Revista Renovação - Edição 116 - Maio/Junho de 2019

Revista Renovação. Edição 116 . Mai/Jun 2019

REVISTA

SEI EM QUEM PUS MINHA CONFIANÇA pág.06 O SENTIDO CRISTÃO DO SOFRIMENTO pág.10 ESTAMOS JÁ CONTEMPLANDO OS SINAIS DO FIM DOS TEMPOS? pág. 14 O GRUPO DE ORAÇÃO E AS ÚLTIMAS TRAGÉDIAS ENCARTE

Revista Renovação . Mai/Jun 2019

Nesta Edição

Espiritualidade 06 “Sei em quem pus minha confiança” 08 Ao meu lado está o Consolador, o Espírito Santo 10 O sentido cristão do sofrimento

Especial 12 “Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados.”

14 “Vivendo a esperança, aguardamos a vinda do Cristo Salvador!”

17 A Cultura de Pentecostes nos prédios públicoS

Testemunho 18 “Deus entrou na minha vida como um vendaval”

Sugestão de Leitura 19 Porque Pentecostes é todo dia, SIM!

Notícias 20 Pentecostes em Partilha 2019

Cursos Online 21 Onde encontro informações seguras sobre a história da RCC?

Projetos 22 Em 2019, todos os meses temos sorteio para você!

Errata- Revista 115: Prezados leitores, Na última edição da Revista Renovação (ano 20, edição 115), em uma publicação na editoria Espiritualidade (páginas 08 e 09, no artigo “Alerta: uma ameaça ronda nossos Grupos de Oração!”) foi publicado, junto à identificação do autor Leandro Rabello, uma referência colocando-o como coordenador estadual do Ministério de Pregação da RCCRJ. Pedimos desculpas pelo ocorrido e comunicamos que a atual coordenadora do Ministério de Pregação da RCCRJ é Renata Freire de Carvalho, diferente do que informado anteriormente.

EXPEDIENTE Publicação Oficial da Renovação Carismática Católica do Brasil

Jornalista Responsável: Lúcia Volcan Zolin DRT/SC 01537

E-mail: dpto.comunicacao@rccbrasil.org.br

Editada pelo Escritório Nacional da RCC do Brasil

Redação: Maria Mariana, Pedro Whately Colaboração: Rayssa Ferreira

DA RCCBRASIL

ANO 20 - Edição Nº 116: Mai/Jun 2019

ESCRITÓRIO ADMINISTRATIVO

Revisão: Mari Spessatto

Rodovia Presidente Dutra km 46,5, sentido Rio de Janeiro, no bairro dos Marques, s/n

Fotos: Arquivo RCCBRASIL, Shutterstock

Canas/SP

Projeto Gráfico, Design e Diagramação: Priscila Carvalho Venecian

Tel.: (12) 3151-9999

As matérias publicadas são de responsabilidade de seus respectivos autores. Permitida a reprodução, sem alteração do texto e citada a fonte.

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Palavra da Presidente

Editorial Revista Renovação . Mai/Jun 2019

Revista Renovação . Mai/Jun 2019

‘ONDE ESTÁ DEUS’ DIANTE DE TANTAS TRAGÉDIAS? Todos os dias, o telejornal, a internet, o celular, a roda de amigos nos bombardeiam com tristes notícias. São tragédias ambientais com centenas de vítimas, violência em grande escala, escândalos inimagináveis, corrupção, conflitos, massacres envolvendo inocentes... Especialmente o início do ano de 2019 foi, infelizmente, destaque nesse contexto.

O tema desta edição da Revista Renovação é, ao mesmo tempo que uma resposta, um conforto ao momento atual, em que temos visto diante dos nossos olhos tragédias de enormes proporções, capazes de deixar todo o país sem esperança. De modo geral, a sociedade se deixa abater por uma espécie de tristeza coletiva, de desesperança social.

Perguntam ‘onde está Deus’ diante de tantas tragédias?

Com esta edição, queremos trazer esperança e conhecimento a todo povo católico.

Também queremos refletir: somos pessoas que proferimos palavras de bênção ou de maldição diante dos acontecimentos? Qual

o poder de destruição que têm a lamúria, a lamentação excessiva, o pessimismo e a falta de fé?

Aqui você, leitor, encontrará artigos que refletem sobre o sofrimento em uma ótica cristã e buscam responder ao questionamento que intitula este editorial. Você vai encontrar também um artigo que fala da relação entre Esperança e Espírito Santo, outro sobre o dom das lágrimas e uma reflexão sobre o momento em que vivemos: será que estamos no final dos tempos?

São Paulo, na carta aos Romanos, capítulo 12, exorta-nos a sermos alegres na esperança, pacientes na tribulação e perseverantes na oração (cf.Rm12,12). Mais adiante, na passagem, ele finaliza: Não te deixes vencer pelo mal, mas triunfa do mal com o bem (Rom12,21). Conselhos de Paulo, Ensinamentos da Igreja, artigos que oferecem uma reflexão de vida. Com tudo isso, como viveremos daqui por diante?

Uma santa e abençoada leitura!

Revista Renovação

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Katia Roldi Zavaris

Presidente do Conselho Nacional da RCCBRASIL Grupo de Oração Vida Nova

TESTEMUNHAR PENTECOSTES Amada Família Carismática, Paz e Bem! O momento atual em que o mundo vive remete nossa percepção a uma perplexidade impressionante. Se olharmos tudo que acontece agora com uma visão apenas humana, concluiremos que não há esperança para a humanidade – um certo desalento nos acometerá ao verificarmos o traço mais forte do pecado original presente nos homens e mulheres, fonte de tantos escândalos na sociedade e escárnios do nome de Deus.

Contudo, nós, cristãos, não somos de desanimar.

Reconhecemos Jesus Cristo como Senhor e Salvador, bem como a Sua ação redentora em nossa vida. Por isso, proclamamos que Ele vive e que somente Ele tem a palavra final no desígnio do mundo e de todas as coisas visíveis e invisíveis. Nesse sentido, não devemos cessar de crer que a vitória Dele sobre o mundo já é nosso triunfo - “Coragem! Eu venci o mundo” (Jo 16, 33c).

Jesus caminha conosco, Ele está no meio de nós e, pelo Seu Espírito Santo, Ele nos dá força e nos consola em meio às provações e às dificuldades. Através do Espírito Santo, o Consolador e o Auxiliador, Ele está sempre conosco para nos ajudar. Ele é Aquele que nos instrui, nos direciona, nos protege, nos anima nos tempos de desânimo - é o Espírito da Verdade de Deus, que o mundo não pode receber, porque não consegue percebê-lo, nem o reconhecer. Os valores do mundo obscurecem a percepção das coisas e deixam o ser humano insensível ao essencial para a vida.

