Resumo revista "renováveis magazine" 23

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FICHA TÉCNICA renováveis magazine 23 3.º trimestre de 2015 Diretor Cláudio Monteiro cdm@fe.up.pt TE987 Conselho Redatorial Alexandre Fernandes (ISEG) Álvaro Rodrigues (FEUP/INEGI) Ana Estanqueiro (LNEG) António Joyce (LNEG) António Sá da Costa (APREN) António Lobo Gonçalves (EDP RENOVÁVEIS) João Abel Peças Lopes (FEUP/Inesc) João Bernardo (DGEG) Joaquim Borges Gouveia (UA) José Carlos Quadrado (ISEL) Nuno Moreira (UTAD) Maria Teresa Ponce Leão (FEUP/LNEG) Rui Castro (IST) Corpo Editorial Diretor Comercial: Júlio Almeida T. +351 225 899 626 j.almeida@renovaveismagazine.pt Chefe de Redação: Helena Paulino T. +351 220 933 964 h.paulino@renovaveismagazine.pt Design Daniel Dias Webdesign Ana Pereira a.pereira@cie-comunicacao.pt Assinaturas T. +351 220 104 872 assinaturas@engebook.com www.engebook.com Colaboração Claúdio Monteiro, Alexandre Cruz, António Joyce, Iolanda Soares, Ana Miranda, André Couto, Telma Martins, Francisco Mendes, Adriano Santos, Edgar Franco, João Brito Marques, António Sérgio Silva, Carlos Alberto Costa, Cátia Vilaça, Ricardo Sá e Silva, Rosário Machado e Helena Paulino Redação, Edição e Administração CIE – Comunicação e Imprensa Especializada, Lda.® Grupo Publindústria Tel.: +351 225 899 626/8 . Fax: +351 225 899 629 . geral@cie-comunicacao.pt www.cie-comunicacao.pt Propriedade Publindústria – Produção de Comunicação, Lda. Empresa Jornalística Registo n.º 213 163 NIPC: 501777288 Praça da Corujeira, 38 . Apartado 3825 4300-144 Porto Tel.: +351 225 899 620 . Fax: +351 225 899 629 KIVEP$TYFPMRHYWXVME TX á [[[ TYFPMRHYWXVME TX Publicação Periódica Registo n.º 125808 Depósito Legal n.º 305733/10 ISSN: 1647-6255 Periodicidade: trimestral Tiragem: 5000 exemplares INPI: 452220

renováveis magazine revista técnico-profissional de energias renováveis

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editorial a competitividade ambiental, o valor a defender para as gerações futuras

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espaço apesf o sistema de regime de autoconsumo

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espaço cbe forte presença nacional na EXPOBIOMASA

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espaço lneg como vai o autoconsumo em Portugal? notícias

26 dossier sobre comercialização de energia produzida com renováveis 27 Decreto-Lei n.º 68-A/2015: eficiência energética, cogeração e alterações aos SGCIE e SCE 30 tarifas dinâmicas como forma de promoção das renováveis

reportagem 48 Bosch Termotecnologia: Smart Homes com tecnologia Made In Portugal 52 centrais fotovoltaicas top 10 mundial 54 Termomat e Viessmann organizam Jornadas Técnicas informação técnico-comercial 56 PhoenixContact: nova tecnologia de ligação para micro-inversores 58 Rittal apresenta nova geração de ar-condicionados Blue e+ 60 F.Fonseca: sistema podis®: barramento industrial com cabo planar 62 Termomat: novo Saccharum – Hotel Resort & SPA com climatização Viessmann 64 RESOL: a comunicação é essencial 66 WEGeuro: gama de motores WEG W22 Super Premium reduz perdas em 40% 68 AS SOLAR: a nova tecnologia CELLO da LG Solar 72 bucim Ex da Weidmüller

entrevista 34 “a nossa recente Certificação Ambiental é um fator importante para a nossa competitividade no mercado”, Sónia Silva, WEGeuro 36 “o mercado, devido à crise, ficou muito mais exigente”, José Meireles, M&M Engenharia 38 “queremos ser a voz comum das renováveis na lusofonia”, Isabel Cancela de Abreu, ALER

74 Chatron: LED-In – Iluminação: 24 horas de máxima eficiência 76 produtos e tecnologias 90 projetos renováveis Good Mood Eco & Art Organization 98 barómetro das renováveis

42 mundo académico estudo de viabilidade de autoconsumo industrial com cogeração

ELEOLRJUDoD 102 calendário de eventos

case-study 46 construção sustentável

104 links

Impressão e Acabamento Gráficas Anduriña Avda. de San Xoán, 32 36995 POIO (Pontevedra) Os artigos assinados são da exclusiva responsabilidade dos seus autores.

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editorial

a competitividade ambiental, o valor a defender para as gerações futuras

Cláudio Monteiro Diretor

Na semana de redação deste editorial também Christine Lagarde, Diretora do FMI, defendeu que este era o momento adequado para introduzir um imposto ao Carbono. Defendeu a aplicação de taxas em vez do atual mercado de emissões. Mas a aplicação de taxas de emissões cria problemas à competitividade, especialmente em mercados globais em que a regulação é heterogénea. Mas como fica o cidadão nestas questões ambientais? As questões ambientais são questões inteiramente em benefício dos cidadãos, mas não há dúvida que os custos recairão sempre sobre os cidadãos, a dúvida está na forma e eficácia como os mecanismos são implementados. A imposição, por um lado, de obrigatoriedades ao nível da produção, diferenciando produtos e tecnologias limpas e, por outro, sinais económicos de resposta

ESTATUTO EDITORIAL TÍTULO “renováveis magazine” – revista técnico-profissional. OBJETO Tecnologias atuais e futuras de produção de energia através de Sistemas de Energias Renováveis. OBJETIVO Difundir tecnologia, produtos, boas práticas e serviços para profissionais com responsabilidades na conceção, execução e manutenção de instalações de Energias Renováveis. ENQUADRAMENTO FORMAL A “renováveis magazine” respeita os princípios deontológicos da imprensa e a ética profissional, de modo a não poder prosseguir apenas fins comerciais, nem abusar da boa fé dos leitores, encobrindo ou deturpando informação. CARATERIZAÇÃO Publicação periódica especializada. ESTRUTURA REDATORIAL Diretor – Docente de reconhecido mérito científico. Coordenador Editoral – Profissional no ramo de engenharia afim ao objeto da revista. Conselho Redatorial – Órgão de consulta e seleção de conteúdos.

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O caso da fraude nas emissões automóvel tem abalado o planeta nas últimas semanas. O problemas das emissões é algo sério para o planeta, mas a humanidade continua a encará-lo como um problema secundário. Secundário porque, sem sombra de dúvida, o critério económico continua a ser o critério primário de decisão, tanto para o cidadão como para os fabricantes e também para as instituições, incluindo a União Europeia. Todas estas entidades preferem custos mais reduzidos e mais competitividade em detrimento da redução de emissões. As fraudes a que assistimos abalam ainda mais a confiança nos mecanismos de regulação ambiental.

voluntária ao nível de mercados de consumo, para incentivar padrões de consumo amigos do ambiente, parece ser a forma mais eficaz e justa. Nas renováveis também se deveria aplicar este princípio, devendo haver uma justa taxação da energia elétrica ao nível da produção, de acordo com o nível de emissões e com o nível de eficiência do sistema. O sinal para o consumidor deverá ser de incentivo a consumir quando produzimos mais com renováveis, e de incentivo a reduzir o consumo quando produzimos mais com energias fósseis, quando importamos ou quando estamos a operar os sistemas em estados menos eficientes. Nem sempre o mercado de eletricidade consegue este efeito, sendo necessários outros mecanismos ao nível da regulação económica da produção para intensificar esta diferenciação.

Colaboradores – Investigadores e técnicos profissionais que exerçam a sua atividade no âmbito do objeto editorial, instituições de formação e organismos profissionais. SELEÇÃO DE CONTEÚDOS A seleção de conteúdos é da exclusiva responsabilidade do Diretor, apoiada pelo Conselho Editorial. O noticiário técnico-informativo é proposto pelo Coordenador Editorial. A revista poderá publicar peças noticiosas com caráter publicitário nas seguintes condições: › identificadas com o título de Publi-Reportagem; › formato de notícia com a aposição no texto do termo Publicidade. ORGANIZAÇÃO EDITORIAL Sem prejuízo de novas áreas temáticas que venham a ser consideradas, a estrutura de base da organização editorial da revista compreende: › Sumário › Editorial › Espaço Opinião › Carta Aberta › Espaço Qualidade › Espaço Ventos de Bruxelas › Espaço Riscos Renováveis › Vozes do Mercado › Espaço COGEN › Espaço Biomassa › Notícias › Dossier Temático › Visita Técnica

A diferenciação ambiental entre produções não pode ser um sinal contrário ao valor ambiental, como acontece atualmente nas renováveis. Não devem ser os consumidores a pagar taxas adicionais por usar renováveis, devem ser os produtores poluentes a pagar taxas adicionais de carbono por usar tecnologias menos limpas, deixando lugar para a competitividade e para o justo custo de produção das tecnologias mais limpas. Devemos assumir que Portugal não é um país competitivamente vantajoso pela sua energia barata, mas sim pela sua energia limpa. Quando o ambiente for efetivamente um valor reconhecido seremos certamente um país muito competitivo a nível europeu e mundial. É esta a visão de competitividade futura que devemos defender, na Europa e fora dela.

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Artigo Técnico Nota Técnica Investigação e Tecnologia Mundo Académico Case-Study Entrevista Reportagem Publi-Reportagem Informação Técnico-Comercial Produtos e Tecnologias Tabela Comparativa (edição online) Renováveis em Casa Barómetro das Renováveis Bibliografia Calendário de Eventos Links Publicidade

ESPAÇO PUBLICITÁRIO A Publicidade organiza-se por espaços de páginas e frações, encartes e Publi-Reportagens. A Tabela de Publicidade é válida para o espaço económico europeu. A percentagem de Espaço Publicitário não poderá exceder 1/3 da paginação; A direção da revista poderá recusar Publicidade nas seguintes condições: › A mensagem não se coadune com o seu objeto editorial; › O anunciante indicie práticas danosas das regras de concorrência, não cumprimento dos normativos ambientais e sociais.


espaço apesf

o sistema de regime de autoconsumo Os registos de sistemas em regime de autoconsumo, ao abrigo do Decreto-Lei n.º 153/2014 estão muito abaixo das expetativas do setor. A razão prende-se, não só, mas essencialmente, com a falta de publicação de regulamentos, regras técnicas e portarias que completam o Decreto-Lei.

