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APRESENTAÇÃO

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DIÁRIO DE CAMPO

DIÁRIO DE CAMPO

Trabalho de Conclusão de Curso em Jornalismo. Ano 2021.

heterossexuais se sentem incomodados ou até mesmo ofendidos de trabalhar com uma mulher e gay. A defesa é de forma agressiva, invasiva ou com piadas e gestos desnecessários. De que modo a grande mídia entende isso como problema e a real gravidade em omitir-se diante de um assédio por um telespectador contra uma da jornalista LGBT no momento em que trabalha, por exemplo, em um jogo de futebol.

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O segundo questionamento será sobre as rotinas e chefias, se é seguido o código de Ética do Jornalismo. Afinal, se tais assédios aconteceram contra mulheres em uma Copa do Mundo, precisa ser autenticada a segurança dela.

APRESENTAÇÃO

É de extrema importância falar sobre as minorias, com o passar dos anos essa pauta torna-se mais presente no cotidiano dos brasileiros, muito por conta de movimentos sociais.Com o avanço da internet esse posicionamento tornou-se obrigatório e quando não é tratado com a importância que merece, os responsáveis são julgados por boa parte do público como uma tribuna online.

Quando falamos da área de esporte, focando no jornalismo esportivo temos a clareza que é um ambiente quase que tomado só por homens heterossexuais, por muitos anos era um terreno somente deles. E como fato verídico temos a história da jornalista Regianni Ritter , 1 que conquistou seu espaço por volta dos anos 80 no jornalismo esportivo, e mesmo assim sofreu preconceito por parte de colegas jornalistas.

Realizando um comparativo rápido: se foi complicado para Regianni, pouca coisa mudou após 40 anos. Com uma pesquisa rápida nos meios de mídia digital é possível encontrar o quanto mulheres heterossexuais sofrem por participar ou

1Pioneira em coberturas de jogos de futebol. Um dos episódios negativamente marcantes de sua carreira foi quando tentaram retirá-la do vestiário do time do São Paulo, simplesmente por ser mulher e não tinha permissão para entrar no local. Em 1984 teve uma desavença profissional com Milton Leite, após sofrer episódios de mansplaining do colegas de profissão.

Trabalho de Conclusão de Curso em Jornalismo. Ano 2021.

apresentar programas de esporte televisivo, por muitas vezes piadinhas machistas e o desinteresse em suas falas, com tom de descredibilizar a capacidade profissional da mesma. Hoje os programas “mesa redonda” conta com presenças femininas, meio que como se ela fosse parte de “cotas”, pois ainda tem um leve tom de “clube do bolinha”.

Para construção desta pesquisa e entender este mundo futebolístico, jornalístico e pensar em futuro, foi feita a entrevista com 4 profissionais referências. Todas por videoconferência: chamadas em vídeo Zoom. Estas entrevistas foram realizadas entre os dias 10 de outubro de 2021 e 30 de outubro de 2021, levando em conta a disponibilidade de horários das/os entrevistadas/os. As pessoas que se disponibilizaram a falar foram (por ordem de entrevista):

● Gustavo Andrada Bandeira: Graduado em pedagogia, professor no curso de

Especialização em Jornalismo Esportivo na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2012-2013). Autor do livro “Uma história do torcer no presente: elitização, racismo e heterossexismo no currículo de masculinidade dos torcedores de futebol''.

● João Abel: Social media, editor e apresentador do Drops, programa diário nos stories do Instagram do Estadão. Bissexual assumido e autor do livro “BICHA:

Homofobia estrutural no futebol’, publicado em 2019, sobre a repressão a

LGBTs no esporte. E coautor de ‘O Contra-Ataque: o futebol é uma manifestação cultural.

● Mayra Siqueira: Professora do curso de pós-graduação de Jornalismo Esportivo da Universidade Cruzeiro do Sul. Trabalhou 3 anos como comentarista do canal

Sportv e sete anos de reportagem na Rádio CBN, Nas Rádios Globo e CBN, de 2011 a 2017, trabalhou como repórter, apresentadora, produtora e âncora dos programas esportivos e na cobertura de eventos especiais, como Copa do Mundo e Olimpíadas. Ex-nadadora profissional e homossexual assumida.

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