gravura

Page 1

GRAVURA http://www.slideshare.net/renatoulbra/gravura-geral-nov-2010


GRAVURA •

O QUE É - descrição dada a diferentes processos onde, a partir de uma imagem – gravada na MATRIZ- são retiradas uma ou mais impressões, a qual normalmente é invertida em relação à imagem que existe na matriz. A reprodução é o que caracteriza a gravura. Assim quando se imprimem várias imagens a partir de uma mesma matriz, tem-se uma TIRAGEM.

• •

Existem diferentes tipos de gravura, definidas a partir do tipo de material utilizado na confecção da matriz: XILOGRAVURA é feita a partir de uma matriz de madeira

LINÓLEOGRAVURA matriz de material emborrachado

GRAVURA EM METAL matriz de metal

LITOGRAVURA é feita a partir de uma matriz de pedra calcária.

Existem ainda a Serigrafia, a Infografia, o Xérox, ...


XILOGRAVURA

ETAPAS: gravar a imagem


entintar a matriz


imprimir com colher


ALBRECHT DÜRER xilo edição de 1515

http://www.artebr.com/lambelambe/historia.html


GRAVURA EM METAL (Calcografia, calcogravura, gravura em côncavo, gravura funda ou em oco) Atribui-se sua descoberta ao ourives florentino, Maso Finiguerra, autor da gravura “Paix” (1452), que se encontra no gabinete das estampas do Louvre. Não se tratava propriamente da execução de uma gravura no sentido de uma peça destinada a produzir cópias, mas de uma obra de ourivesaria – o “niello”. O “niello” consistia em trabalhar a prata com um entalho a buril, cujo corte era depois enchido com um amálgama de prata, enxofre e bórax que, aquecida, resultava num relevo escuro sobre o fundo de prata. Antes de encher estes cortes, os “niellatori” costumavam entintá-los com uma substância oleosa e negra para, por meio de pressão, obter o desenho sobre um papel fino, conservando, assim, o molde da obra. Essas peças não eram executadas como uma gravura, como prova o sentido contrário das legendas que algumas contêm, bem como os furos nos ângulos das peças, o que demonstra que elas deveriam ser colocadas em algum lugar reservado. Todas as obras impressas antes de 1500 denominam-se “incunábulos”, palavra que significa “berço” no caso da gravura. (CAMARGO, Iberê. A gravura. P. Alegre: Editora Sagra, 1992. p12. ) MATRIZ Chapas de cobre, zinco ou latão. O cobre duro, eletrolítico é o ideal para a gravura. As chapas com uma espessura aproximada de 1, 1,5 ou 2mm devem ser planas e apresentar a superfície polida, livre de arranhões e oxidações. Suas bordas devem ser chanfradas e os cantos arredondados. Para qualquer técnica a ser trabalhada, primeiramente, deve-se lixar, polir e desengordurar a matriz. PAPEL PARA IMPRESSÃO Molha-se o papel, deixando de molho dentro de uma bacia com água. Depois ele deve ser enxuto com folhas de mata-borrão ou toalha. No momento de levá-lo à prensa, o papel deve estar úmido, mas não se deve ver brilho nem gotas de água na superfície.


PONTA SECA técnica direta mais simples da gravura em metal, bastante utilizada, mas se presta melhor a tiragens reduzidas. Não requer o uso de ácidos para a gravação, já que os arranhões feitos pelo instrumento pontiagudo são suficientemente profundos para reter a tinta. (FAJARDO, Elias; SUSSEKIND, Felipe; DO VALE, Márcio. Oficinas: gravura. R. de Janeiro: Ed. Senac Nacional, 1999. p88.) Com uma ponta de aço, desenha-se sobre o metal, riscando-o. A profundidade do traço depende da pressão que se faz com a mão. É nas rebarbas, característica deste método direto, que a tinta de impressão se agarra, e delas depende a força da linha gravada. (CAMARGO, Iberê. A gravura. P. Alegre: Editora Sagra, 1992. p.28) Aquece-se, moderadamente, a chapa sobre o fogão. O calor excessivo é prejudicial à tinta. Deve-se aquecê-la num grau que permita segurá-la com a mão; ela deve estar apenas morna. (CAMARGO, p.73) Conservando a chapa sobre o fogão, carrega-se a chapa, isto é, distribui-se a tinta em pequenas porções regulares sobre a superfície. (CAMARGO, p.73) A tinta é esfregada para dentro dos sulcos (ao contrário do que acontece na Xilogravura, onde a tinta é colocada na parte alta do relevo e não nos sulcos). Depois de carregada, toma-se uma tarlatana, previamente amarrotada para diminuir a rigidez da goma, e, dobrando-a em forma de boneca, remove-se o excesso de tinta da superfície, com movimentos circulares e pressão uniforme (...) até que a imagem gravada se revele nítida (CAMARGO, p. 74) Após a limpeza com a tarlatana, prossegue-se a limpeza com a palma da mão- impressão a palmo- que espalmada toca a superfície com as partes inferior e lateral da mão. (CAMARGO p.74) Coloca-se a matriz na prensa. Em seguida retira-se o papel da água, enxugando-o entre mata-borrão ou toalha. Coloca-se o papel cuidadosamente sobre a matriz, na prensa, acima dele um outro papel fino – de seda- e depois o feltro. Aciona-se a prensa. Retira-se o papel de cima da matriz. A ponta-seca produz uma linha aveludada.


