Renata Alcântara Martins_TGI II

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(Re) nascer

Renata Alcântara Martins

C a s a d e Pa r t o Humanizado

TGI – II / 2020


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Casa de Parto

Humanizado

TRABALHO DE GRADUAÇÃO INTERDISCIPLINAR ORIENTADOR: MARCOS MARCHETTI CENTRO UNIVERSITÁRIO PAULISTA UNICEP SÃO CARLOS – SP | 2020

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Filho...igualzinho à minha poesia Você nunca foi meu órgão Capaz de prosseguir com essa invenção chamada humanidade Você é a barbaridade de ter feito a minha barriga crescer Meu corpo zunir, abrir, escancarar pra você sair De onde eu nunca pus sequer os pés , as mãos

Da casa em que vivo e habito sem nunca ter entrado E haverá sempre um leite materno. Olhou as minhas entranhas enquanto virava ser humano Quieto dentro de mim como as palavras antes de serem poesia Mas fui apenas uma pensão, uma besteira Ou um hotel cinco estrelas Ou um amniótico colchão Hoje saído dessa embalagem, me olhas como miragem De parecer tão próprio, tão seu... Deixar de ser óvulo, indefinição, projeto, embrião... Escorrendo pelo seu terno Como mirra, benção, distração Como birra, alimento, maldição Maior que em mim, melhor que mim. Está pronto e feito como o meu melhor poema... ( Elisa Lucinda )

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Figura 1: Localização do terreno c


O projeto (Re) Nascer, nome dado ao ato da mudança na vida da mulher, aonde ressurgi uma nova mulher, e ao mesmo tempo nasce uma nova vida, um novo ciclo que se inicia para dois seres vivos, por isso foi dado o nome de (Re)Nascer. O projeto será uma casa de parto humanizado locado no interior de São Paulo, cujo atualmente não se tem nenhum programa nesse âmbito.

A casa de parto humanizada ou CPN (Centro de parto normal) como e visto perante a lei, é um estabelecimento voltado para o trabalho de parto normal, para pacientes com baixo risco na gestação, sendo assim será um local onde a principal protagonista é a gestante. Apesar do CPN ser considerado um novo trabalho inovador do séc. XXI, podendo ser notório na quantidade de CPN espalhadas pelo Brasil, não podemos apagar da história, que desde do início dos tempos o parto, é algo natural, especialidade única da mulher.


SUMÁRIO


APRESENTAÇÃO ---------- 12 INTRODUÇÃO --------- 12 EVOLUÇÃO DO PARTO --------- 14 HUMANIZAÇÃO NO PARTO --------- 20 CASA DE PARTO REFERÊNCIA ---------- 28 CASA ÂNGELA --------- 29 CASA DE PARTO DAVID CAPISTRANO FILHO ___________ 38 CASA DE PARTO DO MÉXICO --------- 44 CASA DE PARTO HALCYON BIRTH CENTRE --------- 50 ÁREA DE ESTUDO ---------- 56 CONTEXTUALIZAÇÃO PROJETUAL --------- 69 ESTUDO VOLUMETRICO --------- 75 PROJETO --------- 79 Bibliografia ---------- 99

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Introdução

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O Intuito do projeto é mostrar a importância da Arquitetura hospitalar no âmbito da saúde da mulher e do recém nascido, onde através de um projeto humanizado e objetivo, possa vir a dar apoio ao hospital local complementando o trabalho com as parturientes. Hoje o hospital local não tem condições de oferecer uma ampliação em sua área, por se tratar de uma construção antiga, não havendo espaço em seu entorno. O objetivo é oferecer um ambiente humanizado onde se possa aproveitar o momento do parto, fazendo com que isso se torne algo mais natural e não fazendo desse momento algo traumático na vida da mulher.

Croqui Fonte: acervo pessoal da autora.

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Atualmente são realizados os partos normais e cesáreas no Hospital local Maternidade Dona Francisca Cintra, onde é oferecido atendimento para os planos do SUS, particular e convênios privados como Unimed, Cassi, Cabesp, Porto Seguro, São Francisco, entre outros ... No hospital são atendidos não somente as gestantes da cidade como também pacientes das

“Art. 1° A Rede Cegonha, instituída no âmbito do Sistema Único de Saúde, consiste numa rede de cuidados que visa assegurar à mulher o direito ao planejamento reprodutivo e à atenção humanizada à gravidez, ao parto e ao puerpério, bem como à criança o direito ao nascimento seguro e ao crescimento e ao desenvolvimento saudáveis, denominada Rede Cegonha.”

cidades da região como Rio Claro, Descalvado, Ibaté, entre outras. No passado, a cidade era vista como referência no termo de parto normal, mas acabou perdendo espaço para a cidade de Araraquara e Ribeirão Preto, onde hoje conta com uma maternidade baseada na rede de cuidado à mulher denominado desde de 2011 como Rede Cegonha, que é assistida pela portaria 1.459/GM/MS

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EVOLUÇÃO DO PARTO

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Desde o início dos tempos entre o grupo de mamíferos, é necessário um parto para gerar uma vida, seja ela humana ou animal, é algo do qual as mulheres já nascem sabendo, é instinto, é natural, é o ciclo da vida terrena, o corpo humano é sábio em todos os sentidos, basta olhar para ele, ouvir o que ele tem a dizer, e acima de tudo, respeitar o que ele sente. No ciclo da vida, o corpo feminino abriga um embrião por longos meses, enquanto essa vida vai criando forma, então surge o momento único, esperado, e por muitas mulheres tão sonhado, ato do qual pode tornar-se um grande pesadelo quando há falta de informação e

Figura 3: Croqui Fonte: acervo pessoal da autora.

o desrespeito alheio, passando a enxergar esse momento não como algo próprio da natureza, mas sim como algo mecânico, como se o corpo humano fosse apenas uma máquina industrial para reprodução.

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Na linha do tempo, existem várias

As parteiras eram consideradas

Durante os séculos XVIII e XIX

formas de encarar o parto. Na Europa,

de confiança pelas mulheres,

a medicina obstétrica

durante e após a Idade Média o parto

podendo realizar até atos

consolidou o uso de um

era ditado pela igreja católica, onde a

cirúrgicos e também batizar o

aparelho chamado Fórceps,

dor do parto era um castigo dado à

recém nascido, quando ele

material obstétrico utilizado

mulher, como penitência. O termo

estava entre a vida e a morte, por

para extrair o bebê em

parto normal era tratado com mais

não dar tempo de chegar até a

determinadas condições que

naturalidade do que visto hoje em dia,

igreja, sendo que naquela época

poderiam e ainda hoje podem

sendo muito comum o parto ser

o batismo era crucial. Muitas

resultar em perigo para a mãe

realizado na própria residência por

vezes as parteiras eram

ou para o bebê. (Criado por

mulheres que eram chamadas apenas

consideradas bruxas, por obter

Peter Chamberlen ainda no séc.

no momento do trabalho de parto,

conhecimentos, que eram

XVI). Com isso, predominando

cujo nome ficou conhecido como

passados de geração em

a posição horizontal para o

“parteiras” ou “comadres”. O

geração.

momento do parto, torna essa

parto consistia em dar à luz na posição

Foi a partir do Séc. XV que os

posição mais favorável para o

de cócoras, sentada ou em pé, posição

homens começaram a assumir o

profissional e nem sempre para

da qual a parturiente recebia ajuda de

controle sobre o parto, trazendo

a gestante.

acordo com a situação, para tornar

a medicina para esse ato.

mais fácil o nascimento natural.

