Revista Renovação - Edição 126 - Janeiro / Fevereiro de 2021

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Revista Renovação . Jan/Fev 2021

Nesta Edição

Espiritualidade

Sugestão de Leitura

Institucional

06 Nossa Identidade, tesouro que o Senhor nos confiou

19 Livros essenciais para os carismáticos

22 Doe com o PIX, evangelize com a RCCBRASIL

08 Pioneiros: Referenciais seguros

Espiritualidade

24 Em entrevista, Vinícius Simões comenta sobre os desafios para este novo ano

11 Sentinela, resposta ao plano de salvação 14 Grupos de oração, guardiões da identidade 16 Guardar: Proteger, praticando

20 Frágil casebre ou imponente construção

Testemunho

Curso Online

23 Só pensávamos em amar a Deus e viver uma Vida Nova no Espírito Santo

26 A RCCBRASIL te ajuda a guardar a identidade carismática

EXPEDIENTE Publicação Oficial da Renovação Carismática Católica do Brasil Editada pelo Escritório Nacional da RCC do Brasil ANO 22 - Edição Nº 126: Jan/Fev 2021

Jornalista Responsável: Jersey Simon Ferreira Registro Profissional 0034836/RJ

E-mail: dpto.comunicacao@rccbrasil.org.br

Redação: Pedro Whately, Rayssa Ferreira, Raphaely Fernandes

DA RCCBRASIL

Revisão: Laura Galvão Fotos: Arquivo RCCBRASIL, Shutterstock, Pixabay Projeto Gráfico: Priscila Carvalho Venecian Design e Diagramação: João Maria da Silva Neto

ESCRITÓRIO ADMINISTRATIVO Rodovia Presidente Dutra km 46,5, sentido Rio de Janeiro, no bairro dos Marques, s/n Canas/SP Tel.: (12) 3151-9999 Entre em contato conosco. Envie testemunhos e sugestões para o

e-mail dpto.comunicacao@rccbrasil.org.br Os artigos publicadas são de responsabilidade de seus respectivos autores. Permitida a reprodução, sem alteração do texto e citada a fonte.

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Editorial Revista Renovação . Jan/Fev 2021

“CHAMADOS A SER SENTINELAS” O Senhor inspirou ao Conselho Nacional da RCCBRASIL que 2021 fosse um ano para Guardar a Identidade da RCC. Nas palavras do presidente da RCCBRASIL, Vinícius Simões, “Guardar significa, precisamente, proteger, vigiar de dia e de noite para que não se extravie, para que não se perca, para que não se desvie nem para a esquerda nem para a direita. Deus nos constituiu ‘sentinelas’ diante de seu povo, e isso é muitíssimo profundo”. A Revista Renovação, sentinela guardiã da história da RCC no Brasil, nesta Edição 126, propõe um verdadeiro aprofundamento da moção deste ano: “Guardar a identidade da RCC, para que o mundo seja batizado no Espírito Santo”. Vamos contar, através de profundos artigos, reflexões, matérias especiais e testemunho, o que o Senhor desejou para o Movimento Eclesial quando inspirou o verbo GUARDAR. Mergulharemos nas diversas dimensões desta palavra aparentemente tão simples, mas que carrega em si um profundo ensinamento para este tempo que vivemos. Vamos compreender o que, de

fato, é ser uma sentinela; qual a compreensão espiritual deste chamado que o Senhor nos faz? Também vamos aprofundar o papel do Grupo de Oração na missão de guardar a identidade da RCC. Ainda trazemos um texto especial, fazendo memória aos pioneiros que nos ajudam a olhar para a nossa história, como referenciais seguros da missão da RCC. Também aprofundamos a Palavra Norteadora para o Movimento em 2021: “mas descerá sobre vós o Espírito Santo e vos dará força, e sereis minhas testemunhas” (At 1, 8). Para fechar, vamos bater um papo com o presidente da RCCBRASIL, Vinícius Simões, que nos conta sobre os desafios para este ano novo e os direcionamentos do Conselho Nacional para este tempo. Queremos que você mergulhe conosco e cresça na graça, compreendendo o seu papel de guardião e sentinela. Esperamos que você tenha uma excelente leitura! Deus te abençoe!

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Palavra do Presidente Revista Renovação . Jan/Fev 2021

Vinícius Rodrigues Simões

Presidente do Conselho Nacional da RCCBRASIL Grupo de Oração Jesus Senhor

GUARDIÕES DA IDENTIDADE Guardar a Identidade da RCC significa protegê-la, vigiá-la de dia e de noite para que não se extravie, para que não se perca, para que não se desvie nem para a esquerda nem para a direita. Não se trata, portanto, de reter algo para si ou tornar-se autorreferencial num processo de fechamento em si mesmo. Não! Trata-se de não perder o foco, de não se distanciar das suas origens, chamado e vocação na Igreja e no mundo. Não à toa, neste tempo, o Senhor nos chama de “Sentinelas na Casa de Israel” (cf. Ez 33,7). A sentinela é fiel ao seu dever de vigiar, de proteger, de estar atenta para que nada se perca. Ora, somos sentinelas constituídas pelo Senhor para que nossos Grupos de Oração se mantenham fiéis àquilo para o qual foram chamados: a serem cenáculos de Jerusalém nos dias atuais. Que cada carismático se sinta, pois, recrutado a ser “rosto e memória de Pentecostes” na Igreja e no mundo a partir da experiência do batismo no Espírito Santo.

do. Ora, para ser testemunha é preciso guardar, isto é, internalizar a experiência, recordar do ocorrido para trazer à tona, apropriar-se da experiência como um verdadeiro tesouro para então espalhá-la pelo mundo na qualidade de testemunha ocular, isto é, de quem vivenciou algo, de quem viu e ouviu. O que o capítulo 1 versículo 8 do Livro dos Atos dos Apóstolos nos ensina, portanto, é que ao recebermos a Força do Alto precisamos aprofundá-la, ampliar o entendimento dela indo às fontes inesgotáveis da Sã Doutrina, a tudo aquilo que a Mãe Igreja nos ensina acerca do batismo no Espírito Santo e suas consequências na vida cristã. Portanto, em 2021, o Senhor nos conduzirá a um grande aprofundamento espiritual que nos dará um novo vigor para sermos Suas testemunhas nos mais diversos areópagos modernos. Veni Sancte Spiritus!

Deus nos presenteou com uma Palavra Norteadora para 2021 que potencializa fortemente o verbo “GUARDAR” a Identidade da RCC, termo que aprofundaremos conforme o Plano de Ação da RCCBRASIL (2020-2022). Na Palavra Norteadora, o Senhor promete que o Espírito descerá sobre nós, seremos batizados no Espírito Santo e receberemos Dele uma força extraordinária, sobrenatural, para sermos testemunhas. Esta força será um despertar espiritual, robustez para nos levantarmos de todo abatimento, decisão derradeira pela santidade, crescimento espiritual, vigor missionário. E imbuídos desta Força do Alto, o Senhor nos diz que seremos Suas testemunhas até os confins do mun-

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NOSSA IDENTIDADE, TESOURO QUE O SENHOR NOS CONFIOU A identidade da Renovação Carismática Católica e, portanto, de cada um de nós, seus membros, é o batismo no Espírito Santo.

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ara entender o que é Batismo no Espírito Santo, basta ver o que é o próprio Espírito Santo. Ele é o amor fluindo entre o Pai e o Filho na Santíssima Trindade, um amor tão poderoso e tão substancial que constitui, em Deus, uma Pessoa. Ser batizado no Espírito Santo é ser preenchido do amor de Deus, é ter uma experiência avassaladora de ser amado por Deus, uma experiência de amor tão poderosa que transforma por completo a nossa vida. “Porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado” (Rom 5,5).

Espírito Santo, tiveram profunda cura interior por se saberem amadas e isso lhes deu possibilidade de refazer a vida. Saber-se amado dá coragem de enfrentar dificuldades, de se reerguer nas quedas, de ter um olhar de esperança sobre o futuro.

Quantas vidas transformadas nos Grupos de Oração, quantas pessoas receberam vida nova por terem experimentado este amor! São tantos os relatos de pessoas que se sentiam rejeitadas, que tinham um passado de abusos e decepções, experiências de dor e de abandono e, ao serem batizadas no

abandonado à minha própria sorte, o olhar do Pai está sempre sobre mim”! “Pode uma mulher esquecer-se daquele que amamenta? Não ter ternura pelo fruto de suas entranhas? E mesmo que ela o esquecesse, eu não te esqueceria nunca. Eis que estás gravada na palma de minhas mãos, tenho

O amor de Deus por nós é uma certeza que o Espírito Santo inscreve no mais profundo do nosso ser: “Sou amado, não estou sozinho no mundo,

sempre sob os olhos tuas muralhas” (IS 49,15-16). O amor de Deus derramado no nosso coração também desperta em nós um amor muito grande pela Palavra de Deus, porque nós passamos a compreender que a Palavra, o Verbo, é verdadeiramente Jesus. Ele é a Palavra Eterna do Pai, a revelação plena de seu amor por nós, tudo já foi dito n’Ele, todas as situações e realidades estão contempladas n’Ele. Ele entrou na nossa história, a Palavra se fez carne, toca a nossa humanidade!

Por revelação do Espírito Santo nós entendemos tudo isso e passamos a ter um desejo profundo de estar com Jesus colocando-nos diante da Palavra.