ÁGUA-FORTE Espalha-se um pouco de verniz sobre a superfície da chapa. (fonte: 2, p.36) Coloca-se a chapa sobre uma fonte de calor, até que incendeie a parte superior. O fogo se dissipa e a chapa esfria, pronta para ser riscada Protege-se o verso e as margens da placa com betume e mergulha-se a matriz no ácido. O verniz é limpo com solvente. Repete-se o processo de entintar a matriz e passála na prensa. Nesta técnica a linha não é aveludada como na ponta-seca. As imagens são do Catálogo Didático produzido pela Fundação Iberê Camargo. Porto Alegre, Julho de 2006.


ÁGUA-TINTA 1.Cobre-se a chapa polvilhando-a com pó de breu, usando-se a caixa de grão. Por agitação, deixa-se o pó em suspensão. Depois coloca-se a matriz na caixa, fechando esta e esperando. 2.Retira-se a matriz e aquece-se a chapa para que os grãos se fundam e se fixem. 1 Como a fusão não é regular, resultam espaços entre os minúsculos grãos. Esses vazios sofrerão ação do mordente, produzindo o granulado desejado. Os espaços desprotegidos dão as partes negras da gravura, e os espaços protegidos pelos grãos dão os pontos brancos. Isola-se as partes que se desejam brancas com o 2 verniz. Quando o verniz estiver seco, em poucos minutos, se coloca a matriz no percloreto de ferro, mordente mais aconselhável nesta técnica, já que o ácido nítirco, mesmo diluído produz um borbulhar que tende a soltar os pequenos grãos. Depois de esperar o tempo necessário para atingir a tonalidade necessária, retira-se a matriz do percloreto e deve-se lavar e secar completamente a matriz . Repete-se a quantidade de vezes que se desejar, o processo de isolamento com o verniz e depois o banho no ácido, para se alcançar o número de tonalidades diferentes que se deseja, do branco ao preto. Depois de finalizado o processo, entinta-se e se imprime a matriz.


IBERÊ carretéis com frutos1959 águatinta

IBERÊ manequim e ciclista 1992 água forte


AMILCAR DE CASTRO รกgua tinta st 2002


LITOGRAFIA • • • • •

• • • • •

A palavra vem do grego e significa: escrita em pedra Lithos = pedra , Graphein = escrever É uma técnica plana, não escultórica como a xilogravura ou a gravura em metal, que abrem sulcos na matriz. A técnica foi inventada por Alois Senefelder, na Alemanha, por volta do ano de 1798. A imagem é colocada na pedra com tinta gordurosa. As partes que não contem imagem, são preparadas (ácidos, goma arábica) para não aceitarem tinta. O princípio da litografia é a repulsão mútua de água e gordura. Grandes mestres da litografia são Goya, Gericault, Daumier, Bonnard, Toulouse-Lautrec, Munch etc. Matriz: pedra calcária,desengordurada.A imagem é criada com lápis,tuche ou crayon feitos com material gorduroso que é fixado na pedra por uma solução ácida. Entintagem: com rolo de couro ou de borracha. Impressão: em prensa especial que arrasta uma cunha com couro por cima da pedra, com muita pressão.


OCTÁVIO ARAÚJO enigma da imanência lito 1972


Pedra calcária porosa e polida

Com as bordas protegidas por goma arábica

Oficina realizada no Museu do Trabalho com Paulo Chimendes

Pedra desenhada para gravação


Entintagem com rolo na matriz gravada

Impress茫o da matriz

Matriz entintada

Retirada da c贸pia Paulo Chimendes no MUSEU DO TRABALHO


HISTÓRIA DA GRAVURA SUTRA DO DIAMANTE, 868 a.C., é o mais antigo “livro” gravado em madeira e impresso em papel que se conhece

PRECURSORES DA IMPRENSA- A invenção do papel e da tinta – 600 a.C. Na China, no ano 105 a.C., de acordo com algumas fontes, foi inventado o papel. Porém, antes desta data, os chineses já aplicavam tinta aos selos usando-os para estampar seda, madeira ou tiras de bambu. No entanto, os anais da Dinastia T’ang (618-906 a.C.), registram que os imperadores publicavam livros religiosos taoistas, budistas e confucionistas. Nas cavernas chinesas do Turquistão, foram descobertos os maiores tesouros impressos já conhecidos. O SUTRA DO DIAMANTE foi dedicado à imperatriz da China, Wang Chieh, para que sua memória fosse perpetuada. http://www.centrovirtualgoeldi.com/paginas.aspx?Menu=agravura


A Bíblia de Johan Gutenberg é um incunábulo impresso da tradução do latim da Bíblia, em Mainz, também conhecida em como Mogúncia na Alemanha. Suas matrizes de metal permitiram expandir o uso dos tipos móveis o que multiplicou de maneira incalculável a impressão de livros. Sua aparência copiava os textos manuscritos com inserções de capitulares trabalhadas em cores. Uma cópia completa desta Bíblia possui 1282 páginas, com texto em duas colunas; a maioria era encadernada em dois volumes. Acredita-se que 180 cópias foram produzidas, 45 em pergaminho e 135 em papel. Elas foram impressas, rubricadas e iluminadas à mão. Gutenberg produziu a Bíblia de 42 linhas em três anos de intenso trabalho. 1454 (data aproximada do término da primeira impressão da Bíblia) http://www.centrovirtualgoeldi.com/paginas. aspx?Menu=agravura


JORNAL “O TAQUARYENSE” Segundo jornal mais antigo do RS e o único na América Latina que ainda é composto com tipos móveis.