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16


Com a chegada do médico parteiro, as parteiras começaram a perder espaço na hora do parto, criando

conflitos entre a classe médica e a classe de parteiras. As gestantes também passam a ter suas mudanças na cena do parto, agora ao invés de serem vistas pela igreja católica, como culpadas e por

esse motivo sentirem as dores do parto como punição, passam agora a serem vistas como vítimas. Em meados do séc. XX o parto passa a ser direcionado totalmente pelo médico, onde a mulher tinha suas

pernas amarradas, perdendo assim o controle do seu corpo e de suas dores.

“Um homem – Parteira”. Caricatura ironizando a condição que dividia o médico/homem da mulher/parteira, simbolizando a disputa obstétrica pela execução do parto na Europa entre o século XVIII e XIX. Pintura de S. W. Fores, Londres, 1793. Fonte: The Wellcome Library, no. 16968i

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O médico torna-se uma figura

Com o tempo isso tornou-se algo

predominante no parto, monitorando

mais recorrente, sendo visto pela

e acelerando o ato fisiológico.

sociedade como algo mais seguro

Apesar do parto cesárea ser visto na

do que o parto natural, por sua vez

história desde a antiguidade, muitos

gerou uma inversão no sentido do

escritores alegam ser a origem do

parto natural, sendo visto agora

nome em homenagem a Júlio César,

como um momento de pânico e dor,

que foi retirado da barriga de sua mãe

essa sensação de terror pré-parto ou

através de um corte abdominal,

até mesmo pós-parto, se dá por

porém outros escritores alegam ter

vários fatores podendo ser

vindo do deus grego romano

nitidamente visto até os dias atuais.

Asclépio considerado o deus da cura

Podem ser citados como agravantes

e da medicina, o seu símbolo é usado

o ambiente frio, não somente em

até hoje como o símbolo da medicina.

questão de espaço físico, mas

O parto cesárea começou a ter mais

também dado a questão psicológica,

ênfase na história a partir do séc.

ambiente hostil, desconfortável, local

XX, até então esse método era

remetendo a sofrimento e não ao

utilizado apenas em caso de risco.

prazer de gerar uma vida.

Fig. Cajado do deus grego romano Asclépio Simbolo da medicina ate os dias atuais.

Fonte: Scielo (2002)

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18


O não acompanhamento de uma

Infelizmente esses casos eram e são mais

pessoa escolhida pelo paciente,

frequentes nas pacientes atendidas pelo

também colaborou para um não

sistema único de saúde SUS, onde por

aproveitamento na hora do parto,

sua vez trata-se geralmente de uma

sendo ele cesárea ou natural, se

classe economicamente e socialmente

vendo em uma situação totalmente

mais carente, que muitas vezes não

sozinha, rodeada apenas por

possuem acesso ao conhecimento,

“estranhos” fez com que esse

então não reclamam a violência

momento fosse visto ainda mais

obstétrica, pois não conhecem o poder

como um momento de terror.

do seu corpo e a importância do parto

Nesse cenário foi praticado por

natural tanto para a mãe como para o

muitos anos o abuso obstétrico,

recém nascido, como consta em muitos

aproveitando de um momento

estudos médicos científicos atuais.

vulnerável gravídico para atos como

Foi somente em Abril de 2005 que

agressão verbal, atendimento

houve alteração na LEI Nº 11.108

desumanizado, negligência médica,

concedendo à parturiente o direito de

humilhação, intervenções cirúrgicas

ter um acompanhante no trabalho de

desnecessárias e sem o

parto, parto e pós-parto imediato.

Art. 19-J. Os serviços de saúde do Sistema Único de Saúde - SUS, da rede própria ou conveniada, ficam obrigados a permitir a presença, junto à parturiente, de 1 (um) acompanhante durante todo o período de trabalho de parto, parto e pós-parto imediato.. Lei Nº 11,108 - JusBrasl

consentimento da mãe.

F

19


Humanização no parto

F


21

v


Humanizar, vem do sentido de valorizar a

A Rede Cegonha é um

vida humana como um todo, sem

programa do Ministério da

distinção de classe racial, social ou

Saúde que tem por

econômica, entendendo que cada

objetivo cuidar e assegurar

pessoa, é dotado de vontade própria,

o direito e o cuidado da

fazendo necessário o seu respeito e

parturiente.

entendimento, fornecendo um bom atendimento tanto para a mãe quanto para o bebê. Esse ato, vem desde as coisas mais simples, como cuidado, zelo, proteção, deixar a paciente falar e ser ouvida, ter a opção de expor suas vontade e se fazer feita (desde que sem riscos para mãe e para o recém nascido) fazendo com que a paciente volte a ter o seu papel como protagonista dessa cena,

podendo participar de cada momento do seu parto, e tendo a certeza que está sendo cuidada e respeitada.

F

Esse programa vem garantir que

Art. 1° A Rede Cegonha, instituída no âmbito do Sistema Único de Saúde, consiste numa rede de cuidados que visa assegurar à mulher o direito ao planejamento reprodutivo e à atenção humanizada à gravidez, ao parto e ao puerpério, bem como à criança o direito ao nascimento seguro e ao crescimento e ao desenvolvimento saudáveis, denomi nada Rede Cegonha. (PORTARIA Nº 1.459, DE 24 DE JUNHO DE 2011)

esses cuidados sejam respeitados dentro do ambiente hospitalar e nas CPN, mostrando a importância dos cuidados com a

parturiente em todos os sentidos, como o aleitamento materno, o ato de ter seu recém nascido no quarto consigo e a presença de um acompanhante nesse momento.

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Também através desse incentivo foi

A OMS (Organização Mundial da

assegurado o direito de ser realizado um

Saúde) portaria nº 569/2000, vem

parto natural sem a presença de um médico,

apoiar e incentivar o parto

podendo ser realizado por enfermeira

humanizado, declarando ir contra a

obstétrica ou por uma obstetriz, com a

medicalização em excesso sem

opção de ser realizado tanto em um

necessidade, incentivando o

ambiente hospitalar, como em uma Casa de

atendimento digno e de qualidade, a

Parto, assegurando também o direito de ter

importância do pré-natal e a garantia

uma doula que é uma profissional

de realização de exames básicos, o

especializada em serviços com gestante,

direito ao pai do recém nascido poder

acompanhando no momento do parto,

visitar sem restrições de horário, o

estando ali para fornecer um bom

incentivo ao parto verticalizado, como

condicionamento físico e emocional.

visto que já era praticado no passado,

A doula também é porta voz da gestante por

mostrando que é uma das posições

conhecer suas vontades e desejos para a

mais adequadas por diminuir as dores

hora do parto, é de escolha da paciente e

do parto, contando com a ajuda da

não exclui um acompanhante de sua

mãe para o nascimento do seu filho.

