Nesta Edição
06 Espiritualidade
“Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida pelas suas ovelhas”
Eventos que te formam e ajudam a propagar sua Identidade Carismática! 22
Sugestão de Leitura
Um livro que ajuda a nos colocar diante do Trono do Todopoderoso 24
08
10
Procurar e salvar aquele que se perdeu 17 “Pedro, tu me amas? Apascenta as minhas ovelhas” (Jo 21,17)
Eventos Especial
Pastores conforme o coração de Deus Promoção Humana, acolhida e pastoreio no Grupo de Oração 12 14 Comunicação e pastoreio no Grupo de Oração
EXPEDIENTE
Publicação Oficial da Renovação Carismática
Católica do Brasil
Editada pelo Escritório Nacional da RCC do Brasil
ANO 21 - Edição Nº 125: Nov/Dez 2020
Jornalista Responsável: Jersey Simon Ferreira Registro Profissional 0034836/RJ
Redação: Rayssa Ferreira, Raphaely Fernandes, Pedro Whately
Revisão: Laura Galvão
Fotos: Arquivo RCCBRASIL, Shutterstock
Projeto Gráfico, Priscila Carvalho Venecian
Design e Diagramação: Uriel Pinheiro Costa
E-mail: dpto.comunicacao@rccbrasil.org.br
Ministérios em Partilhas 25 19
Juntos pela RCCBRASIL 26 Institucional
Um pastoreio efetivo e com amor salva vidas!
ESCRITÓRIO ADMINISTRATIVO DA RCCBRASIL
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EM SEU GRUPO DE ORAÇÃO TEM PASTOREIO?
Nesta edição da Revista Renovação, damos continuidade ao aprofundamento dos temas norte adores trazidos como direcionamento para o Movi mento Eclesial na pregação do presidente do Conse lho Nacional da RCCBRASIL, Vinícius Simões, duran te o Encontro Nacional de Formação - ENF 2022. Na última edição (134), abordamos o tema “Discípulos, missionários e carismáticos”. Na edição 135, vamos trabalhar o tema do Pastoreio, buscando líderes que sejam “Pastores conforme o coração de Deus”. Je sus é o Bom Pastor, aquele que ama suas ovelhas de tal modo que expõe sua vida por elas (Jo 10,11). Do mesmo modo, Ele ordena aos seus discípulos que sejam pastores, para que nenhum dos que o Pai o concedeu se perca.
Esta é uma das missões mais importantes da Igreja: reunir o povo de Deus em torno de Cristo e mantê-los unidos como ovelhas no aprisco até que Ele volte. Como ensina o Catecismo da Igreja, no parágrafo 1576: “Elevado à direita do Pai, Ele não abandonou seu rebanho, mas guarda-o por meio dos Apóstolos, sob sua constante proteção, e o diri ge ainda pelos mesmos pastores que continuam até hoje sua obra” (Catec. 1576).
Mas não basta ser pastores, é preciso aprender
com Jesus a desempenhar esta missão com amor e misericórdia. É preciso também estar sob a luz do Espírito Santo, buscando seus dons, sua criativi dade e sua força; além de escutar atentamente os sinais dos tempos. Nesta Edição, vamos aprofundar este tema essencial para o nosso Movimento, apre sentando os fundamentos do pastoreio em Jesus, e compartilhar experiências de como desempenhá-lo efetivamente nos grupos de oração.
Nas próximas páginas vamos nos lançar na Pa lavra de Deus, onde encontramos o exemplo perfei to do pastoreio cristão. Vamos desbravar o diálogo entre Pedro e Jesus, que pergunta: “tu me amas? Apascenta as minhas ovelhas” (21,17). Também ire mos aprender com Jesus como é o pastoreio que o agrada, afinal, diz o Senhor: “Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida pelas suas ovelhas”. (João 10, 11). Também vamos aprender a importância de se deixar cuidar e pastorear, afinal, somos ovelhas, embora pastores; e aprofundar a importância de ir em busca dos que se perderam, e como cada grupo de oração pode realizar um pastoreio efetivo.
Que estas páginas possam lhe colocar no rega ço do Senhor, em seu aprisco. E nos encorajar a ser pastores conforme o Seu coração. Boa leitura!
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Por Jersey Simon Ferreira Editor-chefe | Coordenador da Comissão de Comunicação Grupo de Oração Sagrados CoraçõesPASTORES CONFORME O CORAÇÃO DE DEUS
Deus mesmo é quem cuida do Seu povo. As sim nos diz o Senhor: “Vou tomar eu próprio o cuidado com minhas ovelhas, velarei sobre elas. Como o pastor se inquieta por causa de seu reba nho, assim me inquietarei por causa do meu” (Ez 34,11-12a).
Entretanto, para perpetuar e tornar ainda mais visível este cuidado, o Senhor conta com ser vos que Lhe são disponíveis para que sejam Seus colaboradores neste cuidado generoso e rico em misericórdia. Pastorear, pois, conforme o Coração de Deus significa ser “bússola” para as ovelhas, dando-lhes direcionamento seguro, confiável; conduzir ou reconduzir as ovelhas pelo caminho certo, sempre apontando para Jesus, em detri mento de tantas vozes e falsas portas.
Significa também alimentar bem as ovelhas, dando-lhes comida e bebida saudáveis, águas fres cas, alimento realmente nutritivo e não uma espé cie de fast-food que alimenta momentaneamente e não contribui para a saúde; guardar, proteger as ovelhas dos lobos, dos ladrões e mercenários, dos falsos pastores; estabelecer com as ovelhas uma relação de ajuda, de escuta, de orientação para o crescimento; valorizar e promover as potenciali dades das ovelhas; animar continuamente a cami nhada das ovelhas; dar a vida pelas ovelhas, isto é, as primícias do próprio tempo, as forças físicas, o tempo de descanso e de lazer, a simpatia e admi
ração de todos, a sola de sapato, o carro, o sangue, etc..
Com efeito, Jesus é o modelo supremo de Pastor. Ainda que atravessemos vales escuros, Ele está lá com Sua luz e já pagou o preço da vitória (cf. Sl 22). Nele devemos nos espelhar para sermos também bons pastores para tantas pessoas, que vagueiam como ovelhas perdidas embrenhadas pelos espinhos e margens da vida.
Este modelo de pastor querido por Deus ama o Senhor sobre todas as coisas e, por isso, ama as ovelhas do Senhor que lhe são confiadas; procu ra sempre o Senhor que se deixa encontrar e, por isso, tem direcionamento e êxito em sua missão; é sempre zeloso para com as ovelhas confiadas pelo Senhor; é vigilante e atento sobre seus rebanhos; faz tudo baseado na gratuidade e não na recipro cidade; é modelo para seu rebanho.
Bem a este respeito nos exorta São Pedro: “Velai sobre o rebanho de Deus, que vos é confia do. Tende cuidado dele, não constrangidos, mas espontaneamente; não por amor de interesse sór dido, mas com dedicação; não como dominadores absolutos sobre as comunidades que vos são con fiadas, mas como modelos do vosso rebanho. E, quando aparecer o supremos Pastor, recebereis a coroa imperecível de glória” (I Pd 5, 2-4).
“EU SOU O BOM PASTOR. O BOM PASTOR DÁ A VIDA PELAS SUAS OVELHAS”
O pastoreio é um serviço prestado ao Senhor em primeiro lugar, é sempre para construir a Igreja e o Reino de Deus.
NoEvangelho de João (10,11), quando aparece a frase “Eu sou”, ela evoca o nome da divindade revelada a Moisés no Antigo Testamento (cf. Ex 3,14). Jesus se apresenta assim várias vezes (cf. Jo 8,24.58; 13,19) e como aqui associado a outras realidades: “Eu sou a luz do mundo” (Jo 8,12), “Eu sou o pão vivo” (Jo 6,5)”, “Eu sou o pão da vida” (Jo 6,35). Na passagem primeiramente citada acima, Jesus diz que é o bom pastor.
Deus é apresentado como
pastor que conduz o seu povo na libertação, no êxodo do Egito: “Enquanto retirou seu povo como ovelhas e o fez atravessar o deserto como rebanho” (Sl 77,52). Na condução, como um pastor, o Senhor leva o seu povo com firmeza e livra-o dos inimigos até à terra santa.
Também os membros do povo se consideravam ovelhas cuidadas pelo pastor com alimento e água: “Em verdes prados ele me faz repousar. Conduz-me junto às águas refrescantes, restaura
as forças de minha alma. Pelos caminhos retos ele me leva, por amor do seu nome. Ainda que eu atravesse o vale escuro, nada temerei, pois estais comigo. Vosso bordão e vosso báculo são o meu amparo” (Cf. Sl 22,2-4).
O Senhor associa com pastores pessoas que se tornam instrumentos da ação de Deus, como o foram Moisés e Aarão: “Como um rebanho conduzistes vosso povo, pelas mãos de Moisés e de Aarão” (Sl 76,21).
Por isso não é de se admirar
que Jesus se apresente como bom pastor: “Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida pelas suas ovelhas” (Jo 10,11). O dar a vida está ligado à entrega de Jesus na cruz para a salvação dos seres humanos, pois Deus amou o mundo de tal forma que entregou o seu Filho, para que cada um de nós crendo n’Ele tenhamos a vida eterna, ou seja, a entrega de Jesus gera a vida em cada um de nós (Cf. Jo 3,16).
Também Jesus, a exemplo do Antigo Testamento, quis associar homens ao seu pastoreio, como nos é relatado no Evangelho de Lucas quando Jesus diz aos setenta e dois discípulos que Ele enviou para anunciar o Evangelho: “Quem vos ouve a mim ouve, quem vos despreza a mim despreza e quem me despreza, despreza aquele que me enviou” (Lc 10,16). Lendo este texto, penso nos bispos e presbíteros da Igreja, pastores que pelo sacramento da Ordem são chamados a pastorear o Povo de Deus, doando a própria vida no sacerdócio ministerial.