A XILOGRAVURA JAPONESA UKIYO-E( 1603 d.C.) Imagens do mundo flutuante. Durante séculos o Japão produziu xilogravuras de extrema beleza que permaneceram desconhecidas do Ocidente até a I Guerra Mundial. As gravuras que chegaram à Europa no século XIX são chamadas de “imagens do mundo flutuante” – Ukiyo-e. Sua origem pode ser traçada a partir do século XVI. A escola de gravura surgiu como uma decorrência do final dos patronos da corte e dos mosteiros do antigo Japão esvaziados pelo declínio religioso do Budismo e, também, pela mudança da antiga Edo para Kioto, transformada em capital do império. A escola Ukiyo-e englobava gravadores, desenhistas, impressores e editores que, num trabalho conjunto, publicavam gravuras com temas poéticos, eróticos, dramáticos, épicos e históricos. As gravuras eram adquiridas por apenas alguns centavos e serviam para decorar o interior das residências mais modestas. Por seu custo baixo tornaram-se um produto de massa com grandes tiragens. Grandes mestres do desenho dedicaram-se à criação de imagens como um meio de gerar uma crônica do cotidiano da agitada e efervescente Edo. http://www.centrovirtualgoeldi.com/paginas.aspx?Menu=agravura


Katsushika HOKUSAI (1760 –1849)


HUTAGAWA KUNIYOSHI (1797 - 1861)


São Cristóvão 1423 xilo Autor desconhecido Primeira xilogravura datada, feita como capa de um manuscrito alemão

FAJARDO, Elias, SUSEEKIND, Felipe, VALE, Márcio do. Gravura: Oficinas. Rio de Janeiro: Senac, 1999.


POSADA E A TRADIÇÃO GRÁFICA POPULAR JOSÉ GUADALUPE POSADA (1852-1913)

Gravurista mexicano, conhecido pelos desenhos e gravuras sobre a morte, sobre a vida cotidiana e por gravuras com temas políticos. Através da gravura, realizou milhares de ilustrações além de caricaturas para imprensa, sendo considerado artista de raiz popular. Sua obra baseia-se no imaginário do povo mexicano e foi o criador das caveiras festivas e de outros personagens e publicações que registraram o cotidiano do povo. Reconhecido como precursor do movimento nacionalista mexicano, nas artes plásticas. Sua maturidade artística coincidiu com o período da ditadura no país, portanto a simbologia da morte, que a todos coloca no mesmo patamar, passa a ser compreendida como uma forma de resistência à repressão. Além do trabalho que desenvolveu no atelier do militante Irenco Paz, ilustrando publicações como o Diário de La Pátria, a revista La Pátria Ilustrada e a Revista de México. É conhecido como “pai da arte moderna mexicana”. É dele a autoria da zincografia: parecida com a litografia, à técnica utiliza como base uma prancha porosa de materiais mais econômicos e manuseáveis, como o zinco e o alumínio.


JOSE GUADALUPE POSADA Drama sangrento na pracinha de Tarasquila Assassinato da madrilenha xilo 1897


JOSÉ GUADALUPE POSADA calavera dos jornais 1889 Matriz de metal


LEOPOLDO MÉNDEZ Homenagem a Posada 1956 linóleogravura TALLER DE GRÁFICA POPULAR ( TGP ) Esse movimento pretendia ser uma associação de artistas engajados nas reformas sociais, tendo Leopoldo Mendez como um dos fundadores, na década de 30, no México.Apresenta como características a negação das correntes de vanguardas européias, pregando uma arte de fácil compreensão para a massa popular. Era ligado ao socialismo.


A GRAVURA EXPRESSIONISTA ALEMÃ A xilogravura surge de forma significativa na Alemanha, no período que antecede a 1ª guerra. Através dela, os expressionistas alemães comunicam suas idéias e revoltas. Por 1920, com o surgimento de novos materiais, como o linóleo, a gravura toma um impulso, expandindo-se pelo mundo. O expressionismo refletiu o clima sombrio que varreu a Europa após a Primeira Guerra Mundial (1914-1918). Até 1914, era colorido e forte, com traços arredondados. Depois a escola foi marcada por linhas duras e angulosas, sinal de preocupação com o futuro da humanidade. O Expressionismo pressupõe o compromisso do artista com relação às questões sociais e à situação histórica, almejando uma relação efetiva com a sociedade. Os expressionistas recorreram largamente à gravura, que, em seus primórdios, foi a forma mais simples e direta de expressão e comunicação, tendo se tornado uma tradição para ilustrações na Alemanha propiciando uma ampla circulação de suas idéias. A linguagem formal da gravura se desenvolve ao mesmo tempo em que a da pintura, e, ao exercerem mútua e íntima influência, constroem uma coesa poética visual, até então inédita em qualquer outro momento da história da arte. A força das imagens deriva da rigidez e angulosidade das linhas, da utilização de formas maciças, da simplicidade do fazer e da referência à arte dos povos de uma civilização mais autêntica. Imagens que prenunciam e registram um período entremeado de melancólicos e negros presságios de guerra e morte.