Humanização

Melhoria na qualidade no pré natal

Respeito a diversidade cultura, ética e social

Boas práticas de segurança na atenção ao parto

Realização dos direitos humano

escolha, sendo assim a paciente poderá contar com os dois no momento do parto.

F

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Não é dispensado todo o avanço e a competência da ciência, voltando com práticas antigas e desprezando o avanço realizado até os dias atuais, mas que a ciência nesse momento seja uma aliada e não protagonista, que esteja a favor da mãe e do bebê. Outra análise feita é a questão da importância do aleitamento materno, ato que precisa ser trabalhado e explicado para a mãe desde o inicio do pré-natal, pois esse momento é importante tanto psicologicamente, quanto fisiologicamente, pois o leite materno é a melhor

composição para a digestão do bebê,

sendo explicado e orientado em

sendo a melhor fonte de nutrientes e

todos os procedimentos

fonte poderosa contra infecção.

necessários, pois é nessa fase que

Para a mãe esse momento é crucial,

inicia o período de preparo

pois é um momento de amor e troca

fisiológico e psicológico.

de carinho entre ela e o bebê, é nesse

Entre vários

momento que é liberado

cuidados que são necessários

ocitocina, também conhecido como

nessa etapa, um deles é a

hormônio do amor, é ele que é

explicação dos vários tipos de

responsável pela sensação de prazer e

parto que podem

afeto.

vier a ocorrer, salientando

A importância do pré-natal na vida da

que o parto cesárea em hipótese

parturiente é crucial, pois não é só o

alguma é algo ruim, mas ele deve

momento do parto, seja ele cesárea

ser realizado com sabedoria e no

ou normal, que necessita ter uma

momento que realmente houver

humanização e atingir um bom

necessidade, por se tratar de uma

resultado no final, é essencial que o

cirurgia como qualquer outra.

trabalho seja iniciado literalmente,

F

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Parto cesárea São Carlos - SP- 2016/2019

Atualmente, a falta de informações, faz com que o numero de cesáreas no

país se torne algo alarmante, segundo a OMS a taxa ideal de cesariana deve ser de 10% a 15%. O Brasil tem as maiores taxas de

Janeiro

Fevereir

Março

Abril

Maio

Junho

Julho

Agosto

Setembr o

Outubro

Novemb Dezemb ro

ro

cesariana do mundo, chegando a

Cesárea 2016

219

208

283

85

82

84

165

259

219

222

191

208

Cesárea 2017

276

233

288

243

310

270

248

251

216

216

206

189

55,4% em 2016, sendo muitas delas

Cesárea 2018

240

202

262

260

218

228

211

228

210

201

235

199

Cesárea 2019

235

254

227

218

250

210

201

204

221

183

186

240

fora de contexto e sem risco para

o

Parto normal São Carlos – SP 2016/2019

mãe e para o recém nascido. Em 2018 São Paulo registrou uma taxa de 58,6%, taxa que por sua vez ultrapassa e muito o estipulado como ideal pelo OMS, analisando os dados

foi declarado pela Recomendação nº038 de 2019 pelo conselho de saúde que 88% realizado em setores privados.

Janeiro

Fevereir o

Março

Abril

Maio

Junho

Julho Agosto

Setemb Outubr Novem Dezem ro

o

bro

Normal vaginal 2016

86

81

92

79

82

73

63

83

72

88

81

bro 88

Normal vaginal 2017

103

87

82

94

117

94

118

124

96

120

115

126

Nomal vaginal 2018

147

165

144

139

147

129

127

137

113

115

123

109

Normal vaginal 2019

134

116

124

123

117

103

103

105

93

108

92

111

F Gráficos realizado pela autora Fonte: SINASC

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Fazendo análise com os dados do

Mesmo com a luta para a chegada

SINASC (Sistema de informação de

de informação dos benefícios do

nascidos vivos) foi possível observar

parto normal para a mãe e para

que em Maio de 2017, na cidade

o recém nascido, ainda é possível ver

de São Carlos, foram realizados 310

a discrepância entre os métodos escolhidos

partos cesáreas e

para o parto.

no mesmo mês, foram registrados 117

Comparando ao mês de maio de 2017 houve

partos normais, podendo obter a

uma queda na quantidade de cesáreas, mas

confirmação de que o parto cesárea é

ainda assim o número continua se

o método mais utilizado na cidade,

mostrando bem alto.

assim como no resto do país. Em 2019 o mês de fevereiro mostrou o maior índice de parto cesárea registrando 254 partos, no mesmo mês foram realizados 116 partos normais. Comparando ao mês de maio de 2017

“Considerando que o Brasil se encontra em um cenário de intensa medicalização do processo do nascimento, com 98% dos partos realizados em hospitais e que, de acordo com estudos científicos, pautados em

informações sobre o parto cesariano, indicam não existirem evidências de que cesáreas em mulheres ou bebês que não necessitem dessa cirurgia, tragam algum benefício; considerando que a realização de cesarianas desnecessárias expõe a mulher a três vezes mais o risco de morte por parto.” Fonte: Plenário do conselho nacional de saúde

houve uma queda na quantidade de cesáreas, mas ainda assim o número continua se mostrando bem alto.

F

26


Mesmo com a luta para a chegada

Nas cidades do interior, não

de informação dos benefícios do

contamos com nenhuma casa

parto normal para a mãe e para

especializada nesse serviço, sendo

o recém nascido, ainda é possível ver

apenas encontrada a referência a

a discrepância entre os

doulas ou enfermeiras obstétricas,

métodos escolhidos para o parto.

que acompanham as pacientes no

Com isso podemos identificar a ausência

trabalho de parto, que é realizado

de um local especifico para a realização de

na própria residência da paciente.

parto normal com segurança, respeito, qualidade, e segurança, levando em conta

e seguindo a lei que assegura. É através desse pensamento que surgem algumas casas de parto no Brasil, no estado de São Paulo podemos contar com duas casas de parto renomadas, a Casa Angela na zona sul de São Paulo e a

Casa Sapopemba na zona leste, entre várias outras casas espalhadas pelo país.

F

Croqui Fonte: acervo pessoal da autora.

27


Casa de parto (ReferĂŞncia)

F


Casa Ângela

Foto: Casa Ângela


A Casa Angela fica localizada no bairro Jardim

Mirante na capital paulista, ela tem uma boa referência no que diz respeito à saúde da mulher e ao respeito e acolhimento que a casa trabalha faz com que as pacientes se sintam literalmente em casa. Em 1980 a parteira alemã Angela Gehrke da Siva formada na Alemanha no ano de 1983 como parteira, chega ao Brasil para trabalhar na área da saúde, Associação de Monte Azul na zona leste de São Paulo. Inspirada em seu professor Frederick Leboyer

Casa Ângela Fonte: Google maps

médico obstetra, um dos pioneiros no parto humanizado no mundo, fica comovida com a falta de informação e com a falta de acesso à saúde na favela. Angela vem para prestar assistência à saúde na gravidez, pós e prénatal, criando a Casa de Monte Azul e em 1999 a casa é fechada.

F

30


1980 •Chegada de Angela Gehrke para trabalho voluntário em Monte Azul

Um ano após o fechamento da casa,

1997

a fundadora Angela vem a falecer

•Fundação da Casa de Parto Monte Azul

sendo vitima de um câncer.

