Meio Ambiente na Baixada Santista

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EXPEDIENTE — Idealização do Projeto Baixada Santista 2021: Instituto Metropolitano de Pesquisas Acadêmicas e Consultoria Técnico-Operacional (Impacto) Produção de Conteúdo/Análise : R. Amaral & Associados — Consultoria, Pesquisas e Análise de Dados Equipe Técnica: Rodolfo Amaral e Verônica Mendrona (jornalistas); Rubens Mendrona Filho (administrador de empresas) Fontes de Informação: Secretaria de Estado da Energia de São Paulo; Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental; IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas); Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), Sabesp; Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe); EPE (Empresa de Pesquisa Energética)


Í N D I C E

PRODUÇÃO DE INVENTÁRIOS

04

CRESCE NÍVEL DE OCUPAÇÃO IMOBILIÁRIA

06

CONSUMO DE ENERGIA ATINGE 5,71%

10

EXPANSÃO DA REDE É DESAFIO PARA ESGOTOS

14

FALTA DE ÁREA JÁ AMEAÇA LIXO URBANO

18

DIAGNÓSTICO EXIGE AÇÃO MULTISETORIAL

22


INTRODUÇÃO

PRODUÇÃO DE INVENTÁRIOS Regulamentação do Gerenciamento Costeiro vai definir rumos do crescimento

04


O projeto de desenvolvimento da Região Metropolitana da Baixada Santista para a próxima década vai depender diretamente do formato final da regulamentação do Plano Estadual de Gerenciamento Costeiro (Lei nº 10.019/98) e passa, necessariamente, pela produção de uma série de inventários setoriais, a fim de assegurar o equilíbrio socioambiental. As normas vigentes de controle do meio ambiente, nas diferentes cidades da região, dificultam a instalação de uma série de atividades produtivas em escala. O custo do solo, por sua vez, inibe um conjunto de investimentos privados e até a expansão do Porto de Santos — na concepção do projeto Barnabé/Bagres — depende dos conceitos finais que serão delineados no processo do Zoneamento Ecológico-Econômico. O plano de ampliação portuária na Área Continental de Santos só ocorrerá com a aprovação no Consema (Conselho Estadual do Meio Ambiente) da mudança do tipo de zoneamento local de Z1 para Z5, com a possibilidade de utilização daquela localidade territorial para fins portuários e retroportuários. A limitação territorial da região, há vários anos, também vêm gerando sérios problemas para identificação de áreas capazes de abrigar novos aterros sanitários, algo que já forçou alguns municípios a transportar o lixo para outras localidades fora da jurisdição regional. A destinação dos resíduos sólidos urbanos igualmente já provoca debates sobre a instalação de uma usina para queixa do lixo, porém a adoção desta alternativa depende da sua viabilidade financeira ou da disposição pública de oferta de subsídios para bancar sua operação. Os desafios de natureza ambiental, no entanto, abrangem uma cenário bem mais amplo. Na área de saneamento básico, a instituição do projeto Onda Limpa, da Sabesp, deu um novo

impulso à expansão de investimentos na coleta e tratamento de esgotos, porém as carências de infraestrutura em várias cidades demonstram que este desafio ainda vai exigir longos períodos de espera por soluções definitivas. Há uma enorme expectativa do mercado imobiliário para a ampliação dos negócios relacionados ao Pré-Sal, mas, além do elevado custo do solo litorâneo, a continuidade dos investimentos neste setor dependerá essencialmente da concepção de um Plano Diretor de Desenvolvimento Regional Integrado. A limitada oferta de áreas livres para expansão regional nos diversos setores sociais e econômicos requer a produção de um inventário de terras públicas e privadas, inclusive para facilitar a compatibilização das legislações municipais a um conceito regionalizado de desenvolvimento. As atuais demandas sociais consomem boa parte dos recursos públicos municipais nas chamadas despesas de custeio e há uma enorme carência na destinação de verbas para investimentos em infraestrutura urbana, em especial para serviços de drenagens e pavimentação. O sistema viário regional também está cada vez mais sufocado com a evolução descontrolada da frota fixa de veículos particulares e o processo de locomoção ao trabalho já integra a lista de entraves à oferta de qualidade de vida. Sem a disponibilidade de um serviço integrado de transporte público eficiente e de qualidade, a região enfrenta dificuldades para adequar a ocupação urbana e o adensamento populacional pressiona demasiadamente as localidades mais valorizadas. Finalmente, há de se debater com mais insistência as limitações regionais nos campos da oferta de água e de energia, elementos indispensáveis para assegurar todo o processo de desenvolvimento. Neste aspecto, aliás, deve-se levar em conta as demandas atuais e futuras.

