Revista Renovação - Edição 69 - Julho/Agosto de 2011

Page 1


..........................................


NESTA EDIÇÃO

Julho/Agosto 2011 ...........................................

ORAÇÃO E COMBATE ESPiRITUAL É preciso aprender a usar a oração como uma poderosa ferramenta da missão 06 CICLO CARISMÁTICO

O que você sabe sobre essa dinâmica de oração?

PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO

12

É hora de colocá-lo em prática!

Congressos Estaduais 2011

13

Publicação Oficial da RCC do Brasil Editada pelo Escritório Nacional da RCC do Brasil

Saiba mais sobre os encontros que estão movimentando o Brasil

16

AINDA NESTA EDIÇÃO 04 Editorial: Para melhor servir 05 Palavra do Presidente: quando o povo de deus ora... 08 CONDUZIDOS PELO ESPÍRITO SANTO 10 OS DISCÍPULOS DO AMANHÃ 14 EVENTOS: PORTAS DE ENTRADA OU FINS EM SI MESMOS? 18 PROJETO 1º DE MAIO: DE DEUS É O NOSSO TRABALHO 19 NOVOS CURSOS DO IEAD, NOVOS HORIZONTES DE FORMAÇÃO 20 SEDE NACIONAL: UM OBJETIVO, MUITAS FORMAS DE AJUDAR 21 Notícias

ANO 12 - Edição Nº 69 JULHO/AGOSTO 2011 JORNALISTA RESPONSÁVEL Lúcia Volcan Zolin - DRT/SC 01537 REDAÇÃO Ana Cássia Pandolfo Flores Julianne Batista Thiago Bergmann Araújo FOTOS Arquivo RCCBRASIL DESIGN E DIAGRAMAÇÃO Ricardo Silva E-MAIL redacao@revistarenovacao.com.br ESCRITÓRIO ADMINISTRATIVO DA RCC BRASIL Praça Vinte de Setembro, 482- Centro CEP 96015-360 Caixa Postal 002 - Pelotas / RS Tel.: (53) 3227.0710 As matérias publicadas são de responsabilidade de seus respectivos autores. Permitida a reprodução, sem alteração do texto e citada a fonte.

3


EDITORIAL

Para melhor servir “Fazer discípulos de nosso Senhor Jesus Cristo evangelizando o povo de Deus no Brasil, a partir da experiência do Batismo no Espírito Santo.” Esta é a Nossa Missão! Compromisso assumido pela Renovação Carismática Católica do Brasil. Também nos movemos a partir de Nossa Visão, organizativa e profética: Organizativa: “Consolidar, em todo o território brasileiro, a Renovação Carismática Católica na condição de Movimento Eclesial ardoroso, organizado, unido e missionário, que manifesta o rosto e a memória de Pentecostes, tanto em comunidade quanto na pessoa de cada um de seus membros em todos os ambientes onde se encontrarem.” Profética: “Com militância apostólica e combatividade profética, trabalhar pela implantação e difusão da cultura de Pentecostes.” É ousada Nossa Missão! Ampliada Nossa Visão. São a base de nosso Planejamento Estratégico de Evangelização. Você o conhece? Tem noção do conteúdo deste material? Sabe que o Planejamento traz uma análise de nossa situação, apontando desafios, oportunidades, pontos fracos e fortes? Que indica objetivos e metas para os próximos anos, em que nos preparamos para uma linda celebração: a dos cinquenta anos de existência da RCC no mundo (em 2017)? Para que você possa ter uma ideia, vejamos qual é um dos objetivos descritos nesse documento: “Orar e trabalhar pela criação de Grupos de Oração em locais afastados das sedes paroquiais e das capelas onde eles já existem.” 4

A respeito das metas para cada ano (até 2017), uma delas é “realizar o Seminário de Vida no Espírito (SVE), querigmáticos, com nove semanas, para a maioria dos iniciantes no Movimento, em dias e/ ou horários diferentes dos da reunião de oração”. Imaginemos a seguinte situação: todos os Grupos de Oração do Brasil colocando em prática esse direcionamento. Vislumbremos, também, novos Grupos sendo criados em todo o território nacional. O que aconteceria? Quantas pessoas seriam evangelizadas? Quantas iriam se firmar na caminhada? Não seria uma grande bênção? Então, por que muitos ainda têm certa dificuldade em relação ao Planejamento Estratégico? Alguns líderes, por desconhecerem as abençoadas propostas contidas nele, acham que o Planejamento pode “engessar” a RCC. Seria possível isso? Todos sabemos que se tais ações forem feitas dentro de nossa identidade, focadas em nossa Missão e Visão, não corremos esse risco. É preciso que conheçamos esse rico material, que o coloquemos em prática. Sem medo e sem deixar para amanhã. No texto de introdução do Planejamento, o presidente do Conselho Nacional nos diz que o período que antecede o Jubileu de Ouro da RCC certamente será “de muito trabalho, mas, também, de muita colheita” e que “cada carismático tem um papel fundamental dentro desse planejamento”. Sim! Você, seu Grupo de Oração, sua cidade, diocese e estado não podem ser privados desta grande mobilização nacional. Não podem ficar de fora deste momento da vida da RCC que temos chamado de “tempo de construção e reconstrução”. Para a glória de Deus, o Planejamen-

Julho/Agosto 2011 ..........................................

to já está em execução em muitos lugares e tem dado frutos! Trata-se de uma legítima ferramenta para toda a RCC. Nesta edição, iremos refletir sobre isso. Aliás, todos os textos nos convidam a pensar muito sobre nossas ações. Leia-os com atenção, reze a respeito daquilo que mais tocar seu coração. Eles foram escritos para nossa edificação pessoal e como Movimento. Por isso, não os guarde, leve essas reflexões para o núcleo do seu Grupo. Partilhe, afinal só cumpriremos nossa Missão e seremos fiéis à visão suscitada pelo Espírito Santo se caminharmos em total unidade. Tenha uma leitura abençoada! Em Cristo,

Lúcia V. Zolin

Coord. Nac. Ministério e Comissão de Comunicação Grupo de Oração Divina Misericórdia Twitter: @luciavolcanz


PALAVRA DO PRESIDENTE

Julho/Agosto 2011 ...........................................

Quando o povo de Deus ora...

Passado o dia de Pentecostes, mas ainda sob o influxo do significado que essa festa tem para a Renovação Carismática, convido nossos leitores a fazermos uma breve reflexão sobre o texto abaixo, do livro dos Atos dos Apóstolos. “E, tendo eles orado, tremeu o lugar em que estavam reunidos; e todos foram cheios do Espírito Santo, e anunciavam com intrepidez a palavra de Deus”. É bom lembrar que esse fato encontra-se narrado em Atos 4,31, ou seja, após a Igreja já ter experimentado a vinda do Espírito Santo, no Cenáculo (cf. At 2). Tal acontecimento sucede a situação em que Pedro e João, após terem sido presos e interrogados pelas autoridades do templo de Jerusalém, testemunham a respeito da cura de um coxo, anunciando corajosamente sua fé no Senhorio de Jesus. A Igreja dos apóstolos começa, portanto, a viver uma nova etapa, na qual o testemunho público dado no dia de Pentecostes passa agora a adentrar no sistema religioso daquela época, que reage imediatamente com sérias ameaças. Basta lembrar que foram suas autoridades que entregaram Jesus para ser crucificado. Mas isso não vai intimidar a Igreja. Pelo contrário, essa vinda do Espírito Santo se dá porque a oração, antes de ter tremido o lugar onde estavam, mexeu com os céus! Foi assim que oraram: “Agora, pois, ó Senhor, olha para as suas ameaças e concede aos teus servos que falem com toda a intrepidez a tua palavra, enquanto estendes a mão para curar e para que se façam sinais e prodígios pelo nome de teu santo Servo Jesus” (At 4,29s). Certamente, Deus se manifesta quando e como quer, mas temos aqui um tipo de oração que parece “acelerar” o seu agir, para que se realize um novo Pentecostes. Alguns elementos dessa oração da comunidade se destacam. Trata-se, antes de tudo, de um pedido

feito por uma comunidade que está reunida com o firme propósito de fazer a vontade de Deus, por isso a Ele pede ajuda para cumprir uma ordem que havia sido dada pelo próprio Jesus (cf. Mc16,15). Percebemos, também, que a comunidade cristã não está focada nos seus problemas, em suas dificuldades, como a eminente perseguição religiosa. Pelo contrário, se isso acontecer, que ocorra porque seus “servos” foram ousados, porque se dedicaram arduamente em obedecer ao Senhor no anúncio de sua Palavra. Ao elevarem sua prece a Deus, explicitaram o desejo de que houvesse continuidade nos sinais e prodígios que Jesus realizou. Queriam que isso colaborasse para que muitas vidas despertassem para a fé, manifestaram uma consciência de que deveria ser pela “mão do Senhor”. Criam que ao cumprir essa missão (cf. Jo 14,12), deveriam, antes de tudo, glorificar e honrar o Senhor! Um outro aspecto, final e muito importante: estavam orando, intercedendo em nome de Jesus. Deus Pai, ao agir em favor deles, o faria pelos méritos de seu Filho, e como o queriam servir, também ousaram adentrar com liberdade, através da oração, diante de Deus, como filhos e co-herdeiros de Cristo (cf. Rm 8,17). Que oração poderosa! São poucas palavras, mas “calorosas” e cheias de unção! A Renovação Carismática, por sua vez, crendo na atualidade das manifestações do Espírito Santo e como porção significativa do povo amado do Senhor, precisa mais e mais de momentos em que ore a Deus, em vista da missão que lhe foi confiada! Possa essa oração inspirar-nos a um comportamento semelhante ao da comunidade apostólica. Sim, possa Deus conceder-nos muitos Pentecostes, que nos desinstalem de uma vida cômoda. Que o Senhor nos faça corajo-

