Revista Renovação - Edição 76 - Setembro/Outubro de 2012

Page 1


..........................................


NESTA EDIÇÃO

Setembro/Outubro 2012 ...........................................

Glória e louvor a ti, Senhor! Na Renovação Carismática, um aprendizado inicial e frequente que recebemos é sobre a oração. Nesse sentido, em nossos Grupos, encontros e reuniões, procuramos destacar o louvor como uma das principais formas de orar, valorizando o fato de que, através dele, nos dispomos a colocar Deus no centro de nossas intenções. Nossa oração, nesse caso, manifesta-se desejosa de celebrar a vida, voltamos nossos pensamentos para o Senhor e para tantas graças recebidas, que normalmente tenderiam a passar sem serem notadas. Quando louvamos, expressamos nossa gratidão, reconhecendo que Deus, em seu amor, mesmo diante de tantas lutas e dificuldades que temos que enfrentar, nos acompanha sempre, manifestando sua misericórdia e bondade! O exercício de louvar, pode tornar-se um modo de viver, ou seja, momentos de oração que nos espiritualizam e nos enraízam numa prática cotidiana de, como diz São Paulo, perceber que todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus (Cf. Rm 8,28). Sendo assim, ao fazer uso deste espaço de nossa revista, gostaria de utilizá-lo para convidar nossos leitores a, juntos, louvarmos nosso Deus. Temos muitos motivos para tal, são inúmeras as graças que têm nos acompanhado, normalmente seguidas

de muitos desafios a serem superados, mas, como vimos que se tornam motivação para bendizermos ao Senhor. Esta edição, relata, por exemplo, o Encontro Mundial de Jovens e o XXX Congresso Nacional da RCC. Discernidos e sendo preparados ao longo dos últimos dois anos trouxeram, nesse período, aprendizado que culminaram com momentos de riquíssimo crescimento para a RCC do Brasil e do mundo (“glória e louvor a Ti, Senhor!”). Louvamos ao Senhor, porque teve início a construção do Centro de Eventos, em nossa Sede Nacional. Esta etapa é muito importante, pois a obra acolherá os principais eventos da RCC Nacional. Esse espaço, cumprindo o cronograma, abrigará o ENF 2013 (“glória e louvor a Ti, Senhor!”). Nossos corações se enchem de gratidão porque o mandato de Jesus é palavra viva na RCC. Durante este segundo semestre, todas as regiões do Brasil estão realizando as Semanas Missionárias. Bendigamos ao Senhor por todos os coordenadores estaduais e diocesanos que acolheram esse projeto e pela vida de cada irmão e irmã que estão anunciando com o amor o Evangelho (“glória e louvor a Ti, Senhor!”). Em particular, gostaria de louvar a Deus por você e por todos com quem, nesses quase oito anos, pude conviver como presidente, por dois mandatos, do Conselho

Nacional da RCC. Quando ainda escrevo este texto, encontramo-nos a alguns dias da próxima reunião na qual vamos tratar de diversos assuntos, entre eles, a eleição da nova presidência. Na próxima edição terei a grata satisfação de apresentar-lhes a pessoa eleita (“glória e louvor a Ti, Senhor!”). Como o espaço terminou, convido você a continuar este louvor, apresentando sua intenção... (“glória e louvor a Ti, Senhor!”).

Publicação Oficial da RCC do Brasil Editada pelo Escritório Nacional da RCC do Brasil ANO 13 - Edição Nº 76: Setembro/Outubro 2012 JORNALISTA RESPONSÁVEL: Lúcia Volcan Zolin - DRT/SC 01537 REDAÇÃO: Ana Cássia Pandolfo Flores /Jorge Corrêa/ Shana Dockendorff / Thiago Bergmann Araújo FOTOS: Sala de Imprensa XXX Congresso da Nacional e Encontro Mundial de Jovens

DESIGN E DIAGRAMAÇÃO: Priscila Carvalho / Ricardo Silva E-MAIL: redacao@revistarenovacao.com.br

Marcos Volcan

Presidente do Conselho Nacional da RCC Grupo de Oração Divina Misericórdia @marcosvolcan

ESCRITÓRIO ADMINISTRATIVO DA RCCBRASIL Praça Vinte de Setembro, 482- Centro CEP 96015-360 Caixa Postal 002 - Pelotas / RS Tel.: (53) 3227.0710

As matérias publicadas são de responsabilidade de seus respectivos autores. Permitida a reprodução, sem alteração do texto e citada a fonte.

3


De 10a 15 de julho, Foz do Iguaçu/PR acolheu o encontro de uma grande família com membros do mundo Setembro/Outubro 2012 Nacional da RCCBRASIL e o Encontro Mundial de Jovens.......................................... da RCC, eles viveram intensos momentos. Confira

pregação

É tempo de homens e Mulheres de fé A primeira pregação do XXX Congresso Nacional foi um incentivo a uma vivência autêntica de fé. O coordenador nacional do Ministério de Pregação, Lázaro Praxedes, abordou as dimensões pessoais e sociais da fé, apresentando o verdadeiro testemunho carismático como resposta aos apelos atuais da sociedade. munho carismático como resposta aos apelos atuais da sociedade.

Para um auditório lotado com mais de quatro mil pessoas, Lázaro Praxedes iniciou sua pregação apoiado no texto bíblico que narra a profissão de fé de Tomé diante de Jesus ressuscitado. O pregador se utilizou da figura de Tomé para explicar a necessidade de a nossa fé ser viva ao ponto de nos dar a visão espiritual para que caminhemos firmes, inclusive em meio às adversidades do mundo. “O homem é aquele que vê. Agora, meu irmão, a nossa fé em Deus é uma fé Naquele que não pode ser visto. É por isso que Jesus vai fazer esta declaração no evangelho: ‘Feliz aquele que crê sem ter visto’. Tomé duvidava porque precisava de uma prova física, visível e palpável, era esse o impedimento na vida de Tomé. Quando nós olhamos para a nossa vida, quando olhamos para a situação atual do mundo, o que impede a sociedade de crer? O que impede você de crer? O que me impede de ter uma fé verdadeira no Senhor?”, questionou. Nesse ponto, Lázaro começou a discorrer sobre a atual ordem social, marcada por mudanças drásticas de valores, pelos ataques contra instituições como a Igreja e a família e pelo relativismo, fatores que dificultam uma vivência aprofundada de fé e que podem levar ao desvirtuamento do Evangelho. “Relativismo é quando algo que era considerado como verdade absoluta é colocado em descrédito. Nós 4

estamos vendo atualmente a banalização da fé. Basta ligar e assistir aos programas de TV e vamos observar o Evangelho que está sendo pregado, um Evangelho que rasga as Sagradas Escrituras, um Evangelho de facilidades, um Evangelho que diz que, se você crer em Jesus, terá casa nova, carro zero, será um empresário. Um Evangelho que já não fala mais do pecado, da vida de santidade. Mas sabemos que a Palavra de Deus diz ‘nós pregamos Cristo e Cristo crucificado’. Nós não podemos desvirtuar o Evangelho do Crucificado”, afirmou. Ele também destacou o processo atual de descristianização da sociedade brasileira. Depois de citar algumas decisões judiciais que retiraram o crucifixo de repartições públicas e proibiram manifestações religiosas em escolas, ressaltou o fato de o Brasil ser um país laico, mas não pagão, por ter sido construído sobre valores cristãos. Nesse sentido, o pregador motivou todos a um testemunho convicto. “Nesse tempo, somos chamados pela Igreja a não tirarmos nossas vestes de cristãos, nós somos chamados a manter a fidelidade à nossa fé. Nós não podemos nos deixar contaminar por todas essas ideias do mundo. Nós somos chamados a viver na contramão da sociedade, mesmo”, exortou. Na sequência, Lázaro falou sobre a dimensão carismática da fé, aquela que se ma-

nifesta quando uma pessoa é movida a ter uma confiança íntima de que Deus agirá em sua vida no momento presente. O desafio da RCC é, pela vivência carismática da fé, revitalizar o jeito de ser cristão. Para tanto, é necessário viver uma fé expectante, pois ela é que leva a pessoa a confiar em Deus em todas as circunstâncias. “A fé expectante faz a mão do Senhor se mover e as promessas Dele em nossas vidas se realizarem”, explicou. E é essa postura de fé carismática, que espera por milagres e se maravilha com a manifestação de Deus, que pode dar testemunho ao mundo. “Se a nossa sociedade tem tentado se descristianizar, nós somos chamados a nos mobilizar. Nós precisamos, nesse tempo, estar em prontidão porque o chamado de Deus para nós é transformarmos essa sociedade a partir da implantação da Cultura de Pentecostes. Nós vamos nos levantar para dizer que não permitiremos que o Evangelho seja rasgado, porque ele está escrito com letras de fogo dentro do nosso coração”, finalizou. O momento foi encerrado com uma forte oração em que os presentes, a partir da palavra de Isaías 45,15, pediram ao Espírito Santo que infundisse em seus corações o carisma da fé.


inteiro: a Renovação Carismática Católica. Reunidos em dois eventos simultâneos, o XXX Congresso

........................................... a o resumoSetembro/Outubro do que aconteceu2012 nas páginas seguintes e partilhe também das graças lá derramadas.

Amor, doação

pregação

e desapego: caminhos para o verdadeiro pastoreio

Quais as atitudes necessárias para que possamos apascentar as ovelhas do Senhor, segundo o modelo do próprio Jesus? Na tarde do dia 11 de julho, a coordenadora nacional do Ministério de Formação, Lucimar Maziero, pregou sobre o tema do ano da RCC “Apascenta minhas ovelhas”. Lucimar iniciou a pregação relembrando a todos os presentes que o olhar de Deus é sempre um olhar de amor, que conhece toda a nossa história desde as origens, que nos acolhe como somos e que nunca nos julga. Dessa forma, o chamado que Deus faz a cada um de nós é mais que um convite a uma mera atividade. Sobre isso, afirmou: “Estar aqui hoje não é simplesmente o resultado de uma caminhada porque estamos caminhando, mas faz parte da história de amor que o Senhor fez conosco”. Assim, a pregadora introduziu a reflexão sobre o treinamento que Jesus propiciou a Pedro antes de confiar-lhe a missão de apascentar as suas ovelhas. Durante o tempo em que o apóstolo conviveu com o Mestre, ele aprendeu a amar a todos sem fazer distinções, a fazer renúncias e a ter o pensamento de Jesus. E todos esses ensinamentos tinham como objetivo principal forjar o caráter de Pedro, pois, como esclareceu Lucimar, o instrumento mais importante para a missão é a nossa própria vida. “Às vezes a gente acha que Jesus nos treina apenas para fazer alguma coisa. Mas não tem jeito de fazer sem ser! Não tem como fazer Renovação Carismática Católica sem ser Renovação Carismática Católica. Não tem como apascentar as ovelhas do Senhor sem ser apascentado por Ele”, afirmou. Com base no capítulo 10 do Evangelho de São João, ela apresentou Jesus como modelo de pastor, mostrando um dos motivos pelos quais o pastoreio se faz necessário. “Se nós temos que apascentar é porque tem ladrão querendo roubar, destruir e matar as ovelhas do Senhor. E se nós estamos cuidando dessas ovelhas, é para

dar vida nova a elas”, afirmou a coordenadora. Nesse sentido, ela citou alguns elementos fundamentais para que os pastores possam levar vida nova às ovelhas: o batismo no Espírito Santo, a prática dos sacramentos, a vida na Igreja, a vivência da espiritualidade e da identidade carismática e o amor fraterno. Sobre esse último item, Lucimar convidou os presentes a não terem medo de estreitar os laços fraternos com os irmãos e exortou: “Quando não assumimos o modelo de Cristo, nós assumimos um modelo ilusório que só pensa em si e não nos outros”. Com isso, a pregadora falou sobre a necessidade de exercermos o pastoreio com amor-doação, o oposto do amor egoísta que se acha dono das coisas, das pessoas e até do ministério e do Grupo de Oração. Nesse momento, ela citou a passagem em que Abraão se prepara para sacrificar seu filho Isaac para falar sobre como o desprendimento é necessário no exercício do pastoreio. Lucimar usou a figura de Isaac para ilustrar situações de apego que muitas vezes nos impedem de realizar a vontade de Deus. Ela explicou que Isaac era o “filho da promessa”, um presente de Deus para a vida de Abraão e Sara. Da mesma forma, lembrou que o Senhor nos concede muitos presentes bons e preciosos, mas é preciso que fiquemos atentos para não criarmos relações de apego erradas. Sobre isso exortou: “Se o meu Isaac for o meu ministério, eu posso estar engordando-o muito sem usá-lo para trazer ovelhas para o Senhor. Se o meu Isaac for a minha família, eu posso estar enchendo

a minha casa de acessórios e não estar levando para ela a essência de Deus. Se o meu Isaac for o meu trabalho, eu posso estar crescendo muito profissionalmente, mas não estar me realizando pessoalmente”. Ao fazer tal afirmação, a pregadora convidou os presentes a terem a mesma atitude de Abraão e ofertarem os seus Isaacs para que o próprio Deus decida o que fazer com eles: “O Senhor quer libertar o nosso coração de pastor de todos os apegos que permitem uma ação egoísta na nossa missão”, motivou ela. A pregação foi finalizada com um forte momento de oração.

5


Setembro/Outubro 2012 ..........................................

pregação

UM CAMPO DE VERDES PASTAGENS

O Senhor é o pastor que conduz o seu rebanho. Ele nos leva a águas tranquilas, prepara a mesa, nos unge com Seu óleo. Deus nos oferece também um campo de verdes prados onde Suas ovelhas podem encontrar fartas pastagens, sustento para a caminhada. Explorando o tema virtudes, o arcebispo de Belém/PA e assessor eclesiástico da RCCBRASIL, Dom Alberto Taveira, pregou na manhã de quinta-feira, dia 12, no Congresso Nacional. Para começar a sua pregação, o arcebispo pediu aos presentes que estivessem de coração aberto para serem apascentados pelo Senhor. Para motivar essa abertura, ele citou alguns textos bíblicos que apresentam a figura do Bom Pastor, como o Salmo 22 e o capítulo 10 do Evangelho segundo São João. Dom Alberto passou, então, a refletir sobre a vida espiritual dos cristãos. Segundo o bispo, a espiritualidade que vivemos tem dois grandes regimes: o regime de dom ou mística e o regime de virtudes ou ascese. “O que eu preciso para entender a vida de Deus, para entender a vida? Eu preciso dos dons”, explicou. Segundo o bispo, os dons são a luz que Deus dá para que possamos viver a nossa espiritualidade: “A nossa vida espiritual começa do alto, não começa na terra. Não é uma escadinha que sobe, mas é uma fonte que se abre do Seu seio para quem crer”. Ser cristão é, então, receber em primeiro lugar. Por isso, precisamos ser receptivos aos dons que o Espírito nos oferece. “Só que a teologia espiritual nos mostra que existe outro regime. O amor consiste em que Deus nos ama por primeiro, aí vem a resposta humana”. Essa resposta são as virtudes, um regime conhecido como ascese. “Ascese é subida. A vida espiritual não começa com a subida, mas ela é necessária. Precisa-

6

mos dar uma resposta”, disse. O regime das virtudes, segundo o prelado, envolve a educação da vontade, a formação, o controle, o equilíbrio dos impulsos. Elas são a canalização das forças humanas para fazer o bem. A palavra virtude vem do latim virtu, força. Dom Alberto explicou que nós, como humanos, temos todos os impulsos, chamados pela teologia de paixões. “Ter raiva é pecado? Não. Cultivar raiva, sim! Raiva é sentir, é paixão. O impulso para amar também é uma paixão”, esclareceu. Para se chegar à perfeição moral, à perfeição cristã, é necessário que essas chamadas paixões sejam bem ordenadas. “Os sentimentos não determinam a moralidade ou a santidade das pessoas. As paixões são moralmente boas quando contribuem para uma ação boa, mas más quando nos levam a uma ação má. A vontade, quando é reta, vai ordenar para o bem e para a bem-aventurança”, disse. Dom Alberto afirmou que há virtudes humanas que estão presentes em nós. Para ilustrar, deu o testemunho de uma experiência que viveu quando trabalhava com moradores de rua, para os quais era preparado um sopão. “Eles iam passando e cada um podia tomar um pouquinho, para que todos se alimentassem, pouco ou muito, mas todos”, contou.

