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2.6 – CRISE CLIMÁTICA

Autor: Clima de Eleição

2.6.1) Dando o papo

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Não queremos te assustar, mas, égua, é fato: estamos vivendo uma crise de dimensões globais e sem precedentes: a crise climática! A crise climática existe, é real e é provocada pelas atividades econômicas que se desenvolvem sem o respeito à natureza. Esse crescimento tem raízes no uso insustentável dos bens comuns (água, solo, florestas, minerais), na desigualdade social e no individualismo. Tudo isso misturado é uma panela de pressão que coloca em risco não só as condições ambientais que sustentam a vida no nosso planeta hoje, como também as condições sociais para a garantia de uma vida humana digna no futuro. Sobre o tema há quatro fatos que precisamos considerar:

• A crise climática é real e as atividades humanas são a sua principal causa; • A concentração de gases de efeito estufa na atmosfera estão diretamente ligados à temperatura média da terra; • Essa concentração está aumentando com a temperatura média global desde a Revolução Industrial; • O gás de efeito estufa mais abundante (2/3 dos gases de efeito estufa presentes na atmosfera), o dióxido de carbono (CO₂), é produzido em grande parte pela queima de combustíveis fósseis.

Os impactos gerados pelas mudanças climáticas são múltiplos, podem ser ambientais, sociais e/ou econômicos. Alguns exemplos disso são:

• As mudanças no padrão das chuvas; • O aumento das tempestades tropicais; • O aumento do nível do mar (com erosão de áreas costeiras); • O aumento das condições que geram queimadas mais frequentes das florestas; • A extinção de espécies da fauna e flora; • A perda da produtividade agrícola; • A diminuição da quantidade de peixes; • O aumento de doenças tropicais; • Migrações forçadas; • Aumento de conflitos sociais por uso de bens comuns.

E tu, jovem? Tu consegues perceber alguns desses impactos já acontecendo onde tu moras? Existem várias soluções para combatermos as mudanças climáticas. Em geral, essas estratégias são divididas em dois caminhos: Mitigação e Adaptação. A Mitigação são ações que têm como objetivo diminuir as emissões de gases de efeito estufa produzidos pelas atividades humanas. Para reduzir o efeito estufa podemos diminuir o uso de energia elétrica e quando possível, investir em energias limpas como a solar e a eólica . Adaptação é o conjunto de ações para adequar o mundo à realidade da crise climática. Preparar encostas para evitar deslizamentos, plantio de vegetação nativa em áreas costeiras e políticas educacionais, são alguns exemplos para informar a população em como lidar com a crise climática. Muitas vezes adaptar também é voltar aos modos ancestrais de produção com baixo impacto, pouco uso de plástico e por aí vai...

Égua, e olha só, os manguezais amazônicos são superimportantes para o controle das mudanças climáticas. O estudo publicado na revista científica Biology Letters, mostrou que esses ecossistemas guardam uma ampla reserva de carbono e sua conservação é uma ação de mitigação das mudanças climáticas, além de terem um papel importante para proteção contra impactos e tempestades. Para mais informações sobre isso, acesse <https://bit.ly/3BpkGbj>.

Outro ponto importante é que as comunidades locais, indígenas, quilombolas e extrativistas, têm um grandioso papel na preservação da natureza e na luta contra as mudanças climáticas. No Brasil, de acordo com o Instituto Socioambiental (ISA, 2020), 80% do desmatamento na Amazônia Legal acontece fora das áreas protegidas (incluindo os territórios indígenas). Isso acontece porque nas unidades de conservação de uso sustentável os bens naturais são utilizados em harmonia com a natureza, sem colocar em risco os ecossistemas. A integração entre comunidade e natureza precisa ser cada vez mais valorizada na agenda climática. Ainda mais tendo em vista que esses locais são ameaçados e muitas vezes lutam contra a pressão de diversos setores como da agropecuária, pesca industrial, petróleo, mineração e projetos de infraestrutura. Para mais informações, acesse

<https://bit.ly/3lovKQ>.

Um dos fatores que mais impacta a crise climática é o modo de vida atual que não respeita nem a natureza e nem as pessoas, onde poucos se beneficiam enquanto outros padecem. Além disso, a mudança climática afeta desproporcionalmente certos indivíduos e grupos, por isso precisamos falar de raça e gênero, pois mulheres, pessoas negras, membros e membras da comunidade LGBTQIAP+, indígenas, dentre outros grupos marginalizados socialmente, acabam se tornando mais vulneráveis aos efeitos das mudanças climáticas.

2. 6.2) Te ligas nas referências! • Portal de Educação Climática do Ministério do

Meio Ambiente: http://educaclima.mma.gov.br

• O Amanhã Não Está à Venda (livro):

https://bit.ly/3j2Xfxt

2. 6.3) Te conectas com... • O Crime por trás das Mudanças Climáticas na

Amazônia: https://youtu.be/ru8iBR2SA6o

• Crise Climática – Greg News:

Assista em https://youtu.be/Zr5FjVga1Dw

• O Amanhã é Hoje:

https://www.oamanhaehoje.com.br/

• Vulnerabilidade às Mudanças Climáticas -

Portal de dados: https://bit.ly/3ajzfB9

2.6.4) Te apruma aí!

Os territórios extrativistas são grandes exemplos de como é possível viver com respeito à natureza, prosperando e garantindo a manutenção de um clima saudável. Para garantir que esses territórios permaneçam protegidos, as lideranças locais são essenciais e os jovens podem e devem ser os protagonistas! Nós, jovens, somos em geral mais conectados virtualmente, temos mais facilidade em inovar e de sermos mais criativos. Além disso, ainda temos mais facilidade em integrar redes de cooperação, e para selar tudo isso, somamos a maior parcela da população global. Com base nisso, é muito importante que as lideranças jovens ocupem os espaços de tomada de decisão e exijam que sua voz seja escutada, precisamos agir juntos e escutar todas as vozes! É preciso também agir nos territórios e reconhecer a importância do protagonismo das Reservas Extrativistas Marinhas na luta pela justiça climática. Isso pode ser feito de muitas formas e ler esse material já é um passo muito importante! Aqui deixamos algumas ideias para vocês:

• Valorize o saber da sua comunidade! Muitas das coisas que nossos avôs e avós, bisas e bisos faziam já tem uma sabedoria de cuidar da natureza. Muitos desses hábitos podem ajudar a conter a mudança climática. • Organize coletivos de jovens para a ação climática em sua comunidade e Resex. • Ocupe espaços de tomada de decisão. Sua perspectiva é importante e precisa estar representada como liderança jovem; • Buscar atores do governo e agentes públicos que levante a causa das mudanças climáticas nas prefeituras; • Unir-se com outras redes de juventude, se conectar com protagonistas da ação climática em cidades e territórios de todo o país. As organizações Engajamundo e Fridays for Future Brasil são ótimos lugares para começar.

Indígenas do Xingu fazem protesto em Brasília, durante coletiva da presidenta do Ibama, Marilene Ramos, sobre o enchimento do reservatório da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu impactando seus territórios (Marcello Casal Jr/Agência Brasil).

Égua, maninho e maninha, vá além e comece agora! Muita coisa pode e precisa ser feita e só tu e teu grupo entendem as principais necessidades e possibilidades do seu território. Tu és protagonista na construção de um futuro muito melhor do que as previsões indicam, a ação pelo clima é urgente e precisamos começar!

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