1999

Em 2003 a alemã Anke Riedel,

•Fechamento da Casa

uma voluntária que havia trabalhado

2000

ao lado de Angela, foi convidada pela

•Falecimento de Angela

Associação Comunitária Monte Azul

2003

para abrir uma parceria com

•Chegada de Anke Riedel para abrir uma nova casa com nome de Casa Angela

a Secretaria Municipal de Saúde, para abrir uma nova casa de parto dando o nome de Casa Angela em homenagem à parteira. Em 2006 é iniciada a obra obtendo

2006 •Inicio da obra

2009 •Inauguração da casa ainda sem o centro de parto

apoio de parceiros internacionais da

2012

Associação. Anke Riedel coordena a

•Inaugurado o centro de parto

obra e implantação da casa atuando na

2015

gestão ate o ano de 2017 onde volta

•Assinado acordo com a prefeitura. Recebimento de recurso do SUS

para Alemanha.

2017 •Partida de Anke Riedel para Alemanha

F

31


2012 com recursos de parceiros

No ano de 2009 a casa teve

e doação de pacientes

sua inauguração, contando

particulares é inaugurado o

apenas com voluntários e

centro de parto humanizado,

recursos de doadores

completando o projeto da casa,

parceiros, com a mudança de

no mesmo ano a casa iniciou

gestão municipal a parceria

parceria com universidades de

com a Secretária de Saúde

saúde nacionais e

não teve continuidade,

internacionais públicas e

abrindo a casa sem o centro

particulares.

de parto humanizado, sendo

Foi em 2015 que o tão

oferecido atendimento

esperado convênio com a

domiciliar de pós e pré natal,

prefeitura ocorreu de fato,

posto de coleta de leite

possibilitando a casa a receber

materno, grupo de apoio e

recursos do SUS (Sistema Único

cursos e oficinas para

de Saúde).

gestantes e pais.

Anke Riedel Fonte: Casa Ângela

F

32


O projeto tem 750m² de área construída, sendo divido em duas áreas. No térreo conta com posto de enfermagem, 3 salas de parto, e 3 alojamentos (Leitos reservados para pós parto), 5 sanitários, 2 consultórios, recepção, sanitários para visitantes, sala de espera e sala de utilidades. No primeiro andar, temos a administração, salão multifuncional,

Fachada ainda em obra da casa Ângela Fonte: Casa Ângela

sanitário e depósito. Uma ambulância fica sempre a postos em caso de urgência podendo agilizar o atendimento sendo transferido para o hospital mais próximo (Hospital de Campo Limpo).

Fachada atual da Casa Ângela Fonte: Casa Ângela

F

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Toda a extensão da casa é em

Em toda a casa é notório o

estrutura de tijolo e seu

cuidado em manter todo o espaço

revestimento feito com piso frio e

com uma aparência de um local

cores claras, dando destaque para

domiciliar e não um local

os móveis em sua grande maioria

hospitalar, trazendo à paciente

em madeira.

mais liberdade.

Através da leitura foi possível notar

a falta de acessibilidade no local, por exemplo o acesso para o

Escada em madeira (Acesso para o 1º pavimento.)

Sala de recepção Fonte: Casa Ângela

primeiro pavimento só é possível por escadas. Através da leitura foi possível notar a falta de acessibilidade no local, por exemplo o acesso para o primeiro

Detalhes em bambu/ao lado acesso para o 1º pav.

pavimento só é possível por escadas. Mobiliário rústico Para trazer ao ambiente Sensação de conforto

Sala de recepção Fonte: Casa Ângela

F

34


Salão de eventos 1º pavimento. Mobiliário simples e eficiente.

Salão de ventos Fonte: Casa Ângela

Consultório médico Fonte: Casa Ângela Mobiliário simples remetendo a sensação de residência trazendo conforto e liberdade a paciente.

F

Posto de enfermagem Fonte: Casa Ângela

Consultório médico Fonte: Casa Ângela

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Quarto de parto Fonte: Casa Ă‚ngela

Quarto de parto Fonte: Casa Ă‚ngela

Instrumentos para auxiliar a gestante na hora do trabalho de parto.

F

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Casa de Parto David Capistrano Filho

F


A Casa de parto David Capistrano Filho, fica

localizada em um ponto carente da cidade do Rio de Janeiro, no bairro de Realengo na zona oeste da cidade, o hospital de referencia é o Hospital da Mulher Mariska Ribeiro, localizado no bairro de Bangu, ficando a 5 km da “Casinha” apelido dado pelos moradores a CPN .

O projeto da casa de parto, teve sua inauguração no em março de 2004 pela Secretária Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, sendo a terceira casa aberta no país, até hoje a única que presta esse serviço na cidade. O histórico que acompanha o projeto, teve vários

Casa de parto David Capistrano Filho Fonte: Google maps

episódios pouco favoráveis, como o CREMERJ (Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro), por motivo de falta de médico no local, registrou uma acusação de ilegalidade dos serviços, causando interdição pela Vigilância Sanitária.

F

38


Mesmo com esses imprevistos, a

Chegando à conclusão que o

defensoria do parto humanizado e da

conceito domiciliar seria o mais

mulher não se deu por vencida e,

propício para esse projeto, remetendo

continuou lutando, pela escolha da

ao conforto do lar e à segurança que o

mulher onde realizar seu parto

mesmo se dá, tentando sair ao

Em 2009 a Vigilância Sanitária

máximo do ambiente hospitalar que

concedeu a autorização de

era visto até então.

funcionamento da casa.

A autora do projeto, a Arquiteta Iva

O projeto contém 374,40 m² de área

Rosa Copedé, com a ajuda do Dr.

construída, em seu início a maior

Fabio Bitencourd seguindo o conceito

dificuldade encontrada pelos autores,

definido, optou pela formulação

foi como seriam os espaços internos,

básica do sistema de saúde que

pois até então não havia nenhuma

remete a uma cruz.

Desenho de Fábio Bitencourt (2018) Fonte: IPH

diretriz para esse tema . Foi com a colaboração de vários profissionais da área de saúde da mulher, com várias discussões sobre os

espaços necessários em como isso se daria.

F

39


A concepção do projeto teve seu

Em toda a sua extensão interna, foi

início pela entrada da casa, onde

determinado cores claras como rosa

contaria com atividades para as mães

salmão, móveis de vime, fotos de

como: amamentação, sanitários, sala

pacientes nas paredes, almofadas

de reuniões e comemorações com

coloridas, cama de casal comum, e

contato com a área externa,

outros móveis que podem ser

consultório ginecológico com

encontrados em lares comuns,

banheiro, sala de administração e uma

transformando assim em um espaço

recepção. Nas laterais da cruz, ao lado

que remete a um espaço de

direito e ao lado esquerdo, seria

residência domiciliar, essa opção de

locado em um lado espaços de

espaço é adotada até os dias atuais,

logística, apoio técnico e, do outro

tendo muito pouca alteração desde

lado, local para a entrada, saída,

sua construção. E em sua área

espaço para a ambulância e na parte

externa foi locado o espaço de

central uma área de enfermaria.

estacionamento e uma varanda.