Essas virtudes humanas são aquilo que chamamos de boa educação ou civilidade. Mas há algumas que a Igreja chama de virtudes morais. Elas também são conhecidas como virtudes cardeais, pois funcionam como um eixo para todas as demais. “Prudência e caldo de galinha não fazem mal a ninguém”, brincou, fazendo referência à primeira virtude. “A prudência é chamada a cocheira das outras virtudes porque guia as demais, indicando a regra e a boa medida: não deixar que falte, nem que haja exagero”, explicou dom Alberto. “A gente vai aplicar o bom senso nas decisões que vamos tomar não se precipitando, esperando um pouquinho, deixando a poeira baixar, acalmando-se primeiro”, exemplificou. Sobre a virtude da justiça, ensinou: “É dar a Deus e ao próximo o que lhes é devido”. A justiça para com Deus chama-se a virtude da religião. Já para com as pessoas, a virtude da justiça leva a respeitar os direitos de cada um, levando a uma harmonia nos relacionamentos e a busca do bem comum. A terceira virtude moral é a da fortaleza. “Ela torna firme a decisão de resistir às tentações, superar os obstáculos, capacidade para vencer o medo, mesmo da morte, disposição para ir à renúncia e ao sacrifício da própria vida”, disse. Dom Alberto lembrou,


Setembro/Outubro 2012 ...........................................

então, as perseguições que o cristianismo tem sofrido nos últimos tempos. Segundo ele, declarar-se católico hoje em dia é motivo para atrair o ódio de muitas pessoas. O prelado também exemplificou essa virtude, mostrando o risco das “pequenas trapaças” feitas no dia a dia, como aproveitar-se do troco errado. “Devemos cultivar a virtude da fortaleza para não nivelar pelo rodapé a própria existência”, afirmou. Finalizando a enumeração das virtudes cardeais, o bispo falou da temperança: “É a virtude que modera nossa atração pelos prazeres e proporciona o equilíbrio no uso dos bens criados”. Um exemplo é a gula: a pessoa temperante orienta para o bem os apetites sensíveis, guarda discrição, não se deixa arrastar pelas paixões do coração. “No Novo Testamento, na carta de São Paulo a Tito, ele recomenda moderação e sobriedade; viver com moderação, justiça e piedade o presente”, disse. Segundo Dom Alberto, somente com o dom da salvação que vem de Cristo nós teremos a graça necessária para perseverar na busca das virtudes. Por isso, deve-se pedir essa graça em oração, buscar os sacramentos, viver a vida no Espírito, amar o bem e ter cautela diante do mal. O arcebispo de Belém também abordou rapidamente as virtudes teologais, aquelas que nos são dadas por Deus no batismo: a fé, a esperança e a caridade. “Elas fazem com que nos adequemos à natureza de Deus”, disse. Ele prosseguiu: “Se você é batizado, elas já estão dentro de você. Trate de conhecê-las, de tirar a poeira e a ferrugem”. Pela virtude da fé, nós cremos em Deus

e procuramos fazer a sua vontade. O dom da fé permanece em todos que não a renegam, que não pecam contra ela, de acordo com o bispo. “Mas o discípulo de Cristo deve não só guardar a fé, mas também professá-la”, afirmou. Já a virtude da esperança não é aquela de simplesmente esperar. “Ela é a certeza de que a nossa vida não é um beco sem saída, é desejar o Reino dos Céus e a vida eterna”, explicou Dom Alberto. Por isso, o desejo da vida eterna assume todas as esperanças, purificando-as, protegendo contra o desânimo, sustentando no abatimento, dilatando o coração para buscar a bem-aventurança eterna. A esperança cristã sustenta nossa caminhada nesta terra. A última e mais importante é a caridade, a virtude pela qual amamos a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos. “Este amor está em nós! Você tem capacidade para amar os inimigos, para perdoar, para amar como Jesus amou, para permanecer no Seu amor!”, exclamou. A caridade, disse o pregador, é o vinculo da perfeição, ordena as virtudes, a fonte e o ponto de chegada da prática cristã. Finalizando, Dom Alberto voltou a falar dos prados nos quais o Senhor nos convida a permanecermos. Lá, segundo ele, é o lugar onde Ele nos alimenta e fortalece, para sermos não somente ovelhas do rebanho, mas aquelas dispostas a irem ao matadouro. “Até porque, no Apocalipse, quem é que pode abrir o livro da vida? É o cordeiro imolado, Pastor que deu a vida por suas ovelhas, que escancara o livro da sua existência, Ele que entra aí dentro e pode te transformar totalmente”.

7


Setembro/Outubro 2012 ..........................................

pregação

TOMANDO POSSE DA TERRA

PROMETIDA A Renovação Carismática Católica caminha para comemorar os seus 50 anos de existência em todo o mundo. Sobre a visão profética do Movimento, rumo ao seu Jubileu de Ouro, a presidente do Serviço para a RCC Internacional (ICCRS), Michelle Moran, pregou na manhã de sexta-feira, dia 13, no Congresso Nacional.

Para iniciar sua pregação, Michelle Moran contou aos presentes que esta era a sua quarta visita ao Brasil e que a primeira delas foi durante as comemorações dos 40 anos da RCC. “Os aniversários são sempre épocas importantes da nossa vida para nós refletirmos”, comentou, explicando que aquela data serviu para que fosse feito um diagnóstico da vida do Movimento no mundo. “Quando a gente faz 40 anos, começa a refletir, às vezes acontecem problemas de crise de identidade. Em algumas partes do mundo eu acredito que a RCC passa por essa crise de identidade”, disse. Segundo a presidente, o fato ocorreu porque nesses locais as lideranças afastaram-se da fonte original, dando atenção a coisas que não são essenciais. “Eu agradeço a Deus por isso não ser verdade no Brasil!”, comemorou a presidente do ICCRS, lembrando também dos demais países da América Latina. Michelle afirmou que as correntes de graça da RCC ainda correm com muita força por aqui, mas exortou: “Junto com essa graça vem uma responsabilidade,

8

e eu creio que vocês têm o compromisso de serem os guardiões dessa corrente de graça. O Senhor está erguendo vocês como povo que vai tornar essa corrente de graça cada vez mais forte”. Michelle testemunhou que, nos anos seguintes ao aniversário de 40 anos do Movimento, ela passou a utilizar uma história bíblica para incentivar a reflexão sobre o caminho da RCC: a saída dos israelitas da escravidão do Egito. “Muitas pessoas quando ingressaram na RCC fizeram a experiência dessa liberdade, dessa nova alegria no Espírito. Mas junto com a liberdade vem a responsabilidade”, enfatizou. A presidente lembrou que após a euforia da liberdade muitos hebreus passaram a reclamar, olhando para os tempos de escravidão e pensando que talvez aquela época fosse melhor. “Essa jornada é a caminhada da vida: um bebê não tem preocupações, aprecia a liberdade de querer comida, de dormir quando quer dormir. Mas à medida que se cresce, se tem mais desafios. E assim acontece

também na RCC: quando nós amadurecemos no Espírito, passamos por tempos difíceis, por desafios”. Nesse sentido, questionou aos presentes se eles já haviam passado pela experiência do deserto: “São nessas dificuldades que o Senhor está nos trabalhando como Seu povo. Foi necessário que os israelitas passassem esses 40 anos no deserto para que eles pudessem ser formados. O deserto é o lugar do treinamento para que nós possamos depois viver na Terra Prometida”. Prosseguindo em sua comparação, a presidente do ICCRS falou de um ponto fundamental na jornada dos israelitas rumo à Terra Prometida: o momento em que chegam à margem do rio Jordão. Dali, explicou Michelle, eles podiam ver a abundância existente na região: árvores frutíferas, vales férteis, águas. No entanto, havia também o medo, pois lá havia gigantes e alguns problemas. “Talvez seja melhor ficarmos onde estamos”, foram as palavras de alguns, diante do que viram. “Amigos, eu estou contando para vocês essa história porque isso tem a ver conosco


Setembro/Outubro 2012 ...........................................

na RCC: nós chegamos à maturidade, passamos pelo deserto, mas esse é só o primeiro estágio da nossa jornada. Nós estamos agora nas margens do rio Jordão e temos uma oportunidade. Nós temos que atravessar o rio Jordão, nós temos que tomar posse da terra para o Senhor”, exortou Michelle. Ela afirmou que não é hora para descansarmos ou nos refrescarmos, pois Deus nos envia a cumprirmos essa tarefa! E o que significa esse tomar posse da terra prometida? “Temos que ser muito ativos, temos que agir, nós temos que nos comprometer com a Palavra de Deus, temos que nos colocar diante do Senhor em oração e perguntar para Ele o que significa na minha própria vida tomar posse da terra”, respondeu Michelle. “Peça para o Senhor falar no seu coração e depois se mova no poder do Espirito Santo”, prosseguiu. Em relação à RCC Internacional, a presidente do ICCRS partilhou alguns direcionamentos que têm sido adotados, especialmente em relação ao Jubileu de Ouro a ser comemorado em 2017: “Nós chegamos a três estágios da visão para a RCC que nós queremos partilhar com o mundo todo. Claro que são estágios simples, por que cada um agora tem que discernir qual é a sua parte em cada etapa dessa perspectiva”. A partir da imagem do fogo do Espírito Santo, foram discernidas três coisas. “Em primeiro lugar, o Senhor está nós chamando a darmos início ao fogo”, citou Michelle. Nessa fase mais e mais pessoas devem ser incentivadas a viver a experiência do batismo no Espírito Santo. Também é momento de passarmos

adiante esse fogo para as novas gerações. Segundo a pregadora, o Encontro Mundial de Jovens foi uma iniciativa nesse sentido. Outro aspecto deste “dar início ao fogo” é ajudar a fortalecer a identidade da RCC. “Eu acredito que aqui no Brasil a identidade seja forte, mas em algumas partes do mundo a verdadeira identidade, o coração da RCC, foi enfraquecendo. Então eu peço que vocês orem por essas partes do mundo, vocês aqui podem se tornar grandes intercessores por esses lugares. Nós precisamos de vocês!”, pediu ela. A segunda visão é a de reinflamar a chama. “As pessoas que são incendiadas pelo Espírito têm muita vida, muito entusiasmo, mas isso morre muito rápido, porque o fogo só se mantém se é alimentado”, disse a pregadora. Segundo Michelle, é preciso que ajudemos as pessoas através da formação e do treinamento. É hora do encorajamento, da motivação e do amadurecimento. “É a época de nos aprofundarmos na experiência dos carismas e de nos tornarmos maduros eclesialmente”, explicou. “Temos que alimentar o fogo para que ele se torne um fogo ainda maior”, disse em seguida. Já a terceira área é o chamado para espalhar, difundir esse fogo, mas, de acordo com Michelle, isso deve ser feito de forma estratégica, pois quando o fogo se alastra sem planejamento ele pode ser perigoso. “Se nós quisermos ser estratégicos, para espalharmos o fogo do Espírito Santo, temos que ter as estruturas certas para ajudar o fogo a se difundir”, explicou. Essas visões, segundo a presidente do ICCRS, devem ser discernidas em cada instân-

cia: local, regional, nacional. E elas devem estar, também, de acordo com as diretrizes da Igreja, especialmente no que diz respeito à Nova Evangelização. “Como RCC, nós podemos dizer: ‘Amém! Nós estamos prontos! Nós temos dons para partilhar, os dons do Espírito Santo, o Senhor já nos chamou para isso e estamos prontos para servir o Senhor na Igreja por uma Nova Evangelização’”, afirmou. E continuou: “O Senhor está dando à RCC a graça de sermos pioneiros na Nova Evangelização! Vocês estão prontos para responder à Igreja de uma maneira nova nesta época?”, incentivou.

9


Setembro/Outubro 2012 ..........................................

pregação

Jesus CURA HOJE! Um pregador que roda o mundo testemunhando milagres e prodígios operados por Jesus na vida de milhares de pessoas. Robert Canton, ministro de Oração por Cura e Libertação e conselheiro do ICCRS, pregou na tarde de sexta-feira no Congresso Nacional sobre este assunto: Jesus é Aquele que cura e o faz até os nossos dias! Bob Canton, como é conhecido, é filipino de nascença, mas vive nos Estados Unidos há quase 40 anos. Ele testemunhou que foi batizado no Espírito Santo em 1984 quando, então, sua vida foi transformada. Dentro da RCC, foi chamado a viver o Ministério de Oração por Cura e Libertação e, nessa tarefa, já visitou 44 países. O pregador iniciou lembrando uma situação em que foi questionado se ele realmente acreditava que era Jesus quem curava. Sua resposta foi clara: “Eu creio 100% nisso, porque eu tenho visto sinais, prodígios, milagres e curas”. Para basear sua afirmação, ele utilizou um trecho da carta de São Paulo aos Hebreus (Hb 13,8), quando o apóstolo afirma que Jesus é o mesmo ontem, hoje e sempre. “O mesmo Jesus que andou nessa terra dois mil anos atrás continua curando até hoje”, explicou. Durante toda a pregação, Canton relatou uma série de testemunhos de curas milagrosas. Uma delas aconteceu em uma cidade ao sul de Miami, Estados Unidos. Enquanto pregava, ele foi impelido pelo Espírito Santo a orar por uma mulher cadeirante. Depois de rezar, ele ordenou que, em nome de Jesus, ela levantasse e andasse. Ela ergueu-se da cadeira de rodas e deu alguns tímidos passos. Bob pediu que ela continuasse caminhando. Foi quando ela começou a caminhar mais rapidamente e chegou a correr dentro da Igreja. Ela chegou a convidar o pregador a sentar-se em sua cadeira para que pudesse empurrá-la. “E eu tenho visto essas coisas acontecerem 10

em todo o mundo: cegos veem, surdos ouvem, pessoas em cadeiras de rodas andam, oprimidos pelo espírito do mal são libertos pelo Senhor”, narrou.

