Cartilha Mulher

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Cartilha Mulher


INSTITUTO CAMPINENSE DE ENSINO SUPERIOR LTDA Presidente Jânyo Janguiê Bezerra Diniz Vice-Presidente Joaldo Janguiê Bezerra Diniz UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA Reitora Maria Betânia de Carvalho Fidalgo Arroyo Pró-Reitor de Ensino José Wagner Cavalcante Muniz Pró- Reitora de Ensino Adjunta Fabíola Vilela Machado Pró-Reitor de Pesquisa, Pós-Graduação e Extensão Ana Maria Albuquerque Vasconcellos Núcleo de Responsabilidade Social Coordenação Regina Cleide Figueiredo da Silva Teixeira Equipe John Jairo Saldarriaga Ausique Rose Martins Tavares Elaboração Teórica Profª. Dra. Ana D' arc Azevedo Profª. Dra. Ana Maria Albuquerque Vasconcellos Profª. Dra. Maria Betânia de Carvalho Fidalgo Arroyo Profª. Dra. Regina Cleide Figueiredo da Silva Teixeira Profª. Dra. Rosália do Socorro da Silva Corrêa

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Nazaré Soeiro CRB2/ 961

362.7086 T266p

Teixeira, Regina Cleide; Arroyo, Maria Betânia Cartilha Mulher / Regina Cleide Figueiredo da Silva Teixeira.; Maria Betânia de Carvalho Fidalgo Arroyo – Belém, Universidade da Amazônia, 2020. 12 f.; 21 x 30 cm.

1. Violência contra à mulher. 2. Violência psicológica. 3. Relacionamento Abusivo. I. Título.


APRESENÇÃO

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A Mulher Pós-Moderna

VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER

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Definição de violência

7

Definição de violência contra a mulher

TIPOS DE VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER

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Violência Física

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Violência Psicológica

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Violência Sexual

9

Violência Moral

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Violência Patrimonial

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Cuide bem do seu amor

COMO SABER SE VIVE EM UM RELACIONAMENTO ABUSIVO Como sair de um relacionamento abusivo Por causa de você

TIPOS DE VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER Ciúme excessivo Controle Invasão de privacidade Afastamento de outras pessoas Chantagem Destruição da autoestima

ÍNDICE

Invalidação de sentimentos

12 15 16 17 17 17 17 18 18 18 19 19

Falta de diálogo sobre dinheiro

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Uso do dinheiro sem acordo conjunto

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Pegar, roubar ou destruir itens do outro

20

Usar os filhos em chantagens

20

Exigir relação sexual

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Ameaças

21

Violência Física

21

Feminicídio

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ONDE ENCONTAR APOIO

23

Pensamento de Abraham Maslow Faça o teste e veja se você está correndo risco

PALAVRAS FINAIS Referências consultadas

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O ato mais corajoso é pensar por você mesma. Em voz alta! Coco Chanel


Apresentação A Cartilha Mulher é uma construção idealizada e realizada por várias mulheres, que ao longo de sua formação, compreenderam o significado da palavra amor e respeito com relação as suas identidades construídas a partir do entendimento de que vivemos em um mundo, onde, tem a sua consolidação de valores, hábitos e costumes centrados em uma visão de mundo eminentemente sustentada pelo olhar dos homens.

Este olhar do homem foi o que levou a construção dos conceitos perpetuados em nossa sociedade com relação ao papel da mulher. Isso não significa que desde que o mundo existe, nós mulheres não buscamos ter a nossa presença na consolidação de valores, hábitos e costumes, ou seja, termos a nossa presença na área da ciência, educação, economia, artes, tecnologia e política. Temos exemplos na história brasileira de mulheres que foram vanguarda e abriram caminho para nós na atualidade estarmos ocupando o nosso papel nas mais diversas áreas do saber.

Vamos conhecer Patrícia Rehder Galvão – Pagu, jornalista, mulher precursora, musa modernista, militante política, incentivadora cultural. Primeira mulher presa no Brasil por motivos políticos, foi moderna e pós-moderna em sua obra e vida, à frente de seu tempo.