Eng.º Alexandre Cruz

Associação Portuguesa das Empresas do Sector Fotovoltaico

A falta de publicação da bolsa de inversores e contadores autorizados para instalações em regime de autoconsumo e a falta da publicação das regras técnicas de instalação elétrica, condicionam a realização de projetos. É necessário saber, claramente, que equipamentos podem instalar-se e em que condições. Um sistema de autoconsumo só será rentável se o preço a que produz a energia elétrica for inferior ao preço de aquisição da mesma quantidade de energia elétrica na distribuição. O preço do kWh produzido depende do preço total da instalação do sistema, pelo que é condição necessária saber em rigor quais as contingências das instalações. A título de exemplo é imprescindível clarificar a colocação de um contador, se em local acessível ou se em local de livre acesso. Um local de livre acesso implica que o contador de produção, com telecontagem, seja colocado num local onde, a qualquer momento, alguém possa ter acesso (será na rua, na grande maioria das situações). Já o local acessível pode implicar que o acesso ao contador tenha de ser facultado por outrem. Em regime de autoconsumo, a injeção da energia elétrica poderá ser realizada em quadros parciais no interior dos edifícios; em algumas situações, a dezenas de metros de um local de livre acesso. Como tal, o cabo de injeção terá de percorrer a distância entre o quadro e o contador de produção, colocado num local de livre acesso, e regressar ao ponto de partida para que a energia elétrica seja injetada no quadro eleito.

Um sistema de autoconsumo só será rentável se o preço a que produz a energia elétrica for inferior ao preço de aquisição da mesma quantidade de energia elétrica na distribuição.

Esta situação cria custos extra em materiais e mão-de-obra, assim como incrementa, de forma muito significativa, as perdas por efeito de Joule nos cabos elétricos. Urge colmatar estas faltas, tanto a nível técnico como informativo, para que o autoconsumo cumpra com o seu objetivo maior, o de promover a eficiência energética. A APESF continua, de forma intensiva e sistemática, a dialogar com as entidades competentes para a publicação da documentação complementar ao Decreto-Lei n.º 153/2014, necessário ao bom funcionamento do setor. A Associação está a preparar eventos informativos para dotar as empresas do setor dos conhecimentos necessários para a realização de projetos em regime de autoconsumo, que serão anunciados oportunamente. 4


espaço cbe

forte presença nacional na EXPOBIOMASA De 22 a 24 de setembro realizou-se em Valladolid (Espanha) a EXPOBIOMASA 2015, a maior feira anual, profissional, internacional e especializada em tecnologia da biomassa da Europa, organizada pela Associação Espanhola de Valorização Energética da Biomassa (AVEBIOM), na qual estiveram representadas marcas procedentes de 27 países. Tal como nas edições anteriores, em 3 dias foi possível encontrar os principais profissionais de empresas de maquinaria florestal e indústrias de biocombustíveis sólidos e pellets, fabricantes, distribuidores e instaladores de sistemas de climatização, especialmente soluções com lareiras e caldeiras; indústrias e grandes consumidores de calor, água quente e vapor. Nesta 10.ª edição a organização dedicou um dia a Portugal, onde uma comitiva nacional integrando o Embaixador de Portugal em Madrid, Francisco Ribeiro de Menezes e o Diretor-Geral de Energia e Geologia, Carlos Almeida, visitaram a exposição e puderam constatar a forte representação nacional nesta feira. Este ano Portugal esteve representado com 41 expositores, para além dos muitos profissionais nacionais do setor que visitaram esta feira. Esta destacada representação é o expressivo reflexo da dinâmica da indústria metalomecânica que apresenta equipamentos competitivos a nível europeu, bem como da indústria de pellets que, além do mercado interno representa uma forte participação nas exportações nacionais. No Dia Internacional de Portugal da EXPOBIOMASA, 23 de setembro, o CBE e a AVEBIOM aproveitaram para lançar a ideia da criação de um Dia Ibérico da Bioenergia, ideia aceite com entusiasmo pelos representantes oficiais dos dois países ali presentes.

Em 3 dias foi possível encontrar os principais profissionais de empresas de maquinaria florestal e indústrias de biocombustíveis sólidos e pellets, fabricantes, distribuidores e instaladores de sistemas de climatização.

Paralelamente decorreu a 10.ª edição do Congresso Internacional de Bioenergia, este ano dedicado ao tema “Desafios da Biomassa para 2020”, onde foram abordadas as mudanças legislativas que vão afetar o setor a curto e médio prazo. Neste fórum, os profissionais da biomassa puderam ter acesso a informação atualizada, transmitida por reconhecidos especialistas europeus, relativa aos grandes desafios que o setor da biomassa terá de enfrentar no quadro da futura estratégia europeia que visa garantir a sustentabilidade, o abastecimento, a eficiência energética e as baixas emissões. A EXPOBIOMASA de Valladolid é um ponto de encontro importante para os profissionais do setor onde, desde 2006, já passaram milhares de profissionais, procedentes de 60 países, representando toda a cadeia de valor da biomassa.

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como vai o autoconsumo em Portugal? Há cerca de um ano (outubro de 2014) foi publicada a legislação que regula o chamado Autoconsumo de Energia Elétrica em Portugal (Decreto-Lei n.º 153/2014 de 20 de outubro) pelo que se poderá colocar a questão: “Como vai o Autoconsumo em Portugal?”.

António Joyce Investigador Principal da Unidade de Energia Solar do LNEG antonio.joyce@lneg.pt

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1. A Legislação do Autoconsumo Efetivamente a saída desta legislação era, há muito, esperada pelo mercado, nomeadamente do fotovoltaico, que nela viu a possibilidade de relançar uma atividade económica que teve um impulso dinâmico, quando em 2007 foi criado o regime da microgeração e posteriormente o da minigeração, mas que, devido à crise económica e financeira praticamente paralisou. Paralelamente à descida drástica dos custos dos equipamentos, em particular no caso do fotovoltaico assiste-se, praticamente em todo o mundo e em particular na Europa, a uma alteração dos mecanismos de suporte à implementação de sistemas de Energias Renováveis para produção de energia elétrica. O mecanismo de tarifas bonificadas de fornecimento de energia elétrica proveniente de fontes Renováveis (Feed in Tariffs – FIT) começou a ser progressivamente abandonado, aparecendo modalidades que, ou apoiam diretamente o Investimento, ou promovem licitações para a melhor tarifa, ou fazem apelo a um conceito interessante que liga a produção ao consumo e a medidas de eficiência energética. Na realidade e no caso específico de Portugal, este conceito até nem é novo e já em 2002 o Decreto-Lei n.º 68/2002, que regulava a atividade de produção de energia elétrica em baixa tensão destinada predominantemente a consumo próprio mas com a possibilidade de entrega à rede da produção excedente, introduzia a figura do chamado “produtor-consumidor” de energia elétrica a que hoje, e recorrendo à terminologia anglo-saxónica, chamamos de “Prosumers”. Pode dizer-se que foi um caso em que a ideia do legislador estava claramente avançada em relação ao mercado e a ideia do “produtor-consumidor” não teve praticamente aplicação. Este facto é, e muito bem, referido no preâmbulo do Decreto-Lei n.º 153/2014. O Decreto-Lei do Autoconsumo de outubro de 2014 aparece num contexto em que, por toda a Europa, a questão do autoconsumo (self-consumption) e em particular do autoconsumo apoiado em sistemas fotovoltaicos é um dos tópicos mais discutidos. Por um lado a queda do custo dos sistemas fotovoltaicos, que já referimos, e por outro o aumento do custo da eletricidade têm levado ao interesse de produzir a energia elétrica para consumo próprio e também à vontade dos consumidores terem um papel ativo no mercado liberalizado ou, mesmo, nalguns casos de se tornarem independentes da rede elétrica. Acresce o facto dos sistemas de autoconsumo poderem ter um papel importante na diminuição das perdas associadas à rede de distribuição e até na melhoria da qualidade da própria energia elétrica.

Na maioria dos países a legislação já implementada tem tido um inegável êxito como, por exemplo, na Alemanha, mas noutros países, como por exemplo em Espanha, a legislação proposta tem merecido fortes críticas internas e externas nomeadamente por pretender penalizar o acesso à energia solar ao colocar um pagamento pela utilização daquele recurso renovável. Em Portugal o Decreto-Lei n.º 153/2014 considerou não só a atividade especificamente de autoconsumo (proveniente de energias renováveis ou não renováveis) através das chamadas Unidades de Produção para Autoconsumo (UPAC) mas também enquadrou os anteriores regimes de micro e miniprodução a partir, exclusivamente, de energias renováveis através das chamadas Unidades de Pequena Produção (até 250 kW). Se bem que se entenda alguma vantagem na existência de um enquadramento legal único, os conceitos associados aos dois tipos de regimes são distintos e o próprio esquema de remuneração é totalmente diferente: um nitidamente com preocupação de produzir para o seu próprio consumo (as UPAC) e que obriga a um dimensionamento criterioso da instalação de acordo com os perfis de consumo e que, portanto, potencia medidas de eficiência energética; outro em que o objetivo é a venda da totalidade da energia produzida à Rede Elétrica de Serviço Público (as UPP) e que, ao obrigar a que seja consumida no local da instalação pelo menos metade da energia produzida, não potencia medidas de eficiência energética. Os esquemas de remuneração, como se referiu, são também totalmente diferentes. No caso das UPAC a venda à rede elétrica de eventuais excedentes que, a menos que o sistema seja dotado de um armazenamento de energia elétrica, sempre existirão é feita a um preço de 90% do custo de mercado “grossista”, ou seja, a um preço muito mais baixo do que o custo da energia elétrica ao próprio consumidor, o que penaliza a rentabilidade de um sistema que, como se disse, até potencia medidas de eficiência energética. No caso das UPP a remuneração da venda de energia elétrica é feita com uma tarifa atribuída com base num modelo de licitação que tem uma tarifa de referência que depende da categoria do sistema (categoria I – sistema só para venda de eletricidade;


dossier sobre comercialização de energia produzida com renováveis

comercialização de energia produzida com renováveis Decreto-Lei n.º 68-A/2015: I½GMsRGME energética, cogeração e alterações aos SGCIE e SCE Iolanda Soares

tarifas dinâmicas como forma de promoção das renováveis Ana Miranda, Cláudio Monteiro

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dossier sobre comercialização de energia produzida com renováveis

