Porquinho

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SALVADOR, SÁBADO, 4 DE OUTUBRO DE 2014

Cecília está juntando dinheiro em cinco porquinhos

4e5

Pipoca para ir ao parque

PORCO CHEIO

Imagine que você quer ir ao parque de diversões com sua turma. Como vai fazer para comprar os ingressos? Se criança não pode trabalhar, a solução seria pedir para os pais pagarem essa conta. Mas na turma de Leonardo Strey, 6, eles descobriram uma solução diferente. Leonardo contou que para ganhar o dinheiro e conseguir passear com a turma, eles vendem pipoca no pátio da escola com a ajuda dos professores. E não é só vender. Eles também fazem a pipoca, organizam a barraca e cuidam do troco. Depois o dinheiro da venda vai para a poupança da turma.

Fotos: Fernando Vivas/ Ag. A TARDE

Quem economiza aprende sobre o valor das coisas e a importância de conquistá-las

De tanto ajudar na barraca da pipoca, os meninos ficaram craques em matemática e economia. Para Júlia Sacramento, 6, colega de Leonardo, juntar o dinheiro para o passeio é uma lição. “Aprendi que não se pode gastar mais do que se tem”, contou. João Vítor Ribeiro, 6, concorda. Ele aprendeu a economizar e agora até ajuda os pais na hora das compras. “Não é legal comprar muitas coisas que a gente não precisa. É melhor planejar os gastos”. A educadora Beatriz Bastos explicou que desde a infância é importante entender como funciona o mundo dos gastos. Essa aprendizagem faz com que, no futuro, todos sejam compradores mais conscientes e que não desperdiçam.

RENATA FREIRE

Q

uando a gente tem algumas moedas sobrando, é normal correr para encher o cofre. Às vezes, melhor do que gastar tudo é juntar mais moedas para comprar algo especial. Mesmo quando bate a vontade de sair comprando um monte de doces ou aquelas figurinhas que todo mundo na escola está colecionando. Tem quem prefere economizar. Até nas escolas, garotos e garotas aprendem que não só os mais velhos devem saber gastar de maneira saudável. No Paraná, Thiago Berces, 10, passou três anos juntando a mesada e conseguiu comprar um carro antigo. Ele contou que vai usar seu Fusquinha para ir pescar com o pai quando tiver idade para dirigir.

De centavo em centavo

Thiago comprou um Fusca com o dinheiro de três anos de mesada

Cecília Oliveira, 7, teve uma ideia para encher o cofre. Com a ajuda da mãe, montou uma barraca no pátio do prédio para vender sucos por 50 centavos para os vizinhos. Além de juntar dinheiro para colocar moedas nos cinco porquinhos que tem no quarto, a venda dos sucos serviu como uma diversão. “Achei muito bom me esforçar para conseguir o dinheiro. Não sei ainda o que vou comprar quando encher os cofres, mas deve ser um

Na lama, mas cheio de moeda

brinquedo especial”, disse. O economista Bruno Sacramento explicou que, desde que a criança tenha a ajuda dos pais, a brincadeira de ganhar as próprias moedas serve para aprender a poupar e a ter limites na hora de gastar. Quando a gente se esforça para conseguir algo, é mais fácil entender o valor das coisas. “Não dá para comprar tudo. É preciso saber receber um não como resposta de vez em quando”, explicou a psicóloga Lilian Brito. Alunos da Dorilândia fazem pipoca, vendem entre eles, usam o dinheiro para um passeio e ainda aprendem matemática

Mas por que colocamos moedas em um porquinho? Por que não em um cachorro ou um sapo? Esse hábito vem da Idade Média, no século 15. Na Inglaterra daquela época, os cofres eram feitos com argila vermelha. Adivinha como essa argila se chamava? Argila de porco, pois

lembrava o barro em que esses animais adoram se lambuzar. Um dia, um artesão recebeu a ordem de produzir cofres de barro. Por causa do nome da argila, ele construiu o objeto em formato de porco. Desde então os porquinhos viraram o símbolo da poupança.


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