CORREIO BRAZILIENSE • Brasília, domingo, 17 de abril de 2016 • Trabalho • 9
BENEFÍCIO
Licença-maternidade atrasada
Mais de 170 mil mães esperam para dar entrada no pedido do auxílio em todo o país. Depois da greve de servidores, o INSS enfrenta dificuldade para regularizar o atendimento ao público, e há trabalhadoras que só conseguirão a remuneração depois de voltarem a trabalhar
P
elas contas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), 173,3 mil pessoas vivem o drama de esperar na fila para conseguir o salário-maternidade, em todo o Brasil. Na capital, só para dar entrada no pedido do benefício leva seis meses. Ou seja, as mães correm o risco de voltar a trabalhar e nem terem começado a receber o auxílio. Nas 17 unidades do Distrito Federal, há mais de 5 mil agendamentos registrados para o pedido do salário-maternidade, segundo o órgão. É o caso da comerciante autônoma Fabiana Barbosa, 34 anos, que deu a luz uma menina no fim de fevereiro e logo tentou agendar o atendimento. “Pediram todos os meus dados e fui informada de que só teria vaga para 30 de agosto, isso só para dar entrada”, indigna-se. Fabiana pretendia pagar, com o auxílio, o enxoval e todas as despesas da filha. Sem o dinheiro, sente-se prejudicada. “Meus impostos são pagos todos em dia e, quando preciso, sou obrigada a esperar um prazo que ultrapassa os limites”, completa ela, que vai voltar ao serviço no fim de junho. Grávida de gêmeos, Priscila Elen Leite, 24 anos, agendou o atendimento no mês passado, mas só conseguiu vaga para o fim de setembro. No momento, ela está desempregada e conta com o benefício. “Vai ajudar bastante, porque quem tem gêmeos gasta demais”, comenta. A espera vai durar até junho para Aline Lima, 32 anos, que marcou o atendimento em dezembro do ano passado. O caso dela é atípico, a profissional, monitora em call center, queria saber se poderia receber o benefício, já que teve um filho em agosto de 2013 e nunca deu entrada no processo, porque não sabia sobre o possível direito. Ela se sente frustrada com a demora. “É muito descaso”, opina.
Providências Apesar das reclamações, o INSS afirma que, atualmente, o tempo médio de espera para marcar é de 56 dias no país e de 95 dias no DF. O órgão alega que a oferta de vagas no agendamento está se normalizando depois que a greve dos servidores teve fim. A paralisação, que durou de setembro de 2015 a 25 de janeiro deste ano, resultou em 1,3 milhão de perícias não executadas durante o período. O volume acumulado de trabalho durante a greve tem sido enfrentado com mutirões e abertura de vagas extraordinárias na agenda, geradas pela reposição dos dias parados. A cuidadora de idosos Sílvia Aires, 35 anos, viveu o mesmo drama no ano passado quando quis dar entrada no pedido de licença-maternidade durante a greve. Assim que teve a primeira filha, em outubro, tentou agendar, mas só conseguiu dar entrada no benefício quatro meses depois, em fevereiro. A espera não foi fácil. “Por causa do atraso, passei por um aperto, precisei de ajuda de familiares para continuar me mantendo.”
Minervino Junior/CB/D.A Press
Por causa do atraso (de quatro meses), passei por um aperto, precisei de ajuda de familiares para continuar me mantendo” Sílvia Aires, cuidadora de idosos e mãe de uma menina
Entenda o auxílio O salário-maternidade é pago às seguradas que acabaram de ter um filho, por parto ou adoção, ou aos homens contribuintes que adotaram uma criança. Ficam a cargo do INSS as solicitações de segurados especiais, contribuintes individuais, facultativos, domésticos e desempregados (qualquer que seja a categoria do trabalhador). O auxílio é pago durante 120 dias, com início fixado em até 28 dias antes do parto, mas pode ser requerido até cinco anos depois dessa data. Caso o segurado retorne ao trabalho ou exerça alguma atividade remunerada durante o período da licença, receberá o benefício somente em relação ao tempo em que esteve afastado. Para ser atendido nas agências, os contribuintes devem apresentar um documento de identificação com foto e o número do CPF, além de carteiras de trabalho, carnês e outros comprovantes de pagamento ao INSS. O agendamento também pode ser feito por telefone, no número 135, ou pelo site www.mtps.gov.br.
