Edição 225 - Revista Backstage

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Sumário Ano. 20 - agosto / 2013 - Nº 225

Quatro em ação

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Eventos bem estruturados em cidades grandes ou médias é praxe. O que não estamos acostumados são às produções cercadas de cuidados e profissionalismo em shows de cidades do interior do país. Pelo menos não estávamos. O que temos percebido é um grande esforço tanto das empresas quanto dos governantes locais no sentido de inverter essa realidade. Este mês trazemos como reportagem principal a festa agropecuária de Santa Maria Madalena, cidade com 10 mil habitantes no estado do Rio de Janeiro, cuja produção foi cercada desses cuidados, provando que novos horizontes podem surgir no cenário da produção musical.

Quatro músicos brasileiros se aportaram no estúdio da banda californiana Green Day, nos EUA, para gravar o projeto instrumental 4Action. A banda formada por Felipe Andreoli, Sidney Carvalho, Roger Franco e Alexandre Aposan deve lançar o trabalho em setembro.

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NESTA EDIÇÃO 18

40 Vitrine A linha DTX400 da Yamaha, o amplificador TX 15K da Taigar System e o microfone modelo AT5040, da Audio Technica são alguns dos lançamentos.

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Rápidas e rasteiras Rio de Janeiro recebe evento de tecnologia LED e Congresso aprova novas regras para os direitos autorais.

30 Gustavo Victorino Fique por dentro do que acontece nos bastidores do mercado de áudio.

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Play Rec Sucesso nacional, Anitta lança o primeiro CD e o cantor e compositor João Pinheiro apresenta seu novo trabalho.

34 Espaço Gigplace Nesta edição, Matheus Madeira fala sobre a profissão de coordenador de áudio de igreja.

O Som da cada PA Esse mês, uma entrevista com Carlos Camilo (Cabo Verde) e Maurício Pinto sobre a técnica de cada um.

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Gramophone Sucesso há 20 anos, Garotos II, primeiro trabalho solo de Leoni, rendeu como resultado um híbrido de analógico com digital.

82 Preparando para mixar Levando em conta que cada um constroi uma maneira única de mixagem, o colunista Ricardo Mendes traz algumas dicas que podem incrementar essa técnica.

108 Boas Novas Ariely Bonatti apresenta seu novo trabalho na MK Music e Ministério Nova Jerusalém lança novo clipe de trabalho.

112 Vida de artista Música de qualidade para um povo que tem fome não só de comida. A esperança é que também surja das manifestações um despertar no meio cultural que há tempos turva a visão e gosto dos brasileiros.


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Ableton Live

A estreia da coluna traz dicas e apresenta um tutorial sobre as configurações desse software, um aliado na hora de integrar as tecnologias atuais, como tablets, mesas de som e de luz, teclados MIDI ou controladores.

CADERNO TECNOLOGIA 64

68 Cubase

Estúdio

Conheça a função de “link” no processo de mixagem, batante útil para manter uma relação entre os canais, sem alterar a sonoridade.

A Korg coloca no mercado a família Volca, que traz um conjunto diversificado de sons analógicos clássicos.

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Logic

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Continuando o artigo da edição do mês passado, saiba mais sobre os remixes e o que é necessário para tornar o caminho mais fácil no Logic Pro.

Pro Tools Nesta edição fique por dentro de como administrar Tracks ou Clips em sessões grandes.

CADERNO ILUMINAÇÃO 92 Vitrine O novo MAC 101 CLD da Martin, os paineis SGM LS-10.4 e o MMX Spot da Robe são as novidades desse mês.

100 DVD Luan Santana Ainda sem nome, o recente trabalho do músico neosertanejo foi gravado em Itu (SP) com cenário inspirado nas Raves, unindo o universo caipira ao eletrônico.

94 Iluminação cênica O que fazer quando surge uma oportunidade pontual para um trabalho de iluminação sem tempo hábil para desenvolver um projeto.

104 Vasco na Itália O consagrado cantor italiano Vasco Rossi se apresentou na Itália durante uma pequena tour por sete estádios com projeto de iluminação de Giovanni Pinna.

Expediente Diretor Nelson Cardoso nelson@backstage.com.br Gerente administrativa Stella Walliter stella@backstage.com.br Financeiro Rafael Pereira adm@backstage.com.br Coordenadora de redação Danielli Marinho redacao@backstage.com.br Revisão Heloisa Brum Revisão Técnica José Anselmo (Paulista) Tradução Fernando Castro Colunistas Cezar Galhart, Cristiano Moura, Gustavo Victorino, Jorge Pescara, Luciano Freitas, Luiz Carlos Sá, Marcello Dalla, Ricardo Mendes e Vera Medina Colaboraram nesta edição Alexandre Coelho, Miguel Sá, Ricardo Schott e Victor Bello Estagiária Karina Cardoso webmaster@backstage.com.br Edição de Arte / Diagramação Leandro J. Nazário arte@backstage.com.br Projeto Gráfico / Capa Leandro J. Nazário Foto: Ernani Matos / Divulgação Publicidade: Hélder Brito da Silva PABX: (21) 3627-7945 publicidade@backstage.com.br Webdesigner / Multimídia Leonardo C. Costa multimidia@backstage.com.br Assinaturas Maristella Alves PABX: (21) 3627-7945 assinaturas@backstage.com.br Circulação Adilson Santiago, Ernani Matos ernani@backstage.com.br Crítica broncalivre@backstage.com.br Backstage é uma publicação da editora H.Sheldon Serviços de Marketing Ltda. Rua Iriquitiá, 392 - Taquara - Jacarepaguá Rio de Janeiro -RJ - CEP: 22730-150 Tel./fax:(21) 3627-7945 / 2440-4549 CNPJ. 29.418.852/0001-85 Distribuição exclusiva para todo o Brasil pela Fernando Chinaglia Distribuidora S.A. Rua Dr. Kenkiti Shimomoto, 1678 - Sl. A Jardim Belmonte - Osasco - SP Cep. 06045-390 - Tel.: (11) 3789-1628 Disk-banca: A Distribuidora Fernando Chinaglia atenderá aos pedidos de números atrasados enquanto houver estoque, através do seu jornaleiro. Os artigos e matérias assinadas são de responsabilidade dos autores. É permitida a reprodução desde que seja citada a fonte e que nos seja enviada cópia do material. A revista não se responsabiliza pelo conteúdo dos anúncios veiculados.


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CARTA AO LEITOR | www.backstage.com.br

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O que não volta nunca mais

H

á um ditado que diz: “Só temos uma oportunidade para causar uma boa primeira impressão”. Seja no trabalho, na vida profissional ou pessoal, esse momento único geralmente é valorizado pela maioria que tem compromisso com o próximo. O mesmo é de se esperar das empresas, que obviamente, através de seus colaboradores, também investem nesse primeiro contato seja com o cliente ou outro elo da sua cadeia de relacionamentos. Nas andanças de coberturas de shows e eventos de diversos estilos, tipos, tamanhos e formatos que a equipe de redação da Backstage vem acompanhando nesses últimos tempos, observa-se que toda a cadeia produtiva de uma produção musical, principalmente as de pequeno porte, parece tomar essa lição, ou esse ditado, ao pé da letra. Não é mais estranho aos pequenos eventos, por exemplo, uma elevação no padrão de qualidade ano após ano. A citação às pequenas produções leva em conta os escassos recursos disponíveis aos tais projetos. Porque uma coisa é ter capital disponível para executar um projeto à risca, outra coisa bem diferente é ter que moldar exigências como alto padrão de qualidade em todas as frentes a um orçamento pífio. E é nessas horas que surgem soluções criativas e viáveis, tudo em prol da tal chamada boa impressão à primeira vista. Quem já perdeu essa oportunidade tem ideia do quanto é importante não medir esforços para causar um ótimo primeiro momento. Às vezes, um cuidado a mais, um detalhe que poderia passar despercebido, junto às regras básicas de relacionamento tais como franqueza, transparência e ética, é que vai chancelar essa boa primeira impressão, que por si só é imensurável. Assim como o tempo não retrocede, oportunidades geralmente são únicas, e estar preparado ou disponível para dominar todas elas é o que talvez separe o artista da plateia. Boa leitura. Danielli Marinho

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YAMAHA www.br.yamaha.com A linha DTX400 da Yamaha Musical vem equipada com 10 kits de bateria profissional editáveis, incluindo as séries acústicas Yamaha, além de 10 funções de treino, 10 músicas de acompanhamento, 169 sons de bateria e percussão de alta qualidade retiradas dos módulos profissionais DTX900/700/500 e DTX-MULTI 12. Além disso, possuem o “AccentArticulation”, que proporciona a dinâmica do instrumento e altera a característica do som de acordo com a intensidade com que se toca, conferindo uma resposta natural, durabilidade e excelente sensação ao tocar nos pads.

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ANTARI www.decomacbrasil.com A Z-350 Fazer é a mais recente invenção da Antari derivada de anos de experiência no desenvolvimento de máquinas FAZER. Conta com a adoção da tecnologia air pump, que não só permite que a Z-350 Fazer gere fumaça seca, mas também fornece o seu aquecedor com função de autolimpeza. Dispõe também de um tubo de maior diâmetro, que reduz substancialmente o risco de obstrução do aquecedor.

AUDIOLAB TAIGAR www.taigar.com.br O amplificador TX 15K, lançamento da Taigar System, possui conectores de entrada 2 XLRF e 2 XLRM e de saída Speakon Nl4 / Bornes, duto de alumínio com ventilação forçada dupla, Auto Mute, saída em curto aberto, rádio frequência, térmico, Soft Start também são qualidades do produto. Além disso, ele pesa 42,1 kg e possui dimensões de 145 x 483 x 560 mm (A x L x P).

www.decomacbrasil.com A Audiolab lançou seu novo amplificador digital com DSP 19000W / 2 ohms em apenas uma unidade de rack. São apenas 9 kg e conexão de áudio digital CobraNet, o que torna este amplificador digital um marco de tecnologia de áudio profissional. Seus dois modelos, DSP 20000 e DSP 10000 criam um novo paradigma no cenário de eventos e performances ao vivo.


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AVID www.quanta.com.br O Sistema S3L modular da Avid é composto por um mecanismo de processamento de alto desempenho desenvolvido para HDX que executa plug-ins AAX, E/S remotas escalonáveis instaladas em palcos ou racks e uma compacta superfície de controle criada para a estrada, mas também para uso em estúdios domésticos.

AUDIO-TECHNICA www.proshows.com.br O AT5040, da Audio-Technica, representa um marco no projeto do microfone condensador cardioide, graças ao desempenho musical, realismo e intensidade, presença e pureza de som. Projetado como primeira opção de microfone para vocal, o AT5040 possui um final superior suave com sibilância controlada. As características de diafragma amplo e resposta rápida a transientes também o tornam ideal para gravação de instrumentos acústicos como piano, violão, cordas e saxofone.

YAMAHA www.br.yamaha.com Real Grand Expression, com ressonância nítida e sonoridade profunda, bem como várias Voices de instrumentos que proporcionam performances incrivelmente naturais e com som realista são as principais qualidades do CVP-609 Clavinova da Yamaha. Além do teclado em madeira natural NW (Natural Wood), com a superfície das teclas em marfim sintético, os 88 martelos Linear Graded Hammer das teclas reproduzem o peso único de cada uma delas na extensão de todo o teclado.

RODE www.pinnaclebroadcast.com.br Com o microfone iXY e o aplicativo RODE Rec para iPad e iPhone, a Rode Microfones grava áudio de alta qualidade, com diversos tipos de produção. O RODE iXY é um microfone estéreo que grava em 24 bits/96k. Ele vem com um windshield para gravação externa e uma bolsa que protege o microfone.


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KURZWEIL www.equipo.com.br/br O Kurzweil MPS10 apresenta 88 sons e performances do aclamado teclado PC3. Está entre os 10 dos melhores pianos acústicos, incorporando os renomados samples Triple Strike Grand Piano. Além disso, a Kurzweil recriou 24 dos celebrados pianos elétricos e órgãos vintage, sampleados e modelados com precisão e realismo. Também estão inclusos muitos instrumentos de solo e orquestrais, como vocais, corais, guitarra, baixo e bateria. Setenta e oito padrões de ritmos em diversos estilos complementam o arsenal.

BENSON HOHNER www.proshows.com.br O novo acordeon Atlantic IV 120, da Hohner Atlantic, traz confiabilidade, robustez e força do som. A popularidade deste instrumento aumentou bastante entre os jovens, principalmente pela versatilidade dos modelos anteriores. Este acordeon é ideal para tocar tanto numa orquestra, como também em sala de aula ou simplesmente para praticar em casa, sem contar seu uso para profissionais em palcos e apresentações.

www.proshows.com.br A guitarra Legend STX é um instrumento único da linha profissional Benson Custom Series. Ela é a perfeita fusão entre visual clássico e moderno, com seu corpo em Mogno e top de Flamed Maple. Os captadores estilos PAF, trazem à guitarra um encorpado timbre vintage, normalmente encontrado nas guitarras modelo Les Paul. A Legend STX é equipada com excelentes ferragens douradas que agregam um incomparável toque de elegância ao instrumento.

SPL ALTO-FALANTES www.splaltofalantes.com.br A SPL alto-falantes apresentou o Line Array LAX2108 com potência de 950W (AES) em 16 Ohms. Ele é compacto e de alta performance com dispersão horizontal de 120°, além de trabalhar em uma via com divisor passivo entre os alto-falantes e os drives, reduzindo o custo com os amplificadores.


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d&b audiotechnick escolhido para o prédio de SUSU O prédio conhecido como SUSU (University of Southampton Students’ Union building), no Reino Unido, é um local que possui muitas instalações para os vinte e dois mil estudantes inscritos na Universidade de Southamptom. O es-

paço The Bridge Venue oferece performances e eventos variados. Ed Blackwell, coordenador técnico assistente de SUSU, escolheu o sistema de alto-falantes de xS-Series de d&b para ser o novo sistema de alto-falante do local.

Milos Group compra Mobil Tech International No ano passado, o Milos Group se tornou o maior fabricante de truss de alumínio modular e sistemas para palco do mundo, com as aquisições simultâneas da TomCat, nos Estados Unidos, e Litec, na Itália. A empresa acaba de anunciar mais uma

compra: a Mobil Tech International, que tem trabalhado por muitos anos em sociedade com o Milos na distribuição dos produtos OEM para a indústria do entretenimento, incluindo os populares acessórios e gamas de trusses PAD, PAX & PAZ.

MIXER GLD-80 É INSTALADO NO MARACANÃ

ROBE BRILHA NO SKOL SENSATION A popular Festa Skol Sensation, realizada no Parque Anhembi em São Paulo, contou com os moving lights da Robe para compor a iluminação. Fornecedora oficial da Skol Sensation brasileira nos últimos cinco anos, a empresa LPL Professional Lighting, de São Paulo, se uniu aos dois designers de iluminação do evento – Summer e Pascal – para realizar a produção de iluminação para o palco principal. O tema deste ano, Innerspace, levou o público a usar roupas brancas, ressaltando ainda mais os efeitos visuais. Com quatro níveis distintos, o palco principal tinha formato 360º e a iluminação incluiu um total de 32 ROBIN MMX Spot, 18 ColorSpot 1200 e 18 ROBIN LEDWash 600.

