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2. APRESENTAÇÃO
from A INFLUÊNCIA DAS REDES SOCIAIS NO PROCESSO DE CONSUMISMO DA SOCIEDADE E SEUS IMPACTOS NO MEIO AMBIEN
by Rede Código
realmente precisamos. Pois por mais que ainda estejamos adquirindo produtos/serviços que se preocupam com o planeta, se ainda estivermos consumindo em exageradas escalas e sem uma necessidade específica, ainda sim, isso é consumismo. O que deve ser levado em conta na hora em que estivermos nas redes sociais e nos depararmos com anúncios com propostas imperdíveis, é criar o hábito de se perguntar se aquilo é realmente necessário e, caso seja, buscar saber como a marca se porta com as questões ambientais.
2. APRESENTAÇÃO
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A justificativa deste projeto firma-se nas severas mudanças que o meio ambiente vem enfrentando nos últimos anos. É fato que o meio ambiente sofre com as escolhas da humanidade há anos, porém, agora não estamos apenas sabendo, estamos sofrendo também. Este artigo partiu da reflexão sobre o documentário Minimalism: A Documentary About The Importante Things3 que assisti há alguns anos atrás, mas que despertou em mim a vontade e a busca por alternativas melhores para todos e o questionamento sobre o potencial que as minhas escolhas podem impactar no meio onde vivo. E que não precisa de muito, mas o suficiente para viver bem e fazer o planeta contente A ausência e escassez de alguns elementos da flora e fauna do planeta Terra afeta diretamente na saúde do nosso planeta e, consequentemente, na nossa. Cada vez mais, percebe-se que as ações humanas provocam impactos grandiosos em um curto período de tempo no meio onde eu vivo, seja em lixo ou consumo desnecessário. A internet nos abre muitos caminhos para a informação, conhecimento e atualização, contudo, nos abre caminhos dos quais nem sabíamos que precisávamos, nos influenciando muitas vezes a comprar e consumir algo que nós não precisamos. A partir disso, o consumo desenfreado acarreta diversos impactos ecológicos para o nosso ambiente. Infelizmente, não são todos que se preocupam e prezam pelo meio em que vivem. Como fazemos parte de uma sociedade, que vive em conjunto, nada mais justo do que compartilhar algo que faça bem para todos, incluindo o que nos cerca.
3 Em português Minimalismo: um documentário sobre as coisas importantes. Disponível na Netflix, o documentário de 1 hora e 18 minutos conta a história de dois homens pioneiros no movimento minimalista no mundo. Mostrando um pouco do que fazem e do pouco – mas, suficiente – do que têm. Abordando sempre a questão: menos é mais?
Uma pesquisa aprofundada no tema, traz credibilidade, visibilidade e gera questionamentos sobre o tema, que é tão vultuoso. Algo que está 100% interligado a nós deve ser falado e propagado. De acordo com um relatório feito pelo We Are Social e Hootsuite em janeiro de 2021, existem cerca de 4,66 bilhões de usuários de Internet. Considerada uma estimativa de julho de 2020, esse número equivale a mais da metade do mundo conectado, 4já que a estimativa apontou que população mundial era de 7,8 bilhões de pessoas. Contudo, ainda sim, milhares de pessoas ainda não têm acesso e isso é prejudicial. A internet permite que saibamos de coisas que estão além do nosso limite geográfico sem sairmos de casa, na maioria das vezes, na palma de nossas mãos. Por causa disso e por conta da contribuição das redes sociais, somos inseridos em universos completamente diferentes do nosso, nos possibilitando absorver informações novas todos os dias em questão de minutos. É por meio da internet e do apoio das redes sociais que muitas vezes ficamos sabendo do descongelamento das geleiras na Antártida, sobre os maus tratos de animais domésticos, sobre as queimadas nas florestas que preenchem os biomas do nosso planeta e tantas outras coisas, e em vários desses momentos, podemos ajudar participando de petições e vaquinhas online sem sair de casa. São nessas mesmas situações que constantemente vemos notícias de como os nossos mares, rios e praias estão poluídos e o quanto tudo isso é culpa da humanidade.
Infelizmente, no Brasil, não temos ensinamentos tão sólidos que possam nos elucidar a importância de cuidar do meio onde vivemos e de explicar a consequência do nosso consumo nos nossos oceanos, por exemplo. Logo, quando adultos, vivemos com muitos hábitos enraizados e não saudáveis. É isso que Débora Kraemer e Jorge Nogueira trazem como problemática em seu artigo científico “A conscientização na infância para a preservação ambiental”. Há ensinamentos de não jogar lixo no chão, em janelas, preservar a natureza etc, porém, isso ainda continua acontecendo mesmo sendo ensinado e isso acaba acontecendo muito provavelmente por causa dos valores familiares que as crianças têm em casa junto com o confronto de suas atitudes.