“Se me amais, guardareis os meus mandamentos. E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Paráclito, para que fique eternamente convosco. É o Espírito da

Verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece, mas vós o conhecereis, porque permanecerá convosco e estará em vós” (Jo 14, 15-17).

Portanto, a ação do Espírito Santo em nós, e através de nós, pode transformar toda a realidade, à nossa volta, em luz e esperança. O Espírito Santo derrama paz e esperança em nossa mente e em nosso coração. Ele também nos concede alegria nas lutas cotidianas.

“O Deus da esperança vos encha de toda a alegria e de toda a paz na vossa fé, para que pela virtude do Espírito Santo transbordeis de esperança!” (Rm 15, 13).

Jesus promete enviar o Paráclito para retirar as escamas de nossos olhos e permitir que possamos ver como Ele próprio vê todas as coisas. Ele nos convencerá e nos conduzirá à verdade santificadora de Deus!

“E, quando ele (o Espírito Santo) vier, convencerá o mundo a respeito do pecado, da justiça e do juízo” (Jo 16, 8).

Por isso, devemos pedir constantemente o milagre de Pentecostes em nossas vidas. Ou seja, invocar o Espírito Santo todos os dias e, se assim o fizermos, seja qual for a tribulação, venceremos e ficaremos de pé.

“Vinde, Espírito Santo, enchei os nossos corações, acendendo neles o fogo do Vosso amor!”

Abraços fraternos.

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Espiritualidade

Espiritualidade Revista Renovação . Mai/Jun 2019

Revista Renovação . Mai/Jun 2019

“SEI EM QUEM PUS MINHA CONFIANÇA” Tragédias ambientais, mortes, corrupção, conflitos, violência... Por vezes até nós cristãos, católicos e carismáticos, podemos cair na tendência de perguntar: ‘onde está Deus’ diante de tantas tragédias?

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ão Paulo, cheio de força e convicção, encoraja Timóteo, seu discípulo, a seguir o exemplo de Cristo (cf. 2 Tim 1,12b), exortando-o a perseverar e a reconhecer que os sofrimentos são momentâneos e passageiros e que devem ser compreendidos à luz da paixão, morte e ressurreição de Jesus, Salvador e Senhor. Quando Paulo escreve essa carta, está preso em Roma, já tendo perdido todos os seus bens materiais e encontrando-se desamparado, porém seguro e confiante graças à presença do Espírito Santo. O que nos diferencia e o que nos aproxima das realidades que São Paulo viveu? Como nós podemos e devemos nos asseme-

lhar a ele? Assim como o apóstolo, diante das atuais realidades e situações, necessitamos de um Pentecostes Perene, por meio do qual os efeitos de um genuíno Batismo no Espírito Santo se tornam testemunhos de estarmos sendo conduzidos por Ele.

O ano de 2019 começou com questões desanimadoras para o povo brasileiro. Entre elas, tragédias ambientais com centenas de vítimas e massacres envolvendo inocentes. Temos nos deparado constantemente com situações decorrentes, na maioria das vezes, do pecado social, ocasionando perda de vidas inocentes. Diante de nos-

sos olhos temos visto tragédias de enormes proporções, capazes de deixar em luto nosso país, levando a uma comoção nacional. Como não nos deixar abater por uma espécie de tristeza coletiva, de desesperança social? Por vezes até nós mesmos, os cristãos católicos e carismáticos, podemos cair na tendência de perguntar: ‘onde está Deus’ diante de tantas tragédias?

Diante de tais acontecimentos, nós somos convocados a manter uma postura singular: valentes guerreiros em oração, com esperança e, por vezes, socorrendo aos que mais precisam. É necessário exercitar a fé carismática (expec-

tante) e recordar que o luto e a tristeza podem ser enfrentados com o auxílio do Espírito Santo Consolador. Jesus Cristo, ao discorrer sobre sua necessidade de retorno ao Pai, no evangelho de São João (cf. Jo 14,15-26;16,6-15), promete não deixar seus discípulos órfãos e desamparados, mas enviar outro Paráclito (intercessor), que ficaria eternamente com eles e estaria entre eles. Jesus, profeticamente, começou a conscientizá-los que, com Sua partida, eles teriam tempos de fortes e grandes tribulações, perseguições com mortes e martírios, que eles seriam submetidos a todas as espécies de provações físicas, morais e espirituais, sendo, inclusive, expulsos de sinagogas. É nesta perspectiva e diante da magnitude de tais revelações que Jesus conforta seus discípulos com a promessa de envio do Espírito Santo Consolador, o outro Paráclito, uma vez que Jesus Cristo foi constituído o primeiro. Assim como os primeiros cristãos, todos nós passamos por tribulações, doenças, desastres, tragédias, etc. consequências do pecado original.

Deus não é alheio ao sofrimento humano. Ele, em sua infinita bondade e misericórdia, nos enviou Seu Filho unigênito e primogênito, Jesus Cristo, que agora, assentado à direita de Deus, sustenta o universo pelo poder de Sua Palavra (cf.

Hb 1,3) e derrama sobre nós o Seu Espírito. É Ele quem nos fortalece na fé, principalmente quando passamos ou presenciamos situações difíceis. O Espírito Santo, com seus dons infusos (cf. Is 11,1-4), recebidos no batismo sacramental e confirmados no Crisma, vem em nosso auxílio com Sua graça. Ele nos con-

fere a confiança e a esperança em Deus, assim como foi com o apóstolo Paulo, reconhecendo que tudo podemos naquele que nos fortalece (cf. Fl 4,13).

A Palavra de Deus é sempre viva e atual; justamente neste ano jubilar da RCCBRASIL, ela vem nos esclarecer: “Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo. Por Ele é que tivemos acesso a essa graça, na qual estamos firmes, e nos gloriamos na esperança de um dia possuir a da glória de Deus. Não só isso, mas também nos gloriamos até das tribulações; sabendo que a tribulação produz a paciência, a paciência prova a fidelidade e a fidelidade comprovada produz a esperança. E esperança não se engana, porquanto o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado.” (Rm 5,1-5). Quando lemos este texto, movidos pelos Espírito Santo de Deus, compreendemos que Ele é o

Deus não é alheio ao sofrimento humano prometido e derramado, que nos revela que Deus é um Pai de amor e misericórdia, que nos infunde a fé e que nos justificou em Jesus Cristo.

O Batismo no Espírito Santo nos faz reconhecer que a nossa confiança está em Deus e Ele não nos decepciona. Se as situações se apresentam diante de nós desanimadoras, peçamos um novo Pentecostes.