05


DEMANDA AMBIENTAL

CRESCE NÍVEL DE OCUPAÇÃO IMOBILIÁRIA Aumento da quantidade de domicílios gera diversas demandas sociais

06


O nível de ocupação imobiliária na Região Metropolitana da Baixada Santista acusou uma expansão expressiva na última década e esta evolução, por conseqüência, aumenta no dia a dia os diversos tipos de demandas ambientais. Este fenômeno pode ser medido por métodos de análises diferenciados. De um lado, se observou a expansão de 16,97% do número de domicílios entre 2000 e 2010 (de 744.564 para 870.891 unidades); e do outro, o recuo de 20,38% na quantidade de imóveis vagos (de 65.231 para 51.939 unidades). O número de unidades ocupadas também saltou no patamar de 24,04% (de 425.967 para 528.280), o que ratifica o melhor aproveitamento imobiliário na região, cuja tradição nas últimas décadas vinha sendo a oferta de imóveis de uso ocasional, face ao perfil veranista. Em número ainda elevado na região e, pontualmente, nos municípios do Litoral Sul e Norte, as unidades de veraneio ainda respondem por um terço dos imóveis, mas neste caso a produção de novos domicílios no curso da última década variou apenas 14,43%.

A análise do perfil de ocupação na região é de extrema importância para o detalhamento das perspectivas de ordem ambiental. Serão exatamente os moradores destes domicílios que irão produzir os principais indicadores ambientais, gerando exigências especiais nas ofertas de água e energia e colaborando para a produção de resíduos sólidos, esgotos, emissão de gases poluentes na atmosfera, entre vários outros fatores. A ausência de instrumentos regionais de acompanhamento de indicadores sociais e econômicos, aliás, é o principal entrave do Poder Público na tarefa de planejamento urbano de médio e longo prazos. A dependência dos censos decenais realizados pelo IBGE para a tomada de decisões locais ou regionalizadas, aliás, conduz a área pública para correções de rumos gerenciais com muito atraso. No caso da Região Metropolitana da Baixada Santista, tal situação se torna ainda mais grave, uma vez que as limitações de natureza territorial exigem enorme cuidado na definição de

Municípios

Uso Ocasional 2010

Domicílios Ocupados 2010

Vagos 2010

Coletivo 2010

Total Geral

Em (%) Região

Bertioga

14.581

2.266

27.878

109

44.834

5,15

Cubatão

36.492

2.162

219

82

38.955

4,47

Guarujá

85.036

6.048

46.346

144

137.574

15,80

Itanhaém

28.287

3.934

34.857

99

67.177

7,72

Mongaguá

14.598

1.858

25.327

39

41.822

4,80

Peruíbe

19.297

3.021

17.736

112

40.166

4,61

Praia Grande

83.513

11.519

104.912

117

200.061

22,97

Santos

144.715

12.111

20.073

238

177.137

20,34

São Vicente

101.761

9.020

11.610

774

123.165

14,14

Total Regional

528.280

51.939

288.958

1.714

870.891

100,00

07


normas de uso e ocupação do solo. Sob o ponto de vista da comodidade espacial domiciliar, por exemplo, é possível afirmar que houve melhor nível de acomodação, nos últimos dez anos, com a média de habitantes por domicílios decaindo de 3,47 para 3,15 moradores por unidade. Este tipo de constatação, no entanto, revela uma preocupação mais acentuada com outras questões conjunturais. A expansão do número de domicílios gera novos pontos de consumo de água e energia elétrica, assim como pode contribuir pela elevação dos custos de coleta de lixo (pelo fator distância percorrida) e também para a necessidade de aumento de investimentos nos serviços de coleta e tratamento de esgotos. A evolução da oferta de domicílios, caso proporcionalmente distribuída no território regio-

Municípios

Domicílios Ocupados/2010

População Fixa/2010

nal, também há de exigir maior esforço na locomoção pessoal, gerando movimento adicional nos serviços de transporte público ou particular, com a respectiva cota de contribuição para emissão de gases poluentes na atmosfera pela queima de combustíveis. São fatores desta natureza que exigem das autoridades a produção de uma série de inventários públicos, a fim de que se possa estimar com maior realismo o nível suportável de adensamento populacional. É importante observar, igualmente, que o estoque de imóveis de uso ocasional disponível na região, por si só, é capaz de abrigar adicionalmente uma população superior a 1 milhão de habitantes e este contingente em épocas de temporada gera a expansão de uma séries de demandas ambientais. A carência de infraestrutura urbana em al-

Habitante/ Domicílio

Domicílios Ocupados/2000

População Fixa/2000

Habitante/ Domicílio

Bertioga

14.581

47.572

3,26

8.728

30.039

3,44

Cubatão

36.492

118.797

3,26

29.963

108.309

3,61

Guarujá

85.036

290.607

3,42

72.447

264.812

3,66

Itanhaém

28.287

87.053

3,08

20.599

71.995

3,49

Mongaguá

14.598

46.310

3,17

9.864

35.098

3,56

Peruíbe

19.297

59.793

3,10

14.509

51.451

3,55

Praia Grande

83.513

260.769

3,12

54.923

193.582

3,52

Santos

144.715

419.757

2,90

131.351

417.983

3,18

São Vicente

101.761

332.424

3,27

83.583

303.551

3,63

Total Regional

528.280

1.663.082

3,15

425.967

1.476.820

3,47

Estado/SP

12.838.561

41.252.160

3,21

10.395.482

37.032.403

3,56

Brasil

57.428.017

190.732.694

3,32

45.021.478

169.799.170

3,77

08


gumas cidades do Litoral Sul e Norte vem repetindo a mesma concentração imobiliária nas proximidades dos centros urbanos e na orla das praias. Este comportamento do mercado acomoda em parte as exigências imediatas de investimentos públicos, mas também retarda uma ocupação ordenada, propiciando condições inadequadas de habitação em boa parte do território regional. Há de se pôr em prática, com certa urgência, um levantamento regionalizado de ruas e avenidas nos nove municípios da região que ainda carecem de serviços básicos de drenagem, pavimentação e serviços de coleta de esgotos, a fim de dimensionar no tempo o potencial financeiro para suprir tais demandas. Da mesma forma, é indispensável dimensionar em que nível de adensamento a Região Metropolitana da Baixada Santista pretende chegar