SÉTIMO TAMBORES DE CRISTO

O mixer GLD da Allen & Heath foi instalado no estádio Mario Filho, mais conhecido como Maracanã. Um dos mais famosos na América do Sul, o estádio, que fica no Rio de Janeiro, foi fechado para uma grande renovação de 3 anos, e agora inclui um mixer GLD-80 no sistema de

som EV distribuído através de uma Dante network. O GLD-80 é equipado com uma placa de rede e controlador Dante network, com distribuição de áudio em torno de todo o estádio através de cabos de fibra óptica. Para mais informações, acesse: www.allen-heath.com

O IMCA - Instituto Musical Claudio Abreu realizou no dia 4 de maio, na Praça Prado Filho (na Concha Acústica), no município de Cachoeira Paulista, o 7º Tambores de Cristo. O Encontro de Bateras Gospel do Vale do Paraíba foi uma parceria do IMCA com a IBI - Igreja Batista Internacional -, Prefeitura Municipal de Cachoeira Paulista, Secretaria Municipal de Cultura e Câmara Municipal de Cachoeira Paulista. Além de workshows com bateras de renome como Leandro Pires, Andre Scheller, Jhon Ricky e Canhoto Batera, o evento também teve lançamentos dos instrumentos de percussão desenvolvidos pelos músicos bateristas e percussionistas em parceria com a empresa DRS Cajons da cidade de Registro (SP), confeccionados pelo luthier e artesão Danilo.


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Tecnologia LED

IPIABAS

BLUESJAZZ FESTIVAL

A terceira edição do Ipiabas Blues Jazz Festival acontecerá de 30 de agosto a 1º de setembro, em Ipiabas, distrito de Barra do Piraí, no Sul Fluminense (RJ). Durante três dias, o festival apresentará, gratuitamente, grandes instrumentistas nacionais e internacionais, na Praça Ipiabas. Entre as atrações, está o guitarrista Stanley Jordan,

Mauri Luiz da Silva, especialista em iluminação, ministrou o workshop

No dia 19 de junho, o Rio de Janeiro foi palco de um encontro inédito que reuniu 170 profissionais de arquitetura, interiores, lighting, estudantes, lojistas e importadores. Sob o tema Imersão na Tecnologia LED, o encontro foi ministrado pelo professor Mauri Luiz da Silva, especialista em iluminação e autor de vários livros sobre o tema. O evento durou oito horas, onde foram abordados temas como o início dos LEDs no Brasil e as tendências e inovações dessa tecnologia

pelo mundo. Realizado pelo Portal Lighting Now, o encontro também marcou a inauguração do CTI – Centro de Treinamento em Iluminação – da Estácio, que tem por objetivo levar cultura e informações qualitativas na área de iluminação aos profissionais. A iniciativa contou com o apoio cultural da Universidade Estácio de Sá – Núcleo Barra da Tijuca, revista Backstage e dos patrocinadores Ledplus, Vidrocor e Design EveryOne.

Direitos autorais Um grupo de artistas se reuniu no dia 3 de julho no Senado Federal para pressionar a votação do Projeto de Lei que reduz gradualmente a taxa administrativa do Ecad (Escritório de Arrecadação de Direitos Autorais), de 25% para 15% sobre o valor recebido pelo artista, além de criar critérios para a arrecadação e a distribuição de renda. O PL também permite a criação de uma instituição fiscalizadora associada à administração pública. Artistas como Roberto Carlos, Erasmo Carlos, Caetano Veloso, Fafá de Belém,

Lenine, Nando Reis, Alexandre Pires, Otto, Carlinhos Brown, Fagner, entre outros, estiveram reunidos durante a votação da lei na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado e também foram recebidos pelo presidente da casa, Renan Calheiros, e pela presidente Dilma Housseff. O PL, que também prevê que artistas e compositores recebam 85% da arrecadação de direitos autorais, seguiu para a Câmara dos Deputados e, caso seja aprovado, o governo terá que indicar um órgão responsável pela fiscalização da arrecadação pelo Ecad.

considerado um dos melhores guitarristas do século XX; o guitarrista Kenny Brown, o violonista Hélio Delmiro, o grupo instrumental Azimuth, Derico & Chiquinho Trio Jazz, e Peter “Madcat” Ruth, um dos maiores gaitistas do cenário blues mundial. No dia 30 de agosto, a partir das 21h, o público irá assistir à apresentação de Azimuth, Hélio Delmiro e Derico & Chiquinho Trio Jazz. No sábado, no mesmo horário, ocorrerão as apresentações do Stanley Jordan Trio e Kenny Brown Blues Band. No domingo, a partir das 14h, a Peter “MadCat” Blues Band será a atração principal. Segundo o produtor do evento, Stênio Mattos, este festival vai se tornar o mais importante evento cultural da região conhecida como Vale do Café. Nesta edição, o evento passou a ser realizado pela Azul Produções.


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Concurso na rede Strinberg comemora 20 anos

Sonotec lança concurso em comemoração aos 20 anos da Strinberg Para comemorar os 20 anos da Strinberg, a Sonotec Music & Sound – importadora e distribuidora da marca em todo o país – apresenta a campanha Strinberg 20 anos – For Music Makers. Nos próximos meses haverá promoções nas redes sociais, além do lançamento de uma série comemorativa com três instrumentos musicais um violão, uma guitarra e um contrabaixo - durante a Expomusic 2013, em setembro.

A Seletiva Talento Brasil, um concurso que irá selecionar três novos patrocinados para a marca - um violonista, um guitarrista e um contrabaixista -, já começa no dia 15 de julho. Para participar, é preciso gravar um vídeo de até 1 minuto e meio tocando guitarra, contrabaixo ou violão. Depois de publicado no YouTube, basta acessar o site www.strinberg20anos.com.br/seletiva e inscrever-se, até 30 de setembro. A linha de instrumentos musicais desenvolvidos pela Strinberg passou por uma ampla reformulação este ano, com modelos retirados de série e novas opções incluídas em seu catálogo de produtos. Nas últimas décadas, a Strinberg tem se empenhado em desenvolver instrumentos de cordas que atendam às necessidades do músico. Não apenas ao jovem iniciante, mas também para o artista que já vive a rotina dos palcos, estúdios e viagens.

NEXT-PROAUDIO TEM NOVO DIRETOR NA ÁSIA O anúncio foi feito durante a PALM EXPO BEIJING 2013: Stanley Lee foi nomeado Diretor de Desenvolvimento de Negócios para a Ásia da NEXTproaudio, fabricante de sistemas de áudio profissional de Portugal. Lee irá desenvolver a marca pela região da Ásia e servirá como ponto-chave de contato com a NEXT-proaudio. Além disso, identificará oportunidades de crescimento e coordenará esforços da companhia. Trabalhando como membro da equipe de vendas, Lee irá se reportar ao departamento de vendas em Portugal.

PRO LIGHT+SOUND CHINA A edição anual chinesa da maior feira de tecnologia e equipamentos de áudio e iluminação profissional acontece de 10 a 13 de outubro, em Shangai. A feira, que reúne empresas de diversas nacionalidades e segmentos nas áreas de entretenimento e tecnologia, acaba de receber do Shanghai Convention & Exhibition Industries Association o título de Shanghai International Brand Exhibition. O título é concedido pela organização aos eventos que cumprem determinados padrões de qualidade, como a alta satisfação tanto de expositores como de visitantes.

NOVO SITE DA D&B AUDIOTECHNIK O novo site www.dbaudio.com agora coloca a marca d&b audiotechnik em outro patamar, juntamente com os sistemas de aplicativos d&b. Tudo o que foi fornecido antes ainda está disponível, embora mais fácil de ser encontrado. O novo design do site substitui o original, que entrou em operação em 2002. A nova página é apresentada com uma nova lógica de navegação tornando-a mais simples e mais rápida para novos exploradores. Uma das maiores mudanças do projeto é uma plata-

YAMAHA LANÇA A NOVA BATERIA ELETRÔNICA DTX502

forma que permite a integração de muitos elementos visuais, juntamente com a funcionalidade dos downloads e de outros serviços, por meio de muito menos cliques ou toques. O site está no endereço: www.dbaudio.com

A Yamaha Musical do Brasil acaba de lançar a DTX502. O instrumento pertence à série DTX500, porém traz uma série de melhorias em relação aos antecessores, como 691 sons entre bateria, prato, percussão e efeitos e possibilidade de importação de sons por meio da porta USB. O baterista também pode contar com oito funções de treino, músicas de acompanhamento, pad songs e edição de metrônomo. A DTX502 pode ser acoplada a um kit de bateria acústica. Para mais informações, acesse: http://br.yamaha.com/


JAY EASLEY É VICE-PRESIDENTE LIVE CONSOLES A SSL Inc., a filial da Solid State Logic nos Estados Unidos, anunciou que Jay Easley foi nomeado vice-presidente da Live Consoles para as Américas. Easley tem uma carreira de sucesso em vendas e marketing no mercado de som ao vivo – já trabalhou com Midas e Klark Teknik (MKT) - e muitos anos de experiência no lançamento global de mesas de áudio, conseguindo novos negócios e aumentando a parcela de mercado. Para sua nova função, Easley traz sua vasta compreensão do mercado ao vivo para promover a recém apresentada mesa de som ao vivo da SSL.

WORKSHOP Com apoio da Pearl Brasil, dia 7 de junho foi realizado um workshop de bateria com Kiko Freitas e Leandro Lima. O evento foi no Teatro Raul Cortez em Duque de Caxias, no Rio de Janeiro.

MAFER RECORDS: LANÇAMENTO DE POWER FROM HELL EM LP O mercado mundial de discos de vinil está cada vez mais aquecido. Atenta a essa tendência, a Mafer Records lançou mais um título: Power from Hell - Lust and Violence. Com tiragem limitada a 300 cópias e encarte especial (com letras das músicas no verso e um pequeno pôster na frente), o álbum atende principalmente aos colecionadores de bandas underground. A crescente busca pelos discos de vinil levou ao surgimento de novas galerias especializadas em São Paulo. A Mafer Records passou a lançar, este ano, discos de bandas de rock e heavy metal já consagradas pelos lançamentos de CDS, mas cujos fãs buscavam os LPs.

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frequência concedida para um canal próprio e focada na informação. Por sua vez, a Viacom vai relançar a MTV por aqui, mas ainda não divulgou a parceria para o projeto. Se relançar com a mesma proposta da Abril, quebra de novo. Clipes chatos e gracinhas com sotaque caipira não tem mais audiência nem em São Paulo.

LANÇAMENTO PRÊMIO MULTISHOW A bagunça na cotação do dólar provocada pelas trapalhadas de Brasília mudou o perfil do mercado que mais uma vez precisa se readaptar à cruel realidade brasileira que é de insegurança trazendo uma recorrente impossibilidade de projetar metas confiáveis ou crescimento ordenado. Mas enquanto uns choram, outros vendem lenços...

A homenagem a Tom Jobim e a premiação de Cauby Peixoto resgatou parte da credibilidade do evento que nos últimos tempos estava virando uma festinha televisiva carioca. Embora ainda mantenha alguns resquícios bairristas, a noite aos poucos faz justiça ao seu nome e premia destaques da música brasileira. Sempre existirão críticas a nomes de talento questionável ou escolhas de amigos, mas isso é também parte integrante da festa. Ainda é um show televisivo, mas ganha respeito pela maioria das escolhas.

CHINA Passando por São Paulo converso com o amigo Everton Waldman e ele me dá uma aula de China e seus bastidores. Não raras vezes, importadores de primeira viagem quebram a cara naquele país exatamente por desconhecer sua complexidade e seus misteriosos bastidores. Por conta disso, o executivo anualmente fica quase dois meses por lá para entender ainda mais aquele mercado e suas múltiplas facetas. O boa praça até mandarim já tá falando...

MUDANÇA Como previsto por essa coluna há mais de dois anos, o Grupo Abril desistiu da marca MTV e a devolveu aos seus titulares globais, o grupo Viacom. A empresa da família Civita vai utilizar a atual

Na onda dos pedais turbinados para efeitos de guitarra, a Borne lança ainda no segundo semestre desse ano o seu modelo recheado de alternativas para drives e distorções. A empresa de Guarulhos, que vem se notabilizando pelo bom gosto e beleza no acabamento dos seus produtos, prepara ainda a sete chaves o irmão mais potente da sua linha de valvulados da série T. O sucesso do modelo Classic T7 trouxe o clamor do mercado por uma alternativa com 30W usando o mesmo gabinete e falante de 12 polegadas.

ABEMÚSICA NA FESTA Com negociações adiantadas e propostas convergentes, a maior e mais importante associação do segmento de instrumentos musicais da América Latina, a Abemúsica, poderá assumir protagonismo no maior encontro musical do país. A Festa Nacional da Música, de Canela, no RS, abriu suas portas para a entidade que terá o evento também como referência na defesa dos interesses da classe através de propostas e projetos levados diretamente aos artistas, parlamentares, gestores e executivos do complexo e gigantesco mercado musical brasileiro.

FONTES Os técnicos não cansam de alertar, mas parece que nem todos compreendem e a consequência disso vai para o bolso. Fontes de alimentação de má qualidade são responsáveis por mais da metade dos problemas dos equipamentos eletrônicos modernos. Sensíveis e comple-


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xos, os sistemas de última geração dependem cada vez mais da estabilidade e da qualidade da corrente elétrica que os faz funcionar. A fonte original invariavelmente é mais cara e de acesso mais difícil, mas vale qualquer sacrifício diante do dano que as fontes “genéricas” andam provocando nos equipamentos. A diferença de preço nem sempre pequena não vale o risco.

ECAD Já fiz muitas críticas ao Ecad e algumas delas eu as mantenho, mas entregar a fiscalização dos direitos autorais no Brasil nas mãos do poder público é como chamar um coelho para cuidar da plantação de cenouras. Os artistas repassaram uma responsabilidade que é sua para políticos que notadamente são incompetentes para gerir sequer a coisa pública ou fiscalizar os serviços concedidos. Eles fatalmente usarão essa mesma incompetência para fiscalizar os direitos autorais em nosso país, afinal as relações obscuras entre fiscais e fiscalizados não é novidade por aqui. Quem deveria cuidar dos seus direitos são os próprios artistas através de suas associações. Mudar o panorama defendendo seus próprios interesses não foi exatamente o que fizeram ao apoiar a alteração na legislação apresentada. Entregar a fiscalização dos direitos autorais aos políticos foi inocência ou má fé. A conta virá em breve.

CUSTO Você sabe quanto custa para um artista ser “convidado” para os programas de auditório ou entrevistas nas grandes redes de televisão no país? Tem preço para todos os bolsos e estão outra vez em alta. Mas

nem sempre esse faturamento passa pelo departamento comercial.

rem que os políticos também assumam sua entidade de classe?

NOVIDADE

SEGURANÇA

A Waldman lançou uma caixa de som amplificada que vai dar o que falar. A começar pela potência (700W) pouco usual para modelos de caixas com falantes de 15 polegadas. A Waldman Tourcab 715D inova ainda por ter um amplificador Classe D, o que também é novidade nesse tipo de produto. Quando ouvi o equipamento ligado entendi o porquê das inovações. O desempenho é de alta qualidade e impressiona. Mas a descoberta mais surpreendente é que tudo isso não custa um centavo a mais. Distribuído pela Equipo, o produto tem preço competitivo e vai virar xodó de mercado em curto espaço de tempo.

