Edição 217 - Revista Backstage

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Sumário Ano. 19 - dezembro / 2012 - Nº 217

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Compositor e autor de inúmeros sucessos de artistas consagrados como Chitãozinho & Xororó, Legião Urbana e Menudos, Carlos Colla conta em entrevista exclusiva à Backstage a trajetória de sua carreira, as primeiras composições de sucesso, as parcerias com compositores renomados e a amizade com o Rei Roberto Carlos. Ainda nesta edição, confira a visita que fizemos à cidade de Apucarana, interior do estado do Paraná, para conferir o novo sistema EVO Line, da Oneal, usado no show da banda progressiva Nazareth, e uma conversa com João Américo, que fala sobre a venda da JAS para a Elpidio Som.

Danielli Marinho Coordenadora de redação

78 NESTA EDIÇÃO 16

Festa Nacional da Música O maior encontro anual de músicos do país se solidificou, nesta edição, como o elo entre a indústria da produção musical e a classe política.

Vitrine Os novos modelos de microfones da linha MKH, da Seinnheiser, e o sintetizador MiniNova, da Novation, são uns dos destaques.

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Microfones certos na hora de gravar as guitarras fazem toda a diferença no resultado final.

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100 JAS e Elpidio unidas

32 Gustavo Victorino

Uma das mais tradicionais empresas de sonorização, a JAS, se une à também baiana Elpidio Som. Em entrevista, João Américo conta sobre o processo de venda.

Os bastidores e as entrelinhas do que rolou na Festa Nacional da Música.

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Play-rec Mais lançamentos à vista, de blues ao samba, passando pelo clássico de Villa-Lobos.

36 O som dos PAzeiros Na terceira reportagem da série os técnicos Éber Pinheiro e Bebeto Fayal falam sobre a importância de se ter flexibilidade e bons equipamentos nessa profissão.

Rock em Apucarana Demonstração do novo sistema EVO Line, da Oneal, levou a banda de rock progressivo Nazareth para a cidade do interior paranaense.

Rápidas e rasteiras Seinnheiser promove eventos no RJ e SP sobre os desafios do sistema de áudio para Copa do Mundo 2014 e Olimpíadas 2016.

Parece, mas não é

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Vida de artista Entre uma viagem e outra, é possível conhecer alguém que vai mudar totalmente a sua vida.


Expediente

Encontro de bateristas Três consagrados músicos promoveram um workshow no Rio de Janeiro e demonstraram duas peças aos amantes do instrumento.

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CADERNO TECNOLOGIA

Pianista virtual

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O instrumento virtual EZkeys é capaz de oferecer um ótimo timbre de piano acústico para o home studio.

56 Logic O processo de compilação e vários takes no Logic podem economizar tempo na gravação de uma parte da música.

60 Cubase Tirar o melhor proveito possível da função Freeze pode ampliar o uso dessa função nos trabalhos.

64 Sibelius Atalhos são muito bem-vindos para acelerar a produtividade, mas ao invés de decorá-los, é mais produtivo conhecer os conceitos por trás de cada um.

66 Parâmetros Compreender os parâmetros do som é fundamental para a interpretação musical.

Diretor Nelson Cardoso nelson@backstage.com.br Gerente administrativa Stella Walliter stella@backstage.com.br Financeiro Rafael Pereira adm@backstage.com.br Coordenadora de redação Danielli Marinho redacao@backstage.com.br Revisão Heloisa Brum Revisão Técnica José Anselmo (Paulista) Tradução Fernando Castro Colunistas Cristiano Moura, Gustavo Victorino, Jorge Pescara, Luciano Freitas, Luiz Carlos Sá, Marcello Dalla, Ricardo Mendes, Sergio Izecksohn e Vera Medina Colaboraram nesta edição Alexandre Coelho e Luiz Urjais Estagiária Karina Cardoso webmaster@backstage.com.br Edição de Arte / Diagramação Leandro J. Nazário arte@backstage.com.br Projeto Gráfico / Capa Leandro J. Nazário Foto: Ernani Matos® / Divulgação Publicidade: Hélder Brito da Silva PABX: (21) 3627-7945 publicidade@backstage.com.br Webdesigner / Multimídia Leonardo C. Costa multimidia@backstage.com.br Assinaturas Maristella Alves PABX: (21) 3627-7945 assinaturas@backstage.com.br Circulação Adilson Santiago, Ernani Matos ernani@backstage.com.br Crítica broncalivre@backstage.com.br Backstage é uma publicação da editora H.Sheldon Serviços de Marketing Ltda. Rua Iriquitiá, 392 - Taquara - Jacarepaguá Rio de Janeiro -RJ - CEP: 22730-150 Tel./fax:(21) 3627-7945 / 2440-4549 CNPJ. 29.418.852/0001-85 Distribuição exclusiva para todo o Brasil pela Fernando Chinaglia Distribuidora S.A. Rua Dr. Kenkiti Shimomoto, 1678 - Sl. A Jardim Belmonte - Osasco - SP Cep. 06045-390 - Tel.: (11) 3789-1628 Disk-banca: A Distribuidora Fernando Chinaglia atenderá aos pedidos de números atrasados enquanto houver estoque, através do seu jornaleiro. Os artigos e matérias assinadas são de responsabilidade dos autores. É permitida a reprodução desde que seja citada a fonte e que nos seja enviada cópia do material. A revista não se responsabiliza pelo conteúdo dos anúncios veiculados.


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CARTA AO LEITOR | www.backstage.com.br

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A energia

que move o País

N

o dia da independência do Brasil, a presidenta Dilma Roussef anunciou em cadeia nacional de rádio e TV que iria reduzir a tarifa de energia elétrica tanto para o consumo domiciliar quanto para a indústria. Neste último segmento, a intenção era diminuir em até 28%. Um mês depois, o país sofreu com alguns apagões concentrados nas regiões Norte e Nordeste, atingindo milhares de pessoas e causando prejuízos ao comércio daqueles locais e, em alguns estados, as empresas de energia elétrica foram autorizadas a aumentar as suas tarifas, caso do Rio de Janeiro. Se abaixar o valor das tarifas significa afastar o risco de apagões, pode até ser válido. Mas reduzir o preço, estimular o consumo sem ter o devido investimento em infraestrutura pode ser uma faca de dois gumes. A insuficiência e a instabilidade da energia elétrica sempre foram problemas no Brasil e entraves ao desenvolvimento econômico do País. Os mais antigos podem confirmar. Trazendo esse panorama para o nosso mercado, tanto na produção de equipamentos quanto no setor de shows e entretenimento, os problemas com energia elétrica, cortes e quedas de tensão, queda de energia e oscilação de frequências também causam prejuízos, pois se refletem em produções paralisadas, entre outros transtornos. No entanto, outro problema se associa à falta de qualidade da corrente elétrica: as instalações. Seja por falta de infraestrutura, seja por falta de profissionais capacitados, passando pela falta de comprometimento dos responsáveis pela produção dos shows. Uma das grandes preocupações, por exemplo, é o aterramento correto dos equipamentos nos eventos. Mas afinal de quem é a responsabilidade realmente? Em grandes shows, o uso de geradores é indispensável, mas a empresa locadora se exime de qualquer responsabilidade? Ou o ônus seria da produtora que o contrata ou mesmo da empresa que é responsável por locar os equipamentos de áudio e iluminação? E onde fica a responsabilidade do CREA ou do Corpo de Bombeiros? O que é preciso esclarecer é até onde cada um dos envolvidos é passível de responsabilidade. Afinal, não existe evento perfeito sem segurança e proteção das vidas dos envolvidos. Boa Leitura. Danielli Marinho

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AUDIO-TECHNICA

www.jbl.com/pt-br A série LSR2300 da JBL possui a proposta de aliar desempenho profissional a um preço acessível para qualquer estúdio. A LSR2300 herdou o mesmo design de referência espacial linear (Linear Spatial Reference) que fez das séries LSR6300 um sucesso. Ela ainda apresenta um sistema que entrega o mix perfeito em qualquer espaço.

www.proshows.com.br A Audio-Technica apresentou seu novo microfone, o AT5040, que oferece um desempenho de alta-fidelidade, com resultados musicais à altura dos estúdios de gravação mais exigentes. O equipamento possui um design inovador, com qualidade de construção e profundidade, presença e pureza do som captado. O AT5040 é um condensador cardioide de captação lateral, baseado em quatro diafragmas retangulares ultrafinos.

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JBL

SANTO ANGELO www.santoangelo.com.br O novo lançamento da Santo Angelo é o Afinador Cromático, releitura do modelo AT 200B, porém cheio de cores vibrantes, como vermelho, rosa e violeta. Ele possui visor digital com indicação colorida de afinação (Verde=No Tom / Vermelho= Fora do Tom); fonte de energia tipo bateria CR2032 (fornecida); dimensões de 80 mm x 48 mm x 27 mm e reduzido peso de 23 gramas. A sua utilização é simples, basta ajustar o clipe no headstock do instrumento de corda (guitarra, violão, baixo e violino) tocando as cordas uma a uma até alcançar o tom verde no display do afinador.

HERCULES www.jptech.com.br A JP Tech trouxe ao Brasil o DJ Control Air, da Hercules. O equipamento é ajustado por infravermelho, basta o DJ colocar a mão sobre o feixe para controlar o equipamento. O aparelho é eficaz mesmo no escuro e reage rapidamente aos movimentos. Ele vem com 2 decks e permite misturar duas faixas e duas saídas estéreo, uma com 3,5 mm (1/8") para mixagem e outra de 6,35 mm (1/4") para pré-visualização de áudio.


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CADAC www.decomac.com.br O novo console digital da CADAC, marca distribuída pela Decomac no Brasil, o CDC four, é desenvolvido utilizando a plataforma de DSP, com 24 canais integrados, com 16 faders motorizados, sendo possível expandi-la para 32 canais através de um Stage Rack opcional.

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BLACKSTAR www.blackstaramps.co.uk/ A Blackstar lançou o amplificador Blackfire 200, desenvolvido com a colaboração do guitarrista de Ozzy Osbourne, Gus G. O amplificador valvulado de 200 W é recomendado para um som de estilos mais pesados, como o heavy metal. O amplificador é uma edição limitada da Blackstar.

PROFESSIONAL WIRELESS www.cvaudio.com.br A CV Áudio anunciou no Brasil a nova antena Domed Helical da Professional Wireless. O equipamento possui a tecnologia da famosa antena Helical, porém com um perfil mais baixo e discreto, com ganho de 8dBi, impedância de 50 ohms e faixa de frequência de 470-700 MHz.

SENNHEISER www.sennheiser.com.br A Sennheiser expandiu a linha MKH de microfones voltados para estúdio com a adição do modelo MKH 8090, ideal para gravações de orquestras. Por ser supercardióide, ele pode ser usado tanto para captação de áudio ambiente quanto para ser o microfone principal. A linha MKH, além de ser compatível com diversos acessórios da linha 8000, funciona de acordo com o princípio da radiofrequência.


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www.santoangelo.com.br O Capotraste AC-01, da Santo Angelo, é um dispositivo usado para encurtar as cordas e assim tornar o som mais agudo em um instrumento de cordas como guitarra, violão, bandolim ou banjo. Ele é produzido em liga de alumínio com mola de aço e silicone para proteção do verniz. Sua utilização é muito simples, bastando ajustar e fixar os dispositivos no braço do instrumento.

WALDMAN www.equipo.com.br O novo Port-Ability 5.450 EFX (PA 5.450), da Waldman, oferece alta fidelidade sonora e versatilidade extrema. O sistema pode ser montado em menos de cinco minutos. Além de seu design compacto, ele possui duas caixas acústicas, um mixer e inúmeras outras qualidades, como três canais mic/ line, um canal mic/estéreo line e Aux in/out estéreo, controle giratório do processador de efeitos, processador de efeitos com 16 programas, entre outros.

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SANTO ANGELO

NUMARK www.numark.com O iDJ Pro da Numark é um controlador de DJ profissional desenvolvido para plataforma iOS da Apple. Ele é integrado com o app Djay Algoriddim (também trabalha com outros aplicativos) e possui entrada de microfone profissional, para dispositivos externos e saídas master XLR. O produto permite acesso ao Cloud, para baixar músicas.

NOVATION www.proshows.com.br O MiniNova, sintetizador da Novation, distribuído pela ProShows no Brasil, promete surpreender seus usuários com poderosos recursos, destacando-se o botão para controle de animação e o mais novo efeito de voz da Novation: o VocalTune. Ele possui 37 notas com design exclusivo e o recurso “Arpeggiator”, com edição de ritmo em tempo real da apresentação.


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WALDMAN GEMINI www.proshows.com.br A Gemini, marca distribuída pela ProShows no Brasil, lançou o CDJ – 700, primeiro media player de sua categoria com tela touchscreen totalmente colorida. O produto permite playback de músicas através de CDs, cartões SD e dispositivos de memória USB. Ele ainda possui inúmeros efeitos DSP e um amplo disco de controle sensível ao toque.

www.equipo.com.br O pack com três microfones S-VOC-3PM é um dos mais novos lançamentos da Waldman. O kit possui os modelos Classic Vocal Cardióide Waldman Stage Series S-350, com conexão XLR e chave on/off, microfone Classic Vocal Cardióide Waldman Stage Series S-580, com conexão XLR acompanhado de cachimbo e bag e o modelo Classic Vocal Super-Cardióide Waldman Stage Series S-870, com padrão polar super-cardióide.

YAMAHA http://br.yamaha.com O trompete YTR-2330, da Yamaha, é perfeito para os estudantes principiantes. Leve e fácil de tocar, com um som excelente e uma entoação perfeita, ele proporciona um ótimo apoio, tornando mais fácil a aprendizagem, o progresso e a criatividade.

DIGITEC www.digitech.com O pedal para guitarra Whammy da Digitech é o lançamento mais moderno da área. O produto, batizado de Whammy-01 oferece aos guitarristas todas as características clássicas de efeito, com duas novidades: Chordal pitchshifting e True Bypass.


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ACME www.proshows.com.br A Acme divulgou o moving head CM-108 RGB, compacto, rápido e com uma saída de luz impressionante. O equipamento é ideal para projeções que exijam dinâmica de cores, movimentos precisos e muitos efeitos, como espetáculos de teatro, dança e shows musicais. O moving head CM-108 RGB pesa 6,2 kg e é bivolt.

ROBE www.robe.cz Utilizando a tecnologia desenvolvida para o enorme sucesso do MMX ROBIN, a nova MMX WashBeam, da Robe, oferece vários recursos em uma partida. A Platinum Philips 35 lightsource combinado com o sistema MMX ótico oferece uma potência superior aos mais tradicionais produtos de 1200 watts.

ROBE www.robe.cz O popular equipamento de iluminação 1200 LEDWash da Robe agora possui uma versão PureWhite, com uma saída suave de variação Daylight branco. Os LEDs são dispostos em três anéis concêntricos para fornecer uma cobertura abrangente. Ele possui um movimento de inclinação e strobing rápido, com potentes efeitos estroboscópicos pré-programados de todos os LEDs ou por cada anel individual.

HOT MACHINE www.hotmachine.ind.br A Hot Machine, empresa que oferece excelência em iluminação, apresentou ao mercado o P-5 (Wash Light). Esse equipamento tem excelentes características técnicas, dentre as quais podemos citar: Motor LED Inc.44 pcs de LED RGBW de alta potência 10W, Consumo de Energia 450W, Ótica 15 º, 21 º e 43 º, AC 208 - 250 V, 50 - 60 Hz, Vida útil dos LEDs 50.000 horas, etc.


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D&B AUDIOTECHNIK TEM NOVO DIRETOR A d&b audiotechnik anunciou no início de novembro que Gerhard Mayr será o novo diretor de vendas da companhia. Com mais de vinte anos de carreira, tendo trabalhado para empresas como Motorola, Force Computers e Garmim, Mayr ficará no lugar de Peter Tongue, que se aposenta após 14 anos na companhia. O novo diretor, que tem vasta experiência no desenvolvimento e na manutenção de marcas no mundo inteiro, especialmente na Asia, onde passou boa parte de seu tempo profissional, na nova casa terá como principal meta continuar mostrando ao mercado que qualidade tem um valor significativo, uma das crenças da d&b. Mayr, que ficará baseado na Alemanha, em Backnange, também é um apaixonado por música ao vivo e tem uma significativa bagagem na área tecnológica. No passado, já foi proprietário de sua própria empresa, tendo construído seu próprio amplificador e alto-falante, além de ter desenvolvido um controle único para moving lights.

Robe em Vegas

A Robe apresentou novo design no estande e seis novos produtos inéditos no mercado norte-americano, durante a feira de iluminação de Las Vegas, LDI 2012. A empresa trouxe para o mercado os novos equipamentos DLF Wash, DLX Spot, DLS Profile, MMX WashBeam, o LEDBeam 100 e o Actor

Range, todos baseados na filosofia Robe “Think of the Future Consider Nature”, que significa produzir equipamentos menores, mais leves, mais luminosos e genuinamente ecológicos. O novo estande foi desenhado por Nathan Wan, da Robe Reino Unido, que usou como perfil uma recepção contemporânea, estilo lounge, iluminada pelos produtos para uso arquitetural com tecnologia LED, incluindo o inovador ArcDot.

CROWNFUNDING PODE FINANCIAR PRIMEIRO DVD A banda Autoramas promove financiamento coletivo para o DVD com shows e bastidores da turnê internacional em comemoração aos 15 anos de carreira do grupo. A meta é arrecadar R$ 9.999,90 até dia 18 de dezembro. O crownfundig são cotas de patrocínio de diversos preços, que dão direito a nome nos agra-

decimentos, DVDs, ingressos para shows, itens das coleções particulares dos Autoramas e muito mais. O trio formado por Gabriel (voz/guitarra), Flavinha (baixo) e Bacalhau (bateria) já gravou 6 CDs, entre eles Musica Crocante, que também foi lançado por meio da “vaquinha coletiva”. O lançamento do DVD deverá acontecer em 2013.


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JotaQuest lança aplicativo para Smartphone O JotaQuest acaba de lançar um novo aplicativo para iPhone e Android que permite acesso a toda a discografia do grupo, remixes, raridades e vídeo-clipes. O novo app ainda oferece aos fãs acesso à agenda, promoções e notícias, bem como acompanhar a localização do grupo e de outros usuários, confirmar presença em shows e eventos, além de compartilhar fotos e informações com os amigos por e-mail, Facebook ou Twitter. Para baixar é só acessar: http://migre.me/bOCAc (iPhone) ou http://migre.me/bOCD8 (Android). Mais informações: http://www.jotaquest.com.br/

EM HOMENAGEM AO REI Roberto Carlos será homenageado no próximo trabalho de Teresa Cristina e da banda Os Outros, A cantora, uma das grandes vozes da sua geração, e a banda Os Outros, conhecida pelos shows em homenagem ao rei, gravaram o CD no Estúdio Tambor, com produção de Rodrigo Vidal, e tem no repertório músicas como Proposta, Como Dois e Dois, Sua Estupidez, Cama e Mesa, As Curvas da Estrada de Santos, entre outros sucessos. Previsto para chegar ao mercado até dezembro, o álbum será lançado pela Deck.

SEINNHEISER SOUND ACADEMY

Nos dias 6 e 7 de novembro, a Seinnheiser promoveu um workshop sobre os desafios para desenvolver um sistema de áudio de qualidade durante dois grandes eventos que ocorrerão no Brasil: Copa

do Mundo, em 2014, e Olimpíadas, em 2016. Para falar sobre o assunto, a empresa alemã trouxe ao Brasil duas referências nesse mercado: Roland Hermming, que trabalhou no áudio dos Jogos Olímpicos de Londres, e Lauren Rogers, que fez parte da equipe da Copa do Mundo da África do Sul. Os palestrantes ainda abordaram temas como sistema de áudio e segurança dos espectadores e administração do espectro em grandes eventos. O workshop foi direcionado aos profissionais de áudio de emissoras de TV e produtoras de áudio e vídeo que trabalharão na transmissão desses eventos.


SERTANEJO EM LIVRO O gênero musical que se tornou “febre” entre os jovens, ficando conhecido como “sertanejo universitário” acaba de ter sua história registrada em livro. De Caipira a Universitário – A História do Sucesso da Música Sertaneja, a obra aborda os principais fatos que fazem parte da história do sertanejo, como as curiosidades e os personagens que mar-

caram época: de Tonico & Tinoco a Jorge & Mateus e de Milionário & José Rico a Fernando & Sorocaba. Com uma linguagem direta, a obra faz uma análise completa das razões que levaram a música sertaneja a vencer todos os preconceitos e barreiras para alcançar o topo das paradas do Brasil e do exterior. A publicação é lançamento da Matrix Editora.