nos próximos 20 ou 30 anos e apurar se as condições básicas de suporte ambiental terão meios práticos de se adequar a este cenário. É necessário observar se os aterros sanitários disponíveis na região, por exemplo, terão vida útil para absorver a evolução da produção de resíduos sólidos; se a oferta de energia irá suportar os níveis de crescimento das demandas comerciais, industriais, de serviços e também o consumo residencial; bem como projetar como será o convívio do sistema viário com um crescimento anual da frota fixa da ordem de 8%. Com base nestas informações conjunturais, os nove municípios da região poderão rever suas legislações de uso e ocupação do solo, compatibilizando-as a um cenário regional, com a adoção de normas gerais que possam conter o desenvolvimento centralizado em determinadas localidades.

Evolução dos Domicílios Ocupados

09


ENERGIA ELÉTRICA

CONSUMO DE ENERGIA ATINGE 5,71% Consumo regional de energia é maior que representatividade populacional

10


Embora apresente uma representação da ordem de 4% nos principais indicadores sociais e econômicos, no processo de comparação com o contexto estadual, a Região Metropolitana da Baixada Santista, no aspecto da energia elétrica, acusa uma participação de 5,71%. Esta elevação representatividade se configura pelo fato da região abrigar o pólo industrial de Cubatão, município que, isoladamente, responde por 52,60% do consumo regional de energia elétrica (ou 3.547.901.839 kWh). Quando se analisa o perfil de consumo apenas pelo aspecto industrial, aliás, a taxa regional evolui para 7,04% do total estadual, pois o município de Cubatão figura na terceira posição no cenário do Estado de São Paulo. Em termos de consumo energético de caráter residencial, este índice regional é de 5,33%, na comparação com o Estado, comprovando o efeito produzido pelo perfil de ocupação domiciliar na região. Municípios

Residencial 2009

Comercial 2009

Como foi observado no capítulo anterior, ao final do ano passado, a Região Metropolitana da Baixada Santista possuía 3,15 habitantes por domicílio, contra 3,21 em termos estaduais e 3,32 no cenário nacional. Tal espécie de acomodação domiciliar mais flexível gera a contrapartida de um número maior de domicílios, e tanto isto é verdade que, em termos de ligações de energia de natureza residencial, a Baixada Santista responde por 5,88% do montante do Estado (ou seja, o universo de 810.996 consumidores). A taxa de representatividade de consumidores é maior do que a de consumo (5,88% contra 5,33%) em parte pelo perfil veranista, uma vez que neste caso a ocupação do imóvel se dá em períodos específicos do ano. No cômputo geral de consumidores (envolvendo residencial, comercial, rural, industrial e outros), a região representa 5,67% do Estado, com 867.369 ligações registradas. Rural 2009

Industrial 2009

Outros 2009

Total Geral 2009

Bertioga

87.951.782

35.332.813

32.193

12.605.572

12.750.822

148.673.182

Cubatão

67.014.606

78.097.779

-0-

3.300.987.152

101.802.302

3.547.901.839

Guarujá

301.271.308

209.050.084

723.054

59.340.134

47.315.818

617.700.398

Itanhaém

84.366.030

30.776.753

1.244.679

3.069.342

22.421.129

141.877.933

Mongaguá

47.225.408

15.283.573

152.052

3.619.999

12.059.633

78.340.665

Peruíbe

58.522.954

24.371.608

2.613.028

2.069.879

11.906.780

99.484.249

Praia Grande

301.808.879

115.055.753

306

8.204.544

51.061.380

476.130.862

Santos

537.511.204

437.781.562

-0-

128.662.531

81.917.781

1.185.873.078

São Vicente

267.995.917

96.466.269

-0-

44.095.699

39.937.168

448.495.053

1.753.668.088

1.042.216.194

4.765.312

3.562.654.852

381.172.813

6.744.477.259

32.877.690.069

21.753.130.409

2.478.535.095

50.598.915.933 10.354.037.329

118.062.308.835

Total Regional Total do Estado Em (%)

5,33

4,79

0,19

7,04

3,68

5,71

11


to do Estado de São Paulo, ficando atrás da Capital e do Município de Guarulhos. No que diz respeito aos mais convencionais derivados de petróleo de consumo popular, a região exibe taxas representativas mais próximas da sua participação populacional no Estado. Com o volume de consumo de 223.971.153 litros de gasolina, a região registra uma participação de 3,35% no Estado; enquanto absorve 356.952.520 litros de diesel (3,43%) e mais 212.246.572 litros de etanol (2,47%). A questão energética, além da sua vinculação com a preocupação ambiental, também deve ser observada pelas autoridades regionais sob a ótica da sua oferta. Setores produtivos como o porto e o pólo industrial de Cubatão vêm buscando alternativas de expansão energética para assegurar seus índices de crescimento e a realização dos seus planos de negócios, mas as opções vigentes são