ERICH HECKEL criança de pé 1910 xilo


ERNST LUDWIG KIRCHNER mulheres se banhando entre rochas brancas 1912 xilo


ERICH HECKEL o idiota 1919


MAX PECHSTEIN o p達o nosso de cada dia nos dai hoje 1921 xilo aquarelada


WILHELM RUDOLPH operรกrio sd


No Brasil, a xilogravura e a gravura em metal aportaram antes da chegada de Dom João VI, graças a entalhadores e gravadores comerciais que haviam aprendido seu ofício na Europa e produziam anúncios, cartazes e cartões diversos. A primeira imagem de gravura no Brasil é uma xilogravura datada de 1505, produzida pelo alemão Johann Froschauer, ilustrando a carta de Américo Vespúcio em 1503. Houve pouco desenvolvimento da gravura na época colonial. Com a vinda da Família Real, em 1808, foram regulamentadas e permitidas a gravação e impressão no Brasil, sendo os primeiros trabalhos produzidos para a fabricação de estamparia de tecidos, produção de mapas, cartas de baralho e letras do tesouro.

Johann Froschauer (Augsbourg ou Nuremberg, vers 1505) Collection Spencer New York Public Library, Astor, Lenox and Tilden Foundation ; tirée de Stephen Greenblatt, Ces merveilleuses possessions (Paris, Belles Lettres, 1996). http://www.erudit.org/revue/haf/2005/v59/n12/012718ar.html? vue=figtab&origine=integral&imID=im25&formatimg=imPlGr


No Rio Grande do Sul a gravura como expressão artística surgiu com o primeiro artista gravador Pedro Weingärtner. Aos 14 anos ele trabalhava na Lithographia Imperial de Wiedemann, onde já trabalhavam seus 4 irmãos. Mais tarde, em l877, eles montaram sua própria gráfica e seu irmão Inácio destacava-se como exímio litógrafo. Em l878, Weingärtner ganha uma bolsa de estudos na Europa, e é lá que se encanta com a gravura e usa temas gaúchos.

PEDRO WEINGÄRTNER- s/título 1918- gravura em metal 54x76- acervo do MARGS


O GRUPO DE BAGÉ Foi uma das manifestações mais importantes e surpreendentes das artes do sul do país, durante os anos 40. O grupo se formou em torno do poeta Pedro Wayne e do pintor carioca José Morais, que irão incentivar jovens talentos da região, entre eles Glauco Rodrigues e Glênio Bianchetti e, mais tarde, Danúbio Gonçalves, apurando-lhes a técnica e dando início a um movimento modernizante na arte riograndense. Mais tarde este grupo irá se juntar a Carlos Scliar e Vasco Prado, entre outros, para dar origem ao Clube de Gravura de Porto Alegre.


CLUBE DE GRAVURA DE PORTO ALEGRE A idéia de criar o Clube de Gravura nasceu dos encontros de Carlos Scliar e Vasco Prado com Leopoldo Mendez, um dos fundadores, na década de 30, do Taller da Gráfica Popular do México (TGP) que pretendia ser uma associação de artistas engajados nas reformas sociais que estavam sendo realizadas no México desde a primeira década do século XX. Tinha uma posição estilística voltada para a negação das correntes de vanguardas européias, pois pregavam uma arte de fácil compreensão para a massa popular, demonstrando sua opção ligada ao socialismo. Já o Clube de Gravura, criado na década de 50, não teve o mesmo engajamento político, tendo no entanto clara tendência esquerdista. Seus artistas pregavam o realismo socialista, voltada para o cotidiano popular e uma pintura de temática nacional, o que o torna extremamente importante no contexto da Modernidade gaúcha, já que foram seus fundadores os primeiros a pregarem diretrizes ligadas ao movimento paulista da década de 20, que deu origem ao Modernismo Gaúcho. Neste sentido,Glênio Bianchetti, Danúbio Gonçalves, Glauco Rodrigues, Vasco Prado e especialmente Carlos Scliar representaram um elo de ligação com os paulistas e mesmo com a vanguarda européia. Tendo, sem dúvida, suas limitações estéticas devido ao radicalismo figurativo e regionalista, e sem escapar do academicismo que tanto queriam combater, o Clube rompeu pela primeira vez com o isolamento do sul do país e deu oportunidade a muitos artistas de apurarem sua técnica, seja em aulas de ateliê ou em viagens empreendidas pelas estâncias do interior do estado, resultado da influência do Grupo de Bagé.


VASCO PRADO cartaz xilo 1951


DANÚBIO GONÇALVES Estudou na Sociedade Brasileira de Belas Artes, no Rio de Janeiro, durante a década de 40, estudou com Portinari, Axel Leskochek, Carlos Oswald e Tomas Santa Rosa. Em 1948, retornando à sua cidade natal, integra-se ao chamado Grupo de Bagé, montando um ateliê coletivo , e, em 51, depois de ser um dos fundadores do Clube de Gravura de Porto Alegre, cria lá uma associação semelhante. Dentro das atividades do Clube, passa uma temporada nas estâncias do interior, desenhando juntamente com Carlos Scliar e Glauco Rodrigues. Em 1955 transfere-se definitivamente para Porto Alegre, e passa a realizar a importante série de gravuras sobre os mineiros de Butiá. Na década de 70, Danúbio começa a lecionar no Atelier Livre da Prefeitura e mais tarde torna-se seu diretor, cargo em que permanece por 15 anos. É importante salientar que sua atuação foi fundamental na consolidação do Atelier e na formação de toda uma nova geração de artistas gaúchos, em especial na técnica da litografia, na qual Danúbio se especializa. Durante os anos 80 e 90 se dedica à crítica do consumismo e à exaltação do erotismo, com mais influências abstratas, sem, no entanto, se afastar definitivamente do figurativo. Em abril de 2000 foi lançado, junto com uma exposição que homenageava 50 anos de carreira do artista, o livro Danúbio Gonçalves: Caminhos e Vivências, demonstrativo da importância dele no desenvolvimento das artes plásticas gaúchas.


