Em busca do café perfeito

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FECHAMENTO DA EDIÇÃO: 20H30 RAMON LISBOA/EM/D.A PRESS

EM BUSCA DO CAFÉ PERFEITO A procura por cafés especiais está agitando o mercado da bebida em Belo Horizonte, que já conta com mais de uma dezena de casas especializadas. Apenas nos últimos meses, três lojas foram abertas em pontos nobres da capital. Nesta reportagem, com produção multimídia, assinada por Renan Damasceno, Fred Bottrel e Rafael Alves, o Estado de Minas mostra como está crescendo a demanda pelo café de alta qualidade, revela detalhes de como é produzido e ouve a nova geração de especialistas que tem ensinado o mineiro a extrair o melhor sabor do grão. PÁGINAS 12 E 13

● CONFIRA ROTEIRO E VÍDEO DAS CAFETERIAS QUE ESTÃO MUDANDO A FORMA DE DEGUSTAR A BEBIDA EM BH NO EM.COM.BR

ESCOLAS PÚBLICAS DOMINAM UFMG

Pela primeira vez, maioria dos matriculados na universidade é oriunda das redes estadual e municipal Foi-se o tempo em que a Universidade Federal de Minas Gerais era formada predominantemente por estudantes provenientes de colégios particulares. Levantamento sobre o perfil do aluno da UFMG, ao qual o Estado de Minas teve acesso com exclusividade, mostra que 54,51% das matrículas feitas este ano são de estudantes que cursaram o ensino médio em escolas públicas, contra 41,83% em instituições privadas e 3,37% que frequentaram as duas modalidades de ensino.

3.207 NÚMERO DE ESTUDANTES MATRICULADOS NA UFMG ESTE ANO QUE FIZERAM O ENSINO MÉDIO NA REDE PÚBLICA

Essa mudança de perfil é atribuída, pela própria reitoria, às políticas afirmativas dos últimos anos no país, como a criação da Lei das Cotas. Foi essa norma que possibilitou à estudante Jaiane Souza, de 22 anos, ingressar no curso de letras da universidade. “Acho muito importante a existência do sistema de aprovação por reserva de vagas a cotistas. Se não fosse assim, eu não teria chances de entrar na UFMG”, afirma Jaiane. PÁGINAS 17 E 18

EULER JUNIOR/EM/D.A PRESS

MILAGRE NO ASFALTO

“Pedi a Deus para segurar a carreta”, diz motorista O motorista Oseas Alves dos Santos atribuiu a uma falha mecânica o acidente de sexta-feira na BR356, em que sua carreta arrastou 23 carros. Segundo ele, foi milagre ninguém ter morrido ou se ferido gravemente. “Quando percebi que os freios falharam, pedi a Deus para segurar a carreta. E orei”, disse ontem o chofer, logo depois de receber alta do Hospital do Pronto-Socorro João XXIII. PÁGINA 19

DÍVIDA

A ‘família’ de 71 reunida: Beto Bom de Bola, Humberto Ramos, Ronaldo, Mussula, Dario e o filho de Telê, Renê Simões

PRESSÃO NO CONGRESSO PARA ALIVIAR CAIXA DOS ESTADOS A bancada mineira vai pressionar o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para pôr em votação nesta semana o projeto que suspende a dívida dos estados por 36 meses. Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul também querem a aprovação da proposta. Juntas, as bancadas dos três estados somam 130 deputados, pouco mais que a metade do quórum necessário, 257 parlamentares, para abrir a sessão plenária. PÁGINA 3

Inesquecível Humberto Ramos penetra pela esquerda na área do Botafogo e cruza para Dario cabecear. É gol do Atlético! Gol do título do primeiro Campeonato Nacional, em 1971. Mesmo 45 anos depois, a lembrança da conquista ainda emociona os heróis alvinegros. Ex-jogadores do Galo reunidos pelo Estado de Minas, ao lado de Renê Santana, filho do mestre Telê, contam que jogaram ‘como uma família’ para superar os adversários e levantar a taça. PÁGINAS 22 E 23

BEM VIVER

& MASCULINO

FEM ININO

EM ★

As previsões para 2017

A moda em novos tempos

As combinações de um mestre

Depois de um 2016 bastante complicado para os brasileiros, videntes, astrólogos e numerólogos dizem o que podemos esperar para o ano novo. CAPA E PÁGINAS 3 E 4

O desfile de formatura do curso de design de moda da Fumec revela talentos e mostra o que estão pensando os profissionais que começam a chegar ao mercado. PÁGINAS 6 E 7

Em seu novo disco, No voo do urubu, o maestro e compositor carioca Arthur Verocai mostra todo o seu ecletismo em repertório que mescla mpb, samba, jazz, soul e até rap. CAPA