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Quantas vidas transformadas pela Palavra de Deus, quantas vidas salvas porque nos nossos Grupos de Oração a Palavra é pregada e as pessoas a guardam no coração para momentos em que precisam muito de Jesus junto com elas. O amor de Deus derramado no nosso coração nos faz reconhecer ainda o Senhorio de Jesus. Sabemos com toda a certeza que, ao derrotar a morte e o pecado na cruz, ao derramar o seu sangue para redimir toda a humanidade e toda a criação, Ele se tornou Senhor absoluto de tudo. Jesus ressuscitou e está sentado à direita do Pai, Ele é Senhor, tudo foi colocado sob o escabelo de seus pés, só Ele tem a última palavra sobre cada detalhe e circunstância de nossa vida. Quantas vidas libertas porque as pessoas aprenderam a deixar Jesus reinar sobre vícios e pecados, sobre fraquezas e tentações, porque aprenderam a declarar o Senhorio de Jesus sobre suas vidas, sobre suas casas e, assim, o mal foi derrotado. Como está escrito: “Deus o exaltou soberanamente e lhe outorgou o nome que está acima de todos os nomes, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho no céu, na terra e nos infernos. E toda língua confesse, para a glória de Deus Pai, que Jesus Cristo é Senhor” (Fl 2, 9-11). O amor de Deus derramado no nosso coração também nos torna conscientes da presença do Espírito Santo em nós como uma Pessoa que se relaciona conosco, que nos dá inspirações, ilumina o nosso entendimento, nos revela a verda-

de, nos consola, nos defende das acusações de Satanás, nos guia no caminho do bem que Deus já preparou para que  realizássemos (cf. Ef 2,10).

Quantas vidas transformadas por se deixarem conduzir pelo Espírito Santo que transforma o caos em cosmos, coloca ordem e paz onde existe confusão e vergonha, organiza e regula tudo de acordo com o plano de amor de Deus por nós. O amor de Deus derramado no nosso coração abre os nossos olhos para a grandeza, o poder e a majestade da Santíssima Trindade, para a sua grandiosa obra de salvação e a maravilhosa obra da criação e o nosso coração se enche de reverente temor que se transforma em louvor nos nossos lábios. Louvando e cantando as maravilhas de Deus a tristeza vai embora, o pessimismo nos abandona, a nossa visão sobre a vida, o mundo e sobre nós mesmos é transformada. O Espírito Santo tem essa linda caraterística de fazer novas todas as coisas! O amor de Deus derramado nos corações nos capacita a amar a Deus e aos irmãos. Quantas famílias reconciliadas, quanto perdão concedido, quanta paz restabelecida, porque as pessoas foram batizadas no Espírito Santo e seus co-

rações de pedra se transformaram em corações de carne (cf. Ez 36,26). Quantas obras sociais nascidas dos Grupos de Oração e das Novas Comunidades! Quantas pessoas resgatadas nas suas necessidades mais profundas, fossem elas materiais, emocionais ou espirituais! O amor de Deus derramado nos nossos corações também suscita em nós um amor muito grande por Maria Santíssima, a Mãe do Senhor e nossa, a cheia do Espírito Santo. Quantas batalhas vencidas pela oração do terço e a intercessão de Maria! Tudo isso constitui a nossa identidade, o nosso tesouro, e ele deve ser guardado para que não se perca, pois “temos este tesouro em vasos de barro, para que transpareça claramente que este poder extraordinário provém de Deus e não de nós” (2 Cor 4, 7). Vasos de barro podem quebrar, portanto, permaneçamos vigilantes, despertos, agarrados firmemente ao Senhor, não deixando que desponte dentro de nós nenhuma planta amarga capaz de contaminar nossos corações (cf. Hb 12,15). Que nosso testemunho de vida possa dizer amém à glória de Deus, que nos consagrou e nos marcou com seu selo e deu aos nossos corações o penhor do Espírito (cf. I Cor 1, 20-21).

Por Maria Beatriz Spier Vargas Grupo de Oração Magnificat Coordenadora da Comissão de Formação da RCCBRASIL

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PIONEIROS: REFERENCIAIS SEGUROS Tu, porém, permanece firme naquilo que aprendeste e crestes. Sabes de quem aprendeste (II Timóteo 3, 14).

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memória dos feitos do Senhor, de geração em geração, é motivo de celebração desde sempre, pelo povo de Deus. Na lembrança das obras de Deus no meio de seu povo escolhido e também das bem-aventuranças dos que foram chamados por Ele, Israel encontrava vigor para sua fé e compreensão de sua própria identidade. Lembrar, recordar, fazer memória... O Senhor ensina que, para que os filhos saibam que Ele é Deus, os pais devem contar as maravilhas que Ele operou em seu favor (Êxodo 10, 2).

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Como porção do povo de Deus, também nós recebemos a tradição da Igreja Santa e Imaculada. Essa

tradição que fixamos na memória e guardamos no coração alimenta a nossa fé. Ainda mais, somos convidados a testemunhar, a anunciar os grandes feitos do Senhor, que caminha ao nosso lado. Vemos aqui um verbo, uma ação, a tradição é tesouro, é herança, mas é construção. O Senhor continua em movimento, em nosso favor, para nossa salvação. Na vida dos santos e santas, canonizados ou conhecidos, vamos recebendo modelos de vida, de vivência do Evangelho. Olhando a caminhada de nosso amado Movimento Eclesial, também nele encontramos histórias concretas de homens e mulheres que foram mer-

gulhados em Deus e renderam-se ao Evangelho, testemunhando a fé, tornando-se modelos fiéis de como viver a vida no Espírito. Quando pensamos na Renovação Carismática em nosso país, sabendo que milhares de pessoas retornaram ao seio da Igreja Católica através dela, imediatamente lembramos do instrumento eficaz que o Senhor manifestou, tão fecundamente, em nossa terra, o Grupo de Oração. Olhando para essas reuniões, onde homens e mulheres simples descobriram a graça do Batismo no Espírito, do milagre dos dons espirituais e a redescoberta da fé genuinamente Católica, podemos recordar aqueles que com ardor es-


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petacular foram colunas de nossa história e que, com seu testemunho e obras, permanecem como referenciais seguros de carismaticidade. São servos que não reclamaram bustos ou placas com seus nomes. Eles simplesmente foram agradecidos por participar dessa linda ação de Deus em nossos tempos, que é a RCC. Não se intitularam donos ou fundadores dela, apenas reconheceram que “de graça receberam e de graça deviam dar” (Mt 10, 8). Podemos imaginar que lá no céu, na glória de Deus, Maria Lúcia Vianna, nossa grande formadora no Ministério de Intercessão, permanece pedindo pelos Grupos de Oração do Brasil. Ela testemunhou com firmeza que também era papel dos leigos a oração pelo próximo. Ensinou em inúmeros retiros o quanto os servos e servas deveriam ter uma vida espiritual robusta, para que os frutos dessa vida de oração abençoasse as vidas dos que recebiam a nossa intercessão. Ela viajou todo o Brasil, formando intercessores, ensinando sobre os carismas. Dedicou-se à escrita de muitos materiais formativos da RCCBRASIL. Um testemunho particular é necessário que registremos: Maria Lúcia era fiel ao Grupo de Oração Jesus Senhor, no Bairro da Tijuca, no Rio de Janeiro. Ela entendia que o Movimento Eclesial renascia e era pleno na reunião semanal de oração. Ao lado de Maria Lúcia Vianna, encontra-se Laura Mendes da Silva. Conhecida pelos ricos dons que recebeu do Senhor, Tia Laura possuía uma humildade que constrangia. De seus lábios sempre podia-se ouvir: “glória a Deus, glórias a Jesus”. Quando lhe pediam que ensinasse a orar, de forma poderosa como ela

orava, repetia a oração do Pai Nosso. Quando foi confirmado que estava com câncer, bravamente testemunhou que assim Jesus mostrava que ela era apenas o instrumento, o vaso de barro onde a graça podia ser encontrada. Tia Laura reunia milhares de pessoas em Rebanhões, retiros onde pregava a Palavra de Deus e orava pelos enfermos. Era comum escutar em suas pregações que uma pessoa agraciada com uma cura ou com o dom de cura, devia ser muito grata a Deus. Quando aumentava o número de pessoas que procuravam por ela, rapidamente organizou uma equipe que atendesse e dizia sem delongas: “o mesmo Jesus que ouve essa serva ouve aquela outra ali”. Quando lhe ofereciam algum presente, alguma retribuição, Tia Laura ensinava: “pouso, alimento e transporte para a serva de Deus, além disso, tira dela o mérito de ser serva”. Pela graça de Deus podemos encontrar um pioneiro no meio de nós. Um homem que é conhecido como Mister Pentecostes, em muitos países por onde passou. Monsenhor Jonas Abib também é referencial seguro para nós. Ele pagou o preço de testemunhar os carismas, em uma época em que muita desconfiança pairava sobre o exercício dos dons espirituais. Monsenhor Jonas ensinou que o luzeiro precisa estar no candeeiro (Mt 5, 15). Desde o início da RCC, ele esteve presente nos meios de comunicação e imprimiu não apenas na Comunidade Canção Nova, mas também no Movimento Eclesial, a vocação às mídias sociais. Corajosamente, ele

abriu trincheira para o anúncio do Batismo no Espírito Santo, gritando a plenos pulmões, em rádio, televisão e depois na internet, “Reaviva o dom de Deus que há em ti” (II Tim 1, 6). Monsenhor Jonas Abib também nos ensina a guardar a identidade do nosso Movimento, quando insiste que não abandonemos os carismas. Em nosso meio, em tantas oportunidades, Monsenhor diz claramente: “sejam carismáticos, usem os carismas” – e que lição espetacular é essa, sermos fiéis ao chamado de Deus para nós, viver os carismas e ensinar as novas gerações. Se em algum momento, titubearmos no caminho, perdermos a lucidez do rumo que devemos tomar, olhemos para nossos antecessores. Vislumbramos que a RCC, principalmente em suas três primeiras décadas, teve homens e mulheres de grande firmeza, comprometidos, dispostos a testemunhar a todo custo a graça do Batismo no Espírito Santo. A unção que inflamava os corações dos pioneiros seja copiosamente derramada sobre nós, ao lembrarmos da grande luta que travaram para que essa graça extraordinária chegasse até os dias de hoje. Com eles, com todos os que com os anjos louvam na glória, possamos dizer: Maranathá! Vem Senhor Jesus! Na vida no Espírito, na busca pela santidade que apresse a vinda do Senhor!

