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NESTA EDIÇÃO
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Especial
Contra quem lutamos?
Armas para a batalha
06 Jesus no Litoral 10 anos
Vinde, Espírito Santificador!
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Publicação Oficial da RCC do Brasil Editada pelo Escritório Nacional da RCC do Brasil
Missão Uganda
Finalização do Centro de Eventos da Sede Nacional
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AINDA NESTA EDIÇÃO 04 entrevista: “a rcc é tua, senhor” 14 A teologia do corpo e a sociedade do consumo 18 testemunho terra santa: “uma experiência que deve ser feita por todo cristão, ao menos uma vez na vida!” 20 notícias
ANO 14 - Edição Nº 78 Janeiro/Fevereiro 2013 JORNALISTA RESPONSÁVEL Lúcia Volcan Zolin - DRT/SC 01537 REDAÇÃO Ana Cássia Pandolfo Flores Shana Dockendorff FOTOS Arquivo RCCBRASIL DESIGN E DIAGRAMAÇÃO Priscila Carvalho Ricardo Silva E-MAIL dpto.comunicacao@rccbrasil.org.br
ESCRITÓRIO ADMINISTRATIVO DA RCC BRASIL Praça Vinte de Setembro, 482- Centro CEP 96015-360 Caixa Postal 002 - Pelotas / RS Tel.: (53) 3227.0710
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entrevista
“A RCC é Tua, Senhor!” O Conselho Nacional da Renovação Carismática Católica do Brasil, possui nova presidente. Desde o dia 1º de janeiro, Katia Roldi Zavaris desempenha suas funções na coordenação do Movimento, mas teve sua posse oficial durante o Encontro Nacional de Formação, o ENF 2013. Além de ser empossada, na ocasião foram apresentados os novos membros do Conselho Administrativo, coordenadores nacionais de Ministérios e Comissões. Para que os carismáticos possam conhecer um pouco mais da vida da primeira mulher que estará à frente do Movimento, preparamos uma entrevista especial com a Katia, na primeira edição de 2013 da Revista Renovação. Acompanhe e conheça mais sobre a nossa presidente e suas motivações para a nova missão que Deus lhe confiou. em Deus. Com um ano de participação eu já era serva, em seguida membro do núcleo e, pouco depois, tornei-me coordenadora. Fui membro do Conselho da arquidiocese de Vitória, depois coordenei o estado do Espírito Santo por sete anos, quando participei do Conselho Nacional. Após dois anos fora do Conselho, fui convidada pelo Marcos Volcan a voltar, ficando até o final da sua gestão. Em junho de 2012 fui eleita coordenadora da arquidiocese de Vitória e, em 29 de setembro do mesmo ano, presidente do Conselho Nacional da Renovação Carismática Católica do Brasil.
2 - E agora, com a eleição da presidência da RCCBRASIL, como fica a RCC de Vitória?
1 - Katia, queremos conhecêla e saber como iniciou e se desenvolveu a sua caminhada na Renovação Carismática Católica?
Sou de Vitória, no estado do Espírito Santo. Participo do Grupo de Oração Vida Nova na Paróquia Santa Rita de Cássia e estou na Renovação Carismática Católica des-
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de 1987, quando, a convite de uma amiga, fui conhecer o Grupo de Oração Rainha dos Apóstolos na Catedral de Vitória. No momento em que cheguei ao Grupo, encantei-me, encontrei-me e aquela experiência maravilhosa com Jesus Cristo aconteceu. Nasci em uma família extremamente católica, participante e praticante, mas essa experiência que eu vivi no Grupo de Oração me permitiu uma caminhada mais profunda
Logo que fui eleita em Aparecida/SP, na assembleia ordinária do Conselho Nacional, recebi algumas mensagens com perguntas como “E nós da RCC de Vitória, como ficaremos?” Ao ser questionada percebi que antes de sair teria que completar o que Deus me havia pedido quando fui eleita, em junho de 2012, como coordenadora da arquidiocese de Vitória. O Senhor me inspirou, pelo seu Espírito Santo, a estabelecer diretrizes, fazer um planejamento estratégico tendo em
Entrevista
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vista o fortalecimento da espiritualidade, dezenove anos com Sérgio Carlos Zavaris, ria, conseguiremos ser obedientes àquilo identidade, formação, etc. dos nossos Gru- que eu conheci quando éramos adolescentes que Jesus quer para a RCC nesse tempo. A estudando inglês na mesma escola de idio- RCC tem caminhado através de uma visão pos de Oração. De fato, Deus tem caminhos perfeitos mas. Fomos colegas de sala de aula durante profética para uma evangelização cada vez cinco anos, mas nós mais eficaz. O que eu penso é que será um para a condução do De fato, Deus tem cami- éramos bem novos, tempo de escuta profunda e de realizações Seu Reino e a realização do Seu plano. nhos perfeitos para a condução apenas amigos. Meu ousadas, como tem sido até hoje, para que Portanto, tenho que do Seu Reino e a realização do sogro e minha sogra mais almas sejam alcançadas e mais pesparticipavam do mes- soas possam ouvir falar do nome de Jesus ficar ainda algum mo Grupo de Oração Cristo, assumindo-O como seu único Senhor tempo à frente da ar- Seu plano” quidiocese de Vitória até que o plano do Se- que eu, foi quando então reencontrei com e Salvador. nhor para este tempo seja cumprido. E essa ele e tempos depois começamos a namorar. Dois ou três anos depois de casados, 5 - Deixe uma mensagem aos etapa servirá, e já está servindo, de base para todas as ações que serão implementa- fui eleita coordenadora estadual do esta- membros do Movimento Eu gostaria de dizer a todos que pardas em nível nacional. De minha parte, cabe do do Espírito Santo e o Sérgio começou dizer o sim como Maria: “Eis aqui a serva a participar mais ativamente na RCC. Na ticipam da RCC do Brasil, a todos os Grupos do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua época, ele havia terminado o mestrado em de Oração que existem nesse país, que nós informática e o Conselho Estadual decidiu nascemos para evangelizar com renovado palavra” (Lucas 1, 38). criar uma comissão de informática para de- ardor missionário a partir da experiência 3 - Fale um pouco sobre a sua senvolver o site do estado, da qual ele ficou do Batismo no Espírito Santo. Para isso, vida profissional e pessoal. como coordenador. Em 2004, ele assumiu o nossa ação missionária, a partir de nossos Sou formada em Letras/Inglês pela Ministério de Fé e Política no estado e, em Grupos de Oração, exigirá de todos nós uma Universidade Federal do Espírito Santo e, 2009, foi convidado pelo Marcos Volcan profunda doação. Não se pode ter medo de dizer: “Senhor, eisdesde os 11 anos de idade, quando conheci o para ser o coordenaUsa, Senhor, a Renovação -me aqui! A minha inglês, tive certeza de que essa era a minha dor nacional desse vocação em termos profissionais. Assim, Ministério, no qual Carismática Católica da forma vida é Tua, faça dela o que o Senhor procurei esse caminho para a minha vida está até hoje. Nós não que o Senhor quiser, pois ela tudo quiser. A Renovação é profissional, dando aulas desde meus 16 temos filhos, porque Tua, ela pertence a Ti, anos em institutos de idiomas e na educa- não podemos tê-los, pertence a Ti, ela é Tua”. ção pública. Posteriormente, Deus me deu a mas o Senhor tem nos dado muitos filhos ela surgiu a partir de um sopro do Espírigraça de ter a minha própria escola. Atual- espirituais ao longo de nossa missão e a ale- to Santo para evangelizar, para levar o Teu Nome aos quatro cantos da terra. Usa, Semente tenho duas escolas de idiomas, uma gria de vê-los crescer na fé. nhor, a Renovação Carismática Católica da em Vitória e outra em Vila Velha. Dou aula na escola todos os dias, o que me realiza 4 - Como é ser eleita Presi- forma que o Senhor quiser, pois ela pertence muito. É uma obra muito bonita que Deus dente do Conselho Nacional a Ti, ela é Tua”. Nesse ano de 2013, dentro da temátivem fazendo, porque Ele usa da nossa vida da RCCBRASIL? ca do Ano da Fé, proposto pelo Papa Bento como um todo - não há como separar a vida Eu me sinto muito honrada com esse profissional da espiritual. Falo isso porque chamado de Deus para coordenar a RCC do XVI, viveremos o tema “Esta é a vitória que Deus usou da minha profissão também Brasil e em ser a primeira mulher a estar vence o mundo, a nossa fé” (I Jo 5, 4b). para a missão. Comecei a fazer traduções à frente do Movimento na história do país. Que nós possamos, através dos Grupos de em eventos católicos há doze anos, aqui no Sinto que foi uma escolha de Deus junto com Oração, das formações e de todas as nossas Brasil e também fora do país. Para mim, é Maria. Como disse Dom Alberto Taveira ao atividades, fortalecer nossa fé em Jesus, que uma alegria trabalhar com educação e mais final da eleição em Aparecida/SP, este será é o único Senhor, o único Salvador, o Verdaespecificamente com idiomas. o tempo da ternura e de Maria. Eu acredito deiro Deus. Que Deus abençoe a todos! Sobre a vida pessoal, sou casada há que, com a intercessão da Nossa Mãe, Ma-
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Quem é o inimigo? Na nossa caminhada de fé, vivemos em constante combate espiritual e, portanto, precisamos saber contra quem lutamos. Na nossa caminhada de fé, é preciso conhecer o inimigo não para supervalorizá-lo, mas para estarmos atentos às brechas por onde ele possa agir. Por Marcelo Marangon Coord. Nacional Ministério de Cura e Libertação Grupo de Oração Rainha da Paz
O Catecismo da Igreja Católica ensina que “o Mal não é uma abstração, mas designa uma pessoa, Satanás, o Maligno, o anjo que se opõe a Deus”. O ‘diabo’ (diabolos) é aquele que ‘se atira no meio’ do plano de Deus e de sua ‘obra de salvação’ realizada em Cristo. (Catecismo, n. 2851) A Bíblia afirma em I João 5,19: “Sabemos que somos de Deus, e que o mundo todo jaz sob o maligno”. Assim, temos conhecimentos que além do mundo que vemos, existe também uma realidade espiritual. Ambas as realidades estão intrinsicamente relacionadas, o que constitui a criação como tal. A busca pela compreensão dessa realidade ajuda-nos no entendimento das situações que ocorrem no mundo e na compreensão do porquê São João nos faz essa afirmativa tão temível de que o mundo todo jaz sob o maligno. Tal realidade deve despertar em nós a consciência que estamos em verdadeiro combate espiritual. Dessa forma, devemos declarar guerra contra o maligno e seus aliados, a fim de libertar nossas famílias, amigos e até a humanidade de sua servidão e cativeiro.