sos e fortes para levarmos em frente e com confiança tantos projetos que necessitam de agilidade e prontidão. Que nenhuma ordem do Senhor fique esquecida ou “deixada para depois”. Por falar nisso, seu Grupo de Oração fez as visitas missionárias propostas para o período de Pentecostes? Essa Missão não se esgotou. Continuamos planejando visitar os lares que estão na região geográfica de nossos Grupos. O seu Grupo de Oração já se organizou? Espero e oro para que todos nós, e especialmente a quem Deus concedeu a graça de conduzir a RCC, em suas diferentes instâncias, como coordenadores, possamos sempre contar com a graça de Deus para ter esse tipo de ousadia, própria de quem foi batizado no Espírito Santo. Que nossos Cenáculos, eventos de evangelização, Grupos, comunidades, reuniões sejam momentos em que se derramem ainda mais os dons espirituais, para que muitos sejam alcançados por uma palavra acompanhada de sinais e prodígios. Com a intercessão de Maria, contamos com as bênçãos do Senhor! Marcos Volcan

Presidente do Conselho Nacional da RCCBrasil Grupo de Oração Divina Misericórdia Twitter:@MarcosVolcan

5


CAPA

Julho/Agosto 2011 ..........................................

ORAÇÃO E COMBATE ESPIRITUAL Tempo de lançar as redes, tempo de construção e reconstrução... Em épocas que as atividades da missão são intensas, sabemos que também é preciso intensificar a oração. Pensando em fornecer subsídios que auxiliem os carismáticos em suas caminhadas de fé, a Revista Renovação inicia nessa edição, uma série de artigos sobre oração. O texto a seguir nos ajuda a entender melhor sobre a batalha espiritual. Por Luiz César Martins Coordenador Estadual da RCC Paraná e coordenador nacional do Ministério de Intercessão Grupo de Oração Fonte Viva do Santíssimo Sacramento

“No momento em que fazemos nossa a sua própria natureza e contra o demônio. São Paulo afirma que este combate primeira profissão de fé, recebendo o santo Batismo que nos purifica, o perdão que re- se trava contra nós (cf. Ef. 6,12). Satanás cebemos é tão pleno e tão completo que não sabe que não teria nenhuma chance em nos resta absolutamente nada a apagar, uma eventual luta contra Deus, pois o seja do pecado original, seja dos pecados Senhor tem poder para destruí-lo com o cometidos por nossa própria vontade, nem sopro de sua boca (cf. II Ts. 2,8). Então, nenhuma pena a sofrer para expiá-los. [...] ele tenta atingir a Deus atacando e fazenContudo, a graça do Batismo não livra nin- do guerra contra o homem, que é a sua guém de todas as fraquezas da natureza. obra-prima. Sim, estamos em combate e, Pelo contrário, ainda temos de combater como bons combatentes, precisamos estar os movimentos da concupiscência, que não aparelhados e bem treinados. É necessário, cessam de arrastar-nos para o mal” (Catec no entanto, permanecer firmes sem jamais desanimar, como nos orienta a Palavra 978). de Deus em Efésios A palavra Todo discípulo de Jesus 6,10: “fortalecei-vos combate pode ser traduzida como o precisa ter o desejo de apren- no Senhor”. Essa paato de batalhar, der a orar e, mais do que isso, lavra quer nos dizer: adquira força espirilutar contra. No precisa aprender a usar a oratual. Fique alerta, o sentido espiritual, combate é ção como uma poderosa ferra- maligno anda ao redor buscando a quem batalhar contra menta do seu ministério” possa devorar (cf. I os inimigos que Pe. 5,8)! Lembre-se tentam nos afastar de Deus e da Salvação e, sempre que que ao se tornar cristão você entrou direestamos envolvidos na oração, há um au- tamente num antigo campo de batalha e mento deste combate. É a luta espiritual, tem um triplo inimigo: o mundo, a carne que em certo sentido se dá sempre quando e o demônio. Para que entremos no campo de oramos. Esta é a luta permanente que todo o cristão enfrenta contra o mundo, contra batalha conhecendo as estratégias do

6

inimigo, vamos rapidamente examinar cada um deles. Primeiro, o mundo. Quando a Bíblia fala “do mundo” refere-se ao sistema culpado, rebelde do mundo. Isso não significa que o mundo é mal em sua essência. Como diz o Catecismo, a criação é perfeita: “Deus é infinitamente bom e todas as suas obras são boas” (385). O entendimento de mundo aqui é aquele referenciado na passagem de Jo 3,20, o mundo que gosta das trevas e odeia a luz, que é dirigido “pelo deus deste século” (II Cor 4,4), “o príncipe da potestade do ar” (Ef 2,2). O segundo inimigo é o demônio. Ele é conhecido como “o deus deste século”, pois o “o mundo jaz sob o maligno” (I Jo 5,19). Jesus o definiu como um ladrão que vem para “matar, roubar e destruir” (cf. Jo. 10,10). O terceiro inimigo é aquilo a que a Bíblia chama “a carne”. É a nossa natureza culpada. O campo de batalha desse inimigo é o nosso pensamento. Tudo o que vemos e ouvimos é processado em nosso pensamento, por isso podemos dizer que ele é


CAPA

Julho/Agosto 2011 ...........................................

o centro dos nossos apetites. Sendo assim, sempre fazemos uma escolha antes de pecar. O pecado se concretiza porque não refletimos antes de pecar. A Bíblia avisa que a cobiça precede o pecado, e o pecado, quando é concebido, conduz à morte (Tg 1, 14-15). Cada dia da nossa vida, temos que fazer uma escolha: pecar ou não pecar. Eis aí o combate do dia a dia!

Na Palavra de Deus e na vida dos santos da Igreja encontramos muitas dicas importantes e práticas sobre como combater estes inimigos. Em Efésios 6,13-18, encontramos uma descrição da armadura espiritual que Deus nos concede. Devemos resistir firmes com o cinturão da verdade, a couraça da justiça, o Evangelho da paz, o escudo da fé, o capacete da salvação, a espada do Espírito e a oração. Concretamente, devemos fazer o pacto com a verdade contra as mentiras do demônio. Por fim, devemos manter a certeza de que Jesus já adquiriu para nós a salvação e nenhuma força espiritual nos poderá retirá-la. E a espada do Espírito que é a Palavra de Deus deve ser a nossa principal arma de ataque. Ao apresentar estas armas espirituais, São Paulo, em Efésios 6,13, diz a intenção: “para que possais resistir no dia mau.” Esta expressão, “resistir”, manifesta a ação de lutar, proteger-se, combater, permanecer firme. O conceito que explica esta expressão é o de não recuar perante os ataques do inimigo para não lhe dar qualquer vantagem ou vitória. Podemos ter a certeza de que ao fazer uso destas armas de defesa, o inimigo vai reagir, e nesta hora precisamos permanecer firmes, resistindo sem recuar. Mas como resistir e combater estes inimigos tão poderosos? Quando Paulo menciona a armadura, ele tinha em mente o soldado romano aparelhado para a guerra. A comparação que Paulo faz significa que todo cristão deve estar revestido do Senhor Jesus. Todas as partes da armadura são pertencentes ao caráter de Cristo e são adquiridas pelo cristão através do Espírito Santo por meio da disciplina na oração, nos

sacramentos, no estudo e na vivência da Palavra. A Palavra de Deus em Efésios 6,12 diz ainda que não é contra homens de carne e sangue que temos de lutar, mas contra os principados e potestades. No entanto, tão somente poderemos “enxergar” essas forças espirituais malignas com os olhos da fé, mediante muita comunhão com Deus, através da oração. A oração fortalece, dá discernimento e abre os olhos espirituais para que se enxergue o inimigo e suas astúcias para que se obtenha êxito em combatê-lo. É, portanto, uma arma poderosa e imprescindível no combate espiritual contra o demônio e seus comparsas. Através da oração, o cristão é revestido do poder de Deus, habilitando-se, assim, para o combate. Quando os discípulos expuseram a Jesus que não conseguiam expulsar certos demônios, o Senhor ensinou-os dizendo que era necessário jejum e oração. Foi somente quando aprenderam a orar e jejuar que o resultado foi visível: anunciavam o Evangelho com unção, poder e autoridade; almas se rendiam a Cristo, demônios eram expulsos em nome de Jesus e os enfermos eram curados de toda sorte de doenças e enfermidades! “ Peçam e lhes será dado; busquem e encontrarão; batam e a porta lhes será aberta. Pois todo o que pede, recebe; o que busca, encontra; e àquele que bate, a porta será aberta”(Mt 7,7-8). Estas foram as palavras de Jesus aos seus discípulos numa das ocasiões em que Ele lhes ensinou acerca da oração. Todo discípulo de Jesus precisa ter o desejo de aprender a orar e, mais do que isso, precisa aprender a usar a oração como uma poderosa ferramenta do seu ministério. Na guerra espiritual em que estamos inseridos, não lutamos contra pessoas, por isso as nossas armas não são físicas, mas espirituais (cf. IICor 10,3-4 ). 7


CAPA

Julho/Agosto 2011 ..........................................