Jesus cura por amor Uma das razões pelas quais Ele cura é seu amor pelo povo. “Jesus percorria todas as cidades e aldeias. Ensinava nas sinagogas, pregando o Evangelho do Reino e curando todo mal e enfermidade. Vendo a multidão, ficou tomado de compaixão, porque estava enfraquecida e abatida como ovelhas sem pastor” (Mt 9,35s). Canton contou que muitas vezes é procurado por pessoas que dizem serem seus pecados pessoais a causa de suas doenças, e que acreditam, inclusive, que Deus não goste delas devido a sua condição pecadora. Mas a sua resposta é simples nessas situações: “Nosso Deus é um Deus amoroso. Ele não manda doença pra nenhum de nós, eu digo para você que quem nos trouxe a doença e a morte foi satanás, ele é o autor da morte e da doença. Jesus é o Deus da vida!”, exclamou o pregador. Ele lembrou que Deus não gosta do pecado, mas ama o pecador e deseja que todos abandonem o pecado e abracem a Jesus. O pregador citou também a passagem bíblica da cura do leproso (cf. Mt 8, 2-7). “Ele disse: ‘Senhor, se tu quiseres podes me lavar, me limpar’. E Jesus, sem dizer nenhuma palavra, o toca e diz: ‘É o meu desejo, seja curado, fique limpo’”, disse Bob, resumindo o trecho. A partir disso, exortou: “Irmãos e irmãs, é de-


Setembro/Outubro 2012 ...........................................

sejo do Senhor nos curar, Ele quer que o nosso corpo, muitas vezes o nosso interior, seja curado. Tudo o que Jesus quer é que a gente O busque. Ele disse: ‘buscai e achareis, batei e Eu abrirei’”.

Jesus cura para a glória de Deus Prosseguindo com sua pregação, Bob pontuou outra situação: Jesus nos cura até os dias de hoje para a glória de Deus. “O povo estava admirado ante o espetáculo dos mudos que falavam, daqueles aleijados curados, de coxos que andavam, dos cegos que viam; e glorificavam ao Deus de Israel” (Mt 15,31). Mostrando, através da Escritura, que havia pessoas testemunhando e glorificando a Deus quando ocorriam milagres, Canton explicou que sempre devemos bendizer quando prodígios acontecem. Mas, para ilustrar esse momento, contou um fato no qual aconteceu o contrário. Depois de ter sofrido um grave problema de saúde, um homem da paróquia de Bob ficou preso a uma cadeira de rodas. Durante uma reunião do Grupo de Oração, aconteceu um momento de oração pela sua cura e ele levantou da cadeira. Passados dois meses, o pregador avistou o homem no supermercado novamente sem caminhar. Surpreso com aquilo, Canton chamou a sua esposa para conversar e ela admitiu que, de fato, ele estava curado, mas em público ele continuava a andar na cadeira para seguir recebendo um subsídio do governo no valor de US$ 550,00. Com tristeza, o pregador afirmou: “Ele não quer reconhecer publicamente que Deus o curou, ele não dá glórias a Deus. Ao invés disso, ele está tentando negar esse milagre, por causa de dinheiro”. Jesus cura pela sua presença Segundo o pregador, outro motivo pelo qual Cristo cura até hoje é devido a sua presença. “Todo o povo procurava tocá-lo, pois saía dele uma força que os curava a todos” (Lc 6,19). O trecho da cura da hemorroíssa foi o exemplo citado por Canton. Ele lembrou o caso daquela mulher que, mesmo sofrendo da sua doença e sendo afastada pela multidão e pelos próprios discípulos de Jesus, fez tudo o

que pôde para se aproximar Dele e tocar a orla do Seu manto, pois isso já poderia curá-la, acreditava. E ela foi imediatamente curada. “Há muito mais que isso para cada um de nós. Temos a Missa, a Eucaristia: o Corpo e o Sangue, a divindade de Jesus está presente, Jesus está dentro de nós. Quando O recebemos na comunhão, Aquele que cura está dentro de nós”, afirmou. Bob disse aos presentes que os Sacramentos são as melhores fontes de cura, pois ali se encontra Jesus de uma maneira muito especial. “Na Missa, eu oro assim: ‘Senhor, Tu estás dentro de mim agora, cure meu corpo, toque todas as minhas células, todos os órgãos do meu corpo, os sistemas e os ossos do meu corpo, cure minhas enfermidades, talvez as que eu nem tenha consciência ainda”, testemunhou.

Jesus cura para destruir as obras de satanás Bob Canton continuou citando o seguinte versículo: “Para isto é que o Filho de Deus se manifestou: para destruir as obras do diabo” (1Jo 3,8). “A oferta da doença e da morte é de satanás”, afirmou. Ele lembrou que Jesus veio para destruir as obras do inimigo e por isso nos capacita com o poder do Espírito Santo, o mesmo poder que O ressuscitou dos mortos. “Jesus diz em At 1,8 que você receberá uma força para ser Sua testemunha na Judeia, na Samaria, em Jerusalém, no Brasil - por que não? -, até os confins da terra”, afirmou Bob. O pregador também lembrou que além da força para ser testemunhas, a promessa de Jesus é de que com o Espírito faríamos obras ainda maiores do que aquelas que Ele fez. “Vocês creem nisso?”, questionou para finalizar. Após a sua pregação, Bob Canton conduziu um forte momento de oração por cura e libertação em que foram proclamadas muitas curas. Para iniciar, ele pediu aos presentes que repetissem orações escritas e conduzidas por ele, as quais o pregador utiliza em todas as suas pregações. Tais orações estão disponíveis em português no portal RCCBRASIL. (www.rccbrasil.org.br). Testemunhos de curas ocorridas a partir da récita dessas orações ou durante este momento do Congresso Nacional podem ser enviadas para o e-mail dpto.comunicacao@rcccbrasil.org.br . 11


Setembro/Outubro 2012 ..........................................

pregação

Por um novo

e perene Pentecostes

O batismo no Espirito Santo é o traço mais marcante da identidade e da espiritualidade carismática. Entretanto, essa experiência deve ser constante em nossa caminhada. Para falar sobre a necessidade de um perene e sempre renovado Pentecostes, Patti Mansfield realizou sua pregação na manhã do dia 14 de julho.

“Vem, Espírito Santo! Vem, Espírito Santo! Vem, Espírito Santo!” Esse foi o clamor com que Patti Mansfield iniciou sua pregação no penúltimo dia do XXX Congresso Nacional. Uma das pioneiras da RCC no mundo começou convidando os presentes a se abrirem para o que Deus queria trazer de novo para eles. Para aprofundar a temática proposta, “Perene Pentecostes”, Patti utilizou diversos exemplos e comparações. Para ilustrar como o Espírito Santo pode agir quando precisamos, contou uma experiência que viveu com seu filho mais novo, Patrick. Ela relatou que o menino começou a ter dificuldades na escola e que o fato de precisar de ajuda o deixava irritado. Essa situação só mudou depois que eles começaram a clamar ao Espírito Santo antes de fazer a lição de casa. Com o passar dos anos, Patrick foi se tornando um ótimo aluno, chegando até a se destacar pelo seu desempenho nos estudos. “Tudo isso por causa de três palavras, de uma oração de poder, como dinamite: ‘Vem, Espírito Santo! Vem, Espírito Santo! Vem, Espírito Santo! Amém!’”, exclamou. Com esse exemplo, a pregadora co12

meçou a discorrer sobre a perenidade que a experiência de Pentecostes deve ter em nossa vida. Ela ressaltou que não se pode ficar apegado apenas à primeira experiência do batismo no Espírito Santo e nem se acostumar com essa graça. O Espírito tem sempre mais para nos dar. Para tanto, Patti relatou o caso de um missionário que, ao conhecer as Cataratas do Niágara no Canadá, ficou impressionado com o barulho e a força da água e sentiu-se inspirado a rezar, dizendo: “É bem assim, rios de água viva fluindo do meu coração”. A partir desse exemplo, ela lembrou que as Cataratas de Foz do Iguaçu, grandiosas e bonitas, devem ser consideradas um sinal profético para que o povo brasileiro seja mais aberto à ação do Espírito: “O Senhor vai cobrar essa responsabilidade de vocês, porque diante de seus olhos Ele está colocando essa profecia: ‘Deixa a água do Espírito Santo fluir, deixa o poder do Espírito Santo fluir. Vem, Espírito Santo!’”, incentivou. Na sequência, ela continuou ressaltando que Pentecostes deve ser uma graça sempre nova em nossa vida. “O desafio não é receber

o batismo no Espírito Santo como uma experiência única, o nosso desafio é viver o batismo no Espírito Santo de forma que as pessoas que nos veem possam ver Pentecostes.” Além do aspecto pessoal, ela também falou sobre a importância de um constante derramamento do Espírito sobre a Igreja. E completou: “Da mesma forma que o primeiro


Setembro/Outubro 2012 ...........................................

Pentecostes levou à primeira evangelização, o nosso mundo vai escutar a mensagem do Evangelho de novo se nós tivermos um novo Pentecostes. Nós precisamos desse fogo, nós precisamos dessa profecia, nós precisamos desse frescor, nós precisamos dessas ‘cataratas’ de graças”. Nesse ponto da pregação, a americana discorreu sobre três maneiras pelas quais o batismo no Espírito Santo pode ser entendido. A primeira é como uma liberação da graça do Batismo e da Crisma. De uma forma muito simples de se entender, ela descreveu a ação do Espírito usando o exemplo de um copo de leite achocolatado. “Se você quer fazer um copo de leite com chocolate, você pega leite, que é branco, derrama o chocolate dentro e o chocolate cai para o fundo do copo. Aí você deve pegar uma colher para mexer aquilo. E o leite não fica mais branco, puro leite, mas fica todo permeado da doçura do chocolate, achocolatado. Então devemos entender que o batismo no Espírito Santo é quando pegamos a colher da fé para mexer a graça do Batismo e da Crisma”, explicou A segunda forma de se compreender o batismo no Espírito é considerá-lo como uma nova vinda do Espírito, correspondendo a uma nova missão. Uma das pioneiras da RCC reforçou a necessidade que todos têm de continuar pedindo uma nova porção do Espírito para poder desempenhar com unção as novas

missões que vão surgindo e para continuar exercendo as missões já iniciadas. Ela alertou os presentes de que se não somos mais batizados no Espírito Santo não é porque Ele não se derrame mais, já que é fonte inesgotável que não para de jorrar, mas porque somos nós que nos fechamos. Dentro desse contexto, Patti fez uma forte exortação a todos os carismáticos. “Eu quero partilhar com vocês agora uma grande dor que está no meu coração. Faz apenas 45 anos que começou esse Movimento e nós já esquecemos o Espírito Santo. Nós fazemos os nossos próprios planos e pedimos para Deus abençoá-los. Nós pensamos que somos tão espertos, que já ganhamos tanta sabedoria, que paramos de procurar Deus, rezando a Ele com a humildade e simplicidade. Com fome e sede que Ele mesmo venha. Nós nos tornamos especialistas na Renovação Carismática Católica, especialistas nos carismas, mas e o Espírito Santo? Escutem, se eu pudesse proclamar algo sobre todo mundo, seria isso o que proclamaria, é tão simples: o Espírito Santo é Deus! E nós devemos amá-Lo, nós devemos invocá-Lo, devemos obedecê-Lo, devemos colocar os Seus planos acima dos nossos porque somente Ele sabe o que precisa para salvar o mundo. Quando eu penso na Renovação em muitas partes do mundo, parece que o Espírito Santo é tratado como um parente que nos incomoda. Quando há um jantar de Natal, você espera que aquele

parente não apareça porque, quando ele vem, faz e diz coisas que faz com que todo mundo se sinta desconfortável. Você ficaria mais feliz e mais em paz se esse parente não aparecesse. Irmãos e irmãs, com muita frequência essa é a maneira que nós tratamos o Espírito Santo e Ele é Deus”. Sobre essa questão, Patti também fez uma exortação para os membros da RCC do Brasil: “A música de vocês é tão bonita, mas às vezes quando há uma oração, um louvor, o que acontece é que cantam uma música depois da outra e depois da outra e eu pergunto: onde está o dom da profecia? Nós paramos de esperar que o Senhor fale a nós por profecia. O Espírito Santo quer usar você. Talvez o Espírito Santo queira revelar uma coisa para você, uma revelação que vai libertar a todos. Pode ser um pouco assustador, mas se você é pequeno, humilde e você oferece isso em espírito de amor, mesmo se você estiver errado, não vai acontecer nenhum dano muito grande”, esclareceu. Por fim, Patti explicou rapidamente a terceira maneira de entender o Batismo no Espírito como uma graça para este tempo para unir todos os cristãos e nos preparar para a segunda vinda de Jesus. Na sequência, ela convidou os presentes a ficarem de pé e clamarem por um novo dom de oração em línguas.

13


Setembro/Outubro 2012 ..........................................

pregação

Ide, fazei discípulos! Antes que os participantes do XXX Congresso Nacional e do Encontro Mundial de Jovens formassem uma só assembleia, o presidente do Conselho Nacional, Marcos Volcan, dirigiu palavras de direcionamento e motivação aos membros do Movimento no Brasil, trazendo para a reflexão diversos aspectos implicados em nossa missão evangelizadora.

