ERNESTO KLOTZEL TOMAS PRIETO
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AVIÃO
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© Ernesto Klotzel e Tomas Prieto Diretor editorial Marcelo Duarte
Projeto gráfico, diagramação e capa Alex Yamaki
Diretora comercial Patty Pachas
Preparação Fernanda Duarte Beatriz de Freitas Moreira
Diretora de projetos especiais Tatiana Fulas Coordenadora editorial Vanessa Sayuri Sawada Assistentes editoriais Juliana Paula de Souza Alice Vasques de Camargo Lucas Santiago Vilela
Revisão Ana Maria Barbosa Colaboração Rodrigo Burgarelli Impressão RR Donnelley
Assistentes de arte Alex Yamaki Daniel Argento
CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA FONTE SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ Almanaque do avião/ Ernesto Klotzel, Tomas Prieto. – São Paulo: Panda Books, 2013. 120 pp. ISBN: 978-85-7888-236-5 1. Aviões. 2. Curiosidades e maravilhas. 3. Almanaques. I. Prieto, Tomas. II.Título. 12-4222
CDD: 629.134 CDU: 629.7
2013 Todos os direitos reservados à Panda Books. Um selo da Editora Original Ltda. Rua Henrique Schaumann, 286, cj. 41 05413-010 – São Paulo – SP Tel./Fax: (11) 3088-8444 edoriginal@pandabooks.com.br www.pandabooks.com.br twitter.com/pandabooks Visite também nossa página no Facebook. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem a prévia autorização da Editora Original Ltda. A violação dos direitos autorais é crime estabelecido na Lei no 9.610/98 e punido pelo artigo 184 do Código Penal.
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SUMÁRIO Prefácio | 7
O início da aviação | 8 A era dos jatos | 28
A aviação comercial | 66
As finadas empresas aéreas brasileiras | 74
Por dentro do avião | 81 As viagens | 98
Termos da aviação |
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PREFÁCIO Curiosidade! Uma palavra interessante... e muito mais do que isso, pois impulsionados por ela quantos novos caminhos e resultados foram descobertos. Quantos produtos e serviços foram fabricados e desenvolvidos, iniciados por alguma curiosidade ou oportunidade! Funcionando como estímulo, a curiosidade abriu horizontes e coisas foram criadas no mundo, resultando no que hoje reconhecemos como conhecimento. E, ainda hoje, é a curiosidade que nos faz avançar, aprender e crescer. Mas, logo em seguida, vêm os sonhos que, sem eles, muito teria deixado de acontecer. E, importante, nasceram com a curiosidade e com as iniciativas dos pioneiros, entre eles, o nosso Santos Dumont que, em Paris de 1906, imaginou colocar um motor nos então planadores e acreditou que seria possível propelir os aviões e fazê-los voar por si só, abandonando os impulsos iniciais e as rampas de lançamento dos seus antecessores. Foi assim que nasceram os aviões de hoje e que, se olhados das perspectivas do passado, jamais poderiam existir. Foi a partir desses pontos que nasceu a ideia deste livro, e pensando na curiosidade que levou nossos antepassados a trazerem o avião para os dias de hoje. Imaginou-se que, chamando a atenção do leitor para os largos campos da curiosidade, seria possível ajudar a conduzi-lo pela estrada dos sonhos, da habilidade de construir futuros diferentes dos momentos atuais. Vamos ler este livro com os olhos voltados ao futuro. Ele nos traz curiosidades, mas pode trazer também iniciativas que, empreendidas, preencham espaços vazios nos gigantescos horizontes da humanidade para o futuro. A ninguém é negado o privilégio de ter boas ideias, de lutar para transformar a realidade, por difícil que seja quando olhado da partida. O impossível pode ser removido pela vontade, pela fé, pelo entusiasmo, alavancas fundamentais para que novos pontos de partida possam indicar caminhadas de sucesso. Assim, vamos prosseguir. Alguém já disse no passado: “Aqueles que acreditaram e avançaram estão tão distantes que jamais poderão ser alcançados!!!”. Sejamos um deles e ganhemos o sucesso!