Outra mulher inspiradora foi Georgina de Albuquerque uma das precursoras da pintura impressionista no Brasil e a primeira mulher a pintar um quadro de temática histórica no país, e ainda foi a primeira diretora da Escola Nacional de Belas Artes.

Além de Patrícia Galvão e Georgina de Albuquerque, lembramos de outras grandes mulheres brasileiras como Anita Malfatti, Tarsila do Amaral, Djanira da Motta e Silva, Nair de Teffé, Carolina Maria de Jesus, entre tantas outras cujos destaques apontam para o reconhecimento inquestionável da competência-mulher, que revela de forma inconteste as conquistas de emancipação feminina nos campos intelectual, artístico, político bem como dos diversos segmentos no mundo diversificado do trabalho

Mas, apesar destas conquistas, temos perpassado por todo esse amadurecimento do papel da mulher na sociedade, por um estado de violência contra à mulher que deixa um rastro de dor, sofrimento e muitas vezes ausência de forças para se libertar do agressor. Este fato decorre muitas vezes nós nos negarmos a entender e aceitar que estamos em um relacionamento abusivo, apesar de nos considerarmos mulheres que diuturnamente buscamos o nosso lugar ao sol. Assim, a Cartilha Mulher tem como propósito evidenciar o que é essa violência diversificada contra a mulher, que tanto a constrange e maltrata, moral e fisicamente.


A Mulher Pós-Moderna

Regina Cleide Teixeira

A menina mulher que sonha em ser... Ser mulher do seu Mundo! Mundo comandado por valores... Valores estes que tentam dizer como a mulher deve agir. Agir como filha, esposa, mãe, dona de casa, profissional e ser uma mulher independente. Independente para gerir a sua vida como a mulher construto dos seus valores. Valores pautados na sua identidade, na sua fé e nas experiências percorridas ao longo da sua formação em MULHER. Mulher sonhadora, carinhosa, sensível, amorosa, fiel, guerreira, amiga, em suma, a mulher pósmoderna. Pós-moderna, Mulher, por ter que calar quando quer falar, sorrir quando quer chorar e pedir licença para entrar quando quer fazer uma entrada triunfante. Triunfante, é ser Mulher, neste mundo pós-moderno.


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VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER DEFINIÇÃO DE VIOLÊNCIA A violência é um ato que produz danos e que nos priva de alguma coisa, seja da nossa própria vida, seja dos nossos direitos, como pessoas e como cidadãos. A violência nos impede de ser o que desejamos e de nos realizarmos como seres humanos autônomos.

DEFINIÇÃO DE VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER É todo ato ou comportamento cometidos contra as mulheres, que prejudicam o seu bem-estar físico, psicológico, sexual e moral. Essa forma de violência pode ocorrer no âmbito das relações afetivas ou não, e se constitui em uma violação dos direitos humanos. Está explicita através de atos, palavras, ações, gestos ou implícita nas formas de subjugação e inferiorização, às quais a mulher é submetida. O maior número de casos de violência contra as mulheres acontece dentro de casa, praticada por familiares ou por pessoas próximas à família, companheiros ou ex-companheiros.


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TIPOS DE VIOLÊNCIAS CONTRA A MULHER VIOLÊNCIA FÍSICA É a violência praticada com uso de força física. Acontece quando o agressor machuca a vítima de várias maneiras ou ainda com o uso de armas. O número de ocorrência e a visibilidade é maior para as violências físicas, que são tipificadas criminalmente por lesões corporais. São exemplos de violência física: Bater, chutar, empurrar, queimar, sufocar, cortar e mutilar.

VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA É uma agressão emociona dirigida à mulher. Ocorre quando o homem começa a empregar um controle sistemático às ações, comportamentos e decisões da companheira ou ex-companheira, através de ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, vigilância, perseguição, insulto, chantagem, violação de sua intimidade, ridicularização, exploração, limitação do seu direito de ir e vir ou qualquer outro meio que cause instabilidade emocional e diminuição da autoestima da mulher.. São exemplos de violência psicológica: Ser proibida de trabalhar, de estudar, de sair de casa, de viajar, de falar e sair com amigos ou parentes, usar roupas e acessórios de sua preferência.


