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ANO 14 - NÚMERO 80 - MAIO/JUNHO 2013
A VIDA NO
ESPÍRITO
PESSOAS AVIVADAS PELO ESPÍRITO
HOSPITALIDADE CRISTÃ
ANIVERSÁRIO ESPECIAL
É o Espírito Santo que molda os verdadeiros cristãos e fortalece a vivência da fé.
A acolhida cristã é testemunho de fé e fonte de graças para todos os envolvidos.
A MIssão Marajó comemora cinco anos de evangelização em um dos lugares mais pobres do Brasil.
ENCARTE A IMPORTÂNCIA DA FORMAÇÃO PARA O CRISTÃO
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Nesta edição
ESPECIAL: VIDA NO ESPÍRITO
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PESSOAS CHEIAS DE DEUS
VEJAM COMO ELES SE AMAM...
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HOPITALIDADE CRISTÃ
5 ANOS DE MISSÃO MARAJÓ
AVIVADAS DA PRESI05 PALAVRA 06 PESSOAS PELO ESPÍRITO DENTE: A VIDA NO
DE ORAÇÃO 14 GRUPO CHEIO DO ESPÍRITO
MELHOR ENVIDA NO ESPÍRITO 17 PARA 16 AAFUGENTA TENDER O ESPÍRITO A MALESANTO
NACIONAL: 22 SEDE TESTEMUNHO DE
ESPÍRITO
DICÊNCIA
Expediente
Publicação Oficial da RCC do Brasil Editada pelo Escritório Nacional da RCC do Brasil ANO 13 - Edição Nº 80: Maio/Junho 2013
Jornalista Responsável: Lúcia Volcan Zolin DRT/SC 01537 Redação: Cristina Mansur /Jorge Corrêa/ Shana Dockendorff Fotos: Arquivo RCCBRASIL Projeto Gráfico: Priscila Carvalho Design e Diagramação: Helena Santos / Priscila Carvalho E-mail: dpto.comunicacao@rccbrasil.org.br ESCRITÓRIO ADMINISTRATIVO DA RCCBRASIL Praça Vinte de Setembro, 482- Centro CEP 96015-360 Caixa Postal 002 Pelotas / RS Tel.: (53) 3227.0710 As matérias publicadas são de responsabilidade de seus respectivos autores. Permitida a reprodução, sem alteração do texto e citada a fonte
QUEM ESTÁ CONTRIBUINDO COM ESTE SONHO
SEMEANDO A CULTURA DE PENTECOSTES Amado semeador, Graças a Deus e a sua generosidade chegamos à edição de nº 80 da Revista Renovação. Sua colaboração, com certeza, foi fundamental para essa caminhada e estamos colhendo muitos frutos da sua fidelidade. Muito obrigado. Contem com nossas orações. Caso você não seja colaborador e gostaria de contribuir, entre em contato conosco.
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Editorial
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UMA VIDA GUIADA PELO SANTO ESPÍRITO
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Dois mil anos se passaram desde aquele acontecimento relatado nos Atos dos Apóstolos, quando os discípulos, reunidos com Maria no Cenáculo, experimentaram em suas vidas o cumprimento da palavra de Jesus, que prometera que enviaria o Paráclito da parte do Pai (Cf. Lc 24,49). A promessa se cumpre em Pentecostes e a Igreja se manifesta ao mundo com coragem e desassombro. A partir dali todos poderiam ter acesso à Trindade. A história da humanidade, naquele momento, tomava um rumo diferente. Ah... quantas vezes temos ouvido e pensado sobre isso. Esse assunto é realmente muito familiar aos membros da RCC. Foi por isso que, no momento de discernimento do tema desta edição, tão especial (chegamos ao número 80), sentíamos arder em nossos corações o desejo de falar sobre Pentecostes. No pós-Pentecostes, mais especificamente, com o foco em nossa própria realidade. O que significa a “vinda” do Espírito na nossa vida? O que significa tê-Lo? Ser templo de Deus? Em um de seus textos, sempre inspiradores, o Papa Bento XVI perguntou: o que Jesus veio trazer ao mundo? Para responder, em seguida, que Ele veio trazer Deus, e que só porque nossos corações são duros demais achamos que isso seja pouca coisa.1 Não é pouca coisa ter Deus! É tudo! Jesus veio nos dar acesso a Deus plenamente, e isso se cumpre com o mistério de sua morte e posterior derramamento de seu Espírito. E pessoas que têm Deus, cujas vidas foram marcadas entre um “antes” e um “depois” de Pentecostes, dão testemunho de Jesus Vivo e
Ressuscitado. Pessoas cheias de Espírito vivem como o Senhor ensinou. Amam, honram a Deus e ao próximo, abençoam - não amaldiçoam. Afinal, se somos portadores do Espírito Santo não podemos ter um agir diferente daquilo que o Senhor ensinou. Claro, a proposta de vida de Jesus não é fácil, pelo contrário, é dificílima, impossível, diríamos até, se tivéssemos que contar apenas com nossas próprias forças. Mas é o próprio Santo Espírito que vem em auxílio de nossas fraquezas. Ele nos dá os dons, nos capacita. A nós, basta pedir e nos abrirmos à Sua maravilhosa ação. Pedir incessantemente. Pedir a santidade, pedir seus dons. Pedir a atualização de Pentecostes, de um perene Pentecostes em nossas vidas, em nossas Grupos, em nossas Comunidades e Paróquias. Pedir e esperar o recebimento. Ele prometeu que daria. Ele cumpre! Também é preciso pedir e tomar decisões. Romper com todo pecado que nos faz contratestemunhas, como a murmuração, a fofoca, a divisão... Para isso é preciso que nos autoavaliemos a fim de que reconheçamos as nossas debilidades e as vençamos na força que vem do próprio Deus. Essa revista, humildemente, traz alguns elementos que pretendem auxiliar todos aqueles que a lerem nesse sentido. Como você poderá notar, todos os artigos especiais terão a finalidade de nos levar a pensar sobre como é viver no Espírito, e em quais aspectos podemos estar falhando. Esperamos, com isso, colaborar na formação de um povo que cada vez dê mais testemunho de sua fé. Que testemunhe uma fé autêntica, honRevista Renovação
rando o Senhor Jesus. Por falar nisso, querido irmão, querida irmã, queremos contar algo: a Revista Renovação, a cada edição, é preparada com muito amor. É tanto - e de forma tão sincera - que talvez você possa senti-lo quando a tem em suas mãos. São horas de trabalho da equipe do Escritório Nacional e de irmãos mobilizados no Brasil inteiro (que colaboram escrevendo, revisando...). Nossa dedicação tem uma razão especial: ficamos imaginamos o quanto esse instrumento de comunicação pode ser edificante. Desejamos que os textos aqui publicados possam fortalecer os membros do Movimento. É isso que nos motiva, que nos impulsiona: o amor! Sabe, nós sonhamos em tornar nossa revista mensal, para oferecer ainda mais conteúdo a você e ao seu Grupo. Só não fazemos isso porque é muito caro para o Escritório Nacional. Temos um alto custo de impressão e distribuição. No entanto, quando alcançarmos 10 mil pessoas que colaborem fielmente, todos os meses, poderemos tornar a publicação mensal. É só o que falta: termos 10 mil colaboradores ( e nem é muito perto da grande quantidade de carismáticos que temos no Brasil). Por isso, pedimos a você que conhece a Revista e gosta dela, ajude-nos a divulgá-la melhor. No nosso site (www.rccbrasil.org.br) é possível fazer o cadastro. Também temos edições mais antigas disponíveis para acesso. Pedimos que você a leve ao seu Grupo de Oração, nos eventos de sua diocese e a promova. Fale que os recursos arrecadados, além de manterem os custos da publicação, têm destino certo: vão para o Marajó, vão para Uganda, para viagens a serviço da Missão, para a luz, telefone, aluguel do Escritório Nacional. O que torna nossa revista ainda mais especial. Você não acha? Essa revista é nossa! Ajude a fazer com que ela chegue a mais irmãos e que possa edificar ainda mais vidas. Desde já agradecemos seu empenho, desejando que você tenha uma leitura abençoada. Deus nos abençoe! Lúcia V. Zolim
Coord. Nacional da Comissão de Comunicação
¹Bento XVI. Jesus de Nazaré: primeira parte: do batismo no Jordão à transfiguração. São Paulo: Editora Planeta do Brasil, 2007, pg. 54.
