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SALVADOR, SÁBADO, 23 DE AGOSTO DE 2014
Fotos Tracy Willians/ Divulgação
Espada de pirata do lego é encontrada em areia de praia inglesa: o brinquedo estava no navio Tokio Express, que afundou há 17 anos
Catando conchinhas e... lego
Na Inglaterra, um passeio na praia pode resultar em um balde cheio de legos
O mar leva e o mar traz Mas como as peças saíram do fundo do mar e foram parar nas praias? Pelas correntes marítimas. Elas movimentam as águas e mudam com a temperatura e o vento de cada lugar. Cada parte do mar tem uma circulação própria. A oceanógrafa Doris Veleda, que estuda os oceanos, disse: “Onde as peças se perderam deve haver um processo único e natural que faz com que o movimento das marés empurre os legos para a costa da Cornualha”.
Curioso para os homens, triste para os bichos O lego é feito de plástico. Esse material traz um sério problema ambiental. Segundo a oceanógrafa Rosa Montone, o plástico leva mais de 100 anos para ser decomposto pelo meio ambiente.
Além disso, ele causa problemas graves para os bichos que habitam os oceanos. “Dependendo do tamanho, da cor e do formato dos plásticos, eles podem ser confundidos com alimentos de animais
marinhos. Isso acontece muito com as tartarugas, que confundem as peças com algas. Esses animais acabam morrendo porque o plástico não é digerido e se acumula no organismo. É uma história trágica”, explicou.
RENATA FREIRE
Q
uem gosta de ir à praia talvez já tenha passado pela experiência de procurar conchinhas e pedras para levar para casa. Na região da Cornualha, na Inglaterra, essa atividade tem sido ainda mais interessante. Isso porque, além das conchas, os moradores da região também têm encontrado peças de lego nas areias. Mas, calma, a natureza não passou a produzir
brinquedos de plástico. Esse fenômeno está acontecendo porque, em 1997, o navio Tokio Express, que transportava milhões de peças de lego, foi atingido por uma onda e teve toda a sua carga derrubada no oceano, próximo à região da Cornualha. Ainda hoje, 17 anos depois, é possível reencontrar os legos nas praias, que são trazidos pelo mar.
Trinta e quatro mil dragões como esses ficaram à deriva no mar todo esse tempo