Pentecostes é o cumprimento da Promessa, o Batismo no Espírito Santo nos fortalece e nos alicerça na firme esperança da Glória de Deus. É importante refletirmos so-

bre o que tem prevalecido em nossas vidas. O desânimo, a lamúria, a lamentação excessiva, o pessimismo e a falta de fé ou o reconhecimento de que, se vivemos pelo Espírito, também andamos pelo Espírito Santo de Deus. É Ele quem nos capacita com dons e virtudes: fé, esperança, caridade, fortaleza, prudência, temperança, justiça, etc.. Nossas orações, adoração, rosário e vida sacramental, quando vividas no Espírito, nos trazem confiança e abandono em Deus, nos levando a crer em suas Promessas.

Como Cristãos que têm a vida pautada e mergulhada na Palavra de Deus, devemos ser propagadores da Boa Nova. Não podemos abandonar a esperança nesses tempos difíceis. Clamemos por um Novo Pentecostes em nossas vidas, nos nossos Grupos de Oração, nossas famílias, nos países, etc. Pentecostes se faz real e testemunhal quando passamos a encorajar e animar aqueles que encontrarmos abatidos pelas situações do mundo.

Um Pentecostes Perene, o poderoso Batismo no Espírito Santo deve produzir em nós o reavivamento da ESPERANÇA. Essa virtude teologal é um exercício interior que, associada à FÉ e à CARIDADE, nos fortalece e forja nossa personalidade para que proclamemos com autoridade, como Paulo, os apóstolos e os Santos de todos os séculos: “não somos, ‘absolutamente de perder o ânimo para nossa ruína; somos de manter a fé para nossa salvação!’”(Hb 10,39).

Vem Espírito Santo!

Por Vicente Gomes de Souza Neto Coordenador da Comissão Nacional de Formação da RCCBRASIL Grupo de Oração ICTUS – RJ

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Espiritualidade

Espiritualidade Revista Renovação . Mai/Jun 2019

Revista Renovação . Mai/Jun 2019

AO MEU LADO ESTÁ O CONSOLADOR, O ESPÍRITO SANTO Deus é capaz de abandonar seus filhos tão amados num momento de dor?

Não! De modo muito especial, envia o seu Espírito para consolar todos os que precisam, intervindo na história humana.

“A

s dores da vida sem dor”, foi a frase que li há alguns anos numa revista ao me deparar com uma matéria abordando uma síndrome rara de insensibilidade total à dor. Naquele momento, passei a ligar, internamente, aquele texto com o Evangelho de Jesus Cristo e percebi o quanto, de fato, o sofrimento é importante para sobrevivência da humanidade, pois ele nos dá sinais vitais. Por vezes, pensamos que melhor seria se a dor não existisse e, quando a experimentamos, naturalmente questionamos a razão do “escândalo do mal”, conforme termo utilizado pelo Catecismo da Igreja Católica.

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Ao mergulhar no mistério da dor e das tragédias, podemos dizer em voz vigorosa: “Ao meu lado está o Consolador, o Espírito Santo”. E é São João que caracteriza o Espírito Santo como o “Paráclito”, termo que pode ser traduzido por consolador ou ajudador. Revela a promessa de não nos deixar sozinhos, de enviar um amigo que ficará eternamente conosco (Jo 14, 16), que nos ensina

todas as coisas e nos recorda a verdade (Jo 15,26; 16,13). Ao participar dos sofrimentos de Cristo, não se está sozinho. É preciso lembrar e repetir: “Ao meu lado está o Consolador, o Espírito Santo”. É nas ocasiões de sofrimentos que se experimenta uma força sobrenatural. Inexplicável. É a atuação perfeita e certeira do Espírito Santo Consolador. Não uma consolação do mundo como paliativo para a carne que dói, mas a consolação do Espírito que é paz e bálsamo para a alma. As tragédias trazem a perda de um ente querido, de um emprego, da saúde, a tristeza pela decepção, traição, enfim, tantas situações assoladoras. Por outro lado, elas carregam uma gra-

É nas ocasiões de sofrimentos que se experimenta uma força sobrenatural ça específica da amizade do Espírito de fortaleza e consolo. São Boaventura ensina sobre a consolação

do Espírito que “é verdadeira, perfeita e proporcional. É verdadeira, porque Ele usa a consolação onde se deve aplicar, isto é, na alma, não na carne...; é perfeita, porque consola em toda tribulação, não como faz o mundo que, dando uma consolação, proporciona o dobro de tribulação...; é proporcional, porque onde há maior tribulação Ele traz maior consolação, não como faz o mundo que, na prosperidade, consola e lisonjeia, mas na adversidade fica rindo e condena...”. E, assim, uma vez consolados por Ele, é possível consolar outros que sofrem as mesmas penas e rezarmos bendizendo a Deus, “o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai das misericórdias, Deus de toda a consolação, que nos conforta em todas as nossas tribulações, para que, pela consolação com que nós mesmos somos consolados por Deus, possamos consolar os que estão em qualquer angústia” (II Co 1, 3-5).

Por Kédina Rodrigues Grupo de Oração São João Paulo II Águas Claras/ DF

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Espiritualidade

Espiritualidade Revista Renovação . Mai/Jun 2019

Revista Renovação . Mai/Jun 2019

O SENTIDO CRISTÃO DO SOFRIMENTO

Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação? A angústia? A perseguição?

A fome? A nudez? O perigo? A espada? Estou persuadido de que nada nos poderá apartar do amor que Deus nos testemunha em Jesus Cristo. (cf. Rm 8,35-39)

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iante do sofrimento humano, das tragédias pessoais e coletivas, das guerras, inundações, terremotos e tantas outras formas de dor que atingem os seres humanos, justos e injustos igualmente, culpados e inocentes da mesma forma, muitos perguntam: onde está Deus?

Fizeram esta pergunta a Bento XVI quando ele visitou Auschwitz, na Polônia, um campo de concentração e extermínio onde as pessoas sofreram os maiores horrores durante a Segunda Guerra Mundial e cerca de um milhão e trezentas mil foram mortas. Em resposta ao jornalista, Bento XVI respondeu: “Deus estava na cruz, sofrendo junto com os seus”.

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Na Cruz está o “Redentor do

homem”, o Homem das dores, que assumiu sobre si os sofrimentos físicos e morais dos homens de todos os tempos, para que estes possam encontrar no amor o sentido salvífico dos próprios sofrimentos e respostas válidas para todas as suas interrogações. (Salvifici Doloris, 31) De fato, o profeta Isaías, quando fala de Jesus, o servo sofredor, no capítulo 53, diz que Ele tomou sobre si nossas enfermidades e carregou nossos sofrimentos, o castigo que nos salva pesou sobre Ele; fomos curados graças às suas chagas.

Jesus Cristo, homem das dores, experimentado nos sofrimentos, penetra profundamente no sofrimento humano com sua compaixão e misericórdia e ensina a 1) sofrer como filho de Deus, com dig-

nidade e esperança, encontrando no sofrimento uma força de conversão; 2) dar ao sofrimento um sentido de salvação, oferecendo-o, por amor como Ele o fez.