Como nos mostram os quatro evangelhos, o envio de Jesus aos discípulos e, consequentemente, a cada batizado, é direto e começa com um “Ide”. Ao iniciar sua pregação, o presidente do Conselho Nacional destacou a clareza do mandato missionário de Jesus aos discípulos, apesar da incredulidade e das limitações daqueles homens. “Nós costumamos olhar os apóstolos de forma idealizada, porque ao longo da trajetória de suas vidas eles se tornaram grandes homens e mulheres. Mas se nós olharmos, nesse momento em que eles receberam o envio, eles ainda eram pessoas em processo quase inicial de caminhada. Eles conheciam Jesus há muito pouco tempo. Talvez caminhassem com Jesus há pouco mais de um ano e meio, dois anos. E, mesmo assim, receberam um envio desse tipo. Com isso, Marcos introduziu a ideia de que o Senhor, ao nos fazer o chamado evangelizador e ao nos dar o envio, nos cumula de capacidades e talentos para exercê-lo, mesmo que nós não acreditemos nisso. A reflexão foi desenvolvida sob a luz da Parábola dos Talentos (Mt 25,14), mas o presidente destacou que a lógica do Reino de Deus não é aquela que prioriza a obtenção de resultados e o desempenho, mas a dedicação com que se realiza a missão. Nesse sentido, ele ressaltou que o senhor da parábola distribuiu os talentos aos administradores segundo as capacidades de cada um. Questionando o motivo pelo qual o último administrador enterrara seu único talento, concluiu que essa atitude foi motivada pelo medo. “O último dos servos também tinha capacidade para multiplicar o seu talento. O senhor sabia e conhecia suas 14

capacidades. Eu acho que ele olhou para os outros e disse: ‘Aquele ganhou cinco, o outro ganhou dois, eu ganhei um. É melhor eu guardar porque eu não tenho capacidade’. Às vezes, nós não fazemos as coisas porque olhamos para os outros e achamos que não temos capacidade, mesmo que o Senhor nos dê os recursos necessários. Às vezes, o Senhor nos chama para uma missão e a nossa tendência é olhar para os outros, para o que eles fazem de bom, para as suas capacidades e seus talentos e comparar com aquilo que a gente talvez não tenha. E isso nos inibe”, alertou. O presidente da RCC do Brasil seguiu afirmando que a grande obra que o Senhor faz é livrar-nos do medo, resgatar a fé Nele e, a partir disso, a nossa confiança nas capacidades que Ele nos concedeu, ao ponto de nos sentirmos enviados e comprometidos com a

evangelização. “Eu espero que você saia desse encontro sem, pelo menos, metade dos seus medos. Que Deus lhe conceda a graça de romper com o medos que na maioria das vezes são fantasmas que não existem”, motivou . Na sequência, retomou mais uma vez o exemplo do administrador que enterrara o seu talento, perguntando o que ele teria a perder em arriscar. Ao concluir, com base no que diz o Evangelho, que ao enterrarmos nossos talentos perdemos tudo, mas que se ao arriscarmos multiplicá-los ganhamos o Reino do Céu, Marcos exortou os presentes a serem perseverantes até o fim de suas vidas. “Deus te deu talentos e capacidades no dia em que te formou, que não são reproduzíveis em outras pessoas.” Ele lembrou que alguns podem pensar que já deram tudo o que tinham para dar, po-


Setembro/Outubro 2012 ...........................................

rém o Senhor nos diz que devemos trabalhar valores cristãos, fundamentais na constituicom o projeto Dele no coração. “Deus nos ção da ordem social brasileira, têm sofrido. chamou de forma genuína e são nossas vidas Diante de tal realidade, o presidente do Movimento motivou a RCC a dedicadas que valem a pena. O que vale a O que vale a pena é fazer ser uma voz mais profética no que diz respeito pena é fazer aquilo que nossas vidas fo- aquilo que nossas vidas foram a importantes questões sociais. ram geradas para se geradas para fazer” Já se dirigindo fazer”, afirmou. Dentro desse contexto, o presidente do para o encerramento de sua pregação, MarConselho Nacional apresentou um breve pa- cos falou sobre a segunda manifestação do norama sobre a evangelização atual. Em sua Espírito Santo, após Pentecostes, narrada no opinião, os nossos desafios são maiores que os capítulo quatro de Atos dos Apóstolos e afirdos primeiros cristãos, por termos maior nú- mou que o Movimento também precisa de um mero de pessoas no mundo a serem evangeli- Pentecostes que o faça mais consciente de seu zadas. Ele ressaltou também a necessidade de chamado. “Esse Pentecostes é fantástico, é o uma resposta concreta e objetiva ao mandato Pentecostes da Igreja consciente. A Igreja do missionário de Jesus. Nesse sentido, afirmou Cenáculo estava sem saber bem o que estava que as diferenças culturais não podem ser en- acontecendo, mas, neste contexto, a Igreja já caradas como fator limitante do anúncio da tem consciência da sua missão e não retroceBoa Nova. “É claro que o Evangelho é autên- de, pelo contrário, diz para que veio e pede tico quando respeita a diversidade, mas a sua ao Senhor mais poder para manifestar as suas proclamação precisa alcançar todos os povos. obras”. Ao completar essa reflexão, incentiTodos! É uma ordem de Jesus explícita, é uma vou os presentes a buscarem o fortalecimento ordem clara, das ordens que Ele deu é a mais e a parresia do Espírito como meio para que clara de todas. E esse mandato missionário é o Evangelho seja anunciado com intrepidez, amor e discernimento, sem com isso cair no amplo e inclui a todos”. Frente a esse mandato, é próprio da ativismo. Com essa motivação, toda a assembleia Renovação Carismática cultivar como método de evangelização o anúncio da Boa Nova foi convidada a rezar junta a oração do Veni acompanhado de prodígios. Dessa forma, Creator Spiritus. Logo depois, o assessor ecleMarcos recordou que a manifestação dos ca- siástico do Movimento, Dom Alberto Taveira, rismas é algo característico do Movimento e dirigiu um clamor ao Espírito Santo por toda que só deixaria de acontecer se os carismá- a RCC do Brasil. ticos não se abrissem mais para esse mover de Deus, pois tais sinais não dependem da santidade dos servos, apenas da vontade do Senhor. O pregador também relembrou a importância de sermos obedientes ao que Deus nos fala, de buscarmos cumprir as missões que são confiadas a nós com simplicidade e fidelidade. A obediência, fidelidade e a fé expectante, que espera a ação tremenda de Deus, são elementos que nos ajudam a testemunharmos autenticamente a nossa fé de maneira a darmos respostas ao mundo que nos cerca. Ao falar sobre isso, o pregador citou o Documento de Aparecida, que apresenta a fé cristã como o cimento da nossa sociedade, e discorreu brevemente sobre os ataques que os

15


Setembro/Outubro 2012 ..........................................

TESTEMUNHOS

TESTEMUNHANDO

A VIDA DA RCC Uma vida dinâmica como a da Renovação Carismática gera muitos testemunhos e muitas outras iniciativas. O Congresso Nacional foi oportunidade para que os membros do Movimento pudessem conhecer algumas atividades desenvolvidas pelas diferentes instâncias da RCC e também ouvir testemunhos de como o Espírito Santo vem agindo em todo o Brasil.

Congresso 2006

Congresso 2003

30 edições de muitas graças Um dos pioneiros da RCC no Brasil, Reinaldo Beserra dos Reis conduziu um momento de resgate histórico das 30 edições do Congresso Nacional da RCCBRASIL. Para ele, esses encontros são sempre momentos de fortes experiências com Deus. Um dos fatos mais peculiares testemunhados por Reinaldo faz menção à 1ª edição: com 50 participantes, o evento foi animado por apenas uma religiosa, irmã Almeida, que marcava o tempo das músicas com castanholas.

Congressinho 2012

Ministério para as Crianças Os pequenos participantes da 8ª edição do Congressinho subiram ao palco junto à coordenadora nacional do Ministério para as Crianças, Hyde Flávia, em uma apresentação com muitas cores e músicas. “O Menino Jesus está no meio de nós e quer brincar com a gente”, afirmou Hyde. Ela disse ainda que Deus não criou as crianças para ficarem quietas, mas sim para agirem como crianças e que assim elas devem ser evangelizadas. 16


Setembro/Outubro 2012 ...........................................

Ministérios em ação Os ministérios Universidades Renovadas (MUR) e de Promoção Humana (MPH) ganharam espaço para exporem alguns de seus trabalhos. A cuiabana Célia, da RCC-MT, testemunhou um trabalho de pastoreio em presídios e centros socioeducativos para menores levado adiante pelo MPH da sua arquidiocese. Em seu testemunho, ela citou o Grupo de Oração realizado dentro das celas do presídio e um serviço de formação que capacita jovens apreendidos para serem agentes transformadores em suas realidades. Já o coordenador nacional do MUR, Felippe Nery, partilhou um pouco do sonho de construir a civilização do amor e o desafio dos Grupos de Oração Universitários. “Não precisa de muito para a evangelização, bastam 15 a 25 minutos. Basta um tempo para falar do amor de Jesus”, explicou Felippe.

GOU no intervalo do Evento

Professores e o Papa Um grande encontro entre o papa Bento XVI e jovens professores universitários ocorreu durante a Jornada Mundial da Juventude de Madri em 2011. Para testemunhar um pouco dessa experiência e das ações de evangelização promovidas a partir desse momento, os professores doutores Renato Balancieri, da Universidade Estadual de Maringá/PR, e Cristiane Grasselli, da Universidade Federal de Alfenas/MG, membros do MUR, resumiram as palavras do papa no encontro e expuseram os projetos realizados em suas instituições.

Stand IEAD

Revista Veni Creator

Missionários Casas de Missão

Cruzes utilizadas no envio das Semanas

Formação Um momento conduzido pelo presidente do Conselho Nacional da RCCBRASIL, Marcos Volcan, destacou a importância das iniciativas de formação para a caminhada do Movimento. Marcos ressaltou que a formação, às vezes, é mal compreendida por ser vista como algo intelectual, como se devesse ser feita apenas por teólogos, mas afirmou ser essa uma das bases fortes para a vida da RCC. O presidente também lembrou as diferentes formas através das quais o Movimento tem buscado crescer nesse quesito, como o ENF, o Instituto de Educação a Distância (IEAD) e a Revista Teológica Veni Creator, que traz uma reflexão acadêmica sobre a vida carismática.

RCC em missão Missionárias A missionária e coordenadora da Comissão de Formação da RCCBRASIL, Rita de Cássia de Sá, foi a responsável por partilhar as atividades missionárias que nosso Movimento tem levando adiante no Brasil. Alguns testemunhos muito marcantes dados por Rita ocorreram durante as missões realizadas durante os ENFs 2011 e 2012. Ela também destacou o trabalho realizado pelas Casas de Missão da RCC e o grande levante de evangelização que acontecerá através das Semanas Missionárias. 17


Setembro/Outubro 2012 ..........................................

SEDE NACIONAL

RECONSTRUIR MURALHAS, CONSTRUIR SONHOS A RCC do Brasil vive, já há alguns anos, sob a moção de “construção e reconstrução”. Queremos mais que construir uma Sede Nacional: desejamos viver os sonhos de Deus em nossas vidas, estar fortalecidos em nossa identidade e espiritualidade para, dessa forma, levar a experiência do encontro pessoal com Jesus a mais e mais pessoas. Na manhã de sexta-feira do Congresso Nacional, o coordenador do projeto Amigos de Deus, Luiz César Martins, e o construtor nacional da Nossa Casa, Vagner Delabio, partilharam dessa grande empreitada que vivemos.

Luiz César baseou-se em 1Cr 28,9-10. Nesse trecho, explicou ele, o Senhor diz que não basta servi-Lo, devemos conhecê-Lo, ser íntimos Dele. É importante viver isso com o coração leal e a alma devotada: com testemunhos concretos de conversão, de espiritualidade, de entrega. Esse chamado, segundo o coordenador, é individual, um convite que o Senhor faz a cada um, que requer respostas concretas. No entanto, Luiz César lembrou que não conseguiremos atingir essas metas apenas com nossas forças: “É preciso que busquemos uma vida espiritual muito mais profunda do que já temos. Nossa vida não pode se resumir apenas aos grandes eventos, tem que ser no dia a dia”. Essa relação deve se dar através das práticas espirituais: terço, jejum, adoração ao Santíssimo, vida de sacramentos, leitura orante da Palavra. Então, seguiu sua pregação fundamentada no livro de Neemias. O capítulo 4 do texto conta que, quando os inimigos começaram a ver os efeitos da reconstrução das muralhas de Jerusalém, tentaram convencer os israelitas a parar com a obra. Luiz César usou esse trecho para lembrar os sinais que o Movimento vem mostrando: Grupos de Oração fortalecidos e restaurados, um Escritório Nacional forte, a construção da Sede, as Casas de Missão. Prosseguindo com o paralelo entre 18

o tempo de Neemias e o nosso, o coordenador afirmou que a atitude buscada pelo líder daquela época foi a de colocar o povo em oração para que essa obra não perecesse. Retornando ao trecho de Crônicas, observou o tipo de servo que o Senhor nos chama a ser: “Homens e mulheres íntimos de Deus, que vivem aquilo que pregam e pregam aquilo que vivem. Nós podemos ver uma RCC vigorosa, pois cada vez que eu me deixo reconstruir, as coisas vão acontecendo assim”.

Uma obra para ser amada Depois da reconstrução espiritual, o foco voltou-se para a obra física: a construção da Sede Nacional. Esse momento foi conduzido pelo Construtor Nacional, Vagner Delabio. Ele lembrou que a reconstrução espiritual deve ser testemunhada em obras, e citou como exemplos as Casas de Missão da RCC, o Projeto Jesus no Litoral, a Missão Europa e a própria construção da Sede. “A Nossa Casa, Nossa Bênção é muito mais que um edifício físico: em cada tijolo daquela casa, em cada argamassa ou vidro, estará uma alma de um amigo nosso, que tem sede de ouvir a Palavra de Deus e que precisará de um missionário com formação espiritual, intelectual, aquela necessária para levá-La”, disse. E, comparando, o construtor afirmou que a Sede será como um quartel-

general para verdadeiros guerreiros de Jesus. O construtor afirmou que é preciso agir como os pioneiros da RCC que, na época do surgimento do Movimento, não sabiam o que aconteceria, mas disseram seu ‘sim’: “Não me preocupo com o que será o verdadeiro significado desta casa no futuro, me preocupo com a responsabilidade que eu tenho diante do meu Deus de levantá-la”. Para finalizar, Vagner convidou todos os coordenadores estaduais a subirem no palco do Congresso e pegar um carnê “Eu sou um Construtor”. Ele incentivou que todos rezassem pedindo mais amor por esse instrumento, que é uma maneira muito fácil de erguer a Casa. “Eu agradeço a Deus por essa benção”, disse.

NOTÍCIAS, FOTOS E TESTEMUNHOS SOBRE A CONSTRUÇÃO VOCÊ ENCONTRA NO SITE

www.rccbrasil.org.br/sedenacional


Setembro/Outubro 2012 ...........................................