A morte de um cantor de funk durante o seu show no mês passado levanta um problema há muito negligenciado por promotores de eventos e o próprio poder público. A segurança dos espetáculos com grande concentração de pessoas exige muito mais do que duas dezenas de gorilas espalhados ao redor da área do show. Exige inteligência, monitoramento e obrigatória inserção de agentes no meio das pessoas como forma de identificar autores de transgressões simples ou até crimes. Segurança à moda inglesa com menos transpiração e mais inspiração.

PREÇO Converso com um engenheiro da Siemens e ele me derruba com a informação. “A diferença de custo na manufatura de uma fonte de alimentação convencional monovoltagem e uma automática bivolt é de apenas 6 dólares, ou seja, menos de 15 reais”. Segundo ele, esse é o preço do pequeno sensor digital colocado antes do transformador que opera em duas correntes. Depois de tantas queimas e considerando o perigo natural do descuido fica uma pergunta: Por que todas as fontes à venda em nosso país não são automáticas? Se no Brasil legislam sobre tanta bobagem, porque então não normatizam isso também?

PROVOCAÇÃO A Ordem dos Músicos do Brasil acabou? Por que os artistas nunca cuidaram do órgão que historicamente os representava? Ou que-

SUPERDIMENSIONADA O poder da internet e a sua consequente força como plataforma de lançamentos começam a ser questionados por especialistas que avaliam a sua real capacidade de projetar e divulgar novos talentos. A saturação desses novos artistas e a má qualidade reinante na rede trouxeram uma natural retração no garimpo de novidades e boas alternativas para as gravadoras que buscam lançamentos e opções de marketing para alavancar vendas. Tá caindo a ficha geral.

PERGUNTINHA Se um taxista tem desconto para comprar um carro... Se um médico tem desconto para adquirir equipamentos de diagnóstico... Se um advogado tem desconto para adquirir literatura jurídica... Se um professor tem desconto para adquirir um livro... Porque um músico profissional habilitado não pode ter um desconto para comprar o seu instrumento?

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THE LAST TRIBE Dialeto The Last Tribe, da banda Dialeto, é feito inteiramente de rock progressivo. Este é o terceiro trabalho da banda, depois de muitos anos sem novidades. O primeiro CD Will Exist Forever foi lançado em 1991 e o segundo, Chromatic Freedom, em 2010. O CD promete prender o ouvinte do início ao fim, prometendo um som firme e de vanguarda durantes todas as dez faixas. A banda é composta por Nelson Coelho, na guitarra, Jorge Pescara na touchguitar e Miguel Angel na bateria.

JULHO João Pinheiro O cantor e compositor João Pinheiro lança seu novo CD, Julho com repertório contendo vários sucessos como De fogo, luz e paixão (hit dos anos 70, do compositor Marcelo, que na época gravou em dueto com Gal Costa), Muito romântico, de Caetano Veloso, I Was Born to Love You, do Queen, entre outras. João Pinheiro contou com a participação especial da atriz Hermila Guedes em Tudo o que eu tenho, versão de Rossini Pinto para o sucesso do conjunto Bread (Everything I Own). Julho foi produzido pelo renomado produtor André Agra e pela Saladesom Records.

ANITTA Anitta O fenômeno do funk carioca acaba de lançar seu primeiro CD, com 14 faixas. Dona do clipe mais acessado do Brasil nos últimos três meses, Show das Poderosas - que transformou a cantora em um fenômeno entre os jovens - e arrebatou o primeiro lugar nas rádios brasileiras. Sucessos como Meiga e Abusada, Proposta, Menina Má e, é claro, Show das Poderosas estão neste primeiro trabalho de Anitta, que leva o nome da cantora e foi produzido por Umberto Tavares e Mãozinha (U.M. Music).

ODISSEIA Banda PRR A Banda PRR, com um som característico do rock gaúcho, irá lançar seu segundo CD Odisseia, com influências de A-Ha, U2, Beatles e Raul Seixas. Músicas como Livre para amar, Outono de minha vida e Estive em Liverpool prometem um bom repertório rock’n’roll. Com um perfil mais pop, a banda pretende evoluir com relação ao seu primeiro CD, Reminiscências. O primeiro single deve chegar ao público em agosto. A banda já se prepara para seu terceiro CD, que já tem nome: Meridianos.


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Profissões do

‘backstage’ MAT H E U S M A D E I R A COORDENADOR DE ÁUDIO DE IGREJA Nesta série de entrevistas, sairemos dos bastidores dos shows para os bastidores de outras produções que tiverem profissionais seja de áudio ou iluminação trabalhando. São profissionais que geralmente muitos de nós do ramo sequer sonhamos que existam, e que direta ou indiretamente estão ligados ao dia a dia do entretenimento. Neste mês, entrevistamos Matheus Madeira, que conta como é a profissão de Coordenador de Áudio de Igreja.

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M

atheus, qual a sua formação acadêmica e como você chegou ao mercado de entretenimento? Acho que essa é uma das perguntas mais difíceis de responder. Minha formação acadêmica é superior incompleto de


Contabilidade. Como estudos na área de áudio, eu tenho a base de conhecimento pelo IAV e fiz uma série de cursos de especialização, como Pro Tools, Logic, Otimização de Sistemas, da Meyer Sound, EASE, da AFMG e Smaart Pro com o Fernando Fortes. Assim como muitos profissionais de áudio que conheço, tudo começou pela paixão ao áudio. Meu pai era locutor de um programa de rádio evangélica e eu o acompanhava. Na época eu tinha uns 12 anos de idade. Um amigo nosso, o Dino, era quem operava o programa e como eu não tinha o que fazer, ficava ao lado dele durante alguns programas. Acabei me interessando e ele me deu uns toques simples. Num dia em que ele ficou doente eu operei em seu lugar. Nesse dia percebi que estava realizando uma tarefa que me dava prazer, só não imaginava que ela se tornaria meu ganha-pão. A partir daí me tornei “operador” voluntário na igreja em que congrego. Depois de um tempo, vários operadores mais experientes, também voluntários, saíram da igreja e eu me vi aos 19 anos como responsável pelo áudio na igreja, sem preparação nenhuma.

Como eu não conseguia resolver os problemas por falta de conhecimento, a igreja terceirizou um serviço de consultoria e manutenção que não deu certo. E foi aí que o Conselho da igreja teve a ideia de pagar um curso de áudio pra mim - algo raro de se ver nas igrejas de hoje. Quando comecei o curso, percebi que eu poderia transformar essa paixão numa profissão.

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Com os crescentes avanços tecnológicos as igrejas têm se interessado na melhoria do áudio e acústica, até porque muitas vezes o culto também é transmitido pela web, rádio e TV. Com isso, as equipes de áudio das igrejas têm que ser altamente habilitadas também, mas essa imagem condiz com a realidade?

A maior dificuldade é o gerenciamento de equipe, o que acontece antes de tudo. Nas igrejas raramente lidamos com profissionais contratados e geralmente a equipe é composta por voluntários, o que dificulta as cobranças de estudos e melhorias de desempenho

Fui chamado para trabalhar nessa escola após o curso e a partir daí ganhei experiência prática e conhecimento de diversas formas, tanto dentro da escola quanto fora dela. O que faz um Coordenador de Áudio para igrejas? Quais são as suas atribuições, antes, durante e depois de um culto? A maior dificuldade é o gerenciamento de equipe, o que acontece antes de tudo. Nas igrejas raramente lidamos com profissionais contratados e geralmente a equipe é composta por voluntários, o que dificulta as cobranças de estudos e melhorias de desempenho. O primeiro trabalho realizado é mais psicológico e espiritual do que técnico, despertando a paixão pelo áudio e direcionando a mesma como uma forma de adoração que não é diferente da que a banda ou grupo de louvor realiza. Passo também a parte técnica de forma a conscientizá-los da importância do seu trabalho e como podem atingir seu melhor resultado. Logo após esse trabalho de treinamento e preparação, entra a parte de supervisão durante o culto e o feedback após o culto. Outras tarefas também são realizadas como consultorias, orçamentos de equipamentos e serviços, como manutenções.

Infelizmente, não. Numa recente pesquisa que fiz, 80% das igrejas nacionais ainda trabalham com técnicos voluntários, mesmo com a necessidade de profissionais especializados para realizar as tarefas de sonorização, gravação e transmissão. Embora existam algumas denominações que insistem em investir na preparação ou contratação destes profissionais, o fato de se usar voluntários desqualificados gera, na maioria das vezes, custos maiores com manutenção de equipamentos por mau uso, má qualidade de áudio na igreja, o que acaba levando à falta de inteligibilidade dos cultos. Muitos não entendem que o sistema de áudio é a voz do mensageiro para os ouvidos dos fiéis. Se a mensagem não é passada de forma a se entender o que é dito, a igreja não está cumprindo a sua missão principal. As igrejas investem em áudio, pois elas querem que a Palavra (mensagem) chegue aos fiéis, mas, por outro lado, muitas vezes são alvo de oportunistas que cobram caro por um mau serviço. Como você lida ou lidaria com isso? Um dos maiores problemas que prejudica não só a igreja, mas seus membros e seus operadores, é a falta de consciência da necessidade de uma consultoria de áudio; ou, quando a mesma existe mas é uma consultoria barata, nos dois sentidos. Uma das funções da consultoria é comprar equipamentos corretos para cada aplicação e, com isso, o profissio-


nal responsável pela consultoria pode fazer a igreja economizar ou jogar dinheiro fora. Outra pesquisa, que não foi realizada por mim, mas pelo David Fernandes, mostra que a maior parcela das igrejas compra, em média, quatro sistemas diferentes até finalizar o projeto. Esse dado indica uma falha bem grande nesse quesito. Muitas igrejas compram um equipamento X ou Y justamente porque outra igreja comprou e alguém, geralmente não se sabe quem, ouviu o som dela e achou bom. Agora, como evitar um mau consultor? Assim como qualquer produto ou serviço, pesquise! Veja se o nome do consultor é um nome bem visto no mercado, peça referências, veja quais serviços já foram prestados por ele e quais foram os resultados. É a única forma de se evitar surpresas desagradáveis nesse sentido.

a existência de “curiosos” próximos de quem decide como o dinheiro será investido e o erro gravíssimo de só se preocupar com a acústica após a alvenaria e outros detalhes já estarem prontos se tornam rotina nesse meio. Existem cinco pontos que permitem que a igreja tenha um sistema de áudio de boa qualidade: 1) Acústica 2) Equipamentos 3) Mão-de-obra capacitada e motivada 4) Fonte sonora 5) Bom relacionamento entre técnicos, músicos e líderes. Alinhar estes cinco itens faz parte das funções do coordenador de áudio e é uma tarefa muito difícil de ser realizada.

Quais dicas você daria às congregações para que sejam bem-sucedidas no projeto de um sistema de áudio eficaz? Contratar empresas e profissionais idôneos e comprometidos seria uma saída? Com certeza! Além do problema da consultoria que citei anteriormente,

Tudo depende. Não dá pra falar que ter um profissional contratado é a melhor solução para todos os casos e vice-versa. Depende do tamanho da estrutura, da verba disponível e das prioridades da igreja. Muitas vezes a igreja tem consciência da necessidade de investimento; no entanto, ou ela

Depois do sistema pronto, como seria o treinamento dos fiéis-voluntários? Ou seria uma melhor saída a contratação de profissionais de áudio para operar o sistema?

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investe na preparação e contratação de profissionais de áudio, ou paga a conta de energia elétrica. Cabe ao coordenador avaliar cada caso e definir junto à liderança a classificação da igreja quanto aos serviços prestados em áudio. Gosto de fazer o treinamento dos voluntários de uma forma bem simples e prática, pois a necessidade da atuação dos mesmos na maioria das vezes é imediata. Em alguns casos dou a sugestão de investimento num curso de áudio para pelo menos um operador, geralmente quando a igreja está em ascensão.

Cursos não existem apenas para se adquirir conhecimento, mas também são ótimas oportunidades de “networking”. Conhecer profissionais já atuantes e trocar experiências são algumas formas de se mostrar presente no mercado

Voltando a falar sobre você. Cursos de áudio: fale sobre essa experiência e o que isto mudou na sua carreira? Minha carreira existe por causa deles. A base que recebi não só nos cursos que fiz, mas também a que recebi dos meus pais, da minha igreja e os contatos que fiz trabalhando ou estudando com áudio são grandes responsáveis pelo desempenho de trabalho que tenho hoje. Cursos não existem apenas para se adquirir conhecimento, mas também são ótimas oportunidades de “networking”. Conhecer profissionais já atuantes e trocar experiências são algumas formas de se mostrar presente no mercado. Existe uma frase americana que resume isso: “Want a job? Be there”. Ou seja, “Quer um trabalho? Esteja lá”. Você hoje atua também como especialista de produto para uma grande marca. Como você foi convidado para este trabalho? Engraçado, pois foi exatamente fazendo “networking” na última especialização que fiz. O curso foi apoiado por esta marca e um dos gerentes de áudio dessa empresa estava presente no evento. Já nos conhecíamos de outros locais, como feiras e workshops, e ele me avisou de uma vaga na empresa em que ele trabalha. Resolvi me candidatar e acabou dando certo. Infelizmente deixei meu trabalho anterior na escola, sempre gostei de conversar sobre áudio e me sentia muito bem percebendo que eu fa-

zia parte das conquistas dos alunos, isso é algo que sinto falta, além dos meus excompanheiros de trabalho e amigos, é claro! Mas acredito que a melhor escolha foi aproveitar novas oportunidades e experiências no meu emprego atual. Como todo novo desafio mostra novos horizontes e novas visões do nosso trabalho, o que mudou depois que você passou a entender o outro lado do mercado de áudio? Ou seja, depois que você passou a representar um produto e/ou marca, como ficou a sua visão sobre o mercado e o usuário final? Nossa! Isso é algo que mudou da água para o vinho. Eu achava que era simples: a loja compra do fornecedor mais barato e revende mais caro, ponto. Mas o buraco é muito mais embaixo, o lojista fica no fogo cruzado, é ele que se arrisca à inadimplência, é ele que tem que ser especialista de todos os produtos de todas as marcas que ele comercializa, é ele que muitas vezes tem que se portar como consultor quando o cliente não sabe o que precisa e, além de tudo isso, precisa vender! É muito difícil estruturar uma loja no Brasil, ainda mais de áudio, em que os impostos e taxas nos produtos são abusivos (em alguns produtos chega a quase 40% do valor do produto). A inadimplência nacional é de mais de


10%, ou seja, a cada 10 vendas, uma delas o lojista não recebe e ainda temos o problema de contrabando, produtos ilegais e falsificados entrando no território nacional. Tanto nós, consumidores, como o estado precisam enxergar o lojista como peça fundamental de giro de capital e conceder algum tipo de incentivo para estimular o crescimento de mercado. E não é comprando no Paraguai que vamos crescer no Brasil. Fale de um ou alguns trabalhos que você considera importantes em sua carreira? Meu primeiro trabalho de sonorização por conta própria, por uma empresa de médio porte: fui treinado pelo Luís Salgueiro e pela Lilla Stipp. A operação de áudio no musical New York New York, no teatro Bradesco, em que conheci pessoas maravilhosas e profissionais altamente capacitados; e o principal deles: instrutor de áudio básico numa escola, pois neste lu-

gar desenvolvi 90% do profissional que sou hoje: aprendi “ensinando”, com cada pergunta, cada ponto de vista e cada comentário dos mais de 1.200 alunos com quem tive o prazer de ter contato. Neste local fui treinado pelo Marcelo Claret, Framklin Garrido e Homero Sette. Cada um deles, alunos e instrutores, de alguma forma se somam ao que sou hoje, e fazem parte integrante da minha carreira, sem sombra de dúvidas. O que falta ainda ao Matheus para que ele se torne um profissional ainda melhor? Com certeza estudar mais, ser mais maleável, menos metódico, aprender a ficar calado quando o silêncio é necessário e o mais importante de tudo isso: socializar mais, ouvir o que as outras pessoas têm a dizer e realmente ponderar o que é informação aproveitável ou não. Estou aprendendo isso aos poucos e tem sido uma experiência e tanto.