OZIRES SILVA
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O INÍCIO DA AVIAÇÃO
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É quase certo que foi na China, há muito tempo, que o homem sentiu pela primeira vez a emoção de voar. Preso ao solo por cordas, para não ser levado com o vento, seu veículo voador seria uma pipa gigante, instrumento tradicional na China. Chineses, japoneses e coreanos utilizavam pipas em muitas ocasiões, como na sinalização para embarcações. Em tempos de guerra, colocavam fogos de artifício nas pipas para, à noite, assustar os inimigos. O explorador
Alexandre Graham Bell, inventor do telefone, também adorava pipas. Em 1905, com sua pipa gigante Frost King, elevou um amigo a dez metros, mantendo-o nessa altura por alguns minutos.
Marco Polo afirma, nos relatos de suas viagens pela Ásia, ter visto a tática dos chineses.
O PRIMEIRO BALÃO DE AR QUENTE
© Bibliothèque Nacionale de France
O
COMO TUDO COMEÇOU
Em 1783, os irmãos franceses Joseph e Jacques Montgolfier fizeram uma fogueira com um monte de palha para encher de ar quente um grande balão de papel e tecido que haviam construído. O balão subiu sem ninguém a bordo. Meses depois, repetiram o espetáculo junto ao Palácio de Versalhes, diante da família real da França. Dessa vez, um galo, um pato e um carneiro foram embarcados como passageiros. Os primeiros humanos a se elevar do solo em um balão de ar quente foram os franceses Marquês de Arlandes e Pilâtre de Rozier. Um mês depois, foi a vez da primeira ascensão em balão de hidrogênio, abrindo caminho para a febre do balonismo que tomou conta da Europa, principalmente da França.
O BALÃO DIRIGÍVEL Utilizando pela primeira vez um motor a combustão em um balão, Alberto Santos Dumont criou o balão dirigível. Ele construiu e pilotou dezenas de modelos, conquistando fama mundial pelo novo grau de controle dos balões, permitido pelo conjunto motor, hélice e leme. A intensidade e a direção do vento já não eram mais tão importantes. 9
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Em 1901, Santos Dumont criou o Dirigível no 6. Com ele, Dumont partiu do Parc D’Aerostation, do Aéro-Club de France, em Paris, contornou a Torre Eiffel e regressou ao ponto de partida em trinta minutos. O recorde, presenciado por milhares de entusiasmados parisienses, lhe
Dirigível no 6 – Após várias tentativas com cinco modelos anteriores, Dumont conquista o Prêmio Deutsch com este dirigível, que possuía 622 metros cúbicos e vinte cavalos.
valeu o prêmio de 100 mil francos, instituído por Henri Deutsche de la Meurthe, líder do Aéro-Club de France. Era, até então, a maior conquista do brasileiro que, em 1906, se tornaria um dos inventores do avião.
Longas viagens de balão A ideia de cruzar o Atlântico em um balão é do século XIX, mas foi concretizada somente em 1978, com o balão Double Eagle II. Já em 1999, Bertrand Piccard e Brian Jones deram a volta ao mundo no balão Breitling Orbiter 3, em 19 dias, 21 horas e 47 minutos. O primeiro voo solo do mesmo gênero foi realizado pelo norte-americano Steve Fossett em 2002.
O AVÔ DO AVIÃO MODERNO O homem ganhou altura e conquistou os céus obedecendo a uma ordem natural: primeiro, em balões de ar quente ou cheios de gás flutuando ao sabor dos ventos e, depois – com a descoberta dos motores a combustão –, em balões dirigíveis, que podiam ser plenamente controlados em voo. Após a invenção dos balões dirigíveis, foram projetados os primeiros planadores capazes de transportar um piloto.