19


Setembro/Outubro 2012 ..........................................

pregação

Compromisso, santidade

e esperança para uma

nova geração

A primeira pregação do Encontro Mundial de Jovens da RCC aconteceu na manhã do dia 11 de julho e foi ministrada pela presidente do ICCRS, Michelle Moran. Em tom motivacional, ela incentivou os jovens a construírem uma vivência carismática decidida, a ponto de serem no mundo testemunho autêntico de santidade e esperança. A presidente do ICCRS, Michelle Moran, saudou a todos falando da alegria dos conselheiros do ICCRS com a realização do evento e com a presença de tantos jovens. Ela iniciou sua reflexão discorrendo sobre alguns fundamentos da espiritualidade carismática, como a vivência do Batismo no Espírito Santo. Sobre isso, comentou: “Quando falam sobre o início do nosso Movimento, normalmente se reportam ao encontro que aconteceu em Duquesne, em 1967. Entretanto, a verdadeira história da RCC começa em Pentecostes, como está em Atos 2”. Com base nessa citação, Michelle apresentou alguns aspectos importantes da nossa espiritualidade que podem ser aprendidos a partir da narrativa de Pentecostes. O primeiro deles é que a ação de Deus acontece quando estamos reunidos em oração. Com isso, ela ressaltou a importância de momentos como encontros, congressos e Grupos de Oração para quem busca uma vida no Espírito. O segundo aspecto diz respeito ao fato de Pentecostes ser uma experiência comunitária, mas também pessoal. “O Espírito Santo os visitou como comunidade e também como indivíduos. Durante esses dias de Encontro Mundial, o Senhor quer primeiro mudar a vida de cada um de nós para que Ele possa transformar o mundo”, afirmou. Nesse momento, a presidente do ICCRS levou os quase quatro mil jovens presentes a refletir sobre os três “sins” necessários para alcançarmos um alto nível de comprometimento com o plano de Deus. Segundo ela, primeiro é preciso que respondamos de forma afirmativa ao seguimento de Jesus. Entretan20

to, seguir o Mestre não é suficiente, devemos também ser seus discípulos. Esse é o segundo questionamento que exige uma resposta positiva. Depois de darmos nosso sim aos primeiros convites, o Senhor nos apresenta a missão, que também merece uma resposta afirmativa e generosa. A partir dessas palavras, Michelle passou a refletir sobre o aspecto mais fundamental do chamado de Deus para cada um de nós: a santidade. “Deus ama vocês e quer o melhor para cada um e esse melhor é que vocês cresçam em santidade. Por isso, eu creio que estou olhando para alguns dos santos do século XXI. Eu creio que Deus está erguendo um povo santo, apóstolos para as nações, pois Ele chama cada geração a cumprir o seu papel”, destacou. Dentro desse contexto, Michelle introduziu a temática do Encontro Mundial de Jovens “Em Jesus, as nações porão sua esperança” (Mt 12,21), destacando que nesse momento da história da RCC e do mundo o anúncio da esperança é fundamental. Ao falar isso, a líder da RCC recordou alguns aspectos do cenário mundial que, aos olhos humanos, geram desesperança, como a crise financeira e moral na Europa, as dificuldades do continente africano, dentre outras realidades. Diante

desse cenário, ressaltou Michelle, nossa única esperança de mudança está em Jesus. Ao encaminhar sua pregação para o final, Michelle convocou a RCC a ser um Movimento que crê verdadeiramente na esperança do Evangelho, no Espírito Santo e não em suas próprias forças. “É a esperança que nos sustenta e que nos leva para frente”, concluiu. O momento foi encerrado com uma forte oração por todas as nações. A presidente do ICCRS convidou os jovens a rezarem com confiança e convicção para que a graça de Deus atingisse os confins da terra. Nesse propósito, os representantes dos cinco continentes eram chamados sucessivamente à frente do palco para receberem oração dos outros jovens e dos líderes presentes. O Brasil, por ser o país com maior número de representantes e por ser o anfitrião do encontro, recebeu uma oração especial. O momento foi marcado por muita unção e diversas profecias.


Setembro/Outubro 2012 ...........................................

Fortes na esperança

pregação

A pregação da manhã de sexta-feira, dia 13, no Encontro Mundial de Jovens, foi conduzida pelo norte-americano Jim Murphy, membro da comissão de formação do ICCRS. O pregador motivou todos a serem testemunhas da autêntica esperança cristã. No início, Jim levou os jovens a refletirem sobre a atual situação mundial. Ele comentou sobre a escassez de vários recursos que atinge a humanidade nos dias de hoje: recursos naturais, alimentos e a possível escassez de água em um futuro não muito distante. Ao apresentar tal panorama, ressaltou que, mesmo não tendo sido provocados pelas pessoas que ali estavam, tais problemas deverão ser resolvidos pela atual geração de jovens. Além desses recursos, Jim Murphy afirmou também que está faltando esperança ao mundo. “Essa fonte (a esperança) tem diminuído no mundo pelas últimas duas ou três décadas, mas agora chegamos a uma escassez crítica. Hoje, eu venho apelar para a ajuda de vocês, porque vocês são a geração que, ou resolverão esse problema, ou morrerão por causa disso.” Segundo Jim, a esperança é fundamental para o mundo “na mesma proporção que estão o alimento, a água e o ar”. Nesse sentido, tomou como base a passagem da Carta aos Hebreus (11,1) para declarar: “A esperança é uma fé enraizada. Ela não é um desejo ou sonho do tipo ‘espero que eu consiga um emprego’, mas deve ser algo mais profundo que se conquista pela resistência e perseverança”. Para exemplificar ainda mais, ele comparou a esperança a uma maratona olímpica. Jim também motivou todos a cultivarem a esperança conforme está descrito no capítulo 21 do livro do Apocalipse: uma esperança de ver o mundo velho transformado pelo poder de Jesus. E incentivou: “Os inimigos de Deus não existirão mais. As batalhas acabarão e vocês conhecerão a Deus. Será

fantástico”. Dentro desse contexto, ele alertou sobre a tentação de pensarmos que essa vitória de Deus jamais acontecerá. De acordo com o pregador, ter esperança não significa deixar de enfrentar mais problemas durante a vida, mas que essa esperança será para cada pessoa como uma âncora que não a deixará à deriva. Além disso, para ele, “a esperança também dá à pessoa um propósito, um objetivo. Nós aqui temos profissões diferentes, mas temos só um objetivo: trazer para o mundo o Reino de Deus”. Para Jim, a esperança fortalece o homem e a mulher. Ele disse ter visto pessoas enfrentando situações impossíveis de serem solucionadas, porque contavam com uma força que não vinha delas, mas do alto. E desafiou: “Sejam testemunhas da esperança”. Nesse ponto, motivou os jovens a seguirem em frente, mesmo diante dos grandes desafios, pois sempre podem contar com o poder do Espírito Santo que vem sobre cada um. Na sequência, Jim Murphy falou sobre como o medo impede que vivamos na esperança e assim citou o escritor inglês William Shakespeare que escreveu: “O covarde morre mil mortes, mas o homem corajoso morre apenas uma vez”. Para o pregador, é possível identificar tal fato quando se percebe que a maior ferramenta que o demônio tem contra nós é o medo e não o ódio. “É comum ter pensamentos do tipo ‘e se as pessoas não compreenderem o que estou querendo fazer?’, ‘e se as pessoas caçoarem de mim?’ Tantos sonhos e tantas visões morrem por causa do medo. Vivam na esperança. Não tenham mais medo. Não sejam escravos do medo. Sejam fortes na

sua esperança”, enfatizou. Por fim, o pregador enfatizou que a obra de evangelização precisa de pessoas que tenham, ao mesmo tempo, postura profética e disposição para o trabalho. “Nós precisamos de pessoas de visão, que sonhem, que tenham fogo, que sejam cooperativas, humildes e confiáveis. Precisamos de pessoas que saibam trabalhar em grupo, que desejem realizar a sua parte no trabalho. Eu penso que Deus está querendo levantar pessoas que sejam proféticas e sejam bons servos. Sem um coração servidor, os profetas podem se tornar um pouco perigosos. Sem uma visão profética, os servos podem ser pessoas presas demais. Então, eu creio que é o desejo de Deus que esses dois rios da esperança se unam e que nós todos nos tornemos servos proféticos. Eu creio que é isso que Deus deseja para cada um de nós”, concluiu.

21


Setembro/Outubro 2012 ..........................................

pregação

Testemunhas

do Amor

Um momento permeado por testemunhos e direcionamentos. Depois de pregar para os participantes do Congresso Nacional, Patti Mansfield falou também às novas gerações da RCC na manhã do sábado, dia 14.

Uma das pioneiras da RCC no mundo iniciou a pregação usando o exemplo de Santa Teresinha do Menino Jesus que, desde a juventude, entendeu e acolheu o amor de Deus em sua vida a ponto de não deixar que as dificuldades a impedissem de realizar a vontade do Pai. Com isso, ela motivou os jovens a buscarem a santidade por amor: “Com simplicidade e tendo o amor como vocação, Teresinha se tornou a maior santa da modernidade, segundo o papa João Paulo II. Vocês também devem ser os santos do novo milênio”. Dessa forma, Patti discorreu um pouco mais sobre a relação entre a experiência do Amor de Deus, a vivência da vocação e a santidade: “Santa Teresinha precisou entrar no convento para testemunhar o amor de Deus de verdade; eu o faço através do meu matrimônio. Toda vocação é um chamado a abraçar a cruz e nos doarmos como dom de Amor para os outros. Escolher pela nossa verdadeira vocação não significa optar por algo que é bom ou ruim, que é mais ou menos importante. A vocação que o Senhor tem para cada um é a melhor é sempre a melhor opção, pergunte a Ele”, disse. Ao falar sobre o batismo no Espírito Santo, a pregadora ressaltou o fato de ser

22

preciso antes acolher o Espírito de Amor para depois doá-Lo aos outros. “Primeiro, precisamos acolher o Amor de Deus, dizendo sim à visitação do Espírito Santo. Depois é preciso permitir que a Palavra se torne carne nos nossos corpos. Mas o amor de Deus não é para ficar trancado em nós, é para passar para as outras pessoas. Por isso, depois nós nos doamos e assim nos tornamos evangelizadores”. Dando o seu testemunho pessoal, ela afirmou ter compreendido o que é o verdadeiro Amor de Deus só depois dos acontecimentos de Duquesne, que marcam o início da RCC no mundo. Patti relatou que, antes de ser batizada no Espírito, ela tinha certa confusão sobre qual era o papel dela e qual era o de Deus na sua caminhada de fé. “Eu agia como se fosse Deus, fazia os meus planos e Ele só existia para fazer a minha vontade”. Entretanto, ela contou que no dia em que foi batizada no Espírito esse pensamento já começou a mudar. “Quando entrei naquela capela em Duquesne tive certeza que Deus estava vivo e presente ali. Tive consciência da santidade Dele e da minha pequenez. Naquele momento, muito maior que o meu medo era a necessidade de me entregar inteiramente a Deus. E fui rezando assim: ‘Pai, eu te entrego a minha

vida. O que quer que você me peça, eu aceito. Simplesmente me ensine a Te seguir e a amar como Jesus amava’.” Ao partilhar essa e outras experiências dos pioneiros do Movimento, a americana motivou os jovens a também assumirem o protagonismo na RCC. “O Senhor começou a sua obra com jovens exatamente como vocês e, agora, Ele quer usar vocês para espalhar essa graça para o mundo inteiro”. Finalizando, Patti incentivou todos a não desistirem de fazer a diferença no mundo, independentemente das escolhas que fizeram no passado. Nesse sentido, ela falou da necessidade dos jovens construírem uma vida pura e casta e deu orientações claras para uma sexualidade saudável, alertando sobre condutas desregradas como o consumo de pornografia na internet. Citando ainda exemplos de santos contemporâneos como Madre Tereza de Calcutá e os mártires de Uganda, sacrificados por se manterem castos contra a vontade do rei de seu país, Patti conclamou: “Vocês são os santos dos dias de hoje. Sejam santos nas suas palavras, nas suas atitudes, tenham corpos santos”. O momento foi concluído com uma oração silenciosa e a consagração à Nossa Senhora.


Setembro/Outubro 2012 ...........................................

Institucional

A vida da RCC em foco

O Encontro Mundial de Jovens foi um momento estratégico para a formação da nova geração de carismáticos. Sendo assim, a programação previa momentos privilegiados para que a história e algumas das principais atividades do Movimento fossem partilhadas com a juventude. Esses momentos institucionais aconteceram no final das manhãs dos dias 11, 12 e 13 de julho.

RCC: uma história de muitas graças A primeira atividade institucional do Encontro Mundial de Jovens falou sobre a história da Renovação Carismática Católica. O diretor do Instituto de Formação do ICCRS, Jim Murphy, iniciou o momento apresentando de forma panorâmica o contexto em que a RCC surgiu. Nesse sentido, ele citou a importância da beata Elena Guerra e do Papa Leão XIII para a retomada ao culto ao Espírito Santo. Depois disso, falou brevemente sobre

o surgimento do Pentecostalismo nos Estados Unidos, no início do século XX, e afirmou que o momento marcante dessa graça dentro da Igreja Católica ocorreu somente em fevereiro de 1967, em Duquesne, no retiro considerado marco inicial da RCC no mundo. Após essa retrospectiva, o diretor do Escritório do ICCRS, Oreste Pesare, falou sobre a situação atual da RCC no mundo, partilhando brevemente como estão os trabalhos em cada continente. O diretor ressaltou ainda que em cada região o Movimento tem características

próprias, mas que elementos essenciais como a experiência do Batismo do Espírito Santo e o amor pela Igreja são encontradas em todos os lugares.

Jovens são incentivados na busca por formação

Cultivando corações missionários

O segundo momento institucional do encontro tratou da formação. Para tanto, o americano Jim Murphy explicou o programa de formação do ICCRS que oferece dois cursos. Um deles é o Instituto Internacional de Formação de Líderes Carismáticos, com duração de três semanas, realizado na cidade de Roma e que oferece formação teórica e visitas pedagógicas. Quem não pode participar do Instituto em Roma, tem a oportunidade de receber seu conteúdo através do Curso de Treinamento de Lideranças que têm duração de uma semana e é realizado em diferentes locais do mundo. Depois de tais explanações, Jim fez uma grande convocação aos jovens: “Vocês precisam se juntar a nós. Precisamos atender ao desejo de João Paulo II e levar a Renovação Carismática Católica à maturidade eclesial. Se nos juntarmos, se sonharmos juntos, coisas grandiosas acontecerão. Mas para isso precisamos crescer e sermos os líderes que somos chamados a ser”, destacou. Na sequência, Lucimar Maziero, coordenadora nacional do Ministério de Formação, partilhou que foi depois da participação de um grupo de brasileiros na Escola do ICCRS que surgiu o projeto da Escola Nacional de Formação para Líderes e Missionários da RCCBRASIL que já vai para sua quinta edição, no início de 2013.

O último momento institucional foi dedicado para os relatos dos participantes das atividades missionárias que anteciparam o Encontro Mundial. Na cidade argentina de Porto Iguaçu, jovens da Nicarágua, Argentina, Porto Rico e Brasil passaram por momentos de partilha, formação e missão organizados pela Secretaria Latino-americana dos Jovens. Sobre a experiência, Juan Pablo, da Costa Rica, afirmou: “Somos este sabor novo da nova geração da RCC”. Em território brasileiro, a Missão Marajó, em Breves/PA, acolheu jovens australianos, canadenses, franceses e argentinos que se misturaram com os brasileiros para levar uma nova esperança às comunidades ribeirinhas da Ilha. Salomão Ronaldo, coordenador da missão, relatou a alegria de rezar e ver o Espírito se manifestar em meio às diversidades culturais e linguísticas. Outra atividade de evangelização aconteceu em Maringá/PR e abrigou missionários para levar a Palavra de Deus às universidades. Jovens da Argentina, Costa do Marfim, Peru, México, Honduras e Índia testemunharam a alegria de ver jovens experimentando o amor de Deus no meio da universidade. 23


Setembro/Outubro 2012 ..........................................

Workshops

Workshops:

formação e troca de

experiências para a

juventude da RCC

Durante as tardes do Encontro Mundial, os jovens líderes da RCC participaram de workshops que trataram de importantes temas sobre a vida do Movimento. Confira.