1) Sofrer como filho de Deus

Ouvi-me, vós que seguis a justiça, e que buscais o Senhor! Olhai a rocha de que fostes talhados, a pedreira de onde vos tiraram. Ouvi-me vós que conheceis a justiça, povo meu, em cujo coração está a minha doutrina: não temais os insultos dos homens, não vos deixeis abater pelos seus ultrajes. (Is 51, 1.7) A rocha da qual fomos talhados é o amor inabalável de Deus, que nos acompanha sempre, mas principalmente quando passamos pelo “vale escuro”. Jesus, median-

te seu próprio sofrimento salvífico, encontra-se bem dentro de cada sofrimento humano e ajuda o homem a suportá-lo com dignidade.

Aquele que no meio de sua dor se apoia em Jesus Cristo e na esperança da Ressurreição recebe dele uma força interior, a força do Espírito Santo Consolador que, ao mesmo tempo em que atinge a raiz da dor e consola, ajuda a manter a convicção de que o sofrimento não prevalecerá, nem privará o homem de sua dignidade.

Recordo o testemunho de uma mãe que perdeu o filho mais velho, de 14 anos, que a protegia e aos irmãos mais novos do pai alcoólatra que batia neles. Certo dia, esse seu filho ficou doente e logo veio a falecer. A mãe, arrasada pelo sofrimento, sentindo-se sem forças para enfrentar a vida, lembrou do sofrimento de Maria aos pés da cruz e que Jesus disse que não nos deixaria órfãos, mas enviaria o Espírito Santo Consolador para estar eternamente conosco. Então, no meio de sua dor profunda, essa mãe clamou a Jesus e pediu a Ele a força de seu Espírito. Segundo seu relato, de repente, ela foi tomada de uma grande paz e entendeu que, segundo os desígnios de amor e de misericórdia de Deus, a morte de seu filho com certeza tinha sentido.

Se Deus permitira, era para o bem.

Também sobre os apóstolos, o Espírito Santo veio de repente e tirou deles o medo e lhes deu forças para testemunhar Jesus. Essa mulher recebeu força, viveu dignamente sua vocação, criou os filhos, ajudou aos outros que sofriam e, até morrer, transmitiu a todos que a conheciam uma grande paz. Eu a conheci e fiquei impactada com o seu testemunho.

O sofrimento não pode ser transformado por uma graça que age do exterior, mas sim por uma graça interior. É essa mesma graça interior, o amor de Deus derramado nos corações, que converte a pessoa a Jesus Cristo e a faz encontrar uma maneira nova para avaliar toda a sua vida e a própria vocação, faz com que ela consiga superar a si mesma, encontrando no sofrimento uma força e uma possibilidade de crescer, de se santificar.

sofrimento ao sofrimento de Cristo, oferecendo-o para que o bem triunfe do mal. Assim, a pessoa que dá ao sofrimento um sentido, oferecendo-o pelo bem dos outros, está se unindo espiritualmente a Cristo e cooperando para a salvação do mundo. Sofrer oferecendo, sofrer praticando o bem, sofrer confiando no amor de Deus, testemunhando com a vida que Jesus é Senhor e tem o poder de derrotar a força do mal e fazer vencer a força de Deus.

O sofrimento não pode ser transformado por uma graça que age do exterior, mas sim por uma graça interior

São João Paulo II, autor da Carta Apostólica Salvifici Doloris sobre o sentido cristão do sofrimento humano, assim a conclui:

2) Dar ao sofrimento um sentido de salvação, oferecendo-o, por amor como Jesus o fez

Jesus ensina que o sofrimento pode ser vencido com amor. Ao morrer na cruz por cada um de nós, tomando sobre si o sofrimento que nos salva, Cristo elevou ao mesmo tempo o sofrimento humano ao nível da Redenção. Por isso todos os homens, com o seu sofrimento, podem se tornar também participantes do sofrimento redentor de Cristo (Salvifici Doloris, 19).

No sofrimento, que é algo tão profundo como o homem porque ele faz parte da natureza humana ferida pelo pecado e sujeita ao mal, Jesus nos ensina a não parar no sofrimento em si e a não dar a ele um sentido absoluto, mas vencê-lo, dando a ele um sentido redentor. Jesus diz: “Segue-me!

Toma a tua cruz”. Este é um apelo, uma vocação, a de unir o nosso

Pedimos a todos vós que sofreis, que nos ajudeis. Precisamente a vós, que sois fracos, pedimos que vos torneis uma fonte de força para a Igreja e para a humanidade. Na terrível luta entre as forças do bem e do mal, de que o nosso mundo contemporâneo nos oferece o espetáculo, que vença o vosso sofrimento em união com a Cruz de Cristo!

Jesus nos ensina a não parar no sofrimento em si e a não dar a ele um sentido absoluto O sofrimento humano unido ao sofrimento de Cristo se torna força de redenção para o mundo, ele não é inútil, mas é matéria de salvação. Esse é o sentido cristão do sofrimento.

Por Maria Beatriz Spier Vargas Coordenadora Nacional do Ministério de Pregação Grupo de Oração Magnificat

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Especial

Especial Revista Renovação . Mai/Jun 2019

Revista RevistaRenovação Renovação. .Mar/Abr Mai/Jun 2019

“BEMAVENTURADOS OS QUE CHORAM, PORQUE SERÃO CONSOLADOS.” MT 5,4

Podemos não nos lembrar da quantidade de lágrimas derramadas em um momento de clamor, de sofrimento e de gratidão, mas Deus não se esquece de nenhuma delas.

Nossas lágrimas têm uma razão de ser, pois nossos olhos expressam nas lágrimas o que o trazemos em nosso coração e em nossos sentimentos. Um dos momentos em que somos mais sinceros conosco mesmos, com Deus e com os outros é o momento em que choramos.

Nosso Senhor também chorou! Aquele que é o batizador e que torna tudo Dom, também chorou!

Suas lágrimas santas foram derramadas junto ao túmulo do seu amigo Lázaro (cf. Jo 11, 35-36); sobre a amada e impenitente cidade de Jerusalém (cf. Lc 19, 41); no Getsêmani (cf. Hb 5,7); e, entre suas dores; na noite em que foi açoitado, durante o caminho do calvário; nas suas quedas; quando os cravos transpassaram suas mãos e seus pés; quando o seu lado foi transpassado pela lança; quando olhou para o céu se sentindo abandonado (cf. Mt 27, 28-46).

Quantas lágrimas de dor!

Quantas lágrimas de amor por nós!

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Com Santa Catarina de Sena, Jesus fala acerca das lágrimas, que

passam por seis fases. A última delas é a lágrima como Dom, a lágrima de amor, quando derramada somente por amor às almas e a Deus (livro ‘O Diálogo’).