Palavra da presidente
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A vida no
Espírito Santo Amados irmãos em Cristo, Paz e Bem! Pentecostes nos é realidade mais uma vez! O nosso Deus é Pai, Filho e Espírito Santo. Portanto, nossa fé é trinitária e começo este texto saudando a Santíssima Trindade, “Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”! Ao refletir sobre a vida no Espírito Santo, é possível perceber a maneira de viver das primeiras comunidades cristãs, narrada por Lucas, nos Atos dos Apóstolos. Qual é a luz que o testemunho da Igreja Primitiva pode oferecer a nós, cristãos, considerando os desafios atuais? Isto nos leva a contemplar como os primeiros cristãos vivenciaram o ensinamento, a missão e a memória de Jesus e podese concluir que temos muito a aprender com eles, se quisermos ser Igreja e vivermos a vida no Espírito. As primeiras comunidades cristãs foram fraternas, evangelizadoras, missionárias, acolhedoras, servidoras e ministeriais, em meio a grandes perseguições, fadigas e provações, sem nunca desanimar. Ao contrário, respondiam às adversidades com fé, alegria, fidelidade, amor e entusiasmo apostólico. Viver segundo o Espírito Santo é viver da Fé, da Esperança e da Caridade. Uma pessoa guiada pelo Espírito, mesmo no meio
de conflitos, vive a alegria, a paz e a serenidade. Deixa-se guiar por Deus para que Ele mude seus corações desde a raiz, segundo a sua vontade. “Dar-vos-ei um coração novo e em vós porei um espírito novo; tirar-vos-ei do peito o coração de pedra e dar-vos-ei um coração de carne. Dentro de vós meterei meu espírito, fazendo com que obedeçais às minhas leis e sigais e observeis os meus preceitos.” (Ez 36, 26). Vocação à Santidade Não se pode falar da vida no Espírito sem falar da santidade, porque todos nós fomos chamados a ser santos. “Não sabeis que sois templo de Deus e que o Espírito Santo habita em vós?” A santidade é a nossa vocação, pois recebemos igualmente o mesmo Batismo e, apesar da diversidade dos dons e carismas, um só é o Espírito que os distribui, uma só a fé, a esperança e a caridade. No dia 7 de abril, o Papa Francisco, em sua homilia durante a Missa celebrada na Casa Santa Marta, onde reside, recordou o diálogo entre Jesus e Nicodemos. Todos nós conhecemos este Texto narrado por João, no Evangelho, e sabemos que Nicodemos era um fino aristocrata e membro do Conselho Supremo da Palestina (Sinédrio). Como autêntico fariseu, conhecia e seguia a Lei Mosaica e, apesar de todos os seus estudos e conhecimentos, não conseguia entender como o homem poderia “nascer de novo”! O Santo Padre explicou que isso significa nascer do Espírito Santo, e ressaltou: “É a vida nova que recebemos no Batismo!” E também destacou que essa vida deve ser desenvolvida, pois não vem de modo automático. “É um caminho difícil porque depende, principalmente, do Espírito, mas também da capacidade de nos abrirmos ao Seu sopro”, assegurou Francisco. Na homilia, recordou ainda que os primeiros cristãos viviam na unidade, num só coração e alma, no amor mútuo, e disse que “é esta dimensão que devemos redescobrir: o aspecto da harmonia na comunidade, uma virtude que anda meio esquecida”. O Papa nos ensina que viver segundo o Espírito implica em caminhar sem desanimar, em busca da maturidade e do fortaRevista Renovação
lecimento espiritual, pois a ação do Espírito Santo não é mágica. O crescimento na vida no Espírito vem da graça de Deus. Ser maduro espiritualmente é caminhar obediente a Deus no amor, por amor e com amor. É fazer a escolha de viver pelo ponto de vista de Deus e não pelo ponto de vista humano. Estamos aqui, plantados nesta terra para darmos muitos e bons frutos, mas nosso olhar deve estar sempre voltado para o céu, onde queremos morar. Uma vida assim não nasce do improviso, mas é fruto do crescimento da graça de Deus em nós. “Pedi e recebereis” Desejar o Espírito Santo é caminho certo para recebê-lo de Deus. Quem nos garante é o próprio Jesus: “Se vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas coisas a vossos filhos, quanto mais vosso Pai celestial dará o Espírito Santo aos que lho pedirem.” (Lc 11,13). Deus nos ama infinitamente, por isso deixa-nos livres para abrirnos e perceber a ação d’Ele em nós. E o Espírito sopra onde quer, para onde quer; é livre, liberta e conduz à liberdade. “Digo, pois: deixai-vos conduzir pelo Espírito, e não satisfareis os apetites da carne. Se vivemos pelo Espírito, andemos também de acordo com o Espírito” (Gl 5,16.25). Neste trecho, o verbo andar (andemos), traduzido do grego (stoicheo), significa andar passo a passo, um passo de cada vez. Trata-se de aprender a andar sob a orientação de outra pessoa e esta Pessoa é o Espírito Santo de Deus. O então cardeal Jorge Mario Bergoglio disse em entrevista : “Os teólogos antigos diziam: a alma é uma espécie de barco a vela, o Espírito Santo é o vento que sopra a vela, para fazê-la seguir em frente, os impulsos e empurrões do vento são os dons do Espírito. Sem Seu impulso, sem Sua graça, nós não vamos em frente”. Em vista de palavras tão sábias e profundas, registro aqui o meu anseio de que a Renovação Carismática Católica navegue em águas mais profundas e, ao mesmo tempo, o meu convite: Vamos juntos mergulhar nessas águas límpidas da vida no Espírito Santo de Deus? REVIVE RENOVAÇÃO CARISMÁTICA CATÓLICA! Katia Roldi Zavaris
Presidente do Conselho Nacional da RCCBRASIL
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Especial
maio/junho . 2013 Por Padre Eduardo Braga
Paróquia Nossa Senhora da Conceição de Rio Bonito Arquidiocese de Niterói
Pessoas Avivadas pelo Espírito Como cristãos, a cada dia em nossa vida uma nova proposta, uma possibilidade de escolha se abre a nossa frente: acomodar a vida às incertezas e tensões da nossa época, preenchendo o nosso cotidiano de murmurações, ansiedades, abatimento e desânimo, ou acolher a vida nova que vem da Trindade, deixando que, pela graça do Espírito Santo, mesmo com as nossas dificuldades e variações de humor, possamos ser impulsionados sempre mais. A vida segundo o Espírito é, na Em uma época marcada pelo verdade, o coração do Cristianismo e secularismo e pelo relativismo (que sua maior urgência nesta hora. Tudo continuam, pelo pessimismo e pelo o que Jesus realizou na Cruz como desânimo, fazendo tantas vítimas), obra de salvação para a humanidaprecisamos perseverar na direção de foi em vista desta vida nova que a do Paráclito para enfrentar as tarefas Trindade sempre desejou para cada exigentes deste momento, mostranpessoa. O derramamento do Espírito do a alegria da vida nova no Espírito. Santo em Pentecostes marca este Não ceder ao abatimento espiritunovo tempo de reà crise de fé, A vida nova, segundo al, lacionamento enà mediocridade, o Espírito, provém da à burocracia no tre Deus e os homens. Tudo muda capacidade de acolher a sobrenatural é ura partir dessa gente e essencial. comunicação do vida do Ressuscitado dia- Ao contrário, preEspírito de Deus riamente em nós” cisamos de hoderramado no mens e mulheres próprio coração humano (Cf.Rm 5, 5). avivados pelo Espírito, portadores de uma vida coerente, de um testeGuiados pelo Espírito Santo, munho autêntico. Homens e mulhehomens e mulheres ao longo da hisres cheios de Deus, com a capacidatória sempre enfrentaram os grande de perdoar, amar, orar, silenciar, des desafios de seus tempos. E não trabalhar e profetizar. Como disse será diferente conosco. A vida nova, o Papa Emérito Bento XVI, à Renosegundo o Espírito, provém da capavação Carismática italiana no ano cidade de acolher a vida do Ressuspassado: “É preciso renovar a alma citado diariamente em nós. Há uma das instituições e fecundar a história responsabilidade intransferível da com sementes de vida nova”. nossa parte em conservar o Dom do Espírito que nos foi dado para nosHá poucos dias, nosso episcopasa permanente conversão e para a do brasileiro, reunido em Aparecida, transformação do mundo. por ocasião da 51° Assembleia Geral
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Revista Renovação
dos Bispos, afirmava no texto do Documento “Comunidade de Comunidades: Uma nova Paróquia”, a necessidade deste Pentecostes na vida do novo Povo de Deus. Meditemos: “É o Espírito Santo quem realiza nos corações as condições para que alguém se torne seguidor de Jesus Cristo, Filho de Deus e membro da comunidade cristã’’ (n. 34). E ainda: “A vida cristã consiste em acolher e obedecer, de forma livre e consciente, a um projeto de vida. Essa é uma graça divina criada no coração vivificado pelo Espírito. O comportamento filial do cristão é fruto do Espírito’’ (n.35). Daqui, concluímos como precisamos do Espírito Santo! Precisamos deste Novo Pentecostes desejado há mais de cinquenta anos pelo Beato João XXIII. Precisamos retornar ao Espírito Santo, como dizia profeticamente a Beata Elena Guerra (1914). O Senhor está conosco, age pela força do Seu Espírito, mas precisa que acordem da tibieza tantos que nela se encontram. Necessitamos de um Avivamento que nos livre desse torpor espiritual! Neste contexto em que a fé é ameaçada em toda parte,
Especial