Decreto-Lei n.º 68-A/2015: I½GMsRGME energética, cogeração e alterações aos SGCIE e SCE 3 (IGVIXS 0IM R % IWXEFIPIGI HMWTSWMp~IW IQ QEXqVME HI I½GMsRGME IRIVKqXMGE I GSKIVEpnS transpondo para a ordem jurídica interna a Diretiva n.º 2012/27/UE do Parlamento Europeu I HS 'SRWIPLS HI HI SYXYFVS HI VIPEXMZE k I½GMsRGME IRIVKqXMGE Iolanda Soares

No âmbito da referida transposição, o presente Decreto-Lei procede ainda: a) À segunda alteração ao Decreto-Lei n.º 71/2008, de 15 de abril, alterado pela Lei n.º 7/2013, de 22 de janeiro, que regula o Sistema de Gestão dos Consumos Intensivos de Energia (SGCIE), instituído com o objetivo de promover a eficiência energética e monitorizar os consumos energéticos de instalações consumidoras intensivas de energia; b) À segunda alteração ao Decreto-Lei n.º 23/2010, de 25 de março, alterado pela Lei n.º 19/2010, de 23 de agosto, que estabelece a disciplina da atividade de cogeração; c) À segunda alteração ao Decreto-Lei n.º 141/2010, de 31 de dezembro, alterado pelo Decreto -Lei n.º 39/2013, de 18 de março, que define as metas nacionais de energia renovável no consumo de energia final e transpõe parcialmente a Diretiva n.º 2009/28/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 23 de abril de 2009; d) À primeira alteração ao Decreto-Lei n.º 39/2013, de 18 de março, que transpõe parcialmente a Diretiva n.º 2009/28/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 23 de abril de 2009; e e) À primeira alteração ao Decreto-Lei n.º 118/2013, de 20 de agosto, que aprova o Sistema de Certificação Energética dos Edifícios (SCE), o Regulamento de Desempenho Energético dos Edifícios de Habitação e o Regulamento de Desempenho Energético dos Edifícios de

Comércio e Serviços, e transpõe a Diretiva n.º 2010/31/UE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 19 de maio de 2010, relativa ao desempenho energético dos edifícios. As alterações ao SGCIE e SCE, decorrentes deste diploma, podem sintetizar-se como a introdução de um alargamento, para certas circunstâncias, dos prazos de realização das auditorias/avaliações energéticas. Concretamente, o Decreto-Lei n.º 68-A/2015 trouxe as seguintes alterações ao SCE: – n.º 3, Alínea c) do Artigo 15: o prazo de validade dos certificados SCE para GES (Grandes Edifícios de Serviços) sujeitos a avaliação energética periódica, passou para 8 anos (anteriormente este prazo era de 6 anos); – n.º 7, Alínea b) do Artigo 39: a avaliação energética periódica aos GES após a primeira avaliação deve ser realizada de 8 em 8 anos, ao contrário da anterior periodicidade de 6 anos. E, ainda, relativamente à necessidade de elaboração de um relatório de avaliação energética, acompanhado dos elementos comprovativos que suportam a análise, bem como de toda a informação que justifique as opções tomadas, e à necessidade dessa informação permanecer disponível, preferencialmente em formato eletrónico, alterou-se o período mínimo para 8 anos, contrariamente aos anteriores 6 anos. – n.º 4, Alínea b) do Artigo 47: a avaliação energética periódica aos GES deve ser realizada de 8 em 8 anos, contrariamente à periodicidade anterior de 6 anos. E quanto à elaboração de um relatório de avaliação energética, acompanhado dos elementos comprovativos que suportem a análise, bem como de toda a informação que justifique as opções tomadas, devendo essa informação permanecer disponível, preferencialmente em formato eletrónico, por um período mínimo de 8 anos (ao contrário dos 6 anos anteriormente previstos). Relativamente ao SGCIE, o Decreto-Lei n.º 68-A/2015 trouxe as seguintes alterações: – n.º 1, Alínea a) do Artigo 6: para as instalações com consumo de energia igual ou superior a 1000 tep/ano, as auditorias devem ser realizadas, com uma periodicidade de 8 anos, contrariamente aos 6 anos anteriormente exigidos. Não houve alterações relativamente à necessidade da primeira destas auditorias ser realizada no prazo de quatro meses após o registo da entidade; 27


dossier sobre comercialização de energia produzida com renováveis

tarifas dinâmicas como forma de promoção das renováveis Os temas das tarifas dinâmicas estão atualmente no foco de muitas entidades do setor elétrico, desde os comercializadores aos reguladores, passando pela gestão de rede e especialmente a gestão de produção. Ana Miranda, Cláudio Monteiro

As tarifas dinâmicas consistem em mecanismos tarifários complexos cujo objetivo principal é incentivar a uma resposta dinâmica do consumidor aos sinais de preços. Por mecanismos contratuais, mais ou menos flexíveis, os consumidores reagem a estes sinais obtendo uma redução na fatura de eletricidade. Por parte dos agentes do sistema, o sinal de preço, que no fundo é informação de controlo do consumidor é gerado de forma a provocar a resposta de consumo que traz mais eficiência à operação do sistema e que traz mais lucro às empresas do setor elétrico. Podemos dizer que as tarifas dinâmicas são um mecanismo de eficiência do sistema elétrico, que reparte os benefícios por todos os agentes do sistema, principalmente pelos consumidores. Existe uma grande diversidade de modelos de tarifas dinâmicas. Os modelos mais simples são as tarifas “Time-of- Use (ToU)”, em que são fixados blocos horários com preços diferente, sendo as tarifas bi-horárias um exemplo simples deste tipo. Existem modelos “Critical Peak Pricing (CPP)”, em que são contratualizados preços mais elevados para momentos críticos de gestão da rede, influenciando o consumidor a uma resposta de redução. Existe uma variante destes modelos que são os “Critical Peak Rebates (CPR)” que, ao contrário dos CPP, oferecem um desconto no preço da eletricidade ou na faturação, se o consumidor reduzir o consumo nos momentos críticos de gestão da rede. A reação de redução do consumo pode ser voluntária ou pode ser obrigatória por imposição contratual, despoletada por ação do consumidor ou por um controlo direto sobre alguns equipamentos, sendo o caso dos contratos de desconto de interruptibilidade, atualmente em vigor em Portugal (ERSE n.º 25 101-E/2003). Nos CPP e nos CPR, o momento e a duração dos blocos de reação são flexíveis, existindo um aviso prévio de várias horas. O desconto ou penalização é definido contratualmente em função de todas estas variáveis. Por ser uma reação a momentos críticos de ponta, este tipo de mecanismos incentivam sempre à redução e nunca ao aumento do consumo. Por fim, existe a verdadeira família de tarifas dinâmicas, denominadas “Real Time Pricing (RTP)”, em que os preços horários estão indexados aos preços do mercado grossista, normalmente o mercado SPOT do dia seguinte. Nestes mercados os preços variam de hora para hora e de dia para dia, dependendo do nível de consumo, da disponibilidade de produção renovável (hidroelétrica, eólica, solar), da disponibilidade das centrais convencionais, dos preços nos mercados de países vizinhos, e dependendo também das estratégias dos agentes de mercado. Os preços do dia seguinte são conhecidos no dia anterior, mas podem ser previstos com razoável precisão para a semana seguinte. Os modelos de tarifa dinâmica do tipo RTP permitem ao consumidor uma reação de resposta contínua, tanto aos preços altos como aos preços baixos. A variação dos preços é muito significativa variando ao longo do dia entre os 30 e os 60 €/MWh, podendo nas épocas de chuvas ter muitas horas com preços próximos de zero. Esta variabilidade de 30

O atual interesse nas tarifas dinâmicas resulta de uma tendência de evolução para as redes inteligentes, fazendo uso da maior quantidade e maior detalhe da informação.

preço corresponde apenas às componentes de energia. As tarifas de acesso às redes podem chegar a representar uma componente adicional de 2/3 da faturação de eletricidade e também nestas é possível encontrar soluções dinâmicas. A ERSE lançou, em outubro de 2014, às empresas gestoras da rede, o desafio de propor modelos piloto de tarifas dinâmicas nas componentes de acesso às redes, estando ainda a decorrer estes estudos. Compreendido o conceito de partilha do valor da eficiência conseguido pelas tarifas dinâmicas, levantamos agora as questões sobre as razões que levam a que os preços da eletricidade sejam diferentes de hora para hora e de dia para dia. Será que é uma questão relacionada com razões técnicas de eficiência do sistema ou é apenas uma imposição do mercado, de relação procura e oferta? Trata-se de ambos os aspetos, mas é muito mais uma questão de eficiência do sistema do que uma questão de eficiência do mercado. Nos sistemas elétricos é essencial o balanço permanente entre consumo e produção. A operação mais eficiente do sistema seria aquela em que seja constante a produção das centrais convencionais, otimizando a operação em regimes de carga mais eficientes e otimizando a utilização das capacidades instaladas, de produção e de rede elétrica. Tal produção constante não é possível, é cada vez mais difícil devido à variabilidade das renováveis e consumos e devido às incertezas intrínsecas de um sistema, com uma imensidão de agentes e subsistemas a funcionar em ambiente competitivo. Assim, mais do que uma contribuição para a eficiência do mercado, as tarifas dinâmicas devem ser desenhadas para otimizar a eficiência do sistemas e, para tal, é necessário integrar as diversas componentes dinâmicas de custo da eletricidade, sendo as energias renováveis uma das mais importantes. O atual interesse nas tarifas dinâmicas resulta de uma tendência de evolução para as redes inteligentes, fazendo uso da maior quantidade e maior detalhe da informação, que está disponível para os gestores da rede e para os consumidores. Os consumidores querem ser mais participativos no sistema e querem ter acesso às vantagens de conhecer melhor o sistema, reduzindo custos com uma gestão integral e inteligente das suas instalações. Por seu lado, os comercializadores, em especial os de menor dimensão, têm interesse competitivo em proporcionar soluções mais baratas e mais inteligentes, tendo também interesse em transferir risco da variabilidade de preço para o consumidor. Os gestores dos sistemas de produção e das redes têm interesse em aumentar a eficiência dos sistemas ao mesmo tempo que


entrevista

“a nossa recente 'IVXM½GEpnS Ambiental é um fator importante para a nossa competitividade no mercado” A certificação ambiental e energética é um dos baluartes da WEGeuro e dos motores que fabricam. A “renováveis magazine” falou com Sónia Silva, Responsável pela Implementação da Certificação Ambiental, que nos relatou como se procede aos pedidos de certificação e qual a importância dos mesmos. por Helena Paulino