Tal espécie de análise energética é de relevante importância para as questões de ordem ambiental, pois neste universo residem diferentes fontes de geração de energia, incluindo as de origem fóssil, com efeitos danosos à manutenção do meio ambiente equilibrado. Quando se avalia o consumo energético regional nas suas diferentes formas, é possível perceber uma elevação do consumo regional para a taxa de 5,93%, ou de 7,11% no tocante apenas ao consumo de derivados de petróleo. Esta combinação de consumo por fontes energéticas variadas conduz a região a registrar uma participação de 7,35% no volume de CO2 lançado na atmosfera do Estado de São Paulo, em que pese cerca de 75% deste índice ser estimulado pelo pólo industrial de Cubatão. Também neste contexto, com o volume de 3.557,78 (10³ t/ano) de CO2 lançado no atmosfera, Cubatão figura na terceira colocação no âmbi-

Municípios

Eletricidade (10³ toe)

Gás Natural (10³ toe)

Etanol (10³ toe)

Derivados de Petróleo (10³ toe)

Total Geral (10³ toe)

CO2 (10³ t/ano)

Bertioga

12.785.894

-0-

3.863.668

14.893.360

31.542.922

42,05

Cubatão

305.119.558

180.820.138

4.816.825

908.028.213

1.398.784.734

3.557,78

Guarujá

53.122.234

-0-

14.791.920

72.225.611

140.139.765

210,55

Itanhaém

12.201.502

-0-

4.209.128

13.826.080

30.236.710

39,03

Mongaguá

6.737.297

-0-

3.082.417

8.262.979

18.082.693

23,41

Peruíbe

8.555.645

-0-

5.781.350

14.499.907

28.836.902

40,78

40.947.254

-0-

15.872.239

52.511.971

109.331.464

151,38

101.985.085

3.584.972

34.280.605

163.429.347

303.280.009

490,18

38.570.575

-0-

15.477.347

71.680.372

125.728.294

209,60

580.025.044

184.405.110

102.175.499

1.319.357.840

2.185.963.493

4.764,76

10.153.358.562

4.015.191.796

4.144.853.614 18.561.684.963

36.875.088.935

64.789

Praia Grande Santos São Vicente Total Regional Total do Estado Em (%)

12

5,71

4,59

2,47

7,11

5,93

7,35


demasiadamente tímidas para garantir as taxas de crescimento regional prevista para a Era do Pré-Sal. Estudos realizados pela Empresa de Pesquisa Energética indicam que a demanda de energia deve crescer cerca de 60% até 2020, com dois terços desta expansão motivados pelos setores industrial e de transporte, ambos intimamente ligados à região. A capacidade instalada no chamado Sistema Interligado Nacional deve evoluir de 100.000 MW para 171.000 MW, até o final desta década. Para assegurar esta oferta energética, porém, serão necessários investimentos superiores a R$ 1 trilhão, entre 2011 e 2020, subdivididos da seguinte forma: R$ 236 bilhões na oferta de energia elétrica; R$ 686 bilhões em petróleo e gás natural; e mais R$ 97 bilhões em biocombustíveis líquidos. Os mesmos estudos governamentais, no entanto, advertem que a população brasileira deve exibir um crescimento de quase 14 milhões de habitantes, conduzindo o perfil de ocupação domiciliar , em 2020, para 2,1 habitantes por unidade habitacional. Estima-se que haverá uma queda na participação de oferta energética hidráulica, de 76% de representatividade para 67%; com evolução das ofertas eólica, térmicas à biomassa, e também de Pequenas Centrais Hidrelétricas, de 8% para 16%, em termos nacional. As empresas instaladas na região estão proRegiões

Gasolina

Em (%)

curando resolver parte da oferta de energia com as concessionárias de distribuição, mas é importante observar que o Estado de São Paulo responde por apenas 20,85% da capacidade nacional instalada, o que conduz os consumidores à dependência do Sistema Nacional Interligado e a eventuais blecautes. As projeções de consumo regional energético, assim, também precisam integrar o processo de produção de inventários, para evitar problemas futuros, inclusive com as liberações voltadas à produção imobiliária. O consumo per capita de energia elétrica vem evoluindo ano a ano e, em 2010, no Estado de São Paulo, foi de 252,8 kWh por habitante.