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VIOLÊNCIA SEXUAL É toda ação que obrigue a mulher a participar, assistir ou ter relações sexuais não desejadas ou que limite/anule o exercício de seus direitos sexuais e reprodutivos por meio de intimidação, ameaça, uso da força, coação, chantagem, suborno ou manipulação. são tipos de newsletters.

São exemplos de violência sexual: estupro; a comercialização ou utilização da sexualidade da mulher sem a sua permissão; o impedimento do uso de métodos contraceptivos; a imposição ao matrimônio, à gravidez, ao aborto ou à prostituição.

VIOLÊNCIA MORAL São ações que se configurem como calúnia, difamação ou injúria. São exemplos de violência moral: críticas mentirosas, rebaixamento da mulher por meio de xingamento, exposição da vida íntima, desvalorização da mulher pela sua forma de se vestir.


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VIOLÊNCIA PATRIMONIAL Ato de destruição parcial ou total, retenção ou subtração de objetos pessoais, bens, instrumentos de trabalho, documentos, valores e direitos ou recursos econômicos e recursos econômicos destinados a satisfazer das necessidades da mulher.

São exemplos de violência Patrimonial: controle do dinheiro, extorsão, não pagamento da pensão alimentícia, furto e estelionato.

A violência na relação íntima tem uma dinâmica complexa que coloca inúmeras dificuldades para o rompimento, como a desestruturação do cotidiano e até mesmo o risco de morte para a mulher. Por isso, é importante não julgar a mulher, nem demonstrar impaciência quando ela nega a agressão ou denuncia e depois volta atrás. (DOSSIÊ, 2016).


Cuide Bem Do Seu Amor A vida sem freio me leva, me arrasta, me cega No momento em que eu queria ver O segundo que antecede o beijo A palavra que destrói o amor Quando tudo ainda estava inteiro No instante em que desmoronou Palavras duras em voz de veludo E tudo muda, adeus velho mundo Há um segundo tudo estava em paz Cuide bem do seu amor Seja quem for Cuide bem do seu amor Seja quem for E cada segundo, cada momento, cada instante É quase eterno, passa devagar Se o seu mundo for o mundo inteiro Sua vida, seu amor, seu lar Cuide tudo que for verdadeiro Deixe tudo que não for passar Palavras duras em voz de veludo E tudo muda, adeus velho mundo Há um segundo tudo estava em paz Cuide bem do seu amor Seja quem for Cuide bem do seu amor Seja quem for Palavras duras em voz de veludo E tudo muda, adeus velho mundo Há um segundo tudo estava em paz Cuide bem do seu amor Seja quem for Cuide bem do seu amor Seja quem for

Herbert Vianna – Os Paralamas do Sucesso


Definição de Relacionamento Abusivo Um relacionamento abusivo é caracterizado pelo excesso de poder de uma pessoa sobre a outra dentro de um relacionamento afetivo, no qual um parceiro extremamente ciumento quer controlar as atitudes e decisões do outro, tentando isolá-lo do restante do mundo (MOREIRA, 2016).

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Define-se como relacionamento abusivo, aquele em que duas pessoas se relacionam, mas há excesso de poder por um dos parceiros. Dessa forma, um dos parceiros subjuga a outra ou o outro. Em um relacionamento considerado abusivo há um registro de frequente violência.

No entanto, é importante ressaltar que, essa violência não é apenas física, mas também moral, psicológica, sexual e patrimonial, como já vimos anteriormente. Nessas relações, a mulher passa a ter o seu companheiro como o centro da sua vida e o comportamento desta mulher é moldado com a finalidade de satisfazer todos os desejos e principalmente, buscar compreender o que este companheiro espera de atitudes e comportamentos da mulher que vive um ciclo de violência. Observa-se que, o resultado deste relacionamento abusivo é que este, interfere na relação da mulher com a sua família, amigos, trabalho e, principalmente, na forma com a mulher se enxerga e trabalha a sua autoestima. Cartilha Mulher

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O termo não é novo. O “ciclo da violência doméstica” foi criado em 1979, pela psicóloga norte-americana Lenore Walker, para identificar padrões abusivos em uma relação afetiva. Mais de 40 anos depois, o termo continua sendo utilizado para identificar a violência doméstica contra a mulher. Hoje é mais conhecido como o Ciclo da Violência, que evidencia as Fases do Relacionamento Abusivo.

