RENAN CÁVOLI SKOPINSKI
Elaborada pelo sistema de geração automática de ficha catalográfica do Centro Universitário Senac São Paulo com dados fornecidos pelo autor(a). Skopinski, Renan Cávoli R.Ck: A Identidade Visual de um novo artista baseado na estética da Motown Records da década de 60 / Renan Cávoli Skopinski - São Paulo (SP), 2015. 56 f.: il. color.
A Identidade Visual de um novo artista baseado na estética da Motown Records da década de 60
Orientador(a): Marcos Aurélio Castanha Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Design Gráfico) Centro Universitário Senac, São Paulo, 2015. Motown records, Identidade Visual, Personal Branding I. Castanha, Marcos Aurélio (Orient.) II. Título
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Centro Universitário Senac - Santo Amaro, como exigência parcial para obtenção do grau de Bacharel em Design Gráfico sob orientação do Mestre Marcos Aurélio Castanha.
CENTRO UNIVERSITÁRIO SENAC
2015
AGRADECIMENTOS Tão difícil agradecer tantas pessoas e tantos corações que estiveram junto comigo neste tabalho. Foram tantos sorrisos, tantas alegrias e inúmeras palavras de incentivo, que com toda certeza, possibilitaram que esse trabalho saísse muitas vezes melhor do que eu poderia imaginar. Primeiramente, gostaria de dizer meu muito obrigado aos meus pais que batalharam para poder me dar o que nunca puderam ter: educação. Osvaldo e Vera, sem vocês isso tudo nunca teria existido, sou imensamente grato e espero poder retribuir tudo e em mais que o dobro! Aos meus amigos, já peço-lhes perdão por não citar nomes, pois tenho medo de não lembrar de alguém, e vocês sabem, estão sempre comigo durante toda a caminhada. Sem vocês, eu também não teria conseguido realizar metade disso. Gostaria de deixar aqui registrado um enorme abraço e gratidão imensa ao meu querido orientador Kito. Obrigado por viajar comigo por todas essas épocas musicais e me conduzir de uma maneira brilhante! Por fim, meu agradecimento à música e aos seus representantes, sabemos o quanto cada nota e melodia podem fazer a diferença na vida de uma pessoa, agradeço por cada contribuição, cada vida que a música conseguiu mudar!
O projeto a ser apresentado tem a finalidade de realizar o lançamento da identidade visual de um novo artistabaseado na produção e divulgação das peças que trilham o legado da melhor época da gravadora. Motown Records, a gravadora de Berry Gordy Jr. que trouxe mudanças sociais além de um novo estilo musical. O som que foi capaz de revolucionar, tornou-se uma marca, tanto visual quanto sonora. Tantos artistas renomados com anos de sucessos e histórias, cada um com uma identidade própria e maneira única de comunicar. Mas, como seria se a clássica gravadora dos anos 60 lançasse um novo artista, nos dias de hoje, e sua identidade fosse inspirada naquela estética? Quais elementos seriam mantidos ou renovados? De acordo com pesquisas, análises, levantamentos e estudos a respeito de branding, a marca será apresentada e todas as suas regras que definem a usabilidade serão exibidas. PALAVRAS CHAVE: MOTOWN RECORDS, IDENTIDADE VISUAL, PERSONAL BRANDING
SUMÁRIO OBJETIVO
JUSTIFICATIVA
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RESULTADOS DE PESQUISA
FUNDAMENTOS TEÓRICOS
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ESTUDOS DE CONCEPÇÃO
Marca e Naming Sistema de Identidade Visual Elementos gráficos de um S.I.V.
