JESUS, RAZÃO DA NOSSA ALEGRIA pág. 08 APRENDA COMO SE ORGANIZAR PARA 2022! pág. 11 VINÍCIUS SIMÕES CONTA AS EXPECTATIVAS PARA O ENF 2022 pág. 14 AS VIRTUDES TEOLOGAIS ENCARTE
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Revista Renovação . Nov/Dez 2021
Nesta Edição Espiritualidade
Institucional
Notícias
06 Jesus, nossa
14 Vinícius Simões conta as
19 Foi realizada em
esperança
07 Como Nossa Senhora
da Expectação, somos convidados a levar a esperança
expectativas para o ENF 2022
20 A reunião do Conselho Nacional voltou a ser presencial
22 Conselho Nacional
08 Jesus, razão da
discerne Palavra Norteadora para 2022
nossa alegria
Especial 11 Aprenda como se
organizar para 2022
24 A generosidade
torna possível a evangelização!
A RCC em minha vida
Ministérios em Partilha
13 “Senhor, assim como o
17 Jovens, Jesus é a nossa
Senhor fez um milagre na vida de Zacarias e Isabel, faz na minha também”
novembro a Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe
Eventos 23 Comece 2022
participando dos encontros da RCCBRASIL
Sugestão de Leitura 26 “O Poder da intercessão profética”
referência!
18 A importância da mesa posta
EXPEDIENTE Publicação Oficial da Renovação Carismática Católica do Brasil Editada pelo Escritório Nacional da RCC do Brasil ANO 22 - Edição Nº 131: Nov/Dez 2021
Jornalista Responsável: Jersey Simon Ferreira Registro Profissional 0034836/RJ Redação: Pedro Whately, Rayssa Ferreira, Raphaely Fernandes Revisão: Laura Galvão Fotos: Arquivo RCCBRASIL, Shutterstock, Pixabay Projeto Gráfico: Priscila Carvalho Venecian Design e Diagramação: João Maria da Silva Neto E-mail: dpto.comunicacao@rccbrasil.org.br
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Editorial Revista Renovação . Nov/Dez 2021
EDITORIAL REVISTA RENOVAÇÃO, EDIÇÃO 131: “ALEGRIA, NASCEU A ESPERANÇA” “Naquele dia, será dito em Jerusalém: não temas, Sião! Não desfaleçam as tuas mãos! O Senhor, o teu Deus, está no meio de ti, um herói que salva!” (Sf 3, 16-17a). Ao finalizarmos 2021 e iniciarmos 2022, renasce em nossos corações a esperança na vitória de Jesus, que veio salvar a humanidade. Essa mensagem possui uma esperança que nunca se esgota, nas palavras do Papa Francisco, “Cristo é a Boa-Nova de valor eterno (Ap 14, 6), sendo o mesmo ontem, hoje e pelos séculos (Hb 13, 8), mas a sua riqueza e a sua beleza são inesgotáveis. Ele é sempre jovem, e fonte de constante novidade” (EG 11). Na Evangelii Gaudium, Francisco também nos recorda que “a alegria não se vive da mesma maneira em todas as etapas e circunstâncias da vida, por vezes muito duras. Porém, acrescenta o Santo Padre, “adapta-se e transforma-se, mas sempre permanece pelo menos como um feixe de luz que nasce da certeza pessoal de, não obstante o contrário, sermos infinitamente amados”. Prova do seu amor é que Ele continua a derramar o Seu Espírito Santo, batizando, renovando, transformando vidas e sustentando os seus servos eleitos. A Edição 131 da Revista Renovação é um convite aos carismáticos do Brasil, para sairmos de nós mesmos, para sairmos do abatimento, para recobrarmos o ânimo diante da Mensagem do Natal, para recordarmos a história da Salvação e, por fim, para levar a todas e todos a esperança encarnada, isto é, Jesus. Pois, conforme exorta Paulo VI na Exortação Gaudete in Domino, “da alegria trazida pelo Senhor, ninguém é excluído”. Esta Edição especial traz belíssimos artigos. Vamos refletir sobre a Esperança que Cristo nos dá e que precisamos testemunhar. Somos convidados a olhar para Jesus, razão da nossa alegria, e também para Maria, aquela que soube levar esperança com pés ligeiros. Trazemos um artigo especial sobre o Ano Novo que se inicia. Com tanta correria, como se preparar bem para 2022? É preciso lembrar que somos seres humanos complexos e que precisamos trabalhar todas as áreas da nossa vida: espiritual, familiar, financeira, profissional etc. Além disso, trazemos uma entrevista especial com Vinícius Simões sobre o Encontro Nacional de Formação 2022, a preparação e a expectativa do Conselho Nacional, além de informações importantes e atuais sobre a vida do nosso Movimento. Que Deus abençoe sua leitura!
Por Jersey Simon Ferreira
Editor-chefe | Coordenador da Comissão de Comunicação Grupo de Oração Sagrados Corações
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Palavra do Presidente Revista Renovação . Nov/Dez 2021
“SEDE ALEGRES NA ESPERANÇA”
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m sua Carta aos Romanos, São Paulo nos ensina uma grande atitude cristã: “Sede alegres na esperança” (Rm 12,12). Esperança significa esperar com coração expectante; trata-se de ver como plenamente possível a realização daquilo que se almeja. Portanto, profunda é a atitude proposta por Paulo. Que possamos esperar com alegria, na perspectiva da fé. E como isso é possível? O Salmista nos ensina: “Esperando, esperei no Senhor com toda a confiança” (Sl 39, 2). Com efeito, podemos esperar de diversas formas: amargurados, confiando em nossas próprias forças, coisas ou pessoas, depositando nossa confiança no Senhor que fez o céu e a terra. Escolhamos, pois, depositar nossa esperança em Deus, nosso Salvador. Nele nossa esperança não é vã. Aquele que espera no Senhor jamais é confundido ou esquecido.
A este respeito exorta-nos o Profeta Habacuc: “porque há uma visão para um termo fixado, ela se aproxima rapidamente de seu termo e não falhará. Mas, se tardar, espera-a, porque ela se realizará com toda a certeza e não falhará. Eis que sucumbe o que não tem a alma íntegra, mas o justo vive por sua fidelidade” (Hab. 2,3-4). Esta Palavra nos convoca à resiliência, à perseverança, à fidelidade diante do que o Senhor nos diz e aponta. A esperança mantém viva a chama da alegria de pertencer ao Senhor. O motivo da nossa esperança é real, é concreto, alcançável, palpável: é o próprio Jesus, o Senhor! Em Cristo somos mais que vencedores (cf. Rm 8,37) e por isso, ao esperar Nele, nos alegramos, na certeza de que jamais seremos abandonados ou desamparados. Ele é o Deus Conosco, Aquele que nos ama com eterno amor e nada nem ninguém pode nos apartar do Seu amor. Ele escuta todas as nossas orações e está perto daqueles que O invocam de coração sincero. No mundo passamos por muitas tribulações, somos acossados de diversas formas. Entretanto, não podemos nos distrair ou desviar os olhos; devemos fixar os olhos Naquele que é o Primeiro e o Último, Aquele que esteve morto, mas vive eternamente (cf. Ap 1,18), na certeza de que o justo vive por sua fidelidade! Nada nem ninguém pode nos roubar essa esperança que nos enche de uma alegria eterna, duradoura até o céu.
Vinícius Rodrigues Simões
Presidente do Conselho Nacional da RCCBRASIL Grupo de Oração Jesus Senhor
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Espiritualidade Revista Renovação . Nov/Dez 2021
JESUS, NOSSA ESPERANÇA! “Os que põem a sua esperança no Senhor renovam as suas forças, abrem asas como águias, correm e não se fadigam, caminham e não se cansam” (Is 40, 31).
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enovar, abrir, correr, caminhar é o que o Senhor nos diz através do profeta Isaías para aqueles que depositam a esperança Nele, que esperam Nele, que conjugam o verbo “esperançar”!
lágrimas nem dor, lá onde junto com os anjos e santos cantaremos louvores ao Senhor da Glória! É um caminhar eterno que só os que confiam no Senhor persistem em prosseguir.
Se esperamos no Senhor, todos os dias, somos renovados com a força do Espírito Santo que nos impulsiona, nos motiva, nos anima, nos faz enxergar além das realidades presentes através da fé expectante que nos é dada como dom.
É a esperança cega na misericórdia, como vai nos dizer Santa Teresinha do Menino Jesus. O abandono total em Deus. Esperar o cumprimento da vontade de Deus.
É uma espera que não nos deixa parados, que nos faz “abrir asas para vôos mais altos”, abrir o coração, abrir os olhos, abrir e estender os braços e as mãos aos irmãos. Ir cada vez mais longe para alcançar almas, para levar o Evangelho a toda a criatura, para levar o batismo do Espírito Santo ao mundo inteiro, sem se cansar!
Fazer a vontade de Deus em todas as coisas e saber que sua vontade é a nossa paz!
