Revista Renovação - Edição 92 - Maio/Junho de 2015

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ANO 16 - NÚMERO 92 - MAIO/JUNHO 2015

Maria MODELO PERFEITO DE VIDA NO ESPÍRITO

CAMINHO PARA O CÉU

MOMENTO MARIANO

INTERCESSÃO POR NOSSA CASA

O conselho de Maria para nós nos aproximarmos de Jesus

Como exercer a devoção à Maria sem quebrar o ciclo carismático da Reunião de Oração

A história da Capela Nossa Senhora de Pentecostes, a primeira construção da Sede Nacional

ENCARTE EM TORNO DE MARIA



maio/junho

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Nesta edição

ESPECIAL: MARIA MODELO PERFEITO DE VIDA NO ESPÍRITO

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O SIM DE MARIA: A CHEIA DE GRAÇA

O CONSELHO DE MARIA PARA NÓS, SEUS FILHOS

UM OLHAR PARA JESUS ATRAVÉS DE MARIA

POR QUE MARIA ESTAVA EM PENTECOSTES?

ESPELHO DE REALIZAR O 14 COMO 15 MÃE, MARIA MOMENTO MARIANO NA REUNIÃO DE ORAÇÃO

NACIONAL: 18 SEDE PROMESSA QUE SE

19 TESTEMUNHO: UMA MÃE NEGRA PARA UGANDA

DE 21 SUGESTÃO LEITURA: AOS MOLDES DE MARIA

E O SEGREDO 22 MARIA DE NOSSA UNIÃO

CUMPRE PELA INTERCESSÃO DA SENHORA DE PENTECOSTES

16 TRABALHADORES LEVAM JESUS AO AMBIENTE PROFISSIONAL

TESTEMU20 ALUNOS NHAM MAIS INTIMIDADE COM MARIA APÓS CURSO DO IEAD

COM CRISTO

NOSSA VIDA EM MISSÃO Amado irmão(ã), Graças a Deus e a sua generosidade chegamos à edição 92 da Revista Renovação. Sua colaboração, com certeza, foi fundamental para essa caminhada e estamos colhendo muitos frutos da sua fidelidade. Muito obrigado. Contem com nossas orações. Caso você não seja colaborador e gostaria de contribuir, entre em contato conosco.

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Editorial

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A MAIS BELA DAS MULHERES “A vossa direita se encontra a rainha, com veste esplendente de ouro de Ofir” (Sl 44,10). Não é ornamento qualquer, tampouco é um ornamento feito de pedras preciosas. É uma beleza revestida de luz, que reflete a fonte verdadeira de tudo o que é mais belo em toda a criação: o próprio Deus. Senhora de muitos títulos, jovem corajosa que respondeu com firmeza ao chamado divino, mulher que suportou fortemente as incompreensões, dores e espadas que transpassaram a sua alma. Marias existem muitas por aí, mas essa é nosso exemplo de primeira cristã! É sobre nossa Mãe Maria que queremos falar nesta edição 92. Uma mãe que educa, corrige, intercede, nos molda. Mãe que não tem outro objetivo, senão o de nos levar de maneira mais perfeita ao coração de seu Deus, seu Filho Crucificado.

Expediente Publicação Oficial da RCC do Brasil Editada pelo Escritório Nacional da RCC do Brasil ANO 16 - Edição Nº 92: Maio/Junho 2015

Jornalista Responsável: Lúcia Volcan Zolin DRT/SC 01537 Redação: Gabriel Jorge / Jorge Corrêa/ Juliane Batista / Laura Galvão Revisão: Mari Spessatto/ Jorge Corrêa Fotos: Arquivo RCCBRASIL Projeto Gráfico, Design e Diagramação: Priscila Carvalho Venecian E-mail: dpto.comunicacao@rccbrasil.org.br ESCRITÓRIO ADMINISTRATIVO DA RCCBRASIL Rua Antônio Favalli nº 23, Bairro Centro CEP 12.615-000

Por isso, para que nos coloquemos ainda mais sob os cuidados de Maria, apresentamos artigos que aprofundam sobre o momento do seu “Sim”, sobre sua intercessão nas Bodas de Caná e sua presença em Pentecostes. Também procuramos entender melhor o porquê de nossa Igreja possuir uma devoção tão fervorosa a Ela. Em outras seções desta edição, procuramos formas de te ajudar em seu dia-a-dia familiar e missionário, com testemunhos sobre maternidade e experiências espirituais com a Mãe de Jesus, uma formação sobre como realizar o momento mariano durante sua Reunião de Oração e, ainda, uma sugestão de leitura especial, lançamento da Editora RCCBRASIL em 2015. E é por meio de todo este contexto abordado pela Revista Renovação que conseguiremos chegar à razão verdadeira de uma mulher tão simples resplandecer tamanha beleza: Maria era cheia do Espírito! E, até hoje, nos é modelo perfeito de vida espiritual. Portanto, “se vivemos pelo Espírito, andemos de acordo com o Espírito” (Gl 5,25), caminhemos pelos mesmos passos da bela jovem de Nazaré. Refugiado no regaço acolhedor de Maria, tenha uma abençoada leitura!

Canas/SP Tel.: (12) 3151-4155

Revista Renovação

As matérias publicadas são de responsabilidade de seus respectivos autores. Permitida a reprodução, sem alteração do texto e citada a fonte.

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Palavra da presidente

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MARIA É O MAGNIFICAT Antes de voltar para o Pai, Jesus apontou-nos um modelo para nos ensinar a viver de acordo com a vontade de Deus, na plenitude do Espírito Santo. Este modelo é sua Mãe, Maria, a qual Ele próprio configurou como a nossa mãe: “... eis aí tua mãe” (Jo 19, 27). Maria é a primeira entre os cristãos que confia e espera de Deus a salvação. Ela foi a primeira cristã a ser educada pela presença do Espírito Santo de Deus. Na “anunciação”, Maria entregou-se a Deus completamente, manifestando a “obediência” da fé Àquele que lhe falava mediante o Seu mensageiro. De fato, ela foi um exemplo de entrega porque colocou sua vida à disposição dos desígnios de Deus. Abriu mão de seus próprios projetos para fazer a vontade do Senhor, anunciada pelo Anjo Gabriel. Em Lucas 1, 38 ela diz: “Eis aqui a Serva do Senhor. Faça-se em mim, segundo a Tua Palavra”. Aceitou plenamente na grandeza de sua fé e com o coração aberto toda a vontade de Deus. Ela nos dá o exemplo: o importante não é entender os planos de Deus em nossa vida, mas nos entregarmos a Ele. “Para ser a Mãe do Salvador, Maria ‘foi enriquecida por Deus com dons dignos para tamanha função’” (CIC § 490). A Anunciação à Virgem Maria dá início a um novo tempo, a “plenitude dos tempos” (Gl 4, 4), inaugura a Nova Aliança e a Boa Nova do Evangelho. Através do Espírito Santo, Maria, que na língua hebraica significa “amada de Deus”, foi se transformando em bondade, mansidão, compreensão, silêncio e cooperativismo.

Tudo o que Maria fazia era com alegria e a graça do Espírito Santo agia em todo o seu ser. No Magnificat, podemos constatar toda essa alegria e plenitude do Espírito Santo. Em Lucas 1, 47, ela disse: “A minha alma glorifica o Senhor e o meu Espírito exulta (alegra-se) em Deus meu Salvador”.

tou, esperando com toda esperança e, “de pé”, na fé, assistiu a crucificação e morte do Filho amado. Seu coração havia sido transpassado pela espada da dor. Ninguém sofreu mais do que ela! Mas também nenhuma outra pessoa viveu a alegria da Ressurreição de Jesus e a promessa de Deus Pai se cumprindo como Ela!

A humildade e modéstia caminharam sempre junto de Nossa Senhora. Ela nunca concentrou a atenção em si mesma. Ao contrário, transferiu sempre a atenção ao outro, colocando-se a serviço.

Maria ajudou a dar Cristo ao mundo. Nós também temos a missão de ajudar a trazer Cristo ao nosso próprio mundo. Onde quer que estejamos e seja qual for a maneira como vivemos, nossa Mãe Maria está sempre atenta para nos ajudar a encontrar, em Cristo, o caminho para a casa do Pai. Nossa Senhora é a Mãe e modelo da Igreja. Ela permaneceu fiel na união com Seu Filho até a cruz e jamais deixou de ser a serva humilde do Senhor. A Santa Madre Igreja confessa que Maria é verdadeiramente Mãe de Deus (Theotókos).

