amar, enfatizando a importância da cura interior para reconhecer a ação de Deus na história pessoal de cada jovem.
ENCONTRO NACIONAL DE FORMAÇÃO É MARCADO
POR LANÇAMENTO DE LIVROS E NOVAS APOSTILAS
Lançamentos da Editora RCCBRASIL no ENF 2025 fortalecem a formação carismática com novos livros, apostilas e o Diário Bíblico.
A Editora RCCBRASIL preparou lançamentos exclusivos para o ENF do Anúncio, o que estimulou ainda mais a formação dos servos nos grupos de oração e ministérios. A loja oficial da RCCBRASIL esteve lotada de irmãos todos os dias do evento. O objetivo com cada título foi oferecer conteúdo que aprofunde a fé e a missão evangelizadora dos carismáticos em todo o nosso país.
Entre os lançamentos mais procurados estão os livretos “RCC Responde”, que de forma simples e pedagógica trazem informações essências a cada uma das instâncias de serviço e aos diversos ministérios do Movimento Eclesial.
• Relançamento do RCC Responde 4: Com perguntas e respostas sobre a RCCBRASIL, este volume revisado aborda as bases do Movimento, fornecendo uma visão clara para novos e antigos membros.
• Revisão do RCC Responde 16: Focado no Ministério para Crianças e Adolescentes, este material foi atualizado para responder às necessidades formativas daqueles que servem os pequenos no Grupo de Oração.
• Lançamento dos volumes 22 e 23:
- O volume 22 é dedicado ao Ser-
viço de Profissionais do Reino, ajudando a integrar fé e atuação no mercado de trabalho.
- O volume 23 traz respostas específicas para Ministros Ordenados e Seminaristas, oferecendo respostas formativas para melhor exercer essa missão.
Além dos livretos, as apostilas são ferramentas eficazes para a formação e guardam o grande tesouro da fé católica, da tradição e magistério da Igreja e da Palavra de Deus. No ENF 2025, também foram lançados:
• Comunicação Social 2: a apostila propõe uma reflexão sobre como evangelizar com profundidade em unidade com Jesus Cristo.
• Fé e Política: subsídio formativo para uma participação segura e coerente na sociedade e sobre a missão do Ministério de Fé e Política da RCCBRASIL, além de uma reflexão segura sobre a missão dos vocacionados a vida pública na sociedade.
• Ministério Jovem: Voltada aos jovens, aborda formação específica para os participantes e servos dos Grupos de Oração, fortalecendo a evangelização dessa geração.
Somando com as novas publicações, a Editora RCCBRASIL lançou
dois novos livros, com histórias de fé e testemunho. Os dois lançamentos já estão disponíveis no catálogo da Loja RCCBRASIL:
• “Santa Elena Guerra - E logo será primavera, um Pentecostes sem fim”: Com uma trajetória marcada pelo amor ao Espírito Santo, a recém-canonizada Santa Elena Guerra é retratada nesta obra inspiradora escrita por Daiana Rehbein e Eliane Noronha. Desde suas cartas ao Papa Leão XIII até sua canonização em 2024 pelo Papa Francisco, o livro celebra sua missão e reforça seu chamado: “Pentecostes não terminou!”
• Padre Léo, fruto do Batismo no Espírito Santo: Escrito pelo jornalista Bruno Maffi, o livro traça a história de vida e missão do inesquecível Padre Léo. Com seu testemunho vibrante e suas obras, o sacerdote revelou a força transformadora do Espírito Santo. Esta biografia resgata sua contribuição para a Igreja e para a RCC, especialmente para as novas gerações.
Também como novidade em 2025, A RCCBRASIL publicou um Diário Bíblico, com a liturgia diária comentada por padres salvistas. Visite a Loja RCCBRASIL e descubra como esses lançamentos podem transformar sua caminhada de fé e serviço.
“TRANSBORDAREI
DE ESPERANÇA”: A
INSPIRAÇÃO
POR TRÁS DA ARTE E DA MÚSICA TEMA
DA RCCBRASIL 2025
A simbologia e a melodia que inspiram a RCCBRASIL neste ano de 2025.