CORREIO BRAZILIENSE • Brasília, domingo, 1º de maio de 2016 • Trabalho • 9
DEFASAGEM
Uma nova chance para estudar Fábrica de cimento oferece aulas no local de trabalho para que cerca de 100 funcionários possam concluir o ensino fundamental. Formatura está prevista para dezembro. A iniciativa abriu os olhos dos empregados para as oportunidades geradas com mais acesso à educação
Fotos: Antônio Cunha/CB/D.A Press
De olho no futuro
Conrado Ribeiro trabalha na fábrica há 27 anos e aproveitou a oportunidade para voltar a estudar
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epoisdeperceberquemais de 100 trabalhadores da fábrica de cimento Ciplan não tinham o ensino fundamental completo, a empresa decidiu criar o projeto Ensino Fundamental e dar aos funcionários a chance de estudar. Em novembro do ano passado, após três meses de idealização, professores do Centro Educacional d’Paula, localizado na Asa Norte e especializado em Educação de Jovens e Adultos (EJA), foram contratados para ministrar aulas e cumprir a meta de que a cimenteira não tenha nenhum colaborador sem a escolaridade básica completa.Todos recomeçaram no 1º ano. O segurança patrimonial Conrado Ribeiro, 47, é um dos alunos, e aproveitou a chance depois de 27 anos na fábrica. “Foi um presente, uma das melhores coisas que aconteceram na minha vida”, conta. Na juventude, ele abando-
Colaborador da fábrica há 30 anos, Elielci Lira está empolgado com as aulas nou a escola para trabalhar no local. Agora ele se sente realizado pela chance de voltar a estudar. “Hoje, trabalho com mais alegria porque aprendo muito”, completa. Conrado ficou tão feliz que até chorou de emoção quando pegou o primeiro livro do programa. Empolgado com as aulas de geografia, o almoxarife Elielci Li-
Carlos Soares também pretende concluir o ensino médio e começar um curso de direito
ra, 52, começou bem e quer continuar se dedicando ao estudos. “Tirei 10 em duas provas, uma de artes e outra educação física, e espero continuar assim até o fim”, empolga-se. Após 30 anos de fábrica e sem estudar, ele acredita que nunca é tarde para recomeçar. “É uma porta que está se abrindo para um futuro me-
lhor”, aposta. Carlos Soares, 25, que está na Ciplan há três anos, viu a oportunidade como uma chance de crescer também dentro da empresa. “É uma alegria muito grande, eu me sinto mais motivado a continuar a trabalhar aqui”, comenta. Ele pretende concluir o ensino médio e começar uma graduação de direito.
Proporcionar esse tipo de avanço é a grande intenção do projeto, idealizado por Joseanne Marques, gerente de Desenvolvimento Humano e Organizacional da Ciplan. Segundo ela, a proposta foi pensada para que os funcionários não pegassem apenas um certificado de conclusão do ensino médio, mas, principalmente, se sentissem entusiasmados e preparados para o futuro. “O conhecimento abre um leque enorme de possibilidades”, observa Joseanne. A ideia surgiu em uma reunião de metas estratégicas da empresa, quando ela pegou um levantamento do nível de escolaridade dos colaboradores da fábrica e percebeu que cerca de 10% não tinha o ensino fundamental completo. Depois de uma conversa com os donos da cimenteira, R$ 250 mil foram investidos no projeto. A iniciativa foi desenvolvida no modelo EJA adaptado. Foram formadas nove turmas por semana, que começaram em novembro do ano passado e vão até dezembro deste ano. Cada professor ministra uma matéria e, a cada sete dias, a mesma aula é dada nas turmas para atender a todos os turnos, já que a fábrica funciona 24 horas por dia. Os alunos participam dos encontros e, depois, fazem provas para verificar a aprendizagem. O projeto ainda oferece uma semana de recuperação e acompanhamento para os estudantes que reprovarem. As aulas que duram duas horas por dia são oferecidas dentro da fábrica. Tanto o curso quanto o material são gratuitos. Ao fim do projeto, que vai até dezembro deste ano, a empresa pensa na possibilidade de também oferecer ensino médio aos funcionários.
