Revista Renovação - Edição 63 - Julho/Agosto de 2010

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NESTA EDIÇÃO

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GRUPO DE ORAÇÃO, EU PARTICIPO!

COBERTURA DO CONGRESSO NACIONAL

“TESOURO DE DEUS” NOVAMENTE FAZ PARTE DA PROGRAMAÇÃO DO CONGRESSO

PREGAÇÕES, MISSAS E PARTILHAS

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NOITE DA JUVENTUDE NOSSOS JOVENS REAFIRMAM O COMPROMISSO COM O ANÚNCIO DO EVANGELHO

MOÇÕES PROFÉTICAS UM TEMPO ESPECIAL DE GRAÇAS

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Publicação Oficial da RCC do Brasil Editada pelo Escritório Nacional da RCC do Brasil ANO 11 - Edição Nº 63

27 MISSÃO AD GENTES

JULHO/AGOSTO 2010 JORNALISTA RESPONSÁVEL

Lúcia Volcan Zolin DRT/SC 01537 REDAÇÃO

Lucia Volcan Zolin Ana Cássia Pandolfo Flores Thiago Bergmann Araújo

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RCC ASSUME COMPROMISSO DE ENVIAR MISSIONÁRIOS PARA A ÁFRICA

DESIGN GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO

Sérgio Alexandre de Carvalho e Eduardo Lena FOTOS

Sala de Imprensa Congresso Nacional

04 Editorial: COM FORÇAS RENOVADAS

REVISÃO

05 Palavra do Presidente: PROCLAMA A PALAVRA, ANUNCIA A BOA NOTÍCIA

Mari Spessatto COLABORAÇÃO

10 JIM MURPHY: JESUS, O SENHOR, BATIZA-NOS COM A sUA PALAVRA

Equipe Sala de Imprensa Congresso Nacional

14 MICHELLE MORAN: UMA NOVA PRIMAVERA PARA O MUNDO

E-MAIL

redacao@revistarenovacao.com.br ESCRITÓRIO ADMINISTRATIVO DA RCC BRASIL Rua Anchieta, 3022 - Centro CEP 96015-420 - Caixa Postal 002 - Pelotas / RS Tel.: (53) 3227.0710

As matérias publicadas são de responsabilidade de seus respectivos autores. Permitida a reprodução, sem alteração do texto e citada a fonte.

AINDA NESTA EDIÇÃO

17 UM TEMPO DE MILITÂnCIA APOSTÓLICA 19 chamados à MISSÃO 23 RCC EM MISSÃO 29 SANTAS MISSAS

No encarte: HISTÓRIA DE DEUS COM SEU POVO

Divulgava-se, assim, a Palavra do Senhor por toda a região. (At 13, 49)

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EDITORIAL

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COM AS FORÇAS RENOVADAS.... Recentemente, uma multidão de pessoas saiu de suas casas, dos evento em fotos e em textos. Registro que está em destaque também, em mais diferentes lugares do Brasil, com um destino comum: Belo Horizonte, nosso portal, através das pregações e vídeos do Congresso, que estão à capital de Minas Gerais. Para quê? Para celebrar mais um Congresso Na- disposição de todos. Irmão (a), alegre-se! Você tem em suas mãos mais uma revista cional. O vigésimo nono de nossa história enquanto Movimento no Brasil. Irmãos que enfrentaram viagens - muitas delas longas e demo- histórica. Leia e partilhe em seu Grupo de Oração. Informamos, também, que já está radas (uma caravana do Pará viajou durante seis dias, dos quais três foram de barco) -, “Sim, foram dias edifican- em fase de produção nossa próxima revista, trazendo uma série de outras informações de filas para tudo, noites mal-dormidas, falta de conforto, enfim, dificuldades próprias de um tes! Foram dias ungidos! grande relevância para todos nós, como a Esevento de grande porte. Dias, literalmente, de re- cola Nacional de Formação para Líderes e Missionários que aconteceu Mas certamente nada, nenhum obstánovação, que certamente logo após o fim do Congresso em Curitiba/PR, culo, pode ser comparado às graças que recebemos. terão reflexo em nossos e a sequência da série sobre práticas espirituais que fazem parte do Projeto Amigos de Mais uma vez testemunhamos o operar Grupos de Oração” Deus. Quem ainda não tem o texto na íntedo Santo Espírito e voltamos para nossas cagra do Projeto também pode ter acesso a este sas renovados pelo Senhor, cheios de ânimo para prosseguir na caminhada. Desejosos em anunciar a Palavra, pro- material em nosso portal. Todos somos convidados a viver intensamente, clamar a todos a Boa Notícia em todos os ambientes e de todas as formas até setembro, a leitura orante da Palavra e a praticar o jejum. Convidamos você não somente a viver essa moção, mas a partilhápossíveis. Sim, foram dias edificantes! Foram dias ungidos! Dias, literalmen- la para que possamos nos unir numa grande multidão em torno da Palate, de renovação, que certamente terão reflexo em nossos Grupos de Ora- vra de Deus. Tenha uma leitura abençoada! ção. Por isso, novamente o Congresso ganha uma Revista exclusiva. Em Cristo, Nas páginas a seguir, você encontrará os principais pontos abordaLúcia V. Zolin dos nas pregações; as moções proféticas para estes tempos de construção Jornalista responsável e reconstrução, e terá o registro dos momentos mais marcantes de nosso

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Nunca lestes nas Escrituras: A pedra rejeitada pelos construtores tornou-se a pedra angular. Mt 21, 42


PALAVRA DO PRESIDENTE

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PROCLAMA A PALAVRA,

ANUNCIA A BOA NOTÍCIA São Paulo porque, além das pregações, houve muitos momentos de partilhas através foi bastante cla- dos quais os participantes puderam ficar a par das atividades e projetos ro ao dizer qual que vêm sendo desenvolvidos pela RCC em âmbito nacional. Um dos asdeve ser o nosso suntos tratados foi o Planejamento Estratégico, cuja principal finalidade é compromisso preparar a RCC para o seu jubileu de 50 anos de existência no mundo. Para com a Palavra tanto, uma das metas é vivermos em total unidade as práticas espirituais. de Deus. Em sua Juntos, pudemos viver uma série de dinâmicas próprias da nossa segunda carta a identidade, como a adoração ao Santíssimo Sacramento e mais uma vez Timóteo, ele de- nos reunimos num grande Grupo de Oração, o Tesouro de Deus. clara com conA missao ad gentes, que já está no coração da RCC, ganhou novo vicção: “Prega a impulso. E, além do Marajó, no próximo ano, enviaremos missionários Palavra, insiste oportuna e inoportunamente” (II Tim 4,2). para a Uganda, devido a um pedido do ICCRS. Os recursos foram levantaEsse mandato tem sido reassumido em todas as ações da Renovação dos graças a doações feitas pelos congressistas. Carismática Católica do Brasil, ao longo de 2010, e foi a linha condutora A juventude também esteve fortemente representada e fez parte da de nosso XXIX Congresso Nacional que ocorreu enprogramação. Numa partilha franca, nossos jovens tre os dias 14 e 18 de julho em Belo Horizonte/MG, contaram por que servem ao Senhor e falaram do “A missao ad gentes, cujo tema foi: “Proclama a Palavra, anuncia a Boa desejo de dedicarem suas vidas ao Reino de Deus. que já está no coraNotícia”. Outro fato a ser destacado foi a presença ção da RCC, ganhou Um congresso se propõe a dar direcionamenconstante de nossos pastores: Dom Valmor Azevetos e a reavivar o Movimento. Por isso, podemos nos novo impulso. E, além do, Arcebispo da arquidiocese de Belo Horizonte, alegrar, porque nosso evento cumpriu esse objetivo. do Marajó, no próxi- que presidiu a Missa de abertura, acolhendo-nos; Certamente, aqueles dias marcaram todos os que nosso assessor eclesiástico, D. Alberto Taveira e D. mo ano, enviaremos lá estiveram, e, por consequência, a vida de toda a José Azcona, Bispo da Prelazia do Marajó. Por falar missionários para a RCC do Brasil. em acolhida, a hospitalidade de nossos irmãos miDurante nosso Encontro, o Expominas – loneiros certamente fez grande diferença para aqueUganda” cal do evento - transformou-se num “caloroso esles que foram ao Congresso. paço de oração” e sentimos a presença do Espírito Também vivemos momentos de confraterSanto em nosso meio. nização e de pura descontração, como na tarde em que a maioria dos As pregações nos levaram não apenas a refletir sobre nossas ações, conselheiros se vestiu como criança, simbolizando o quanto a Renovação mas trouxeram subsídios para fortalecer nossa caminhada: Apesar das Carismática está comprometida com esta fase tão importante da vida. dificuldades que enfrentamos, fomos convocados a transformar o mundo Foram, de fato, dias especiais em que pudemos comprovar que pela Palavra de Deus; a renovar nosso compromisso com o anúncio do passamos por uma fase de grande redespertar. Dias de vivência fraterna Evangelho, sem perder nenhuma oportunidade; convidados a reafirmar e que ainda estão muito vivos em nossa memória. Que Deus continue nos o Senhorio de Jesus, porque é Ele quem nos batiza com a Sua Palavra, abençoando e que a Sua ação em nosso meio, durante o Congresso, irradie e a fazer das Sagradas Escrituras o centro de nossas vidas e de nossas por este imenso Brasil, para que possamos proclamar a Palavra e anunfamílias. Palavra esta que foi entronizada solenemente em nosso meio. ciar com nossas vidas a Boa Notícia. Também fomos incentivados a seguir decididamente em frente, com miliFraternalmente, tância apostólica, porque somos, enquanto Movimento eclesial, uma nova Marcos Volcan primavera para o mundo, e o Brasil tem muito a contribuir com a evangelização mundial. Presidente do Conselho Nacional da RCCBRASIL Nosso congresso teve uma metodologia de trabalho interessante,

Toda a Palavra de Deus é provada, é um escudo para quem se fia Nele. (Pr 30, 5)

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PREGAÇÕES

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PALAVRA DE DEUS, FU A primeira pregação do XXIX Congresso Nacional da Renovação Carismática ficou a cargo do coordenador do Grupo de Reflexão Teológica da RCCBRASIL, Rogério Soares.

A pregação de Rogério foi baseada na passagem da Carta de São Paulo aos Romanos que nos diz o seguinte: “Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso espírito, para que possais discernir qual é a vontade de Deus, o que é bom, o que lhe agrada e o que é perfeito” (Rm 12,2). Rogério citou uma pregação do papa João Paulo II aos carismáticos italianos. Em 1998, o Santo Padre incentivou o Movimento a tornar o Espírito Santo mais conhecido e amado, para que a “Cultura de Pentecostes” voltasse a tomar forma nos dias de hoje - a única capaz de fecundar a civilização do amor, definiu o Pontífice. Mas João Paulo II não se referia a uma suposição ou a uma ideia apenas, mas a uma forma concreta de viver dos primeiros cristãos: “Não é uma cultura qualquer. O papa tinha uma imagem, talvez contemplando os textos de como viviam os cristãos a partir de Pentecostes, como uma cultura que vem como algo diferente, que transforma o seu redor”. Rogério lembrou que a Cultura de Pentecostes tem como ponto de partida o Batismo no Espírito Santo. Mas ele fez uma ponderação sobre como é vivido esse momento, lamentando o fato de muitos nem saberem mais o que significa isso. “Precisamos entender a base do conceito para fundamentá-lo no nosso tempo”, afirmou. O pregador partiu do conceito de cultura, como “uma identidade própria de um certo grupo humano, em um território, durante um período”, ou seja, organização da sociedade, costumes, tradições. Com base 6

nisso, Rogério buscou definir o que seria a “Cultura de Pentecostes” a partir dos testemunhos encontrados na Bíblia. O primeiro ponto abordado foi a questão da identidade. “Os cristãos possuem identidade?”, questionou. Então voltou ao evento de Pentecostes para desenvolver tal reflexão, destacando que como coroamento do mistério pascal, o envio do Espírito Santo sobre os primeiros apóstolos marcou a Igreja, dando um rosto aos seguidores de Jesus, deixando facilmente visível aos que observavam os cristãos de fora os seus costumes, comportamentos e atitudes. “Quem passa por uma experiência de Pentecostes não pode seguir sendo a mesma pessoa”, disse Soares. Uma dessas características era o amor que nutriam um pelo outro, explicou o pregador. O sentimento que tinham era tão grande e visível que levava aos os demais a quererem juntar-se a eles para vivê-lo também. Além de amarem-se entre si, os primeiros cristãos amavam as pessoas de fora da comunidade, respeitando-as, inclusive perdoando aquelas pessoas que os maltratavam. “Era uma adesão pessoal a Jesus, colocando-o como centro da sua vida, não como um anexo”, explicou. Já a segunda parte da explicação passa pelo grupo no qual acontece essa cultura: um grupo de humanos. “As pessoas esperam relacionamentos angelicais, mas isso não é possível, pois não somos anjos, nem seremos”, explicou. Segundo o pregador, a “Cultura de Pentecostes” nunca vai acontecer entre os anjos, pois esses já vivem Deus em sua plenitude. A cultura também passa por um território, lembrou Rogério: “Ela não acontece no plano das ideias, e sim em um lugar específico. Pentecostes vai se atualizando em lugares físicos”. E continuou: “É na sua cidade que a cultura de Pentecostes deve acontecer, onde você está plantado”. A ocorrência desse momento em cada local vem da vivência do que foi aprendido na Palavra, dentro das famílias, do trabalho, enfim, dos lugares onde cada um habita. O pregador ponderou que a cultura também depende de organização. “O Espírito Santo é um Espírito de ordem. Pelo Espírito Santo e pelo Verbo, tudo passou a ter ordem no caos do início do mundo”, disse. “Nós não podemos permanecer com a ideia de que a Renovação Carismática pode acontecer de qualquer maneira. As comunidades de hoje têm que se organizar, assim como as primeiras comunidades”, continuou. E para exemplificar, ele usou os missionários que começam a fazer as coisas

Assim se cumpriu a Escritura: Nenhum dos seus ossos será quebrado. (Jo 19,36)