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renováveis magazine (rm): A WEGeuro comemorou em 2015, o seu 13.º aniversário em Portugal. O que mudou nestes 13 anos em termos de desenvolvimento da produção e inovação da mesma? Sónia Silva (SS): A WEGeuro é, hoje, uma empresa diferente. A nossa capacidade produtiva aumentou mais de 6 vezes. Até hoje produzimos cerca de 60 000 motores na nossa fábrica em Portugal, com uma potência acumulada de 6800 000 kW. Isto é equivalente à potência de cerca de 115 640 automóveis citadinos. Há 13 anos o maior motor que produzíamos era de carcaça tamanho 500, com uma potência máxima de 1500 kW. Hoje produzimos já motores até à carcaça 800, com potência de 6,5 MW. Também os países para os quais exportamos são, hoje, substancialmente mais. Em 2002 exportávamos para 17 países e hoje já exportamos para mais de 70. Claro que este crescimento é sustentado em desenvolvimento e inovação tecnológica e que a par com o desenvolvimento da empresa, cresceu também o número de colaboradores. Hoje a WEGeuro conta com cerca de 450 colaboradores, quando há 13 anos, contava com 156. Fruto desta inovação e da necessidade de um controlo rigoroso na qualidade dos nossos

Há 13 anos o maior motor que produzíamos era de carcaça tamanho 500, com potência máxima de 1500 kW. Hoje produzimos já motores até à carcaça 800, com potência de 6,5 MW.

produtos, a WEG tem hoje em Portugal o mais bem equipado laboratório da Península Ibérica para a realização de ensaios e I&D, com capacidade de carga efetiva até 3,5 MW e com recuperação de energia até 80%. rm: Ao serem o único fabricante nacional de motores elétricos isso dá-vos uma responsabilidade ainda maior no desenvolvimento de motores sustentáveis? SS: Mais do que pensarmos que somos o único fabricante nacional de motores elétrico, é nossa preocupação o desenvolvimento sustentável. Quando produzimos um produto com recurso a matérias-primas menos nocivas e com um funcionamento mais eficiente, minimizamos os impactes ambientais, tanto nas instalações dos nossos clientes como na reciclagem do produto em


entrevista

“o mercado, devido à crise, ½GSY QYMXS mais exigente” A M&M Engenharia é uma marca reconhecida a nível nacional que já contabiliza ERSW HI I\MWXsRGME em Portugal e mudou recentemente de instalações para a Zona Industrial da Maia. José Meireles, Diretor-Geral da empresa, explicou em entrevista como decorreu o crescimento da empresa ao longo dos anos e qual a valorização do software EPLAN que apresentam ao mercado. por Helena Paulino

renováveis magazine (rm): A M&M Engenharia comemora no próximo ano 15 anos de I\MWXsRGME IQ 4SVXYKEP 'SQS XIQ WMHS S TIVcurso da empresa e da marca que representam HYVERXI IWXI XIQTS I RS QIVGEHS TSVXYKYsW em concreto? José Meireles (JM): Em 2001 o nome EPLAN e a existência de um software com as caraterísticas específicas do EPLAN era apenas reconhecido por um grupo muito pequeno de Engenheiros/Projetistas em Portugal, maioritariamente a trabalhar para empresas alemãs. O nosso maior desafio inicial foi não só dar a conhecer o EPLAN como produto mas também a existência de uma solução completa para a engenharia. Com o tempo e o passar dos anos, o EPLAN passou a ser uma marca de referência no mercado nacional. Nos últimos anos, o desenvolvimento por parte da EPLAN S&S de produtos complementares na plataforma EPLAN veio completar as várias engenharias e aumentar as áreas de trabalho da M&M passando, neste momento, por áreas de processos, hidráulica, pneumática, AVAC, entre muitas outras incluindo a área 3D. rm: A M&M Engenharia mudou recentemente de instalações. Quais as razões que os levaram a tomarem essa decisão? JM: O mercado, devido à crise, ficou muito mais exigente e os nossos clientes necessitam cada vez mais de apoio para a sua internacionalização, o que nos fez procurar um escritório com mais espaço. Além disso temos de assegurar a

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A mudança para a Zona Industrial da Maia prendeu-se essencialmente com as condições encontradas no local, a proximidade de vários pólos industriais e a proximidade de muitos clientes.

possibilidade de aumentar a nossa equipa e, ao mesmo tempo, ter um espaço nosso próprio para formações, e por isso agora temos uma sala de formação totalmente equipada com capacidade para 6 formandos. rm: A nova localização tem vantagens. Quais nos pode enumerar como sendo as mais relevantes? JM: A M&M trabalha a nível ibérico. Assim sendo, a mudança para a Zona Industrial da Maia prendeu-se essencialmente com as condições encontradas no local, a proximidade de vários pólos industriais e a proximidade de muitos clientes.

“dar ao utilizador EPLAN o melhor apoio possível no desenvolvimento dos seus projetos” rm: Qual a política seguida pela empresa no que diz respeito aos clientes? JM: É e sempre foi a de dar ao utilizador EPLAN o melhor apoio possível no desenvolvimento dos seus projetos, por isso orgulhamo-nos de


entrevista

“queremos ser a voz comum das renováveis na lusofonia” A recém-criada Associação Lusófona de Energias Renováveis pretende ser uma plataforma qualificada para promover o setor nos países onde a língua portuguesa oferece vantagens de integração. Em entrevista à "renováveis magazine", Isabel Cancela de Abreu, fundadora do projeto, explica como as Renováveis com know-how TSVXYKYsW TSHIQ ERGSVEV negócios no espaço da lusofonia. por Carlos Alberto Costa

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“renováveis magazine” (rm): Em que contexto surge a ALER e como é que o projeto começa a ser desenvolvido? Isabel Cancela de Abreu (ICA): A ALER surge de uma iniciativa da minha parte. Estive 5 anos na Associação Portuguesa de Energias Renováveis e cerca de um ano na EREC, a Associação Europeia de Energias Renováveis. Após essa experiência nacional e internacional fiquei com interesse em explorar outra dimensão das energias renováveis, nomeadamente em países onde elas pudessem ter mais impacto. Em Portugal e na Europa, o trabalho está bastante avançado. Quis continuar a utilizar os conhecimentos adquiridos em países onde pudessem fazer uma maior diferença. Em Portugal existem já muitas empresas com assinalável conhecimento na área e grande interesse em expandir os negócios e exportar para outros países. Os países lusófonos são sempre um destino óbvio das empresas portuguesas e verifica-se que, no âmbito da energia, ainda têm grandes necessidades destas soluções, pois com o crescimento demográfico aumenta também a procura de energia. Portanto, havia aqui um casamento perfeito entre oferta e procura e surgiu a ideia de criar uma associação lusófona que promovesse as energias renováveis. A ideia foi testada com alguns dos principais stakeholders, acolheu um apoio e a associação acabou por ser criada em dezembro de 2014, contando com 15 associados fundadores e entretanto já duplicamos o número de associados, entre os quais os Governos de Portugal, Moçambique, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe e, mais recentemente, Angola.

rm: Quais são os objetivos da ALER? ICA: O nosso objetivo principal é fazer a promoção das energias renováveis nos países lusófonos, fazendo a ponte entre o setor público e o setor privado. A ALER pretende ser um facilitador de negócios procurando garantir que existe um enquadramento regulatório favorável e promover a recolha e a partilha de informação entre os associados. Queremos funcionar como a voz comum das energias renováveis na Lusofonia fazendo uma agregação dos interesses de todos os stakeholders. rm: A ALER pode ser uma espécie de AICEP para a energia? ICA: Queremos atrair investimentos estrangeiros para estes países, mas também dinamizar o tecido nacional. Nós não temos serviços específicos de apoio ao investimento, mas facilitamos os contactos e damos outro tipo de apoios. A CPLP (Comunidade de Países de Língua Portuguesa) agrega 9 países. Desses, consideramos Portugal e Brasil como mercados de apoio. Ou seja, não é objetivo da ALER desenvolver as energias renováveis nestes dois países pois elas já estão muito desenvolvidas em ambos e já existem estruturas apropriadas para o fazer. O que faremos é aproveitar a experiência e o conhecimento adquirido nesses dois países para aplicar nos restantes 7. Também apoiamos entidades de outros países desde que o seu objetivo seja promover energias renováveis nestes 7 países prioritários da ALER.


mundo académico

estudo de viabilidade de autoconsumo industrial com cogeração André Couto, FEUP e Capwatt

Resumo Neste artigo são apresentadas as principais ilações resultantes da dissertação de mestrado (MIEEC – FEUP) onde foi estudada e comparada a viabilidade de um sistema industrial com cogeração aquando do seu enquadramento numa situação de autoconsumo,

Cláudio Monteiro,

bem como numa “situação tradicional” onde a totalidade da produção elétrica era entregue à rede para posterior comercialização.

FEUP

A cogeração (CHP) apresenta-se como uma tecnologia de produção descentralizada que, aquando do devido aproveitamento da Energia Térmica (ET) e Elétrica (EE) capazes de serem produzidas permite colher proveitos que se concentram essencialmente ao nível económico, social e ambiental. Tendo em consideração a recente publicação do Decreto-Lei (DL) n.º 68-A/2015, que introduziu o conceito de autoconsumo com cogeração em solo nacional, o objetivo deste artigo consiste em explicitar adequadamente de que forma este novo paradigma se pode revelar interessante bem como quais são as principais discrepâncias face a uma “situação tradicional”. Para tal utilizar-se-á um indicador económico conhecido como custo nivelado de energia simples (sLCOE) que, em função do número de horas de funcionamento, permite conhecer qual o custo de produção real e que toma em consideração os custos de investimento, combustível, operação e manutenção. Acerca das conclusões a serem retiradas deve ser realçado que, aquando da escrita deste artigo, eram desconhecidas as portarias que se encontravam previstas à data da publicação do Decreto-Lei n.º 68-A/2015 e que visavam tornar o referido Decreto-Lei completamente aplicável. Assim sendo, as conclusões terão por base o cenário mais aproximado daquilo que se espera vir a ser a nova legislação.