CORREIO BRAZILIENSE • Brasília, domingo, 28 de fevereiro de 2016 • Trabalho • 9
EXPERIÊNCIA PRÁTICA
Temporada de estágios Para estudantes, esta é a hora de entrar no ambiente profissional: o primeiro trimestre do ano é o que oferece mais vagas. As oportunidades diminuíram em relação a 2015, mas empresas e órgãos públicos ainda investem na capacitação de jovens
E
m tempos de crise, o cenário de efetivações não é dos melhores. Contudo, para aqueles que ainda estão começando no meio corporativo, esta é a melhor hora. De acordo com especialistas, a primeira temporada de 2016 é uma ótima época para os jovens que buscam qualificação em suas áreas de estudo. O Núcleo Brasileiro de Estágio (Nube) estima que sejam ofertadas 31 mil novas vagas no primeiro trimestre de 2016. O número é 10,1% menor em relação a 2015, mas a oferta ainda é grande. São 5,5 mil oportunidades para alunos de ensino médio e técnico, e 25,5 mil para os dos níveis superior e tecnólogo. “Tradicionalmente, os primeiros três meses do ano são positivos. Os universitários que concluíram o curso no fim do ano anterior deixaram vagas disponíveis para novos estagiários”, explica Yolanda Brandão, coordenadora de Treinamento do Nube. Outro bom motivo para arregaçar as mangas e procurar uma nova experiência agora é que, no período de férias, muitos jovens não estão tão preocupados com a vida acadêmica. Eraldo Vieira, responsável pelo Webestágios, agência on-line de vagas, explica que muitos esperam as aulas voltarem para pensarem na vida profissional — no caso da Universidade de Brasília (UnB), por exemplo, o semestre letivo só começa em 7 de março. “No início do ano, a concorrência é menor, pois muitos estudantes estão fora, aproveitando as férias escolares”, destaca. Até o fim de março, o Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE) tem uma expectativa de gerar 100 mil vagas em todo o país. Só no DF, são esperadas 4,2 mil novas chances. Para Eduardo de Oliveira, superintendente de Educação do CIEE, as empresas não deixaram de investir em novos talentos. “Nós ainda temos
Carlos Moura/CB/D.A Press
Quanto ganha um estagiário?
A estudante Janaína Rocha acaba de começar no outro estágio em um escritório de advocacia uma grande demanda por estagiários. Apesar da crise, as instituições continuam capacitando jovens e investindo na formação de mão de obra”, destaca. Ele ressalta ainda que há vagas para estudantes de todos os cursos, basta estar atento às oportunidades. Entre as áreas que oferecem mais vagas, estão administração, direito, pedagogia, comunicação social, tecnologia da informação e educação física. Por meio do CIEE, 52% das contratações são feitas pela iniciativa privada, e os 48% restantes, pelo setor público.
Prática O estágio é a atividade certa para ter certeza da escolha de profissão e vivenciar o que está sendo visto em sala de aula. Foi por isso que Janaína Rocha, 23 anos, que está no 10º semestre de direito no Centro Universitário
do Distrito Federal (UDF), decidiu procurar uma nova chance nas férias. O contrato do estágio anterior, na consultoria jurídica do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCT), estava vencido, então ela quis tentar uma vaga em um escritório de advocacia. Depois de fazer a entrevista e um teste no fim de dezembro, foi selecionada para começar no mês passado. “Durante os cinco anos de curso, eu não tive esse contato com a advocacia. Fazer uma faculdade de direito sem estagiar, vendo na prática o trabalho de um advogado, não faz sentido”, opina. A jovem ainda não tem certeza de qual área quer seguir depois de formada, mas se diz encantada por direito de família e sucessões e está animada com o novo momento de aprendizagem. Segundo ela, com o suporte necessário que está recebendo
no escritório, a experiência será decisiva até para a produção da monografia de fim de curso. “Ainda é recente, mas posso dizer que está superando as expectativas. Dificuldades existem, porque sempre aparece algum assunto que não estudamos com profundidade na faculdade, mas aqui eles me dão um apoio muito bom”, acrescenta.
Contrato A admissão de jovens em formação é interessante tanto para as empresas quanto para eles, porém cuidados devem ser tomados para que a relação ocorra da melhor maneira possível. O contrato é regido pela Lei nº 11.788/2008, que prevê que ele não gera vínculo empregatício, desde que requisitos sejam respeitados. Cristiana Benedetti,
Pesquisa da consultoria Mercer com 48 empresas de diversos setores concluiu que a média da bolsa auxílio para nível superior no país é de R$ 1,6 mil. Em nível técnico, a maior parte das remunerações gira em torno de R$ 673 no CentroOeste. Os processos seletivos para estágio costumam ter concorrência de 95 candidatos por vaga. Todas as companhias declararam exigir domínio de inglês para recrutar profissionais em desenvolvimento; espanhol (11%) e francês (7%) aparecem em seguida. Estudantes do ensino superior ainda são os mais procurados, mas o nível técnico tem ganhado relevância: 37% das empresas têm estagiários desse nível. Além disso, o levantamento mostrou que, após o término do estágio, 43% dos jovens são efetivados, dos quais 90% continuam nas organizações um ano após a admissão.