Desenho de Fábio Bitencourt (2018) Fonte: IPH

Possível perceber o cuidado e a delicadeza com que foi tratado o projeto para manter a referência domiciliar.

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Casa de parto David Capistrano Filho Fonte: OTCS Padre Miguel

Casa de parto David Capistrano Filho Fonte: OTCS Padre Miguel

Fachada da Casa de Parto projeto remete a uma residência comum fugindo totalmente do aspecto hospitalar.

Cor rosa salmão e branco utilizado em toda a extensão da obra.

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Espaço de reunião e comemoração Fonte: OTCS Padre Miguel

Espaço de reunião e comemoração Fonte: OTCS Padre Miguel

Espaço com layout flexível para atender as diversas atividades proposta pela casa.

Consultório, trazendo um espaço domiciliar dado ao estilo de móveis utilizado no projeto, fugindo totalmente do branco frio do consultório comum.

F

42


CASA DE PARTO DO MÉXICO

F


A Casa de parto do México fica localizada em Tenejapa na região Los Altos de Chiapas, no México. Com a quantidade de mortes maternas na região, causadas pela falta de serviços apropriados, as parteiras tradicionais de 22 comunidade, se uniram para criar a uma organização, dando o nome de “Un solo corazón A.C”, que conseguiu reduzir a taxa de mortalidade materna a zero. Porém mesmo com essa grande conquista, a organização de parteiras, não tinham um local apropriado para os procedimentos, para

Casa de parto do México Fonte: Google maps

realização de consultas de pré-natal e orientação às pacientes como visto em outras casas de parto, pois os partos eram realizados nas próprias residências das pacientes.

F

44


Diante desse cenário a Fundação Mesoamérica Profunda, se uniu às parteiras para construção de espaços necessários para a realização dos procedimentos, sem complicações e com condições adequadas de

trabalho e prestação de serviço. E foi então que a Comunal Taller de Arquitectura se juntou com as parteiras para projetar um espaço adequado para esses procedimento. A Comunal Taller de Arquitectura foi fundada

em 2015 pela arquiteta Yucatan e em 2017 se

“Para entender as múltiplas maneiras pelas quais o habitat humano se manifesta, recorremos à visão democrática da Arquitetura Participativa e Produção Social do Habitat , cujas noções entendem que indivíduos de qualquer grupo social e contexto cultural têm a capacidade de identificar suas necessidades. , propor soluções e tomar as decisões apropriadas para o desenvolvimento de seu território. Sua abordagem integrativa e intercultural respeita todas as formas de vida e nos levou a desarticular a prática hegemônica do arquiteto para desenvolver um papel de facilitadores e mediadores que acompanham as comunidades na defesa de seu habitat” (ComunalTaller)

uniu a ela a arquiteta Jessica, onde seu objetivo principal foi a criação de projetos com a participação ativa dos moradores locais, trazendo ao projeto as reais necessidades dos moradores

F

45


O projeto foi dividido em três etapas: Pesquisa tipológica, Ferramenta de trabalho e sessão de projeto e projeto arquitetônico. • Pesquisa Tipólogica Através da pesquisa foi possível compreender a tipologia habitacional vernacular da região, seus sistemas construtivos, matérias locais e a melhor

Peças com diferentes tamanhos para a elaboração do projeto Fonte: Archdaily

forma de utilização do território. Essa pesquisa contou principalmente com moradores locais através de entrevista. Paralelo à pesquisa com moradores,

também foi feito uma pesquisa com as próprias parteiras, acompanhando-as nas visitações das pacientes no intuito de

Peças com diferentes tamanhos para a elaboração do projeto Fonte: Archdaily

entender melhor as necessidades cotidianas, como área de consulta, área para esterilização dos materiais e área familiar de

espera.

F

Distribuição da volumetria em seu território. Fonte: Archdaily

46


• Ferramenta de trabalho e sessão de projeto O grande desafio foi acoplar a língua Tzeltal (língua local de de Chiapas) com o espanhol, sendo necessário criar formas lúdicas e ilustrativas para melhor compreender o caminho que seria

necessário trilhar para um bom projeto. Para isso foi fundamental a ajuda do arquiteto Roberto Rodriguez, foram feitos modelos com base na construção tradicional, para conseguir unir o sistema construtivo tradicional com as

necessidades apontadas pelas parteiras, foram gerados objetos de vários tamanhos, podendo ser utilizados para discutir as formas construtivas e espaciais

Durante as conversas com os moradores, foi possível notar que as mulheres tinham muita vivência, sendo possível a facilidade em criação de ambientes práticos, porém por não terem conhecimento técnico, tinham um pouco mais de dificuldade no entendimento do sistema construtivo. Mas quando a conversa era direcionada aos homens da família, eles conseguiam ter mais facilidade em iniciar a conversa através do sistema construtivo, por terem conhecimento desde crianças do sistema construtivo vernacular, tendo mais dificuldade de entender através da distribuição de ambientes práticos.

com os moradores.

F

47


• Projeto Arquitetônico O projeto foi realizado no ano de 2016 e 2017com apoio da bolsa de jovens criadores do fundo nacional de cultura e arte, tendo por objetivo integrar o trabalho das parteiras tradicionais e a forma de trabalho desenvolvida de forma participativa, em sua troca de conhecimento. Atualmente tanto a rede de parteiras como a

Bloco de atendimento construido Fonte: Archdaily

Fundação Mesoamérica vêm trabalhando e gerenciando o trabalho no intuito de continuar a projetar espaços apropriados para melhorar o atendimento da comunidade. A construção foi dada através de blocos remetendo à área familiar local, sua distribuição no terreno, criou um espaço interno de convívio, trazendo a sensação de segurança, conforto e fazendo os usuários se sentirem pertencentes ao espaços por estarem familiarizados com esse sistema de construção.

F

Projeto finalizado da casa de parto do México Fonte: Archdaily

48


CASA DE PARTO HALCYON BIRTH CENTRE

F


A casa de parto Halcyon Birth Centre, fica localizada na cidade Smethwenck, Inglaterra, trata-se de um local público com intuito de fornecer um parto mais humanizado às pacientes, proporcionando confiança e segurança. Sua inauguração foi em outubro de 2011, obtendo 348 m² de área construída, obtendo 3 suítes para parto, cozinha compartilhada, jardim

Halcyon Birth Centre Fonte: Google maps

sensorial e espaço para descanso dos funcionários.. O local escolhido para a realização da obra foi um terreno na área central da cidade, próximo ao atendimento intermediário existente.

F

50


Foi projetado pelo escritório de arquitetura West Hart Partnership Ltd, executado pelo escritório Key Construction Ltd e financiado por LSP Sandwell. Halcyon Birth Centre tinha visitação de muitas pessoas. tanto do próprio país como visitantes estrangeiros, atrás de

Fachada do casa Halcyon Fonte: West Hart Partnership

conhecimento a respeito das técnicas usadas na casa, em sua maior parte professores de obstetriz. A construção foi dada através de um espaço com cores claras e que remetem

A partir dos quarto é possível ter acesso a um jardim sensorial na parte de trás da

à tranquilidade e sua fachada chama

construção, tendo mais

atenção pelo destaque dos panos de

privacidade e sem contato

vidros.

com a fachada e rua. Jardim da casa Halcyon Fonte: West Hart Partnership

F

51


Recepção da casa Halcyon Fonte: West Hart Partnership

Corredor casa Halcyon Fonte: West Hart Partnership

Recepção com vista para a

Corredor que dáacessos aos

rua, dado através do pano

quartos das pacientes em

de vidro, criando um

trabalho de parto.

ambiente amplo e

acolhedor.