ISSN 1809-9874

99 771809 987014

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ECONOMIA

OURO VERDE

NA TENTATIVA DE IDENTIFICAR BOAS OPÇÕES NA CAPITAL DO MAIOR ESTADO PRODUTOR DO GRÃO, O EM OUVIU A GERAÇÃO QUE TEM FEITO O MINEIRO REDESCOBRIR O SABOR SERVIDO EM XÍCARAS FOTOS: RAMON LISBOA/EM/D.A PRESS

GUILHERME COSTA E DANIEL CABRAL COMEÇARAM TORRANDO GRÃOS ESPECIAIS EM UMA GARAGEM E EM JULHO INAUGURARAM A NOETE CAFÉ CLUBE: ASSINATURAS TRIPLICARAM EM UM ANO

TIAGO DAMASCENO E ADRIENE COBRA FIZERAM PESQUISA DE MERCADO ANTES DE INAUGURAR A OOP NA SAVASSI: APOSTA EM MOVIMENTO MUNDIAL

EM BUSCA DO CAFÉ PERFEITO

RENAN DAMASCENO

ETAPAS O período é um avanço em relação à primeira onda – quando houve aumento do consumo em decorrência da modernização do processamento e comercialização, pósSegunda Guerra –, e da segunda onda –, quando foi introduzido o conceito de cafés especiais, com a popularização do café espresso e o surgimento de redes como Starbucks, a partir dos anos 1960. “Nos últimos três, quatro anos, esta tendência de mercado se fortaleceu, muito impulsionada por jovens, seja no consumo, seja no interesse em se envolver com este universo: torrando e moendo os próprios grãos, frequentando casas especializadas”, afirma Nathan Herszkowicz, diretor-executivo da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic). Nathan ressalta ainda o potencial do consumo do café em casa. “O segmento de cápsulas vem aumentando exponencialmente, com previsão de crescer 18% nos próximos anos. Tudo isso faz parte da busca por novas experiências.” OPORTUNIDADE Além da Noete, outras duas casas foram abertas neste segundo semestre dedicadas exclusivamente aos cafés especiais: a Intelligenza e a Oop, ambas na Savassi. A Oop começou há quatro meses pelos sócios Tiago Damasceno e Adriene Cobra, que se conheceram no mercado financeiro. “Fizemos pesquisa de mercado. Estivemos em São Paulo, onde o mercado é mais maduro, percebemos que Belo Horizonte tinha grande potencial e a abertura dessas casas ocorreria inevitavelmente, uma vez que é um movimento mundial”, conta Tiago. Tiago, paraense, e Adriene, de família de cafeicultores de Alfenas, no Sul de Minas, apostaram em uma casa moderna, com um longo balcão para conversar com os clientes. “Nossa missão é formar público. Gostamos de conversar, mostrar o processo, desmistificar o café. Muita gente tem medo por causa do nome ‘especial’, pensa logo ser muito mais caro, mas muitas vezes o preço é um pouco mais alto que o convencional”, conta Adriene.