advogada da área trabalhista e gestão de RH, explica que, para o período ser considerado válido, o aluno deve executar atividades que contribuam com a formação acadêmica, tendo a supervisão e o auxílio de um profissional capacitado. “Enquanto um empregado é responsável pelo próprio trabalho, o estagiário executa todas as atividades de forma supervisionada, sendo que a responsabilidade por eventual falha nos serviços é atribuída ao supervisor”, completa. Também é importante lembrar que a jornada máxima é de seis horas diárias e 30 semanais no caso de estudantes de ensino médio e universitários, não sendo admitidas prorrogações, ou seja, não podem haver horas extras. No caso da educação especial e dos anos finais do ensino fundamental, são quatro horas diárias ou 20 horas semanais.
CORREIO BRAZILIENSE • Brasília, domingo, 6 de março de 2016 • Trabalho • 9
Entrevista / Andréa Guimarães Nunes Carioca radicada em Brasília criou um conceito inovador, que promete mais serenidade para o trabalho e a vida pessoal — universos indissociáveis segundo a autora. Desde o ano passado, 90 líderes de empresas foram treinados pela consultora
Método para controlar
atitudes e emoções
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epois de mais de 10 anos de observações e reflexões junto a gestores de recursos humanos e desenvolvimento de estudos sobre comportamento humano, Andréa Guimarães Nunes, 44 anos, lançou o conceito de educação atitudinal em 2014. Natural do Rio de Janeiro, é moradora da capital federal desde 1973. Ela é administradora, mestra em ciência da informação pela Universidade de Brasília (UnB), especialista em gestão e fundadora da ATC Consultoria e Treinamentos. Em 2015, o método passou a ser disponibilizado a instituições e empresas de grande porte. De lá para cá, 91 gestores de nível tático e operacional participaram de workshops temáticos. Com o método, por meio de atividades individuais e em grupo, ela demonstra a importância de controlar pensamentos, emoções, sentimentos e expressões, utilizando-os para qualificar a tomada de decisões, a convivência em família e no trabalho. Felipe Andreolla, 38 anos, supervisor de Educação e Tecnologia do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial do Rio Grande do Sul (Senai-RS) participou de uma oficina sobre educacional atitudinal. A programação fazia parte de um programa de desenvolvimento e aperfeiçoamento de lideranças do Instituto Euvaldo Lodi (IEL). Ele avalia a experiência como marcante e importante para aflorar um estilo de vida que queria aprender a levar: o de estar sempre em equilíbrio nos âmbitos pessoal e corporativo. “Eu tentei absorver tudo que foi dito. Eramos apresentadas dificuldades e tínhamos que trabalhar em cima disso. O grupo todo construía uma solução individualmente ou em equipe, e essa colaboração fez toda a diferença. As atividades são muito dinâmicas e interativas, você se sente à vontade para expor sentimentos e emoções”, lembra Felipe. Ele conta que passou a aplicar o que aprendeu para ter autocontrole, saber se posicionar, ser mais resiliente e apresentar mais foco em resultados.
Helio Montferre/Esp. CB/D.A Press - 20/1/16
missão de serem exemplo, de serem facilitadores do desenvolvimento de pessoas. A educação atitudinal é para todos, mas os gestores são os indutores de avanços. Um líder pode estar em qualquer função; a liderança é uma característica natural e pode ser exercida por qualquer um. Já a função de gestão, por vezes, é ocupada por profissionais que não têm perfil de liderança. A educação atitudinal se dirige a todas essas situações. Você se inspirou em outros métodos existentes? Não. Eu desenvolvi a ideia com incentivo de psicólogos especialistas em educação, treinamento e desenvolvimento humano, e inspirada por autores como Carl Gustav Jung, Willian Ury, Stephen Covey, Rossandro Klinjey e Maria Cândida Moraes.
