SALVADOR, SÁBADO, 9 DE AGOSTO DE 2014
Fernando Vivas / Ag. A TARDE
Jamille e seu pai, Jailson: amor de ponta-cabeça
3
Vida no circo
Desde 1986, o Picolino trabalha com crianças e adolescentes no Projeto Viva o Circo. O objetivo é trocar a rua pelo picadeiro e ensinar a arte circense. O curso básico é o primeiro passo para quem quer aprender a arte do circo. Após cursar o nível básico, a criança pode integrar a Cia. Mirim do Circo Picolino. Quando ficar mais velha, ela poderá entrar na Cia. Picolino. Quem, além de artista, quer se tornar professor deve se matricular, a partir dos 16 anos, em um curso profissionalizante. No Picolino, este curso dura dois anos.
De pai para filha No Dia dos Pais, Jamille Pereira, 8, mostra que a arte do circo é uma herança de família e começa desde a infância RENATA FREIRE
D
izem que filho de peixe, peixinho é. Pelo menos para Jamille Pereira, 8, isso é verdade. São histórias como a dela e do pai, Jailson Pereira, que fazem a data de amanhã – quando será comemorado o Dia dos Pais – ser ainda mais especial. Desde que nasceu, Jamille vê o pai de cabeça para baixo. O motivo é fácil de entender: Jailson cresceu no circo e hoje é professor de trapézio e malabares. Ele vive nas alturas, lá nas cordas do
picadeiro. Com Jamille não é diferente, ela já está seguindo os passos do pai e também vive de ponta-cabeça no Circo Picolino, em Salvador. ASSUNTO DE FAMÍLIA
Na família Pereira, o circo está presente desde cedo. Jailson, que hoje é professor, contou que entrou no Circo Picolino ainda aos 8 anos, logo após ter perdido o pai. “Antes de entrar para o circo, eu era brigão, fazia bagunça. O circo me deu responsabilidade”, disse.
Não demorou para que Jailson percebesse que o futuro dele estava na arte circense. Ainda jovem, procurou se profissionalizar para se tornar um educador e transmitir o que sabia para crianças e adolescentes. Foi buscando inspiração na história do pai que Jamille decidiu que também queria ser trapezista e malabarista. Por isso, aos 5 anos, se matriculou no Picolino para ter aulas com o pai. “No circo, aprendi a ter confiança nas outras
“Meu pai não só me ensinou a arte do circo, também me ensinou a ler e a escrever. No Dia dos Pais, gostaria de dizer que sempre vou agradecer o carinho que ele me dá” Jamille Pereira, mandando o seu recadinho de Dia dos Pais
pessoas. Quando estou fazendo as acrobacias, me sinto feliz”, contou Jamile. Segundo o pai, antes mesmo de fazer este curso, ela já o acompanhava nas
apresentações e ensaiava a arte do circo em casa. O plano, ela já tem: “Um dia, também serei professora aqui no circo”, completou Jamille.