I. Cogeração A cogeração consiste num processo onde, tendo por base a combustão de um determinado combustível, se consegue suprir necessidades de EE e ET. Tradicionalmente, ainda que incorretamente, estes dois tipos de energia eram produzidos de forma completamente dissociada originando-se assim um paradigma de acentuada ineficiência. Sendo assim, apesar dos primórdios da cogeração remontarem ao final do século XIX, apenas em meados da década de 80 do século passado, em virtude quer da escassez de combustível quer do crescimento da consciencialização ambiental das sociedades, a cogeração se começou a desenvolver com uma maior preponderância. Portugal não foi exceção e, no nosso país, a cogeração desenvolveu-se tendo atingido no ano de 2013 uma potência instalada em torno dos 1300 MW. Desta forma, tendo em consideração a acentuada evolução tecnológica verificada, produzindo EE e ET em CHP conseguem-se atualmente alcançar eficiências que podem atingir a marca dos 90%. 42

A. Vantagens A cogeração apresenta diversos tipos de vantagens, podendo as mesmas simplesmente ser classificadas em: Económicas: sendo a CHP uma referência ao nível da eficiência, esta necessita de uma menor quantidade de combustível para a obtenção do mesmo nível de produção. Desta forma, além de serem reduzidos os encargos com combustível, é ainda reduzida a dependência existente ao nível da importação de combustíveis fósseis. Adicionalmente, tendo em consideração a maior proximidade deste tipo de sistemas aos centros de consumo, está-se a contribuir para o fomento da descentralização da produção bem como para a redução ao nível das perdas nas redes de transporte e distribuição. Ambientais: tendo em consideração a elevada eficiência capaz de ser proporcionada pela cogeração, a mesma contribui de forma decisiva para a mitigação da emissão de gases com efeito de estufa, nomeadamente o CO2 e o NOX.

Sociais: apresentando benefícios económicos e ambientais, a CHP colabora no incremento do bem comum da sociedade. Adicionalmente, contribui ainda para a criação de emprego e de mão-de-obra qualificada. B. Possíveis problemas Tendo em consideração a menor dimensão da cogeração face às grandes centrais convencionais de produção elétrica, a mesma é afetada a diversos níveis pelo efeito de escala. Desta forma, advêm efeitos nefastos para a proliferação desta tecnologia e que são sentidos essencialmente ao nível do custo específico por unidade instalada, do custo de manutenção e do custo de aquisição de combustível.

II. Casos de estudo Com o intuito de dar resposta ao objetivo fulcral deste trabalho revelou-se crucial a construção de um caso de estudo, sendo o mesmo composto por dados referentes ao ano de 2014 de uma central de CHP e de um cliente industrial (CI) exemplo.


case-study

construção sustentável % WYWXIRXEFMPMHEHI I E I½GMsRGME IRIVKqXMGE XsQ KERLS RSW PXMQSW ERSW YQE MQTSVXlRGME GVIWGIRXI na Europa e no mundo. Futursolutions

Impulsionados pela crise económica, pela necessidade de, por um lado, reduzir os custos e, por outro, aumentar a autonomia energética, e pela crescente consciencialização das alterações climatéricas, levaram a que a melhoria da eficiência energética dos edifícios se tornasse numa estratégia considerada central no futuro da União Europeia.

O consumo de energia dos edifícios da UE tem vindo a conhecer aumentos nos últimos anos sendo agora responsável por cerca de 40% do seu consumo total, resultando em elevados custos a nível económico e ambiental, com emissões de CO2 bastante elevadas que, como é de conhecimento público, em muito contribuem para o aumento dos problemas climatéricos que ocorrem. Para reduzir a energia consumida nos edifícios europeus e, por conseguinte, os problemas económicos e ambientais que daí advém, em 2010 a UE publicou diretivas relativas ao desempenho energético, exigindo que todos os edifícios construídos a partir de 1 de janeiro de 2021 (no caso dos edifícios públicos já a partir de 1 de janeiro de 2019) tenham um balanço energético perto de nulo, por via de construções erguidas com materiais que permitam uma maior eficiência neste campo, e por uma maior utilização de energias renováveis.

Edifícios com Necessidades Energéticas Quase Nulas ou NZEB – Nearly Zero Energy Buildings É neste contexto da necessidade de maior eficiência energética, que surgem os NZEB (Nearly Zero Energy Buildings), os edifícios com necessidades energéticas quase nulas. Embora o conceito já 46

existisse, vai passar a ser obrigatório. Os NZEB são, portanto, edifícios com elevado nível de eficiência energética, quer pelo reduzido consumo de energia em relação a edifícios convencionais, quer pela existência de sistemas de produção de energia local que compensam as necessidades energéticas, permitindo a verificação de um balanço de consumo de energia anual de quase zero nos edifícios. Para se conseguir atingir as premissas desta opção construtiva deve-se, então, ter em conta duas fases primordiais. Na primeira fase é fundamental ter em consideração as necessidades energéticas do edifício e as possibilidades da sua redução, deve-se apostar em sistemas competentes, com equipamentos e iluminação eficientes. Deve-se pensar em tecnologia que garanta a otimização, quer térmica, quer dos ganhos solares. E deve-se ter um pensamento estratégico com sistemas passivos e com o aproveitamento de fatores naturais como a iluminação e a ventilação. Numa segunda fase, e por forma a suprir as necessidades energéticas restantes, entra a produção local de energia, com recurso a uma ou várias das diversas tecnologias já existentes. Então, no centro do conceito NZEB está a crença de que um edifício deve conseguir ser eficiente, sem desperdícios energéticos, e capaz de produzir a sua própria energia de forma local, barata, renovável e não poluente, levando a que se obtenham benefícios na economia familiar e nacional, e a uma melhoria da qualidade ambiental enquanto se contribui para uma maior independência energética nacional participando e ajudando na sustentabilidade do país. Já existem alguns modelos construtivos com as premissas dos NZEB na filosofia do seu trabalho. Passive House e BIPV (Building Integrated PhotoVoltaics) são dois dos exemplos onde se pode implementar este conceito.

Passive House, a casa energeticamente mais independente e sustentável! Passive House é então, um modelo construtivo que faz com que os edifícios se tornem energeticamente mais eficientes, confortáveis,

económicos e sustentáveis, como se pede com o conceito NZEB. O modelo de construção Passive House permite, com um investimento médio na ordem dos 5% acima do valor da construção convencional, poupanças energéticas na ordem dos 75% a 90%, enquanto mantém uma temperatura interior uniforme, variando entre, sensivelmente, os 20º C e os 25º C, gerando uma boa qualidade do ar na habitação, o que contribui para a saúde e bem-estar dos seus residentes. Para além destes benefícios pessoais, uma Passive House permite uma melhoria significativa no ambiente, na medida em que – como tem necessidades energéticas bastante inferiores à construção tradicional, necessidades que podem ser suprimidas através de fontes de energias renováveis – leva a uma drástica redução nas emissões de CO2. A imagem da esquerda é referente a uma Passive House Futursolutions em Alcobaça, com conclusão prevista para novembro de 2015.

BIPV – Building-Integrated Photovoltaics (ou Soluções Fotovoltaicas de Integração em Edifícios) O BIPV (Building-Integrated PhotoVoltaics ou Soluções Fotovoltaicas de Integração em Edifícios) é uma das mais promissoras técnicas de implementação da tecnologia das energias renováveis fotovoltaicas. Este método permite transformar diretamente a energia vinda do sol, em energia elétrica produzida e consumida no próprio local, limitando as necessidades de compra de energia ao fornecedor enquanto protege o meio ambiente. Como o nome sugere, esta técnica funde os mais recentes produtos fotovoltaicos com a própria estrutura do edifício, o que permite mudar a sua ‘pele’, levando-o a adquirir uma aparência original, atraente e moderna. Além disso, os elementos fotovoltaicos substituem outros materiais – em fachadas, janelas, telhados, entre outros


reportagem

Bosch Termotecnologia: Smart Homes com tecnologia Made in Portugal No passado dia 21 de setembro de 2015, a Bosch Termotecnologia abriu as portas da sua fábrica, em Aveiro, para a apresentação de inovadoras tecnologias e as novas funcionalidades que estão a ser desenvolvidas na área das soluções de água quente para smart homes, com foco RE IJMGMsRGME IRIVKqXMGE e conetividade. A "renováveis magazine" foi conhecer, in loco, todas estas novidades. por Rosário Machado e Helena Paulino fotografias por Cátia Vilaça

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António Conde, Diretor Industrial da Bosch, iniciou o evento dando as boas-vindas a todos os participantes e agradeceu a sua presença, prosseguindo para uma breve apresentação do Grupo Bosch em Portugal. Com uma presença global em 150 países, incluindo escritórios de vendas e parceiros, e uma extensão de 360 subsidiárias em 60 países, a marca Bosch reparte-se em quatro distintas áreas de negócio: soluções de mobilidade, tecnologia industrial, tecnologia de energia e construção e bens de consumo. Descrevendo a Bosch enquanto “fundação de cariz industrial com ênfase na inovação”, garante que “não há automóvel no mundo que não tenha componentes da Bosch”. Com uma presença de 104 anos em Portugal, a marca desenvolve e produz inovadoras soluções de aquecimento de água, exportando-as posteriormente para todo o mundo, tornando-a numa marca de referência no mercado europeu de esquentadores através de marcas como Vulcano, Junkers, Nefit e Buderus. “Não há muitas empresas que tenham uma longínqua presença com tanto sucesso”, assinala António Conde. Paulo Pinho,Vice-Presidente na área da Gestão Internacional do Produto Água Quente Gás e Elétrico, apresentou a vasta gama de produtos da Bosch, que alia o conforto à eficiência energética. A localização geográfica da empresa em Portugal, junto à cidade de Aveiro, longe de ser um obstáculo ao desenvolvimento e expansão, torna-se uma vantagem, permitindo usufruir do serviço

competitivo da logística marítima do Porto de Aveiro. Com um portefólio de produtos reconhecido pelos esquentadores instantâneos a gás, caldeiras a gás e bombas de calor, a fábrica assume uma responsabilidade global pelo desenvolvimento e produção de soluções de água quente na Divisão Termotecnologia da Bosch, exportando para mais de 50 países na Europa, América, África e Ásia. “É a partir de Aveiro que tomamos todas as decisões, que se planeia e executa toda a produção”, assinala Paulo Pinho.

Inovação & Desenvolvimento Sérgio Salústio, Vice-Presidente da Engenharia Bosch conduziu a visita ao pólo de Desenvolvimento. Distinguindo-se pela elevada qualidade dos seus recursos humanos, pelo elevado índice de inovação e qualidade dos seus produtos e pelo seu desempenho industrial, a marca tem consolidado a sua presença em território nacional com novos projetos tanto na área industrial como em I&D. A entrada da produção na área da climatização implicou um alargamento de competências estando, por isso, em curso a construção do segundo Centro de Investigação e Desenvolvimento de soluções para o aquecimento de água e climatização das casas inteligentes do futuro. O objetivo é tornar a unidade Bosch em Aveiro numa localização com fortes competências de I&D, associadas a um elevado nível de know-how técnico.


reportagem

centrais fotovoltaicas: top 10 mundial Com o objetivo de produzir energia elétrica através da energia solar, as centrais fotovoltaicas estão em crescente desenvolvimento por todo o mundo. Constituem uma área de interesse, na atualidade, que será, certamente, muito explorada nos próximos anos. por Telma Martins (FEUP)

Esta exploração, tal como o aumento do preço dos combustíveis fósseis e a preocupação com o ambiente, contribuirá para a redução do preço do uso desta energia renovável tornando-a mais eficiente e rentável. O TOP 10 que se segue está, por tanto, em constante mudança. Há 5 anos tínhamos, em primeiro lugar, uma central capaz de produzir cerca de 100 MW: Sarnia Photovoltaic Power Plant, no Canadá. Um ano depois, a Huanghe Hydropower Golmud Solar Park, na China, viria a ter o dobro da capacidade, que atualmente ocupa o último lugar da lista.