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Para iniciarmos uma guerra e obtermos vitórias, precisamos antes conhecer o nosso adversário. Quem é o inimigo? Quais suas estratégias? E precisamos nos preparar e convocar nossos aliados espirituais, ou seja a Virgem Santíssima, os Anjos e Santos que se encontram ao lado de Deus. Precisamos de um manual de guerra, aquele que está disponível através das Sagradas Escrituras, dos Documentos e Tradição da Igreja Católica, da vida dos Santos e dos Mártires que deixaram um legado de como vencer esse inimigo. O Papa Paulo VI, na audiência geral de 15 de novembro de 1972 disse: “O mal não é só uma deficiência, mas uma eficiência, um ser vivo, espiritual, pervertido e pervertor. Realidade terrível, misteriosa e assustadora”. O papel fundamental de nosso inimigo é levar o mundo à perdição, levar a humanidade inteira à perdição. Ele, por vontade própria, se afastou de Deus e deseja levar todos a também se afastarem da salvação, incutindo o seu ódio a fim de que todos odeiem Jesus Cristo. Ele espera que possamos ceder as suas seduções e, distraídos, caíamos em suas ar-
madilhas, perdendo assim a Salvação que já foi conquistada por Jesus, a preço de sangue! Segundo o exegeta W. Foerster, “a concepção do Novo Testamento sobre satanás é determinada por uma absoluta oposição entre Deus e satanás, e os homens não podem, sozinhos, se libertar desse poder...” Contudo, ensina o Magistério da Igreja : “O poder de satanás não é infinito. Ele não passa de uma criatura, poderosa pelo fato de ser puro espírito, mas sempre criatura: não é capaz de impedir a edificação do Reino de Deus. Embora Satanás atue no mundo por ódio contra Deus e seu Reino em Jesus Cristo, e embora a sua ação cause graves danos – de natureza espiritual e, indiretamente, até de natureza física para cada homem e para a sociedade, esta ação é permitida pela Divina Providência, que com vigor e doçura dirige a história do homem e do mundo. A permissão divina da atividade diabólica é um grande mistério, mas ‘nós sabemos que Deus coopera em tudo para o bem daqueles que o amam’” (Catecismo, n. 395). Nos tempos atuais, a cultura pós-
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-moderna, influenciada pelas artimanhas de satanás, esforça-se para eliminar a realidade da salvação que só poderia ser obtida por meio de Jesus, e tenta conduzir o homem a procurar por ele mesmo ou pelo caminho das falsas religiões, a própria salvação. Satanás tenta de todas as maneiras demonstrar, por exemplo, que é normal o uso das drogas, a prática do aborto, crimes, separação conjugal etc, procurando destruir definitivamente os valores cristãos. Devemos estar atentos e buscar sempre conhecer aquele que nos deseja destruir e lutar contra ele. Devemos ter claro e firme o propósito de não nos relacionarmos com essa terrível entidade e não nos vendermos a ele, embora muitos nos dias de hoje já tenham se vendido, deixando-se influenciar por interesses pessoais, pelo acúmulo de dinheiro, pela busca desregrada do prazer, do sexo, do poder etc. Satanás, o príncipe das trevas, luta para que o pecado fique oculto, pois teme que ele seja trazido à luz, confessado e perdoado. O demônio pode assustar uma pessoa, perturbá-la profundamente, apresentar-lhe imagens e excitar as fantasias pelos caminhos da imaginação; tentá-la a ponto de induzi-la a cometer pecados, com o propósito de mantê-la afastada de Deus. São João Maria Vianney (o Cura d’Ars) nos esclarece: “Que há inferno e anjos decaídos condenados isso é dogma da nossa fé católica”. De acordo com a fé católica, o demônio é um ser pessoal e existente e não uma ficção da fantasia. “No mundo, é verdade, a sua ação permanece oculta, porém, às vezes, com permissão de Deus, se manifesta exteriormente. É que sem dúvida vê ameaçada sua influência nesta ou naquela parte da terra, e como não pode atacar diretamente a Deus, o invisível malfeitor se esforça em esterilizar os trabalhos dos seus obreiros..”1 Que Deus possa nos dar a graça de poder caminhar e aprofundar, com equilíbrio e sempre em sintonia com os ensinamentos da Igreja Católica, desmascarando as teias do Mal e desse mundo espiritual – infelizmente ignorado pela maioria da
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sociedade atual – e apresentar-lhe Jesus Cristo, único salvador. O inimigo já foi derrotado. Jesus já o venceu na cruz; Nossa Senhora, a Santíssima Virgem, o venceu desde o princípio da sua concepção, através de seu sim a Deus; o arcanjo Miguel durante o Combate que houve no céu precipitou-o no inferno (cf. Ap 12, 7-9); todos os Santos da Igreja Católica venceram as suas seduções e tentações e alcançaram a vida eterna; e a Igreja é vencedora porque sobre Pedro, príncipe dos apóstolos e primeiro papa, está a promessa de Jesus: “As portas do inferno não prevalecerão contra ela” (cf. Mt 16, 18b). Portanto, irmãos, nós também já somos vencedores. Se o inimigo já está derrotado, nós devemos nos conscientizar cada vez mais e discernirmos, à luz da verdade bíblica e segundo os ensinamentos do Magistério, seus possíveis modos de atuação, fechando definitivamente todas as brechas por onde ele possa estar agindo, e, desse modo, proclamarmos a vitória de Jesus em nossas vidas! Não podemos ignorar a existência do Mal, mas também não podemos supervalorizá-lo. Que o Espírito Santo nos defenda das sutilezas do nosso inimigo e possamos resistir às tentações e seduções daquele que já foi derrotado pela cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo. Amém!
1 - (Mons. Francis Trochu, O Santo Cura d’Ars, Editora Lítera Maciel Ltda) 7
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ARMAS PARA A GUERRA ESPIRITUAL “Ao desassombro (parresia) da fé deve corresponder a audácia da razão” (João Paulo II, Fides et Ratio, 48).