Quais os seus planos para o futuro, o que pretende fazer daqui a 10 anos, tanto no plano profissional quanto pessoal? É difícil manter um planejamento a longo prazo, mas posso dizer que um dos meus sonhos sempre foi ter um trabalho que me permita sustentar minha mulher e meus futuros dois filhos. Se eu puder fazer isso trabalhando com áudio, me sentirei como uma pessoa realizada. Mais realizado ainda se puder trabalhar com um dos meus principais hobbies: cinema! Quando eu me encontrar mixando um filme numa sala de cinema, posso dizer que cheguei exatamente onde queria estar profissionalmente. Este espaço é de responsabilidade da Comunidade Gigplace. Envie críticas ou sugestões para contato@gigplace.com.br ou redacao@backstage.com.br. E visite o site: http://gigplace.com.br.

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O som DE CADA PA

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PARTE 11

C Em mais uma reportagem da série sobre como os técnicos de áudio imprimem uma marca pessoal em cada trabalho que fazem, é a vez de Carlos Camilo (o Cabo Verde) e Maurício Pinto contarem suas experiências. Alexandre Coelho redacao@backstage.com.br Fotos: Arquivo Pessoal / Divulgação

arlos Custódio Camilo, mais conhecido como Cabo Verde, está há 30 anos na estrada. Atualmente técnico de PA do cantor Cristiano Araújo, o profissional começou ainda garoto, aos 13 anos, trabalhando em teatros como técnico de som e iluminação. A experiência de “faz-tudo” valeu como um aprendizado. A ponto de, hoje, ele ter personalidade suficiente para buscar o seu próprio som, independentemente do estilo do artista com o qual esteja trabalhando. “Minha marca pessoal como técnico de áudio é, em primeiro lugar, pressão e qualidade. O som, esteja ele alto ou baixo, tem que ter qualidade. Tento escutar de tudo um pouco, mesmo que não seja o estilo de música que admiro”, revela. Para Maurício Pinto, engenheiro de áudio do Roupa Nova, tanto quanto os aspectos técnicos da profissão, algumas características pessoais, especialmente na relação com o artista e com os demais integrantes da equipe técnica, podem fazer toda a diferença no sentido de somar esforços para que se atinjam os objetivos comuns. “Nesse sentido, considero minhas marcas pessoais simplicidade e humildade. A característica que define meu som é a observação aos requisitos básicos. A adaptação a artistas de diferentes esti-

los musicais se dá na medida da atenção que se dispensa ao profissional de áudio. Se você entorta muito, alguma coisa está errada”, avalia. Com a mente focada nas relações interpessoais e na objetividade quanto aos requisitos técnicos, Maurício Pinto garante que nunca precisou mudar alguma de suas características para melhor se adequar ou para agradar a algum artista. Até porque já é um preceito seu emprestar o seu trabalho a serviço da música e do artista, que, para ele, estão sempre em primeiro plano. “A sonoridade vem do palco, do artista, do seu instrumento. Eu só faço isso ficar grande, equilibrando tudo dentro da concepção que me passam. Para conseguir isso, tecnicamente, apenas aplico conceitos básicos de alinhamento, equalização e muito filtro”, ensina Maurício. Cabo Verde assegura que também jamais teve a necessidade de adequar a sua forma de trabalhar e, consequentemente, a sua sonoridade característica, a partir da exigência de algum artista. Na verdade, segundo ele, sempre que foi contratado, o motivo era justamente o seu estilo de trabalhar e a sua sonoridade. “Graças a Deus, todos que me contrataram já conheciam o meu estilo de trabalho. Para alcançar esse diferencial, em


Carlos Custódio Camilo

empresa fez. Temos que respeitar o trabalho desse técnico, até porque ele já viaja com o equipamento para cima e para baixo, prestando serviço para outras bandas. Agora, se você falou um ‘alô’ no PA e não está do seu agrado, o melhor é co-

Maurício Pinto é sucinto quando o assunto envolve os equipamentos que, de alguma maneira, favoreçam a sua sonoridade e o seu trabalho como técnico de áudio. Ele cita apenas o microfone Shure SM-58 e um cabo P2 para iPhone como seus

primeiro lugar, sempre entendi que a pressão sonora e a qualidade são tudo. Mas, acima de qualquer coisa, sempre tive a humildade de tratar a todos os profissionais com todo o respeito e de acatar o gosto de cada um, porque cada um tem seu estilo próprio”, observa. Cabo Verde considera como seu equipamento mais valioso – e seu maior aliado na hora de sonorizar um show – o seu ouvido. E, para ele, ouvir, em um sentido mais amplo, é também dar atenção ao que outros profissionais de áudio envolvidos no trabalho, especialmente os da empresa locadora, dão de contribuição para que se alcancem os resultados buscados. “Antes de qualquer coisa, ouço o alinhamento que o funcionário da empresa fez, para ver se está de acordo com o meu gosto. Existem muitos técnicos que já vão gerando o gráfico do PA, remexendo no processador mesmo antes de ouvir o alinhamento que o técnico da

Antes de qualquer coisa, ouço o alinhamento que o funcionário da empresa fez, para ver se está de acordo com o meu gosto (Cabo Verde) meçar pelo processador, para conferir os cortes e ver onde está o erro. A partir daí, sim, depois de alinhar e resolver esse problema, pode-se começar a dar uma identidade e a colocar sua sonoridade própria”, sugere.

“aliados” na busca pelo som ideal em cada apresentação. “Pretendo fazer um curso de Smaart com o Fernando Fortes para começar a usar essa tecnologia. No alinhamento, uso apenas a voz e o ouvido. Enquanto não tenho um sis-

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REPORTAGEM| www.backstage.com.br 42 Maurício Pinto

tema de soundcheck virtual, utilizo músicas com diferentes parâmetros”, revela. Ainda no alinhamento do PA, assim como acontece com a maioria dos técnicos, Maurício tem algumas músicas e alguns artistas de sua preferência, que gosta de usar para comparar o som do sistema antes e depois de alinhado. Ele conta que tem uma pasta de músicas com o nome de “Testadeiras”, entre as quais costuma usar composições de artistas como Incógnito, Steely Dan e James Taylor, entre outros. Já no que diz respeito à passagem de som, por força das circunstâncias, Maurício ainda trabalha à moda antiga. “Não uso soundcheck virtual. Infelizmente, o Roupa Nova adora passar o som. Quando os músicos da banda não podem, os roadies ajudam muito. Estou namorando viajar com uma SD8. Se tudo der certo, terei esse prazer e essa ferramenta sensacional”, planeja. Cabo Verde também tem a sua trilha sonora de preferência para comparar o


som do PA antes e depois de alinhado. Dependendo do local, ele escolhe canções de artistas com os quais se identifica, como Toto, Phil Collins, Quincy Jo nes, DubXanne (The Police in Dub), Michael Jackson, Tears for Fears e Sade, entre outros, para avaliar se a sonoridade do sistema está a seu gosto. A passagem de som, por sua vez, Cabo Verde costuma fazer com os roadies. Ele justifica dizendo que fazer o soundcheck com a banda só funciona na primeira vez, assim que o técnico começa a trabalhar com o artista, apenas para sentir a pegada de cada músico. “Quando o músico entra no palco para fazer um soundcheck, ele acaba fazendo um ensaio do show. E, mesmo ele passando o som, na hora do show, a pegada e a adrenalina sempre mudam”, atesta.

Com três décadas de estrada, o técnico não hesita ao afirmar que é importante, sim, para um profissional de PA, buscar uma identidade própria no seu som, que o diferencie dos demais companheiros de profissão. “Cada profissional tem seu estilo próprio de trabalhar e eu respeito cada um deles, por mais que o timbre não me agrade. Até porque eu não sou melhor do que ninguém. Mesmo completando 30 anos de profissão esse ano, todo dia eu aprendo alguma coisa nova e estou aberto a críticas. E não me sinto inferior por dizer que ainda tenho muito a aprender”, admite. Já Maurício Pinto acredita que a identidade é aquela determinada pelo artista e seu espetáculo. Em sua visão, o técnico precisa captar esse espírito. E, no caso do Roupa Nova, com quem ele trabalha, essa

identidade é quase sinônimo de uma busca pela perfeição. “Diversas vezes, pessoas foram reclamar com os artistas sobre a falta de respeito de eles fazerem playback. Acharam que não era ao vivo! É mole?!”, diverte-se. No caso de Cabo Verde, são os artistas e músicos que costumam se surpreender com sua maneira de atuar. “Sempre que começo a trabalhar com um artista, faço só a primeira vez o soundcheck com a banda. No show seguinte, eu já aviso que a banda não precisa mais ir. Os músicos geralmente se espantam com essa minha atitude, mas, com certeza, ficam felizes, porque sabem que existem profissionais por traz deles capazes de resolver qualquer problema para que o som saia o mais próximo possível da perfeição”, acredita.

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Primeiro disco solo de Leoni que embalou o sucesso Garotos II completa 20 anos. Gravado em meados dos anos 90, o trabalho foi uma espécie de disco híbrido de analógico e digital. Victor Bello redacao@backstage.com.br Fotos: Divulgação

oi quando eu comecei também a usar o computador e programações. Comecei a usar baterias eletrônicas, samplers para fazer levadas, fiquei muito em casa fazendo coisas no computador” conta Leoni sobre o seu primeiro disco solo, o homônimo Leoni lançado pela gravadora EMI, em 1993, que incluiu os sucessos Garotos II e Carro e Grana. Leoni, que iniciou a carreira em 1981, como baixista e compositor da banda Kid Abelha & Os Abóboras Selvagens, se tornou um bem sucedido hit maker, conhecido por diversos sucessos do pop rock nacional ao longo dos anos 80 e 90. Após a saída do Kid Abelha, o músico então parte para formar o Heróis da Resistência, em 1986, grupo com o qual lançou três discos, conquistando um Disco de Ouro na época. Em 1993 partiu para a carreira solo, após o Heróis ficar sem contrato com a gravadora e o compositor optar por canções em formatos mais pop, enquanto o ex-grupo pensava em algo mais hard rock e pesado para o próximo álbum “Os arranjos que eles propunham para o disco não tinham absolutamente nada a ver com as músicas e aí eu comecei a me questionar se era esse o caminho mesmo. O que eu tinha era uma coisa mais pop”. O excompanheiro de Kid Abelha e amigo de longa data, Beni Borja - conhecido por assinar a produção dos primeiros discos do Biquíni Cavadão, o segundo solo de Celso Blues Boy e o primeiro álbum de Fernanda Abreu -, também conversou com a Backstage sobre a assinatura na produção no disco Leoni. “Do que eu sei,

esse foi o primeiro disco brasileiro feito no esquema de “project studio” digital doméstico, que hoje, na era dos DAWs, é quase o padrão das produções fonográficas. Fomos pioneiros no Brasil no uso de gravadores digitais baratos e me parece também no uso de ambientes domésticos para gravações de música pop, o que permitiu que fizéssemos o disco no nosso ritmo, como desejávamos” observa Beni.

GRAVAÇÃO O disco foi um híbrido de digital e analógico. A maioria das faixas foi gravada em 8 canais de ADAT (áudio digital 16 bits) com outros canais MIDI “sincados” pela MOTU, gravado na própria casa do Leoni, com exceção da faixa Nada Como eu e Você, que teve bases gravadas em 24 canais analógicos no Nas Nuvens, e do acordeom

RESISTÊNCIA


de Dominguinhos em O Fim de Tudo, gravado no estúdio Be-Bop, em São Paulo. A mixagem foi feita em fita analógica no Nas Nuvens com o engenheiro Vitor Farias, tendo Ricardo Fegalli participado da mixagem de duas canções no estúdio do Roupa Nova. “Eu tinha acabado de retornar de um período de estudos de engenharia de gravação em Londres. Tendo acompanhado algumas sessões de gravação lá, eu estava muito insatisfeito com os padrões das produções brasileiras na ocasião. Minha insatisfação era essencialmente com a falta de experimentação sonora nas nossas produções. Os orçamentos apertados não nos ofereciam a oportunidade de buscar novas sonoridades no estúdio. Comprei um

gravador ADAT de 8 canais da Alesis, recém-lançado nos Estados Unidos, um pré-amplificador e equalizador num Lunchbox da API e montamos um miniestúdio na sala do apartamento do Leoni. O equipamento consistia no ADAT, um teclado, alguns poucos microfones emprestados pela EMI (um Neumann 87 e um AKG 414), uma mesa de 24 canais AKAY e monitores Monitor One, da Alesis, um Sampler AKAI S3000 e um MAC SE ligado a uma interface MIDI Motu Performer” conta Beni. Os instrumentos utilizados foram um violão Taylor e um Takamine, guitarra Fender Stratocaster tocada pelo guitarrista Pablo Uranga, baixo Fender Precision 1977 e pedal driver SansAmp. A capa do disco foi uma sugestão da gravadora com o compositor sendo fotografado na praia de Grumari, no Rio de Janeiro, sentado em uma poltrona em um dia nublado onde se optou usar um filtro amarelado para dar uma intenção solar a todo o conceito do álbum. Em seguida, o designer Rouber Marchezini usou letras e cores que se misturavam no título.