Fase 2 Explosão e ou Incidente de Agressão: A violência psicológica evolui para as agressões físicas, beliscões, empurrões, tapas, socos, chutes, pontapés, etc., além do que a vítima já sabe que está em um relacionamento abusivo, porque as marcas ficam visíveis: olho roxo, marcas pelo corpo, cortes e ossos quebrados.

Fase 1 Evolução da Tensão: Nesta fase estão presentes as ofensas verbais, xingamentos, humilhações, gritos, crises de ciúme. Nesta fase está presente a violência psicológica, manipulação e controle, por isso ainda é difícil identificar o abuso, porque a vítima começa a ter seu psicológico abalado. Está fase é da tensão, "É quando a mulher vai cedendo: não corta o cabelo porque ele disse pra não cortar, troca a roupa que ele pediu, vai perdendo a identidade."

Normalmente esse é o momento em que as mulheres decidem sair da relação, pedem separação e fazem a denúncia na delegacia. Está e a fase da crise. "É quando tem briga e mais escalonamento da violência, é quando ela é xingada ou sofre abuso físico ou sexual.". Fase 3 Lua de Mel e ou Reconciliação: O abusador sente que está perdendo controle sobre a vítima e entra na última instância do abuso, que é a famosa fase lua de mel. Ele se arrepende, diz que isso não vai mais acontecer, usa de uma manipulação para que a vítima acredite que seu comportamento foi resultado de muito amor e que apenas perdeu a cabeça, tentando manter o controle para que a vítima permaneça como vítima na relação. Infelizmente nesta fase muitas mulheres acreditam que o abusador irá mudar e perdoam, voltando para fase inicial dos abusos. Cartilha Mulher

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As fases do relacionamento abusivo podem ocorrer da forma como foram descritas aqui, como podem nunca acontecer. Apresentamos um padrão geral que em cada caso vai se manifestar de modo diferenciado, por isso, você mulher precisa conhecer o ciclo da violência para não se permitir entrar neste ciclo e ainda, ajudar outras mulheres a identificá-lo, quando for o caso, e assim, impedir que ele se reproduza. Para ajudar uma amiga, uma vizinha ou você que está lendo a Cartilha a sair de uma situação de emergência, a orientação é ligar para a polícia (190). Caso você queira denunciar situações de violência que acontecem com você ou outra mulher, a orientação é entrar em contato com a Central de Atendimento à Mulher em Situação de Violência (Ligue 180), que é um serviço do governo federal, gratuito e que preserva o anonimato para que você se sinta segura.

Como sair de um relacionamento abusivo

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Por causa de você Não uso mais batom Rasguei meu short curto Diminui meu tom Troquei os meus amigos Por alguém que só me arrasa Por causa de você Não posso mais entrar em casa Por causa de você Perdi minha liberdade Te entreguei minha vida Só fiz tua vontade Briguei com o mundo Larguei tudo

Por causa de você Kelly Key

Eu não olhei pra trás E agora vem você Me dizendo que não quer mais É ou não é pra chorar? É ou não é pra Diz você É ou não é pra chorar? Quando alguém não sabe amar É ou não é pra chorar? É ou não é pra Diz você É ou não é pra chorar? Se coloca em meu lugar O que é o amor? Eu não sei Sinceramente já pensei Sinceramente eu não sei Pra que tenho um coração O que é o amor? Eu não sei Sinceramente já pensei Sinceramente eu não sei Pra que tenho um coração Por causa de você Não uso mais batom…


COMO SABER SE VIVE EM UM RELACIONAMENTO ABUSIVO

CIÚME EXCESSIVO Com a justificava de “amar demais” o ciúme deixa de ser normal e vira justificativa para o controle. É normal que uma pessoa sinta medo de perder aquela que ama. Mas quando isso passa a virar argumento para controlar a tomada de decisão do outro, agressões, ofensas ou invasão de privacidade, é excessivo.

CONTROLE “Porque eu te amo demais” ou “é para o seu bem” são frases comuns usadas pelo abusador para controlar a outra pessoa. O controle acontece quando ele começa a decidir o que a outra pessoa pode ou não fazer. Que roupas vestir, onde pode ir, quais atividades fazer e até, em casos mais extremos, que trabalhos a outra pessoa pode ou não ter.