Carismas Na tarde da quinta-feira (11), o tema abordado foi carismas. O diácono alemão Christof Hemberger, conselheiro do ICCRS e membro da Comissão da Juventude, foi o primeiro a falar sobre o assunto. Logo no início de sua fala, o diácono elencou três questões que precisam ser esclarecidas para o bom uso dos carismas. A primeira é que somos escolhidos por Deus para a missão. A segunda diz respeito a se temos ou não capacidade para exercer a missão que Deus nos confia. Christof lembrou que é sempre o Senhor quem nos capacita, pois nunca estaríamos aptos para responder ao chamado Dele. A última questão levantada foi a de que Deus capacita com seus carismas àquelas pessoas humildes o suficiente para reconhecer que são necessitados Dele. Segundo Hemberger, os melhores servos são aqueles que se reconhecem fracos e pequenos e que necessitam do Senhor para serem fortes. “Estes sabem que os dons não são seus”, complementou. Prosseguindo com seu ensino, o conselheiro do ICCRS falou sobre o que é preciso 24

para se receber os carismas: “Não há uma receita, porque recebemos os carismas de acordo com a vontade de Deus”. No entanto, segundo ele, as condições para que os dons se manifestem são: estar aberto ao poder e ao batismo no Espírito Santo, ter humildade e colocar os dons em prática. No segundo momento do workshop, o americano David Bisono, membro da Secretaria Latino-americana de Jovens, também abordou a temática dos carismas, ressaltando que Deus sempre age em todas as dimensões

da nossa vida. Sobre isso, David usou o exemplo das curas do paralítico à porta do templo (cf At 3) e dos 10 leprosos (cf Lc 17) para afirmar que, além da cura física, Deus também quer nos curar emocional e espiritualmente, nos resgatando por inteiro. Outro ponto frisado foi a necessidade de usarmos os carismas para conhecer os planos e estratégias de Deus para nossas vidas. “Eu sinto que neste encontro Deus vai te revelar qual a estratégia, o plano, o propósito que Ele tem para tua vida”, profetizou. Nesse sentido, o pregador explicou que muitos precisavam retomar as promessas de Deus para suas vidas e esclareceu que quando o Senhor nos dá uma nova moção ou um novo direcionamento não significa que Ele esteja cancelando aquilo que tinha falado anteriormente. David ainda exortou os jovens a buscarem revelações sobre a vontade de Deus para suas vidas e não simplesmente respostas para suas dúvidas. Ao fazer essa proposta, ele incentivou os presentes a voltarem-se de todo o coração para o Senhor e, assim, entenderem o plano de Deus em suas vidas.


Setembro/Outubro 2012 ...........................................

Lideranças jovens fortalecidas e enraizadas O workshop sobre liderança aconteceu na tarde do dia 12 de julho e foi ministrado pelo coordenador nacional do Ministério Jovem do Brasil, Márcio Zolin, e pela coordenadora da Secretaria Latino-americana de Jovens do CONCCLAT, Daiane Toigo Trentin. Zolin iniciou sua pregação perguntando aos participantes do Encontro Mundial de Jovens o que era preciso para que eles assumissem o protagonismo na Igreja e do mundo. Baseado nessa pergunta, Zolin desenvolveu toda a sua pregação. Comparando a vida da

juventude às raízes do cedro do Líbano, citadas no Salmo 91,13, ele afirmou que para a atual geração de jovens se tornar o rosto de Pentecostes na vida da RCC do mundo é preciso crescer enraizada e alimentada pela Palavra de Deus. Na sequência, apresentou alguns dos projetos missionários desenvolvidos pela juventude do Brasil e falou sobre os desafios da liderança. Nesse ponto, ressaltou que o verdadeiro avanço se dá quando a inovação é uma forma de valorização e resposta aos anseios das gerações que nos precederam no Movimento: “Tem que haver um equilíbrio entre o antigo e o novo; se os cabelos brancos seguem aqui é porque têm raízes profundas”, disse referindo-se ao cedro do Líbano. Finalizado esse momento, lideranças jovens de diversos países subiram ao palco para, sob a mediação de Daiane Trentin, fazer uma espécie de bate-papo sobre a temática central do workshop. Para Lily Ratray, da Austrália, fundamental para o líder é ter humildade. Já Helena, da Costa do Marfim, destacou que é importante ter vida de oração,

Uma nova geração de carismáticos Com grande animação, música e dança, o workshop sobre a evangelização das crianças, conduzido por Hyde Flávia, Coordenadora Nacional do Ministério para Crianças, aconteceu na tarde do dia 13 de julho. Hyde destacou que, atualmente, a evangelização das crianças já precisa ocorrer em caráter de resgate, pois elas estão sendo fortemente marcadas pelo consumismo, violência, maturidade precoce e outros elementos que deturpam suas infâncias. O momento foi marcado pela entrega

dos Jardins dos Amiguinhos de Deus. Duran- crianças serão elos de unidade, colaboradoras te a preparação para o Encontro Mundial, os da construção da civilização do amor”, finaGrupos de Oração Infantis de cada região lizou Hyde. do Brasil foram designados para interceder e oferecer práticas espirituais pelas crianças dos cinco continentes. As orações e práticas espirituais realizadas eram transformadas em flores de papel que, unidas, formaram diversos “Jardins dos Amiguinhos de Deus”. Jovens representantes de todos os continentes receberam esses jardins com a missão de levá-los até os pequeninos de seus países. “O mundo tem jeito, pode vir a guerra que for, as

Missão, um chamado Ainda na tarde do dia 13, os jovens de Deus para o bem comum carismáticos refletiram sobre a temática missionária com a fala do irmão James Shin. Depois de partilhar um pouco sobre o trabalho humanitário e de evangelização realizado em sua comunidade, o irmão James exortou os jovens a se lançarem em missão com coragem e desapego. “Se querem se tornar missionárias, as pessoas têm que ser unidas. Se forem a outro país, vivam a mesma cultura, compartilhem a mesma comida, a mesma moradia,

disponibilidade para exercer sua função, conhecimento da Igreja, vivência dos Sacramentos e confiança na Providência Divina. Francis Lopez, de Honduras, ressaltou a necessidade da fidelidade a Deus e à Igreja e a importância de sermos apaixonados por Jesus, pois assim seremos pessoas íntegras e daremos testemunho de vida. O mexicano Omar Hernández destacou que os jovens também precisam ter visão ampla da sociedade, para serem reconhecidos como líderes em todos os ambientes pela sua forma de ver, agir e pensar. Já os espanhóis Rosa Izquiedo e Isidoro Mozena ressaltaram que é preciso buscar novas técnicas de pastoreio para aproximar a Igreja da juventude. Por fim, o irmão coreano James Shin disse que ser carismático é se colocar a serviço dos que precisam de ajuda. A partir das respostas dos jovens, Daiane sugeriu aos participantes uma reflexão, analisando os pontos que podem ser melhorados em seu chamado de seguir a Jesus. Depois, todos oraram juntos pedindo a graça de ter um coração de líder, pois a primeira liderança é da nossa própria vida.

falem a mesma língua. Vejam o lado bom das pessoas e suas igualdades”. O pregador aproveitou a temática para destacar que o primeiro lugar a ser evangelizado são nossas casas, depois a sociedade. Para encerrar, irmão James deixou palavras de incentivo: “Nesse mundo, domina a cultura da morte, está na moda o suicídio, o aborto, a eutanásia. Devemos criar a cultura da vida. Então, temos que espalhar a cultura do Espírito Santo.” 25


Setembro/Outubro 2012 ..........................................

pregação

CONVERSÃO E MISSÃO

Na tarde de sábado, foram reunidos os públicos do Congresso Nacional e do Encontro Mundial de Jovens. A partir daquele momento, uma só família de jovens, adultos e adolescentes passou a vivenciar junta as graças desses eventos proféticos. A primeira pregação para as quase dez mil pessoas que ali estavam foi conduzida pelo bispo da Prelazia do Marajó, Dom José Azcona. Dom Azcona começou louvando a Deus pelo espírito missionário que vem tomando a RCC do Brasil nos últimos anos. O bispo destacou, baseado em documentos do Magistério da Igreja, a necessidade do Espírito Santo para um despertar missionário. “Depois da ressurreição e ascensão de Jesus, os apóstolos viveram uma intensa experiência que os transformou e os fez homens novos, o Pentecostes”, explicou, dizendo que o Espírito criador os capacitou para serem testemunhas e profetas. Dom Azcona, então, proclamou a profecia de Joel (Jl 3,1-5), lembrando que somos todos enviados como testemunhas e como profetas, e que foi a partir de uma experiência com o Espírito Santo que os apóstolos partiram em missão. E afirmou: “Queridos, queridas, todos nós fomos batizados, temos experimentado o dom de Deus, o Espírito Santo, para proclamar a Jesus sem temor e sem medo”. O bispo continuou: “A Igreja não existe se não em função dessa experiência de Pentecostes”. Ele seguiu falando sobre a relação entre a experiência com o Espírito Santo e o impulso missionário: “Segundo o papa Paulo VI e repetidos documentos da Igreja, a glória máxima da Igreja é ser missionária. Se nós não assumirmos a glória de testemunhas e profetas, nós não somos mais cristãos, porque esta é a identidade da Igreja”. A mesma comparação ele fez com a RCC: “Se a Renova26

ção Carismática deixa de ser missionária, não pertence mais à Igreja Católica; se ela não evangeliza, não proclama a salvação, não é absolutamente nada”. Essa pregação, segundo Dom Azcona, deve ser feita de acordo com o mandato de Jesus no evangelho de Lucas (cf. Lc 24,44-49): devemos anunciar o arrependimento para a conversão dos pecados a todas as nações. “É a pregação da cruz, do Cristo crucificado e ressuscitado. Dela falam todas as Escrituras, todas elas falam, profetizam, que no nome de Jesus deve ser pregado o arrependimento para o perdão dos pecados, a todas as nações”. O tema, segundo o pregador, deve guiar, inclusive, o próprio estudo das Sagradas Escrituras. O bispo do Marajó passou então a questionar a nossa forma de evangelização: “Onde está a nossa pregação do arrependimento, da penitência interna, do reconhecer como temos sido pecadores, que temos ultrajado ao Senhor da vida e temos pisado o seu sangue?”. E apontou o resultado de falhas nesse sentido: “Se não pregamos o arrependimento, acontecerão falsas conversões. Não há conversão verdadeira sem arrependimento, contrição, compunção do coração”. Dom Azcona afirmou que temos nos desviado em nossa pregação, pois temos anunciado de tudo, mas deixado o arrependimento de lado. O prelado prosseguiu tendo por base o Livro dos Atos (At 1, 8): “O Espírito Santo quer mexer na nossa mente e no nosso


Setembro/Outubro 2012 ............................................

coração também. Ele quer levantar um povo de testemunhas verdadeiras, com a vida de santificação, de pregação com destemor, com parresia. Ide, ide! Esse mandamento tem que tocar o mais íntimo de nosso coração”, afirmou o bispo. “Precisamos nos converter à missão. Precisamos voltar nosso coração à obediência a Cristo ressuscitado: ‘Ide’, disse Ele! Não fiquem com a boca fechada, não fiquem nas cadeiras, levantem-se, vão e anunciem o Seu nome a todas as nações”, exortou. Dom Azcona aproveitou o assunto para testemunhar sobre os desafios em atender ao chamado missionário. Ele contou que, durante a reunião que definia os rumos dos padres da sua ordem, quando foi aberta a vaga para o Marajó, começou a pensar na possibilidade, mas ao mesmo tempo em outras oportunidades, como uma paróquia no bairro do Leblon, no Rio de Janeiro, ou em São Paulo. Outra coisa que o impedia de escolher as terras marajoaras era o pensamento de que lá não poderia prosseguir seus estudos, coisa de que gostava muito. “Motivações, entre aspas, vão surgir imediatamente, mas temos de ouvir a palavra de Jesus: ‘Aquele que ama seu pai, sua mãe, mais do que a mim, não é digno de mim’”, disse, recordando as palavras de Jesus. “Tens que negar-te, querido, querida. E esse negar-se a si mesmo é a conversão”, afirmou. Essa pregação, segundo o bispo do Marajó, deve ser feita com o exemplo, com a vida. Ele explicou que a própria exortação apostólica Evangelii Nuntiandi afirma que esse testemunho pode e deve ser dado por qualquer cristão. No entanto, ele disse que, mais cedo ou mais tarde, seremos chama-

dos a anunciar o nome de Jesus Cristo. Por isso, advertiu: “Uma evangelização em que o nome, a mensagem, a esperança de Jesus, filho de Deus, não apareça explicitamente, não é evangelização”, afirmando que muitas pessoas pregam a libertação, os valores, mas têm vergonha de falar em Jesus. Não podemos nos envergonhar do Evangelho, afirmou Dom Azcona. “O Evangelho é poder de Deus”, disse. No entanto, esse poder, segundo o prelado, fica esterilizado se ele não é anunciado. A força do Evangelho, destacou também o bispo, está na Cruz (cf. 1Cor 1,17). “Se você coloca como fundamento na sua pregação as razões filosóficas, psicológicas, sociológicas, está esterilizando a cruz de Cristo. Por isso, é necessário pregar a Cristo e Cristo crucificado”, reforçou. “Vamos retornar ao Crucificado, vamos fazê-lo explícito, não nos envergonhar diante dessa geração perversa e adúltera que nos envolve, desse laicismo militante, que quer até retirar os crucifixos dos locais oficiais. Não podemos tolerar!”, proclamou. “Quando não pregarmos o crucificado, a Igreja termina. Poderá ter grandes eventos, grandes manifestações, mas não terá mais poder, estará esvaziada por completo”, prosseguiu.

Esse anúncio, segundo Dom Azcona, deve acontecer agora e para todos: “Se Deus amou tanto ao mundo, que lhe entregou seu próprio filho Jesus Cristo, Ele deve querer, com certeza, que toda a humanidade conheça esse amor. Como podemos calar, queridos, queridas? Onde está a misericórdia de Cristo em nossas entranhas?”, questionou, dizendo que devemos ir a todas as nações e cantos do mundo para anunciar o Evangelho. E além de irmos às nações, o pregador lembrou que devemos apascentar as ovelhas, conforme o tema do Congresso Nacional. “Nós também pastoreamos em nome de Jesus. Pedi a Nosso Senhor que tenhamos tanto amor no coração que sejamos capazes de morrer por nossas ovelhas”, convidou. E explicou: “Esse é o segredo: ser missionário é morrer para ti mesmo”. Para finalizar, Dom Azcona falou diretamente à juventude: “Jovens, não tenham medo. O Espírito do Senhor está com vocês. Ide até o fim do mundo, não se amarrem a sua pátria, não se amarrem a sua família. Jesus é mais que a família, Jesus é mais do que a pátria, Jesus é único, é o Senhor, é nosso amor, é aquele que nos ama e ao qual queremos amar com todas as forças do nosso coração”.