Porém, em Lc 10,16 não é somente aos doze apóstolos que Jesus se dirige, mas aos setenta e dois discípulos. Da mesma forma, podemos pensar no sacramento do Batismo, no qual somos associados a Cristo sacerdote, profeta e rei. Isso é dito para cada batizado pelo ministro do batismo no momento da unção pós-batismal. Ser consagrado como rei em Cristo Jesus é reinar com Cristo, é pastorear. Mas pastorear a quem? Todo pai e mãe de família pastoreia seus filhos, todo agente de pastoral pastoreia fiéis confiados a eles, também cada servo de Grupo
de Oração, no servir, pastoreia aqueles que buscam salvação nas realidades carismáticas, são alguns exemplos, mas existem muitos outros.
E como Jesus, somos chamados a nos doar para que o ser humano cresça em estatura, sabedoria e graça (cf. Lc 2,52). E essa doação deve brotar de um coração consagrado a Deus e compassivo pelas pessoas que pastoreamos e que, muitas vezes, se sentem como ovelhas sem pastor (cf. Mt 9,36).
E por fim, contemplando os santos e santas da Igreja, homens e mulheres de todas as profissões e estados de vida, que souberam doar a própria vida para que outros tivessem vida. Lembremos de esposas como Santa Rita de Cássia ou Santa Isabel de Portugal; casais como Santa Zélia e São Luís Martin, pais que ajudaram a crescer Santa Teresinha e irmãs; santos presbíteros como São João Maria Vianney e São Pio de Pietrelcina, dentre muitos outros que conduziram ovelhas e as ajudaram a crescer. Sigamos seus exemplos! Mesmo trabalhando nas várias atividades do mundo, como Santa Zita que era empregada doméstica; São Ivo que era advogado; São José Moscati que era médico. Eles souberam doar a própria vida para que outros encontrassem a vida eterna.
Mas, também podemos ser maus pastores, como nos exorta o profeta Ezequiel: “Filho do homem, profetiza contra os pastores de Israel; dize-lhes, a esses pastores, este oráculo: eis o que diz o Senhor Javé: ai dos pastores de Israel que só cuidam do seu próprio pasto.
Não é seu rebanho que devem pastorear os pastores?” (Ez 34,2). Ao invés de nos doarmos aos outros como pastores, podemos nos fechar em nosso próprio egoísmo, não nos doarmos e usarmos a ovelha: “Vós bebeis o leite, vestisvos de lã, matais as reses mais gordas e sacrificais, tudo isso sem nutrir o rebanho” (Ez 34,3).
O uso pode ser querer somente o aplauso das pessoas ou até o dinheiro delas, ou aquilo que elas podem nos beneficiar e corremos o risco de não nos preocuparmos em fazer a ovelha crescer na graça de Deus. Sempre devemos nos lembrar de que as ovelhas, as pessoas confiadas ao nosso pastoreio, pertencem ao Senhor e não a nós. Nunca deve surgir segundas intenções em nosso coração, numa tentativa de cuidar para receber benefícios.
É preciso sempre lembrar que o nosso pastoreio é um serviço prestado a Deus em primeiro lugar, é sempre para construir a Igreja e o Reino de Deus. Se não cuidamos das ovelhas, estamos indo contra os planos de Deus, como nos diz o profeta Jeremias: “Ai dos pastores que destroem e dispersam as ovelhas do meu pasto, diz o Senhor” (Jr 23,1). O nosso egoísmo no pastoreio pode dispersar as ovelhas e não congregá-las como é o desejo de Deus.
Peçamos que o Senhor nos dê a graça de sermos bons pastores. E que o Senhor suscite numerosos operários para a sua messe. Amém!
Por Padre Micael Moraes Instituto Missionário Servos de Jesus Salvador (Salvista)“PEDRO, TU ME AMAS? APASCENTA AS MINHAS OVELHAS” (JO 21,17)
Como Pedro somos a prontamente responder ao Senhor: “Tu sabes de tudo, sabes que te amo!”
dois textos do Evangelho de João que mostram de maneira co movente o infinito amor do Senhor Jesus por cada um de nós. O primei ro, que se estende do capítulo 14 ao 17, está no seu discurso de des pedida antes de sua paixão e mor te. Jesus começa dizendo: “Não se perturbe o vosso coração” (Jo14,1). Ele sabia que quando Ele não esti vesse mais presencialmente entre os seus, eles ficariam perturbados e com medo, sentir-se-iam abando nados. Por isso, Ele diz a eles, então, e a nós, hoje, que jamais nos dei xará órfãos, abandonados à nossa própria sorte, mas voltará a nós na
Existem
Pessoa do Espírito Santo para ficar eternamente conosco (cf. Jo 14,1618). Suas palavras denotam cuida do, amor, um amor tão grande que o faz encontrar uma maneira de es tar sempre junto de nós.
O segundo texto é do capítulo 21, do mesmo Evangelho. Essa cena se passa depois da ressurreição de Jesus, um pouco antes de sua As censão. Mais uma vez, Ele se preocu pa com as ovelhas de seu rebanho. Ele voltará para junto do Pai, mas quer certificar-se de que alguém cuidará delas, não de qualquer jeito, não de modo descompromissado, mas cuidará como Ele cuidaria, com a motivação que o fez entregar-se
por inteiro, a ponto de doar a sua vida por nós, e essa motivação é o amor.
O amor é a única motivação que faz alguém se doar por inteiro.
Por isso, Jesus quer certificar -se de que Pedro o ama, que seu amor por Ele o motivará a apascen tar com amor o rebanho a ele con fiado.
O verbo apascentar tem vários significados, entre eles, “conduzir”, “instruir”, “oferecer alimento bom”, “vigiar”, “administrar”, “deixar sere
no e firme no meio das intempéries”. É assim que Jesus cuida dos seus. Ele conduz, mostra o caminho da salvação; Ele instrui, isto é, incan savelmente ensina as verdades do Reino, que levarão as pessoas à vida plena; Ele oferece alimento bom, o alimento da Palavra eterna do Pai, Ele mesmo se dá em alimento; Ele vigia em oração e ensina seus dis cípulos a orar para não caírem em tentação e sempre saberem qual é a vontade do Pai; Ele ensina o que fazer para ficar sereno no meio das tempestades da vida, dizendo que é preciso ter fé e confiar. Tudo isso Ele espera que façam aqueles a quem Ele confia uma porção do seu povo.
Se você é coordenador ou ser vo, seja de que instância for, a você foi confiado um povo que você pre cisa apascentar, isto é, mostrar o caminho que leva à salvação, dar o alimento sólido da boa formação, ensinar as pessoas a rezarem e a te rem confiança em Deus no meio das provações, ensinar com palavras, mas principalmente com o teste munho de vida.
do. Tende cuidado dele, não cons trangidos, mas espontaneamente, não por amor de interesse sórdido, mas com dedicação; não como do minadores absolutos sobre as co munidades que vos são confiadas, mas como modelos do vosso reba nho. E, quando aparecer o supremo Pastor, recebereis a coroa imperecí vel da glória”.
O que Pedro está dizendo é que precisamos mostrar todo empenho no cuidado com as pessoas e com a obra que nos foi confiada, dando testemunho de entrega, de serviço, de caridade e jamais agir com auto ritarismo, desejo de domínio, que rer impor aos outros a própria von tade e o próprio modo de ver ou de fazer as coisas. Uma pessoa movida por estas disposições não percebe os danos que provoca. Uma grande parte das dificuldades que afligem um Grupo de Oração, ou nossos Ministérios e serviços é porque a pessoa que deveria cuidar, amar e servir tem um espírito autoritário e dominador que oprime os demais, ou então tem um apego exagerado ao próprio conforto e interesses. Não pode servir seriamente os ou tros quem quer agradar a si mesmo. A motivação do serviço é buscar o bem dos outros. Jesus não buscou agradar a si mesmo.
Santa Teresinha do Menino Jesus disse nos seus manuscritos autobiográficos: “...Compreendi que só o amor fazia os membros da Igreja agirem, que, se o amor vies se a se apagar, os Apóstolos não anunciariam mais o Evangelho os mártires se recusariam a derramar seu sangue...”. O Papa Francisco, numa homilia na Casa de Santa Marta (maio de 2014), afirmou: “A vocação cristã é isso, permanecer no amor de Deus, respirar, viver desse oxigênio, viver desse ar”. Para ter sempre esse oxigênio que nos dá fôlego para enfrentar com força e coragem, com generosidade e ca ridade a nossa missão, precisamos cultivar a intimidade com o Senhor, alimentando-nos dele na Palavra, na oração comunitária e pessoal, ouvindo a voz de Jesus que nos in terpela a cada passo, a cada desdo bramento de nossa missão: “Tu me amas?”. Nós mesmos devemos nos perguntar em tudo o que fazemos: “Fazendo isso, estou dando provas de que é o amor do Senhor que me move?”
A motivação interior é de suma importância. Pedro entendeu bem, tão bem que a exemplo de Jesus, entregou a sua vida por amor e deixou um conselho para todos os pastores do rebanho do Senhor que viriam depois dele: “Velai sobre o rebanho de Deus, que vos é confia
O serviço desinteressado, mo tivado pelo amor ao Senhor e amor aos irmãos é a virtude própria de quem está à frente, é o que Jesus deixou aos pastores da Igreja nas suas palavras de despedida, antes de sua Paixão e antes de sua Ascen são. Os santos, os mártires, os gran des servos de Deus entenderam a mensagem que Jesus quis passar quando, antes de entregar a Pedro a direção da Igreja, perguntou-lhe por três vezes: “Tu me amas?”.