É um correr com o olhar fixo naquele que nos amou primeiro (cf. 1Jo, 4,19), sem nos fadigar neste tempo de peregrinação terrena. É estar de mãos dadas com o Senhor que vai à frente, que nos acolhe, nos segura no colo, nos ampara, nos abraça, que não nos deixa sozinhos nem por um momento, porque ELE está no meio de nós!
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É um caminhar rumo ao céu, incansável, mesmo diante das intempéries da vida, porque o céu é o nosso lugar. Lá está reservada a coroa da vitória, lá não há
Essa esperança se chama Jesus que se deixa alcançar, que nasce numa noite de natal, em Belém de Judá, e que renasce todos os dias em nossos lares, em nossas famílias e em nossos corações! Sim! Jesus, nossa esperança!
Por Luciana Neves
Secretária Geral do Conselho Nacional da RCCBRASIL
Espiritualidade Revista Renovação . Nov/Dez 2021
COMO NOSSA SENHORA DA EXPECTAÇÃO, SOMOS CONVIDADOS A LEVAR A ESPERANÇA Maria ensina com entusiasmo a caminhar ao encontro daqueles que precisam de um novo alento.
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la é a Mãe da doce espera, fonte inspiradora que une a escuta da Palavra do Anjo, o acolhimento das profecias do Antigo Testamento e a missão em direção às montanhas da Evangelização. Em Maria, temos os traços daquela que espera docemente pelo Salvador, sem acomodar-se à situação. A escuta de Maria, sua vida de oração e a sensibilidade espiritual foram cenários para a Anunciação. O acolhimento da vontade de Deus trouxe um sim irrevogável e que a levou a sair em missão para as montanhas de Ain Karim, onde morava sua prima Isabel (Lc 1, 39-56). Assim como Maria, somos convidados a orar e acolher a vontade de Deus para ir ao encontro de tantas “Isabeis” que necessitam da visita de Nossa Senhora da Esperança. O convite para irmos em direção às montanhas não é um chamado solitário. Veja que Maria não ia sozinha, levava para a missão seu filho Jesus no ventre. E O levava repleta do Espírito Santo. Plena de Esperança, ela se dirigia às pressas para as alturas.
Aquele que se enche da presença do Senhor e do Seu Espírito é estimulado a correr e voar com asas do santo zelo.
não sem rumo certo (I Co 9, 26). O alvo são os corações desesperados, sem esperança, cansados, feridos, magoados, decepcionados, doentes, tristes, ignorantes do poder salvífico de Jesus. Sabemos que a Mãe leva Jesus para as montanhas e, sobre isto, santo Ambrósio nos ensina que Maria não foi à casa de sua prima para certificar-se do que o anjo havia dito sobre o estado de Isabel. Mas, ela foi exultante e apressada, diz o santo, pela alegria que sentia em fazer o bem aos outros. Dirigiu-se às montanhas, não por incredulidade, mas por entusiasmo, por audácia apostólica. Assim, cada servo, com seu chamado e serviço - seja ele qual for - é impulsionado a correr em direção às montanhas, com a alegria do Evangelho estampada na sua vida e a soltar gritos de alegria, gritos de júbilo (Sf 3, 14)! Eis nossa missão: como Nossa Senhora da Expectação, Nossa Senhora do Ó, Nossa Senhora da Esperança, levar a Palavra da Esperança, com escuta, acolhimento e alma missionária. Há uma fome de esperança sobre a terra. Alimentemos os ávidos de Esperança!
Nas palavras de Santo Antônio Maria Claret, “a caridade de Cristo estimula, incita-nos a correr e voar com as asas do santo zelo”. A espera do Salvador, torna os pés de Maria ligeiros, recordando as palavras do profeta Habacuque: “Javé, meu Senhor, é minha força; ele torna meus pés ágeis como os da corça, e me faz andar sobre os cimos. Ao mestre do canto. Para instrumentos de corda” (Hab. 3, 19). Maria nos ensina a correr, sim, mas não sem direção, pois na missão de levar a Esperança corremos, mas
Por Kédina Rodrigues
Coordenadora do Ministério de Pregação do DF Grupo de Oração Beata Elena Guerra - Brasília (DF)
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Espiritualidade Revista Renovação . Nov/Dez 2021
“JESUS, RAZÃO DA NOSSA ALEGRIA” “Naqueles dias, apareceu um edito de César Augusto, ordenando o recenseamento de todo o mundo habitado. Esse recenseamento foi o primeiro enquanto Quirino era governador da Síria. E todos iam se alistar, cada um na própria cidade” (Lc 2,1-3).
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ssim o evangelista Lucas situa o nascimento de Jesus em Belém para cumprir a profecia de Miquéias (cf. Mq 5,1-6) que foi citada pelo evangelista Mateus: “E tu, Belém, terra de Judá, de modo algum és o menor entre os clãs de Judá, pois de ti sairá um chefe que apascentará Israel, o meu povo” (Mt 2,6). O objetivo dos evangelistas é demonstrar que o nascimento de Jesus é a Plenitude dos Tempos (cf. Hb 1,1ss) no cumprimento das profecias e, também, que Jesus não é uma fantasia ou um mito, mas demonstrar que a salvação irrompeu na história por meio do nascimento de um menino e que contemplamos Deus neste menino. O Messias, o Ungido de Deus, nasce em Belém de Judá e, a partir desse momento, o Cristianismo vai reconhecer que Nosso Senhor Jesus Cristo é o centro da história, a tal ponto de contarmos o tempo como “antes” e “depois de Cristo”.
Na liturgia não é diferente. Na missa da noite de Natal, em seu início, é proclamado o Anúncio Natalino, no qual se faz a memória de toda a história do mundo e de Israel, tendo por cume o nascimento do Senhor. O canto começa proclamando “Transcorridos muitos séculos desde que Deus criou o mundo e fez o homem à sua imagem”+ percorre o dilúvio; em seguida, conta os séculos até a vinda do Messias: “vinte e um séculos depois do nascimento de Abraão, nosso pai”; relata o êxodo dos israelitas; relata a unção de Davi como rei de Israel; a profecia de Daniel e também situa na história da humanidade, por exemplo: “na nonagésima quarta Olimpíada de Atenas”, como também a partir da fundação de Roma e da volta de Israel do Exílio Babilônico. Depois, finaliza com o cume da História da Salvação, no quadragésimo segundo ano do Império de Tibério César: “Jesus Cristo, Deus Eterno e Filho do Eterno Pai, querendo santificar o mundo com a sua vinda, foi concebido por obra do Espírito Santo e se fez homem; transcorridos nove meses nasceu da Virgem Maria em Belém de Judá. Eis o Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo a natureza humana”. Esse nascimento é a razão da nossa alegria! Mas, por que ele deve provocar a alegria em nosso coração?
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O conceito de “alegria” na Sagrada Escritura, abarcando as palavras hebraicas e gregas, quer expressar todo o regozijo, o contentamento pela saúde, pela paz, pelo encontro com outra pessoa. Alegria é plenitude de vida. O nascimento de uma criança, como o de João Batista, é causa de alegria (cf. Lc 1,14). Outro exemplo, mesmo se para uma mulher, dar à luz a uma criança é feito em meio a dores, a alegria de ter trazido um ser
Espiritualidade Revista Renovação . Nov/Dez 2021
humano ao mundo faz esquecer toda dor (cf. Jo 16,21). Jesus compara esse processo anunciando que a tristeza dos discípulos, diante da morte do Senhor, se transformará em alegria diante da ressurreição (cf. Jo 16,20).
Alegria é a vida eterna (cf. Lc 10,20) também pelo pecador que se converte (cf. Lc 15,7) e pelo filho arrependido que volta à casa (cf. Lc 15,6.9.32). O Espírito proporciona alegria (cf. At 13,52). A alegria perfeita para Jesus é estar em comunhão com o Pai (cf. Jo 14,20) e nós somos chamados a permanecer no seu amor (cf. Jo 15,9). Essa é a alegria que nos proporciona o Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo e que a Liturgia canta e reza no Tempo do Natal.
O efeito espiritual do nosso encontro com o Menino Deus deve fazer-nos sair de nós mesmos e aprender a encontrar com o Cristo presente em cada ser humano. Num mundo marcado pelo hiperconsumismo, egoísmo, frieza e apegos, o encontro com o Senhor precisa trazer a alegria perfeita aos nossos corações, porque
sabendo-nos amados por Deus, aprenderemos a amar as pessoas.
O grande anúncio feito pelos anjos do nascimento do Salvador (Cf. Lc 2,13), a voz de Deus que ressoa nos corações traz a verdadeira alegria: “Povo de Sião: eis o Senhor que vem salvar os homens. O Senhor fará ouvir a sua voz majestosa na alegria dos vossos corações” (Antífona de entrada, 2º Domingo do Advento, Is 30,19.30). Como Jerusalém, também nós devemos nos alegrar pela vinda do Senhor (cf. Br 5,5; 4,36). Também no Terceiro do Domingo do Advento (Gaudete), a alegria do Senhor que está perto deve alegrar o nosso coração (Fp 4,4.5.). E na missa da Noite de Natal, assim nos convida a Liturgia: “Exultemos de alegria no Senhor, porque nasceu na terra o nosso Salvador. Hoje desceu do Céu sobre nós a verdadeira paz”.