1. Solar Star Concluída em 2015, com 579 megawatts, nasce, em Rosamond, na Califórnia, a central fotovoltaica com maior potência mundial até à atualidade. São mais de 1,7 mil milhões de painéis solares produzidos pela SunPower Corporation, distribuídos por 13 quilómetros quadrados. Esta

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instalação é uma propriedade da BHE Solar e tem a capacidade para alimentar cerca de 255 mil casas na Califórnia. A eletricidade gerada pelo projeto permite reduzir aproximadamente 570 000 toneladas de CO2 por ano, o equivalente ao que 108 000 automóveis poluem no mesmo período de tempo.

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2. Topaz Com um orçamento de $2,4 mil milhões e dois anos para ser construída surge a Topaz, uma central fotovoltaica com nove milhões de painéis solares distribuídos por 25,6 quilómetros quadrados que lhe permitem gerar 550 megawatts de eletricidade. O seu responsável é Warren Buffett, dono da MidAmerican, que deixa a operação e manutenção da central a cargo da First Solar. A produção desta é totalmente destinada à Pacific Gas & Electric, onde a grande maioria é usada para alimentar a cidade de San Luis Obispo tal como a sua população (cerca de 276 000 pessoas). Topaz contribui para que sejam poupadas


reportagem

Termomat e Viessmann organizam Jornadas Técnicas SOBRE A DIRETIVA ERP E ETIQUETAGEM ENERGÉTICA Realizou-se no passado dia 17 de setembro uma nova edição de Jornadas Técnicas dedicadas ao tema Diretiva ErP e a Etiquetagem Energética. Organizado pela Termomat e a Viessmann, o evento teve lugar no Centro Cultural de Leça do Balio, Porto, contando com a presença de vários representantes importantes de Gabinetes de Projeto e Instaladores. A "renováveis magazine" marcou presença. por Rosário Machado

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Jürgen Gerhard, Diretor-Geral da Viessmann para a Península Ibérica, iniciou as Jornadas com a apresentação do Grupo, destacando os três novos conceitos chave da empresa divulgados durante a Feira ISH 2015, em Frankfurt: Híbrido (Hybrid), que procura uma maior flexibilidade e segurança no futuro, por ter duas fontes de energia no mesmo gerador de calor; Comunicação (Connect) que proporciona um maior conforto e eficiência através de uma gestão “smart” de energia; e Energia (Power), fornecendo um elevado grau de dependência devido à combinação de calor e energia elétrica. Rafael Lourenço, Diretor Técnico da Termomat, prosseguiu com as apresentações, dando destaque à gama de produtos e tecnologias para todos os tipos e fontes de energia. Esta reconhecida marca oferece inúmeras vantagens, desde a versatilidade da instalação dos seus produtos, passando pela oferta de 10 anos de garantia para os permutadores de calor, aos rendimentos normalizados na ordem dos 93 e 109%, à possibilidade de fornecimento de instalações combinadas de aquecimento e eletricidade, entre outras. Foram igualmente demonstrados casos reais concretos de sistemas combinados com a utilização de diferentes tecnologias, como foi o caso de um Centro Escolar onde foi utilizada a biomassa e

a tecnologia de baixa temperatura para atingir uma redução substancial tanto de combustível como de emissões de CO2. O mesmo foi demonstrado num Hospital, num Polidesportivo com piscina e numa Central Térmica, onde a combinação da cogeração, biomassa, caldeiras de grande potência de água quente e de vapor a alta pressão representam uma solução económica para edifícios grandes com elevados consumos de aquecimento e eletricidade, sendo possível registar elevadas reduções de CO2 e poupanças energéticas na ordem dos 10%.


projetos renováveis

Good Mood Eco & Art Organization REABILITAÇÃO E EXPANSÃO DE SISTEMA RENOVÁVEL FOTOVOLTAICO-DIESEL PARA PRODUÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

Neste artigo apresenta-se a proposta de duas soluções para proceder à reabilitação dos sistemas eletroprodutores existentes nos diversos espaços da herdade detida pela organização Good Mood Eco & Art onde, de 2 em 2 anos, se realiza o Boom Festival. Edgar Franco á edgar.franco@ipleiria.pt João Brito Marques á jpvbrito@gmail.com

Este estudo contemplou o levantamento dos componentes atualmente existentes, a obtenção do diagrama de cargas a abastecer, de dados de isolação, de preços de combustível (Diesel) e a seleção dos componentes a reaproveitar e que se propõem vir a adquirir, de modo a se obter uma solução "otimizada" com auxílio do software Homer®. Foram consideradas as hipóteses de o sistema se encontrar totalmente isolado da Rede Elétrica de Serviço Público (RESP) ou interligado com a mesma. Por fim, realizaram-se os projetos de instalações elétricas dos dois SEH propostos, bem como as respetivas estimativas orçamentais. Uma versão estendida e mais detalhada deste estudo pode ser encontrada no link: www.renovaveismagazine.pt/?p=11218.

1. Introdução Este trabalho foi elaborado no âmbito do relatório de estágio de João Brito Marques – ex-aluno e detentor do Curso de Especialização Tecnológica em Energias Renováveis concedido pelo Instituto Politécnico de Leiria. A Good Mood Eco & Art é uma organização cultural e ambiental fundada em 1997. Da sua atividade destacam-se a produção de eventos, organização de cursos, curadoria e consultoria artística, bem como o desenvolvimento de projetos ambientais. O maior evento da Good Mood é o Boom Festival, o qual tem vindo a ser realizado desde 1997 [1]. Encontra-se sediada nas proximidades da freguesia de Idanha-a-Velha, num complexo com uma área de aproximadamente 143 000 m2, apresentando-se na Figura 1 a vista aérea com a identificação dos limites de propriedade, dos diversos espaços e das zonas envolventes.

2. Levantamento dos componentes dos sistemas eletroprodutores existentes Na versão estendida do presente artigo apresentam-se detalhadamente os três sistemas eletroprodutores atualmente existentes na Good Mood, incluindo imagens, breves descrições e esquemas elétricos de princípio. Dos sistemas existentes apenas se considerou proceder ao aproveitamento dos componentes de 2 deles, já que o terceiro se encontra a operar com grupos eletrobomba para a rega de vários jardins e culturas agrícolas e a sua operação se ter vindo a demonstrar eficaz. Deste modo, na Tabela 1 apresentam-se, respetivamente, as listagens de módulos fotovoltaicos, reguladores de carga e inversores suscetíveis 90

Figura 1 Planta geral da herdade da Good Mood, com a identificação dos limites e diversos espaços.

de serem reaproveitados para os novos sistemas centralizados propostos neste trabalho. Além dos componentes apresentados na Tabela 1 dispõe-se ainda de 60 baterias Rolls S2 – 590 de 2V/550Ah e 1 gerador SDMO LSA 42.1 L8 C1/4 trifásico de 42 kVA.


projetos renováveis GOOD MOOD ECO & ART ORGANIZATION

Figura 5 Janela de configuração do preço do Diesel no software Homer®.

Figura 3 Janela de configuração do recurso solar no software Homer®.

Para inserir os valores das temperaturas é, em primeiro lugar, necessária a introdução de um gerador fotovoltaico no sistema, sendo necessária a ativação da opção “consider the effect of temperature”, na respetiva janela de configuração. Depois desse passo e através da opção disponibilizada no menu Input torna-se possível proceder à definição dos valores das temperaturas, na janela “Temperature Inputs”, a qual se apresenta na Figura 4.

fotovoltaicos TSMC Solar CIGS Solar Module TS-165C2 de 165 Wp [5], para complementar os módulos já existentes nas instalações da empresa. Estes serão instalados num suporte em estrutura fixa, a construir nas oficinas da Good Mood. O gerador fotovoltaico será dividido em várias strings, cada uma dotada de vários módulos ligados em série (cuja configuração foi definida após a determinação da potência do aproveitamento fotovoltaico, obtida através das simulações realizadas pelo software Homer®) e será ligado a vários inversores Sunny Tripower da SMA de modelo a definir igualmente após o processo de simulação. Relativamente aos montantes indicativos de investimento, obteve-se o preço de 107€ por módulo fotovoltaico, o que corresponde aproximadamente a 650€/kW. Para o inversor utilizou-se o preço do modelo Sunny Tripower 20000TL, da SMA, que é 3272€, o que corresponde a cerca de 163€/kW. Devido ao facto de se pretender que a estrutura de suporte dos módulos fotovoltaicos seja construída nas oficinas da Good Mood, apenas se considerou a adquisição dos materiais necessários para a mesma, o quais se estimam dispor de um custo de aproximadamente 5000€, correspondente a cerca de 125€/kW. Os custos de O&M foram calculados na base de 2,5% do investimento inicial, correspondendo a cerca de 24€/ano/kW. Inicialmente foi definido um intervalo de pesquisa contemplando uma gama de potências entre 20 e 60 kWp em intervalos de 0,5 kWp, tendo-se verificado que o software Homer® não considerava nas “melhores soluções”

Figura 4 Janela de configuração da temperatura no software Homer®.