As redes sociais servem para nos entreter, divertir e nos informar, mas também possuem um grande potencial de influência, visto que as marcas investem de forma imponente na divulgação de seus produtos e serviços através do Instagram, Facebook e YouTube.
4 Da redação. Número de usuários de Internet no mundo chega aos 4,66 bilhões. Isto É Dinheiro, 2021. Disponível em: <https://www.istoedinheiro.com.br/numero-de-usuarios-de-internet-no-mundo-chega-aos466-bilhoes/> Acesso em: 16 de mai. de 2021
Os influenciadores digitais conseguem alcançar grandes proporções para as marcas, pois as pessoas que o seguem fazem isso porque têm algo em comum com aquele influenciador. Seja por gostar do conteúdo que ele produz, por se identificar com a história de vida dele ou até mesmo por gostar das dicas que ele traz. Dessa maneira, o que aquele influenciador fala, explica e apresenta, chega de forma muito mais agradável ao público que já o segue, pois eles já estão acostumados com a maneira que ele se comunica e isso faz com que eles se interessem muito mais pelo produto/serviço porque dão credibilidade aquele influenciador. Um estudo feito pela empresa MindMiners em 2019 apontou que 41% dos respondentes já compraram alguma coisa por causa de algum influenciador. Além disso, 22% das pessoas que foram influenciadas fizeram compras pelo Instagram e “o estudo mostra que 51% das pessoas que compram com base na recomendação dos criadores de conteúdo online, fazem isso em lojas físicas.” Essa divulgação acaba se tornando tão orgânica, que é quase imperceptível. Constantemente podemos observar que muitas pessoas compram e adquirem serviços por conta da influência que sofreram em alguma rede social. Muitas dessas vezes, as pessoas acabam comprando algo que não estão necessariamente precisando, compram por influência mesmo do anúncio, da publicidade e do que o influenciador divulga. Rosana Santos e Camila Menotti abordaram melhor isso no trecho:
Somos consumidores todas as vezes que compramos algo. No entanto, precisamos diferenciar consumo de consumismo. No consumo o ato de comprar está diretamente relacionado à necessidade, enquanto no consumismo compram-se produtos sem utilidade imediata. (SANTOS; MENOTTI, 2014)
Continuamente consumimos conteúdos e produtos que, talvez, há dois dias atrás não fazíamos a menor ideia de que existia, e diante disso, compramos coisas que nem estávamos precisando. Observando esse ciclo, podemos perceber que existe uma consequência: o acúmulo de lixo que é gerado. O tanto de embalagens plásticas que, provavelmente, não estaremos vivos para presenciar sua reciclagem total até voltar para o consumo novamente. Existem várias teorias que tentam explicar o comportamento psicológico dos consumidores. Porém, todas elas partem do mesmo ponto: onde o ato de compra é estimulado por alguma motivação que passa a atender uma necessidade e que dessa forma, desperta um desejo, o qual será atendido de forma específica, determinada pelas preferências, que estarão diretamente relacionadas ao autoconceito (DIAS, 2003).
O meio onde vivemos, o planeta Terra, produz incontáveis matérias-primas para a fabricação de produtos indispensáveis – ou não – no dia a dia da humanidade, porém, grande
parte dessas matérias-primas são esgotáveis. E sem um consumo consciente, esses elementos têm suas vidas úteis perto de se esvair. Ainda em 2001, hoje, professor e doutor Antônio Jânio Fernandes discorreu sobre essa questão em seu mestrado: Um estudo, a partir de uma perspectiva ecológica, vai identificar que se mudado o modelo de desenvolvimento que a sociedade moderna implementou, a natureza dispõe de um processo de estruturaçãoreestruturação organizativa que potencializa a existência da vida sobre a terra. Ao contrário, mantido o ritmo e a velocidade de produção e consumo, os limites da vida estão por um fio. (FERNANDES, 201, p. 15)
As riquezas naturais precisam de tempo para se renovarem e darem bons e qualitativos resultados num futuro mais próximo, com um consumo desenfreado que mais tarde se desencadeia em consumismo, esses elementos naturais começam a produzir cada vez mais com menos força e intensidade, até que em um certo momento, não possui nem mais fontes para prosseguir com sua vida útil no planeta. Isso, em pouco tempo, trará diversos problemas geográficos e de saúde para nós e para todos os outros seres vivos que nos rodeiam. Em certa parte do artigo científico: Consumo e meio ambiente: principais efeitos do consumismo no meio ambiente natural do Brasil, André Brandão diz: O capitalismo visa atender aos desejos do consumidor, e movimentar a circulação do capital e mercadorias, contudo, o anseio em adquirir cada vez mais produtos, muitas vezes desnecessários, como meio de realização pessoal acarreta prejuízos financeiros para o consumidor, e quando esse consumo não é feito de forma sustentável ocasiona também riscos para o meio ambiente. (BRANDÃO, 2015)
O ponto onde essa pesquisa quer chegar é: o nosso consumo desenfreado e sem critérios desencadeia diversos, senão milhões, de problemas para o nosso planeta, e isso, mais cedo ou mais tarde, impactará duramente na nossa vida útil na Terra. Explorar como as redes sociais podem através de seus diversos mecanismos, influenciar pessoas a comprarem e adquirirem serviços. Sabendo que muitas vezes esses produtos/serviços não são necessários. Induzindo inconscientemente ao público que aquele produto é o que uma pessoa precisa naquele momento. Caso a pessoa seja realmente influenciada pela publicidade, pesquisar quem é a marca e se conscientizar sobre quais malefícios aquele produto traz ao meio ambiente quando é produzido e quais são os que ainda podem ser causados usando e usufruindo é o ideal na hora da compra/aquisição.
