rastros L um olhar na história
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JUNHO
2018
nº 12
vem!
Despretensioso convite para o retorno às coisas simples, belas e profundas do Evangelho.
Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida
bem-aventurados os que
choram...
“Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados.” (Mateus 5 : 4)
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Hoje ainda vemos conturbações aqui e ali, sofrimento fazendo morada, aflições tomando posse nos corações, como se, sob esse aspecto, o tempo não houvesse passado, e, em face disso, imaginemos as mesmas paisagens que acolheram Jesus às margens do Mar da Galileia, podendo nos ver reunidos com a grande multidão, ouvindo a voz suave do Meigo Rabi, recitando cântico de luz: “Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo.” (João 16: 33) Como outrora, Ele repete hoje o celeste convite: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei.” (Mateus 11:
28)
O sofrimento, desde os primórdios, é velho conhecido da Humanidade. Para resolvê-lo, desde muito tem se buscado medidas diversas. Há a busca do lenitivo e do bálsamo nas coisas da Terra e nas do Céu. Não se despreza o que o mundo pode oferecer de bom e útil, porém há quem lance mão do que o mundo conhece como distrações, anestesiamento e fuga, como o caso dos alcoólicos e outras drogas alucinógenas. Podemos
dizer que esse é o lado perdedor. No entanto, há os que optam pelo lado vencedor dAquele que venceu o mundo equilíbrio, moderação, harmonia, fraternidade, solidariedade, tolerância, conhecimentos edificantes, práticas construtivas, fé renovadora, valores indestrutíveis, ações dignificantes.
Jesus, conhecedor dos problemas humanos e respeitador da liberdade de escolha de cada um, afirmava, com clareza, sem nada impor a ninguém: Eu sou o pão da vida; aquele que vem a mim não terá fome, e quem crê em mim nunca terá sede. (João 6: 35)
E completava, distendo mãos que nã só convidavam: Vem!, mas também qu se apresentavam para apoiar, orientar, socorrer, proteger: Todo o que o Pai me dá virá a mim; e o que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora. (João 6 37)
Ontem e hoje, Ele continua ao nosso
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Mar da Galileia
lado e assim vai permanecer. É dEle a promessa: E eu estarei sempre com vocês, até o fim dos tempos”. (Mateus 28:20) Mesmo os que ontem optaram equivocadamente por rumos cujo destino é de sofrimento agravado, hoje podem mudar a trajetória rumo à Luz, pois o consolo e a esperança sempre se externaram de Seus ensinos: “E se alguém ouvir as minhas palavras, e não crer, eu não o julgo; porque eu vim, não para julgar o mundo, mas para salvar o mundo.” (João 12: 47) E os que estamos no turbilhão das aflições, lembremo-nos do suave convite: Vem! “Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados.” (Mateus 5: 4) “Não me escolhestes vós a mim, mas eu vos escolhi a vós, e vos nomeei, para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça; a fim de que tudo quanto em meu nome pedirdes ao Pai ele vo-lo
conceda.”
(João 15: 16)
E peçamos com unção e devoção o Seu divino auxílio. Porque qualquer que pede recebe; e quem busca acha; e a quem bate abrirse-lhe-á. (Lucas 11: 10) Ouvimos o convite, e Ele nos deu o roteiro: “Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim.” (João 14: 6) “As minhas ovelhas ouvem a minha voz, e eu conheço-as, e elas me seguem.” (João 10: 27) Jesus é guia e modelo. Prosseguir na caminhada, com determinação, incansavelmente e com destemor, pelo caminho dos vitoriosos. “Mas aquele que perseverar até ao fim será salvo.” (Mateus 24 : 13) “Segue-me você.”
(João 21: 22)
vem! Sofres? Estรกs fatigado? Tropeรงas sob os fardos do mundo? Vem!