Se o Papa Francisco insiste numa Igreja em saída, cada um de nós deve, primeiramente, ter a graça de sair de si para ir ao encontro do outro, essa é uma das graças do Natal do Senhor e, dessa forma, teremos a perfeita alegria, como exortava São Francisco de Assis. Peçamos a Deus, como a Santa Igreja suplica na oração da Missa da Vigília do Natal: a Solenidade Natalina, que todos os anos nos alegra com a esperança da salvação, nos conceda a graça de vermos sem temor um dia como juiz, Aquele que, em alegria, recebemos como Redentor.
Por Padre Micael Moraes Instituto Missionários Servos de Jesus Salvador (Salvistas)
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Especial Revista Renovação . Nov/Dez 2021
APRENDA COMO SE ORGANIZAR PARA 2022 Abandonar velhas práticas e abraçar o novo.
“Sabemos que a vida acontece em diferentes esferas: espiritual, profissional, acadêmica, afetiva, familiar, financeira, emocional etc. Para muitas pessoas, o fim do ano é um momento de reorganização pessoal, de abandonar velhas práticas e abraçar novos projetos, de se planejar para iniciar um novo ano”.
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ara acolher o que é novo precisamos abrir espaços em nossos “armários interiores”, que guardam os antigos “trajes” (padrões), aparentemente confortáveis e “seguros”, mas que podem “engessar” a nossa capacidade de adquirir novas habilidades para a vida: “para vinho novo, odres novos”! (Mt 9, 17). Recordo aqui a frase do poeta Fernando Teixeira de Andrade: “há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos”. O convite é dar passos, um por vez, na direção que se almeja, conforme o nosso propósito existencial, e desviar de tudo o que “rouba” o nosso investimento emocional para desenvolver novos projetos. E, para trilhar esse caminho, separando “o joio do trigo”, você já descobriu o seu propósito de vida? Se sim, suas metas e sonhos estão alinhados com esse propósito? A partir desse entendimento, nossas rotinas e hábitos precisam focalizar o que é essencial para a realização do nosso sentido existencial. Assim, é
possível, a cada passo, acessarmos nossas habilidades e competências naturais e melhor desenvolvê-las. O nosso caminho deve seguir um propósito e não um mero fluxo: em vez de fazermos escolhas reativas, é importante determinar o que é indispensável levar em nossa “bagagem existencial”, eliminando os excessos que tornariam cansativa e improdutiva a “viagem”. O livro Essencialismo de Greg Mckeown - cuja leitura recomendo - nos fornece recursos para a compreensão sobre as escolhas que fazemos, quando se trata de avaliar as nossas reais necessidades nesse processo. Nosso potencial humano pode ficar “adormecido” enquanto não “despertamos” a nossa identidade para o protagonismo de nossa história! Santa Catarina de Sena assim nos convoca: “se fordes o que deveis ser, incendiareis o mundo!” E ainda podemos avaliar, se um barco navega sem direção, nenhum vento lhe será favorável, não é mesmo? Essa frase, do filósofo romano Sêneca, aponta para a necessidade de se ordenar o rumo de nossas escolhas. Antes de definir as rotinas e os hábitos que precisamos exercitar para a concretização das nossas metas, precisamos ter a visão de quem somos, do que nos identifica! “Onde está o seu tesouro ali estará também o seu coração!” (Mt 6, 21).
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Especial Revista Renovação . Nov/Dez 2021
Se ainda nos sentimos à margem de nossas possibilidades e potencialidades, ao definirmos nossos objetivos, podemos nos questionar: qual história temos contado para nós mesmos? Quais as barreiras reais ou subjetivas podem nos aprisionar? À luz da fé podemos ressignificar a nossa trajetória, ampliando os nossos recursos emocionais para o enfrentamento dos nossos medos e inseguranças. É interessante observar a afirmativa do palestrante motivacional Bob Proctor sobre como o medo e a fé exigem que acreditemos em algo que não se vê. Entretanto, quantas vezes o medo emoldura nosso campo de visão? Embora o medo funcione também como proteção em algumas situações, a fé precisa ser nossa aliada na superação dos nossos medos psicológicos, possibilitando-nos sair do barco das nossas “falsas seguranças” e sustentar nossos passos, se for preciso caminhar sobre as águas! A fé é como bússola que norteia nosso curso, não importa o tempo de caminhada ou quão perdidos possamos estar. A experiência de fé nos encoraja a reconhecer nossa vulnerabilidade diante de nós mesmos, para buscar novas perspectivas de crescimento. Após essas reflexões deixo a seguinte questão: com base no que vivenciamos em 2021, o que de fato precisa ser redirecionado em cada esfera de minha vida para o próximo ano? Outra pergunta que abre caminhos para o cumprimento das metas: quando eu me proponho a atingir um objetivo, o que de fato eu estou buscando com aquele objetivo?
1. Desmembrar ou dividir em “pequenas fatias” cada objetivo definido fornece novas perspectivas de concretizá-los, uma vez que os objetivos se tornam mais específicos e claros (ou seja, traçar metas distantes e inatingíveis para aquele dado momento ou generalizar os objetivos, enfraquece o potencial do nosso planejamento e desmotiva a nossa adesão ao mesmo). 2. Identificar as nossas vulnerabilidades e reconhecer as dores como experiência de crescimento, ao invés de nos estagnarmos na autocrítica, também nos impulsiona quando o assunto é ir além! Contudo, a inconstância e a procrastinação podem ser indicativos de imaturidade ou de influência de padrões psicológicos disfuncionais. Encoraje-se a buscar o autoconhecimento e a ajuda profissional sempre que necessário! 3. Fortalecer os vínculos com as pessoas que formam a nossa rede de apoio emocional (seja na família, no círculo de amizades, no trabalho, na Igreja e missão) e celebrar pequenas vitórias com gratidão é outro passo quando se deseja ir mais longe! Não é raro enfatizarmos em demasia o pouco que nos falta e não valorizarmos o muito que recebemos... Aqui a espiritualidade carismática disponibiliza generosamente o exercício do louvor e da gratidão, ampliando e reestabelecendo o nosso olhar através da fé! Finalizo com a frase inspiradora de São Paulo Apóstolo: “Não pretendo dizer que já alcancei (esta meta) e que cheguei à perfeição. Não. Mas eu me empenho em conquistá-la, uma vez que também eu fui conquistado por Jesus Cristo. Consciente de não tê-la ainda conquistado, só procuro isto: prescindindo do passado e atirando-me ao que resta para a frente, persigo o alvo, rumo ao prêmio celeste, ao qual Deus nos chama, em Jesus Cristo. Nós, mais aperfeiçoados que somos, ponhamos nisto o nosso afeto; e se tendes outro sentir, sobre isto Deus vos há de esclarecer. Contudo, seja qual for o grau a que chegamos, o que importa é prosseguir decididamente” (Fl 3, 12-16). Felizes e assertivas decisões em 2022!
Por Joseane Fernandes
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Psicóloga Coordenadora Grupo Profissionais do Reino Sal & Luz - Formiga (MG)
A RCC naInstitucional minha vida Revista Renovação . Nov/Dez 2021
“SENHOR, ASSIM COMO O SENHOR FEZ UM MILAGRE NA VIDA DE ZACARIAS E ISABEL, FAZ NA MINHA TAMBÉM” Paz e bem, a todos! Irmãos, me chamo Heudes Costa de Andrade, sou casado há 35 anos com Maria das Dores Nascimento de Andrade. Sou de Colatina, no Espírito Santo, do Grupo de Oração Rafael. Participo há 27 anos da RCC. Vivia uma vida sem sentido, entregue ao pecado, viciado em frequentar casas de prostituição. Por duas vezes contraí DST. Casei-me e sonhava em ter um filho, mas eu tinha problemas de esterilidade, não conseguia realizar o meu sonho. Mesmo casado, continuava levando uma vida sem sentido, entregue ao pecado. Em 1990, tive o primeiro encontro com o Senhor. Adotei um menino com dois dias de vida, chamado Marvin, mas, mesmo assim, vivia de igreja em igreja. Participei de uma igreja evangélica e estava gostando, mas um dia o pastor questionou a santidade de Nossa Senhora, parei, então, de participar e continuei a vida sem igreja. Às vezes, ia às missas, mas só para “esquentar banco”. Até que no dia 11 de julho de 1991, fui convidado por um primo a ir no Grupo de Oração. Aí então, aconteceu o meu segundo encontro com o Senhor. Fiquei apaixonado pela RCC, pela Igreja Católica. Com apenas 4 meses de Grupo de Oração, senti o desejo de servir. E, naquele mesmo ano, no dia 12 de outubro, fiz minha primeira Experiência de Oração, bem no dia de Nossa Senhora Aparecida. Maria sempre esteve presente em minha vida. Com tudo isso acontecendo, eu estava satisfeito, feliz por estar servindo o Senhor, mas estava me faltando algo: ser pai. Eu era feliz por ser pai do Marvin, mas me faltava experimentar o poder de Deus.