A série Xarqueada, conferiu a Danúbio Gonçalves o prêmio de viagem ao país no II Salão Nacional de Arte Moderna, em 1953 - pode ser considerada emblemática da Modernidade Gaúcha: a começar pela técnica da xilografia, por excelência o meio escolhido pelos artistas do Clube de Gravura na grande maioria de suas obras, em especial pelo seu baixo custo e sua facilidade de reprodução. O tema é outra característica própria dos artistas do sul, ou seja, cenas do interior do estado, de trabalhadores humildes e anônimos, atendendo aos ideais que os artistas do Clube esperavam expressar através do realismo social.


DANÚBIO GONÇALVES matambreiros 1953 xilo


DANÚBIO GONÇALVES Xarqueadas – Tirador de Carretilha 1953


DANÚBIO GONÇALVES Xarqueadas - Carneadores


GLAUCO RODRIGUES participa, em 1948, da mostra ‘Novos de Bagé’, com Bianchetti e Danúbio, entre outros. Muda-se para Porto Alegre em 1954, após ter participado da fundação do Clube de Gravura. Durante este período, sua obra se caracteriza pelo realismo social, que marca todos os gravadores gaúchos da década de 50. Em 58, porém, quando muda-se para o Rio, trabalhando na Revista Senhor como ilustrador e paginador - mais tarde como diretor de arte - começa a se definir seu trabalho dos anos 60. Após viver 5 anos na Itália, retorna ao Brasil, integra-se nas tendências figurativas e participa da Nova Objetividade Brasileira; seus temas passam a ser tropicais,

GLAUCO RODRIGUES gaúcho tomando chimarrão sd


GLÊNIO BIANCHETTI (Bagé, Rio Grande do Sul, 1928). Começou a pintar em 1944, e em seguida estudará no Instituto de Belas Artes. Esta obra ainda mantém os cânones do Clube de Gravura que Bianchetti ajudou a fundar, tanto em Porto Alegre como em Bagé. A temática popular, o retrato de trabalhadores do campo, exaltando ao mesmo tempo que denunciando as condições do homem pobre, é característica do realismo social. O trabalhador é representado como um homem forte, robusto, capaz. A técnica também é característica do Clube, por se tratar de processo mais acessível e popular.

GLENIO BIANCHETTI trançando 1955- linóleogravura- 41,4x32,5- MARGS


DESDOBRAMENTOS NO RS A partir de 1952, há o início gradativo da fundação dos Clubes de Gravura – Curitiba, São Paulo, Santos, Rio de Janeiro e Recife. Nesta época, a Associação Chico Lisboa congregava a todos em salões e feiras de gravura. Em 1954 é criado o Museu de Arte do Rio Grande do Sul, por Ado Malagoli, que organizou uma retrospectiva de Pedro Weingärtner, incluindo as águas-fortes com o mesmo destaque das pinturas. Em 1956, acontece o início da produção gráfica de Xico Stockinger. O Grupo Bode Preto, em 1959, faz exposição expressionista no MARGS. Em 1960 cria-se o Atelier Livre da Prefeitura Municipal de Porto alegre, a partir dos encontros com Iberê Camargo e no ano seguinte, Francisco Stockinger é convidado a coordenar os cursos. Em 1964, Danúbio Gonçalves assume a direção do Atelier, dando continuidade aos cursos de xilogravura e litografia, promovendo exposições anuais dos alunos. Núcleo de gravura do Rio Grande do Sul surge em 1984, e é revitalizada a feira na Praça da Alfândega . Maria Tomaselli, Anico Herskovitz, e Marta Loguércio formam o grupo MAM, produzindo litografias e criando um consórcio de gravuras. Em 92 o MAM é fechado, fundando-se a Oficina 11, com o mesmo grupo, que transfere-se para o Museu do Trabalho, onde se encontra até hoje, em pleno funcionamento.


A XILOGRAVURA MODERNISTA: •

AXL LESKOSCHEK (1899-1976) De origem austríaca, era exímio miniaturista e ilustrador de livros como a “Odisséia” de Homero. Veio ao Brasil para fugir do nazismo na Alemanha. Aqui lecionou xilogravura formando vários gravadores importantes, entre eles Fayga Ostrower. Leskoschek, assim como Goeldi, foi convidado pelo editor José Olympio para ilustrar livros de Dostoievski.