INVASÃO DE PRIVACIDADE Por mais que sejam parte de um casal, as pessoas devem ter privacidade e individualidade. Em um relacionamento abusivo, é comum que o abusador não respeite o espaço individual da outra parte. Roubar senhas, mexer no celular, ler e-mails e mensagens, instalar programas de rastreamento. Tudo isso é invasão de privacidade. Ela pode acontecer em segredo, sem que o outro saiba, ou ser aberta, com a justificativa de que “quem ama não tem nada a esconder”. Mas não permitir que o outro tenha um espaço só seu, na verdade, é demonstração de falta de confiança. Cartilha Mulher

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AFASTAMENTO DE OUTRAS PESSOAS As justificativas podem ser muitas: fulano é má influência, ciclano dá em cima de você, não gosto daquela pessoa, aquela outra me trata mal. O fato é que ele vai exigindo que a companheira se afaste das pessoas mais próximas. A psicóloga Vanessa explica que “o objetivo é que você passe a depender somente dele”.

CHANTAGEM A manipulação é uma ferramenta central no relacionamento abusivo. Se a parceira não aceita de forma pacífica do que é cobrada, o abusador costuma, então, usar de chantagem para conseguir o que quer. Seja dizendo que vai ficar doente ou vai se matar se a companheira não fizer algo, seja ameaçando terminar o relacionamento. A chave é saber o que mexe com a parceira e usar disso para manipulá-la.

DESTRUIÇÃO DA AUTOESTIMA Se no começo da relação à pessoa era incrível para a outra, aos poucos isso vai mudando. A mudança começa com “críticas construtivas”, que vão se tornando cada vez mais comuns e pesadas. Sem perceber, a vítima vai perdendo a autoestima até o ponto de achar que é alguém tão ruim que nenhuma outra pessoa vai amá-la se essa relação terminar. Cartilha Mulher

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INVALIDAÇÃO DE SENTIMENTOS A parte abusadora da relação vai dizer que aquilo que o outro sente é besteira ou não é nada. “Toda vez que você invalida o sentimento, você condiciona a pessoa a não falar nada e a achar que o que sente é bobagem”. Assim, o medo, a dor e a tristeza de estar passando pelo abuso passam a ser enxergados como besteira pela própria vítima, fazendo com que ela permaneça no relacionamento abusivo, mesmo infeliz.

FALTA DE DIÁLOGO SOBRE DINHEIRO Não é fácil conversar sobre dinheiro. Mas a falta de diálogo abre espaço para que uma das partes da relação abuse financeiramente da outra. Por exemplo, se a mulher para de trabalhar para cuidar dos filhos, a dinâmica financeira da família precisa ser combinada antes. Assim, ela vai ter condições de sair da relação se precisar. No relacionamento abusivo, a falta de diálogo é usada para levar o outro à dependência econômica

CONTROLE FINANCEIRO É comum nas relações abusivas que uma das pessoas controle todo o dinheiro do casal e, por isso, passe a controlar também as atividades da outra. Quando uma tem que pedir dinheiro para tudo, passa a existir espaço para que a outra pessoa negue e, assim, decida o que a companheira pode ou não fazer.

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USO DO DINHEIRO SEM ACORDO CONJUNTO Dentro de um relacionamento, a forma como o dinheiro vai ser usado deveria ser decidida em acordo. Os recursos são dos dois? Quem decide quanto gastar ou quanto poupar? São questões respondidas em conjunto. No entanto, nas relações abusivas pode acontecer de uma das pessoas fazer compras ou investimentos com o dinheiro do casal sem consultar o outro. O resultado é que o outro pode ficar sem recursos e nem saber.

PEGAR, ROUBAR OU DESTRUIR ITENS DO OUTRO Quando a relação abusiva evolui, pode chegar ao ponto de a pessoa esconder ou quebrar os pertences da outra como forma de controle. São comuns os casos em que o abusador esconde os documentos da outra pessoa ou

quebra objetos pessoais durante acessos de raiva.