Sempre tive o bom hábito de visitar Jesus no Santíssimo Sacramento. E, um dia, estando na capela, meditei a palavra que está em Lucas 1, 5-25 e, quando terminei a meditação, fiz a seguinte oração: “Senhor, assim como o Senhor fez um milagre na vida de Zacarias e Isabel, faça na minha também. Estou satisfeito com o meu filho adotivo Marvin, mas, se minha esposa engravidar, darei à criança o nome do Arcanjo”. Fiz essa oração em setembro de 1991 e, em 30 de junho de 1992, nasceu a Gabriela Costa de Andrade, minha filha. A partir desse momento tive uma vontade ainda maior de servir a Deus, cada vez mais. Já em 29 de junho de 1995, nasceu nosso segundo filho, Gabriel Costa de Andrade. Nesta minha caminhada tive muitas quedas, mas sempre contei com a ajuda de minha família, amigos e irmãos da RCC. Hoje, sinto-me uma pessoa realizada. Sou feliz e busco o Senhor através dos sacramentos e na intimidade com Ele através da oração, orientado pela sua Palavra da qual sou ministro em minha comunidade. Hoje também sirvo no Ministério de Pregação. Sinto-me também muito feliz servindo o Senhor e os irmãos através do Ministério de Oração por Cura e Libertação. Bendito Batismo no Espírito Santo! Bendita Renovação Carismática Católica! Louvado seja o Nosso Senhor Jesus Cristo! Heudes Costa de Andrade Grupo de Oração Rafael Colatina (ES)
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Institucional Revista Renovação . Nov/Dez 2021
VINÍCIUS SIMÕES CONTA AS EXPECTATIVAS PARA O ENF 2022 2021, um novo tempo, com novos desafios e também novas oportunidades para a evangelização. Tempo de seguir confiante no Senhor!
A
RCCBRASIL realizará o Encontro Nacional de Formação 2022 em duas modalidades, presencial e online. O evento é o maior encontro de formação do Movimento e visa promover momentos de vida fraterna, espiritualidade, formação e orientações pastorais. Para saber mais sobre a edição 2022, a Revista Renovação conversou com o presidente do Conselho Nacional, Vinicius Simões. Confira a entrevista sobre o ENF 2022. Qual a expectativa para o ENF 2022? O ENF 2022 será um grande reencontro da Família Carismática. Já se vão quase dois anos de pandemia, em que muitos de nós não pudemos nos encontrar presencialmente. Então, em 2022, de modo particular, o ENF significará um grande congraçamento tão necessário para fortalecer o amor e a comunhão entre irmãos. Além disso, historicamente, o ENF marca o grande início das atividades missionárias do Movimento durante o ano; é uma grande mola propulsora, um grande reavivamento espiritual para os servos do Senhor. Qual as orientações o Senhor deu em relação a próxima edição do encontro?
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A Palavra Norteadora que nos foi dada pelo Senhor para o ano de 2022 está em Ap. 5,13b: “Àquele que se assenta no trono, e ao cordeiro, louvor, honra, glória e poder.” Esta passagem é muito profunda e rica, pois faz referência a toda a Santíssima Trindade. O que se assenta no trono é o Pai (o nosso Abbá), o Cordeiro é o Filho que nos redimiu e venceu a morte, o pecado e o mal; o Espírito Santo é o Amor que procede do Pai e do Filho, e com o Pai e o Filho é adorado e glorificado. Portanto, será uma grande oportunidade para refletirmos
sobre a louvor e a adoração ao Deus Uno e Trino, bem como o nosso relacionamento adorador com cada uma das Pessoas da Santíssima Trindade. De igual forma, do trono de Deus deve brotar toda a nossa missão e ao final da missão retornamos para diante do trono para glorificar a Deus, neste movimento de ir anunciar aos homens o que vimos e ouvimos e vir com os homens para diante do trono adorar a Deus. Vinícius, como o senhor vê esse reencontro dos carismáticos após tantos meses de distanciamento? Como o ENF coopera para esse momento de comunhão fraterna? Vejo o reencontro com grande alegria, mas também o vejo como uma real necessidade para muitos carismáticos, cuja fé e esperança estavam eventualmente esmorecidas. Como nos ensina o Papa Francisco, é impossível crer sozinhos; a fé é algo eminentemente eclesial, vive-se em comunhão com os irmãos. A Igreja é casa de comunhão. A fé individual perde a sua medida (cf. Encíclica Lumen Fidei 39). Portanto, a comunhão dos irmãos gera suporte de fé e favorece a vinda do Espírito Santo, pois é como cantamos: “só quando vivemos unidos é que o Espírito Santo nos vem.”
Institucional Revista Renovação . Nov/Dez 2021
Por que foram mantidas duas modalidades para o encontro, presencial e online?
Para as pessoas que têm oportunidade, qual a importância de participar do ENF presencial?
Porque temos a consciência de que muitos irmãos não poderão participar presencialmente do ENF, seja por questões de saúde, de trabalho, familiares ou mesmo por questões financeiras. Assim, pensando em abraçar sempre mais e alcançar toda a família carismática, à exemplo de 2021 - em que o ENF foi integralmente online -, achamos conveniente manter as duas modalidades para que ninguém fique de fora.
Como nos ensinou o Papa São Paulo VI, nada poderá substituir a evangelização “olho no olho” (cf. Exort. Apost. Evangelii Nuntiandi). O contato e a troca de experiência entre irmãos, assim como a oração em comum constituem um acervo imensurável de riqueza e só quem participou pode narrar com certa propriedade tal experiência. O ENF presencial contará com algum momento diferenciado do online? Como será? Sim, durante o período de workshop, isto é, na quinta-feira (27) à tarde e na sexta-feira (28), os workshops de Ministérios serão disponibilizados na plataforma online, enquanto outros temas serão aprofundados em assembleias distintas com os participantes presenciais. Os que participarem presencialmente também terão acesso posteriormente aos workshops online. Logo, a participação presencial será diferenciada.
ASSISTA TAMBÉM A ENTREVISTA FEITA COM VINICIUS SIMÕES PARA O YOUTUBE DA RCCBRASIL. Scaneie o QR Code abaixo!
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Ministérios em Partilha Revista Renovação . Nov/Dez 2021
JOVENS, JESUS É A NOSSA REFERÊNCIA!
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raço de atuação do Movimento Eclesial da RCC, o Ministério Jovem tem como serviço dentro dos Grupos de Oração o acompanhamento, o pastoreio e a formação da juventude. Por meio deste trabalho, busca conduzir os jovens a uma experiência pessoal com Jesus, a partir da identidade da RCC que tem como pilares: Batismo no Espírito Santo, uso dos Carismas e Vivência Fraterna.
É próprio da fase de vida jovem vislumbrar alguma referência, podendo ser pessoas, estilos, padrões, ou seja, algo com que se identifique e possa pautar a construção de sua identidade pessoal. Nesse sentido, Papa Francisco, em sua encíclica Christus Vivit, apresenta o maior modelo de vida a ser contemplado e seguido: “Não é de longe nem de fora que Jesus vos ilumina, a vós jovens, mas a partir da própria juventude que partilha convosco. É muito importante contemplar o Jesus jovem que os Evangelhos nos mostram, porque foi verdadeiramente um de vós e, n’Ele, é possível reconhecer muitos traços dos corações jovens. Vemo-lo, por exemplo, nas seguintes caraterísticas: Jesus teve uma confiança incondicional no Pai, cuidou da amizade com os seus discípulos e, até nos momentos de crise, permaneceu fiel a eles. Manifestou uma profunda compaixão pelos mais fracos, especialmente os pobres, os doentes, os pecadores e os excluídos. Teve a coragem de enfrentar as autoridades religiosas e políticas do seu tempo; viveu a experiência de Se sentir incompreendido e descartado; experimentou o medo do sofrimento e conheceu a fragilidade da Paixão; dirigiu o seu olhar para o futuro, colocando-Se nas mãos seguras do Pai e confiando na força do Espírito. Em Jesus, todos os jovens se podem rever” (§ 31). Sim, queridos jovens, Jesus e todos os seus aspectos de vida se assemelham a nossa fase de vida, e por isso deve ser a nossa referência”. Portanto, impulsionada pelas palavras do Papa, a juventude do Ministério Jovem é convocada a se espelhar no Jovem Jesus e a dar testemunho a partir de sua Identidade Carismática. Ele é o grande líder a ser seguido como exemplo e modelo de vida para todas as ações, escolhas e decisões. Maria Juliana Leticia Assunção
Coordenadora Nacional do Ministério Jovem
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Ministérios em Partilha Revista Renovação . Nov/Dez 2021
“O SENHOR ESTÁ CONTIGO EM QUALQUER PARTE ONDE FORES” (CF. JOS 1,9) Irmãos (ãs) quanta alegria experimentamos ao longo deste desafio (pandemia) que estamos enfrentando, permanecemos ao lado daquele que sempre nos ama (Jesus), no entanto, uma certeza precisa permear os nossos corações: seremos vencedores em nome de Jesus e devemos propagar as graças de pentecostes para que todos sejam batizados no Espírito Santo.