Por Dercides Pires da Silva Membro do Conselho Estadual da RCC Goiás Grupo de Oração Nossa Senhora das Graças
Há entre nós, católicos, pouca compreensão sobre algumas realidades espirituais. Uma dessas é a existência do demônio e como ele age. Não que todos nós sejamos incrédulos quanto à existência de satanás, do seu séquito e do inferno; é que, se por um lado se admite a existência do maligno; por outro, agimos como se ele não existisse, não tentasse ninguém e não quisesse levar as pessoas à perdição eterna. Isso, de fato, é lastimável, porque tal modo de viver coloca a pessoa crente – provavelmente meio crente, pois quem tem fé crê na Bíblia por inteiro – à disposição do tentador. Comumente, e infelizmente, a guerra espiritual, embora tenha fundamento bíblico e doutrinal para ser tratada com seriedade, não poucas vezes, chega a ser mencionada com desprezo entre nós. Isso se vê em frases e anedotas aparentemente despretensiosas, como estas: “Fulano não fala de Deus, só fala do demônio”. Ora, é evidente que a evangelização deve apresentar Jesus, mas uma evangelização que não desmascare o mal humano (injustiças sociais, corrupção do cidadão comum e das autoridades, entre outros) e o mal espiritual (satanás e seu modo de agir), não estaria incompleta? 8
Sem orientação, cada qual “se vira” como consegue, como eu “me virei” quando comecei a coordenar um Grupo de Oração, lá pelos idos de 1987. Naquela época, durante certo tempo, quando eu ia orar, me vinham na lembrança, com anormal insistência, as histórias das guerrilhas vietcongues que ouvi no tempo de serviço militar. Naquela guerra, pela primeira vez na história, houve um perdedor sem derrota. Os estadunidenses, praticando guerra convencional, não conseguiram atingir seu objetivo: dominar uma nação. Logo, eles não foram derrotados no sentido clássico da guerra, mas também não foram vitoriosos. Mesmo assim, se sentiram terrivelmente derrotados. Ao deixar-me conduzir pelo Espírito Santo, em oração, compreendi o que o Senhor queria me dizer: meu Grupo de Oração, e eu mesmo, estávamos sob ataque. Um ataque com táticas de guerrilha, assim como aconteceu no Vietnã. Os vietcongues usavam muitas táticas, uma delas era jamais se deixarem ver. Ocultavam-se em florestas e túneis e só saíam à luz do sol sem uniformes de soldado. Usavam, além de armas de fogo, armas brancas e armadilhas que feriam os soldados que se
deslocavam à frente das patrulhas. Logo, essa tática atingia fortemente a moral da tropa atacada, pois ninguém gostaria de seguir à frente, temendo ser atingido. Outra estratégia era escolher como alvos preferenciais os comandantes do exército inimigo. Imagine o efeito disso num exército. Quando os guerrilheiros atingiam seus alvos, não o faziam para matar; sua intenção era somente ferir, pelos seguintes motivos: um soldado morto logo era substituído; um ferido, exigia gastos com pessoal, equipamento, remédios, cuidados especiais, tratamento de urgência, transporte. Além disso, os vivos gemiam, gritavam de dor, clamavam pelas mães, pediam para não morrer e, muitas vezes, morriam. Dá para imaginar o que isso provocava nos colegas? E no país deles, quando retornavam aleijados de corpos ou de alma? Isso me ajudou a ver o quanto entre nós pode estar havendo líderes zumbis (morto-vivos), colocados nessa condição por alguma ação do maligno. Quem seriam estes? Seriam, talvez, os que estão mornos. Não estão ardorosos, vigorosos na missão. Estão realizando as missões como se não tivessem a unção do Espírito Santo, como se não quisessem servir
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a Jesus, desanimados, desmotivados. Talvez aqueles irmãos entre nós, principalmente os líderes, ou aqueles que deveriam estar liderando para o bem, que estão lamuriando (gemendo) sob o peso de problemas “insolúveis” estariam sob ataque do Mal, e feridos! Não seria o caso de discernir que espírito os está animando, ou desanimando? Isso, evidentemente, sem ir para o exagero de pensar ou crer que todo o mal provém do maligno. Ora, certamente, o demônio, desejando atrapalhar ou impedir a salvação dos irmãos, não haverá de colocar nossos líderes sob possessão, mas sim sob tentação, opressão, obsessão, infestação. Por quê? Porque se algum líder cai sob possessão maligna, imediatamente haverá de ser substituído por outro que, com a graça de Deus, deverá produzir bons frutos de salvação. Por outro lado, estando o líder somente cedendo à tentação, sob obsessão, opressão ou infestação, infelizmente, por falta de discernimento da comunidade, não será substituído e nem tratado; permanecerá na coordenação que exerce, bem como em algum outro ministério, exercendo suas funções sem ardor, vigor, fé, parresia, enfim, como se não fosse ungido pelo Espírito Santo, produzindo frutos amargos, ou não produzindo fruto algum. Espero que todos nós já tenhamos motivos para nos defender dos ataques do
maligno. Então, vamos às questões práticas: como nos defender de um inimigo hábil em se ocultar, inteligente, maldoso por natureza e invisível, posto que é espiritual? Aproveitando a noção de guerra já utilizada, poderíamos organizar nossa guerra espiritual em estratégias, táticas e técnicas. Afinal, a Palavra de Deus nos diz que “quando um homem ouve a Palavra do Reino e não a entende, o maligno vem e arranca o que foi semeado no seu coração” (Mt 13, 19). O item mais necessário para se organizar uma boa estratégia é visão de conjunto, pois quanto mais abrangente for a visão de quem planeja, maiores serão suas possibilidades de acerto. Além disso, é bom lembrar que a estratégia é atividade destinada aos generais, pois, ninguém mais do que eles deve ter uma boa visão de conjunto. Nosso general é Jesus. Ele já nos revelou sua estratégia. E, como toda boa estratégia contém princípios; os quais, ele também já no-los revelou. A estratégia que Jesus nos propõe, e que é a única que pode nos levar à vitória sobre o mal é unir-se a Ele, como Ele mesmo nos disse: “sem mim nada podeis fazer” (Jo 15, 5) e, “qualquer coisa que me pedirdes em meu nome, vo-lo farei” (Jo 14, 14). Ele é o general que venceu, pessoalmente (sem mandar soldados para a morte), a satanás e suas hostes malignas. Foi para isso tam-
bém que Ele veio, pois salvar a humanidade incluía a vitória sobre o maligno: “... o demônio peca desde o princípio. Eis por que o Filho de Deus se manifestou: para destruir as obras do demônio” (1Jo 3, 8). Nosso Senhor venceu, deu e dá poder aos seus discípulos para fazerem o mesmo: “Eis que vos dei poder para pisar serpentes, escorpiões e todo o poder do inimigo” (Lc 10, 1.19). Quanto aos princípios, podemos extrair vários da Sagrada Escritura, dentre os quais, propomos os seguintes: fé, amor (a Deus, a si mesmo e ao próximo), unidade com a Igreja (também com o movimento eclesial ao qual se pertença), verdade, bondade e retidão de vida (santidade prática, em todos os atos) como regras de vida, obediência a Deus (Uno e Trino) como autoridade originária e aos líderes que tenham posição hierárquica sobre nós, como autoridades delegadas por Deus, e certeza da salvação. Eles são antíteses de tudo o que o maligno deve gostar. Deus é amor, o maligno é ódio; pela fé se reconhece Deus como Deus e a existência do maligno, assim como a necessidade de ser prevenir contra ele e, sendo necessário, combatê-lo; Deus nos pede que sejamos um entre nós e com Ele, satanás é o que divide desde o princípio da criação; Deus é verdade, satanás é mentira; Deus é bondade, satanás é pura maldade; pela obediência, Jesus sal9
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vou o mundo. A obediência é, sem dúvida, um princípio divino, enquanto a rebelião, que leva à desobediência, é um princípio satânico. A melhor forma de demonstrar obediência é submetendo-se àquele que tem autoridade. No caso, é sendo submisso (ou submissa) a Jesus, ao Pai e ao Espírito Santo. A falta de certeza da salvação leva a pessoa a desviar a finalidade do dom da santidade, de Deus para si; isto é, ela deixa de querer ser santa porque Deus é santo (cf. Lv 11, 45) – e passa a querer ser santa para merecer a salvação, esquecendo-se do que diz a Palavra de Deus: “é gratuitamente que fostes salvos mediante a fé. Isto não provém de vossos méritos, mas é puro dom de Deus” (Ef 2, 8). Quem não tem certeza da salvação se esquece de que ela é um dom de Deus aos seus filhos, e que aos filhos cabe aceitá-la e não perdê-la. O demônio queria ser santo como Deus (ser igual a Deus), não porque Deus era santo, mas para conquistar glórias para si. A incerteza da salvação desloca o ser humano da finalidade básica de sua vida religiosa, ou seja, em vez de caminhar para Deus porque Ele é Deus, o seu Deus, a pessoa corre o risco de caminhar para si mesma, para tentar conquistar coisas para si, incluindo nessas coisas, até mesmo a salvação. Tal atitude, deslocada da unidade com Deus Trino e Uno, certamente impede a pessoa de receber poder divino para vencer o mal. Sem a aceitação desses princípios, o combatente espiritual poderá ficar irremediavelmente sem o poder divino, principal arma para o combate. Todo combatente, para ser bem sucedido, precisa de objetivos. Qual seria o objetivo de uma guerra espiritual? Sem dúvida, inicialmente é vencer o maligno, fazendo-o se
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afastar e permanecer longe: “Sede submissos a Deus. Resisti ao demônio, e ele fugirá para longe de vós” (Tg 4, 7), e, por fim, não perder a salvação. Outros objetivos poderiam ser garantir as mesmas graças a outros filhos e a outras filhas de Deus. Agora, vamos às táticas apropriadas a essa guerra espiritual. A tática se ocupa de organizar as ações necessárias para conquistar os objetivos. Assim, poderíamos adotar as seguintes táticas espirituais: orar, converter-se, cooperar, vigiar (discernimento). As táticas são executadas utilizando técnicas e armas (espirituais). A oração seria uma tática composta por dois modos de orar, complementares entre si: oração pessoal e comunitária. A Bíblia é uma arma para oração pessoal; à qual, a sábia e o sábio combatente jamais renunciam; e as tradicionais orações: oração em línguas, terços, orações contidas em manuais, oração de perdão, de louvor, de adoração e de entrega a Jesus, Liturgia das Horas, as novenas, as vigílias. Todas, dependendo da disposição de quem ora, são ótimas armas espirituais. Já as duas formas mais importantes de oração comunitária para nós são participação na Eucaristia e na oração semanal do Grupo de Oração. Sua melhor arma: participação verdadeira. Em verdade, a tática da oração confere ao que crê a possibilidade de receber autoridade espiritual para vencer o maligno, como bem nos alerta Jesus: “Esta espécie de demônios não se pode expulsar senão pela oração” (Mc 9, 29). A conversão aqui é necessária que seja em suas duas modalidades: a primeira, que se manifesta pela renúncia ao mundo e entrega de si mesmo a Jesus (Jesus salvador e Senhor); e, a segunda, que significa metanoia,
mudança de mentalidade, como está escrito na Palavra de Deus, exortativamente: “Vós, porém, não viveis segundo a carne, mas segundo o Espírito, se realmente o Espírito de Deus habita em vós. Se alguém não possui o Espírito de Cristo, este não é dele” (Rm 8,9). A cooperação porque significa “co-operar” com o Espírito Santo, com o anjo da guarda e com os irmãos. A guerra da qual falamos neste texto não é uma briguinha de rua; é uma encarniçada guerra espiritual que somente será vencida se contarmos com ajuda divina. A vigilância exerce papel fundamental como tática para vencer o mal numa batalha espiritual, pois com ela podem-se descobrir os ataques antes que ocorram. A vigilância deve ser exercida sobre todos os sentimentos, motivações, pensamentos, vontades, manifestações traumáticas, concupiscências, decisões, fatos e circunstâncias. Nada pode ser menosprezado. Para o exercício da vigilância, o carisma do discernimento é fundamental, uma vez que é com ele que se distingue qual espírito motiva os atos humanos. Trata-se de separar o que é santo do que é simplesmente bom e do que é mau; separar o que vem do Espírito Santo daquilo que provém do espírito humano e do espírito do mal para, cuidadosamente, escolher o que é bom e santo. Sem o dom do discernimento dos espíritos, corremos o risco de perder a percepção da realidade que nos cerca. Por fim, a última orientação: “Finalmente, irmãos, fortalecei-vos no Senhor, pelo seu soberano poder” (Ef 6, 10). Essa orientação nos conduz à estratégia que nos é proposta por Jesus: unir-nos a Ele. Assim, seremos vitoriosos em Cristo Jesus!