O dom das lágrimas, que experimentamos quando temos o nosso encontro pessoal com o Senhor e, diante de tamanha experiência, choramos por horas, dias e até meses, é o choro do arrependimento e do consolo. Dom que nos acompanha quando as palavras não conseguem mais expressar o que sentimos - como nosso amor pela Eucaristia, por exemplo - dom que se une aos “gemidos inefáveis” (cf. Rm 8,26).

Nosso clamor em lágrimas é o retrato do que trazemos em nossas almas Dom que se manifesta nas lágrimas derramadas pelos sofrimentos alheios, pelos tantos irmãos que sofrem, e que, por vezes, nem os conhecemos, “chorar com os que choram” (Rm 12,15), a pedido do

Senhor. Lágrimas que se tornam laços de comunhão por amor a Cristo, aos irmãos, à Igreja e à Eucaristia.

O dom das lágrimas é capaz de quebrar toda a dureza dos corações indiferentes e soberbos porque nos leva a uma posição de humilhação e de rendição. Nosso clamor em lágrimas é o retrato do que trazemos em nossas almas, é a mais perfeita intercessão.

Por isso, ainda que nossas orações sejam entre lágrimas, entre os sofrimentos deste tempo, Deus nos responderá como a Ezequias, quando disse a ele “ouvi tua oração e vi tuas lágrimas; eis que eu te sararei” (II Reis 5).

Que não tenhamos medo de sofrer os sofrimentos de Cristo para que muitos possam se alegrar Nele.

Que o dom das lágrimas, dom do Espírito Santo que nos lava e nos purifica, nos ajude no caminho da santidade, pois nenhuma lágrima será esquecida e ficará sem consolo!

Por Luciana Neves Presidente do Conselho Estadual da RCC de Santa Catarina Grupo de Oração Água Viva

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Especial

Especial Revista Renovação . Mai/Jun 2019

Revista Renovação . Mai/Jun 2019

“VIVENDO A ESPERANÇA, AGUARDAMOS A VINDA DO CRISTO SALVADOR!” Como avaliar o momento que estamos vivendo? Estamos já contemplando os sinais do fim dos tempos?

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Todas as vezes que nos reunimos para celebrar a Eucaristia, a Igreja coloca em nossos lábios e corações expressões que renovam nossa esperança no retorno glorioso do Senhor Jesus Cristo. Em cada Missa, exclamamos: “Maranata”, “Vinde, Senhor Jesus!”. A plenitude do Reino de Deus e nosso reinado com Cristo são o horizonte para o qual a Igreja olha e caminha desde sua origem. Em cada geração, é o próprio Espírito Santo quem renova essa expectativa jubilosa na alma dos fiéis e no corpo eclesial: “o Espírito e a Esposa (a Igreja) dizem: Vem!” (Ap 22, 17). Com es-

sas palavras, o livro do Apocalipse nos ensina que o Espírito Santo e a Igreja estão unidos num mesmo clamor ao Noivo, para que retorne sem demora. Essa esperança transfigura nossa vida sobre a terra; tudo o que vivemos, cada cruz que carregamos, todas as dores do homem e do mundo podem ser vistas sob um novo olhar quando lembramos que, no fim, o Senhor mesmo enxugará toda lágrima e dará sentido a todas as coisas. Para nós, cristãos, a renovação do mundo está irrevogavelmente decretada e vai-se realizando, desde a ressurreição de Jesus, por meio da ação

do Seu Espírito através da Igreja.

Desse modo, segundo as Escrituras, já estamos nos últimos tempos (1Cor 10, 11), marcados pelo sinal do triunfo de Cristo crucificado e ressuscitado. Sabemos que Ele é o Vencedor e que nada poderá fazer isso voltar atrás, até que se estabeleçam novos céus e nova terra, em que habitará a justiça (2Pd 3, 13).

Contudo, nossa expectativa pela vinda do Senhor pode ser contaminada por ideias e doutrinas que em nada correspondem ao testemunho da Escritura e da Tradição da Igreja. Sabemos que há um vasto catálogo de filmes e livros

de ficção que se propõem antecipar imagens de tempos sombrios para a humanidade, que fatalmente levariam à destruição do planeta ou a um colapso mundial da civilização. Para muitas pessoas, a esperança é substituída pelo medo e a certeza da soberania de Deus é vencida pelo fatalismo e pelo pessimismo. Para outros, o noticiário cotidiano na televisão ou na internet tornou-se fonte de ansiedade e desânimo: diante de tantas catástrofes naturais e violência generalizada, o que poderíamos fazer? Não resta alternativa a não ser imaginar que o mundo está condenado à destruição cada vez mais próxima?

Nossa expectativa pela vinda do Senhor pode ser contaminada por ideias e doutrinas que em nada correspondem ao testemunho da Escritura e da Tradição da Igreja Em tempos de esfriamento espiritual e de esquecimento de Deus, somos chamados a ser luz no mundo. Como cristãos, temos uma palavra de esperança a anunciar aos homens desta época. Devemos ser vigilantes para não permitir que a Boa Notícia de Cristo Senhor seja abafada pelas muitas más notícias que se apregoam todos os dias. Nossa missão não é fazer coro com aqueles que, vencidos pelo pessimismo e pelos prognósticos humanos, se acomodam em proferir sentenças de condenação para um mundo em mudança. Deus nos

chamou à vida neste tempo para que sejamos luzeiros para nossos irmãos, fazendo brilhar a claridade do Evangelho e apontando para o porto seguro da salvação. Em tempos em que proliferam os “profetas da desgraça”, somos chamados a ser profetas do arrependimento, da conversão, da graça e do poder de Deus. Haja o que houver, nossos tempos são tempos de misericórdia, tempos de evangelização e de proposta de conversão.

Em tempos em que proliferam os “profetas da desgraça”, somos chamados a ser profetas do arrependimento Mas, então, como avaliar o momento que estamos vivendo?

Estamos já contemplando os sinais do fim dos tempos? Como discernir, com sabedoria, os passos que devemos dar neste mundo que parece tão adverso? Como continuar anunciando boas novas num tempo de tantas más notícias? Seriam os acontecimentos atuais um sinal de que estamos na iminência do juízo?

Em primeiro lugar, é preciso desmascarar qualquer teoria que pareça oferecer informações privilegiadas sobre o retorno de Jesus e o juízo universal. O próprio Senhor afirmou que esse momento é conhecido apenas pelo Pai (Mt 24, 36). Aqueles que se apresentam como detentores de um especial conhecimento sobre a volta de Jesus foram descritos por Ele como manipuladores, que arrastam as pessoas de um lado para outro,

segundo seus devaneios (Mt 24, 2627). A expectativa pelo retorno de Cristo e pela restauração de todas as coisas não deve gerar pânico ou qualquer tipo de manipulação espiritual. Esses não são sentimentos que brotam da ação do Espírito Santo, mas da confusão e da cegueira dos homens. A postura constante do cristão deve ser a vigilância orante, acompanhada do desejo de em tudo agradar ao Senhor (2Cor 5, 9). Se vivermos assim, não seremos vítimas de discursos ou especulações humanas.