Visitar sua prima Isabel mostra o compromisso com o próximo, levando-a a esquecer de si mesma e a percorrer quase 150 Km de distância para cumprir tal solidariedade. Em uma postura que evidencia a vida de quem vivia sob a ação do Espírito Santo, que é unidade, fraternidade e amor. Naqueles dias, Maria se levantou e foi às pressas às montanhas, a uma cidade de Judá. Entrou em casa de Zacarias e saudou Isabel (Lc 1, 39-40). Maria transformou-se em discípula do Senhor a partir de sua atitude de fé e assim nos ensina, com esse testemunho, como viver enquanto cristãos – uma exigência de autenticidade e opção radical. Maria poderia nos dizer: “Sigam a mesma estrada de fé que eu percorri e pertencerão ao povo das bem-aventuranças. Felizes os que, no meio da escuridão da noite, acreditaram no resplendor da luz!” A prova mais difícil para a fé de Maria foi a do Calvário. A Mãe acrediRevista Renovação

Peçamos, como o Papa Francisco nos ensina: “Maria, Mulher do Sim, fazei-nos conhecer cada vez melhor a voz de Jesus e ajudai-nos a segui-la!”. E nós, Carismáticos de todo o Brasil, devemos dizer: Maria, nossa mãe, interceda a Jesus para que possamos, em especial neste ano de 2015, viver e andar de acordo com o Espírito Santo! No amor de Maria, um grande abraço fraterno a todos,

Katia Roldi Zavaris

Presidente do Conselho Nacional da RCCBRASIL Grupo de Oração Vida Nova

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Especial

maio/junho . 2015 Por Vicente Gomes de Souza Neto

Membro da Comissão Nacional de Formação da RCCBRASIL Grupo de Oração ICTUS - RJ

O SIM DE MARIA: A CHEIA DE GRAÇA Ao aceitar o plano proposto pelo Anjo, Maria ficou plena da graça de Deus e passou a cultivar intensamente o que chamamos de Vida no Espírito. Essa decisão a cumulou de dons e trouxe à jovem importantes características que a tornaram modelo ideal de santidade. O Sim de Maria, uma jovem virgem que vivia em Nazaré, cidade da Galileia, faz dela a primeira pessoa e única, em toda a história da humanidade, a ser cheia do Espírito Santo, a ponto de gerar, por obra desse mesmo Espírito, o Emmanuel (o Deus conosco: Jesus Cristo). Na saudação, o Arcanjo chama-lhe assim como se este fosse o seu verdadeiro nome e já nos revela e antecipa uma graça que só a ela seria conferida: Gratia plena, Maria, a cheia de graça.

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Refletindo um pouco sobre a saudação do anjo a Maria, vemos que as traduções não deram a conotação real do significado que o texto original quis expor. São Lucas, quando narra a visita e anúncio do anjo Gabriel, utiliza uma palavra que, em grego, tinha o sentido de “transbordar” (kecharitoméne) de graça, tendo sido traduzida para o latim para plenus (plena), e que no português, em muitas versões

também podemos ter como exembíblicas, ficou como “cheia”. Uma plo e caminho de santidade. Tendo pessoa que transborda é mais do gerado Jesus em seu ventre por que aquela que se encontra cheia obra do Espírito Santo, essa mulher ou plena, ela inunda aqueles que parte a servir sua parenta Isabel, estão ao seu redor; como aconteceu com Maria ao que, já idosa, se encontra também grávisitar e assistir Ser cheio do Espírito vida. Ela percorreu a sua parente Isabel. Já na sauSanto é, antes de tudo, uma distância de dação a parente, cerca de 120 quilôque deve ter sido preocupar-se com aqueles metros. Ser cheio o Shalom Alei- que estejam necessitando, do Espírito Santo é, chem (a paz es- muitas vezes, da Palavra de antes de tudo, preocupar-se com aqueteja contigo) da cultura religiosa Deus ou de nossa assistên- les que estejam neda época, o me- cia, quer seja espiritual ou cessitando, muitas nino, João Batisvezes, da Palavra material” ta, estremece no de Deus ou de nossa assistência, quer ventre da mãe. seja espiritual ou material. Isabel e o menino ficam cheios do Espírito Santo por receberem a mãe Vemos assim que, em Maria, se do Salvador em sua casa (cf. Lc 1, cumprem os planos e desígnios de 39-40). Deus, a partir de uma jovem que escuta, acolhe e que, então, começa Ao viver no Espírito, Maria adquire características únicas por ser a viver uma vida no Espírito. Esse ela a mãe do Salvador, mas que nós deve ser nosso roteiro/itinerário

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do sido concebida sem a mancha de vocação cristã. O derramamento do Espírito Santo sobre todo do pecado original” (§491). Ela acolhe o anúncio do anjo numa atitude aquele que crê é o cumprimento de escrava do amor divino. da Promessa Deus, que acontece após a ascensão de Seu Filho, Jesus “Os Padres da tradição oriental Cristo, que está assentado à Sua chamam a Mãe de Deus de “a toda direita. Esse Espírito Santo enconsanta” (Pan-hagia, pronuncie “pantra primeiramente uma serva dó-haguía”). Celebram-na como “imucil, humilde e obediente na qual se ne de toda mancha de pecado, inicia o plano de sido plassalvação traçado O dom da fortaleza en- tendo mada pelo Espírito pelo poderoso e contra em Maria um Santo, e formada onipotente Deus. Maria antecipou espaço singular, expressan- como uma nova tudo isso em si, do para nós que o Espírito criatura. Pela graça de Deus, Maria perde forma simples Santo é força e poder de maneceu pura de e humilde sem saber o que isso Deus que vêm em auxílio a todo pecado pessoimplicaria, mas nossas fraquezas e limita- al ao longo de toda a sua vida” (Cateobediente e com cismo, §493). Quão ções humanas” fé de que Deus esrica, bela, sábia e tava cumprindo a profunda é nossa Igreja! Sua promessa de remir a humanidade (cf. Lc 1,45). O Espírito Santo preparou Ma-

Outra palavra da saudação é graça. Na linguagem da Bíblia, “graça” significa um dom especial, que, segundo o Novo Testamento, tem a sua fonte na vida trinitária do próprio Deus e que como nos diz o Catecismo é o “favor, o socorro gratuito que Deus nos dá para responder a seu convite: tornar-nos filhos de Deus, filhos adotivos participantes da natureza divina, da Vida Eterna” (Catecismo, §1996). O Catecismo ainda ensina, quanto à graça de Deus que em Maria atuou: “Foi ela que, primeiro e de uma forma única, se beneficiou da vitória sobre o pecado conquistada por Cristo: ela foi preservada de toda mancha do pecado original e durante toda a vida terrestre, por uma graça especial de Deus, não cometeu nenhuma espécie de pecado” (§441). “[...] O Espírito Santo habitou em Maria de forma plena, tendo ela sido redimida desde sua concepção, a Igreja a proclama Imaculada Conceição, ou seja, ten-

ou reclamar dos desígnios de Deus (cf. Lc 2,33-35). O dom da fortaleza encontra em Maria um espaço singular, expressando para nós que o Espírito Santo é força e poder de Deus que vêm em auxílio a nossas fraquezas e limitações humanas.

Após a ascensão de Jesus, estando os apóstolos perseverando unidos em oração no mesmo lugar, na expectativa do cumprimento da Promessa do Pai, o derramamento do Espírito Santo, que eles nem sabiam ao certo o que e como seria, Lucas narra que Maria, a mãe de Jesus, encontrava-se com eles (cf. At 1,14). É nesse momento que vemos a última narrativa no Novo Testamento que, de forma explícita, fala da presença de Maria junto àqueles que tinham sido testemunhas oculares de Jesus e que aguardavam, em oração expectante, a vinda do Espírito. Maria, que ao dizer sim a ria com sua graça. Convinha que Deus, gera em seu ventre o Verbo fosse “cheia de graça” a mãe daencarnado, agora junto aos doze quele em quem “habita corporale demais apóstolos, ora, intercemente a Plenitude da Divindade” dendo e clamando, para que todos (cf. Cl 2,9). Por recebam o dom do Maria a serva fiel, obe- Espírito Santo. pura graça, ela foi concebida sem diente e de escuta, aspecado como a São João Paulo mais humilde das sim como em sua gravidez II vai dizer que, com criaturas; a mais vai auxiliar Isabel, agora a presença de Maria capaz de acolher nesse momento de como mãe nossa cuida de o Dom inefável reunião no Cenáculo, a Igreja nascente do Todo-Podero- cada um de seus filhos” so. É com razão conta com a intercessão daquela que, já tendo sido que o anjo Gabriel a saúda como a plena no Espírito Santo e que carre“filha de Sião”: “Alegra-te”. É a ação gou Jesus em seu ventre, tem agora de graças de todo o Povo de Deus e, uma nova gestação. Assim, a mãe portanto, da Igreja, que ela faz subir ao Pai no Espírito Santo em seu de Deus (Theotókos), agora é mãe cântico, enquanto traz em si o Filho da Igreja nascente. Maria a serva Eterno (cf. Catecismo, §722). fiel, obediente e de escuta, assim como em sua gravidez vai auxiliar Em vários momentos de sua Isabel, agora como Mãe Nossa cuivida, Maria recebe anúncios do da de cada um de seus filhos, para que passaria seu filho Jesus, mas, que em nós se cumpra também o guardando tudo em seu coração, que Deus reservou para estes temnão aparenta nos relatos da Sapos e que nela tenhamos o exemplo grada Escritura querer questionar do que é uma Vida no Espírito.

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Especial

maio/junho . 2015 Por Maria Beatriz Spier Vargas Presidente do Conselho Estadual da RCC SP Grupo de Oração Magnificat

O CONSELHO DE MARIA PARA NÓS, SEUS FILHOS Na Sagrada Escritura, a Virgem Maria diz uma única frase direcionada aos homens. Seu coração de mãe dá um conselho firme e preciso do que seus filhos devem fazer para chegar ao céu. Você sabe que conselho foi esse? Aqueles que ouvirem o que Ela disse viverão suas vidas no centro da vontade do Pai. Qual mãe não gostaria de, numa única frase, resumir todo bom conselho que deseja deixar a seus filhos para que eles sejam felizes e tenham uma vida frutuosa, mas ao mesmo tempo sejam preservados de todo perigo e de todo o mal? Uma frase curta, mas cheia de significado, uma frase para ser lembrada sempre que se apresentar uma situação de decisões importantes, ou de conflito, ou mesmo para enfrentar as situações cotidianas de modo a viver em paz e com amor? Maria, nossa Mãe, fala uma única vez dirigindo-se a nós, pois das outras vezes em que fala no Evangelho, ela se dirige a Deus Pai diretamente, dirige-se a Jesus ou ao Anjo como emissário de Deus. Quando ela fala conosco, nesta única frase, “Fazei tudo o que ele vos disser” (João 2, 5), ela consegue dizer tudo o que uma mãe precisa dizer a seus filhos.