Diesel

Em (%)

Etanol

Em (%)

RM Baixada Santista

223.971.153

3,35

356.952.520

3,43

212.246.572

2,47

RM Campinas

533.970.808

7,97

773.970.084

7,44

803.486.985

9,33

RM São Paulo

3.361.270.558

50,19

2.921.032.381

28,09

3.425.072.805

39,78

Total Regional

4.119.212.519

61,51

4.051.954.985

38,96

4.440.806.362

51,58

Total do Estado/SP

6.696.778.622

100,00

10.399.446.279

100,00

8.609.999.211

100,00

13


SANEAMENTO BÁSICO

EXPANSÃO DA REDE É DESAFIO PARA ESGOTOS Rede de coleta de esgoto vem sendo ampliada nos municípios da região

14


Mesmo com o investimento programado pela Sabesp na execução do Projeto Onda Limpa na Região Metropolitana da Baixada Santista, a expansão da rede de esgoto nos nove municípios locais atingirá apenas 60,05% da dimensão da rede instalada de água. De acordo com dados da Sabesp, a rede coletora de esgotos será ampliada em 1.175 km de extensão, que, somados aos 2.368 km registrados até 2008, resultará 3.543 km. A relação entre as dimensões de redes instaladas de água e esgoto no universo de municípios paulistas operados pela Sabesp, na condição de concessionária de serviço público, era de 65,90%, ao final de 2008, de acordo com os dados divulgados pelo Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS). O Projeto Onda Limpa pretende elevar o atual nível de coleta de esgotos no Litoral Sul de 53% para 95%, mas as análises conjunturais de

Municípios

Rede/Água 2008 /(km)

Rede/Esgoto 2008

dados do sistema indicam que o desafio para coleta e tratamento de esgotos na região ainda há de absorver investimentos muito elevados nas próximas décadas. Enquanto a representatividade regional no universo de municípios operados pela Sabesp é de 9,43% , em termos de rede de água instalada, a taxa de esgotos atinge apenas 5,74%. As melhores condições de serviços de água e de esgotos nos demais municípios paulistas também é refletida no perfil do faturamento da Sabesp no período de 2000 a 2008. Nestes oito anos de análise, a receita desta empresa evoluiu 120,83% nos demais municípios paulistas, contra apenas 103,53% nas nove cidades da Baixada Santista. Tal índice de evolução ficou próximo da variação acumulada do IGP-M (Índice Geral de Preços de Mercado), da Fundação Getúlio Vargas, em idêntico período, de 111,72%, porém bem

Esgoto Em (%)

Receita Gerada 2000 (R$)

Receita Gerada 2008 (R$)

Variação Em (%)

Bertioga

252

110

43,65

3.249.770

9.846.862

203,00

Cubatão

220

119

54,09

9.191.964

22.607.283

145,95

Guarujá

707

338

47,81

21.509.264

65.891.703

206,34

Itanhaém

843

226

26,81

7.456.929

15.720.525

110,82

Mongaguá

370

175

47,30

4.976.623

12.238.610

145,92

Peruíbe

479

204

42,59

6.293.223

12.979.727

106,25

Praia Grande

843

347

41,16

29.262.100

68.147.842

132,89

1.359

533

39,22

97.646.822

156.713.307

60,49

827

316

38,21

26.709.295

55.735.537

108,67

5.900

2.368

40,14

206.295.990

419.881.396

103,53

62.582

41.242

65,90

3.122.320.092

6.894.994.645

120,83

9,43

5,74

-0-

6,61

6,09

-0-

Santos São Vicente Total Regional Total do Estado/SP Região /Em (%)

15


acima da taxa oficial de inflação, medida pelo IPCA, de 72,37%. Em 2008, a Sabesp registrou um faturamento regional pela prestação de serviços de fornecimento de água e coleta e tratamento de esgotos de R$ 419 milhões 881 mil, equivalente a 6,09% da sua receita apurada neste período. A expansão do número de economias de água entre 2000 e 2008 na região foi de apenas 12,97%, contra 26,38% apurada nos demais municípios paulistas; enquanto a taxa de expansão economias de esgotos foi de 30,15%, contra 35,13%. Mas os problemas ambientais decorrentes das condições de saneamento que estão sendo amenizados com os investimentos da ordem de R$ 1,4 bilhão do Projeto Onda Limpa podem se refletir de outras formas nos próximos anos. As projeções de adensamento populacional fixo e flutuante para as próximas duas décadas

Municípios

Ligações/ Água 2000

Ligações/Água 2008

indicam cenários pouco animadores. Há previsões de que a produção imobiliária adicional, envolvendo imóveis ocupados, vagos e de uso ocasional, nos próximos dez anos pode crescer em mais 311.356 unidades (ou 35,75%), ou, nos próximos 20 anos, em 490.494 domicílios (taxa de 56,32%). Tal nível de expansão imobiliária dará abrigo potencial para uma população fixa e flutuante adicional de mais de 1 milhão 500 mil habitantes, contingente que irá refletir nos níveis de consumo de água e de produção de esgotos. É verdade que apenas a região central da Baixada - envolvendo as cidades de Cubatão, Santos e área insular de São Vicente — não dispõem de recursos hídricos para atender plenamente suas atuais demandas (dependendo de águas da Billings e de importação das demais cidades), mas não deixam de ser preocupantes as projeções populacionais futuras, sobretudo

Variação Em (%)

Economias 2000

Economias 2008

Variação Em (%)

Bertioga

12.847

18.175

41,47

14.776

22.748

53,95

Cubatão

19.992

23.715

18,62

24.974

29.448

17,91

Guarujá

55.681

56.409

1,31

108.946

112.989

3,71

Itanhaém

39.825

51.269

28,74

42.156

54.482

29,24

Mongaguá

25.404

31.545

24,17

34.692

38.168

10,02

Peruíbe

26.633

32.988

23,86

28.783

35.203

22,30

Praia Grande

79.132

88.204

11,46

151.701

182.230

20,12

Santos

60.001

63.894

6,49

175.971

184.953

5,10

São Vicente

67.630

75.287

11,32

101.144

111.534

10,27

387.145

441.486

14,04

683.143

771.755

12,97

5.529.128

6.929.794

25,33

6.791.153

8.582.726

26,38

7,00

6,37

-0-

10,06

8,99

-0-

Total Regional Total do Estado/SP Região /Em (%)

