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2 PROJETO

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REFERÊNCIAS

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2 - PROJETO

O Virtual do Real é um documentário/docudrama do tipo expositivo e performático produzido pela produtora Tarantinos no 5º semestre do curso de RTVI da Universidade Cruzeiro do Sul. O documentário tem uma duração de 15 minutos aproximadamente e não conta com nenhuma gravação externa, visto o momento que vivemos devido a pandemia.

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Nossa temática tem relação com as redes sociais – mais precisamente o Instagram que é uma plataforma na qual usuários podem compartilhar fotos e vídeos de maneira gratuita e online, um dos diferenciais do Instagram é o uso de filtros. O Instagram diferente de outras redes sociais, pois se foca apenas na imagem (foto e vídeo) e por conta disso há a questão das imagens e representação da realidade (que é geralmente distorcida ou alterada). A partir desse primeiro pressuposto nos baseamos também no livro “O Show do Eu” que estabelece uma relação de como nos apresentamos como pessoa para outras pessoas na internet e também como nos comportamos com a evolução midiática, e posteriormente utilizamos como embasamento outros artigos, livros (como o Pandemídia, por exemplo) e pesquisas sobre o assunto.

Como estamos mais reclusos visto o momento de pandemia e a partir de nossas pesquisas, foi possível observar que o acesso à internet e principalmente às redes sociais (já que não podemos nos reunir presencialmente) aumentou significativamente e isso também impactou o Instagram que segundo o jornal Monitor Mercantil cresceu 31% na pandemia.

Nosso objetivo não é passar o Instagram como um vilão e sim alertar que o que o torna benéfico ou maléfico é justamente seu uso. Como o documentário é a visão do documentarista, neste documentário dirigido por Alexandre Henrique, temos essa dualidade do Instagram – de um lado uma ferramenta de trabalho ou mesmo distração, comunicação e interação para alguns e do outro lado uma plataforma que pode despertar sentimentos negativos em outros usuários. Como várias coisas na vida apresentam uma dualidade, o Instagram não ficaria de fora. E adicionado o fato de que o uso da

rede social aumentou significativamente nesse período de isolamento, acreditamos que esse é o momento para fazer esta abordagem do tema.

Em relação aos convidados, entrevistamos uma influencer do Instagram que já trabalha como influenciadora digital já faz um tempo, outra que começou o trabalho de influenciadora na pandemia (e segundo um artigo publicado pela Publish News, intitulado Mídias Sociais em Tempos de Pandemia escrito por Maju Alves, houve um aumento do engajamento nas redes sociais, da parte do público), convidamos também um criador de filtros do Instagram e por último, duas moças que não trabalham com o Instagram, mas usam a plataforma apenas para entretenimento. Como queríamos também diferentes pontos de vista – tanto de quem trabalha com a plataforma como de quem apenas utiliza, montamos assim a nossa escolha.

A escolha de ser também um docudrama partiu pelas seguintes razões: a primeira por estarmos em um período de isolamento que nos restringe de realizar gravações externas fazendo-nos optar que as cenas de transições fossem todas gravadas em nossas respectivas casas, a segunda pela nossa influência da série documental “Dilema das Redes”, nesta série é possível ver algumas dramatizações que ilustram o tema, mas não interferem no mesmo.

TIPO DE DOCUMENTÁRIO

Documentário é um gênero fílmico e/ou televisivo, que segundo a roda dos gêneros de Aronchi está dentro da categoria Informação, enquanto o gênero Docudrama se encontra na categoria entretenimento.

Segundo Bill Nichols em seu livro “Introdução ao Documentário” há seis subgêneros/tipos de documentário, que são: expositivo, observativo, participativo, performático, poético e observativo.

“Cada documentário tem sua voz distinta. Como toda voz que fala, a voz fílmica tem um estilo ou uma “natureza” própria, que funciona como uma assinatura ou impressão digital.” (NICHOLS, 2001, p. 135).