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Santidade e combate espiritual
A busca pela santidade corresponde, muitas vezes, em rever atitudes e mudar de hábitos. Entretanto, ser santo não se restringe a ter uma conduta irrepreensível. Chegar à perfeição somente é possível pela ação do Espírito Santo, que nos converte e nos livra do mal. Por José Rogério Soares dos Santos Presidente do Conselho Estadual RCCSP Grupo de Oração Kénosis
A principal intenção da Beata Elena Guerra nas correspondências que dirigiu ao papa Leão XIII, no final do século XIX, era relembrar a necessidade de invocação do Espírito Santo para a santificação dos fiéis e renovação da face da terra. Ao dirigir sua primeira carta ao sumo pontífice, ela escreve: “Santo Padre, o mundo é mal, o espírito de satanás triunfa na pervertida sociedade e uma multidão de almas se distancia do Coração de Deus. [...] Somente o Senhor pode fazer com que os cristãos retornem ao Espírito Santo, para que o Espírito Santo retorne a nós, abata o domínio do demônio e nos conceda a desejada renovação da face da terra.”1 Além da clara intenção de colocar em relevo a reflexão, culto e devoção ao Espírito Santo, percebemos implícito em sua obra uma preocupação com aquilo que diz respeito ao combate espiritual que enfrentam diariamente todos os fiéis. Nesse combate, estaria, de um lado, o espírito de satanás que procura perverter a sociedade e fazer perder as almas; e de outro, o Espírito de Deus, que “abate o domínio do demônio”, ou seja, livra-nos da servidão do pecado, e “renova a face da terra”, isto é, transforma a sociedade pervertida 12
em “novo céu e nova terra”. É interessante notar que dentre tantos temas relevantes e que poderiam ser tratados pela Beata em sua comunicação com o Papa, ela tenha começado justificando a necessidade de um clamor ao Espírito Santo para o enfrentamento do maligno. Essa doutrina de Elena Guerra encontra respaldo na verdade do Evangelho em que Jesus diz: “Se é pelo Espírito de Deus que expulso os demônios, então chegou para vós o Reino de Deus” (Mt 12, 28). O Concílio Vaticano II procurou deixar clara a existência de um combate espiritual quando falou que “uma luta árdua contra o poder das trevas perpassa a história universal da humanidade. Iniciada desde a origem do mundo, vai durar até o último dia, segundo as palavras do Senhor (Mt 24, 13; 13, 24-30.3643). [...] No entanto, continuam os padres conciliares, o homem não consegue alcançar a unidade interior senão com grandes labutas e o auxílio da graça de Deus.”2 O Espírito Santo, graça de Deus oferecida aos homens, é a “força do alto” (Lc 24, 49) na luta contra o maligno. Podemos dizer que o Espírito é Deus em sua força, agindo em nós e nos concedendo vitória sobre todo mal.
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Sem o Espírito Santo, vossas faltas, tem poder para vos proteger e -nos, especialmente por meio dos sacramennossa ação é ineficaz na luta vos guardar contra os ardis do diabo que vos tos, em harmonia com Deus. Aquilo que o combate, a fim de que o inimigo, que costuma demônio roubou-nos quando pecamos, Jesus contra o mal
O Espírito age no homem, movendo-o na luta contra o mal. É no Espírito e por meio Dele que o homem torna-se capaz de sair vencedor desse combate. Um grande erro da humanidade é imaginar-se capaz de vencer a luta contra o mal sem o auxílio da graça, sem querer contar com o auxílio do Espírito de Deus. Escravizado pelo pecado, o homem ficou em “servidão debaixo do poder daquele que tinha o império da morte, isto é, do diabo” (Catecismo, n. 407). O Magistério chama de “natureza lesada, inclinada ao mal” a realidade humana marcada pelo pecado. O pecado “fere a natureza do homem” (Catecismo, n. 1849) e o enfraquece, tornando-o incapaz de, sozinho, vencer essa batalha. O pecado é, nesse sentido, a arma que o demônio usa para enfraquecer os filhos de Deus. Ao pecar, o homem “ofende a Deus” e “desvia dele o seu coração”3. Distante de Deus, fechado em si mesmo, torna-se um artífice da maldade. Foi essa clara noção de distanciamento do homem do Coração de Deus que levou Elena Guerra a requerer e rezar por uma nova vinda do Espírito Santo. “Este funesto poder do espírito maligno sobre o mundo durará até que o Espírito Santo venha renovar a face da terra”4, dizia a Beata.
Santidade, arma eficaz contra o demônio
Se o pecado é a arma do demônio contra nós, o Espírito Santo é a nossa força e o poder santificador na luta contra o pecado. Jesus, o “cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”, enviou-nos o seu Espírito a fim de que fôssemos, assim como Ele, vencedores sobre todo mal. Escreve Santo Ambrósio: “O Senhor, que arrancou vosso pecado e perdoou
engendrar a falta, não vos surpreenda. Quem se entrega a Deus não teme o demônio.”5 Como podemos ser protegidos e guardados contra os ardis do diabo nesse combate? Entregando-nos a Deus! “Quem se entrega a Deus não teme o demônio.” Todos aqueles que viveram essa realidade de entrega total a Deus saíram vencedores dessa batalha. Como uma criança não teme ao agressor quando está junto de seu pai, não pode temer ao demônio uma alma que está unida a Deus. Se o pecado é o que nos distancia de Deus, o Espírito Santo é quem nos reaproxima do Coração de Deus. “São João da Cruz observa que o diabo persegue principalmente as almas unidas profundamente a Deus, e especialmente seus místicos e contemplativos, porque não suporta que eles possam viver aqui embaixo na intimidade com Deus. Além disso, satanás sabe como é grande a influência desses amigos de Deus sobre os homens; assim, impedir o progresso espiritual dessas almas enamoradas de Deus equivale a retardar o caminho de muitas outras.”6 E o que significa entregar-se a Deus senão deixar-se possuir e guiar por seu Espírito? Como poderá a alma permanecer unida a Deus, numa profunda intimidade, sem o auxílio do Espírito Santo? Só o Espírito será capaz de nos tornar “amigos de Deus”! Viver a vida nova no Espírito significa renunciar a satanás e deixar-se plenificar da graça santificante do Espírito. Jesus Cristo, por meio de sua paixão, morte e ressurreição, justificou-nos de nossos pecados e nos deu acesso ao Reino de Deus. O Espírito Santo, paráclito do Pai, guia-nos por este Caminho aberto pelo Cristo e recoloca-
nos restituiu dando-nos o seu Espírito, “penhor de nossa herança” (Ef 1, 14). Eis a missão do Espírito Santo em nós: fazer-nos santos! Conduzir-nos pelo caminho de santidade, livrando-nos de todas as ciladas do Maligno e manter-nos livres da escravidão do pecado. A Beata Elena Guerra demonstrou ter uma consciência bastante clara quanto à necessidade de acolhimento do Espírito Santo como agente santificador e condutor das almas ao Coração de Deus. Sabia que somente pelo Espírito é possível chegarmos à perfeição. “É o Espírito Santo que faz os santos!”7, dizia a Beata, repetindo frequentemente a expressão como um sonoro refrão em seus escritos espirituais. Quando falamos em combate espiritual, ficamos sempre inclinados a imaginar um campo de batalha, exterior a nós, um lugar onde se trava uma guerra contra “as forças espirituais do mal espalhadas nos ares” (Ef. 6,12). Mas o principal campo de batalha onde somos convocados a combater é aquele que existe dentro de nós mesmos, onde a derrota poderá significar a condenação eterna... Somos habitados pelo Espírito de Deus e não por satanás. No entanto, é dentro de nós, pelas brechas abertas pelo pecado que o mal procura se instalar, seduzindo-nos a cometer ofensas a Deus. Precisamos continuamente do Espírito Santo para sermos santos! É preciso viver em santidade para não cair em tentação. No combate espiritual que enfrentamos somente os santos conseguem sair vencedores. Veni, Sancte Spiritus!
1 - Braga, Eduardo. (Org.). Escritos de fogo: A correspondência profética entre a Beata Elena Guerra e o Papa Leão XIII sobre o Espírito Santo. Porto Alegre: RCC Brasil, 2009, pp. 17-18.4 - Guerra, Beata Elena (1835-1914). Pensamentos de fogo: itinerário espiritual com o Espírito Santo. Tradução de Padre Eduardo Braga e Silva. Rio Bonito, RJ: Editora Cenáculo Universal, 2012, p. 13. 2 - Gaudium et Spes, 37. 3 - Catecismo da Igreja Católica, 1849-1850. 4 - Guerra, Beata Elena (1835-1914). Pensamentos de fogo: itinerário espiritual com o Espírito Santo. Tradução de Padre Eduardo Braga e Silva. Rio Bonito, RJ: Editora Cenáculo Universal, 2012, p. 13. 5 - Citado em CIC 2852. 6 - Huber, G. in Dicionário de mística. São Paulo: Loyola, Paulus, 2003. p. 945. 7 - Ibid., p. 15.