Precisamos compreender como funcionamos para não sermos comandados pelo estresse e pela ansiedade. A educação atitudinal proporciona paz interior, aceitação e capacidade de ação e inovação” O que é a educação atitudinal? É a educação que não tivemos, de pensamentos e expressões. Nossos sistemas de ensino tradicionais não contemplam essa abordagem e, hoje, o mundo do trabalho, a vida em família e em sociedade estão imensamente carentes desse conceito, que é a educação do pensar, das emoções. Não sabemos administrar impulsos nem estados temporários de conflito que se expressam, muitas vezes, em agressões verbais, omissões ou ações e decisões infelizes que nos adoecem ou que limitam muito nossa capacidade de criar, produzir, cooperar e atingir resultados. O método proporciona a indivíduos e grupos a oportunidade de encontrar nos próprios valores e talentos, soluções e resultados. A atitude é a variável mais crítica e sensível na gestão de pessoas e é a que mais impacta os resultados nas or-
ganizações. Nós precisamos desse “refletir sobre pensamentos, emoções e sentimentos antes de agir”. Quais são as técnicas usadas na educação atitudinal? Nós formamos grupos de até 25 participantes nos workshops para produção de planos de ação individuais ou em equipe. A abordagem é acolhedora e dinâmica. As técnicas são: exposições de conteúdos, dinâmicas de integração e de ativação da curva de atenção (incluindo músicas e movimento, figuras geométricas, adesivos e fichas que chamamos de ‘moedas’ da gratidão e da confiaça para recompensálos), atividades lúdicas sistematizadas, sempre contextualizadas ao grupo. Por que você escolheu treinar líderes? Porque são eles que possuem a valiosa
Qual a diferença entre educação atitudinal e inteligência emocional?? A inteligência emocional é uma competência, é uma capacidade que pode ser alcançada por todos. A educação atitudinal é o método, é o meio de se chegar lá. Como a educação atitudinal se aplica ao ambiente de corporativo? Muitas vezes, chegamos ao nosso ambiente de trabalho com a capacidade produtiva lá embaixo. E o trabalho é um lugar onde precisamos render. Por isso, a educação atitudinal tem como objetivo básico facilitar a compreensão do nosso estado, não só físico, mas também mental — assim, passamos a ter adequado controle sobre ele. O método torna as pessoas mais capazes de encontrarem em si mesmas e coletivamente respostas
Fique ligado Ficou interessado ou quer saber mais? Entre em contato com Andréa Guimarães Nunes por meio do site da ATC Consultoria e Treinamentos: atcconsult.com.br ou pelo e-mail andrea_nunes@atcconsult.com.br.
CORREIO BRAZILIENSE • Brasília, domingo, 21 de fevereiro de 2016 • Trabalho • 9
Guia de concursos
Breno Fortes/CB/D.A Press
Vagas para nível médio
Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM) visa preencher 52 vagas. Inscrições terminam amanhã (22) e salários chegam a R$ 3.215,22
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Companhia de Pesquisa de RecursosMinerais(CPRM), do Serviço Geológico do Brasil, está com as inscrições abertas até amanhã (22) para o cargo de técnico em geociências — hidrologia. Para concorrer a uma das vagas, é necessário ter ensino médio completo com curso técnico nas áreas de meio ambiente, edificações, mineração, geologia, agrimensura, topografia, hidrologia, agrícola ou saneamento; ou somente o nível médio com dois anos de experiência na área de hidrometria. Também é exigido que o candidato tenha Carteira Nacional de Habilitação (CNH) do tipo B, C, D ou E. A banca avaliadora é o Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação e Seleção e de Promoção de Eventos (Cebraspe). O edital do concurso, publicado em 26 de janeiro, visa o preenchimento de 52 vagas — sendo 20% reservadas para pessoas negras e 5% para candidatos com deficiência. A remuneração é de R$ 3.215,22 e a carga de trabalho é de 40 horas semanais, com a contratação feita sob o regime da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). As provas serão aplicadas em 3 de abril nas capitais dos estados de Minas Gerais, Pará, Ceará, Goiás, Amazonas, Rio Grande do Sul, Rondônia, Pernambuco, Rio de Janeiro, Bahia, São Paulo e Piauí. A avaliação terá somente questões objetivas, que valem 50 pontos, distribuídas em 25 questões de conhecimentos básicos (língua portuguesa, noções de informáti-
ca, atualidades e matemática) e 25 de conhecimentos específicos (como ciclo hidrológico, distribuição da água na natureza, topografia e precipitação). Quem for aprovado e classificado nas provas objetivas, será convocado para a avaliação de títulos, prevista para a data provável de 26 de abril.Matheus Noleto, 25 anos, é agente de pesquisa e mapeamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e graduado em geografia pela Universidade de Brasília (UnB). Ele estuda para concursos há três anos e tem experiência em um concurso anterior da CPRM, para nível superior. Naquela seleção, em 2013, eram apenas duas vagas para o cargo de analista em geoprocessamento, mas Matheus afirma que quatro candidatos foram chamados. Ele ficou um pouco abaixo na lista, em sétimo lugar. Desta vez, o concurseiro decidiu se inscrever para lotação em Goiânia e está mais seguro.“Agora me vejo com mais experiência em concurso. Em 2013 sobraram vagas para o cargo de nível médio em hidrologia. As áreas dos cursos técnicos presentes como pré-requisito no edital não apresentam muita demanda”, aposta. Ele estuda por conta própria e pretende focar nas matérias específicas nas três semanas antes da prova. “Creio ser possível ver boa parte da matéria buscando materiais na internet. Se houver exercícios, também os farei, além de realizar provas anteriores”, conta.