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não podemos perder a visão espirique a salvação de Jesus possa alcanfalava justamente sobre essa urgêntual que o Espírito do Senhor está çar o mundo inteiro e transformá-lo, cia de anunciar novamente Cristo nos dando. Nossa tarefa é lançar as a fim de que a Igreja possa ser renoonde a luz da fé se debilitou, onde redes como homens de fé, o Senhor vada e a santidao fogo de Deus, fará o resto. O Espírito do Senhor à semelhança de Há uma responsabili- de prospere nela está sobre nós! e, por fim, para um fogo em bradade intransferível da que nós, cristãos, sas, pede para ser Somente o Espírito Santo pode reavivado, a fim de levantar os cristãos neste tempo. nossa parte em conservar procedamos com a nova evanque se tornar uma Em fevereiro deste ano, poucos o Dom do Espírito que nos gelização. Para chama viva que dá dias antes da renúncia, dizia Benluz e calor a toda foi dado para nossa perma- que o Ano da Fé to XVI: ‘’Cristãos são aqueles que casa. não se aliam com os critérios desnente conversão e para a produza o Novo Pentecostes de te mundo. No mundo, somos cada P re c i s a m o s transformação do mundo” que precisamos, vez mais estrangeiros, nos lugares novamente do proponho, irmãos Bispos, que este de trabalho somos uma minoria’’. Fogo que Jesus veio trazer a TerSínodo peça humildemente ao Sanra! Também em outubro passado, Falando da ação do Espírito to Padre que consagre o mundo ao Bento XVI dizia que “haverá sempre Santo de maneira linda, o Papa FranEspírito Santo” (L’Osservatore Romanovos despertares do Cristianismo’’. cisco tem nos ensinado: “Ao que me no n. 42, 20 de outubro, p. 14). Aguardamos por um novo despertar parece, hoje o Espírito Santo nos inde homens novos! comoda, porque nos incentiva, emEsperamos pelo purra a Igreja para que vá adiante. Avivamento! Nos E nós queremos que Ele adormeça, conforte também queremos domesticá-lo, e isto não as palavras do Papa é bom porque Ele é Deus e é a força Francisco na sua prique nos consola, a força para prosmeira audiência com seguirmos (...) Não oponhamos reos cardeais: “Não sistência ao Espírito. É Ele que nos cedamos jamais ao liberta. Caminhemos na estrada da pessimismo, aquedocilidade ao Espírito Santo, no cala amargura que o minho da santidade da Igreja’’ (Hodiabo oferece cada milia de 16 de abril). dia. Não cedamos Um dia depois, novamente o ao pessimismo e ao Papa fala sobre a necessidade de desânimo. Temos a sermos “fiéis ao Espírito para anun Somente o Espírito Santo firme certeza que o Espírito Santo ciar Jesus com a nossa vida, com o pode criar o homem novo. Dele vem doa à Igreja com seu Sopro poderonosso testemunho e nossas palaa Vida Nova. Sem Ele, dizia Elena so a coragem de perseverar’’ (15 de vras. (...) Ser cristão é um dom que Guerra, continuaremos naquilo que março de 2013). nos faz ir em frente somos. Sim, precisamos da vida Não foi ocaCristãos são aqueles com a força do Esnova do Espírito; mas precisamos que pírito no anúncio que não se aliam com sionalmente dela não apenas no conhecimento, durante esse de Jesus Cristo” nas pregações e formações. Precisa(17 abril de 2013). os critérios deste mundo. mesmo Sínodo mos da vida nova do Espírito no dia O Espírito de- No mundo, somos cada dos Bispos, em a dia de homens e mulheres novos, seja ser novamen- vez mais estrangeiros, nos Roma, no mês de avivados Nele. Que diariamente, outubro de 2012, te a Luz de Deus como compôs o meu falecido Bispo em cada coração, lugares de trabalho somos um dos padres Dom Carlos Alberto Navarro, “que sinodais, o Arcea Luz que se abre uma minoria” a graça de Deus cresça em nós sem bispo de Santo aos olhos dos hocessar e de Ti, nosso Pai, venha o Antônio dos Estados Unidos, Dom mens que estão mortos no mal do Espírito Santo de amor para gerar e Gustavo Siller, pediu ao Papa que o pecado. A mensagem do Sínodo dos formar Cristo em nós’’. mundo fosse consagrado ao Espírito Bispos, de outubro de 2012, sobre a Santo Pentecostes! Feliz vida Santo. Eis as suas palavras: “Precisatransmissão de fé às novas gerações, nova! mos de um Novo Pentecostes para
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Especial
maio/junho . 2013 Por Pe. Nilso Motta, κένωσις
Grupo de oração Kenosis Diocese de Osasco-SP
Pessoas cheias de Deus É preciso ter coerência: pessoas avivadas, “cheias” de Deus são aquelas que transmitem em suas vidas a Presença Divina. Pessoas que renunciam às obras das trevas e buscam andar conforme o Espírito Santo. Deixam-se guiar por Ele a cada dia, em cada situação. São testemunhas da vida nova em Cristo. “No princípio Deus criou todas tação de Jesus Cristo como seu único as coisas, criou o homem e a mulher e verdadeiro Senhor, para que a digà sua imagem e semelhança” (cf. Gn). nidade original fosse estabelecida na Criou-os na santidade, para viverem sua vida. na santidade, numa comunhão perO meio pelo qual a dignidade humana é restabelecida se dá pelo feita com o criador, vivendo plenasacramento do Batismo. Pela graça mente em Deus e Deus plenamente batismal, a pessoa humana é regeneneles. “Seduzido pelo Maligno desde rada. Deus, na sua infinita misericóro começo da história, o homem abudia, devolve ao homem a dignidade original e, cumulando-o de bênçãos, sou da sua liberdade. Sucumbiu à o faz participante da graça da Divina. tentação e cometeu o mal. Conserva “O Espírito Santo, que é Deus o desejo do bem, mas a sua naturejuntamente com o Pai e o Filho, nos za está ferida pelo pecado original. renova pelo O homem ficou com a inclinação para o mal Toda a vida humana, batismo; e do nosso estado e sujeito ao erro: o quer singular quer co- de imperfeihomem encontra-se, pois, dividido em si letiva, apresenta-se como ção, reintegramesmo. E assim, toda na beleuma luta, e quão dramáti- nos a vida humana, quer za primitiva. singular quer coletiva, ca, entre o bem e o mal, en- Torna-nos de apresenta-se como tre a luz e as trevas” tal forma reuma luta, e quão drapletos de sua graça, que não podemos admitir em mática, entre o bem e o mal, entre a nós qualquer coisa que não deva ser luz e as trevas” (Catecismo da Igreja desejada. Além disso, liberta-nos do Católica n. 1707). pecado e da morte. E de terrenos que Desde esse acontecimento que somos, quer dizer, feitos do pó da terferiu a dignidade humana, Deus estabeleceu um plano de salvação para ra, nos faz espirituais, participantes resgatar o homem mediante a aceida glória divina, filhos e herdeiros de
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Deus Pai” (Do Tratado sobre a Trindade, de Dídimo de Alexandria (Liv. 2,12: PG 39,667-674) (Séc. IV)). Pela graça de Deus, somos restaurados e chamados a viver uma vida nova, tal como São Paulo nos exorta: “Todo aquele que está em Cristo é uma nova criatura. Passou o que era velho; eis que tudo se fez novo” (2Cor 5,17). O que se espera então de um homem novo, que está em Cristo? Espera-se que tenha a sua vida pautada pela vida de Cristo, “sendo cumpridores da Palavra e não apenas ouvintes” (Tg 1,22a). Que seja um homem íntegro, honesto, virtuoso, “que não procede conforme o conselho dos ímpios, não trilha o caminho dos pecadores” (Sl 1,1). Numa palavra, uma pessoa cheia de Deus. Porém, na maioria das vezes, a graça recebida no Batismo fica escondida, e, ao invés de viver a vida nova que nos foi conquistada pelos méritos de Cristo, o homem se afasta d’Ele e decide pelo caminho da perdição mergulhando no pecado e consequentemente vivendo longe de Deus. Novamente, Deus, em sua infinita misericórdia, vem “em socorro
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da fraqueza humana” e unicamente mem a uma tomada de consciência por amor conduz o homem a uma exde quem realmente ele é, num properiência revigorante, que faz a sua cesso de autoconhecimento, ou seja, vida reverdecer, enchendo-o de esconhecendo suas limitações, submeperança: “Para a árvore ao Essa experiência revi- tendo-as (homem) há esperança: Espírito e, gorante, que traz uma assim, tencortada, pode reverdecer e os seus ramos brotam. nova esperança e transfor- do toda a Quando sua raiz tiver ensua vida, o velhecido na terra e seu ma a vida do homem, se seu tempetronco estiver morto no chama Batismo no Espírito ramento, as solo, ao contato com a ações Santo, experiência que é suas água, reverdece e distencontroladas derá ramos como uma sem dúvida alguma o divi- pelo Espíplanta nova” (Jó 14, 8-9). rito. O hosor de águas” Essa experiência remem entra, então, num verdadeiro processo de vigorante, que traz uma nova especonversão, pois, “passou o que era rança e transforma a vida do homem, velho; eis que tudo se fez novo”. se chama Batismo no Espírito Santo, Dessa forma, o que se espera experiência que é sem dúvida alguma de homens novos, pessoas cheias de o divisor de águas na vida de um hoDeus? São Paulo responde: “Se vivemem. “O Batismo no Espírito é uma experiência transformadora de vida mos pelo Espírito, andemos também com o amor de Deus derramado no de acordo com o Espírito” (Gl 5,25). A coração da pessoa pelo Espírito Sanorientação do Evangelho é clara, “peto, recebida através de sua submislos frutos conhecereis a árvore” (cf. Mt 7,15-20). “E o fruto do Espírito é são ao senhorio de Jesus Cristo. Ele caridade, alegria, paz, paciência, afaatualiza o Batismo e o Crisma sacramentais, aprofunda a comunhão com bilidade, bondade, fidelidade, branDeus e com os outros cristãos, reavidura, temperança”(Gl 5,22). Uma pessoa cheia de Deus é va o fervor evangelístico e equipa a uma pessoa que se deixa conduzir pessoa com carismas para o serviço pelo Espírito Santo. Não nos cansee a missão” (ICCRS, Comissão doutrinal, Batismo no Espírito Santo, p. 15). mos de pedir: Vem, Espírito Santo! O Batismo no Espírito leva o ho-
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Especial
maio/junho . 2013 Por Leandro Rabello Batista
Coordenador diocesano Campos-RJ (Região Noroeste) Membro do Conselho Editorial da RCCBRASIL Grupo de Oração Mater Domine
VEJAM COMO ELES SE AMAM... A Palavra de Deus é muito clara: quem diz que ama a Deus e não ama o seu irmão, se faz mentiroso. Amar o próximo, é, inclusive, condição para se amar a Deus. Se não amamos aquele a quem vemos, como amar Aquele a quem não vemos? Indagação feita por São João. Se, sem amor, não podemos agradar o nosso Deus, não podemos mais adiar esse tipo de reflexão em nosso meio. É preciso que façamos uma autoavaliação pessoal e comunitária, em nossos Grupos de Oração. Nós amamos? Amamo-nos mutuamente? Somente pelo amor verdadeiro damos testemunho autêntico de nosso seguimento a Jesus.