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Na medida em que vamos descobrindo como tudo o que Jesus

diz contribui para a vida e para a felicidade, vemos como é sábio esse conselho de nossa mãe, ainda aqui neste mundo e para a nossa salvação eterna. Quero partilhar com vocês o meu testemunho para lhes dizer o quanto eu entendo essas palavras de Maria para nós. Quando meu filho tinha oito anos, fui diagnosticada com câncer e, embora tivesse a alternativa de fazer uma cirurgia e tudo dar certo, corria também o risco de perder a vida. Naquela época eu já estava na caminhada, era coordenadora de Grupo de Oração, portanto, a perspectiva da morte não me assustava. O que me preocupava e entristecia era o fato de que, se eu morresse, talvez a minha família não conseguisse educar o meu filho na fé do modo como eu queria. Certa noite, olhando-o dormir eu chorava por causa dessa perspectiva. Tive, então, uma ideia. Pensei: “vou gravar a minha voz dizendo para ele aquilo que eu gostaria de lhe ensinar para que ele cresça feliz, seja um homem de fé Revista Renovação

e tudo dê certo para ele. Todos os dias eu gravarei um pouco, até lhe ensinar tudo o que quero lhe ensinar. Assim, se eu morrer, ele terá as minhas gravações para conduzi-lo na vida”. Com essa ideia a consolar meu coração, fui dormir. O salmo 126 diz que Deus dá aos seus amados até enquanto dormem. Isso é verdade. Enquanto dormia, o Espírito Santo me deu uma ideia melhor. Ao abrir os olhos na manhã seguinte, eu sabia exatamente o que fazer. Iria comprar uma bíblia para o meu filho, pois tudo o que eu queria lhe ensinar já estava escrito. Tudo o que eu queria lhe dizer para que ele fosse feliz, Jesus já havia dito. “Fazei tudo o que ele vos disser” é o melhor conselho que uma mãe pode dar a seus filhos. Jesus, animado pelo mesmo Espírito que levou Maria a dizer “Fazei tudo o que ele vos disser”, também consegue transmitir verdades eternas em frases curtas, simples, em ensinamentos preciosos que, se seguidos, nos farão realizados


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na vida, realizados na nossa missão neste mundo e, sobretudo, nos farão ser testemunhas de sua luz e salvação para os outros. Jesus nos ensina tudo o que é preciso para termos bons relacionamentos, enfrentarmos dificuldades e carências, termos autoridade sobre o mal, cumprirmos com a vontade do Pai, lidarmos com nossos medos e solidão. Vejamos alguns ensinamentos: • “Vamos às aldeias vizinhas, para que eu pregue também lá, pois, para isso é que vim” (Mc 1,38). Jesus diz esta frase aos discípulos que tinham ido procurá-lo querendo que Ele continuasse a curar os enfermos de Cafarnaum. Ele estava rezando sozinho num lugar deserto, para conhecer a vontade do Pai. Jesus está dizendo aqui que, mesmo quando estivermos fazendo sucesso, quando tudo estiver dando certo, devemos derramar nossa vida em oração diante do Pai para saber dele qual é o próximo passo e ficar, assim, dentro da sua vontade. • Para nos ensinar a ter bons relacionamentos, viver em paz e harmonia, guardar o coração de mágoas e conflitos, e ter um coração livre para amar e para servir com alegria, Jesus diz: “Amai vossos inimigos, fazei bem aos que vos maltratam e perseguem” (Mt 5, 44. Ler também Mt 7, 11, 12, 29 e Mc 9, 50). •

Diante das preocupações da vida, eis as palavras de Jesus: “Não vos inquieteis com o que haveis de comer ou beber; e não andeis com vãs preocupações” (Lc 12,29-31).

E quando parecer que os recursos se esgotaram, que não sabemos mais de onde tirar o que precisamos, lembremo-nos do grande ensinamento de Jesus durante a segunda multiplicação dos pães: “Tomou os sete pães e os dois peixes e abençoou-os” (Mt 15,34.36). Ele não ficou olhando para o que faltava. Abençoar o pouco que se tem, dando graças, traz a bênção do Pai para a nossa vida e a bênção do Pai faz multiplicar. • Jesus também diz: “Aquilo que sai da boca provém do coração, e é isso o que mancha o homem” (Mt 15, 18-19). Disse isso para nos ensinar a guardar o coração de todo o mal. Coração aqui significa os pensamentos, os sentimentos, a maneira de ver as coisas e de julgar. • Jesus, antes de voltar para o Pai, diz: “Que todos sejam um, assim como tu, Pai, estás em mim e eu em ti para que também eles estejam em nós e para que o mundo creia que tu me enviaste” (Jo 17,20). Para estarmos em Deus e sermos um com Deus, precisamos estar unidos. A divisão vem do Maligno, a unidade vem do Espírito de Amor, o Espírito de Jesus. • Quando se despedia de seus discípulos, disse ainda: “Não se perturbe o vosso coração. (...) Eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Paráclito, para que fique eternamente convosco” (Jo 14, 1.15-18). Jesus diz para não termos medo, pois não estamos sozinhos no mundo, abandonados à nossa própria sorte. Existe Alguém que está dentro de nós, caminha conosRevista Renovação

co e nos assiste com seu amor poderoso, com sua sabedoria infinita, com sua intercessão e é defesa constante com seu consolo, com seus dons e sua graça, o Espírito Santo, o outro Paráclito!

“Fazei tudo o que ele vos disser”, nossa Mãe resumiu numa frase todos os conselhos que poderia nos dar para sermos felizes neste mundo e salvos para a eternidade. Ela nos ensina a termos confiança absoluta em Jesus para enfrentar qualquer situação. Creiamos somente e professemos a nossa fé nele, com palavras e com atitudes, e veremos a realidade sendo transformada, água se transformando em vinho, milagres acontecendo. Jesus disse ainda muitas outras coisas nos Evangelhos. Cada uma de suas palavras é vida para nós. Busquemos nos Evangelhos as palavras de Jesus e sigamos o conselho de nossa Mãe!

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Especial

maio/junho . 2015 Por Pe. Nilso Motta, κένωσις

Grupo de oração Kenosis Diocese de Osasco-SP

UM OLHAR PARA JESUS

ATRAVÉS DE MARIA

Modelo para a vida dos cristãos, Maria aparece nos principais acontecimentos da história da salvação narrados pelo Evangelho: Bodas de Caná, Calvário, aos pés da Cruz, Pentecostes. Essa presença desperta uma devoção especial, que a Igreja aponta como o caminho perfeito para chegar a Cristo. A devoção mariana, uma veneração toda especial que lhe tributamos, está presente na vida da Igreja com inúmeras memórias, festas e solenidades que perpassam todo o ano, de janeiro a dezembro, com destaque para os títulos que apresentam as principais verdades de fé: Maternidade divina, Imaculada Conceição, Virgindade perpétua e Assunção aos céus. Ela é modelo para a vida de todos os cristãos e socorro certo nas tribulações, “por isso, a Virgem é invocada na Igreja com os títulos de advogada, auxiliadora, socorro, medianeira” e “sempre foi saudada como membro inteiramente singular da Igreja, que ensinada pelo Espírito Santo, consagra-lhe um filial afeto de piedade” (cf. Lumen Gentium, 53 e 62), através das devoções contidas no calendário litúrgico. O exercício piedoso da devoção à Virgem Maria é rico de frutos espirituais para o povo cristão, pois, como devoção fecunda, tem sempre o objetivo final de promover o encontro com Cristo. Nenhum encontro com ela pode deixar de ser um verdadeiro encontro com Cristo. Maria é sempre o caminho que leva a Cristo.

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INTERCESSORA Jesus Cristo é o único mediador entre Deus e os homens. A Virgem Maria, conhecida como intercessora e medianeira de todas as graças, participa na mediação de Cristo, que assim afirma a Lumen Gentium (60): “O nosso mediador é só um, segundo a palavra do Apóstolo: ‘não há senão um Deus e um mediador entre Deus e os homens, o homem Jesus Cristo, que Se entregou a Si mesmo para redenção de todos’ (1 Tim. 2, 5-6). Mas a função maternal de Maria em relação aos homens de modo algum ofusca ou diminui esta única mediação de Cristo; manifesta antes a sua eficácia. Com efeito, todo o influxo salvador da Virgem Santíssima sobre os homens se deve ao beneplácito divino e não a qualquer necessidade; deriva da abundância dos méritos de Cristo, funda-se na Sua mediação e dela depende inteiramente, haurindo aí toda a sua eficácia; de modo nenhum impede a união imediata dos fiéis com Cristo, antes a favorece”. Maria é o protótipo da alma orante da Igreja. Ao olhar para ela, com certeza, colhemos frutos que nos edificam e ainda com muita precisão não nos desviamos daquilo que é essencial na vida cristã e que ela mesma nos indica ao dizer: “Fazei tudo o que ele vos disser” (Jo 2,5).