LASAR SEGALL (1891-1957), Foi pintor, escultor, desenhista e gravador. Aluno da Academia Imperial de Belas Artes de Berlim. Pertenceu ao grupo expressionista de Dresden, A ponte (Die Brücke). Passou a viver em São Paulo em 1923. Naturalizouse brasileiro, tornou-se um dos grandes mestres do Modernismo. Suas xilogravuras muitas vezes falam do cotidiano carioca, das mulheres do Mangue, dos negros e das favelas

OSVALDO GOELDI (1895-1961), nascido no Rio, aos 6 anos foi para a Suíça com a família. Sua temática apresenta conexões com o expressionismo. Ele influenciou toda uma geração de artistas gravadores.

LÍVIO ABRAMO (1903-1992), Em 1909(?), começa a estudar desenho com Enrico Vio (1874-1960). Faz ilustrações para pequenos jornais na década de 1920. Autodidata em gravura realiza suas obras trabalhando de forma rudimentar, em pedaços de madeira encontrados ao acaso. Em 1928 e 1929, faz gravuras em linóleo para o jornal Lo Spaghetto, em que retrata a vida operária em formas bastante simplificadas. No fim da década de 30 entra em contato com as gravuras de Oswaldo Goeldi (1895-1961) e visita mostras de expressionistas alemães, que o afetam pela força e expressividade de sua arte. As xilogravuras de Lívio Abramo expõem as preocupações sociais e políticas do artista. Viveu no Paraguai. http://www.centrovirtualgoeldi.com/paginas.aspx?Menu=agravura


AXL LESKOSCHEK (1899-1976)


LASAR SEGAL viúva e filha 1918 xilo


LASAR SEGAL viúva e filha 1918 xilo


LASAR SEGAL xilogravura da sĂŠrie mangue 1944


OSVALDO GOELDI céu vermelho 1950 xilo


OSVALDO GOELDI chuva 1957 xilo


OSVALDO GOELDI rua molhada sd xilo


LÍVIO ABRAMO a esteireira 1946 xilo para o livro Pelo Sertão


LĂ?VIO ABRAMO las lluvias paraguay 1965 xilo


LÍVIO ABRAMO paraguay onírico 1966


Xilogravura Popular A xilogravura tem forte tradição no nordeste do país, através de mestres dedicados ao ofício de xilógrafo, profissão que se liga diretamente aos contadores de histórias, poetas repentistas. Com influências holandesas, francesas e portuguesas. Também contribuíram os ensinamentos jesuítas, embora esbarrando na proibição de impressão feita pelo governo português. A temática variada refletia o imaginário e também o constrói. Os primeiros cordéis são do início do séc. XIX.


JOSÉ DA COSTA LEITE festival de violeiros II sd


GILVAN JOSÉ DE MEIRA LINS SAMICO nasceu no Recife, em 15 de Junho de 1928. Em 1952 fundou com outros artistas o Ateliê Coletivo da Sociedade de Arte Moderna do Recife, idealizado por Abelardo da Hora. Estudou gravura e desenho com Lívio Abramo, em 1957, na Escola de Artesanato do Museu de Arte Moderna de São Paulo. No ano seguinte, mudou-se para o Rio de Janeiro, passando a estudar com Oswaldo Goeldi, na Escola Nacional de Belas Artes. Regressou a Pernambuco em 1965, residindo em Olinda. Em 1971, é convidado por Ariano Suassuna a integrar o Movimento Armorial, voltado à cultura popular nordestina e à literatura de cordel. Sua produção é marcada pela recuperação do romanceiro popular nordestino, por meio da literatura de cordel. Suas gravuras são povoadas por personagens bíblicos e outros, provenientes de lendas e narrativas locais, assim como por animais fantásticos e míticos.Introduz uma simplificação formal em seus trabalhos, reduzindo o uso da cor e das texturas, em composições simétricas nas quais a perspectiva é abolida.


GILVAN SAMICO o retorno 1995


A chave de ouro do reino vai-n達o-volta 1969

A espada e o drag達o 2000


GILVAN SAMICO o fazedor da manh達 1982 xilo


• A XILOGRAVURA ABSTRATA: • GEOMÉTRICOS E INFORMAIS • GRAVADORES CONTEMPORÂNEOS


EMANUEL ARAÚJO composição abstrata Xilogravura 1974


ARNALDO PEDROSO D’HORTA st Xilogavura 1959


FAYGA OSTROWER políptico série Itamaraty Xilogravura 1968


RUBEN GRILO Em 1963 no Rio de Janeiro freqüenta por um curto período o curso de xilogravura, com José Altino, na Escolinha de Arte do Brasil. No ateliê de xilogravura da Escola de Belas Artes é orientado por Adir Botelho. Com Iberê Camargo aprende as técnicas de gravura em metal. Participa do curso de litografia com Antônio Grosso, na EAV/Parque Lage. A partir de 1973, ilustra diversos jornais (Jornal do Brasil, Pasquim, entre outros). Nos anos 80 trabalha para a Folha de S.Paulo. Organizou a exposição IMPRESSÕES no Santander.