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a Vem! (Fonte Viva. Emmanuel, Cap. 152. Francisco Cândido Xavier
Muitos deles não saíram ainda do jardim de infância espiritual. Dá sempre o bem pelo mal, a verdade pela mentira e o amor pela indiferença. A inexperiência e a ignorância dos corações que se iniciam na luta fazem, frequentemente, grande algazarra em torno do espírito que procura a si mesmo. Por isso, padecerás muitas vezes aflição e desânimo. Não te perturbes, porém. Se as ilusões e os brinquedos da maioria não mais te satisfazem, é que a madureza te inclina a horizontes mais vastos. Recorda que somente Jesus é bastante sábio e bastante forte para acalmar-te. Ouve-lhe o apelo divino, formulado nas derradeiras palavras do seu Testamento de Amor: - “Vem!” Ninguém te pode impedir o acesso à fonte da luz infinita.
“E quem o ouve, diga: - Vem. E quem tem sede, venha.” Apocalipse, 22: 27)
O Mestre é o Eterno Amigo que nos rompe as algemas e nos abre portas renovadoras... Entretanto, é preciso saibas querer.
A Terra é a grande escola das almas em que se educam alunos de todas as idades. Se atingiste o nível das grandes experiências, não te inquiete a incessante extensão do trabalho. Não enxergues inimigos nos semelhantes de entendimento imperfeito.
O Senhor jamais nos fará violência. Sofres? Estás fatigado? Tropeças sob os fardos do mundo? Vem! Jesus reserva-te os braços abertos. Vem e atende-o ainda hoje. É verdade que sempre alcançaste ensejos de serviço, que o Mestre sempre foi
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abnegado e misericordioso para contigo, mas não te esqueças de que as circunstâncias se modificam com as horas e de que nem todos os dias são iguais. E aconteceu que, quando aqueles se apartaram dele, disse Pedro a Jesus: Mestre, bom é que nós estejamos aqui, e façamos três tendas: uma para ti, uma para Moisés, e uma para Elias, não sabendo o que dizia. E, dizendo ele isto, veio uma nuvem que os cobriu com a sua sombra; e, entrando eles na nuvem, temeram. E saiu da nuvem uma voz que dizia: Este é o meu amado Filho; a ele ouvi. E, tendo soado aquela voz, Jesus foi achado só; e eles calaram-se, e por aqueles dias não contaram a ninguém nada do que tinham visto.
consegues ir?
Entretanto, para falar com verdade, jรก consegues ir?
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Aqui, as palavras do Mestre se derramam fortes; além, assinala-se o convite divino, en isola o espírito, através de grades resistentes impraticável a libertação dos impedimentos c inadiáveis.
Jesus, o nosso Salvador, estende-nos os b à sombra dos seus ensinamentos celestes se
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Todos os crentes registram-lhe o apelo con companhia. Em suma, é muito doce escutar
Entretanto, para falar com verdade, já con
Consegues ir? (Fonte Viva. Emmanuel, Cap. 5. Francisco Cândido Xavier “Vinde a mim...”
(Mateus,
11:28)
O crente escuta o apelo do Mestre, anotando abençoadas consolações. O doutrinador repete-o para comunicar vibrações de conforto espiritual aos ouvintes. Todos ouvem as palavras do Cristo, as quais insistem para que a mente inquieta e o coração atormentado lhe procurem o regaço refrigerante... Contudo, se é fácil ouvir e repetir o “vinde a mim” do Senhor, quão difícil é ir para Ele!
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por vitalizante bálsamo, entretanto, os laços da conveniência imediatista são demasiado ntre promessas de renovação para a jornada redentora, todavia, o cárcere do desânimo s; acolá, o chamamento do Alto ameniza as penas da alma desiludida, mas é quase constituídos por pessoas e coisas, situações e interesses individuais, aparentemente
braços amoráveis e compassivos. Com ele, a vida enriquecer-se-á de valores imperecíveis e eguiremos, pelo trabalho santificante, na direção da Pátria Universal...
nsolador, mas raros se revelam suficientemente valorosos na fé para lhe buscarem a o “vinde a mim...”
nsegues ir?