Análise gráfica dos discos dos principais artistas da Motown Records Painéis de construção do artista Criação do artista Renan Cavolik
25 31 33 Os Estados Unidos na década de 50 Os anos 60: importantes acontecimentos Tendências Modais Panorama Gráfico A gravadora Motown Records A música Motown Trabalho gráfico da gravadora Principais Artistas
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
REQUISITOS PARA O PROJETO
MANUAL DESCRITIVO DO PROJETO
REFERÊNCIAS
LISTA DE IMAGENS
37 52 53 Renan Cavolik Trip to Motown O que é Brandbook? O que é Press Kit? Brandbook | Detalhamento Press Kit | Detalhamento
OBJETIVO Compreender o panorama gráfico e musical em que os Estados Unidos se encontrava na década de 60-70 relacionando à mudança da sociedade e indústria fonográfica após a criação da gravadora Motown Records. Analisar a forma que a gravadora trabalhava a identidade visual e musical de seus principais artistas e discos, visando estabelecer uma conexão entre os elementos gráficos. A partir de todos os dados levantados, aplicar a proposta na construção de toda parte gráfica, da criação ao lançamento, da marca de um novo artista tendo como referência os elementos que a gravadora utilizava para dar aura aos seus artistas. Imagem 1: Martin Luther King Jr, em um de seus últimos discursos pelos direitos civis e contra a guerra do Vietnã, 4/04/1967
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JUSTIFICATIVA Em uma época na qual os negros não tinham oportunidades e nem autonomia pra expor a própria cultura, Berry Gordy Jr. criou a gravadora Motown Records e fez com que sua música reunisse um país inteiro transformando o pensamento segregado em algo totalmente renovado. Para o produtor cultural Rui Costa (2009):
“A Motown com certeza é o maior exemplo de como a música negra transcendeu os pequenos guetos e atingiu um sucesso inimaginável. Era difícil imaginar que nos anos 60, negros poderiam entrar nas paradas musicais e lotar casas de shows. O racismo forte, a segregação racial, a separação entre clubes para brancos e os para negros.”
O fator social de um estilo novo de comunicação, foi capaz de influenciar na escolha dos recursos utilizados na concepção da marca de um artista que se relaciona diretamente com os consumidores do entretenimento. O modo como as cores, letras e arranjos se dão assumem um papel de irrefutável importância no projeto de pesquisa e criação. Os artistas da gravadora como Marvin Gaye, Diana Ross e Michael Jackson carregavam e sustentavam a responsabilidade de comunicar o “novo” aos jovens americanos em uma geração em que as coisas estavam começando a caminhar após a Segunda Guerra Mundial. A questão racial, ainda muito presente, marcava o pensamento das pessoas e o modo com que se relacionavam com as artes, tanto musicais quanto gráficas.
O mundo das artes passava por uma transição de técnicas, concepções e gostos. Muitos designers davam os significados às suas obras à mudança do entretenimento, as pessoas tinham a chance de alcançar seus espaços de destaque. Devido aos movimentos que reivindicavam por essas mudanças, caracterizados por distorções, cores intensas, tipografias curvas, a sociedade agora via-se com esperanças para o novo, o combustível atemporal, que motivou as pessoas a buscarem e deixarem seu legado. Um sistema de identidade visual bem desenvolvido, ou seja, respeitando os principais fundamentos do design gráfico, possibilita à marca uma confiabilidade e grande diferenciação das outras existentes em seu meio, no caso, artístico, tornando o artista único com uma identidade única.