É preciso desmascarar qualquer teoria que pareça oferecer informações privilegiadas sobre o retorno de Jesus e o juízo universal Sabemos também, pela Sagrada Escritura, que existem sinais que apontam para o regresso de Cristo e que o precederão. Esses sinais não se parecem com um roteiro de filme de Hollywood, mas descrevem o desenrolar final da história da salvação. São eles: a pregação do Evangelho em todo o mundo (Mt 24, 14); uma grande apostasia (Lc 18, 8); as tribulações da Igreja (Mt 10, 21-23); o caos da criação (Mt 24, 29); a iluminação do povo judeu (Rm 11, 26). Contudo, é preciso reconhecer que alguns dos sinais descritos não se referem unicamente à última etapa da história antes da vinda de Cristo. Alguns deles (guerras, tremores, fome) existem desde as origens da humani-

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Sugestão de Leitura

Especial Revista Renovação . Mai/Jun 2019

dade. Santo Tomás de Aquino considera que o único distintivo com relação aos últimos tempos poderia ser a intensidade ou gravidade dos acontecimentos. Mas, nesse caso, não temos certeza do grau de intensidade que terão que alcançar para podermos supor a proximidade do Dia do Senhor. Além disso, não há na Escritura nenhuma indicação do tempo que se passará entre esses acontecimentos e a volta do Senhor (Mt 24, 6-14). A vinda de Jesus será, de todo modo, uma surpresa (Mt 24, 39-44). Isso significa que os sinais servem para alertar aos cristãos de que não devem se sentir tranquilos e acomodados ao tempo presente, mas sempre vigilantes e lembrados de que o Senhor tem reservado para nós um juízo e uma recompensa eterna.

Os sinais servem para alertar aos cristãos de que não devem se sentir tranquilos e acomodados ao tempo presente

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Cremos que, quando Cristo vier em sua glória, todos ressuscitarão. Diante dele, que é a Verdade, será definitivamente desvendada a verdade sobre a relação de cada homem com Deus (CIC 1039). Nesse momento de juízo, será revelado que a justiça de Deus triunfa sobre todas as injustiças cometidas por suas criaturas e que seu amor é mais forte que a morte (CIC 1040).

Segundo o Catecismo da Igreja Católica, a mensagem sobre a volta de Jesus e o juízo final é um

Revista RevistaRenovação Renovação. .Mar/Abr Mai/Jun 2019

chamado à conversão no tempo presente. Essa verdade de fé inspira santo temor de Deus e nos compromete com a justiça do Seu Reino. É importante lembrarmos que toda a mensagem de Cristo é “boa nova”, “boa notícia”. Também quando professamos nossa fé na volta de Jesus, na ressurreição dos mortos e no juízo final, nossos corações devem ser contagiados pela grande alegria do triunfo definitivo do Senhor, que vai muito além de toda expectativa humana. Precisamos nos posicionar diante das dores do mundo atual sem perder a profunda esperança que nos é garantida pelo Salvador (1Cor 15, 19). É verdade que fomos advertidos por Ele a respeito das aflições desse mundo e de um generalizado esfriamento dos corações. Contudo, continuamos vivendo debaixo de uma sentença favorável a nós: em Cristo fomos feitos novas criaturas, com um destino de vida eterna. Essa boa nova deve nos inspirar posturas de fé e ousada fortaleza (parresia), renovando nosso ardor missionário. Que possamos anunciar a todos que, apesar da imensa fragilidade humana, estamos vivendo dias de salvação e um momento favorável para voltar para o Senhor. O que define os nossos tempos não é a quantidade de mal que o homem pode causar, mas a disposição permanente de Deus em nos acolher e perdoar: “agora é o tempo favorável; agora é o dia da salvação” (2Cor 6, 2). Essa é a melhor e mais importante de todas as notícias.

Por Pe. Antonio José Assessor Eclesiástico da RCC no Rio de Janeiro Assessor Espiritual do Conselho Nacional da RCCBRASIL.

A CULTURA DE PENTECOSTES NOS PRÉDIOS PÚBLICOS Grupos de Oração para parlamentares, servidores e autoridades O parlamentar, de gravata e terno, toma o violão e começa a dedilhar uma canção conhecida: “Senhor eu sei que é teu este lugar... todos querem te adorar, toma Tu a direção”. Braços se elevam ao céu.

O Plenário das Comissões, na Câmara dos Deputados, se torna uma Capela, na qual o Grupo de Oração Beata Elena Guerra reúne parlamentares, servidores do Congresso Nacional e membros da Renovação Carismática como irmãos.

Após as primeiras músicas e um momento profundo de oração, um dos deputados toma a Palavra de Deus e começa a discursar. Não vai tratar de um projeto de lei ou de alguma emenda a ser proposta. O tema é a presença de Deus, é o seu amor e o seu poder. Ali, na casa onde se trata dos assuntos mais pertinentes ao povo, o Eterno é a motivação, o povo é o povo de Deus.

O então deputado Flávio Augusto da Silva, o Flavinho, conhecido por sua missão na Comunidade Canção Nova, prega sobre o capítulo 28 do Livro do Deuteronômio: “os teus filhos serão benditos, se você for obediente ao Senhor!” Na sequência, o Deputado Eros Biondi-

ni, conhecido cantor da RCC de Belo Horizonte, ministra um de seus clássicos: “Age com poder, Senhor Jesus!”

O Movimento Eclesial, conhecido pelas reuniões dos Grupos de Oração em Capelas e Paróquias, ganha outros espaços, antes impensáveis: os centros políticos do país. A Renovação Carismática Católica de Brasília, DF, registra o mover do Espírito Santo santificando os espaços públicos, através da fé corajosa de parlamentares acompanhados pelo Movimento, irmãos que através do Batismo no Espírito Santo reconheceram a vocação à vida pública.

O Grupo de Oração Beata Elena Guerra nasceu no dia 27 de maio de 2015. Era um sonho do Deputado Diego Garcia e um compromisso assumido ainda em campanha. Durante sua lua de mel, um ano antes, ele e a esposa Beatriz Garcia visitaram Lucca, na Itália, a terra da Beata. Eram os dias da celebração dos 100 anos da morte de Elena Guerra e, então, ali, aos pés da Apóstola da Efusão do Espírito Santo, Diego firmou o voto de manter fielmente um Grupo de Oração, todas as quartas-feiras, na Casa do Povo Brasileiro, a Câmara Federal.

A primeira reunião teve a presença de Dom José Aparecido Gonçalves, Bispo Auxiliar de Brasília.