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Lágrimas
(Camiho, verdade e vida. Emmanuel, Cap. 172. Francisco Cândido Xavier
“Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei.”
(Ma
ateus, 11: 28)
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Ninguém como Cristo espalhou na Terra tanta alegria e fortaleza de ânimo. Reconhecendo isso, muitos discípulos amontoam argumentos contra a lágrima e abominam as expressões de sofrimento. O Paraíso já estaria na Terra se ninguém tivesse razões para chorar. Considerando assim, Jesus, que era o Mestre da confiança e do otimismo, chamava ao seu coração todos os que estivessem cansados e oprimidos sob o peso de desenganos terrestres. Não amaldiçoou os tristes: convocou-os à consolação. Muita gente acredita na lágrima sintoma de fraqueza espiritual. No entanto, Maria soluçou no Calvário; Pedro lastimou-se, depois da negação; Paulo mergulhou-se em pranto às portas de Damasco; os primeiros cristãos choraram nos circos de martírio... mas, nenhum deles derramou lágrimas sem esperança. Prantearam e seguiram o caminho do Senhor, sofreram e anunciaram a Boa Nova da Redenção, padeceram e morreram leais na confiança suprema. O cansaço experimentado por amor ao Cristo converte-se em fortaleza, as cadeias levadas ao seu olhar magnânimo transformam-se em laços divinos de salvação. Caracterizam-se as lágrimas através de origens específicas. Quando nascem da dor sincera e construtiva, são filtros de redenção e vida; no entanto, se procedem do desespero, são venenos mortais.
o
suave convite
Busque-O, você também, em cada dia da sua vida, com alegria interior, instalando em si mesmo os prenúncios da paz que o vacinarão contra os maus tempos da alma, dandolhe resistência para enfrentar com bom ânimo, todo e qualquer testemunho pelo qual tenha que passar.
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p O suave convite
(Quem é o Cristo?. Francisco de Paula Vitor, Cap. 3. Raul Teixeira)
Por mais que a alma humana
busque proteção e apoio nos dias de árduas lutas e de graves testemunhos, em coisas e pessoas, terá que encontrar frustrações e desalento em razão da ordem mesma da vida. Se a pessoa se apoia em algo material para tentar superar a fase complexa, logo se desiludirá. As viagens de espairecimento e de lazer trarão cansaço e aborrecimento.
As compras, por mais caras e variadas, acabarão por impor enfado e fadiga. Os cardápios primorosos em mesas engalanadas, com o tempo, trarão enjoo e inapetência. Os jogos de azar, que aparentemente distraem, tornamse ladeiras escorregadias do vício e estuário de vacuidades. As taças de licores, repetidas vezes, farão com que se acumulem sombras nas estradas de torturante
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embriaguez. Caso alguém se apoie em outro alguém, na tentativa de impor-se ao período áspero, muito cedo se desgostará, caindo em desconforto. Umas pessoas toleram outras, enquanto essas outras não se tornam pesos que acarretam desgastes emocionais e complicações. Um indivíduo suporta os problemas de outro até os limites da própria resistência. Alguém acompanhará alguém nas vias escarpadas enquanto não surge a bifurcação que impõe a cada um seus próprios passos e escolhas. O mergulho na sexualidade, como quem deseja chafurdar-se em ondas de esquecimento das deficiências próprias, transforma-se numa danação a mais, pelo vazio que se impõe o desditoso, o qual acaba por afogar-se no agastamento e perturbação. “Vinde a mim...” propõe o Celeste Amigo. No entanto, a proposta do Mestre é de auxílio e clareza, uma vez que Ele não promete retirar o problema da vida de ninguém. Não se compromete a evitar que cada um resgate o que deve perante as leis da consciência. Ele acena, isso sim, com o alívio, com a ajuda, com o socorro na quadra mais complexa. “Vinde a mim... que eu vos aliviarei”. O apoio do Cristo é, assim, de importância capital para cada um e para todos nós. Se, por um lado, Ele não retira o fardo da quota das nossas responsabilidades, por outro, jamais nos deixa à míngua da Sua luminosa presença, o que será