Que linda a pedagogia de Nos so Mestre ao nos mostrar isso por meio da pergunta que fez a Pedro. Que nossa resposta possa ser tam bém como a de Pedro: “Senhor, tu sabes que eu te amo”!
Por Maria Beatriz Spier Vargas Grupo de Oração Magnificat Coordenadora da Comissão de Formação da RCCBRASILE, diante disso tudo, a motivação deve ser sempre a mesma: o amor a Jesus e consequente amor às pessoas.
É o amor ao Senhor que nos mantêm vivos, que nos motiva a trabalhar, a nos doarmos.
COMUNICAÇÃO E PASTOREIO NO GRUPO DE ORAÇÃO
É preciso pedir ao Espírito Santo que mostre como usar nossos dons e talentos a serviço da unidade e evangelização.
Opastoreio
no Grupo de Oração é um importan te serviço que deve ser responsabilidade de todos. Graças a Deus, nosso Movimento Eclesial conta com o Ministério de Promo ção Humana que atua diretamente com essa linda missão. No entanto, os demais serviços podem e devem contribuir para que o pastoreio seja cada vez mais eficaz e com o Minis tério de Comunicação Social não poderia ser diferente.
O pastoreio, acima de tudo, nos remete ao cuidado e zelo que devemos ter com as ovelhas as quais o Senhor nos confiou. Quando amamos alguém, sentimos o ímpe to de amá-lo sempre, cuidando e protegendo de todos os perigos que possam surgir. Um bom pastor é aquele que não tira o olhar das suas ovelhas. O comunicador da Boa Nova deve contribuir para que este olhar permaneça sempre atento.
Uma boa comunicação é uma importante ferramenta para poten cializar o pastoreio. Os comunica
dores podem auxiliar criando, por exemplo, formulários de cadastros dos membros e servos dos Grupos de Oração e repassando as informa ções para a Promoção Humana e o Núcleo de Serviço. Podem também elaborar questionários periódicos para planejar o Grupo de Oração e entender, à luz do Espírito Santo, como a missão pode alcançar mais almas para o Reino de Deus.
Os núcleos de serviço, coor denadores e representantes de Ministérios nas diversas instâncias podem pedir a ajuda dos comuni cadores para a elaboração de lem brancinhas e artes em geral com o objetivo de entregar aos irmãos que estão afastados, enfermos ou desanimados, seguindo as moções e direcionamentos da reunião do núcleo. Além disso, pode-se fazer também listas de frequência dos Grupos de Perseverança e das for mações dos módulos querigmático, básico e específicos, contribuindo assim para que os coordenadores busquem os irmãos que estão com
mais dificuldades de participação e os ajudem em suas necessidades.
Existem muitas outras ações que podem ser realizadas.
Essa ministerialidade orgânica é de extrema importância para a manutenção da unidade no Grupo de Oração e para garantir a propa gação da nossa Identidade, como nos ensina São Paulo: “Assim, pois, consolai-vos mutuamente e edifi cai-vos uns aos outros, como já o fazeis” (1 Tessalonicenses 5, 11).
Giancarlo Souza Coordenador Nacional do Ministério de Comunicação da RCCBRASILDevemos sempre pedir o Espírito Santo, deixá-Lo falar e nos mostrar como usar nossos dons e talentos a serviço da unidade e evangelização.
PASTORES CONFORME O CORAÇÃO DE DEUS
Aquele que aceita o chamado do Senhor não perde sua vida ao se doar, mas a ganha!
ASagrada
Escritura, na Primeira Carta de Pedro, assim nos exorta pela boca do primeiro Papa:
“Velai sobre o rebanho de Deus, que vos é confiado. Tende cui dado dele, não constrangidos, mas espontaneamente; não por amor de interesse sórdido, mas com dedica ção; não como dominadores abso lutos sobre as comunidades que vos são confiadas, mas como modelos do vosso rebanho. E, quando apa recer o supremo Pastor, recebereis a coroa imperecível de glória.” (I Pd 5,2-4)
Segundo a exortação de Pe dro, é necessário extremo cuidado e zelo por aquilo que o Senhor nos confiou. Não como senhores, mas como modelos de santidade. Não acima, mas servindo, a exemplo de Jesus, o Servo Eterno do Pai.
O que é um Coordenador no contexto da Igreja?
É aquele que responde ao cha mado do próprio Senhor para cui dar, zelar por aqueles que o Senhor conquistou com seu sangue.
O ACOLHIMENTO efetivo muda nossa vida e a vida daqueles que o Senhor nos fizer “colo” para eles. Algumas ovelhas podem ser rebeldes, carentes, duronas, mas o coordenador, o verdadeiro pastor, deve compreender a todas!
Apresento a seguir algumas atitudes do pastor:
• Deita à porta do redil para evitar que as ovelhas fujam enquanto ele dorme;
• Quebra as pernas da ovelha fujona para que, próxima a ele, em seu colo, reconheça e grave em si o cheiro do pas
tor cuja vida doa a ela;
• Ajuda a que caiu, a que se machucou e a oferece ali mento;
• Coloca no ombro para que ela sinta não só seu cheiro, mas também todo o seu ca rinho.
Como é belo ver o quanto os profetas do Antigo Testamento (bo cas de Deus) apresentam visões e reflexões vindas diretamente do Senhor utilizando a imagem da ove lha:
Em Jeremias capítulo 23,1-4 ele nos apresenta:
“Ai dos pastores que deixam perder-se e dispersar-se o rebanho miúdo de minha pastagem! - orácu lo do Senhor. Por isso, assim fala o Senhor, Deus de Israel, acerca dos pastores que apascentam o meu
povo: Dispersastes o meu rebanho e o afugentastes, sem dele vos ocu par. Eu, porém, vou ocupar-me à vossa custa da malícia de tal proce dimento - oráculo do Senhor. Reuni rei o que restar das minhas ovelhas, espalhadas pelos países em que as exilei e as trarei para as pastagens em que se hão de multiplicar. Es colherei para elas pastores que as apascentarão, de sorte que não tenham receios nem temores, e já nenhuma delas se extravie - oráculo do Senhor.”
Já em Ezequiel 34,14-19:
“Eu as apascentarei em boas pastagens, elas serão levadas a gor dos campos sobre as montanhas de Israel; elas repousarão sobre as ver des relvas, terão sobre os montes de Israel abundantes pastagens. Sou eu que apascentarei minhas ove lhas, sou eu que as farei repousar - oráculo do Senhor Javé. A ovelha perdida eu a procurarei; a desgar rada, eu a reconduzirei; a ferida, eu a curarei; a doente, eu a restabele cerei, e velarei sobre a que estiver gorda e vigorosa. Apascentá-las-ei todas com justiça. Quanto a vós, minhas ovelhas, eis o que diz o Se nhor Javé: vou julgar entre ovelha e ovelha, vou julgar os carneiros e os bodes. Não vos bastava pastore ar numa excelente pastagem, para que calqueis ainda aos pés o resto do prado? Não vos bastava beber as águas límpidas, para que calqueis ainda o resto com os pés? E minhas ovelhas devem comer o que pisas tes e beber o que sujastes?”
O fato é (ou deveria sempre ser): o pastor não tem outro interes se a não ser o bem das ovelhas!
Um coordenador/pastor esco lhido deve sempre se lembrar que possui uma dívida com o Senhor e
ela pode e deve, em seu tempo de pastoreio, ser revertida em ZELO!
Para ainda uma melhor eluci dação, trago à baila a figura expres siva de Moisés, inicialmente pastor do rebanho de seu sogro Jetro e, posteriormente, do povo de Deus rumo à terra prometida.
Por 40 anos, a vida de Moisés foi cinzenta, árida como o deserto. Sua vida era pura rotina e monoto nia. Porém, no terceiro capítulo do livro do Êxodo, numa bela manhã, tudo mudou... Por um atrevimen to corajoso, ele se decide ir PARA ALÉM... Além do deserto! Para Além do deserto, não significa somente um lugar geográfico, mas uma nova atitude pessoal.
Podemos encontrar excelentes “pastores”, mas que, ao liderarem, não repassam o que receberam. Não criam vínculos constantes de unidade, tornando-se pastores se gundo seus próprios corações e interesses e não segundo o cora ção de Deus conforme o esperado. Mantêm em seu cotidiano a falsa sensação de segurança da rotina e não ousam na imprevisibilidade do Santo Espírito! Ou o que ainda se ria muito ruim: um pastor ausente, disperso, atento aos desnecessários em detrimento ao fundamental. O bom pastor, entretanto, olha suas ovelhas cotidianamente de perto, cuidando efetivamente das que já estão no redil e confiante em con quistar as que ainda não estão.
Sempre que Deus vai fazer algo importante em nós ou por meio de nós, desestabiliza nossas seguran ças e nos convida a ir além. Por isso é tão importante pastorear para a sobrevivência do coração servil, dó cil e obediente da ovelha.
Ainda na mesma cena de Êxo
do 3, aparece a figura da sarça que queima incandescentemente e tor nava-se um espetáculo aos olhos de Moisés que aperceba-se que, mes mo em chamas, ela não findava, mas se dava, brilhava cada vez mais radiante, sustentada pela força Da quele que nela ecoava sua voz: “EU SOU”!
O bom pastor é sempre NOVO, incandescido pela “chama da sarça da Voz” do seu Senhor! Ao sair de sua rotina, abre os olhos para des cobrir a novidade. Assim é Deus! Não perde sua luz ao iluminar. As sim é o pastor segundo o coração de Deus: Não perde sua vida ao se dar, mas a GANHA!