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Esses aviões sem motor permitiam ao piloto se familiarizar com os controles de voo e estudar o comportamento das asas à cauda, incluindo a resistência da estrutura. Para ser inventado, o primeiro avião ainda esperava por um motor apropriado. Embora sem motor, os planadores têm todos os controles de um avião. Deslizando a baixa altura sobre dunas ou rebocados sobre terrenos planos ou mesmo rios, eles foram a melhor escola para os futuros
Os voos com planadores eram feitos sobre praias, onde geralmente o vento soprava forte, facilitando a decolagem. Uma equipe de terra auxiliava suspendendo o equipamento pela extremidade das asas, ou os empinava contra fortes ventos como se fossem pipas de grandes dimensões.
construtores e pilotos antes da Primeira Guerra Mundial.
O homem-pássaro de Berlim
Big Biplane – Além de modelos semelhantes a asas de aves, reproduzindo penas, Lilienthal criou modelos próximos a asas-deltas.
Otto Lilienthal sempre foi fascinado pelo voo dos pássaros, achando que eles eram a chave para o voo humano. Seus estudos o levaram a construir e a voar 16 modelos diferentes de asas planadoras. Com elas, Lilienthal realizou mais de duzentos voos, atingindo distâncias de até 350 metros. Eram voos a baixa altura, porém muito semelhantes aos dos praticantes do voo livre nas asas-deltas de hoje: ele só podia comandar e equilibrar sua asa deslocando o seu corpo. Suas experiências e anotações foram o ponto de partida para muitos estudiosos do voo.
Orville e Wilbur Wright, fabricantes de bicicletas da cidade de Dayton, Ohio (Estados Unidos), passaram a se interessar
© Cole & Co./Library of Congress
QUEM INVENTOU O AVIÃO?
pela aviação. Seu primeiro modelo de planador permitiu os testes iniciais de equilíbrio e controle que, mais tarde, levariam os irmãos a um avião propriamente dito. Wilbur e Orville escolheram as dunas de Kitty Hawk, próximo a uma vila isolada na Carolina do Norte, para seu programa de ensaios.
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Flyer – É o primeiro avião a voar, porém, para decolar, dependia de um trilho ou uma rampa de lançamento.
No dia 17 de dezembro de 1903, a armação em madeira e tela, batizada de Flyer, pilotada alternadamente por Wilbur e Orville Wright, elevou-se sobre as dunas, voou 59 segundos e pousou 260 metros à frente: o avião havia sido criado. Os voos foram realizados colocando o Flyer sobre um trenó que deslizava sobre trilhos impulsionado (além do motor) por uma espécie de catapulta, já que não possuía trem de pouso com rodas. Santos Dumont, que havia revolucionado o voo com balões, ainda continuou, por três anos, construindo © Centro Contemporâneo de Tecnologia/ Portal Domínio Público/ Ministério da Educação
e voando em balões inovadores. O 14-Bis de Dumont voou no Campo de Bagatelle, arredores de Paris, em 23 de outubro de 1906, cobrindo uma distância de cinquenta metros. Mas foi em 12 de novembro, com um voo de 220 metros, feito em 21,5 segundos, que se consagrou como coinventor do avião: seu 14-Bis, equipado com rodas, permitiu que decolasse por meios próprios, algo impossível para o Flyer dos Wright. Diante dos fatos, eles e Santos Dumont podem ser considerados autores do maravilhoso invento que mudou a face do mundo.
14-Bis – É o primeiro avião a decolar com meios próprios. Com a versão Oiseau de Proie III do 14-Bis, Dumond conquistou o recorde de distância da época percorrendo 220 metros em 21,5 segundos.