Especial

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PERFEITO ÍCONE DA IGREJA O Concílio Vaticano II apresenta Maria de uma forma muito especial. Ela “é saudada como membro supereminente e absolutamente singular da Igreja, e também como seu protótipo e modelo acabado da mesma, na fé e na caridade” (LG 53). Todas as qualidades e graças que nós exaltamos em Maria lhe são dadas pelos méritos do “fruto de seu ventre” (Lc 1, 42). Nela se pode enxergar a figura perfeita da Igreja, “sem mácula, sem ruga, sem qualquer outro defeito semelhante, mas santa e irrepreensível” (Ef 5,27), e, por assim dizer, a visibilidade do mistério da Igreja. Maria é colocada como modelo a ser imitado, exatamente porque soube viver de forma intensa a palavra de Deus. Sua vida é colocada como um “espelho para a Igreja num duplo sentido: primeiro, porque reflete a luz que ela mesma recebe, como faz um espelho com a luz do sol; em segundo lugar porque nela a Igreja pode e deve ‘espelhar-se’, isto é, olhar-se e confrontar-se para tornar-se bela aos olhos de seu celeste Esposo” (CANTALAMESSA, Raniero. Maria, um espelho para a Igreja). Dessa forma, Maria é apresentada como modelo de virtudes para os fiéis que lutando contra o pecado, podem levantar os olhos para ela e assim receber a inspiração necessária para progredir na vida cristã rumo à santidade (cf. LG 65). PLENA REALIZAÇÃO DA IGREJA Em Maria já se realizaram “as bênçãos espirituais de toda sorte nos céus em Cristo” (cf. Ef 1,3). Tudo aquilo que nós esperamos na ordem da graça como herança de Cristo Jesus, Maria já recebeu. “A melhor maneira de expressar a plena realização da Igreja é voltando o olhar para Maria, a fim de contemplar nela o que é a Igreja em seu

mistério, na sua peregrinação da fé, e o que ela será na pátria ao termo final de sua caminhada, onde a espera, na glória da Santíssima e indivisível Trindade, na comunhão de todos os santos, aquela que a Igreja venera como a Mãe do seu Senhor e como que a sua própria Mãe” (cf. Catecismo da Igreja Católica, 972). Maria é “feliz porque acreditou” (cf. Lc1,45) e, acreditando, expressa sua alegria ao entoar o Magnificat (cf. Lc1,46ss), como que profetizando para a posteridade os elementos necessários para a realização plena da Igreja. Percorrendo esse caminho, a Igreja estará percorrendo o mesmo caminho de Jesus Cristo, do qual Maria é colocada como primícias da Igreja escatológica. MÃE DA IGREJA A graça especial de termos Maria como Mãe de Deus e da Igreja nos é dada pela ação amorosa de seu filho e isso acontece num momento ímpar de sua vida. É aos pés da cruz que Maria recebe essa incumbência na pessoa do discípulo que representa nesse momento toda a Igreja de Jesus. Maria está intimamente ligada a Cristo tanto pela maternidade, quanto pela sua abertura ao seguimento de seu Filho, “em virtude da inefável eleição do mesmo Pai eterno e sob a ação particular do Espírito de Amor, ela deu vida humana ao Filho de Deus, do qual procedem todas as coisas e do qual recebe a graça e a dignidade da eleição todo o Povo de Deus” (Redemptor Hominis, 22). Assim, sendo Mãe do Deus encarnado que é a razão da existência da Igreja, também é chamada a ser sua Mãe, pois a Igreja é o Corpo Místico de seu Filho. Com as virtudes especiais que moldaram a vida de Maria, dando-lhe a graça de ser a Mãe de Deus e da Igreja, nessa mesma ordem virtuosa, a Igreja também é chamada de Mãe, pois, configurada a Jesus CrisRevista Renovação

to pela sua ação santificadora, gera para uma vida nova os fiéis que lhes são confiados. PRESENÇA NO INÍCIO DA IGREJA Ornada de bens pela bondade de Deus, Maria se coloca a serviço da Igreja que está para se manifestar. Juntamente com os discípulos, Maria “persevera na oração” (At 1,14) para pedir a graça do Espírito Santo, o mesmo dom que ela já havia experimentado no momento da anunciação do Anjo. Após a concretização da promessa, os apóstolos saem em missão para testemunhar até os confins da terra a boa nova ensinada por Jesus (cf. At 1,8b). Maria não recebe diretamente o envio de Jesus como eles, mas desde o início se coloca ao lado da Igreja para rogar a Deus pelo êxito de sua missão no mundo. Entretanto, ela é uma testemunha autêntica do acontecimento salvífico e misterioso revelado em Jesus. “A Igreja, portanto, desde o primeiro momento, ‘olhou’ para Maria através de Jesus, como também ‘olhou’ para Jesus através de Maria” (Redemptoris Mater, 26). Essencialmente é necessário seguir Jesus, pois, é ele “o Caminho, a Verdade e a Vida” (Jo 14,6). Esse foi o caminho percorrido pela Virgem Maria até o último instante. Ela não abandona seu Filho em momento algum. Ela está imbuída de um amor tão grande que não titubeia e, mesmo diante da dor e do sofrimento, permanece firme enquanto todos fogem. Ela é modelo para a Igreja pela coragem que tem, é mulher corajosa, forte e decidida. Assim, ela é modelo para todos os evangelizadores, “modelo de um amor materno de que devem estar animados todos aqueles que colaboram na missão apostólica da Igreja para a redenção dos homens” (LG 65).

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Especial

maio/junho . 2015 Por Lucimar Mazieiro

Membro da Comissão Nacional de Formação da RCCBRASIL Grupo de Oração Javé Chammá

POR QUE

MARIA

ESTAVA EM PENTECOSTES?

Não é por acaso que São Lucas cita, no primeiro capítulo de Atos dos Apóstolos, o nome de Maria em meio aos apóstolos em Jerusalém. A presença da Mãe de Jesus nos revela três pontos importantes da ação do Espírito em sua vida que refletem em nós e em nossa Igreja ainda nos dias atuais. Refletir sobre Maria em Pentecostes também nos remete a olhar para a ação do Espírito Santo em sua vida. Vamos pensar em três pontos: Maria cheia do Espírito, Maria com os Apóstolos e Maria em Pentecostes. I – Maria cheia do Espírito É possível recordar que ao saudá-la o anjo disse: “Ave, cheia de graça” (Lc1,28), depois ao perguntar a Gabriel como se daria toda aquela obra em sua vida, ouve que “o Espírito Santo descerá sobre ti, e a força do Altíssimo te envolverá com a sua sombra. Por isso o ente santo que nascer de ti será chamado Filho de Deus” (Lc 1,35). No mesmo diálogo, o anjo comunica que Isabel, sua parenta, estava grávida de seis meses, aquela que estava na velhice e era tida como estéril. Maria vai percebendo os sinais de Deus e, pela ação do Espírito Santo, responde a Ele.

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Percebemos que na vida de Maria a escuta da palavra de Deus é sempre presente. Uma escuta que

não necessariamente resulta em palavras, mas em guardar tudo em seu coração, em meditar e sempre obedecer.

estremeceu de alegria no meu seio. Bem-aventurada és tu que creste, pois se hão de cumprir as coisas que da parte do Senhor te foram ditas” (Lc1,41-45). A sequência bíblica nos mostra o cântico de Maria, no qual, cheia do Espírito, exulta de alegria em Deus, reconhecendo que Ele é o Salvador, o poderoso e que fez grandes coisas.

Maria, cheia do Espírito, grávida, nos dá lições grandiosas. Vai, num gesto de caridade, até sua prima Isabel. Ensina-nos com essa visita que, quando nos colocamos a serviço de Deus, cheios Dele, as pessoas conseguem perceber sua II – Maria com os Apóstolos presença em nós e essa presença de Quando nos colo- taçãoA de manifesDeus mexe com Deus na nosso interior. Na camos a serviço de história de nossa citação bíblica veDeus, cheios Dele, as pes- salvação passa mos o relato: “Ora, pela Virgem Maria. apenas Isabel ou- soas conseguem perce- Podemos até reviu a saudação de ber sua presença em nós cordar o que disMaria, a criança e essa presença de Deus se São Bernardo: estremeceu no seu “Tudo que temos seio; e Isabel ficou mexe com nosso interior” de benefícios de cheia do Espírito Deus, nós recebeSanto. E exclamou em alta voz: mos pela intercessão de Maria. E Bendita és tu entre as mulheres por que é assim? Por que Deus ase bendito é o fruto do teu ventre. sim quer”. Donde me vem esta honra de vir a Acompanhando a vida de Jemim a mãe de meu Senhor? Pois assus, encontramos sempre a presensim que a voz de tua saudação cheça materna de Maria e a fortaleza gou aos meus ouvidos, a criança divina em sua vida, estando pre-

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ou seja, sua presença faz deles irsente na paixão e morte de Jesus. É possível ver que Maria testemunha mãos, afinal estão reunidos com a toda vida de Jesus desde a anunmãe. Sua presença prepara-os para receber o Espírito Santo e ela bem ciação à ascensão, em Pentecostes sabia fazer essa preparação com e nos dias de hoje. Se refletirmos eles, pois Maria é cheia do Espírito sobre a presença de Maria com os Santo, já havia experimentado Ele Apóstolos antes de Pentecostes, em sua vida, sabia perfeitamente vemos que, em tudo, sua presença o efeito de sua fala de Jesus, nos ação na vida dalembra Jesus e, Sua presença prepara- queles discípulos. consequentemente, sua promessa -os para receber o Es- Fica clara também para nós a ação de que Ele nos enpírito Santo e ela bem sabia materna de Maria viaria seu Espírito. fazer essa preparação com que se preocupa Portanto, a presença de Maria eles, pois Maria é cheia do com todos como filhos. é muito importan-

Espírito Santo, já havia ex-

“Chegando te, é materna, nos dá esperança, nos perimentado Ele em sua o dia de Pentefaz olhar para ela e vida, sabia perfeitamente o costes, estavam ver a verdade que é efeito de sua ação na vida todos reunidos Jesus. Pois ele prono mesmo lugar. De repente, veio meteu e ela, junto daqueles discípulos.” do céu um ruído com os discípulos, como se cobrasse um vento impepermanece ensinando a perseverança e a fé em tudo que seu filho tuoso, e encheu toda a casa onde nos falou. estavam sentados. Apareceu-lhes, então, uma espécie de línguas de Em Atos 1,14 temos que “todos fogo, que se repartiram e pousaeles perseveravam unanimemente ram sobre cada um deles. Ficaram na oração, juntamente com as mutodos cheios do Espírito Santo e colheres, entre elas Maria, mãe de Jemeçaram a falar em outras línguas, sus, e os irmãos dele”. Nessa citação conforme o Espírito Santo lhes conbíblica, temos muito para aprender cedia que falassem” (Atos 2,1-4). com ela. Para começar sua presença no meio dos discípulos de Jesus como singular testemunho do mistério de Cristo (Redemptoris Mater, 26). Maria ajuda a perseverar na esperança de ver o acontecimento da Vinda do Espírito Santo; ela ajuda os discípulos, ensinando-os o poder da oração, de permanecer unidos em oração. Essa unidade fortalece os discípulos a abrirem o coração para acolher a vinda do Espírito. III – Maria em Pentecostes Percebemos que Maria molda maternalmente os Apóstolos,