O texto ainda narra que o Se nhor diz: “Tire as sandálias”! Ou seja, esteja disposto a doar seu co ração em prol de outros, para que estes vivam e renasçam! Despren da-se de seus esquemas prontos, confie que o Senhor na sarça É o que É, sabe o que faz!
Na pobreza de doar-se ao Cora ção do BOM PASTOR, na negação do EU, está a verdadeira riqueza e auto afirmação do pastor segundo cora ção de Deus. Aprendermos, então, uma grande lição: Não podemos obrigar Deus a marchar no nosso ritmo, mas DESCALÇOS adaptarmo -nos ao Seu!
Nosso tempo clama por esses pastores, os que têm um coração manso e humilde, passos firmes, coração em chamas porque ouviu a Voz Daquele que É e virá: Jesus, o Bom Pastor!
Por Leandro Rabello Coordenador Nacional do Ministério de Pregação da RCCBRASILPROMOÇÃO HUMANA, ACOLHIDA E PASTOREIO NO GRUPO DE ORAÇÃO
Como o bom pastor que acolhe e cuida de suas ovelhas, o mesmo deve acontecer nos Grupos de Oração, gerando frutos na vida da Igreja.
OSenhor
é meu Pastor, nada me faltará. Em verdes prados Ele me faz repousar. Conduz-me junto às águas refrescantes, restaura as for ças de minha alma. Pelos caminhos retos ele me leva, por amor do seu nome. Ainda que eu atravesse o vale escuro, nada temerei, pois estais co migo. Vosso bordão e vosso báculo são o meu amparo. Preparais para mim a mesa à vista de meus inimi gos. Derramais o perfume sobre minha cabeça, e transborda minha taça. A Vossa bondade e misericór dia hão de seguir-me por todos os dias de minha vida. E habitarei na casa do Senhor por longos dias.” (Sl. 22)
Davi comunica-nos a proteção do bom pastor e a dependência do rebanho que, por si só, não tem ca pacidade para procurar águas pu ras, alimento e proteger-se dos ata
ques de predadores naturais, mas que precisa contar e confiar em seu pastor. O salmista também revela os cuidados do Senhor manifestos na acolhida para com o seu reba nho, que é recebido em sua casa e ali recebe abrigo e proteção.
A dinâmica do bom pastor que acolhe e cuida de suas ovelhas deve se repetir em nossos Grupos de Oração e gerar, inevitavelmen te, frutos na vida da Igreja. A ovelha que é acolhida pelo pastor torna-se parte de seu rebanho e ali, sob os cuidados dele, ela pode crescer e se desenvolver. O mesmo acontece com os membros do nosso Grupo de Oração: ao se sentirem acolhi dos e pastoreados, percebem que fazem parte de uma comunidade, de uma família e, ali, crescem e se desenvolvem na vida espiritual e humana, podendo chegar a ser ou tros pastores.
Como Renovação Carismática Católica, caminhamos em unidade com a Santa Igreja. Valendo-se dos pilares: Acolhida, Pastoreio e Cari dade Social, o Ministério de Promo ção Humana prioriza o Grupo de Oração como campo de missão, vi sando a salvação do homem na sua integralidade. É um serviço como “dom do Alto, pelo Filho, no Espí rito”, entranhado de misericórdia e compaixão, buscando resgatar a dignidade da pessoa, da sua identi dade de imagem e semelhança de Deus perdida em razão do pecado, seja pessoal ou social.
Algumas ferramentas, estraté gias e serviços são propostos pelo Ministério de Promoção Humana para esta missão de ver, aproximar, cuidar e acompanhar.
Um dos primeiros serviços é ouvir ativamente. Buscar compre
“
ender a dor do outro e como Simão Cirineu, muitas vezes, ajudar a car regar as cruzes da vida, seja numa palavra de conforto, seja numa ajuda material ou simplesmente ouvindo.
“Ao escutar o outro, a pessoa recebe um grande presente daque le que partilha – a revelação pesso al, uma vez que a confiança leva à escuta e partilhas profundas, que depende da maneira que o recep tor acolhe a partilha. Ao se dispen sar atenção plena àquele que fala, se gera confiança e profundidade, evitando a superficialidade comum nos relacionamentos na atualida de” (Nascimento, 2008).
Só se conhece a necessidade do irmão por meio da escuta e da partilha.
Nos Grupos de Oração, o abra ço é primordial. Um abraço since ro cura, renova as forças, faz com que a pessoa se sinta importante e mais do que isto, sinta-se amada. O exercício do abraço tem que ser um treinamento constante e como já diz o ditado: “a prática leva à per feição”.
Olhar nos olhos expressa os mais diversos sentimentos. Jesus é a referência do olhar amoroso, olhar que não condena, não julga, mas acolhe. Olhar que vê o interior e não o exterior. Olhar que pergun ta: “Como você está? Do que pre cisa?” Este tem que ser o olhar de quem está no serviço do pastoreio. Se faz necessário mergulhar nos evangelhos e ver, em várias pas sagens, o olhar amoroso de Jesus (Madalena, Samaritana, Zaqueu e outros). Ao cruzar o olhar com o de Jesus, as pessoas já não eram mais as mesmas. Esse precisa ser o olhar
do cristão: o olhar de Cristo.
É importante ressaltar que, tanto o serviço de acolhida, quanto de pastoreio são essenciais para a vida do Grupo de Oração. O Plano de Ação para que os objetivos de uma boa acolhida e bom pastoreio sejam alcançados passa por algu mas atividades e metas, como por exemplo:
• Acolher, escutar, encami nhar, acompanhar, direcio nar e estar atento às neces sidades materiais dos parti cipantes do GO;
• Cadastrar os membros do Grupo de Oração para que os servos e o núcleo acom panhem a caminhada;
• Visitar os participantes do GO;
• Planejar e executar reuniões de pastoreio;
• Realizar reuniões para: ora ção, partilha, atendimento, planejamento, alinhamento, direcionamento e unidade;
• Buscar em casa as pessoas que necessitam participar da reunião de oração e levá -las no final;
• Fazer visitas sistematizadas criando com as pessoas um vínculo de amor e cuidado;
• Organizar momentos de par tilha da Palavra, de oração e de bens materiais.
A apostila “Acolhida e Pas toreio no Grupo de Oração” traz ainda uma série de ações práticas e sugestões de acolhida e pas
toreio do Núcleo de Serviço, dos servos do Grupo de Oração, dos participantes e/ou perseverantes do Grupo de Oração, Ações práti cas de pastoreio e acolhida dentro da Reunião de Oração e também ações práticas para fora da Reunião de Oração, assim como, sugestões para organização dos grupos de pastoreio (partilha). Além dessas ali contidas, muitas outras ativida des podem ser realizadas. Abra-se ao Espírito Santo, Ele orientará e dará ao seu Grupo de Oração ou tras possibilidades.
Por fim, nunca nos esqueça mos de que ora somos pastores, ora somos ovelhas. E enquanto cuidamos do rebanho do Senhor, Ele mesmo, o Bom Pastor, cuida de nós.
Por Sheila Ferraz Damaceno Coordenadora nacional do Ministério de Promoção Humana Grupo de Oração Jesus EucarísticoAdquira a apostila “Acolhida e Pastoreio no Grupo de Oração”
PROCURAR E SALVAR AQUELE QUE SE PERDEU
Agir de acordo com o direcionamento de Deus, faz com que inúmeras ovelhas sejam encontradas e salvas.
Navida, corremos o risco de nos perder de nós mesmos, dos outros e de Deus. Perdemo-nos na diversi dade de caminhos e possibilidades que nos são apresentados. Perde mo-nos nas muitas coisas e circuns tâncias que possuem a capacidade de encantamento e fascinação. Per demo-nos em meio à sede de felici dade que há no coração humano.
O Catecismo da Igreja Católica no n.1718 ensina que “O desejo de felicidade é de origem divina: Deus o colocou no coração do homem, a fim de atraí-lo a Si, pois só Ele pode satisfazê-lo”. Portanto, naturalmen te, a humanidade deseja e busca a felicidade, mas é preciso entender a última parte do ensinamento: “a
fim de atraí-lo a Si, pois só Ele pode satisfazê-lo”.
Só Deus satisfaz plenamente a humanidade. Mas, se a humani dade se perde em caminhos, coi sas e circunstâncias que não levam – tampouco tocam – ao divino, inevitavelmente perecerá no breu dos dissabores, das dores e da in felicidade, que esvaziam e fazem sucumbir. Por outro lado, estar na presença de Deus é ampliar a capa cidade de ver detalhes do caminho, de modo a não ser confundido e nem se perder.
Como Deus não se cansa de amar, Ele não cessa de procurar e salvar aqueles que se perderam. Ele é capaz de deixar o rebanho para procurar uma só ovelha que se per
deu, pois não quer que nenhuma ovelha se perca (Mateus 18, 11-14). Essa palavra é consolo, esperança e revela que não há aquele que não possa ser encontrado, visto que é o próprio Deus quem procura.
É necessário não esquecer que o povo escolhido é o rebanho do qual Deus é o Supremo Pastor.
E, ao ver suas ovelhas se per derem por falta de pastor, Deus é movido de compaixão, toma o cui dado das ovelhas e suscita novos pastores (Ezequiel 34, 5 - 16). Assim
falou por meio do profeta, pois sen te o distanciamento e as dores de um pedaço de Si que se apartou e está ferido.
Ao afirmar que a procurará para reconduzi-la, que a carregará aos ombros para dar-lhe descanso, que a tratará para curá-la e que a guardará para que não se perca e nem seja ferida a ovelha que esti ver vigorosa, Deus manifesta o seu amor zeloso para com as ovelhas e ensina aos pastores como devem agir. Todos, ovelhas e pastores, es tão sob o olhar atento de Deus, que cuida e ensina.
turidade espiritual. Por vezes, o Se nhor dirá ao pastor que é preciso ir em busca da ovelha, procurar e sal var aquela que está perdida. Outras vezes, o Senhor dirá ao pastor que é tempo de esperar com fé expectan te, tendo em vista que cada ovelha é única e que não existe receita para o retorno, a não ser o amor e a fide lidade à missão de pastor.