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Jesus nos deu um novo mandamento: “Amai-vos uns aos outros assim como eu vos amei” (Jo 15,12). Os cristãos eram reconhecidos por esta marca distintiva. E o Nosso Deus é Amor! Como devia ser maravilhoso fazer parte dessas primeiras comunidades cristãs do início do cristianismo... Quanto já se perdeu desse ensinamento que nos foi dado como testemunho primeiro! Viver uma vida ‘no Espírito’ requer, acima de todas as atitudes, AMAR! O Amor doação, norteador da vida de todo cristão que verdadeiramente ama, sobrevive aos embates cotidianos do relativismo vivido no mundo hodierno. O Papa Emérito Bento XVI assim nos fala sobre este relativismo: “Também não deve ser subestimada a influência de uma difundida cultura relativista, frequentemente carente dos valores, que entra no santuário da família...”¹ Vivemos num tempo de pouca tolerância e muita pressa. E nessa
contínua pressa, o cristão pode deixar despercebidos princípios fundamentais de sua fé: perdão, doação, tolerância, serviço, humildade, vivência das bem-aventuranças... Elementos constitutivos da vida dos que querem “Viver no Espírito!” Há quem viva tomado por um relativismo exacerbado e, por conseguinte, não veja possibilidade de amar. Um dos maiores imperativos que se pode ouvir eloquentemente da voz de Cristo é do verbo amar! Este ato é o princípio e o fim de toda atitude evangélica. Prova maior deste amor incondicional de Cristo deuse na cruz, fonte de nossa salvação e exemplo maior do Dom do amor derramado sobre cada um. E da cruz deve emanar esse amor pelo outro que nos faça suportar as cruzes que também nós devemos carregar, por amor! O primeiro olhar que lançamos Revista Renovação
sobre um cristão que ama, neste contexto, é a atitude do perdão. Quem ama perdoa, quem perdoa ama... uma simbiose perfeita! O perdão, ensinado por Jesus através de sua Igreja, deve ser aprendido e vivido por cada um de seus fiéis que, por um mandato divino, deve perdoar a todos e sempre.² O Catecismo da Igreja nos ensina que “... é pelo sacramento da penitência que o batizado pode ser reconciliado com Deus e com a Igreja”.³ E o que é a Igreja senão irmãos que se amam e perdoam? “Sede perfeitos como o vosso Pai celeste é perfeito” (Mt 5, 48); “Sede misericordiosos como o vosso Pai é misericordioso” (Lc 6, 36); “Dou-vos um mandamento novo: amai-vos uns aos outros como Eu vos amei” (Jo 13, 34). Observar o mandamento do Senhor é impossível, quando se trata de imitar, do exterior, o modelo divino. Trata-se de uma participação vital, vinda do
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fundo do coração, na santidade, tudo e com todos, e Deus será todo na misericórdia e no amor do nosmisericórdia para nós.”6 so Deus. Só o Espírito, que é nossa Nos Grupos de Oração da RCC, vida (Gl 5, 25), pode fazer nossos os espaço privilegiado, e não único, mesmos sentimentos que existem para viver uma vida no Espírito, em Cristo Jesus. Então, a unidade do concentramos nos serviços (minisperdão torna-se possível, perdoantérios), colocados diuturnamente do-nos mutuamente como Deus nos à disposição do povo, cada um dos perdoou em Cristo (Ef 4, 32). Assim elementos vitais como o amor ao ganham vida as palavras do Senhor próximo, perdão, humildade, vivênsobre o perdão, sobre este amor que cia das bem-aventuranças... Pratiama até ao extremo do amor. A paca-se nesta célula básica de nosso rábola do servo desapiedado, que movimento o esvaziamento de si em conclui o ensinamento do Senhor favor do outro. “Como numa simbiosobre a comunhão eclesial, termina se perfeita, o homem deve buscar a com estas palavras: assim procederá Deus via práticas espirituais e esvaconvosco o meu Pai celeste, se cada ziamento concreto na direção do ouum de vós não perdoar a seu irmão tro, encontrando nessa via de mão do fundo do coração. É aí, de fato, dupla o entendimento a respeito de no fundo do coração, que tudo se si mesmo. O Outro, então, provoca ata e desata. Não está uma revelano nosso poder deixar Um dos maiores impe- ção substande sentir e esquecer talvez a rativos que se pode ou- cial, a ofensa; mas o coramais imporção que se entrega ao vir eloquentemente da voz tante da vida Espírito Santo muda a de Cristo é do verbo amar! humana: a ferida em compaixão identidade e purifica a memória, Este ato é o princípio e o fim do ser hutransformando a ofen- de toda atitude evangélica” mano consa em intercessão . 4 tida na doaCitando Bento XVI ção...”7 na Carta Encíclica Deus Caritas Est: Sobre o amor fraterno, o Papa “(...) que o amor ao próximo é uma Francisco, em sua homilia, no 3ºDoestrada para encontrar a Deus, e que mingo da Páscoa de 2013, nos ensifechar os olhos diante do próximo na: “Quando uma pessoa conhece torna-os cegos também diante de verdadeiramente Jesus Cristo e crê Deus.”5 nele, experimenta a sua presença na vida e a força da sua Ressurreição, e Na grandeza das dimensões do não consegue deixar de comunicar amor cristão está a alta medida do esta experiência. E se esta pessoa perdão... encontra incompreensões ou adverA Beata Elena Guerra nos ensidades, comporta-se como Jesus na sina: “Seja misericordioso o nosso sua Paixão: responde com o amor e pensamento, julgue bem todos e a força da verdade. (...) O Amor fradesculpe os defeitos dos outros; que terno é o testemunho mais próximo nosso coração seja misericordioso que podemos dar de que Jesus está experimente em si as misérias dos conosco vivo, que Jesus ressusciirmãos e mova a vontade de socortou!”. rê-los; seja misericordioso o nosso Quem ama de verdade seu irolhar e se volte com bondade para mão “que vê” (I Jo 4,17-21), assume quem sofre; seja misericordiosa a as feições daquele que é o modelo nossa língua e em vez de ofender, verídico da perfeição do amor: JEconsole e conforte o próximo. SejaSUS! Ensina-nos Bento XVI: “Para mos, portanto misericordiosos! Em
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Revista Renovação
ficar verdadeiramente parecido com o mestre, é necessário assumir a centralidade do Mandamento do amor, que Ele quis chamar seu e novo: ‘Amem-se uns aos outros como eu os amei’. Este amor, com a medida de Jesus, com total dom de si, além de ser o diferencial de cada cristão, não pode deixar de ser a característica de sua Igreja... ”8 Quem ama a Deus, ame também o seu irmão! Recentemente, ouvimos de nossos bispos: “Deste modo o amor do próximo, radicado no amor de Deus, deve ser o nosso compromisso constante como indivíduos e como comunidade eclesial.”9 Neste texto sobre o amor cristão, muito nos emociona lembrar as pessoas do Beato João Paulo II, da Beata Elena Guerra, de Beata Madre Tereza de Calcutá, da pequena Odetinha, de Nhá Chica... “Cidadãos do céu” (Fl 3,20) que souberam viver os princípios básicos de uma fé madura na experiência de uma “vida no Espírito”... Uma vida no Amor! Queremos e precisamos viver deste modo nestes tempos! Se eles conseguiram, podemos, se assim nos esforçarmos, conseguir também! Se, por vontade terníssima de Deus, no futuro, for beatificado e canonizado pelo menos um dos tantos membros deste Movimento chamado Renovação Carismática Católica, certamente será alguém que aprendeu com Jesus a muito amar o seu irmão! Este convite é para você, para mim, para todos nós! Aleluia! Glória a Deus!
¹ Bento XVI-Discurso aos participantes na Plenária da Congregação para a Evangelização dos povos. ²Mt 18,21. ³ Catecismo da Igreja Católica, n. 980. 4 Idem, n. 2842-2843. 5 Bento XVI-Deus Caritas Est 6 Guerra,Beata Elena. Pensamentos de Fogo-Trad. Pe Eduardo Braga. Nº 102 pag. 37 7 Souza,Ronaldo José- O Discípulo Amado- Ed. Santuário –pag.72. 8 Verbum Domine, n. 103. 9 Documento de Aparecida, n.138.
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Especial
maio/junho . 2013 Por Maria Beatriz Spier Vargas
Coordenadora Nacional do Ministério de Pregação Grupo de Oração Magnificat
HOSPITALIDADE CRISTÃ
Mais do que sinal de boa educação ou generosidade altruísta, a acolhida e hospitalidade cristã é testemunho de fé e de vida que ilumina o mundo. A chave para essa vivência não está apenas no esforço ou personalidade de cada um, mas na acolhida ao dom do Espírito Santo.
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O livro dos Atos dos Apóstolos narra, no capítulo dois, a vinda do Espírito Santo sobre os apóstolos e discípulos de Jesus e como, depois de ouvirem o discurso de Pedro, aproximadamente três mil pessoas ficaram compungidas no íntimo do coração, arrependeram-se de seus pecados e receberam também elas o dom do Espírito Santo. No mesmo capítulo, são descritas as virtudes desses primeiros cristãos: perseveravam na doutrina dos apóstolos, nas reuniões em comum, na fração do pão e nas orações, viviam unidos e tinham tudo em comum, dividindo seus bens de acordo com a necessidade de cada um. Eles se reuniam nas casas, partiam o pão e tomavam a comida com alegria e singeleza de coração. No capítulo quatro do Livro de Atos, essas virtudes são novamente destacadas: “A multidão dos fiéis era um só coração e uma só alma. Ninguém dizia que eram suas as coisas que possuía, nem havia entre eles nenhum necessitado, pois repartia-se a cada um conforme a sua necessidade (Citação livre de Atos 4:32-35).
Essas duas passagens indicam claramente que a disposição de partilhar os bens, de acolher os outros em sua casa e de ajudar os necessitados encontra-se entre os sinais que se manifestam na vida de quem é batizado no Espírito Santo. São Paulo, na carta aos Romanos, capítulo 5, vai nos ajudar a entender por que: “... Porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado” (Rm 5,5). Não é mais o amor humano que nos impulsiona a abrir o coração, abrir a casa para acolher o outro, é o amor de Deus, o amor que Jesus nos ensinou a viver enquanto estava entre nós na forma humana. Ele nunca deixou nenhum doente, nenhuma pessoa que havia sido rejeitada ou marginalizada ficar à margem do caminho. Ele sempre se movia de compaixão e ajudava, curando, fazendo a pessoa sentir-se amada, motivando a pessoa a mudar e edificando a sua vida, dando-nos, assim, o modelo da hospitalidade cristã. Se procurarmos a definição do termo hospitalidade, veremos que é Revista Renovação
sinônimo de acolhida. Um segundo sentido é oferecer boas condições que permitam o crescimento daquilo ou daquele que se acolhe. Assim, fala-se de um clima hospitaleiro ou meio ambiente hospitaleiro e acolhedor que permite o desenvolvimento de uma determinada cultura ou forma de vida. A acolhida de Jesus sempre proporcionava crescimento às pessoas e condições para elas mudarem de vida e passarem a se sentir dignas. A pessoa se sente dignificada quando é acolhida com amor e não com julgamento. Quem tem o amor de Deus no coração adianta-se em honrar os outros, isto é, honra os outros no pensamento, no coração e nas atitudes. Jesus tinha o coração manso, humilde, perdoador e confiava na capacidade das pessoas de mudarem para melhor e as pessoas, sentindo isso, mudavam. A acolhida de Jesus era o meio ambiente hospitaleiro que permitia às pessoas crescerem em dignidade e se sentirem importantes. Isso nos questiona no sentido de olharmos para as nossas atitudes. A nossa maneira de viver atrai a
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simpatia de todos? O ambiente que citar, toda a capacidade de superacriamos ao nosso redor é um amção e de mudança que precisamos biente que faz as pessoas crescerem testemunhar já estão em nós, na e se sentirem dignas, amadas, acoPessoa do Espírito Santo, que habita lhidas, aceitas, valorizadas? Se não em nosso ser. “Não sabeis que sois o temos dado esse tipo de testemuTemplo de Deus e que o Espírito de nho que os batizados no Espírito deDeus habita em vós?” (1 Cor 3,16). veriam dar, como podemos fazê-lo? Dentro de nós habita o amor de A resposta a esses questionamenDeus, a sabedoria, a verdade, a paz, tos está na acolhida que damos ao a justiça e o poder transformador de “Doce Hóspede da Deus. Na oraQuem tem o amor ção pessoal Alma”, ao Espírito Santo, a promessa de Deus no coração podemos nos do Pai, o “Espírito elacionar adianta-se em honrar os rcom da Verdade” enviado o Espíria nós. Na medida outros, isto é, honra os ou- to Santo, teem que acolhemos tros no pensamento, no mos acesso a Pessoa do Espírito ao poder de Santo que habita em coração e nas atitudes” sua presença, nós, obedecendo às podemos pesuas moções, procurando melhorar dir a Ele para nos conduzir e guiar, como pessoas, buscando a santidapodemos ir a Ele com as nossas máde, nos deixando guiar pela verdade goas, as nossas limitações, as nossas e pelo amor, a presença do Espírito dúvidas, a nossa incapacidade e Ele se torna cada vez mais evidente em vai se revelar a nós e vai nos dar vida nós, se torna uma presença sobenova. Deixemo-nos, portanto, conranamente ativa e vivificante, que duzir e transformar pelo Espírito e nos capacita a cumprir a vontade de seremos capazes de dar testemunho Deus e obedecer aos seus mandade verdadeira hospitalidade cristã.