“Maria está presente, como aquela que é ‘feliz porque acreditou’, como aquela que avançava na peregrinação da fé, participando como nenhuma outra criatura no mistério de Cristo. [...]. Maria [...], pela sua participação íntima na história da salvação, reúne, por assim dizer, e reflete em si os imperativos mais altos da fé. Ela é, entre todos os que acreditam, como um ‘espelho’, em que se refletem da maneira mais profunda e mais límpida ‘as maravilhas de Deus (At 2, 11).’ (Redemptoris Mater,25). Fica para nós o grande conviRevista Renovação

te de trazermos Maria como mãe e intercessora em nossa vida. Ela vai nos unir como uniu os Apóstolos, vai orar conosco como fez com os primeiros discípulos, vai nos fortalecer na espera do cumprimento das promessas de Deus em nossa vida, vai nos dar a graça de vivermos como irmãos, apesar de nossas diferenças. São João Paulo II, na encíclica Redemptoris Mater, diz que a caminhada de Maria é, em certo sentido, mais longa que a dos apóstolos: “O Espírito Santo já tinha descido sobre ela, que se tornou sua fiel esposa na Anunciação, acolhendo o Verbo de Deus vivo (...)”. Assim, a caminhada de fé de Maria, que vemos a orar no Cenáculo, é “mais longa” do que a dos outros que aí se encontravam reunidos: Maria “precede-os”, “vai adiante deles”. Nossa caminhada de fé continua, Maria continua esta caminhada conosco e vai à nossa frente. Vale ainda lembrar o Documento de Aparecida, 362: “Esperamos um Novo Pentecostes que nos livre do cansaço, da desilusão, da acomodação ao ambiente; esperamos uma vinda do Espírito que renove nossa alegria e nossa esperança. Por isso, é imperioso assegurar calorosos espaços de oração comunitária que alimentem o fogo de um ardor incontido e tornem possível um atraente testemunho de unidade ‘para que o mundo creia’ (Jo 17,21)”. O Novo Pentecostes é esperado pela Igreja. Com ele vem toda renovação e confirmação da ação do Espírito em toda Igreja e povo de Deus. Podemos nos preparar em unidade, oração e perseverança, sendo dóceis à palavra de Deus como ela, acolhendo a vontade de Deus e permanecendo unidos em oração.

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Grupo Institucional de Oração

maio/junho . 2015 Por Saionara Ramos

Núcleo Ministério de Formação RCCBRASIL Grupo de Oração Deus te ama

COMO REALIZAR O MOMENTO MARIANO NA REUNIÃO DE ORAÇÃO Em nossos Grupos de Oração, podemos apresentar a devoção à Maria para nossos participantes, em momentos simples e singelos, como é próprio da Mãe de Deus, sem que isso tome espaços do Ciclo Carismático que faz parte de nossa dinâmica e espiritualidade. Entenda como. Acolhermos Maria por meio de momentos marianos em nossas Reuniões de Oração nos leva para mais perto de Jesus. A devoção ao seu Imaculado Coração, ou a qualquer título que a invocamos, torna-nos cada vez mais carismáticos e não nos afasta de nossa identidade, como Renovação Carismática Católica. Afinal, Maria também traz com sua presença o Espírito criador, santificador, transformador, que nos dá força e coragem para darmos as respostas do Reino ao mundo que precisa de testemunhos autênticos dos Filhos de Deus. Sendo entronizada no começo da Reunião de Oração, ou quando cantamos um cântico e entregamos em suas mãos amorosas todas as nossas aflições, ou, até mesmo quando, ao final do Grupo de Oração, lhe pedimos sua bênção e proteção, Maria está sempre a caminhar conosco e a interceder pelo derramamento do Espírito Santo sobre todos nós.

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A entronização de Nossa Senhora em nossas Reuniões de Oração pode sim ser realizada sem que isso interfira na dinâmica carismá-

tica do Grupo. Podemos, por exemplo, começar, logo após a animação inicial, entronizando a imagem ou alguma estampa de Nossa Senhora. Em seguida, podemos fazer uma consagração a ela de nosso Grupo de Oração e de todos os participantes. Podemos, também, convidar o Ministério para as Crianças, que, ao final do Grupo, pode levar a imagem de Maria Santíssima em procissão e consagrarmos todas as famílias debaixo de seu manto sagrado. Outra forma ainda é colocar uma imagem de Nossa Senhora em lugar de destaque no local da reunião. No início, o dirigente pode fazer um singelo momento de entrega de assembleia para a intercessão de Nossa Senhora, seguida de uma canção dedicada a ela. No começo de nossa Reunião de Oração, podemos fazer uma procissão com as mulheres participantes entrando com uma imagem de Maria Santíssima. Em outras vezes, pode ser uma procissão somente com os homens, ou com os jovens, ou os casais, e consagrá-los ao ImaRevista Renovação

culado Coração de Maria. Antes do início da Reunião de Oração, o Santo Terço ou o Rosário podem ser recitados, incentivando os participantes a essa devoção. No entanto, é preciso ressaltar que o Grupo de Oração, depois de seu início, não é o momento propício para se fazer essa oração, pois não é seu objetivo final. Mas, é fundamental que vivamos em nossos Grupos o Totus tuus (todo teu), e, assim, deixarmos que a presença de Maria nos ensine a transformar as realidades da humanidade que não possuem Deus. Maria está intercedendo por nós para que a graça de Pentecostes se derrame em nossas Reuniões de Oração, até mesmo quando nos esquecemos de sua presença. Não percamos de vista nossa identidade. Até porque, somos carismáticos. E sim, somos marianos! Amamos a Mãe de Deus, Nossa Senhora, que com seu amor e dedicação sempre está atenta aos seus filhos e permanece conosco em unidade e clamor ao Espírito Santo, para que nos tornemos cada vez mais rosto e memória de Pentecostes neste mundo!


Especial

maio/junho . 2015 Por Cleusa e Carlos Bombonati

Coordenadores Nacionais do Ministério para as Famílias Grupo de Oração Maria Mãe de Deus

MÃE, ESPELHO DE MARIA A mãe de Deus é um exemplo a ser seguido. Cheia de Graça, ela recebeu o dom da maternidade para gerar o Salvador. Como Maria, todas as mães devem confiar em Deus e amar seus filhos, mesmo que não se compreenda a vontade do Pai, mas na certeza de que Ele tem um plano de amor para todos nós. Olhar para Maria como um espelho e não como um simples quadro é a missão de toda a mulher que se torna mãe e que crê que ela, Maria, não é apenas a escolhida para trazer a salvação para toda a humanidade, mas, também, é o protótipo para a conduta de cada mãe! A partir do Evangelho de Lucas (1, 30), podemos nos aprofundar na história de vida daquela que foi a escolhida, que encontrou graça diante de Deus para ser a mãe do Salvador. Longe de pensar em privilégio, constatamos que a maternidade de Maria levou-a a rasgar o papel no qual estava escrita sua história até aquele momento, com seus planejamentos, tais como o casamento com José, o carpinteiro. Nada diferente de todas mulheres, quando recebem a notícia que estão grávidas. São escolhidas para gerar uma vida. Suas histórias mudam de rumo, mesmo que a gravidez faça parte de seus projetos. Impossível continuar tudo da mesma forma. Se Maria, com seu sim, trouxe a salvação para a humanidade, naquele momento da anunciação, ela não sabia o percurso que faria. Sabia apenas que estava fazendo a vontade de Deus e que sua fé, inabalável, a impulsionaria a levar a termo aquilo que o anjo lhe dissera:

“Eis que conceberás e darás à luz um filho, e lhe porás o nome de Jesus” (Lc 1, 30). A primeira atitude de Maria que nos inspira é a Fé inabalável, fé sem questionamentos, fé que leva à obediência e não titubeia em aceitar a gravidez com coragem e ousadia. Não pensa nas dificuldades para criar o filho, mesmo sabendo que elas existirão. Fé que permite que não lhe passe pela mente o fato de abortar, sob a alegação de que ainda não é a hora, não eram seus planos naquele momento... Fé, naquele que tudo pode! A maternidade é um dom precioso que é dado pelo Altíssimo, que faz da mulher coautora do dom da vida! Como poderia Deus Amor incumbir as mulheres de tarefa tão sublime, com o propósito de levá-las a gerar “problemas”? Filhos não são problemas! Filhos são presentes de Deus e, como tal, precisam ser reconhecidos. Mães, olhem para seus filhos com essa certeza e amem-os mais que a si mesmas, renunciando aos seus planos e assumindo com responsabilidade o divino papel de mãe. Assim como Maria, caminhem com seus filhos até ao calvário e, se preciso for, permaneçam ali ao lado da cruz, com amor, coragem e ousadia, na confiança de que para Deus nada é impossível! Ó mães, não Revista Renovação

terceirizem a missão que Deus lhes confia, através da maternidade, mas, sim, encaminhem seus filhos no temor do Senhor, lembrando que somente o amor é capaz de formar filhos para o futuro. A exemplo de Maria, permaneçam ao lado de Jesus, pois, sem Ele, nada se pode fazer! Conhecemos mães que renunciaram a si mesmas, seus projetos profissionais, para estarem ao lado de seus filhos, guarnecendo seus ninhos com amor e proteção, até que seus filhotes alçassem voo. Essa é a missão da mãe, a exemplo de Maria! Lembremos as palavras do Santo Padre, Papa Francisco, na catequese proferida na Praça São Pedro, em 11 de fevereiro de 2015: “Um filho é amado porque é filho: não porque é bonito, ou porque é assim ou assim; não, mas porque é filho! Não porque pensa como eu, ou encarna os meus desejos. Um filho é um filho: uma vida gerada por nós mas destinada a ele, ao seu bem, ao bem da família, da sociedade, de toda a humanidade. (...) Na alma de cada filho, por quanto vulneráveis, Deus coloca o selo deste amor, que está na base da sua dignidade pessoal, uma dignidade que nada e ninguém poderá destruir”. A Santíssima Virgem Maria seja sempre nossa companhia!