Cafeterias de grão especial de Belo Horizonte

Intuição e grão

¦ Rua Itajubá, jubá, 350 Floresta

Café Magazine

Academia do Café

Pedal dal e prosa osa

¦ Rua Rio de Janeiro, 633 Centro

Rua Grão Grã Pará, 1.024

R Rua ua Padre Marinho, M 321 32 Santa nt Efigênia

¦ Cent Centro

Mind Mi nd the Coffee Coffe

¦

Ave Avenida venida Crist Cristóvão Colombo, 501 Funcionários Func ncio ionários

Oop

a or nh Se o sa rm os Ca .N o Av d

Impulsionado por consumidores cada vez mais preocupados com a origem do produto e na esteira do crescimento dos produtos artesanais, o fenômeno mundialmente conhecido como terceira onda do café chegou de vez a Belo Horizonte. A abertura nos últimos meses de cafeterias especializadas em extrair o melhor do grão mostra que a busca por cafés especiais se firma como tendência de mercado e com enorme potencial a ser explorado, uma vez que pouco mais de uma dezena de casas na capital mineira oferecem ao cliente informações desde a origem do grão à escolha do método de preparo – do tradicional cafezinho de coador à extrações mais sofisticadas, como aeropress, chemex e prensa francesa. “É um público que veio formando o paladar com vinhos, que passou a buscar cervejas artesanais e, agora, percebe que o café comercial está abaixo do que a bebida pode oferecer. Esse consumidor está mais exigente, atrás de novas experiências”, conta Guilherme Costa, sócio da Noete Café Clube. A marca, que começou como um clube de assinaturas, torrando cafés especiais em uma garagem do Bairro Jardim América, inaugurou em julho uma casa sofisticada no Santo Antônio. A Noete se junta a casas pioneiras como Café Kahlua, no Centro; Academia do Café, que abriu em 2011 como escola e laboratório e se tornou referência no país; e a novos endereços, como Oop e Intelligenza, que abriram neste segundo semestre, na Savassi. Segundo os sócios Guilherme e Daniel Cabral, o número de assinaturas da Noete triplicou em um ano. São planos que variam de R$ 31,90 (250g de café, em grãos ou moídos) a R$ 49,90 (500g). Os números e o comportamento dos consumidores – a maioria homens, de 20 a 40 anos –, confirmam a tendência. “Além de o número crescer, o assinante foi evoluindo. Quem assinava 250g migrou para 500g e, em vez de moído, hoje pede em grãos, pois já se acostumou a moer em casa, diversificou os métodos”, comenta Daniel. Terceira onda do café foi uma expressão criada no início dos anos 2000, mas que se popularizou apenas nos últimos anos. Segundo o Relatório Internacional de Tendências do Café, divulgado no início do mês pelo Bureau de Inteligên-

cia Competitiva do Café da Universidade Federal de Lavras (Ufla), o fenômeno “está ligado à percepção do café como produto artesanal, que se se diferencia por inúmeros atributos, como origem, torra e método de preparo”.

¦ Funcionários nários

Noete

¦ Rua São Domingos do Prata, 475 Santo Antônio

Aprendas as diferenças entre os métodos de preparo de café

Espresso

Coador

Chemex

Hario V60

Sifão

¦ Água passa por pressão na máquina e deixa a bebida concentrada e cremosa

¦ Método mais usado pelos brasileiros, no qual bebida é passada por um pano

¦ Filtro de papel apoiado sobre jarra de vidro produz uma bebida aromática

¦ Coador japonês popular no Brasil. Usa filtro de papel e gera café aromático

¦ Água na parte de baixo ferve, se mistura com o café na parte superior e retorna

Prensa francesa

Cafeteira

Aeropress

Ibirik

Soft brew

¦ Água e pó são misturados e uma haste é comprimida. Aroma e sabor ressaltados

¦ A água aquecida passa pelo café, na parte superior, e resulta numa bebida concentrada

¦ Método de pressão no qual o ar empurra a água contra o pó e gera bebida complexa em sabor e aroma

¦ Panela recebe água e café moído para fervura, sem filtragem. Técnica turca que usa condimentos

¦ Café e água são misturados na jarra, na qual um filtro interno extrai uma bebida leve


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OURO VERDE

GRÃO ESPECIAL PRODUZIDO EM FAZENDA DE SANTO ANTÔNIO DO AMPARO ATINGIU NA SEMANA PASSADA O VALOR MAIS ALTO EM LEILÃO NA HISTÓRIA DO PAÍS: R$ 18.093 PELA SACA DE 60KG SECAGEM DE GRÃOS NA FAZENDA GUARIROBA: QUALIDADE GARANTIU ARREMATE DE CINCO SACAS POR PREÇO RECORDE

BSCA/DIVULGAÇÃO

CAMPEÃO COLHIDO NO

SUL DE MINAS

RENAN DAMASCENO

O café mais caro da história do Brasil foi arrematado na quartafeira com o preço de R$ 18.093 (US$ 5.370,37) pela saca de 60kg. Foi o lance oferecido pela empresa japonesa Maruyama Coffee, que arrematou cinco sacas do café natural – colhidos e secos com casca – produzido por Homero Aguiar Paiva, da Fazenda Guariroba, de Santo Antônio do Amparo, Sul de Minas. O leilão on-line promovido pela Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA) registrou dois recordes: a saca mais cara e o lance médio mais alto: R$ 5.557,23 por saca de 60kg. O café de Santo Antônio do Amparo foi o campeão da última

edição nacional do Cup of Excellence, promovido no Brasil pela BSCA. O concurso é a principal referência do país e premia produtores nas categorias naturais (com casca e despolpados) e cafés cereja (descascados e/ou despolpados). No primeiro grupo, dos 19 cafés campeões, 17 são de Minas Gerais, principalmente do Sul, Mantiqueira e Matas de Minas. Os outros dois são da Bahia e região da Alta Mogiana, em São Paulo. São cafés que obtiveram notas acima de 84 pontos – pontuação que leva em consideração vários elementos, entre eles aroma e sabor, e que baliza a diferença entre gourmet (até 84 pontos) e especiais (acima de 84).