16


porque o consumo médio de água é de 167,5 litros por habitante/dia. As limitações pontuais de recursos hídricos na região também conduzem as tratativas políticas da área de saneamento básico para o aspecto metropolitano, o que significa dizer que é bem provável que a exploração deste serviço permaneça sob controle da Sabesp no curso das próximas décadas. De qualquer modo, é imprescindível observar que a promulgação da Lei Federal 11.445, em 05 de janeiro de 2007, instituiu um novo marco regulatório na área de saneamento básico, expandindo este conceito para outras obrigações, além dos serviços de água e de esgoto. Na condição de poder concedente, os municípios também passaram a contar com maiores responsabilidades e prerrogativas, algo que lhes permite explorar de forma mais adequada diversas atividades ligadas ao controle ambiental e à

Municípios

Ligações/ Esgoto 2000

Ligações/Esgoto 2008

preservação dos níveis de qualidade de vida. Neste momento de revisão dos contratos de concessão dos serviços de água e esgoto com a Sabesp, aliás, os municípios da Região Metropolitana da Baixada Santista precisam tratar deste tema de maneira regionalizada, em que pese a conjuntura registrar níveis bem desiguais na oferta de tais serviços nas diferentes cidades. Além de uma expansão espacial mais abrangente da rede de esgoto no território regional, a fim de assegurar níveis mais equilibrados de ocupação populacional e imobiliária, os municípios precisam aproveitar melhor o know-how da Sabesp para instituir um amplo programa regional de saneamento, compatibilizado com o planejamento desenvolvido no campo das bacias hidrográficas. O controle e a preservação de mananciais devem orientar as discussões acerca das compensações financeiras de recursos hídricos.

Variação Em (%)

Economias 2000

Economias 2008

Variação Em (%)

Bertioga

1.695

4.045

138,64

2.201

5.381

144,48

Cubatão

6.139

8.742

42,40

8.391

11.985

42,83

Guarujá

19.576

31.520

61,01

61.506

82.717

34,49

Itanhaém

1.321

3.905

195,61

2.867

6.060

111,37

Mongaguá

2.643

4.165

57,59

6.145

8.348

35,85

Peruíbe

3.018

7.246

140,09

4.532

8.967

97,86

Praia Grande

18.105

25.461

40,63

66.649

99.464

49,24

Santos

51.253

59.045

15,20

165.469

179.422

8,43

São Vicente

22.349

45.780

104,84

52.968

80.167

51,35

126.099

189.909

50,60

370.728

482.511

30,15

3.946.667

5.337.359

35,24

5.156.063

6.967.350

35,13

3,19

3,56

-0-

7,19

6,92

-0-

Total Regional Total do Estado/SP Região /Em (%)

17


RESÍDUOS SÓLIDOS

FALTA DE ÁREA JÁ AMEAÇA LIXO URBANO Espaços físicos para destinação do lixo são preocupações emergenciais

18


A escassez de áreas para instalação de aterros sanitários é a ameaça mais contundente da Região Metropolitana da Baixada Santista na definição de uma política de controle ambiental. Aparentemente, os relatórios de inventários produzidos pela Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental) qualificam como adequadas as atuais condições de disposição e controle dos resíduos sólidos urbanos, mas neste caso os números exibidos não refletem com consistência a situação vigente. No início da década passada, a maioria dos municípios da região exibiam um Índice de Qualidade de Aterro de Resíduos (IQT) abaixo da pontuação de 0,0 a 0,6 (condições inadequadas), porém no, último inventário, a pontuação regional mínima, de 6,2 (condição controlada), foi obtida por Peruíbe, enquanto as oito demais cidades ficaram com índices superiores a 9,0, ou seja, qualificados na condição de aterros adequados. Ocorre que tal mudança não foi decorrência de uma preocupação específica com o controle e a disposição dos resíduos sólidos urbanos da região, mas a simples opção de destinar o lixo Municípios

Estimativa de Lixo/Dia Cetesb/2 010 (Ton)

regional para dois aterros particulares distintos: o Sítio das Neves (na área Continental de Santos) e o Lara, localizado no Município de Mauá. As opções encontradas pelas prefeituras locais, no entanto, também têm sua limitação de espaços físicos e já encontram dificuldades para expansão. Os dois aterros que servem a Baixada Santista e também os municípios do ABC e adjacências contam, juntos, com uma área de aproximadamente 6,4 km², porém a opção de concentração de lixo de vários municípios limitou o potencial de utilização por longo prazo. De acordo com os dados estimados pela Cetesb, a Região Metropolitana da Baixada Santista gera 936,2 toneladas de lixo domiciliar por dia (conforme projeção feita em tabela dividida por faixas populacionais). Este volume diário de lixo já representa uma marca assustadora, mas está bem aquém do patamar médio per capita de 1,284 kg/habitante/ dia apurado, em 2010, pelos estudos da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe) para municípios