Imagem 2: Marcha de solidariedade homenageando Martin Luther King Jr. após o seu assassinato. 18
Imagem 2: Família da década de 1960. 19
Imagem 4: Chico Homem de Melo
Imagem 5: Livro de Ligia Canongia | O legado dos anos 60 e 70
Imagem 6: Livro de Delano Rodrigues | Naming: O nome da Marca
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Para que um panorama dos Estados Unidos na década de 60 pudesse ser organizado, pesquisas foram realizadas em sites e livros, alguns deles mantinham relação com o Brasil nesse período. Um exemplo de livro foi o “Design Gráfico Brasileiro: anos 60”(2008) Chico Homem de Melo, esclarecedor e muito completo tratando-se dos ícones do design gráfico nos anos 60 nos Estados Unidos, a arte que influenciou e criou tendências por todo o mundo. Na sequência de compreensão da América e seus movimentos, as pesquisas em artigos científicos trouxeram uma quantidade de material importante e clara sobre o que acontecia na época que antecedeu a criação da gravadora Motown Records, ou seja, o que os anos 60 herdaram da década que sucedeu a guerra. Para chegar ao histórico da gravadora, foi necessário listar os fatos mais relevantes da década de 60, como: as gerações, músicas, movimentos, elementos do design e tendências modais. Todos os tópicos vieram de sites e livros, assim como o livro “Motown Records: Music, Money, Sex and Power”(2009), utilizado como referência para a realização do desenvolvimento histórico do que realmente é a gravadora, seus trabalhos, artistas, e tudo que influenciou. O panorama gráfico dos Estados Unidos na década de 60 pôde ser concebido através do livro de Lígia Canongia, “O Legado dos anos 60 e 70”(2005), em que a autora discute a verdade das artes naque-
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les anos e como os movimentos artísticos eram caracterizados: suas cores, elementos utilizados, formas e assim por diante. Uma relação direta com artistas importantes para os movimentos também podem ser considerados como resultados dessas leituras. O embasamento histórico serviu para que a construção do artista começasse. Inicialmente a leitura do livro de Delano Rodrigues, “Naming: o Nome da Marca”(2013), contribuiu para as definições e termos do mundo da Identidade Visual. Combinando autores e seus métodos, Delano Rodrigues e Maria Luísa Peón(2003), o nome do artista a ser lançado recebeu atenção maior e passou por mudanças. Além de toda parte histórica, foram realizadas análises dos discos dos principais artistas que a gravadora lançou sendo de extrema importância para que os elementos de destaque e utilizados nessas capas começassem a aparecer e possibilitar tal propriedade sobre como a tecnologia influenciava no trabalho gráfico que a Motown Records exercia. A imagem e conceituação do artista pôde ser estabelecida por meio de livros não só com focos em design, mas também, em relações públicas estratégicas e pessoais. Exemplo disso é o livro de Luiz Alberto de Farias(2011) sobre técnicas, conceitos e instrumentos utilizados na elaboração da marca pessoal.
Imagem 7: Luiz Alberto de Farias
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Delano Rodrigues, consagrado professor e consultor de identidade da marca, discorre sobre os tópicos que cercam o mundo do naming. Em seu livro,” Naming: o nome da Marca”, ele não apresenta um conceito que define exatamente a marca, pois sua definição continua em constante mutação. “...a identidade de uma marca é a combinação de diversos elementos de expressão, seu logotipo/ símbolo, elementos gráficos padronizados, como a cor, impressos, seu site, sua abordagem de atendimento, a arquitetura da sede e dos pontos de venda, ou seja, toda e qualquer experiência de contato dos públicos que interagem com a marca e, claro, que seu nome é uma das fontes mais fortes de construções de identidade.” (RODRIGUES, 2013, p.85) O modo como o nome, um dos elementos principais, contribui para que a identidade visual seja bem concebida e consolidada depende de fatores de registro, direitos e propriedades de uso que não podem ser infringidos. Delano busca expor, da melhor forma, as diversas classificações dos nomes, quais motivações estimulam os criadores de tais nomes a buscarem soluções para empresas, instituições, produtos e o foco deste trabalho, em pessoas. Em um dos capítulos, o autor desmembra as etapas do processo de criação do naming, a importância de uma pesquisa a respeito do “objeto” ou “pessoa”, em assumir, após coletar os dados, uma linha criativa e seleção de possíveis soluções e por fim, registrar a marca criada. Maria Luísa Péon (2003) aborda os objetivos diretos para um sistema de identidade visual eficaz em sua obra “Sistemas de Identidade Visual”. Combinando o estudo de Delano Rodrigues às definições de Péon, possibilitou à pesquisa um conteúdo consolidado e estruturado.
