SUCESSO É PARA OS FRACOS
Acordo do pesadelo, vejo a hora(1 e 30, ainda?), logo hoje que estou cansada, muito sono. Por dentro e por fora. Sonhei que dormia num sofá da antiga casa dos meus avós maternos e minha irmã sentou no sofá. Fiquei sem espaço e aquilo me incomodava, eu a empurrava, ela não cedia o espaço. Na parte de fora da casa um cachorro latia e eu sabia de quem era o cachorro, era de gente “errada”. Depois de me debater, insistir pra minha irmã sair, ao mesmo tempo sentia um desejo, a presença dela me atrapalhava e o som do cachorro me dava medo. Enfim, pensava MESMO que era real. Abri os olhos pra olhar o relógio, mas antes ouvi duas pessoas com suas diferentes vozes me chamando. Me assustei, lembrei do analista, olhei o relógio e era aquilo-1 e 30 da manhã mesmo. O desejo, já dis-
sipado, desci as escadas e era chocolate o meu intento. Comi um pedaço de bolo, água, achei que merecia aquilo por “sofrer” no sonho. Ainda pensando: “mas eu estava exausta!” Estou cobrando demais de minha própria humanidade. Subi as escadas pensando em ler ao menos um poema da Sylvia Plath de cujo livro “dorme” ao meu lado. Não-eu me disse. Vou escrever sobre minha autofagia e desapontar quem odeia “textão”. Lembrei que não fiz minha reflexão sobre os fatos do meu dia e meu lençol estava rasgado e fazia frio. “Tudo” foi por causa do lençol pela metade, que não me abraçou completamente. Coitado do lençol, vítima dos meus movimentos. O lençol é a “pedra no caminho”. Concluí que não sei mais de NADA. A vida me pede menos e mais “abraços” nos livros. Pra dissipar desejos inúteis.
O FIM DO MUNDO NÃO SERÁ UMA SURPRESA.
tiragem: 50 exemplares karine alexandrino | régis amora 2017