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teologia do corpo
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A Teologia do Corpo e a Sociedade de Consumo
Por João Paulo Veloso seminarista, bacharel em Teologia e em Comunicação Social Grupo de Oração do Seminário
Introdução
Se você possui alguma rede social, provavelmente já deve ter visto algumas manifestações de grupos contrários à fé cristã. Mais especificamente, relacionadas a uma pretensa liberdade e liberalidade do uso do próprio corpo. Na outra mão, o pontificado do bem aventurado João Paulo II (1978 a 2005) deu uma significativa contribuição à compreensão a respeito do corpo humano, resgatando seu significado sacral e colocando-se contra a onda materialista e permissivista que se seguiu nos anos 70 e 80. Ele realizou isso através da série de catequeses sobre o amor humano, entre 1979 e 1984, conhecidas como “Teologia do Corpo”. Infelizmente, o corpo humano, escolhido por Deus para ser sacramento de sua presença entre os homens, pelo evento da Encarnação, é alvo de deturpações e má compreensão. A sociedade de consumo, atualmente, é a que melhor promove essas visões deturpadas que atingem, invariavelmente, as esferas religiosas, sobretudo no discurso que se faz aos jovens. Como se precaver de tais armadilhas e renovar nossa fé a respeito do que a Igreja nos ensina sobre nosso próprio corpo?
A Teologia do Corpo
A Teologia do Corpo é uma vertente da Antropologia Teológica que busca desvendar, a partir das fontes da Revelação1, o projeto divino para o corpo humano, em suas dimensões sacra e salvífica. Segundo João Paulo II2, as dimensões abordadas nesta teologia incluem a nudez, o sexo e a sexualidade: “A teologia do corpo se
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aprofunda na reflexão sobre a nudez originária e sobre a vergonha por essa nudez depois da ruptura da primeira aliança com o Criador. A teologia do corpo, que, desde o princípio, está ligada à criação do homem à imagem de Deus, torna-se, de certo modo, também teologia do sexo, ou antes, teologia da masculinidade e da feminilidade”. A Sagrada Escritura, segundo ela mesma, tem por finalidade apresentar o plano divino para o homem3. No entanto, é notório que a mesma foi (e ainda é) instrumentalizada para diversos fins alheios a esse objetivo primeiro, também no que diz respeito ao corpo. De fonte de prazer a cárcere da alma, o corpo pode ser entendido de diversas maneiras, de acordo com o interesse de quem usa a Palavra. João Paulo II diz que “o modo maniqueísta4 de entender e valorizar o corpo e a sexualidade do homem é estranho ao Evangelho”. Também o cardeal Geraldo Majella Agnelo5 segue essa linha de pensamento ao dizer que “o caminho indicado pela tradição cristã – herdeira do patrimônio bíblico e tradicional – não pode ser nem a redução da pessoa à sua materialidade, nem à sua espiritualidade, mas, sobretudo, a estreita união dos dois aspectos: o corpo é o ‘símbolo real da pessoa’, a expressão de sua interioridade, o lugar da revelação do seu ‘eu’, da manifestação de sua criatividade, do seu mistério”. De fato, o Magistério da Igreja ensina que o corpo, após o pecado original, tornou-se fonte de morte, mas foi completamente redimido pelo evento pascal de Cristo. Portanto, o
corpo humano foi elevado à categoria de instrumento de louvor e salvação. Por isso, o papa João Paulo II diz que “o corpo, de fato, e só ele, é capaz de tornar visível o que é invisível: o espiritual e o divino. Foi criado para transferir, para realidade visível do mundo, o mistério oculto desde a eternidade, em Deus, e assim ser sinal d’Ele”. Ainda, “o corpo, na sua masculinidade e feminilidade, é, ‘desde o princípio’, chamado a tornar-se a manifestação do espírito”. Mas se o corpo tem todo esse valor, por que muitas vezes o vemos como nosso inimigo, como algo que atrapalha nossa santificação? Ora, o corpo nu, em seu estado original, não era fonte de vergonha, mas de autoconhecimento e comunhão. Essa nudez original, intimamente associada à inocência original, atesta a sacralidade do corpo humano, ainda de acordo com o papa: “A inocência original, ligada à experiência do significado esponsal do corpo, é a santidade que permite ao homem exprimir-se de modo profundo com o próprio corpo, isto precisamente mediante o ‘dom sincero’ de si mesmo. A consciência do dom condiciona, neste caso, ‘o sacramento do corpo’: o homem sente-se, no seu corpo masculino e feminino, sujeito de santidade”. Pode-se traduzir esta bem-aventurança do homem em relação ao seu corpo pelo dom preternatural6 da castidade, presente em seu estado original, “no princípio” e tendo que ser reconquistado a cada dia após o evento da “queda”, situação teológica que reflete as dificuldades da condição humana atual.
teologia do corpo
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A Sociedade de Consumo e o Corpo O sociólogo polonês Zygmunt Bauman explica o conceito de “sociedade de consumo” da seguinte forma: “Quando falamos de uma sociedade de consumo, temos em mente algo mais que a observação trivial de que todos os membros dessa sociedade consomem; todos os seres humanos, ou melhor, todas as criaturas vivas ‘consomem’ desde tempos imemoriais. O que temos em mente é que a nossa é uma ‘sociedade de consumo’ no sentido, similarmente profundo e fundamental, de que a sociedade dos nossos predecessores, a sociedade moderna nas suas camadas fundadoras, na sua fase industrial, era uma ‘sociedade de produtores’. Mas a sociedade moderna tem pouca necessidade de mão-de-obra industrial em massa e de exércitos recrutados; em vez disso, precisa engajar seus membros pela condição de consumidores. A maneira como a sociedade atual molda seus membros é ditada primeiro e acima de tudo pelo dever de desempenhar o papel de consumidor. A norma que nossa sociedade coloca para seus membros é a da capacidade e vontade de desempenhar esse papel”. Portanto, assim como as mercadorias são marcadas por falsas necessidades e, num espectro mais amplo, cada setor da sociedade, o corpo também é considerado como um objeto de consumo. E se a sociedade de consumo apregoa que o corpo deve ser submetido a tratamentos estéticos e exercícios corporais para que o seu “proprietário” não seja excluído do convívio social, então a consequência mais óbvia para essa percepção é que o corpo também é objeto 7
de satisfação de prazeres, como atesta o cardeal Geraldo Magella Agnelo: “as enormes possibilidades de representação e de transmissão dos meios modernos veiculam uma imagem-anônima do corpo humano, colocando-o fora do seu ambiente vital, o sistema esponsal, onde o doar encontra a resposta apropriada do dom da outra pessoa. Tornando de propriedade pública o que pertence e deveria pertencer estritamente à relação interpessoal, à comunhão mesma das pessoas, a cultura de massa termina tratando o corpo somente como produto estético, em detrimento do seu intencional aspecto ético”. Para o homem da sociedade de consumo, dispor de seu próprio corpo ao bel-prazer tornou-se algo natural e até mesmo obrigatório. Ignorante em sua consciência da esponsalidade do corpo e das exigências que isso trás, o homem contemporâneo transformou seu corpo em fonte de sedução, gozo e prazer. O imediatismo no uso do corpo também deturpa, de forma óbvia, a própria sexualidade humana. Erroneamente reduzida à genitalidade, ela passa longe de ser sinal da plena humanização do corpo. A busca quase desesperada por prazer, no campo da sexualidade, tem despertado aberrações antinaturais, de acordo com a observação de Fabrizio Meroni8: “A ideologia do gênero nos convenceria de que podemos sempre nos redefinir sexualmente: desenvolvemos uma ideologia de direitos antinaturais em que nosso corpo não passaria de muda e insignificante matéria bruta e fonte carnal com direito a extrair dele todo e qualquer prazer e prática sexual para nos agradar [...]”.
Conclusão
A esponsalidade do corpo humano, fonte de acesso ao louvor de Deus e sacramento do divino, por muito tempo permaneceu obscurecida. Em 30 anos de reflexão sobre a Teologia do Corpo, a Igreja adotou uma postura firme e clara: o corpo humano é um dom de Deus e deve ser protegido e respeitado. No entanto, como pudemos observar nesse artigo, as marcas da sociedade de consumo são muito fortes. A maior parte dos jovens que ingressam em nossos Grupos de Oração possui essa mentalidade, que é amplamente disseminada pelos meios de comunicação e pelas escolas públicas. A dificuldade em combater essa doutrina, sobretudo e principalmente aos jovens, não deve ser justificativa para deixar o assunto em segundo plano. Pelo contrário, a formação sobre os temas-chave da Teologia do Corpo (esponsalidade e castidade) precisa ser sistematicamente incluída nos projetos de evangelização realizados pela Igreja. Um papel que cabe bem à RCC é promover a metanóia, a mudança de mentalidade, a conversão, o que naturalmente inclui a percepção correta do próprio corpo e o do próximo. Nós cremos que a vitória que vence o mundo é a nossa fé (cf. 1Jo 5,4). E é pela fé que vários serviços da RCC que envolvem os estados de vida (Jovem, Universidades Renovadas, Famílias, Crianças, Seminaristas) têm se voltado para a formação humano-afetiva de seus membros, a fim de vencermos, também, as deturpações da sociedade de consumo.
1 - As fontes da Revelação são a Tradição e a Sagrada Escritura, interpretadas pelo Magistério (cf. Catecismo da Igreja Católica § 80-84). 2 - JOÃO PAULO II. Homem e mulher o criou: catequeses sobre o amor humano. Bauru: EDUSC, 2005. Todas as citações de João Paulo II, nesse artigo, são dessa obra. 3 - “Toda Escritura é inspirada por Deus e é útil para ensinar, para argumentar, para corrigir, para educar conforme a justiça” (IITm 3, 16). 4 - Por “modo maniqueísta”, entenda-se desvalorizar o corpo para valorizar a alma/espírito e vice-versa. 5 - PONTIFÍCIO CONSELHO PARA A FAMÍLIA. Lexicon: termos ambíguos e discutidos sobre família, vida e questões éticas. Brasília: Edições CNBB, 2007. 2. ed. p. 165. 6 - ‘Sobrenatural’ – ‘preternatural’ são termos técnicos da teologia para indicar com o primeiro os dons que superam, essencialmente, a natureza de toda criatura existente e possível (em concreto: a participação à mesma vida trinitária) e, com o segundo, os dons que, mesmo não superando a criatura, não são estreitamente devidos à pessoa humana pela sua própria constituição (p. ex., a imortalidade). 7 - BAUMAN, Zygmunt. Globalização: as consequências humanas. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1999. p. 87. 8 - In CERQUEIRA, Elizabeth (org.). Sexualidade, gênero e desafios bioéticos. Amazonas: CBAM, 2011. p. 223.