PREGAÇÕES

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UNDAMENTO DA CULTURA DE PENTECOSTES sozinhos, falando e fazendo o que querem. “Isso não é Cultura de Pente- cularizado e estamos trazendo pra dentro da nossa realidade eclesial”. costes!”, comentou. Não que a fé não precise ser inculturada, ponderou, explicando que não Cultura também passa por costumes, que depois se transformam podemos levar para dentro da Igreja ideais que não sejam evangélicos. em tradições. Os costumes cristãos, lembrou o pregador, viraram tradi- “Precisamos plantar a semente da fé na cultura, para transformar a culções que atravessaram os séculos até hoje e são grandes riquezas da Igre- tura”, afirmou. ja. “Mas os nossos costumes não estão sendo coerentes com os próprios “A Palavra dá o rosto, a forma à cultura”, continuou. Por ela, o costumes cristãos. Anunciamos uma Palavra que deveria transformar homem se torna perfeito. “Vivemos em um mundo sem verdades absonossa vida e nossa sociedade. Mas, infelizmente, não lutas, tudo depende do ponto de vista. E nós a adotamos. “É na sua cidade Temos ‘meio-convertidos’, temos ‘meio-santos’. Cultura de estamos acreditando nessa palavra pra transformar, em primeiro lugar, a nossa vida. Nossos costumes que a Cultura de ‘meios-termos’. Oposta à palavra do Apocalipse, que diz ainda continuam sendo os mesmos de quando não Pentecostes deve para sermos quentes ou frios, ou Deus vomita”, afirmou conhecíamos esta graça”, lamentou. Rogério lemSoares, citando a passagem de Apocalipse 3, 16. “Jesus acontecer, onde brou que muitas pessoas usam isso como desculpa disse que é a Verdade, não uma meia-verdade”, completou. para não se aproximarem dos cristãos e citou como você está plantado” Nesse ponto, o pregador lembrou o papa Paulo VI, testemunho o caso de uma fotógrafa que trabalhou que conclamava evangelizadores que anunciassem um na cobertura de um congresso da RCC. Os coordenadores tinham espe- Deus que eles conhecessem, que lhes fosse familiar, como se vissem o invirança de que, vivendo os momentos do evento, ela se convertesse. No en- sível. “O mundo reclama anunciadores que passaram por uma experiêntanto, ao ver o lixo no chão, as pessoas furando a fila e até mesmo sendo cia, (...) que falem de um Deus que eles conhecem”, lembrou. O pregador indelicadas umas com as outras, ela teve uma má impressão e afastou-se. questionou se os que o ouviam acreditavam naquilo que anunciavam e, “Muitos usam como desculpa que as pessoas não devem olhar pra nós, também, se viviam aquilo que anunciavam. mas para Jesus Cristo. Mas elas não vão vê-Lo pelos ares e sim em você, E lembrou de nossa obrigação de evangelizar. “Nosso mundo tem em mim”, exortou. direito de escutar o anúncio do Evangelho, quer gostem ou não.” E essa Finalizada a aplicação do conceito de cultura, Rogério Soares pregação, segundo ele, deve ser feita com as nossas vidas, no poder do seguiu para a temática do embasamento da “Cultura de Pentecostes” Espírito Santo. “Não podemos nos calar”, finalizou ele, lembrando que os na Palavra de Deus. Na primeira carta de São Paulo aos Coríntios 3,11 ministros do Evangelho devem ser fervorosos, graças ao recebimento da encontra-se a passagem que “quanto ao fundamento, ninguém pode por alegria de Cristo, corajosos, dispostos a dar a vida no seguimento de Deus. outro diverso daquele que já foi posto: Jesus Cristo”. “Cristo é a palavra final de Deus”, lembrou. E como base da “Cultura de Pentecostes”, naturalmente transformadora, ele lembrou que sem a Palavra não haverá uma nova sociedade. No entanto, segundo ele, infelizmente, acabamos fazendo o contrário para que isso ocorra. Ao invés de levar o Evangelho e basear nossas vidas sobre Ele, acabamos trazendo os valores do mundo para dentro dos nossos Grupos de Oração: “Estamos pegando os costumes deste mundo se-

Depois de ter anunciado a Palavra do Senhor em Perge, desceram a Atália. (At 14,25)

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PREGAÇÕES

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TUA PALAVRA, FONTE DE BÊNÇãos PA A tarde de quinta-feira foi significativamente especial para as famílias. No palco, o casal Airton e Marli Silva, que coordena o Ministério Nacional para as Famílias, emocionou os congressistas ao pregar e partilhar a própria história, mostrando porque a Palavra de Deus é, de fato, fonte de bênção para as famílias. Tão logo se apresentaram, Airton e Marli fizeram questão de partilhar a importância da RCC em suas vidas. Eles não têm dúvidas de que foi através da Renovação Carismática que o Senhor resgatou toda a sua família. Para começar, Marli leu um trecho do Documento de Aparecida ( 432 e 433) e Airton lembrou que esse texto é um chamado à ação: “É difícil você ler o que a nossa Igreja pensa e espera da família e ficar parado e calado, e não tomar uma atitude”, afirmou. A seguir, alertou sobre as várias investidas que são feitas contra as famílias. Ao dizer isso, Airton comentou que, devido ao trabalho que desenvolvem no Ministério para as Famílias, eles

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recebem muitos e-mails de pessoas que enfrentam sérios problemas dentro de casa. Porém, destacou que apesar dos obstáculos a família deve ser vista como uma fonte de bênçãos. Disse isso se referindo à promessa que Deus fez a Abrãao de, através dele, abençoar todas as famílias da terra (cf. Gn 12, 1-2). Lembrando, no entanto, que é preciso viver sob a Palavra. Então, o casal motivou os participantes a interagirem através de uma séria reflexão: “Pergunte para quem está do seu lado: você tem partilhado a Palavra com sua família? Ela tem sido uma fonte que jorra a bênção nas nossas casas de servos carismáticos? A Palavra tem sido essa fonte que não seca e mata a sede desse povo sedento? Ou temos bebido de fonte em que a água que jorra é salobra? Será que temos abastecido o nosso coração com palavras ditas de fontes incertas e inseguras? Talvez, irmãos, de águas contaminadas?” Dentro dessa reflexão, Airton ainda destacou que é preciso buscar o verdadeiro alimento capaz de manter uma família em pé: a Eucaristia. Ele também recordou passagens bíblicas em que a Palavra de Deus mostra a fidelidade de Deus a seu povo e partilhou seu testemunho de conversão, fruto de um convite feito por sua esposa: “Ela faz o convite mais belo e mais bonito da minha vida, ela me convida a conhecer a RCC, esse Movimento que salvou a nossa família e o nosso casamento. Sentado naquele final de semana de novembro de 1988, num salão apertado e calorento onde não tinha ar condicionado. Tinha um músico com um tecladinho que mal saia o som. Ali, o ignorante, o católico de fachada, que não compreendia o verdadeiro sentido da sua religião, que nada conhecia da Palavra de Deus, começa a experimentar através

“A Palavra do Senhor nos fortalece, nos enche de amor, nos dá força para que possamos vencer as dificuldades. A Palavra nos move a acreditar que nós podemos ter um mundo melhor. A Palavra nos faz acreditar que as nossas famílias não precisam sofrer do jeito que estão sofrendo”

da boca daquele pregador que mal sabia falar o português, mas quando proclamava a Palavra de Deus, o coração daquele homem e que estava ali, com sede e fome da Palavra, começava a bater mais forte e as lágrimas já vinham ao rosto e eu chorava como uma criança sedenta do leite materno”. Airton ainda salientou que a estabilidade de um casamento depende do amor mútuo e do valor que os cônjuges dão um ao outro: “Quando o casal chega a essa compreensão, que venham as tempestades, que venha o vendaval que essa casa não vai se abalar. Essa casa não vai ruir a sua base porque ela está bem fundamentada”, profetizou. Airton também chamou a atenção para a importância da existência do ministério para as crianças e jovens, lembrando que os mesmos fazem parte da família. Com base no Livro do Êxodo 15,26, disse que é preciso clamar e pedir ao Senhor pela cura de nossas famílias: “Devemos clamar e pedir, impondo a mão sobre nossos filhos, nossas esposas e maridos que estão escravos na enfermidade, que estão amarrados pelas contaminações hereditárias e proclamar sobre eles a libertação. Porque a Palavra de Deus é

Até que se cumpriu a profecia, e o justificou a Palavra de Deus. (Sl 104,19)


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ARA AS FAMÍLIAS fonte de bênção e promete essa cura e libertação”. E recordou que é isso que o Ministério para as famílias tem feito. E completou: “Deus está dizendo para nós, família: não adorem a ídolos, não busquem a idolatria, não se apeguem a falsos profetas e às falsas religiões! Olhem para mim! Eu estou convosco! Eu me ofereço a vós como alimento. Não tenhais medo se passais dificuldades; Eu estou aqui! Abandonai aos deuses a quem serviram os vossos pais. Abandonai a idolatria! Convertei-vos! Vinde a mim e eu farei de vós famílias abençoadas para que essa bênção perpetue e os nossos filhos sejam herdeiros , não de tesouros de prata, mas do Espírito Santo que é a força que fará eles vencerem as barreiras em suas lutas. Nós sabemos como é necessário transmitir essa verdade”. Marli testemunhou que a exemplo de Josué que declarou: “Eu e minha casa serviremos ao Senhor” (Js 24,14-15), também ela e sua família fizeram a opção de servir ao Senhor, totalmente firmados em sua Palavra: “A Palavra do Senhor nos fortalece, nos enche de amor, nos dá força para que possamos vencer as dificuldades. A Palavra nos move a acreditar que nós podemos ter um mundo melhor. A Palavra nos faz acreditar que as nossas famílias não precisam sofrer do jeito que estão sofrendo. A Palavra nos faz acreditar que tem um futuro melhor para os nossos filhos; que os nossos casamentos não precisam ser destruídos.” Mas nós precisamos colocar em prática aquilo que o Senhor tem nos mostrado através da Palavra. Sejamos nós, famílias, cada vez mais obedientes à Palavra do Senhor. Nossos ensinamentos para os nossos filhos, o relacionamento entre os esposos, como conduzir a nossa família, está tudo aqui!”, disse apontado para a Bíblia. E continuou: “Que sejamos nós, ao sairmos desse encontro, propagadores da Boa Nova. Quantas vezes já escutamos falar da Palavra? E, às vezes, como somos lerdos e esquecidos e não colocamos em prática aqui o que o Senhor nos pede. Por isso, o Senhor vem hoje gritar aos nossos ouvidos que sejamos famílias que eduquem seus filhos pela Palavra; casais que ouçam a voz do Senhor através da Palavra. Que o Senhor faça o nosso coração abrasar-se de alegria porque, mais uma vez, Ele vem nos falar através da Palavra”. Airton seguiu essa reflexão, destacando que a Palavra não abandona o povo de Deus, e que, agora, nestes dias, o Senhor tem falado à RCC através do profeta Neemias, pedindo que retornemos às práticas espirituais, para que Ele nos mostre a terra que prometeu aos nossos pais: “Vocês largaram muitas vezes os vossos sonhos para sonharem o sonho de Deus. Por isso Deus diz à RCC, que nós temos um lugar

reservado e, em 2010, pudemos pisar nele e cantar: ‘nossa casa, nossa bênção”. Disse isso, recordando o lançamento da pedra fundamental da Sede Nacional da Renovação. Para concluir, Airton citou o profeta Isaias 45,15, incentivando todos a crerem que Deus verdadeiramente está presente em nossas sua famílias, e que por isso não é preciso temer. Marli e Airton também falaram sobre as dificuldades que enfrentaram, após a conversão, e como eles têm sido carregados pelo Senhor. Palavras motivadoras de um casal que completou 28 anos de casamento. Pais de dois filhos, membros atuantes da RCC e que buscam viver a Palavra que pregam. Um homem e uma mulher de Deus que trazem inscrito na porta de suas casas, o lema de suas vidas: “eu e minha casa serviremos ao Senhor!”. Assim seja!

“O Senhor vem hoje gritar aos nossos ouvidos que sejamos famílias que eduquem seus filhos pela Palavra; casais que ouçam a voz do Senhor através da Palavra”

Eis o que significa esta parábola: a semente é a Palavra de Deus. (Lc 8,11)

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Jesus, o Senhor, batiza-nos com a S A Palavra pode ser a “nossa casa”. Ela ilumina nosso caminho a cada passo. Num mundo instável, a Palavra nos traz segurança. Quando Deus fala tudo se torna vivo. A Palavra tem poder de nos transformar. Lições que o americano Jim Murphy, diretor do Instituto de Formação do ICCRS, trouxe para os participantes do Congresso, na tarde de sexta-feira (16), na pregação intitulada “Jesus, o Senhor, nos batiza com a Sua Palavra”. Jim Murphy começou lembrando que usamos a palavra Batismo no sentido de imergir, estar realmente envolto, derramar. “E é exatamente o que o Senhor quer nos fazer com a sua Palavra”, disse. Lembrando que faz parte da essência da vida carismática, por causa da ação do Espírito Santo, o relacionamento com as Escrituras. “Eu acho que, às vezes, há um perigo de acharmos que a Palavra de Deus é somente a leitura”, ponderou. Ele afirmou que temos que lembrar que a Bíblia é mais que um livro interessante ou um registro histórico, literatura humana ou sabedoria: “A Palavra de Deus é uma palavra viva”. Para ele Murphy, Jesus deseja que tenhamos um encontro com Ele e uma mudança de vida a partir da Sua Palavra, ou seja, um batismo pela Palavra. Nos Evangelhos sinóticos, encontramos a passagem de Jesus sendo batizado às margens do rio Jordão por seu primo João Batista. Murphy tentou contextualizar a vida de Jesus nesta fase: sabendo o que está prestes a começar e o final que lhe aguardava em três anos. Foram tempos de tribulação, dificuldades, batalhas espirituais para Jesus, que mesmo sendo plenamente Deus, era também homem. Então, Murphy destacou a força que o Cristo deve ter recebido durante Seu batismo quando ouviu do Pai que era seu filho amado, em quem Ele colocava a sua afeição. “Jesus recebeu uma palavra de seu Pai e nos anos que se seguiram ela deu a Ele coragem, força, direção”, falou. Então, o americano escolheu cinco exemplos de como a Palavra de Deus pode nos ajudar. Murphy iniciou a enumeração através de uma passagem do Evangelho de São João: “E Jesus dizia aos judeus que Nele creram: Se permane10 10

cerdes na minha palavra, sereis meus verdadeiros discípulos, conhecereis a verdade e a verdade vos livrará” (Jo 8, 31s). Segundo o pregador, em outras traduções da Escritura, pode ser lida, no lugar de permanecer na Palavra, a expressão fazer da Palavra a sua casa. “A nossa casa é o lugar onde nós nos sentimos confortáveis”, explicou, mostrando a relação que temos com os nossos lares: “Nós conhecemos nossas casas. Assim, andamos no escuro e não esbarramos na mobília, sabemos o jeitinho para abrir a fechadura, pois a conhecemos. Além disso, podemos andar com o cabelo desarrumado, convidar nossos amigos para nos visitar. Pensamos nelas quando estamos longe, mesmo elas não sendo perfeitas.” “Sentimo-nos assim em relação à Palavra de Deus? A Palavra de Deus é um local no qual passamos muito tempo? Onde nos sentimos familiarizados, confortáveis?”, questionou. Murphy usou como exemplo a história de um monge romeno, que foi perseguido por causa da sua fé e só não ficou louco, segundo seu próprio relato, pois ele se trancava na capela, e fazia de lá o seu lar: “Apesar de toda a loucura que ele viveu, de toda a tortura, ele encontrou um lar dentro do próprio coração, ficou protegido dos ataques do inimigo dentro dessa capela interior”. O americano continuou afirmando que Jesus quer que façamos da sua Palavra o nosso lar, que nos sintamos confortáveis Nela. A segunda forma de nos relacionarmos com a Palavra de Deus, segundo Murphy, parte de um trecho do Salmo 118 que diz: “a tua palavra é lâmpada para os meus pés, e luz para o meu caminho” (Sl 118,105). Ele afirmou que o termo pelo qual podemos definir o mundo de hoje é escuridão. “Muitas e muitas pessoas se perderam no caminho da escuridão, inclusive amigos e membros das nossas famílias, que lutam e andam por um mundo escuro. Uma escuridão que não pode ser penetrada pela sabedoria humana. Somente pode ser dispersa pela luz de Deus”. E essa luz é a própria Palavra de Deus. No entanto, de acordo com o pregador, esse facho não ilumina o caminho inteiro: o faz passo a passo. E usou como exemplo o Planejamento Estratégico de Evangelização da RCC: “Vocês têm um plano, mas não conseguimos ver ainda o que há por vir. Tudo o que tem que ser feito é dar o próximo passo”. Embora Jesus não queira que tropecemos no caminho, Ele nos dá luz suficiente para iluminar somente o próximo passo: “Isso nos faz dependentes do Senhor, se o Senhor nos mostrasse já o caminho todo, há haveria a possibilidade de não olharmos, nem procurarmos mais por Ele”.