Mesmo no aprisco de Deus, com pastores constituídos por Ele e com certa caminhada na fé, existem pastores que correm o risco de usa rem suas medidas, e não a medida de Deus, no trato com as ovelhas. Isso acontece quando o pastor não submete seus pensamentos, sen timentos e ações a Deus e acaba agindo como convém à sua huma nidade limitada.
Deus pode inspirar e tornar fecun das as ações mais simples ou rebus cadas para a volta de cada ovelha. Não colocar medidas humanas para o agir de Deus é tocar o sagrado, le vá-Lo a tantos outros e dar sentido profundo à evangelização que o Se nhor pede à Renovação Carismática Católica do Brasil.
Como fez o pai misericordioso, permanecendo fiel à missão e fiel no amor (Lucas 15,11ss), nesse ca minho, por vezes, o pastor deixará a ovelha ir e esperará, com fé ex pectante, o tempo em que a ovelha voltará. Isso não significa passivida de, desesperança ou covardia, mas, sim, amorosa paciência durante o tempo de conversão do outro.
A escolha da ovelha não deve ser capaz de mudar o coração do pastor, de tirar do seu coração a prontidão para o acolhimento nem de impedir a compaixão, o correr ao encontro, o abraçar afetuoso e o fa zer festa no regresso. O coração do pastor não deve se desvincular da ovelha, mas, a todo tempo, interce der por ela e escutar atentamente o direcionamento do Supremo Pas tor.
A prontidão do pastor é sinal de intimidade com Deus e de ma
Medidas humanas não são ca pazes do agir divino para o pastoreio do rebanho. Há pastores que po dem pensar ou dizer “aquela ovelha tinha tudo, foi embora porque quis, não moverei uma palha”. Ou ainda: “aquela ovelha foi fraca, desistiu fá cil demais, agora que aprenda a ser forte e volte”. Deus não age de acor do com os méritos humanos, antes é movido de compaixão, pois sabe de que barro fomos feitos.
Aqueles que são imagem e se melhança de Deus são chamados a agirem como Deus agiria em cada circunstância. É vital perguntar ao Senhor como Ele trataria cada ovelha. A resposta de Deus cala as razões humanas, por mais precisas ou consolidadas que estejam, e dá razões divinas que transcendem a visão humana, além de inspirar e di recionar as ações dos pastores.
Escutar a Deus profeticamente é poder dar passos precisos em di reção às ovelhas que se perderam.
Uma mensagem, uma visita, uma ação evangelizadora porta a porta, uma arte para as redes so ciais, um aviso ao final da Santa Missa, uma Reunião de Oração, um Seminário de Vida no Espírito San to, uma Experiência de Oração, um retiro e tantos outros caminhos po dem ser poderosamente utilizados por Deus para a volta das ovelhas que se perderam, quando discerni dos e conduzidos por uma escuta atenta e obediente ao direciona mento de Deus.
Suas ações e as ações do Grupo de Oração do qual você participa es tão pautadas na resposta divina ou nos argumentos humanos?
Haverá muita festa já nessa vida, pois muitos que morreram voltarão à vida, muitos que tinham se perdido serão encontrados. As sim, ovelhas e pastores viverão aqui um pouquinho da alegria eterna.
Por Keila SouzaGrupo de Oração Sagrado Coração de Maria - RCC Distrito Federal
O pastor não aprisiona, mas ensina o caminho e deixa a ovelha livre.
Se escolherem agir de acordo com o direcionamento de Deus, inúmeras ovelhas serão encontradas e salvas.
MINISTÉRIOS EM PARTILHAS
Nesta edição da Revista Renovação os coordenadores nacionais de Ministérios partilharam sobre experiências concretas de pastoreio
Música e Artes
Neste tempo, o Se nhor chamou a atenção do nosso Ministério com a palavra de 1Pd 5, 2: “velai sobre o rebanho de Deus, que vos é confiado”. Nesse senti do, no Ministério de Música e Artes, buscamos fazer reuniões mensais com os coordenadores estaduais, nas quais trabalhamos formação, com alguns temas das apostilas de formação específica do Ministério e partilhas. Também fazemos algu mas atividades oportunizando que nos conheçamos melhor, como
apresentação e oração uns pelos outros.
Além disso, trabalhamos tam bém com conferências anuais para ajudar a pastorear os coordenado res diocesanos do Ministério e ou tras atividades como vídeos e tex tos para todos os servos do Ministé rio de Música e Artes dos Grupos de Oração do Brasil.
Que o Espírito Santo nos ajude a cumprir Sua vontade e que, cada vez mais, pessoas sejam levadas aos braços de Jesus Cristo, nosso Bom Pastor!
Oração por Cura e Libertação
Para auxiliar no pastoreio, fa zemos uma reunião mensal com
os coordenadores estaduais do Ministério na qual temos um mo mento de louvor, oração e escuta profética do Senhor, depois temos um momento de formação no qual tratamos de temas pertinentes ao serviço de oração e atendimento de pessoas, dirimindo as dúvidas. O Pastoreio é um momento enrique cedor pois todos crescem em gra ça e conhecimento como servos, escutando juntos o Senhor, seus direcionamentos, tirando dúvidas e recebendo orientações que serão
ses e seus respectivos servos do Mi nistério nos Grupos de Oração.
Pregação
Pastorear os pregadores, con forme o Coração de Deus, é antes de tudo deixar-se pastorear por Ele, aprendendo com Seu jeito de nos educar e nos falar em sua Escritura Sagrada. A liderança do Ministério, que serve a Ele anunciando sua poderosa Palavra aos outros, pre cisa “estar perto”! Isso pode se dar por meio de mensagens e reuniões constantes. Ou ainda surpreender perguntando: “Como você está?” Pastorear com todo amor e zelo os que estão sob nossos cuidados em determinado tempo! O bom pas tor sempre está próximo: ouvindo, aconselhando, promovendo, cor Se assim também o formos, sere mos “COM A FÔRMA” do Coração de Jesus!
Famílias Junta mente com os casais do núcleo, discernimos após momento de oração e escuta, realizar atendimen to de pastoreio individualmente com os casais coordenadores es taduais do Ministério, conversando sobre: “a nossa família como está?”, “os desafios enfrentados durante e após a pandemia”, “como anda o nosso relacionamento matrimo nial?”, “a situação financeira da família”. A partilha foi riquíssima e Deus honrou o que nos falou em oração: os irmãos que caminham conosco precisavam partilhar sobre
as situações que estão enfrentando dentro dos seus lares e o quanto Deus tem auxiliado de diversas ma neiras e não deixava faltar nada. Ao final, oramos pedindo a força e a graça de Pentecostes sobre a nossa família. Ouvimos de muitos: “Nós estávamos precisando desta parti lha, isto nos ajudou muito”.
Formação
Entendendo que o “Pastor precisa ter o cheiro das ovelhas e as ovelhas o cheiro do pastor”, o Ministério de Formação tem busca do essa proximidade com os coor denadores estaduais por meio de partilhas no grupo do WhatsApp, mensagens, ligações individuais e reuniões mensais. Para os coor denadores diocesanos em 2020 e 2021, tivemos as conferências onli ne por regiões. Em 2022, a grande estratégia do Senhor são as Ofici nas Regionais para Formadores, por meio das quais temos alcança do muitos irmãos em todo o Brasil. Essas ações estão sendo uma forma de estreitar os laços, de fazer com que a coordenação nacional possa conhecer as suas “ovelhas”, pois a formação se dá também pela con vivência, pelo testemunho de vida.
Comunicação
Dentre as ações de pastoreio desenvolvidas pelo Ministério de Comunicação Social, podemos destacar a organização de encon tros em nível estadual, diocesano e de Grupos de Oração, principal mente voltados à espiritualidade. Alguns estados organizaram even tos presenciais, outros sentiram a necessidade de ainda promover eventos online. Além disso, senti mos a necessidade de pastorear as
ovelhas a nós confiadas através de ligações para lideranças, na pro moção da Conferência Nacional do Ministério de Comunicação Social realizada em 2021 e nas Lives For mativas, iniciadas agora em 2022.
Universidades Renovadas
O pastoreio no Ministério Uni versidades Renovadas vem aconte cendo por meio das reuniões virtu ais de partilha, oração e motivação com a equipe nacional, temos re alizado a divisão da dupla de pas toreio por estados, onde um irmão cuida e reza pelo outro até a próxi ma reunião, temos feito as partilhas individuais com cada coordenador estadual, acompanhando as neces sidades pessoais e missionárias de cada realidade, além das ligações telefônicas, envio de cartas e cartão de aniversário.
Promoção Humana
Trabalhamos com plano de ação que propõe algumas ativida des e metas, como por exemplo: cadastro dos servos para que o nú cleo acompanhe a caminhada; visi tar (quando há essa possibilidade) ou assistir por meio dos instru mentos virtuais e interativos os participantes dos núcle os de serviço; planejar e executar reuniões de pas toreio bimestrais para: escuta ativa, atendimen to, planejamento, alinha mento, direcionamento e unidade, momentos de partilha da Palavra, de ora ção e de bens materiais quan do houver esta necessidade (essas práticas podem ser replicadas em todas as realidades).