“SEGUNDA MAIOR” JÁ DEIXA SAUDADES Mais de mil pessoas prestigiaram o penúltimo show de 2012 do projeto “Segunda Maior”, na noite de 05 de novembro. Ícones da música gospel como Eraldo Taylor (ex- Melosweet), Marcus Salles (ex-vocalista da Banda 4/1) e Álvaro Tito, marcaram presença no evento e fizeram as centenas de pessoas se emocionarem. Quem foi ao evento assistiu gratuitamente às apresentações dos grupos Ministério Mais que Irmãos, Estéfani Sampaio, Zé Canuto e Banda, além do Coral Vida, que fizeram o público sacudir a Avenida Maricá. A “Segunda Musical” é um

evento realizado na primeira segunda-feira de cada mês há mais de 10 anos no espaço cultural do Instituto de Música Natinho Battera (INB), localizado na Av. Maricá (RJ). Músicos como Íris Nascimento (guitarrista), Márvio Ciribelle (pianista), Camilo Mariano (baterista do grupo Sorriso Maroto), Prateado (baixista e produtor do cantor Belo), Marcelo Martins (saxofonista de Djavan), Clauton Sales, Rogério de Castro, Kiko Continentino, entre outros que fazem parte do alto escalão da Música Popular Brasileira já marcaram presença no evento.

HOMERO SETTE NA ETELJ A empresa fabricante de amplificadores Etelj ganhou mais um reforço no seu time de profissionais: o professor Homero Sette. O renomado engenheiro, referência em alto- falantes e caixas acústicas no Brasil e América Latina, assumiu a gerência de projetos da empresa, que fica sediada em Jales, São Paulo. “A Etelj é uma empresa jovem, em franco crescimento, com uma excepcional equipe de projeto, desenvolvendo produtos inovadores. Sinto-me orgulhoso de juntar-me a essa equipe para fazer o que mais gosto: ensinar, aprender e trabalhar pelo aprimoramento do áudio brasileiro”, reforça o engenheiro.

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SÉRIE XR DA DTS NO Z FESTIVAL O Z Festival, evento promovido pela XYZ Live e que reuniu músicos da nova geração como Demi Lovato no dia 29 de setembro na Arena Anhembi, em São Paulo, foi iluminado pelos novos equipamentos da DTS. Com projeto do lighting designer Caio Bertti, a LPL, empresa locadora, forneceu e instalou o rig de iluminação nos dois palcos do festival, incluindo os XR3000 SPOT CMY, XR2000 SPOT CMY e XR1200 WASH.

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Oficina de bateria

PROCLASS RECEBE LICENCIAMENTO DA APPLE A ProClass tornou-se oficialmente um centro licenciado Apple. Isso significa que, a partir de agora, a instituição recebe a homologação como AATC (Apple Authorized Training Center) e passa a ter um comprometimento ainda maior em oferecer um treinamento alinhado com as premissas da Apple, que incluem sala de aula adequada, softwares sempre atualizados e instrutores treinados e aprovados pela própria Apple Inc., com o intuito de atender às expectativas do mercado de trabalho e dos estudantes. Os próximos cursos de Final Cut Pro X, que acontece de 7 a 9 de janeiro e 10 a 12 de janeiro/2013, e Logic Pro, de 14 a 16 de janeiro e 17 a 19 de janeiro/2013, já estão com inscrições abertas.

A sétima apresentação dos alunos da Oficina de Bateria Rui Motta aconteceu no último mês de outubro, no teatro da Pequena Cruzada, no Rio de Janeiro. Com o intuito de incentivar o amadurecimento musical dos jovens bateristas, entre 05 e 17 anos, a escola realiza anualmente apresentações com

estrutura de som e luz semelhantes às de um show profissional – extensão das aulas práticas e teóricas fornecidas ao longo do ano letivo. Além dos cursos direcionados às crianças e adolescentes, a Oficina também oferece aulas de bateria e percussão para adultos. Saiba mais em www.ruimotta.com.br

Psy usa equipamentos Robe

Um dos mais famosos DJs e rappers da atualidade, o sul-coreano Psy contou com equipamentos Robe em duas apresentações realizadas em Seul, no Seoul Stadium, em Jamsil, e no City Hall, em Seoul Plaza. Ambas as performances tiveram como designer Mr. Myeong Soo Kim, que se encarregou de criar um ambiente parecido com o do videoclipe para o famoso hit Gangaman

Style, regravado por Latino na versão Despedida de Solteiro. Para obter o mesmo efeito e vibração do clipe, a iluminação foi vital para o palco dos dois shows precisando ser potente e criativa casando com a alta expectativa visual de todos. Trinta e seis Robe MMX Spots e 24 LEDWash 600s estavam entre os equipamentos escolhidos por Soo Kim, para compor o rig dos shows.


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(violão), Pedro Ivo (baixo), Marcus César (percussão), Cláudio Faria (trompete) e as maravilhosas vozes de Gabriela Petry, Francine Missaka, Nil Bernardes e Ricardo Arantes. O clipe foi gravado no estúdio Mosh e vem sendo acessado milhares de vezes nas redes sociais.

ROLAND O crescimento da Festa Nacional da Música, em Canela, no RS, provocou uma corrida antecipada por acomodação na região. As pousadas e hotéis ficaram lotados bem antes do evento e a economia da região já cria expectativas ainda maiores para a edição de 2013. As promoções com preços especiais para os pacotes do evento serão ampliadas e a saudável providência de fazer reservas com antecedência ainda é a melhor alternativa para não tomar sustos de ultima hora.

SEM MUDANÇA A eleição de outubro passado reconduziu o ex-prefeito Cleo Port ao comando do Executivo da cidade de Canela, onde acontece a Festa Nacional da Música. Aficionado pelo encontro (ele participou da retomada na virada do século), o mandatário que assume em 2013 garante a continuidade do evento e novas iniciativas da prefeitura para ampliar ainda mais a participação popular. Mesmo recebendo anualmente propostas de muitas cidades, o empresário Fernando Vieira mantém a fidelidade de mais de 30 anos e já programou a Festa 2013 para a paradisíaca cidade serrana gaúcha.

SUCESSO Na Festa de 2012, um dos destaques ficou por conta da trilha em homenagem ao evento composta por Takao Shirahata e gravada por um timaço de músicos de primeira linha da música brasileira. O clipe foi a abertura em todas as noites e rodava diariamente no circuito interno de vídeo e áudio do hotel. No segundo dia, todos já cantarolavam a bela canção arranjada por Michel Skava e executada pelo próprio arranjador com a luxuosa companhia de Albino Infantozzih (bateria), Adeildo Lopes

Como homenageada de 2012, a empresa literalmente deu um show na figura do seu próprio presidente que, atendendo as expectativas, subiu ao palco para receber o troféu e também tocar. Acompanhado por Gino Seriacopi na bateria, Zeca Petry no violão, Paulo Back no baixo e a surpreendente voz de Gabriela Petry, o executivo pilotou um Roland RD700NX na bela canção “Certos Amigos” do lendário grupo catarinense Expresso Rural. A presença de Zeca e Back, membros originais da banda, deu o toque emocional da apresentação.

ACOMPANHANTE Quando subiu ao palco para receber o seu troféu das mãos de Fagner, João Bosco constatou que não precisaria cantar a clássica O Bêbado e o Equilibrista. Ao identificar os primeiros acordes da música o público começou a cantar e resignadamente o artista “acompanhou” no violão a seleta plateia. Por ser um hino, a canção se mistura com a própria figura do artista que já se habituou à situação e mais uma vez se divertiu com a cena... “É a primeira vez que tantas vozes nobres a cantam ao mesmo tempo...”.

BUNDALELÊ Se a admiração e o respeito davam a tônica da noite de entrega dos troféus 2012, o grupo Roupa Nova quebrou o clima e transformou a solenidade numa grande festa dançante. Num momento apoteótico, o hit Whisky a


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Go Go fez a comportada ministra Marta Suplicy também levantar e entrar no clima de alegria e diversão que tomou conta do Salão Implúvio. Discretamente, até os seguranças do evento deram sua sacudida na cintura para acompanhar um dos melhores grupos musicais da história da MPB.

SIMPATIA Os campeões de arrecadação de direito autoral no Brasil esbanjaram simpatia e bom humor em Canela. Estreantes no evento, a dupla Fernando & Sorocaba distribuiu sorrisos e abraços com a mesma alegria com que participou dos muitos momentos marcantes de 2012. Respeitados e queridos por todos, os meninos deram um show de simplicidade que bem poderia servir de exemplo para muita atração meia boca que “se acha” por aí.

VOZ Que Emilio Santiago é um escândalo cantando ninguém duvida, mas o artista abusou do seu talento na sua apresentação ao receber o troféu. Sem respeitar oitavas ou a linha melódica original do que cantava, o genial cantor provocou sorrisos de admiração a cada acrobacia vocal com sua voz perfeita. Depois de Ney Matogrosso em 2011, Emilio foi “a voz” da Festa de 2012.

IMPRENSA Com transmissão de tv ao vivo para o estado do RS e a presença de rádios, jornais e equipes especiais de programas de entretenimento de todo o país, a Festa 2012 voltou a mostrar sua força e levar o evento à milhões de lares pelo Brasil. Típi-

co evento que repercute antes, durante e depois.

MOSTRA DE INSTRUMENTOS A Equipo, Sonotec, Izzo e a homenageada Roland mais uma vez deram um show de competência pelos corredores e palcos do encontro. Sintetizadores, violões, guitarras, baixos, baterias e percussão das melhores marcas do mundo equiparam a nata da música brasileira que a cada ano descobre a riqueza e qualidade dos produtos distribuídos pelas empresas parceiras da festa.

SAMBA Com o fim do Exaltasamba, o palco que levava o nome do grupo foi rebatizado informalmente pelos artistas como Palco Timbra pelos instrumentos criados pela Izzo que levam a marca. Em fase de expansão e conquista de novos mercados, a Izzo incorporou também a marca Casio ao seu catálogo. O teclado Privia equipou um dos palcos do encontro e a executiva Eduarda Lopes mostrava entusiasmo com as perspectivas que o evento abriu.

EQUIPO Além de equipar os palcos com algumas das maiores marcas mundiais a Equipo também mostrou a nova linha Kurzweil recém-anexada ao seu rico catálogo. Entre os muitos modelos, um piano de cauda eletrônico provocou suspiros na mostra de instrumentos. Na gravação do programa regional de maior audiência no sul do país, o Galpão Crioulo, da Rede Globo, a Equipo praticamente montou o cenário com seus produtos.

GUITARRA Um instrumento personalizado que virou símbolo do encontro foi entregue pelo Superintendente Executivo do Grupo Staner/Sonotec, Alexandre Seabra, ao criador do evento, Fernando Vieira. A guitarra com a logomarca da Festa 2012 foi pilotada por Kiko, guitarrista do Roupa Nova e endorse da marca. Virou troféu na história do evento.

PROMESSA Digão, dos Raimundos, e Bruno, do Biquini Cavadão, prometeram voltar em 2013 com suas bandas completas. Considerável reforço para o cast e para o rock da próxima edição que já foi definida para 2013. A Festa Nacional da Música acontecerá de 20 a 24 de outubro e, a exemplo desse ano, com um dia a mais na programação.

DISCRETO O criador de sucessos Paulo Massadas mostrou uma faceta até então desconhecida dos seus fãs. Ao lado de Michael Sullivan, ele compôs dezenas de canções que viraram sucesso nas vozes de grandes nomes da MPB. Seu comportamento discreto e observador em sua passagem por Canela foi interessante. A dicotomia entre o seu talento e a sua postura pública ficou como curiosidade. Muita gente sentou ao lado do genial compositor e nem percebeu. E quem mais tarde percebeu deve estar se mordendo...

TAKAMINE João Bosco e Jorge Aragão usaram Takamine e gostaram. Se bem conheço o irrequieto Nenrod Adiel, da Sonotec, ele já deve estar agitando os bastidores.

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DANIELLI MARINHO | REDACAO@BACKSTAGE.COM.BR

SAMBACORD Franco Cava Inspirado no filme de Federico Fellini, Amarcord, o novo trabalho desse ítalo -brasileiro com carreira internacional, traz em seu repertório sambas, que em sua maioria foram compostos pelo próprio Cava no começo de sua carreira. Embora tenha a proposta de ser um disco comunicativo, aberto e que tenha uma relação leve e generosa com o ouvinte, foge do óbvio. Franco, que já teve suas músicas incluídas em trilhas sonoras de filmes e programa de televisão, foi escolhido para participar da comitiva de artistas que viajaram para a Itália para criarem obras para o Ano da Itália no Brasil. Fruto dessa viagem foi o hino oficial desse ano de comemoração, Mediterrália, composto por Franco.

AO SOM DE BLUES The Blues Beers Formada em 2006 por um grupo de amigos que decidiram se reunir para tocar e interpretar os clássicos do blues, a banda caxiense (RS) logo se viu compondo as próprias canções. Este novo trabalho - o primeiro foi em 2007 -, tem produção totalmente independente e conta com as participações de Matias Cipiliano, guitarra solo em Adictus e Um anjo e um Diabo; Tomás Seidl e Tio Cleeds em Eu sou o meu maior Perigo. As letras em português aproximam mais ainda o público desse gênero norte-americano, sem, no entanto, perder as raízes do blues. Camila Dento (vocal), Cristian Rigon (guitarra), Leozão Reis (bateria), Rafael Reis (harmônica) e Josué Baciquet (baixo) gravaram ao vivo no estúdio DuZamba Records.

50 ANOS QUINTETO VILLA-LOBOS Quinteto Villa-Lobos Há cinco décadas surgia a primeira formação do quinteto de instrumentistas, liderados pelo fagotista Airton Barbosa. Dessa época para cá, o quinteto se transformou em sinônimo de excelência e referência de qualidade e comprometimento com a música brasileira. Agora esse patrimônio da música e da cultura nacional pode ser conferido no DVD que homenageia esses 50 anos do grupo. São 17 faixas que contemplam verdadeiras obras-primas da música como as Bachianas Brasileiras nº 5, de Heitor Villa-Lobos, a Suite Norte-Sul-Leste-Oeste, de Hermeto Pascoal, ou ainda Di Menor, de Guinga e Celso Viáfora, ou a Suite para Quinteto de Sopros, de Radamés Gnatalli. Fazem parte ainda deste DVD Choro Negro, de Paulinho de Viola e Fernando Costa, e Serenata a Cinco, de Edino Krieger.

CASA ABERTA Lili Araujo Samba, jazz, bossa nova. As músicas, as letras e a voz de Lili Araujo se harmonizam em cada canção deste novo trabalho que conta com composições de João Donato, Marcos Valle, Chico Pinheiro, Paulo Neves, Ivan Lins, entre outros nomes ícones da música brasileira, além da própria Lili que coloca sua assinatura em Vai Saber, Casa Aberta, Sinceridade, Pode ir e Pra se lembrar de mim, na produção e mixagem do CD. Gravado nos estúdios Toca da Raposa, por Carlinhos Fuchs e Henrique Vilhena, e no Madre Música, por Daniel Musy.


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O som de A série de reportagens sobre como cada profissional de PA imprime sua marca pessoal em um trabalho traz, nessa edição, as impressões dos técnicos Eber Pinheiro e Bebeto Fayal.

Alexandre Coelho redacao@backstage.com.br Fotos: Arquivo Pessoal / Internet / Divulgação

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e tirar um som de um PA de forma que ele tenha a marca pessoal do técnico sem interferir na sonoridade almejada por cada artista não é uma tarefa das mais fáceis, definir quais seriam essas características individuais no som do engenheiro de áudio, antes de qualquer coisa, também é uma missão ingrata para muitos profissionais do ramo. Para Eber Pinheiro, que atualmente trabalha com Roberta Sá, a banda Cidade Negra e os franceses do Les Nubians, as dificuldades na obtenção de um som próprio, particular de cada técnico, começam no entendimento desse som. “É difícil dizer o que define o som de um engenheiro de áudio, porque as características variam de trabalho para trabalho, de artista para artista. O engenheiro deve somar, agregar

valor, por isso é muito importante nunca parar de estudar, pesquisar e testar novos equipamentos”, ensina. O caminho para se alcançar essa sonoridade própria, na visão de Eber Pinheiro, não é fácil. Para ele, a resposta para boa parte das perguntas dos técnicos que buscam esse estilo pessoal está em uma palavra: o conhecimento. “Trabalhar focado no artista é maior do que qualquer estilo musical. O engenheiro de som deve ter muito conhecimento e ser um estudioso de vários estilos. É preciso ter sensibilidade para poder traduzir com botões a natureza do artista, independentemente do estilo”, acredita. O técnico Bebeto Fayal, que atualmente acompanha o cantor Zeca Pagodinho, por sua vez, não hesita ao apontar quais são as suas características mais mar-


Éber Pinheiro

cantes como profissional de áudio, a despeito do artista com o qual esteja trabalhando: a simplicidade e a harmonia das frequências.

cavaquinhos - e de percussão para sonorizar. O segredo? “Eu sempre busco conhecer bem o som bruto de cada instrumento”, conta Fayal.

cada PA PARTE 3

Mas, por mais paradoxal que possa parecer, não é simples atingir essa simplicidade e a tal harmonia das frequências a que se refere Bebeto Fayal. Principalmente quando se trabalha com um artista em cujos shows coexistem diversos instrumentos acústicos como violões, violões de sete cordas e

Peculiaridades à parte, às vezes o técnico precisa abrir mão de algumas das características que permeiam seu trabalho para oferecer ao artista ou diretor musical do espetáculo a sonoridade que ele está buscando. De acordo com Eber Pinheiro, essa flexibilidade faz parte do ofício. “Ajustes sempre aconte-

FLEXIBILIDADE

Ouço música todos os dias, dos álbuns mais conhecidos e que fizeram sucesso, até os novos e experimentais, passando pela música clássica (Éber)

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Bebeto Fayal

Uma vez, em turnê com Milton Nascimento, realizamos um show em uma casa de concerto na Itália. Foi a primeira vez que um artista se apresentou com uma banda tão grande, com uma massa sonora gigantesca e com PA dentro da casa, que era projetada para concertos acústicos (Bebeto)

cem. Acho importante estar aberto e com o ego sob controle para ouvir críticas e poder filtrar o que realmente é relevante”, garante. Eber tem outra dica para os técnicos que querem exercitar o ouvido a ponto de ter subsídios para buscar um estilo pessoal. Além do conhecimento técnico e do domínio sobre os equipamentos com os quais o engenheiro irá trabalhar, ele acredita que é fundamental o profissional de áudio ter contato, tanto quanto possível, com a música. “Ouço música todos os dias, dos álbuns mais conhecidos e que fizeram sucesso, até os novos e experimentais, passando pela música clássica. Estudo técnicas e pesquiso como os álbuns que eu gosto foram gravados e mixados, viajo e vou a shows”, revela. Bebeto Fayal, por sua vez, até pelas sutilezas de seu trabalho atual, com Zeca Pagodinho, concentra seu foco na busca por uma sonoridade única em aspectos muito práticos. “Trabalho muito com instrumentos de percussão, por isso, busco o equilíbrio direto das frequências, sem a interferência de equipamentos eletrônicos (efeitos etc.)”, ilustra.

EQUIPAMENTO Obviamente, qualquer bom resultado depende, além da expertise dos profissionais envolvidos, da boa qualidade dos

equipamentos empregados. E alguns deles, na opinião de Bebeto Fayal, acabam sendo mais importantes do que outros. “Em PA, um bom amplificador e uma boa caixa de som são a alma de qualquer equipamento”, sentencia. Eber Pinheiro vai além e dá uma lista de modelos com os quais prefere trabalhar, na busca pelo “seu” som. “No estúdio, uso as caixas Focal, Fatso, DBX Quantum, Kaoss Pad, Line 6 e alguns springs reverbs antigos. Bons pré-amps, como Neve 1073, API e Universal Audio, assim como os compressores 1179 e LA2A e os microfones Cole, Royer, AKG, Neumann e Telefunken são muito bem-vindos. No PA, o sistema JBL Vertec é o meu predileto quando preciso de pressão. Já o Meyer ou o V-Dosc são minha escolha para um som hi-fi. Minhas mesas prediletas são Soundcraft VI6, Digico SD7, Midas Pro 6 e Digidesign Venue”, relaciona. Com tudo isso, identidade no som de cada técnico à parte, Bebeto Fayal conta uma história que reforça a experiência do profissional acima de qualquer outro aspecto, na hora de encontrar soluções práticas durante um espetáculo. “Uma vez, em turnê com Milton Nascimento, realizamos um show em uma casa de concerto na Itália. Foi a primeira vez que um artista se apresentou com uma banda tão grande, com uma massa sonora gigantesca e com PA dentro da casa, que era projetada para concertos acústicos. Foi um dos maiores desafios da minha vida, eu tive que enfrentar a acústica da casa, que era 100% ativa, para impulsionar tudo o que era projetado do palco para a plateia naturalmente. Então, era a briga dos instrumentos de percussão com os instrumentos de corda, como violão, baixo, guitarra etc. E, principalmente, tinha que conseguir colocar a voz do artista de forma que não fosse agressiva. Tudo isso tendo que respeitar os limites sonoros e do diretor da casa, que não saiu um instante do nosso pé durante toda a passagem de som. Mas, no final, os elogios do diretor fizeram daquele show especial, por todas as dificuldades e contratempos que tivemos”, recorda.