Conduzidos pelo Espírito Santo Deixar-se conduzir pelo Espírito Santo é o desejo de todos que querem dar verdadeiramente testemunho de Jesus. Para que isso realmente aconteça, precisamos escutar o que o Senhor nos fala e, em seguida, colocar em prática. Esse deve ser o caminho, a maneira de agir dos cristãos e das comunidades cristãs. Os artigos a seguir, escritos por Reinaldo Beserra dos Reis, tratam de duas dimensões dessa prática. O primeiro, fala sobre o lugar que a escuta profética ocupa nas instâncias de organização de nosso Movimento. Já o segundo texto traz uma reflexão sobre a nossa postura e sobre a resposta que damos frente aos constantes impulsos que recebemos do Espírito Santo. Reinaldo Beserra dos Reis Assessor para Comunidades do Conselho Nacional Grupo de Oração Elena Guerra

A GRAÇA PROFÉTICA DA RENOVAÇÃO CARISMÁTICA A graça de renovação de caráter pentecostal que se manifestou no mundo, de um modo acentuado, a partir do último século, longe está de esgotar todo o seu propósito e dinamismo. Em ressonância àquele gesto profético de Leão XIII que, influenciado pelo conteúdo inspirado das cartas da hoje beata Elena Guerra , a 1º de janeiro de 1901 consagrou - entoando o cântico Veni Creator Spiritus – o século XX ao Espírito Santo, incontáveis expressões (com eventos cujas proporções ainda não estamos em condições de avaliar) vêm contribuindo para pôr fim ao “longo exílio do divino desconhecido”, como já disse alguém... “Testemunha-o, para nós católicos” – afirma o Frei Ranieiro Cantalamessa – “um evento como o Concílio Vaticano II que – segundo os votos de João XXIII – representou um ‘novo Pentecostes’ para a Igreja. Mas atesta-o também, para todos os cristãos, o viço dos movimentos carismáticos e das Igrejas pentecostais que se difundem por toda parte no mundo”.[1] Orientando-se (especialmente) pelas sugestivas pistas apontadas pela encíclica Divinum Illud Munus, de Leão XIII (de 09 de maio de 1897), teólogos, a linguagem litúrgica e eclesiástica, e mesmo a piedade 8

popular, vem revelando um comedido mas progressivo processo que tem aprofundado o caráter pessoal do Espírito. Isto é: a consideração da missão da Terceira Pessoa da Trindade na economia da salvação, nas suas consequências (experienciais, portanto) na vida das pessoas, na Igreja e no mundo... “Retornemos ao Espírito Santo, para que Ele retorne a nós!”. Esse era o apelo constante que fazia Elena Guerra em seus escritos e em seus ensinamentos, que ela fez chegar diretamente – e que o sensibilizou! – ao Sumo Pontífice, em suas cartas. “E esse retorno não pode se resumir – ou se esgotar – a um momento, a uma ocasião. Retornar ao Espírito precisa necessariamente significar uma definida disposição interior de se seguir acolhendo Aquele a quem encontramos, a quem redescobrimos, de quem nos conscientizamos sermos moradas, templos vivos – e, portanto, não passivos, não ‘acabados’, não indiferentes... Retornar ao Espírito é ir do conceito doutrinário e teológico a seu respeito à consciência da Pessoa divina que, não só nos habita, mas que quer ter conosco um relacionamento pessoal, progressivo e experiencial, até! É saber que a efusão que experimentamos não signifi-

cou o derramamento definitivo do Espírito em nossas vidas. Que o nosso Pentecostes pessoal – desencadeado talvez quando de nossa anuência aos sacramentos da Iniciação ou, quem sabe, em outro momento de graça – não esgotou nem o que o Espírito ainda pode fazer por nós, como tampouco aquilo que ainda precisamos dele para prosseguir na busca da santidade e da salvação. Pois é Ele quem segue revelando Jesus. É Ele quem convence do pecado e dá testemunho de Jesus. É Ele quem nos recorda – ao nível da fé – tudo o que Jesus fez e falou com respeito à nossa salvação... É Ele quem nos faz reconhecer a Jesus como Senhor, nos confirma a filiação divina e nos garante a posse das heranças eternas... É Ele – e somente Ele! – aquele que pode nos capacitar para o efetivo anúncio da Boa Nova de Jesus Cristo, nos concedendo o poder do alto que sobrepuja toda a sabedoria humana, toda eloquência, toda visão meramente natural...[2] Carismas e Organização Toda expressão eclesial de caráter acentuadamente “carismático” traz dentro de si uma força exclusiva e original, que lhe serve de inspiração para colocar em destaque algum aspecto da graça da salvação (que, obvia-


CAPA

Julho/Agosto 2011 ...........................................

1

mente, está suposto no patrimônio de fé de toda a Igreja). É uma força exclusiva (sem que a tal expressão tenha o seu monopólio) e original (não porque não existia antes, mas porque aprouve a Deus manifestá-la no aqui e no agora da história, com as características peculiares que o momento sugere), que só pode ser assim compreendida se adequadamente submetida à Igreja-Instituição, ao discernimento do Magistério, à plena comunhão eclesial. Pois o Espírito – que sopra onde quer e como quer, e que quase sempre supera e quase rompe esquemas e formas de vida precedente é o artífice da unidade, é o promotor da comunhão, por excelência... Daí poder-se afirmar (com infalibilidade!) que “os aspectos institucional e carismático são como que essenciais à constituição da Igreja e concorrem, ainda que de modo diversos, para sua vida, para sua renovação e para a santificação do Povo de Deus”.[3] Para dar visibilidade à sua intenção de sempre submeter o juízo sobre a autenticidade de seu agir eclesial aos que governam a Igreja – “A eles em especial cabe não extinguir o Espírito, mas provar as coisas e ficar com o que é bom (cf 1 Ts 5,12 e 19.21)” [4] –, é que a Renovação Carismática Católica se organiza também em movimento eclesial, constituindo-se como associação civil de direito privado, com estatutos e conselhos que antes de mais nada declaram sua irrenunciável intenção de comunhão e obediência às autoridades eclesiásticas onde se situam. Conselho Nacional da RCC Logo nos primeiros anos de sua existência aqui no Brasil, a RCC sentiu a necessidade de um mínimo de organização que pudesse articular, promover e discernir os rumos dessa corrente de graça que se manifestava na

Igreja. E, ao longo do tempo, foi gradativamente buscando formas de governo que se caracterizassem mais por servir à graça da Renovação do que querer controlá-la, evitando sempre atrelar a prestação de serviços a uma estrutura burocrática que estrangulasse sua vitalidade e obscurecesse sua visão profética (lembrando sempre que o Senhor suscita homens e mulheres novos não por causa de estruturas e sistemas bem elaborados, mas pelo poder de seu Espírito).[5] Assim foi que a RCC chegou aos dias de hoje com uma forma de Coordenação colegiada, onde cada participante do Movimento pode se sentir representado, em todas as instâncias. Os membros do Grupo de Oração (célula básica) elegem seus coordenadores, que elegem os coordenadores de cidades (ou de dioceses), que por sua vez elegem os coordenadores estaduais, dentre os quais é eleito o Presidente do Conselho Nacional da RCC. Podemos, portanto, assim, afirmar que o Conselho Nacional da RCC é o órgão representativo de todo o Movimento, constituindo-se em sua legítima (e principal) instância de discernimento. Os projetos e direcionamentos emanados desse Conselho merecem e precisam ser acolhidos por todos os participantes do Movimento em atitude de comprometimento sincero, uma vez que eles não só expressam a vontade de todo o organismo – ali, no Conselho, verdadeiramente representado – como também se apresentam como fruto daquele discernimento carismático que a graça profética da Renovação enseja e exige. Fidelidade à graça Há uma graça profética que foi concedida por Deus à Igreja – como um todo –, e aos que se mostram dóceis ao Espírito, de modo particular, que não pode ser menosprezada ou negligenciada por aqueles que querem colaborar com a difusão da Cultura de Pentecostes; isto é, com a cultura que leva em conta a primazia da graça, do transcendente, em tudo o que propõe e faz. Olhando para a história da Igreja após Pentecostes – quando se cumpriu a promessa do derramamento do dom