27


Setembro/Outubro 2012 ..........................................

pregação

ENVIADOS PARA AS NAÇÕES Pouco a pouco, o Encontro Mundial de Jovens da RCC e o Congresso Nacional chegavam ao fim. No entanto, ao invés da nostalgia, o clima que tomava conta do Centro de Convenções de Foz do Iguaçu era de continuidade: quem lá estava tinha consciência de que aqueles encontros tinham sido apenas o início de um grande momento profético prometido para a Renovação Carismática do mundo todo. Por isso, a última pregação foi um grande envio. Agora é hora de irmos a todas as nações... Para que esse envio fosse feito de fato a todas as nações, o momento final dos eventos também foi feito por lideranças da RCC de diversos cantos do planeta. Conselheiros do Serviço para a Renovação Carismática Internacional (ICCRS) e outras lideranças do Movimento estiveram presentes no palco: a presidente do ICCRS, Michelle Moran; o vice, Cyril John; o padre ugandense Emmanuel Tusiime; Marcos Volcan e Patti Mansfield. O primeiro a falar foi o padre Emmanuel. O africano reforçou o chamado dos jovens à santidade ao confirmar a Palavra proclamada no dia anterior, encontrada na carta de São Paulo aos Romanos: “Eu vos exorto, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, a oferecerdes vossos corpos em sacrifício vivo, santo, agradável a Deus: é este o vosso culto espiritual” (Rm 12, 1). Ao falar um pouco sobre a RCC em seu país, o sacerdote lembrou a experiência dos mártires jovens, que entregam a vida por Jesus Cristo e pela Sua Igreja na África, e reafirmou a força da juventude para a missão. “Até

28

1992, eram apenas três Grupos de Oração em Uganda; hoje são mais de 500. E isso aconteceu a partir dos jovens que descobriram Jesus e decidiram anunciá-Lo para outras pessoas,” testemunhou. Prosseguindo nessa ideia, o padre Emmanuel desafiou os jovens presentes, fazendo um chamado para a missão além das fronteiras dos seus próprios países: “Jovens, o Senhor está dando para vocês uma missão, vocês estão prontos para ir? Talvez o Senhor queira enviá-los para outro país. Vocês estariam prontos para ir? O envio do Senhor é ir a todas as nações!”. O próximo a tomar a palavra foi Cyril John, vice-presidente do ICCRS, proveniente da RCC Índia. Ele ressaltou a importância de as experiências, ali vividas, nos dois eventos, se multiplicarem. Para isso, fez uma comparação entre o que aconteceu em Foz e aquilo que foi experimentado pelos discípulos durante o Pentecostes. “Deixem que o fogo se espalhe pelo mundo inteiro! Foz do Iguaçu é uma nova Jerusalém... O mundo está esperando

este fogo”, incentivou Cyril. Antes que a presidente Michelle Moran falasse, aconteceu um forte momento de louvor: o grande júbilo da integração entre os participantes do Encontro Mundial de Jovens e do Congresso Nacional ocorreu ao som da música “Oh, Happy Day!”, que foi entoada em coro pelos presentes. Michelle retomou, então, uma profecia em línguas ocorrida durante a Celebração Eucarística do sábado à noite. Seu marido, Peter Moran, proclamou a interpretação da profecia: “Uma estrela está surgindo, uma estrela da África, uma luz está surgindo aqui na América do Sul. Eu estou fazendo surgir um exército, como formigas marchando. As Minhas asas estão cobrindo as nações, o vento do Meu Espírito está fazendo o pássaro voar. Aquilo que estava velho será renovado. O que é novo será fortalecido. E é nas asas da oração que vocês vão voar e vão renovar o Meu mundo. Fiquem em silêncio e escutem a Minha Palavra lá no fundo do seu ser e vocês saberão a hora em que Eu pedir para vocês saírem e se


Setembro/Outubro 2012 ............................................

movimentarem; vocês saberão a hora”. A confirmação da profecia veio por meio do arcebispo de Belém/PA e assessor espiritual da RCCBRASIL, Dom Alberto Taveira, de acordo com uma palavra profética de João Paulo II, dita durante um encontro fechado com bispos da América Latina. Ele disse que o saudoso papa afirmou que a África e a América Latina irão reevangelizar o mundo. Aproveitando a presença de Patti Mansfield, Michelle Moran destacou a necessidade de os membros da Renovação Carismática conhecerem a história do Movimento. “Este conhecimento não pode ser apenas por nostalgia ou querer viver no passado, mas para dar passos à frente sabendo quem nós somos. Quando o Espírito Santo veio sobre aqueles estudantes, as coisas eram muito frágeis, era só o começo. Temos a responsabilidade de sermos os guardiões dos dons que Ele nos dá”, falou a presidente do ICCRS, referindo-se ao retiro ocorrido na Universidade de Duquesne, que deu origem à RCC. “Hoje nós estamos vivendo um novo tempo para uma nova geração. O que nós experimentamos é muito pequeno em comparação à grande visão que Deus está dando para vocês. Sejam corajosos, caminhem de uma maneira nova. Esta é a hora da RCC se tornar realmente missionária”, completou Michelle. Em seguida, Patti Mansfield foi chamada para ministrar uma oração e a conduziu sob a moção da entrega ao serviço de Jesus Cristo. “Para que outras pessoas possam receber esta graça que vivemos, precisamos pagar o preço. O preço é uma vida completamente entregue a Deus e uma vida de oração. Estejam prontos para isso”, disse. Em um segundo momento, ela convidou, ainda, os bispos, padres, diáconos e seminaristas presentes para

receber a oração do povo para a Igreja, para que fossem fortalecidos e encorajados em seu ministério. Para realizar o fechamento desse grande envio, tomou a palavra o presidente do Conselho Nacional da RCCBRASIL e conselheiro do ICCRS, Marcos Volcan. Ele fez uma breve avaliação da importância do Encontro Mundial de Jovens na vida do Movimento: “Esse evento quer celebrar antecipadamente o que acontecerá nos 50 anos da RCC. Temos a graça de ver o que muitas gerações não viram, estamos alcançando o mundo com o despertar de uma juventude extremamente vigorosa. Foram dias em que Deus consolidou em nossos corações o que Ele vinha preparando em nós há muito tempo... Esta geração irá antecipar a vinda do Senhor Jesus,” proclamou. O momento foi finalizado com um grande agradecimento às pessoas que trabalharam durante os últimos dois anos para que o sonho desses grandes eventos pudesse ocorrer, em especial aos funcionários do Escritório Nacional da RCC, representados por seu diretor executivo, Márcio Zolin; ao conselho do ICCRS, na pessoa do diretor Oreste Pesare; e à equipe de comunicação, na pessoa de Lúcia Zolin, coordenadora nacional do Ministério de Comunicação.

29


Setembro/Outubro 2012 ..........................................

momentos especiais

Um legado para as próximas gerações A primeira atividade do Congresso e do Mundial de Jovens foi um ato de preservação ambiental. Um grande plantio de árvores deixou uma herança natural para os moradores e visitantes de Foz do Iguaçu, através de um bosque de árvores nativas instalado no bairro

Jardim Santa Rosa pelos participantes. Baseado nos termos do Protocolo de Kyoto , o momento reuniu lideranças internacionais da RCC, como a presidente do ICCRS, Michelle Moran, e do Conselho Carismático Católico Latino Americano, Sheny Gongora, e do Conselho Nacional, Marcos Volcan, além de autoridades civis. Foram plantadas 450 pequenas árvores nativas de diversas espécies, entre elas pitangueiras, jacarandás e ipês-amarelos. As árvores foram plantadas tanto pelos conselheiros presentes quanto pelos jovens. “Tudo começou em um jardim”, disse o presidente do Conselho Nacional da RCCBRASIL, Marcos Volcan, fazendo uma comparação entre o início da humanidade e o primeiro ato dos

eventos. Para a presidente do ICCRS, Michelle Moran, a ação simbolizou um momento único na história da RCC e profético, à medida que colocamos a nossa fé em prática e deixamos um legado para as próximas gerações.

Autoridades civis e eclesiásticas marcam presença Diversas autoridades estiveram presentes nos pavilhões do Centro de Convenções de Foz do Iguaçu para prestigiar e participar das atividades do Mundial de Jovens e do Congresso Nacional. Entre elas estavam lideranças políticas como o prefeito de Foz do Iguaçu, Paulo Mac Donald Ghisi, e seu vice, Chico Brasileiro; os deputados Eros Biondini e Márcio Pacheco; o vereador Gessani da Silva; e o superintendente de comunicação da Itaipu Binacional, Gilmar Piolla. Entre as autoridades eclesiásticas que participaram dos encontros estavam o arcebispo de Maringá, dom Anuar Battisti, o bispo de Foz do Iguaçu, dom Dirceu Vegini, e o bispo emérito, dom Laurindo Guizzardi. Também participaram os líderes da Comissão para a Juventude da CNBB, dom Eduardo Pinheiro e padre Carlos Sávio.

30


Setembro/Outubro 2012 ...........................................

momentos especiais

Uma juventude que exalta a Santa Cruz

Uma grande demonstração pública de fé foi a segunda atividade do Encontro Mundial de Jovens da RCC. Mais de dois mil jovens saíram às ruas do bairro Jardim Três Fronteiras para a Peregrinação da Cruz. Contendo as cruzes distribuídas aos estados brasileiros durante o ENJ 2010, no Rio de Janeiro/RJ, uma grande cruz foi erguida pela juventude carismática, que proclamava que apenas no nome de Jesus deve ser colocada a nossa esperança. No trajeto de seis quilômetros entre a paróquia Nossa Senhora de Fátima e a catedral Nossa Senhora de Guadalupe, foram muitos os momentos de animação, mas também de

intensa oração. A caminhada começou após a exaltação à Santa Cruz. Em determinados locais, foram realizadas algumas paradas para reflexão. Das janelas das residências, muitas pessoas observavam, acenavam e oravam junto com a passagem da procissão. O encerramento aconteceu em frente à construção da nova Catedral de Foz do Iguaçu. Lideranças jovens do Movimento foram chamadas a receber uma pequena cruz como símbolo do momento que selou a unidade das nações. O momento foi finalizado com a oração do Pai-Nosso. Momento profético Para o equatoriano Kevin David, a pere-

grinação trará muitos legados: “Com certeza a Igreja deve permanecer unida e levar a paz a todo o mundo”, destacou. Mileide Flores, da Venezuela, mostrou qual era a sua visão sobre a peregrinação: “Maravilhoso, espetacular. É uma grande benção do Senhor este momento para a união de todos os valentes jovens que seguem o Jesus”, disse animada. Após a realização de oração pelo Batismo no Espírito Santo, foi proclamada uma profecia: “Não existem mais fronteiras entre os países, o Senhor nos fez uma só nação. A oração de batismo e intercessão alcançará todos os países em que a Palavra de Deus não é proclamada publicamente, pois as barreiras foram quebradas”.

Palavras do papa Bento XVI ao Mundial de Jovens Ao Reverendíssimo Bispo Dirceu Vegini O Santo Padre está grato em ter sido informado do Encontro Mundial dos Jovens da Renovação Carismática Católica que se realizou em Foz do Iguaçu, no Brasil, de 10 a 15 de julho, e envia saudações calorosas a todos os jovens que viajaram de toda parte para participar. Ele encoraja os participantes para se prepararem espiritualmente para a Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro e reza para que o Espírito Santo inflame seus corações com amor e guie suas mentes com luz e, assim, eles vão poder se tornar testemunhas convincentes de Jesus Cristo, “santos do Século XXI” (Discurso “Aos Jovens”, em Twickenham, 17 de setembro de 2010). Num mundo marcado muito frequentemente por cobiça e egoísmo, violência e exploração, ele exorta os jovens a sustentarem, para seus contemporâneos, os valores do Evangelho de amor generoso, paz, perdão e serviço ao próximo. Recomendando todos os que estão fazendo parte desse encontro e todos os que ajudaram a organizá-lo à intercessão da Virgem Maria, Mãe da Igreja, Sua Santidade alegremente concede Sua Benção Apostólica. Cardeal Tarcísio Bertone Secretário de Estado do Vaticano

31


Setembro/Outubro 2012 ..........................................

Congresso Nacional também é tempo para Grupo de Oração

Ministérios de Música,

talentos a serviço da RCC Em grandes eventos eles trabalham para que tudo aconteça num clima de oração e unção. Os Ministérios de Música Eterna Aliança e Arkanjos que animaram, respectivamente, o Congresso Nacional e o Encontro Mundial de Jovens colocaram seus talentos a disposição do Movimento não somente durante os dias de encontro. Isso porque os dois ministérios disponibilizaram músicas inéditas para download gratuito. A canção “Em tua presença”, do Eterna Aliança pode ser baixada no site do Ministério www.eternaalianca.com.br. Já a música “Esperança das Nações”, tema do Encontro Mundial de Jovens composta pela banda Arkanjos, está disponível na seção de downloads do Portal RCCBRASIL (www. rccbrasil.org.br/downloads).

Atividade permanente na antiga Catedral São João Batista, de Foz do Iguaçu/PR, o Grupo de Oração Rainha da Paz recebeu muitos visitantes no dia 11 de julho: os participantes do Congresso Nacional da RCC. O pregador convidado naquela noite foi Ironi Spuldaro, membro do Conselho Nacional da RCCBRASIL. Logo no início de sua pregação, ele convidou todos a abrirem-se ao abraço de Deus. “Na medida em que você se entrega, verá a manifestação de Deus em sua vida”, proclamou. Assim como o Grupo de Oração, que foi

uma mistura de pessoas de diversos locais do país, o Ministério de Música também foi montado especialmente para esse momento de louvor, oração, adoração e cura. Entre os presentes, havia pessoas nunca tinham participado de um Grupo de Oração.

Louvor e gratidão

Dois grandes ‘obrigados’ foram ditos durante a realização do Congresso Nacional. O primeiro deles foi dado à Renovação Carismática Católica do Paraná e da diocese de Foz do Iguaçu, grandes parceiras na realização dos eventos. O outro foi ao presidente do Conselho Nacional, Marcos Volcan, que chegou ao seu último Congresso à frente do Movimento no Brasil. Uma Valorosa Contribuição

Lideranças do Conselho Nacional e a coordenação da RCC-PR e da RCC Foz do Iguaçu estiveram no palco para a homenagem a essas grandes colaboradoras na execução do sonho de sediar o Encontro Mundial e o Congresso em Foz.

Outro homenageado neste momento foi Márcio Zolin, diretor executivo do Escritório Nacional, que foi coordenador diocesano da RCC Foz. Surpresa para um grande líder

A trajetória do presidente do Conselho Nacional, Marcos Volcan, foi relembrada na presença de sua família – pais, esposa, filhos e irmãos – e de pessoas importantes de sua caminhada, como a sua madrinha de Crisma, Maria Beatriz Spier Vargas. Depois de emocionantes falas de Reinaldo Beserra dos Reis, da madrinha e do pai, Helder Volcan, foi-lhe entregue um foto álbum composto de imagens do período em que esteve à frente do Movimento.

A serviço do Amor Um número recorde: mais de 500 servos participaram da equipe do Encontro Mundial de Jovens e do Congresso Nacional. Espalhados por dezenas de subgrupos, eles entregaram seu tempo, energia e disposição para proporcionar aos presentes nos eventos momentos de encontro com Jesus. Agradecemos a Deus por ter derramado sobre todos os servos seus dons e nosso obrigado pelo SIM generoso de cada um! 32


Setembro/Outubro 2012 ...........................................