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mentos. “É este o meu mandamento: amai-vos uns aos outros, como eu vos amo” (Jo 15,12). “O que vos mando é que vos ameis uns aos outros” (Jo 15,17). Todo o amor que se exige de nós, toda a capacidade de perdoar, toda a paciência que devemos exer-
Os tempos que estamos vivendo são tempos de muita urgência, parece que estamos sempre atrasados, pois não damos conta do que temos para fazer. Ouvimos sempre as pessoas se queixando que estão sobrecarregadas e nós também falamos da mesma forma. Temos que Revista Renovação
tomar cuidado, pois agindo dessa forma podemos estar intimidando os outros, impedindo que se aproximem de nós, ou até pensando que servir ao Senhor é um peso. Aqueles poucos milhares de cristãos do capítulo 2 dos Atos dos Apóstolos já tinham se transformado em uma multidão de fiéis no capítulo 4, pois “eles partiam o pão nas casas com alegria, louvando a Deus e cativando a simpatia de todo o povo e o Senhor cada dia lhes ajuntava outros, que estavam a caminho da salvação” (Atos 2: 46-47). Não deveríamos falar do que temos para fazer em tom de queixa, murmurando, mas sim com alegria, com entusiasmo, com ações de graça. A alegria é contagiante, o coração agradecido toca os corações dos outros. Os primeiros cristãos eram chamados de “seguidores do caminho”, aquele caminho traçado por Jesus. No caminho do bem, da hospitalidade e da acolhida verdadeira encontramos muitos “pit stops” para nos abastecermos, muitas sombras, muita água viva para bebermos. Ao praticarmos a acolhida dos irmãos de caminhada e de todos aqueles que o Pai nos enviar, estaremos andando ao brilho da luz que é Jesus. É como diz aquele cântico “Deixa a luz do céu entrar”, andar ao brilho da luz que é Jesus produz alegria e paz no coração.
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Especial
maio/junho . 2013 Por Luiz Virgilio Nespoli
Membro da Comissão de Formação Arquidiocese do Espírito Santo
GRUPO DE ORAÇÃO CHEIO DO ESPIRITO Grupos de Oração transbordantes do Espírito! Grupos transbordantes de Amor. Grupos transbordantes dos Carismas. Nossos Grupos são chamados a ser assim! Alguns elementos são essenciais para que vivamos dessa forma, e assim, cumpramos a Missão confiada à RCC pelo Senhor, de levar todos à experiência do Batismo no Espírito Santo.
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Um Grupo de Oração cheio do Espirito Santo é aquele em que se vive a experiência de Pentecostes em cada reunião. Somos apóstolos do Espírito Santo e embaixadores da Cultura de Pentecostes. O Grupo de Oração cheio do Espírito é aquele que realiza o que é chamado a ser: um lugar de encontro, festa, oração, partilha, meditação da Palavra e relacionamento com os irmãos. O Espírito Santo nos chama e congrega no Grupo de Oração. Nos reunimos em Nome do Senhor Jesus, e, juntos como irmãos, louvamos a Deus Pai que nos criou e nos enviou Jesus para nos salvar e redimir de todos os nossos pecados. O Grupo de Oração é a célula fundamental da RCC e sua expressão máxima, sendo composto por três momentos: o Núcleo de Serviço, a Reunião de Oração e o Momento de Perseverança. O Núcleo de Serviço cheio do Espírito é composto por todos os que coordenam o Grupo de Oração, que devem viver a vida no Espírito em todo a sua essência. Pessoas de oração, testemunho de vida, intercessão pelos irmãos, relacionamento fraterno, que vivem o perdão e a reconciliação. Pessoas que renunciam à vida mundana para seguir Jesus, que têm
vida sacramental e que amam a RCC, querendo a cada dia conhecê-la mais e nela crescer. Esse Núcleo assume o chamado de Deus de levar todos que o Senhor atrair ao encontro com Jesus Vivo e Ressuscitado, encontro este que acontece por excelência na Reunião de Oração semanal. Todos do Núcleo são corresponsáveis pela dinâmica da Reunião de Oração. Ninguém pode ficar de fora. A Reunião será tão frutuosa quanto for a organização do Núcleo. O Núcleo de Serviço do Grupo cheio do Espírito é aquele que se prepara na oração comunitária semanal (e cada participante, em sua oração pessoal), no exercício dos carismas, buscando conhecer a vontade de Deus, se preparando para realizar a vontade Dele, meditando a Palavra para pregá-la, estudando a Palavra para se manter na graça, cuidando da vida interior com jejuns, abstinências, oferecimento em Eucaristias, para ter o que oferecer aos participantes. Um Núcleo que cultiva momentos de intercessão pela realidade das pessoas, oração do Rosário pelo crescimento dos participantes, que ora com ousadia para que se realizem curas e milagres durante as orações no Grupo. Enfim, um Núcleo comprometido com a vida, com o crescimento e, Revista Renovação
principalmente, com a salvação dos participantes. O Núcleo, e os servos do Grupo de Oração cheios do Espírito planejam, organizam e executam o Pastoreio de cada participante, procurando não perder nenhuma das ovelhas, se dispondo a escutá-las, fazendo o atendimento das necessitadas, aconselhando as que pedirem e orando pela cura das enfermas. Elas devem crescer e se fortalecer para responder com fé aos diversos desafios do mundo.
A Reunião de Oração
A Reunião de Oração é o momento oportuno para o recebimento da Efusão do Espírito Santo. Todos os passos da Reunião de Oração devem ser em direção ao derramamento do Espírito. Ninguém deve sair do Grupo de Oração sem ter recebido essa Graça. Um Grupo cheio do Espírito tem sua Reunião cheia de Louvor - oração que nos leva a uma profunda intimidade e exercício de fé em nosso Deus que é Uno e Trino. Devemos sempre louvá-LO por aquilo que Ele é, por aquilo que Ele nos fez, fará e está realizando em nós. O louvor é a oração por excelência da RCC. As diversas orações realizadas na Reunião de Oração, como as de louvor, de petição, de perdão dos pe-
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cados, de agradecimento - guiadas pela Palavra - enfim, todas as orações devem levar à oração de pedido do Derramamento do Espírito Santo. Isso é fundamental em cada Reunião de Oração! Tudo deve convergir para esse operar poderoso do Espírito. O Núcleo se prepara e planeja a Reunião para que nela essa Graça se manifeste. Todos os ministérios devem trabalhar com esse objetivo. O Batismo no Espírito Santo é necessário, fundamental, indispensável e característico do Grupo cheio do Espírito. Sem Batismo no Espírito poderíamos dizer que esse Grupo não é de identidade carismática e, ainda: que esse Grupo não é cheio do Espírito. Os carismas são consequências do Batismo no Espírito Santo, que atualiza as graças das primeiras comunidades cristãs, descritas nos Atos dos Apóstolos, com toda ousadia e parresia que lhes eram peculiares. Por isso, podemos dizer que o Grupo de Oração é uma referência às reuniões das primeiras comunidades cristãs e deve atualizar os frutos de Pentecostes a cada semana. A RCC assumiu esse chamado de viver na abundância da Graça, nesse derramamento perene do Espírito. Os participantes do Grupo experimentam das graças provenientes do Batismo no Espírito em cada reunião. Entre essas graças frequentes estão os carismas de Línguas, Profecia, Interpretação das Línguas, os carismas de Palavra de Ciência e de Sabedoria nas orações por cura e libertação e o permanente exercício do carisma da Fé. Os dons e os carismas devem ser despertados e exercitados, principalmente gerando o amor entre os irmãos. O derramamento do Espírito gera carismas e o Grupo cheio do Espírito é aquele que assume com coragem esse despertar. Poderíamos chamar de Grupos “quentes” aqueles que se comprometem com o Chamado de Deus e exteriorizam essas manifestações do Amor de Deus, apoiados no sentido de que esses carismas
são para a comunidade do Grupo de Oração. Não são ostentações e, sim, serviços para ajudar os participantes em suas carências e necessidades. É a manifestação do Espírito que dá o diferencial quanto à qualidade do Grupo de Oração. Além dos dons carismáticos, chamamos atenção para os dons infusos e as virtudes. Todos são manifestações do Espírito e devem ser, do mesmo jeito, exercitados. Esse momento da Reunião de Oração é também momento da evangelização querigmática, evangelização fundamental que leva a adesão do participante à Vida em Cristo. O Querigma se dá através da música, da dinâmica das orações e, principalmente, através da pregação da Palavra. As pessoas são chamadas a fazerem a sua opção por Jesus e a se converterem, vivendo com Ele, como Senhor de suas vidas. E a Efusão do Espírito prometida e realizada pelo Senhor Jesus leva os participantes a despertarem e viver os seus frutos, tais como o zelo apostólico, vida de oração comunitária e pessoal, vida sacramental, amor à Palavra de Deus, mudança radical de vida, testemunho de vida no Espírito, conversão, vida comunitária e eclesial, exercício dos carismas e ao compromisso com a evangelização. Esses frutos são importantes na missão que o Grupo de Oração tem. Enquanto expressão de Movimento na Igreja, o Grupo de oração realiza sua ação evangelizadora através do Querigma (Pregação), da Catequese (Formação), da Diakonia (atendimento feito pelos ministérios), da Koinonia (comunhão entre os participantes) e também através da Martyria (testemunho de vida e também missionário da liderança). Para manter essa graça da conversão, da vida com Cristo, da vida no Espírito Santo, o Grupo de Oração deve ter o seu momento de Perseverança, no qual o participante recebe o alimento mais consistente da Palavra, que o leva a crescer através do Revista Renovação
Ensino e do Pastoreio. Só permaneceremos com Cristo se o conhecermos bem e isso se dá pelo Ensino. Esse terceiro momento é fundamental para garantirmos que os membros do Grupo permaneçam cheios do Espírito e, dessa forma, perseverem. Esse é o momento ideal para o discernimento de quais carismas estão sendo despertados na vida dos irmãos; quais estão sendo exercitados e para qual ministério eles estão sendo chamados. O Ensino é constitutivo do Batismo no Espírito Santo. Fortalece a fé e garante a vida no Espírito. A dinâmica do Grupo de Oração é de encontro e experiência. Não devemos sair dele como entramos. O Espírito age em nós como agia em Jesus, nos transformando em novas criaturas, fazendo de nós pessoas mais livres, alegres, confiantes, sadias, esperançosas, com um novo ânimo para viver. A constância do Derramamento do Espírito cria nos participantes o senso de pertença, amizade, fraternidade... faz crescer o amor e o perdão, e passamos a viver em comunhão como uma grande família. O Grupo de Oração cheio do Espírito gera nos participantes a vontade de permanecer, partilhar, dar testemunho das graças que o Senhor está realizando. Desperta a vontade de quem participa de voltar na próxima semana seguinte para rever os irmãos. O Grupo de Oração é assim quando o propósito de ser “cheio do Espírito” é assumido pelo seu Núcleo em toda a sua essência, ou seja, quando sua coordenação assume o compromisso com Jesus de conduzir os participantes às “águas mais profundas”. Essa coordenação que ora, intercede, ama, pastoreia, planeja o crescimento daqueles que o Senhor atraiu para o Grupo, que se deixa conduzir totalmente pelo Espírito, se transforma em liderança que evangeliza e forma os participantes e, assim, transforma o Grupo e a vida dos participantes em vidas cheias do Espírito Santo. Assim seja!