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Carlos Colla O Amigo do Rei

Autor de vários sucessos de Roberto Carlos, compositor celebra seus 50 anos de carreira e conta como anda sua vida profissional, que está a pleno vapor. Alexandre Coelho redacao@backstage.com.br Fotos: Ernani Matos / Internet / Divulgação

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a virada dos anos 60 para os 70, durante um encontro casual com Roberto Carlos no Canecão – lendária casa de shows no Rio –, depois que seus colegas de banda pediram ao Rei que compusesse uma música para o grupo, Carlos Colla ouviu do ídolo: “Tudo bem, eu faço uma música para vocês. Mas vocês fazem uma para mim”. Colla levou a sério e compôs A namorada, que Roberto gostou e gravou. A parceria, que mudou a vida do compositor, dura até hoje. Aos 68 anos de idade e 50 de profissão, Carlos Colla não para. Emplacou recentemente uma música na novela Cheias de Charme – a faixa Maria Brasileira, parceria com Michael Sullivan, interpretada pelas Empreguetes –, é compositor, produtor e está percorrendo o Brasil para lançar o livro A namorada e com o show As canções que eu fiz para o Rei. Como se fosse pouco, está escrevendo uma peça infantil e o musical Copacabana, uma história de amor, com previsão de estrear no início de 2013. Nessa entrevista exclusiva à Backstage, Carlos Colla recorda boa parte desses 50 anos de atividades, fala sobre o atu-

al mercado musical e aponta os passos para o futuro. Revista Backstage – Como você descobriu que tinha uma inclinação para a música e de que forma iniciou sua carreira? Carlos Colla – Meu pai era músico erudito, era cantor de ópera. Só que ele, ainda jovem, na Itália, no início do século passado, foi proibido de cantar. Já mais velho, ele foi participar da construção de uma usina hidrelétrica em Trajano de Moraes, no interior do Estado do Rio, e eu fui criado sem influência externa dos 3 aos 9 anos. Minha mãe também cantava muito bem, e eles faziam aqueles duetos de ópera. Então, meu mundo musical era completamente diferente do que existia no Brasil. Onde nós estávamos, nem rádio pegava. Aí meu pai foi enviado para Macaé, por volta de 1954, quando eu tinha 9 anos, para fazer a iluminação da cidade, e, de repente, eu tive contato com o rock’n’roll e fiquei maluco. Foi no comecinho do rock, ainda com muito blues, e isso na minha casa era pecado, só se ouvia ópera, música erudita e algumas canções italianas que meu pai can-

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Quando eu tinha 14 anos, havia lá um rapaz cearense que tocava bossa nova muito bem. Eu ficava olhando ele tocar e decorei umas três ou quatro posições. Aí peguei um violão emprestado com uma vizinha, fui para casa e me encontrei

Carlos Colla já quis ser ator antes de se ser compositor

tava. Depois que meu pai morreu, nós nos mudamos para Niterói e aí que o rock’n’roll pegou fogo. Eu fiquei mais apaixonado ainda, mas não tocava nada. E quando você começou a tocar, efetivamente? Quando eu tinha 14 anos, havia lá um rapaz cearense que tocava bossa nova muito bem. Eu ficava olhando ele tocar e decorei umas três ou quatro posições. Aí peguei um violão emprestado com uma vizinha, fui para casa e me encontrei. Percebi que era aquilo que eu queria para a minha vida. Não queria saber de mais nada, para estudar era um problema. Eu tocava até sair sangue dos dedos. Até que eu comecei a dizer para todo mundo que era músico. Fiz uns cartõezinhos onde estava escrito: ‘Carlos Colla, guitarrista’. Só que eu não tocava nada. Nessa época, nós estávamos morando em Teresópolis e o Jamelão foi fazer um show na cidade. E o guitarrista da banda dele machucou a mão. Eu fui chamado para fazer o show e, ‘super profissional’, já perguntei sobre o cachê, quis receber antes... E, de fato, eles me pagaram antes

do show. E lá fui eu com meu violão para o palco, fazer um show com o Jamelão sem ensaiar. Ele começou a cantar e eu fui ‘catando milho’ atrás dele. Ele ficou puto, botou o microfone de lado, me chamou e disse: ‘Menino, finge que a corda do seu violão quebrou e sai do meu palco’. Eu virei a piada da cidade. (Risos). Assim foi a minha estreia. Foi então que eu concluí que teria que aprender música de verdade. Você citou o rock e a bossa nova como influências no início da sua carreira. Seu coração pendia mais para um dos dois lados? Não, eu gostava dos dois. Mas tinha um cara que eu gostava mais, que era o Luiz Gonzaga. E outro que eu gostava mais ainda, que era o Nelson Gonçalves. Ou seja, artistas totalmente diferentes. Isso aconteceu porque eu tinha uma base de boa música. Quem tem uma base de uma música mais elaborada gosta de tudo. Quando a pessoa não tem um conhecimento musical profundo, ela fica separada em um gueto musical. Tem gente que só é atingido pela bossa nova, tem


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O que aconteceu depois da sua ‘estreia’ no conjunto do Jamelão? Eu recolhi todos os cartões que havia distribuído, montei uma banda e comecei a tocar rock. Mas nessa época eu não queria mais ser músico. Eu tinha descoberto o teatro. O teatro estava me encantando, eu estava apaixonado. Até porque eu gostava de uma das filhas da mulher que dirigia o teatro. E para chegar nessa menina, eu colei na mãe dela e comecei a ser ator. Ou melhor, eu achava que era ator. Fizemos algumas peças até que apareceu um

gente que só gosta do rock’n’roll, mas uma pessoa que estudou clássico vai gostar de tudo. Sem contar que o bom gosto musical, na minha visão, vem da primeira infância, do que se escuta em casa, porque é naquele momento que o cérebro está se formando.

Eu levei o texto para casa e arrumei um gravador emprestado. Era um gravador que tinha dois pequenos carretéis, onde se encaixava a fita

musical para nós fazermos. Aí quando o Nino Honorato, que era o nosso diretor, nos mostrou as músicas, eu disse: ‘Mas que músicas ruins, eu faço melhor’. Ele me deu o script e disse: ‘Então faz’. Eu levei o texto para casa e arrumei um gravador emprestado. Era um gravador que tinha dois pequenos carretéis, onde se encaixava a fita. Nem cassete existia ainda. Eu comecei a tocar e a coisa foi saindo. Eu pensava: ‘Aqui a música tem que ser assim, ali ela tem que ser assado’... E quando eu percebi, já estava quase tudo pronto. Foi rápido, terminei na mesma noite. Eram umas oito ou 10 canções. No dia seguinte, eu cheguei ao teatro e o Nino me perguntou: ‘E aí?’.

E eu respondi: ‘Eu fiz as canções, estão aqui no gravador’. Liguei o gravador e começamos a escutar. Ele ouviu todas, virou para mim e disse: ‘Olha, você acabou de perder o seu papel na peça, porque você não é ator coisa nenhuma. Você é um compositor maravilhoso’. Mas eu fiquei puto, queria ser ator. Depois fizemos as pazes. Mas as músicas foram usadas, a menina se casou com outro e eu me mudei para o Rio. Depois de fazer as canções para o musical você, enfim, se profissionalizou como compositor? Não, ainda levaria anos. Eu não virei compositor de verdade naquele momento. Quando cheguei ao Rio, eu arrumei um emprego no escritório do arquiteto Alfredo Pecegueiro do Amaral, que estava construindo o Palácio da Justiça. Ele tocava violão pra caramba e eu colei nele. E aprendi muito. Ele, às vezes, me chamava para a sala dele dizendo que era para falar de trabalho, trancava a porta, deixava todo mundo esperando e a gente ficava tocando violão. Era muito bom. Você estudou arquitetura? Por que foi trabalhar em um escritório nessa área? Não, eu me formei em direito. Nessa época, eu já cursava a faculdade e tocava guitarra na noite do Rio para pagar meus estudos. Tocava nos botequins da vida, em bares, puteiros... Toquei muito no Bar


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Roberto Carlos, Chitãozinho & Xororó, Wando, Legião Urbana e Emílio Santiago também gravaram sucessos de Carlos Colla

Drink Florida, na Praça Mauá, que existe até hoje. Foi meu primeiro emprego no Rio de Janeiro. Eu tocava bolero para as meninas e elas adoravam. (Risos). Um dia eu estava lá quando chegou o pessoal de um conjunto chamado O Grupo, que era muito famoso no Rio, naquela época. E eles me chamaram para tocar guitarra na banda. Eu topei e nós fomos tocar no Canecão. Era uma banda bem mais conceituada. Ou seja, eu saí de um puteiro para o Canecão, melhorei pra caramba. Fui tocar no Canecão achando o máximo, dirigido pelo Wilton Franco. E o Roberto Carlos ensaiava lá. Um dia, nós estávamos lá e o Roberto Carlos estava ensaiando. E nós fomos pedir uma música a ele, para nós gravarmos. Ele já era um compositor maravilhoso, e foi muito gentil conosco. Disse: ‘Está bom, eu vou fazer uma música para vocês. E vocês façam uma para mim também’. Ele falou brincando, mas eu levava tudo a sério. Chamei o Maurício Duboc, pianista do grupo, e disse: ‘Vamos fazer!’. Isso foi em 1969. Então, fomos para a casa do Roberto Martins, que era ali perto, e fizemos duas músicas, tudo rapidinho. Eu deixei as músicas com o Maurício, que as entregou para o Roberto Carlos. E o Roberto Carlos gostou das músicas? Pois bem... Um dia, eu estava em casa, tranquilo, e recebi um telegrama da antiga CBS, pedindo para eu ir lá. Quando cheguei, havia um cheque para mim que

eu nem acreditei. Então, o Henrique Gandelman, meu querido amigo e pai do Léo Gandelman, veio com um contrato para eu assinar e perguntou: ‘Você não vai ler o contrato?’. E eu disse: ‘Não’. Porque era tanto dinheiro que eu nem precisava ler nada. O cheque era o adiantamento que as editoras dão para poder pegar o contrato de edição. A música em questão era A namorada. O cheque que eu recebi equivalia, hoje, a uns R$ 300 mil. Era muito dinheiro. Aí, eu cheguei na agência bancária e disse que queria receber aquele valor. O sujeito olhou para a minha cara, foi lá dentro, demorou um pouco, voltou e disse: ‘Olha, nós não temos esse valor todo aqui, o senhor não prefere abrir uma conta?’. E eu respondi: ‘Não, senhor. Quero receber em dinheiro’. Queria receber logo porque estava achando que tinha algum engano naquele valor todo. Aquilo iria salvar a minha vida, pagar minhas dívidas e as da minha mãe. Por fim, o funcionário me disse que eu teria que esperar umas duas horas, até o dinheiro chegar. E fiquei esperando, morrendo de fome, porque eu tinha ido para lá só com o dinheiro da passagem. Duas horas depois, ele me chamou até uma sala no subsolo da agência, onde havia uma mesa lotada de dinheiro. Ele disse: ‘Está aí o seu dinheiro’. E eu falei: ‘Como é que eu vou carregar isso tudo?’. E ele insistiu: ‘Eu acho que o senhor deveria abrir uma conta, em vez de sair com esse dinheiro todo pela rua’. Essa foi a primeira vez que você ganhou dinheiro com a música? Sim. Eu então pedi para deixar o dinheiro lá por alguns minutos e saí para comprar umas bolsas. Peguei algumas notas, fui até uma loja próxima, comprei quatro bolsas pretas de plástico, enchi as quatro com o dinheiro e fui embora. Desci a Rua da Carioca e vi uma loja de instrumento, A Guitarra de Prata, que existe ainda hoje, e pensei: ‘É agora!’. Entrei e comprei a melhor guitarra, o melhor violão e ainda ganhei um cavaquinho de presente. Saí de lá com as quatro bolsas de di-


Dos Menudos às Empreguetes Desde que se encantou pelo violão e começou a arranhar o instrumento, aos 14 anos, Carlos Colla já compôs mais de 3 mil músicas. Cerca de 40 delas foram gravadas por ninguém menos que o Rei, Roberto Carlos. Entre elas, A namorada, a primeira e que abriu as portas para a bem-sucedida parceria com o ídolo, e Falando sério, uma de suas favoritas. Mas o Rei não é o único a gravar os hits de Colla. Entre seus sucessos estão clássicos do cancioneiro popular brasileiro como Bye-bye tristeza, Verdade chinesa e Solidão, bem como parcerias com artistas como The Fevers, Chitãozinho

& Xororó, Legião Urbana, Adriana Calcanhotto, Wando, Emílio Santiago e Tim Maia, entre muitos outros. Paralelamente, Colla também mantém uma sólida carreira como produtor musical, que o fez trabalhar com artistas de renome internacional como Luís Miguel e o grupo Menudo. Recentemente, o compositor teve executado na novela Cheias de Charme o sucesso Maria Brasileira, parceria com Michael Sullivan, interpretado pelas Empreguetes.

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Deixei a advocacia e abracei a música. Fui tocar violão na rua, em Paris. Meu começo foi lá, fui tocar violão no metrô para ganhar moedinha. Isso, aos 36 anos de idade. Até que um dia passou um cara que tinha uma gravadora.

nheiro, os dois cases e o cavaquinho, e já não tinha como eu andar direito. Mas aí passei na frente de uma loja de roupas e pensei de novo: ‘É agora!’. Entre e comprei de cinto, meia e cueca até traje a rigor. Saí, comprei quatro malas grandes e enchi com as roupas, para poder levar tudo. Só depois pensei: ‘E agora, como é que eu vou carregar isso tudo?’. Pouco à frente havia uma concessionária de automóveis. Eu fui lá e comprei um Fusca. Meti aquilo tudo dentro do Fusca, do jeito que deu, e fui embora para Niterói, para a casa da minha mãe. Com tudo isso, eu tinha gastado só a metade de uma das quatro bolsas de dinheiro. Quando cheguei lá, minha mãe estava deitada e eu comecei a derramar aquelas bolsas de dinheiro em cima dela. Ela ficou apavorada, achando que eu tinha assaltado um banco. (Risos). E eu respondi: ‘Não, mãe, eu ganhei esse dinheiro com a música, da qual a senhora fala tão mal’. Essa primeira remuneração mais substancial com a música animou você a mergulhar de cabeça na profissão? Ainda não. Eu não assumi a música. Continuei os estudos, me formei. Todo ano eu fazia uma música para o Roberto gravar, uma só. E durante 10 anos eu advoguei. Até que aconteceu um fato que me fez desgostar da carreira. Eu era um apaixonado pelo direito e também trabalhava na Ordem (dos Advogados do Brasil). Um dia, eu estava subindo de elevador quando ouvi uma explosão. Cheguei lá em cima, entrei na sala e estava uma amiga minha muito querida, chamada Lyda Monteiro, sentada, com o tampo da mesa afundado, e o seu braço havia sido arrancado. Foi a tal bomba que explodiu na OAB, no tempo da sujeira. Aquilo me alertou que minha vida deveria ser vivida de uma forma diferente. E que eu estava fugindo da minha felicidade a vida inteira por um eco de vida do meu pai, para quem era pecado ser músico. Eu percebi que tinha pego um pouco daquilo para mim, achava que tinha que ser um profissional libe-

ral, não um reles músico, dentro da minha mentezinha pequena da época. Ali eu acordei. Isso foi no início dos anos 80. Aí, cortei todas as minhas fontes com o direito. Eu tinha mais cinco empregos, larguei todos, distribuí todas as minhas causas para alguns colegas. Tudo isso em um mês. Deixei a advocacia e abracei a música. Fui tocar violão na rua, em Paris. Meu começo foi lá, fui tocar violão no metrô para ganhar moedinha. Isso, aos 36 anos de idade. Até que um dia passou um cara que tinha uma gravadora. Ele estava gravando uma faixa que precisava de um violão parecido com o estilo de música que eu tocava e perguntou se eu gostaria de gravar essa faixa, e eu fui. Depois, ele pediu para eu colocar um violão em outras faixas, eu fui colocando e, quando vi, estava trabalhando para o cara. Até que passou uma banda americana por lá, o guitarrista ficou doente e não havia ninguém para substituí-lo. E eu acabei viajando a Europa inteira com eles tocando rock. Nessa época, eu descobri que não queria ser músico. Queria a música, mas não era bem aquilo, queria criar música. Aí, voltei para o Rio, transformei um pequeno apartamento em escritório, chegava lá às 7h e compunha até as 19h. Nessa volta ao Brasil, você, enfim, se profissionalizou? Sim, aí começaram a surgir alguns trabalhos para eu produzir que acabaram virando sucesso, caso do Luís Miguel e do Menudo. Fiquei trabalhando como compositor e produtor, mas tudo muito por acaso. Nunca planejei. Eu vivo cada momento do jeito como ele se apresenta. E o lado músico, você deixou de lado? Sim, o instrumentista eu deixei de lado. Fiquei mais com a composição mesmo. Compor é o que você gosta mais? Na verdade, eu gostaria de ser o maior guitarrista do mundo, ou o maior ator do mundo, mas não consegui. (Risos) Você tem muitas canções que foram su-


cesso popular. Existe uma fórmula para o sucesso? A música vem pronta, não tem muita participação da gente. Até por isso, eu nunca valorizei muito esse meu lado compositor. É uma coisa que é tão fácil para mim que é como se eu não tivesse mérito algum. É realmente um dom, algo que nos foi dado. Nós somos como um canal, e não como uma fonte geradora. E eu tenho um problema, principalmente na hora de dormir, que é quando pinta uma ideia e eu escrevo sem parar, morrendo de sono, mas não posso perder aquela ideia. Aí, eu escrevo a letra, ligo o gravador, pego o violão e canto, para registrar a ideia. Já aconteceu isso comigo dentro de um túnel, eu dirigindo. Quando entrei no túnel, veio uma ideia linda na cabeça e eu precisava parar, senão iria perder a ideia. Assim que saí do túnel, parei o carro e comecei a escrever. Aí veio um guarda. Eu tentei explicar a situação, mas ele me deu um esculacho, me chamou de irresponsável, entre outras coisas. Quem vai entender uma coisa dessas? (Risos). Como funcionam as parcerias com o Roberto Carlos? Eu tive muito poucas parcerias com o Roberto. Na verdade, foi apenas uma música, Se o amor se vai. No mais, são canções que eu escrevo e ele canta. E é uma delícia, primeiro porque o Roberto é um cara muito inteligente, e conversar com pessoas inteligentes é um enorme prazer. Segundo, porque ele é um artista maravilhoso. Terceiro, porque eu o amo. Ele é fantástico. E como acontece nas outras parcerias? É tudo muito orgânico. Acontece de todo jeito. O mais difícil é eu fazer a letra ou a música e mandar para alguém completar. Geralmente, os cantores telefonam para mim pedindo músicas. Aí, ou eu mando algumas coisas para eles, ou eles vão até a minha casa para escutar o que eu tenho. O que dá mais certo é quando o can-

tor vai até a minha casa e escolhe. Porque quando eu envio algum material, envio de acordo com o meu gosto e, às vezes, não é o gosto do artista. É como uma roupa. Como você adaptou o seu trabalho a esses novos tempos do mercado musical, com internet, com as gravadoras tendo um outro papel...? Para mim não mudou nada. Desde que entrei nessa eu escuto as pessoas dizerem que a música está acabando e que ninguém mais ganha dinheiro com ela. Escuto isso há uns 40 anos. O que eles (produtores, diretores de gravadoras etc.) não entendem é que tudo na vida é mutável. O mundo é dinâmico, não é estático. A todo momento muda tudo, a gente muda tudo. E eu nunca tive apego a nada. Nada mesmo. Então, eu não tenho apego a velhas fórmulas. Sempre fiz música na contramão, nunca segui a moda. E se me dei bem na vida foi porque fiz isso. Por outro lado, as gravadoras têm a mania da repetição do sucesso. Por exemplo: uma cantora grava um disco de sertanejo e vende 2 milhões de cópias. Aí, chega uma outra cantora, uma roqueira maravilhosa, que fez um disco de rock independente lindo e levou para a gravadora, e a gravadora obriga essa outra cantora a virar uma sertaneja igual à primeira. E perde aquele deslumbre de roqueira para fazer um arremedo da outra. Essa é a história das gravadoras: a história da repetição. Salvo, é claro, alguns grandes mestres que continuam por aí. Os outros passam, mas eles não. A maioria dos profissionais das gravadoras, até para defender seu emprego, é obrigada a fazer isso. Então, não apostam no novo. Você acha que o suporte físico – do disco de vinil ao CD – vai acabar um dia? É preciso entender uma coisa: gravadora não vende música, vende suporte. Eles estão pouco se lixando para o

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Quem vende música é o cantor e o compositor. São duas coisas completamente diferentes. A música só está acabando para eles, porque aquele suporte ao qual eles se atrelaram, e acharam que era a única coisa que existia no mundo, mudou

Colla: quem vende música é o cantor e o compositor. Para ele, a música é a mesma, o que muda é o suporte

que tem dentro desse suporte. Quem vende música é o cantor e o compositor. São duas coisas completamente diferentes. A música só está acabando para eles, porque aquele suporte ao qual eles se atrelaram, e acharam que era a única coisa que existia no mundo, mudou. Mas para nós, criadores, pouco importa se a música vai ser gravada em uma pedra, em cera ou em uma nuvem. A música é a mesma, o que muda é o suporte. A música jamais acabará. Já os suportes acabarão todos, para que surjam novos suportes. Depois de cinco décadas de música, como é, hoje em dia, ter inspiração? O prazer de fazer música não acaba. É cada vez melhor, cada vez mais gostoso. A música é tão grande que se você estu-

dar teoria musical por 200 anos e praticar por mais 200 anos, ainda não saberá tudo. É de uma grandeza! E o poder que a música tem!? Ela é muito mais explosiva do que dinamite e mais poderosa do que qualquer bomba atômica do mundo. Ela tem o poder de entrar na mente de cada um. E daqui para frente, quais são os seus planos? Eu vou fazer tudo. Mas estou me apaixonando pelo cinema. E quero fazer teatro, quero resgatar isso. Já que eu não consegui ser ator, quero fazer os atores falarem tudo o que eu quero. Estou começando a escrever uma peça infantil, sobre a Fofunzel, que é a Rapunzel gordinha, e o Príncipe Alfinete, que é um príncipe bem magrinho. No mais, estou precisando mesmo é de umas férias. (Risos).