Sigamos apoiados e motivados pelo texto profético de Josué 1, 9: “isto é uma ordem: sê firme e corajoso. Não te atemorizes, não tenhas medo, pois o Senhor está contigo em qualquer parte para onde fores”. Diante da força que emana deste texto profético, convidamos você a uma grande retomada às ações de evangelização do Ministério para as Famílias promovendo com toda segurança a visita de Consagração do Lar, clamando ao Senhor que permaneça no lar, derrame suas bençãos sobre as pessoas que lá habitam e que proteja a casa. Não podemos deixar de lado aquelas pessoas que em seu ambiente familiar estão necessitadas da misericórdia e precisando viver a dinâmica do perdão com Deus e entre si, devemos levar a esperança que é Jesus a estas pessoas com muita caridade, a fim de que experimentem o amor de Deus. Onde tem família, tem alegria!
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Sandra Calixto da Silva
Coordenadora Nacional do Ministério para as Famílias
Notícias Revista Renovação . Nov/Dez 2021
FOI REALIZADA EM NOVEMBRO A ASSEMBLEIA ECLESIAL DA AMÉRICA LATINA E DO CARIBE Com o lema “Todos somos discípulos missionários em saída”, o Documento de Aparecida foi usado para nortear as partilhas e reflexões.
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Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe foi realizada pelo Conselho Episcopal Latino-Americano e do Caribe (CELAM) entre os dias 21 a 28 de novembro de 2021, no Santuário Nossa Senhora de Guadalupe, no México. Estiveram reunidos mais de mil participantes de todo o continente, de forma presencial e virtual. Foi ocasião para relembrar o que aconteceu na V Conferência Geral de Aparecida (2007) e, contemplar as realidades do continente Latino-americano com seus desafios e reacender o compromisso pastoral para que, em Jesus Cristo, os povos tenham vida plena e novos caminhos para 2031 e 2033, celebração do 500º aniversário do Evento Guadalupano e do 2000º aniversário da nossa Redenção. A Assembleia contou com dois momentos, primeiro a escuta, realizada em todas as comunidades do Continente, por meio de encontro presenciais locais tendo as partilhas encaminhadas pela internet. Posteriormente, foi realizada a assembleia no México. O Documento de Aparecida, fruto da V Conferência Geral, foi usado para nortear os momentos de escuta, partilha e reflexão.
Esse evento pastoral também é uma preparação para o Sínodo de 2023, que será realizado em Roma, e traz como tema central: “Igreja e Sinodalidade”. O Arcebispo de Aparecida (SP), Dom Orlando Brandes, explica em um artigo produzido para o Portal A12 sobre a missão da assembleia que “sínodo significa: ‘caminhar juntos’. A sinodalidade é um caminho, um jeito de ser Igreja, uma diretriz, uma bússola para a Igreja no mundo. Ou seja, precisamos reavivar a comunhão, a unidade, a fraternidade dos cristãos”. Para saber mais informações sobre a Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe acesse www. asambleaeclesial.lat . No site você encontra materiais para download, notícias e testemunho sobre o evento.
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Institucional Revista Renovação . Nov/Dez 2021
A REUNIÃO DO CONSELHO NACIONAL VOLTOU A SER PRESENCIAL Em setembro de 2022, os conselheiros da RCCBRASIL puderam se reencontrar para viver esse momento de vida fraterna, oração e trato de questões administrativas.
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Conselho Nacional da RCCBRASIL teve a alegria de se reunir após um ano e oito meses da última reunião presencial. Durante os dias 22 a 26 de setembro de 2021, os conselheiros estiveram em Aparecida (SP), na Casa de Hospedagem Santo Afonso. Foram cinco dias de momentos dedicados à oração, escuta profética e questões administrativas. O encontro seguiu todos os protocolos de segurança contra a Covid-19. Participaram da reunião os presidentes dos Conselhos Estaduais, coordenadores nacionais de Ministérios e Comissões. Ela também tem como objetivo partilhar a caminhada do Movimento em nível nacional e programar as atividades para o ano seguinte. Neste encontro, foi discernida a palavra norteadora de 2022: “Àquele que se assenta no trono e ao Cordeiro, louvor, honra, glória e poder” (Ap 5,13). Reuniões online[Quebra da Disposição de Texto] No período mais restrito da pandemia, foram realizadas duas reuniões online, onde os membros do Conselho, assim como de costume, se reuniam por cinco dias totalmente dedicados a rezar pela RCC e suas demais realidades. Com a criatividade do Espírito e os recursos tecnológicos online, foi possível manter as atividades. Para testemunhar a graça desse reencontro presencial, a Revista Renovação conversou com dois conselheiros, que partilharam essa experiência. Miguel Machinski Junior, coordenador estadual do Paraná
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“Eu vejo que a Reunião do Conselho é importante, porque ela nos reúne em oração, e com isso são geradas a oração, a unidade e a formação. Eu acredito que
são as três palavras que podem resumir a experiência da Reunião, é o momento onde estamos realmente unidos em oração, vendo a graça, nos abrindo aos carismas e a escuta profética, colhendo de Deus aquilo que Ele deseja da Renovação para o próximo ano. A formação, porque as partilhas dos Ministérios e dos estados, aqueles direcionamentos que o Senhor vai dando ao núcleo e a nós, vai nos formando e nos capacitando a entender mais o nosso chamado, principalmente nesse tripé que estamos vivendo, que são os três verbos: resgatar, guardar e propagar a identidade da RCC para que o mundo seja batizado no Espírito Santo. A unidade, é muito boa quando nós estamos reunidos em oração, nas partilhas, nos momentos de animação e refeições. Cláudia Cunha, coordenadora do serviço nacional Grupo Profissionais do Reino “Foi a primeira vez que participei da Reunião do Conselho Nacional, momento em que discernem o tema da RCC para o próximo ano. Para mim foi uma experiência muito grande da presença de Deus em todos os detalhes, na maneira como nós fomos acolhidos e recepcionados em todos os momentos, assim como o preparado deles. O Senhor falou aos nossos corações por meio das orações e das partilhas, espero em Deus que tudo isso que vivemos nesses dias possa chegar de alguma forma ao coração de cada irmão pelo Brasil. Pois o Senhor foi muito cuidadoso, pudemos sentir a presença e a realeza Dele em nossa vida pessoal e comunitária. Queria destacar também a presença do Espírito Santo que nos renovou, iluminou e impulsiona a seguir e a buscar viver o evangelho vivo do Senhor em todas as circunstâncias e momentos”.
Institucional Revista Renovação . Nov/Dez 2021
CONSELHO NACIONAL DISCERNE PALAVRA NORTEADORA PARA 2022 Passagem bíblica que conduzirá as atividades do Movimento foi retirada do Livro de Apocalipse.
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urante a reunião do Conselho Nacional da RCCBRASIL, realizada de 22 a 26 de setembro, em Aparecida (SP), na Casa de Hospedagem Santo Afonso, foi feito o discernimento da Palavra Norteadora para o ano de 2022. Divulgada na tarde do sábado (25), a passagem foi retirada do Livro de Apocalipse, no capítulo 5 e versículo 13: “Àquele que se assenta no trono e ao Cordeiro, louvor, honra, glória e poder”. A Palavra Norteadora do ano destaca o convite a proclamar Jesus como Senhor, como Aquele que é poderoso, que deve estar no centro da vida de cada pessoa e de todas as suas ações. Essa passagem convoca a todos, neste ato de centralidade em Cristo, a glorificá-Lo e adorá-Lo. Somente quem é capaz de sentar aos pés de Jesus pode participar de Sua vida íntima. Esse é o relacionamento de amizade com o Senhor que nutre a missão de cuidar de modo integral do rebanho que Ele confia aos seus servos, os membros dos Grupos de Oração.
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Na ocasião, também foram revelados o tema do Retiro de Carnaval, de Pentecostes e do Cenáculo: Palavra norteadora para a RCCBRASIL em 2022: “Àquele que se assenta no trono e ao Cordeiro, louvor, honra, glória e poder” (cf. Apocalipse 5,13). Tema geral para Retiro de Carnaval: “Àquele que nos ama, que nos lavou de nossos pecados em seu sangue, glória e poder” (cf. Apocalipse 1,5b). Tema de Pentecostes: “Quem crê em mim do seu interior jorrarão rios de água viva” (cf. João 7,38). Tema Cenáculo com Maria: “Ela deu à luz um Filho, um menino, Aquele que deve reger todas as nações com cetro de ferro” (cf. Apocalipse 12,5a). A arte da Palavra Norteadora já se encontra disponível para download no site da RCCBRASIL (www. rccbrasil.org.br), bem como a versão infantil para ser trabalhada pelo Ministério para as Crianças e Adolescentes. Está disponível também a sugestão de arte para os encontros de Carnaval.
Baixe agora mesmo a arte da Palavra Norteadora 2022! Escaneie o QR CODE ao lado!
Eventos Revista Renovação . Nov/Dez 2021
COMECE 2022 PARTICIPANDO DOS ENCONTROS DA RCCBRASIL Confira os principais eventos do mês de janeiro e garanta sua vaga!