O qual atesta, como Palavra de Deus, o testemunho de Jesus Cristo e tudo o que viu. (Ap 1,2)


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Sua Palavra O terceiro ponto abordado pelo pregador foi a segurança dada pela Palavra de Deus, embasada também no livro dos Salmos: “É eterna, Senhor, vossa palavra, tão estável como o céu. Vossa verdade dura de geração em geração, tão estável como a terra que criastes” (Sl 118, 89s). E interrogou a todos: “Já observaram como as coisas no mundo vão mudando?”, lembrando a efemeridade das celebridades, estrelas do rock, mas também das opiniões, dos governantes. “Se nós colocarmos nossa fé nessas coisas, nossa vida será completamente instável. Mas a Palavra de Deus dura para sempre, permanece para sempre”, contrapôs. E citou a parábola da casa sobre rocha, segundo a qual uma pessoa construiu a vida sobre a Palavra de Deus e uma outra não: as duas foram testadas, com provações e dificuldades. No entanto, a primeira ficou firme, a segunda pereceu. “Para nós, a tempestade não importa. O que é importante pra nós é a rocha”, mostrou. A quarta maneira de refletirmos sobre a Palavra de Deus é vê-la como um poder gerador. “A palavra de Deus é tão poderosa que as coisas se tornam vivas quando Ele fala. Há uma força criadora, um poder nela”, disse, ao explicar com a passagem da criação do mundo, quando Deus falava “faça-se” e tudo acontecia. “Não somente quando Deus fala há um poder criador, mas também quando Ele dá aos seus seguidores essa autoridade, ao falar a partir do Seu Espírito”, lembrou. Ele alertou, porém, que temos o poder de criar, de trazer à vida, mas também de destruir. “Vocês serão julgados por toda a palavra impensada que sair de suas bocas”, afirmou.

E o último tópico abordado pelo americano foi a Palavra de Deus como fonte de transformação. Ele lembrou uma passagem do Evangelho, na qual Jesus diz que estamos purificados pela Palavra que Ele proclamou sobre nós. “Amigos, a Palavra de Deus quer trabalhar em cada um de nós”, explicou. Murphy lembrou que Jesus apara as arestas que ficam em nós, mesmo depois de sermos Seus seguidores, através da Sua Palavra. A carta aos Hebreus atesta que “a Palavra de Deus é viva, eficaz, mais penetrante do que uma espada de dois gumes e atinge até a divisão da alma e do corpo, das juntas e medulas, e discerne os pensamentos e intenções do coração” (Hb 4, 12), lembrou o pregador. Segundo ele, a Palavra é como um feixe de laser, tão

“A Palavra de Deus é um local no qual passamos muito tempo? Onde nos sentimos familiarizados, confortáveis?”

Numa só Palavra de Deus compreendi duas coisas: a Deus pertence o poder. (Sl 61,12)

precisa que pode realizar uma delicada cirurgia nos corações. “Então, de alguma forma, a Palavra de Deus pode trazer pra cada um de nós muito conforto. Mas, por outro lado, a Palavra de Deus traz também um grande desafio. Traz para nós um tipo de violência, uma luta interior”, disse. Para finalizar a pregação, Murphy lembra que a tribulação e a perseguição virão por causa da Palavra de Deus, o próprio Jesus nos diz isso. No entanto, temos que fazer uma escolha: “Nós vamos tentar evitar a perseguição e parar com a Palavra, ou viveremos na Palavra e enfrentaremos as perseguições?”. Mas, ao explicar, mesmo, quando os profetas, como Jeremias, tentavam fazer essa opção, algo acontecia com eles quando se calavam. Seus peitos ardiam, com os corações em chamas, algo contra o qual eles não podiam lutar. E eles abriam sua boca novamente para proclamar. “O Pai batizou Jesus em sua Palavra, para que Jesus pudesse ser fiel à sua missão. Jesus quer nos batizar em sua Palavra, pra que nós possamos ser fiéis à nossa missão”, concluiu. 11


PREGAÇÕES

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Proclama a Palavra, anuncia

Jim Murphy também pregou sobre o tema do XXIX Congresso Nacional: “Proclama a Palavra, anuncia a Boa Notícia”. O americano elencou uma série de prérequisitos para uma evangelização eficiente, a ser feita por qualquer pessoa. A pregação teve início com o mandato de Jesus Cristo aos seus seguidores: “Jesus envia, dá o mandato aos seus para que vão e proclamem o Seu Reino. Ele nos diz para ensinar e proclamar a Boa Nova e chama os seus seguidores para viver no meio das pessoas às quais ele as envia. Ele também nos diz que haverá desafios, mas nos dá a garantia de que estará sempre conosco”, afirmou Murphy. E mais do que isso, o pregador lembrou que essa ordem é universal: “Não nos enganemos a esse respeito: esse chamado não é feito apenas para algumas pessoas. Se você é um cristão batizado, essa é 12

a sua missão”. Para o americano, é importante que o cristão saiba a essência do Evangelho antes de anunciá-lo. Segundo ele, são basicamente três elementos. O primeiro é o amor de Deus pela humanidade e pela sua criação. Ele não ama apenas o cristão, mas toda a criatura e deseja intensamente que todos vivam esse amor. O segundo é a missão do Cristo, de conduzir o homem de volta ao Pai, formando esse elo entre o divino e o humano: “Não há poder na terra ou no inferno que nos separe de Deus se abraçarmos Jesus”, lembrou. E, graças à vinda de Jesus, o Reino dos Céus está ao nosso alcance. Ainda não em sua plenitude, como na futura Jerusalém celeste. Mas como cristãos, já temos um “gostinho”, segundo as suas palavras, da alegria e da paz que nos espera. “Então, a Boa Nova é a seguinte: Deus nos ama, Jesus restabeleceu nosso relacionamento com o Pai e o Reino de Deus está ao nosso alcance. Essa é a mensagem. Isso é o que você deve comunicar ao mundo inteiro”, disse o líder durante a pregação. Murphy lembrou, também, que a Igreja diz que é uma obrigação moral do católico a partilha do Evangelho. A partir do conhecimento da Boa Nova, os cristãos são convidados a levar o Evangelho de quatro maneiras diferentes: a pregação do nome de Jesus, o testemunho, o serviço e a realização de sinais. “O papa Paulo VI disse que não pode haver evangelização autêntica sem que seja falado especificamente sobre o nome, a pessoa e o ministério de Jesus Cristo”, afirmou. Nessa parte da pregação, Murphy lembrou uma citação falsamente atribuída a São Francisco de Assis, sobre a falta de necessidade em se falar de Jesus, desde que ajamos corretamente. “Nós temos que proclamar o Messias”, exortou. E usando de um testemunho pessoal (confira no box), lembrou a nossa responsabilidade sobre as almas que Deus confiou à nossa evangelização, caso elas não se convertam por não termos anunciado

Jesus Cristo a elas. “Isso é muito sério. Estamos falando sobre questões com consequências eternas”, exortou. Usando as palavras de outro papa, o saudoso João Paulo II, o americano lembrou que a verdade de Jesus não muda, nem a sua mensagem. Mas que devemos aproveitar as diferentes oportunidades e formas para apresentarmos a Boa Notícia: “Além de falar sobre a palavra, nós podemos usar a música, o teatro, a TV e a internet, podemos falar diretamente com os nossos vizinhos, mas qualquer que seja o método que usemos, nós devemos anunciar Jesus”. Depois, Jim Murphy passou a outro exemplo de evangelização, que é o serviço. Ele lembrou da conexão que Jesus criava com os corações das pessoas, e que o nosso serviço faz com que essa ligação seja feita com aqueles que evangelizamos. “Como cristãos, não quer dizer que somos melhores que os outros, somos diferentes”, disse. Ele complementou com uma definição sobre o que é evangelizar: “É um mendigo cego mostrando a outro mendigo cego onde encontrar o pão”. Ele lembrou que devemos servir a qualquer pessoa, sendo ela boa ou má, certa ou errada, pois este foi o exemplo da Cruz, a salvação de todos. A terceira maneira de evangelizar é através do testemunho, do caráter. “Eu tenho muita vergonha de dizer que eu já encontrei muitos cristãos pelo mundo que dizem todas as palavras certas, mas a vida deles não combina com as palavras que eles falam”, afirmou Murphy. Segundo ele, a vida do cristão deve combinar com as palavras que ele prega: “Dessa maneira, nos tornamos pessoas nas quais os outros podem acreditar”. E ele cita o exemplo da sua família, que foi tocada pela conversão de sua irmã, não somente por suas palavras, mas pela transformação das suas atitudes. A quarta maneira lembrada pelo americano é o uso dos prodígios e sinais: “Os dons do Espírito Santo foram derramados sobre nós

Ele lhes disse: Minha mãe e meus irmãos são estes, que ouvem a Palavra de Deus e a observam. (Lc 8,21)


PREGAÇÕES

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anuncia a Boa Notícia para construir o corpo de Cristo e levar ao mundo toda a mensagem que o Reino de Deus está ao nosso alcance”. O pregador afirmou que dizia acreditar que o lugar apropriado para o uso dos carismas seria somente o Grupo de Oração. “Agora eu acredito que devemos usá-los nos grupos, mas também nas ruas. O dom da sabedoria, da profecia, da oração em línguas, da cura, isso são coisas que o Senhor quer fazer lá fora, pra mostrar que o Reino está ao nosso alcance”, ponderou. Segundo ele, o poder do Espírito deve ser usado para o anúncio do Evangelho. Para encerrar, Jim Murphy fez um resumo do que havia dito: “Nós temos que verbalmente anunciar o Evangelho e servir as pessoas de maneira prática, nós temos que ter a atitude certa e estar abertos aos carismas para a construção do Reino. Não é um ou outro. São todos os quatro”. E colocou o mandato de Jesus novamente às claras: “Da mesma maneira que dois mil anos atrás, Jesus está falando a nós: vão adiante a todas as nações, proclamem a Minha Palavra, vivam entre as pessoas, curem os doentes, mas não tenham medo, pois Eu estarei sempre com vocês”.

UM TESTEMUNHO PARA REFLETIR

A emoção tomou conta do Expominas, quando Murphy contou um testemunho sobre evangelização. Ele relatou um erro constantemente repetido por muitas pessoas. “Estou até meio envergonhado de contar isso a vocês”, afirmou quando iniciava. A história do pregador americano ocorreu há muitos anos, quando ele trabalhava no restaurante de um complexo de eventos, com hotel e centro de convenções. Nessa época, já era comprometido com o seguimento de Jesus. Segundo ele, as suas colegas garçonetes estavam vivendo tempos muito difíceis, muitas tinham que se prostituir com os clientes do hotel, outras eram espancadas pelos companheiros ou tinham problemas como o alcoolismo. Ele contou que se viu como cristão em um mundo desesperado. E que uma delas em especial lhe despertava piedade. “Eu queria falar com ela sobre Jesus, mas e se eu fosse despedido por causa disso? E se as outras garçonetes rissem de mim?”, confessou. Ele resolveu não falar sobre Cristo, mas agir com gentileza, orar por elas e falar de Deus e da fé com sutileza. Depois de muitos anos, o americano estava em um congresso da Renovação Carismática nos Estados Unidos, quando a garçonete pela qual ele sentia compaixão veio ao seu encontro, surpresa e alegre por vê-lo no evento. Ela contou para ele sobre a sua conversão recente e perguntou a ele há quanto tempo ele participava do Movimento. Ele, segundo suas palavras, “cheio de orgulho e arrogância”, respondeu que desde a época do restaurante. O semblante da mulher mudou. No lugar do sorriso, uma cara de decepção e a pergunta: “Você quer dizer que quando eu estava com todos aqueles problemas, você já era cristão?”. Ele respondeu afirmativamente. Murphy contou que ela retrucou: “Todos aqueles dias que eu estava naquele restaurante e sentava lá embriagada, meu namorado me batia do lado de fora do hotel, e eu me perguntava se havia algum propósito para continuar com a vida. Quando tudo isso estava acontecendo, você já sabia sobre Jesus e você nem tentou falar sobre Ele? Que tipo de amigo você é?”. E, de acordo com Murphy, ela virou as costas e foi embora. Ele concluiu: “Naquela época, eu estava mais preocupado com a minha reputação, com o meu trabalho, com a minha aparência do que com a alma da minha amiga. Até o dia de hoje, eu agradeço por Deus tê-la salvo”.

Quem crê em mim, como diz a Escritura: Do seu interior manarão rios de água viva. Jo 7, 38

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UMA NOVA PRIMAVERA PARA O MUNDO A primeira pregação da sexta-feira, foi feita pela presidente do Serviço Internacional da Renovação Carismática Católica (International Catholic Charismatic Renewal Services - ICCRS), Michelle Moran. Ela falou ao público presente sobre o tema “RCC: uma nova primavera para o mundo.” Alegre por estar novamente no Brasil, após a primeira vinda (nas comemorações dos 40 anos da Renovação Carismática), Michelle pediu desculpas por ainda não falar português, mas relevou: “O bom é que o Espírito Santo fala todas as línguas”. A presidente do ICCRS lembrou a força do Movimento no Brasil, não apenas pelo número expressivo de membros, mas pela força no Senhor e pela profunda espiritualidade e grande amor por Jesus. “Eu sinto de fato que o Senhor está operando nessa nação”, afirmou. Michelle ainda louvou a Deus pela liderança da RCC no Brasil, que ajuda a firmar um amadurecimento no Espírito Santo, e aos diversos grupos e ministérios presentes no Congresso Nacional. No primeiro momento, Michelle lembrou a unidade da Igreja Católica, ao pedir orações pelo Santo Padre, o papa Bento XVI. Como presidente do ICCRS, contou ela, mantém audiências regulares com o Papa, e nessas oportunidades ele sempre pede orações dos membros da RCC para o crescimento do Reino de Deus: “Ele sabe que somos um povo de oração, que esse é um dos nossos carismas mais fortes. E nos encoraja a usar esse dom para a construção da Igreja”. Logo em seguida, ela voltou a se referir 14

à primeira visita que fez ao Brasil. “Eu sinto que desde aquele aniversário o Senhor está fazendo a Renovação avançar, e de uma maneira nova”, afirmou. Ela disse acreditar, ainda, que esse novo momento é relacionado com a nova primavera da Igreja, citada pelo papa João Paulo II: “É uma época em que devemos estar atentos à voz do Espírito Santo, vendo o que Ele está fazendo”. Segundo ela, é um novo tempo, no qual a prontidão para avançar é necessária. E para exemplificar as fases pelas quais a Renovação Carismática e seus membros passam, ela baseou-se em Jesus e nos movimentos do Espírito Santo em Sua vida, divididos em três fases. O primeiro movimento do Espírito na vida do Cristo foi após o batismo: Jesus é preenchido pelo Paráclito. “É o que chamamos de Batismo no Espírito Santo”, explica Michelle. Segundo ela, nesse momento, a graça dos sacramentos é reavivada, os dons recebidos no sacramento da Crisma são abraçados. Mas mais do que isso: com essa presença do Espírito, somos incendiados pelo Seu fogo, um fogo purificador e cheio do amor de Deus. Já a segunda etapa da vida de Jesus no Espírito foi a de deixar-se conduzir. E para onde Ele foi guiado, nos questiona a presidente do ICCRS? Ao deserto, à situação de teste, dificuldades e batalha espiritual. “E, amigos, se isso aconteceu na vida de Jesus, podemos ter certeza de que vai acontecer na nossa vida”, pondera. Relacionando à Renovação Carismática, Michele disse que em muitos lugares, quando essa fase chega, muitos não querem receber essa condução do Espírito. Preferem ficar como crianças, fazendo coisas simples, fator que, de acordo com ela, impede o crescimento e a maturidade na fé. Ela continua: “Talvez durante esses tempos não seja tão emocionante estar na RCC, não parecer ser tão bom como costumava ser, mas a nossa fé tem que ir