Por Bruno Maffi Grupo de Oração Dom Albano Cavallin Arquidiocese de Londrina (PR)

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SENTINELA, RESPOSTA AO PLANO DE SALVAÇÃO Tu, porém, permanece firme naquilo que aprendeste e crestes. Sabes de quem aprendeste (II Timóteo 3, 14).

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omos sentinelas da casa de Israel porque assim Deus nos constituiu quando demos a nossa livre resposta ao seu plano de salvação. Resposta indispensável para a nossa realização, pois a felicidade plena do homem passa necessariamente por viver os desígnios divinos. Sim, viemos de Deus e para Deus voltaremos, não apenas no início e no final da nossa vida terrena, mas, todos os dias, como igreja peregrina. Conforme nos afirma Santo Agostinho, “Fizeste-nos para ti, Senhor, e inquieto está o nosso coração enquanto em ti não repousa”. Temos necessidade de Deus. É n’Ele que todas as nossas realizações adquirem sentido eterno. A palavra de Deus, no livro do profeta Ezequiel em seu capítulo 33, versículo 7, diz: “Filho do homem, eu te constituí sentinela na casa de Israel. Logo que escutares um oráculo meu, tu lhe transmitirás esse oráculo de minha parte”. Deus nos constituiu sentinelas nos dias atuais. Constituir é fazer parte da essência. É formar. É também atribuir poderes a uma pessoa para que esta exerça determinada função, cargo ou mandato. É eleger ou nomear. É ser a imagem ou a representação. Já a sentinela é o soldado armado, responsável por guardar um posto, prevenindo invasões surpresas ou descobrindo antecipadamente inimigos. É aquele que vigia.

Deus quis que fôssemos essenciais no plano de salvação, apesar de poder realizá-lo sem nós. O Divino Mestre nos forma, capacita e arma para exercermos o mandato a nós conferido pela eleição divina. Como se toda esta graça não fosse suficiente, Ele nos dá a honra de sermos seus representantes junto ao povo, que tanto ama e deseja salvar. Nesta missão, a todo tempo, tocamos o amor de Deus que nos constrange e encoraja a entregarmos os nossos planos e vidas em suas mãos. É próprio da missão das sentinelas do Senhor transmitir o oráculo, a revelação divina ao povo. Como Ezequiel, somos enviados por Deus aos deportados, àqueles que foram retirados, banidos da sua pátria. Reflitamos: quantas pessoas, quantos servos, quantas famílias têm sido banidas da pátria celeste? Será que temos nos deixado envolver e seduzir pelos sussurros desse mundo ou mesmo do nosso inimigo, que nos faz cochilar ou até dormir no posto que nos foi confiado? Será que eu e você temos guardado o nosso posto como é o nosso dever? Será que temos compartilhado com todos a graça do batismo no Espírito Santo como incansavelmente tem pedido o Papa Francisco à Renovação Carismática Católica?

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Por meio de Ezequiel, o oráculo chega ao povo deportado que havia se deixado corromper e por isto perecia sem possibilidade de subsistir. Movido de compaixão, Deus adverte o povo a mudar de proceder, afirmando que não se compraz com a morte do pecador, mas com a sua conversão e vida. E assegura ao profeta que, se o povo escutar e mudar de proceder, se salvará. Se não, perecerá devido ao pecado. Mas, ainda que não o escute, se o profeta anunciar o oráculo, salvará a sua própria vida. É vital para nós e para aqueles que nos foram confiados, sermos guardiões da identidade da Renovação Carismática Católica, servir a Deus e aos irmãos para que o mundo seja batizado no Espírito Santo. Podemos olhar para a obra de salvação que Deus iniciou em nossas vidas. Quantos de nós iniciamos o caminho de salvação por meio do batismo no Espírito Santo? Qual foi e tem sido o efeito de um genuíno batismo no Espírito Santo no nosso processo de conversão? Diante do agir do Espírito Santo, o quanto fomos e somos convencidos dos nossos pecados e da necessidade de converter-nos ao Senhor?

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Há grandes diferenças entre a realidade do povo de Israel, que havia se deixado corromper e perecia sem possibilidade de subsistir e a realidade do mundo em que vivemos hoje? Penso que não. Para mim, a diferença está nos costumes de cada época, pois o corromper-se é tão atual como naquela época. Quando rompemos com Deus, optando por aquilo que diverge dos seus ensinamentos, da sua Palavra,

rompemos com a nossa essência e perecemos. Sabemos, irmãos, que o batismo no Espírito Santo é elemento essencial da identidade da RCC. Sabemos que ele é o agir de Deus no íntimo do nosso ser. Que o principal fruto do batismo no Espírito Santo é a conversão, a mudança de vida, a volta sincera para Deus que ressignifica as nossas vidas e nos leva aos irmãos e à Mãe Igreja. Mas como compartilhar aquilo que perdemos, por que não guardamos? No livro “Eu te constituí sentinelas na casa de Israel”, Vinícius Simões nos ajuda a entender que postura da sentinela, guardiã da identidade da RCC, exige constante aprofundamento no conceito e na vivência do batismo no Espírito Santo, através de uma formação continuada e sistemática. De fato, é falácia pensar ou dizer que a formação enquadra o Espírito Santo, pelo contrário, quanto mais conheço, mais tenho a oferecer a Deus, que age no que temos e somos. São João Paulo II falou da fé e da razão (Fides et Ratio) como duas asas necessárias para o conhecimento de Deus. A sentinela guardiã da Identidade da RCC canaliza todas as ações para que os membros do Movimento façam genuína experiência do batismo no Espírito Santo, assegurando que cada Grupo de Oração seja um Cenáculo de Jerusalém nos dias atuais, como um caloroso espaço de oração comunitária que alimenta o fogo de um ardor incontido, do qual falaram os bispos da América Latina e do Caribe, no

documento de Aparecida, número 362. O fogo de um ardor incontido foi o que fez os apóstolos saírem do Cenáculo de Jerusalém e anunciarem o oráculo.

Os guardiões da identidade da RCC saem em missão unidos no mesmo propósito, pois têm a clara visão do essencial: compartilhar a experiência do Cenáculo, levar o batismo no Espírito Santo a todos, testemunhando a entrega de suas vidas a Deus, que coopera realizando milagres e prodígios, a exemplo do que vemos no livro dos Atos dos Apóstolos. Mas saiba que, para tanto, é necessário garantir a unidade de todos os serviços/ministérios em torno do essencial em detrimento do acessório. É essencial, neste momento, guardar a identidade da RCC, para que o mundo seja batizado no Espírito Santo.

Por Keila Souza Grupo de Oração Sagrado Coração de Maria RCC Distrito Federal



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GRUPOS DE ORAÇÃO, GUARDIÕES DA IDENTIDADE Para vivermos bem a missão de portadores da identidade da RCC é importante compreender que enquanto se resgata, também se guarda e se propaga.

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uando Vinícius Simões foi eleito presidente do Conselho Nacional do Movimento da Renovação Carismática Católica no Brasil, o Senhor colocou uma moção em seu coração que, depois de confirmada pelo Conselho Nacional, passou a ser chamada de “um plano pastoral para a RCCBRASIL no triênio”. Resgatar a Identidade da RCC para que o mundo seja batizado no Espírito Santo, Guardar a Identidade da RCC para que o mundo seja batizado no Espírito Santo e Propagar a Identidade da RCC para que o mundo seja batizado no Espírito Santo.

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Olhando para este plano pastoral, encontramos três verbos que foram pedagogicamente separados, para serem melhor trabalhados: Resgatar, no ano de 2020; Guardar, no ano de 2021; e Propagar, no ano de 2022. Contudo, mesmo com esta separação, sabemos que as coisas não são estanques, ou seja, enquanto se resgata, também se guarda e se propaga, porém, em cada ano, temos um enfoque maior para um dos verbos, de tal maneira que, agora em 2021, é o ano de voltar o nosso olhar, de forma mais intensa, para o “Guardar a Identidade da RCC”.