Produção Anual Cetesb/2010 (Ton)

IQT/Aterro 2001

IQT/Aterro 2010

Local Destinação

Bertioga

18,7

6.825,5

5,8

9,6

Santos/Sítio das Neves

Cubatão

59,4

21.681,0

7,5

9,6

Santos/Sitio das Neves

Guarujá

174,3

63.619,5

7,6

9,6

Santos/Sítio das Neves

Itanhaém

34,5

12.592,5

4,0

9,4

Município de Mauá

Mongaguá

18,4

6.716,0

2,1

9,6

Santos/sitio das Neves

Peruíbe

23,6

8.614,0

8,2

6,2

Aterro Sanitário Próprio

Praia Grande

156,5

57.122,5

2,4

9,6

Santos/Sitio das Neves

Santos

251,7

91.870,5

2,8

9,6

Santos/Sitio das Neves

São Vicente

199,1

72.671,5

2,2

9,4

Município de Mauá

Total Regional

936,2

341.713

-0-

-0-

-0-

19


da Região Sudeste. Considerando este segundo indicador, a produção regional diária de lixo sobe para 2.173 toneladas, o que representa uma marca de 780 mil toneladas/ano, sem considerar os efeitos da chamada população flutuante. Também precisam ser considerados nestes indicadores, a produção de lixo industrial; de resíduos da construção civil e da área de saúde, o que impõe às autoridades públicas regionais urgentes medidas para dimensionar, com maior rigor, as tendências de expansão da geração de resíduos sólidos nas próximas décadas. Neste momento, começam a ser delineados alguns estudos da EMAE (Empresa Metropolitana de Água e Energia) para a instalação de uma usina para queima do lixo, visando inclusive a geração de energia para a Baixada Santista. A princípio, a meta é processar cerca de 1,2 mil toneladas por dia, com a geração energética de 20 MW, contudo esta proposta ainda esbarra na viabilidade financeira e também na localização deste futuro empreendimento. Os baixos índices de reciclagem verificados Municípios

População Fixa 2010

nos municípios brasileiros, por sua vez, recomendam a intensificação de campanhas educativas nas escolas e em toda a mídia, acompanhadas de instrumentos operacionais que tornem tal sistema uma prática usual junto à comunidade. Dados apurados pela Abrelpe, no ano passado, revelaram que apenas 57,6% dos municípios adotam alguma iniciativa de coleta seletiva, taxa que sobe para 79,5% na Região Sudeste. Estudos realizados pelo IPEA (Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas) estimam uma perda de R$ 8 bilhões por ano com a ineficácia registrada no processo de coleta seletiva de lixo. No Estado de São Paulo, no entanto, foi instituído desde 2007 o Projeto Lixo Mínimo, com a finalidade de eliminar a disposição inadequada de resíduos domiciliares; extinção dos lixões a céu aberto; bem como para aprimorar a gestão de resíduos e fomentar a reciclagem. Este tipo de conduta da sociedade é inevitável para colaborar com o controle da produção de resíduos, especialmente em localidades como a Baixada Santista, onde há enorme dificuldade para estabelecer locais apropriados para disposi-

Custo Per Capita Ano/RSU (R$ 44,52)

Per Capita /Ano/Demais Serviços de Limpeza (R$ 74,88)

Despesa Geral Estimada (R$)

Bertioga

47.645

2.121.156

3.567.658

5.688.814

Cubatão

118.720

5.285.414

8.889.754

14.175.168

Guarujá

290.752

12.944.279

21.771.510

34.715.789

Itanhaém

87.057

3.875.778

6.518.828

10.394.606

Mongaguá

46.293

2.060.964

3.466.420

5.527.384

Peruíbe

59.773

2.661.094

4.475.802

7.136.896

Praia Grande

262.051

11.666.511

19.622.379

31.288.890

Santos

419.400

18.671.688

31.404.672

50.076.360

São Vicente

332.445

14.800.451

24.893.482

39.693.933

1.664.136

74.087.335

124.610.505

198.697.840

Total Regional

20


ção final de resíduos sólidos. A cultura da reciclagem eleva o tempo de vida dos aterros sanitários; preserva os recursos naturais; promove a economia de energia; reduz os níveis de poluição e ainda induz a geração de empregos. Além de já enfrentar sérios problemas para lidar com a atual produção regional de lixo, os municípios da região também precisam observar esta preocupação no longo prazo, face às projeções de crescimento econômico, à expansão populacional e à criação contínua de novos domicílios nas diferentes cidades. Com base nos estudos feitos pela Abrelpe, considerando os valores médios per capita de custo da coleta de resíduos sólidos urbanos, a Região Metropolitana da Baixada Santista desembolsou para financiar este serviço, no ano passado, mais de R$ 74 milhões. Caso sejam incluídas nesta conta as demais despesas pertinentes aos outros tipos de serviços de limpeza pública, o dispêndio sobe em mais R$ 124 milhões 610 mil. O custo da coleta de lixo na região, no enPLÁSTICO