A bênção episcopal confirmava a moção recebida e um sacerdote presenteou o Grupo de Oração com uma Capelinha de Nossa Senhora de Pentecostes, com uma relíquia de segundo grau de Elena Guerra, um pedaço do hábito da beata. A capelinha, a partir daí, visitaria semanalmente o gabinete de um deputado, convidado a rezar e invocar o Divino Espírito Santo para seu trabalho.

A iniciativa dos carismáticos da Câmara incentivou outros irmãos. Meses após o início do Grupo de Oração Beata Elena Guerra, servidores decidiram iniciar, às quintas-feiras, o Grupo de Oração Rainha da Paz, no Superior Tribunal de Justiça; e no Superior Tribunal do Trabalho, o Grupo de Oração Nossa Senhora Aparecida. O Espírito Santo e a Cultura de Pentecostes vão sendo introduzidos nos ambientes públicos e os valores evangélicos, pouco a pouco, tornando a iluminar nossa nação!

Por Bruno Maffi Grupo de Oração Dom Albano Cavallin Arquidiocese de Londrina (PR)

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Sugestão deNotícias Leitura

Institucional Testemunho Revista Renovação . Mai/Jun 2019

Revista Renovação . Mai/Jun 2019

PORQUE PENTECOSTES É TODO DIA, SIM!

“DEUS ENTROU NA MINHA VIDA COMO UM VENDAVAL” Meu nome é Olericy Santos Oliveira, tenho 21 anos. A minha experiência com Deus começou em 2015, num retiro de carnaval da minha Diocese, chamado “Alegrai-vos”. Naquele momento eu comecei a perceber o quanto Deus me amava. Mas aquilo não foi o suficiente.

Então, em 2016, eu comecei a participar do meu Grupo de Oração e a cada semana era uma experiência diferente, o que me fazia buscar mais. Foi quando, em 2017, eu aceitei o convite para participar do Seminário de Vida no Espírito Santo. Durante o evento, eu pude não apenas ouvir falar do amor de Deus, mas experimentar esse amor e tudo o que Senhor tinha para mim. Pude sentir que Ele se fazia presente na minha vida.

Eu estava passando por depressão, devido às situações da minha história. Já não conversava com meu pai, devido a uma briga por causa de namoro, e por esse motivo sentia raiva dele. Também sofri um abuso sexual aos 14 anos de idade, por isso, havia muitas coisas que me faziam ficar revoltada comigo mesma. Foi quando eu comecei a me ferir, ferir o meu corpo, eu descontava as minhas dores, as minhas raivas em mim e cheguei a tentar suicídio.

Deus foi me resgatando aos poucos, a partir da Sua misericórdia manifestada nesse Seminário de

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De domingo a domingo, todo dia é dia de um novo Pentecostes! Em casa, no trabalho, na rua, na escola, no supermercado, no banco... Em qualquer lugar, em qualquer circunstância, sempre é hora de clamar “Vem Espírito Santo” e viver ali, bem naquela situação e espaço, um novo Pentecostes! Além dos Grupos de Oração toda semana, a RCC preparou produtos para não deixar a chama de Pentecostes se apagar em nenhum lugar da nação brasileira.

Vida no Espírito Santo. Deus entrou na minha vida como um vendaval, como uma chuva de graças e eu consegui, então, conversar com o meu pai, perdoá-lo e pedir perdão; consegui vencer muitos sintomas de depressão e o suicídio.

Algo incrível que Deus fez na minha vida foi me colocar dentro de um Grupo de Oração. Fez com que eu participasse e começasse a servir, encontrasse amigos de verdade, aprendesse a amar a Igreja Católica Apostólica Romana, a Eucaristia, os sacramentos e nossa Mãezinha Maria. Foi muito importante pra mim saber que Ele está comigo e que, independente da circunstância, Ele sempre vai estar ao meu lado.

A partir daquele Seminário de Vida, da participação num Grupo de Oração, tudo na minha vida mudou, tudo se transformou em bênçãos. Não que minha vida seja perfeita, tenho as minhas lutas e provas, mas hoje eu sei que a minha força é Deus e é dentro do Grupo de Oração que eu consigo muitas vezes me reerguer, me levantar e posso contar com pessoas que me ajudam na dificuldade, não por elas, mas por inspiração divina.

Esse é um pouco da minha história. Que Deus continue realizando muitas maravilhas, assim como Ele realizou em mim, através dos Grupos de Oração espalhados pelo mundo inteiro!

Por Olericy Santos Oliveira Grupo de Oração Nossa Senhora das Graças Boa Esperança - Diocese de São Mateus (ES)

Celebrando Pentecostes (Fundamentação e Novena)- a Fundamentação para a Novena de Pentecostes faz parte do Projeto de Avivamento da Espiritualidade de Pentecostes, proposto pelo Conselho Nacional do Movimento há alguns anos. No material, está a explicação sobre a importância de celebrar Pentecostes e o papel da RCC neste contexto para a Igreja. O conteúdo traz orientações sobre organização da novena, fundamentação, história e explicações sobre indulgência. No livro, está inclusa a novena “Celebrando Pentecostes”.

Novena Celebrando Pentecostes - A novena, que pode (e deve) ser feita em qualquer período do ano, possibilita várias oportunidades para o exercício de um verdadeiro ministério para a missão, anúncio, apostolado, intercessão e adoração ao Espírito Santo. É uma grande oportunidade de reavivamento espiritual para a Igreja.

Cultura de Pentecostes (A ação do Espírito na Fecundação da Civilização do Amor) - O Livro, escrito por Rogério Soares, contempla as exigências do chamado da RCC para este tempo. Oferecendo uma contribuição para o que vem a ser a tão falada “cultura de Pentecostes”, o livro apresenta elementos sobre a dimensão espiritual.

Como em um novo Pentecostes da autora Patti Gallagher Mansfield, o livro relata o surpreendente início da Renovação Carismática Católica.

Conta com testemunhos e dados detalhados, a história do final de semana em Duquesne. Como no evento narrado neste livro ou naquele outro narrado em Atos dos Apóstolos capítulo 2, o Espírito quer ser derramado sobre todos e em qualquer época.

Imagem Nossa Senhora de Pentecostes - Nossa Senhora sempre esteve presente na história da RCC, intercedendo por um novo Pentecostes. Sob o título de Nossa Senhora de Pentecostes, a imagem em gesso possui 32cm de altura, 09cm de base e peso de 600g. A imagem é uma ótima opção para poder montar um altar dedicado a ela e clamar Sua intercessão por um novo derramamento do Espírito.

Mantenha viva em seu coração a chama do Espírito.

Pentecostes é todo dia! A RCC tem materiais pensados para que você viva a cultura de Pentecostes. Conheça mais e adquira: www.rccshop.com.br CONHEÇA MAIS E ADQUIRA: www.rccshop.com.br

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Cursos Projetos Online

Notícias Revista Renovação . Mai/Jun 2019

Revista Renovação . Mai/Jun 2019

PENTECOSTES EM PARTILHA 2019 DESTINA ARRECADAÇÃO PARA PROJETO DE ATERRAMENTO ELÉTRICO DA SEDE NACIONAL Os Grupos de Oração da Renovação Carismática Católica se uniram na campanha que tem como objetivo manter as condições financeiras da RCCBRASIL e para a construção da Sede Nacional do Movimento.