sempre garantia de fortalecimento para o enfrentamento da asperidade. A ajuda de Jesus é essencial para a conquista da nossa harmonia gradativa, nos quadros das lutas humanas, porque, à medida que nos vai auxiliando, vai-nos informando a respeito dos motivos da nossa dificuldade, da perturbação que nos atinge. Com Jesus Cristo fica mais fácil entender que ninguém se acha no mundo como se estivesse numa estação de entretenimento permanente. A Terra se mostra também como uma escola bendita que nos vai permitindo verificar que o destino de todas as coisas é passar, e que cada companheiro ou companheira ao nosso lado tem a sua própria cruz a conduzir, não lhe sendo possível dar atenção continuada ao nosso madeiro. O Cristo é, assim, para todos nós, a fonte do ansiado alívio de todos os tormentos e de todas as lutas e dores, impulsionando-nos para que aprendamos a solucionar intrincados enigmas por meio da nossa comunhão com os Seus ensinos, não apenas nas quadras de aperto e infelicidade, mas, também, quando tudo nos sorri, quando o Sol brilha sobre as nossas estradas, pois esse é o melhor tempo de fixarmos o aprendizado para os tempos de invernia. Busque-O, você também, em cada dia da sua vida, com alegria interior, instalando em si mesmo os prenúncios da paz que o vacinarão contra os maus tempos da alma, dando-lhe resistência para enfrentar com bom ânimo, todo e qualquer testemunho pelo qual tenha que passar.
a
sinfonia da
vida
Do mesmo modo que a simples semente tem um propósito na vida, bem como também cada elemento da natureza, cabe-nos o empenho em descobrir o nosso sentido existencial, aquele que está reservado para nós.
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a (Texto reproduzido com a devida autorização: http://projeto-inove.com.br/ inove/2017/10/14/a-sinfonia-da-vida/
A semente traz em si mesma os códigos vitais e quando é colocada para germinação sob a compressão do solo e auxílio da umidade, passa a se desenvolver, seguindo seu modelo organizador biológico. Essa circunstância peculiar lhe permite reavivar os fatores adormecidos e passa então por vigorosas transformações celulares. Intumesce-se, e, dirigida pela fatalidade biológica, desata a vida sob nova forma, seguindo o projeto existencial que lhe é próprio, inscrito nos códigos da vida.
Converte-se em vegetal, dando seu contributo ao meio ambiente, para se repetir, sem cessar, em futuras sínteses, expandindo-se a partir de novas sementes que seu esforço biológico permitiu gerar. Ela segue em seu ciclo delineado e recebe o contributo de outros fatores do seu entorno, como o do solo fértil, do sol e da água. Expressa sua forma e conteúdo renovados, com vigor e utilidade, e se mantem presente e ativa, sem desperdiçar um segundo que seja do tempo que dispõe. Mesmo enquanto na escuridão do solo, usa de suas forças para crescer e sair na direção do Sol, momento esse que, como todas as outras formas de vida, encanta-se com o fototropismo, fenômeno que uma vez percebido, não se aparta jamais. Na dinâmica da vida, a minúscula semente mantém-se dentro do sentido que a existência lhe confere, levando cada célula a preencher a formatação pré-estabelecida do seu projeto vivencial, que é seu modelo organizador biológico próprio. Dentro de certo tempo transforma-se em frondosa árvore, floresce e frutesce e disponibiliza seus melhores recursos, como forma silenciosa de manifestação de sua gratidão às leis que regem a vida. As flores não tentam desabrochar, elas desabrocham; os pássaros não tentam voar, eles voam. A existência humana tem como objetivo essencial o desenvolvimento dos valores que se encontram adormecidos no cerne, no âmago do ser. Seu corpo obedece aos códigos que lhe veem impressos no espiral biológico, segundo seu prévio modelo organizador.