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jesus no litoral 10 anos
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Jesus no Litoral
completa 10 anos
no Paraná
“Uma grande estratégia de Deus para que nossos jovens contemplassem os quatro pilares da Renovação Carismática Católica: oração, formação, missão e convivência fraterna”, assim é definido o Jesus no Litoral, pelo coordenador estadual do Ministério Jovem do estado do Paraná, Helton Adriano de Souza. A missão que mobiliza milhares de jovens de diferentes estados do país completou 10 anos e ganhou uma edição festiva no Paraná, onde aconteceu pela primeira vez. Entre os dias 26 de dezembro e 5 de janeiro, a cidade de Matinhos/PR e a praia de Caiobá/PR receberam 500 missionários para atividades de evangelização. Entretanto, os dias 29 e 30 de dezembro foram reservados para as comemorações em alusão à décima edição do Jesus no Litoral. Por isso, juntaram-se aos missionários mais de 400 pessoas que já passaram pela missão ao longo desses 10 anos e que foram para Matinhos para celebrar. Foi um fim de semana cheio de louvor a Deus e avivamento através de momentos de orações e pregações. Logo no início da manhã de sábado, o coordenador nacional do Ministério Jovem, Fernando Gomes, pregou sobre o tema “Sentinelas da Manhã”. Outras duas pregações foram acompanhadas por cerca de 900 pessoas que participavam da celebração: uma do coordenador estadual do MJ, Helton, e outra 16
conduzida por Márcio Navarro, ex-coordenador do MJ do Paraná que teve, junto a Ricardo Nascimento, Evandro Navarro e os demais membros no núcleo do MJ da época, a primeira moção referente a essa missão. Ao relembrar as edições passadas do Jesus no Litoral, Márcio destaca que a cada ano Deus usou da missão para realizar uma obra diferente na juventude. Os dias de comemorações também foram marcados pela visita da Cruz e do Ícone da Jornada Mundial da Juventude à base do Jesus no Litoral. Pela primeira vez no Brasil, os símbolos da JMJ ficaram à disposição de um único Movimento da Igreja durante todo um final de semana. “Esses símbolos marcaram a celebração dos 10 anos, foi como se a Igreja nos presenteasse por conta dessa década de missão”, disse Helton. Além da celebração da Santa Missa, presidida pelo Bispo da diocese de União da Vitória e presidente da Regional Sul II, Dom Bosco, aconteceu um momento de resgate histórico dos 10 anos da missão Jesus no Litoral e a comemoração foi finalizada com “arrastão” na praia de Caiobá, com a Cruz e o Ícone da JMJ. Foram onze dias de missas diárias com a presença de vários padres e bispos, formação, pregação, anúncio querigmático nas casas, ruas e praia, “arrastões”, shows, oração, louvor, celebração, partilha e convivência fraterna. São
inúmeros testemunhos de jovens que afirmam que a missão foi um divisor de águas em suas vidas. Nessa missão os jovens são transformados, aprendem a importância de anunciar o amor de Deus revelado em Jesus Cristo e solidificam seu ardor missionário. Os frutos do Jesus no Litoral para as dioceses são incontáveis. Sabe-se que ao retornarem para suas realidades, muitos jovens assumem, de fato, os seus postos dentro dos seus Grupos de Oração. Além disso, também pode-se considerar os incontáveis testemunhos de pessoas que receberam os missionários, seja nas praias, em suas casas ou nas ruas, e que foram resgatadas. Outra grande alegria é ver a felicidade da nossa Igreja com a missão Jesus no Litoral. “Isto está provado na grande visitação de bispos em nossa missão e confirmado na convocação da Igreja para realizarmos o JNL na JMJ. De fato, Deus nos presenteou com Seu sonho e ao sonharmos com Ele, e colocando em prática o seu projeto, muita coisa mudou em nosso Ministério e em nosso Movimento quando assumimos os nossos postos de Sentinelas da Manhã!” comemora Helton. Além do Paraná, o Jesus no Litoral foi realizado nos seguintes estados: Maranhão, Rio Grande do Sul, Ceará, Piauí, Paraíba, Bahia, São Paulo e Rio de Janeiro.
missão uganda
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Missão Uganda:
um povo para evangelizar e amar Os primeiros meses das duas missionárias da RCCBRASIL enviadas para Uganda têm sido de adaptação, aprendizagem e de contínuas experiências do Amor de Deus. Rita de Cássia e Fabiany, que partiram do Brasil no dia 1° de novembro de 2012, estão na cidade de Mbarara onde foram acolhidas pela comunidade carismática “Yesu Ahuriri”. Em cada trabalho realizado, a face dos pequeninos revela a misericordiosa presença de Deus.
A chegada em um país estrangeiro sempre causa impactos: hábitos diferentes, outras línguas, novos lugares e pessoas. Ir a um país estrangeiro para evangelizar é, descobrir novas faces do Amor de Deus. Essa é a experiência que as duas missionárias em Uganda têm vivido. Logo no começo, Fabiany e Rita foram apresentadas aos possíveis locais onde elas podem fixar seus trabalhos: a sede da Comunidade “Yesu Ahuriri”; o Escritório da RCC local (que está organizando o próximo Encontro Mundial de Jovens da RCC, a ser realizado no país em 2014); e as comunidades na região montanhosa, lugar de grande miséria e falta de estrutura. Nesse tempo em que estão lá, as missionárias confirmam a urgência dos trabalhos a serem executados e também se encantam com o povo acolhedor e sedento da Palavra de Deus. A visita a uma escola de meninas foi uma dessas ocasiões. As brasileiras, mesmo ainda em fase de adaptação ao novo idioma, ajudaram no anúncio do querigma e cada uma das alunas recebeu oração. Entretanto, o que realmente chamou a atenção foi a gratidão e a alegria das meninas: “Em um país onde a pobreza material é gritante, em todos os momentos o centro de toda ação litúrgica é o louvor a Jesus Cristo.
Não os vemos se queixando de desigualdades ou pedindo coisas”, conta Fabiany. As missionárias também participaram de uma escola de formação e tiveram a oportunidade de sair em evangelização pelas ruas e estradas da cidade de Mbarara, levando a mensagem do Evangelho através das artes. Mais uma vez, a simplicidade e a disposição dos ugandenses deram testemunho de uma fé viva e expectante. Entretanto, a experiência mais intensa que Rita e Fabiany tiveram a oportunidade de vivenciar desde que chegaram a Uganda aconteceu entre os dias 10 e 13 de janeiro de 2013. Nessa data, carismáticos de diversos lugares daquele país se reuniram na sede da comunidade que acolhe as brasileiras para a Conferência anual da RCC. Tal evento por si só já chama a atenção, pois acontece de maneira um tanto diferente do que estamos acostumados aqui no Brasil. Lá, a Conferência acontece ao ar livre, em um grande campo com um rústico palco de madeira coberto onde são realizadas as missas, pregações e orações. Os participantes se acomodam pelo campo como podem. Ali mesmo passam a noite, fazem suas refeições. Frente
a esse panorama podemos pensar que poucas pessoas gostariam de participar de um encontro nessas condições. Mais uma vez, nossos irmãos africanos nos ensinam com o seu testemunho. A média de participantes da Conferência é de 15 mil. Homens, mulheres, jovens, crianças e idosos dispostos a conhecer mais sobre a Palavra de Deus, a receber formação e a orar com fervor. Diante do vigor do povo, as brasileiras buscaram servir de diversas maneiras: auxiliaram na animação e nas orações e realizaram trabalhos de comunicação como cobertura fotográfica e redação de textos. Por acontecer na data próxima ao do Encontro Nacional de Formação da RCCBRASIL e por também refletir a temática da fé, a Conferência da RCC Uganda teve um significado de unidade para as missionárias, como fica evidente em uma das postagens delas nas redes sociais da internet. “Ah, como cremos que a nossa vitória vem pela fé. E nestes dias celebraremos junto com vocês no Brasil, mesmo em continentes diferentes. Bendito seja Deus que nos reúne pela Fé. Vamos nos alegrar juntos, pois se abriu para nós uma porta (Ap 3, 8) – a Porta da Fé – e já sabemos que quando Deus abre, ninguém pode fechar”, afirmaram elas. 17
testemunho
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UMA EXPERIÊNCIA QUE DEVE SER FEITA por TODO CRISTÃO, AO MENOS UMA VEZ NA VIDA!