RUBEN GRILO Xilogravuras da série “Objetos Imaturos”

cadeira para equilibristas cachimbo para fumantes inveterados pregos para kits multiuso


WILSON CAVALCANTE A mudança, 1991 série Dona Gaudina e seus bichos


MARCELO GRASSMANN st xilogravura 1954


MARCELO GRASSMANN st agua tinta, รกgua forte e buril


• •

• •

MONOTIPIA É o processo onde uma placa recebe uma imagem executada com a tinta adequada. Esta imagem é impressa, tornando-se a cópia única, sendo impossível ser obtido novamente um exemplar igual. A monotipia constitui-se de um processo híbrido, entre a pintura, o desenho e a gravura. Aproxima-se do gesto da pintura, da mancha de tinta, ou do traço, da linha; ao mesmo tempo possui características próprias da gravura, como a inversão da imagem. Apesar de o próprio nome esclarecer, mono (único) e tipia (impressão), ou seja, que se obtém de uma prova única, em alguns casos há a possibilidade de se conseguir mais de uma cópia, evidentemente cada vez mais tênue, mais clara, permanecendo apenas um "fantasma"/ vestígio da imagem. Origem: século 17 com Giovanni Benedetto Castiglione (16161670). Luise Weiss- Monotipias: algumas considerações cadernos de [gravura] – no 2, novembro de 2003


CARLOS VERGARA Preparação dos recortes de papelão que funcionarão como “matrizes” na monotipia.


Sobre os recortes de papelão, é depositada areia colorida. Após, sobre as “matrizes” de papelão, é colocado e pressionado um tecido preparado com uma base de cola.


CARLOS VERGARA AuĂŞ monotipia e vinil sobre tela 2001


XILOCOLAGEM ANTONIO BERNI Ramona na Espanha xilocolagem 1968. Matriz e impress達o


POLICROMIA Processos: -Uma matriz para cada cor -Matriz perdida

PABLO PICASSO natureza morta sob lumin谩ria lin贸leo 1962


ACETATO COMO MATRIZ DE GRAVURAS EM Cテ年CAVO

Avテウ III Ponta seca sobre acetato 29,5 x 23,5 cm 1997


GRAVURA COMO PRÁTICO COLETIVA INSERIDA NO ESPAÇO PÚBLICO

Algumas ações executadas por grupos, destacam o potencial da gravura como prática coletiva inserida no espaço público, seja na sua produção (gravação coletiva das matrizes) ou na sua exposição ( expostos em varais): AÇÕES DO NÚCLEO DE GRAVURA LAMBELAMBE PELOS MUROS GRAVURA NA KOMBI


PROJETO LAMBE LAMBE( São Paulo) http://www.artebr.com/lambelambe Coletivo formado por dois ateliês de gravura ( Ateliê Piratininga e Espaço Curinga). Artistas produzem coletivamente as matrizes. Cópias coladas no contexto urbano.


GRUPO PELOS MUROS ( Porto Alegre)

http://pelosmuros.blogspot.com/

Ação na Feira do Livro de 2007 Artistas produzem coletivamente a matriz. Colagem de imagens de grande formato em espaços tanto públicos quanto institucionais. Surgiu após uma oficina do grupo Lambe lambe no 20º Festival de Arte de Porto Alegre. Participou da Bienal B, Essa Poa é Boa e da Mostra Gravura no Centro Érico Veríssimo.


PELOS MUROS Gravação coletiva de matriz


PROJETO DE EXTENSÃO GRAVURA NA KOMBI- UNICAMP (Campinas) http://www.iar.unicamp.br/extensao/gravuranakombi/index.htm

Escola EEEFM Prof. Maria Antonieta La Fortezza - Hortolândia/SP 30 crianças de 5ª e 6ª séries do ensino fundamental, até as 16h30min. - 2004


DEPOIMENTO DE UM INSTRUTOR DO GRAVURA NA KOMBI Fomos para a sala onde ia acontecer a oficina para arrumá-la. Depois, fizemos um exercício de relaxamento. Então as crianças entraram. Era visível a apreensão delas em relação a nós e vice-versa. Fizemos um jogo de apresentação para as crianças se soltarem um pouco. Começamos a falar sobre gravura, o que era, sua história e técnica. Percebi que este foi o momento mais complicado das crianças prestarem atenção no que dizíamos, principalmente quando começamos a mostrar as gravuras impressas que tínhamos levado para elas verem. Todas as crianças, sem exceção, preferiram desenhar a lápis primeiro antes de começar a gravar. Muitas delas, insatisfeitas com o desenho, pediam borracha para refazê-lo. Foi muito difícil convencê-las a se desprenderem do desenho, que quando elas começassem a gravar, ia ficar diferente. No momento de começar a gravar, íamos nos revezando nas mesas para dar assistência e auxílio. A escassez de goivas e a qualidade das que tínhamos disponíveis dificultou um pouco o trabalho. A hora da impressão foi, acredito eu, a mais esperada pelas crianças. Eu via no rosto deles a satisfação (ou insatisfação) perante o resultado da gravação. Um menino até comentou: "Quando está passando a tinta na matriz, parece uma televisão ligando".Imprimimos duas cópias de cada matriz, sendo que uma delas ficou conosco para documentação. A impressão também foi o momento mais confuso e agitado da oficina, pois quase todas elas foram ao mesmo tempo imprimir as matrizes para ver o resultado. Após a impressão de todas as matrizes, o Beto recitou o cordel e contou um pouco da sua história. Algumas crianças me perguntaram se íamos voltar, e senti um interesse por parte delas.