Intercessão
O pastoreio na Intercessão acontece por meio do que é vi venciado nos direcionamentos do Ministério de Intercessão. Destaca mos como uma bela experiência do pastoreio os momentos de apro fundamento de vivência fraterna, nos quais os intercessores se en contram e compartilham suas difi culdades e inseguranças, oram jun tos pedindo a força do Espírito San to, para serem revigorados. E ainda as reuniões de pastoreio realizadas a nível regional com coordenado res da Intercessão para motivá-los à unidade na missão.
Religiosas e Consagradas
Minha alma glorifica o Senhor! Porque Ele fez e faz em nós mara vilhas.
Pastorear este Ministério está sendo pra mim um grande carinho e misericórdia de Deus! Neste tem po pude perceber como é pastorear um Ministério tão específico com tantos desafios, mas também com tantos frutos. Recentemente tive mos nosso retiro, quão profundo e restaurador. Estiveram presentes
muitas religiosas e consagradas ce libatárias com carismas diferentes, numa contagiante alegria fraterna, profunda comunhão e Batismo no Espírito Santo, juntas aprofunda mos a essência de nosso SER CON SAGRADAS E RENOVAMOS NOSSO SIM! Pastorear esse Ministério é um dom, um presente de Deus para mim!
Profissionais do Reino
Os Profissionais do Reino reali zaram o “Projeto Primeiro de Maio: de Deus é o nosso trabalho”, sendo presencial em alguns locais do Bra sil, também tivemos a live nacional “O Trabalho como caminho de san tidade”, e a divulgação do novo Tex to Base, assim como as conferên cias nacionais e os workshops nos Encontros Estaduais de Ministérios. Promoveram o pastoreio dos novos Grupos de Oração no trabalho, dos representantes dos Profissionais do Reino e dos coordenadores es taduais, que visitam as dioceses apresentando os Profissionais do Reino, Grupo de Profissionais do Reino e GOT.
EVENTOS QUE TE FORMAM E AJUDAM A PROPAGAR SUA IDENTIDADE CARISMÁTICA!
Neste tempo, o verbo propagar deve impulsionar a formação e as decisões de cada membro da RCC. A vivência dos eventos certos também cooperam para essa realidade.
Em 2022, a Renovação Caris mática Católica é chamada a pro pagar sua Identidade para que o mundo seja batizado no Espírito Santo. Para isso, a RCCBRASIL está promovendo diversos encontros de formação e espiritualidade para que toda família carismática viva bem essa missão de “propagar” de forma efetiva e fecunda. Confira as opções de evento para você!
das Moções Proféticas que direcio nam os trabalhos do Movimento em todas as instâncias.
O encontro é amplamente conhecido pelos seus workshops de Ministérios, que são momentos específicos durante a programa ção, onde membros de um mesmo serviço se reúnem para receberem formações, além de participarem de partilha, vivência fraterna e ora ção. A escolha do workshop é feita no ato da inscrição.
A próxima edição do Encontro Nacional de Formação será realiza da de 25 a 29 de janeiro de 2023, no Centro de Eventos Padre Vítor Coe lho de Almeida, em Aparecida (SP). É preciso estar atento aos lotes de inscrição, pois todos têm vagas limi tadas e podem ser encerrados antes da data prevista.
O ENF é um encontro consoli dado e tem seu lugar fixo no calen dário anual da RCC, sendo realizado em janeiro. O evento propicia mo mentos de profunda oração, for mação geral e específica e escuta profética. Nele, também são feitas as partilhas sobre os projetos e ser viços em andamento, assim como
Lembre-se de que o quanto an tes você fizer sua inscrição, além de assegurar sua presença, garantirá o melhor preço! Para mais informa ções sobre o ENF 2023, acesse o site oficial do encontro www.enfrccbra sil.com.
Preparando líderes e Missionários para uma evangelização mais eficaz!
Escola Nacional de Formação para Líderes e Missionários 2023 (ENFLM)
A ENFLM promove dez dias intensos de formação e, em 2023, será realizada de 14 a 24 de janeiro, na Casa de Retiro Coração de Jesus, em São José dos Campos (SP). A Escola é dividida em três etapas e exige alguns pré-requisitos dos alu nos, como a fase querigmática e o módulo básico, conforme as orien
A ENFLM, como seu próprio nome explica, é uma escola de for mação, ou seja, possui uma grade de ensino, disciplina de horários e atividades. O participante rece be, nesses dez dias, aulas sobre a Doutrina Cristã, sob a unção do Es pírito, por meio do uso de recursos e métodos didático-pedagógicos pensados pelos organizadores e professores. Além disso, os ensinos ministrados oferecem aos alunos um conhecimento sólido e seguro sobre a Renovação Carismática Ca tólica e suas atividades.
A Escola foi especialmente pensada para líderes e missioná rios do Movimento em suas diver sas instâncias. Ela visa promover a maturidade espiritual e humana de cada aluno. Para saber mais, acesse: www.rccbrasil.org.br/escola.
Ficou interessado e gostaria de sa ber mais sobre a ENFLM? Acesse já!
Mais que formação: um encontro de transformação!
Encontro Nacional de Formação para Coordenadores e Ministérios 2023 (ENF)
A ENACOM 2022/2023 possui uma novidade! Nesta edição, ela contará com duas fases, a primeira online, de 21 a 25 de novembro de 2022, e a segunda presencial, nos dias 24 e 25 de janeiro de 2023, em Aparecida (SP).
A Escola de Comunicação pos sui formação em três níveis: espi ritual, humano e técnico. As aulas serão ministradas por professores líderes do Movimento, além de es pecialistas renomados na área da Comunicação Social. Tudo com a missão de formar comunicadores para o serviço nos Grupos de Ora ção de toda a RCC do Brasil.
Atualmente, se preparar para comunicar a Boa Nova se faz mais necessário do que nunca. É preciso estar apto de forma espiritual e téc
nica para essa missão! Propague essa oportunidade para os co municadores que você conhece e coopere para que essa formação alcance mais pessoas!
Saiba mais acessando www. congressosonlinerccbrasil.com/ enacom e fique por dentro de to dos os detalhes.
Um retiro especialmente pensado para os ministros ordenados que participam da Corrente de Graça
Retiro Nacional para Ministros Ordenados 2022
De 07 a 10 de novembro de 2022 será realizado o Retiro Na cional que é dedicado aos Minis tros Ordenados que participam da Corrente de Graça ou se fami liarizam com a espiritualidade carismática. O encontro será na Casa de Retiros São José Reden torista, em Belo Horizonte (MG).
O Retiro promoverá intensos momentos de oração, formação,
partilha da Palavra de Deus e convivência fraterna. Esta edição contará com a irlandesa Irmã Briege McKenna como pregadora oficial.
O retiro é organizado pelo Mi nistério Cristo Sacerdote que visa auxiliar os Ministros Ordenados no reavivamento de sua vocação, do seu chamado e do Espírito Santo em seus corações, para que possam continuar sempre, com ardor reno vado, a missão que lhes foi confiada por Deus, de conduzir o Seu reba nho e anunciar o evangelho a todas as criaturas.
Para saber mais acesse www. rccbrasil.org.br/ministrosordena dos. As inscrições estarão abertas até o dia 07 de outubro de 2022.
Ficou com dúvida sobre algum evento? Entre em contato conosco!
Telefone: (12) 3151-9999 Whatsapp: (12) 98138-3000
E-mail: eventos@rccbrasil.org.br
“Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas” (Isaías 40,3)
Escola Nacional de Comunicação 2022/2023 (ENACOM)
UM LIVRO QUE AJUDA A NOS COLOCAR DIANTE DO TRONO DO TODO-PODEROSO
Este material foi pensado especialmente para os servos da RCCBRASIL, sendo organizado pela Comissão Nacional de Formação.
Esta edição da Revista Renova ção traz como sugestão de leitura o livro “Àquele que se assenta no tro no e ao Cordeiro louvor, honra, gló ria e poder”, que foi organizado pela Comissão Nacional de Formação da RCCBRASIL.
Este livro traz um rico conteú do retirado do Encontro Nacional de Formação para Coordenadores e Ministérios 2022 (ENF), reúne as pregações realizadas na Assembleia Geral do encontro e as formações específicas como as da Assembleia para coordenadores diocesanos e de Grupo de Oração. Algumas pre gações da Assembleia para Minis térios também foram colocadas no material.
Para compreender a importância deste livro é necessário compreender a profundidade da Palavra Norteadora de 2022 para RCCBRASIL: “Àquele que se assenta no trono e ao Cordeiro, louvor, honra, glória e poder pelos séculos dos séculos” (Ap 5,13b). Tanto em aspecto comunitário como pessoal, a palavra é encorajadora e cheia de esperança, auxilia na vivência do
Senhorio de Jesus, que precisa estar no trono em todas as instâncias da realidade pastoral, assim como nas dimensões da vida de cada cristão.
Na apresentação do livro, Vinícius Simões, presidente do Conselho Nacional da RCCBRASIL, explica que essa passagem bíblica também nos ensina o louvor de Deus:
“Ali todas as criaturas são con vocadas para juntamente com os anjos darem louvores ao Senhor, que fez o céu e a terra e tudo o que ela contém. (...) O louvor ao Senhor nos leva a cumprir aquilo para o qual fo mos criados, isto é, realiza-se em nós a expectativa de Deus a nosso respeito: fomos cria dos para o louvor de Sua glória (cf. Ef 1, 14b)”.
É importante destacar que esse conteúdo foi compilado especial mente para os servos da Renovação Carismática Católica, compreen dendo que as formações realizadas nos encontros da RCCBRASIL são inspiradas pelo Senhor e devem
chegar a todos os Grupos de Ora ção, por meio das lideranças, para que a Palavra possa tocar e trans formar vidas.