F

Sala de consulta casa Halcyon Fonte: West Hart Partnership

52


Leito casa Halcyon Fonte: West Hart Partnership

Cozinha casa Halcyon Fonte: West Hart Partnership

Quarto para trabalho de parto, com banheira e controle de iluminação para relaxamento da paciente.

F

Cozinha casa Halcyon Fonte: West Hart Partnership

53


F


ÁREA DE ESTUDO


A área de estudo fica localizada no interior de São Paulo, na cidade de São Carlos. Hoje a cidade não conta com nenhum projeto nesse sentido.

Por esse motivo foi encontrada a necessidade da implantação de uma casa de parto para dar apoio à maternidade da cidade e região. A cidade hoje conta com duas universidades, que oferecem cursos na área de saúde, mostrando que a cidade tem um grande

potencial para receber e abrigar um trabalho como este. Está locado na cidade uma universidade pública federativa o instituto UFSCAR, que conta com os cursos de enfermagem, medicina, entre outros na área da saúde e com o curso de enfermagem. Também

existe a universidade privada UNICEP, que tem em seu quadro o curso de enfermagem, que também agrega à casa de parto.

F

Local do projeto cidade São Carlos - SP Fonte: Plano diretor estratégico de São Carlos

56


O terreno fica localizado na Vila Marcelino, a 70

Da área de estudo até a

a) “...estar localizado nas

metros da unidade de Centro Municipal de

maternidade de referência

imediações do estabelecimento

Especialidades Médicas, onde recebe pacientes da

é possível traçar 4 rotas,

hospitalar de referência, a uma

cidade inteira por sua ampla lista de médicos como

sendo que nenhuma delas

pediatra, infectologista, urologista, neurologista,

ultrapassa o limite

oftalmologista, entre outros ...

estipulado pela portaria.

Coerente afirmar que o local é propício para o recebimento da instituição, sendo esse um dos critérios usados para o estudo aprofundado do

distância que deve ser percorrida em tempo inferior a 20 (vinte) minutos do respectivo estabelecimento, em unidades de transporte adequadas.” Portaria nº985 Art 6º

terreno. A transferência dos pacientes, da futura casa de parto até o hospital de referência, a Maternidade Dona Francisca Cintra, fica a 15 minutos do local, mostrando que apesar de não estar locado ao lado do hospital, o tempo de transferência está dentro

do permitido em caso de complicação no parto, como podemos analisar na portaria nº 985 onde está previsto que a remoção do paciente para o hospital local pode ocorrer em um período de 20

F

minutos.

57


F

Rotas de locomoção Fonte: Plano diretor estratégico de São Carlos

58


Em uma outra observação

Para as cidades da região, o acesso se torna

relevante, a existência de um

mais ágil via estruturante composta na zona

acesso rápido, tanto dos bairros

2 da cidade, a via Washington Luiz, ou até

periféricos da cidade, como da

mesmo pelas ruas principais da cidade

área central, sendo possível ter um

como por exemplo o eixo principal

acesso tanto pelas vias centrais

conhecido como Avenida São Carlos que

como pela pista, onde para alguns

fica a 420 metros do terreno.

bairros fica muito mais fácil a

O local onde está inserido o terreno,

locomoção, pois a chegada desses

conforme encontrado no plano diretor da

bairros até a área central ou até

cidade, é considerado como zona 2 –

mesmo ao hospital de referência,

Ocupação Induzida, isso quer dizer que

se torna dificultoso e demorado,

essa região tem como propósito o

como é o caso do bairro Cidade

aproveitamento das áreas urbanas vazias,

Aracy, pela pista o acesso para o

aproveitando o melhor do terreno para o

terreno se dá muito mais rápido

seu aumento populacional, bem como a infraestrutura ali existente.

F

59


Bairro Cidade

Aracy/Maria Stella Faga...

Área de estudo

Mapa de equipamentos de saúde da regiao Fonte: Realizado pela autora

Via Washington Luiz

Avenida São Carlos

59


O macrozoneamento da cidade

No plano diretor da cidade a

apresenta o intuito de dar diretrizes

zona 2 nos garante o direito de

à cidade, em como ocupar o solo na

construir nessa região.

cidade, de acordo com as políticas

O plano diretor também mostra

sistema viário fragmentado e deficitário

urbanas, levando em consideração

algumas especificações na hora

em algumas regiões. Nesta zona

vários fatores como o tipo de solo,

de construir, colocando alguns

tipo de infraestrutura, meio

parâmetros regulares que

ambiente entre outros, para dar um

separado pela zona da região,

direcionamento onde é possível e

onde na zona 2 conta com a

necessário a expansão da cidade e

tabela abaixo.

“Parágrafo único. Caracteriza-se pela disponibilidade de infraestrutura instalada, porém contando com um

localizam-se diversos vazios urbanos dispersos, passíveis de parcelamento ou edificação.” (Lei nº 18.053 Artº 19)

onde não é viável ter acumulo populacional.

C.O – 70%

CAM – 3,5

CAB – 2,0

C.P – 15%

C.A – 1,4

Coeficiente urbanístico zona 2 Fonte: Plano diretor de São Carlos/Tabela realizada pela autora.

F

61


Na verificação da tipologia existente na região

É também possível observar, através de uma

do projeto é importante levar em conta alguns

analise que alguns equipamentos de saúde,

aspectos do local, onde através de pesquisa

ficam a poucos minutos da casa de parto,

feita pela autora é possível analisar que em sua

facilitando a locomoção de pacientes e

maioria as tipologias ali existentes, se dão por

profissionais.

residências unifamiliares, isso observando um dos lados da Avenida Getúlio Vargas, pois ao olhar para o outro lado da Avenida a maioria de sua tipologia é dada por comércio, sendo propício para a construção de uma casa de parto. Nas edificações que compõe o gabarito do bairro, feita em sua maioria por edificações de único pavimento, no mapa a seguir está sinalizado na cor amarela, apenas em alguns pontos do mapa é possível identificar edificações com dois pavimentos ou mais. Isso mostra a importância de manter um projeto respeitando o gabarito ali existente.

F

62


Mapa de gabarito Fonte: Realizado pela autora

Mapa de gabarito Fonte: Realizado pela autora

F

63


6

5

3

1 2

F

Mapa de equipamentos de saĂşde da regiao Fonte: Realizado pela autora

4

64


Rua Vicente de Carvalho

Rua Humberto de Campos

Na área estudada, a topografia original tem um desnível a ser vencido de 5 metros como analisado no mapa a seguir. Através das fotos realizadas no local, é possível obter um diagnóstico da área, sem muitos empecilhos para a circulação de pedestres

Rua Fagundes Varela

ou de automóveis. Isso revela que o desnível local, no bairro como um todo, não irá atrapalhar a chegada de pacientes e nem a transferência para o hospital se isso se fizer necessário.