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EZkeys Interface

EZkeys TENHA UM PIANISTA VIRTUAL TOCANDO EM SUAS PRODUÇÕES

Em muitos momentos, abordamos nesta coluna a democratização do acesso às ferramentas de produção musical iniciada em meados da década de 1990. Essa verdadeira “Revolução” atingiu nos últimos anos um nível de maturidade que permite a qualquer músico ter o seu próprio home studio, adaptado às suas necessidades e às suas possibilidades de investimento financeiro.

Luciano Freitas é técnico de áudio da Pro Studio americana com formação em ‘full mastering’ e piano erudito

P

orém, um bom estúdio não se faz apenas de um computador decente aliado a uma interface, a um microfone e a um par de monitores de áudio. Um


tos percussivos poderiam ser programados com um nível de qualidade aceito em produções profissionais.

EZKEYS: No primeiro momento, o EZkeys se apresenta como um instrumento virtual capaz de oferecer um ótimo timbre de piano acústico desenvolvido a partir de amostras

ram criar um instrumento virtual que se encaixa perfeitamente em qualquer estilo musical (do erudito ao contemporâneo), sem necessitar de qualquer processamento adicional. Mas, como se diferenciar em um mercado que possui outras maravilhosas opções, entre elas o Ivory II (Synthogy), o Pianoteq (Modartt) e o Vienna Imperial (Vienna Sym-

dos grandes desafios é adaptar aquele cômodo velho, construído sem qualquer planejamento acústico, para ser uma sala de captação sonora. É neste momento que muitos decidem dividir as etapas do processo, optando por captar alguns instrumentos em estúdios comerciais e executar em seu home studio outras etapas da produção (edição, captação de instrumentos musicais elétricos, mixagem etc). Há ainda os que preferem programar alguns instrumentos virtuais para reduzir custos na produção. E é nesse nicho de mercado que alguns fabricantes decidiram investir, criando softwares que, embora não substituam um bom músico de estúdio, começam a criar uma legião de fãs. Para a programação de bateria acústica (provavelmente um dos instrumentos musicais que demanda maior investimento em equipamentos para a sua captação), diversos são os softwares disponíveis no mercado atualmente. BFD 2 (FXpansion), Superior Drummer (Toontrack), Addictive Drums (XLN Audio) entre outros, trazem uma infinidade de amostras capturadas de magníficos instrumentos acústicos e uma extensa coleção de arquivos MIDI contendo execuções musicais capazes de enganar grande parte da população que consome música. Mas a criatividade desses fabricantes não se resumiu à programação de bateria. A Toontrack, empresa que sempre teve seu nome associado à qualidade e à confiabilidade no mundo musical, coloca no mercado o EZkeys, um instrumento virtual capaz de gerar linhas harmônicas de piano acústico para produções em diversos estilos musicais. Seja como um músico virtual ou como o “braço direito” dos compositores, este software promete quebrar o paradigma de que apenas os instrumen-

O trunfo da Toontrack sobre os seus concorrentes foi obtido ao aplicar no EZkeys o conceito que consagrou o EZdrummer (outro produto produzido pelo fabricante)

capturadas de um piano da Steinway & Sons (sonoridade considerada como “o padrão da indústria” pela grande maioria dos produtores e artistas do cenário musical). Utilizando o que há de melhor atualmente no quesito tecnologia de gravação de áudio, aliada a meticulosas técnicas de captação, os sound designers da Toontrack consegui-

phonic Library), sem ainda se esquecer de que atualmente algumas DAWs oferecem instrumentos virtuais nativos com bons timbres, afastando o usuário da necessidade de investimentos adicionais? O trunfo da Toontrack sobre os seus concorrentes foi obtido ao aplicar no EZkeys o conceito que consagrou o EZdrummer (outro

EZkeys Song Browser

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A interface do EZkeys mostrase extremamente simplificada e intuitiva, de modo a permitir que qualquer músico consiga operá-la sem ter que recorrer ao manual do proprietário

produto produzido pelo fabricante), ou seja, ser um software de operação simples que oferece ótimos timbres, derivados dos melhores instrumentos acústicos, aliados a uma coleção de arquivos MIDI que contêm centenas de execuções musicais facilmente adaptáveis às músicas do usuário. Com essa extensa coleção de arquivos MIDI, executada pelo pianista Rickard Frohm (cada sessão possui um mínimo de oito compassos, passando por complexas progressões harmônicas), o usuário conseguirá facilmente criar harmonias para diversos gêneros musicais, podendo ainda utilizá-la como fonte de inspiração para compor novas canções. A interface do EZkeys mostra-se extremamente simplificada e intuitiva, de modo a permitir que qualquer músico consiga operá-la sem ter que recorrer ao manual do proprietário. Na tela principal, o usuário terá acesso aos ajustes de afinação (oitava, semitons e centésimos de semitons), de dinâmica (velocidade de resposta), de seleção de presets (14 disponíveis) e ao seletor da biblioteca de timbres (atualmente apenas com o Grand Piano), sendo que este nos faz presumir que no futuro o fabricante

” EZkeys Chord Circle

disponibilizará outros instrumentos, como pianos elétricos e pianos verticais, para serem utilizados no mesmo software (com coleções de arquivos MIDIs específicas para cada novo instrumento adicionado). Ainda na tela principal, o usuário encontrará quatro controles giratórios que têm suas funções assimiladas conforme o preset escolhido (por exemplo, no preset “Standard”, os


mouse em um desses clips o usuário poderá alterar a sua tonalidade, a sua oitava e a sua velocidade de execução. Já clicando em um dos acordes grafados, o usuário terá acesso à função “Smart Transpose”, um seletor no formato de um Ciclo de Quintas (Chord Circle) onde é possível substituir o acorde selecionado, alterar seu modo (maior ou menor) e adicionar ou omitir notas individuais (maj 7, add 9, sus 4 entre outras), alterando a harmonia do trecho musical. Ainda é possível carregar (arrastar) arquivos MIDI próprios ou de terceiros para a Song

ajustes disponíveis são reverb, tone, compression e detail; já no preset “Grand Tremolo”, os ajustes disponíveis serão echo, speed, depth e attack, sendo que todos os efeitos utilizam algoritmos da empresa Overloud). Selecionando a função “Song Browser”, o usuário terá acesso à coleção de arquivos MIDI (execuções musicais), os quais se mostram agrupados em nove diferentes gêneros musicais: Pop/Rock, Soul/RnB, Country, Gospel, Jazz, Latin, Blues, Boogie e Funk (conta ainda com duas categorias adicionais para acordes básicos, efeitos e finalizações). Muitos desses gêneros

Selecionando a função “Song Browser”, o usuário terá acesso à coleção de arquivos MIDI (execuções musicais)

musicais oferecem subcategorias para compassos simples e para compassos compostos (4/4 ou 6/8), as quais se ramificam em diferentes estilos musicais. Cada estilo musical oferece introdução, verso, pré-refrão, refrão e ponte (bridge), cada qual com diferentes variações. Você pode ouvir os arquivos no próprio navegador e, depois de selecionados, arrastá-los para a “Song Track” (pista da canção), na tela principal do programa. Para maior comodidade, ainda é possível arrastar uma cópia de qualquer arquivo MIDI para a pasta “Meus Favoritos” (pasta existente no programa), permitindo o acesso mais rápido a esses arquivos em trabalhos futuros. Carregados na Song Track, os arquivos são analisados automaticamente de modo a reconhecer os seus acordes, os quais serão grafados na parte superior do Clip (bloco com informações MIDI). Clicando com o botão direito do

Track, obtendo os mesmos recursos disponíveis para a coleção nativa. Finalizado o trabalho, o usuário pode arrastar o conjunto de clips para a área de trabalho (desktop) do computador criando um arquivo que pode ser facilmente carregado em qualquer DAW compatível com arquivos MIDI padrão (.mid). O EZkeys opera em plataformas Mac e Windows com Sistemas Operacionais de 32 e 64 Bits. Pode ser carregado como plug-in (formatos VST, AU e RTAS) ou utilizado no modo autônomo, garantindo baixa latência e baixo tempo de carregamento das amostras (aproximadamente 10 segundos para carregar seus 500 MB na memória RAM do computador).

Para saber mais luciuspro@ig.com.br

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COMPILAÇÃO DE TOMADAS (TAKES)

NO LOGIC PRO Vera Medina é produtora, cantora, compositora e professora de canto e

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produção de áudio

Nesta matéria, vou abordar o processo de compilação de várias tomadas (takes) no Logic Pro. Costumo receber vários questionamentos que também me fazem procurar uma forma mais efetiva de realizar alguma tarefa, e este procedimento, com certeza, o faz.

C

OMPOSITE TRACK OU COMP TRACK

Essa função (e técnica) permite economizar tempo na gravação de uma parte específica da música. Ao gravar uma parte de uma música, é possível gravar esta mesma parte várias vezes. Todas as

Figura 1 - Settings

gravações são agrupadas em uma pasta chamada “Take Folder” e visualizando e ouvindo estas partes é possível escolher a melhor gravação ou combinar partes específicas destes vários “takes”. Utilizo muito em gravação de vocais, violão e outros instrumentos acústicos, princi-


palmente. É uma técnica interessante sempre que se procure “a melhor atuação” ou formas criativas para a seção escolhida da música. Primeiro, é preciso que a configuração permita este tipo de gravação. Vá para o menu Settings (configurações) > Recording (gravação) > na seção MIDI > Overlapping Recordings (gravações sobrepostas), escolha Create Take Folders (criar pastas de takes) (Vide Figura 1 - Settings ). Crie uma trilha nova (Track > New) de áudio ou MIDI. Vamos começar com uma gravação de áudio. Posicione o cursor do Logic onde você pretende iniciar a gravação. Clique no botão de gravação (Record) ou pressione R. Grave uma parte da música e pressione Parar (Stop). Volte o cursor ao posicionamento inicial e grave novamente a parte. A forma como eu faço este tipo de gravação é geralmente deixando em loop a parte que eu quero gravar várias tomadas, ou seja, Cycle Mode. Desta forma, a parte marcada vai recomeçando quantas vezes for necessário, o que permite não atrapalhar o fluxo de criação. Por isso citei no início que utilizo muito este tipo de gravação para instrumentos acústicos e vocal. Agora vem a parte mais interessante. Após gravar as duas tomadas, você perceberá um triângulo do lado esquerdo e mais dois símbolos do lado direito do arquivo de áudio, um retângulo e outro triângulo. (Vide Figura 2 - Take Folder).

Figura 2 - Take Folder

Ao clicar no triângulo do lado esquerdo, todas as tomadas que foram gravadas são apresentadas na Arrange Window. O triângulo do lado direito permite visualizar um menu de alternativas. (Vide Figura 3 - Take Folder 2). Ao lado do triângulo direito, visualizamos um botão chamado Quick Swipe Comping, o qual permite optar pelo modo de edição da pasta de tomadas (Take Folder). Quando está com o fundo branco, está ligado e permite criar composições das tomadas que fazem parte da pasta. Apertando, seu fundo fica preto, está desligado e pode-

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TECNOLOGIA| LOGIC | www.backstage.com.br Figura 3 - Take Folder 2

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se fazer ajustes na pasta como um todo. Voltando ao menu de alternativas, conforme a figura 3, temos as seguintes opções:

escolhe parte de um take para compor a nova track consolidada. • Rename Take / Comp: Basta escolher uma tomada (take) e clicar em rename para renomeá-la. O mesmo vale para Comp. Escolha um Comp e clique em rename e renomeie-o. • Delete Take / Comp: Escolhendo uma tomada ou Comp, clique em Delete para deletá-lo. • Flatten: Esta opção permite consolidar numa track todas as partes escolhidas de cada tomada. Basta escolher a track de Comp de sua preferência no menu e em seguida escolher a opção Flatten. Estas partes ficam consolidadas, sendo que é aplicado um cross fader entre cada parte e um fade out no último take. Mais utilizada em consolidações de drums, baixo, guitarra. (Vide Figura 4 - Flatten). • Flatten and Merge: Esta opção permite consolidar numa track todas as partes escolhidas de cada tomada. A pasta de tomadas (Take Folder) é substituída por uma única região que representa as partes selecionadas das tomadas. Quaisquer áreas não utilizadas nesta compilação são deletadas. Basta escolher a track de Comp de sua preferência no menu e em seguida escolher a opção Flatten & Merge. (Vide Figura 5 Flatten and Merge). • Export active Take to New Track: Caso queira, basta escolher uma das tomadas e com este comando, a mesma será exportada (copiada) para uma nova trilha, mantendo a pasta de tomadas inalterada. • Move active Take to New Track: É um comando similar ao anterior, entretanto, a tomada é retirada da pasta original e movida para uma nova trilha. • Unpack ou Unpack to New Tracks: este comando possibilita abrir o conteúdo de uma pasta para novas trilhas ou não, mas mantendo a mesma configuração de canais original e tornandoos dependentes entre si.

Basta escolher a track de Comp de sua preferência no menu e em seguida escolher a opção Flatten. Estas partes ficam consolidadas, sendo que é aplicado um cross fader • Create New Comp: Esta opção desaparece automaticamente quando você

Figura 4 - Flatten


possível consolidar várias partes de cada tomada em apenas uma track, como foi abordado para áudio. Ou seja, não há a função Composite Track, é possível somente escolher a melhor de todas as tomadas. Depois de utilizar algumas vezes, este processo se torna automático, sendo cada vez mais fácil utilizar uma das opções para compor novas trilhas.

Figura 5 - Flatten and Merge (audio 1)

Para saber online

Figura 6 - Take Folder MIDI

• Quick Swipe Comping: já falamos desta opção que pode também ser escolhida neste menu ou clicando sobre o retângulo ao lado do triângulo superior direito. Até agora falamos em áudio. Para as

trilhas de MIDI, temos a mesma função de gravar várias tomadas e poder visualizá-las numa pasta semelhante a de áudio também chamada Take Folder (vide Figura 6). Uma grande diferença é que não é

vera.medina@uol.com.br www.veramedina.com.br

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TECNOLOGIA| CUBASE | www.backstage.com.br 60 Figura 1

A utilidade universal desta função faz dela uma constante em nossos treinamentos e aulas. Por este motivo vamos a um rápido tutorial para reforçar o conceito e ampliar o uso da função Freeze.

FUNÇÃO FREEZE Marcello Dalla é engenheiro, produtor musical e instrutor

E

xiste uma unanimidade entre os usuários de múltiplas workstations de que o Cubase e o Nuendo “rodam leves” em cima de qualquer plataforma (Mac ou PC), tirando o máximo proveito do DSP da máquina. Também compartilho da mesma opinião e vejo também que isso é uma marca dos softwares da Steinberg desde as primeiras versões. Toda a engenharia

envolvida no ASIO, no VST e na Steinberg Engine (somadores) também é marcada por essa filosofia de aproveitar o máximo que o hardware pode oferecer. Mesmo assim, é fundamental administrarmos o uso do DSP para que o desempenho esteja garantido. No mundo digital sabemos que desempenho é diretamente proporcional à qualidade do som. Por esta razão, o Cubase tem fun-


ções poderosas sob o comando do usuário para gerenciar o processamento e “nadar de braçada” no DSP disponível, mesmo que não seja uma máquina parruda.

O POTENCIAL DA FUNÇÃO

Figura 2

reverb insertados e que, obviamente, precisarão de um tempo para decay ou fade out. Escolha, por exemplo, 4 segundos e clique ok. Observe o processamento (barra

FREEZE AUDIO CHANNEL Vamos num “passo a passo”. Acho o procedimento fundamental para a galera que está decolando agora no Cubase e é importante para os mais experientes. Nossa situação é a padrão: uma sessão com vários canais de áudio em que temos plug-ins insertados em um canal e assim usando o DSP para processamento. Na figura 1 temos uma sessão de exemplo. Abra uma sessão de teste em que você possa simular esta situação. Vá até o menu “devices” e abra o medidor de desempenho VST Performance (F12) – centro esquerdo da figura 1 –; esse medidor está implementado em todas as versões. Indique na linha superior (ASIO) a demanda de CPU e na linha inferior (Disk) a demanda de disco. Clique com o botão auxiliar direito sobre o VST performance e marque “always on top” para que ele esteja sempre visível sobre as demais janelas que você abrir. Escolha um dos canais e comece a insertar plug-ins. Podem ser plugins nativos ou de outros fabricantes. Observe que à medida que você vai insertando, a barra do medidor (ASIO) vai indicando o aumento do uso de DSP para processamento. Sabemos que computadores são “calculadoras” poderosas que fazem “contas” em tempo real e que áudio digital é uma sequência de “números” que a nossa calculadora lê (toca), escreve (grava) e faz cálculos, quando usamos plug-ins. Por este motivo nosso medidor sobe quanto mais cálculos solicitamos em cima do áudio. Imagine que, em nossa sessão, o canal de exemplo é uma guitarra e insertamos uma distorção, um delay, um equalizador e um compressor. Em termos de timbre chegamos a um resultado que está deixando o guitarrista feliz e que estamos partindo para a mixagem da música onde precisaremos insertar mais plug-ins em outros instrumentos. É o momento para “Freezar” nosso canal de guitarra e liberar o DSP. À esquerda do track, nos comandos de cada canal existe um ícone semelhante a um “cristal de neve”. Clique nele. Na sequência, surge um prompt com “Freeze Channel Options” com uma janela em segundos “Tail Size” (figura 2). Você determina aqui a “sobra” que deve existir caso você tenha um delay ou

Sabemos que computadores são “calculadoras” poderosas que fazem “contas” em tempo real e que áudio digital é uma sequência de “números” azul) que acontece imediatamente. Acompanhe o medidor VST Performance que abrimos logo no início e observe no medidor ASIO o que acontece ao final do processamento (figura 3): DSP livre de novo, amigo! O que acontece? O Cubase processa o canal da guitarra

Figura 3

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TECNOLOGIA| CUBASE | www.backstage.com.br 62

O importante nessa história é que você continue com a liberdade de usar o fader de volume do canal e também as mandadas de efeitos em paralelo (sends)

Figura 4

com todos os plug-ins insertados, gera um arquivo de áudio resultante deste processamento, cria uma pasta “freeze” no diretório do projeto e põe este arquivo lá dentro da pasta. A partir deste momento, ele passa a ler este arquivo processado “offline”, ao invés de tocar o arquivo original e ficar fazendo os cálculos dos plug-ins aplicados. O arquivo não é mostrado na pista, ele fica “oculto”, mas o ícone “cristal de neve” que foi clicado fica aceso em cor laranja para indicar que o canal está “freezado”. Observe que no mixer do Cubase (F3) também existe a sinalização no fader do canal que foi freezado. O importante nessa história é que você continue com a liberdade de usar o fader de volume do canal e também as mandadas de efeitos em paralelo (sends). No nosso caso, podemos continuar nossa mixagem dosando o volume no contexto e mandando o som da nossa guitarra para um reverb em paralelo. O que liberamos foi o DSP que ficava “mastigando” os efeitos no insert na guitarra. Abra o Media Bay ou use o Explorer e veja lá na pasta de projeto a pasta Freeze com o arquivo processado dentro (figura 4).