MERGULHO NO POP E... flerte com o eletrônico Leoni, que foi lançado no fim de 1993, chegou a vender cerca de 30 mil cópias, pouco para os padrões da época. Segundo o compo-

sitor, isso se deu em grande parte por a gravadora não ter investido o suficiente na divulgação do disco, mesmo após Garotos II emplacar na execução na novela Fera Ferida. O disco apresenta uma pegada dançante e um flerte com a música eletrônica. “Eram interesses meus, eu estava ouvindo muita coisa eletrônica misturada, gostava muito da mistura de música eletrônica com rock, com reggae, que na época tava acontecendo, eu gostei muito de fazer essa colagem” diz o compositor. Nada como eu e você, música que abre o disco, conta com a participação do saxofonista George Israel e traz uma junção meio Heróis da Resistência com Kid Abelha. “A gente tinha esse metais sampleados que o Humberto Barros tinha no teclado e resolvemos que seria bacana dobrar esses metais sampleados com metais de verdade, que era uma coisa que se fazia muito na época, você gravava um naipe de metais todo sampleado e chamava um instrumentista de verdade para dar uma cara menos plástica”, observa Leoni. A letra da música fala de coisas banais sobressaindo por coisas importantes. Falando de Amor é uma list song, onde o compositor listou várias coisas que, em sua opinião, não era amor. Garotos II, um dos maiores clássicos de seu repertório é uma resposta a Garotos, composição junto com a Paula Toller da época do Kid Abelha. “Depois de gravarmos o “take” perfeito do violão base de Garotos II, percebemos

POP INVENTIVA 45


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que no fundo se ouvia distintamente o som dos grilos da mata próxima à sala da casa de Leoni. Tentamos gravar outro “take” com as janelas fechadas, mas as reflexões sonoras do vidro alteravam para pior o som do violão. Nos rendemos ao fato de que os grilos faziam parte da paisagem sonora e fomos em frente. Um dia, já no fim das mixagens, João Augusto, na ocasião diretor de A&R, da EMI, quis ouvir. Durante a audição alguém comentou sobre os grilos. Naquele momento, João Augusto, que até então tinha apoiado integralmente nossos métodos pouco -ortodoxos, pirou. Revoltado, João dizia que a EMI não poderia lançar um disco assim, que seriamos alvos de processos dos compradores, que aquilo era um absurdo. Ao chegar no estúdio no dia seguinte, perguntei ao Vitor pelos resultados da mixagem, ouvimos e ele admitiu que tinha ficado muito pior. O assunto foi esquecido pelo João Augusto e, na hora de


enviar o disco para a masterização, enviei a nossa mixagem e me preparei para outro ataque do João Augusto. Surpreendentemente, ele achou ótima a master e lançou Garotos II como single. Foi uma das músicas mais executadas no país em 1993 e ainda com a participação especial dos grilos”, se diverte Beni Borja. Carro e grana, um reggae pop que fala de fracasso e fama, também atingiu certo sucesso e veio da influência dancehall que estava muito em voga na época. A música possui arranjos vocais africanos sugeridos pelo Felipe Abreu, que foi professor de canto de Leoni. São Tomé é uma road song (canção de estrada) bem experimental e fala da trajetória em uma viagem pelo interior de Minas Gerais. Festa, com um riff suingado bem dançante com o sampler de She drives

me crazy, do Fine Young Cannibals, fala das festas que o músico frequentava na época. A marca desse disco solo, muito embalada pela canção Garotos II, permanece na história do compositor que, para esse ano, segue com um projeto em homenagem a Cazuza, com diversos músicos e um holograma dele no palco e também um show novo chamado Como mudar o mundo?, tema bastante relevante em tempos de manifestações pelo País.

Lista de Faixas 1. Nada Como Eu e Você 2. Falando de Amor 3. Garotos II - O Outro Lado 4. O Fim de Tudo 5. Carro e Grana 6. Will Robinson 7. Revival 8. Nessa Espera 9. São Tomé 10. A Festa 11. Círculos

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4ACTION

Brendan Duffey, Sydnei Carvalho e Trè Cool

no estúdio

Banda formada por Felipe Andreoli, Sydnei Carvalho, Roger Franco e Alexandre Aposan registra seu primeiro DVD nas salas de gravação do trio californiano Green Day. Alexandre Coelho redacao@backstage.com.br Fotos: Divulgação

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m maio deste ano, os músicos Roger Franco (guitarra), Sydnei Carvalho (guitarra), Felipe Andreoli (baixo) e Alexandre Aposan (bateria) embarcaram rumo à Califórnia, nos Estados Unidos. Lá, o quarteto aportou no estúdio Jingletown, propriedade da banda Green Day, onde, durante quatro dias, registraram o primeiro material gravado do seu projeto instrumental 4Action. O resultado tem previsão de lançamento


para setembro, durante a Expomusic, em São Paulo. Formado em setembro de 2010, o 4Action reúne músicos díspares como Roger Franco e Alexandre Aposan, de bandas cristãs como Freedom e Oficina G3, respectivamente; Felipe Andreoli, do Angra; e Sydnei Carvalho, conhecido por seu trabalho solo instrumental. Mesmo com diferentes bagagens musicais, os quatro encontraram um denominador comum em um trabalho que mescla rock instrumental, jazz-fusion, heavy metal e funk. Depois de mais de dois anos tocando juntos, faltava um registro gravado. E o grupo optou por um DVD, totalmente gravado em estúdio. “A ideia inicial era gravar um disco. Acontece que nossa música é recheada de dinâmicas e momentos que tornam a gravação con-

vencional – na qual se gravam os instrumentos separadamente – inadequada. Para captar todas as nuances e conversas que acontecem muitas vezes de improviso, o ideal era que gravássemos ao vivo, mesmo que em um estúdio. E já que estávamos ali, por que não registrar o processo em vídeo? E assim o CD tornou-se um DVD. Além das músicas, ainda haverá vídeo-aulas de cada um de nós, que serão gravadas aqui no Brasil, no Norcal Studios”, conta Felipe Andreoli. Da ideia à prática, coube ao engenheiro americano Brendan Duffey, dono do Norcal Estúdios, em São Paulo, apontar os caminhos. “Eu cresci trabalhando em estúdios de gravação no Norte da Califórnia. Quando o Felipe me perguntou qual estúdio eu recomendaria, passamos algumas semanas investigando nossas opções. E o Jingle-

town, em Oakland, ofereceu tudo o que estávamos procurando e muito mais. Nós queríamos nos divertir durante a gravação, no melhor lugar e com o melhor equipamento que pudesse ser oferecido”, justifica Duffey. De acordo com Felipe Andreoli, a banda queria um estúdio que aliasse uma grande qualidade técnica e um visual bonito. Brendan Duffey, então, sugeriu alguns estúdios nos Estados Unidos onde já tinha trabalhado ou onde conhecia pessoas que trabalhavam e, de imediato, o Jingletown encantou a todos pelo visual e pelo equipamento que o estúdio reúne. “O console é um Neve feito à mão, e tem um som maravilhoso! O fato de o estúdio estar tão perto de São Francisco, que é uma cidade fantástica, também foi um fator decisivo”, admite o músico.

Felipe Andreoli, Brendan e Trè Cool

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Além da mesa Neve Vintage e da seleção fantástica de periféricos e microfones, o espaço de gravação no Jingletown é incrível. A sala de gravação tem mais de 400 m2, com pédireito bem alto. A sala de gravação também é bastante morta, o que nos ajudou a evitar o excesso de vazamento entre os instrumentos

Se, para a banda, o visual do estúdio – importante no caso da gravação de um DVD – e a proximidade com uma cidade de forte tradição cultural como São Francisco foram determinantes, para Brendan Duffey, foram as condições técnicas do Jingletown o principal motivo pela escolha do estúdio. Da lista de equipamentos disponíveis ao projeto acústico da sala de gravação, ele reunia as condições ideais para que os músicos e o staff técnico chegassem ao resultado almejado. “Além da mesa Neve Vintage e da seleção fantástica de periféricos e microfo-

nes, o espaço de gravação no Jingletown é incrível. A sala de gravação tem mais de 400 m2, com pé-direito bem alto. A sala de gravação também é bastante morta, o que nos ajudou a evitar o excesso de vazamento entre os instrumentos. O estúdio tornou possível, para nós, configurar a banda e gravar exatamente da maneira que queríamos”, comemora Duffey. Segundo o técnico, a equipe passou quatro dias no estúdio, sendo dois dias para preparar e instalar todo o equipamento adequadamente, e outros dois para gravar. Para Duffey, foi o bastante. “Passei quatro dias em um estúdio incrível, com

Brendan Duffey

Equipamentos usados na gravação Bateria Console – Neve 8068 Kick 1 & 2 – Shure Beta 52 Snare Top – Shure SM57 Snare bot – AKG 414B ULS Snare 2 Top – Telefunken M80 Snare 2 Bot – AKG 414B ULS Surdo 1 – Sennheiser 421 Tom 1 – Sennheiser 421 Tom 2 – Sennheiser 421 Surdo 2 – Sennheiser 421 Surdo 3 – Sennheiser 421 Ride – Shure KSM 137 Overheads – Telefunken RFT216 Stereo Spot Left/Right – Vintage AKG 451e Ambiente Kick/Snare – Neumann U47

Ambiente Sala – Neumann U67 Ambiente Teto – Dynamic Baixo DI – Avalon U5 EV RE20 e Neve 8068 Empirical Labs Distressor Neumann TLM170 Guitarra Roger Franco AKG 414B ULS Pre Vintech X73 Shure SM57 Guitarra Sydnei Carvalho Pre Vintech X73 AKG 414B ULS Shure SM57 Console Neve 8068 32 Channel


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xandre Aposan recebeu todo o kit de bateria no estúdio, com direito a tambores, peles e todos os acessórios necessários. Só que faltaram as “garrinhas” de um dos bumbos, e não havia nenhuma loja ou distribuidor por perto que pudesse fornecer essas peças. “O Tré Cool, baterista do Green Day, estava no estúdio e, por muita coincidência, é patrocinado pela mesma marca de baterias. Ele prontamente mandou buscar um bumbo de uma de suas baterias, zerado, e nos emprestou as garrinhas. Foi uma atitude muito bacana”, elogia Andreoli. A produção do primeiro DVD do 4Action, no entanto, começou meses antes das sessões de gravação no estúdio. Toda a pré-produção foi feita nas casas de Sydnei Carvalho e Felipe Andreoli, em encontros iniciais entre os dois guitarristas, Sydnei e Roger Franco, aos quais Felipe se uniu posteriormente.

alguns dos melhores músicos de rock do Brasil. Tivemos tempo suficiente para fazer tudo do jeito que queríamos e os resultados são surpreendentes”, garante o engenheiro, que registrou três ou quatro takes de cada uma das 10 músicas selecionadas, para que, juntamente com a banda, pudessem escolher a melhor interpretação de cada. Entre os fatos que aconteceram durante a permanência do 4Action no Jingletown, o mais curioso foi a presença dos integrantes do Green Day no estúdio. Billy Joe Armstrong, Tré Cool e Mike Dirnt, donos do espaço, estavam no local no primeiro dia da banda brasileira por lá. Segundo Felipe Andreoli, todos foram muito simpáticos, conversaram com os músicos brasileiros e tiraram fotos, mas não participaram das gravações. Já para Brendan Duffey, foi a oportunidade de reencontrar velhos conhecidos.

Os caras do Green Day pararam para ver o que estava acontecendo e para nos dar uma mãozinha com alguns equipamentos. Eu costumava assisti-los na minha cidade “Os caras do Green Day pararam para ver o que estava acontecendo e para nos dar uma mãozinha com alguns equipamentos. Eu costumava assisti-los na minha cidade, quando era criança, em pequenas casas de shows para menos de 200 pessoas. Foi legal revê-los mais de 20 anos depois”, assume. A “mãozinha” a que se refere Brendan Duffey foi além de dicas ou de apoio moral por parte dos integrantes do Green Day. De acordo com Felipe Andreoli, o baterista Ale-

Com as composições já adiantadas, os três foram ao encontro do batera Alexandre Aposan, no EM&T, para ensaiar as composições. “Já na gravação, levamos três pessoas fundamentais para o projeto: o Brendan, responsável por toda a parte de áudio e que está mixando o disco no Norcal Studios com o Adriano Daga; Hugo Pessoa, diretor de vídeo responsável por toda a captação, edição e finalização; e Celso Wolfe, da One Pixel, nosso fotógrafo e designer, responsável

por toda a parte gráfica do projeto”, enumera Andreoli. No que diz respeito à captação das imagens, a intenção inicial da banda era contar com uma câmera Red Epic, usada no filme O Hobbit. Mas, como isso não foi possível, a equipe utilizou uma câmera Arri Alexa, além de outras Red e diversas lentes. “O pouco que já vimos do vídeo está fantástico. O trabalho de captação do Hugo foi fenomenal”, assegura o baixista. Ainda de acordo com Felipe Andreoli, musicalmente, o grupo procurou reunir composições que primassem pela variedade. Diferenças à parte, a mistura, segundo ele, soa como algo que pode ser definido como um rock/fusion instrumental, ainda que outros estilos musicais possam ser percebidos no som do grupo, fruto da influência pessoal de cada um dos músicos. O DVD do 4Action está previsto para ser lançado na Expomusic 2013, que acontece em setembro, em São Paulo. Até lá, no entanto, a banda e a equipe técnica têm muito trabalho pela frente. Isso porque serão gravadas vídeo-aulas de cada músico, explicando trechos e técnicas usadas nas músicas, além de um farto material de making of. Os fãs também podem esperar por alguns shows de lançamento. “Nesse meio tempo, a banda já está agendando algumas apresentações, porque nunca sabemos qual será a próxima chance de juntar os quatro de novo. A agenda das nossas bandas principais (Angra, Oficina G3 e Freedom), somadas ao trabalho que fazemos com workshops pelo país todo, dificulta bastante”, explica Andreoli. Depois do lançamento do DVD, em setembro, o 4Action já tem um novo compromisso agendado. A banda voltará à Califórnia em janeiro de 2014 para gravar um novo DVD, desta vez no lendário bar de jazz Baked Potato.


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EXPO MADA entra para o circuito Com shows dos sertanejos Maria Cecília & Rodolfo e dos rockeiros Os Paralamas do Sucesso, mais de 20 mil pessoas se reuniram no parque de exposições da cidade de Santa Maria Madalena, no interior do Estado do Rio de Janeiro. Danielli Marinho redacao@backstage.com.br Fotos: Ernani Matos / Divulgação

O

município que deu Dercy Gonçalves ao mundo comemorou o 151º aniversário de emancipação política e administrativa com festa entre os dias 6 e 9 de junho. Além dos shows de Maria Cecilia & Rodolfo e dos veteranos Paralamas do Sucesso, o público contou com uma infraestrutura bem diferente dos anos anteriores. Palco, sistema de som e iluminação ficaram sob a responsabilidade


LENA de grandes eventos da empresa Extrasom, de São João da Barra (RJ). “Trouxemos um sistema que já está com a gente há mais de oito anos, um line SL 1212, feito pela Acústica, com falante Eighteen Sound, drive B&C. Esse sistema foi uma exigência do contratante”, avaliou João Natan da Silva, técnico responsável e sócio da Extrasom. Além do

sistema de PA, João Natan complementa que também foi usado um par de PM5D-RH, da Yamaha, e sides Machine 815, falantes Beyma e subgraves da Lacustica, com falante Selenium, de 1200 watts RMS. “Trouxemos a monitoração pré e também os monitores SM 222, fabricados pela Machine, além de praticáveis”, enumera. Para o back-

line, João conta que foram disponibilizados Fender Twin, JCM 90, sistema sem fio PSM 900 de stand by, Porta Pro de 8 canais, com oito fones, além de quatro AKG. Na iluminação, apesar da Extrasom colocar à disposição alguns equipamentos da empresa, os artistas também optaram por levar os seus, como a dupla Maria Cecília &

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Sempre quando a gente faz um show longe, em que não dá para ir a carreta, usamos o que tem na locação. A gente pede sempre a PM5 ou a Digidesign, ou a própria Digico (Fabiano Rodrigo, PA Maria Cecília & Rodolfo)

No monitor, Yamaha PM5D

SONORIZAÇÃO Segundo André Nascimento, técnico de PA substituto do Paralamas do Sucesso, a banda não costuma levar mesa para a estrada e os técnicos acabam usando os consoles disponibilizados pela locadora de som responsável pelos eventos. “A gente terceiriza da firma de som, hoje com as mesas digitais já temos os modelos que estamos acostumados a trabalhar. Geralmente a PM5D, ou então a Digidesign, Profile. No palco, geralmente o Guto usa a PM5D também”, avalia,

Rack de amplificação da Extrasom inclui um dbx

Rodolfo, que levou painel de LED, movings, PAR 64, PAR LED, Minibruts, Elipsoidal, ACL, tudo próprio. “O de hoje é tudo nosso, com exceção do painel de LED, mas os movings Giotto, os Beam da SGM, os Wash da ACME, Elipsoidais, as PAR LED, os ACL, Main Power, duas mesas de luz, sendo uma Avolites Touch 2010, são nossos”, explicou João.