Antes de tudo, sabei que nenhuma profecia da Escritura é de interpretação pessoal. (2Pd 1,20)


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além dos nossos sentimentos e o Senhor tem que nos levar além das nossas emoções”. Nesse segundo momento, é de suma importância, destacou Michelle, que nos apoiemos uns nos outros, pois ninguém habita o deserto sozinho. E é preciso a ajuda dos companheiros de fé justamente quando a batalha é forte, contra os dois inimigos presentes no deserto: Satanás e o nosso ego. “É o inimigo que vive no fundo de cada um de nós, o nosso ego, a nossa vida da carne, a nossa auto-suficiência. E o Senhor quer que combatamos contra essa nossa natureza caída para que possamos crescer em santidade”, afirmou a pregadora. Para ilustrar o momento em que vive a RCC atualmente, a presidente do ICCRS citou Ezequiel 47, passagem na qual o profeta vê o rio da vida que jorra do templo de Deus e as suas diferentes profundidades. Quando a água está nos tornozelos, é agradável e considerada uma bênção. Já quando alcança os joelhos, fica difícil movimentar-se e muitas pessoas pensam em voltar para onde a torrente é mais rasa. E quando ela alcança a cintura, é uma situação na qual o Senhor pede que tiremos os pés do chão e nos deixemos levar pelas águas, confiando na sua misericórdia. A partir daí, o rio leva cura a todos os lugares. “Pois eu acho que é nesse ponto que estamos agora na RCC”, afirmou Michelle. A missão agora seria levar as bênçãos das quais fomos testemunhas para as nações, colocar-se em missão. E justamente a graça missionária é o terceiro movimento do Espírito Santo na vida do Messias, marcada pela passagem da entrada de Jesus na sinagoga de Nazaré, quando lê o trecho de Isaías 61. “Ele nos dá o manifesto da sua missão, que come“O Senhor diz que vai ça com ‘O Espírito do Senhor está preparar-nos para uma época sobre mim’. Sem o Espírito Santo de evangelização que o mundo não há missão”, lembra. ainda não viu. Essa é a época Michelle, então, voltou a 1975 que nós estamos agora de ser em um encontro de lideranças da um povo em movimento. O RCC, que ocorreu na Basílica de Espírito Santo está dizendo São Pedro, no Vaticano, quando ‘levantem-se, fiquem cheios da Ralph Martin, um dos pioneiros do minha glória, levem-na para Movimento nos Estados Unidos, reas nações. Essa é a hora da cebeu uma profecia dividida em três colheita, essa é a hora da nova partes, e partilhou o texto com os primavera’”

participantes do congresso. Segundo ela, a moção começa assim: “Abram os olhos e preparem-se para o que eu inicio hoje. A minha Igreja será diferente, meu povo será diferente, dificuldades e desafios chegarão até vocês. Eu vou conduzir vocês até o deserto. Eu vou retirar de vocês tudo de que vocês estão dependendo agora, para que vocês dependam só de Mim”. Michelle afirmou que entende o cumprimento dessa profecia pelos fortes dificuldades e desafios enfrentados pela nossa Igreja. “Eu acredito que a RCC enfrentou desafios, oposição, algumas pessoas se sentiram desanimadas, algumas frustradas, algumas abandonaram os caminhos do Senhor”, completou. A segunda parte, de acordo com a pregadora, é ainda mais desafiadora. Ela fala sobre dias de escuridão vindos sobre a terra, dias de muitos desafios e tribulações. Para esta parte, Michelle explanou, “eu voltei a essa profecia dois anos atrás, quando todos os jornais falavam sobre uma grande crise econômica, que balançaria e mudaria o mundo. E, de fato, vimos isso acontecer. Alguns países foram mais afetados que outros. Na Europa ocidental e nos EUA, a crise foi muito forte para algumas pessoas. As pessoas que se confiavam nos bens materiais caíram. As pessoas começaram a se fazer questionamentos políticos, econômicos, financeiros. Foi uma época de instabilidade. E foi uma época que muitos sabiam que a Palavra de Deus nos sustentariam. Por isso é importante que conheçamos a Palavra do Senhor para que possamos nos firmar na verdade e quando houver desafios e dificuldades, nós não afundemos, mas atravessemos essas dificuldades e sigamos em frente.” Mas a terceira parte traz a esperança. “‘Uma época de escuridão está vindo sobre o mundo, mas uma época de glória está vindo sobre a

Este Evangelho Deus prometera outrora pelos seus profetas na Sagrada Escritura. (Rm 1,2)

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PREGAÇÕES Minha Igreja, sobre o Meu povo’. Nós passamos pelos desafios e estamos chegando na glória. O livro dos Provérbios nos lembra que não há como haver glória sem arrependimento. Eu acho que os dias em que vivemos são muito importante. É um momento muito importante no Espírito Santo, pois a nova primavera está vindo sobre nós. Nós temos que nos culpar pelas épocas em que nossa fé falhou, das épocas em que não víamos o que Deus estava fazendo, em que nos movemos na carne e não no Espírito. Porque a partir daquele momento de arrependimento nós recebemos a glória do Senhor. Quando nós nos ajoelhamos diante do Senhor e dizemos ‘Sinto muito, Senhor, por ter agido mal algumas vez. Por favor, perdoa’, Ele diz ‘Levanta, fica forte, recebe o meu perdão, a minha misericórdia, as minhas bênçãos, a minha luz e reflita a minha glória para o mundo’”, lembra a pregadora.

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Chegou a época dessa nova primavera, afirmou Michele. “O Senhor diz que vai preparar-nos para uma época de evangelização que o mundo ainda não viu. Essa é a época que nós estamos agora de ser um povo em movimento. O Espírito Santo está dizendo ‘levantem-se, fiquem cheios da minha glória, levem-na para as nações. Essa é a hora da colheita, essa é a hora da nova primavera’!”, proclamou. Para isso, a presidente do ICCRS destacou que devemos nos encher de coragem e confiança no Senhor. E lembrou o exemplo de Pedro na barca, quando caminhou a Jesus sobre as águas. Segundo ela, ele não teria pensado sobre o fracasso de ter afundado, mas sim sobre o prodígio de ter feito essa façanha: “O Senhor nos convida a caminhar sobre as águas, a confiar nele, a não termos medo, e a fazer grandes coisas pra Ele”.

ENCONTRO COM COORDENADORES DIOCESANOS E ALUNOS DO IEAD Durante o Congresso, coordenadores diocesanos e alunos do Instituto de Educação a Distância tiveram a oportunidade de reuniremse com a presidente do Serviço Internacional da Renovação Carismática (ICCRS), Michelle Moran. Michelle os encorajou a trabalharem unidos e a pastorearem com sensibilidade. A presidente reportou-se, inicialmente, à passagem do livro de Ezequiel, sobre os ossos secos (cf Ez. 37), destacando que, quando o Espírito sopra, os ossos se juntam. “Tive a visão do Senhor convocando seu exército, com grande força. Isso acontece quando a gente adota o caminho da unidade”, observou. Em seguida, reafirmou que o Serviço Internacional da Renova-

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ção Carismática presta apoio às expressões da RCC no mundo e é um caminho de comunicação com a Santa Sé. Informou que o bom relacionamento com os líderes do Brasil tem permitido a realização de projetos conjuntos. Entre eles, mencionou o trabalho com a juventude. “Marcos Volcan coordena a comissão para os jovens do ICCRS. O Brasil também está nos apoiando ao criar um Website para servir à juventude do mundo”, agradeceu. Finalizando a partilha sobre os trabalhos desenvolvidos, Michelle falou ainda sobre o projeto de implantar uma universidade carismática em Roma, criando um programa de ensino, com o qual as pessoas possam estar ligadas no mundo inteiro.


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Um tempo de militância apostólica Na última pregação do Congresso Nacional, o presidente do Conselho Nacional, Marcos Volcan, falou sobre os desafios e oportunidades da evangelização no contexto atual. Realizando uma espécie de fechamento de todas as pregações do Congresso, Marcos chamou os membros do Movimento a assumirem uma postura militante e a lançarem mão de todos os recursos disponíveis para o anúncio do Evangelho. O presidente do Conselho Nacional iniciou a sua pregação citando o texto de Apocalipse 3, 8, falando das portas que Deus tem aberto para a Renovação Carismática: “Portas abertas! Se as portas estão abertas, como diz a Palavra de Deus, não é porque nós abrimos, mas porque foi o próprio Deus quem abriu. E Deus, ao entrar na história humana, de forma tão concreta através do Seu Filho Jesus, abriu todas as portas que poderiam estar fechadas. Jesus, ao entrar na história humana e ao morrer no calvário, abriu a última porta que poderia estar fechada, porque estávamos destinados à morte. Ele morre por nós, assume os nossos pecados e abre-nos a porta da vida eterna. Não existem portas fechadas. Nenhuma delas. Jesus abriu todas, inclusive a porta para a vida eterna, a mais importante”, afirmou. E como exemplo dessas portas que estão sendo abertas, Marcos partilhou uma boa notícia. No dia anterior, havia sido lançado um desafio à RCC: enviar dois missionários para a Uganda. Para tanto foi feito um

apelo, pois faltavam recursos para a missão. “Nós provocamos a assembleia a fazer uma coleta. E foi, graças a Deus, a melhor e maior coleta que fizemos durante o encontro. Vocês foram generosos. Obrigado! Os recursos que nós conseguimos são suficientes para enviarmos dois missionários para a Uganda”, testemunhou. Referindo-se às transformações pelas quais passa a sociedade, Marcos ponderou que a história humana pode ser entendida a partir de três ondas que a transformaram radicalmente: a onda agrícola, a onda industrial e, atualmente, a onda do conhecimento e da tecnologia. Dentro desse contexto, ele afirmou que precisamos ser rápidos e ágeis no que diz respeito ao Evangelho, pois “nós temos uma palavra de esperança a dar ao mundo. Inclusive, que é possível contornar situações difíceis, tornar um mundo habitável, bom de viver, mesmo antes de Jesus voltar”. Ele também destacou que os tempos atuais exigem uma apostolicidade que urge, vivida por homens e mulheres que se desapegam de si mesmos movidos pelo desejo de proclamar a Palavra. Somos chamados a uma postura de militância apostólica condizente com os tempos atuais. E para que nós possamos cumprir o mandato de Jesus e fazer o Evangelho se expandir nos tempos modernos, não há como desprezar as fronteiras que se abrem através da tecnologia e as novas ferramentas que potencializam a evangelização, como a internet, por exemplo, lembrou o presidente do Conselho Nacional. “Há novas possibilidades que permitem cumprir o mandato de Jesus. Ele disse que só voltaria depois que o Evangelho fosse pregado em todo o mundo, em todos os lugares. Há muito para ser feito, há muito! Mas hoje, não é mais impossível, é possível. Não existe porta fechada para a evangelização”, afirmou. Marcos incentivou que as barreiras da evangelização sejam transpostas com criatividade, própria daqueles que são impulsionados pelo

Paulo deteve-se ali um ano e seis meses, ensinando a eles a Palavra de Deus. (At 18,11)

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Espírito Santo, e com a utilização de todos os recursos e ferramentas disponíveis. Sendo assim, citou diversas iniciativas evangelizadoras de Grupos Oração do Brasil através de instrumentos de comunicação. Comentou também sobre o exemplo da própria RCC que, com os investimentos em Educação a Distância e o lançamento de novo formatos de materiais de formação como os audiolivros, tem investindo em novas formas de evangelizar. Na sequência, falou da postura assumida pelo Movimento diante dos desafios de evangelização da atualidade. Segundo ele, quando o Papa João Paulo II nos incentivou, em 2002, a explorarmos a internet como uma nova fronteira de missão, numa atitude de amor e obediência, nós procuramos dar uma resposta efetiva a esse apelo. Frente às mudanças da sociedade, olhamos os avanços tecnológicos como oportunidade de evangelização. Em diversos momentos da pregação, Marcos fez referência aos primeiros apóstolos que, com recursos limitados e muitas dificuldades, difundiram o Evangelho no mundo antigo. Com a mesma ousadia e urgência, precisamos evangelizar o mundo contemporâneo. “Foi preciso 300 anos para que os primeiros cristãos tornassem o mundo cristão. Nos últimos 300 anos, nós temos perdido espaço, o mundo se secularizou. (...) O que somos chamados a fazer agora? Perceber as oportunidades novas e não ficar reclamando o que nós perdemos, porque o cristianismo tem uma capacidade incrível de se recuperar”, incentivou. Na certeza de que a evangelização não é resultado só de nossos esforços, Marcos motivou: “O cristianismo é assim, pode se recuperar, pode ir

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aos lugares mais distantes, porque não depende apenas de força humana. É a força do Evangelho, a força dos apóstolos! Por isso, nós vivemos um tempo de militância apostólica”. Dessa forma, Marcos incentivou os membros do Movimento a também assumirem uma postura de recuperação, na força do Espírito. “Vejam aqueles pequenos Grupos, que estão em crise; de repente, naquela pequena fagulha, ainda acesa, um sopro do Espírito faz tudo novamente pegar fogo. Isso depende muito de você que é coordenador e líder, muito! Faça o seu Grupo pegar fogo, a partir desse sopro do Espírito. E não precisa de muito, é a brisa leve que entra e o Grupo se torna novamente carismático, se recupera e evangeliza”, afirmou. Abordando ainda a força do cristianismo, Marcos chamou a atenção para o compromisso direto de cada batizado com a evangelização. “O cristianismo é dinâmico, tem uma proposta que não é indireta. E o que nos preocupa é o fato de muitos estarem transferido a sua obrigação para outros. Nós temos muitos projetos de evangelização que dependem da contribuição financeira de todos nós, mas por mais que você possa contribuir com recursos, para qualquer obra de evangelização, nada disso transfere a sua obrigação de evangelizar diretamente, não só indiretamente. É sua obrigação, é minha obrigação”, ponderou. Para concluir, Marcos lembrou que estamos nos preparando para comemorarmos o jubileu de 50 anos da RCC no mundo, e estamos trabalhando para ter um Movimento mais vigoroso, organizado e estruturado. Diante disso convocou: “Nós saímos daqui num regime de prontidão, de prontidão ao chamado”.

Se cumprirdes a lei régia da Escritura: Amarás o teu próximo como a ti mesmo, sem dúvida fazeis bem. Tg 2, 8


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RENOVAÇÃO EM MISSÃO:

EU AMO A RCC!