FUNDAMENTOS TEÓRICOS O desenvolvimento da pesquisa acerca dos Estados Unidos que se relaciona aos movimentos artísticos da época de 1960-1970 pôde ser realizado por meio da leitura da escritora Lígia Canongia, em seu livro “O Legado dos anos 60 e 70”, que aborda a sociedade americana e a lacuna não preenchida por problemas em sua comunicação midiática e social:
O livro de Joan Costa, “A Imagem da Marca – Um fenômeno social”, apresenta uma visão do que é marca e qual é sua relação com o design, a sociologia e estratégias de comunicação. O nascimento de seu significado, o ato de marcar algo, leva ao sinal, este sinaliza algo, e é neste ponto que o autor dá o nome de marca e possibilita um pilar forte ao trabalho.
“O final dos anos 50 e início dos anos 60 marcaram uma nítida mudança de operações estéticas nos Estados Unidos, onde se assumiram não só a lógica do banal, mas os discursos sociológico -, além de várias mídias concomitantes, gerando no dizer de Germano Celant, uma “con-fusão” de linguagem.” (2005, p.42)
“A marca é, em si mesma, um valor de troca, de intercâmbio. E é preciso que seja, tanto sob o aspecto comercial, como comunicacional. Por isso a marca é, antes de tudo, e em sua gênese, sum signo linguístico e assim deve seve ser, necessariamente, para que todos possamos designá-la, verbalizá-la, escrevê-la e interiorizá-la.” (COSTA, 2005, p.18)
A autora, ainda em sua obra, demonstra o abismo sobre o qual o cidadão americano debruçava-se, já que as propagandas começavam a manipular por meio dos novos produtos e, acabavam neutralizando e os tornando sem voz e identidade, assim, as pessoas eram apenas números e estatísticas.
As técnicas de concepção de marca são tratadas pelo autor de forma abrangente e clara e ele as integra com o design gráfico, industrial, arquitetônico, dando novos suportes para entendimento a respeito do impacto causado pelo uso de uma marca.
Imagem 8: Estabelecimentos dos Estados Unidos na transição dos anos 50 para 60. 22
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Imagens 9 e 10: Propagandas de roupas femininas e masculinas dos anos 1960.
O panorama gráfico dos anos 60 estava considerando novas diretrizes. Movimentos artísticos como o Psicodélico e Pop Art aconteciam juntamente a outros políticos e musicais, se tornando duas influências diretas para que os artistas criassem obras que, em pouco tempo, se tornariam ícones da década.
“As cores passaram a ser inflamadas, hollywoodianas; a superfície tornou-se rasa como a dos cartazes de propagandas; o nonsense da repetição e do vazio foi enaltecido em formas monumentais.”(CANONGIA, 2005, p.43)
RESULTADOS DE PESQUISA A década de 50, antecedente à década de criação da gravadora Motown Records, deixou rastros negativos por toda sociedade a beira de uma crise moral. Os Estados Unidos enfrentavam um momento pós-guerra e o “Sonho Americano” não empolgava mais a sua juventude, o futuro da américa. Ocasionada pela falta de estímulo, uma revolução comportamental iniciou-se paralelamente ao surgimento do ideal feminista e de outros movimentos civis tanto a favor dos negros quanto homossexuais. A Guerra Fria (1947-1957) e a Guerra do Vietnã (1955-1975) geraram protestos também nesse período. O mais forte de todos: o movimento Hippie, acima de tudo reivindicava sobre o racionalismo, ou melhor, contracultura. A inocência da geração dos Baby Boomers (nascidos entre 1943 e 1960) ainda era muito fresca no início dos anos 60. Ainda haviam manifestações socioculturais, políticas e podia-se notar o espírito de luta presente no povo americano. Porém, com o passar dos anos, as pessoas cansaram de viver em um modelo tão correto e moldado que o governo pregava. Em meados de 1966 acontece a explosão da Geração Beat: jovens que buscavam se expressar livremente por meio de revoluções sexuais e protestos contra o governo tendo como combustível as drogas, álcool, sexo livre e sobretudo o Jazz. Durante a década de 60, importantes acontecimentos permearam a sociedade e guiaram para o futuro dos americanos, e por que não, o mundo. Os avanços tecnológicos permitiram o lançamento do primeiro satélite meteorológico e a transmissão de tv à cores começa no mundo. Certas mudanças provenientes desses fatos, moldaram uma nova consciência: a mudança havia chegado aos Estados Unidos.