do Espírito ao povo escolhido – é possível identificarmos variações no exercício dessa graça prometida – e dada – por Deus a nós. É possível percebermos momentos em que – como Igreja ou pessoalmente – não nos colocamos efetivamente à escuta do Espírito. Não damos a Ele o protagonismo em nossos programas de evangelização, não o consideramos à altura merecida (e devida) em nossos cultos e acreditamos mais em nós mesmos – em nossa sabedoria, em nossa organização, em nossas capacidades humanas –do que no “poder do alto”, prometido. Paulo VI dizia que este momento que estamos vivenciando é um “momento privilegiado” do Espírito (que, portanto, se distingue de outros momentos): “Procurase por toda parte conhecê-lo melhor, tal como a Escritura o revela. De bom grado as pessoas se colocam sob sua moção. Fazemse assembleias em torno dele. Aspira-se, enfim, a deixar-se conduzir por ele” (EN 75). Essa é a graça que Deus resolveu colocar em destaque nesses tempos, tornandoos privilegiados. Essa é a graça profética prometida – e dada! – a toda a Igreja, e que a Renovação Carismática deve, por fidelidade à sua vocação e à sua identidade, assumir como ofício próprio: procurar, por todos os meios, conhecer melhor o Espírito, e torná-Lo conhecido; prestar-lhe um culto renovado (DeV 2) em suas assembleias, em seus grupos; e, com docilidade, colocarse – pela escuta profética – sob sua moção, deixando-se por Ele conduzir...[6] O Conselho Nacional procura – em suas propostas, projetos, direcionamentos e decisões – ser fiel a essa graça. E convida a todas as instâncias de Coordenação do Movimento a não renegá-la, mas, verdadeira e efetivamente, constituir-se em instrumentos dóceis “nas mãos” do Espírito, que “a cada alma que o invoca, acorre como uma mãe ao grito de seu filhinho” (Elena Guerra). 1 CANTALAMESSA, Raniero, GAETA, Saverio, “O Sopro do Espírito”, Ed. Ave-Maria/SP., 1998, p. 16. 2 REIS, Reinaldo B., “Escutai o Espírito Santo”, Ed. RCCBRASIL, Pelotas/RS, 2009, p. 37 e 38. 3 João Paulo II, aos participantes do Congresso Mundial dos Movimentos Eclesiais, Roma, 27 a 29/05/1998. 4 Constituição Dogmática LUMEN GENTIUM, 12 5 REIS, Reinaldo B., “Carismas e Ministérios”, Ed. Santuário/Aparecida/SP., 2004, p. 132. 6 REIS, Reinaldo B., “Escutai o Espírito Santo”, Ed. RCCBRASIL, Pelotas /RS, p. 43 a 45.

9


CAPA

Julho/Agosto 2011 ..........................................

OS DISCÍPULOS DO AMANHÃ Reinaldo Beserra dos Reis Assessor para Comunidades do Conselho Nacional Grupo de Oração Elena Guerra

A grande maioria das pessoas que frequenta a Igreja aspira, pretende e se identifica como discípulo de Jesus Cristo. E é muito bom que assim o seja. É muito bom que cada pessoa na Igreja tenha no coração este desejo de querer aprender da vida de Jesus, de ser continuamente instruído em Sua doutrina, de “frequentar” a escola de tão Divino Mestre. Mas Jesus não quer apenas “discípulos”. Jesus não nos quer “eternamente” alunos, como simples aprendizes de um ofício que nunca exercitamos, nunca assumimos e para o qual estamos sempre sendo treinados... Não. A Igreja está por demais povoada de “discípulos do amanhã”, que sempre que convidados a assumir uma tarefa mais séria, uma atividade mais comprometedora com a Boa Nova, pondo em risco e oferecendo ao desgaste a própria vida pela causa do Reino, recusam-se, alegando não estar ainda “preparados” para tal serviço, não ter ainda “condições” de se doar como o trabalho em questão exige. Preferem continuar “discípulos”, apenas. Preferem continuar tendo “ótimas ideias” e “planos impressionantes”, mas... para os outros 10

executarem! E passam a vida “se preparando”, deliciando-se com os ensinamentos recebidos de outrem, às vezes criticando quem trabalha, contestando isso e aquilo, para, quem sabe, num amanhã que nunca chegará, oferecer ao Senhor os “restos” de suas vidas egoístas e medrosas... João Paulo II, em sua Exortação Apostólica Catechesi Tradendae, nos chamava a atenção para o fato de que uma das missões do Espírito Santo é exatamente a de transformar aquele que é discípulo em testemunha de Jesus Cristo (CT 72). Ou seja, depois de testemunhar Jesus em nós e nos tornar discípulos, o Espírito quer que nós mesmos testemunhemos a Jesus, trabalhando por manifestá-lo a outros que não O conhecem (Jo 15,26-27). E não precisamos nos sentir “despreparados” ou incapacitados. A capacitação para testemunhar a Jesus vem do Espírito, e não de nosso “muito tempo” na escola da fé. Pois esta foi a promessa feita por Jesus a um grupo especial de discípulos: “Mas descerá sobre vós o Espírito Santo e vos dará força e sereis minhas testemunhas [...] até os confins do mundo” (At 1,8). De maneira que todo

aquele que, na Igreja, não dá testemunho de sua fé em Cristo, precisa se perguntar discípulo de quem realmente é... E se, na verdade, está se deixando habitar e conduzir por Seu Espírito. Porque a consequência de quem busca viver na plenitude do Espírito é dar testemunho de Jesus... Na Audiência Geral de 24 de maio de 1989, em Roma, o hoje beato João Paulo II nos ensinava: “A ação do Espírito Santo é a de dar testemunho! E uma ação interior, imanente, nos corações dos discípulos, que então se tornam capazes de dar testemunho de Cristo eternamente. Ao testemunhar Cristo, o Paráclito é um assíduo Advogado e Defensor da Obra de Salvação e de todos aqueles que estão engajados nesta Obra”. Seu predecessor, Paulo VI, na Exortação Apostólica Evangelii Nuntiandi (n.75), já enfatizava: “O Espírito Santo é aquele que, hoje ainda, como nos inícios da Igreja, age em cada um dos evangelizadores que se deixa possuir e conduzir por ele, e põe na sua boca as palavras que ele sozinho não poderia encontrar, ao mesmo tempo que predispõe a alma daqueles que escutam a fim de a tornar aberta e acolhedora para


CAPA

Julho/Agosto 2011 ...........................................

a Boa Nova e para o reino anunciado. As técnicas da evangelização são boas, obviamente; mas, ainda as mais aperfeiçoadas não poderiam substituir a ação discreta do Espírito Santo. A preparação mais apurada do evangelizador nada faz sem ele”. Não poucas pessoas são motivadas, atualmente, a ansiar por uma renovada efusão do Espírito Santo em suas vidas. Querem “o poder do alto”, prometido (cf. At 1,5-8). Mas nem sempre se mostram dispostas a estender a visão a respeito dessa força recebida para além do exterior aspecto glorioso que a pode acompanhar e usá-la para aquele propósito primeiro indicado por Jesus Cristo de sermos, por causa dela, suas destemidas testemunhas (cf. At 1,8), capazes de por Ele correr riscos, fazer sacrifícios e suportar afrontas... Falando aos jovens na Jornada Mundial de Sidney, na Austrália (20/07/2008), momentos antes da cerimônia do Crisma, o papa Bento XVI se perguntava (e respondia!): “Que significa receber o ‘selo’ do Espírito Santo? Significa ficar indelevelmente marcados, significa ser novas criaturas. Para aqueles que receberam este dom, nada mais pode ser como antes. Ser

‘batizados’ no Espírito significa ser incendiados pelo amor de Deus, ‘beber’ do Espírito (cf. 1 Cor 12,13) significa ser refrescado pela beleza do Plano de Deus sobre nós e o mundo e tornar-se por sua vez uma fonte de frescor para os outros. Ser ‘selados com o Espírito’ significa além disso não ter medo de defender Cristo, deixando que a verdade do Evangelho permeie a nossa maneira de ver, pensar e agir, enquanto trabalhamos para o triunfo da civilização do amor”. Jesus era ainda um simples menino quando seus pais O encontraram em meio aos doutores da lei trabalhando pela causa do Reino, junto ao templo de Jerusalém. Perguntado porque fazia aquilo, naquelas circunstâncias, respondeu: “Acaso não sabíeis que devo me ocupar das coisas de meu Pai?” (Lc 2,41-52). Se é que temos o mesmo Pai a que se refere Jesus, a hora de ocuparmo-nos de Sua obra é hoje, é agora! Aliás, colaborar efetiva-

mente com as obras que buscam promover a glória de Deus e testemunhar a Jesus é a condição para que Ele também um dia dê testemunho a nosso favor diante do Pai que está nos céus (Mt 10,32-33). Amém!

11


MISSÃO

Julho/Agosto 2011 ..........................................