Na manhã de quinta-feira (15), o presidente do Conselho Nacional, Marcos Volcan, dirigiu a palavra aos participantes do Congresso, animando todos a assumirem um alto nível de comprometimento com a Renovação Carismática Católica. “Queremos preparar a RCC para que em 2017, quando completar 50 anos, ela seja um Movimento ainda mais vigoroso, com mais Grupos de Oração, com mais vida e cheio de pessoas como nós, que foram batizadas no Espírito Santo e transformadas pelo poder da Palavra de Deus. Você está disposto a isso?”, questionou. O Planejamento Estratégico¹ , fruto de muita oração, partilhas, reuniões entre as lideranças, consulta às bases da RCC e, sobretudo, escuta ao Espírito Santo, é uma das ferramentas que devem viabilizar essas metas, e foi preparado com vistas ao Jubileu de Ouro do Movimento. Marcos Volcan apresentou os principais aspectos do Planejamento e incentivou que todos estudem esse documento: “Existe um planejamento para os próximos anos que não deve ficar apenas a cargo dos líderes, mas deve ser conhecido e assumido por todos os membros da RCC. Por isso, é muito importante que todos conheçam e entendam o Planejamento”, motivou, lembrando, em seguida, que é preciso conhecer para amar, e amar para comprometer-se e trabalhar. O presidente frisou ainda a importância de o Planejamento chegar aos Grupos de Oração, onde, por excelência, acontece a vida do movimento. E, nesse contexto, apresentou os principais ponto da “Missão” e a “Visão” da RCC apresentadas no texto (ver Box): “uma missão nasce de uma visão. E o bonito é que o Espírito Santo, que é derramado em Pentecostes, enche

o coração daqueles homens e mulheres que lá estavam com sonhos e visões. Você tem sonhos e visões no seu coração? É fruto de Pentecostes”, animou. Marcos também comentou sobre a expressão “Eu amo a RCC”, frequentemente usada em nosso meio, explicando que esse amor se deve ao fato de a RCC ser da Igreja e ter sido, para muitos, o caminho de retorno à autêntica fé católica: “Na história de muitos de nós católicos, redescobrimos a nossa fé, redescobrimos Jesus, redescobrimos a ação do Espírito Santo de forma que o nosso testemunho se faz obrigatório nestes tempos em que muitas portas querem se fechar para o Evangelho nesta terra de Santa Cruz”. Disse isso destacando que a RCC é - e deve continuar a ser - um movimento profético, que escuta Deus, que fala e vive o que Ele diz, e que todo aquele que escuta e obedece a Deus trabalha com um ânimo revigorado. Escuta profética e organização não se excluem. Foi sobre isso que Marcos refletiu na sequência, lembrando que a RCC, um Movimento dirigido pelo Espírito Santo, está organizada em estruturas criadas para ajudar os membros a cumprirem melhor o seu papel. Nesse contexto, falou sobre o papel do Conselho Nacional, uma instância de discernimento, que por ser formado a partir de eleições em cada estado, tem um caráter representativo. Sobre a expressão “militância apostólica”, esclareceu que, apesar de a mesma ter adquirido uma conotação ideológica, trata-se de uma expressão genuinamente católica, uma vez que somos a Igreja militante: “Você está sendo chamado a uma vida nova, de profeta, e está sendo chamado a combater, a lutar, a militar neste mundo. O tempo de comodismo já passou! E eu espero que este congresso possa marcar sua vida para um tempo de um novo compromisso com a RCC. Se nós, que somos membros efetivos do movimento, não cuidarmos dele, quem cuidará?”, ponderou. Trabalhar pela difusão da espiritualidade e Cultura de Pentecostes é uma das metas da RCC apresentadas no Planejamento; e isso, na avaliação do presidente do Conselho, deve servir de grande estímulo a todos e impulso para a missão. ¹ O Planejamento Estratégico está disponível na íntegra em nosso portal e pode ser baixado gratuitamente: www.rccbrasil.org.br

Antes de tudo, sabei que nenhuma profecia da Escritura é de interpretação pessoal. (II Pd 1, 20)

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Marcos Volcan também refletiu sobre a profunda ligação entre o Planejamento, a organização e a vida espiritual, apresentando como modelo o profeta Neemias, que diante da destruição dos muros de Jerusalém partiu para a ação de reconstrução, buscando a solução em Deus, orando, jejuando e se humilhando perante Ele. Para organizar o Movimento, continuou Marcos, é preciso escutar Deus e fazer a Sua vontade, e isso passa pela disciplina espiritual. Marcos Volcan comparou o acontecimento vivido por Neemias com a grande convocação feita aos membros da RCC, este ano, de reconstruir as muralhas: “Neemias tinha que reconstruir as muralhas, isso traz para nós uma força simbólica muito grande. Alguns podem nos perguntar: ‘Mas reconstruir as muralhas não vai ser uma forma de fechamento em si mesmo?’ É obvio que não queremos isso. A reconstrução dos muros que estão destruídos tem um significado espiritual muito mais profundo. Um Movimento que escuta Deus e quer se colocar em missão precisa estar bem organizado e espiritualmente bem. Tem que ter seus muros sem brechas. Neemias é um profeta que é amigo de Deus. Porque aos amigos, Deus dá essa prerrogativa de poder ousar diante Dele”, explicou. Ao mencionar esse aspecto da vida de Neemias, Marcos concluiu, destacando o Projeto “Amigos de Deus” que a RCC está sendo chamada a viver nestes tempos, que prevê a retomada das praticas espirituais. Lucimar Mazieiro, coordenadora do Ministério e da Comissão de Formação, foi quem explicou a proposta. Confira no box.

Esta arte pode ser baixada gratuitamente em nosso portal.

AMIGOS DE DEUS Lucimar Mazieiro explicou aos congressistas as práticas espirituais que fazem parte do Projeto Amigos de Deus: leitura orante da Palavra, jejum, oração do terço, adoração ao Santíssimo Sacramento e confissão. Todos os carismáticos estão sendo convocados a viver tais práticas em unidade. Por isso, a cada período, duas práticas serão colocadas em destaque (sem que as demais devam ser negligenciadas). Até setembro, as práticas em evidência são a leitura orante da Bíblia (lectio divina) e o jejum. Para o período entre outubro e dezembro, as práticas serão o rosário e a oração; entre abril e julho de 2011, a adoração e a confissão. “Nesse tempo, Deus quer unir todos nós na mesma prática espiritual, e nós vamos nos fortalecer. Sozinho, você pode até fraquejar, até desanimar e desistir, mas, agora, nós não vamos estar sozinhos”, incentivou a coordenadora. Lucimar também esclareceu que a ideia não é viver essas práticas 20

apenas durante o período proposto. Elas podem, e devem, ser tomadas por hábito. Lucimar lembrou, também, a atitude de Neemias, que ouviu a voz de Deus quando entrou em jejum e oração. Graças às atividades espirituais, o profeta passou a viver em real militância apostólica e com combatividade. O Projeto Amigos de Deus também está disponível gratuitamente em nosso portal. A revista Renovação está trazendo uma série de práticas espirituais a serem vividas em unidade por todo o Movimento. Em função desta edição ser específica sobre o Congresso, a série foi interrompida, voltando a ser publicada já no próximo número. Quem desejar pode ter o texto na íntegra no portal.

Prudentes, castas, cuidem da casa, bondosas, submissas a seus maridos, para que a Palavra de Deus não seja desacreditada. (Tt 2, 5)


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Tempo de construção e reconstrução O diretor executivo do Escritório Nacional, Márcio Zolin, falou sobre as graças e os desafios vividos pela RCC neste tempo de construção e reconstrução. Márcio Zolin iniciou sua pregação recordando os questionamentos feitos por Dom Alberto Taveira na Missa de lançamento da Pedra Fundamental da Sede Nacional da RCC em janeiro de 2010, em Lorena/SP. “Quem és tu Renovação, qual a tua identidade?” perguntava o Bispo. Relembrando as respostas, Zolin reafirmou: “Somos apóstolos da Efusão do Espírito Santo. E o mandato para sermos apóstolos da Efusão do Espírito Santo é pessoal e intransferível, por isso não podemos delegá-lo a ninguém, pois não podemos ser substituídos na obra”. Citando o texto de Joel 2,2b, Márcio proclamou que o Senhor estava levantando um exército forte e vigoroso, com coragem de permanecer fiel ao seu chamado mesmo na tribulação, sem olhar para trás. Assim, iniciou a partilha sobre como Deus conduziu a RCC para este tempo de reconstrução. “Essa partilha é direcionada para aqueles que não conseguem mais sonhar. Quando não conseguimos mais sonhar é sinal de que estamos feridos e machucados, é sinal de que estamos nos afastamos Daquele que nos inspira e move os nossos sonhos: Jesus Cristo. E foi através do sonho de construir o Centro de Formação da RCC que Deus revelou seu plano de fazer algo muito maior no Movimento e que não conseguíamos perceber”, afirmou. Há anos a RCC do Brasil sonha com a construção do seu Centro de Formação. Foram muitas as tentativas frustradas que fizeram o sonho demorar para começar a se concretizar. Muitas propostas de doações de terrenos para a construção apareceram, mas todas vinham com problemas de documentação. “E nós sabíamos que um dos sinais de Deus seria que a doação do terreno viria com toda a documentação completa”, testemunhou. Depois de tantas tentativas, no início de 2009, surgiu a proposta de doação de um terreno grande e bem localizado no município de Canas/SP. Márcio relatou que durante os trâmites da doação, era possível perceber o mover de Deus e, assim, a doação foi efetivada. “Deus tirou de nós as vendas que nos impediam de enxergar. Mais que a construção de uma casa, Deus nos propõe uma reconstrução espiritual, para voltarmos ao foco da nossa missão que é difundir a Cultura de Pentecostes, ir até a raiz de todo o mal e transformar a sociedade”. Disse isso, destacando que Deus já está derramando uma unção de reconstrução espiritual sobre nós. É tempo de abundância porque o Senhor já está realizando a reconstrução nas nossas vidas. Márcio pontuou que a reconstrução acontece quando trabalhamos a nossa espiritualidade e identidade. Precisamos de uma sólida vida de oração, estando constantemente aos pés de Jesus, para que possamos cumprir nossos propósitos e sermos fiéis aos votos e compromissos assumidos com o Senhor. E questionou: “Temos sido fiéis aos nossos compromissos? Dos votos que fizemos com Deus no início da caminhada, ainda conseguimos Constituído ministro, em virtude da missão que Deus conferiu de anunciar a realização da Palavra de Deus. (Cl 1, 25)

cumprir algum? De repente, podemos ter caído no ativismo. Mas porque Deus está falando isso conosco? É porque a reconstrução começa no nosso coração”. Dentro desse contexto, os líderes devem pautar suas ações pelo amor, lutando pelo povo, que é o nosso tesouro, e abrindo mão de seus próprios interesses. Não podemos ter vergonha de ser Renovação Carismática, negociando a nossa identidade como forma de conseguir aprovação. Muito menos, podemos construir uma RCC particular que entende o Grupo de Oração como posse de alguém. “Enquanto as lideranças ficam envolvidas em brigas por vaidade e orgulho, o povo não está bebendo da graça de Deus e está saindo dos nossos Grupos sem ter uma experiência verdadeira de Deus. E nós somos chamados a dar um remédio verdadeiro para o nosso povo, não placebo. As pessoas não podem ter apenas a sensação de que foram curadas, só o efeito psicológico. Como apóstolos da Efusão do Espírito Santo, somos chamados a proporcionar o batismo no Espírito Santo e uma experiência profunda de Deus”, exortou. 21


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Márcio afirmou que para sermos o povo vigoroso, conforme o chamado de Deus, precisamos ser um povo que vive o amor. Na perspectiva da reconstrução, o amor é o elemento que aprofunda e restaura os alicerces que sustentarão uma nova construção. Pois é o amor que gera unidade, afabilidade, doçura, caridade, compromisso e que pode curar os nossos corações. Zolin alertou ainda sobre a importância do testemunho de amor fraterno dentro do Movimento e o perigo de só nos interessarmos pelos irmãos quando eles têm algo para nos oferecer. Nesse sentido, Márcio lembrou, também, que muitas pessoas podem se sentir feridas, fracas e doentes porque, ao longo da caminhada, se sentiram apenas “usadas” na obra. Contudo, essa não é uma situação definitiva, pois Deus quer nos reconstruir, curar os nossos corações. Com base na Palavra do livro de Tobias 13, 11-16, Márcio partilhou: “O Senhor convida todos a participarem da reconstrução. Vamos sair do Congresso Nacional e, quando estivermos lá na nossa realidade, devemos ir até aqueles que se afastaram, que não estão mais caminhando e convidá-los a participar desse tempo de reconstrução espiritual. E nós temos que nos sentir honrados de viver esse tempo, pois ele só acontece porque teve gente que nesses 40 anos de RCC se desgastou pela obra. Esse tempo de reconstrução está acontecendo porque o Senhor, na sua infinita misericórdia, honrou a fidelidade, o ‘sim’ e as lágrimas dos pioneiros... e Ele sempre honrará a nossa fidelidade”. A pregação terminou com a um momento de oração. Logo em seguida, Lázaro Praxedes, articulador nacional da construção da Sede da RCC, e mais um grupo de construtores subiram ao palco para partilhar sobre os de desafios da construção de Nossa Casa e convocar para que todos também sejam construtores.

SEJA UM CONSTRUTOR Para que todos possam contribuir com a construção de Nossa Casa, há diversas formas de colaborar: Campanha do 1 real, cofrinho, carnês de colaboração, um metro quadrado por sua conta... Para saber mais sobre as campanhas converse com o seu coordenador diocesano ou acesse o nosso portal.

Faça a sua contribuição Conta corrente: 3587-1 Operação: 003 Caixa Econômica federal casadarcc@rccbrasil.org.br

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Deus tem suscitado no coração das pessoas que estão à frente deste trabalho diferentes campanhas de arrecadação para que todos possam fazer parte dessa grande construção, de acordo com sua condição financeira. Vamos construir nossa Casa com apenas Um Real! Com apenas um real? Como? Muito simples! Somos em milhares de Grupos de Oração, com pelo menos um milhão de membros efetivos (que participam todas as semanas), e outros nove milhões que participam eventualmente. Se cada um doar apenas um real, em muito pouco tempo teremos o dinheiro suficiente. Você também pode arrecadar esse valor entre as pessoas que conhece, fazer pedágios etc. Um Cofrinho para edificar nossa Sede! Estamos distribuindo cofrinhos de papelão. Alguns foram distribuídos durante o Congresso, outros estão sendo enviados junto com a Revista Renovação. Essa campanha também é muito acessível! Peça moedinhas na sua casa, para seus amigos, familiares, colegas e encha o cofrinho. Depois deposite em nossa conta que consta abaixo. Peça para as crianças ajudarem nessa missão. Elas têm muito jeito para isso. E propomos uma meta: que tal você encher o cofrinho que recebeu em um mês? Um carnê, assumido com muita seriedade! A Campanha “Eu sou um construtor”: carnês estão sendo distribuídos com valores diferenciados (20, 50, 70, 100, 500, 1.000 reais por mês). Essa campanha destina-se a quem puder pagar, por três anos, alguma dessas quantias, individualmente ou com mais pessoas, podendo ser assumida pelos Grupos de Oração. Num sinal de partilha, quem tiver condições paga mais, quem não tiver, contribui apenas com o que pode. Você quer colocar um tijolo nesta obra? Já pensou, ao fim da obra, você olhar para a Nossa Casa e poder dizer: “eu coloquei um tijolo aqui!”? Ao fazer alguma contribuição espontânea (qualquer valor), você estará dando simbolicamente um tijolo para a construção. Quanto vale um tijolo da nossa casa? Você é quem define! Um metro quadrado por sua conta: Outro jeito de você deixar sua marca nesta construção: assuma um metro quadrado da obra. O valor do metro quadrado é em torno de R$ 1.000,00.