O nosso documentário é expositivo e performático. Expositivo pois nesse tipo de documentário há a representação da realidade com objetividade, há a presença da voz de Deus ou voz over (que geralmente é imparcial, não sendo tendenciosa nem apresentando parcialidade), trazendo a idéia de onisciência. As imagens trazidas neste subgênero documental são escolhidas para evidenciar a narrativa, mas não sendo elas (as imagens) jamais superiores à narrativa. Como neste tipo de documentário temos uma questão mais didática, afinal é um subgênero muito usado em documentários de cunho científico, optamos por mesclar dois subgêneros e assim não deixar excessivamente didático. Neste tipo de documentário a pesquisa também é um ponto muito forte, visto que há muita argumentação no modo expositivo.

Nosso documentário é também performático, pois este tipo de documentário tem a característica de enfatizar os relatos de vida e de experiência das personagens e enfatiza também as características únicas

“(...) O modo expositivo dirige-se ao espectador diretamente, com legendas ou vozes que propõem uma perspectiva, expõem um argumento ou recontam a historia. Os filmes desse modo adotam o comentário com voz de Deus (o orador e ouvido, mas jamais visto) (...)” (NICHOLS, 2001, p. 142).

destas personagens. Há também uma preocupação estética nessa categorial documental, pois utiliza técnicas cinematográficas. Outra característica desse subgênero documental é a presença do fator sentimental nos relatos, misturando assim o imaginário e o real, não tendo uma grande preocupação com a lógica da narrativa. O ponto negativo do tipo performático é que por ser direcionado na maior parte do tempo pelos relatos/ depoimentos, o objetivo ao decorrer do projeto documental pode se dispersar um pouco.

“O documentário performático sublinha a complexidade de nosso conhecimento do mundo ao enfatizar suas dimensões subjetivas e afetivas. (...) Os filmes performáticos dão ainda mais ênfase as características subjetivas da experiência e da memória, que se afastam do relato objetivo” . (NICHOLS, 2001, p. 169 -170)

Dessa forma, nosso documentário é híbrido. O expositivo vem com a voz over, as imagens/ cenas foram escolhidas para evidenciar a narrativa, há uma certa objetividade para apresentar a realidade, entretanto como é um estilo muito didático e queríamos também um fator sentimental, com depoimentos e relatos, escolhemos também o performático. Escolhemos este tipo de documentário (performático) para contrastar um pouco com o expositivo e porque grande parte da nossa narrativa é composta por relatos, intercalando assim a narrativa com depoimentos e narrações (voz over).

TÍTULO DO DOCUMENTÁRIO

Ao pesquisarmos a etimologia da palavra virtual achamos vários significados, dentro eles: No dicionário Michaelis virtual é descrito como existente como possibilidade, sem efeito real; E no dicionário Oxford Languages uma das definições é que constitui uma simulação criada por meios eletrônicos.

Dessa forma o virtual seria uma realidade criada pelos meios eletrônicos, entretanto por meio do crescente acesso às redes sociais, este virtual que seria “sem efeito real”, acaba impactando nosso dia-a-dia, nos fazendo questionar se realmente não tem efeito no real.

Por isso o título “O virtual do real” foi pensado em que como o Instagram é conhecido por ser um aplicativo de compartilhamento de imagens, e partindo do pressuposto que as imagens não são reais, mas sim uma representação da realidade, e que estas imagens apresentadas são alteradas/modificadas/ manipuladas, muitos de seus consumidores olham o conteúdo do Instagram como a realidade puramente dita, e não como uma representação da realidade.

Essa lógica informacional, dependente das imagens, foi absorvida pela sociedade inaugurando o que seria um novo status da imagem, transformando-as em artefatos comunicacionais de natureza diversa e passível de vários significados. Tal fato é ampliado em um momento como este que vivemos, em que, as redes sociais e as plataformas digitais se apresentam como um catalisador de percepções, gerando sensações de que o mundo se estende para além daquilo com que se pode relacionar presencialmente. (OLIVEIRA; SQUAIELLA, 2020, p.212).

A partir do capítulo das duas autoras sobre essa sensação de realidade e de percepção do mundo se estender muito além do que entendemos como presencialmente e também do que conhecemos como realidade, daí surgiu o título “O virtual do Real” que é uma realidade virtual que se alimenta da presencial, porém se estende dela.

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