O CICLO CARISMÁTICO Um dos mais belos relatos bíblicos de um relacionamento de intimidade entre Deus e um homem certamente é aquele narrado em I Samuel 3, 4-10. Depois de ser orientado pelo sacerdote Heli, o menino Samuel aprendeu que era preciso sintonizar seu ouvido com a boca de Deus, através da oração. Não há nenhuma referência posterior falando de outra dificuldade semelhante: ele aprendeu a ouvir a voz de Deus. Este é um desafio que precisa ser vencido por todos aqueles que desejam se aventurar na vida no Espírito: aprender a se colocar em permanente escuta, pois o Espírito Santo deseja dirigir, orientar nossas vidas. Deus deseja revelar-se a nós. Para isso, precisamos nos manter em constante oração para discernir qual a direção a seguir, qual a vontade de Deus para esta ou aquela situação de nossa vida. Esta é uma das características da Renovação Carismática Católica: estar continuamente à escuta do Espírito Santo. Em nosso Movimento, não apresentamos a Deus os nossos projetos para que sejam abençoados, ao contrário disto, perguntamos a Deus quais são os Seus projetos. Sendo nosso Deus um Deus vivo, é natural que responda às nossas orações. Nossa oração não deve ser de forma alguma um monólogo, no qual nos colocamos diante de Deus e simplesmente despejamos nossos problemas, pecados, medos, sonhos. Ao contrário, deve ser um diálogo, no qual falamos com Deus e em seguida silenciamos para ouvir sua voz, que nos orienta, 12

direciona, exorta e consola. Ao nos colocarmos em oração, devemos ter a certeza que Deus deseja responder-nos. No entanto, para isso precisamos aprender a silenciar. Em nossas reuniões de oração, cria-se assim o que é denominado em nosso ambiente de “ciclo carismático”, que é composto pelos seguintes elementos: a) Oração, louvor (cânticos ou preces). b) Orações em línguas c) Momento de silêncio d) Profecia. e) Resposta à palavra dirigida pelo Senhor, com exultante louvor. Para ouvirmos a voz de Deus, é preciso cultivar em nossas reuniões de oração momentos de silêncio, que são extremamente fecundos, pois é no silêncio que o Espírito Santo irá falar conosco em profecia ou nos dar o tom a ser seguido na condução da oração. O silêncio não é somente a ausência de algum barulho exterior, mas uma atitude interior, de alguém que com fé expectante aguarda ouvir a voz do Senhor. Quando nos colocamos diante da presença de Deus desta maneira, com toda certeza ouviremos a sua voz suave em nosso interior. A Exortação Apostólica Pós Sinodal Verbum Domini em seu número 14 diz o seguinte: “Consequentemente, o Sínodo recomendou que se ajudassem os fiéis a bem distinguir a Palavra de Deus das revelações privadas, cujo papel não é [...] ‘completar’ a Revelação definitiva de Cristo, mas ajudar a vivê-la mais plenamente, numa de-

Por Lázaro Praxedes Coordenador Nacional do Ministério de Pregação Grupo de Oração Fonte de Água Viva

terminada época histórica. O valor das revelações privadas é essencialmente diverso do da única revelação pública: esta exige a nossa fé; de fato nela, por meio de palavras humanas e da mediação da comunidade viva da Igreja, fala-nos o próprio Deus. O critério da verdade de uma revelação privada é a sua orientação para o próprio Cristo. Quando aquela nos afasta d’Ele, certamente não vem do Espírito Santo, que nos guia no âmbito do Evangelho e não fora dele. A revelação privada é uma ajuda para a fé e manifesta-se como credível precisamente porque orienta para a única revelação pública. Por isso, a aprovação eclesiástica de uma revelação privada indica essencialmente que a respectiva mensagem não contém nada que contradiga a fé e os bons costumes; é lícito torná-la pública, e os fiéis são autorizados a prestar-lhe de forma prudente a sua adesão. Uma revelação privada pode introduzir novas acentuações, fazer surgir novas formas de piedade ou aprofundar antigas. Pode revestir-se de um certo caráter profético (cf. 1 Ts 5, 19-21) e ser uma válida ajuda para compreender e viver melhor o Evangelho na hora atual; por isso não se deve desprezá-la”. Assim, precisamos valorizar o Ciclo Carismático em nossa oração pessoal e também em nossas reuniões de oração, pois uma palavra profética, como nos ensina a Verbum Domini, traz uma nova ênfase sobre determinado aspecto em relação aquilo que já nos foi revelado em Cristo.


PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO

Julho/Agosto 2011 ...........................................

PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO DE EVANGELIZAÇÃO: SAIR DO PAPEL, ENTRAR NO REINO Em janeiro de 2010, durante o Encontro Nacional de Formação, a RCC do Brasil lançou o seu Planejamento Estratégico de Evangelização, no qual traça objetivos e estratégias para orientar a ação do Movimento na caminhada até o seu Jubileu de Ouro no Mundo, celebrado em 2017. Longe de querer burocratizar e engessar a atuação dos carismáticos, tal instrumento pode se tornar um grande potencializador da nossa missão. O artigo a seguir traz uma reflexão que nos ajuda a entender melhor a importância dos planos para que eles não fiquem apenas no papel. E na sua cidade, o planejamento está sendo colocado em prática? Por Dercides Pires Conselheiro convidado da RCC Goiás Grupo de Oração Nossa Senhora das Graças

“Meus amados, tenham corações de criança, mas sem medo de nada, sem inveja, sem ciúmes [...] Saiam do papel; ponham a formação em prática. Dou a vocês um novo derramamento do meu Espírito, uma nova unção. [...] Tirem o meu plano do papel, coloquem em prática, caminhem, tenham fé. Seus olhos não veem, mas seus corações ‘sabem’. Ajam pela fé. Nem só de palavras vive o homem, mas de atos, atitudes e gestos. Ajam, estou à frente. Tenham fé” (Profecia durante oração pela evangelização realizada no dia 06/01/2008. Confirmação: Is 48,16-22.). Tirar os planos do papel, ligar fé à vida e ligar vida à fé são, para muitos, desafios quase intransponíveis. Ante as dificuldades, a primeira tentação que surge é a de não planejar, é a de “deixar tudo por conta do espírito”... Naturalmente que decisões que se baseassem numa ideia como

essa não teriam fundamento bíblico e o “espírito” não seria o Espírito Santo, mas outros espíritos: o da preguiça, do comodismo, da bagunça. Vencendo a primeira tentação que é a de não planejar, que inclui também a de não organizar, ouve-se a Deus e Ele revela sua vontade que se organiza em parceria com o Espírito Santo − “Pareceu bem ao Espírito e a nós” (At 15,28) − em planos que têm alguns nomes técnicos, mas que são, de fato, simples para quem saiba manejá-los, pois não passam de ferramentas afiadas nas mãos dos bons operários da vinha do Senhor. Interrogando sobre as dificuldades de “tirar os planos do papel”, encontramos muitos “quês” e “porquês”. Entre eles destacamos dúvidas sobre as profecias que os originam e o não saber utilizá-los. Para gentes que não sejam povo da Bíblia, não há como esperar que a acolham como Palavra de Deus e como tal a pratiquem. Para mulheres e homens que não sejam povo da profecia − a Renovação é chamada a ser povo da profecia − não há como esperar que se aceitem as palavras que Deus nos dirige hoje. E Ele de fato as dirige agora. “Meu Pai continua agindo até agora, e eu ajo também” (Jo 5,17). Caso a dificuldade para tirar os planos do papel sejam dúvidas quanto às profecias, a solução seria refazermos os Seminários de Vida no Espírito Santo. Pelo

Baixe o Planejamento Estratégico da RCCBRASIL no nosso portal www.rccbrasil.org.br

menos os básicos, aquele querigmático que se faz em nove semanas, com pastoreio e meditação diária, e aquele sobre carismas, que o Módulo Básico o propõe como o segundo encontro daquela série formativa. Assim, poderíamos sanar as dúvidas que fazem extinguir ou desprezar as profecias. “Não extingais o Espírito. Não desprezeis as profecias” (1Ts 5,19s). Caso o empecilho seja o não saber utilizar os planos como ferramentas de evangelização, a solução me parece ser formar todas as coordenações, sabendo que coordenações incluem todos os integrantes de núcleos de Grupo de Oração, de equipes de ministérios e todos os níveis de conselhos. Quem integra coordenação é chamado pelo Senhor a desempenhar o ministério dos ministérios, isto é, o ministério que deve bem servir aos demais, a fim de que a evangelização seja eficiente, eficaz e efetiva. Quem coordena, gerencia ou administra uma parcela da vinha do Senhor e, para isso, sabendo utilizar as ferramentas gerenciais e administrativas adequadamente, com certeza dará os frutos desejados pelo Senhor. Por fim, saibamos todos que “o que foi revelado é para nós e para nossos filhos, para sempre, a fim de que ponhamos em prática” (Dt 29,29).

13


MICROFONE NA MÃO

Julho/Agosto 2011 ..........................................