2008- GRAVURA NO PROJETO MUTIRÃO Canoas-RS Oficineiros: Alunos de Artes Visuais ULBRA

1- ESCOLA NANCY PANSERA- Guajuviras - 29/03 2- IGREJA DA PEDRA- Rio Branco - 12/04 3- CENTRO SOCIAL URBANO – Mathias Velho – 26/04 4- CLUBE AMÉRICA – Niterói – 10/05 5- VILA CERNE – Bairro Harmonia – 24/10 6- BAIRRO MATO GRANDE – Rua da República, 311 - 07/06






ACADÊMICOS DE ARTES VISUAIS RESPONSÁVEIS PELAS OFICINAS DURANTE O PROJETO MUTIRÃO Andréia Porto de Fraga Braulio Claiton Gonçalves da Silva, Cezar Cezimbra Severo Cristiane Oliveira de Castro Geane Cardoso Gilson Bueno Prodes Floriana Maria de Freitas Heloisa de Melo e Silva Josiane Aparecida Soares Schemroski Juliane Francisco do Canto Lauren Ligia Araujo Luciane Bravo Rejane dos Santos Oliveira Ricardo John Sirlete Ponne Georg Traudy Preuss média de 200 pessoas atendidas por mutirão


Diferente dos projetos Lambe Lambe e Pelos Muros, a ação com gravura feita por alunos do curso de Artes Visuais-ULBRA, atendeu crianças junto à comunidade. Assim, apresentava mais semelhanças com o Projeto de Extensão da UNICAMP Gravura na Kombi. As ações ocorreram de 15 em 15 dias durante o ano de 2008, dentro do Projeto Mutirão ULBRA, que foi uma iniciativa da Pró-Reitoria de Desenvolvimento Institucional e Comunitário, em parceria com as Áreas do saber da ULBRA. A atividade consistia em utilizar matrizes de EVA vazadas e impressas sem tinta, com o uso de prensa, resultando uma imagem com relevo. Optou-se por este procedimento para reduzir os gastos com materiais e agilizar o processo, em função do grande número de atendimentos. No entanto, esta opção apresenta limites quanto ao aprofundamento na prática da gravura. Além disto é necessária uma discussão sobre a predominância de imagens estereotipadas, visto que as matrizes são cortadas pelas crianças. Também há a necessidade do uso de uma prensa calcográfica restringe uma prática autônoma. Além dos Mutirões, esta atividade tem ocorrido nas Feiras das Profissões e em outras Ações Sociais promovidas pela Ulbra.


PARA MELHORAR: Realizar oficinas em escolas, com grupos de 30 aprendizes ( com matrizes de isopor e tinta( pó xadrez e óleo de cozinha) ou mdf, goivas e tinta tipográfica). O uso da xilogravura, com impressão através de colher. Desenvolver uma discussão com todos professores dentro da escola sobre o uso de imagens estereotipadas MATERIAL ALTERNATIVAS Tinta tipográfica Printcor 1kg – R$37,00(Carpa Carpel), usar doações de gráficas ou produzir com óleo de cozinha( queimado e decantado) e pigmento em pó Goivas- R$31,00(Koralle/ Sulina) em média o conjunto ou fazer com barras de aço. Rolo para entintar- R$77,00( Koralle) ou fazer com rolo de máquina de escrever. Para a tinta feita com óleo de cozinha e pó xadrez, utilizamos o rolinho de espuma. CUIDADOS: COM O MATERIAL UTILIZDO NA LIMPEZA DAS FERRAMENTAS (EVITAR O USO DO SOLVENTE). A GOIVA É UM MATERIAL CORTANTE


BIBLIOGRAFIA CAMARGO, Iberê. A gravura. P. Alegre: Editora Sagra, 1992. FAJARDO, Elias, SUSEEKIND, Felipe, VALE, Márcio do. Gravura: Oficinas. Rio de Janeiro: Senac, 1999. HERSKOVITS, Anico. Xilogravura, arte e técnica. Porto Alegre: Tchê. 1986 HERSKOVITS, Anico. Gráfica Gaúcha. A gravura artística no Rio Grande do Sul. 1910-1980. Catálogo da Exposição. Cento cultural CEEE. P.Alegre. 2007 NAVES, Rodrigo. Goeldi. São Paulo: Cosac & Naify, 2001. RIBENBOIM, Ricardo, KOSSOVITCH, Leon, LAUDANNA, Mayra, RESENDE, Ricardo. Gravura brasileira. São Paulo: Cosac & Naifi Itaú Cultural, 2000. WEISS, Luise- Monotipias: algumas considerações. cadernos de [gravura] – no 2, novembro de 2003 in www.iar.unicamp.br/cpgravura SANTTOS, Márcia, A gravura como expressão plástica: um estudo sobre a aplicabilidade do acetato como suporte para de gravura em côncavo. In.: http://www.iar.unicamp.br/cpgravura/cadernosdegravura/downloads/GRAVURA_1_maio_2003_ parte_2.pdf GRUPOS DE GRAVURA http://www.artebr.com/lambelambe/ http://pelosmuros.blogspot.com/ SITES http://www.vanet.com.br/nucleogravurars/ http://www.iar.unicamp.br/cpgravura/ http://www.mac.usp.br/projetos/seculoxx/modulo2/modernidade/espraiamento/riograndedosul/s ul.html# http://www.centrovirtualgoeldi.com/paginas.aspx?Menu=agravura http://www.artebr.com/lambelambe/historia.html http://www.iberecamargo.org.br/content/atelie_gravura/default.asp


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.