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RCCBRASIL retoma seus encontros presenciais em janeiro de 2022, por meio da Escola Nacional de Formação para Líderes e Missionários (ENFLM), do Retiro Nacional para Seminaristas (RENASEM) e do Encontro Nacional de Formação (ENF). Estes três encontros têm a missão de formar as lideranças e os servos do Movimento, trazendo conteúdo de espiritualidade, orientações pastorais, conhecimento sobre a Santa Igreja, dentre outros assuntos. Conheça mais cada um deles e garanta já a sua vaga! Escola Nacional de Formação para Líderes e Missionários 2022 A ENFLM será realizada de 15 a 25 de janeiro, em São José dos Campos (SP). Nesta edição, a Escola conta com vagas reduzidas e limitadas, respeitando as normas para realização de eventos neste tempo de pandemia e mantendo cada aluno em segurança. Durante 10 dias, carismáticos de todo o país se reunirão para aperfeiçoar sua formação. O participante recebe, nestes dias, aulas sobre a doutrina cristã, sob a unção do Espírito, mediante o uso de recursos e métodos didático-pedagógicos pensados pelos organizadores e professores da Escola. Além disso, os ensinos ministrados oferecem aos alunos um conhecimento sólido e seguro sobre a Renovação Carismática Católica e suas atividades. Para saber mais informações e garantir sua vaga basta acessar www.rccbrasil.org.br/escola. As inscrições podem ser realizadas até 10 de janeiro de 2022. Retiro Nacional para Seminaristas O RENASEM 2022 será realizado durante os dias 10 a 14 de janeiro de 2022. O evento tem por objetivo reunir seminaristas de todo o Brasil, sendo aberto também para diáconos, padres e bispos. Nesta edição, o tema será: “Infundirei meu espírito em vós para que revivais” (Ez 37,14). Para saber mais informações e garantir sua vaga, basta acessar www.rccbrasil.org.br/renasem. As inscrições podem ser realizadas até 31 de dezembro de 2021. Encontro Nacional de Formação 2022 Realizado anualmente em janeiro, o ENF é o maior encontro de formação da RCC do Brasil. Na edição de 2022, o evento acontecerá de 26 a 30 em Cachoeira Paulista (SP). Além da modalidade presencial, também será possível participar de maneira online na plataforma exclusiva do encontro. Os cinco dias de encontro promovem momentos de profunda oração, escuta profética, partilha dos projetos e serviços em andamento. Para saber mais informações e garantir sua vaga, basta acessar www.enfrccbrasil.com. As inscrições para a modalidade presencial podem ser realizadas até 14 de janeiro e para a modalidade online, até 30 de janeiro. Acesse rapidamente os eventos por meios dos QR Codes:
ENFLM2022 Garanta sua vaga
ENF 2022 Inscreva-se agora!
RENASEM 2022 Participe!
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Institucional Revista Renovação . Nov/Dez 2021
A GENEROSIDADE TORNA POSSÍVEL A EVANGELIZAÇÃO! Em 2021, a fidelidade dos benfeitores do Projeto Semeando a Vida no Espírito permitiu que a evangelização acontecesse todos os dias, nas mais diversas realidades.
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hegamos ao fim de mais um ano, com diversas batalhas vencidas, muita ação de Deus em cada situação e, sem dúvida, a missão de evangelizar em 2021 foi cumprida! Nesta oportunidade, a RCCBRASIL quer manifestar sua gratidão a cada colaborador do Projeto Semeando a Vida no Espírito. A fidelidade de cada irmão tornou possível, nesse tempo, a realização de: •
Congressos e eventos Online;
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Missas e novena na Sede Nacional abertas ao povo Deus;
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Programa “Celebrando Pentecostes” pela TV Canção Nova;
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Grupos de Oração online semanalmente;
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Diversos materiais de estudo e reflexão;
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Iniciativas de oração e intercessão;
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Produtos de evangelização para formação e espiritualidade.
Repletos de ação de graças pela contribuição de cada benfeitor, também estendemos a mão e pedimos que permaneçam conosco. Em 2022, temos a missão de propagar a Cultura de Pentecostes e alcançar realidades que ainda precisam conhecer a ação do Espírito Santo. Convidamos você a chamar outras pessoas do seu Grupo de Oração, da sua comunidade e, até mesmo, seus vizinhos e conhecidos para que façam parte desse projeto de evangelização. Para te auxiliar neste momento de lançar as redes, deixamos algumas dicas para conhecer mais o Projeto Semeando a Vida no Espírito:
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Tornar o Espírito Santo conhecido e amado Partilhe com as pessoas essa grande missão do projeto que é levar a Cultura de Pentecostes, resultado da ação do Espírito Santo sobre toda a Igreja e sobre cada filho de Deus. Ser Igreja e, nela, ser carismático A colaboração de tantos irmãos permite que a formação e a espiritualidade carismática cheguem todos os dias a milhares de pessoas, seja pelas redes sociais, materiais de evangelização, programas, revistas ou dentre tantas outras formas. Nutrir uma fé íntima com o Senhor Levar a espiritualidade carismática é levar aos irmãos a experiência de sentar-se aos pés do Cristo, é ouví-Lo falar aos corações, é louvá-Lo e adorá-Lo, seja no momento de oração comunitária, dentro do Grupo de Oração, ou mesmo na vivência desse carisma em momentos particulares com o Senhor.
O projeto Semeando a Vida no Espírito promove muito mais do que atividades. Ele propaga o Deus que age, hoje e agora, sobre toda terra pela ação do Espírito Santo! Seja agora mesmo um colaborador e nos ajude com essa missão!
Escaneie o QR CODE ao lado
Sugestão de Leitura Revista Renovação . Nov/Dez 2021
“O PODER DA INTERCESSÃO PROFÉTICA” Na sugestão de leitura desta edição trazemos o livro “Rezar erguendo mãos santas”, de Cyril John. Esta obra faz um mergulho sobre a intercessão, explicando como ela acontece, as batalhas espirituais que são travadas nesta realidade, dentre outros pontos importantes acerca de se colocar como intercessor. A partir desse caminho de aprofundamento, o autor entra na dimensão da intercessão profética que é o ato de ouvir de Deus por quais intenções deve se orar e em quais brechas se colocar no combate espiritual. Entenda agora um pouco mais sobre esse tipo de intercessão e alguns dos seus pilares.
Muitas vezes, chegamos diante de Deus para interceder segundo os nossos próprios desejos e intenções, mas e se partisse do Senhor a causa pela qual devemos orar?
03 - Rezar com visão Somos chamados a sermos intercessores não apenas para rezar por aqueles próximos de nós, mas para sermos parceiros na obra de Deus de salvação do mundo. Um intercessor deve ler os sinais do tempo. 04 - Orar com fé “A falta de fé é um grande obstáculo na intercessão. Jesus não fez grandes obras em Nazaré, seu lugar nativo, ‘por causa de sua falta de fé’” (cf. Mt 13,58). 05 - Rezar com amor
O que é a intercessão profética? É a “intercessão em conformidade com os fardos que estão no coração de Deus. Por isso precisamos discernir o que está movendo o coração de Deus e interceder de acordo. Isto se opõe a rezar por uma lista de oração feita de acordo com o nosso próprio entendimento, para que e como devemos rezar” (Cyril John). As dez regras da intercessão Neste capítulo, Cyril John apresenta um caminho com dez regras para que uma intercessão eficaz aconteça. Apresentamos a você cinco delas: 01 - Rezar no poder do Espírito “Precisamos estar abertos ao Espírito Santo em nossa intercessão, porque o Espírito Santo nos ajuda a rezar estrategicamente. O Espírito Santo é o principal agente de intercessão”. 02 - Rezar de acordo com a vontade de Deus
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“Ao interceder, precisamos manter nossos olhos fixos no que está se movendo no coração de Deus”.
Santa Teresa de Ávila disse que aquele que ama muito reza muito. Intercessores rezam porque seu coração está cheio de amor. Adquira agora mesmo o seu exemplar e fortaleça os momentos de intercessão em unidade e intimidade com o coração de Jesus. Este livro pode ser adquirido pela Loja RCCBRASIL em www.rccshop.com.br ou utilize o QR Code para encontrar diretamente o produto.
Rezar Erguendo Mãos Santas uma oportunidade para reflexão espiritual.
Revista Renovação. 131 . Nov/Dez 2021
REAVIVANDO A
CHAMA
AS VIRTUDES TEOLOGAIS Na obra da criação, tudo foi feito belo e esplendoroso. Quis também Deus uma criatura para chamar de filho, na qual pudesse depositar todo seu infinito amor. Como todo filho herda características genéticas e comportamentais de seus pais, a Trindade Santa infundiu em nós suas mais nobres características. “Deus disse: ‘Façamos o homem à nossa imagem e semelhança’” (cf. Gn 1,26). Pela imagem, temos como que a “genética” de Deus refletida em nós. Características como amor, perdão, criação, inteligência, entre outras, que são próprias da Trindade, estão refletidas em nós e não há como nos desfazer delas. Pela semelhança temos comportamentos como os do Senhor, porém, pelo pecado, perdemos a semelhança e nem sempre praticamos o amor e o perdão como Jesus, nem criamos o que convêm como nosso Pai Celeste e nem sempre utilizamos a inteligência de maneira iluminada pelo Paráclito. Desde o início, somos escolha de Deus: “Não fostes vós que me escolhestes mas eu que vos escolhi” (cf. Jo 15,16) e, sabendo de nossa fraqueza provocada pelo pecado, dotou-nos de virtudes para que, praticando-as, nos tornemos novamente semelhantes a Ele.