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As artes gráficas estavam reincorporando o léxico ao design o que causava grande impacto visual, figuração e semantização. Mesmo com problemas em saber a autoria das obras ainda existiam grandes ícones do design gráfico da década de 60-70, como: Milton Glaser, Jan Lenica e Wes Wilson.
Após uma década cinza decorrente das guerras, os anos 60 prometeram a ousadia em grandes mudanças tanto comportamentais como no modo de se vestir. As mulheres agora adotavam cabelos curtos, golas altas, vestiam roupas com formatos mais retos, as mini saias e, as botas de cano longo vendiam como nunca. Nesse período, ficaram conhecidas como Moon Girls, as garotas que pensavam mais adiante, em tradução livre eram as “Garotas da Lua”. Já os homens, possuíam um estilo mais feminino, cabelo arrumado, calças mais apertadas e justas, casacos de ervilha e uso de botas. As cores acompanhavam a energia pulsante e recente da década. Os tons puristas estavam dentro dos lares, shows de bandas de rock e invadindo as propagandas. Os americanos criaram um slogan como forma de ajudar a todos enxergarem não mais o cinza do pós guerra: “Você vê as cores?”.
Imagens 11 a 13 : Cartazes representantes dos movimentos artísticos da época de 1960, da esquerda para direita os autores, Milton Glaser, Jan Lenica e Wes Wilson.
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Imagem 15: Artistas da gravadora Motown Records
Imagem 14: Disco de vinil utilizado pela gravadora Motown Records.
A gravadora Motown Records nasce na transição de 1959-1960, com uma força irresistível de mudança social e cultural. Fundada por Berry Gordy(1929) em Detroit, Michigan, o nome da gravadora é a redução de “Motor Town”, referência a cidade natal - polo de montadoras de automóveis. O conceito de Berry Gordy estava tão entrelaçado com a das montadoras que, semanalmente aconteciam reuniões de controle de qualidade com os produtores musicais, funcionava como uma linha de produção, porém produziam sucessos e não carros. Suas músicas reuniram uma sociedade totalmente segregada, em que os negros não possuíam espa-
ço no cenário musical, deixando uma marca não apenas na indústria da música, mas tocando todas as pessoas, de todas as idades e raças. A gravadora possibilitou a inserção de uma nova cultura, a Black, em que o som se unia às roupas, estilos, comportamentos e tudo isso resultava em grandes hinos da geração. Para Amauri (STAMBOROSKI JUNIOR,2009), “Uma gravadora que se considerasse “O som da América jovem” (esse era o slogan da Motown, criado por Gordy) era um evento revolucionário” e, toda a diversidade musical e visual envolvida na produção dos artistas construíram seu legado.
“...Marca não é apenas uma representação visual, mas, uma síntese de vivências e experiências memoráveis, despertadas quando se estabelece algum tipo de contato com uma empresa, organização, lugar, pessoa ou produto.”(DELANO, 2013, p.27)
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O trabalho musical da gravadora acabou se tornando um estrondoso destaque entre as outras gravadoras da época, juntamente a musicalidade e o lado gráfico também não deixavam a desejar. A tecnologia estava avançando, o primeiro computador havia acabado de ser lançado e o trabalho dos artistas que cuidavam das capas e marcas eram completamente manuais. Bernard Yeszin foi um dos mais importantes designers da Motown Records, utilizava técnicas como litografia e fotolito, que não acompanhavam os movimentos artísticos da época assim, confeccionou muito dos álbuns de sucesso.