A Escritura diz: Todo o que nele crer não será confundido. (Rm 10,11)


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CHAMADOS À MISSÃO Em um dos momentos mais marcantes do Congresso Nacional, Dom José Azcona, Bispo da Prelazia do Marajó, falou sobre missão. A pregação foi um verdadeiro convite para sairmos de nós mesmos e vivermos Pentecostes. O Bispo iniciou sua pregação afirmando: “É tempo de fartura! É tempo de abundância! É tempo em que o armazém infinito do céu está se derramando e abrindo-se sobre esta nossa abençoada terra do Brasil!” Ao começar a sua fala, Dom Azcona contextualizou a missão, a partir da realidade e da experiência dos missionários no Marajó, mas ponderou que o chamado não se restringe à Ilha, mas para a missão no mundo inteiro. “Breves, o primeiro lugar, o primeiro ponto de missão onde a Renovação Carismática Católica do Brasil providencialmente iniciou um processo missionário em sentido direto e que não termina aí. Como ponto emblemático, nós estamos vendo e apalpando a realização das promessas de Deus e, ao mesmo tempo, os enormes desafios para a Renovação Carismática Católica no Marajó”, afirmou. Relatando as condições de miséria e falta de recursos dos municípios da Ilha do Marajó, o Bispo falou de tristes realidades: crianças que vão para a escola e desmaiam de fome, água de péssima qualidade oferecida à população. “Eu penso em alguns países da Europa, por exemplo, onde seria proibido servir esse tipo de água aos cavalos. A Sociedade Protetora de Animais, com certeza, proibiria esse serviço de água, que é normal em Breves e outros lugares do Marajó”, enfatizou. Toda essa realidade foi usada por Dom Azcona para reforçar a nossa responsabilidade missionária. “O que mais nos chama a atenção em tudo isso são as palavras de Jesus, na sinagoga de Nazaré: ‘O Espírito do Senhor está sobre mim, Ele me ungiu e me enviou a anunciar a Boa Nova aos pobres, a anunciar a libertação aos prisioneiros, abrir os olhos dos cegos e anunciar um ano de graça e de libertação do Senhor.’ Isso está acontecendo entre nós. O sinal próprio, como dizem os documentos da Igreja, da autenticidade da evangelização e da missão da Igreja é este: os pobres são evangelizados. Muito obrigado à Renovação Carismática Católica, em nome da Igreja do Marajó, em nome da Igreja de Cristo, que está dando este sinal de autenticidade, do que é missão, do que é verdadeira evangelização: os pobres são evan-

gelizados.” Na sequência, Dom Azcona ressaltou que evangelizar é missão de todo o batizado e que, quando experimentamos o Batismo no Espírito Santo, esse mandato fica mais forte porque somos transformados pela experiência de Pentecostes. Relatando a experiência dos apóstolos logo depois do Cenáculo, afirmou “Foi Pentecostes que os transformou, portanto, a missão precisa de homens e mulheres transformados. Precisa de homens e mulheres novos. Com mulher velha, o Espírito Santo não tem nada a fazer. Com homem velho, o Espírito Santo não tem nada a fazer. E o mundo não tem nada a esperar! A vinda do Espírito Santo fez deles testemunhas e profetas. Quando você é testemunha e profeta do Reino de Deus, isso não é uma ação, não é uma atividade. É ser, ser profeta, ser testemunha. Desde a cabeça, até os pés, por dentro e por fora, na conta bancária, no filho, na filha, na universidade, na sua profissão, você é profeta, você é testemunha, ou não é nada!”.

Foi sepultado, e ressurgiu ao terceiro dia, segundo as Escrituras. (1Cor 15,4)

“Você é profeta, você é testemunha, ou não é nada!”

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E para que possamos transmitir aos outros a experiência de Jesus e a esperança que nos anima, o Bispo nos lembrou que não podemos nos calar ou nos envergonhar, “Ninguém pode calar a boca, ninguém pode se envergonhar. Ai daquele que se envergonhar diante dessa “Muito obrigado à Renovação geração adúltera e perversa. Carismática Católica, em nome Se tu te envergonhas de dar da Igreja do Marajó, em nome testemunho de Jesus numa da Igreja de Cristo, que está sociedade como essa, o Filho dando este sinal de autenticido Homem se envergonhará de dade, do que é missão, do que ti”, exortou. é verdadeira evangelização: os Ele lembrou-nos que o pobres são evangelizados” que precisamos para sermos missionários e testemunhas, o próprio Deus nos dá: a graça da conversão, a abundância de dons e de graças, a parresia, a coragem, o entusiasmo, a força e o vigor do Espírito Santo. E a ação do Espírito manifesta-se especialmente no impulso dado à missão, que de fato estende-se, segundo as palavras de Cristo, desde Jerusalém, por toda Judéia e Samaria e vai até os confins do mundo. O Espírito é o guia da missão na escolha tanto das pessoas, quanto do itinerário da missão. Nesse sentido, afirmou, “Os limites da missão neste momento da Renovação Carismática Católica não são nos confins da Amazônia. A Renovação Carismática Católica do Brasil tem uma missão histórica, dentro até da própria história da missão, aqui no Brasil, da Igreja do Brasil. Com uma condição, que você querido, que você querida, aceite no coração o mandato missionário de Jesus que lhe diz: ‘hoje e sempre, eu recebi todo o poder no céu e na terra. Ide, pois e anunciai o evangelho a todas as nações, fazendoas discípulas e batizando-as em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Eis que eu estou com vocês todos os dias, até o fim do mundo’”. Frente ao chamado e às palavras de Jesus, Dom Azcona nos indica

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uma postura confiante: escutar com temor e tremor, com agradecimento e alegria as palavras de Jesus e ter consciência de que tanto o mandato “ide”, como a promessa “estou com vocês todos os dias” são absolutos, nunca falharão. “Ide e anunciai por todo o mundo. Não é só o Marajó! E falo contra mim, porque, humanamente, eu gostaria que tudo estivesse no Marajó. Não! É a Palavra de Deus! É Pentecostes! Novo Pentecostes para todo o mundo: é para a Ásia, é para a África, é para Sibéria, para o Alasca, para todo mundo!”, incentivou firmemente. Ao finalizar, o Bispo citou São Paulo e nos convidou à missão, como uma resposta de amor. “ O amor de Cristo nos constrange, queridos, o Cristo crucificado grita: ‘tenho sede, Brasil! Renovação Carismática, tenho sede!’ E não vai ser com uma esponja de vinagre, não vai ser com uma esponja de fel, que vamos colocar na boca de Jesus. Tenho sede de homens e de mulheres para o reino. Homens e mulheres que não morram no desespero, que ouçam a Palavra da salvação bendita do meu Pai que me enviou ao mundo para salvar o pecador, para justificar o ímpio, isso é o que eu quero e tenho sede’. Vamos apagar essa sede de Jesus, vamos nos comprometer com toda a nossa vida. Não é suficiente dar R$100,00, tem que dar a vida como Ele a deu por ti e por mim.”

“Os limites da missão neste momento da Renovação Carismática Católica não são nos confins da Amazônia. A Renovação Carismática Católica do Brasil tem uma missão histórica, dentro até da própria história da missão, aqui no Brasil, da Igreja do Brasil”

No sábado seguinte, afluiu quase toda a cidade para ouvir a Palavra de Deus. At 13, 44


SEDE NACIONAL

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Missão Marajó em vídeo Depois do impacto gerado pelo primeiro vídeo da Missão Marajó, apresentado no Congresso Nacional de 2009, a equipe do Escritório Nacional retornou à Amazônia para fazer uma nova gravação que foi apresentada logo após a pregação de Dom Azcona. Márcio Zolin apresentou o vídeo com a seguinte afirmação: “O que nós vamos perceber é a consequência do sim que homens e mulheres deram ao chamado de Deus. O que Deus pode fazer quando homens e mulheres atendem ao chamado do Nosso Senhor Jesus Cristo? O vídeo fala por si mesmo”. O vídeo sobre os dois anos de Missão Marajó está disponível no nosso portal para ser visto e baixado. Ajude-nos a divulgar e a continuar mantendo essa missão. Acesse www.rccbrasil.org.br

Testemunhos de quem tem dado a vida na missão Após a apresentação, os missionários Virtes Romani e Beto Bernardi partilharam sobre esses dois anos de missão na Ilha do Marajó. Eles destacaram todas as bênçãos proporcionadas por Deus, que têm feito a missão avançar: rádio, barco, projeto Anjo da Guarda, a segunda casa de missão na cidade de Afuá, os novos Grupos de Oração, que têm mostrado um postura missionária. Eles partilharam também sobre a experiência missionária. “Ser missionário é viver todos os dias um novo Pentecostes, experimentar o força do Espírito Santo nos renovando e nos impulsionado, é viver e conviver com quem sofre e saber o que é abraçar o Crucificado”, testemunhou Virtes. Os avanços da missão nos permitem perceber o mover de Deus. Virtes partilhou que tanto a rádio como o barco são frutos de oração em frente a Jesus sacramentado, quando os missionários pediam que a voz de Jesus pudesse chegar até os ribeirinhos. Ao contar sobre o crescimento dos Grupos de Oração na cidade de Breves e Afuá, Beto agradeceu a colaboração efetiva dos membros do Movimento.

Uganda, uma nova fronteira de missão Depois dos fortes apelos missionários desse momento, o presidente do Conselho Nacional, Marcos Volcan, fez um desafio concreto à multidão reunida no Expominas: enviar missionários da RCCBRASIL para a Uganda, na África, motivado por um pedido do ICCRS. “No ano que vem nós queremos trazer notícias da África para vocês”, afirmou. Para tanto, faltavam os recursos. Por isso, foi feita uma coleta para esse fim. Com a generosidade de todos, em breve poderemos partilhar mais essa graça! Quem crê em mim, como diz a Escritura: Do seu interior manarão rios de água viva. (Jo 7, 38)

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Moções Proféticas

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UM TEMPO ESPECIAL

DE GRAÇAS

Por Maria Beatriz Spier Vargas - Secretária Geral do Conselho Nacional O tempo que estamos vivendo não é um tempo profano, pois Deus decidiu entrar na história humana e o tempo se torna sagrado. É o kairós de Deus, um kairós permanente, é um eterno “hoje”, porque estamos sempre presentes na graça. Porém, de tempos em tempos, Deus se manifesta com uma graça nova, de uma maneira nova. Agora é esse tempo. Através de profecias e da própria Palavra, Deus tem nos falado que estamos vivendo um tempo especial de graça, um tempo de construir e de reconstruir as nossas próprias vidas, a nossa família, a Renovação, a sociedade que nos cerca. Precisamos saber entender a graça que estamos vivendo. É essencial ouvir com atenção o que Deus está falando para podermos colher os frutos desse kairós. Temos que reconhecer que Deus tem um propósito para a nossa vida, que tem um projeto para nós enquanto Renovação e que Ele nos guia através das moções que nos dá, através da sua Palavra. Fazendo uma leitura dessas moções proféticas, podemos ver que o Senhor está nos guiando a reafirmarmos a nossa identidade carismática católica através da leitura e vivência da Palavra, da prática do louvor, do amor fraterno e da decisão e empenho em corrigir os desajustes em nossa vida e ao redor de nós, na sociedade.

A) LEITURA E VIVÊNCIA DA PALAVRA Em todo o ano de 2010, estamos dando uma ênfase especial à Palavra de Deus, acreditando que a Palavra é o próprio Verbo, Jesus Cristo, o Senhor que dá a vida. Acreditamos que o que potencialmente e legalmente pertence a nós, pode pela experiência se tornar parte de nossas vidas. Quando a Palavra de Deus toca profundamente o nosso coração com a sua verdade, porque a Palavra é a verdade, então ela se torna experiência na nossa vida e ela cria realidades novas em nós e ao nosso redor. Isso acontece quando temos intimidade com a Palavra, quando a lemos diariamente, sabendo que ao ler estamos nos relacionando com Deus, estamos nos comunicando com Deus. Isso acontece quando nos apossamos, pela fé, das promessas contidas na Palavra. Todas as pessoas que acolheram com fé as três passagens que o Senhor nos deu para esse ano de 2010: Isaías 45,1-3; Sofonias 3, 17-20 e Apocalipse 3, 7-12, viram suas vidas serem mudadas. Lendo a Palavra, começaram a rezar com a Palavra, acreditaram na promessa, acreditaram que Deus quer abrir portas, quer revogar sentenças e foi nascendo nelas uma coragem nova para enfrentar os problemas, uma visão nova, a visão de Deus, a verdade de Deus. Esse é o princípio para tomar posse 26

da promessa contida na Palavra: crer que a Palavra de Deus é a verdade, deixar-se moldar pela verdade e mudar de atitude, dando passos concretos, mas sempre guardando no coração a promessa e a alegria de estar vivendo um kairós. Viver pela Palavra de Deus é isso, é concreto, é para a vida, não é uma teoria apenas, não é conhecimento apenas, é vida. A Palavra nos leva a enxergar o que precisamos melhorar e nos dá forças para começar a mudar. O Sínodo dos Bispos sobre a Palavra nos recorda que a Palavra é uma Pessoa. Na Palavra temos o rosto e a voz de Deus, essa voz que rompe o silêncio. Muitas vezes são lançadas sobre nós palavras que podem pesar sobre nossas vidas como uma maldição. A palavra má está aí e ninguém a rebate, instala-se um silêncio. Mas, se invocarmos sobre as nossas vidas a Palavra de Deus, ela á voz que nos defende, a voz que nos salva, que nos liberta, porque é a voz do Senhor que tem toda autoridade nos céus, na terra,no inferno. Diante da voz poderosa de Deus todo joelho se dobra, todas as forças se rendem. O ano de 2010 está na metade, ainda temos a oportunidade de clamar as bênçãos de Deus contidas nas três passagens rhema para este ano. Podemos começar hoje um caminho novo com a Palavra de Deus, um caminho que vai nos levar às bênçãos das portas abertas. Durante uma das orações da manhã, no Congresso Nacional do ano passado, recebemos a passagem de Apocalipse 6,2: “Vi aparecer então um cavalo branco. O seu cavaleiro tinha um arco; foi-lhe dada uma coroa e ele partiu como vencedor para tornar a vencer.” A nota ao pé da pagina explica que o cavaleiro representa a palavra de Deus, ou seja,o próprio Cristo e o sucesso do Evangelho. Ao orar com a Palavra estamos enviando o próprio Cristo para entrar nas nossas vidas, nas situações que Lhe apresentamos para que seja o vencedor, para que torne a vencer.


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B) LOUVOR Na reunião do Conselho Nacional, em outubro de 2009, na qual fazíamos o planejamento para o ano de 2010, recebemos a seguinte palavra: “Eis que vem sobre as montanhas um mensageiro de Boa Nova, alguém que anuncia a felicidade. Celebra as tuas festas, ó Judá, cumpre teus votos!” Na 2,1. A moção que tivemos na época era a de reafirmarmos os votos que tínhamos feito ao Senhor, reafirmar as promessas que havíamos feito por amor a Jesus. Mais recentemente, orando por esse Congresso, fomos levados a meditar o versículo 2 do salmo 64: “A vós, ó Deus, convém o louvor em Sião. É a vós que todos vêm cumprir os seus votos.” Imediatamente, entendemos o que o Senhor estava querendo nos dizer. Muitos de nós fizeram o voto de louvar a Deus todos os dias, comprometendo-nos com o louvor como estilo de vida e, depois de um tempo, esquecemos dos votos voltando à murmuração, esquecendo de começar cada dia de nossa vida com, pelo menos, 10 minutos de louvor,como havíamos prometido. Essas duas passagens são como uma nova oportunidade que Deus está nos dando para retomarmos o louvor e cumprirmos para com Ele os nossos votos a fim de que possamos ser os recipientes da Boa Nova, da felicidade que Ele tem preparada para nós. Lembremos de Apocalipse 5, que fala de miríades de miríades, milhares de milhares de santos que cantam a glória d`Aquele que se assenta no trono e do Cordeiro. Quando louvamos e glorificamos a Deus, quando nos prostramos em louvor e adoração diante do Cordeiro, multidões de anjos e de santos oram conosco. Então, o Cordeiro, que é o doador do Espírito Santo, força, poder e alegria na nossa vida, inaugura para nós um novo tempo. Nesse mesmo dia em que orávamos com o salmo 64, fomos lembrados de que o grande louvor a Deus é a Missa, onde celebramos a paixão,morte e ressurreição de Jesus Cristo e oferecemos o seu sacrifício expiatório ao Pai, em louvor e ação de graças. A moção que recebemos foi a de fazermos o possível para participar da missa diariamente, para louvar ao Senhor e ofertar junto com Jesus, no altar, a nós mesmos, nossas famílias, nosso trabalho e todas as pessoas que fazem parte de nossas vidas e as que nos pediram oração, porque na Missa o sacrifício expiatório de Jesus é renovado e assim será renovada todos os dias

a salvação e a libertação em nós, todos os dias seremos libertos e salvos, todos os dias o mal será derrotado e destruído. A Jesus, foi dado todo o poder nos céus e na terra, e ao renovar a sua paixão, morte e ressurreição, o mal é novamente subjugado e Jesus toma a si os destinos das nossas vidas como Senhor absoluto. O poder do sangue derramado por Jesus, na cruz, é atualizado e nos abre caminho novo, nos reconcilia com Deus e com sua vontade. A Missa é um grande louvor a Deus. A nota ao pé da página, comentando sobre Apocalipse 5, que narra o grande louvor dos resgatados, diz que a liturgia divina estende-se por ondas a toda a criação, pois a plenitude da glória divina foi assegurada pela Redenção.Temos então um cântico novo, o cântico do Novo Testamento. Aqueles que, por residirem em locais onde não há missa diária, ou que por motivo de horários incompatíveis com o seu trabalho, não puderem participar da missa diariamente, ou outro motivo alheio a sua vontade, deverão substituir a missa pelo sacrifício do louvor, fazendo um esforço consciente para não murmurar, para seus lábios não pronunciarem nada de perverso, para que sua língua não profira mentira, para que de sua boca só saiam palavras boas, só ação de graças e louvor. Ao fazermos isso, estaremos declarando Jesus Cristo como o Senhor de nossas vidas e o mal se afasta quando Jesus Cristo chega como Senhor e Rei.