Como Vinícius nos ensina: “Guardar significa, precisamente, proteger, vigiar de dia e de noite para que não se extravie, para que não se perca, para que não se desvie nem para a esquerda nem para a direita. Deus nos constituiu ‘sentinelas’ diante de seu povo, e isso é muitíssimo profundo. Não podemos relaxar, fechar os olhos, cochilar, ‘comer mosca’, ter excesso de respeito humano; precisamos ser insistentes e até intransigentes na tarefa de proteger a originalidade de nossa identidade nos Grupos de Oração, em nossas expressões ministeriais, etc”. Portanto, não se trata de guardar no sentido de esconder, ao contrário, é preciso guardar colocando em destaque, testemunhando, não permitindo que se perca, protegendo. Nós sabemos que o Grupo de Oração é a célula fundamental do Movimento da Renovação Carismática Católica, isto porque, dentro do Movimento, é no Grupo de Oração que o pastoreio efetivo acontece, é lá que a evangelização querigmática acontece semanalmente, local propício para a atualização de Pentecostes, momento oportuno para louvar ao nosso Deus. Há um

tempo, o Senhor disse para o Conselho Nacional: “Não tirem os olhos de mim, nem do Grupo de Oração”. Ou seja,

olhando para o Senhor, precisamos cuidar do GO que Ele nos confiou, a fim de que este cumpra o seu papel. De fato, enquanto missão e serviço, o Grupo de Oração é o nosso foco. Sendo assim, todas as inspirações dadas por Deus ao Conselho Nacional devem chegar ao Grupo de Oração e com a moção do “Guardar” não pode ser diferente. “Guardar a Identidade da RCC para que o mundo seja batizado no Espírito Santo” acontecerá de fato em nosso meio quando os nossos Grupos de Oração forem guardiões da identidade. É preciso atenção em nossas atividades, verificando se as mesmas ajudam a reforçar a nossa identidade, ou se, ao contrário, contribuem para a descaracterização da mesma. Por vezes, empreendemos muito esforço para realizar algumas coisas que, até são boas, mas não nos ajudam no


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tocante a guardar a identidade. Além disso, trazemos outros elementos para o Grupo de Oração que, de repente, não identificamos mais a identidade da RCC no Grupo. O Santo Padre o Papa Francisco, falando para nós, afirma que espera que propaguemos na Igreja e na sociedade a graça do Batismo no Espírito Santo, graça esta que pode ser lida no livro dos Atos dos Apóstolos. Ou seja,

olhando para o Senhor, precisamos cuidar do GO que Ele nos confiou, a fim de que este cumpra o seu papel. Sendo assim, antes de propor alguma atividade é bom que se pergunte: “essa atividade contribui com a nossa identidade? Faz parte da nossa missão?”. Aqui não se trata de um isolamento, só fazer determinada coisa etc, não, contudo, por vezes, buscamos o que é acessório em detrimento do que é essencial.

O Grupo de Oração, enquanto guardião da identidade, precisa proporcionar às ovelhas do Senhor uma boa pregação querigmática. Precisa ser um local de acolhida,

forma sistemática e organizada. É preciso também uma atenção especial à missão, de fato, “colocar o carro na rua”, fazer evangelização porta-a-porta, tarde de louvor na praça, noites carismáticas etc. Assim, estaremos guardando a identidade, no sentido de “colocar em destaque”, apresentar a outros. É preciso também que os membros do Grupo de Oração busquem uma intimidade com Deus, investir na espiritualidade, buscar ouvir o Senhor. Se eu tenho intimidade com Deus, faço a Sua vontade, logo, estou no caminho certo. Também nesta linha de espiritualidade, é necessário oferecer aos membros do Grupo de Oração uma boa fase querigmática dentro do processo formativo. Enfim, se o Grupo de Oração fizer o que é chamado a fazer, abrindo mão dos acessórios, estará sendo um guardião da identidade, fazendo a moção de “Guardar a Identidade da RCC para que o mundo seja batizado no Espírito Santo” uma verdade em sua comunidade. Que tenhamos uma firme decisão de caminhar nessa direção, contando com a Força do Alto. Vinde Espírito Santo! Nossa Senhora de Pentecostes, rogai por nós!

que tem lugar para todos, lugar de vida fraterna. Precisa ser um espaço privilegiado para que os carismas fluam, a fim de que seja percebido o que Deus tem para aquele povo. Precisa ser um local de louvor, que ajude os irmãos a reconhecerem quem é Deus. É necessário ser um ambiente alegre, que ajude os irmãos a tirar o olhar do problema e fixar os olhos em Deus. Precisa proporcionar um verdadeiro batismo no Espírito Santo, que é uma experiência transformadora de vida. Para que o Grupo de Oração seja tudo isso, os servos precisam estar preparados, logo, faz-se necessário investir em formação. Não apenas para quem já está no serviço, mas, formar também os que estão chegando, a fim de que estes, sendo chamados a servir a Deus na Igreja, ajude o Grupo de Oração a se manter fiel ao carisma original. É necessário pensar na formação de

Por Frederico Mastroangelo Simões Marques Grupo de Oração Imaculado Coração de Maria RCC Bahia

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GUARDAR: PROTEGER, PRATICANDO “Se guardardes os meus mandamentos, sereis constantes no meu amor” (Jo 15, 10)

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o evangelho de João, o verbo “guardar” expressa uma grande expectativa de Jesus a respeito de Seus discípulos. O Salvador espera que guardemos suas palavras e seus mandamentos como expressão do nosso amor por Ele (Jo 14, 15). Se assim fizermos, Sua palavra nos livrará da morte (Jo 8, 51) e atrairá sobre nós o Divino Paráclito, que ficará eternamente conosco (Jo 14, 16). Como acontece com todos os verbos, “guardar” indica uma ação a ser realizada ou evitada, uma atitude a ser vivida ou rejeitada. Nesse caso, a ordem de Jesus é: guarde aquilo que você tem recebido e ouvido de Mim. Mas, o que o Senhor deseja nos dizer com isso? O que Ele espera de nós?

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Os dicionários de língua portuguesa nos apresentam os diversos sentidos da palavra guardar. Ela significa conservar, proteger, preservar, zelar e, ao mesmo tempo, cumprir, praticar, seguir alguma instrução ou ordem. Você já passou pela experiência de ter guardado tão bem um objeto de certa impor-

tância que não foi capaz de encontrá-lo no momento em que precisava dele? Certamente não é disso que Jesus está falando! Guardar suas palavras e mandamentos não significa simplesmente colocá-los numa prateleira de livros ou numa das gavetas de nossas lembranças pessoais, mas torná-los tão presentes e reais na prática, que eles jamais possam ser tirados de nós. Guardamos as palavras de Jesus na exata medida em que as praticamos; elas, então, se tornam vida da nossa vida e inseparáveis de nós mesmos. O Espírito Santo convidou toda a família carismática no Brasil a fazer de 2021 um ano no qual devemos “guardar a identidade da RCC, para que o mundo seja batizado no Espírito Santo”. Se lermos esse chamado do Senhor à luz do que descobrimos no evangelho de João, perceberemos o quanto ele é dinâmico e desafiador. “Guardar a identidade da Renovação” não significa assumir a postura defensiva, amedrontada, de quem se sente ameaçado. Pelo contrário! Significa que

só seremos capazes de conservar, preservar o tesouro que o Senhor nos confiou, na medida em que o compartilharmos com outros, vivenciando corajosamente o que Ele nos tem revelado pelo Seu Espírito. Na Missa que celebrou na praia de Copacabana, por ocasião do encerramento da Jornada Mundial da Juventude, em 2013, o papa Francisco fez um encorajador apelo missionário aos jovens presentes. Referindo-se a tudo que haviam experimentado naqueles dias, o Santo Padre disse-lhes que: “essa experiência não pode ficar trancafiada na vida de vocês ou no pequeno grupo da paróquia, do movimento, da comunidade de vocês. Seria como cortar o oxigênio a uma chama que arde. A fé é uma chama que se faz tanto mais viva quanto mais é partilhada, transmitida, para que todos possam conhecer, amar e professar que Jesus Cristo é o Senhor da vida e da história”. Creio que não há palavras melhores que essas para nos motivar a guardar a identidade da Renovação neste ano.


Espiritualidade Revista Renovação . Jan/Fev 2021

Conjugar o verbo “guardar” não significa esconder-nos; nem pensar em manter apenas as atividades de sempre; muito menos transformar nossos Grupos em pequenos encontros semanais de amigos, sem impulso evangelizador. Isso seria cortar o oxigênio da Renovação! Guardar nossa identidade significa mantê-la acesa partilhando-na, propondo-na para outros, como um dia ela foi apresentada a nós como uma poderosa novidade da parte de Deus. Além disso, lembremos uma vez mais do evangelho de João: guardamos nossa identidade na exata medida em que a vivemos pessoal e comunitariamente, assim como guardamos as palavras de Jesus quando as praticamos. Precisamos estar atentos para não transformar nossa identidade em algum tipo de discurso sobre o louvor ou sobre o Espírito Santo (ou qualquer outro tema importante) que venha a substituir nossa vivência e exercício prático dessas realidades. Não guardamos as palavras de Jesus quando teorizamos sobre elas, mas quando obedecemos a elas! Assim também se dá com nossa identidade: não a guardamos quando produzimos muitas formações, palestras ou ensinos sobre o que é a Renovação Carismática ou sobre como devem transcorrer nossos Grupos de Oração, mas quando encarnamos o poder libertador do Evangelho em nossa vida de todo dia e em nossas assembleias. É bom refletir e teorizar sobre algu-

mas coisas, mas jamais como se estivéssemos fazendo arqueologia, tentando descobrir para que serviam alguns artefatos antigos que não usamos mais. O louvor, os dons do Espírito, a proclamação ardorosa da Palavra, a intensa vida de oração, o combate espiritual, o batismo no Espírito Santo não podem se tornar apenas temas de muitos e belos estudos arqueológicos, mas devem ser realidades práticas na vida de cada um de nós. Guardamos na medida em que vivemos! Que atitudes podem nos desviar do alvo de Deus para nós? Ou seja: se nossa tarefa em 2021 é guardar a identidade da Renovação, o que pode nos levar a perdela? Já falamos sobre um primeiro perigo: substituir a vivência de um genuíno batismo no Espírito Santo e de suas consequências por teorias e palavras sobre coisas que não experimentamos mais.