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Especial

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TRABALHADORES LEVAM JESUS AO AMBIENTE PROFISSIONAL Em março de 2009, surgiu o Projeto “1º de Maio: de Deus é o nosso trabalho” que é fruto da moção que Deus suscitou à Comissão Nacional dos Profissionais (CNP), com o objetivo principal de comemorar de forma diferente o dia 1º de Maio (Dia do Trabalhador), evangelizando, formando e celebrando com os trabalhadores do país. O nome “1º de Maio: de Deus é nosso trabalho” foi adotado pelos seguintes motivos: “De Deus” porque o trabalho nos foi dado por Ele e a Ele pertence, por isso mesmo deve ser justo, honesto e contribuir para o bem comum e a edificação do Reino de Deus. E “Nosso trabalho”, porque ao executá-lo devemos ter um grande sentido de unidade e solidariedade, contrariando o clima de competição, individualismo e egoísmo imposto por este mundo.

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Os Profissionais do Reino têm como campo de missão o trabalhador, o mundo do trabalho e onde esses estão inseridos, a sociedade. Os eventos promovidos no dia 1º de Maio são momentos de comunhão plena com os colegas de trabalho e com toda a sociedade, mostrando

que a Igreja, por meio da Renovação Carismática Católica, quer adentrar a vida de cada um e ser perene fonte de alegria, unidade e comunhão. Esses profissionais acreditam, ainda, que suas profissões devem ser vividas na dimensão evangélica e, que em seu dia a dia, possam viver também a dimensão do ora et labora (orar e trabalhar), como forma de santificar sua vida e profissão. Eles têm como missão anunciar seu carisma entre os trabalhadores do país e do mundo, como forma de dar novo sentido ao trabalhador e ao seu próprio trabalho. O Projeto 1º de Maio quer contribuir com a continuidade da construção da missão dos Profissionais do Reino, na medida em que respondem à moção do Senhor, de deixarem de pescar com “anzóis” e começarem a pescar com redes. Assim, os eventos realizados na data devem ser meios eficazes de evangelização que levem as pessoas ao encontro pessoal com Deus e à ação no mundo do trabalho e na sociedade. Desde 2010, vários grupos começaram a planejar e a executar, Revista Renovação

com sucesso, momentos diversos, nos quais reuniram os trabalhadores e suas famílias. Atualmente, inúmeras partilhas atestam o quanto o Senhor agiu, tanto na vida daqueles que promovem, quanto no coração daqueles que participam dessas Missas, orações, momentos de confraternização, ações de cidadania, romarias, caminhadas, educação e formações realizadas em todo o país. Neste ano de 2015, o projeto “De Deus é o nosso trabalho” adotou como lemas “Eu vim para servir” (cf. Mc 10, 45) e “Se vivemos pelo Espírito, andemos de acordo com o Espírito” (Gl 5,25), sendo comemorado em diversas cidades e com ações diversificadas. Em Goiás, aconteceu a já tradicional Romaria do Trabalhador, que partiu da cidade de Goiânia e seguiu até o Santuário do Divino Pai Eterno, na cidade de Trindade. A quarta edição do evento contou com a participação de trabalhadores e seus familiares, que ao longo da caminhada meditaram sobre suas vidas profissionais e cotidianas. Ao final da caminhada, foi celebrada uma


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Missa em Ação de Graças no Santuário, com bênção das carteiras de trabalho. No estado de Minas Gerais, o evento aconteceu em várias cidades. Em Uberlândia, foi organizado um encontro na Igreja São Paulo, no qual os profissionais se reuniram para louvar a Deus e para participar das formações com os temas: “Profissão como vocação” e “Introdução sobre a DSI - Doutrina Social da Igreja”, finalizando com a Celebração Eucarística. Em Montes Claros, foi realizada uma Missa no asilo Betânia, onde já vem sendo desenvolvidas algumas ações sociais de transformação da realidade no local. Em São Luís, no Maranhão, foram realizadas atividades na sede da Renovação Carismática Católica. A programação do encontro foi voltada para a espiritualidade e incluiu a oração do Santo Terço, Adoração, Pregação e o encerramento com a Santa Missa. No estado de São Paulo, também foram realizadas várias atividades do Projeto 1° de Maio. Na capital, o público-alvo foram os trabalhadores da Paróquia Nossa Senhora das Angústias e região. A programação teve início com a celebração da Santa Missa e a bênção especial aos trabalhadores e às Carteiras de Trabalho. Em seguida, foi feito um momento de confraternização com um café da manhã. Os paroquianos também responderam a uma pesquisa para ser traçado o perfil dos mesmos, com o intuito de contribuir para futuras ações. Na cidade do Rio de Janeiro, o evento aconteceu na Paróquia Santa Teresinha do Menino Jesus, onde os profissionais se reuniram para uma tarde de louvor, pregação, adoração e workshop com os temas: “Apresentação pessoal”, “Empreendedorismo” e “Etiqueta Profissional”. Encerrando as atividades, foi celebrada a Santa Missa em Ação de

Graças pelos trabalhadores e suas famílias. No Tocantins, na cidade de Araguaína, o projeto aconteceu na Paróquia São Sebastião, oferecendo à comunidade uma vasta programação religiosa e social. O evento começou pela manhã, com a Santa Missa em Ação de Graças pelos Trabalhadores e suas famílias. Durante toda a manhã, a comunidade pôde realizar diversas atividades gratuitas nas mais variadas áreas, como saúde, beleza, esporte e lazer e orientação jurídica. Em Cachoeiro de Itapemirim, Espírito Santo, a oração do Santo Terço, a adoração Eucarística, a Santa Missa e o ensino sobre o Evangelho do Trabalho aconteceram na Catedral de São Pedro. E assim, de diferentes modos, por meio do Projeto 1º de Maio, vários trabalhadores se mobilizaram para disseminar a Cultura de Pentecostes e buscar uma sociedade mais igualitária, mais justa e repleta do Amor de Deus, que não coloca de lado o Senhorio de Jesus, mas, a partir dele, constrói pontes e trabalha todas as dimensões do ser humano. A expectativa é a de que todas as dioceses em que estão presentes os Profissionais do Reino da RCC façam a adesão a este projeto “De Deus é o nosso trabalho”. Que essa graça se espalhe por todo o país e, assim, mais e mais pessoas sejam chamadas a viver o Amor de Deus em suas profissões. Que possa ser uma ação de unidade de toda a Renovação Carismática Católica do Brasil, humildemente iniciada e conduzida, neste momento, pelos Profissionais do Reino. Para conhecer mais sobre a missão dos Profissionais do Reino, acesse: www.projetoprimeirodemaio.com.br

“O que a alma é no corpo seja o profissional do reino no mundo” Revista Renovação

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Projetos Especial

maio/junho . 2015 Por Luiz César Martins

Coordenador Nacional da comissão para construção da Sede Nacional

SEDE NACIONAL: PROMESSA QUE SE CUMPRE

PELA INTERCESSÃO DA SENHORA DE PENTECOSTES Entenda por que a capela Nossa Senhora de Pentecostes foi a primeira construção da Sede Nacional e o motivo da escolha do título mariano. Quem passa pela rodovia Presidente Dutra, em Canas (SP), pode avistar uma promessa do Senhor que está se cumprindo na Renovação Carismática Católica do Brasil. Trata-se da capela Nossa Senhora de Pentecostes que foi edificada em 2011 na forma de uma bela construção triangular encimada por uma cruz de 12 metros de altura. Uma construção profética erguida aos pés do símbolo maior da vitória de Jesus e dedicada à Sua Mãe, nossa grande intercessora, Ela que protagonizou o primeiro Pentecostes.