Eventos: Portas de entrada ou fins em si mesmos? Por Lúcia V. Zolin Coordenadora Nacional da Comissão e Ministério de Comunicação Grupo de Oração Divina Misericórdia

Nossas lideranças têm investido um tempo precioso de seu tempo para organizar eventos, mas as pessoas que frequentam nossos encontros são estimuladas a participar de nossos Grupos? Elas passam a ter uma vivência eclesial? Tornam-se compromissadas com o anúncio ou estão vivendo de encontro em encontro em buscas dos “aspectos gloriosos” da caminhada? Eu gostaria de convidá-lo (la) a lembrar-se do último encontro que você ajudou a organizar ou esteve presente. As pregações estavam ungidas? A música foi boa? As pessoas foram “tocadas”? Provavelmente você dirá que “sim”. É característica nossa. Por mais simples que sejam, nossos encontros costumam ser muito bons. Neles testemunhamos o operar do Espírito Santo. E isso não pode mudar nunca, porque faz parte do nosso jeito de ser. Mas continuemos nossa reflexão. Quem eram as pessoas que estavam naquele encontro de carnaval, cenáculo, retiro de primeiro anúncio ou naquele show que promovemos? Quem eram aqueles que escutaram nossas lindas músicas? Alguns deles nós até vimos chorar. Quem eram? E outra questão mais importante: onde esses irmãos estão agora? Na semana seguinte ao evento, eles foram para algum dos nossos Grupos de 14

Oração? Começaram a trilhar uma caminhada no seio da Igreja Católica? Se não foram, você saberia dizer qual a razão? Ou melhor, quais as razões? Claro, não podemos controlar a vida das pessoas, nem queremos isso. Não teríamos essa pretensão, mas, lamentavelmente, é preciso admitir algo: muitos que lá estavam não foram a um dos nossos Grupos simplesmente porque não foram convidados. É triste constatar isso! Eis uma história verídica: um jovem, que vivia o drama da dependência química, teve um encontro pessoal com Jesus Cristo em um tradicional evento de carnaval da RCC e foi liberto desse drama, mas, por incrível que pareça, ele saiu do encontro sem saber quem o havia promovido. Sabe por quê? Porque ninguém, em nenhum momento, falou que ali estava a Renovação Carismática Católica e que se as pessoas quisessem continuar a beber daquela espiritualidade bastaria irem ao um de nossos

Grupos. Um ano depois, somente, é que outra pessoa o convidou a participar de um Grupo. E ele foi! Nunca mais abandonou. Precisava ter demorado tanto tempo? Claro que não! O certo seria ele ter saído do encontro com essa valiosa informação. Temos perdido a oportunidade de pastorear as pessoas, de cuidar delas, porque geralmente quando o assunto é “evento”, temos nos ocupado muito com o “antes”, com o “durante”, mas temos esquecido o “depois”. Precisamos refletir seriamente sobre isso. Os nossos eventos não devem ter um fim em si mesmos. O que isso significa? Que eles têm que estar conectados com o todo do trabalho evangelizador que somos chamados a desenvolver. Não podem acontecer de forma isolada. Devem estar inseridos em nossas atividades, de forma a complementá-las, fortalecê-las. Façamos um raciocínio: qual é a base da nossa estrutura como Movimento? O Grupo de Oração! Onde somos chamados a servir o Senhor, onde vivemos nossa espiritualidade no dia a dia? No Grupo! Este ano, de forma insistente, temos sido lembrados desse caráter evangelizador dos Grupos de Oração da RCC. Eles são ambientes de missão por excelência.


REFLEXÃO

Julho/Agosto 2011 ...........................................

Como, então, podemos fazer encontros sem contemplá-los? Ao preparar um evento (qualquer um) temos que pensar em estratégias para a manutenção do nosso trabalho de evangelização. É o pastoreio! Afinal, ao lançarmos as sementes, várias possibilidades conspiram contra o nosso trabalho. Foi Jesus quem nos alertou a esse respeito. Em Mateus 13, ao falar sobre o semeador, Ele mostra que de quatro tentativas, apenas uma resultou em frutos verdadeiros. Aquela pessoa que vimos chorando em um dos nossos eventos e depois nunca mais encontramos na Igreja pode ter dado alguns passos e ter tido sua semente roubada pelo passarinho (maligno) como o próprio Senhor explica no versículo 19. Ou ela pode ter escutado a linda música no show, apreciado com “alegria” (versículo 20), mas como não havia raízes, na primeira oportunidade, pode ter abandonado a caminhada. Ou, quem sabe, anunciamos para alguém cujos cuidados com o mundo o impediram de abrir a porta do coração para Jesus de verdade. E ele saiu cantarolando a música que ouviu, mas sem disposição para as renúncias exigidas pelo Senhor. Talvez alguns possam dizer: “Isso não é minha responsabilidade, a Graça é um mistério”. Sim! Mas não podemos fugir da responsabilidade para com as pessoas a quem anunciamos a Palavra. Nós podemos minimizar as perdas. Podemos dificultar a ação do “passarinho” que tenta roubar o que plantamos. O Apóstolo Paulo é um grande exemplo para nós. Vejamos o zelo que ele tinha pelas comunidades às quais apresentou a fé cristã. Ele não anunciava e depois abandonava cada qual a própria sorte. Ele cuidava de seus filhos espirituais. Temos que ser como Paulo. Não podemos, com toda honestidade, nos contentarmos com um único momento de anúncio. Devemos organizar nossos encontros como sendo “portas de entrada”.

Se não, como vamos implantar a Cultura de Pentecostes neste mundo? Vejamos o que Bento XVI nos falou por ocasião do 45º Dia Mundial das Comunicações Sociais sobre a Verdade que anunciamos: “[...] deve tornar-se alimento quotidiano e não atração de um momento. A verdade do Evangelho não é algo que possa ser objeto de consumo ou fruição superficial, mas dom que requer uma resposta livre”. O Papa escreveu isso ao referir-se à evangelização na internet, mas essa exortação cabe bem nesse contexto que ora abordamos. Reinaldo Beserra do Reis nos presenteia, nesta edição, com uma reflexão sobre o compromisso com o Evangelho. Na página 10, ele questiona o comportamento daqueles que não mostram disposição em assumir o compromisso com a Missão. Nós estamos incentivando as pessoas a serem assim ou estamos cuidando para que elas se tornem cristãs convictas e atuantes? Estamos tratando de um assunto sério. Jesus nos deixou um parâmetro para avaliarmos se nossa evangelização deu resultados ou não: a própria pessoa que recebeu a mensagem do Reino passa a ser uma

semeadora (cf. Mt 13,23). Claro, não cabe a nós estipular o ritmo de crescimento espiritual de alguém, mas podemos nos empenhar para que aquelas pessoas que participam dos encontros que organizamos com tanta dedicação tenham a chance de receber alimentação continuamente. Isso nós podemos fazer! Basta mudarmos um pouquinho o nosso jeito de organizar, de nos comunicarmos. É preciso termos coragem de autoavaliarmos. É necessário que partilhemos com os servos esse tipo de reflexão. Formar membros do Movimento com senso crítico. Sem deslumbramentos. Pessoas que não se deixem seduzir por uma tal “cultura da fama”, de culto às celebridades. Esforçarmo-nos para que as massas para as quais anunciamos sejam transformadas em verdadeiro povo de Deus. Sobre isso falaremos na próxima edição da Revista Renovação. Que o Espírito Santo, protagonista da Missão, nos ensine a semear para que nosso trabalho dê muitos frutos: “cem por um, sessenta por um, trinta por um” (cf. Mt 13,24).

Sugestões: -Falar com frequência da Igreja, da beleza do catolicismo, incentivando os participantes a buscarem os Sacramentos a partir daquele encontro; -Incluir pregações que falem da RCC. Contar aos participantes a história deste Movimento, suscitado pelo Espírito Santo. É importante que aqueles que se achegam a nós conheçam a RCC, que tem sido uma estratégia de Deus para a transformação de tantas vidas; -Contemplar momentos e pregações que falem sobre os Grupos de Oração, incentivando, por meio de testemunhos, as pessoas a conhecê-los; - Anunciar no palco, várias vezes, que se trata de um evento da RCC. Nas faixas e painéis que identificam o nome do Evento, escrever por extenso: Renovação Carismática Católica; -Produzir materiais que divulguem nomes e locais de funcionamento dos Grupos da região onde o Evento acontece. Podem ser simples, impressos, xerocados, escritos à mão. Enfim, os meios que estiverem ao alcance e possibilidades financeiras dos organizadores; -Preparar servos que farão trabalho de abordagem, conversarão, rezarão com as pessoas que estão recebendo o anúncio. Pessoas que farão um contato direto, convidando os participantes a participarem de um Grupo de Oração. Essa estratégia é fundamental principalmente nos shows de evangelização. 15


Julho/Agosto 2011 ..........................................