André Nascimento fez o PA do Paralamas do Sucesso

acrescentando que outra mesa que também está entre suas preferidas é a Vi6, da Soundcraft. “Gosto muito do som da Vi6, mas ela está entrando agora no mercado, começando a surgir agora”, completa.


Subs complementam o sistema de PA usado no evento

Embora esteja na estrada não apenas com o Paralamas, mas também com o Afroreggae, André nunca havia sonorizado com o sistema SL1212. “Nesse PA achei que na região de médio, na região de 630, a frequência está muito agressiva, então eu tive que tirar bastante. Na parte dos agudos, que pega o sibilado de voz, de contratempo, eu tive que dar um pouquinho de ganho, senti essa necessidade. Mas no geral, fazendo esses ajustes, eu

Fabiano Rodrigo, PA de Maria Cecilia & Rodolfo

achei interessante”, avalia. Fabiano Rodrigo, PA da dupla Maria Cecília & Rodolfo, viaja com uma Digico e só abre mão da console quando o local é muito longe. “Sempre quando a gente faz um show longe, em que não dá para ir a carreta, usamos o que tem na locação. A gente pede sempre a PM5 ou a Digidesign, ou a própria Digico”, enumera. O técnico também nunca havia usado o sistema de PA disponível e também precisou en-

Adriano Lima, monitor da dupla sertaneja

Amplificadores Machine também foram usados, para o sistema de PA

contrar algumas soluções para acertar o som. “Hoje tive uns problemas no PA, infelizmente acontece, acredito que foi problema de energia, porque tentamos resolver e não deu. Consegui cortar bastante as frequências que estavam sobrando, tinha muita diferença do PA L para o R, consegui regular um para parecer com o outro. A mesa

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Luciano Fazolato e Lucio Duarte

Painéis de LED da Gobos que atendeu aos camarotes.

me ajudou muito, mas os problemas de energia não tem como resolver. O público, às vezes, não percebe, mas para nós foi bem sacrificante. No entanto, apesar de tudo, foi bom”, ponderou.

PRODUÇÃO

Sistema usado na Expo Santa Madalena

Problemas à parte, quem foi ao Parque de Exposições para a festa da cidade deste ano pôde notar muita diferença na estrutura. A empresa responsável pela produção, a Excalibur, lançou mão de tecnologia para sistematizar o evento. Segundo Lucas Gomes, um dos proprietários da companhia, todo o projeto foi montando em 3D com antecedência, além de uma


No detalhe à esquerda, parte traseira do painel

vistoria prévia no local para que fosse montada uma perspectiva de todo o evento. “A gente também gosta sempre de chegar antes ao local, por exemplo, além de fazer um

A gente também gosta sempre de chegar antes ao local, por exemplo, além de fazer um projeto 3D (Lucas)

projeto 3D de todo o evento. Aqui em Madalena, ficamos quase um mês montando essa estrutura, para estar tudo pronto antes, porque o mais importante é deixar tudo adiantado

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A dupla Maria Cecilia & Rodolfo no segundo dia da Expo Madalena

Claro que existem erros, mas conseguimos minimizar. Mudamos o projeto três vezes para dar tudo certo. Mudamos o local de palco, local de camarote, saídas de resgate, já que grandes shows assim atraem muita gente (Lucas)

para a gente fazer um grande evento”, acrescenta Aristeu Meireles, também sócio da Excalibur. Essa nova visão de produção vem ao encontro das diretrizes da Excalibur, que tem menos de um ano de vida. “Queremos fazer tudo com planejamento, que é o que a gente acaba não vendo em muitos outros lugares. Quando sentamos

Silvio Cesar, LD da dupla Maria Cecilia & Rodolfo

Cristiano Vaz, lighting designer do Paralamas

para conversar para abrir a empresa foi esse o foco que a gente queria atingir, porque a gente vê muita cidade que não tem isso. Então, organizando antes, conhecendo o lugar, vendo o lugar, a gente consegue fazer e ver esse resultado que estamos tendo. A gente nunca vai ter a segunda chance de causar a primeira boa impressão”, resume Aristeu. Com essa nova visão e estratégia, Lucas conta que


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REPORTAGEM| www.backstage.com.br

Sócios-propietários da Excalibur, Aristeu (à esquerda) e Lucas (à direita). Ao centro, Guto, da TelaViva

foi possível diminuir os erros em até 90%. “Claro que existem erros, mas conseguimos minimizar. Mudamos o projeto três vezes para dar tudo certo. Mudamos o local de palco, local de camarote, saídas de resgate, já que grandes shows assim

para a cidade se reflete diretamente na economia da cidade. “Todas as pousadas e hotéis estão lotados e, além disso, esses eventos propiciam a todos os comerciantes um aquecimento na economia local, fazendo com que restaurantes e todo o co-

Equipe da Extrasom, empresa responsável pela sonorização da Expo Madalena

atraem muita gente, ainda mais aqui em Madalena que nunca teve uma estrutura grande, então fizemos toda essa logística”, comemora o empresário de apenas 22 anos. Para realizar o evento, a Excalibur contou com as parcerias da TelaViva e da própria prefeitura de Santa Maria Madalena. Para o prefeito da cidade, a concretização de grandes eventos como esse

mércio possam ter um ganho maior”, avalia. A Excalibur, apesar de ter sido criada em outubro de 2012, já conta em seu currículo com eventos como o Encontro de Motociclistas de Rio das Ostras, o Encontro de Jipeiros de Santa Maria Madalena, a Paixão de Cristo em São João da Barra e a Festa da Padroeira de Atafona, também em São João da Barra.


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VOLCA

SEU PASSAPORTE PARA A PRODUÇÃO DE

MÚSICA ELETRÔNICA Luciano Freitas é técnico de áudio da Pro Studio americana com formação em ‘full mastering’

No início da década de 1980, quando a música tocada nas danceterias inicia seu processo de migração/evolução da disco music para a dance music, o mundo pôde acompanhar o nascer de uma safra de disc-jockeys (DJ´s) que encantavam o mundo com suas mixagens e performances mirabolantes. No entanto, poucos eram os profissionais desse segmento que se dedicavam à arte da produção musical.

C

om a popularização dos sistemas de gravação digital ocorrida no início da última década, muitos desses profissionais também optaram por investir em seus estúdios próprios, permitindo-os criar um repertório personalizado para suas apresentações, bem como a desenvolverem projetos paralelos produzindo e lançando outros artistas nacionais. Atualmente o quadro se inverteu, sendo mais difícil encontrar no mercado um DJ que se dedique apenas à “discotecagem”. Cuca, Iraí Campos e Marlboro são alguns dos precursores que atualmente produzem hits que nada deixam a desejar às produções dos “Top DJ´s” mundiais.


Analisando a demanda desse segmento profissional, o qual necessita de instrumentos musicais que reproduzam todo o “calor” da sonoridade analógica vintage e que possuam uma interface de programação prática e simplificada, alguns dos tradicionais fabricantes de sintetizadores passam a desenvolver produtos que, além de atender a essa necessidade, ganham espaço junto aos toca-discos nas apresentações desses músicos. Sempre se destacando neste segmento de produtos, a Korg aproveitou a Musikmesse 2013 para supreender os visitantes com uma novidade que promete ser o “braço direito” do produtor contemporâneo de música eletrônica.

VOLCA Seguindo os passos das linhas de sintetizadores analógicos Monotron, Monotribe e MS-20 Mini, a Korg coloca no mercado a família Volca. Formada inicialmente por três diferentes modelos (Volca Keys, Volca Bass e Volca Beats), essa nova linha de equipamentos oferece, em uma embalagem compacta e por preço acessível, um conjunto diversificado de sons analógicos clássicos, indispensáveis na produção dos estilos musicais que compõe a Dance Music Eletrônica (EDM). Além de toda a robustez típica da sonoridade analógica real, outras características são comuns aos três modelos: todos permitem sincronismo via MIDI e

sincronismo analógico (pulsos elétricos – conectores do tipo P10), possibilitando o ajuste de tempo entre diferentes unidades do equipamento (compatível também com o App “SyncKontrol”, desenvolvido para iPhone); possuem um alto-falante interno e uma saída para fones de ouvido; todos possuem um sequenciador (16 passos ou gravação em tempo real) capaz de armazenar simultaneamente até oito diferentes padrões musicais em sua memória; todos podem ser alimentados por pilhas (autonomia de aproximadamente dez horas usando seis pilhas alcalinas tamanho AA) ou energia AC (adaptador vendido separadamente); e todos podem ser usados como módulo de sons, conectando-se um controlador à sua entrada MIDI. Vale destacar que o circuito utilizado nos modelos Volca proporcionam afinação estável, não gerando variações decorrentes de oscilações na temperatura local (problema encontrado em alguns sintetizadores analógicos). Representando um novo marco na história dos seus sintetizadores analógicos/groove boxes, a Korg desenvolveu o Volca Keys com um teclado de fita (ribbon) com 27 mini divisões de teclas e uma seção de filtros (VCF) que utiliza circuitos derivados do lendário miniKORG 700S que permite ajustar não só a frequência de corte (Cutoff) do seu Low Pass Filter (12 dB por oitava), mas também a ênfase dos componentes harmônicos da região do corte (PEAK) e a intensidade

Volca Keys

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com que a frequência de corte é alterada pelo Envelope Generator (Attack, Decay-Release, Sustain). Seu gerador sonoro polifônico possui três osciladores que geram as formas de onda quadrada (square) e dente de serra (sawtooth).

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Volca Bass

Volca Beats

Nesta seção (VCO) o usuário controla a combinação desses osciladores por meio dos controles Voice (Poly, Unison, Octave, Fifth, Unison Ring e Poly Ring), Octave e Detune, contando ainda com os controles do tempo de Portamento e


da intensidade com que a seção Envelope Generator modifica a afinação do equipamento (EG Intensity). O Volca Keys conta também com um gerador de efeitos de Delay e com um Oscilador de Frequências Baixas – LFO, o qual insere modulações cíclicas na afinação da seção VCO e na frequência de corte da seção VCF. O segundo integrante da família Volca (Volca Beats) apresenta-se como uma máquina de construção rítmica (de 10 partes) com sons analógicos que reproduzem as características sonoras encontradas na lendária Roland TR-808. Além dos timbres analógicos (Kick, Snare, Hi Tom, Lo Tom, Closed Hi Hat/Open Hi Hat), o equipamento oferece quatro timbres baseados na síntese PCM (Clap, Claves, Agogo, Crash) que resgatam a sonoridade lo-fi típica de alguns equipamentos digitais lançados no início da década de 1980. Capaz de aprimorar qualquer performance, a função Stutter é capaz de inserir no instrumento da parte selecionada uma sequência repetida de notas em conformidade com os seus controles Time (intervalo de tempo entre cada repetição) e Decay (volume de decaimento de cada repetição). Seu sequenciador suporta a função Motion Recording, a qual registra as alterações nos

controles Time e Depth (seção Stutter) e PCM Speed, realizadas no momento da gravação. Completando a família, temos o modelo Volca Bass. Destinado a recriar todas as nuances sonoras presentes nas linhas de baixo sintetizado ouvidas nos hits eletrônicos que marcaram as últimas três décadas, esse modelo adota o conceito encontrado no Roland TB303 (porém com três osciladores e edição dos parâmetros facilitada), principal ícone deste segmento, sendo capaz de produzir uma sonoridade densa e extremamente ressonante. Grande parte dos seus controladores se assimila aos do modelo Volca Keys, entre eles os das seções Envelope Generator (Attack, Decay-Release, Sustain) e VCF (Cuttof e Peak). No entanto, em virtude de o usuário poder trabalhar individualmente com seus três osciladores, torna-se possível programar partes distintas em seu sequenciador (por exemplo, um synth bass e um synth lead na mesma alocação de memória). A linha Volca passa a ser distribuída no mercado mundial neste mês de agosto de 2013.

E-mail para o colunista redacao@backstage.com.br

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CUBASE7

MIXANDO Olá amigos, Vamos dar sequência ao nosso estudo do mixer do Cubase 7 com mais funções. Nessa edição veremos a função Link que é muito útil durante todo o processo de mixagem. A função de “link” de canais tem várias aplicações. A primeira que analisaremos é a de controle do nível geral de mixagem.

NO CUBASE 7

O MIXER Marcello Dalla é enge-

PARTE 3

nheiro, produtor musical e instrutor

U

ma das coisas mais importantes ao final de uma mix é alcançar um bom sinal de bus stereo a um nível que proporcione qualidade sem que seja necessário usar compressão excessiva ou

Fig 1 - Sessão de mixagem. Painel Link acima

mesmo limiters para que este sinal não atinja o nível de clip ou tenha distorções. Para isso, a soma dos canais separados, que é o resultado da nossa mix, deve ser monitorada e equilibrada de for-


ma que tenhamos ao final do processo mixagem percebemos que estamos esta coerência. A inserção de comprescom um bom equilíbrio entre os casores e limiters no bus stereo deve ser nais, mas que nosso estéreo final está encarada como um refinamento da nosmuito próximo de zero e nos aproxisa mixagem e não como um recurso para mamos muito de um possível clip di“segurar” níveis excessivos. gital em 0dB. Para preservar o trabaAo mesmo tempo, a mixagem é um lho realizado até aí de relação entre processo dinâmico e vamos ganhando canais e ganhar “headroom”, ou seja, definição à medida que equilibramos uma “folga” em volume, “linkamos” seus elementos. Podemos chegar numa todos os canais na posição em que essituação em que os níveis dos canais tão e descemos todos juntos. Na figuestão equilibrados, mas que o resultado ra 1 vemos os canais de áudio seleciofinal está em um nível sonoro total nados. Quando selecionamos 2 ou muito elevado. Nesta situação podemais canais de áudio no mixer, o paimos “linkar” os canais para manter a nel de “link” se torna ativo como verelação entre eles e descer todos juntos, Fig 2 - Botão Link ativado. mos na parte superior central. Painel de parâmetros ou seja, alterando nossa mixagem apeClicamos no botão Link e o painel nas em nível sonoro final, mas não em sonoridade já que aparece como mostrado na figura 2. O painel mostra os elementos (canais) preservam sua relação. Vamos a os parâmetros que serão linkados entre os canais. É este tutorial: preciso muita atenção neste momento para que soA figura 1 mostra o mixer de um projeto com 14 canais mente os parâmetros desejados sejam linkados para de áudio. Os canais à direita, com faders em roxo reevitarmos erros. Por exemplo, deixei de propósito o presentam canais de reverb independentes e não enparâmetro “routing” selecionado. Vamos dizer que tram no processo do link. Em dado momento da com o link estabelecido alteramos uma das saídas de

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Fig 3 - Numeração dos links indicada no painel

A tecla Q-Link (Quick Link) mostrada na figura 5 permite que se faça um link rápido entre todos os parâmetros dos canais selecionados ao ativá-la. Este link não entra na contagem dos links do painel

áudio de um dos canais para um grupo. Todos os canais dentro desse link serão direcionados da mesma forma, o que no nosso caso é indesejável. A figura 3 mostra o painel de link com a numeração do link estabelecido. Podemos ter

