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RESULTADOS
from TORCIDAS ORGANIZADAS: a ineficiência dos jogos com torcida única no estado de São Paulo
by Rede Código
Agora vejamos: ainda assim, neste ambiente urbano com quase 6 milhões de habitantes na cidade e mais de 14 milhões de habitantes no
estado, e tão sensível à magia do futebol, como demonstram resultados anteriores, os torcedores organizados e devidamente registrados não passam de 140 mil[...] Uma minoria no somatório geral dos fãs. Mais do que isso: os 5%responsáveis pelas cenas frequentes de vandalismo lamentável não são números relativos ao universo total de torcedores, mas sim à parcela organizada deles. Portanto, uma minoria dentro de uma minoria (MURAD,2007, p. 35).
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Pode-se auferir, portanto que o problema da violência entre torcedores não se resume às torcidas organizadas, derrubando o argumento de que o fim dessas associações seria a melhor forma de resolver tal problema. Para Carlos Amadeu Botelho Byington as torcidas organizadas não devem ser extintas sob a égide do fim da violência entre torcedores no Brasil.
Dissolvê-la, quando alguns de seus membros se comportam delinqüencialmente, é derrubar uma árvore porque alguns de seus galhos têm parasitas. Ao invés da dissolução, as torcidas deveriam ser apoiadas e instruídas para prestar serviços comunitários os mais diversos, no que podem ser de grande utilidade. Extingui-las tem um efeito imediato de evitar arruaças durante os jogos, mas a consequência mutiladora de se desperdiçar uma entidade de grande potencial na participação amorosa comunitária é deixar seus membros desagregados e sujeitos à violência desregrada para canalizar frustrações (BYINGTON, 2006)
Ainda, as organizadas cumprem um papel fundamental para a construção do espetáculo esportivo, visto que são elas que comandam os cânticos e celebrações nas arquibancadas, e que costumam torcer com mais fervor pelo seu clube de coração. Outro problema nas torcidas organizadas brasileiras é o de sua ligação com facções criminosas das grandes cidades e com o tráfico. Sobre isso, Mauricio Murad, em entrevista ao jornal Estadão ainda chama atenção para o fato de que as facções criminosas das grandes cidades usam as torcidas organizadas para benefício próprio, como meio para sua atuação violenta sem que sejam percebidas como tal, escondendo-
se por trás das organizadas. (http://esportes.estadao.com.br/noticias/futebol,estamosenxugando-gelo--diz-muradsobre-violencia-no-futebol,10000025701 > Acesso em: 16 set. 2017.) Portanto, pode-se extrair que a gênese do problema da violência no futebol está intimamente ligada ao fenômeno das torcidas organizadas, em virtude da forma como foram popularizadas e se estruturam atualmente no país.
Nos aspectos metodológicos utilizei análises de entrevistas feitas pela revista Veja, e por sites esportivos como ESPN, e até o jornal como o Lance sobre o porquê de manter jogos com apenas uma torcida se essa medida não tem eficácia satisfatória. Foram utilizadas entrevistas com diversos torcedores. Com a análise de conteúdo das revistas, estudo de caso sobre o posicionamento dos autores, podemos compreender que as torcidas organizadas não são somente um grupo estereotipado em vandalismo e agressão, mas sim personagens importantes nos eventos esportivos e que garantem festa e grande demonstração de amor ao futebol e ao clube.
RESULTADOS
Torcida única: é uma medida “cosmética”, “ineficiente” e de “palanque”, segundo o professor Flávio de Campos Professor do departamento de história da USP (Universidade de São Paulo), Flávio de Campos, 56 anos, que coordena o laboratório de pesquisas do Ludens (Núcleo Interdisciplinar de Estudos sobre Futebol e Modalidades Lúdicas).
Desde 4 de abril de 2016, os clássicos paulistas estão sendo realizados com torcida única. Somente a torcida do clube mandante pode acompanhar os jogos no estádio.
Após a morte de um homem que não estava envolvido na confusão entre as torcidas de Palmeiras e Corinthians, o Ministério Público de São Paulo optou por essa medida para tentar intervir e evitar novos ataques entre torcedores rivais. A ideia de proibir torcedores visitantes a frequentarem jogos no estádio do rival foi uma das primeiras medidas da Secretaria de Segurança Pública no Estado de São Paulo.
A torcida única aparentemente impede que haja confrontos no interior dos estádios, que só vai ocorrer quando houver uma incompetência dos organizadores ou da Polícia