C) AMOR FRATERNO Estávamos reunidos em oração, quando fazíamos o planejamento estratégico, e recebemos a visualização de duas casas, uma com estrutura rachada e a outra sólida, sem rachaduras, firme, estável. A interpretação era de que a casa com estrutu“Temos que tomar a decisão ra sólida tinha como base, como de fazer só o bem, de nunca alicerce a comunhão fraterna, o nos aliarmos ao mal porque o amor, enquanto na casa com esmal nos enfraquece. É muito truturas abaladas existia divisão. importante que nos aliemos ao A confirmação veio pela Palavra: bem, o bem é o Senhor e Ele é “Todo reino dividido contra si a nossa força. Faz tempo que mesmo será destruído e seus aliDeus nos pede para sermos cerces cairão uns sobre os outros” honestos e verdadeiros, que (Lc 11,17). Recebemos depois uma optemos pela verdade e since- profecia em confirmação: “Estais ridade, porque Ele sabe que se divididos e reino dividido não não agirmos assim estaremos subsiste. A divisão está nas vossas abrindo brechas para o mal palavras, nos vossos pensamentos nas nossas vidas e elas nos e na vossa visão. Há desconfiança farão ruir” uns dos outros, existem partidos.” Temos uma linda palavra de sabedoria que Deus nos deu para nos ajudar a superar os nossos problemas de divisão: “Façamos assim: reconhece os problemas de relacionamento que tens. Faz isso em oração, diante de mim e nós vamos enfrentar esse problema juntos. Faz o teu >

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possível para te reconciliares, para o relacionamento melhorar, mas faz esse possível com empenho. Faz pequenos gestos de amor, sinaliza com gestos e com palavras que queres mudar e Eu te ajudarei. Só Eu posso tocar no coração das pessoas e preencher com o meu amor os intrincados caminhos de dor e de mágoa. É simples: a cada gesto teu, cada pequeno esforço de tua parte, mesmo que seja a tua oração pelas pessoas com as quais não te relacionas bem, vais iniciar um movimento da minha parte. A cada movimento teu Eu agirei também. Tu farás o primeiro movimento e, em seguida, Eu começarei a agir.” O Senhor nos dava também uma outra visualização, uma bandeira tremulando com o lema: ”Tudo o que quereis que os homens vos façam, fazei-o também a eles” (Lc 6,31). Nós gostaríamos de ser tratados com amor, com consideração, com respeito, gostaríamos que os outros nos ouvissem e valorizassem e nos ajudassem quando precisamos de ajuda e nos perdoassem quando erramos? Então, é assim que devemos tratar os outros. Temos que tomar a decisão de fazer só o bem, de nunca nos aliarmos ao mal porque o mal nos enfraquece. É muito importante que nos aliemos ao bem, o bem é o Senhor e Ele é a nossa força. Faz tempo que Deus nos pede para sermos honestos e verdadeiros, que optemos pela verdade e sinceridade, porque Ele sabe que se não agirmos assim estaremos abrindo brechas para o mal nas nossas vidas e elas nos farão ruir. Deus nos quer de pé, felizes e vitoriosos, por isso Ele nos exorta e nos ensina.

D) CORREÇÃO DOS DESAJUSTES Orando pela Renovação, num dos Encontros Regionais para a Liderança, recebíamos a visualização de uma balança. Vinha uma mão e equilibrava o peso. A interpretação era de que o Espírito Santo queria nos equilibrar, colocando em ordem nossa vida, ordenando-nos na vontade de Deus. Num outro Encontro Regional, o primeiro foi no sul e este no nordeste, o Senhor falava mais uma vez dos desajustes e nos dava a passagem “Deus nos convida para em Apocalipse 3,18-19. Essa mesma começarmos um novo tempo passagem o Senhor deu também ao nú- na nossa vida, para reconscleo estadual de intercessão do Estado truirmos com a sua ajuda do Paraná. Ela nos fala de reanimar- tudo o que se desviou da mos o nosso zelo, de nos arrepender- missão que Ele nos confiou, mos e de comprarmos do Senhor um a missão de sermos apóstocolírio para ungir os olhos e ver claro. los e apóstolas da efusão do A moção que Deus nos dava com essa Espírito Santo. Como Deus palavra é que devemos evitar viver na é simples, Ele nos dá passos ilusão, na imaginação, anestesiados. simples para seguir” Mostrava que muitos de nós nos escondemos na missão para não ficarmos em casa e resolver os problemas que temos. Então, fingimos que está tudo bem, e a nossa família sofre e nós sofremos e ficamos frustrados; ou, então, as coisas não estão bem no trabalho e nos iludimos dizendo que a missão atrapalha,quando na verdade

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não estamos trabalhando como deveríamos. São só exemplos, mas existem outros, existem os vícios e toda espécie de práticas erradas, como oprimir os outros com julgamentos e exigências absurdas, oprimir os outros com o nosso mau humor, oprimir os outros com nossas infidelidades. Tudo isso o Senhor nos mostrava. Ele nos exorta a vivermos com os pés no chão, encarando a verdade, a realidade de nossas vidas, sem fugir, mesmo que doa. A Palavra é clara, se comprarmos dEle o colírio, então veremos claro. Temos que pedir ao Espírito Santo para nos dar uma unção especial para enxergarmos os desajustes na nossa vida e uma força nova para enfrentálos. Quando Deus revela, Ele cura. Temos que acreditar que nesse kairós que estamos vivendo existe uma graça especial para aqueles que querem se corrigir e mudar o seu modo de agir. Em síntese, então: Deus nos convida para começarmos um novo tempo na nossa vida, para reconstruirmos com a sua ajuda tudo o que se desviou da missão que Ele nos confiou, a missão de sermos apóstolos e apóstolas da efusão do Espírito Santo. Como Deus é simples, Ele nos dá passos simples para seguir: • Comprometermo-nos com a leitura e a vivência da palavra, porque a Palavra pode moldar o nosso caráter, a nossa personalidade, pode mudar as circunstâncias da nossa vida; • Resgatarmos o louvor, como prática diária e constante e, na medida do possível, a missa diária; • Esforçar-nos para viver o amor e a fraternidade, com pequenos gestos, fazendo sempre o bem, nunca nos aliando ao mal; • Olharmos com coragem e com a ajuda do Espírito Santo, os desajustes na nossa vida e nos esforçarmos para mudar. A transformação da sociedade vai acontecer a partir do nosso ser. Deus iniciou em nós uma obra de reconstrução grandiosa para sermos os protagonistas de um novo tempo. Ele começou conosco a construção de nossa casa, nossa bênção. A nós cabe dar a resposta.

As Escrituras proféticas, dada a conhecer a todas as nações, a fim de levá-las à obediência da fé. (Rm 16, 26)


Santas Missas

Julho/Agosto 2010

SANTAS MISSAS MISSA DE ABERTURA: a vivência da simplicidade e do amor O Arcebispo de Belo Horizonte, Dom Valmor de Oliveira Azevedo, presidiu a celebração de abertura do XXIX Congresso Nacional. Em sua homilia, Dom Valmor salientou a importância de cultivarmos a simplicidade e o amor. Para o Bispo, um evento como o Congresso Nacional oportuniza que os participantes coloquem seus corações em “sintonia” com o Coração de Deus. Falando sobre a liturgia do dia, em especial do Evangelho de Mateus 11, 25-27, Dom Valmor afirmou que, ao referir-se aos pequeninos, Deus está dizendo que esta precisa ser nossa condição: simples, à procura. É a pureza do coração que abre as portas para receber o Amor de Deus. No encerramento, concluiu: “Corações puros e simples, por isso capazes de cultivar a sintonia com Deus: daí nascerão os profetas que o mundo precisa, cujas vidas, não importando as circunstâncias, serão páginas vivas do Evangelho”. Dom Alberto Taveira, assessor eclesiástico da RCC, presidiu três Missas durante o Congresso Nacional, novamente, edificando a vida de todos que escutaram seus sábios ensinamentos.

Dom Alberto constatou: “Olho para vocês e percebo gente capaz de nadar contra a correnteza. É o fruto da Palavra, de quando você teve uma experiência de Deus, do batismo no Espírito Santo, que faz a sua vida mudar e que, por isso, você não pode ser mais o mesmo”. Ao introduzir a reflexão sobre o Evangelho do dia (Mt 11, 28-30), ponderou: “Certamente já sabe-se que Deus não fez mágica nas existências, pois mesmo participando da Igreja, os fardos pesados continuam a existir”. A Palavra “vinde a mim todos vós que estais cansados”, segundo ele, faz bem para um tempo de gente cansada, de cabeça quente, estressada, como o de hoje. O Bispo indicou aos presentes que utilizem a metodologia desenvolvida por São Boaventura para discernir a vontade do Senhor: consultar a Palavra para ouvir Deus que fala, ouvir Deus que fala dentro de você e ouvir Deus que está no próximo. “Quem faz isso, toma como seu o discernimento de Deus, toma como a própria vontade de Deus”, afirmou. Dom Alberto alertou também que não se deve brincar de discernir com a Palavra. “Ela não é enciclopédia, nem consultório sentimental”. Ele finalizou afirmando: “Vá com esse coração puro diante da Palavra de Deus. Tenha coragem de entrar em si. Acolha, leia, reze com a Palavra. Você terá a força para anunciar e frutos consistentes que surgirão no seu coração e em torno de si”.

15 de Julho: Acolher, ler, rezar com a Palavra Na Missa do dia 15, Dom Alberto Taveira destacou a importância de se viver conforme a Palavra para que produzamos bons frutos. O Bispo falou sobre a força das palavras, ressaltando que muitas são soltas ao vento, são ditas sem serem pensadas ou pesadas e acabam gerando destruição. Já a Palavra de Deus é diferente, pois Ela não desce do Céu sem produzir frutos (cf. Is 55). Ela se realiza quando a escutamos e a colocamos em prática, gerando vida. E esse é o desafio para nós: que a Palavra do Senhor anunciada, rezada, a do Grupo de Oração, da leitura orante gere frutos! Paulo deteve-se ali um ano e seis meses, ensinando a eles a Palavra de Deus. (At 18,11)

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16 de julho: Viver uma escravidão que liberta Dom Alberto centrou sua homília em Maria. Apresentou-a como modelo de realização humana. Maria, por ser revestida da Palavra de Deus, é assim realizada na sua personalidade, totalmente aberta a Deus e, num ato de liberdade, feita escrava. O Bispo afirmou que devem fazer isso todos os batizados: viver uma escravidão que liberta. Maria é uma referência na prática das virtudes: “Isto significa andar contra a correnteza, não tomar a decisão pela pele, por simpatia ou antipatia. Trata de educar os seus sentimentos”. Ele criticou o cristianismo light, cheio de moleza. “Alguns dizem assim: a Igreja poderia diminuir um pouco as suas exigências. Mas a estrada que Jesus percorreu é a do calvário. Na de Maria, há uma espada de dor”, afirmou. De acordo com ele, muitos esquecem o sacrifício: sacerdotes e casais largam os sacramentos na primeira dificuldade. Outro ponto abordado foi Maria como mãe: “Assusta-me o fato de que gerações de pessoas assumiram a esterilidade como ideal”, afirmou. No entanto, ele destacou também que todos se realizam quando geram vida, quando são fecundos nos seus serviços, mesmo celibatários ou consagrados.

Dia 17 de julho: mártires pelo Evangelho Neste dia, a homilia de Dom Alberto teve como centro a questão dos mártires da Igreja Católica. Ele explicou que a morte de São Tiago foi responsável pela dispersão dos cristãos; assim a Igreja nascente se espalhou. Também disse que pesquisas recentes comprovaram que as Basílicas de São Pedro e São Paulo estão, de fato, assentadas sobre os túmulos desses apóstolos. “Ali, eles derramaram o seu sangue e plantaram a vida da Igreja”, afirmou o bispo, lembrando uma expressão que diz que o sangue dos mártires é semente de novos cristãos. O Arcebispo ainda disse que o desafio do martírio é o da coerência e da fidelidade: “Caia o mundo, mas eu não vou viver contra os valores do Evangelho. Matem-me, mas não deixo a Igreja”. Para isso, há todos os sacramentos à disposição, lembrou, mostrando também que não é necessário morrer para tornar-se mártir: “Tantos santos que não derramaram sangue, mas se derramaram dia-a-dia em imolação”. Para encerrar a homilia, Dom Alberto convidou a uma oração: “Que a Igreja seja esse povo de mártires, de confessores, de virgens, de casados, de pais e mães de família, de gente entregue e corajosa. Que ela possa ser cada vez mais essa esposa santa do Cordeiro, purificada pelo Seu sangue”. 30

Se cumprirdes a lei régia da Escritura: Amarás o teu próximo como a ti mesmo, sem dúvida fazeis bem. (Tg 2, 8)