Fig 4 - Botão Sus

quantos links forem necessários na sessão tendo o cuidado com sobreposições e parâmetros selecionados. Como estabelecemos o link entre todos os canais, basta agora descer o fader de um deles para que todos desçam mantendo as relações entre si. Atentem para a relação entre os canais diretos e seus reverbers: como por default as mandadas (sends) são definidas “Post Fader”, ao alterarmos o fader de cada canal a porção de sinal enviada ao reverber também se reduz, mantendo a relação entre sinal direto e com efeito. Desta forma, a nossa mixagem se mantém inalterada em seu todo, com exceção do nível sonoro total. Podemos ter inúmeras aplicações para a função Link. Mais um exemplo: ao definimos a pré mixagem de uma bateria com 8 canais. Gostamos do conjunto desses canais e da sonoridade final do instrumento e queremos dosar o nível da batera no contexto geral da mixagem. Podemos Linkar estes 8 canais e trabalhar na mixagem como se fosse um só canal. Se, neste contexto quisermos subir somente o bumbo, não precisamos tirar o Link para isso. Basta suspender o link usando o botão Sus no painel mostrado na figura 4, ou simplesmente apertar a tecla Alt/Option no teclado do computador. O link é suspenso temporariamente, os faders se tornam independentes, faze-

Fig 5 - Quick Link

mos o ajuste e, ao soltar a tecla, o link volta a existir guardando a nova relação entre os faders. A qualquer momento podemos editar os parâmetros de cada Link e redefinilos. Com o número do link selecionado clicamos na tecla “e” do painel e fazemos as alterações desejadas. Canais separados, esquerdo e direito, de um mesmo arquivo estéreo também podem ser linkados em todos os seus parâmetros na mixagem e tratados como um canal só. Este tipo de link é muito comum em mixagens 5.1. Todos os inserts, sends, channel strips, faders, automações, equalizadores e compressores se repetem entre os canais. O único parâmetro não selecionado neste caso é o Pan. A tecla Q-Link (Quick Link) mostrada na figura 5 permite que se faça um link rápido entre todos os parâmetros dos canais selecionados ao ativá-la. Este link não entra na contagem dos links do painel. Ele é temporário e se destina a ajustes eventuais durante a mixagem. Lembrem-se que os links podem ser usados em combinação com canais de grupo para roteamento e controle absolutos sobre a mixagem. As aplicações e variações da função Link são inúmeras. Vale a pena explorar ao máximo este recurso implementado no mixer do Cubase 7. Sugiro que usem em seus projetos estas funções em diversas formas. Até a próxima edição com mais boas dicas. Abraço!

Para saber online

dalla@ateliedosom.com.br www.ateliedosom.com.br Facebook: ateliedosom Twitter:@ateliedosom


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TECNOLOGIA| LOGIC | www.backstage.com.br 72 Para fins de remixagem, existem casos em que os arquivos de áudio são disponibilizados em vários formatos (taxa de amostragem e frequência). Nestes casos, também vale arrastar ou carregar (load) todos os arquivos de áudio para a Bin do Logic Pro, marcando-os previamente com a taxa de amostragem e bit depth.

REMIXAGEM NO

LOGIC PRO PARTE 02

Vera Medina é produtora, cantora, compositora e professora de canto e produção de áudio

A

janela Audio Bin funciona como um repositório central para todos os arquivos de áudio adicionados ao projeto, mesmo que não sejam usados na área Arrange. Desta forma, todos os takes associados com o projeto ficam arquivados em apenas um local, mesmo não sendo utilizados na produção final. Os arquivos de áudio que são arrastados para a janela Arrange também são auto-

maticamente adicionados à Audio Bin. Por exemplo, nos meus arquivos eu marco no final do nome os números para fácil identificação. Ex: 2444 (24 bits 44.1 Hz). É possível visualizar na própria janela da Bin a terminação do arquivo (.wav, .aif etc.). Basta então clicar sobre o arquivo e abrir Audio File > Copy/Convert File(s). (Figura 1). O menu Save As vai se abrir (Figura 2) e


Figura 02

ali você poderá escolher as configurações de conversão do arquivo. Temos os seguintes parâmetros: •Sample Rate (44.1kHz, 48 kHz, 88.2 kHz, 96 kHz, 176.4 kHz ou 192 kHz) •Bit depth (8, 16 ou 24 bits) •File Format (AIFF, WAVE, CAF, Apple Lossless, AAC ou MP3) •Stereo Conversion (Split to Interleaved ou Interleaved to Split) •Dither Type •Change File Reference in Bin (sim ou não) Após escolher as opções que atendem às suas necessidades, basta salvar (Save as). Você terá que modificar algo no

de 44.1 a 96 Hz. Ou seja, tive que primeiro executar a conversão. Neste caso, também não recebi o

tom, nem o BPM da música. Assim, resolvi identificar se algum arquivo apresentava um loop para descobrir o tempo com os recursos Detect Tempo, Insert>Mete ring> BPM Counter, Flex Time ou Time Stretching (ainda não falamos sobre este). Acabei com um BPM aproximado de 122. Resolvi fazer do meu remix um house a 120 BPM, ou seja, algo bem leve, quase lounge. Escolhi um loop do próprio Logic Pro, um Apple Loop que já se ajusta automaticamente ao tempo escolhido. Vale a pena aqui falar um pouco mais sobre o recurso Time and Pitch Machine encontrado na janela Sample Editor (Figura 3 Time & Pitch Machine). Esse recurso processa o áudio de forma off line, portanto, quaisquer alterações nos arquivos de áudio serão permanentes. É um processamento destrutivo, porém, oferece recursos interessantes para alteração de tempo ou transposição de tom. E sempre há a função Undo para retornar ao estado anterior, no entanto, quando eu utilizo, costumo fazer backup. Para utilizar esta função são necessárias duas informações: o BPM atual do arquivo e o BPM final. Portanto, é utilizada quando temos estas informações claras. As funções de alteração no tempo ou transposição de tons podem ser utilizadas concomitante ou separadamente.

Figura 01

nome do arquivo antes de salvá-lo. No caso, como escolhi a opção Change File Reference in Bin, os arquivos que ficam na Bin são somente aqueles que já estão convertidos, facilitando a localização. Como citei anteriormente, em muitos casos o pacote para mixagem, também conhecido como Stems, pode vir com loops mapeados, assim como podem vir com arquivos de diversas origens e formatos. Estou mixando uma música bastante conhecida do início dos anos 90. Recebi os arquivos em formatos aif, wav, assim como também em diversas amostragens

Como citei anteriormente, em muitos casos o pacote para mixagem, também conhecido como Stems, pode vir com loops mapeados 73


Conforme definido no manual do Logic Pro, o Time and Pitch Machine analisa os componentes espectrais e dinâmicos do material de áudio e processa o resultado, sendo que o algoritmo foi desenvolvido para manter a maior quantidade possível dessas informações, minimizando variações de fase.

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Conforme definido no manual do Logic Pro, o Time and Pitch Machine analisa os componentes espectrais e dinâmicos do material de áudio

Figura 03

Uma dica importante sobre transposição é que, para aumentar a amostra de sample ou diminuir, informações novas têm que ser geradas. Por isso, é melhor aumentar o BPM de um sample do que reduzi-lo. Para reduzir, ou seja, obter um sample maior, essas informações tem que ser inventadas.

Para acessar o Time and Pitch Machine, basta abrir a janela Sample Editor. É preciso clicar sobre um arquivo de áudio e clicar W, ou somente clicar sobre o nome Sample Editor. Ainda é possível arrastar a palavra Sample Editor e uma janela separada se abre. Com a janela Sample Editor aberta, escolha Factory >Time and Pitch Machine, ou utilize o atalho Control + P. Vamos aos principais parâmetros: 1) Menu Mode: •Free Mode: é possível fazer ajustes de tonalidade e tempo independentes; •Classic Mode: nesta opção, a tonalidade e o tempo estão interligados, ou seja, ao transpor uma região selecionada, o tempo também é alterado. Parecido com aquele efeito de alteração de velocidade da fita. O tom sobe quando a fita acelera e vice-versa. 2) Menu Algorithm (algoritmo): opções de algoritmo de acordo com o material a ser processado: •Version 5: veio da versão 5 do Logic, pode ser usado na maior parte dos materiais de áudio. A coloração adicionada pode ser utilizada de forma criativa; •Any Material (qualquer material): é capaz de processar a maior parte dos arquivos de áudio; •Monophonic (monofônico): para ser utilizado para áudio gravado de instrumentos monofônicos ou voz; •Pads: para ser utilizado em material polifônico com conteúdo harmônico; •Rhythmic Material (material rítmico): utilizado em partes de bateria, percussão ou instrumentos que gerem algum tipo de ritmo (guitarra, por exemplo). •Beats only: mantém o tempo de material percussivo; •Universal (padrão): é capaz de tratar todos os tipos de material de áudio e geralmente é utilizado para tarefas de time stretching; •Complex: nos casos de time stretching de arquivos com gravações complexas. Os parâmetros relacionados ao tempo são muito simples. Ao colocar o BPM atual e o desejado, os demais parâmetros já se ajustam ao tamanho dos arquivos.


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Figura 04

Quanto aos parâmetros de tonalidade, cabe ressaltar: 1)Transposition (transposição): a transposição acontece mensurada em cents (1/100 de unidades de semitom). Ou seja, um valor de 100 significa subir um semitom, o valor de -1000 significa descer 10 se mitons, -1200 descer uma oitava e assim por diante; 2) Harmonic Correction (correção harmônica): Esse valor deve permanecer sem alteração, ou seja, 0. Quando o áudio é transposto, todos os formantes também são, o que não soaria natural. Manter o valor em 0 significa que o tamanho físico do corpo de ressonância é mantido, fazendo a transposição soar de forma natural. Antes de saber deste detalhe, eu costumava seguir a mesma alteração nos harmônicos e causava aquele efeito robotizado. Como prometido, um método de alteração de um loop ou parte para um novo tempo é utilizar o Time Stretching. Se você sabe que o arquivo ocupa, por exemplo, 2 compassos num determinado tempo, e quer alterá-lo para um novo tempo, basta clicar sobre a região + a tecla Alt e arrastar o final do arquivo até o final do compas-

so desejado. Lembrando que para mudanças radicais de tempo, esta não é uma técnica recomendada. Acredito que abordamos a maior parte de questões e algumas técnicas e dicas de como tratar ou processar seu material de áudio quando estiver fazendo uma remixagem. Cabe ressaltar que cada produtor tem sua forma específica de tratar o assunto; sendo assim, estas matérias cobriram somente parte do que pode ser feito. Procure em fóruns e outras fontes referências utilizando os nomes das funções e encontrará muito material interessante. Até a próxima edição!!!

Para saber online

vera.medina@uol.com.br www.veramedina.com.br


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PRO TOOLS| www.backstage.com.br 78

COMO ADMINISTRAR TRACKS OU CLIPS EM SESSÕES GRANDES Em sessões com múltiplos tracks, sem um devido controle e metodologia, é bem possível o usuário passar mais tempo procurando tracks do que efetivamente trabalhando. O Pro Tools oferece diversas funções que podem facilitar esta tarefa, como algumas que vamos conhecer neste artigo.

Cristiano Moura é produtor, engenheiro de som e ministra cursos na ProClass-RJ

A

GRUPANDO CLIPS

Existe um processo pelo menu Edit, conhecido como “consolidate”, usado durante um tempo para transformar um track com centenas de edições num único bloco (clip). O inconveniente deste processo é que o Pro Tools precisa gerar um arquivo novo, desperdiçando espaço no seu HD. A partir do Pro Tools 8, foi integrada a função “Region Group” (hoje chamada de “Clip Group”) que faz basicamente a mesma coisa, porém com diversas vantagens e sem comprometer o espaço em disco. Ela se encontra no menu Clip > Group e o funcionamento é bem simples: basta sele-

Fig. 1A - Clips a serem agrupados

Fig. 1B - Clip group

cionar os clips que se deseja agrupar e acionar a função. (figuras 1A e 1B).

Fig. 2 - Clip Group de áudio e MIDI

Este é um processo não-destrutivo que, além de não ocupar nenhum espaço a mais no HD, tem a vantagem desse agrupamento não se restringir a um track. É possível agrupar clips em múltiplos tracks, mesmo que o conteúdo seja diferente. Ou seja, é possível agrupar clips de áudio e MIDI, ou quem sabe, áudio e vídeo. (figura 2) Agora imagine que o usuário queira refazer alguma edição dentro de um grupo. Ele pode desfazer o grupo normalmente pelo menu Edit > Ungroup. Porém, sabemos que provavelmente depois de realizar as edições, ele vai querer agrupar novamente o material, e é ai que se encontra a maior vantagem deste proce-


Fig. 3 - Função Regroup

dimento: ao invés de ter que selecionar todos os clips novamente para agrupar, basta selecionar algum clip que pertencia ao grupo e usar a opção Clip > Regroup (figura 3) que o Pro Tools se lembrará de todos os outros pertencentes ao grupo.

DIRETO AO PONTO Uma das cenas que mais geram agonia por quem está sentado ao lado de quem está operando a ferramenta, é quando o usuário fica subindo e descendo a barra de rolagem em busca de algum track. Existe uma simples e magnífica maneira para localizar e chegar ao track que desejar em instantes. Acione o track list pelo menu View > Other Displays > Track List e terá um melhor acesso aos tracks. Desta maneira podemos ver bem mais tracks e podemos até organizar de acordo com algum critério. Assim que

Fig. 5 - Todos os tracks visiveis

você encontrar o track, clique com o botão direito no nome e escolha a opção Scroll Into View (figura 4), e o resultado é seu track imediatamente aparecendo como o primeiro track da tela. Com esse recurso, basicamente podemos dizer adeus ao botão de rolagem do mouse.

NÃO É IMPORTANTE? ESCONDA! Outro excelente recurso do Pro Tools é a possibilidade de esconder tracks que não são relevantes no momento. Existem várias maneiras de se esconder um track e a mais intuitiva talvez seja clicando no nome do track com o botão direito e esco-

Fig. 6A - Função Show Hide aplicado na bateria

Fig. 4 - Scroll into view

Fig. 6B - Funcão Show Hide aplicado nos vocais

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lhendo a opção Hide. Porém quando se deseja esconder muitos tracks, é mais prático acessar a Track List à direita e clicar nos pequenos círculos ao lado do nome (figura 5). Para acelerar ainda mais, é viável clicar e ar-

Por fim, para acessar cada uma das configurações, acesse o menu Window > Memory Locations e na janela que se abre, clique na configuração desejada.

CORES

Criar um código de cores pessoal também é uma ótima maneira de manter seu projeto organizado. Além do mais, é muito mais fácil e agradável para as pessoas que estão em volta acompanhando seu trabalho

Criar um código de cores pessoal também é uma ótima maneira de manter seu projeto organizado. Além do mais, é muito mais fácil e agradável para as pessoas que estão em volta acompanhando seu trabalho, pois elas poderão reconhecer os tracks que estão sendo trabalhados sem ter que ler os nomes. Para alterar a cor de um track, acesse primeiro o menu Window > Color Palette. Com ele ativo, basta selecionar o track em questão e escolher a cor. Repare que, por padrão, apenas uma pequena tarja é pintada no track. Se você deseja que o track inteiro fique colorido, escolha a opção demarcada na figura 8. Fig. 7 - Configuração Memory Location para Show Hide

Fig. 8 - Color Palette

rastar para esconder diversos tracks de uma única vez, ou ainda clicar em círculo com o botão Alt/Option para esconder todos num só movimento. Acompanhe os resultados nas figuras 6A e 6B.