Marvin Gaye, The Temptations, Jackson Five, Dianna Ross e The Supremes foram os artistas de mais sucesso da gravadora, seus números de vendas e records não permitem outro posto a não ser o pedestal em que são colocados. O cuidado com a identidade de cada artista era primordial e fundamental, seguindo esses requisitos, é perceptivo que o “Naming”, nome da marca estabelecido e correspondente ao posicionamento e universo experiencial da identidade do artista, acaba dando existência ao dono.
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REQUISITOS PARA O PROJETO A partir da leitura de Delano Rodrigues “Naming, o nome da marca”(2013), foi perceptível o nome, no caso artístico, tem relação direta com a imagem. A identidade visual possui muitos aspectos e todos eles se relacionam com um outro tipo de identidade, a verbal. É ela a responsável por traduzir o comportamento, características presentes em uma marca desenvolvida para um artista. Para a construção de um sistema de identidade visual completo são necessários os três elementos: símbolo, logotipo e marca. O símbolo será o substituto do registo do nome do artista, já o logotipo será a forma desenvolvida para diferenciar o artista dos outros e, a marca, é o conjunto dos outros dois elementos, sendo o resultado final estabelecido. Segundo Peón (PÉON, Maria Luísa; 2003, p.29), “O uso destes três elementos torna o sistema mais versátil, com maior facilidade nas aplicações por questões de proporcionalidade das dimensões de suporte, eficiência e rapidez comunicacional, restrições técnicas e custos”. As pessoas sentem a necessidade de deixar a sua
“pegada” no mundo. O desenvolvimento de uma marca pessoal cresce mais e mais, por isso aliado à criação da identidade visual está o Personal Branding, que diferencia o profissional utilizando formas de clarear e comunicar o que é único e especial. Baseado nos princípios e valores do indivíduo, é criado o conceito e estabelecido o projeto - o artista passa a ser trabalhado junto ao público gerando sua imagem inicial e reputação. Os elementos gráficos são iniciados a partir da definição do nome desse artista, nome que irá se comunicar com o público, transmitirá seus ideais e trará, enfim, a identidade. A tipografia, cores, organização imagética do nome, todo posicionamento estão atrelados à identidade e baseados na estética da Motown Records da década de 60-70, ela tem a responsabilidade de emitir os elementos gráficos aos receptores. O que faz a recepção de todo esse conjunto ser mais eficaz é a imagem, que é a ponte entre a visualização e o significado formado pelo entendimento de quem “consome” a marca.
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ESTUDOS DE CONCEPÇÃO
Identificados e observados os elementos, a concepção do novo artista dependeu do trabalho do naming. Foram necessários painéis, pesquisas e metodologias que auxiliaram na escolha e elaboração do nome, tendo em vista que é o elemento inicial a ser desenvolvido em um sistema de identidade visual.
A gravadora Motown Records trabalhava com recursos que trouxeram um novo ar para a indústria fonográfica da época. Seus álbuns eram muito bem estruturados, com elementos gráficos organizados de forma condizente com as fotografias de seus artistas. Em uma primeira análise dos álbuns de Michael Jackson, Marvin Gaye, The Temptations, Jackson Five, Dianna Ross e The Supremes, foi possível estabelecer o trabalho geral que a Motown Records desenvolvia em seus anos de tantos sucessos. As cores dos títulos estão, na maioria das vezes, combinadas à fotografias, estas ora recortadas, ora exibidas como foram tiradas. As letras sempre garrafais, contrastantes entre espessuras e dispostas em boxes sólidos e trazendo organicidade. Os artistas sempre expressando a aura da gravadora com a música que vem da alma.
Imagens 21 a 23: Painéis de construção de imagem e estilo do novo artista.
Por meio de estudos a respeito de componentes presentes no desenvolvimento de marcas, chegou-se ao nome “Renan Cavolik”. Baseado na metodologia utilizada por Alina Wheeler(2008), em que uma marca forte traz consigo visão, significado, valor, autenticidade, diferenciação e tal flexibilidade, o naming escolhido respeita a predominância do primeiro nome e, para completar a composição, o arranjo por meio de fonemas presentes, / ki/ que vem do sobrenome pessoal de “Renan Cávoli Skopinski”. Imagens 16 a 20: Capas de discos analisadas da gravadora Motown Records.