Com essa função, você gerencia seu DSP de uma maneira eficiente, principalmente em sessões com muitos canais. Sempre usei em música e, principalmente, em mixes de cinema em que a quantidade de canais se torna grande quando se somam diálogos, efeitos, música e ambiências. Recomendo que usem “na real” o que eu descrevi neste artigo. Façam experiências como reinserir o arquivo freezado na sessão para continuar processando. Enfim, explorem as possibilidades e vantagens que a função permite. Abraço!

Para saber online

dalla@ateliedosom.com.br www.ateliedosom.com.br Facebook: ateliedosom Twitter:@ateliedosom


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SIBELIUS| www.backstage.com.br 64

ATALHOS E SEUS

Quando se fala em produtividade e proficiência em algo relacionado à tecnologia, atalhos de teclados são lembrados imediatamente como um dos maiores aliados. Porém, é comum tentarmos decorar atalhos e isso pode gerar muita frustração, pois nossa memória é limitada.

CONCEITOS

Cristiano Moura é produtor, engenheiro de som e ministra cursos de Sibelius na ProClass-RJ

E

ntão, ao invés disso, prefiro ensinar meus alunos a entender o conceito por trás de cada atalho. Desta maneira, não apenas podemos memorizá-los mais facilmente como também podemos “adivinhar” alguns outros que nunca nos foram apresentados. (fig. 1)

cia seja a mais próxima possível da escrita no papel. Então, para que o método de escrita seja o mais consistente possível, o Sibelius adotou a filosofia de não usar combinações de teclas nos atalhos que estejam relacionados à escrita. Vamos ver alguns exemplos: Para criar elementos como ligaduras de fraseamento, pedal, trêmolos, indicação

fig. 1 - keypad

ATALHOS DE CRIAÇÃO DE ELEMENTOS O Sibelius foi pensado para oferecer o acesso mais imediato possível à escrita. A ideia é que a tecnologia não interfira no processo criativo, e que a experiên-

fig. 2 - linhas


de oitava acima ou abaixo e casas de repetição, usa-se a letra “L”, pois todos estes são elementos baseado em linhas (fig. 2). Para se criar uma mudança de compasso, usamos a letra “T”, que vem do inglês time signature. Já para mudar a armadura de clave, basta pressionar a letra “K”, que vem do termo key signature. E como em toda regra existe uma exceção, para mudar de clave, usase a letra “Q”. O termo em inglês é clef, mas a letra “C” não poderia ser utilizada pois é usada para escrever a nota “Dó” pelo teclado. Por isso, a letra “Q” foi escolhida baseada no fonema inicial, similar ao som da letra “Q”. Duas expressões muito utilizadas são a ligadura de fraseamento e o crescendo e descrescendo. Por ser muito usado, duas teclas foram direcionadas a estes casos. A letra “S” acrescenta a ligadura de fraseamento, que em inglês é chamada de Slur. Já o crescendo pode ser criado com a letra “H”, do inglês hairpin.

SHIFT: A TECLA DE INVERSÃO Na parte anterior, não cheguei a explicar como fazer o decrescendo, pois neste momento gostaria de reforçar a importância de entender o conceito de cada atalho, e não as teclas em si. A tecla Shift no Sibelius atua como uma tecla de inversão. Costumo di-

fig. 3 - mouse

zer que é a tecla “do contra”. No exemplo acima, vimos que o crescendo é feito com a letra “H”. Então, para fazer um descrevendo (que é exatamente o inverso) podemos utilizar o comando Shift + H. Começou a fazer sentido?

TECLADOS COM ATALHOS CUSTOMIZADOS Algumas empresas desenvolvem teclados com os atalhos impressos nas teclas para vários softwares. Talvez a mais famosa seja a Logic Keyboard. Conheça as opções em

fig. 4 - atalhos abas

Vamos ver outro exemplo. O botão de rolagem do mouse atua rolando a tela na direção vertical (cima/ baixo). Experimente manter pressionado o Shift enquanto faz a rolagem e veja o resultado: a rolagem agora é feita na direção horizontal (esquerda/direita)! Este talvez seja um dos maiores aprendizados em qualquer software. Entendendo esta lógica, é possível descobrir muitas funções sem sequer consultar o manual.

VISUALIZANDO ATALHOS NA INTERFACE Para todos os usuários de Sibelius, caso o usuário perceba que está utilizando o mouse diversas vezes para a mesma função, existe uma maneira muito simples de descobrir qual o atalho para aquela função. Passe o mouse em algum botão da interface por alguns segundos e o software apresentará o atalho correspondente (fig. 3). Para usuários do Sibelius 7, existe uma opção muito interessante na barra de funções. Ao pressionar a tecla Control (Mac)/ Start key (Win), o software apresenta os atalhos para cada uma das abas (fig. 4).

fig. 5 - logic keyboard

www.logickeyboard.com (fig. 5). Uma outra opção são as capas que se encaixam no teclado do usuário.

fig. 6 - kbcovers

Acesse www.kbcovers.com para ver as opções (fig. 6).

Para saber online

cmoura@proclass.com.br http://cristianomoura.com

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UM CARROSEL

Existe uma enorme confusão a respeito dos parâmetros ou características do som. Uma troca primária de nomenclatura que envolve músicos, técnicos, produtores, professores e alunos de música e de acústica. E também a indústria. Ao perturbar nosso entendimento, atrapalha a compreensão dos fenômenos sonoros e a nossa própria capacidade de intervir neles usando nossos instrumentos musicais, microfones e processadores de áudio.

DE PARÂMETROS Sergio Izecksohn, músico, é diretor e coordenador pedagógico da escola de produção musical Home Studio. www.homestudio.com.br

A

compreensão dos parâmetros do som é fundamental para uma boa interpretação musical e uma boa leitura, mas também para quase todos os aspectos da produção, como o arranjo, a

‘fortes’ e ‘fracos’, ou ainda ‘agudos’ e ‘graves’, têm entre si uma defasagem de significados, formando um curioso carrossel. Um som mais agudo, por exemplo, é uma nota mais alta na escala ou um tim-

captação do áudio, a programação de sintetizadores, samplers e outros instrumentos, a gravação, a edição, a mixagem e a masterização. A linguagem popular pega emprestado da acústica e da música todos os termos técnicos, só que utilizando os sentidos trocados. As expressões técnicas e aquelas do dia a dia, como sons ‘altos’ e ‘baixos’, ou

bre mais aberto? E se o cliente pedir ao arranjador para “abaixar”, estará se referindo à tonalidade ou ao volume? A escrita musical se baseia em quatro parâmetros básicos do som: altura, intensidade, duração e timbre. A altura é a própria ‘afinação’ da nota musical ou qualquer frequência sonora. Se tocarmos uma escala como Dó, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá, Si e


Dó, estamos subindo a escala, já que executamos frequências cada vez mais altas. Por isso, dizemos notas ou sons altos e baixos. Quanto mais alto o som, mais curto é o ciclo da sua onda. Então, as baixas frequências são ondas mais longas. Popularmente, no entanto, as alturas são mais conhecidas como sons “agudos” e “graves”. Aí começa a confusão. Note que não temos um “sax agudo” nem um “contragrave”, mas o sax alto e o contrabaixo. Agudo e grave são, antes, propriedades do timbre, outro parâmetro do som.

Quanto mais alto o som, mais curto é o ciclo da sua onda. Então, as baixas frequências são ondas mais longas

É claro que sons mais altos, como os do violino ou do flautim, soam mais agudos do que outros mais baixos como o da tuba ou do contrafagote. Mas também é claro que podemos abafar aqueles, tornando-os menos agudos, e até mesmo subtrair um tanto do grave destes usando um equalizador. Ou seja, alteramos os timbres para torná-los mais ou menos agudos, ou ainda, mais ou menos graves. Mas isto não significa mudar as alturas! Para aumentar a confusão, se você for comprar um aparelho de som numa loja de eletrodomésticos, o vendedor vai lhe informar que um modelo é mais caro porque ele tem o som mais “alto”. Os outros tocam mais “baixo”, ou com menor “volume”. Certo, mas ajudaria a diminuir a confusão se ele falasse em sons fortes e fracos. Mas, aí, já estamos falando do segundo parâmetro do som. A intensidade é a força ou o ‘volume’ de cada som. Tocando as mesmas frequências com mais energia fazemos o som se

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HOME STUDIO| www.backstage.com.br 68

Na onda sonora, a variação da intensidade corresponde a uma mudança de amplitude. Como a onda representa graficamente a variação da pressão do ar no eixo vertical, ao longo do tempo, representado na horizontal, maiores amplitudes representam sons mais fortes.

propagar por distâncias maiores e ser percebido com mais clareza ou mais próximo do ouvido do que se enfraquecermos a geração do som. O termo “volume” tem seu uso generalizado em amplificadores e controles de intensidade sonora dos mais diversos produtos, de microsystems a aplicativos de celulares. Para evitar dúvidas, seria mais claro falarmos em sons ‘fortes’ e ‘fracos’ (ou piano, do italiano, a língua da música) do que em sons ‘altos’ e ‘baixos’, deixando estes adjetivos para as alturas, não para as intensidades. Mas é compreensível falar em ‘volume alto’ ou ‘volume baixo’. Na onda sonora, a variação da intensidade corresponde a uma mudança de amplitude. Como a onda representa graficamente a variação da pressão do ar no eixo vertical, ao longo do tempo, representado na horizontal, maiores amplitudes representam sons mais fortes. Consequentemente, uma linha reta horizontal significa silêncio, ausência de vibrações ao longo do tempo. O timbre é a característica mais marcante do som, que distingue, por exemplo, a minha voz da sua, mesmo que estejamos cantando a mesma nota. Além do som ou frequência fundamental, emitimos outros sons mais altos (“agudos”, no jargão popular) e bem mais fracos, muito sutis, chamados harmônicos. São os múltiplos da frequência fundamental. Alguns desses harmô-

nicos, com mais intensidade, predominam sobre os demais, definindo o ‘colorido’ do som. Como esses harmônicos predominantes ou formantes variam de um timbre para o outro, ou seja, têm suas intensidades diferenciadas, embora sejam os mesmos harmônicos, essa combinação de frequências com intensidades variadas resulta no timbre. Com relação à onda sonora, o timbre é a onda resultante da superposição da onda fundamental e seus harmônicos, considerando suas diversas intensidades. Ou, ainda, o timbre é a forma da onda. Cada frequência isolada, seja a fundamental ou um harmônico, tem a forma arredondada de uma onda senoide. Juntas, essas ondas senoides influenciam mais ou menos o desenho da onda resultante, de acordo com suas diversas intensidades. Quanto mais intensos os harmônicos, mais complexa se torna a forma da onda. Os adjetivos mais apropriados aos timbres seriam, aí, sim, agudo e grave, no lugar dos vagos ‘brilhante’, ‘pesado’ ou os perigosos ‘forte’ e ‘fraco’, que trazem confusão entre timbres e intensidades. Agudo no sentido de que concentra sons altos e grave porque nele predominam as baixas frequências. A duração é o parâmetro mais intuitivo de todos: sons longos ou curtos. Este, aparentemente, não traz confusão linguística. Observando o gráfico da onda sonora, percebemos diferentes durações dos sons quando afastamos a visualização, reduzindo o zoom, até abranger todos os ciclos da onda de cada som ou nota musical. Observamos aí o contorno ou envelope das ondas sonoras. Agudo ou grave, forte ou fraco, alto ou baixo são adjetivos e advérbios que ainda trarão muita confusão. Isto também acontece em outros idiomas, como o inglês. Palavras como treble, bass, high e low, por exemplo, também têm significados sobrepostos em relação às propriedades do som. Os dicionários não ajudam muito, quando não reforçam ainda mais a confusão, refletindo as imprecisões da linguagem popular


e da linguagem técnica muitas vezes mal empregada. Combinando verbetes de alguns dos mais populares dicionários e selecionando as acepções mais ligadas ao assunto, temos diferentes significados apresentados para cada um dos atributos referentes aos parâmetros do som. agudo adj Forte, violento, vivo. Mús Diz-se do som alto ou fino, em contraposição ao baixo. sm Mús Nota aguda. grave adj Pesado. Intenso, profundo. Fís e Mús Designativo do som produzido por pequeno número de vibrações. sm Fís Sujeito à ação da gravidade, pesado. Mús Nota grave ou baixa. alto adj Dotado de altura. Superior, elevado. Que soa forte. Agudo: Som alto. adv A grande altura. Na parte mais alta. Em som ou voz alta. Mús A parte cantada pelas vozes masculinas mais altas. Mús A segunda em altura das quatro partes vocais do coro misto ou a parte ou partes baixas em um coro feminino. Mús Cantor de altos. baixo adj De pouca altura. Que está inferior a seu nível ordinário. Que tem som grave. Que mal se ouve. sm A parte inferior. Som grave. Mús Cantor, instrumento ou voz que ocupa a parte mais baixa na execução de uma peça musical. Mús As cordas mais grossas de certos instrumentos. adv Em lugar pouco elevado. Em tom grave. Em voz baixa. forte adj Que tem força. Poderoso. Enérgico. Intenso: Cor forte. En-

tendido, muito instruído. Mús Trecho em que o som é reforçado. adv Mús Com mais força. fraco adj Que não tem força, débil, frouxo. Que soa mal ou debilmente. Aproveitemos a consulta ao dicionário para mais uma palavrinha perigosa: volume. volume sm Grandeza, tamanho, desenvolvimento. Massa, quantidade. Extensão da voz. Mec O produto da massa pela densidade. Mús A massa de som produzido por uma voz ou por instrumento.

clareza, podemos evitar os significados escritos na cor vermelha. Sem a pretensão de sugerir uma nomenclatura, mas apenas buscando restringir o sentido de algumas palavras, podemos ser mais explícitos ao nos referirmos ao nosso som ou ao som dos outros. Assim, alto e baixo se referem às alturas, frequências ou afinações. Grave e agudo são mais adequados aos timbres. E as intensidades podem ser classificadas como fortes ou fracas. Mesmo continuando a falar a mes-

O tradutor inglês/português também ajuda pouco: volume n Quantidade, massa. Intensidade do som, sonoridade. Tamanho, extensão. Encontramos, ainda, traduções de treble (agudo, soprano), bass (baixo, grave), high (alto, forte), low (baixo, fraco) que só complicam ainda mais a situação. A imagem quase mítica do carrossel dos parâmetros do som pode ajudar a desvendar seus diversos significados. Nela, observamos a defasagem entre os conceitos técnicos e populares. São bem compreensíveis os termos assinalados em verde. Para maior

ma linguagem, definir esses conceitos com clareza e objetividade nos permite traduzir facilmente o que os outros estão dizendo. E até nós mesmos!

Para saber online

www.homestudio.com.br

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PRODUÇÃO MUSICAL| www.backstage.com.br 70

Parece, mas

Uma vez montado o “setup” de guitarra e depois de horas de rodar botão para cá, rodar botão para lá, finalmente conseguimos chegar àquele som que estávamos procurando a vida inteira.

não é

O Tamanho do seu Estúdio PARTE 8 Ricardo Mendes é produtor, professor e autor de ‘Guitarra: harmonia, técnica e improvisação’

T

odos emocionados no estúdio, um som lindo de guitarra e alguém diz: “cola os potênciometros na posição que estão para nunca mais mudar o som”, e outras coisas do tipo. Grava-se o primeiro take, o guitarrista, inspirado pelo timbre, faz um take primoroso, com todo o feeling do mundo, e ainda apro-

veita e faz o solo direto. De tão inspirado que estava, o solo já vale de primeira e o próprio guitarrista fala: “nunca mais vou conseguir tocar isso de novo”. Todo mundo feliz até que alguém sugere: “Vamos ouvir o take?” Bem, o que foi tocado está lá, mas as caras já não estão tão alegres, até que al-


O primeiro – O tipo de microfone: não existe nenhum microfone no mundo que tenha a mesma sensibilidade que o ouvido humano e, no caso em questão, a guitarra tem um espectro muito amplo de frequências. Acredito que microfones

O segundo – A posição do microfone: cada ponto do alto-falante

guém mais corajoso diz: “o som aqui não está igual ao som que está lá dentro” (dentro da sala onde o amplificador de guitarra está). O botão Play passa a ser a distância entre o céu e o inferno, e o “clima astral” da sessão foi ladeira abaixo. Esta situação é extremamente comum em sessões de gravação de guitarra. Se o som estava bom no amplificador, e eu coloquei um bom microfone na frente dele, por que o som gravado não é igual ao som que sai do amplificador? Muitas pessoas acham que isso pode ser atribuído ao fato de não ter usado o microfone certo, ou, então, não ter colocado o mesmo na posição correta. Bem, isto até pode ser, mas não é tudo. Eu realmente tenho gravado guitarra há muito tempo e já cometi todos os tipos de erros e apostas furadas que se poderia imaginar, mas cheguei a uma conclusão inicial: é impossível se captar um som de guitarra amplificada de maneira satisfatória com apenas um microfone. Acredito que isso se deva aos seguintes fatos:

“escutam” apenas uma parte do som e que, de certa maneira, esta parte é ouvida de maneira diferente por cada um. Se

ções mais próximas às bordas. Em alguns casos, em que o amplificador não esteja tão alto, para sons clean também gosto do AKG414, Neumman TLM-103e ou de um ribbon, como os Royer 101 e 121. No entanto, lembre-se: evite colocar microfones condensadores ou ribbon muito próximos a fontes de som muito altas, pois eles são mais sensíveis e podem ser danificados pelo excesso de volume.

Se o som estava bom no amplificador, e eu coloquei um bom microfone na frente dele, por que o som gravado não é igual ao som que sai do amplificador? soa de maneira diferente. O centro é o ponto onde ele soa mais agudo e a borda é onde ele soa mais grave. E no percurso entre o centro e a borda há uma variação tonal enorme em “degradê” do agudo para o grave. E o microfone pode

eu usar mais de um microfone, estaria “escutando” mais partes deste som. O jogo seria colocar quantos microfones fossem necessários para que pudéssemos perceber todas as partes do som. Eu, particularmente, tenho algumas preferências, como os clássicos Shure SM-75 e Sennheiser e-609 para as posições mais próximas ao centro, e os Shure Beta 58 e Sennheiser MD-421 para as posi-

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PRODUÇÃO MUSICAL| www.backstage.com.br 72

ser posicionado virtualmente em qualquer ponto para se obter a tonalidade desejada. Faça um pequeno teste: coloque o amplificador em um volume extremamente bai-

ambiência também terá que ser captada se quisermos obter um som o mais próximo possível do que está saindo do amplificador. Esta distância se aplica tanto aos microfones próximos (close mic) que irão captar as nuances de tonalidade entre o centro e a borda do alto-falante, quanto ao(s) microfone(s) que irão captar a ambiência (far mic). Para os microfones de ambiência, sempre prefiro os condensadores ou ribbon, e o posicionamento deles pode variar desde meio-metro até no fundo da sala. Depende de quanta profundidade você quer. Em alguns casos, quando quero um som com bastante frequências baixas, como em guitarras de 7 cordas ou droptune, utilizo um microfone atrás do am-

Em alguns casos, quando quero um som com bastante frequências baixas, como em guitarras de 7 cordas ou drop-tune, utilizo um microfone atrás do amplificador

xo (caso contrário você poderá danificar o seu ouvido), coloque seu ouvido praticamente encostado no altofalante e peça para alguém tocar a guitarra. Agora vá movendo a sua cabeça e ouça como o som muda à medida que seu ouvido se desloca em relação ao centro do alto-falante. Parece que tem alguém mexendo ensandecidamente na equalização. O terceiro - A distância do microfone: é muito comum se colocar o microfone praticamente colado no alto-falante, mas o fato é que quando ouvimos um amplificador de guitarra não estamos com o ouvido nesta posição. Isto quer dizer que o que ouvimos também tem uma influência, e grande, do ambiente em que o amplificador está. E esta

plificador. Normalmente um Neumman U-87 ou um AKG D-112. Bem, a grande brincadeira está em conjugar estes três fatores. E não há realmente uma regra. Na verdade a regra que existe é a experimentação. As sugestões de escolha de microfones e de seus posicionamentos dadas acima são um bom e seguro ponto de partida, mas cada som de guitarra e cada música têm as suas próprias particularidades e, para se tirar “aquele” som de guitarra é trabalhoso, porém divertido. No próximo mês, falaremos sobre as combinações destas possibilidades. Abraços a todos e até lá!