Ouvir muitas pregações sobre vida de oração não substitui a experiência de caminhar gradativamente na estrada da intimidade com Deus e do recolhimento; fazer um curso sobre os dons espirituais não é a mesma coisa que praticá-los no dia a dia e progredir neles.

frase pode ser compreendida da seguinte forma: “Ele crescerá na medida em que eu diminuir”. Quando o Espírito de Deus sela uma pessoa ou um grupo com uma missão vinda do céu, Ele os coloca nessa posição. É preciso que nos mantenhamos nela!

O olhar de João Batista é o remédio para todo partidarismo, mundanismo, competição, apego, tirania e vaidade que rondam o coração do homem. Todos nós, nos mais variados lugares, devemos lutar contra essas coisas. Também como Movimento devemos nos precaver contra elas. Guardar a identidade da Renovação Carismática também significa recordar que é Jesus quem batiza no Espírito Santo. Dele, por Ele e para Ele são todas as coisas. Somente a Ele seja dada a glória pelos séculos dos séculos. Amém.

Nosso chamado não é de sermos arqueólogos ou cientistas de Pentecostes, mas participantes dele. Por fim, perdemos nossa identidade quando saímos da “posição de João Batista”. Em Jo 3, 30, João manifesta a compreensão que ele tem de todos os seus trabalhos e esforços: “Importa que Ele cresça e que eu diminua”. Na verdade, essa

Por Padre Antonio José Diretor Espiritual do Conselho Nacional da RCCBRASIL

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Sugestão de Leitura Revista Renovação . Jan/Fev 2021

LIVROS ESSENCIAIS PARA OS CARISMÁTICOS Leituras que nutrem a espiritualidade e aproximam do Senhor. Conheça os materiais pensados especialmente para os carismáticos.

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omo primeira sugestão de leitura de 2021, a Revista Renovação traz para os seus leitores livros que não podem faltar na estante de nenhum carismático. Leituras atemporais e necessárias, para quem deseja ser uma fiel sentinela e guardião da identidade. Apresentamos a você livros que nos recordam da experiência fundante do Movimento e alicerçam o serviço no Grupo de Oração. A Cruz e o Punhal Este livro narra a história de David Wilkerson, que influenciou muitos cristãos brasileiros, no início da década de 70, a iniciarem um trabalho de recuperação junto aos jovens com problemas de dependência química. Um forte testemunho da transformação que Deus pode fazer na vida de todos que se entregam a Ele, a partir da experiência do Batismo no Espírito Santo. Como em um novo Pentecostes Nesta obra, a pioneira da RCC, Patti Mansfield, relata o surpreendente início da Renovação Carismática Católica. Contando, a partir de

testemunhos e relatos detalhados, como se desencadeou a história que teve início no final de semana de 17 a 19 de fevereiro de 1967, em Duquesne, EUA, e que se perpetua até hoje por todo o mundo. Batismo no Espírito Santo - ICCRS O propósito deste livro é oferecer reflexões teológicas sobre o significado do batismo no Espírito Santo, bem como sobre os direcionamentos pastorais para a recepção e vivência dessa graça entre os fiéis, tanto como indivíduos, como em grupos. A maior parte deste livreto é aplicável a toda Igreja, na medida em que o batismo no Espírito é uma graça para todo o corpo de Cristo e não meramente para a Renovação Carismática. Eu te constituí sentinela na Casa de Israel O autor Vinícius Simões ressalta os pontos fundamentais da essência da Renovação Carismática. A cada capítulo, ele explica como resgatar, guardar e propagar a identidade do Movimento, para assim se manter acesa a chama desta Cor-

rente de Graça para os próximos 50 anos. Se caracteriza também como um livro de direcionamentos para a RCCBRASIL durante o triênio 20202022. Pois a Promessa é para Vós Neste livro, o leitor é convidado a mergulhar na extraordinária ação do Espírito de Deus que, em cinco décadas, transformou milhares de vidas, através dos Grupos de Oração espalhados por todo o Brasil. Bruno Maffi relata toda a história da RCC em solo brasileiro durante os 50 anos iniciais do Movimento, através de testemunhos de homens e mulheres de todo o país. Você encontra mais livros que nutrem a sua espiritualidade e intimidade com o Senhor na Loja RCCBRASIL. Acesse agora mesmo rccshop.com.br

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Espiritualidade Revista Renovação . Jan/Fev 2021

FRÁGIL CASEBRE OU IMPONENTE CONSTRUÇÃO? “... descerá sobre vós o Espírito Santo e vos dará FORÇA...” (At 1,8)

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que somos diante de Deus? Seus amados filhos em Cristo! Como filhos, recebemos o Espírito que clama: ABBA PAI! E esse mesmo hóspede da alma nos dá força na luta contra nossas fraquezas. Dá-nos a Graça necessária e desperta em nós a CORAGEM APOSTÓLICA para enfrentar os desafios presentes, tanto na vida pessoal como também na missão. Ao refletir sobre quem somos sempre podemos nos recordar de um termo: MORADA! Somos moradas do Espírito Santo, como nos ensina Paulo em I Cor 3,16.

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Esse termo “MORADA ou MORADIA” normalmente nos remete aos tipos de casas que habitamos no mundo. Grandes edifícios, iglus, palafitas, casas de pau-a-pique, cavernas... O homem, desde o tempo da pré-escrita sempre construiu lugares para se abrigar, para se guardar das intempéries. Até os animais

têm esta concepção de moradia: constroem ninhos, escavam buracos, instalam-se em troncos de árvores, em cavernas no fundo do mar. Tudo que respira deseja uma morada! MORAR dá-nos a impressão de proteção e de força. Todos anseiam pelo sentimento de “ser guardado e por isso estar fortalecido”. O ser humano criado à imagem e semelhança de Deus, plasmado pelas mãos do criador, assume, na condição humana, um corpo material, gerado por milagre e nasce extremamente frágil. O corpo humano é, sem dúvida, algo que requer inúmeros cuidados para que tudo funcione bem, esteja em harmonia. Ao nascer, o bebê é totalmente dependente daqueles seres adultos que o cercam. Tudo deve ser colocado à disposição dele, já que ainda não assume atitudes próprias. É um ser passivo do carinho e do cui-

dado dos adultos que o rodeiam. Depende da força dos braços que o embalam, alimentam, cuidam... No decorrer dos anos, o corpo desenvolve-se, cresce, robustece, mas a fragilidade permanece. Em todo tempo, a humanidade é frágil e dependente de inúmeros fatores para se manter viva e saudável. A Pandemia nos mostrou isso por mais uma vez. Embora com muito vigor, o ser humano é apenas um “frágil casebre”. Daqueles casebres simples,  avistados nas encostas das montanhas... Isso é você e eu! Frágil, dependente, apenas um casebre! Embora muito frágil, todo ser vivente merece respeito e dignidade humana, já que todos, sem exceção, são imagem e semelhança de Deus. Mas não é só isso! Ou pelo menos não deveria ser! Um frágil case-


Espiritualidade Revista Renovação . Jan/Fev 2021

bre pode tornar-se uma imponente construção! Aonde Deus chega tudo se transforma! Esta é a confirmação da sua presença! Antes do batismo somos pobres criaturas. Nele, pela ação do Espírito Santo que nos dá FORÇA, tornamo-nos filhos, adotivos pelos méritos de Jesus Cristo! Em toda história da salvação a presença de Deus fez novas coisas antigas, fortes os seres fracos, fez grandes os pequeninos, fez sábio cada limitado. Considerando essa ação transformadora da presença amorosíssima de Deus, os frágeis casebres, podem se tornar imponentes construções. O que faz com que a fragilidade humana seja enriquecida, que se torne “UM FORTE” é a presença de Deus. Ele habita no homem. É sua morada! No caminho da vida, cada um pode optar em ser um frágil casebre ou uma imponente construção. Se existe uma abertura por parte do ser humano para a atuação poderosa de Deus, então qualquer casebre, por mais simples que seja, torna-se uma imponente construção. Não é bom ser uma casa “classe média”, seria o meio termo desta comparação reflexiva. O anseio constante do coração humano deve ser o de atingir a estatura de uma grande construção, esta, conquistada pela abertura total à ação de Deus, que tudo pode transformar. Por isso é que se encontram no mundo pessoas muito simples que são grandes fortalezas.

O que conta não é o que se é por si mesmo, mas o que se pode tornar pela atuação de Deus.