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Mas o ser-pensante que habita o serbiológico, nem sempre segue o sentido que a razão existencial indica, até porque, em muitos casos, nem busca saber que sentido é esse, sem se dar conta que a tarefa inadiável consiste em buscar o sentido da vida e aplicá-lo de maneira consciente, de forma que as lutas contribuam eficazmente para a autorrealização. Em decorrência do alheamento, insatisfações, vazios existenciais, desânimo, povoam essas mentes e dirigem seus comportamentos. Fugaz é o tempo quando não utilizado de maneira lúcida em torno dos valores transcendentais, aqueles adormecidos no âmago de cada um. Para que o indivíduo descubra o significado existencial que lhe diz respeito, é indispensável que se permita a reflexão, o hábito saudável da concentração e de pensamentos edificantes, criando condições propiciatórias à viagem interior, onde se encontram registrados os prejuízos e as conquistas morais da longa viagem evolutiva. Enquanto alguém se compraz com o já conseguido, cessa de evoluir e de aprimorar-se, contentandose com o pouco adquirido que o leva inevitavelmente ao tédio, ao desconhecimento ou à perda do sentido existencial. Sem sonhos, sem rumos; sem rumos, sem estímulos para a ação renovadora e progressista. Vida que cada um é, acaba anulada, evitando o desatar da renovação, para seu próprio benefício. Permanece postulando teses repetitivas somente, sem o confronto devido das antíteses, para então poder apresentar as necessárias e decorrentes sínteses.
Alimenta-se, emocionalmente, do que consegue identificar que já é, sem enriquecer o tempero do tempo mental de que dispõe, para formular o que gostaria de ser, idealizando conquistas, ensaiando o êxito. Vive alimentando o conflito criado pela falta de expectativa que não preenche o vazio que se lhe apresenta nas energias dispersas, onde nem corpo nem espírito, alcançam a harmonia que poderia ser vivenciada com um mínimo de percepção. A Neurolinguística demonstra que as fixações mentais contribuem para as realizações humanas, e a Neurociência confirma o poder da força mental na atividade humana. O pensamento é força viva e atuante. Conforme o seu direcionamento, manifesta-se, no mundo das formas, a sua realização. A sua educação para a renovação e o aprimoramento, é relevante, porque se torna fator essencial para o enfrentamento dos desafios e encontro das soluções necessárias à vida saudável. Não desejamos com isso afirmar que, com o simples fato de elaborarse uma ideia, necessariamente, acontecerá como se quer ou como se planeja. No entanto, a onda mental emitida se transforma em fator criador de ambiência que propiciará, que irá contribuir para tornar viável o desejo, que deve ser acompanhado do empenho, do esforço para torná-lo real, construtivo e edificante. Reconhecendo a sabedoria milenar disponibilizada para a Humanidade pelo Mestre dos mestres, que, em outras palavras, ensinou há mais de dois mil anos que o mundo da paz é semelhante a um homem que saiu a semear, que experimentou a rudeza da terra, vencendo-a pelo trabalho,
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superou o calor e a falta de água, e colocou as suas sementes no colo amigo do solo, cuidando através de irrigação, e resguardando-a de pragas e mau tempo, quando então ressurgiu em débil plântula de esperança, até que se transformou em vida exuberante a ornar-se de flores e frutos, oferecendo sombra e apoio. Assim sucede com todo aquele que espera a colheita de felicidade, sendo convidado a plantar antes e atender a sua seara. Modificando comportamento atual, aquele que deseja mudança psicológica para melhor, deve direcionar a força mental para a sua realização, a fim de que lhe surjam fatores especiais que o auxiliem na modificação das paisagens íntimas e das ocorrências externas, sabendo que todos devemos envidar os melhores esforços para alcançar os patamares mais elevados da vida tanto biológica quanto psicológica e mental. Os desafios existenciais fazem parte da vida, sem os quais o