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Meu nome é Luzivane dos Santos Galvão, tenho 32 anos, moro na cidade de Codó, diocese de Coroatá, estado do Maranhão, onde participo do Grupo de Ora ção Bom Pastor, na Paróquia de Santa Rita e Santa Fi lomena. Estou aqui porque sou fruto de um pastoreio segundo o coração de Deus.
Conheci a Renovação Carismática Católica por meio de um Grupo de Oração Universitário, o GOU Apascentar. Desde a primeira vez em que participei desse Grupo de Oração, mesmo sem entender, já per cebia que passei a ser cuidada de um modo muito especial por aquelas pessoas que, até então, pouco conhecia e, de modo particular, pela coordenadora do Grupo naquele tempo, hoje, minha amiga e comadre, Tamires Neris Costa, por quem tenho muito respeito, admiração e gratidão por ter sido instrumento de Deus para minha vida.
Eram frequentes as mensagens no celular, seja para perguntar se estava tudo bem, seja para convidar a participar das missões que eram realizadas dentro ou fora da universidade e da cidade.
Inicialmente passei a participar dos encontros que os demais Grupos de Oração da cidade promoviam: Dia com Maria, Pentecostes, Vinde e Vede, Vigílias etc. Aos poucos comecei a ser direcionada a participar também dos processos formativos do Movimento, fase Querigmática e Catequética.
Como fruto desse pastoreio efetivo, Deus foi de
UM PASTOREIO EFETIVO E COM AMOR SALVA VIDAS!
forma muito rápida me moldando e me transforman do, me dando a graça da cura interior e dos traumas que trazia dentro de mim.
E não muito distante desse tempo, o Senhor co meçou a me confiar responsabilidades e missões den tro do Movimento, coordenando o GOU na Universida de Federal do Maranhão, campus Codó, onde estudava no ano de 2010. No ano seguinte, já estava a coordenar o Ministério Universidades Renovadas na minha dio cese. No biênio seguinte, fui chamada a coordenar o Ministério de Comunicação Social e depois veio o cha mado a servi-Lo na presidência do conselho da RCC na minha diocese. E neste tempo, o Senhor continua a confiar em mim quando me chama a servi-Lo agora como Presidente do Conselho da Renovação Carismá tica Católica no estado do Maranhão.
Assim como eu recebi tamanha graça de um pastoreio efetivo, que me sustentam até hoje na ca minhada, entendo que devo retribuir esse pastoreio para com as ovelhas que hoje me são confiadas, pois outrora éramos ovelhas, hoje somos pastores. Que eu seja exemplo de pastor para meus irmãos, assim como Deus é para mim o melhor modelo de Bom Pastor. Um pastoreio efetivo e com amor salva vidas! Minha vida, minha história e missão são provas desse amor de Deus por meio do pastoreio.
Luzivane Galvão Presidente do Conselho da RCC MaranhãoJUNTOS PELA RCCBRASIL
Um dia de oração e gesto concreto em prol da construção da Sede Nacional da RCCBRASIL.
No dia 06 de agosto, a RCCBRASIL realizou seu novo evento em prol da construção da Sede Nacional do Movimento, localizada em Canas (SP). O ambiente central para a realização do especial “Juntos pela RCCBRASIL” foi o Auditório do Seminário Santo Afonso, em Aparecida (SP).
O Juntos pela RCCBRASIL con tou com diversas atividades como a Santa Missa, adoração e shows ora cionais. Estiveram presentes os can tores católicos Cassiano Meirelles, Eugênio Jorge, Olívia Ferreira, An dré Florêncio, a banda Vida Reluz e o Ministério Salvista, presenças que ajudaram a cantar e a louvar ao Se nhor. Os padres Jorge Luiz, coorde nador nacional do Ministério Cristo Sacerdote da RCCBRASIL e Eduardo Dougherty, fundador da Associação do Senhor Jesus, ajudaram a nutrir a alma com muita oração e fervor.
O especial também contou com uma reportagem sobre a história da Renovação Carismática, com testemunhos de Patti Gallagher Mansfield, uma das participantes do Encontro de Duquesne, que
marca o início do Movimento no mundo, e também dos pioneiros no Brasil: Padre Eduardo Dougherty e Monsenhor Jonas Abib, fundador da Comunidade Canção Nova.
Além de um local dedicado para os shows e todas as ativida des centrais, o evento teve ainda uma central de atendimento dire tamente na Sede Nacional da RCC. Uma equipe de funcionários e vo luntários ficou dedicada a atender os benfeitores que entravam em contato para fazer doações espon tâneas, se tornarem colaboradores do projeto Semeando a Vida no Espírito, ou mesmo para deixarem seus testemunhos sobre essa obra de Deus.
O “Juntos pela RCCBRASIL’’ pôde ser acompanhado por carismáticos de todo o país por meio da transmissão ao vivo realizada pela TV século 21 e pelo canal do YouTube da RCCBRASIL. Ainda é possível assistir ao especial acessando: www. congressosonlinerccbrasil.com/ juntos.
O grande evento em prol da
Sede Nacional da RCCBRASIL já passou, mas é importante lembrar que todos os dias podemos coope rar para que esse sonho se realize!
Ajude agora mesmo pela chave PIX: juntos@rccbrasil.org.br
Assista na íntegra o especial “Juntos pela RCCBRASIL”
Ajude a tornar esse sonho cada dia mais real!
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Gostaria de tirar alguma dúvida? Entre em contato pelo WhatsApp (12) 98138-3000.
REAVIVANDO A CHAMA
CADA COORDENADOR DE GRUPO DE ORAÇÃO É CHAMADO A DAR SENTIDO À SUA MISSÃO
“Eu sou o Bom Pastor. Conheço as minhas ovelhas e as minhas ovelhas conhecem a mim, como o Pai me conhece e eu conheço o Pai. Dou a minha vida pelas minhas ovelhas” (Jo 10,14-15).
A partir das palavras de Jesus neste trecho do Evangelho, vamos discorrer sobre algumas características de um coordenador de Grupo de Oração do Movimento Eclesial da Renovação Carismática Católica. Jesus sabia quem Ele era na Eternidade e no tempo presente de sua missão como Verbo Encarnado. Não veio ao mundo por acaso, sendo apenas mais um. Da mesma forma, todos os coordenadores de Grupo de Oração devem ser sinal de Deus, ter a consciência de que foi o Senhor quem permitiu que a sua eleição acontecesse. Portanto, o coordenador tem uma missão a ser realizada.
“O Bom Pastor somente compartilha a grande sede de sua alma (salvar os perdidos) com os seus amigos. Ele não conta com empregados, organizadores ou executores... Ele conta com amigos que possam aprender com Ele e amar aqueles que Ele ama. Jesus não disse a Pedro: ‘apascenta meus planos, cuida dos meus interesses, organiza os meus quadros, gerencia
meu patrimônio...’ Ele disse: ‘Apascenta os meus cordeiros’. Portanto, só se pode cumprir a missão dada por Jesus, movido por um imenso e agradecido amor por Ele” (pág. 16, Apostila do Módulo Básico, Grupo de Oração).
Os cordeiros que chegam aos nossos Grupos de Oração são os milhares de pessoas que entram pela porta necessitando de cuidado. Homens, mulheres, jovens e crianças que, por vezes, se encontram no mundo, perdidos, como ovelhas sem pastor. Mas, por algum motivo, eles ouviram falar de uma Igreja, capela, salão, casa, rodoviária, hospital, presídio etc., ouviram falar de um tal de Grupo de Oração que pode ajudar-lhes a cuidar, alimentar, orientar.
Diante disso, algumas perguntas precisam ser feitas:
• As ovelhas que já se encontram no Grupo de Oração estão sendo bem cuidadas, alimentadas com uma verdadeira
caminhada de fé que conduz à santidade?
• As ovelhas conhecem voz do seu coordenador?
• Neste redil apenas existem regras, agenda, planos pessoais?
• O coordenador do Grupo de Oração tem a consciência de que as ovelhas não são suas, mas do Senhor Jesus?
• E as ovelhas que estão fora desse aprisco? O pastor se preocupa com elas também?
A missão de um Grupo de Oração é salvar as almas, conduzi-las ao céu. Portanto todos os esforços devem estar direcionados para este fim. É preciso ir atrás das ovelhas perdidas, não deixar que se percam. O coordenador tem a missão de estar na porta, não permitindo que nenhum ladrão roube os seus, mas também chamando as ovelhas para entrar, sendo sinal da presença do amor de Deus.
O bom pastor deixa as noventa e nove ovelhas no aprisco e vai buscar aquela que se perdeu, porque para ele todas são importantes. Ele não quer que nenhuma se perca. “Também precisamos olhar para além Grupo de Oração, da porta pra fora, quem sabe os santos estão lá fora, na rua, esperando o nosso convite. Lembrando sempre que as portas que um dia se abriram para nos acolher devem permanecer abertas para receber tantos mais que precisam ouvir falar de um Deus vivo e presente em nosso meio” (pág. 16, Apostila do Módulo Básico, Grupo de Oração).
Por vezes, alguns pastores não se deixam submeter ao Bom Pastor, querem fazer tudo do seu jeito, querem conduzir as ovelhas conforme aquilo que eles pensam ser melhor. Aparentemente é um Grupo de Oração, com tudo organizado, mas não tem a unção do Espírito Santo, não se submetem, não permitem que o Bom Pastor seja verdadeiramente o Senhor. Precisamos avançar! Nossos Grupos de Oração precisam ser o local onde as ovelhas são levadas ao encontro pessoal com Jesus, por meio do Batismo no Espírito Santo, onde vivamos a nossa
identidade, o sonho de Deus para o Movimento Eclesial da RCC.