“O Brasil sempre foi o grande produtor de café no mundo, mas quando se falava em qualidade, a referência era Colômbia, Costa Rica, Guatemala e alguns países da África. Foi quando em meados dos anos 1990 sentimos a necessidade de mostrar que o Brasil tem qualidade”, conta Sílvio Leite, conselheiro da BSCA. “Em 1998, sentindo a tendência e a demanda de cafeterias como a Starbucks, realizamos os primeiros concursos e fomos escrevendo novas metodologias: se antes o objetivo era achar os defeitos, passamos a buscar as virtudes.”

mente acima de 900 metros –, colheita dos grãos perfeitos, cuidados com a secagem, torrefação até a extração. O crescimento da demanda nos últimos anos tem causado uma mudança na cultura do próprio produtor. “Cada vez mais as fazendas destinam parte da produção aos especiais. Em Minas Gerais, como existem muitas fazendas pequenas, de três a 10 hectares, muitas vezes com colheita manual e artesanal, o cafeicultor está se voltando quase totalmente aos especiais”, ressalta Sílvio. Confira conteúdo exclusivo sobre onde e como beber os melhores cafés em BH

SEGREDOS Para obter um café

especial é preciso ter um cuidado de ponta a ponta: altitude – geral-

Confira quais os princ principais tipos de café de Minas e onde são produzidos CHAPAD DE MINAS CHAPADA Regiões: Vales do Mucuri

CERRADO CERRAD Regiões: Alto Paranaíba,

e Jequitin Jequitinhonha

Triângulo Mineiro e Noroeste de Minas

Algumas cidades: Alguma

Algumas Alguma cidades: Patrocínio,

Capelinha, Turmalina e Ca Aricanduva

Araguari e Campos Altos

Características:

Características: Corpo e acidez médias, adocicado com notas de chocolate e castanha

Encorpado, com notas de castanhas mais neutras, como nozes

Os melhores cafés de Minas Cidades produtoras * Notas acima de 90 pontos, em uma escala de 100, no Cup of Excelence'2016

Araponga (Fazenda Caracol)

SUL DE MINAS Regiões: Sul e Sudoeste de Minas Algumas Alguma cidades: Alfenas,

MATAS DE MINAS Região: Leste de Minas Alguma Algumas cidades: Manhuaçu,

Machado, Poços de Caldas e Três Pon Pontas

Características: Encorpado, aroma frutado e sabor doce

Cristina (Sítio Vargem Alegre)

Alto Capar Caparaó e Araponga Santo Antônio do Amparo (Fazenda Guariroba) Conceição das Pedras (Sítio Paraíso)

Caracter Características: moderado e encorpado, cítrico e aroma intenso, com notas herbáceas

RAMON LISBOA/EM/D.A PRESS

IVAN HEYDEN E JÚLIA FORTINI, DA ACADEMIA DO CAFÉ, DEFENDEM A UNIÃO DE FORÇAS PARA AJUDAR NA EXPANSÃO DO MERCADO

PALADAR APRIMORADO Educar o público continua sendo o grande desafio para as cafeterias que estão apostando suas fichas em oferecer toda a diversidade que o café oferece. Os desafios diários vão desde convencer o usuário a aposentar o açúcar até explicar que o método de preparo vai muito além do coador de pano que todo mundo se acostumou desde criança. “No início a gente sofria demais, teve gente que falava que não tomaria aquela ‘água de batata’. A gente ia explicar os métodos e as pessoas ficavam desconfiadas”, conta Júlia Fortini, diretora comercial da Academia do Café, referência em Belo Horizonte na formação de baristas (desde 2011) e em oferecer cafés especiais ao cliente. “Hoje já está mudando, nos procuram curiosas, porque sabem que aqui tem diversos cafés. Também há uma mudança na cultura do consumo, com as pessoas mais preocupadas em saber de onde vem o produto, gostam de saber quem é o produtor. A cerveja ajudou muito na formação deste público”,

conta Ivan Totti Heyden, diretor de qualidade da casa.

TREINAMENTO A Academia fun-

ciona em uma casa aconchegante naRuaGrãoPará,noFuncionários, aberta em 2013 por Bruno Souza, da quarta geração de uma família produtoradocerradomineiro.Praticamentetodososbaristasouempreendedores que se envolveram com o universo do café nos últimos anos passaram pela Academia, em cursos que vão de workshop de extração (R$ 380) para o público em geral a cursos de torra (R$ 3,5 mil) e de barista (R$ 950), com certificação da Associação de Cafés Especiais da Europa (SCAE). Júlia e Ivan ainda destacam a união entre os baristas e cafeterias. “Como o café especial ainda representa um mundo muito pequeno, a gente tende a se unir para expandir o mercado no Brasil”, conta Júlia. “Quem busca café especial em um lugar, busca em outros. A gente se indica. Quanto mais gente oferecendo, melhor para o produtor, melhor para as cafeterias, melhor para o consumidor”, conta Ivan. (RD)


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