Por Ierecê Jussara Correia Gilberto GOU – Miles Domini/UEM-Maringá GPP Sopro de Vida – Maringá-PR
A RCCBRASIL, juntamente com a Obra de Maria, organizou uma grandiosa peregrinação para a Terra Santa em meados de novembro/2012, oportunizando a mais de 500 pessoas esta fantástica experiência de Fé. Fui agraciada em poder fazer esta viagem, que em princípio imaginei fosse apenas um mimo de Deus para comigo, mas seria muito mais que isso. Quem me ajudou a entender o fato logo no primeiro dia de peregrinação foi o nosso Guia e Orientador Espiritual, Pe. Carlos Unterrichter de Melo, membro da Comunidade Obra de Maria e residente em Israel há seis anos, uma pessoa muito especial, que nos acompanhou por toda a peregrinação. Desde o início, ele alertou o nosso grupo dizendo que ninguém vai à Terra Santa simplesmente para fazer turismo, todos que ali chegam receberam um chamado de Deus para um novo propósito em suas vidas ou para a renovação de algum propósito e que devem estar atentos a isto, para poderem dar uma resposta ao Senhor. 18
Impossível descrever aqui em tão poucas palavras o que foi essa peregrinação para mim e, muito menos ainda, as experiências que pude vivenciar em cada lugar que visitamos. Vou tentar registrar alguns lugares ou experiências que mais me marcaram nesses dias. Foram 10 dias de peregrinação pela Terra Santa, começando pela Galiléia, onde ficamos hospedados nos primeiros dias na Cidade de Tiberíades, às margens do Lago (mar) da Galiléia. Depois nos mudamos para a Judeia e nos hospedamos em Jerusalém, onde ficamos até o final da peregrinação. Peregrinamos no Monte Tabor ou Monte da Transfiguração de Jesus, Monte Carmelo ou Monte de Elias, Monte Calvário, Jardim das Oliveiras, Getsêmani, Belém, fizemos a Via Dolorosa percorrendo os mesmos passos de Jesus, visitamos as ruínas das piscinas de Betesda, a Sala do Cenáculo, as ruínas da Cidade de Cafarnaum, o Santo Sepulcro e tantos outros lugares sagrados onde pudemos orar, meditar a Palavra
de Deus e rememorar cenas e fatos do Santo Evangelho. Queria destacar três ou quatro lugares que marcaram especialmente minha peregrinação, os primeiros foram a Basílica das Bodas de Caná e a Casa de São José (Sagrada Família), em Nazaré.
Na Basílica das Bodas de Caná, verdadeiro santuário do Amor Conjugal, tivemos oportunidade de participar da Santa Missa e os casais ali presentes puderam renovar as promessas do Matrimônio. Fui tocada a rezar por todos os casais e Deus foi trazendo ao meu coração muitos casais que conheço, de modo especial aqueles que sou madrinha de casamento. A Casa de São José e a Basílica que há sobre ela foi um lugar que Deus me chamou a rezar pelas Famílias! Lembrei-me das inúmeras vezes que rezei dizendo “Jesus, Maria e José, minha Família vossa é” sem nunca imaginar que um dia estaria ali na casa onde eles viveram, rezando pela minha família e por todas as famílias do mundo. Com a motivação do nosso Guia, fizemos um forte momento de
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testemunho
intercessão por todas as Famílias.
Jesus ensinava os seus discípulos. Senti-me ali na intimidade com este Deus que tanto nos Ama e que tantas vezes traímos, sobretudo eu. Ali rezei muito por todos os formadores, por todos aqueles que têm a missão de ensinar e formar homens e mulheres na doutrina de nária, pois o lago estava bastante agitado na- Jesus Cristo! quela manhã, a ponto de quase ser cancelada Por fim, quero ressaltar o Monte nossa travessia. Ali, naquele barco, em meio Sion, onde se encontram a Igreja de ao Lago de Jesus, onde ele caminhou sobre as São Pedro do Canto do Galo (Gallicanáguas, onde chamou Pedro a caminhar tam- tu) e a Casa de Caifás. A Igreja possui bém sobre as águas e o salvou quando esta- salas subterrâneas que podem ter sido va afundando, ali onde Jesus realizou tantos usadas como quartéis e prisão. Bem à milagres e prodígios, com aquelas águas frente da Igreja há um mosaico que mostra agitadas, Jesus me fez compreender que ha- uma imagem de Jesus Cristo, com uma corda via me chamado à Terra Santa naqueles dias envolta entre os braços e os ombros, conforpara que eu, Ierecê Gilberto, pudesse, naquele me eles costumavam amarrar os prisioneiros lugar, rodeada por muçulmanos e judeus, re- para descê-los por um buraco estreito até um novar o meu compromisso de Amor e Fideli- fosso profundo (sala subterrânea). Descemos dade para com Ele e com a Fé Cristã Católi- as escadarias apertadas daquele lugar até ca. Não pude conter as lágrimas, que rolavam aquele fosso profundo, escuro e apertado, fartamente em minha face, lágrimas de Amor, onde provavelmente nosso Jesus teria passado de Fé, de uma nova Esperança, de um Novo a noite inteira, em pé, e teria sido puxado na manhã seguinte para ser apresentado novaBatismo no Espírito Santo! O Templo do Magnificat, verdadeiro mente a Pilatos. Naquele lugar simplesmente Templo do Louvor a Deus, também me marcou fiquei muda, imaginando Jesus uma noite inespecialmente. Naquele lugar fui fortemente teira em pé ali naquele fosso tão profundo, tocada a interceder por todos os nossos Gru- escuro e apertado, por minha causa! Não pos de Oração da RCC do Brasil e do mundo consegui tirar fotos ali, apenas me ajoelhar inteiro, para que voltemos a ser Grupos de um e beijar o chão daquele lugar, em profundo louvor ardente e intenso e que cada um de nós agradecimento a Jesus Cristo! Muitas e muitas tenhamos o coração inteiramente agradecido outras coisas eu teria e terei por muito tempo a Deus e nossa boca não se canse de proclamar a partilhar sobre essa experiência magnífica seus louvores. Todo o tempo que ali estivemos, em minha vida. É como se a Palavra de Deus tivesse essa foi a minha oração! Pedi ao Senhor que começasse por mim, dando-me a graça de ser ganhado um colorido todo especial para mim uma mulher de coração agradecido e repleto agora que visitei e peregrinei na Terra Santa. Não tenho receio algum em afirmar que esta de louvor! Gostaria ainda de citar outros dois lu- é uma experiência que TODO CRISTÃO gares, dos tantos que visitamos e marcaram- deveria ser motivado a fazer ao menos -me de modo especial. A Gruta da Traição uma vez na vida. Quero por fim agradecer de Judas (onde Judas teria traído Jesus à RCCBRASIL e especialmente à Comunidade com um beijo). Celebramos a Santa Missa Obra de Maria por essa experiência a nós proali nesta gruta, onde há um altar sob o qual porcionada, por todo o trabalho da Obra de existe uma escultura de dois homens dormin- Maria que cuidou com extremo zelo de cada do, representando os discípulos que dormi- detalhe para que nossa peregrinação fosse a ram enquanto Jesus orava e suava sangue de experiência marcante que foi! Deus abençoe tanta agonia. Marcou-me o fato daquele ser a todos os que trabalharam para que estivésum lugar de intimidade de Jesus com os discí- semos lá e a nós que fizemos esta experiência pulos, era onde eles conversavam intimamen- de Fé para que possamos dar os frutos neceste, longe das multidões e, sobretudo, onde sários! Outro momento muito especial, forte e talvez o mais extraordinário para mim, foi a travessia do Lago (mar) da Galiléia, num pequeno barco de madeira. A experiência foi realmente extraordi-
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notícias
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Peregrine pela Itália e participe da Vigília de Pentecostes com o Papa
A Renovação Carismática Católica do Brasil, em parceria com a Comunidade Obra de Maria, realizará mais uma peregrinação em benefício da construção da Sede Nacional do Movimento. Desta vez, o destino é a Itália e em uma data muito especial para os carismáticos, a festa de Pentecostes. Em 1998, o então Papa João Paulo II pediu aos movimentos eclesiais que suplicassem a efusão do Espírito. Em 2013, os movimentos e as novas comunidades são convidadas a reunirem-se com o Papa mais uma vez na Vigília
de Pentecostes. Responsáveis por um sopro de renovação da Igreja nos últimos anos, nós e os irmãos de outros movimentos somos convidados a viver essa grande festa junto às sábias palavras de Bento XVI. A viagem terá duração de onze dias e incluirá diversas cidades da Itália, sendo finalizada em Roma, onde, além de visitas a vários pontos turísticos da capital italiana, será o lugar de encontro do Papa Bento XVI com os movimentos eclesiais, na esperada Vigília de Pentecostes. Diferentes contextos nos levarão a cada um dos locais que serão visitados. Na cidade de Assis, terra de São Francisco e Santa Clara, encontra-se a Igreja de Santa Maria dos Anjos (Porciúncula), além da Basílica dedicada aos santos nascidos na cidade. Lucca é a cidade da Apóstola do Espírito Santo, Beata Elena Guerra, e é famosa também por suas muralhas que se conservam praticamente intactas. Já Lanciano é
onde se localiza a Igreja do grande Milagre Eucarístico. E em San Giovanni Rotondo encontram-se as Igrejas e relíquias de padre Pio. A saída está agendada para o dia 12 de maio de 2013. O pacote de viagens inclui hospedagens em hotéis ou pensões, dependendo da cidade, bilhetes aéreos internacionais, ônibus de luxo, guias, inscrição no Encontro de Pentecostes, taxas de embarque, seguro saúde e seguro bagagem, pelo valor de US$ 2.980,00 + taxa de adesão de US$ 150,00. Mais informações sobre a Peregrinação de Pentecostes, com participação na Vigília com o Papa, através dos telefones: (53) 3227-0710 no Escritório Nacional, (81) 3081-4749 no teleatendimento da comunidade Obra de Maria ou ainda pelo e-mail: eventos@rccbrasil.org.br. A comunidade Obra de Maria vem colaborando com a construção da Sede Nacional da RCCBRASIL em Canas/SP, por meio de peregrinações religiosas, nas quais, parte da renda é destinada à construção.