ser seria destruído pela paralisia da vontade, dos membros, das aspirações, que se transformariam em doentia aceitação dos níveis inferiores do estágio da evolução a que estamos sujeitos. Para se identificar que há luz acima e saber de onde ela está vindo, é preciso que olhemos para o alto. Não basta só saber, é preciso fazer. A atitude do enfrentamento dos estados emocionais perturbadores é necessário, a fim de que se consiga, de modo definitivo, o equilíbrio íntimo. Comecemos pelo mais simples, vamos despertar em nós a vontade de mudanças comportamentais, cientes de que ao mudar os pensamentos estaremos mudando nossas vidas. A lição é de Buda, o Iluminado: Somos o que pensamos. Tudo o que somos surge com nossos pensamentos. Com nossos pensamentos, fazemos o nosso mundo. Como que numa confidência com seus leitores, William Shakespeare, o grande escritor,
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comentou: Aprendi... que vai demorar muito para me transformar na pessoa que quero ser, e devo ter paciência. Mas aprendi, também, que posso ir além dos limites que eu próprio coloquei. Aprendi que preciso escolher entre controlar meus pensamentos ou ser controlado por eles; que os heróis são pessoas que fazem o que acham que devem fazer naquele momento, independentemente do medo que sentem. Do mesmo modo que a simples semente tem um propósito na vida, bem como também cada elemento da natureza, cabe-nos o empenho em descobrir o nosso sentido existencial, aquele que está reservado para nós. Quando olhamos para o mundo à nossa volta, descobrimos que não estamos jogados no caos e na aleatoriedade, mas somos parte de uma grande ordem, uma grande sinfonia da vida. Na verdade, nós pertencemos ao universo, e essa experiência de pertencer pode tornar a nossa vida profundamente significativa, para nós próprios e para os demais à nossa volta. Lembremo-nos de Voltaire: Turva-me o universo e não posso imaginar que exista este relógio e não haja um relojoeiro. Disse-nos Johann Goethe: A mais nobre alegria dos homens que pensam é haverem explorado o concebível e reverenciarem em paz o incognoscível. Não devemos nos abster e nem fugir do exame da espiritualidade. É a vida em sua maior transcendência. No livro: A Visão Sistêmica da Vida, de Fritjof Capra e Pier Luigi Luisi (Fritjof Capra é físico teórico e escritor que desenvolve trabalho na promoção da educação ecológica. Pier Luigi Luisi é professor de Bioquímica na Universidade de Roma), lemos: A espiritualidade é uma experiência humana muito mais ampla e mais básica do que a
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religião. Ela tem duas dimensões: uma vai para dentro, ou “para cima”, por assim dizer, e a outra vai para fora, abraçando o mundo e os seres humanos nossos companheiros. Qualquer uma dessas duas manifestações da espiritualidade pode ou não ser acompanhada pela religião. Assim, quando dizemos que cientistas como Einstein ou Bohr eram almas espirituais, queremos dizer que eles eram animados por um vigoroso anseio para se aproximar, ou talvez até mesmo para se identificar, com os mistérios do cosmos. Por outro lado, quando vemos
pessoas como Gandhi ou Martin Luther King como seres espirituais, queremos dizer que eles estavam expressando por meio de suas vidas os ideais superiores de uma humanidade melhor. Nesses casos, há uma união das dimensões interiores e exteriores da espiritualidade e podemos falar a respeito de uma “espiritualidade leiga”, uma maneira de ser espiritual sem a necessidade de estar associado com uma religião em particular. Vamos refletir mais detidamente sobre tudo isso? Há uma religiosidade da consciência?
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PRÓXIMO FASCÍCULO: A parábola do semeador
CRÉDITOS DESTE FASCÍCULO: Imagens: acervo próprio ou baixadas da Internet: Google Imagens e The Church of Jesus Christ of Latter-day Saints Livros: A Bíblia de Jerusalém, além dos livros citados no corpo do fascículo. Blog/site: www.projeto-inove.com.br
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