Mas infelizmente, isso não é o que ocorre no ato da compra. Por ficar tão encantado com o que aquele serviço/produto pode proporcionar, as pessoas acabam não se importando com o que está por traz, apenas no prazer que terão ao obter. O ato de induzir subjaz a duas situações antagônicas. A primeira deveria levar o indivíduo a duvidar e a refletir sobre o que se apresenta. Na segunda, o indivíduo sequer se dá conta que foi induzido, pois é levado a sentir-se como um “ser” livre dentro da sociedade consumista. [...]
Quando se passa para este âmbito, os indivíduos perdem o controle do que precisam e deixam de ser os autores, protagonistas, os produtores dos meios que lhes dão sentido e significado. As funções passam a ser ditadas por uma forma pensante coletiva, a sociedade. (FERNANDES, p. 27, 2001)
Por trás dessa situação, o meio ambiente se torna refém de atitudes não-conscientes da humanidade. Sofrendo com a exploração de recursos naturais e velocidade no processo de matéria-prima, conduzindo tudo isso para o enfraquecimento do solo e de outros elementos que também são usados para a produção. Gonzalez (2018), jornalista, diz: "Consequentemente, como nada é produzido sem que haja alguém para comprar, podemos responsabilizar não só a produção, como o consumo.” Além desse grave fator, há também a questão do lixo. Quanto mais compramos, mais lixo geramos e mais isso consome e defrauda o planeta. Por nem todos terem a consciência de reciclar e jogar o lixo no lixo, isso acaba resultando em praias, rios, lagos, praças e tantos outros lugares, tomados pelo lixo. O desígnio desta pesquisa é apontar como as pessoas podem estar sendo influenciadas pelo o que vêm nas redes sociais a fazer e deixar de fazer; comprar e deixar de comprar; e adquirir e deixar de adquirir algo que possa prejudicar ainda mais o nosso meio ambiente, e como sequela dessas atitudes, nos prejudicar. Explorar como as redes sociais podem, através de seus diversos mecanismos, influenciar pessoas a comprarem e adquirirem serviços. Sabendo que muitas vezes esses produtos/serviços não são necessários. Induzindo inconscientemente ao público que aquele produto é o que uma pessoa precisa naquele momento. Através deste trabalho e da materialização do projeto experimental, foi possível evidenciar ainda mais o que vivemos: o enorme impacto ambiental negativo que estamos presenciando causados por conta das nossas escolhas e atitudes, e o quanto as redes sociais podem nos ajudar influenciando a consumir pressurosamente e sem cautela. Lamentavelmente, não podemos reverter todos os danos que já causamos ao meio ambiente, mas podemos nos atentar para o que podemos fazer para prolongar o tempo de vida útil do que nos cerca.