TIPOS DE MATERIAIS RECICLÁVEIS

tanto, deve ser ainda mais elevado, face à distância média percorrida para disposição final dos resíduos sólidos. Na Região Metropolitana de São Paulo, a distância média percorrida é de 45 km; na de Campinas, 30 km, mas no caso regional este percurso é da ordem de 80 km. O cenário identificado para a atual questão de resíduos sólidos, como se vê, exige um amplo debate regional com as autoridades estaduais competentes na área ambiental. Não é possível admitir que os órgãos públicos estaduais de controle ambiental se limitem a promover o enquadramento dos aterros sanitários disponíveis, quando, na prática, outros organismos desta mesma instância de poder limitam a cada dia o espaço territorial da região, com a fixação de áreas de preservação. A produção de resíduos sólidos domésticos, da construção, industrial ou de saúde é um fato real; aumenta na proporção dos níveis de adensamento, inclusive com a população flutuante, de forma que é inadiável a definição objetiva de áreas e métodos de destinação do lixo.

METAL

PAPEL

VIDRO

Copos

Tampinhas de garrafas

Jornais e revistas

Garrafas

Garrafas

Latas

Listas telefônicas

Potes de conservas

Sacos

Enlatados

Papel sulfite/rascunho

Embalagens

Sacolas

Panelas sem cabo

Papel de fax

Frascos de remédios

Tampas

Ferragens

Folhas de caderno

Copos

Potes

Arames

Formulários de computador

Cacos

Canos e tubos PVC

Chapas

Caixas em geral

Para-brisa

Embalagens Pet

Canos/Pregos

Envelopes/Cartazes velhos

21


COMITÊ MULTISETORIAL

DIAGNÓSTICO EXIGE AÇÃO MULTISETORIAL Comitê pode diagnosticar atualidade e planejar futuro integrado regional

22


Os mais diversos diagnósticos sociais, econômicos e de infraestrutura produzidos na Região Metropolitana da Baixada Santista exigem ações imediatas da autoridades regionais. O atraso nas definições de interesse público somam passivos de origens diferenciadas e deixam a região sujeita aos mesmos transtornos gerados nas décadas de 50, 60 e 70, épocas da instalação do pólo industrial de Cubatão, da expansão do Porto de Santos e também do último boom imobiliário. Este cenário, portanto, enseja uma posição firme, de consistência técnica e com instrumentos efetivos de controle sobre todos os tipos de demandas que surgirão do contexto da exploração do Pré-Sal e também da futura expansão portuária, de forma direta ou indireta. Embora disponha de uma condição jurídica diferenciada — a partir da instituição de condição metropolitana —, a região não possui organismos técnicos integrados de natureza continuada. As Câmaras Temáticas criadas no âmbito do Condesb (Conselho de Desenvolvimento da Região Metropolitana da Baixada Santista) para análise das questões conjunturais desenvolvem atividades de ordem acadêmica, enquanto o momento requer iniciativas de natureza operacional. Sendo assim, uma das alternativas para suprir as deficiências em torno de produções objetivas está na constituição formal de um Comitê de Inteligência Multisetorial (CIM), com funções típicas de uma empresa pública, de economia mista ou até mesmo de autarquia. Este comitê precisa contar com equipe multidisciplinar de caráter permanente, jornada diária de produção técnica e científica, autonomia financeira e financiamento de ordem pública. A função deste organismo não será a de produzir ações de natureza física, mas conceber estudos continuados e fiscalizar o desenvolvimento de cenários regionais em diferentes áreas,

como, meio ambiente, habitação, planejamento e desenvolvimento, turismo, porto, saneamento, transporte, saúde, educação, energia, petróleo e gás, entre outras. A base do CIM pode ser formada a partir dos quadros das próprias Câmaras Temáticas do Condesb, com subordinação à Agência Metropolitana, porém com funções diferenciadas e programa de trabalho continuado e predefinido. Há um enorme elenco de inventários regionais para serem produzidos em diferentes setores sociais, econômicos e de infraestrutura, e isto exige uma produção profissional com dedicação exclusiva e de livre trânsito para lidar com bancos de dados públicos em todos os municípios. A Região Metropolitana da Baixada Santista precisa conceber e instituir bancos de dados próprios, de caráter regionalizado; fomentar produções regulares de levantamentos setoriais de informações, para identificar situações pontuais, impor normatizações e projetar tendências. Com o amplo universo regional de profissionais liberais nos mais diversos campos científicos, o CIM também pode promover um sistema de cadastro técnico para produções específicas e de tempo determinado. Idêntica situação deve ocorrer nas possíveis tarefas de campo, com a absorção temporária de quadros de formandos das universidades públicas e privadas instaladas na região. Para constituir este organismo, o Condesb depende apenas de alguns instrumentos jurídicos para adequação à estrutura legal vigente e, como forma de agilizar a sua efetiva operacionalidade, Estado e municípios já poderiam prever para seus orçamentos de 2012 dotações orçamentárias para execução de atividades emergenciais ou de caráter continuado. As tarefas no âmbito do CIM devem ser norteadas pela amplitude regional e podem ajudar as decisões de políticas públicas locais.

23


Avenida Afonso Pena, 312 - cj. 84 I EmbarĂŠ I CEP. 11020-000 I Santos/SP Tel. (13) 3227-2438 I 32271741 I www.ramaral.com.br I ramaral@ramaral.com.br


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