Após a RCCBRASIL ter lançado a campanha Pentecostes em Partilha 2019, no último mês de abril, as primeiras destinações da contribuição já foram feitas. Com o valor arrecadado no ano passado (2018), os projetos para implantação do Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas (SPDA) para a Sede Nacional da RCCBRASIL (em

Canas-SP) foram desenvolvidos.

Com a campanha deste ano, o Escritório Nacional já está providenciando os cabos elétricos, condutores, hastes de aço cobreado, cimento condutivo, caixa de passagem em alumínio, postes e demais materiais utilizados no sistema, além da contratação de todos os profissionais e empresas envolvidas no processo.

A utilização de SPDA é uma exigência do corpo de bombeiros em construções com determinadas características, entre elas, em edifícios com mais de 30 metros de altura e instalações com mais

de 1500 m² de área construída, como é o caso da Sede Nacional da RCCBRASIL. O Pentecostes em Partilha é uma campanha anual e cada Grupo de Oração do Brasil é convidado a colaborar com uma doação de R$50,00. Uma ajuda extra e necessária para a manutenção do Escritório Nacional e das demais atividades de evangelização do Movimento em nosso país.

Para mais informações acesse: www.rccbrasil.org.br

ONDE ENCONTRO INFORMAÇÕES SEGURAS SOBRE A HISTÓRIA DA RCC? No ano em que celebramos os 50 anos da Renovação Carismática Católica no Brasil, muitas dúvidas e curiosidades surgem a respeito da nossa história. Onde é possível encontrar essa história contada de forma autêntica e segura?

Até hoje, muitos irmãos e irmãs mundo afora não compreendem a Renovação Carismática Católica na sua identidade e características próprias. Quem melhor que os carismáticos, que amam e se entregam a Deus por meio desse Movimento, estaria mais apto a defender a RCC e pronto a explicar a sua ação na Igreja?

Para isso, a RCCBRASIL dispõe do Curso História da RCC que aborda os fundamentos bíblico, patrístico e magisterial sobre o Movimento. No curso, toda a história da RCC é descrita junto ao seu contexto eclesial, desde o surgimento à atualidade, no mundo e no Brasil.

Agradecemos a cada Grupo de Oração que se uniu para colaborar com nossos projetos de evangelização!

Você pode continuar ajudando a RCCBRASIL, cadastrando-se no Projeto Semeando a Vida no Espírito.

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Saiba mais: www.rccbrasil.org.br/semeando Tel.:(12) 3151-9999| WhatsApp (12) 98138-3000

O curso é ministrado por Reinaldo Beserra dos Reis (Sorocaba-SP), que é um dos pioneiros do Movimento em nível nacional. Reinaldo é um nome de referência no país sobre a identidade carismática, devido à dedicação ao Movimento, pregações e formações ministradas. Ele já foi membro do Comitê Executivo do ICCRS (Serviço Internacional para a Renovação Carismática Católica) e presidente do Conselho Nacional da RCCBRASIL. Autor de diversos livros e conferencionista internacional, Reinaldo já escreveu vários livros sobre a espiritualidade carismática e material formativo para membros da RCC. Além dele, Marcos Volcan (Pelotas-RS) também é professor no Curso. Volcan começou a caminhada na RCC em 1981 e já foi coordenador do Movimento na Ar-

quidiocese de Pelotas, no estado do Rio Grande do Sul, da Comissão Nacional de Formação e presidente do Conselho Nacional da RCCBRASIL, de 2005 a 2012. No ICCRS também já fez parte da comissão de formação, foi coordenador da Comissão de Juventude e vice-presidente do Serviço Internacional. Atualmente, é representante de países de língua portuguesa da América Latina junto ao organismo.

No curso, o aluno tem acesso a temas como a ação do Espírito Santo no Antigo e Novo Testamento e na vida da Igreja - desde os primeiros cristãos ao tempo atual, passando pelos ensinamentos de Elena Guerra, Leão XIII e João XXIII no século do Espírito Santo, Concílio Vaticano II e o surgimento da RCC, orientações teológicas e pastorais sobre a RCC, Igreja Católica e pentecostalismo, e muito mais!

Inscreva-se agora mesmo e saiba de maneira muito mais aprofundada a história da Corrente de Graça na Igreja, no Brasil e no mundo. O IEAD tem facilidades e benefícios para você e para seu Grupo de Oração. Acesse www.ieadrccbrasil.com.br ou fale conosco pelo (12) 3151-9999 e WhatsApp: (12)98138-3000.

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E tem desconto exclusivo! Você que é colaborador fiel e está recebendo a Revista Renovação, inscreva-se e receba o desconto de R$20,00 (de R$60,00 por R$40,00), utilizando o código promocional de desconto. Código: RCC50ANOS.

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Institucional

Projeto Revista Renovação . Mai/Jun 2019

Revista Renovação . Mai/Jun 2019

EM 2019, TODOS OS MESES TEMOS SORTEIO PARA VOCÊ!

Neste ano, todo colaborador fiel do projeto Semeando a Vida no Espírito da RCCBRASIL concorre a prêmios. Leia e saiba mais sobre como você pode ser um contemplado.

Em 2019, a RCCBRASIL preparou uma novidade para quem colabora fielmente com o Movimento por meio do Projeto Semeando a Vida no Espírito. A partir de março, todo final de mês, haverá um sorteio no Escritório Nacional da RCCBRASIL, entre todas as pes-

soas que colaboram mês a mês com o Movimento. O sorteio é uma ação em agradecimento às pessoas que tornam possível a realização das atividades nacionais da Corrente de Graça.

Em março, Maria Adalgiza Barcelos (Arquidiocese de Uberaba-MG) ganhou um kit da Editora RCCBRASIL .

Já Marcelo Tirolo Carneiro (Arquidiocese de Londrina- PR)foi contemplado com um curso do IEAD.

sorteio! Para participar, basta ser um colaborador fiel do projeto e estar em dia com a contribuição há pelo menos três meses.

Em abril, Maria Brito da Silva (Arquidiocese de Curitiba-PR) foi a sorteada para levar o kit da Editora RCCBRASIL. Patrick Leonardo Carvalho dos Santos (Diocese de Caratinga-MG) ganhou o curso online.

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Toda última semana do mês é realizado um novo

Para saber como contribuir com o Projeto Semeando a Vida no Espírito e ajudar a Renovação Carismática Católica do Brasil, acesse: www.rccbrasil.org.br/semeando.

Confira como foi o sorteio!

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