Santas Missas

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MISSA DE ENCERRAMENTO: Configurados a Cristo crucificado A Missa de encerramento foi presidida pelo Bispo da Prelazia do Marajó, Dom José Azcona. Com base na segunda leitura (Cl 1, 24-28), ele novamente falou da importância da cruz de Cristo. Destacando que a base e condição da experiência cristã é a configuração com Cristo crucificado, Dom Azcona advertiu: “Para muitos, ouvir falar de Cristo crucificado é sinônimo de resistência e medo”. D. Azcona também recordou a passagem bíblica na qual Paulo declarou estar pregado na cruz de Cristo (cf. Gl 2, 19-20), e questionou: “Você está crucificado com Cristo? O que significa para você estar crucificado com Cristo, agora?”. Perguntou isso, lembrando que Paulo, ainda nesse trecho de Gálatas, disse: “A minha vida presente, na carne, eu a vivo na fé no Filho de Deus, que me amou e se entregou por mim”. Em seguida, o Bispo provocou outra reflexão: “Viver na fé significa estar crucificado com Cristo. Viver na fé a vida tua como empresário, desempregado, como responsável pela RCC na seara”. Ele criticou grupos cristãos que deixaram de pregar a cruz de Cristo, explicando que a interpretação de nossa vida e fé deve estar fundamentada na cruz. “Até que ponto essa contaminação tem entrado e se infiltrado dentro de nós? Em que Cristo crucificado não é amado apaixonadamente, como Ele merece?”, questionou novamente. Aos membros da Renovação Carismática Católica, Dom Azcona lembrou que é preciso viver a radicalidade do que Paulo ensinou em II Cor 4, 10-12: “Viver a morte de Cristo”. E apontou com convicção: “A condição é esta, o caminho é este!” Mas isso só é possível, ponderou D. Azcona, através da vida de oração. Sofrer as dores de Cristos não é maldição, destacou também. Afinal, Paulo dizia regozijar-se com essa situação: “Onde aparece em Paulo alguma lamentação em relação a esse destino? Onde aparece algum lamento? Dizendo que pesada é a cruz de Jesus, que tudo isso é difícil? Nada! Nem na vida, nem na morte, nem na espada, nem na tribulação, nem no presente, nem no futuro, nem no desemprego, nem a fúria dos infernos poderá nos separar do amor de Deus que está em Cristo Jesus crucificado. Nada de lamúrias, irmãos! Nada de lamentações e de achar que esse é um discurso

triste. ‘Eu me regozijo’, diz Paulo, em poder colaborar, carregando os sofrimentos de Cristo. Essa é a nossa glória, as chagas de Jesus em nossas vidas. Não queremos outro estandarte, outros sinais. Não queremos outra identidade, senão as chagas, os sinais, os sofrimentos de nosso Senhor Jesus Cristo a cada instante, em nossa vida mortal. Não temos outra glória, senão a cruz!” disse, animando a todos. E profetizou: “Tu tens uma proposta clara, hoje, ao sair daqui. Se tu acolhe esse sofrimento de Cristo incessantemente na tua vida, teu Grupo de Oração vai reviver, a vida vai voltar ao corpo morto que pode ser teu Grupo, tua região.” Então, Dom Azcona explicou sua situação. Por denunciar crimes que ocorrem na Amazônia, principalmente contra menores, há dois anos, ele vem sendo ameaçado de morte. Declarou que o Espírito Santo tem lhe dado forças para enfrentar essas ameaças sem medo de perder a vida. Mas pediu que todos rezassem para que ele permaneça fiel até o fim. Ele ainda destacou que morrer pelo nome de Jesus, pelas “ovelhas feridas e esquecidas do Marajó”, seria uma graça muito grande: “Entregar a vida por essas ovelhas é a realização máxima que eu posso esperar. De parte nenhuma do mundo pode vir qualquer outra oferta superior a essa. A alegria de um dia poder morrer por Jesus! Alegria de morrer por Ele, que um dia entregou o seu sangue por mim! Eu digo para vocês e testemunho que isso é alegria! Que a palavra de Paulo e das Escrituras se cumpre hoje também entre nós”. Dom Azcona esclareceu ainda que lhe foi proposta a possibilidade de ter segurança desde que ficasse apenas na Sede Episcopal. Isso é algo que ele se nega a fazer veementemente: “Eu não posso! Não quero! Não devo! Nunca entregarei o meu ministério!”, declarou com firmeza. Sobre sua condição, pediu que todos rezassem para que ele jamais perca a disposição em morrer pelo Evangelho: “Que eu não seja um covarde, que eu não recue, que eu mantenha a fidelidade a Deus até o ultimo momento! E também peça para que eu não seja um arrogante, que não creia que eu sou um super-homem, um fenômeno especial na face da terra. Sou um cristão igual a vocês”, declarou. Ao fim da Celebração foi feito o envio de mais um missionário para o Marajó: Daniel Xavier. D. Azcona observou que o rapaz estava com os pés descalços, indicando que ele estava rompendo com tudo. “Ide”, disse o bispo, “é um apelo a todos os que estão amarrados com tantas coisas”, finalizou.

Antes de tudo, sabei que nenhuma profecia da Escritura é de interpretação pessoal. (II Pd 1, 20)

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Momentos especiais

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RCC RENOVA AMOR PELA PALAVRA A entronização da Palavra de Deus foi um dos momentos mais fortes do segundo dia do Congresso Nacional da RCC. Na tarde de quinta-feira (15), carismáticos de todo o Brasil renovaram seu amor e adesão à Sagrada Escritura. Acompanhando o tema do evento: “Proclama a Palavra, Anuncia a Boa Notícia”, Rogério Soares, membro da coordenador do Grupo de Reflexão Teológica da RCCBRASIL abriu a oração dizendo: “Este é momento que o próprio Espírito preparou para nós.” Lucimar Maziero, coordenadora da Comissão Nacional de Formação, ressaltou que “a Palavra precisa estar no trono das nossas vidas”, explicando que desta forma a Escritura será suporte, sustento e crescimento. Em seguida, Marcos Volcan e os demais membros do Conselho Nacional, fizeram a entronização da Bíblia que foi aclamada fervorosamente pelos congressistas. Na sequência, Lucimar Maziero convidou a assembleia a manifestar carinho pela Palavra e Rogério Soares conclamou a todos a assumir o compromisso de colocar a Santa Escritura em lugar de destaque em nossas vidas. A oração foi encerrada com forte exortação para que os carismáticos presentes no Congresso assumam o compromisso de que todos os participantes de Grupos de Oração, tenham a Bíblia.

ADORAÇÃO SERENA E SILENCIOSA A adoração iniciou-se com profundo silêncio na presença do Senhor. O olhar das pessoas estava voltado para Jesus Eucarístico, sinalizando muita concentração e dedicação. Reinaldo Bezerra, coordenador estadual da RCC de São Paulo, e Maria Beatriz Vargas, secretária-geral do Conselho Nacional, conduziram o momento destacando que não há absolutamente nada mais importante a fazermos do que adorar a Deus. Reinado e Beatriz exortaram que devemos vivenciar essa prática espiritual com muita propriedade, adorando verdadeiramente o Senhor Jesus, colocando-o como centro dos nossos sentimentos, da nossa emoção, da nossa razão em total entrega a Ele. Na adoração, essa entrega foi rica e totalmente perceptível pelo semblante das pessoas, tendo o silêncio como companhia. Diante do Deus vivo e verdadeiro, misteriosamente presente no Santíssimo Sacramento, todo o momento foi sereno, tranquilo e de completa espiritualidade. 32

GRUPO DE ORAÇÃO TESOURO DE DEUS: Momento de liberdade no Espírito A dinâmica de um Grupo de Oração, movido pela livre manifestação do Espírito Santo, novamente foi experimentada durante um Congresso Nacional da Renovação Carismática. O Grupo Tesouro de Deus reuniu-se no Centro de Eventos da Expominas, na noite de sexta-feira (16 de julho) com duração de uma hora. Os participantes foram motivados a se abrir à efusão do Espírito, ao amor à Palavra e a dar resposta ao tema apresentado durante a pregação. No decorrer do grupo, os servos (de diferentes regiões do país) responsáveis pela condução, música e pregação mantiveram a unidade ao tema proposto e foram gradativamente apresentando a moção de Deus para a assembleia. Este é o segundo ano que é realizado o Grupo de Oração Tesouro de Deus, o Grupo de todos os carismáticos do Brasil. O primeiro ocorreu no ano passado em Cachoeira Paulista/SP, durante o XXVIII Congresso Nacional, cujo tema foi “Jesus Cristo é o Senhor”.

Prudentes, castas, cuidem da casa, bondosas, submissas a seus maridos, para que a Palavra de Deus não seja desacreditada. (Tt 2, 5)


Momentos especiais

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NOITE DA JUVENTUDE CARISMÁTICA: Alegria e testemunhos A noite de sábado (17) no XXIX Congresso Nacional da RCC, teve programação especial para a juventude carismática de todo o Brasil. Felippe Nery, coordenador nacional do Ministério Universidades Renovadas, conduziu um momento de louvor e oração. Márcio Zolin, coordenador nacional do Ministério Jovem, e Juliane Morigi, coordenadora nacional do Ministério Música e Artes, também falaram à juventude do Brasil. Os três ministérios partilharam sobre seus trabalhos e ainda fizeram convites para seus encontros nacionais. A noite contou ainda com testemunhos. João Paulo Veloso, seminarista da arquidiocese de Palmas/TO, falou sobre a sua experiência de conhecer Jesus através de um GOU, Grupo de Oração Universitário. Além dele, Victor Gorzoni, coordenador estadual do Ministério Universidade Renovadas no Paraná e engenheiro responsável pelo projeto de construção da Sede Nacional da RCC, falou sobre a ação de Deus na sua vida profissional. Fernando Gomes, coordenador estadual do Ministério Jovem em São Paulo, conduziu o momento da Palavra exortando os jovens à busca de santidade para o anúncio da Boa Nova, afirmando que o encontra com Cristo é redescobrimento do sentido da vida.

CONGRESSO NACIONAL E AS CRIANÇAS DE PENTECOSTES Congressinho: lugar de Pentecostes para as crianças Durante os dias de Congresso Nacional, aconteceu também o Congressinho, projeto do Ministério para as Crianças. Nele, os pequeninos participaram de momentos de animação, louvor, oração, Missa, teatro e, claro, muitas brincadeiras. O Ministério de Crianças foi instituído em 2005 e promove atividades para cada fase de desenvolvimento das crianças, como: trabalho lúdico com bebês, Grupinho de Oração para crianças e AdoleSANTOS. A coordenadora nacional do Ministério, Hyde Flávia, sempre destaca que “a criança não é alguém somente capaz de receber uma fé, mas também de transmiti-la”.

“NÓS AMAMOS AS NOSSAS CRIANÇAS” A programação da tarde de sábado (17) foi marcada por um momento especial protagonizado pelo Ministério para Crianças. Hyde Flávia apresentou os objetivos do Ministério e a forma de trabalho utilizada para a evangelização das crianças no espaço do Grupo de Oração e de eventos, como o Congresso Nacional. O momento prosseguiu com a apresentação de dança das crianças do Projeto “Ponto Cultural”, que desenvolve um trabalho direcionado a crianças da periferia de Belo Horizonte. As crianças que participaram do Congressinho também se apresentaram no palco. Leila, coordenadora do Ministério para as Crianças no Tocantins, motivou todos a criarem o Ministério para as crianças em seus Grupos de Oração e apresentou a metodologia do “Kerigma das Cores” utilizado na evangelização dos pequeninos. Na sequência, os congressistas tiveram uma grande surpresa. Os membros do Conselho Nacional subiram ao palco, marchando como soldados. “soldados com armadura do cristão” e vestidos com as roupas usadas pelos evangelizadores de crianças. Hyde ressaltou então que a criança não é o futuro, é o presente, a certeza de que Deus está no meio de nós! Marcos Volcan finalizou dizendo que nós amamos a RCC, amamos as nossas crianças e que Deus nos chama a evangelizar não só elas, mas também a todas as crianças que estão espalhadas pelo mundo. Constituído ministro, em virtude da missão que Deus conferiu de anunciar a realização da Palavra de Deus. (Cl 1, 25)

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Momentos especiais

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DIRETOR DO ICCRS FALA AOS CONGRESSISTAS O diretor do ICCRS, o italiano Orestes Pesari, também veio ao Brasil para prestigiar o Congresso Nacional da RCC. Aos congressistas, Orestes falou sobre o trabalho desenvolvido pelo ICCRS (o Escritório Internacional funciona dentro do território do Vaticano) e proferiu palavras motivadoras a respeito do chamado de cada membro da RCC à missão. Orestes também conduziu um momento de oração pelo Escritório Nacional da RCCBRASIL e profetizou a respeito da contribuição que nosso país tem a dar ao mundo, dizendo que o Senhor quer ainda mais de nós.

PRESIDENTE DO CNL PRESTIGIA EVENTO O presidente do Conselho Nacional do Laicato do Brasil, Laudelino Augusto dos Santos Azevedo, esteve no congresso e também falou aos participantes. Ele destacou a importância de os cristãos praticarem aquilo que professam, dando testemunho de santidade ao mundo.

A SERVIÇO DOS IRMÃOS

Ministério de música Arkanjos no Congresso Nacional

Orações, partilhas, pregações... muitos dos que foram ao Congresso não viram nada disso acontecer. Não! Eles não estavam desatentos. Estavam trabalhando e muito! A todas as equipes de serviço, nossa gratidão. Também agradecemos a todos o que exerceram seu ministério neste evento, entre eles pregadores, músicos, comunicadores e intercessores.

O VALOR DA ACOLHIDA Mais de dois mil congressistas ficaram hospedados em casas de famílias carismáticas mineiras A iniciativa do Conselho Estadual da RCC Minas permitiu que mais de duas mil pessoas fossem acolhidas em casas de família, durante o XXIX Congresso Nacional da RCC. O projeto “Acolha uma caravana e hospede um anjo em sua casa”, convocou dezenas de famílias da grande Belo Horizonte a exercerem o que descreve o Livro do Gênesis, quando Abraão acolhe os viajantes e é abençoado com a visita de três anjos (cf. Gn 18,5). A experiência da hospitalidade comoveu as caravanas e as famílias acolhedoras, além de responder à preocupação do Coordenador Estadual da RCC Minas, Rogério Rosa, em oferecer o melhor aos congressistas. Com acolhida e amor fraterno, o projeto acabou resgatando a realidade das primeiras comunidades cristãs. Entre tantas experiências ricas, a Paróquia São Raimundo Nonato, de Santa Luzia na Arquidiocese de BH, não economizou em acolhida. O padre João Lucena e as famílias receberam a caravana da Diocese de Leopoldina/MG com uma grande festa. Antes de serem encaminhadas para as casas de família, a caravana de 72 pessoas foi recepcionada com um jantar na própria paróquia. O coordenador da RCC na cidade de Leopoldina/ MG, Antonio Maria Rodrigues, testemunhou que a acolhida foi instrumento da Providência. “ É a primeira vez que experimento essa acolhida e assim foi possível participar do Congresso, não só eu, mas também minha mulher e meus dois filhos”.

REVIVA OS MOMENTOS DE NOSSO CONGRESSO

VÍDEOS Novamente, nosso Congresso foi marcado por uma série de vídeos produzidos pelo Departamento de Comunicação do Escritório Nacional: -O vídeo da Missão Marajó mostra os frutos do trabalho realizado por nossos missionários na Ilha do Marajó. -Já o vídeo sobre esses tempos de reconstrução e construção que vivemos, entre muitas coisas, mostra-nos o desafio que o Movimento assumiu, em total unidade, de construir sua Sede Nacional, carinhosamente chamada de “Nossa Casa, Nossa Bênção”. -Um vídeo motivacional retrata o que o Grupo de Oração significa para a RCC. -Os trabalhos desenvolvidos pelo Escritório Nacional também estão em vídeo. 34

Acesse nosso portal (www.rccbrasil.org.br). Todos esses vídeos podem ser baixados gratuitamente. MÚSICAS Duas músicas marcaram nosso evento: Maranatá: Grito de Pentecostes (tema do Congresso) e Tempo de Abundância (tema da Sede Nacional). Ambas estão disponíveis gratuitamente em nosso portal. PREGAÇÕES Todas as pregações e momentos especiais de nosso Congresso foram gravados e também estão acessíveis em nosso portal. Basta acessar para assistir. Quem preferir, pode adquirir essas pregações (bem como as músicas), escrevendo um e-mail para: comercial@ rccbrasil.org.br ou pelo telefone (53) 3227-0710.

Josué, cumprindo a palavra de Deus, veio a ser juiz em Israel. (1Mc 2,55)


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GRUPO DE ORAÇÃO

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