Para saber mais redacao@backstage.com.br


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BAIXO ELÉTRICO| www.backstage.com.br 74

Jorge Pescara é baixista, artista da Jazz Station e autor do ‘Dicionário brasileiro de contrabaixo elétrico’

CONSTRUA

o seu próprio baixo BASS GUITAR DESIGNER’S TOOLKIT Fim de ano chegando, fim de uma era, final dos tempos. Conjeturei sobre estes assuntos ultimamente e percebo que, em parte, um fim de algo, necessariamente, sob qualquer ponto de vista, é o início de outro. Assim, 2012 marca o começo de uma nova era, uma nova fase em nossas vidas. Não poderíamos deixar passar em branco esta edição de fim/recomeço para analisar uma ferramenta nova que promete renovar o conhecimento que temos sobre o design dos baixos elétricos. Desenhar um novo baixo é um início de processo, então, lá vamos nós.

c

riado e desenvolvido por Jerzy Drozd, um luthier do leste europeu que reside em Barcelona, Espanha, este software é um interessante pacote com versões para Mac OS X e PC que promete calcular todas as partes de um novo ‘axe’, fazer o Mock Up e ter todos os planos desenhados em cerca de um dia de trabalho, mesmo sendo inexperiente no design de instrumentos. Com diversos tutoriais em vídeo, um FAQ, consultas em arquivos PDF farta-

mente ilustrados, desenhar passo a passo é questão de experimentar. Um livro chamado Workbook e um DVD de instalação são incluídos no pacote. Uma versão do CAD vem de brinde na instalação do B-Calc, mas para macmaníacos, como o que vos escreve, é necessário fazer uso do Bootcamp e instalar uma versão do Windows na máquina (já que o CAD só roda em ambiente Windows XP, Vista, W7 etc.). A base deste produto é um software chamado B-Calc


que permite cálculos de headstock, capotraste (nut), espaçamento e bitola das cordas, além dos cálculos extras. Este programa contém uma extensa livraria de hardwares de instrumentos (tarraxas, pontes, pickups etc) em arquivos PDF, 3dm e dfx que podem ser aplicados diretamente aos projetos, durante o processo de criação. Junto com o shape de corpos, braços e escalas pré-desenhados, realmente torna-se prático criar um novo instrumento. Depois é só levar a um luthier e encomendar a construção. São fornecidos logins para acesso total ao conteúdo do site do fabricante onde se tem oportunidade de baixar e assistir vídeos tutoriais com versões completas para instrumentos aparafusados (bolton), layouts e cálculos para instru-

Os layouts de corpos para baixo elétrico vêm em versões para 22, 24, 28 ou 36 trastes e são totalmente editáveis (em .DFX ou .3DM) podendo ser estilizados à vontade mentos semiacústicos (hollow/ chambered) e uma extensa biblioteca de hardware. Três diferentes métodos podem ser usados para a criação e desenvolvimento dos desenhos: Formato 3DM: É o formato padrão para o software Rhinoceros CAD 3D usado no mundo inteiro. Formato DXF: Para quem trabalha com CAD, mas não usa o Rhinoceros.

Formato PDF: Para quem prefere o projeto no papel impresso. Os cálculos de escala estão prontos em várias medidas: 30”, 32”, 33”, 34”, 35”, 36”… ou mesmo escalas intermediárias com 33,5” ou 34,25” e por aí vai. São 48 shapes de nut (capotrasto) ao total, se o usuário quiser aplicar um modelo pronto. Os layouts de corpos para baixo elétrico vêm em

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HB6C-1

versões para 22, 24, 28 ou 36 trastes e são totalmente editáveis (em .DFX ou .3DM) podendo ser estilizados à von-

tade. Os desenhos já vêm com as cavidades de eletrônica (11 tipos de layouts disponíveis) no projeto e em baixos de 4, 5, 6, ou 7 cordas, tudo totalmente passível de edição. São 52 tipos de headstock com diversas variações de configuração de tarraxas: 2L+2R, 4L, 3L+2R, 2R+3L e assim por diante. Oferece 36 tipos diferentes das melhores pontes encontradas no mercado. Com todos os padrões de espaçamento disponíveis. Apresenta 26 escolhas diferentes de pickups, desde os clássicos tipos jazz bass e precision, single coil ou double coil, passando por humbuckings até os mais modernos soapbars. São seis modelos distintos de tarraxas, das “orelhas de elefante” até as mais modernas, incluindo as

Hipshot Xtender Key, podem ser usadas nos layouts. Todos os parâmetros são 100% flexíveis, tais como quantidade de cordas, espaçamento de cordas, bitola de cordas, distâncias entre o nut e a primeira corda, e o nut com a última corda. Pode-se também escolher as bitolas de cordas de forma independente, no caso de se usar kits mistos de cordas. Todos os cálculos e padrões do B-Calc vêm em milímetros ou polegadas. Além do baixo elétrico também se pode desenhar guitarra, violão nylon, violão aço, dobro guitar, banjo, ukelele, violino, viola, violoncelo, contrabaixo, electric upright bass e qualquer instrumento de cordas com mais de 7 cordas. Jerzy garante 100% de satisfação ou o dinheiro de volta em até 60 dias de uso/teste para quem adquirir o pacote com um preço de 67 euros. Visite http://www.electricbasssecrets.com/ e confira! Paz Profunda .:.

Para saber online

jorgepescara@backstage.com.br http://jorgepescara.com.br


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REPORTAGEM| www.backstage.com.br 78 redacao@backstage.com.br Fotos: Graça Paes / Jackson Ciceri / Nelson Cardoso / Divulgação

Festa N

o mês de outubro, Canela, na Serra Gaúcha, recebeu no Hotel Laje de Pedra, como nos anos anteriores, os mais expressivos nomes da indústria da música no Brasil e alguns políticos alinhados com os anseios dos músicos. Foram três

dias de intensas atividades artísticas e calorosas discussões sobre os problemas que a classe musical ainda sofre no País, além da entrega de troféus aos músicos e compositores que se destacaram, conforme a comissão organizadora, em sua vida profissional.

Na edição deste ano, a Festa Nacional da Música, atinge a sua maturidade e se torna o principal elo entre a indústria da produção musical e a classe política; sem os “trejeitos” tão familiares em Brasília.

Aproveitando o momento, o deputado e presidente da Câmara Federal Marcos Maia falou da possível aprovação do vale-cultura ainda neste ano.


Homenagem aos Golden Boys

Nacional da Música POLÍTICA, MÚSICA, SHOWS E HOMENAGENS Com a presença da Ministra da Cultura, Marta Suplicy, e diversos políticos, Fernando Vieira, idealizador da Festa Nacional da Música, deu boas vindas a todos e convidou várias personalidades para falarem sobre a PEC da Música e da importância desta luta para todos. A seguir iniciou a homenagem aos deputados que lutaram a favor e contribuíram

2012

para a aprovação deste Projeto na Câmara dos Deputados. Aproveitando o momento, o deputado e presidente da Câmara Federal Marcos Maia falou da possível aprovação do vale-cultura ainda neste ano. Foram homenageados os deputados fede-

rais: Jandira Feghali; Decio Lima; Otavio Leite; Eliseu Padilha; Marcos Maia e a ministra Marta Suplicy. Ainda no primeiro dia, o ECAD (Escritório Central de Arrecadação de Direitos Autorais), que participou da Festa com um estande no

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REPORTAGEM| www.backstage.com.br Abertura do evento

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Hotel Laje de Pedra, iniciou uma série de bate-papos com os músicos e compositores e que durou todos os dias do evento. A gestora do Escritório, Glória Braga, esteve presente todo o tempo explicando melhor como funciona o Sistema Brasileiro de Arrecadação, seus principais problemas e as soluções que o órgão está promovendo. Aproveitando o evento, o ECAD demonstrou em primeira mão o novo sistema de identificação da música nas transmissões de áudio visual

Paulo Massadas

Workshop da prévia do Ecad.Tec-CIA Áudio Visual

pelas emissoras de TV. Os engenheiros Mario S. Campos e José Pires explicaram como funciona o sistema “Ecad.Tec-CIA Áudio Visual” previsto para entrar em operação no início do ano. À noite, no salão Implúvio do Hotel Laje de Pedra, foi a vez da premiação dos homenageados da Festa Nacional da Música edição 2012 que, em meio a muita emoção, cantaram e tocaram seus grandes sucessos. Foram agraciadas as seguintes personalidades: João Bosco; Fernando & Sorocaba; Emílio Santiago; Jorge Aragão; Carlos “Cacá” Diegues;


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REPORTAGEM| www.backstage.com.br

Os músicos Jorge Israel e Pepeu Gomes

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Fernando Vieira, organizador da Festa Nacional da Música

Banda Roupa Nova; Alexandre Pires; Grupo Golden Boys; Banda Detonautas; George Israel; a coreógrafa Neusa Martinotto; a cantora Rosemary; José Fogaça; Takao Shirahata, CEO da Roland Brasil; UBC – União Brasileira de Compositores; Abramus - Associação Brasileira de Música e Artes; Agência

Produtora; Hamilton Carlos Rodrigues Campos Moraes, “o Carlinhos” e Arleyde Caldi. Como nos anos anteriores, durante o evento ocorreram dois importantes painéis, o primeiro sobre as Leis de Incentivo á Cultura (Lei Rouanet e a Lei de Incentivo à Cultura do estado do Rio Grande do Sul). O segundo pa-

Mostra de Instrumentos Musicais

Um local para os músicos, tocarem, experimentarem e fazer parcerias

irahata rino e Takao Sh Gustavo Victo


Show no Centro de Feiras de Canela

inel abordou o crescimento e a tendência da música gospel. Ambos os painéis tiveram calorosas discussões sobre as várias visões acerca do uso e destino das verbas das leis de incentivo à cultura.

RESPONSABILIDADE SOCIAL DA FNM Consciente da importância, da credibilidade e da influência que a música e os artistas têm na formação da juventude, a organização da Festa promoveu dois encontros com os alunos das escolas de Canela. No primeiro encontro, o tema da palestra foi “Crack, Álcool e drogas, fique fora desta” e teve a

participação do deputado estadual Mano Changes; do tenentecoronel da Brigada Militar Paulo César Franquilin e da psicóloga Karine Veeck Idalina além de comentários do cantor e humorista Guri de Uruguaiana. Neste bate-papo com a “gurizada”, foram apresentados alguns dados e vivências do mal acarretado pelas drogas, além dos efeitos malignos nas famílias e no futuro psicológico dos dependentes de drogas e álcool.

Apresentação do Roupa Nova

No dia seguinte, quarta-feira, e com o tema “Crime virtual, perigo real”, o delegado da Policia Civil, Emerson Wendy (especialista em crimes virtuais), a psicóloga e professora Andréa Beheregaray e Guri de Uruguaiana alertaram sobre os vários crimes que estão sendo praticados pela internet, que apesar de seren no campo virtual, têm fortes efeitos na vida real dos usuários de microcomputadores, smartphones e iPods.

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Jam sessions dentro do Hotel

Jam Sessions no Salão Implúvio

Vozes da música

Com mais de três décadas desde sua primeira edição, o encontro de Canela ultrapassa ano após ano as

expectativas de sua própria efervescência cultural, empresarial e política. Reduzir a Festa Nacional da Música a um encontro de artistas é absolutamente insuficiente e não explica o que acontece no sul do país. Nos quatro dias em que o mundo da música brasileira se reúne de forma única, o fato não se resume por si só e isso não pode ser sublimado na definição do evento. Essa efervescência faz a classe artística aos poucos valorizar um componente que sempre foi visto com distanciamento e crítica por parte daqueles que são os maiores interessados. Sim, a política faz e sempre fez parte da capacidade de gestão dos próprios rumos e isso os artistas parecem ter percebido de forma definitiva em Canela. Os sintomas dessa percepção aos poucos se mostram na própria repercussão do que acontece durante a Festa. As

palestras e os debates ganharam uma importância que rivaliza com os shows, workshops e os encontros de negócios. A presença de dezenas de políticos e autoridades passou a ser vista como um depositório de anseios da classe artística e para ela convergem os interesses de todos os envolvidos na cadeia produtiva da rica indústria fonográfica brasileira. Os artistas reaprenderam a pedir, exigir, cobrar, pleitear e, acima de tudo, lutar por ideias e ideais voltados ao regramento e ao crescimento da indústria musical. É uma mudança de postura que pode alterar um segmento que historicamente foi contestador na defesa de conceitos, direitos sociais e liberdades, mas que nunca soube se defender como categoria profissional e na busca pelo fomento econômico. Numa democracia, a luta por direitos é também segmentada, e a rica e diversificada música brasileira sempre precisou de vozes que a conduzam. Nos palcos e na política... Gustavo Victorino


Lista de equipamentos (Iluminação e Sonorização)

Hotel Laje de Pedra Sonorização P.A 01- Console Yamaha M7CL Line array DAS ( 8x 28A, xCA215Ae8xSB1000 com processamento DAS) Monitor 01- Console Yamaha M7CL 08 - Monitores Sm 222 04 - Monitores Clair 12 AMVS 02 - Monitores Attack 502 1- Sub 850 Side fill estéreo modelo KF 853 e SB 850 Iluminação 01- Console Avolit 2010

06 Rack HPL - 06 Mac 250 - 06 Mac 575 12 Ribalta SGM - 32 Sourc 575 04 Elipsos 360graus- 06 Brutt 02 Sigdor grivem 1.200 Equipe técnica do salão Implúvio Nei Farias (Coordenação técnica) Sonorização: Celito Borges (P.A) Marcelo Oliveira (Monitor) Marcelo Vítor (Roadie) Lucio Mauro (Roadie) Emerson (Som) - Samuca (Som) Danner (Som) Diovani Berti ( Iluminador) Tiago Puglese ( Iluminação) Cleber Lemos ( Iluminação)

Fabiano Gomes ( Iluminação) Centro de Feiras de Canela Sonorização 02-Console Soudcraft (SM 12) e ( K3) 12- Caixas ( Modelo KF 853) 12- Caixas ( SB 850) 12- Monitor modelo Clair 12AM 02- Monitor Attack 502 02- Sub 850( Bateria) Side fill (Kf853 / SB850) Iluminação 01- Console Avolit 2008 - 06- Rack Citronic 06- XLine 575 - 08- Giotto 400 48- par 64 - 04- Brutt 02- Sigdor Grivem 1.200 Equipe técnica Ginásio Sonorização: Tom (PA) Fubá (Monitor) Marrom(Roadie) Iluminação: André Motta e Ivan Lemos Empresa: Marksom - Som e luz Coordenação geral: Liandro Marcos Grando

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REPORTAGEM| www.backstage.com.br

Na terça-feira, dia 23 de outubro, aconteceu o tradicional GRENAL dos artistas. O jogo foi no campo do Esporte Clube Serrano e teve público estimado em 3 mil pessoas

Na terça-feira, dia 23 de outubro, aconteceu o tradicional GRENAL dos artistas. O jogo foi no campo do Esporte Clube Serrano e teve público estimado em 3 mil pessoas

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Grêmio 1 x 1 Internacional


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Representantes e lojistas convidados para a 10ª CONAVEN

Convenção anual da Oneal, sistema EVO Line, Garagem Rock Bar e banda Nazareth deram o tom do evento que agitou três dias em Apucarana, no norte do Paraná. redacao@backstage.com.br Fotos: Nelson Cardoso / Divulgação

O mais puro rock escocês em Apucarana N

os dias 7, 8 e 9 de novembro aconteceu em Apucarana, cidade sede da Oneal, uma das maiores fabricantes de equipamentos de áudio no Brasil, a 10ª CONAVEN (Convenção Nacional de Vendas) da Oneal. O objetivo era juntar representantes, lojistas e a indústria para melhor conhecer todo o processo fabril e de fortalecer os laços comerciais e pessoais. Nos dois primeiros dias, os participantes tiveram um treinamento na sede da Oneal a fim de conhecerem melhor a filosofia de criação, desenvolvimento e produção dos novos produtos e dos já em linha de montagem. Após a reunião de treinamento, aconteceu a visita ao novo complexo industrial da empresa, para conhecer todos os módulos de produção, inclusive os novos espaços que

estão recebendo as novas máquinas totalmente automatizadas. A Oneal vem se desenvolvendo com base nos conceitos sustentáveis e de acordo com as normas de meio ambiente. Por isso, a empresa vem fazendo investimentos constantes na ampliação do parque tecnológico e nos processos de fabricação. Em 2012, com uma política de incentivo à criação de novos postos de trabalho para mulheres, criou um setor que usa mão de obra exclusivamente feminina. A direção da empresa ficou muito satisfeita com o resultado do intecâmbio dos representantes e dos lojistas com os colaboradores da fábrica. Segundo Nelson Freitas, de Goiânia, o evento superou todas as expectativas. “O carinho e a


organização com que fomos recebidos, a receptividade, a visita à indústria é muito importante, indico a todos os que tiverem a oportunidade, pois saímos daqui com um conceito ainda mais respeitável desta empresa que é uma marca singular no mercado de áudio profissional no Brasil”, ressalta.

GARAGEM ROCK BAR

André (Oneal), Phillip Griggs e Fernando (Oneal)

Almoço de confraternização entre os representantes, lojistas e a direção da Oneal

Palco do Garagem Rock Bar

O Garagem Rock Bar é uma simpática casa de shows bem ao estilo anos 70, situada em uma colina em Apucarana, e que nasceu da vontade de juntar os amigos para se reunir e ouvir o bom e velho rock’n roll. E foi este lugar que a Oneal escolheu para encerrar a sua convenção anual, ao som do mais puro rock’n roll escocês da banda Nazareth que, neste show, abriu a turnê Live in Brasil. O Garagem, que já contava com um sistema EVO LINE modelo OLA208 instalado, teve que ter um reforço sonoro através de dois clusters com cinco elementos OLA208 cada e 08 Sub Grave OLS215 montados em cardioide embaixo do palco. Os monitores também foram da Oneal, sendo 2 monitores ativos modelo OPM 2020TI para voz. Já o Drum fill foi feito com duas caixas OPB 2020TI e Sub OPSB 2500 ativo. No Side foram montados uma caixa OPSB 2800 ativa e uma OPB 4020TI para cada lado, e, por exigência da equipe técnica, o sistema de baixo foi complementado com duas caixas de Sub grave OPSB 2500 ativo, além do kit completo Hartke System 4x10" e 1x18". Na área externa teve um sistema com 08 caixas OLA208 para alta e 06 caixas OLS215 para subgrave montados em estrutura para demonstração do sistema EVO LINE. Para este evento, foram feitas adequações na estrutura de energia, sistema de aterramento, distribuição de sinal e compatibilização entre os sistemas de sonorização, ilumina-

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REPORTAGEM| www.backstage.com.br 90

Linha de produção da Oneal

A Oneal vem investindo na ampliação do parque tecnológico e nos processos de fabricação com base nos conceitos sustentáveis e nas normas de meio ambiente

Na área externa teve um sistema com 08 caixas OLA208 para alta e 06 caixas OLS215 para subgrave montados em estrutura para demonstração do sistema EVO LINE


Banda Nazareth

A Banda Nazareth surgiu na década de 60 e até hoje é considerada uma das bandas mais influentes do rock, principalmente daquelas que surgiram até a década de 80, além dos inumeros fãs na casa dos cinquenta. Seu rock vitorioso persiste e a trajetória

de sucesso destes escoceses tem sido atualmente considerada um ótimo exemplo para os músicos que estão em início de carreira, bem como para aqueles que sentem-se desestimulados após alguns fracassos na busca do sucesso. O motivo é que os veteranos Dan McCafferty e Pete Agnew jamais desanimaram diante das adversidades encontradas, enfrentando-as sempre com muita garra e amor ao trabalho que exercem. Na turnê “Live in Brasil”, o Nazareth mostra ao público canções do mais recente trabalho Big Dogz, lançado em 2011.