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TRIP TO MOTOWN RENAN CAVOLIK
O que é? Resgatando o estilo “The Motown Sound”, que mistura a música soul com influências pop distintas - marca registrada da gravadora -, Renan Cavolik demonstra seu enorme talento em releituras dos clássicos dos principais artistas da gravadora Motown Records.
Quem é Renan Cavolik? Cantor e intérprete pop com pitadas soul, 21 anos e natural de Jundiaí, interior de São Paulo. Cresceu com influências musicais muito fortes por parte de seus familiares e com o tempo focou seus estudos em aulas de violão, voz e teatro musical.
A Motown Com uma força irresistível de mudança social e cultura, a lendária Motown Records, gravadora fundada por Berry Gordy Jr. (1959, Detroit Michigan), deixou a sua marca não apenas na indústria da música, mas na sociedade em geral, com um som que se tornou uma das realizações musicais mais importantes e impressionantes da história dos séculos 20 e 21. Suas músicas reuniram uma sociedade segregada, tocando as pessoas, de todas as idades e raças, com os artistas Diana Ross e The Supremes, The Temptation, Marvin Gaye, Michael Jackson e os Jackson 5 e entre outros.
Suas inspirações Entre as referências musicais do cantor estão os clássico: Stevie Wonder, Etta James, Michael Jackson e, os modernos ícones pop: Beyoncé, Sam Smith e Lady Gaga.
Sonho Para Renan Cavolik, a música é capaz de levar as pessoas que a ouvem para outra dimensão e fazer com que esqueçam de seus problemas por alguns minutos. Esses minutos tem a capacidade de muitas vezes se tornarem escolhas que levam toda uma vida. E esse é seu maior sonho: transformar os minutos de uma música em momentos únicos e inesquecíveis para seus queridos ouvintes.
Conceito Um trabalho atual com clássicos que marcaram a década de 60. Leve, inspirador, criativo e capaz de resgatar todo o sucesso da gravadora dos grandes nomes da música e tendências que inspiram, ainda, muitas gerações.
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O QUE É UM BRANDBOOK?
O QUE É UM PRESS KIT?
Em tradução livre: Livro da Marca. É um guia que traz a responsabilidade de apresentar e demonstrar o universo da marca de uma forma mais objetiva e clara. Capaz de transmitir ao leitor uma experiência instigante e inspiradora sobre a marca, o Brandbook convida à leitura e engajamento por parte de quem o lê. Toda a normalização e aplicação são feitas através desse livro. Organiza os elementos, especificando sempre formatos, cores e regras que orientam todas as manifestações visuais do artista. Portanto, o Brandbook, é referência imediata para a utilização da marca, tornando-se assim, de grande importância no que diz respeito às suas diretrizes verbais e visuais.
Nos dias atuais é muito comum presenciar divulgações e análises de trabalhos dos artistas da indústria musical e fonográfica. Essas análises são feitas por críticos da imprensa, do meio musical e por influenciadores de opiniões. O Press Kit, ou Kit para Imprensa, tem o papel de impressionar e, ao mesmo tempo, mostra o conteúdo. O artista e sua equipe querem espaço na mídia e ainda mais que isso, boas relações com quem tem voz nesse meio. Para que o Press Kit funcione da melhor maneira deve constar informações claras e explicativas, criatividade e uma ligação com o que está sendo apresentado. Podem conter brindes promocionais, fotos de divulgação, exemplares do que faz parte do trabalho do artista.
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CARACTERÍSTICAS FÍSICAS Apresentado na forma de livro. Dimensão: 21x28cm Lombada: 0,5cm Número de Páginas: 72 Encadernação: Capa Dura Capa: Rígida Miolo: Couché 150gr.
IMPRESSÃO Impressão 4x4 cores.