A partir da Palavra Norteadora de 2025, “Pela virtude do Espírito Santo transbordeis de esperança”, inspirada em Romanos 15, 13b, foram desenvolvidas a arte e a música tema oficiais para este ano. Como de costume, elas devem servir como um guia para a espiritualidade e a missão dos membros do Movimento.
A ARTE: UM MOSAICO DE ESPERANÇA E FÉ
A arte tema traz diversos símbolos que reforçam o propósito da RCCBRASIL para 2025:
1. Cruz e âncora: No coração da arte, a cruz é retratada como âncora, representando a base da esperança e da fé cristã. É um símbolo da ressurreição e da promessa que Jesus oferece, destacando a cruz como fundamento de nossa fé e a sustentação para a caminhada espiritual.
2. Formas em movimento: A arte integra um fluxo contínuo de formas que representam “Águas Vivas”, expandindo-se para além das margens. Esse elemento traduz a ideia do Espírito Santo como uma corrente que, ao se unir com a força humana, irriga corações e transforma realidades.
3. Pessoa voltada ao céu: Outro detalhe é a figura humana com olhar voltado ao céu, representando o fiel que clama pela presença do Espírito Santo e deseja ser “transbordado” por Ele.
4. Barco em movimento: O barco representa a jornada da fé, sempre em movimento, impulsionada pelo desejo de evangelizar.
A MÚSICA TEMA: O CANTO DA ESPERANÇA
Para entender melhor a inspiração por trás da canção “Transbordarei de Esperança, conversamos com os compositores Diego Fernandes e Carlos Eduardo Camburiu, que compartilharam um pouco do processo criativo e da espiritualidade que envolveu a composição.
RCCBRASIL: Como surgiu a inspiração para compor a canção “Transbordarei de Esperança”?
Diego: “A primeira coisa que fiz foi me aprofundar na Palavra Norteadora, buscando referências diretamente na Bíblia. Além disso, lembrei do Jubileu da Esperança que trouxe à tona as memórias do meu coração, minha história com a Renovação Carismática Católica (RCC). Outro ponto muito forte que veio ao meu coração foi a identidade da RCC, representada pela cruz da Renovação Carismática. Sempre houve uma grande ênfase na formação, e isso foi essencial para mim. Por fim, lembrei das palavras de São João Paulo II sobre a RCC - “Vida Longa aos Carismáticos”. Tudo isso ajudou a fundamentar e fortalecer a mensagem da música”.
RCCBRASIL: Qual mensagem você espera transmitir com essa canção?
Diego: Eu desejo que essa música possa despertar o desejo de estar sempre na presença do Senhor, que desperte e fortaleça o amor a RCC. Que transborde no coração de cada servo, de cada membro do nosso movimento a esperança e o amor que nos foi derramado pelo Espírito que nos foi dado. Que nesse ano jubilar possa acontecer um Pentecostes em cada grupo de oração dessa grande família carismática.
RCCBRASIL: Como foi o processo de composição e produção da música?
Diego: Nosso processo foi muito orgânico. A gente trocava ideias, trazia inspirações, e algumas das primeiras imagens que vieram à mente foram a cruz da Renovação e a oração Veni Creator Spiritus. Essa oração sempre esteve presente na minha vida, desde o tempo de seminarista. Então, quis trazer essa tradição da Igreja, conectando a espiritualidade carismática com a riqueza espiritual da Igreja ao longo dos séculos.
Carlos Eduardo: Fui convidado por Diego Fernandes para compor uma música em parceria com ele. Decidi voltar à Palavra e veio a inspiração de trazer o verbo para a primeira pessoa, apropriando-me do desejo de São Paulo Apóstolo para a Igreja. Tomei posse e decidi: Transbordarei. Assim nasceu o refrão da música. Quando mostrei para o Diego, ele gostou imediatamente. A estrofe foi fruto da inspiração dele, tanto na melodia quanto na orientação da letra, que começa com o Veni Creator e busca trazer à memória um tema marcante dos anos passados, como foi o “Jesus é o Senhor”. Juntos, fomos ajustando alguns detalhes até chegar ao resultado, que nos deixou muito felizes.
RETIRO NACIONAL PARA SEMINARISTAS DA RCCBRASIL: RENOVAÇÃO, UNIDADE E ENTREGA A CRISTO
RENASEM reúne seminaristas de todo o Brasil para uma experiência profunda de espiritualidade, unidade e renovação no chamado vocacional.