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REPORTAGEM| www.backstage.com.br 92

Demonstração do Line Array da Oneal

ção, vídeo e o PA externo, tudo supervisionado pelos engenheiros da Oneal. Com este evento, a Oneal passa a se mostrar, também, como um fabricante nacional de sistemas e soluções para a sonorização de grandes eventos ao ar livre ou em instalações fixas. Stevie McCormack

O VINTAGE SOM ANALÓGICO

Técnico da Oneal mixando o som da área externa

O sistema de som foi elogiado pelo técnico Phillip Griggs, que acompanha a banda Nazareth há mais de 17 anos. Em um rápido bate papo com a Backstage, foi categórico em dizer que o som do melhor e mais puro rock’n roll só pode

vir de um sistema totalmente analógico (Phillip exigiu que trocasse o console digital por uma MIDAS analógica). Já o técnico de iluminação, Stevie McCormack que está na banda há 12 anos e adora carpintaria, também é totalmente adverso às ”modernidades” tecnológicas que só servem para “entulhar o palco”. No show, ele só usou refletores PAR, dois movings e vários estrobos. À Backstage, o lighting designer afirmou que não aceita o uso de painéis de LED em seus shows.

Para saber online

Phillip Griggs

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LEITURA DINÂMICA| www.backstage.com.br 94

DETERMINANDO O SUCESSO

Entre os dias 2 e 4 de outubro, a Harman promoveu o seminário de aplicação “Sistemas de Áudio em Projetos”. Durante o workshop, que aconteceu em São Paulo, o americano Vance Breshears falou sobre a importância de um planejamento que envolva os principais interessados para o sucesso de um sistema de áudio. redacao@backstage.com.br Fotos: Danielli Marinho / Divulgação

DE UM PROJETO C

omo vencer os desafios para o sucesso, a importância e meios de se fazer um alinhamento correto, como escolher as melhores ferramentas para um projeto? Cerca de 50 profissionais das áreas de engenharia, acústica, som e arquitetura se encontraram no Hotel Pestana para ouvir respostas a essas questões do americano Vance Breshears, professor adjunto de acústica na The New School of Architecture and Design. Vance, que tem entre seus projetos a integração criativa da acústica, tecnologia e arquitetura, Vance parece ter começado o encontro de trás para frente. Depois das apresentações, o engenheiro propôs uma dinâmica de grupo, antes mesmo de qualquer abordagem teórica. A ideia foi formar grupos de discussão com cinco participantes e simular uma negociação envolvendo cinco personagens-chave. O resultado esperado era que cada um expusesse suas dificuldades ao ter que trabalhar dentro de um orçamento determinado ao elaborar ou aprovar um projeto. Com esse primeiro exercício, Vance levantou algumas questões sobre a anatomia de um projeto, bem como seus desafios, dúvidas e pontos críticos. Comunicação, escopo do projeto, orçamento

Vance Breshears fala aos participantes no primeiro dia

técnico, limitações, estrutura do contrato, processo de decisão, execução do projeto, além do quesito que pesa mais na hora de entregar um orçamento: preço ou qualidade. “Há clientes que estipulam o valor sem saber ou se preocupar com o áudio. Isso é um problema no mundo todo”, ressaltou ao responder uma das colocações dos participantes. Um dos problemas apontados pelo palestrante, e isso acontece em qualquer parte do


Nessa etapa mais técnica, Vance falou sobre a importância de se desenhar uma ferramenta, bem como as considerações acústicas que se deve ter dentro de um projeto, conceitos e critérios para estabelecer o desenho desse projeto, além das etapas para a implementação desse desenho, como transporte do sinal e estrutura física. Vance se dedica à integração criativa da acústica, tecnologia e arquitetura em projetos de todos os tipos. Suas inovações incluem o desenvolvimento de um processo único colaborativo de design de projetos, que garante a entrega dos mesmos no prazo e dentro do orçamento. Suas inovações técnicas incluem o desenvolvimento de um paradigma para sistemas true multichannel L/C/R, com matriz cruzada de processamento e controle diretivo de baixa frequência, utilizando sistemas de alto-falantes de array pré-definidos e aplicações de processamento digital de sinais especializados. Confira na versão multimidia entrevista exclusiva com o engenheiro sobre a importância do desenvolvimento de um projeto acústico.

mundo, segundo ele, é a falta de cultura do cliente quanto ao planejamento de acústica e áudio. “Não é um problema brasileiro e o que tenho que fazer é mudar a forma como eu penso”, afirmou. Mas Vance ainda tinha mais a falar. E além de falar da anatomia de um projeto, outro tema abordado foram os principais problemas técnicos que podem envolver um sistema.

Workshop reuniu profissionais de áreas como engenharia, acústica e arquitetura

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Grestch

PROMOVE ENCONTRO DE BATERISTAS NO RIO

“Um encontro de bateristas para bateristas”, este foi o Grestch Day Rio, workshow realizado em outubro no teatro Solar de Botafogo, no Rio de Janeiro. Com patrocínio de uma das mais antigas e consagradas marcas de bateria do mundo e apoio da Sonotec e da loja Delta Percussion, o evento realizado pelos bateristas Christiano Galvão (Simone), Cássio Cunha (Alceu Valença) e Élcio Cáfaro (Roberta Sá) foi resultado da materialização de encontros mensais entre os músicos que, há algum tempo, dividem informações entre si e gostariam de compartilhá-las com amantes e colegas de instrumento. Luiz Urjais redacao@backstage.com.br Fotos: Danielli Marinho / Divulgação

S

egundo Christiano, a ocasião não poderia ser melhor, uma vez que Élcio acabara de assinar o apoio da marca. “O workshop surgiu de uma série de reuniões informais que começaram no início do ano para discutir vários assuntos. Quando propus ao Cássio fazermos um workshop em conjunto, na mesma semana, o Élcio tinha acabado de fechar a parceria com a Grestch. Aí veio a idéia do Grestch Day Rio, apresentando Cáfaro como o mais novo endorsee da marca”, explica.

De acordo com Cássio, um dos pontos positivos para a realização foi, basicamente, a sintonia de ideias e a relação de fácil entendimento entre os três e os patrocinadores. Para o baterista, unir forças é fundamental para a realização de um trabalho como este. “Seria muito complicado realizar um evento deste porte sem o apoio que tivemos. Entramos em contato com Northon Vanalli, da Grestch, fizemos a proposta e a parceria foi estabelecida”, comenta.


POR QUE A GRESTCH? Apoiado pela marca desde 2008, Christiano afirma que, na maioria dos casos, é o trabalho que chama a parceria. “A própria Grestch vê os artistas que ela quer ter em seu endorsement. Felizmente, fui um dos primeiros do Rio de Janeiro a fechar com a marca. Conheci o Northon em 2007, num workshop aqui na cidade, e estou com eles desde o ano seguinte”, ressalta. Com Cássio, a história foi pouco diferente. Fã confesso do instrumento desde que começou a tocar bateria, o instrumentista afirma que ser apoiado pela marca é a realização de um sonho antigo. “A Grestch foi um dos primeiros instrumentos, de qualidade, com que tive contato. Quando ainda morava em Recife, um amigo meu, baterista, tinha uma Grestch USA. Eu ficava encantado em vê-lo tocando aquela bateria. Desde então, a marca esteve em minha cabeça, só que na época era um instrumento inacessível, muito caro. Felizmente, através da parceria com a Sonotec e Northon, viabilizei este desejo antigo”, explica o músico, há cerca de dois anos e meio com a marca.

WORKSHOP Durante a apresentação, foram expostas duas peças para bateria, dentre elas a inédita Balaio, de Christiano Galvão, composta especialmente para o evento. “Nós precisávamos de um tema brasileiro para fechar o show, só que para três baterias não seria fácil encontrar. Por conta disso, rascunhei uma idéia de groove, dividido em três, e levei ao ensaio. Chegando lá com o tema, ouvi deles: ‘muito bom, agora o senhor termine este trabalho para semana que vem, pois vamos precisar dele!”, recorda. “Fiquei com aquilo na cabeça, o que foi muito positivo, pois me estimulou a compor. Foi a primeira

Bateria usada no encontro Rio Grestch Day

Lista de equipamentos Élcio Cáfaro BATERIA GRESTCH CATALINA ROCK BUMBO 24 TON 13 SURDOS 16 e 18 CAIXA de 13 x6 (metal) PRATOS DIRIL 21 RAW RIDE 13 SPECIAL 14 RAW HI HATS 18 OCEAN RAW CRASH 18 SHINY CRASH 17 TRADICIONAL CRASH 10 HAMMER XL SPLASH Christiano Galvão BATERIA GRETSCH RENOWN MAPLE BUMBO 22 TONS 8 E 10 SURDOS 14 E 16 CAIXA 14 x 6 1/2 de MAPLE PRATOS ZILDJIAN

13 MASTER SOUND HI HAT 10 A CUSTOM SPLAH 18 A CUSTOM CRASH 16 A CUSTOM CRASH 18 A CUSTOM EFX CRASH 21 REZO RIDE BAQUETAS VIC FIRTH SIGNATURE CHRISTIANO GALVÃO Cássio Cunha BATERIA GRESTCH USA 1972 BUMBO 20X14 TONS 10X9 E 12X8 SURDO 14X14 CAIXA GRESTCH ANOS 80 14X6 PRATOS DIRIL 20 LINHA D RIDE 18 RAW CRASH 16 RAW CRASH 8 RAW SPLASH 18 SPECIAL CHINA 13 RAW BELL HI HAT

Rider Técnico (Som) 1 - Yamaha mesa ls9 32 canais livres 2 - caixas de P.A Fz (Principal) 2 - caixas de PA FZ (Apoio) 2 - Subs graves Fz 2 – Caixas Monitor JSL 712 (2 vias) 2 – Monitores 222 (cópia) 3 - Akg fone k 414 (retorno de ouvido) Pedestais ask grande (girafa) -14 Pedestais pequenos - 6 Direct Box passivo - 8 Microfones de uso: 2 - Beyerdinamic (m88 tg Voz) 2 - Shures SM 58 lc (Voz)

1 - Akg 535 (Vocal/ Instrumentos) 1 - Sennheiser microfone e906 (Guitarra / Percussão) 1 - Sennheiser microfone e608 (Instr.) 1 - Shure mic beta 52 (Bumbo) 4 - Behringer microfone B1 (Overs) 2 - Shure microfone SM 57 (Caixa/ cubo) 2 - Sennheiser microfone ton-ton MHz 504 Microfones adicionais: • Akg d 880 (voz 1) • Shure SM 58 lc (voz 3) • Shure SM 57 (caixa 2)

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Biggu microfonou três baterias

vez que escrevi para três instrumentistas”, acrescenta. Balaio é uma peça para três baterias, com diversos elementos ‘brazucas’, dentre eles baião e maracatu. De acordo com o baterista, em breve todos terão acesso ao trabalho. “Como foi composta exclusivamente para o workshow, ainda tenho que registrá-la. Logo mais a divulgarei em minha página, junto ao material de vídeo do evento”. A outra peça, executada na abertura do encontro, foi MaracaJam, de Cássio Cunha, já editada no livro ‘ARB – Acentos Rítmicos Brasileiros’. Durante o workshop, os bateristas se revezaram e apresentaram individualmente temas que norteavam, de uma forma geral, seus currículos musicais. Logo no início, Élcio apresentou a canção Suíte Gaúcha, de Marcos Ariel. Em seguida, Christiano tocou o tema Chuva no Recife, do seu CD 1+1, em parceria com Alexandre Cavallo e Cássio uma releitura de A rã (João Donato), por Renato Fonseca. Responderam perguntas dos mais diversos temas e distribuíram brindes.

MICROFONAÇÃO A difícil tarefa de microfonar três baterias ficou por conta de Biggu, técnico de som de Alceu Valença. Com o intuito de não soar ensurdecedor, já que seriam três bateristas num espaço

para cerca de 200 pessoas, ele explica que a microfonação teve uma prioridade diferente da de um show com artista. “No workshow o tipo de sonorização foi natural, favorecendo o som do instrumento sem processamento algum. Não penso a bateria como ‘várias peças em separado’. Ela é um instrumento único. Portanto, a intenção era demonstrar o que é o produto e como ele funciona”, explica. “Quando se trabalha com artista, por exemplo, põe-se um pouco de agudo no bumbo (‘torcendo’ o som do mesmo), já que tudo tem que favorecer o seu desempenho. No Grestch Day Rio, as baterias são os grandes astros. Por isso, o som da madeira deve transparecer o mais verdadeiro possível. Tratou-se de priorizar a forma natural do instrumento”. Para isso, Biggu trabalhou com os vazamentos. “Os overs privilegiaram os tons e pratos. Se eu baixasse muito a altura dos microfones, certamente, pegaria demais o som dos pratos e nada de tambores. Como já trabalhei com cada baterista, conheço seus trejeitos e formas de tocar”, reitera. “O ideal seria montar os microfones atrás dos bateras, na altura de seus ouvidos, para pegar bem o grave dos tambores. Como não havia canal e microfones suficientes para trabalhar desse jeito, optei por aproveitar o vazamento dos overs”, resume.


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No final de outubro, a JAS Sonorização, uma das maiores e mais tradicionais empresas de sonorização do país, anunciou a venda de maior parte dos seus ativos para outra empresa baiana, a Elpidio. redacao@backstage.com.br Fotos: Divulgação

JAS sela união

com a Elpidio Som Junção das duas empresas baianas deve atender a 60% do mercado

E

m entrevista exclusiva à revista Backstage, o empresário João Américo fala sobre essa união e do processo de venda da empresa, sobre a divisão do mercado após as duas companhias entrarem em operação e ainda sobre a sua trajetória de quase 40 anos atuando no mercado de áudio.

Backstage - Como surgiu a ideia da fusão e quanto tempo levou para se concretizar? João Américo - Tudo na vida, assim como ela própria, tem seu tempo. Depois de 38 anos nessa tocada, cansei. Não sinto mais a felicidade que sentia antes, não me emociono, ou dificilmente me emociono ao assistir a um show.


Com as duas empresas trabalhando juntas e no mesmo local conseguirão ter mais equipamentos, somando ainda logística e poderão atender melhor os clientes, além de baixar o custo operacional. Juntas, as empresas terão

Se o equipamento é meu pior ainda, pois até hoje não consigo relaxar enquanto não termina o show. Sempre acho que pode acontecer algum problema técnico. Vavá até diz que vivo com a teoria da catástrofe. Há algum

Uma das vantagens é a união de expertises. Cada empresa ao longo dos anos adquiriu conhecimentos próprios e fidelizou uma clientela

tempo vinha sondando pessoas e empresas para vender a minha parte na sociedade. No final das contas, apareceram duas empresas interessadas e aí fechamos com o Valmir Elpidio. Backstage – A venda foi integral? João Américo - Ainda fico com um pequeno percentual. O Fernando continua na sociedade. Ele e o Valmir são amigos e os dois têm uma garra, um gás que é impressionante. Por isso, acho que será bom para a empresa. Espero que ela dure para sempre e continue prestando bons serviços, pois foi assim que ela se consolidou e ganhou notoriedade. O Vavá sai também, pois, além de ser técnico de Caetano e Gal Costa, está em um projeto muito bacana com gravações e captações de som de orquestras. Mas como bom companheiro, não vai se negar a dar boas consultorias quando for necessário. Backstage - Com essa fusão, a nova empresa pretende buscar novos mercados? João Américo - Na verdade, não é uma fusão. O Valmir comprou a quase totalidade das minhas cotas, mas ainda fico com um pequeno percentual na empresa, embora saia da gestão. Então, tanto a João Américo Sonorização quanto a Elpidio Som continuam.

mais a oferecer e, se há mais a oferecer, é evidente que podem expandir os seus horizontes e buscar novos mercados. Backstage - Quais as vantagens que os senhores esperam desta união de forças? João Américo - Uma das vantagens é a união de expertises. Cada empresa ao longo dos anos adquiriu conhecimentos próprios e fidelizou uma clientela. Os conhecimentos se somam e os clientes também. O objetivo de qualquer empresa séria de prestação de serviços é oferecer um bom serviço e, assim, manter uma boa carteira de clientes. Agora, com as duas empresas, será colocado à disposição dos clientes um leque maior de equipamentos, de serviços e de técnicos devidamente capacitados. Backstage - Quais as desvantagens ou problemas que podem ocorrer após a fusão? João Américo - É evidente que quando se entra num negócio, ou o modifica, somos obrigados a pensar nos prós e nos contras. Neste caso específico, os prós levam uma vantagem tão grande que possíveis desvantagens e problemas não merecem nem ser citados. É evidente que não podemos

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adivinhar o futuro, mas, com base no conhecimento que temos do mercado, o horizonte é promissor. Backstage - Como será a nova empresa, vai mudar ou manter o mesmo nome? João Américo - Como falei anteriormente, não se trata de uma fusão em que duas empresas se unem para dar lugar a uma nova companhia. As duas empresas continuam com seus respectivos nomes e razão social, e ocorrerá a fusão de ações, de logísticas, de atendimento, de equipamentos, de pessoal, de lugar de funcionamento das duas empresas.

A administração será do Valmir, e o Fernando continua como sócio e diretor de vendas, intensificando mais ainda esse setor, tendo em vista que passará a ter duas empresas para vender os serviços. João Américo ainda fica com um percentual na JAS e passa a fazer parte do conselho.

Backstage – E como ficará a participação de cada sócio na gerência desta nova empresa? João Américo - A administração será do Valmir, e o Fernando continua como sócio e diretor de vendas, intensificando mais ainda esse setor, tendo em vista que passará a ter duas empresas para vender os serviços. João Américo ainda fica com um percentual na JAS e passa a fazer parte do conselho. Ou seja, fica na retaguarda da empresa. O Vavá vendeu sua parte para o Valmir. A Elpidio Som sempre foi uma empresa muito enxuta e ao se instalar nas dependências da JAS, vai aproveitar toda a infra que lá vai encontrar. É evidente que vai levar seu corpo técnico. Backstage – Houve necessidade de contratar alguma empresa especializada em fusão para consultoria? João Américo - Fizemos consultas a advogados especialistas em administração e fusões para esclarecer diversas dúvidas que surgiram, desde impostos incidentes e outras questões. Backstage - Além do aumento dos ativos, qual o diferencial que esta nova empresa terá com relação às outras no mercado? João Américo – Juntas, as duas terão condições de fazer integralmente eventos grandes sem precisar terceirizar qualquer parte. Além do mais, a união de competências das empresas nos dará

um resultado muito mais qualificado. Isto é bom para o cliente e para o mercado, pois poderá contar com fornecedores preparados para atender melhor às suas necessidades. Backstage - Qual a sua previsão (em percentuais) de aumento de participação no mercado? João Américo - Acreditamos que vamos atender a aproximadamente 60% do mercado. Backstage – E qual será, em percentual, a diminuição do custo nas despesas individuais? João Américo - Acreditamos em uma diminuição dos custos operacionais das duas empresas da ordem de 30%. Backstage – E quais serão seus novos desafios, depois dessa trajetória de quase quatro décadas de sucesso no áudio? João Américo - Parto para novos desafios, ainda dentro do segmento de áudio, que, em breve, o mercado ficará sabendo. No entanto, gostaria de agradecer a todos os colaboradores que durante este tempo todo ou em parte dele estiveram ao meu lado no trabalho e no empenho, emprestando conhecimento e talento em prol da música. Sem isso, não existiriam estas empresas. Agradeço também ao mercado, produtoras de eventos, artistas, amigos, fabricantes de equipamentos, principalmente os nacionais, pois geram empregos e renda aqui no nosso país. Além do mais, a indústria nacional contribui para criar uma cultura técnica cada vez mais evoluída. Ao Valmir, que está com todo gás para tocar as duas empresas e fazer com que cresçam e sejam cada vez mais competentes para fazer cada vez melhor os nossos eventos musicais. Backstage – Como foi o começo de sua história como empresário de locação de equipamentos de áudio? João Américo - Em 1969 cheguei a Salvador vindo do interior para estudar Direito, mas desde criança sempre tive muita habilidade para construir coisas. Envolvia-me


com marcenaria, mecânica, eletricidade e até instalação hidráulica. Mesmo estudando Direito, fiquei procurando emprego e só me interessava por trabalhos ligados à eletricidade, eletrônica ou mecânica. Até que em 1979, fiz um teste na Ericsson e comecei a trabalhar como montador na Central de Trânsito Telefônico da Embratel, na implantação do Sistema Nacional de Telecomunicações. Backstage – Mas continuou estudando? João Américo - Com tudo isso, o curso de Direito ficou para trás. Abandonei a escola e nunca mais voltei lá. Nem tranquei a matrícula, tal a minha convicção de que não era aquilo que queria.

ou menos um ano e meio na Ericson, fiz concurso para a Embratel, passei e virei técnico de manutenção da mesma central que ajudei a montar. Nesta época, comecei a assistir alguns shows que aconteciam em Salvador, e era terrível a sonorização. Muitas vezes, tinha vontade de gritar: “tira o som que está atrapalhando o show”. Tudo aquilo acontecia por dois motivos. Primeiro, pela falta de equipamentos adequados, e segundo, pela total falta de conhecimento técnico do pessoal que estava instalando os precários equipamentos. Como eu tinha uma base de conhecimento de eletricidade e eletrônica, percebi que, se eu fosse fazer, pelo menos este lado estaria resolvido.