Trazer a memória a consciência de que há vida ao nosso redor, há seres vivos e elementos naturais que podemos não ver a olho nu, mas sem eles a nossa saúde e a do meio ambiente não seriam boas como ainda são. Nossa vida não depende apenas de nossa saúde física e emocional, vai muito além disso. Vivemos num planeta complexo, cheio de camadas, especificações, seres dos mais variados possíveis, espécies que ainda nem temos o conhecimento de que existem e tudo isso contribui para a nossa vida. As redes sociais nos possibilitam infinitas formas de nos satisfazer, seja conversando com alguém que está do outro lado mundo, proporcionando pedir comida sem sair de casa e até conhecer lugares que nunca pisamos. Contudo, devemos nos atentar aos hábitos que estamos criando e perceber no que estamos encaminhando nossas escolhas. Instagram, Facebook, Youtube, Twitter, Pinterest entre outras, nos trazem diversos conteúdos produzidos por diversas e diferentes pessoas e marcas, e isso é ótimo. Podemos usá-las para ampliar nosso conhecimento cultural e nos inteirar dos assuntos mais falados do momento. Todavia, carecemos de criar o hábito de pesquisar e nos atentarmos ao marketing daquele devido produto/serviço. Pesquisar antes de sermos influenciados (comprarmos aquilo que estão divulgando), saber o que a pessoa/marca visa para ela em si e para o meio ambiente e se ela contribui com as causas de algum dos ODS5 da ONU. A conscientização seguida da ação precisa ser imediata. Ser influenciado não é sinônimo de fraqueza ou algo parecido, no entanto, quando estamos em posição de consumidores, nos deixamos ser influenciados por uma boa explicação, a famosa “lábia”, e não vemos nada além daquilo que nos apresentam, nos colocamos em uma posição de vulnerabilidade, pois nos tornamos vulneráveis aquilo que aquela aquisição pode nos proporcionar e em grande parte das vezes, não calculamos a proporção que aquilo pode causar ao meio onde vivemos.
Tudo é integralmente conectado, nossas escolhas impactam no meio onde vivemos, tanto na sociedade quanto no meio ambiente em si. Pensar primeiramente antes de comprar se aquilo realmente é necessário e em segundo momento, caso seja, pensar nas possibilidades que aquele produto causará no meio ambiente e/ou que já vem causando por conta de sua produção. [...] é necessário, portanto, compreender os comportamentos dos atores sociais (no caso, os consumidores) e explicar de que modo seus comportamentos individuais geram ou não os fenômenos macroscópicos que estamos investigando (no caso, a melhoria ambiental e a reconstrução do espaço público). (PORTILHO, 2018)
5 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Orientação dada aos 193 países membros da ONU, com o intuito de conscientizar esses países a ajudar a diminuir ou até mesmo erradicar algum dos 17 problemas mais contínuos do nosso planeta.
Em 2019, no Fórum Econômico Mundial que aconteceu na Suíça, vários especialistas de entidades diferentes se reuniram para falar do tema ‘poluição’, em um momento da conversa, o CEO e fundador da TerraCycle, Tom Szaky, diz: “A sociedade se acostumou a querer produtos simples e baratos. É preciso resistir a esse tipo de compra”. Muitas vezes a promoção do produto nos motiva a comprar. Szaky continuou: “As pessoas devem ser responsáveis pelo que compram.” Essa questão se trata de hábito, pesquisar antes de clicar em “Fechar Pedido”. Um hábito pequeno como esse pode ajudar muito o consumismo em nosso país, ajuda a nos conscientizar e conscientizar as pessoas ao nosso redor, podendo inverter a situação de: influenciador digital influencia os seguidores; para: indivíduo influencia sua comunidade e, assim, gerar uma cadeia de influência consciente.
As escolhas de compra podem, sim, acarretar problemas para o meio ambiente, se continuarmos pensando em apenas satisfazer nossas vontades, nunca olharemos para o lado. E é por causa desse ciclo que vem de muitos anos que chegamos onde chegamos. Podemos não sentir tanto o impacto de uma escolha consciente que fazemos hoje, mas precisamos dar o primeiro passo. Precisamos recuperar o tempo que perdemos nos importando com as nossas vontades, precisamos atender imediatamente ao grito de socorro do nosso planeta. Existem diversos motivos que provocam ou provocaram problemas no nosso meio ambiente. Seja as drásticas mudanças climáticas, aquecimento global, desmatamento, queimadas etc. Muitos, senão a maioria desses problemas são irreversíveis. Por causa disso, viemos sofrendo por conta de todos esses fatores e, quanto mais provocarmos tragédias ambientais, mais diminuiremos a nossa permanência na Terra. Se continuarmos com esse ritmo frenético de produção, nossas florestas, mares e seres vivos não conseguirão se estruturar para substantificar novos “frutos”. Carecemos em rever conceitos sobre sustentabilidade, que vai muito além de reciclar o lixo. Sustentabilidade está muito mais ligada às escolhas que optamos ou não fazer e que não impactam só a nós mesmos, mas a todos. Sustentabilidade é um conjunto que faz acontecer. Por exemplo, até quando vamos ignorar o fato de que espécies estão se extinguindo e que daqui a alguns anos não teremos mais a divisão natural das estações do ano? A mudança precisa vir de nós de imediato. Ainda no Fórum Econômico Mundial, Yi Hsin Cathy Chen diz: “As pessoas precisam se preocupar com os problemas do mundo o quanto antes”. Ele, que por sua vez, liga jovens para lutar contra a poluição nos oceanos, em parceria com o governo canadense.