Durante cinco dias de intensa vivência espiritual, seminaristas de todas as regiões do Brasil se reuniram para o RENASEM (Retiro Nacional para Seminaristas da RCCBRASIL). O encontro contou com a participação de 150 seminaristas, sacerdotes e religiosos vindos de 20 estados, no Seminário Maior Nossa Senhora das Graças, na arquidiocese de Olinda e Recife, em Pernambuco. O evento foi realizado entre os dias 6 e 10 de janeiro de 2025.
A Santa Missa de abertura foi presidida pelo Padre Fábio Soares, que também dá suporte à Equipe Nacional do Ministério para Seminaristas. Em sua homilia, ele destacou a importância da decisão radical por Jesus Cristo. “Se desejamos ser homens de Deus devemos nos decidir com radicalidade a ter nossa única esperança em Jesus Cristo, em uma entrega total e radical”, afirmou, convidando os seminaristas a uma consagração plena e confiante.
A programação do retiro foi repleta de momentos de profunda oração e adoração. Um dos pontos altos foi a vigília com Adoração Eucarística, realizada durante a madrugada de terça para quarta-feira. Grupos de seminaristas se revezaram diante do Santíssimo Sacramento, intercedendo pelo Brasil e pelas realidades de cada estado.
As pregações e homilias abordaram temas essenciais para a caminhada vocacional e a vida espiritual, como a centralidade de Jesus Cristo, a intimidade com Deus por meio da oração, o poder da fé e a confiança na vida no Espírito.
Além dos momentos de espiritualidade, o retiro também promoveu a convivência fraterna. A confraternização realizada na noite de quinta-feira trouxe elementos da cultura pernambucana, como o frevo e a música popular, proporcionando um ambiente de alegria e fraternidade. Também houve um passeio pelas cidades históricas de
Olinda e Recife, enriquecendo a experiência cultural e comunitária dos participantes.
O retiro foi encerrado com a Santa Missa na Catedral da Sé de Olinda, presidida por Dom Paulo Jackson, arcebispo de Olinda e Recife, e concelebrada pelos sacerdotes presentes. A celebração foi um momento de envio, reforçando o compromisso vocacional e a missão evangelizadora.
O seminarista Emerson Sávio, coordenador nacional do Ministério para Seminaristas da RCCBRASIL, destacou que o RENASEM ampliou a visão dos seminaristas sobre seu chamado e a vontade de Deus em suas vidas. Ele também reforçou a importância da unidade: “Uma profecia que foi nos dada é que o ministério só colherá frutos quando viver a unidade. A expectativa dos frutos é justamente sermos homens de unidade com o ministério, com o Movimento e com toda a Igreja.”
ENACOM 2025 REÚNE COMUNICADORES DE TODAS AS REGIÕES DO PAÍS PARA FORMAÇÃO ESPIRITUAL E TÉCNICA
Escola Nacional de Comunicação Social forma comunicadores carismáticos para evangelizar com técnica e unção.
Comunicadores carismáticos de todo o Brasil viveram um tempo especial de aprofundamento na missão de evangelizar, entre os dias 19 e 22 de janeiro, no Espaço Canção Nova Jovem, em Cachoeira Paulista (SP). A Escola Nacional de Comunicação Social, ENACOM, teve o tema “O Senhor está contigo, valente guerreiro” (Jz 6,12a). A ENACOM 2025 promoveu formação espiritual, teórica e prática, com o objetivo de aprimorar a comunicação do Evangelho nos Grupos de Oração, Dioceses e Estados. Para Lucas Amadeus, coordenador pedagógico da edição, a experiência vai além da técnica. “A comunicação na RCCBRASIL não é apenas um serviço, mas um chamado à evangelização. A cada edição da ENACOM vemos como o Espírito Santo capacita os alunos, formando comunicadores apaixonados pelo anúncio da Boa Nova. Nossa missão é que cada participante saia renovado, para servir com mais entrega e profundidade”, destacou.