Backstage – E como começou a fazer shows? João Américo - Após trabalhar mais

Backstage – Quase não havia mão de obra técnica, mas e os equipamentos?

João Américo - Lembro que na época no Brasil inteiro não tinha uma única empresa que vendesse algum tipo de equipamento profissional para este tipo de sonorização. Nem eram fabricados aqui. Além do mais o regime militar criou uma das leis mais burras deste país que se chamava “lei de reserva de mercado”. Traduzindo em miúdos, não se podia importar nada neste país com o pretexto de se forçar a indústria nacional a fabricar tudo aqui. Como poderia se produzir alguma coisa aqui se a indústria não podia importar máquinas e equipamentos para produção interna? Esta tal lei criou um atraso tecnológico gigantesco ao país. O contrabando na época era escancarado. Pois bem, enquanto eu trabalhava na Embratel, fui enviado a São Paulo para fazer um treinamento no Centro Ericsson. Foram cinco

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Durante o período em que, além de dono da empresa atuava como técnico de mixagem dos shows, consegui montar um acervo de mais de 500 shows gravados meses nesse treinamento. Como só acontecia às tardes, pela manhã eu estava livre. Procurei uma empresa que vendia e instalava equipamentos de som em residências, escritórios, etc, chamada Audio e fiquei lá uns três meses trabalhando de graça. Por não entender absolutamente nada de áudio, achava que som era tudo a mesma coisa. A Audio era especializada em som HiFi e não tinha nada com música ao vivo e show. Mas para quem não sabia o que era um input ou output foi um grande aprendizado. Backstage – E depois desse estágio? João Américo - Depois deste período em São Paulo, ao voltar para Salvador, trouxe comigo um par de caixas de som Gradiente, um amplificador da mesma marca e modelo PRO 2000, um toca fitas de rolo Akay e um toca-discos de vinil. Nesta época a importação ainda era permitida. Ao chegar em Salvador fiz um contrato para sonorizar a boate do Clube de Regatas Itapagipe. O que ganhava era tão pouco que só dava para pagar o táxi para levar e depois trazer o equipamento de volta. Além do mais, ninguém gostava do meu repertório e o que me pediam para tocar eu odiava. Então, foi uma frustração completa. Aí só restou uma alternativa: cancelar o contrato, e foi isso que fiz. Nesse meio tempo, continuei trabalhando na Embratel e me interessando por som. Mas era a mesma coisa, ia para os shows e o som atrapalhava o espetáculo.

Backstage – Quando foi sua estreia como técnico de sonorização em shows? João Américo - Naquela época, ao chegar o verão, tinha uma programação musical que se chamava Temporada de Verão. Então se apresentavam aqui em Salvador todos os baianos famosos da época e mais uma legião de bons artistas. Então eu colava na equipe de som, pois era a única fonte de informação técnica sobre o assunto que existia. Era a empresa VAL & VAL, do Paulo Valadares e sua mulher Val, que também operava o som dos shows. Quando não era ela, era a Vera, que trabalhava com ela. Veja que coisa interessante: as duas primeiras pessoas que vi mixando de uma maneira profissional o som de um show foram duas mulheres num universo hoje predominantemente masculino. Aliás, depois desses anos todos nunca mais vi uma única mulher mixando um show. Sei que a Flavia Calabi faz e muito bem. Mas ainda não tive o prazer de vê-la mixando. Em 1974, fui chamado para fazer o áudio de uma mostra de som na Escola de Arquitetura. As anteriores tinham sido um fiasco por conta do som. Mas nesta foi diferente. Fiz pela primeira vez na minha vida o som de um show e foi tão maravilhoso que, ao terminar, foi a maior festa e fomos todos comemorar até de madrugada num bar em frente à Escola de Arquitetura. Os comentários foram tão bons que as pessoas que não foram ficaram enciumadas. Aí, uns dez dias depois, foi feita uma

segunda mostra e, desta vez, o auditório da escola não comportou a quantidade de pessoas que foram lá. O resultado disso tudo foi que descobri o que realmente queria para a minha vida. Eu queria fazer uma coisa que eu gostasse e que me trouxesse felicidade. Foi assim que comecei a sonorizar shows pela cidade e depois através do Pinga (grande produtor de shows do Nordeste) que me introduziu no cenário nacional ficando conhecido de quase todos os grandes artistas nacionais. Trabalhei tanto para ele que morava em hotel e avião e no final do ano de 1980 o Pinga me chamou para fecharmos as contas. Aí ele me disse que tinha feito naquele ano 251 shows espalhados pelo Brasil afora. Backstage – E quando foi a grande guinada na sua vida profissional? João Américo - Em 1978 pedi para sair da Embratel para surpresa dos meus superiores. Naquele momento nem se me convidassem para ser o presidente da empresa eu iria ficar. Minha cabeça e minha vida já estavam voltadas para outra realidade. Nos últimos anos de Embratel eu já viajava com o Gonzaguinha, de quem fiquei bastante amigo. Nestes anos todos muitos shows e acontecimentos maravilhosos aconteceram. Durante o período em que, além de dono da empresa atuava como técnico de mixagem dos shows, consegui montar um acervo de mais de 500 shows gravados ao vivo. Tem muita preciosidade neste acervo. Carlinhos Brown se interessou pelo acervo e então fizemos uma parceria e este acervo está sendo digitalizado por Beto Neves de tal maneira que possa ser salvo. O acervo é uma verdadeira história da musica brasileira. São gravações do período de 1974 (mostra de som da Escola de Arquitetura) a 1987, que foram os anos em que eu operava os shows.


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Após período de maternidade, a cantora Rachel Malafaia acaba de retomar a produção de seu novo CD. Apesar de não ter título definido, ela já escolheu todas as fotos que irão compor o trabalho. Com a produção musical de Emerson Pinheiro e Paulo César Baruk, o CD, que tem seu lançamento previsto para o primeiro semestre de 2013, valorizará o estilo pop de Rachel.

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DE VOLTA À PRODUÇÃO

CD de Fernanda Brum é Disco de Ouro O nono álbum inédito da cantora Fernanda Brum pela MK Music, Liberta-me, é Disco de Ouro pela ABPD há apenas um mês de lançado. A mistura sonora, sempre rica, desta vez pôde contar com reforço de

um piano acústico, instrumento usado pela primeira vez em suas músicas. Cheio de baladas muito fortes, o álbum traz um novo estilo de música, nunca utilizado por Fernanda anteriormente.

Cast da Graça Music na pré-estréira de Três histórias, Um destino Quase 400 pessoas compareceram à pré-estreia do filme Três histórias, Um destino, baseado no livro homônimo do Missionário R. R. Soares. Estiveram presentes ao evento, no Rio de Janeiro, pastores, mídias, personalidades e cantores como Mariana Valadão, Joe Vasconcelos e Fabiano Motta, que representavam a Graça Music. Gravado no estado da Carolina do Norte (EUA), o longa é o primeiro filme evangélico a ser exibido nacionalmente e é fruto de uma parceria entre a Graça Filmes e a norte-americana Uptone Pictures.

ALINE BARROS, BRUNA KARLA E REGIS DANESE NO TELETON 2012 TURMINHA DA FÉ FAZ FESTA EM ZOO A Turminha da Fé representou a Line Records na Festa das Crianças, promovida pela Rede Record, no Jardim Zoológico do Rio de Janeiro. Durante o evento, foram distribuídos kits com diversos brindes da gravadora, incluindo o DVD É Hora de Brincar, lançado recentemente em comemoração ao Dia das Crianças.

COMUNICAÇÃO DA GRAÇA MUSIC A gravadora Graça Music divulgou em seu Twitter a chegada de uma nova integrante para o seu time. Quem se une agora à equipe da GMusic é a jornalista Alessandra Lemos, que assume a área de Comunicação da gravadora.

O Teleton 2012 foi embalado pela música gospel. Aline Barros, Bruna Karla e Regis Danese, da MK Music, levaram suas mensagens de fé ao programa do SBT. Aline Barros e Regis Danese já participaram de outras edições e voltaram com muita alegria. Bruna Karla foi pela primeira vez. Artistas populares como Michel Teló, Victor e Léo e Thiaguinho também fizeram parte da festa.

Perlla define próximos passos para o novo CD Perlla esteve na Central Gospel Music para definir seu novo CD, previsto para lençamento no primeiro trimestre de 2013. A cantora apresentou para a gerente da gravadora, Angélica Dias Gomes, e para a produtora artística, Adriana Reis, suas ideias e o tipo de composição que gostaria de fazer para a capa desse novo projeto. A cantora aproveitou a oportunidade e fez a audição de seu trabalho junto com a equipe.

Kleber Lucas participa de Fest Louvor California Kleber Lucas participou do Fest Louvor California, nos Estados Unidos. Ele cantou músicas de seu novo CD Profeta da Esperança, produzido pela MK Music. O evento ocorreu no sábado, dia 10 de novembro.

RACHEL MALAFAIA PARTICIPA DE CHÁ DE MULHERES NO RJ A cantora Rachel Malafaia participou do oitavo Chá de Mulheres na Assembléia de Deus Vitória em Cristo (ADVEC), na Taquara, Jacarepaguá. Ela ficou encarregada do momento de louvor durante o evento.


KARINA CARDOSO | REDACAO@BACKSTAGE.COM.BR Cantora Sandrinha grava clipes em BH

Game para Facebook

Sandrinha acabou de gravar, na cidade de Belo Horizonte, em Minas Gerais, os clipes das músicas Senhor, Passa por Aqui e Tua Chuva, que compõem o CD Minhas Canções na Voz de Sandrinha. Eles contaram com a direção de PC Junior e, além dos clipes convencionais, a cantora também gravou webclipes das canções Um Dia Ele Vem, na parte externa da Casa do Baile da Pampulha, e Cuida de Mim, na Praça da Liberdade. Os clipes já estão disponíveis no canal da GMusic no Youtube.

A banda brasiliense DiscoPraise tornou-se pioneira ao lançar o game “ExTreme DiscoPraise”, uma alusão à canção Treme, Treme, Treme. O game é inspirado na bíblia. Assim como no clipe da música, que usa a linguagem dos videogames 8-bits, o game também é uma aventura com alto grau de desafios, com duas fases e um “chefão”. O game foi produzido em HTML5 e sua versão FULL será adaptada para rodar em dispositivos móveis como iPhones e iPads, além da plataforma Android.

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BOAS NOVAS | www.backstage.com.br 108

Lançamentos Novos Horizontes Brenda O novo CD da cantora Brenda dos Santos, Novos Horizontes, foi lançado na ExpoCristã 2012. O primeiro single escolhido foi a música Invisível, que possui uma letra forte e impactante, falando sobre o agir de Deus e que não há vitória sem luta. Esse novo single mostra uma interpretação mais madura da cantora, com uma levada pop, mas sem fugir do estilo pentecostal que é a marca registrada do ministério da cantora.

redacao@backstage.com.br

Estou Aqui Padre Fábio de Melo Cantor, escritor, professor universitário e apresentador, Padre Fábio de Melo em seus 15 anos de carreira lançou ao todo 15 CDs e 3 DVDs, com três milhões de cópias vendidas. Seu novo projeto, o CD Estou Aqui, é uma emocionante regravação de Roberto Carlos. Este é o primeiro CD em que Fábio de Melo veste seus paramentos litúrgicos para transmitir suas mensagens.

Jesus Gabriela Rocha

Este lado para cima Banda Resgate

Jesus é o primeiro CD de Gabriela. Dona de uma voz marcante, a cantora tem se apresentado por todo o país e impactado vidas através de suas ministrações com autenticidade e personalidade. Gabriela foi a vencedora do concurso Jovens Talentos, do programa Raul Gil em 2007. Alguns de seus vídeos no Youtube superam a marca de mais de dois milhões de acessos.

Este lado para cima Resgate A Banda Resgate acaba de lançar seu novo CD intitulado Este Lado para Cima, 13° da sua carreira. O trabalho, que possui 12 faixas, tem um lado mais rock, com inúmeros arranjos de guitarra. O CD foi produzido por Paulo Anhaia, que já produziu antigos trabalhos como On the Rock, Resgate – Resgate, Resgate Praise e Eu continuo de pé, e também trabalhou com Charlie Brown Jr, CPM22, Fresno, NXZero, entre outros.

Único Gui Rebustini Gui Rebustini, de 25 anos, graduou-se pela Universidade Victory Bible Institute em Tulsa, escola bíblica de uma das maiores igrejas dos Estados Unidos, estudando com homens como Billy Joe Daugherty e T.L. Osborn. Foi lá que surgiu o interesse pela música. A partir de seus primeiros anos estudando fora, Gui Rebustini começou a se preparar para a carreira de cantor e agora lançará seu primeiro álbum pela Sony Music, Único.

Profeta da Esperança Kléber Lucas O cantor Kleber Lucas lançará, pela MK Music, seu CD Profeta da Esperança. O novo trabalho, realizado com a produção de Rogério Vieira, terá inúmeras novidades. Uma delas é a gravação ao vivo, em Volta Redonda, na Comunidade Evangélica Projeto Vida. Mais de três mil pessoas, entre membros e visitantes, participaram da gravação. Este será seu 10º álbum gravado pela MK Music.


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O anjo Exterminador A

noite foi curta, o show tinha acabado muito tarde e, apesar do sucesso, o Cantor não se sentia muito à vontade ali naquele quarto de hotel de uma cidade do interior paulista e menos à vontade ainda sentiu-se quando viu que ao seu lado dormia a menina cujo nome ele sequer se lembrava, mas agora lembrava, sim, que ela ficara no camarim correndo de um canto pro outro enquanto a fila de autógrafos ia minguando, até que conseguiu ficar a sós com ele, já meio doidão, nossa, aquele início dos noventa estava mais louco do que os incríveis oitenta, pensou, assinando o verso do ingresso que lhe era apresentado e examinando a pobre de cima a baixo como que avaliando se ela valia a pena, sempre um risco, pensou de novo, sabe lá com quem ela já dormiu antes, será que com algum dos amigos da banda que passara ali semana passada, recebera um telefonema do baixista: “cara, que cidade incrível, gata após gata, a gente não queria sair mais de lá...”. E ele, que nesse particular de pega-e-come, costumava se achar acima e além do que considerava uma extrema promiscuidade dos seus colegas de profissão acabara por deixar a tequila y otras cositas más falarem mais alto que a razão e arrastara, ou fora arrastado por ela, a lourinha meio gordota com olhos de anjo renascentista e

corpo idem, para sua suíte-meio-que-presidencial do Palace o quê mesmo?... não importa, mas o quarto estava uma bagunça, vai desculpando aí, querida, saí correndo, em cima da hora, é, lembra Cantor?, você não conseguia sequer decidir com que roupa, uma blusa preta largada na cama testemunhava sua última troca, não, a banda já vai toda de preto, e você teve que deixar sua querida Levis negra-desbotada-cinza no chão e catar uma cor na mala, voa mala, voa, desgraçada, tudo lá no fundo, viajo tanto e até hoje não aprendi a arrumar uma mala, é isso que dá ser sozinho, mas o Cantor não é mais de se ligar em ninguém, namora uns tempos e desiste, que mulher aguentaria essa vida de ausências e suspeitas, já provara desse vinho amargo uma vez e o amor virara pensão alimentícia, advogados, confusão, ranger de dentes, aquelas coisas, o resultado final, a sequela máxima, estava ali naquela suíte-quase-presidencial transformada em campo de batalha, onde cintos estrangulavam calças e meias lutavam com cuecas por um lugar ao sol... a lourinha parecia tímida mas foi pegando as peças de roupa uma a uma e dobrando com cuidado, metódica. Lembra, Cantor, você assistiu aquele filme passar por quase uma hora, sentado numa daquelas duas inacre-


LUIZCARLOSSA@UOL.COM.BR | LUIZCARLOSSA.BLOGSPOT.COM ditáveis poltronas pé-palito enquanto ela ocupava o sofá inteiro e a outra poltrona com seus salvados de incêndio, suas ruínas romanas, que agora pareciam ter saído de uma prateleira da Oscar Freire e como os gestos dela eram delicados, pareciam ensaiados, não conheciam erro, cada dobradura de camisa era um

origami, cada achado de par perdido de meia merecia um sorriso luminoso, só agora você percebia quão luminoso, ela preenchia com delicadeza apesar do seu algum peso a mais aquela bata branca que parecia ter sido feita sob medida e seus longos cachos louros varriam o ar da suíte, mandavam aquele bafio de séculos rua afora e você lembra então que a loirinha abriu a janela de par em par, o tarde da noite silenciara a cidade mas o luar entrou em rajadas no quarto, ela apagara as luzes e acendera uma vela solitária na mesinha de cabeceira e só então tirara sua bata de um jeito que roçava entre o pudico e o atrevido, revelando um corpo que embora fora dos seus parâmetros de perfeição, Cantor, atiçava dúvidas importantes sobre a validade desses parâmetros e agora, mais desperto e saindo do balde de agave onde se enfiara na noite passada, você sente uma pontada no peito, pensando em como aquela meninamulher de seus dezoito ou dezenove entregara seu corpo e seu carinho a um completo estranho, de como ela depois dissera que suas músicas, Cantor, impediam que ela visse em você esse estranho, era, sim, uma pessoa próxima, alguém que falava a ela de fatos e coisas co-

nhecidas, um íntimo de seu coração e aí ela, uma insegura, uma hesitante, uma descontente, resolvera num átimo ir até seu camarim e invadir o que houvesse disponível em seu corpo e sua alma. Ao recordar isso tudo, Cantor, seu desconforto desapareceu como que por encanto, você lembrou-se de ter vivido uma Noite de Amor, coisa rara ou ainda não experimentada em sua vida turbulenta, essa Noite onde o sexo tinha sido apenas um aditivo poderoso para um motor já destinado à vitória... E o Anjo Renascentista desenhava a silhueta sob o lençol, seu rosto finamente detalhado pela pena de um Boticelli rural enfeitando a fronha deselegante, fazendo você perceber de um só golpe o que estava acontecendo ali, quer dizer, contra todas as probabilidades você tinha chegado ao Polo, ao cume do Everest, à Atlântida, ao Eldorado, ao real e ao imaginário ao mesmo tempo, vivendo uma história de filme romântico, era ela então, a loirinha gordota de olhos azuis e corpo renascentista sua alma gêmea, aquela coisa que não existe, aquela babaquice de novelão que os bem-nascidos refutam, mas sonham existir?! Sim, era. Vamos acordá-la, vamos dizer a ela o que estamos pensando, que queremos, ou melhor, você quer, Cantor, viver a vida com ela, comprar uma casa, ter filhos, dar um relax nos drinques y otras cositas más pra cuidar da família, viajar menos ou levar a turma junto, que é isso, Cantor, é isso mesmo? Largar o barato por um outro barato igual ou maior, olha só, o cara deitou-se ao lado dela, roçou os lábios pelo seu rosto, tomou as mãos dela em suas mãos, tirou o lençol e fez uma Manhã de Amor. E falou, revertendo a história de Buñuel, que ela era sim o Anjo Exterminador, tinha exterminado os insetos daninhos da vida dele, matado as pragas, queimado as dúvidas, derrubado os inimigos... disse também que aquela bata branca servia pras próximas cidades, levantou-se, tirou-a da cama, entrou com ela no ônibus da banda sem maiores explicações e acredito com certeza que apesar das probabilidades contrárias, eles foram felizes para todo e todo o sempre.

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