USAR OS FILHOS EM CHANTAGENS Quando o casal tem filhos, as coisas ficam mais complicadas. No relacionamento abusivo, a pessoa usa os filhos como ferramenta de chantagem. Ao invés de se preocupar com o bem estar das crianças, é comum que o abusador as use como chantagem para conseguir o que quer.

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EXIGIR RELAÇÃO SEXUAL O estupro dentro de relacionamentos não é raro. Se o sexo é forçado, é estupro. E isso nem sempre acontece de forma explícita: não respeitar a vontade da outra pessoa, chantagear ou fazer ameaças para ter uma relação também são formas de abuso.

AMEAÇAS Quando a relação abusiva já está avançada, ameaças se tornam comuns. Elas podem ser dos mais diferentes tipos: tirar o dinheiro, sumir com os filhos, agressões e até ameaças de morte. “A fala de que ‘cão que late não morde’ é muito perigosa. No caso das relações abusivas, em geral as ameaças são o principal indício de que a violência física vai chegar a acontecer. Elas são sinal de que o agressor está criando coragem”,

VIOLÊNCIA FÍSICA Ela também é gradual. Começa com empurrões ou apertões e vai crescendo com o passar do tempo. Em casos extremos, a violência chega ao ponto do assassinato.

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FEMINICÍDIO Amor com violência é doença. “Em briga de marido e mulher se mete a colher...”. Denuncie! Ligue – 180, e evite mais um feminicídio. Esse ódio de morte é sentença. Cuidado com esse tipo de amor mentiroso, impudico. Relação muito propagada, melosa; desconfie! Por detrás de um beijo escandaloso, em público, O assassino se disfarça em sua efígie. Ele bate, esmurra, humilha; tem ódio mortal. Depois, fala que a ama; finge... ela o perdoa... O homicida não vê a hora de dar o bote fatal. Ele é desumano e a torna escrava diuturnamente. Ele obriga ela a cozinhar, lavar, passar e depois a magoa... Ela não pede ajuda, está só... ele vai matá-la estupidamente.

Prof. Osmar Fernandes


ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO PARÁ Setor: Procuradoria Especial da Mulher E-mail: promulheralepa@gmail.com Telefone: (91) 98480.7117

DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO PARÁ Setor: Núcleo de Prevenção e Enfrentamento à Violência de Gênero (NUGEN) E-mail: nugen.dpe@gmail.com Telefone: (91) 99172-6296

GOVERNO DO ESTADO DO PARÁ SECRETARIA DE SEGURANÇA PÚBLICA E DEFESA SOCIAL (SEGUP) Setor: Disk Denúncia Iara E-mail: gabinete.segup@segup.pa.gov.br e disquedenuncia1812010@hotmail.com Telefone: 181 / (91) 98115 9181 (zap) Rua Arcipreste Manoel Teodoro, 305. Belém - PA Telefone: (91) 3184-2500

Setor: ParáPaz Mulher Belém E-mail: parapaz.comunicacao@gmail.com Telefone: (91) 98503-3025 WhatsApp

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PARÁ Setor: Núcleo de Enfrentamento à Violência contra a Mulher (NEVM) E-mail: nevm@mppa.mp.br Telefone: (91) 98802-4071

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ Setor: Coordenadoria Estadual das Mulheres em Situação de Violência Doméstica e Familiar E-mail: coord.mulheresviolenciadf@tjpa.jus.br Telefone: (91) 3205.3044 (91) 3205.2715

BELÉM Centro de Referência de Atendimento à Mulher em Situação de Violência (CRAM) E-mail: propazmulher@yahoo.com.br

ONDE ENCONTRAR APOIO

Telefone: (91) 98895.6968 BELÉM Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher - DEAM Travessa Mauriti nº2393, entre as avenidas Duque de Caxias e Romulo Maiorana. Bairro do Marco. Telefones: (91) 3246-6803


Há sempre a escolha entre voltar atrás para a segurança ou seguir em frente para o crescimento. O crescimento deve ser escolhido uma, duas, três e infinitas vezes; o medo deve ser superado uma, duas, três e infinitas vezes.