Rua Casemiro de Abreu Área total do terreno: 8.419,36 Cota mais alta: 855

Topografia original Fonte: Realizado pela autora

Cota mais baixa: 850

F

65


Foto aĂŠrea - Fonte: Google maps

06 05 01 04 03 02

F

66


01 Foto 01/Rua Casemiro de Abreu - Fonte: Acervo pessoal da autora

02 F

Foto 02/Rua Casemiro de Abreu - Fonte: Acervo pessoal da autora

03 Foto 03/Rua Vicente de Carvalho - Fonte: Acervo pessoal da autora

67


04 Foto 04 Rua Vicente de Carvalho- Fonte: Acervo pessoal da autora

05

06

Foto 05/Rua Humberto de Campos - Fonte: Acervo pessoal da autora Foto 06 / Rua Vicente de Carvalho- Fonte: Acervo pessoal da autora

F

68


CONTEXTUALIZAÇÃO PROJETUAL

F


Para dar início ao programa de necessidades do projeto,

foi tomado como apoio principal a portaria nº 11 de 2015 da ANVISA onde consta as medições mínimas necessárias para um projeto em CPN e também quais os ambientes fundamentais para a concepção do mesmo. Através das medições mínimas estipuladas pela portaria, foi sendo criado o plano de necessidades apropriado

para o projeto dessa região, levando em consideração os estudos feitos da região e da própria cidade. Nesse caso, o projeto foi separado em duas alas: a ala de apoio funcional e a ala de procedimentos de cuidados ao paciente. A preocupação inicial para a criação do plano de necessidade foi proporcionar um espaço tranquilo, onde

Estrutura física do centro de parto normal Fonte: Ministério da saúde – Portaria nº 11/2015

a paciente consiga se sentir segura e ao mesmo tempo se sinta livre, o que definitivamente não ocorre no hospital. O projeto permite ao usuário uma sensação de lar, como foi analisado nos estudos dos projetos.

F

71


O plano de necessidades foi pensado

contando com psicóloga, reuniões

A biblioteca foi locada em um espaço

em trazer ao paciente e seus

abertas, rodas de conversa tanto

aberto, sem delimitação de paredes e

familiares um espaço que possa

dentro da casa como fora dela,

com vista para a rua, sendo locado

contar com atendimento 24 horas,

para tentar levar a informação o

junto com a área de espera familiar, o

onde em determinados horários

mais longe possível, isso sendo

intuito é ter um atrativo para que o

consiga proporcionar diferentes

possível com o consultório de

familiar posso ter algo para se

serviços, não somente o atendimento

apoio que poderá ser utilizado por

entreter no momento da espera, e

na hora do trabalho de parto.

diferentes profissionais em

também esse espaço foi pensado na

Pensando no termo de ser algo

diferentes horários, podendo ter

tentativa de levar informação às

“recente”, foi pensando fornecer à

uma maior dinâmica durante todo

gestantes, podendo obter toda a

população atendimento à gestante

o período.

ajuda literária para o entendimento

com nutricionista, para orientar as

A sala de ginecologista foi

do parto.

pacientes a uma alimentação

planejado não somente para

saudável, com palestras para

atendimento imediato antes da

demonstração de como o parto é

internação, mas também para

benéfico para mãe e para o recém-

atendimento médico no pré-natal.

nascido, orientação sexual para mulheres e atendimento pós parto,

F

72


A sala de exame foi locada um pouco

A área de carga e descarga como será o

distante dos consultórios, pois muitas

caso da ambulância, carregamento de

vezes as pacientes precisam repetir os

medicações etc... Foi locado na lateral oeste

exames ou até mesmo ficar um tempo

do prédio com acesso privativo.

mais longo na sala, como é o caso do

Para a materialidade foi pensando em

exame de cardiotoco (exame realizado

utilizar uma estrutura em madeira laminada

para monitorar o batimento cardíaco do

colada (MLC), com panos de vidros nas

bebê) e com a sala deslocada fica mais

fachadas, a escolha do material se deu pelo

privativo para a paciente.

conforto que a madeira por si só já traz ao

As áreas administrativas como

ambiente e pela facilidade de

almoxarifado, farmácia, rouparia,

construção no canteiro de obra. Tratam-se

deposito de resíduos hospitalares etc...

de peças pré-fabricadas, trazendo à obra

foi locado em um único bloco, na

um menor desperdício e, quanto ao o

tentativa de deixar todos os serviços

vidro, foi escolhido para trazer claridade

técnicos de fácil acesso para os

natural ao ambiente, fornecendo uma

funcionários.

sensação de conforto e podendo manter o contato entre o interior e o exterior com mais facilidade.

F

73


PLANO DE NECESSIDADE AMBIENTES

Quantificação (mínima- un)

Dimensão (mínima- m) Área Unitária (mínima- m²)

Sala de Registro e recepção para acolhimento da parturiente e seu acompanhante

F

12

2

Sala de exames e admissão de parturientes*

1

-

9

3

Sanitário anexo à sala de exames *

1

1,2

2,4

4

Quartos para pré-parto/parto/pós-parto - PPP (sem banheira)

2

3,2

14,5

5

Quartos para pré-parto/parto/pós-parto - PPP (com banheira)

1

3,2

18

6

Banheiro anexo ao quarto PPP

3

1,7

4,8

7

Área para deambulação (Varanda/solário) - interna e/ou externa.

1

-

20

8

Posto de enfermagem *

1

-

2,5

9

Sala de serviço *

1

-

5,7

10 Sala de utilidades

1

1,5

6

11 Quarto de plantão para funcionários

1

2

5

12 Banheiro anexo ao quarto de plantão

2

-

2,3

14 Depósito de Material de Limpeza

1

1

2

15 Depósito de equipamentos e materiais

1

-

3,5

16 Copa

1

1,15

4

Plano de necessidade Fonte: Criado pela autora

74


ESTUDO VOLUMÉTRICO

F


F


F

Assim como o nosso DNA forma uma junção de

Outro aspecto a ser analisado é o contato direto com a

dois seres para criar um outro ser, assim o projeto

natureza, que faz com que você receba uma sensação de

começa a criar forma, tentando fazer com que

relaxamento, coisa que nos dias atuais é tão raro.

dentro de um único espaço possa abrigar a

E da mesma maneira que o movimento hipster leva esses

ciência e a parte humana ao mesmo tempo, sem

pensamentos e críticas para o seu cotidiano, isso pode

que um tome o lugar do outro, mas que seja uma

também ser trazido para o projeto, ao pensar em um

união de saberes.

ambiente hospitalar, logo o pensamento de um local

O próprio tema do projeto remete a ser algo

escuro e frio já vem à mente, isso é pela falta de contato

novo, mesmo sendo algo tão antigo como o

direto com o externo, contato direto com a natureza,

nascer. Assim como aparenta ser uma novidade

fazendo com que o usuário acabe perdendo

uma casa de parto, na verdade podemos também

completamente a noção de hora ou dia, se ficar ali por

entender como um resgate do passado, da

muito tempo, portanto isso faz com que a casa de parto

mesma forma que as criticas benéficas do

tenha a necessidade de ter o contato direto com o

movimento hipster, que leva uma vida

externo, justamente para não ter essa sensação de estar

“diferente” dos outros estilos justamente por

em um ambiente hospitalar. Na Grécia Antiga era muito

criticar a forma atual de viver. Em um momento da

comum ver os edifícios voltados para a saúde utilizarem o

história onde tudo que se faz é ditado pela

contato visual com o externo, porém isso foi se perdendo

maioria, o movimento vem mostrar que nem tudo

ao longo da história, bem como as ideias de críticas

que ficou no passado deve ser deixado para trás,

hispter, o pensamento para a casa de parto não é

pois a sua forma de ver o mundo e a sua forma

inovador, é apenas um resgate das boas experiências do

única de ser é o que faz a diferença no seu espaço.

passado que podem ser utilizadas no presente.