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O PRIMEIRO AVIÃO MODERNO É difícil acreditar que, passados menos de dois anos desde os primeiros voos do 14-Bis, Dumont pudesse surgir com o revolucionário Demoiselle, um avião de pequeno porte, muito leve e elegante, também chamado pelos franceses de Libelule (Libélula). Pode-se dizer que, mais que no 14-Bis que lhe conferiu fama mundial, Santos Dumont destilou todo o seu gênio criativo no Demoiselle, servindo de modelo para a indústria aeronáutica mundial no período anterior à Primeira Guerra Mundial: as asas na frente, a cauda atrás e a hélice de tração no nariz, e não de propulsão atrás do piloto, que voava sentado e não mais em pé ou deitado de barriga. Ali, já se estabelecia uma configuração a que o mundo se acostumou desde então. © Agence de Presse Meurisse/Bibliothèqu
Estima-se que cerca de quinhentos aviões desse modelo foram construídos – modificados ou não – no período pré-guerra, já que Dumont nunca pensou em patentear seu invento. A planta chegou a ser oferecida em 1910, por dois dólares, na revista norte-americana Popular Mechanics. Com apenas oito metros de comprimento e motor de pequena
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potência, construído em bambu ou madeira e revestido com seda japonesa, o Demoiselle reunia as características mais favoráveis de velocidade, pouso curto e facilidade de manobras. Muitos pilotos, inclusive o lendário ás da aviação francesa Roland Garros, aprenderam a voar na pequena aeronave. Durante muito tempo não existiu avião mais prático e versátil que o Demoiselle.
Demoiselle – O menor e mais barato avião de sua época. Foi criado por Santos Dumont com a intenção de popularizar a aviação e produzir em larga escala.
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Tomas Prieto Acompanhe essa impressionante evolução da aviação ao longo das duas Guerras Mundiais por meio de diversos modelos fabricados pelos países que participaram dos conflitos, com informações sobre quando eles entraram em serviço nas respectivas forças aéreas, quais funções operacionais exerciam, sua motorização, que tipo de armamento tinham, quantas unidades foram produzidas e muito mais. São mais de 340 aviões ricamente ilustrados.
AVIÕES DAS GRANDES GUERRAS
Menos de uma década após o primeiro voo de um avião motorizado, as aeronaves foram destacadas para uso militar na Primeira Guerra Mundial. O desenvolvimento dos aviões no período entreguerras impulsionou um incrível avanço tecnológico ao longo da Segunda Guerra, como a melhoria da fuselagem e da comunicação por rádio, a criação dos radares e dos superbombardeiros de longa distância e o surgimento dos primeiros caças a jato que mudaram a história da aeronáutica.
Tomas Prieto
A V I Õ E S DAS GRANDES GUERRAS Álbum ilustrado com mais de 340 aviões de combate da Primeira e Segunda Guerra Mundial
ISBN 978-85-7888-531-1
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A V I Õ E S DAS GRANDES GUERRAS Álbum ilustrado com mais de 340 aviões de combate da Primeira e Segunda Guerra Mundial
© Tomas Prieto Diretor editorial Marcelo Duarte
Projeto gráfico e capa Carolina Ferreira
Diretora comercial Patty Pachas
Diagramação Carla Almeida Freire
Diretora de projetos especiais Tatiana Fulas
Preparação Beatriz de Freitas Moreira Beto Furquim
Coordenadora editorial Vanessa Sayuri Sawada Assistentes editoriais Juliana Silva Mayara dos Santos Freitas
Revisão Camile Mendrot | AB Aeterno Impressão RR Donnelley
Assistente de arte Carolina Ferreira
CIP – BRASIL. CATALOGAÇÃO NA FONTE SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ Prieto, Tomas Aviões das Grandes Guerras / texto e ilustrações Tomas Prieto. – 1. ed. – São Paulo: Panda Books, 2015. 232 pp. ISBN 978-85-7888-531-1 1. Guerras. 2. Aviões. I. Título. 15-22740
CDD: 629 CDU: 629.7
2015 Todos os direitos reservados à Panda Books. Um selo da Editora Original Ltda. Rua Henrique Schaumann, 286, cj. 41 05413-010 – São Paulo – SP Tel./Fax: (11) 3088-8444 edoriginal@pandabooks.com.br www.pandabooks.com.br Visite também nosso Facebook, Instagram e Twitter. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem a prévia autorização da Editora Original Ltda. A violação dos direitos autorais é crime estabelecido na Lei n 9.610/98 e punido pelo artigo 184 do Código Penal.
Dedico este livro à minha mulher e aos meus filhos pelo apoio, incentivo e paciência. Agradeço a compreensão deles pelos meses em que me mantive em reclusão, quase monástica, dentro do cockpit imaginário do meu estúdio. Agora, com o projeto finalizado, desejo a todos voos cada vez mais altos em céu de brigadeiro.
