Introdução a contracepção de emergência como conquista de direitos sexuais e reprodutivos silvia, re

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Introdução

A Contracepção de Emergência como Conquista de Direitos Sexuais e Reprodutivos Regina Figueiredo, Ana Luiza Vilela Borges, Silvia Bastos

A prevenção da gravidez é objeto de preocupação de homens e mulheres de todas as sociedades e momentos históricos. Unguentos, supositórios, pastas e uma série de outras práticas para evitar a gravidez – para uso antes ou durante a relação sexual – estão registrados em diversas culturas. Ainda na época de Hipócrates (460-377 a.C.), já existia o registro de opções para evitar a gravidez, incluindo a recomendação do uso de semente da cenoura selvagem até oito horas depois do contato sexual, visando à contracepção pós-coito (cogita-se que bloquearia a síntese da progesterona) (21)1. A necessidade de se desenvolver estratégias que possibilitassem a prevenção de gravidez ganhou maior enfoque na modernidade ocidental a partir da luta pelos direitos das mulheres, estimulada pela Revolução Francesa de 1.789 (20). As reivindicações pela igualdade de tratamento entre os sexos pautaram uma série de necessidades expressas por mulheres que estavam integrando a mão de obra industrial (12). No século XIX e primeiras décadas do século XX, essas lutas tiveram desfechos em conquistas como a abolição da escravatura, a permis1

Tais métodos contraceptivos pós-coito são denominados na atualidade de contracepção de emergência.

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