Confiando em nós mesmos seremos reféns do medo, da angústia... Confiemos no Pai das moradas! Ele, o habitante que transforma a simples morada num grande forte, dará a mesma força que deu aos apóstolos em Atos 1,8. No Evangelho de São Mateus 8,20, quando um escriba disse que o seguiria onde quer que Ele fosse, Jesus respondeu: “As raposas têm suas tocas e as aves do céu têm seus ninhos, mas o Filho do homem não tem onde repousar a cabeça”. Expressando ainda seu desejo de que sejamos um com Ele, na Força do Espírito exorta em Mateus 16,25: “Porque aquele que quiser salvar a sua vida perdê-la-á, e quem perder a sua vida por amor de mim, achá-la-á”. Com isso, Jesus demonstra que, mesmo sem casa, sempre o Senhor cuida de nós pelo Espírito, que ao perder a vida por Ele, sempre se vai ganhar, e que a vida mora em nós. O Espírito é o Senhor que dá a vida! Façamos como os apóstolos e discípulos do Senhor que o viram ascender aos céus, que presenciaram o derramamento do Espírito em Pentecostes, que ouviram Pedro pregar em Jerusalém e muitos se converterem... Saiamos anunciando que Jesus vive! Que Nele temos vida! Que Ele está conosco e não nos deixa um momento sequer. Que Ele é a nossa força e a nossa eterna esperança! JESUS ESTÁ VIVO EM VOCÊ, MORADA DELE! ELE É A SUA FORÇA! ALELUIA!

Por Leandro Rabello Grupo de Oração Mater Domine-Diocese de Campos - RJ Coordenador Nacional do Ministério de Pregação da RCCBRASIL

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Institucional Revista Renovação . Jan/Fev 2021

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A RCC naInstitucional minha vida Revista Renovação . Jan/Fev 2021

“SÓ PENSÁVAMOS EM AMAR A DEUS E VIVER UMA VIDA NOVA NO ESPÍRITO SANTO” Olá, a Paz de Jesus!!

para ser adorado, foi uma experiência inexplicável.

Nosso nome é Mirian e Lilian, somos gêmeas, temos 26 anos, somos sergipanas, fazemos parte do Grupo de Oração “Ou Santos ou Nada”, na Paróquia Santa Luzia, povoado Colônia 13, da cidade de Lagarto (SE), na Diocese de Estância. Também fazemos parte do Grupo de Oração Universitário “Casa de Reconstituição”.

Eu, Mirian, não me importava com quem estava mais ao meu lado, eu só queria chorar, comecei a pedir perdão a Deus por todas as vezes que defendi o aborto, que chamei a Igreja de mentirosa, que militei contra ela, naquele momento eu entendi que o Senhor estava me chamando a ser uma guardiã da identidade.

No final do ano de 2008, no encerramento da preparação para o Crisma, todos os crismandos tiveram que participar de uma Experiência de Oração, promovida pela RCC. Mesmo como crismandas, não queríamos participar do encontro, pois a última coisa que desejávamos era estar ali, já que o evento seria em um final de semana. Estávamos pensando em não participar, pois achávamos que seria muito cansativo, mas, por ser um encontro obrigatório para receber o Sacramento do Crisma, não tínhamos outra escolha a não ser participar.

Eu, Lilian batia com as minhas mãos no chão daquele lugar, desejando ser tudo aquilo que Deus sonhou de mim, aquele final de semana foi um verdadeiro divisor de águas para nós, não conseguimos imaginar onde estaríamos se não fosse aquela Experiência de Oração. Hoje estamos aqui florescendo onde Deus nos plantou, no Movimento da Renovação Carismática Católica.

Ao chegar no final de semana que mudou as nossas vidas, preferimos, por rebeldia e por falta de compromisso, sentar nas últimas cadeiras do local do encontro. Mas, aquela Experiência de Oração trouxe em nossos corações sentimentos de amor a Deus, à Igreja, sentimentos de perdão, de renúncia etc… Eu, Mirian, fui invadida pela vontade de chorar, mas me contive, pois eu tinha muita vergonha de chorar ao lado de outras pessoas, principalmente ao lado da minha irmã. Eu, Lilian, comecei a me arrepiar, o meu coração foi invadido por uma paz inexplicável, de repente, Jesus Eucarístico entrou no local que estávamos

Depois que o encontro terminou, chegamos em casa, só pensávamos em amar a Deus, em viver uma vida nova no Espírito Santo, buscar na Palavra de Deus a nossa direção. O sentimento negativo que tínhamos de Deus foi substituído por um amor sem reservas, tornando Jesus Senhor e Salvador de nossas vidas, como também colocando-O sempre em primeiro lugar em tudo. Foi um final de semana que nos levou a experimentar o poderoso amor de Deus e a perceber que Deus é sempre presente e que nos ama copiosamente, independentemente da situação que vivemos.

Mirian da Costa Santos e Lilian da Costa Santos Grupo de Oração “Ou Santos ou Nada” Paróquia Santa Luzia - Diocese de Estância (SE) e Grupo de Oração Universitário “Casa de Restituição”

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Institucional Revista Renovação . Jan/Fev 2021

EM ENTREVISTA, VINÍCIUS SIMÕES COMENTA OS DESAFIOS PARA ESTE NOVO ANO 2021, um novo tempo, com novos desafios e também novas oportunidades para a evangelização. Tempo de seguir confiante no Senhor!

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Renovação Carismática Católica pôde, com a graça de Deus, dar início a mais um ano repleto de novas oportunidades para a evangelização. Tendo em vista esse novo ano de 2021, a Revista Renovação conversou com Vinícius Simões, presidente do Conselho Nacional da RCCBRASIL, que partilhou sobre os desafios deste tempo e as direções que o Senhor nos apresenta. R.R: Vislumbrando este novo ano, qual o maior desafio para a RCCBRASIL?

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O grande desafio que se apresenta à RCCBRASIL em 2021 é a retomada vigorosa e fervorosa de milhares de Grupos de Oração que ficaram suspensos diante do necessário distanciamento social em tempos de Pandemia, afinal, o Grupo de Oração é o cenáculo de Jerusalém dos dias atuais, local para o encontro pessoal com Deus e para a experiência real, impactante e transformadora do batismo no Espírito Santo. Além disso, alguns servos apresentaram certo “esfriamento” espiritual e precisam ser reavivados espiritualmente; algumas ovelhas elegeram outras prioridades para si, inclusive colocando outras atividades no dia e horário do Grupo de Oração e precisam ser reconduzidas ao caminho do Senhor; precisaremos retomar de forma sistemática e planejada o Processo Formativo da RCC. Alie-se a isso o grande desafio de lançar as redes do outro lado da barca, pois Jesus é o Senhor e deve se tornar conhecido e amado por muito mais pessoas. Sejamos “rosto e memória de Pentecostes” para o mundo.

R.R: Em setembro de 2020, o Conselho Nacional se reuniu para sua reunião ordinária que aconteceu pela primeira vez de forma totalmente remota (online). Qual direcionamento o Senhor deu para a RCC no Brasil em 2021? Ainda que tenhamos nos reunido virtualmente, o Senhor deu grandes direcionamentos ao Conselho Nacional, que se colocou em oração e em escuta profética para os rumos da RCCBRASIL em 2021. Algumas palavras-chave: SIMPLICIDADE e PEQUENEZ (a exemplo do profeta João Batista, somos chamados a servir sem rebuscamentos, sem acessórios, sem vaidades, cultivando a humildade, sendo coadjuvantes, pois o protagonista é o Senhor); DEPENDÊNCIA TOTAL DE DEUS (recostar a cabeça no colo do Senhor e Nele repousar, colocar a confiança e a esperança unicamente em Deus, pois o poder é todo e unicamente Dele); RELACIONAMENTO FRATERNO (baseado no “uns aos outros”, suporte mútuo de fé, promoção do outro, vivência fraterna) e VIGOR MISSIONÁRIO (robustecimento espiritual, envio de Deus, alistamento no exército do Senhor). Na Palavra Norteadora para 2021 (Atos 1,8), o Senhor nos diz que nos dará o Espírito Santo e Ele nos dará força (dínamo, robustecimento, coragem, força sobrenatural) para termos um novo vigor missionário.

Sejamos simples, pequenos e totalmente dependentes do Espírito Santo, para irmos ao encontro dos irmãos e irmãs.


Institucional Revista Renovação . Jan/Fev 2021

R.R: Como a liderança pode implementar o plano de ação da RCC (triênio 2020-2022) neste ano? No Plano de Ação para o triênio 2020-2022 temos 3 verbos norteadores: RESGATAR, GUARDAR e PROPAGAR a Identidade da RCC, para que o mundo seja batizado no Espírito Santo. Em 2020 procuramos aprofundar a reflexão e ação sobre o verbo “resgatar”; em 2021, somos convidados a trabalhar o verbo “guardar”, não no sentido de esconder, de defender ou de retroalimentar. Ao contrário, devemos guardar no sentido de proteger, de vigiar, para que não nos desviemos da nossa Identidade, do chamado que o Senhor fez à RCC, da nossa vocação como carismáticos. Nesse sentido, devemos aprofundar o conceito e a experiência do batismo no Espírito Santo e suas consequências na vida humana. Fato é que o BES é uma fonte inesgotável de descobertas e redescobertas e, neste ano, queremos nos aprofundar na vivência daquilo que nos define. Que cada carismático volte ao centro da Identidade da RCC para reviver a experiência fundante (o BES) e possa produzir os frutos do batismo no Espírito Santo para a vida do mundo. Portanto, nossos esforços pastorais devem ser todos canalizados para esta meta: levar as pessoas à genuína experiência do batismo no Espírito Santo, inclusive mediante o aprofundamento do seu conceito teológico e eclesiológico, para que demos ao mundo as razões da nossa fé e da nossa esperança.