INT RODUÇÃ O Quando se trata de aviação militar, poucas pessoas são indiferentes ao assunto, principalmente quando o enfoque é a participação do avião na Primeira e na Segunda Guerra Mundial, os dois maiores conflitos bélicos da história da humanidade. Desde criança a aviação sempre me atraiu, tornando-me um ávido consumidor de publicações sobre o tema, como revistas, livros e comics. No decorrer da minha carreira de ilustrador, tive a oportunidade de fazer inúmeros desenhos de aeronaves militares em voo ou em cenas de combates aéreos. Continuei desenhando-as a princípio apenas por hobby, mas depois de ter várias ilustrações finalizadas percebi que elas poderiam se transformar em um livro. Após um ano pesquisando e levantando boas referências sobre os principais aviões de combate construídos durante as duas Grandes Guerras, desenhei mais de 340 modelos para compor este livro. Nas ilustrações tentei respeitar ao máximo as características e detalhes de fuselagem, pintura, camuflagem, armamentos e insígnias de cada aeronave. Para montar uma sequência histórica, selecionei os países que construíram modelos próprios de aviões de caça e bombardeio e os organizei cronologicamente conforme a entrada por país em combate durante os dois conflitos. Em alguns casos considerei relevante incluir modelos de aviões pouco conhecidos – porém bastante curiosos –, que não conseguiram entrar em combate por terem sido construídos em número insuficiente ou porque ainda eram modelos de pré-produção quando suas fábricas foram destruídas ou ocupadas pelas forças inimigas ou porque houve o armistício dos países onde eram construídos. Também selecionei alguns modelos que foram desenvolvidos em países que se mantiveram neutros, como é o caso da Suécia, mas que tinham excelentes qualidades aeronáuticas.
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Neste livro, você terá a oportunidade de conhecer diversos modelos de aviões de combate que participaram em maior ou menor escala de ambos os conflitos, quando esses aviões voaram pela primeira vez, quando entraram em serviço nas respectivas forças aéreas, qual função operacional exerciam em combate, qual a motorização que os impulsionava, que tipo de armamento de ataque e autodefesa possuíam e quantas unidades foram produzidas. Ainda poderá conferir como foi o começo do uso militar do avião, que da simples função de observação aérea, menos de uma década depois do primeiro voo de um avião motorizado em 1906, passou a desempenhar funções de caça no combate aéreo, de ataque ao solo e bombardeio, a partir de 1914 na Primeira Guerra Mundial. Conhecerá a impressionante evolução dos projetos das aeronaves militares durante a Segunda Guerra Mundial, como o surgimento dos caças monoplanos construídos em metal, a entrada em serviço dos superbombardeiros estratégicos de longa distância e o surgimento dos primeiros caças a jato que mudariam a aviação do futuro. Esta obra ilustrada, que segue a tradição dos almanaques, apresenta um interessante panorama histórico dos dois grandes conflitos mundiais sob uma nova perspectiva – a da aviação militar. Um tema que me acompanha desde criança e que agora compartilho com você. Boa leitura! Tomas Prieto
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I MPÉRI O ALEMÃO AV IÕES DE COMBATE DA PRIM EIRA GUERRA MUNDIA L – 1 9 1 4 A 1 9 1 8 A Primeira Guerra Mundial foi o primeiro conflito militar do século XX travado em grande escala. Começou em 28 de julho de 1914 e durou até 11 de novembro de 1918. Os principais envolvidos no embate foram as grandes potências mundiais, organizadas em duas alianças opostas: os Aliados, com base na Tríplice Entente (Reino Unido, França e Império Russo), e os Impérios Centrais da Europa, originalmente Tríplice Aliança (Império Alemão, Império Austro-Húngaro e Itália). O enfrentamento dos países levou a uma reorganização dessas alianças, fazendo com que a Itália acabasse lutando ao lado da Tríplice Entente, e, depois disso, mais nações entraram em guerra. Assim, pela Tríplice Entente, além do Reino Unido, da França, do Império