Além de temas doutrinais, a ENACOM aplicou conteúdo de assessoria de imprensa, produção de conteúdo para redes sociais, storytelling, fotografia, direitos autorais e inteligência artificial, além dos desafios da evangelização na era digital e da instantaneidade. Toda a abordagem é feita alçando mão da graça do batismo no Espírito Santo, que impulsiona e traduz em vida a missão dos comunicadores. A coordenadora nacional do Ministério de Comunicação Social, Winara Sales, apontou o cuidado de Deus com o evento, manifestado em detalhes inegáveis. “Todo o tempo tivemos a presença de uma relíquia de primeiro grau do Beato Carlo Acutis. Estar na Canção Nova, lembrando da potência do carisma do Monsenhor Jonas e como ele iniciou este Ministério no Movimento Eclesial, foi muito especial. Vimos que os participantes eram servos maduros, que compreendem o anúncio como atividade própria do comunicador”, explicou.
Os participantes puderam conhecer os estúdios de rádio e TV e entender os bastidores das produções audiovisuais na visita técnica ao Sistema Canção Nova de Comunicação. A formação teórica teve um complemento prático: durante os dias do Encontro Nacional de Formação, ENF 2025, os alunos participaram da produção de textos, vídeos e áudios, além de auxiliar na gravação dos workshops dos ministérios para o ENF Play.
Para muitos participantes, a ENACOM foi um divisor de águas na missão que desempenham em suas realidades. Daniel Alves, do Grupo de Oração São Miguel Arcanjo, da Diocese de Teófilo Otoni (MG), compartilhou como essa experiência impactou seu serviço: “Posso dizer que o impacto da ENACOM na minha missão no Grupo de Oração foi um renovo, tanto espiritual quanto criativo. Hoje vejo, mais do que nunca, a importância de comunicar o Amor”, enfatizou Daniel.
ENFLM 2025 - “LEVANTANDO LÍDERES PARA IR E ANUNCIAR”
Escola Nacional de Formação de Líderes e Missionários da RCCBRASIL capacita servos para a missão, unindo formação teológica, identidade carismática e crescimento humano.
Entre os dias 11 e 22 de janeiro de 2025, São José dos Campos (SP) recebeu mais uma edição da Escola Nacional de Formação de Líderes e Missionários da RCCBRASIL. Com o tema “Levantando líderes para IR e Anunciar”, o evento anual tem como objetivo capacitar de forma sólida os servos que atuam em grupos de oração em todo o país.
A escola, que já se consolidou como referência na formação de lideranças do Movimento Eclesial, oferece dez dias de formação dividida em três etapas. A programação inclui uma abordagem teológica, a identidade missionária do Movimento – chamada de “Missão Ad Intra” – e conteúdos relacionados à liderança e formação humana.
De acordo com Daiana Rebhein, coordenadora da Comissão de Formação da RCCBRASIL, a escola não se limita a um treinamento técnico. “É um momento
de profunda formação que toca na identidade do Movimento e na vida das pessoas como filhos de Deus”, explicou. Segundo a coordenadora, a proposta é promover um mergulho na espiritualidade, na convivência fraterna e na missão, formando líderes íntegros que transbordem o amor de Deus em suas comunidades.
A vivência na escola tem sido marcada por relatos de transformação e crescimento. Cristiane Maria Otto, da Arquidiocese de Florianópolis (SC), aluna da segunda etapa, destacou a importância da experiência para sua caminhada missionária. “Estar aqui é uma alegria imensa. A convivência com irmãos de todo o país nos enriquece e o aprendizado nos prepara para levar o amor de Deus às comunidades”, afirmou.
Heitor Amaral Pereira, secretário-geral da RCC no estado de Goiás, participante da terceira etapa, compartilhou como a escola foi
um divisor de águas em sua vida. “Hoje entendo que não sou apenas o discípulo da primeira etapa nem o missionário da segunda. Reúno essas experiências para me tornar um servo mais maduro e comprometido com minha comunidade e com Deus”, declarou.
Já Alexandre Lessa Marques, também de Florianópolis, que participou da primeira etapa, destacou a riqueza de conteúdos compartilhados. “Aprendemos sobre Bíblia, liturgia e vivemos momentos incríveis de convivência fraterna. É uma experiência que todos deveriam viver ao menos uma vez”, disse.
Além das aulas teóricas e momentos de oração, a convivência fraterna diária é parte essencial da formação. Daiana enfatizou que, na escola, “todos os momentos são formativos, desde o café da manhã até os passeios. Tudo é pensado para formar o homem como um todo”.