5.3.2. Introdução de dados relativos ao recurso Diesel Na Figura 5 apresenta-se a introdução do preço pago pela Good Mood pelo Diesel utilizado nos geradores (o qual já tinha sido indicado em 4.2), na janela “Diesel Inputs”. 'SQTSRIRXIW IQ XIWXI TEVE HI½RMpnS HS 7), 5.4.1. Sistema fotovoltaico Após a realização de um processo de pesquisa de soluções e preços, verificou-se que seria mais adequado proceder à instalação de módulos 92

Figura 6 Janela de configuração do gerador fotovoltaico no software Homer®.


projetos renováveis GOOD MOOD ECO & ART ORGANIZATION

Conforme referido em 2, atualmente dispõe-se de 60 baterias Rolls S2 – 590 de 2V/550Ah, as quais se encontram em avançado estado de envelhecimento prevendo-se, à data da escrita do presente artigo, que não disponham de uma durabilidade superior a 2 anos. Por esse motivo e pelo facto de a operação conjunta com baterias novas se prevê que lhes reduza consideravelmente a vida útil, propõe-se que as mesmas não sejam aproveitadas para nenhum dos novos SEH propostos. Após a realização de um processo de pesquisa de soluções e preços, verificou-se que seria mais favorável proceder à instalação de baterias da marca Hoppecke OPzS solar power 620, que dispõem de um nível de tensão de 2V aos seus terminais e uma capacidade nominal (para um ciclo de descarga de 20h) de 542 Ah [6]. O nível de tensão a que o banco de baterias necessita de operar é estabelecido em função do equipamento que procede ao controlo dos processos de carga e descarga das baterias – neste caso um conversor bidirecional. Conforme descrito em 5.4.4, o equipamento utilizado será um Leonics Apollo MTP-415F, o qual dispõe de um nível de tensão nominal aos terminais DC de 240 V. Os cálculos de dimensionamento do banco de baterias de acumuladores proposto, bem como os respetivos pressupostos, apresentam-se na secção 5.4.3. da versão estendida do presente artigo, tendo-se considerado a instalação de uma única string dotada de 120 baterias ligadas em série. Prevê-se que o custo de cada bateria seja de 150€ e o custo O&M seja de 1€/ano/bateria, uma vez que se tratam de baterias sem manutenção. Na Figura 8 apresenta-se a seleção da bateria a utilizar, a introdução dos respetivos custos, bem como a quantidade de strings e de baterias por string no software Homer®.

Figura 8 Janela de configuração de banco de baterias no software Homer®.

5.4.4. Conversor bidirecional Para proceder à retificação das tensões elétricas para carregamento do banco de baterias de acumuladores e à sua inversão aquando da utilização da energia armazenada nas baterias para abastecimento da carga, verifica-se a necessidade de instalar um equipamento dotado dessa capacidade, o qual se designa por conversor bidirecional. Considerando que pode ser necessária a utilização do banco de baterias para abastecer a totalidade da carga, o conversor deve dispor de potência nominal superior à potência de ponta prevista, neste caso 45 kW. Deste modo, propõe-se a instalação de um conversor bidirecional Leonics Apollo MTP-415F, com uma potência de 45 kW [7]. 94

Após o estabelecimento de contactos com a empresa Leonics, foi-nos indicado que o preço do referido equipamento, acrescido de portes de envio e custos aduaneiros seja de aproximadamente 18 000€. Na Figura 9 apresenta-se a introdução dos respetivos dados no software Homer®.

Figura 9 Janela de configuração do conversor bidirecional no software Homer®.

5.5. Resultados obtidos e processos de decisão Após a introdução dos dados relativos aos perfis de carga, recursos primários disponíveis e dos componentes a testar, o último passo foi proceder à simulação e escolher as melhores soluções a adotar – uma delas para um sistema isolado e outra para um sistema interligado com a RESP. No processo de simulação, e após a afinação das hipóteses a analisar, o software Homer® processou 41 combinações (em ambos os sistemas, pois apenas se pretende determinar a potência "ótima" dos geradores fotovoltaicos). Dispondo em consideração os dados relativos aos custos de equipamentos, disponibilidade de recurso solar, custo do Diesel (1,215€/litro), e os critérios de fiabilidade que se consideram razoáveis para a operação das instalações elétricas dos serviços da Good Mood, procedeu-se à simulação de modo a se obterem as soluções "otimizadas" para cada um dos sistemas. Verificou-se que, para ambos os casos (sistema isolado e sistema interligado com a RESP), a solução dispondo de um gerador fotovoltaico de 46,25 kW se afigura como adequada para gerar a energia elétrica necessária para os referidos serviços da Good Mood e que dispõe de índices de fiabilidade tais que se prevê que se encontrem operacionais em praticamente 100% do tempo, mesmo no sistema isolado da RESP. Em síntese, as soluções propostas contemplam a instalação de: Cerca de 46,25 kWp de módulos fotovoltaicos TSMC Solar CIGS TS-165C2 de 165 Wp (em ambos os sistemas); Um gerador Diesel SDMO LSA 42.1 L8 C1/4 trifásico de 42 kVA (em ambos os sistemas); Um conversor bidirecional Leonics Apollo MTP-415F de 45 kW (apenas no sistema isolado da RESP); Um banco de baterias de acumuladores com 120 baterias Hoppecke OPzS solar power 620 de 2 V/542 Ah, todas ligadas em série até perfazerem o nível de tensão de 240 V (apenas no sistema isolado da RESP). 5.6. Dimensionamento e validação dos sistemas fotovoltaicos e respetivos inversores Após a realização dos processos de simulação e determinação da potência do aproveitamento fotovoltaico, encontram-se reunidas as condições para se proceder ao dimensionamento do respetivo gerador.


barómetro das renováveis

barómetro das renováveis setembro 2015 O Barómetro das Energias Renováveis pretende manter os nossos leitores informados sobre a evolução das potências instaladas e das correspondentes produções de energia. A informação apresentada sobre potências instaladas tem como fonte as estatísticas rápidas da DGEG de junho de 2015 e a informação sobre produção têm como fonte a informação de produção diária desagregada disponibilizada no [IFWMXI HE 6)2 EXq ½REMW HI EKSWXS 8EQFqQ disponibilizamos o Boletim das Energias Renováveis fornecido pela APREN. Cláudio Monteiro e António Sérgio Silva

Até final de junho de 2015, os valores de potências instaladas foram: 11 825 MW de renovável, 5419 MW de grande hídrica, 4953 MW de eólica, 439 MW de fotovoltaica, 372 de mini-hídrica, 123 MW de biomassa sem cogeração, 372 MW de biomassa com cogeração e mais 80 MW de biogás e 86 MW de aproveitamento de resíduos sólidos urbanos. Nos 3 meses, de junho de 2015 a agosto de 2015, relativamente aos meses homólogos do ano anterior, o consumo aumentou 3,27%, a produção de eólica diminuiu 8%, a produção fotovoltaica subiu 22% e a hídrica desceu 21%. No total, a produção renovável desceu 10% relativamente aos mesmos 3 meses do ano anterior. No último ano móvel, comparativamente com o ano anterior, o consumo subiu 0,7%. A grande produção térmica (gás e carvão) aumentou cerca de 51%. A renovável, incluindo grande hídrica, reduziu 19%, representando 47% do consumo. Relativamente ao ano anterior, a produção hídrica foi 28,6% inferior, a eólica 8,2% inferior e a fotovoltaica 34,6% superior. A PRE térmica (cogeração) desceu 6%, representando 16% do consumo. A produção hídrica representou 23% do consumo tal como a eólica também 23% e a fotovoltaica 1,44%.

Potência Instalada FER (MW) (junho 2015)

Licenciada Instalada

Grande Hídrica (>10 MW)

Eólica

Biomassa (c/ cogeração)

PCH (<=10 MW)

Resíduos sólidos urbanos

Fotovoltaica

Biogás

Biomassa (s/ cogeração)

Eólica offshore

Ondas/ marés

Figura 1 Potência instalada da Fontes de Energias Renováveis (FER) em agosto de 2015. Fonte: baseado nas estatísticas rápidas da DGEG.

Consumo Mensal (GWh)

Produção não renovável

5500 5000

PRE Ondas

4500

PRE Fotovoltaica

4000 3500

PRE Hidráulico

3000

Albufeira SEP

2500 2000

PRE Térmico

1500

Fio Água SEP

1000 500

PRE Eólico

0 ago-14

EnergizAIR indicadores para a média de julho a setembro de 2015

set

out

nov

dez

jan

Lisboa: 156% SOLAR TÉRMICO

Lisboa: 100% EÓLICA

Portugal Continental 2 297 750 habitações Para mais informações sobre cada um dos indicadores http://energizair.apren.pt

98

mar

abr

mai

jun

jul

ago-15

Figura 2 )RIVKME TVSHY^MHE QIRWEPQIRXI TIPEW *SRXIW HI )RIVKMEW 6IRSZjZIMW *)6 EXq ½REP HS QsW HI EKSWXS HI Fonte: baseado na informação de produção diária disponível no portal da REN.

set 2013 - ago 2014 SOLAR FOTOVOLTAICO

fev

set 2014 - ago 2015

variação 2014-2015

% do consumo 2015

Consumo (GWh)

48 828

49 169

0,70%

84,34%

Térmica (GWh)

12 157

18 323

50,73%

37,27%

Renovável (GWh)

28 457

23 144

-18,67%

47,07%

Total Hídrica (GWh)

15 713

11 222

-28,58%

22,82%

Total PRE (GWh)

22 285

20 637

-7,40%

41,97%

PRE Eólica (GWh)

12 218

11 215

-8,22%

22,81%

PRE Hídrica (GWh)

1327

1013

-23,64%

2,06%

PRE Térmica (GWh)

8214

7701

-6,24%

15,66%

PRE Fotovoltaica (GWh)

526

708

34,62%

1,44%

Tabela 1 )RIVKME GSRWYQMHE I TVSHY^MHE ERYEPQIRXI EXq ½REP HI EKSWXS HI Fonte: baseado na informação de produção diária disponível no portal da REN.


FMFPMSKVE½E

Energia Eólica

€53,69

Autor: Ricardo Aldabó Lopez ISBN: 9788588098701 Editora: ARTLIBER Número de Páginas: 366 Edição: 2012

3FVE IQ 4SVXYKYsW HS &VEWMP Venda online em www.engebook.com e www.engebook.com.br

Este livro apresenta os conceitos e formas de aproveitamento da energia eólica como fonte de geração de eletricidade. O Brasil possui um grande potencial eólico confirmado pelas medições realizadas, o que permite produzir eletricidade a custos competitivos com outras formas de geração de energia. Com uma linguagem acessível e procurando atingir tanto o estudante como o profissional qualificado, o texto passa por todos estes itens de maneira concisa, prática e atualizada. Índice: Introdução. Energia eólica. Turbinas eólicas. Aerogeradores. Sistemas auxiliares. Projetos e aplicações de sistemas eólicos. Energia e meio ambiente. Apêndice A – Glossário. Apêndice B – Energia eólica: referências, informações e fornecedores. Apêndice C – Notas sobre legislação e regulamentação. Referências.