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tude é uma disposição habitual e firme para praticar o bem. Permite à pessoa não somente praticar atos bons, mas dar o melhor de si mesma. A pessoa virtuosa tende para o bem com todas as suas forças sensíveis e espirituais; procura o bem e opta por ele em atos concretos” (CIC 1803). A palavra virtude vem do grego areté (ἀρετή) e do latim virtus e tem o sentido de “hábito ou maneira de ser uma coisa” (MORA, 2001). Conforme o artigo 7 do Catecismo da Igreja Católica, as virtudes estão divididas em Virtudes Cardeais e Virtudes Teologais. As virtudes cardeais ou humanas são a Prudência, a Justiça, a Fortaleza e a Temperança. “Se alguém ama a justiça, o fruto dos seus trabalhos são as virtudes, porque ela ensina a temperança e a prudência, a justiça e a fortaleza” (Sb 8, 7). A palavra “cardeal” tem raiz no latim cardo que se pode traduzir por “eixo, gonzo, dobradiça”, nos sugestionando a compreender quais são as principais virtudes das quais derivam tantas outras. As Virtudes Teologais são a Fé, a Esperança e a Caridade e referem-se diretamente a Deus e dispõem os cristãos para viverem em relação com a Santíssima Trindade. Têm Deus Uno e Trino por origem, motivo e objeto (cf. CIC 1812).
Virtude
As Virtudes Teologais
Nos ensina o Catecismo que “a vir-
O apóstolo São Paulo nos ensina
sobre estas virtudes, chegando até a destacar qual é a maior delas: “Por ora subsistem a fé, a esperança e a caridade – as três. Porém, a maior delas é a caridade” (I Cor 13,13). Não é fácil ao homem, ferido pelo pecado, manter o equilíbrio moral (cf. CIC 1811), sendo assim, as virtudes têm por finalidade nos permitir praticar os atos próprios dela sem precisar de um auxílio especial de Deus. Um cego não pode enxergar se Deus não lhe conceder uma graça especial para ver. Já quem vê, ou seja, quem não é cego, enxerga sem precisar de um auxílio especial divino, apenas faz uso das faculdades naturais que lhe foram concedidas. Assim são com as virtudes. Somos levados a praticá-las na nossa vida ordinária, sem a necessidade de especial intervenção divina, uma vez que Deus já nos deu a capacidade própria por meio delas. Sem as virtudes infusas da fé, da esperança e da caridade, por exemplo, não poderíamos praticar seus atos próprios sem uma graça milagrosa, mas como o Senhor nos reveste delas, podemos concretizá-las em nosso dia-a-dia apenas com o auxílio ordinário. Os hábitos da fé, esperança e caridade são, na nossa vida sobrenatural, como os olhos para ver, ouvidos para ouvir, entendimento para pensar ou boca para falar na vida natural, ou seja, são potências que nos habilitam a crer, esperar e amar (cf.
Encarte Reavivando a Chama Revista Renovação . 131. Nov/Dez 2021
MTD 621). A virtude teologal da Fé A fé é a virtude teologal pela qual cremos em Deus e em tudo o que Ele nos disse e revelou e que a Santa Igreja nos propõe para acreditarmos, porque Ele é a própria verdade (CIC 1814). A Dei Verbum ensina que “pela fé, o homem entrega-se total e livremente a Deus oferecendo a Deus revelador o obséquio pleno da inteligência e da vontade e prestando voluntário assentimento à Sua revelação” (DV 5). A fé como virtude vem de Deus, porém não nos é imposta. Devemos aceitá-la livremente e compreendendo o que ela é. Conforme avançamos nas moradas da alma durante nossa jornada na fé, passamos a viver por ela, ou seja, ela nos motiva a crer fielmente no amor de Deus por nós, sem dúvida ou revolta, nos colocando fortemente e fielmente no caminho que nos leva de volta ao céu, pois “o justo viverá pela fé” (Rm 1, 17). A fé não se perde com qualquer pecado mortal, mas unicamente com aqueles que lhe são opostos, isto é, a apostasia total a Cristo (cf. MTD 625). O pecado praticado não nos é desculpa para a falta de fé, ao contrário, é a fé que nos faz crer no perdão de Deus e que podemos, sempre que arrependidos, nos reconciliar com Ele, principalmente quando fazemos uso do Sacramento da Confissão.
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A palavra norteadora que vivemos neste ano de 2021, “Descerá sobre vós o Espírito Santo e vos dará força e sereis minhas testemunhas” (At 1,8), só pode ser vivida exercendo a virtude da fé. Na versão grega dos 70 (Septuaginta), é usada a palavra “martyres” (μάρτυρες), que no latim foi traduzido por São Jerônimo como testes e, em português, “testemunha”. A palavra em grego nos remete a mártires, que significa testemunha, mas
não apenas uma testemunha passiva, mas uma que viveu, sentiu e amou Cristo a ponto de derramar seu sangue por amor a Ele. Somente pela virtude da fé, que é sobrenatural agindo no nosso natural, podemos ter a têmpera dos mártires, indo até às últimas consequências para testemunhar Jesus Cristo. A virtude teologal da Esperança A esperança é a virtude teologal pela qual desejamos o Reino dos Céus e a vida eterna como nossa felicidade, pondo toda a nossa confiança nas promessas de Cristo e apoiando-nos, não nas nossas forças, mas no socorro da graça do Espírito Santo (cf. CIC 1817). A virtude da esperança nos coloca em estado de alerta constante e prontidão perene, como verdadeiros sentinelas, que esperam a vinda do Senhor, cujo dia e horário não sabemos quando será. Ela nos move a nos afastar do pecado, mesmo contra todos os conselhos e perseguições deste mundo, pois nos dá a firmeza, junto com a fé, de saber que não pertencemos a este mundo, apenas vivemos nele como igreja peregrina, assim como o grande patriarca que mesmo “contra toda a esperança humana, Abraão teve esperança e acreditou. Por isso, tornou-se pai de muitas nações” (Rm 4, 18). Quando vamos a uma consulta médica, mesmo com horário marcado, precisamos esperar pela nossa vez de ser atendido. Se atrasar então, nossa paciência começa a se esgotar e, por vezes, ficamos irritados, sentimo-nos enganados, pois queremos ser atendidos o quanto antes. Alguns de nós chegamos ao extremo de ir embora, saindo da sala de espera sem nem mesmo ter sido atendido. Muitas vezes, na nossa caminhada o Senhor nos coloca em uma sala de espera, para nela aguardarmos o momento de sermos atendidos por Ele.