Russo e da Itália, também passaram a lutar Austrália, Nova Zelândia, Luxemburgo, Canadá, a colônia britânico-canadense Terra Nova, Índia Britânica, Rodésia do Sul, África do Sul, Estados Unidos, Japão, Sérvia, Bélgica, Grécia, Romênia, Países Baixos, Portugal, Brasil, Cuba e Costa Rica. Pelo lado dos Impérios Centrais da Europa, além do Império Alemão e do Império Austro-Húngaro, participaram da guerra o Império Turco-Otomano e a Bulgária. Durante a Primeira Guerra Mundial o avanço tecnológico aeronáutico começou a se consolidar rapidamente, considerando que o primeiro voo de um avião motorizado tinha acontecido menos de uma década antes – naquela época, a tecnologia para a construção do avião ainda estava engatinhando. O desafio, do ponto de vista militar, era transformar o avião em uma máquina de combate aéreo e ataque ao solo, deixando de ser apenas uma máquina voadora para simples observação, como era utilizado pelos militares. Para atender às solicitações dos Exércitos e das Marinhas de seus respectivos países de origem e de países aliados, era preciso transformar os projetos já existentes em aviões mais ágeis, rápidos e capazes de carregar armamentos, já que o objetivo era provocar a maior quantidade de baixas no lado inimigo. Para conseguir esse feito, os engenheiros e técnicos tiveram de desenvolver novas tecnologias, mesmo que limitados ao conhecimento e aos materiais existentes na época. Para os padrões de construção aeronáutica modernos, muitos dos projetos iniciais seriam considerados bizarros e com aerodinâmica questionável. Entre os erros e os acertos na verdadeira miscelânea de projetos que essa limitação acarretou, pode-se dizer que praticamente todas as tecnologias e os conceitos sobre voo que perduram até hoje foram fundamentados no decorrer daquela contenda mundial.
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RUMPLE-ETRICH “TAUBE” O Taube (“Pomba”, em alemão) foi o primeiro avião de combate construído na Alemanha. Era um monoplano desenvolvido no período anterior à Primeira Guerra, mas produzido e utilizado em massa pela Alemanha durante o conflito. Chamado pelos franceses de Avião Invisível devido às suas asas transparentes, praticamente não era percebido a 400 m de altitude, o que o qualificava para missões de observação.
AGO C.II Produzido em 1915 pela AGO (Aerowerke Gustav Otto), o AGO C.II era um avião de reconhecimento e observação, impulsionado por um motor Mercedes D.IV de oito cilindros em linha, refrigerado a água e com 217 hp de potência. Era armado com uma metralhadora Parabellum MG 14 de 7,92 mm. Foram produzidas 15 unidades apenas. 12
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PFALZ E.I Praticamente uma réplica do caça francês Morane-Saulnier H, era consideravelmente baixo e tinha o corpo e as pontas das asas retangulares. A tampa do motor era aberta em formato de ferradura e feita de alumínio. O Pfalz E.I era armado com uma metralhadora LMG 08/15 de calibre 7,92 mm, com mecanismo de sincronia de disparo através do arco da hélice.
FOKKER E.III Principal variante do caça monoplano alemão Fokker Eindecker, entrou em serviço a partir de dezembro de 1915. Era equipado com sincronizador, uma inovação revolucionária que mudou a face do combate aéreo. Com esse equipamento, era possível disparar uma metralhadora através de uma hélice girando sem danificá-la. Esse dispositivo melhorou drasticamente o desempenho da aeronave. O Fokker E.III também foi utilizado pelo Império Austro-Húngaro, pelo Império Otomano e pela Bulgária.
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AVIATIK BI Avião de reconhecimento aéreo em que o observador ficava sentado à frente do piloto, foi incorporado à Luftstreitkräfte em 1915. Usado também pelo Império Austro-Húngaro, era armado com duas metralhadoras montadas sobre trilhos em cada um dos lados da cabine do observador, o que favoreceu o ataque aos aviões inimigos. Versões posteriores foram produzidas em grandes quantidades. Era equipado com um motor Mercedes D.III de seis cilindros, refrigerado a água e com 160 hp de potência.