Qualidade na Energia Elétrica – 2.ª EDIÇÃO

€36,30

Autor: Ricardo Aldabó Lopez ISBN: 9788588098770 Editora: Artliber Número de Páginas: 527 Edição: 2013

3FVE IQ 4SVXYKYsW HS &VEWMP Venda online em www.engebook.com e www.engebook.com.br

Neste livro, o autor parte do princípio que qualquer problema de energia manifestado por desvios de tensão, corrente ou frequência, que resulte em falhas ou na operação incorreta de equipamentos, é capaz de afetar a qualidade da energia elétrica. As consequências disso são as mais variadas e bem conhecidas de todos, indo de perdas de dados, desligamentos indevidos de computadores, falhas em processos automatizados, interferência em rádios e sistemas de imagem, até lâmpadas com luminosidade oscilante. A apresentação destes problemas, as suas causas e efeitos para o utilizador estão entre os temas abordados neste livro, além das soluções para o restabelecimento da qualidade da energia elétrica. Esta é uma obra direcionada para estudantes dos níveis médio e superior e profissionais das áreas de tecnologia e energia elétrica, por ser uma ferramenta de auxílio para a identificação, compreensão e solução destes problemas. Índice: Sistemas de energia elétrica. Distúrbios na energia elétrica. Efeitos dos distúrbios de energia. Soluções para os distúrbios de energia. Diagnóstico dos distúrbios de energia. Tópicos de eletrônica de potência. Controle de motor industrial, Sistemas de armazenamento de energia. Ruído em sinais analógicos. Ruído em sinais digitais. Conceitos e procedimentos.

Cabos de Energia

€27,56

Autor: Mario Daniel da Rocha Teixeira Junior ISBN: 8588098237 Editora: Artliber Número de Páginas: 192 Edição: 2004

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100

“Cabos de Energia” é um livro básico para aqueles que atuam ou pretendem atuar com sistemas de cabos elétricos. São apresentadas as caraterísticas construtivas para cabos elétricos com isolação polimérica, sendo destacados os principais materiais e processos produtivos, garantindo uma base tecnológica sólida para a sua especificação. Os conceitos referentes ao dimensionamento, ou seja, cálculo térmico (ampacidade) e cálculo elétrico são abordados e complementados com tabelas que permitem o dimensionamento direto das linhas elétricas compostas por cabos isolados. As modalidades de instalação para cabos isolados são apresentadas, em detalhe, permitindo o seu dimensionamento e o entendimento dos procedimentos necessários para a sua execução. Os testes durante e após a instalação são apresentados e discutidos. O livro apresenta os princípios tecnológicos dos acessórios (emendas e terminais) para cabos isolados de média tensão para permitir ao leitor um melhor entendimento dos sistemas de cabos elétricos. Índice: Tecnologia. Critérios de Dimensionamento. Instalação. Acessórios para Média Tensão. Referências.


FMFPMSKVE½E

Válvulas: Industriais, Segurança e Controle – Tipo, Seleção, Dimensionamento – 2.ª EDIÇÃO

€47,92 inclui 20% desconto PVP €59,90

Autor: Artur Cardozo Mathias ISBN: 8588098415 Editora: Artliber Número de Páginas: 552 Edição: 2014

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Após o sucesso da 1.ª edição de “Válvulas: Industriais, Segurança e Controle”, a Artliber Editora lançou a 2.ª versão revista e ampliada do livro de Artur Cardozo Mathias. Com 552 páginas (mais 88 do que na 1.ª edição) é dividido em 3 partes. Na primeira parte há uma introdução ao tema, com explicações dos termos utilizados, além de detalhes que se aplicam a todos os tipos de válvulas. Nela também são abordados os principais tipos de válvulas industriais disponíveis no mercado (gaveta, globo, retenção, esfera, borboleta e tipo macho).As válvulas de segurança ganharam um capítulo à parte, no qual são explorados os tipos utilizados em caldeiras; as válvulas de segurança e/ou alívio para processos (válvulas de pressão e tubulações) e as de segurança e alívio piloto-operadas. A 3.ª parte do livro foi reservada exclusivamente para as válvulas de controle, onde são apresentados os diferentes tipos de internos, as caraterísticas de vazão mais aplicadas, os atuadores disponíveis, além das equações utilizadas para os cálculos de seleção. Com isso, o autor fornece subsídios suficientes para que o leitor identifique a válvula ideal para a necessidade das instalações industriais como um todo, evitando paragens imprevistas de produção, revertendo em despesas extras. Aqui, vale mencionar que as válvulas representam, em média, 15% das despesas com instalações industriais, montante que só tende a aumentar quando a especificação do produto é incorreta. Portanto evite prejuízos, compre hoje mesmo e garanta o seu exemplar desta obra. Índice: Introdução às válvulas. Válvulas gaveta. Válvulas globo. Válvulas de retenção. Válvulas guilhotina. Válvulas diafragma. Válvulas esfera. Válvulas borboleta. Válvulas macho. Atuadores elétricos. Válvulas de segurança. Válvulas de segurança e alívio. Válvulas de alívio. Mola. Bocal e disco. Válvulas de segurança e alívio piloto-operadas. Fenômenos operacionais. Instalação e inspeção. Dimensionamento de válvulas de segurança. Válvulas de controle. Características de vazão. Atuadores. Dimensionamento de válvulas de controle. Ruído. Instalação e seleção. Cavitação e flashing em válvulas. Referências bibliográficas.

Aterramentos Elétricos: Conceitos básicos, técnica de medição e instrumentação, ½PSWS½E HI EXIVVEQIRXS

€24,90

Autor: Silvério Visacro Filho ISBN: 8588098121 Editora: Artliber Número de Páginas: 160 Edição: 2002

3FVE IQ 4SVXYKYsW HS &VEWMP Venda online em www.engebook.com e www.engebook.com.br

Faltava uma obra que apresentasse uma abordagem básica do tema, que permitisse a compreensão dos seus aspetos fundamentais. Ao adotar esta abordagem, este livro possibilita ao leitor o entendimento do comportamento dos aterramentos e a motivação para as práticas e procedimentos técnicos adotados. É um texto obrigatório para os iniciantes ao tema, para os engenheiros e técnicos que atuam nos setores da engenharia elétrica, da engenharia eletrónica e das telecomunicações. Nele são apresentados os conceitos básicos que permitem ao profissional entender e avaliar as grandezas envolvidas, perceber a motivação e o significado das principais práticas de aterramento e, ainda, realizar medições dos parâmetros de interesse, com fiabilidade. A experiência tem mostrado que grande parte dos problemas práticos de aterramentos pode ter solução a partir da aplicação destes conceitos, sendo injustificada a “mística” que geralmente envolve o tema. A obra inclui uma teoria básica de aterramentos elétricos, conceitos fundamentais, resistividade do solo, impedância de aterramento, resistência de aterramento, métodos de medição em aterramentos, instrumentação de medição, conceitos de segurança em aterramentos, filosofias práticas de aterramentos. Índice: Teoria básica de aterramentos elétricos. Conceitos básicos em condições de baixafreqüência: resistividade do solo e resistência de aterramento. Métodos de medição de resistência de aterramento e de resistividade do solo. Instrumentação para medição de resistência de terra e resistividade do solo. Conceitos básicos de segurança em aterramentos. Filosofias de aterramento. Conclusões.

W W W. E N G E B O O K . C O M A SUA LIVRARIA TÉCNICA!


calendário de eventos

FORMAÇÃO, SEMINÁRIOS E CONFERÊNCIAS Designação

Temática

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Contacto

Práticas de Instalação e Montagem – Instalação de Sistemas de Ar condicionado

Formação na Área da Eletricidade e Energia

Porto, Portugal

2 novembro 2015 a 22 fevereiro 2016

CENFIM TSVXS$GIR½Q TX [[[ GIR½Q TX

Auditorias Energéticas – Medições em Sistemas de Ar Comprimido

Formação na Área da Energia

Grijó, Portugal

13 novembro 2015

ISQ mmferreira@isq.pt www.isq.pt

ISO 50001:2011 – Auditoria Interna de Energia

Formação na Área da Energia

Palmela, Portugal

16 a 18 novembro 2015

ATEC – Academia de Formação infopalmela@atec.pt www.atec.pt

Práticas de Instalação e Montagem – Instalação de um Sistema de Refrigeração

Formação na Área da Energia

Porto, Portugal

16 a 20 novembro 2015

CENFIM TSVXS$GIR½Q TX [[[ GIR½Q TX

Técnico de Instalação e Manutenção de Edifícios e Sistemas – TIM II e TIM III

Formação na Área da Energia

Grijó, Portugal

19 novembro 2015

ISQ mmferreira@isq.pt www.isq.pt

Tecnologia de Iluminação LED

Formação na Área da Iluminação

Porto, Portugal

09 a 11 dezembro 2015

ATEC – Academia de Formação infoporto@atec.pt www.atec.pt

FORMAÇÃO, SEMINÁRIOS E CONFERÊNCIAS Designação

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interclima+elec

Feira na Área da Construção, Energias Renováveis e Produção Energética

Roissy, França

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Feira na Área da Energia Renovável

Viena, Áustria

03 a 05 novembro 2015

European Utility Week 2015 service@european-utility-week.com www.european-utility-week.com

BioEnergy Decentral

Encontro na Área da Energia Renovável

Hannover, Alemanha

15 a 18 novembro 2015

DLG Service GmbH expo@dlg.org www.energy-decentral.com

13.º Congresso Nacional de Manutenção

Congresso na Área da Manutenção Industrial

Aveiro, Portugal

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A.P.M.I apmigeral@mail.telepac.pt www.apmi.pt

CONCRETA

Feira de Construção, Reabilitação, Arquitetura e Design

Porto, Portugal

19 a 22 novembro 2015

EXPONOR concreta@exponor.pt www.concreta.exponor.pt

ENDIEL

Encontro para o Desenvolvimento do Setor Elétrico e Eletrónico

Porto, Portugal

19 a 22 novembro 2015

EXPONOR concreta@exponor.pt www.concreta.exponor.pt

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links

PVPC – Tarifa dinâmica regulada em Espanha Website da Rede Elétrica de Espanha onde se apresentam todos os dias os preços de eletricidade aplicados a todos os consumidores espanhóis com tarifas reguladas. É um excelente exemplo de um modelo de tarifas dinâmicas.

www.esios.ree.es/pvpc

IRENA – International Renewable Energy Agency Website da agência internacional de energias renováveis. Contem muita informação sobre patentes e standards em energias renováveis, bem com informação das entidades que as gerem.

http://inspire.irena.org/Pages/default.aspx

WINDYTY Website de visualização de previsões de vento para os próximos 10 dias. Também é possível visualizar outras variáveis de previsão meteorológicas.

www.windyty.com

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