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A Sede Nacional da RCCBRASIL começou a ser construída em 2010, quando na missa solene presidida por Dom Alberto Taveira, durante o Encontro Nacional de Formação, foi instalada a pedra fundamental desta construção que pretende ser, pela intercessão da Senhora de Pentecostes, um centro irradiador da efusão do Espírito Santo para o Brasil e o mundo, conforme profeticamente afirmou o bispo: “Se aqui for construída uma belíssima capela, uma Igreja, um santuário, o Bispo da Diocese não permitiria a construção, se não fosse para o povo de Deus rezar e louvar a Deus. Daqui - fazendo com que o município de Canas entre nesse roteiro magnífico religioso - deste terreno abençoado, desta área abençoada que é o Vale do Paraíba, nós queremos estar juntos; não maiores, nem melhores do que Guaratinguetá, com Santo Antônio Galvão; muito menos do que Aparecida. Não queremos concorrer com a Canção Nova. Nós queremos ser o espaço privilegiado, dado por Deus para que aqui, como numa cidade colocada no alto, a luz da efusão do Espírito Santo possa se refletir. E daqui, deste lugar,

se espalhar para o Brasil inteiro”. Sendo assim, a primeira obra erguida foi a Cruz, símbolo importante da nossa salvação; um eloquente sinal que a RCCBRASIL eleva sobre a nação brasileira. A cruz foi construída antes de qualquer outra construção. E depois de ela ter sido feita, nos lembramos de uma moção dada por Deus ao Movimento no ano de 2007, durante o Congresso Nacional que celebrou o Jubileu de 40 anos da RCC no mundo: “Porque a Deus nenhuma coisa é impossível. Bem-aventurada és tu que creste, pois se hão de cumprir as coisas que da parte do Senhor te foram ditas” (Lc 1, 37.45). Em obediência a essa moção, o Conselho Nacional da RCCBRASIL discerniu que a segunda obra a ser edificada em nosso terreno seria uma capela dedicada à Nossa Senhora de Pentecostes. Nossa Mãe estava reunida com os apóstolos quando todos foram agraciados com os dons do Espírito Santo. Por isso, o título de Nossa Senhora de Pentecostes é especial, dado à Maria pelo mérito de ser a líder responsável por reagrupar os apóstolos de Cristo. Ela proporcionou a oportunidade de todos receberem o Espírito Santo, juntos, no mesmo dia! E com a descida do Espírito no cenáculo, eles, animados pela Virgem Santíssima, venceram seus temores e, destemidos, proclamaram o Evangelho. Ali era formada a primeira comunidade cristã, com a manifestação da Igreja de nosso Senhor Jesus Cristo ao mundo. Sim, todas as graças passam por Nossa Senhora. É maravilhoso saber que Deus concede a graça e Maria a derrama sobre nós. Assim, dedicando a capela à Nossa SenhoR e v i s t a R e n oo vv aaççããoo

ra de Pentecostes, queremos confiar à sua intercessão todo o projeto da construção da Sede Nacional da RCCBRASIL, para que, da mesma forma que Maria intercedeu pelos apóstolos em Jerusalém, interceda também por nós, a fim de que esse lugar que estamos construindo se torne um espaço propício para um perene Pentecostes na vida de todos que por ali passarem. Seja um local para formar carismáticos que fazem de seu ambiente de convivência um ambiente de missão constante e de anúncio querigmático na sociedade e em seus Grupos de Oração, tal qual foi a missão dos Apóstolos após aquele Pentecostes liderado por Maria. Que pela sua intercessão, o Senhor mantenha sempre os nossos pés no chão, mas não nos prive de tocar os céus com nossos sonhos e visões, com nossa audácia e nossa esperança, com nossa fragilidade, mas com a força do Seu Espírito. Amém!

Oração à Nossa Senhora de Pentecostes Ó Maria, Filha predileta do Pai, Mãe Santíssima do nosso Senhor Jesus Salvador, Esposa mística do Espírito Santo, Nossa Senhora de Pentecostes, nós nos consagramos ao vosso maternal amor e vos tomamos como modelo perfeito de louvor a Deus, de santidade, de espírito missionário e evangelizador. Vós, que no dia de Pentecostes, junto com os apóstolos, ficastes repleta do inefável dom do Espírito Santo, ajudai-nos, na efusão do mesmo Espírito que recebemos no dia do Batismo, a sermos constantemente fiéis ao Senhor. Amém!


Especial

maio/junho . 2015 Por Rita de Cássia de Sá Missionária da RCCBRASIL

TESTEMUNHO:

UMA MÃE NEGRA PARA UGANDA Quando jovens africanos conheceram Nossa Senhora Aparecida por meio das nossas missionárias brasileiras Fazia três meses que estávamos em Uganda. Mal falávamos o inglês e a nossa comunicação com o povo local era feita com muito esforço. Quase não entendiam o que dizíamos e nós, o que eles falavam. Foi neste contexto que, em janeiro de 2013, Padre Emmanuel Tusiime – fundador da Comunidade Carismática Yesu Ahuriire (Jesus Vive) – nos convidou para conduzirmos um momento com os jovens ugandenses. Acontecia naqueles dias a conferência anual. Fabiany e eu servíamos da forma que podíamos. Era uma sexta-feira quando nos procurou. Seria ele o responsável pela fala, mas sentiu no coração de nos convidar para tal. O workshop aconteceria no sábado. Houve um silêncio. Apenas olhamos uma para outra. Não tínhamos condições de aceitar por causa do idioma. Explicamos isso, ao mesmo tempo em que perguntamos qual seria o tema. Era sobre Maria. Fabiany, muito mais ousada do que eu, prontamente disse: “Nós vamos aceitar”. Lembro-me apenas de olhar para ela querendo dizer: “Não. Não podemos! Isso é imprudência!”. Pobre de mim. Tanto a aprender! Combinamos, então, que eu faria um pequeno ensino e ela daria um testemunho. Aquela noite de sexta foi diferente de todas as outras que já tivemos em Uganda. Quando orávamos

para preparar o momento, tantas inspirações surgiram como pontos chaves. Mas não as podia usar porque meu inglês era insuficiente. Para falar com a juventude, trabalhei três pontos: quem era Maria, o que ela fez e porque ela foi capaz de fazer o que ela fez. Por causa da minha pouca habilidade com o idioma, fiz algo muito simples, com poucas palavras. Aos moldes de Maria. Recordo que fiquei quase a noite inteira lendo e relendo o roteiro, treinando a pronúncia. Não ia poder improvisar muito, meu vocabulário era pequeno. Foi nesse ambiente que surgiu a moção: vamos apresentar aos jovens a imagem de Nossa Senhora Aparecida. Em Pelotas (RS), na missão em que estávamos antes de ir para África, participávamos da Paróquia Nossa Senhora Aparecida. O nosso então pároco, padre Adelar, na missa de envio, deu-nos a imagem da Padroeira do Brasil que veio conosco para Uganda. Nosso coração exultou com a possibilidade: falar da Mãe, com tudo aquilo que ela significa e, dadas às circunstâncias em que ela apareceu no Brasil, marcaria os jovens, nossa vida e a missão. Passamos de um estado de ansiedade para um estado alegria. Ao ministrar, podíamos observar em seus rostos a alegria de ouvir que Maria era uma jovem e que Deus Revista Renovação

confiou em tantos jovens. Com eles acontecia o mesmo. Deus acreditava neles. E íamos convidando-os a não terem medo de entregar suas vidas a Deus, assim como a jovem Maria o fez. E que se eles quisessem, podiam também ficar cheios do Espírito Santo. Foi lindo ver a graça de Deus. Eles eram muitos jovens e Deus queria tocar em todos, sem exceção! Os nossos amigos africanos hoje contam que, quando nos ouviram, reconheceram nossa voz. Correram para nos ver. Não acreditavam: eram as missionárias brasileiras, com seu inglês péssimo (risos), ministrando fluentemente, como se aquela fosse nossa língua materna. Foi para eles grande sinal de Deus. Mas, mais impressionante ainda foi quando apresentamos a imagem de Nossa Senhora Aparecida. Contamos como se deu a sua aparição no Brasil. Os jovens queriam vê-la de perto, tocá-la. Era a mãe de Jesus, que apareceu com a nossa mesma cor: negra! Enquanto escrevo esse testemunho, na TV aqui em casa estão acompanhando a reprise da novena à Nossa Senhora. E me lembro de que, até hoje, jovens nos param rememorando aquele sábado mariano. Então decidimos: no Centro Missionário haverá uma capela dedicada à Maria, e lá sempre haverá alguém do povo local, às 18h, rezando o terço. Amém, aleluia!

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Notícias

janeirm o /af ieov/ej u r enihr o . 2 0 1 5

ALUNOS TESTEMUNHAM MAIS INTIMIDADE COM MARIA APÓS CURSO DO IEAD O Instituto de Educação a Distância da RCCBRASIL tem recebido diversos testemunhos de alunos do curso “Mariologia – Os dogmas e a veneração à Santíssima Virgem Maria”. São histórias de pessoas que passam a conhecer mais sobre a Santíssima Virgem e, segundo eles, passam a amá-la mais. O curso aborda assuntos que todo católico conhece, mas que, às vezes, pode não ter uma fundamentação mais sólida. São temas como a Imaculada Conceição de Nossa Senhora, a Assunção aos Céus, a Sua virgindade e Maria como medianeira de todas as graças. O professor Felipe Aquino é o orientador desse curso e esclarece todos os temas sob a luz do Magistério e Tradição da Igreja e da Sagrada Escritura. Desde que a primeira turma iniciou, em outubro de 2014, 285 pessoas já participaram. O curso, que tem duração de 14 semanas, já está na 12ª turma e inicia uma nova a cada mês. Confira alguns testemunhos dos alunos: Muitos católicos, que se dizem devotos de Maria, não a conhecem.