76


No estudo das formas volumétricas, foi definido que o edifício seria feito apenas por um pavimento, na tentativa de não trazer um impacto negativo para a área, fazendo que o projeto converse com os edifícios vizinhos, sem criar um enorme contraste. O pensamento do contato do externo e interno, a iluminação natural também se fez muito presente, o contato direto com a natureza e a individualidade necessária para alguns momentos. A forma do edifício é composto por um bloco central aberto, onde está locado a área administrativa, e na lateral leste esta locado os

Estudo de formas Fonte: Criado pela autora

leitos dos pacientes, todos os leitos tem o contato com o externo através de uma área aberta com vista para o lado externo do edifício, esses espaços são rodeados por vegetação do lado externo, podendo contar com um espaço fechado e privado mas sem perder o contato total com o

Estudo de formas Fonte: Criado pela autora

externo, o que se faz muito importante na hora do

F

trabalho de parto.

77


Setorização dos ambientes Fonte: Criado pela autora

BLOCO C

BLOCO B BLOCO A

Croqui estudo de formas Fonte: Criado pela autora

F

78


PROJETO

F


O projeto foi separado por quatro alas , o bloco A (Sul) que é composto por dois consultórios com sanitário acessível. No bloco B central foi separado

em duas alas, a ala A que é composta por separações ligadas ao bloco A, como farmácia, preparo de medicação, sala de exame espaço administrativo, e a ala B (norte) ficou com o bloco de sanitários acessível, e sanitário familiar, área de carga e descarga, cozinha, área de descanso dos

funcionários, rouparia (limpa e suja), resíduos hospitalares e esterilização.

Os leitos são orientados para a fachada leste, onde é

composto por uma área verde com arvores de pequeno e grande porte, impedindo que o publico externo tenha contato direto com os quartos, não sendo necessário o uso de artimanhas mais impostas como uma parede para fazer separação de externo e interno.

Na área do Bloco D (Oeste) ficou reservado a área de café e uma área de apoio a casa, espaço usado para cursos e palestras.

Na área do bloco C (leste), foi locado os leitos das pacientes, dando ao usuário mais privacidade por não estar locado ao lado de outros espaços voltado ao publico, e ao mesmo tempo a paciente tem toda

a liberdade de ir e vir e sentir pertencente ao local.

F

80


Através da analise do desenho de um útero, suas curvas e forma artística que se comportar dentro de um corpo, foi o primeiro passo para explorar a forma do edifício e como ele se comporta dentro do espaço urbano. Em todo o processo de testes e descoberta o intuito era deixar o espaço arquitetônico, acolhedor e ao mesmo

Setorização do terreno Fonte: Criado pela autora

tempo diferente das obras que compõe seu entorno, em nenhuma parte do processo foi cogitado a possibilidade de criar um edifício em altura elevada, a principal proposta é unir o dentro e o fora, fazer com que o edifício abrace o seu redor, e não espante seus novos vizinhos.

Área de estacionamento.

Ponto mais alto.

(Espaço mais propicio pela

Espaço

facilidade de locomoção dos

escolhido para

automaveis que se da pela

abrigar o edificio

única rua com mao dupla. Espaço de transporte publico

F

81


A fachada norte ficou reservada para a carga e descarga, e entrada de emergência, a escolha se deu pela facilidade de entrada e saída de automóvel de pequeno e médio porte.

Setorização do terreno Fonte: Criado pela autora

A facha sul ficou locado a entrada principal do edifício, a baixa incidência do sol fez com que a escolha da entrada principal tenha se dado por ela. Fachada leste conta com espaço de área de lazer privada para as pacientes que ocupam os leitos. Ao lado oeste esta posto o estacionamento de automóvel, ponto de transporte publico, e área de lazer com vegetação.

F

Croqui Fonte: Criado pela autora

82


Estudo da forma

F

Croqui estudo de formas Fonte: Criado pela autora

83


A forma partiu do pensamento de um útero como dito anteriormente, e isso foi pensado através de gráficos de usos e funções, após alguns testes o edifício ficou com dois blocos interligados. A estrutura se da através de pilares em madeira de 20x20, com laje maciça impermeabilizada com 30 cm de altura e com 2% de inclinação. Ao lado norte do edifício principal e no bloco do apoio,foi locado um muro de gabião para ajudar na melhoria da claridade natural no edifício. Ao lado sul, no dois consultórios, foi posto parede de pilão no intuito de ajudar a temperatura do ambiente. Na intenção de trazer mais conforto para o psicológico das gestantes foi optado por usar estrutura e fechamentos em

F

madeira,vidro,gabiao e taipa. Croqui Fonte: Criado pela autora

84


Piso drenante na cor vermelha Deck de madeira

Área verde com grama São Carlos

Piso cimenticio

drenante na co Piso drenante

Mapa de circulação Esc: 1:275

F

85


F

Mapa de mobiliรกrio urbano Esc: 1:275

86


F Mapa de vegetação Esc: 1:275

87


F Mapa de mobiliรกrio urbano Esc: 1:275

88


AA

BB

CC

CC

DD

DD

BB AA

F

Mapa de Layout Esc: 1:275

89


Corte AA

Corte BB

F

90


Corte CC

Corte DD

F

91


F Maquete eletrĂ´nica Desenvolvida pela autora

92


F Maquete eletrĂ´nica fachada sul Desenvolvida pela autora

93


F Maquete eletrĂ´nica fachada norte Desenvolvida pela autora

94


Maquete eletrĂ´nica- Vista para os leitos. Desenvolvida pela autora

F

Maquete eletrĂ´nica- fachada oeste Desenvolvida pela autora

95


F

Maquete de estudo Desenvolvida pela autora

95


F

Maquete de estudo Desenvolvida pela autora

95


(Re) Nascer Alguns chamam de milagre. Há quem chame de fecundação. Outros, chamam de acaso... É um processo íntimo. Intrínseco. A transformação, que começa, se apresenta já nas primeiras semanas. De repente, um ser que mal se conhece, Passa a gerar outro ser, Que desconhece. Num processo de desenvolvimento, Aquela que gera, Aquele que está sendo gerado, Estão em total sintonia. É chegado o momento Em que a parturiente Atravessará um caminho Deveras inesquecível: Um novo ser apresentado à luz do mundo. Um bebê deixará o útero de uma mulher. Nascerá uma nova versão de ser humano. Alguns chamam de “dar à luz”. Há quem chame de parto. Outros, chamam de nascimento...

( Alessandra Carmo )

F


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