Congressos estaduais: Redes para

formar uma nação Como se forma uma nação? Muitas vezes, entendemos o conceito de nação ligado simplesmente à localização geográfica de pessoas ou ao seu país de origem, sua naturalidade. Entretanto, o entendimento de nação ultrapassa tais dimensões. Ele diz respeito ao sentimento de pertença a algo, a características comuns capazes de formar uma identidade única e partilhada por diversos indivíduos, independente do local onde eles estiverem. O desejo de formar um povo vigoroso e com identidade bem definida é uma das grandes motivações que deram origem ao novo formato dos congressos estaduais. Durante todo o ano de 2011, uma equipe do Conselho Nacional e do Escritório Administrativo está percorrendo todos o país para participar dos congressos da RCC de cada estado. Numa verdadeira cruzada de formação e avivamento, impulsionada pelo tema do ano que é uma exortação a missão e a perseverança, as redes estão sendo lançadas nas mais diversas realidades. Durante os encontros, lideranças, coordenações e participantes de Grupo de Oração têm a oportunidade de entenderem melhor as moções e direcionamentos que pautam a vida atual do Movimento e de ampliarem a sua visão em

16

relação a missão da RCC e de cada carismático. As partilhas, a convivência fraterna e a oração em comum, vivenciadas nos congressos estaduais, proporcionam o estreitamento dos laços de unidade e de pertença. Até o fechamento dessa edição 8 estados já tinham feito essa experiência: Pernambuco, Distrito Federal, Rio Grande do Norte, Goiás, Paraná, Piauí, Mato Grosso do Sul e Acre. Em cada lugar, as particularidades locais e as características do povo garantiram a peculiaridade das edições do evento. Só entre os meses de abril e junho, mais de 10 mil pessoas participaram de momentos fortes de pregação e oração e com seu entusiasmo e disposição colaboraram para que esses encontros fossem momentos de graça para toda a RCC. Assim, uma rede de comprometimento, ardor missionário e amor também começa a se formar. Num verdadeiro processo de reconstrução do nosso Movimento, a identidade carismática e o mover do Espírito Santo passam a ser os elementos que formam uma só nação, uma só Renovação Carismática Católica do Brasil. Confira algumas fotos dos eventos:


Julho/Agosto 2011 ...........................................

17


Julho/Agosto 2011 ..........................................

Projeto 1° de Maio O dia 1º de maio é marcado no calendário de diversos países como celebração nacional do Dia do Trabalhador. A data é fruto da luta dos trabalhadores pelo reconhecimento dos seus direitos fundamentais. Mas quem busca difundir a Cultura de Pentecostes deseja que um reconhecimento fundamental seja feito: que nosso trabalho é de Deus. Pensando nisso, a Comissão Nacional de Profissionais (CNP) do Ministério Universidades Renovadas lançou uma proposta para que o dia 1º de Maio também fosse oportunidade de consagrarmos o nosso serviço ao Senhor e lançar as redes da evangelização no nosso ambiente profissional. Com essa motivação, nasceu o projeto “1º de Maio: de Deus é o nosso trabalho”. A iniciativa nasceu em uma reunião da Comissão Nacional dos Profissionais, realizada no ano de 2009, na qual o Senhor moveu os trabalhos de evangelização dos profissionais com a seguinte moção: “Abandonem os anzóis e pesquem com redes”. Esse direcionamento ganhou novo impulso com a temática assumida pela RCC para o ano de 2011 “Por causa da Tua palavra, lançaremos as redes” e fez com que os profissionais se pusessem na tarefa de elaborar um projeto em alusão ao dia 1º de maio. Com o avanço nas pesquisas para a elaboração do projeto, era notável que fatores históricos também colaboravam para que esta data fosse ainda mais especial. Isso porque o dia 1º de maio de 2011 marcaria a data da beatificação do Papa 18

João Paulo II e os 120 anos da publicação da encíclica Rerum Novarum do papa Leão XII, importante documento da Doutrina Social da Igreja. Nesse primeiro domingo de maio também foi celebrada a festa da Divina Misericórdia. Tudo, pois, convergia para que os Grupos de Partilha de Profissionais (GPPs) se pusessem em preparação para uma ação coordenada de evangelização dos trabalhadores e do mundo do trabalho. As iniciativas foram ao mesmo tempo querigmáticas e catequéticas, pois se propunham a levar o primeiro anúncio do amor de Deus aos trabalhadores e também tinham por meta disseminar na sociedade a Doutrina Social da Igreja. Chegado o dia 1º de Maio, os Profissionais do Reino semearam em diversos locais de nosso país a mensagem que o Senhor os havia confiado: “DE DEUS É O NOSSO TRABALHO”. As programações foram variadas. Missas, pregações, orações, formações, partilhas, almoços, dinâmicas, efusão do Espírito, teatro, dança foram algumas das atividades realizadas. Por também se tratar do dia da Misericórdia, em muitos locais houve a oração do terço desta devoção. Também não faltaram homenagens ao Papa João Paulo II por sua beatificação.

Na data, o presidente do Conselho Nacional, Marcos Volcan, e membros do Conselho estavam em de Goiânia/GO, onde acontecia o Congresso daquele estado. Aproveitando a oportunidade, a equipe se fez presente no evento organizado pelos GPPs da cidade. Na ocasião, a procuradora federal do Ibama no Estado de Goiás e ex-membro do Conselho Nacional da RCC, Marizete Nascimento, em sua pregação, exortou os presentes a terem uma visão ampliada sobre suas realidades profissionais: “A primeira coisa que eu preciso ter para ser um bom profissional é o amor àquilo que faço; fazer o melhor que eu posso e nunca deixar para amanhã o que eu posso fazer hoje. Nunca pense que a sua vida profissional está totalmente desligada da sua vida pessoal, da sua vida espiritual. Tudo faz parte do ‘todo’ que Deus tem para a você” , afirmou.

Confira testemunhos e fotos das atividades do projeto em todo o Brasil pelo blog http://www.projetoprimeirodemaio.com.br


IEAD

Julho/Agosto 2011 ...........................................

Novos cursos do IEAD, novos horizontes de formação Os últimos meses foram de avanço e estruturação do Instituto de Educação a Distância da RCCBRASIL. O que nasceu como uma proposta ousada e inovadora para o Movimento tem se mostrado uma promissora metodologia de formação. Isso porque o IEAD tem dinamizado as formas de acesso aos conteúdos formativos e investido em cursos que auxiliam diretamente a caminhada de fé dos alunos. Quer dizer, a tecnologia permite que pessoas de diferentes lugares participem simultaneamente da mesma formação. A rapidez e a praticidade da internet também oportunizam o lançamento de cursos que tratem de temas bem atuais da vida do Movimento, aumentando ainda mais o grau de aplicabilidade dos ensinos no cotidiano dos alunos. Tudo isso com aulas ministradas em vídeo , material de apoio, textos, audiolivros, fóruns de discussão e acompanhamento de monitores.

História da Renovação Carismática Católica O Curso me capacita a: conhecer a história da RCC para melhor compreender sua identidade e missão.

a RCC.

O que vou estudar? - Os fundamentos bíblicos, patrísticos e magisteriais sobre

- A história e o contexto eclesial da RCC, do surgimento à atualidade, no mundo e no Brasil. O curso vai me ajudar a reconhecer e valorizar o chamado da RCC para contribuir na implantação da Cultura de Pentecostes.

Sentinelas da Manhã O curso me capacita a: construir um programa de vida pautado nos valores do Evangelho e inserido nos atuais direcionamentos da RCC. O que vou estudar? - O papel do jovem na implantação e difusão da espiritualidade e Cultura de Pentecostes. - O chamado da juventude como “Sentinelas da Manhã”, como protagonistas da evangelização. O curso vai me ajudar a elaborar um projeto de vida para a formação um personalidade cristã madura.

Desde seu lançamento, o Instituto oferece cursos com foco na identidade carismática, dando subsídios para que os alunos conheçam e vivam melhor a missão da RCC, além de trabalhar com formação sobre outros assuntos diversos da fé católica. Em maio deste ano, novos cursos foram lançados. Novas temáticas, novas oportunidades de fundamentar a vivência de fé e a missão de carismáticos de todo o Brasil. Conheça melhor as novas propostas:

Amigos de Deus O curso me capacita a: buscar permanentemente a intimidade com Deus como fundamento para o exercício de um apostolado. O que vou estudar? - Os benefícios das práticas espirituais no reavivamento da fé. -Instruções para o exercício constante das práticas espirituais. O curso vai me ajudar no enfrentamento das adversidades da vida cristã. 19


Sede Nacional NOTÍCIAS

Julho/Agosto 2011 ..........................................