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Espiritualidade A vida no espírito
maio/junho . 2013 Por Vinícius Rodrigues Simões
Coordenador Nacional do Ministério de Formação – RCCBRASIL Grupo de Oração Jesus Senhor
A Vida no Espírito afugenta a maledicência
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Vida no Espírito. Essa expressão denota a vida de uma pessoa completamente dirigida e impulsionada pelo Espírito Santo do qual está transbordando continuamente e que se deixa moldar e santificar por Ele todos os dias, nas diversas situações do cotidiano. Podemos dizer, portanto, que a Vida no Espírito é o plano de Deus a nosso respeito, a partir da verdadeira experiência de Pentecostes, sendo certo que a transformação de nosso homem interior requer de nós disposição e esforço para o bem. A Vida no Espírito nos leva a produzir os frutos do Espírito: amor, alegria, paz, paciência, delicadeza, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio (cf. Gálatas 5, 22-23). Ao mesmo tempo nos dispõe para a prática das Virtudes, isto é, a prática de bons hábitos, comportamento apropriado a um discípulo de Jesus Cristo. Nesse sentido, Vida no Espírito e maledicência são contrárias entre si. Os dicionários definem maledicência como “o ato de dizer mal, de difamar, de murmurar; intenção de denegrir, de deprimir”. Já o Catecismo da Igreja Católica nos exorta que “a maledicência e a calúnia destroem a reputação e a honra do próximo. Ora, a honra é o testemunho social prestado à dignidade humana e todos gozam do direito natural à honra do seu nome, à boa reputação e ao respeito. Por isso, a maledicên-
cia e a calúnia lesam as virtudes da justiça e da caridade” (Catecismo. n. 2479). Percebe-se, portanto, que maledicência é essencialmente um pecado da língua contra alguém e acerca disso logo ecoa dentro de nós o que nos ensinou Jesus: “a boca fala do que lhe transborda do coração” (cf. Mateus 12, 34). Mais amplamente, poderíamos entender a maledicência como um ato de profundo desamor para com os irmãos. Chegou-nos pela Tradição viva da Igreja que, no início do cristianismo, os pagãos ficavam admirados com o testemunho de amor dos seguidores de Cristo, a ponto de exclamarem: “Vede como eles se amam!” Sem dúvida, esse testemunho foi o estopim para a conversão de muitos daqueles pagãos. Será que hoje ainda estamos dando esse testemunho eloquente, capaz de provocar admiração e converter os pagãos do século XXI? Nosso Papa Emérito Bento XVI pede um testemunho credível da parte dos cristãos (cf. Carta Apostólica Porta Fidei, 15). Trata-se do testemunho do amor, aquele que é retratado em Atos dos Apóstolos, a partir da manhã de Pentecostes. Nos Atos dos Apóstolos, o que se percebe é a grande preocupação dos Apóstolos em anunciar e difundir a Boa Nova da Salvação que nos fora dada por Jesus Cristo, exaltar as maravilhas do Deus Altíssimo, inRevista Renovação
vocar o Espírito Santo, exortar as comunidades para que caminhem de acordo com o ensinamento de Jesus. Eles, que estavam constantemente repletos do Espírito Santo, não perdiam tempo com difamações, calúnias, mentiras, fofocas, falsos testemunhos, intrigas, murmurações, queixumes, palavras para denegrir e oprimir o outo e outras derivações da maledicência. Ao contrário, suas bocas estavam cheias dos louvores do Senhor e de seus lábios saíam palavras que exprimiam o Amor de Deus. Por isso, como já nos ensinaram tantas pregações e alguns livros, antes de falarmos de alguém precisamos passar o conteúdo do que se pretende falar por três rigorosas peneiras: VERDADE, NECESSIDADE e BONDADE. Assim, antes de falarmos alguma coisa de alguém, temos de nos perguntar: o que pretendo falar é, de fato, verdade absoluta? Caso seja ultrapassada essa primeira peneira, precisamos partir para a segunda: é realmente necessário que eu fale isso do meu irmão? Caso também seja ultrapassada essa segunda peneira, partamos para a terceira: Deus é Bom! Falando isso do meu irmão, eu estarei sendo bondoso para com ele? Poucas coisas que falamos sobre os outros passariam por essas rigorosas peneiras. Temos é que utilizá-las em nosso dia a dia para afugentar a maledicência de nossos corações e lábios.
Sugestãdo de leitura
maio/junho . 2013 Por Reinaldo Beserra dos Reis
Membro Permanente do Conselho Nacional Grupo de Oração Elena Guerra
PARA MELHOR ENTENDER O BATISMO NO ESPÍRITO SANTO “Mas eu já tenho o Espírito Santo... já sou batizado sacramentalmente”... “Pedir mais Espírito Santo? Ele, por acaso, vem aos poucos, aos pedaços?”... “Mas a Palavra não diz que ‘existe um só batismo’?”... “Esse termo, ‘Batismo no Espírito’, está na Sagrada Escritura, assim, de forma nominal?”... “Isso não é coisa de protestante?”... Essas e outras objeções afloram frequentemente quando se propõe a um católico fazer a “experiência da efusão do Espírito”, identificada no âmbito do Pentecostalismo em geral como “batismo no Espírito Santo”... Foi exatamente para enunciar adequadas respostas – ou possíveis vias de interpretação – a essas perguntas que o ICCRS (Serviço Internacional da Renovação Carismática Católica) lançou recentemente, através de sua Comissão de Doutrina, o livro “Batismo no Espírito Santo” – já traduzido para o português pela Editora RCCBRASIL. Diz Michelle Moran, presidente do ICCRS, no prefácio da obra: “Assim como um bom vinho, este texto foi emergindo e sendo refinado por um longo tempo. Ele começou em respostas a muitas solicitações que o ICCRS recebia de líderes de todas as partes do mundo. Esses líderes pediam um documento que fornecesse alguma reflexão teológica sobre o significado do batismo no Espírito Santo, juntamente com algumas orientações pastorais sobre como receber e viver essa graça”. O livro reveste-se de uma importância singular não só pelo assunto de que trata – disposto sob a perspectiva de
uma abordagem católica – como também pelo fato de seu conteúdo, essencialmente, ter servido de base para o Colóquio Internacional sobre o Batismo no Espírito Santo, realizado em Roma no ano de 2011, com a assistência e a supervisão do Pontifício Conselho para os Leigos. Para os que dele participamos, saber que um dicastério romano dispunha-se a patrocinar um evento com tal temática – que tanta resistência tem encontrado em não poucas esferas eclesiásticas – soou como um reconhecimento e uma legitimação desta experiência que é assim como que “o coração da Renovação Carismática Católica”. Certamente, o Colóquio não teve a pretensão de esgotar a reflexão e nem de estabelecer de modo definitivo todas as definições de cunho teológico ou pastoral pelas quais a matéria anseia. Entretanto, o evento tratou de modo muito maduro temas fundamentais como: “O Batismo no Espírito é para todos os cristãos?”; “Pessoas Não Batizadas deveriam receber oração para o Batismo no Espírito?”; “Uma pessoa pode ser Batizada no Espírito mais que uma vez?”. A reflexão continua... Este livro constitui-se em uma formidável contribuição do pentecostalismo católico ao conjunto de estudos a que tantos teólogos – de todas as tendências – têm se dedicado nas últimas décadas. Ele ajuda a todos na Igreja a responder ao convite de Bento XVI que, no Pentecostes de 2008, dizia: “Hoje eu gostaria de estender esse convite a todos: que nós possamos redescobrir, queriRevista Renovação
dos irmãos e irmãs, a beleza de ser batizados no Espírito Santo; que estejamos conscientes novamente do nosso batismo e do nosso crisma, fontes de graça que estão sempre presentes. Peçamos à Virgem Maria para obter novamente, hoje, um Pentecostes renovado para a Igreja, um Pentecostes que difunda em todos a alegria de viver e testemunhar o Evangelho”. Diz o Catecismo da Igreja Católica (Primeira Seção da Terceira Parte) que “a vida no Espírito é a vocação do homem”. Um seguro caminho de crescimento neste sentido, trilhamos também, quando, havendo feito a experiência do “batismo no Espírito”, tomamos consciência da possibilidade de uma “permanente efusão do Espírito Santo” (cf. CIC, 667). Amém!