RUMPLER CI Biplano de reconhecimento, foi introduzido na Luftstreitkräfte em 1915. Foi uma das aeronaves de sua classe com carreira mais longa na guerra, aposentado da linha de frente somente no início de 1918. Era impulsionado por um motor Mercedes D.III de seis cilindros, com 160 hp de potência, e armado com uma metralhadora LMG 08/15 Spandau de 7,92 mm e uma metralhadora Parabellum MG 14 de 7,92 mm na traseira. Podia transportar 100 kg de bombas.
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L.V.G. CII Biplano de reconhecimento e bombardeio leve, entrou em serviço na Luftstreitkräfte em 1915 e foi o primeiro de asa fixa a bombardear Londres, em 28 de novembro do mesmo ano. O L.V.G. CII era impulsionado por um motor Mercedes D.III 119 kW com 160 hp de potência. Era armado com uma metralhadora Parabellum MG 13 de 7,92 mm e uma LMG 08/15 interna. Podia transportar 69 kg de bombas. Foram produzidas cerca de trezentas unidades.
FOKKER D.V Designação do Exército Alemão para o biplano Fokker M.22. Usado em combate entre dezembro de 1916 e julho de 1917, esse caça foi o último de uma série de biplanos Fokker geralmente insatisfatórios. Era motorizado com um Oberursel U.I de 110 hp de potência e armado com uma metralhadora LMG 08/15 de 7,92 mm. Também serviu no Império Austro-Húngaro. Sua produção total alcançou 216 unidades.
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Esta obra mapeia o período em que os Aliados finalmente interromperam o avanço do Eixo e passaram a ganhar terreno significativo durante a Segunda Guerra Mundial. O livro começa na Rússia, com a épica batalha por Stalingrado e o início do recuo alemão para o oeste, que terminaria em Berlim dois anos depois. Na África, a derrota do poderoso Afrika Korps de Rommel nas mãos do 8o Exército de Montgomery marca o começo do fim do Eixo no continente africano. No Extremo Oriente, a encarniçada batalha contra o Japão continua, mas dessa vez a balança pende a favor dos Aliados. E, na Europa continental, os Aliados finalmente fincam uma posição firme e se impõem com a invasão e subsequente rendição de uma das principais forças do Eixo – a Itália. O livro contém mais de 200 fotografias e 20 fac-símiles de documentos raros, entre eles:
ORDENS DO GENERAL MONTGOMERY PARA O TERCEIRO DIA DA SEGUNDA BATALHA DE EL-ALAMEIN. FOLHETO DE PROPAGANDA AÉREA DISTRIBUÍDO PARA AS FORÇAS ALEMÃS NA UNIÃO SOVIÉTICA NOS ÚLTIMOS MESES DA GUERRA. DESESPERADOS PEDIDOS DE AJUDA DE FUZILEIROS NAVAIS NORTE-AMERICANOS DURANTE A BATALHA PELO ATOL DE TARAWA. ORDEM Nº 189 PROMULGADA POR STALIN, QUE CONCLAMA O POVO PARA UMA LUTA PARTISAN CONTRA OS INVASORES ALEMÃES.
RICHARD OVERY é professor de história na Universidade de Exeter e autor de 17 livros sobre a Segunda Guerra Mundial. Ganhador do Prêmio Wolfson de História (2005) e do Prêmio Samuel Eliot Morison (2001). Ele contribui regularmente com os jornais The Independent, The Sunday Telegraph, Guardian e Literary Review.
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Design de capa: Russell Knowles
ISBN 978-85-7888-371-3
Foto de caixa: © Topfoto.co.uk; Tanque e infantaria em El-Alamein. Capa: © Imperial War Museum (E 18474); Infantaria britânica avança em El-Alamein, em 1942.
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Contracapa: © Imperial War Museum (A 17916); Divisão Highland desembarca na invasão da Sicília, em 1943. Impresso na China
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