IEAD inicia 2013 repleto de novidades
O Instituto de Educação a Distância da Renovação Carismática Católica do Brasil inicia o ano de 2013 com muitas novidades. Além dos já esperados novos cursos “Universidades Renovadas: um sonho de amor para o Brasil e para o Mundo” e “História da Igreja - os Modelos Eclesiológicos no decorrer da História da Igreja Católica”, o Instituto também se prepara para lançae seu novo site. Após pesquisas realizadas em sites nacionais e internacionais, o grupo responsável pela 20
reformulação do site do IEAD chegou ao layout final que garante maior eficiência de acesso, facilita a leitura das informações e disponibiliza novas possibilidades aos alunos, como solicitações de documentos e área de bate-papo. O novo site prima pela clareza estética e pedagógica para facilitar a navegação dos alunos. “O ideal é que o site esteja flexível a ponto de dar suporte para as necessidades de formação da RCCBRASIL e seja de rápida adaptação a demanda de cada novo curso”, comentou a gerente de educação do IEAD, Márcia Dalva. Os novos cursos também garantem novidades. Veja como eles estão estruturados: - “Universidades Renovadas: um sonho de amor para o Brasil e para o Mundo”, um curso totalmente voltado ao público universitário e aos profissionais, em especial, membros do MUR. Ele aborda como está estruturado o Ministério e o seu papel na construção da Cultura
de Pentecostes e na implantação da Civilização do Amor. - “História da Igreja - os Modelos Eclesiológicos no decorrer da História da Igreja Católica”, conduzido pelo seminarista João Paulo Veloso, que apresenta uma visão geral dos quatro grandes períodos pelos quais ela já passou. Nele será trabalhado o enfoque nos modelos eclesiológicos vigentes em cada época: Antiguidade, Idade Média, Idade Moderna e Idade Contemporânea. Até o final do primeiro semestre, mais algumas novidades serão apresentadas. Estão sendo gravados e editados cursos sobre Liturgia, Oração por Cura e Libertação, Formação de Coordenadores e Ministério Jovem, este último em duas línguas, português e espanhol. Acesse o www.iead.org.br, conheça as novidades em nosso site e também um pouco mais sobre nossos cursos. Seja um aluno IEAD!
notícias
Janeiro/Fevereiro 2013 ..........................................
Construção do Centro de Eventos:
tempo de colher os frutos
Nos últimos seis meses, os esforços em relação ao projeto de construção da Sede Nacional tiveram um foco bem definido: o Centro de Eventos. Podemos considerar que durante o XXX Congresso Nacional da Renovação Carismática Católica do Brasil, realizado em julho de 2012, essa etapa da obra ganhou um novo impulso. Lá foi lançada a campanha de arrecadação dos pilares que viriam a sustentar o Centro de Eventos da Sede. Em menos de um mês, os trinta pilares necessários para a edificação do complexo foram doados, possibilitando o início das obras. Um fato marcante foi que em um mesmo fim de semana, durante um encontro de avivamento no Rio Grande do Sul, os seis últimos pilares foram doados. Exatamente no dia em que se completavam dois anos do início das obras em Canas/SP. Em agosto de 2012, aconteceu a assinatura do contrato com a empresa responsável pela construção do Centro de Eventos. A partir daí, fomos tomados pela expectativa em torno do início das obras, e foi em 12 de setembro que as primeiras perfurações que sustentariam as pilastras do complexo foram começadas. As obras iniciaram e o excesso de chuva, muitas vezes, atrapalhou o trabalho. Tão logo o sol voltava a brilhar, operários e máquinas retomavam as perfurações, concretagens e colocação dos pilares. A cada pequeno avanço na obra, o sonho do Centro de Eventos ia ficando mais concreto: um pavilhão com capacidade para abrigar
nação à Terra Santa, uma parceira com a Comunidade Missionária Obra de Maria que levou mais de 600 carismáticos a visitarem as terras onde o próprio Senhor pisou. Parte da renda foi destinada para a construção. Mais tarde, surgiu uma nova campanha, a doação de cadeiras para o Centro de Eventos. Agora, não podemos deixar que essa obra perca o fôlego. Como diz a música tema da Sede Nacional, “Tempo de Abundância”, é preciso “colocar a mão no arado e não olhar para trás”. Nossa Sede não tem mais apenas a Capela Nossa Senhora de Pentecostes e a Casa de Missão, mas começa a possuir estrutura para receber os eventos do nosso Movimento e em julho já deve ser local de acolhida dos carismáticos do Brasil e do mundo, pois nossa Sede acolherá algumas atividades do Festival da Juventude Carismática que reunirá jovens da RCC que virão ao Brasil por ocasião da Jornada Mundial da Juventude. Além disso, nesse ano também devemos iniciar a construção do Centro Administrativo, para que a cidade de Canas possa acolher o Escritório Uma obra de todos Nacional do Movimento, já em 2013. Durante os seis meses de trabalho e Por isso, contamos com a sua fidelidade empenho na construção do Centro de Eventos, nas colaborações com a obra. Se você ainda não foi evidente a importância das colaborações de sabe como ajudar, entre em contato com o Estodos aqueles que se comprometem com esse critório Nacional através do telefone (53) 3227projeto. Nesse período, algumas campanhas 0710, do e-mail construcao@rccbrasil.org.br foram lançadas, além da doação dos pilares e ou acesse o site da obra e fique por dentro de das contribuições através do projeto “Eu sou todas as notícias e campanhas www.rccbrasil. um construtor”. Uma das iniciativas que mais org.br/sedenacional trouxeram retorno para a obra foi a Peregri-
até 15 mil pessoas, cerca de 140 metros de comprimento por 60 metros de largura. Ao final de novembro, os 30 pilares já estavam erguidos. Em dezembro, vigas de sustentação para construção do palco começaram a ser concretadas e a estrutura metálica da cobertura do Centro de Eventos foi fixada, possibilitando que, no mês de janeiro, o trabalho avançasse com a colocação do telhado. Além disso, o início de 2013 também foi marcado pela construção do sistema de captação fluvial de água e a finalização do acabamento dos banheiros da Sede. O sonho foi tomando proporções mais concretas, o que aumenta a expectativa pela colheita daquilo que foi plantado nos seis meses de trabalho pela edificação do Centro de Eventos. E no dia 26 de janeiro, mais de 3 mil pessoas participaram da primeira Missa celebrada naquele espaço, atividade que fez parte da programação do ENF 2013 (detalhes na próxima edição).
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notícias
Janeiro/Fevereiro 2013 ..........................................
Conheça os novos membros do Conselho Administrativo e coordenadores de Comissões e Ministérios Nacionais da RCCBRASIL Com a eleição da nova presidente do Conselho Nacional da Renovação Carismática Católica do Brasil, Kátia Roldi Zavaris, novas lideranças passam a assumir a missão à frente de importantes funções do nosso Movimento, como o Conselho Administrativo, Comissões Nacionais e coordenação nacionais de Ministérios. A nova equipe assumiu oficialmente suas novas funções, durante o Encontro Nacional de Formação 2013. Conheça-os:
Conselho administrativo: Presidente: Katia Roldi Zavaris Secretário geral: Onazir Conceição 1º secretário: Sérgio Zavaris 2º secretário: Aline Crispim 1º Tesoureiro: João Mabtum 2º tesoureiro: Olmeris Auer Comissões: Finanças: Olmeris Auer Unidade: Vera Ximenis Formação: Katia Roldi Zavaris Comunicação: Lúcia Volcan Zolin Construção: Olmeris Auer Estatuária: João Mabtum
Mais detalhes sobre o ENF 2013 e as novas coordenações na próxima edição.
Ministérios Nacionais: Famílias: Carlos e Cleusa Bombonati Jovem: Fernando dos Santos Gomes Música e Artes: Francisco de Assis Cassimiro Junior Crianças: Hyde Flávia Lobato Marinho Dias Comunicação Social: José Airton Oliveira Rocha Junior Promoção Humana: Loiva Menezes Universidades Renovadas: Lucas Torres de Jesus Intercessão: Luís César Martins Oração por Cura e Libertação: Marcelo Marangon Pregação: Maria Beatriz Spier Vargas Cristo Sacerdote: Pe. Geovane Ferreira Silva Fé e Política: Sérgio Zavaris Formação: Vinícius Rodrigues Simões Seminaristas: William Francisco da Silva Religiosas: Irmã Viviane
Antes da JMJ, juventude carismática se reúne em Festival
Um encontro para confraternizar e reunir os milhares de jovens carismáticos de todo o mundo novamente no Brasil. Essa é a proposta do Festival da Juventude Carismática que acontecerá de 20 a 22 de julho de 2013, na Sede Nacional da Renovação Carismática Católica, na região do Vale do Paraíba, interior de São Paulo, e que pretende reunir milhares de jovens estrangeiros que virão ao país em virtude da Jornada Mundial de Juventude. Entretanto, o encontro não está sendo preparado somente para os estrangeiros, estão sendo esperados milhares de brasileiros de todos os estados do país. A expectativa é de que o alcance do Festival entre os jovens do Brasil seja grande pelo fato do evento acontecer nas proximidades da rodovia Presidente Dutra, principal ligação entre as cidades do Rio de Janeiro e São Paulo. Muitos jovens que virão 22
à JMJ Rio2013 passarão por essa rodovia. A programação do encontro será diversificada com momentos de louvor, oração, adoração, pregações nacionais e internacionais e, claro, um festival de artes com artistas nacionais e internacionais, além de atividades no terreno da Sede Nacional da RCC. A organização do encontro é da RCC do Brasil, em parceria com o Conselho Carismático Católico da América Latina (CONCCLAT), o Serviço Internacional para a Renovação Carismática Católica (ICCRS) e o Youth Arise International (YAI), que reúne diversos movimentos e comunidades com identidade carismática que trabalham com jovens. Entre as presenças já confirmadas estão o Frei Elias Vella (Malta), Daniel Ange (França) , o cantor canadense Matt Maher e a banda Rex Band.
Para participar do Festival, é necessário fazer a inscrição pela internet. Elas estarão abertas durante os meses de fevereiro e março. Você pode acompanhar as notícias sobre as inscrições através do Portal da RCCBRASIL. O valor das inscrições será de R$ 200,00. Nele estão inclusos: a inscrição no evento, alojamento de 20 a 23 de julho, traslados (Sede Nacional/alojamento/Sede Nacional) e alimentação (café da manhã, almoço e jantar).
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