O livro ‘Batismo no Espírito Santo’, traduzido, pode ser adquirido na loja virtual da Editora RCCBRASIL através do site: www.editorarccbrasil.com.br ou pelo telefone: (53) 3227-0710
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Projetos Missão
maio/junho . 2013
Cinco anos de bênçãos na Ilha do Marajó Desde 2008, a Missão Marajó leva o Amor de Deus ao povo marajoara. Em maio deste ano, uma série de atividades foram programadas para marcar as comemorações dos cinco anos de missão. Acompanhe o relato do que aconteceu na cidade de Breves, no estado do Pará.
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Há cinco anos, mais precisamente no dia 4 de maio de 2008, chegavam os primeiros missionários da Renovação Carismática Católica na ilha do Marajó. Eles desembarcaram na cidade de Breves com o objetivo de evangelizar e levar esperança aos Filhos de Deus. Muitas dúvidas enchiam suas mentes, como, por exemplo: “Em meio a tantas dificuldades, seria possível levar a Palavra de Deus a um lugar tão distante?” Mas quem lhes respondeu foi o próprio Senhor. Nestes cinco anos são incontáveis os testemunhos e as bênçãos que comprovam que a Ilha do Marajó esperava por ouvir a Palavra de Deus. Para comemorar os cinco anos de atividades, foi organizada uma grande missão com a comunidade local e com missionários vindos de outros lugares do Estado. A convite dos missionários do Marajó e do presidente do Conselho Estadual da RCC do Pará, Mário Lúcio da Silva Souza, mais de 100 jovens paraenses foram ao Marajó para evangelizar e partilhar as bênçãos de Deus. Os jovens chegaram à casa de missão de Breves após 12 horas de barco, numa viagem que partiu da cidade de Belém. Mesmo cansados da viagem, logo que chegaram a Breves, os jovens foram convidados para a primeira missão: a missão Estrada,
quando foram evangelizar o setor Estrada, formado por ribeirinhos que moram em comunidades afastadas do centro da cidade. Foram organizados grupos e cada um deles foi direcionado para uma determinada localidade. No total, seis comunidades receberam os missionários. Depois de um percurso de ônibus de cerca de uma hora, em uma estrada em más condições e com a temperatura alcançando 34°C, os jovens chegaram às comunidades. “Não há como expressar o sentimento de encontrar o povo marajoara. Muitos jovens do nosso próprio Estado não conheciam o Marajó, e agora estão vendo a realidade”, disse Claudilene Mota, uma das jovens que participou das atividades. Outro grupo foi conduzido por uma camionete até outra comunidade e no meio do caminho acabou atolando, mas isso não serviu de empecilho para os jovens. Eles caminharam alguns quilômetros para concretizar a missão, levando a Palavra de Deus. “As dificuldades aparecem, mas, com a graça de Deus, sempre chegamos ao destino e conseguimos evangelizar”, disse Jéssica Amorim, missionária da RCCBRASIL no Marajó. Além dos jovens, membros do conselho estadual da RCC Pará, tamRevista Renovação
bém estiveram presentes nas comemorações dos cinco anos de missão. Também estavam lá o ex-presidente do Conselho Nacional, Marcos Volcan, a coordenadora nacional do Ministério para Crianças, Hyde Flávia, e Ierecê Gilberto, que foi coordenadora nacional do Ministério Universidades Renovadas e umas das pioneiras da Missão Marajó. No final do dia, depois das visitas às comunidades do Setor Estrada, os grupos reuniram-se na comunidade São Tomé, onde foi realizada uma Noite Carismática, com louvor conduzido pelo missionário Salo-
Projetos Missão
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mão Ronaldo e pregação por Marcos Volcan, que falou sobre a importância da Fé. “Na Missão Estradas, os jovens enfrentaram chuva, atoleiro, ônibus cheio, dificuldade nas comunidades. Esse é o dia a dia da Missão Marajó. Vencer todas essas dificuldades nos torna missionários ungidos pelo Senhor”, afirmou Salomão. A manhã de sábado (4) iniciou com a Santa Missa na igreja matriz de Breves, presidida pelo Bispo do Marajó, Dom José Luiz Azcona. Ainda pela manhã, os jovens saíram em missão no bairro Riacho Doce, um dos mais violentos da cidade. “Nós escolhemos esse bairro por ser um lugar perigoso, uma área de invasão. Os jovens amaram a evangelização nesse lugar. Foi uma experiência nova para eles”, disse a missionária Jéssica Amorim. Na manhã de sábado, também, as crianças do bairro se divertiram com a coordenadora do Ministério para as Crianças, Hyde Flávia. Os jovens presentes também ajudaram com as atividades de evangelização das crianças, inclusive ajudando a servir a comida. Hyde Flávia afirma que é necessário procurar a carência entre as crianças e ali começar um trabalho de evangelização. “Quando evangelizamos crianças, vem o pai, a mãe, a tia, a avó e ali já começa um grande trabalho de evangelização. Isso já está acontecendo em vários lugares do país. É preciso ficar atento”, complementou Hyde. Um dos fortes testemunhos da Missão Marajó é o barco “Novo Pentecostes”, que a RCCBRASIL ganhou no dia em que a Missão completava três anos, em 2011. Na tarde de sábado, os representantes do Conselho Nacional, juntamente com a missionária Virtes Romani, que trabalha em Afuá, embarcaram no “Novo Pentecostes” e agradeceram a Deus pela bênção. “Estar aqui é um sentimento de realização. Percebemos que a Renovação Carismática Católica dá passos. É um barco simples, meus
irmãos, até pequeno diante das necessidades, mas, mesmo assim, faz muitas coisas”, afirmou Volcan. Enquanto o “Novo Pentecostes” flutuava sobre o rio Amazonas, na paróquia de Breves, os missionários da Missão Marajó partilhavam suas experiências com os jovens paraenses. Por volta das quatro da tarde, os jovens tiveram contato direto com as crianças do projeto “Anjos da Guarda”. Atualmente, o projeto beneficia mais de 160 crianças. Nessa tarde, foram quase duas horas de brincadeiras e evangelização com os pequeninos. “Esse projeto é uma maravilha, estou pensando em levar para minha cidade também. Ter essas crianças do nosso lado e poder levar o amor de Deus para elas é algo que eu não vou esquecer nunca”, disse Carmem Borges, da Diocese de Bragança/PA. À noite, todos os envolvidos nas comemorações reuniram-se e fizeram um Grupo de Oração. O momento foi transmitido ao vivo pela Rádio Santana. “A rádio tem sido um canal de evangelização muito importante no Marajó, principalmente, porque muitos ribeirinhos têm missa apenas uma vez por ano nas suas comunidades e a Rádio Santana possibilita que a missa possa ser ouvida em várias comunidades”, afirmou Maria Aparecida, missionária do Marajó e diretora da Rádio. Na manhã de domingo (5), aconteceu a Santa Missa em homenagem aos cinco anos da Missão, com a participação de toda comunidade. A paróquia Santana ficou lotada. Dom Azcona, que é um dos idealizadores da missão e presidiu a missa, falou sobre o ardor missionário e exaltou o trabalho feito pela RCCBRASIL na Ilha do Marajó. No período da tarde, os jovens foram conhecer a Casa de Missão de Breves e também a comunidade São José Operário. À noite, os jovens voltaram para suas casas com um novo chamado e um novo ardor missionáRevista Renovação
rio. “Foi um fim de semana incrível, jovens missionários juntamente com a comunidade de Breves, pediram o batismo no Espírito Santo e, certamente, as graças de Deus seguirão sendo derramadas nesse lugar”, disse Salomão. Durante esses cinco anos, o amor de Cristo foi derramado na Ilha do Marajó. Famílias estão sendo restauradas e os testemunhos confirmam o chamado de Deus para a RCCBRASIL. Muito já foi feito, mas ainda há muito para fazer, como disse uma das primeiras missionárias a pisar na Ilha, Virtes Romani: “E que essa força do Espírito Santo siga abençoando cada um de nós e todo esse povo do Marajó. Que possamos seguir semeando a Cultura de Pentecostes em qualquer lugar onde estivermos fazendo missão”.