Missas

Unidos em torno da Eucaristia Em programações paralelas ou unidos em um mesmo rebanho, diariamente os cerca de 10 mil carismáticos presentes no Centro de Eventos tinham encontro marcado com Jesus Eucarístico. No total, foram nove missas e dois momentos de Adoração. Além disso, os participantes também tinham a sua disposição, a Capela do Silêncio, local onde o Santíssimo Sacramento foi constantemente adorado. Confira mais detalhes sobre as celebrações. Dia 10 - Missa de acolhida turgia do dia era um convite à conversão e o dia 14

Os dois eventos foram abertos com a Celebração da Eucaristia, que foi presidida pelo bispo da diocese anfitriã, Dom Dirceu Vegini. O tema escolhido pelo prelado para sua homilia foi o da santidade. Ele destacou que “só os santos podem renovar a sociedade”. dia 11 Na tarde de quarta-feira, o bispo emérito de Foz do Iguaçu, Dom Laurindo Guizzardi, celebrou a Santa Missa no XXX Congresso Nacional. Em sua homilia, Dom Laurindo ressaltou que é na força do Espírito Santo que devemos buscar unidade e empenho para construir o Reino de Deus. Já a Santa Missa do Encontro Mundial de Jovens foi realizada em três línguas: português, espanhol e inglês. Ela foi presidida por Dom Eduardo Pinheiro, bispo auxiliar de Campo Grande/MS e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude da CNBB. A homilia foi um convite aos jovens para serem verdadeiros discípulos-missionários, construindo um projeto de vida à luz do Evangelho. dia 12 Na quinta-feira, a Missa do Congresso Nacional foi presidida por Dom Azcona. A li-

presidente da celebração levou os congressistas a avaliarem suas atitudes e se questionarem até que ponto estão sendo fiéis a Deus. No Encontro Mundial, a Missa foi celebrada pelo arcebispo de Maringá, Dom Anuar Battisti, bispo referencial da juventude do Regional Sul 2 (Paraná) da CNBB. O prelado deixou aos jovens palavras de esperança e incentivo, além de encorajá-los com seu testemunho a uma resposta generosa e amorosa ao chamado de Deus. dia 13 Dom Alberto Taveira foi o celebrante da Missa de sexta-feira no Congresso Nacional. Além de palavras de exortação, o bispo levou os presentes a intercederem pelos problemas do mundo, por seus Grupos de Oração e a pedirem uma nova efusão do Espírito sobre suas vidas. Já na Missa do Encontro Mundial, o celebrante foi Dom Azcona que ressaltou a necessidade do cristão de uma renovação total. Ele também testemunhou que seu verdadeiro encontro com o amor de Deus aconteceu apenas aos 41 anos: “Deus não me amou por causa das boas obras, ao contrário, eu estava cego e Jesus teve misericórdia de mim, então eu entendi o que é o Amor de Deus”, testemunhou.

No início da noite de sábado, os participantes do XXX Congresso Nacional e do Encontro Mundial de Jovens celebraram juntos a Santa Missa. Ao final, os representantes de cada estado brasileiro subiram ao palco para receber as cruzes, símbolos das Semanas Missionárias, projeto que já está sendo realizado em centenas de dioceses brasileiras. Dia 15 – Missa de encerramento A última atividade do XXX Congresso Nacional e do Encontro Mundial de Jovens foi a Celebração Eucarística presidida por Dom Alberto Taveira. Em sua pregação, o bispo aproveitou o fato de a assembleia ser formada por diferentes gerações para deixar uma mensagem de ânimo e perseverança, ressaltando que nossa postura deve ser sempre de rejuvenescer no Senhor, independente da idade que tenhamos. De acordo com o arcebispo, o corpo físico chega a um auge e depois retrocede. “Mas a linha da vida espiritual não tem direito de entrar em declínio, tem sempre que estar crescendo”, exortou. No ofertório, um momento emocionante: foram levadas aos pés do altar as bandeiras dos países presentes, como forma de oferta e consagração das nações. 33


Setembro/Outubro 2012 ..........................................

momentos especiais

Duas noites marcadas Nas noites dos dias 12 e 13 de julho, o XXX Congresso Nacional e o Encontro Mundial de Jovens viveram o Festival Nacional de Música Católica e as Noites Culturais. Ambas atividades proporcionaram grande integração entre os carismáticos dos diversos lugares do Brasil e do mundo.

Festival Nacional de Música da RCC Com o objetivo de escutar a voz profética do Espírito que inspira a arte nos nossos Grupos de Oração, a RCC, através do Ministério de Música e Artes, promoveu o Festival Nacional de Música que teve sua etapa final durante o XXX Congresso Nacional. Depois de passar por etapas diocesanas e estaduais, 21 Ministérios de Música, cada um representando um estado do país, foram selecionados. Duas noites foram necessárias para que os 19 estados presentes em Foz do Iguaçu apresentassem suas composições. Antes de cada música ser interpretada, era contada uma breve história das canções que traduzem experiências de oração ou testemunhos de fé. A cada nova música interpretada, uma atmosfera de oração e emoção tomava conta dos presentes. Além da diversidade cultural do nosso país, cada canção também refletia de forma particular características da espiritualidade e da identidade carismática. Ao final da segunda noite, todos os interpretes cantaram juntos e assim demonstraram a unidade entre os Ministérios do Brasil ali representados.

34


Setembro/Outubro 2012 ...........................................

pela arte e integração Noite Cultural Uma mostra da diversidade cultural e da evangelização dos países participantes do Encontro Mundial de Jovens: assim foram as Noites Culturais. O Ministério de Artes Renascer, de Maringá/PR, foi o primeiro a subir no palco com um teatro. A segunda apresentação da noite foi a do Ministério de Artes do Peru que também apresentou uma encenação, além de uma dança típica peruana. Já a comitiva da Venezuela empolgou o público com muitas roupas típicas e com uma música que clamava: “Desce, desce, Espírito Santo, vem! Estamos necessitados do teu poder”. Para finalizar a noite, mais apresentações brasileiras. A dupla Taína e Naiara, de Apucarana/PR, dançou ao som da banda paranaense “Livres para amar”. Já a banda Hava, de Caxias do Sul/RS, apresentou um show de rock católico. Por fim, a música da banda Pampa Celeste fez com que o Centro de Convenções se transformasse em um grande baile gaúcho. Na segunda noite cultural, a música, o teatro e os elementos folclóricos mais uma vez animaram os jovens. A delegação da República Dominicana trouxe alegria com a música “Cristo Vive”. Depois, foi a vez da Argentina. Representada pelo artista Jorge Tarifa e seus bonecos gigantes, os “hermanos” emocionaram a todos. Já a apresentação dos espanhóis foi um convite ao louvor com diversas músicas muito conhecidas pelos membros da RCC daquele país. Com muitas cores e instrumentos, os sul-coreanos apresentaram o Sumulnori, uma mistura de tambores, gongo e percussões. A participação do Brasil contou com apresentações de Eros Biondini e Márcio Pacheco. Finalizando a noite, mais uma vez o ritmo dos pampas embalou os presentes com a banda Estância Divina.

35


Setembro/Outubro 2012 ..........................................

Notícias

ICCRS reunido no Brasil define passos rumo ao jubileu da RCC Para os membros do conselho do Serviço para a Renovação Carismática Católica Internacional (ICCRS), a estada na cidade de Foz do Iguaçu foi prolongada por mais alguns dias. Isso porque, já no dia seguinte ao encerramento do Encontro Mundial de Jovens da RCC, estavam programadas as atividades de mais uma reunião ordinária do organismo que coordena o Movimento em nível mundial. Por causa da grande quantidade de atividades ocorrida durante o evento, o primeiro dia foi dedicado à vivência fraterna. Os conselheiros e suas famílias visitaram as principais atrações de Foz do Iguaçu, como as Cataratas e a Usina de Itaipu. A partir da terça-feira, começaram as reuniões do Conselho. Foram quatro dias de orações, reflexões e diálogo sobre os passos a serem dados pela Renovação do mundo inteiro nos próximos anos. Um dos temas que mais ocupou o tempo das conferências, como não poderia deixar de ser, foi a caminhada rumo aos 50 anos da RCC. A realização dos dois próximos eventos internacionais do ICCRS - a Consulta Profética que ocorrerá em Jerusalém, no ano de 2013, e o Encontro Internacional do ICCRS em Uganda, em 2014 – foi um dos principais focos nesse ponto. O projeto de formação do ICCRS também foi discutido durante as reuniões. Estão sendo revisados os primeiros níveis de formação – o Curso de Treinamento de Lideranças e o Instituto de Formação, de forma a aperfeiçoá-los para as novas edições. Além disso, a Universidade do Espírito Santo e os programas de pós-graduação passam a tomar forma. Segundo a presidente do ICCRS, as ideias 36

fundamentais sobre o assunto foram apresentadas aos conselheiros. “Depois de passarmos pelo Conselho, agora voltaremos a conversar com as universidades pontifícias que poderão ser nossas parceiras”, explica Michelle Moran. Outra ideia a ser concretizada pelo ICCRS é uma grande rede internacional de intercessão pelo Movimento. O projeto ficou a cargo do vice-presidente do Serviço, Cyril John.

Brasil 2012 e Consulta Profética – Jerusalém 2013 Tarefas: Apresentar mais pessoas à experiência do Batismo no Espírito Santo e garantir que a chama do Movimento seja repassada para a juventude. 2014-2015

Um novo Pentecostes para uma Nova Evangelização Em 2017, a Renovação Carismática Católica comemora o seu Jubileu de Ouro, quando serão celebrados os 50 anos do retiro da Universidade de Duquesne, marco inicial do Movimento no Mundo. De forma a destacar a data, o ICCRS preparou um projeto que inclui uma série de iniciativas em torno desse momento. Saiba mais sobre a caminhada que nos levará à grande comemoração do Jubileu. 2012-2013

a Chama, Koinonia, Carismática, Formação Eventos: Evento internacional – Uganda 2014 + Retiro internacional para sacerdotes – Roma 2015. Tarefas: Encorajar pessoas, liberar os carismas, promover a maturidade eclesial, proteger a Renovação e corrigir erros. 2016-2017

Acendendo a Chama Trecho de inspiração: Rm 12, 1-2 Prioridade: Identidade da RCC Palavras-chave: Acendendo a chama, Martyria,

Renovação, Batismo no Espírito Santo Evangelização Eventos: Encontro Mundial de Jovens –

Inflamando a Chama Trecho de inspiração: 2Tm 1, 6-7 Prioridade: Maturidade da RCC Palavras-chave: Mantendo e espalhando

Espalhando a Chama Trecho de inspiração: Lc 4, 18-19 Prioridade: Influência da RCC Palavras-chave: Inflamar a chama,

Diakonia,

Católica, Cultura de Pentecostes, Missão e Evangelização. Eventos: Jubileu de Ouro da RCC – Roma 2017 Tarefas: Mover-se em missão e evangelização, servir à Igreja, promover a Cultura de Pentecostes e transformar a sociedade.


Setembro/Outubro 2012 ...........................................

Notícias

CENTRO DE EVENTOS JÁ ESTÁ EM OBRAS!

O grande pavilhão, com capacidade para abrigar até 15 mil pessoas,já começou a sair do papel. O Centro de Eventos da Sede Nacional da RCCBRASIL começou a ser construído no início do mês de setembro. Caso o cronograma de obras não atrase, ele será entregue pronto em meados de dezembro. Dessa forma, o Encontro Nacional de Formação para Coordenadores e Ministérios do próximo ano já poderá ser realizado na Nossa Casa, Nossa Bênção! Já pensou que grande graça? Essa obra teve um grande incentivo: a

doação de trinta pilares, no valor de R$ 10 mil cada, efetuada por membros do Movimento ou por Grupos de Oração. Desses, 12 foram durante o Congresso e outros seis em um evento no Rio Grande do Sul, realizado justamente no dia em que a obra completava dois anos! Para que possamos honrar nossos compromissos, agora é a hora que precisamos ainda mais da sua fidelidade! Contribua com a construção através dos carnês do projeto “Eu sou um construtor”, dos selos de Nossa Senhora de Pentecostes ou do tema do ano.

CONHEÇA A TERRA SANTA E AINDA COLABORE COM A NOSSA CASA!

A nossa viagem está chegando! Entre os dias 13 e 22 de novembro, a RCC do Brasil embarcará rumo à Terra Santa para viver momentos intensos de espiritualidade e fé. Serão dez dias de peregrinação, quando poderemos estar nos mesmos lugares onde o nosso Senhor esteve, pregou, operou milagres... O pacote oferece alimentação, hospedagem e translado entre as diferentes regiões visitadas. Durante os dias de permanência em Israel, serão percorridos diversos pontos que nos são familiares pelos Evangelhos: Monte Tabor, Caná, Nazaré, Cafarnaum, Mar da Galileia, Rio Jordão, Belém, Betânia, Jericó e Jerusalém. Centenas de pessoas já garantiram o seu lugar. Uma delas é o paranaense Daniel Carvalho: ele comprou um número da Ação entre Amigos ocorrida durante o Congresso Nacional, que arrecadava fundos para a cons-

trução, e foi sorteado. O seu prêmio foi um pacote gratuito para a peregrinação. Partilhe conosco dessa experiência. Mais informações no Portal RCCBRASIL ou ligue para o Escritório Nacional: (53) 32270710 e peça para falar com Maria Teresa.

ESCOLA NACIONAL DE FORMAÇÃO CHEGA À QUINTA EDIÇÃO

Uma verdadeira maratona de formação, espiritualidade e missão. Cerca de 100 jovens de todas as regiões do país estiveram reunidos em Foz do Iguaçu/PR para a quinta edição da Escola Nacional de Formação para Líderes e Missionários da RCC, que ocorreu de 16 a 26 de julho, nas dependências da Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Pelo fato de a Escola acontecer na sequência do Encontro Mundial de Jovens, muitas pessoas permaneceram na cidade para participarem dessa grande experiência. A turma da primeira etapa se caracterizou pela representatividade de todas as regiões do país e pela diversidade de idades. No meio da juventude, chamava à atenção a presença de pessoas de mais idade como dona Clarice Drummond, da Arquidiocese do Rio do Janeiro, que completou 76 anos de idade durante os dias de Escola. Os integrantes da primeira etapa passaram a maior parte do tempo em sala de aula, com conteúdos voltados à doutrina e à experiência carismática. Eles também desenvolveram trabalhos junto aos núcleos dos Grupos de Oração da região. Em uma das noites, os alunos tiveram atendimento individual de oração, conduzido pelo Ministério de Oração por Cura e Libertação da diocese de Foz do Iguaçu. Já os alunos da segunda etapa, além das aulas teóricas, desenvolveram grande número de atividades missionárias na paróquia de Nossa Senhora Aparecida e do Divino Espírito Santo. Lá realizaram o anúncio do Querigma, noites carismáticas, reuniões com os Grupos de Oração, tarde de louvor com as crianças, entre outros. 37



Mais fotos no site www.rccbrasil.org.br/imagens



Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.