LINHA CRIATIVA Seguindo a proposta de desenvolver um material simples e bem organizado, o uso de páginas mais limpas e fotos da divulgação é muito presente por todo o Brandbook. As cores foram pensadas e utilizadas de forma resguardada e separam as duas marcas: padrão e trabalho. Todas as informações são extremamente necessárias e já elaboradas da melhor forma para que o entendimento seja rápido e fácil.
APRESENTAÇÃO E DEMONSTRAÇÃO Sua apresentação é direta. As sequências de temas não confudem o leitor e foram pensadas na ordem de utilização.
BRANDBOOK Desenvolvido para apresentar as diretrizes das marcas do cantor Renan Cavolik, o Brandbook é uma ferramenta simples e muito eficiente no que diz respeito ao comportamento de identidade visual.
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O Brandbook é divido em duas partes, a primeira: introduz ao artista, onde consta informações de sua vida, estilo e a partir daí já é possível seguir todas as regras de utilização da marca padrão. Já a segunda: apresenta o trabalho com a gravadora Motown Records e em seguida a marca desenvolvida para tal trabalho, finalizando com aplicações gerais das marcas. 43
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CARACTERÍSTICAS FÍSICAS Maleta de madeira MDF com alça e trava, revestida completamente com tinta esmalte da cor preta e com espuma acústica sem perfil, envernizada e adesivada com logotipo em branco na face de abertura Dimensões: 40x33,5
IMPRESSÃO Todos os materiais impressos do Press Kit foram impressos coloridos, frente e verso e offset.
LINHA CRIATIVA O objetivo do Press Kit é fazer com que a pessoa que receber viaje no tempo e viva a experiência de uma vitrola. Porém, uma vitrola simulada a partir de um Qr Code que, quando escaneado, direciona e possibilita a audição do albúm completo do cantor. Tudo isso realizado a interação da tecnologia com o impresso de vitrola e o disco de vinil.
COMPONENTES
PRESS KIT Desenvolvido para apresentar à imprensa o trabalho desenvolvido pelo cantor Renan Cavolik. Pensado de modo que fossem criadas ligações criativas entre a música e o material de divulgação.
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No interior do Press Kit estão dispostos na tampa da maleta: • Folder explicativo do artista e trabalho de dimensão 21x29,7cm; • Pen Drive com arquivos digitais; • Cd com encarte de dimensão: 12x12cm; • 3 Cartões postais com fotos de divulgação de dimensão: 15x10cm; Já na base da maleta: • Disco de Vinil de dimensão: 25x25cm
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REFERÊNCIAS
LISTA DE IMAGENS
CANONGIA, Lígia. O Legado dos anos 60 e 70, Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2005.
Imagem 1: http://jacsgod777.files.wordpress.com/2011/01/martin-luther-king-jr.jpg Acesso em: 10 ago. 2015.
COSTA, Joan. A imagem da marca - um fenômeno social, São Paulo: ROSARI, 2008. FARIAS, Luiz Alberto de. Relações Públicas Estratégicas – Técnicas, Conceitos, e Instrumentos, São Paulo: SUMMUS, 2011. MELO, Chico Homem de. Design Gráfico Brasileiro: anos 60, São Paulo: COSAC NAIFY, 2008.
Imagem 2: http://static.businessinsider.com/image/53ac583869bedda35d2ad275/image.jpg Acesso em: 10 ago. 2015. Imagem 3: http://www.marketingonline.nl/sites/default/files/nieuws/tvscreen.jpg Acesso em: 10 ago. 2015.
PÉON, Maria Luisa. Sistemas de identidade visual, São Paulo: 2AB, 2003. POSNER, Gerald. Motown: Music, Money, Sex and Power, Nova Iorque: Random House Publishing Group, 2009.
Imagem 4: http://i.ytimg.com/vi/gFnZw4o4P4I/maxresdefault.jpg Acesso em: 12 ago. 2015.
RODRIGUES, Delano. Naming: o nome da marca, São Paulo: 2AB, 2013. WHEELER, Alina. Design de Identidade da Marca, Porto Alegre: Bookman, 2008.
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