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Notícias
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RCCBRASIL entrega medicamentos em Uganda graças à mobilização nacional
“Eu agradeço a Deus por vocês amigos do Brasil, por nos amarem”, diz paciente que recebeu medicamento contra HIV em Uganda. A generosidade do povo brasileiro alcançou 160 irmãos que fazem tratamento contra o vírus HIV em Uganda, no continente africano. Em março deste ano, foi realizada uma
campanha de arrecadação com um objetivo bem específico: a compra de medicamentos para este tratamento que corria o risco de ser interrompido por dois meses. O resultado alcançou o dobro das necessidades e o tratamento dessas pessoas foi garantido. A entrega aconteceu no início do mês de maio em duas cidades do país. Nessas duas cidades, são desenvolvidos trabalhos de evangelização pelas missionárias da base de missão da RCCBRASIL em Uganda, Rita de Cássia e Fabiany da Silva. Rita conta que a campanha foi uma bênção tanto para os pacientes, quanto para elas, missionárias. “Levamos a eles a ajuda para recuperação física e, também, alento para suas almas”, destaca. Fabiany diz que a colaboração não foi somente na entrega de medicamentos, mas houve um forte trabalho de evangelização. Segundo as missionárias, foi feito um fervoroso louvor nesses dias. “Eu quero partilhar com vocês
a minha vida. Eu tenho estado muito doente. Mas, porque Jesus é minha esperança, eu continuo aqui. Penso que Deus ainda me quer por aqui e por isso Ele me mantém viva. Eu agradeço a Deus, por vocês amigos do Brasil, por nos amar e amar as nossas vidas. Que Deus abençoe vocês”, partilha Kyasimire Lydia, de 44 anos, que há nove descobriu ser soropositiva. Rita de Cássia relata emocionada a gratidão do povo beneficiado, até mesmo quando o carro que as levava para as comunidades atolou. Além disso, “O louvor, até que chegássemos em casa (Mbarara) fluía com uma naturalidade incrível”, completa. O trabalho da base de missão da RCCBRASIL em Uganda começou em novembro de 2012. As duas missionárias atuam em diversas comunidades, juntamente com a comunidade Yesu Ahuriire. Conheça mais sobre a missão Uganda em www.rccbrasil.org.br
o Festival da Juventude CArismática
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Entre os dias 20 e 22 de julho deste ano a Renovação Carismática Católica do Brasil acolherá mais uma vez os jovens carismáticos do mundo. Mais de mil jovens, de diversas nações e culturas, estarão reunidos no Festival da Juventude Carismática, na cidade de Lorena, em São Paulo. O festival conta com vasta programação, com pregações, momentos de oração, Santa Missa, Adoração ao Santíssimo Sacramento, além de
apresentações musicais. Também está sendo preparada uma atividade externa, que buscará envolver os moradores da cidade de Lorena. Diversas presenças já estão confirmadas, como Frei Elias Vella, OFM, e o sacerdote belga Daniel Ange, que é uma liderança mundial da RCC, fundador de obras missionárias na África e de uma escola de formação e evangelização da juventude. Michelle Moran, presidente do Serviço para a Renovação Carismática Católica Internacional (ICCRS) também estará presente. Já na parte artística, o Festival terá a participação da banda indiana Rexband e do canadense Matt Maher, um dos cantores católicos mais coRevista Renovação
nhecido nos países de língua inglesa. O Festival da Juventude Carismática está sendo organizado pela RCC do Brasil, mas conta com vários parceiros, como o Youth Arise International (YAI), que é uma organização que reúne diversos movimentos e comunidades de espiritualidade carismática. Segundo o presidente do YAI, Henry Capello, este festival surgiu com o desejo de reunir tantos jovens carismáticos que participam das jornadas, mas que, devido às proporções do evento, não conseguem se encontrar para esta partilha e encontro fraterno. A última edição aconteceu em 2011, antes da JMJ de Madri, na cidade de Gibraltar, na península Ibérica, Europa.
Notícias
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IEAD comemora três anos com presentes e conquistas
A cada ano, o Instituto de Educação a Distância (IEAD) da RCCBRASIL conquista vitórias que confirmam a obediência às palavras do papa João Paulo II que foram acolhidas pelo Movimento e serviram de inspiração para o começo do Instituto: “A internet faz com que bilhões de imagens apareçam em milhões de telas de computadores no planeta inteiro. Desta galáxia de imagens e sons, emergirá o rosto de Cristo e ouvir-se-á a sua voz? Porque somente quando vir o seu rosto e ouvir a sua voz é que o mundo conhecerá a boa nova da nossa redenção” (Mensagem do papa para o 36º Dia Mundial das Comunicações Sociais, 2002)
Em 2013, o IEAD está comemorando três anos de fundação e está com novo site, mais dinâmico, fácil e interativo. Agora, o aluno que já acessava a página do IEAD tem mais facilidade na procura por novos
cursos, pois a navegação está mais acessível. O visitante também pode encontrar novidades, como uma seção para cadastro de artigos científicos, links para redes sociais e serviços, como emissão de documentos.
Junto com o lançamento do site, o Instituto lançou um novo curso: Introdução à Liturgia. A novidade, de acordo com o professor, o diácono João Paulo Veloso, chegou para fortalecer o amor que os carismáticos possuem em relação à celebração da Santa Missa. O conteúdo ministrado aborda os conceitos da Liturgia, a participação dos fieis, a celebração, música na Liturgia, o Ano Litúrgico, dentre outros temas.
Para um dos idealizadores do IEAD, o ex-presidente do Conselho Nacional, Marcos Volcan, a equipe de formadores e monitores tem trabalhado para que mais pessoas possam conhecer, buscar e amar a nossa Igreja. Os cursos do instituto estampam o rosto de Cristo e a memória de Pentecostes em todos os alunos. Conheça você também o universo de possibilidades que o Instituo lhe oferece para ampliar seus conhecimentos e amar a Igreja e o Movimento. Acesse: www.ieadrccbrasil.com.br.
Projeto Semeando de Casa em Casa
A Renovação Carismática Católica do Brasil está dando sequência ao projeto Semeando de Casa em Casa. A partir de maio será distribuído um novo catálogo para semeadores cadastrados em todo o Brasil. O projeto Semeando de Casa em Casa trabalha com a abordagem pessoal e direta às pessoas para apresentação dos produtos de evan-
gelização da Editora RCCBRASIL. Num modelo já bastante popular, este projeto que trabalha a venda por catálogo tem um diferencial: a evangelização e o anúncio do querigma a todos os que tiverem acesso ao catálogo. Os semeadores, que são as pessoas que estarão diretamente envolvidas com as abordagens, são orientados a, quando visitar alguém, anunciar e testemunhar o amor de Deus àquela pessoa. Não somente apresentar produtos. Com essa intenção, a RCCBRASIL busca chegar ainda mais longe no trabalho de evangelização. A linha de produtos do projeto Semeando de Casa em Casa é cuidadosamente planejada por uma equipe empenhada em levar o que Revista Renovação
temos de melhor até as suas mãos, semeador, e consequentemente, para todo povo de Deus. Os catálogos trazem diversos produtos da Editora, como livros, CDs, camisetas e acessórios. Produtos que retratam a vida carismática e falam da experiência pessoal com o Espírito Santo. SEJA VOCÊ TAMBÉM UM SEMEADOR Participe do projeto Semeando de Casa em Casa. Oferecemos condições exclusivas para você que quer participar deste projeto. Entre em contato conosco pelo e-mail semeador@rccbrasil.org.br. Conheça mais sobre o projeto e veja o catálogo vigente em www. rccshop.com.br/semeandodecasaemcasa.
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Projetos Sede nacional
testemunho
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Sentir-se chamado a contribuir com esse sonho de deus Maria Elena da Silva Costa, a Leninha, é coordenadora da RCC na diocese de Umuarama, Paraná. Uma mulher de fé que foi chamada pelo Senhor a abrir mão dos planos particulares e cumprir os planos d’Ele, contribuindo de uma maneira muito especial e dedicada para a construção da Sede Nacional da RCCBRASIL. Seu testemunho de entrega e confiança em Deus é um incentivo para todas as pessoas que estão engajadas na nossa obra e, para que os que não estão possam sentir-se chamados a contribuir com esse sonho de Deus.
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Tenho 27 anos de um feliz casamento, temos quatro filhos abençoados e uma linda neta e nosso sonho sempre foi ter nossa casa própria. Em novembro de 2009 surgiu a grande chance de termos esse sonho realizado. Recebi uma proposta de trabalho que nos daria, enfim, a oportunidade de alcançarmos nossa tão sonhada casa. Mas o Senhor tem seus planos. Iria ter a eleição para coordenador diocesano e eu não poderia aceitar, pois estaria totalmente voltada para este trabalho. Então Deus me disse: ‘joga os teus sonhos fora e sonhe os meus sonhos. Eu darei sua casa’. E uma serva foi descrevendo a casa como seria. O Senhor me venceu e também ao meu esposo. Disse não à proposta do trabalho, fui eleita coordenadora diocesana e continuamos no aluguel. As coisas sempre foram difíceis, mas aguardava a promessa. No ENF de 2010, na primeira celebração feita na Sede Nacional, naquele lugar abençoado, no momento da comunhão, tive uma visualização extraordinária, que partilhei com alguns irmãos: Vi Nossa Casa, Nossa Bênção terminada e vi muita gente, mas muita gente mesmo! Então o Senhor me disse com muita clareza: ‘este será vosso lugar de refúgio nos dias maus que se aproximam’. Perguntei ao Se-
nhor: ‘Mas onde caberão todos os carismáticos do Brasil inteiro? Este lugar não pode acolher tanta gente assim, meu Senhor’. Ele respondeu: ‘Sejam fiéis com essa casa e cada diocese terá seu lugar de refúgio’. Eu tomei posse. Cheguei a minha diocese com os carnês e visitei pessoalmente todos os Grupos de Oração. Distribuí e cadastrei todos os colaboradores do Reino. Com esforço, nossa diocese permanecia fiel na arrecadação. Em fevereiro de 2010, um irmão nos ofereceu o prédio de uma empresa que estava há cinco anos fechada. Juntamente com o grupo de lideranças da RCC fui conhecer o lugar e levamos conosco a relíquia da Beata Elena Guerra. Foi uma surpresa pra todos ver o tamanho daquele prédio. Nosso Deus estava honrando nossa diocese, que fez exatamente o que Ele pediu. Quando o irmão disse que teria que ter uma família pra morar no local não imaginávamos o que nos esperava. Quando abrimos a porta, a casa era exatamente do jeito que a serva havia descrito. Fomos tomados de uma grande emoção. Louvamos o Senhor com toda nossa alma. Ele é fiel e só pede que sejamos também. Hoje temos nossa casa e a Renovação Carismática Católica de Revista Renovação
Umuarama tem sua casa, que já tem nome: Centro de Evangelização Beata Elena Guerra. Aqui já realizamos até encontros em nível estadual. Nossa casa comporta 1.500 pessoas. Temos visto almas serem salvas. Tudo isso pela fidelidade à Sede Nacional. Eu colaboro com o Reino de Deus. Aqui podemos salvar almas e lá na Sede Nacional muito mais... Seja você também, irmão, um Colaborador do Reino!
Acompanhe os projetos da sede nacional pelo site www.rccbrasil.org.br/sedenacional