Nem sempre compreendemos, mas a virtude da esperança nos faz aguardar pacientemente, em atitude de oração e penitência, pois “a esperança não engana” (cf Rm 5,5) já que Deus nos trata sempre com seu amor incondicional fazendo o que é necessário para nossa salvação, nos tempos e momentos apropriados. Saibamos, portanto, aguardar pacientemente pelos tempos de Deus na santa sala de espera, onde a virtude da esperança impedirá que desanimemos. “Espera, espera, que não sabeis quando virá o dia nem a hora. Vela com cuidado, que tudo passa com brevidade, embora o teu desejo faça o certo duvidoso e longo o tempo breve. Olha que quanto mais pelejares, mais mostrarás o amor que tens a teu Deus, e mais te regozijarás com teu Amado em gozo e deleite que não pode ter fim” (Santa Teresa de Jesus, em Exclamaciones del alma a Dios) A virtude teologal da Caridade A caridade é a virtude teologal pela qual amamos a Deus sobre todas as coisas por Ele mesmo e ao próximo como a nós mesmos, por amor de Deus (cf. CIC 1822). Caridade é o amor posto em prática. O apóstolo São Paulo descreve suas características mais sublimes dizendo que “a caridade é paciente, a caridade é benigna; não é invejosa, não é altiva nem orgulhosa; não é inconveniente, não procura o próprio interesse, não se imita, não guarda ressentimento, não se alegra com a injustiça, mas alegra-se com a verdade; tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta” (1Cor 13, 4-7). Na sociedade hodierna vivemos um tempo em que a caridade verdadeira, como virtude, perde-se nas aparências. Vivendo “amores” superficiais, em uma pseudo-liberdade, muitos estão fechados no próprio egoísmo, tocando
Encarte Reavivando a Chama Revista Renovação . 131 . Nov/Dez 2021
a vida apenas pelas próprias paixões, tendo como ultrapassado o mandamento do amor deixado por Jesus: “Este é o meu mandamento: amai-vos uns aos outros, como eu vos amo” (Jo 15,12). O Papa Emérito Bento XVI ensina a diferença do amor vivido pelo mundo do amor ensinado por Jesus: “A este respeito, fomos dar com duas palavras fundamentais: eros como termo para significar o amor ‘mundano’ e ágape como expressão do amor fundado sobre a fé e por ela plasmado. As duas concepções aparecem frequentemente contrapostas como amor ‘ascendente’ e amor ‘descendente’”. (Deus Caritas Est 7). O amor eros, que segundo a mesma encíclica deveria nos aproximar do irmão, está tão deturpado hoje em dia que atrapalha nosso entendimento e a prática da caridade como virtude, pois precisaríamos chegar ao amor ágape, desprendido, desinteressado, bom e paciente e com todas as características citadas no parágrafo anterior. Já nos tempos da igreja primitiva havia este alerta: “que vossa caridade não seja fingida” (Rm 12,9a). O termo original, que na tradução é “não seja fingida”, é an-hypòkrito: “sem hipocrisia”. A caridade precisa ser sincera, precisa vir do coração, não é um gesto exterior. O Cardeal Cantalamessa ensina que “é o Apóstolo mesmo [São Paulo] quem explicita a diferença entre as duas esferas da caridade, dizendo que o maior ato de caridade exterior – o de repartir com os pobres todos os próprios bens – não serviria de nada sem a caridade interior (cf. 1 Cor 13,3). Seria o oposto da caridade ‘sincera’. A caridade hipócrita, de fato, é justo a que faz coisas boas sem querer bem; que mostra por fora o que não tem correspondência no coração. Neste caso, temos uma pequenez da caridade, que no fim pode ser disfarce de egoísmo, da busca de si mesmo, instrumentalização do irmão ou simples remorso de consciência” (CANTALAMESSA 2021). Não podemos brincar de amar, nem nossos Grupos de Oração podem fingir esse amor. Precisamos da virtude da caridade para amar nossos irmãos de todo o coração, verdadeiramente, fazendo concretizar em obras a fé e a esperança nascidas dentro de nossa alma. É a caridade que nos vinculará definitivamente ao Senhor, o único que é perfeito, como diz a Sagrada Escritura: “Mas, acima de tudo, revesti-vos da caridade, que é o vínculo da perfeição” (Col 3,14).
homem dócil aos impulsos do Espírito Santo (CIC 1830). Vivendo as virtudes teologais teremos todas as condições e potência de Deus em nossa vida para sermos, a todo tempo, testemunhas do Senhor onde quer que estejamos. Que neste tempo onde a esperança se renova pela virada de ano, entrando no tempo de propagar a chama de Pentecostes que viveremos em 2022, possamos permitir que cresça a fé, a esperança e a caridade, que aliadas ao Batismo no Espírito Santo, nos deixarão inabaláveis no seguimento a Jesus, vivendo o amor de Deus derramado em nossos corações. Peçamos ao Espírito Santo que nos ajude na prática destas virtudes, rezando como ensina a Santa Madre Igreja: Ato de Fé: Senhor Deus, creio firmemente e confesso todas e cada uma das coisas que a Santa Igreja Católica propõe, porque Vós, ó Deus, revelastes todas essas coisas, Vós, que sois a Eterna Verdade e Sabedoria que não pode enganar nem ser enganada. Nesta fé é minha determinação viver e morrer. Amém. Ato de Esperança: Espero, Senhor Deus, que, pela vossa graça, hei de conseguir a remissão de todos os pecados e, depois desta vida, a felicidade eterna, porque Vós prometestes, Vós que sois infinitamente poderoso, fiel e misericordioso. Nesta esperança é minha determinação viver e morrer. Amém. Ato de Caridade: Senhor Deus, amo-Vos sobre todas as coisas e ao meu próximo por causa de Ti, porque Vós sois o Sumo Bem, infinito e perfeitíssimo, digno de todo amor. Nesta caridade é minha determinação viver e morrer. Amém. Referências: MORA, Ferrater. Dicionário de Filosofia. São Paulo: Loyola, 2001, tomo IV. MTD - Manual de Teologia Dogmática, Edição Portuguesa, 1958. Terceira prédica da Quaresma, Frei Raniero Cantalamessa, OFMCap, em 08 de janeiro de 2012.
“A consumação de todas as nossas obras é o amor. É nele que está o fim: é para a conquista dele que corremos; corremos para lá chegar e, uma vez chegados, é nele que descansamos” (São Basílio Magno, Regulae fusius tractatae). Conclusão A vida moral dos cristãos é sustentada pelos dons do Espírito Santo. Estes são disposições permanentes que tornam o
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“Ensina à criança o caminho que ela deve seguir; mesmo quando envelhecer, dele não há de se afastar.” (Provérbios 22, 6)
Vencendo o Medo (2 Reis 6, 8-23)
O Rei da Síria estava irritado por ver que seus planos sempre eram descobertos por seu inimigo. Então, um de seus servos contou que um profeta chamado Eliseu revelava ao Rei de Israel todos os seus planos. Assim, Israel não perdia as batalhas. Frustrado de ver todas as suas estratégias reveladas, ficou muito irritado e enviou uma tropa para prender o profeta Eliseu. “O rei enviou ali cavalos, carros e uma companhia importante; chegaram de noite e cercaram o lugar. Na manhã seguinte, o homem de Deus, saindo fora, viu o exército que cercava a cidade com cavalos e carros. Seu servo disse-lhe: “Ai, meu senhor! Que vamos fazer agora?”. “Não temas – respondeu Eliseu –, os que estão conosco são mais numerosos do que os que estão com eles” (2 Reis 6, 1416).
Nesse momento em que seu servo estava com medo, Eliseu orou. Vamos ver o que aconteceu? “Orou Eliseu e disse: “Senhor, abri-lhe os olhos, para que veja”. O Senhor abriu os olhos do servo e este viu o monte cheio de cavalos e carros de fogo ao redor de Eliseu. Entretanto, os sírios desciam para ele e Eliseu orou ao Senhor, dizendo: “Feri de cegueira estes homens”. E o Senhor, ouvindo a prece de Eliseu, feriu-os de cegueira” (versículos 17 e 18). Nessa batalha contra o Rei da Síria tiveram muitos vencedores: o Rei de Israel, que não foi derrotado pelo rei Sírio; Eliseu que confiou no Senhor e ajudou o seu servo a enxergar a ajuda que recebiam do Senhor e o servo de Eliseu que superou o medo e foi capaz de enxergar o poderoso exército que combatia por eles. Quantas lições podemos trazer para nossa vida com essa passagem bíblica!!!
E você, já sentiu medo de alguma coisa?
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Na hora em que sentimos medo, precisamos ser corajosos como esse servo, pedindo ajuda às pessoas que nos amam e que nos fazem olhar para o lugar certo e superar o medo. Somos convidados a pedir uma ajuda toda especial (ao Espírito Santo!) para que nos dê CORAGEM e, em oração, como Eliseu, vermos que o Céu combate conosco, que não estamos sozinhos, que o Espírito Santo vem sempre em nosso auxílio e que sempre podemos contar com Ele. Podemos ler em muitos textos bíblicos histórias de como o povo de Deus sempre foi convidado a superar o medo e a confiar na força que vem do Alto. Então, convido você, amiguinho de Jesus, a fazer como Eliseu: ajudar alguém a superar o medo. Como? Vamos fazer a leitura com essa pessoa do capítulo 17 de 1º Samuel. Nele, vamos ver o exemplo de Davi que venceu o gigante Golias, testemunhando assim coragem, superação e confiança.
“Em verdes prados ele me faz repousar. Conduz-me junto às águas refrescantes, retaura as forças de minha alma. Pelos caminhos retas ele me leva, por amor do seu nome. Ainda que eu atravesse o vale escuro, nada temerei, pois estais comigo. Vosso bordão e vósso váculo são o meu amparo.” (Salmo 22, 2-4)
Agora é com você! Convide alguém em quem você confia para fazer esse momento com você. Pergunte a essa pessoa se ela já sentiu medo de alguma coisa e como ela superou. Agora, convide esta pessoa para rezar juntinho com você!
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Vamos rezar:
a? Já brincou tu tá es de a ir de ca in br Sabe a vezes, o medo s ta ui M ? ém gu al com como estátuas e os am fic a, lis ra pa s no além. Vamos rezar não conseguimos ir ficarmos como s ai m o nã ra pa o pedind edo? estátuas diante do m
Então vamos dizer as sim: Vem Espírito Santo, m de _______________.e ajudar a superar o medo neste dia, quero pedi Eu não estou sozinho(a), do Céu. Santo Anjo dor a ajuda dos meus amigos ladinho e não me de Senhor, fica bem do meu Deus eu vou consegui ixa sozinho, porque com r vencer todo esse m edo. Dai-me hoje e sempr fazer a vontade de De a coragem para em tudo deixando o meu coraeus, superando o medo e ção se encher de co ça. nfianVem Espírito Santo e me dá coragem hoje pre! e semEu confio em Ti, meu grande amigo Jesus! Mãezinha do Céu, cu ida sempre de mim! Amém!