Que cada Grupo de Oração guarde a Identidade da RCC, para que não se desvie do seu chamado original e daquilo que é próprio de um Grupo de Oração da RCC: louvor, protagonismo da Palavra de Deus, prática dos carismas para a edificação da assembleia, clamor por uma nova efusão do Espírito Santo, autêntica vivência fraterna e missionariedade, para que mais e mais pessoas tenham um encontro pessoal com Deus e sejam batizadas no Espírito Santo. Cada um dos Grupos de Oração existentes no Brasil é importante para a RCC e eu os tenho todos em meu coração e na minha oração diária. Peço ao Senhor que todos perseverem no seguimento alegre do Senhor, sendo verdadeiramente carismáticos pelo poder do Espírito Santo que paira e renova a face da terra. Que cada Grupo de Oração vença os seus desafios e crie estratégias inspiradas pelo Espírito Santo para lançar novamente as redes do outro lado da barca, pois a Escritura (cf. Jo 20) nos assegura que a pesca será abundante. Mas para isso, as redes de pesca dos Grupos de Oração não podem estar rasgadas, de modo que suportem o peso dos 153 peixes novos.

R.R: Após tantos desafios enfrentados em 2020, qual palavra ou orientação você daria aos servos e lideranças dos Grupos de Oração? Que cada Grupo de Oração reconheça a sua importância para a evangelização dos homens e para que a humanidade seja batizada no Espírito Santo. O Grupo de Oração é o coração pulsante da RCC, todos os dias, é o cartão de visita da Renovação Carismática Católica. É lá que a Renovação mostra o seu rosto belo. Portanto, que os núcleos e equipes de servos dos Grupos de Oração se apropriem da “força” que nos é dada pelo Espírito Santo para que sejam testemunhas oculares do poder de Deus em favor dos homens.

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ProjetoOnline Curso Revista Renovação . Jan/Fev 2021

A RCCBRASIL TE AJUDA A GUARDAR A IDENTIDADE CARISMÁTICA O ensino à distância pode nos ajudar a compreender como devemos trilhar o caminho que o Senhor nos propõe!

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ortalecer nossa formação e espiritualidade é um caminho seguro para manter vivo o nosso modo de ser Igreja. Por meio dos cursos à distância, a RCCBRASIL te ajuda a guardar a identidade que o Senhor confiou a toda Renovação Carismática Católica. Afinal, como nos ensina Santo Agostinho: só se ama aquilo que se conhece. Nós, como carismáticos, temos que manter acesa a chama de Pentecostes, pois foi essa a parte que o Senhor nos convidou a testemunhar! Foi essa mesma graça que um dia nos alcançou e também é ela que nos sustenta. Por isso, nesta edição da Revista Renovação convidamos dois irmãos a testemunharem sua experiência com o IEAD da RCCBRASIL. Luciana do Prado Oka Ossucci, é do Grupo de Oração Adoradores do Rei, na Diocese de Diamantino (MT). Ela foi aluna do curso do Ministério de Oração por Cura e Libertação e atualmente está fazendo o curso “Instrumentos eficazes para melhor compreender a Bíblia”.

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“O que me fez escolher o curso online da RCCBRASIL foi a facilidade em me organizar da melhor forma de acordo com meus outros afazeres! Através do IEAD eu consegui fazer formações e me aprofundar na identidade da RCC, pois como eu tinha filhas pequenas não conseguia sair para fazer as formações presenciais! Louvo a Deus por esta inspiração do Espírito Santo em abrir esta modalidade! Particularmente, eu fiz faculdade à distância depois de casada... Então, para mim, essa modalidade abre as portas para nunca deixarmos de nos abastecer de conhecimento”.

Diakson Josué Capota é do Grupo de Oração Louvando ao Senhor, na Diocese de Guarapuava (PR). Foi aluno do curso de Formação para Formadores. “Como estamos passando este tempo complicado de Pandemia, eu optei pela formação do IEAD, além disso, desta forma, eu pude também organizar o melhor horário, estudando nos horários vagos sem ter que abrir mão de nada. Esse curso da RCCBRASIL abriu muito a minha visão em relação ao Movimento da RCC e fortaleceu muito o meu Ministério (de Oração por Cura e Libertação)”. Faça como a Luciana e o Diakson que tiveram uma experiência renovadora com os cursos da RCCBRASIL. Atualize a formação do seu Ministério e também fortaleça o seu conhecimento sobre o Movimento. Não perca a oportunidade de: - Organizar seu horário de estudo; - Investir na sua formação por um valor acessível; - Estudar na segurança e no conforto da sua casa; - Ter acesso a materiais exclusivos; - Receber suporte nas dúvidas por meio do monitor da turma.

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Espiritualidade Revista Renovação . Jan/Fev 2021

Revista Renovação. 126 . Jan/Fev 2021

REAVIVANDO A

CHAMA

MINISTÉRIO DE FORMAÇÃO, GUARDIÃO DA IDENTIDADE Deus nos constituiu Sentinelas do seu povo e nos deu a missão de Resgatar, Guardar e Propagar a Identidade da Renovação Carismática Católica para que o mundo seja batizado no Espírito Santo!1 O Ministério de formação é um dos braços, podemos assim dizer, que existem na Renovação Carismática Católica (Movimento Eclesial) e seu objetivo é formar cristãos aptos a anunciarem ao mundo a razão de sua fé e de sua esperança, assim como formar líderes/servos para que atuem na RCC capacitados e renovados em sua identidade, unidade e missão. Por meio da formação, Deus “forja consciências autenticamente cristãs, cristãos maduros, pessoas com a mentalidade e o caráter de Cristo, homens e mulheres verdadeiramente renovados a

partir do mergulho em ‘águas mais profundas’, servos efetivos e eficazes nas mãos do Senhor, a partir da experiência do Batismo no Espírito Santo”2. Não formamos para nós mesmos, mas a formação é um convite ao contínuo seguimento e à intimidade com Jesus, reconhecendo-O como Mestre de toda a vida, fonte de toda graça e salvação, conforme nos ensina o Catecismo da Igreja Católica: “A finalidade definitiva da catequese (formação) é levar a comunhão com Jesus Cristo, só Ele pode conduzir ao amor do Pai no Espírito e fazernos participar da vida da Santíssima Trindade” (Cat. § 426/427).

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Livro Eu te Constituí Sentinela na Casa de Israel. Apostila “Orientações para o Ministério de Formação - RCCBRASIL”

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Encarte Reavivando a Chama Revista Renovação . 126 . Jan/Fev 2021

É uma missão confiada a nós diretamente por Jesus, porém, muitas vezes achamos que é algo do Ministério de Formação ou que a RCC inventou e que não precisamos nos preocupar com isto, mas é a própria Igreja que nos ensina: “A formação não é um privilégio de uns poucos, mas sim um direito e um dever para todos” (Christifidelis Laici, 63). Diante dessa missão, foi confiada ao Ministério de Formação a responsabilidade de conduzir alguns momentos importantes dentro do nosso Movimento, que chamamos de campos de atuação do Ministério de Formação, que são: - A Ministração do módulo Básico, dentro do processo formativo, que nos mergulha na nossa identidade, no nosso chamado, abrindo-nos ao conhecimento da nossa Igreja; - A Formação para Formadores, que é destinada a todos aqueles que formam em seus Ministérios e não somente ao Ministério de Formação; - A Formação para coordenadores, que busca formar aqueles que foram chamados para serem os pastores do rebanho do Senhor que, muitas vezes, assumem essa missão não sabendo o que fazer, como fazer, por onde começar; - E o Grupo de Perseverança, o terceiro momento do Grupo de Oração, que tem como objetivo aprofundar a fé e crescer no conhecimento de Deus e na Doutrina da Igreja. O Grupo de Perseverança também é o lugar privilegiado para exercermos a vivência fraterna, um dos pilares da nossa identidade. Na Renovação Carismática Católica, o servo do Ministério de Formação recebe a missão de ser GUARDIÃO DA IDENTIDADE DA RCC! Enquanto guardiões, não guardamos algo para nós, mas zelamos para que esta identidade não se perca, mas que seja apresentada a todos os homens e mulheres de forma intacta. Não é só saber qual é a nossa identidade, mas é vivê-la de forma intensa e profunda. Tomando o significado da palavra identidade, per-

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cebemos a dimensão da importância deste chamado. “Do latim identitas, a identidade é o conjunto das características e dos traços próprios de um indivíduo ou de uma comunidade. A identidade também é a consciência que uma pessoa tem dela própria e que a torna em alguém diferente das outras”3. Mais que simplesmente algo que caracteriza a Renovação Carismática Católica, a sua identidade é a forma de viver a sua espiritualidade, o seu estilo de vida próprio. Neste sentido, como o alicerce de uma construção, o Batismo no Espírito Santo é o fundamento da identidade carismática, muito mais que um momento de Encontros e ou Reuniões de Oração, precisa se tornar uma experiência de vida. Ao experimentá-lo, aquele que vive esta Graça mergulha na essência de Deus: o “Amor” (Cf. I Jo 4,8); nela se encontra com Jesus, “aquele que Batiza no Espírito Santo” (Jo 1,33b), e se “experimenta o pentecostes pessoal, que o faz crescer e chegar à maturidade da vida cristã plena do Espírito”4. Como parte da identidade da RCC, a partir do Batismo no Espírito, o Senhor concede ao fiel abundantes Graças atuais e especiais para a prática da “Vida Nova”, que são chamados de Carismas, dons do mesmo Espírito, para colocar a serviço dos irmãos, “para o bem comum”5, como nos diz São Paulo na sua carta aos Coríntios. E ainda, aquele que vive a experiência do Encontro Pessoal com Jesus, por meio da efusão do Espírito, se encontra com os irmãos, é chamado a viver em comunidade, descobrindo que é impossível viver verdadeiramente o Amor, senão com aqueles que Deus coloca nos seus caminhos; Fica claro que a Identidade da RCC: o Batismo no Espírito; a Prática dos Carismas e a vida em comunidade precisa tornar-se o cotidiano de todo batizado no Espírito Santo. E nessa perspectiva, aquele que assume o serviço de ser formador é constituído por Deus guardião, não de um conhecimento meramente teórico e intelectualizado, mas sim, da forma de viver a Fé na Renovação Carismática Católica. Extraído do site https://conceito.de/identidade: Acesso dia 20/01/2010 Apostila Grupo de Oração, pág. 9 – Módulo Básico RCCBRASIL. 5 I Cor 12, 7 3 4