Mas, Maria Santíssima é uma pessoa realmente extraordinária. Antes mesmo de sua existência, ela foi pensada por Deus. Em todos os momentos, ela foi agraciada com a plenitude da Misericórdia Divina. Sua vida terrena foi um oceano de amor à Trindade Santa e a todo o gênero humano. Aquela que é eternamente Bendita continua no céu rogando por todos nós. Esse curso é muito bem estruturado. A minha experiência tem sido excelente. Alguns assuntos mais profundos sobre a santidade de Maria me absorvem de tal maneira, que não vejo o tempo passar. Em outros momentos eu tenho vontade de estudar de joelhos, pois, parece que a santidade dela sai do papel e me envolve como um abraço maternal da Santíssima Virgem. Edmundo Teles – Rio de Janeiro/RJ Fazer esse curso tem me proporcionado conhecer mais a fundo Nossa Senhora. Sempre acreditei em Maria, rezo meu terço. Mas tenho percebido que, depois que comecei a fazer o curso, meu relacionamento com Nossa Senhora mudou muito. Eu rezo o terço diferente, eu falo mais de Maria, eu consigo entender a devoção à Nossa

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Senhora de outra forma. Vejo que minha fé mudou muito. Fui estudando e voltando a muitas coisas do meu passado e percebi a intercessão clara de Maria. Isso pra mim é de fundamental importância. Meu coração se alegra por ouvir falar da Mãe do meu Senhor e minha mãe. Estou maravilhada!. Gizele Magalhães – Ariquemes/RO Sempre fui muito “mariana”, mas ter um novo enfoque sobre “Os dogmas, as devoções católicas e veneração à Nossa Senhora; Maria mãe de Deus; Imaculada Conceição de Maria” é muito bom, engrandecedor! Tenho percebido, claramente, o direcionamento dela na condução de minha vida. O que foi mais significativo para mim no meu relacionamento com Nossa Senhora foi saber a importância de ela ser Medianeira das Graças. Sempre soube que ela é nossa Intercessora, Medianeira, mas não sabia o quão grande é essa missão. Tudo passa por Maria. Para se chegar a seu Filho, Jesus, temos que invocar a Mãe. Nanci Maria Fermoselle Hanashiro, São Paulo/ SP


Sugestãdo de leitura

maio/junho . 2015

AOS MOLDES DE MARIA A Editora RCCBRASIL lançou neste ano o livro “Aos Moldes de Maria”, de Juninho Cassimiro, coordenador nacional do Ministério de Música e Artes. Além de um direcionamento para os artistas carismáticos do país, a obra é um estudo aprofundado sobre a fôrma de Maria e a forma de nos moldarmos a Ela. A Revista Renovação conversou com o autor que contou sobre a origem da moção, a divisão de capítulos do livro e como o Ministério poderá utilizar esse material em suas formações. Revista Renovação: Como nasceu a moção “Aos moldes de Maria”? Juninho Cassimiro: Quando estávamos nos preparando para o Congresso do Ministério de Música, no ano em que terminei minha coordenação no estado de São Paulo, Deus nos deu a passagem de João 2: “Fazei tudo o que Ele vos disser”. Essa palavra tocou muito nosso coração e aquele Congresso foi muito Mariano. Quando eu assumi a coordenação nacional com a Katia, me veio muito também a presença de Maria e aquela palavra foi me acompanhando. Então, veio ao meu coração de conduzir os músicos do Brasil sempre olhando pra Maria. E veio essa frase: “Aos moldes dela, no modelo de Maria”. Como eu sou escravo de Jesus por Nossa Senhora, no Tratado da Verdadeira Devoção, há uma parte em que Santo Agostinho fala que Maria é a forma de Deus, forma Dei, então é isso, nós precisamos nos lançar na fôrma que é Maria, que ela vai nos deixar cada vez mais parecidos com Jesus. O sentido

final disso é a santidade e Maria vai nos contribuir com isso! Revista Renovação: De maneira mais aprofundada, do que o livro trata? Juninho Cassimiro: Eu dividi ele em três capítulos. Primeiro sobre essa questão de nós nos lançarmos nesta fôrma, para sermos educados por Maria, para convivermos com ela, como filhos mesmo. Aí eu fui pegando uns trechos bíblicos que vão dizer que Jesus era submisso à Maria, mesmo já sendo reconhecido como Deus. Também retomo a passagem em que Jesus fala pra João: “Eis aí a tua mãe” e partir daquele momento, o discípulo a leva pra casa. A convivência com Maria é muito latente, talvez não tão exposta, mas por exemplo, Jesus ficou 30 anos morando com Maria. Então, é preciso conviver com ela para que Ela nos eduque. Em seguida, pego duas virtudes dela: no segundo capítulo, falo da humildade de Maria e passo para os músicos, porque é uma grande dificuldade nossa, e no terceiro, falo sobre a obediência. Então eu trato desses três pontos para podermos aprender a viver como ela.

to que vai haver uma mudança mais significativa e um desejo muito mais intenso de ser santo e de ter essa devoção à Nossa Senhora. Revista Renovação: Esse material será usado como material de formação para o Ministério? Juninho Cassimiro: Será utilizado como material de espiritualidade. Agora em 2015, começamos a realizar os retiros diocesanos “Aos Moldes de Maria”. Os capítulos do livro serão trabalhados nesses retiros e, além deles, escrevi mais um artigo sobre a pureza de Nossa Senhora, pra gente também poder tratar de afetividade e sexualidade. Eu sei que não é um tema próprio do Ministério de Música, mas a gente tem visto que é preciso falar disso. Nosso Ministério tem recebido muito a juventude e as famílias também estão sendo atacadas, então é uma necessidade tratar deste tema. Esses serão retiros com caráter total de espiritualidade para que possamos cuidar de nossas ovelhas e coloca-las aos pés do Crucificado.

Revista Renovação: O que esse livro representa para o Ministério de Música? Juninho Cassimiro: Essa moção começou a chegar no coração das pessoas através das cartas que escrevo para o Ministério e que intitulo “Aos Moldes de Maria”. Então, acho que agora o livro representa algo mais sólido, acho que os nossos artistas vão entender que realmente o Ministério está falando disso. Vai ficar muito mais forte para nós e eu acrediRevista Renovação

Adquira o livro na loja da Editora RCCBRASIL, por meio do site: www.editorarccbrasil.com.br, pelo telefone (12) 3151-4155 ou pelo e-mail: rccshop@rccbrasil.org.br.

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Espiritualidade

maio/junho . 2015 Por Pe. Antônio José

Paróquia Nossa Senhora de Fátima Rainha de Todos os Santos Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro - RJ

MARIA E O SEGREDO DE NOSSA UNIÃO COM CRISTO

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“Bendito seja Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo. Ele nos abençoou com toda a bênção do Seu Espírito em virtude de nossa união com Cristo, no céu.” (Ef 1, 3) Com um belíssimo hino de louvor, o apóstolo Paulo dá início à sua carta aos efésios, convidando-os a reconhecer o quanto são abençoados por Deus. O Apóstolo nos ensina: somos abençoados na mesma medida de nossa união com Cristo. Nossa aliança com o Senhor, nossa história com Ele é o grande bem de nossas vidas, o grande tesouro do qual dispomos e que precisamos aprender a utilizar. À luz dessa compreensão da vida cristã, surge como inspiração e auxílio a Santíssima Virgem Maria. Ninguém mais do que ela teve a vida toda mergulhada numa perfeita comunhão com o Salvador. Todo seu ser, seu corpo e sua alma, foram plasmados pelas mãos amorosas do Pai “em virtude de sua união com Cristo”, ou seja, como preparação para o advento do Filho Bendito de Deus. Acima de qualquer outra coisa, Maria Santíssima é “MÃE”. Essa palavra define, a partir de dentro, que tudo nela estava voltado para Jesus, seu Filho e seu Senhor, como o centro de sua vida. Essa foi a grande “bênção” da vida de Maria: ser toda para Cristo, em Cristo. Ora, há uma lei no Reino de Deus: somos abençoados para abençoar! Em Cristo, somos filhos e herdeiros; portanto, somos abençoados e abençoadores. Essa é nossa graça e missão! Fazemos parte de

uma família, de um corpo, de tal da Igreja Católica deseja afirmar modo que as bênçãos celestiais que algo a respeito da vocação de Manos alcançam devem fluir através ria que deve ser, também para nós, de nós, de nossa intercessão e de estímulo e inspiração. A maternidanosso amor dedicado àqueles que de de Nossa Senhora, ou seja, a sua o Pai deseja alcançar. Esse grande peculiar forma de união com Cristo fluxo de vida e bênção que percorre e a sua particular vocação na históo Corpo de Cristo, a Igreja, é objeto ria da salvação, não foi cancelada de uma especial profissão da nosnem lhe será tirada diante de Deus. sa fé quando dizemos, no Credo: Essa união profundíssima de Mãe e “creio na comunhão dos santos”! Filho, a maior de todas as riquezas da vida de Maria, colocada a serviA Igreja reconhece que, nessa ço de toda a humanidade, continua irradiação da graça de Deus pelo gerando frutos ainda hoje para toCorpo de Cristo, todos devemos dos aqueles que tomar nosso lugar. Devemos recoFazemos parte de contam com sua nhecer que somos uma família, de um intercessão. membros de um Portanto, no ‘organismo vivo’, o corpo, de tal modo que Corpo de Cristo, a Corpo do Senhor, as bênçãos celestiais que Igreja, o lugar de e permitir que sua nos alcançam devem fluir Maria, por causa Vida Divina, Seu de sua união com Espírito Santo, flua através de nós, de nos- Cristo, é sempre em nós e através sa intercessão e de nosso um afluente de de nós. Nessa cobênçãos para tomunhão de amor, amor dedicado àqueles dos. A total rencertamente, ocupa que o Pai deseja alcançar. ” dição da Virgem um lugar todo esSantíssima à sua pecial Aquela cuja vida foi e é toda missão de Mãe e Serva do Senhor unida ao Mistério de Cristo, Maria manifesta que toda bênção nos Santíssima. vem de nossa união, de nosso relacionamento com Cristo e que tudo “A maternidade de Maria na em nós deve encontrar nEle a sua economia da graça perdura ininterrazão de ser. Nossa Senhora é esruptamente... e continua a alcanpelho da Igreja; um espelho que çar-nos com os dons da salvação nos revela o segredo de nossa próeterna. Por isso, a bem-aventurada pria identidade aos olhos do Pai: Virgem Maria é invocada na Igreja em Maria descobrimos que somos sob os títulos de advogada, auxieleitos, para sempre, para sermos liadora, protetora, medianeira.” abençoados e abençoadores, por (CCE 969). Citando a Constituição causa de nossa união com Cristo, Dogmática Lumen Gentium, do fonte e origem de toda bênção. Concílio Vaticano II, o Catecismo

Revista Renovação




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