Abraham Maslow


Faça o teste e veja se você está correndo risco MARQUE COM UM X QUANDO A RESPOSTA FOR SIM

Ele controla o tipo de roupa que você usa? Ele tenta lhe afastar de amigos(as), parentes e vizinhos(as)? Ele diz que você não precisa trabalhar e/ou estudar? Você já teve ou tem medo de ficar sozinha com ele? Sente-se isolada e desanimada? As brigas estão ficando mais frequentes e mais graves? Durante as brigas ele parece ficar sem controle? Ele destrói seus objetos, roupas, fotos, documentos, móveis ou seus instrumentos de trabalho? Ele maltrata ou já matou algum de seus animais de estimação? Ele faz questão de lhe contar que tem uma arma ou a exibe para você? Ele ameaça seus parentes e amigos(as)? Ele tem envolvimento com criminosos e lhe ameaça dizendo que alguém fará o “serviço sujo” por ele? Quando você tenta se separar ele não aceita e fica lhe telefonando, fazendo “escândalo na porta” da sua casa ou trabalho? Nas tentativas de término do relacionamento ele lhe persegue e insiste em ter mais uma chance? Ele diz que se você não for dele não será de mais ninguém?

Adaptado da cartilha ‘‘Mulher, Vire a Página’’ do Ministério Público do Estado de São Paulo

Ver resultado na página


Palavaras Finais Nós construímos o nosso futuro, mas para isso, precisamos aprender a

nos amarmos, só assim, entenderemos o significado de amor-próprio, respeito, autonomia, liberdade de expressão, felicidade, conquista, realização,

sucesso e o que mais cada uma de nós desejar para a sua vida.

Esperamos com a Cartilha Mulher ter possibilitado a cada mulher que leia o seu conteúdo, possa

entender que temos o

direito de vivermos em

um mundo que respeite,

valorize e apoie os nossos voos em busca do sol da realização,

reconhecimento,

felicidade e amor.


s a e u q e x i Não de m a ç a f e t s pessoa o l i u q a d r i t desis r e u q s i a que você m . e t i d e r c A . na vida E . e t s i u q n o C Lute. a j e s , o d u t e acima d feliz.


Resultado: se você respondeu SIM a pelo menos uma destas questões, procure um serviço da Rede de Atendimento às Mulheres

Veja onde encontrar apoio na página 22 desta cartilha


REFERÊNCIAS CONSULTADAS

BARREIRA, C. (org.). Violência e conflitos sociais: trajetórias de pesquisa. Campinas- SP: Pontes Editores, 2010. BRASIL.

Cartilha “Mulher, vire a página”, do Grupo de Atuação Especial de Enfrentamento à Violência Doméstica, do Ministério Público do Estado de São Paulo. Cartilha “Educação e Justiça: pelo fim da violência doméstica”, Núcleo de Gênero Pró-Mulher do Estado do Ceará, Ministério Público do Estado do Ceará, Prefeitura Municipal da cidade de Sobral/CE, Secretaria da Educação de Sobral/CE. Lei no 11.340, de 7 de agosto de 2006. Cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher. Diário Oficial da União de 8 de agosto de 2006. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato20042006/2006/Lei/L11340.htm>. Acesso em 06 out. 2020. DEFINIÇÃO de violência contra a mulher. Coordenadoria da mulher. Disponível em https://www.tjse.jus.br/portaldamulher/definicao-deviolencia-contra-a-mulher. Acesso em 06 out. 2020. ODÁLIA, N. O que é violência. São Paulo: Editora Brasiliense, 1991. SACRAMENTO, L.; REZENDE, M. M. Violências: lembrando alguns conceitos. Aletheia, Canoas, n. 24, p. 95-104, dez. 2006. Relacionamento abusivo: 15 sinais de que você pode estar em um. Disponível em https://azmina.com.br/reportagens/relacionamento-abusivo-15-sinaisde-que-voce-pode-estar-em-um/. Acesso em 06 out. 2020. VELHO, G.; ALVITO, M. (orgs.). Cidadania e violência. Rio de Janeiro: Editora UFRJ; Editora FGV, 1996. Enfrentando a Violência contra a Mulher – Brasília: Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, 2005. 64p. O enfrentamento à violência doméstica e familiar contra a mulher: uma construção coletiva. [S.l] : CNPG, 2011. 87 f.


Av. Alcindo Cacela, 287 - Umarizal, Belém - PA (91) 4020-9734 www.unama.br


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