Encarte Reavivando a Chama Revista Renovação . 126 . Jan/Fev 2021

Então, o que é ser guardião? Podemos definir como aquele que é nomeado, por uma autoridade, para assumir a responsabilidade de guardar algo de relativo valor. Para nós do Ministério de Formação da RCC essa delegação nos foi dada por Deus que nos constituiu “Sentinela”: “filho do homem, eu te constituí sentinela na casa de Israel. Logo que escutares um oráculo meu, tu lhe transmitirás esse oráculo da minha parte”(Ez 33,7). O formador que assume a condição de ser um guardador e fiel depositário da identidade, também é responsável por transmitir com fidelidade, de maneira inalterada aquilo que recebeu como verdade, sem confusão e ou ambiguidades. Apesar de cada um ter sido chamado por alguém, geralmente pelo coordenador do Grupo de Oração, é necessário que o formador assuma como uma convocação de Deus para uma missão específica no Movimento. O chamado a ser formador é sempre fazer a vontade d’aquele que o chamou e percebe-se que este chamado é essencialmente espiritual, o que obriga um empenho em vivê-lo como tal. Não podemos esquecer o que nos ensina São Paulo aos Efésios “o nosso combate não é contra o sangue nem contra a carne, mas contra os principados e contra as potestades... contra os Espíritos do Mal”6. Para isso, o formador deve “revestir-se da armadura de Deus7” e buscar desenvolver algumas características necessárias para o discipulado missionário de Jesus: O Formador é chamado à santidade – O formador deve assumir que pelo Sacramento do Santo Batismo todo cristão é chamado a cultivar uma vida de santidade, São João Paulo II declara que a atenção à santidade do evangelizador é determinante na ação evangelizadora8. Insiste ainda o Santo Padre: “Todos na Igreja, precisamente porque são seus membros, recebem e, por conseguinte, partilham a comum vocação à santidade”9. Ser santo é a primeira vocação do formador. O Formador é chamado à formação permanente – Como formador, o servo não pode dar aquilo que não tem, é imprescindível uma busca constante de aprimoramento do conhecimento, para não correr o Ef 6,12 Ef 6,13 8 Carta Apostólica Novo Millennio Ineunte, nº 30 9 Exortação Apostólica Christifideles Laici, nº 16

risco de se tornar um mero passador de conteúdo. O documento final da V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe, Aparecida 2007, fala da necessidade de “uma formação integral, querigmática e permanente” que “compreende várias dimensões, todas harmonizadas entre si em unidade vital10”. O formador deve ser o primeiro a buscar a formação. O termo final da formação é a santidade! A formação vai nos configurando a Cristo. O Formador é chamado à unidade – Especialmente nos últimos anos, o Senhor tem inspirado a Renovação Carismática Católica do Brasil a viver e buscar a unidade, ou seja, a viver uma verdadeira comunhão. O Documento de Aparecida deixa claro que os discípulos de Jesus são também vocacionados à comunhão: “A vocação ao discipulado missionário é convocação à comunhão em sua Igreja. Não há discipulado sem comunhão11”. E ainda falando sobre a comunhão, o Papa Francisco diz que “é na comunhão, mesmo que seja custosa, que um carisma se revela autêntico e misteriosamente fecundo. Se vive este desafio, a Igreja pode ser um modelo para a paz no mundo12”. O Formador é chamado à fidelidade ao ensino – Como guardiões, sentinelas da identidade da RCC, os formadores são chamados a transmitir com fidelidade as propostas de ensino para todo o Movimento. O papa Paulo VI enfatiza a fidelidade que o evangelizador necessita ter, pois ele não fala o que é próprio, mas o que é inspirado à Igreja: “Enviada e evangelizadora, a Igreja envia também ela própria evangelizadores. É ela que coloca em seus lábios a Palavra que salva, que lhes explica a mensagem de que ela mesma é depositária, que lhes confere o mandato que ela própria recebeu e que, enfim, os envia a pregar. E a pregar, não as suas próprias pessoas ou as suas ideias pessoais, mas sim um Evangelho do qual nem eles nem ela são senhores e proprietários absolutos, para dele disporem a seu bel-prazer, mas de que são os ministros para o transmitir com a máxima fidelidade13”. Não podemos adequar os conteúdos para agradar pessoas ou até mesmo por vaidade, é preciso levar a Verdade, que é o próprio Cristo.

Documento de Aparecida, nº 279 Documento de Aparecida, nº 156 12 Exortação Apostólica Evangelii Gaudium, nº 130 13 Exortação Apostólica Evangelii Nuntiandi, nº 15

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O Formador é chamado à vida espiritual – É indiscutível que especialmente àquele que assume uma vida missionária, e não é diferente para os formadores da RCC, há a necessidade de ter uma vida espiritual intensa, que o fortaleça e capacite para a missão que lhe foi confiada. João Paulo II evidencia que a espiritualidade é fundamento para o apostolado; “A fonte e origem de todo o apostolado da Igreja é Cristo, enviado pelo Pai. Sendo assim, é evidente que a fecundidade do apostolado dos leigos depende da sua união vital com Cristo14”. O formador que não reza, não tem vida sacramental, não se confessa, não se alimenta da Eucaristia, não medita diariamente a Palavra, não tem como ter intimidade com Deus. É através da oração que Deus fala com os seus, orienta e exorta, como as primeiras comunidades, que permaneceram unânimes em oração à espera da Promessa do Espírito Santo. “Todos estes perseveravam unanimemente em oração e súplicas...15”. E sem intimidade com Deus não se pode fazer a Sua vontade. Como o Batismo no Espírito Santo é o fundamento da Identidade da RCC, o mesmo Espírito é o protagonista de todo o seu processo de evangelização. Como formadores, é necessário exercer o ministério sempre conduzido pelo Espírito e isso se dará por meio da oração, de se colocar aos pés do Mestre, de uma profunda intimidade com o Senhor. A formação é eficaz quando ministrada sob o impulso do Espírito. “Naquele momento ser-vos-á inspirado o que haveis de dizer. Pois não sereis vós que falareis, mas o Espírito (...) falará em vós16”. Com este pequeno trecho do seu Evangelho, São Mateus deixa claro que, desde o seu início, a Igreja acolhe o Espírito como a sua alma. O Papa Pio XII já explicitava: O Espírito Santo no Corpo místico de Cristo é “o princípio de toda a ação vital e verdadeiramente salvífica em cada um dos diversos membros do Corpo”. O Concílio Ecumênico Vaticano II, na Constituição dogmática Lumen Gentium, retorna a esta imagem: “Deu-nos do Seu Espírito, o qual, sendo um e o mesmo na cabeça e nos membros, unifica e move o corpo inteiro, a ponto de os Santos Padres compararem a Sua ação àquela que o princípio vital, ou alma, desempenha no corpo humano17”.

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Decreto Apostolicam Actuositatem, nº 4 Atos 1, 14 16 Mt 10, 19-20

Não é simplesmente transmitir conteúdo, é unir o conhecimento à Espiritualidade, fazendo que, por meio do ensino, os irmãos tenham um encontro pessoal com Jesus, através do Batismo no Espírito Santo. São João nos ensina que a formação é uma obra do Espírito Santo (Jo 14,26), é Ele quem age na vida do formando através da formação. Portanto, formação não enquadra, não engessa e não engaiola o Espírito, ao contrário, ela liberta, tira as cegueiras espirituais. A formação é ninho, ela é lugar de segurança, de aprendizado, de crescimento, ela vai dar a base que precisamos para exercer com mais eficácia ainda a nossa missão. Somos chamados a nos abrir sem medo ao Espírito, como nos pede o Santo Padre, o Papa Francisco: “Evangelizadores com espírito quer dizer evangelizadores que se abrem sem medo à ação do Espírito Santo. No Pentecostes, o Espírito faz os Apóstolos saírem de si mesmos e transforma-os em anunciadores das maravilhas de Deus, que cada um começa a entender na própria língua. Além disso, o Espírito Santo infunde a força para anunciar a novidade do Evangelho com ousadia (parresia), em voz alta e em todo o tempo e lugar, mesmo contracorrente18”. Sigamos em frente com toda coragem e zelo, para “Guardar o precioso depósito, pela virtude do Espírito Santo que habita em nós” (Cf. 2Tm 1,14).

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Constituição Dogmática Lumen Gentium, nº 7 Exortação Apostólica Evangelii Gaudium, nº 25


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