Matheus Noleto se inscreveu para fazer a prova em Goiânia e está otimista
Passe bem / Gramática No trecho: (...) envio de astronaves à Lua e a Marte”, a ausência do acento grave indicativo de crase em “a Marte” justifica-se pela presença do conectivo “e”, empregado para ligar duas expressões de mesma função. Comentário: Item errado. A justificativa única e exclusiva é: não se utiliza acento grave indicativo de
crase antes de palavras masculinas em que não esteja subentendido as expressões “moda” ou “maneira”. Gabarito: errado Questão retirada da prova para técnico judiciário do TJSE/SE de 2014, do Cespe, comentada pelo professor de português Diogo Alves.
O que diz o edital Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM), do Serviço Geológico do Brasil Inscrições: até 22 de fevereiro, pelo site www.cespe.unb.br Taxa: R$ 55 Vagas: 52 para nível médio Salário: R$ 3.215,22 Provas: 3 de abril Locais de prova: Minas Gerais, Ceará, Goiás, Amazonas, Rio Grande do Sul, Rondônia, Pernambuco, Rio de Janeiro, Bahia, São Paulo e Piauí.
Preparação A parte de conhecimentos específicos exige atenção especial. “É importante conhecer o conceito ciclo hidrológico e seus componentes (precipitação, infiltração, escoamento superficial, escoamento subterrâneo, evaporação e evapotranspiração); saber quais os principais métodos de medidas de cada um deles”, alerta Luciano Soares, professor de hidrologia da UnB.
Ele indica o site da CPRM para quem quer obter um material de estudos complementar na área. Para entender de forma rápida os conteúdos de bacia hidrográfica, o docente recomenda ainda a leitura da Lei nº 9.433/97, que estabelece a Política Nacional de Recursos Hídricos. Segundo ele, o rompimento da barragem Fundão é um assunto que pode ser cobrado pela banca. “Nenhum programa ambiental como, por exemplo, a recuperação da Bacia do Rio Doce,
pode ser bem-sucedido se não houver informações anteriormente coletadas sobre os recursos hídricos superficiais (rios) e subterrâneos (poços)”, acrescenta. Para fazer uma boa prova, também é preciso estar por dentro das últimas notícias do país e do mundo. Jefferson Urani, professor de atualidades do IMP Concursos, explica que quem está se preparando deve fugir do óbvio e, além de acompanhar as notícias recentes ligadas ao tema da prova, deve se informar sobre os últimos acontecimentos de diversos assuntos, como política, meio ambiente e saúde, por exemplo. Ele orienta que os concurseiros leiam e assistam ao noticiário. “Além de acompanhar os principais acontecimentos, é importante saber toda a vinculação histórica do fato, ou seja, de onde vêm, por que ocorreram”, aconselha Urani. Diogo Alves, professor de português do Gran Cursos, alerta que a banca costuma cobrar muitas questões de pontuação, uso da vírgula e crase. Mas o candidato não pode deixar de estudar outros conteúdos. “É importante estar atento à relação de regência verbal e nominal. Além disso, costumam cair muitas questões de paráfrase, que consiste na reescritura de termos mantendo a estrutura original do período”, comenta. Ele lembra ainda que os concursandos devem se atentar ao uso dos verbos impessoais, como ‘haver’ e ‘fazer’. “Eles não possuem sujeito, portanto, não flexionam”, completa.