Um objetivo, muitas formas de ajudar A obra de construção da Sede Nacional da RCCBRASIL está pronta para avançar mais e mais. Nos últimos meses, o terreno que abrigará todo o complexo da Nossa Casa passou a ser preparado para receber as próximas edificações. Foram demarcadas as ruas e delimitados os espaços onde se localizarão os próximos prédios a serem construídos. A capela Cenáculo de Nossa Senhora de Pentecostes está pronta e, em breve, esperamos que ela seja acompanhada dos demais prédios. A Nossa Casa, Nossa Bênção será de acolhida para carismáticos de todo o Brasil. Por isso, precisamos da mobilização de membros do Movimento de todos os cantos do país. Afinal, os recursos para a construção vêm todos de colaborações. Veja como participar dessa iniciativa:

COFRINHO

COFRÃO

CARNÊ

É a campanha mais popular e também a mais fácil de colaborar... O cofrinho pode ser utilizado para arrecadar moedas e cédulas nos Grupos de Oração, em casa, para reunir os trocos do dia a dia, ou até mesmo para arrecadar entre os amigos. E se faltar o cofrinho, vale usar qualquer recipiente. O importante é entrar nessa mobilização. Segundo o Construtor Nacional da Sede, Lázaro Praxedes, desde o início da iniciativa, já foram distribuídos mais de 40 mil cofrinhos, especialmente nos eventos organizados pelo Escritório Nacional. Mas por onde eles andam? Caso um ou mais deles estejam em suas mãos, não precisa esperar enchê-los. As obras andam à medida em que as colaborações são feitas. Deposite os valores reunidos na conta da RCCBRASIL (veja mais informações no box ao lado).

Utilizado por pregadores e coordenadores diocesanos, ele é usado em eventos como uma urna de arrecadação. Por ser maior e mais visível, chama atenção dos participantes de congressos, seminários e retiros. E é uma boa chance de divulgar a construção.

Um compromisso a ser assumido todos os meses. Assim é o carnê do projeto “Eu sou um construtor”. Esta é uma maneira de fazer uma doação constante para a obra da Casa, ou seja, um recurso com o qual saberemos que é possível contar todos os meses. As colaborações partem de R$ 20,00.

20

Os boletos podem ser pagos em toda a rede bancária e, depois do vencimento, nas agências da Caixa e nas Lotéricas. Para fazer parte desse projeto, envie um e-mail para casadarcc@rccbrasil.org.br ou ligue para o Escritório Nacional, (53) 3227-0710. As contribuições do cofrinho e doações espontâneas para a construção da Sede Nacional devem ser depositadas na conta da RCCBRASIL. Esta é a única conta disponível para depósito! Veja o número: CAIXA ECONÔMICA FEDERAL Conta Corrente 3587-1 Operação 003 Agência 0495


NOTÍCIAS

Julho/Agosto 2011 ...........................................

Projeto “Amigos de Deus” inaugura nova fase

No ano de 2010, o Espírito Santo suscitou nos corações de algumas lideranças da RCCBRASIL o desejo que voltássemos a viver em unidade as práticas espirituais que tanto nos aproximam e nos tornam íntimos do nosso Senhor. Por isso, foi criado o projeto “Amigos de Deus”, que propõe uma retomada dessas atividades de oração e espiritualidade. Ano passado, foram iniciadas as campanhas de implementação deste projeto nos Grupos de Oração. Assim,

a cada três meses, eram colocadas em evidência duas práticas, sem que as outras, entretanto, fossem esquecidas. No mês de junho de 2011, foi finalizada a fase de implantação do projeto. Agora, as atenções se voltarão para duas atividades que darão continuidade ao “Amigos de Deus” e serão realizadas paralelamente: a inspeção e a oração. O projeto baseia-se, neste momento, assim como todo o movimento de reconstrução espiritual da RCCBRASIL, no livro de Neemias.

Inspeção Servos, coordenadores de Grupo de Oração, dioceses e estados são convidados a detectar possíveis brechas e vulnerabilidades no processo de implantação

e dificuldades enfrentadas durante a sua realização. Isso possibilitará que possam ser propostas soluções para os problemas que ocorrerem.

Oração Ao mesmo tempo, será feita uma convocação para que todo o povo carismático possa se comprometer com o projeto, através da oração. Para que esta proposta seja feita em unidade, será encaminhado aos Grupos de Oração um modelo de como ela pode ser feita. Esta etapa do projeto será estendida até o mês de outubro. Em breve, o núcleo nacional do projeto irá divulgar as novas ações para os últimos meses deste ano e para 2012.

Ministério para as Crianças realiza encontro sobre comunicação

Cada vez mais cedo, as crianças têm contato com recursos digitais e tecnológicos. Pensando em acompanhar a realidade e usá-la de forma favorável à evangelização, o Ministério para as Crianças realizou no final do mês de maio, entre os dias 28 e

29, um encontro para lideranças. Durante os dois dias, várias pessoas estiveram reunidas no Santuário Eucarístico, em Londrina/PR, discutindo formas de evangelizar e se aproximar das crianças através dessas ferramentas. A coordenadora nacional do Ministério, Hyde Flávia Monteiro, foi uma das presenças do evento. Para ela, as crianças de hoje estão inseridas em blogs, Orkut, Facebook e Twitter e é um desafio para o Ministério das Crianças fazer uma evangelização eficaz.

O encontro foi organizado pela equipe arquidiocesana do Ministério das Crianças e a formação foi preparada pelo Ministério de Comunicação Social do Paraná.

Lançamento do novo site da Missão Marajó marca os três anos do projeto Em maio, a primeira iniciativa missionária ad gentes da RCCBRASIL completou três anos de atividades. Para celebrarmos o aniversário da Missão Marajó, foi lançado o novo site do projeto. Atualizado com notícias, as ações desenvolvidas e o perfil dos missionários, o

espaço evidencia as graças que são derramadas pelo Senhor naquela porção de terra cercada de água por todos os lados. Para conhecer e informar-se sobre a Missão Marajó, basta acessar o endereço do site: http://www.missaomarajo.org.br.

21


NOTÍCIAS

Julho/Agosto 2011 ..........................................

Assessor Nacional do Setor Juventude e diretor espiritual do Ministério Jovem visitam Escritório Nacional Durante os dias 30 e 31 de maio, o Escritório Nacional da RCCBRASIL recebeu a visita de padre Carlos Sávio, assessor nacional do Setor Juventude da CNBB, e de padre Alex, diretor espiritual nacional do Ministério Jovem. Ambos estiveram em Pelotas/RS, para reuniões com o arcebispo Dom Jacinto Bergmann, com o presidente do Conselho Nacional, Marcos Volcan, e com o coordenador nacional do Ministério Jovem, Márcio Zolin. Na pauta, a missão da juventude carismática na diocese de Pamplona, na Espanha, a ser realizada em agosto deste ano, durante a Jornada Mundial da Juventude. Padre Sávio tem acompanhado de

perto a juventude carismática. Segundo ele, é muito importante que os jovens sejam os protagonistas de uma nova forma de evangelização e fez referência ao Encontro Mundial de Jovens, que acontecerá em Foz

do Iguaçu no próximo ano: “Quero agradecer a Deus a oportunidade da Renovação Carismática Católica realizar esse encontro mundial. Temos uma juventude procurando ocupar espaço para viver a evangelização de um jeito mais aprofundado. Esse evento a ajudará a alicerçar sua fé em pilares sólidos como a Palavra de Deus e a Eucaristia”. Na ocasião, o padre citou também, com entusiasmo, a criação da Comissão Episcopal para a Pastoral Juvenil da CNBB. Aproveitando a presença dos dois sacerdotes, foi realizada uma celebração eucarística no Escritório Nacional com a presença de funcionários, diretoria e pessoas da comunidade.

Encontro Mundial de Jovens e XXX Congresso Nacional de 2012 ganham jingle Letra Em solo Brasileiro Um só nome Nações proclamarão Esse nome é Jesus

A equipe do Escritório Nacional, além de estar com todo o pique para a realização dos nossos Congressos Estaduais de 2011 – afinal, de julho a novembro, são mais 18 encontros , também já tem olhos voltados para dois grandes eventos que nosso Movimento já está organizando para o próximo ano: o XXX Congresso Nacional da RCC e o grande Encontro Mundial de Jovens da RCC, que ocorrerão simultaneamente de 10 a 15 de julho de 2012, em Foz do Iguaçu/PR. O lançamento ocorreu em maio, durante o Congresso Estadual da RCC Paraná, em Curitiba. O estado foi escolhido porque irá acolher os eventos. Mas a divulgação já 22

está acontecendo em todos os encontros estaduais desde então. Nessas ocasiões, está sendo utilizado um jingle especialmente composto para a divulgação dos dois eventos. Com uma letra simples, mas envolvente, a canção mostra o espírito de acolhida dos brasileiros, especialmente do povo carismático, que aguardará jovens do mundo todo com os braços e o coração abertos. A letra do jingle você confere no box desta página. Já a música pode ser baixada através do Portal RCCBRASIL: www.rccbrasil.org.br.

Nosso sonho de vivermos como irmãos nos reúne aqui Um só rebanho ser em ti Nosso coração é tão grande que podemos acolher o mundo inteiro Todos os povos e nações Renovando corações Jesus, Jesús, Jesus, Jesus Nuestro corazón es tan grande que podremos take the whole world all the peoples an nations Nosso coração é tão grande que podemos acolher o mundo inteiro Todos os povos e nações Renovando corações


.



Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.