O Grupo de Oração tem uma estrutura mínima para que possa caminhar, mas ele não é uma empresa, onde as pessoas desejam galgar cargos. O maior dentro de um Grupo de Oração é aquele que serve, como bem nos ensinou o Senhor. Ser coordenador não é o prêmio dos melhores, não depende da nossa capacidade humana, mas é uma pura ação do Espírito Santo na vida do coordenador, a sua escolha deve ser feita por Jesus.
“Aquilo de que a Igreja mais precisa hoje é a capacidade de curar as feridas e de aquecer o coração dos fiéis, a proximidade. Vejo a Igreja como um hospital de campanha depois de uma batalha. É inútil perguntar a um ferido grave se tem o colesterol ou o açúcar alto. Devem curar-se as suas feridas. Depois podemos falar de tudo o resto. Curar as feridas, curar as feridas... E é necessário começar de baixo.” (Papa Francisco, 2013)
O Grupo de Oração, que é o redil das nossas ovelhas, é como esse hospital. O hospital de campanha é local dos primeiros socorros. Ele fica próximo do local onde a guerra está acontecendo. Ali chegam todos os tipos de feridos, que são atendidos rapidamente por profissionais que estão de plantão 24h. O pastor não dorme nem cochila, ele está sempre perto das ovelhas, ele acolhe a todas, não faz distinção entre as ovelhas. O pastor não carrega consigo muitas coisas, mas ele tem o suficiente para as necessidades das suas ovelhas.
A palavra de Deus nos ensina que o pastor dá a vida por as suas velhas. No caso do coordenador, dar a vida, não necessariamente é morrer numa cruz, mas dar o seu tempo, dar as suas horas de lazer, dar toda a atenção que a ovelha precisa, estar disponível e disposto a ouvir. E quanto for preciso, trazer a ovelha para mais perto, corrigir, colocar ela novamente no caminho, sempre com muito amor! Porém, se ao corrigi-la não estiver disposto a colocá-la sobre seus ombros, trazer de volta, curar seus ferimentos e deixar que ela escute as batidas de amor do seu coração, se o coordenador não for capaz de fazer isso, também
não tem o direito de “quebrar-lhe as patas”.
O coordenador precisa estar próximo das pessoas! Para estar perto, se faz necessário existir um desprendimento de si, pois, estar perto de quem se ama é fácil, mas é necessário estar perto de todos. Estar disposto a acolher os sujos, os esquecidos, marginalizados, os pobres, ricos, bonitos, etc. Num hospital de campanha chegam as pessoas feridas, assim também no Grupo de Oração chegam todos os tipos de ovelhas, pessoas feridas fisicamente, espiritualmente, destruídas em seu interior, com a fé totalmente abalada, são feridas que não se vê com os olhos. É preciso olhá-las com os olhos do Senhor para ver através da alma, para ver além das aparências.
Sabemos que esse pastoreio não é fácil. Podemos pensar em São Maximiliano Maria Kolbe, que foi um dos mártires dos campos de concentração, ele recebeu duas coroas: a da pureza e a do martírio. Ele foi digno da missão, recebeu o prêmio. Ele trancado numa pequena cela com vários outros homens que foram escolhidos para morrer, soube, como sacerdote, cuidar daquelas ovelhas. Ele poderia não fazer mais nada, pois fora jogado ali, mas ele decidiu amar até o fim e servir até o fim. Por dias e dias ficou anunciando Jesus, ouvindo confissões, conduzindo as almas para o céu.
Nossos Grupos de Oração precisam estar atentos à guerra que está acontecendo no mundo. Em Auschwitz, existia a guerra das armas, da tortura, da fome, da humilhação. Nos Grupos de Oração, a guerra é pela salvação das almas e, mais do que nunca, precisamos estar prontos para receber as almas que chegam.
O pastor também leva as ovelhas às verdes pastagens. Ele as alimenta. Nosso Movimento possui o alimento certo para as nossas ovelhas. Por meio das fases do processo formativo, as ovelhas recebem o alimento necessário para cada etapa da sua caminhada com Jesus. As ovelhas devem ser cuidadas e alimentadas, com o alimento correto. Por meio da formação, o pastor conduz as ovelhas às pastagens mais verdes e mais seguras, para que elas sejam cada vez mais saudáveis.
O pastoreio no Grupo de Oração deve ser um reflexo da uma vida doada de forma incondicional. Os anos de coordenação não pertencem ao coordenador, ele não será eterno nessa missão. O tempo pertence inteiramente ao Senhor e, neste tempo, Jesus quer fazer desta pessoa um grande instrumento em Suas mãos. É tempo de gastarse, de consumir-se em favor daqueles que lhes foram confiados. O coordenador precisa ser como o Bom Pastor em seu Grupo de Oração, o pastor que tem o cheiro das ovelhas, ele que conhece os seus, e para isso é preciso doar-se inteiramente.
Na prática, como esse pastoreio pode acontecer? A resposta está no próprio Jesus, o Bom Pastor:
• Ele sentava junto dos seus para comer (Mt 26,26-28) – os membros de um Grupo de Oração precisam ter momentos de comunhão fraterna, se faz necessário organizar encontros para sentarem juntos e comer um lanche após o GO, um almoço a cada mês na casa de um dos servos... Momentos de partilha, de lazer, de vivência fraterna;
• Se retirava para um lugar mais alto para rezar com eles (Lc 22,39) – a oração não deve se limitar apenas aos momentos comuns do GO, é preciso promover momentos extras de oração, se reunir para rezar uns pelos outros, partilhando das suas necessidades. Como nos relatam as primeiras comunidades no livro dos Atos dos Apóstolos, entre eles não havia necessitados, um conhecia de verdade o outro, eles tinham tudo em comum. Fazer vigílias, momentos de adoração, rezar nas casas e serem amigos de verdade;
• Entrava no barco e viajava com eles (Mt 8,23-27) – é preciso estar junto em missão, quando acontecer um encontro, um retiro, um evento, o coordenador deve ser o primeiro a estar lá, não pode somente convidar, enviar os seus, mesmo que o cansaço às vezes tome conta, ele precisa estar junto. As ovelhas seguem o pastor, pois quando as tempestades começarem a atingir o barco, o coordenador estará ali junto e poderá acalmar os corações.
• Quando eles queriam voltar à vida velha, Jesus ia atrás e os fazia compreender qual era o chamado deles (Jo 21,1-25) – talvez essa seja a ação mais importante do coordenador: não deixar que eles voltem à vida velha. Uma pessoa que abandona o Grupo de Oração pode levar outros com ele e isso pode comprometer todo o GO. Quando o coordenador perceber que alguma coisa de errado está acontecendo, é preciso ir ao encontro deles e fazê-los entender que o lugar deles é no Grupo de Oração.
Ainda, é muito importante o pastoreio também com ações simples do nosso dia a dia, como visitar os servos, uma mensagem, uma ligação, lembrar-se do dia do aniversário e enviar uma lembrança, pequenos gestos que, feitos com amor, produzem um efeito grandioso na vida da ovelha.
No livro “Em busca de sentido”, de Victor Frankl, ele apresenta a incrível experiência de passar pelos campos de concentração de Auschwitz, por muitos anos, como prisioneiro. E em certo momento ele cita Dostoievsky: “Temo somente uma coisa: não ser digno do meu tormento”. Essas palavras passam por nossa mente quando contemplamos a vida dos prisioneiros cujo comportamento no campo de concentração, sofrimento e morte testemunham essa liberdade interior última do ser humano, a qual não se pode perder. Sem dúvida, eles poderiam dizer que foram “dignos dos seus tormentos”. Eles provaram que, inerente ao sofrimento, há uma conquista que é interior.
A liberdade espiritual do ser humano, a qual não pode ser tirada, permite-lhe, até o último suspiro, configurar sua vida de modo que tenha sentido. Não somente uma vida ativa tem sentido, dando à pessoa a oportunidade de concretizar valores de forma criativa, não há sentido apenas no gozo da vida, que permite à pessoa realizar valores na experiência do que é belo, na experiência da arte ou da natureza. Mas, também há sentido naquela vida que –como no campo de concentração – dificilmente oferece uma chance de se realizar criativamente e em termos de experiência, mas que lhe reserva
apenas uma possibilidade de configurar o sentido da existência, que consiste precisamente na atitude com que a pessoa se coloca face à restrição forçada externamente sobre seu ser.
Assim como Jesus, esses muitos homens e mulheres deram sentido a todo o sofrimento ao qual foram submetidos. Eles foram dignos de receber tudo porque tinham um propósito. Da mesma forma, acontece com todos os COORDENADORES DE GRUPOS DE ORAÇÃO. Todos serão colocados em situações em que terão que deixar as suas próprias vontades e necessidades, talvez não passem pelo martírio de sangue, mas precisarão renunciar muitas coisas, deixarão suas casas para servir às suas ovelhas, para conduzi-las às verdes pastagens, enfrentar situações difíceis, incompreensões, solidão, mas por um bem maior, irão de cabeça erguida lutar pelos seus.
Algumas situações comuns a Jesus, aos mártires, e aos coordenadores chamados a serem bons pastores:
• Foram escolhidos;
• Por algum momento desejaram não ter que seguir em frente a missão;
• Sofreram;
• Rezaram;
• Choraram;
• Tinham plena confiança em Deus;
• Foram até as últimas consequências de suas forças.
É preciso que todas as lideranças da Renovação Carismática Católica tomem essa postura de Bom Pastor, que todos sejam dignos da sua missão! Não deixando o tempo passar em vão, assumindo a sua responsabilidade de ser um bom coordenador, líder, com os olhos fixos nos Senhor, seguindo os direcionamentos do nosso Movimento que tanto tem buscado estar próximo de todos os seus líderes, em especial aos responsáveis pela célula fundamental da RCC, o Grupo de Oração. É por meio do Grupo de Oração que o nosso Movimento acontece.