SALVANDO SUA... configuração de tracks visíveis/escondidos Agora que sabemos como esconder tracks não-usados, vamos aprender a salvar estas configurações. Desta maneira podemos ter uma visualização só com tracks de bateria, harmonia ou somente efeitos, por exemplo, e alternar entre eles facilmente. Então, para este resultado, organize sua visualização e, em seguida, vamos criar um memory location. Podemos criar usando o botão Enter no teclado numérico. Agora basta nomear e escolher as opções marcadas na figura 7.

CONCLUSÃO Além de facilitar o seu método de trabalho, utilizar sistemas de organização demonstram seu comprometimento como profissional e isso passa confiança ao seu cliente. Abraços e até a próxima!

Para saber online

cmoura@proclass.com.br http://cristianomoura.com


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PRODUÇÃO MUSICAL| www.backstage.com.br 82

PREPARANDO

Uma das poucas certezas que eu tenho na vida é que cada um mixa de um jeito diferente. Se você já mixa há um bom tempo e já desenvolveu a sua metodologia, talvez este artigo não seja para você. Ou então, seja... Tem gente que sempre quer saber sobre uma maneira diferente de fazer a mesma coisa. Eu sou uma destas pessoas. Se você ainda está construindo o seu método de mixar, pode ser que haja algumas dicas úteis para você.

PARA A

MIXAGEM Ricardo Mendes é produtor,

professor e autor de ‘Guitarra: harmonia, técnica e improvisação’

U

ma mixagem pode ir desde um único canal de um instrumento solo, até uma complexa sessão com mais de 100 canais, com banda completa, orquestra, arranjos de

Figura 1

vozes etc... Primeiramente vou passar alguns conceitos, como subgrupos, busses, processamento paralelo, gerenciamento de DSP, entre alguns outros.


Figura 2

Do início, então: vamos construir uma sessão básica e depois iremos aos poucos torná-la cada vez mais complexa. Primeiro passo: bateria, baixo, guitarra e voz. Normalmente uma sessão como essa estará configurada com o output de todos os tracks para a saída master. (Figura 1) Eu utilizo normalmente essa configuração enquanto estou gravando, mas quando vou mixar a primeira coisa que faço é criar um subgrupo para as sessões de instrumentos. Qual é o conceito do subgrupo? É criar um canal auxiliar para onde o sinal de determinados canais é enviado antes de ir para o output master. Vamos criar um canal auxiliar (no Pro Tools chamamos de auxiliar input) e assinalar o input para um bus stereo. Pode ser qualquer um. Eu tenho o hábito de nomear este bus como “drums sub”. Sempre tento usar nomes bem curtos, pois o espaço disponível para escrever o nome é bem pequeno. Direcione o output de

Figura 3

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PRODUÇÃO MUSICAL| www.backstage.com.br 84

Figura 4

cada um dos canais da bateria para o mesmo bus de entrada do canal auxiliar “drums sub”. A partir desse ponto é o fader desse canal que controlará o volume geral da bateria. Sendo assim, ajuste o volume de cada peça da bateria e depois que tiver alcançado o equilíbrio desejado, ajuste o volume da bateria como um todo através do fader do subgrupo. (Figura 2) Agora repita o mesmo procedimento para as percussões, criando um subgrupo e um bus com esse nome: (Figura 3)

Figura 5

Agora faça o mesmo procedimento para os canais do baixo (eu costumo gravar o baixo em dois canais, um em linha direto e outro microfonando o amplificador do baixo). Crie outro subgrupo. Eu costumo chamar de “baixos”, ou simples-

mente “baixo”. (Figura 4) A mesma coisa para os canais de guitarra. No caso das guitarras o subgrupo é extremamente proveitoso, pois normalmente utilizamos vários canais de guitarra e também mais de um microfone (canal) para cada guitarra. No final, para gerenciar isso tudo, com certeza um subgrupo irá nos facilitar muito a vida. Se a música tiver violões, eu prefiro colocar em um Figura 7 subgrupo separado que costumo nomear como “acústico”. (Figura 5) Agora crie os subgrupos para teclados, voz e backing vocals seguindo os mesmos procedimentos acima. (Figura 6) Para terminar esse primeiro estágio de preparação para uma sessão de mixagem, falta a criação de um master fader. Esse master fader é muito importante por que é para ele que será enviado o sinal de todos os canais. Eu aconselho deixá-lo sempre em 0 dB. É através dele que vamos monitorar a soma de todos os canais e saberemos se esta soma está clipando (distorcendo). Caso a soma dos canais atinja ou ultrapasse 0 dB, a luz vermelha irá acender e é sempre bom evitar isso. Abaixar os canais de subgrupos será muito mais rápido e também mais fácil de manter a coerência entre o equilíbrio deles. (Figura 7) Mês que vem vamos falar sobre as mandadas de efeitos e processamento paralelo. Até lá!

Para saber mais Figura 6

redacao@backstage.com.br


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ABLETON LIVE| www.backstage.com.br 86

Para muitos de nós que começamos a lidar com computadores para fazer música por volta da década de 1980, argumentar sobre uma peça de sofware como o Ableton Live é um exemplo vivo (sem trocadilhos) da evolução da música eletrônica computadorizada.

ABLETON LIVE Lika Meinberg é produtor, orquestrador, arranjador, compositor, sound designer, Pianista/tecladista. Estudou direção de Orquestra, música para cinema e sound design na Berklee College of Music em Boston e na Univercity of Miami.

N

o começo existiam músicos que se aventuravam em fazer música com ajuda do computador e programadores de computador que se aventuravam em fazer música. De 1990 em diante, muitas tribos se aventuraram nesse novo terreno da multimídia e passaram a se utilizar do computador, experimentando, e aprenderam a fazer arte com essa máquina. Claro que, desde então, muitos softwares surgiram ditando tendências criativas, modelos e domínios, mas poucos tive-

ram a visão da Ableton, que no início da década de 1990 conseguiu arquitetar uma peça de software em que todas as mídias de performance pudessem se benefiar. O Ableton Live é isso, ele é capaz de dar chance a todos com alma de artista a expressarem suas ideias em música, cenografia, controladorismo, iluminação, DJs, VJs etc. Esse programa permite a integração da tecnologia atual, como tablets, smartphones, surface controls, DJ Decks, mesa de som (mixer), mesa de


luz, teclados MIDI ou controladores MIDI, cameras de imagem, de forma que o trabalho de produção flua de forma sincronizada em uma linguagem unificada. Hoje qualquer forma de arte multimídia está ao seu alcance, e o único limite é o seu conhecimento e bom gosto (se isso for fundamental).

DANDO INÍCIO À NOSSA SÉRIE DE TUTORIAIS SOBRE ABLETON LIVE: “Live” é um Loop-Base sequencer software e Audio Workstation para Mac e PC. - Configuração, Funcionalidade e Produtividade

CONFIGURAÇÃO DO ABLETON LIVE: Assumindo que você já tenha um programa instalado no seu computador, abra o programa. No menu, abra..options/sub menu../preferences ...esta é a página de configurações; agora nos campos à esquerda da janela selecione Audio e clique! Então você deve clicar no Driver Type (um campo se abre) e escolha e selecione ASIO (coreaudio no Mac), que é o tipo de driver de áudio de melhor performance e o mais usado. Depois clique abaixo e abra outro campo em Audio Device e encontre sua placa ou interface de áudio (nesse

caso M-audio Delta ASIO) e habilite a sua, qualquer que seja o tipo de placa Asio (coreaudio Mac) que você possua. Nesse estágio já podemos configurar as saídas e entradas (inputs/outputs) de áudio do programa com sua placa de áudio ou interface, clicando no Output Config. Após fazer isso, uma nova janela se abre mostrando as possibilidades da placa ou interface de áudio a que seu compu-

tador está conectado, então selecione entradas e saídas (input/output Config) de acordo com suas necessidades. Nesse caso, a placa instalada nesse computador PC é uma M-audio 9624, muito comum no mercado que disponibiliza 2 stereos e/ou 4 monos de saída (outputs). Em campo anterior (Input Config) você pode configurar as entradas (inputs) da sua placa ou interface. Agora feche essa janela e clique abaixo em MIDI e uma nova janela se abre: MIDI Ports à esquerda. Nesse caso uma configuração bem simples: cabo MIDI Out do teclado (ou qualquer MIDI device) na entrada MIDI IN da placa (Delta AP Midi no caso) ... e o cabo da placa MIDI Out da PLACA ou INTERFACE ... na entrada MIDI IN do teclado ou qualquer MIDI device. Se a sua conexão for via USB, o programa detecta automaticamente e mostra aí mesmo nos Ins/Outs do MIDI Ports e você deve seletar o Track da USB do mesmo modo sem mistério. Essa configuração é a mais básica, e permite a você, através do seu equipamento com entradas e saídas

MIDI, se comunicar com o programa por meio da interface do computador, mandando e recebendo dados em mão dupla, para controlar os parâmetros no programa e recebendo de volta comandos que possam controlar o seu instrumento, surface control, DJ Deck, mesa de áudio com automação MIDI, mesa de Luz com interface MIDI, e por aí vai.... Evidentemente na medida de suas necessidades, mais complexas essas configurações podem ficar, então voltaremos a falar desse assunto para um aprofundamento em matéria futura. Nesse estágio, estamos prontos para começar a entender a lógica alemã e desvendar esse programa incrível!

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FUNCIONALIDADE DO “ LIVE”

A janela Arrangement tem a cara de uma interface de um software de gravação linear, como a maioria dos programas conhecidos no mercado, mas algumas particularidades. Via de regra usamos essa parte do programa para fazermos gravações em áudio e MIDI e finalizarmos de maneira ortodoxa nossas produções

O Ableton Live está organizado em duas janelas principais: Arrangement e Session, (a propósito, não existe até o presente momento uma versão em Português do programa, eis por que insisto nos termos em inglês). Usamos a tecla TAB para alternarmos entre as duas janelas. A janela Arrangement tem a cara de uma interface de um software de gravação linear, como a maioria dos programas conhecidos no mercado, mas algumas particularidades. Via de regra usamos essa parte do programa para fazermos gravações em áudio e MIDI e finalizarmos de maneira ortodoxa nossas produções. Janela Arrangement Na janela Session (tecla TAB para alternar) é que se encontra a parte revolucionária, Loop Based, setor do programa, e que é usado por DJs, VDJs, iluminadores, performers, controladores, músicos e afins para mandar segmentos de informações para diversas máquinas, devices ou instrumentos ao mesmo tempo, de maneira sincronizada ou aleatoriamente, possibilitando diversas formas de improvisação em tempo real, numa performance ao vivo.

Daí o nome: Live! (Ao Vivo) ... e aqui mora o segredo. Os Tracks nesse setor do programa são representados por essas colunas verticais (áudio ou MIDI). Cada “Scene” (campo com esses retângulos em cada coluna) pode ser tocada de forma independente, aleatoriamente ou organizados nas fileiras horizontais para serem tocados de forma programada e/ou mapeados por devices externos (Decks Midi, tablets, teclados, drums pads ou quase qualquer MIDI device), disparando Loops, sequências MIDI, samples, músicas, que são pré-analisadas pela tecnologia Warp do programa, permite tocar todo esse material de forma sincronizada em tempo real. Então, claro, você pode DJing com o Live e VJs também usam Live! Então armem seus loops!!! Produtividade no “Live”: O Ableton Live é um programa muito lógico (mais que o outro!) e prático de ser usado, mas exige do usuário alguma dedicação inicial. Para tanto, adianto aqui uma lista explicativa dos ícones e funções da barra de tarefas (Toolbar) principal do programa, que pode ser usada ao longo dessa série de tutoriais.


“Toolbar” (barra de ferramentas) do programa indexado de forma numérica para facilitar a explanação (esses itens são explanados na janela help do Live) 1 - External Sync Switch - ativa ou desativa sincronização externa. Quando ativado o "live" fica escravo de sinal externo de sincronização que tenha habilitado em Preferencies MIDI/Sync. 2 - Sync Out Indicator - Indicador de sincronização. Fica piscando quando em sync.

5 - Tempo Nudge Down/Up Temporariamente aumenta ou diminui o andamento possibilitando a ressincronização em tempo real com o músico ou outras fontes. 6 - Time Signature Denominator - Subdivisão do compasso do projeto. Arraste para ajustar o comprimento do compasso (beat) ou clique para adicionar número. 7 - Metronome - Clique aqui para ativar o metrônomo. Para o volume

3 - Tap Tempo - click no "Tap" uma vez por tempo, para ditar ao "Live" o andamento (metrônomo e clips warped seguem o andamento automaticamente). Também para definir pré-contagem de gravação (count-in). 4 - Tempo - Esse é o andamento do projeto. Quando habilitado todos os clips warped respondem a esse andamento. Aparece desabilitado quando está escravo de sync externo, quando está em "Rewire slave", ou ainda quando um clip com master tempo encap sulado está tocando.

do metrônomo vá ao volume do preview/cue no master track mixer (à direita, embaixo). Clique com o botão direito (control clique, no Mac) para ajustar a pré-contagem de gravação. 8 - Cont-In - Clique aqui para ajustar a pre-contagem de gravação. 9 - Quantization Menu - Quantização global. Usado para quantizar o disparo de clips, evitando erros de sincronização. 10 - Follow - Ativa a rolagem da tela durante o Playback mantendo

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"Arrangement ou Session". Esse botão só é ativo se você tiver feito ajustes manualmente em parâmetros de automação. 18 - Session Record Botton - Começa a gravar em todas as “Tracks habilitadas” (armadas). Apertando o botão de novo "Alterna" entre Playback e overdub (soma material gravado à gravação). Em MIDI clips, ambos - notas e automação - podem ser Overdubbed (somados). 19 - Prepare Scena for New Recording - Prepara a “Scena” para gravar novos clips. Desabilita e para (Stop) os clips em qualquer track armado e seleciona onde novos clips possam ser gravados, criando nova “Scena” se necessário. 20 - Punch-in Switch - Ative para evitar gravações indesejadas antes do ponto em que deseja começar a gravar, o qual é habilitado e ajustado na barra de Loop na página "Arrangement", simplesmente arrastando o canto da barra (< Ou >). 21 - Loop Switch - Clique aqui para habilitar o Loop. 22 - Punch-Out Switch - Ative este botão para ajustar o ponto de desarme da gravação e evitar gravação indesejada após o ponto selecionado. Ajuste a barra (seletora) de Loop na página "Arrangement", simplesmente arrastando o canto da barra (< ou >). 23 - Draw Mode Switch – Habilita o modo desenho que permite desenhar envelope e adicionar e editar MIDI data. (Notas) 24 - Computer MIDI Keyboard - Habilita o teclado do computador a tocar notas MIDI e gravar nos tracks e Clips. 25 - Key Map Switch - Alterna para Modo Map on/off. Permite mapear o teclado do computador de forma que você possa disparar clips, habilitar ou desabilitar plugins, alternar modos e praticamente automatizar tudo no Programa. Muito importante!!! 26 - MIDI In/Out Indicator - indicador de atividade de MIDI relacionados ao mapeamento MIDI por controladores (control surfece) - Pisca! 27 - MIDI Map Mode Switch - Alterna para MIDI Map Mode On/Off. Em MIDI Map Mode, você pode programar os comandos MIDI, teclas, slides, botões do seu "Device MIDI, Controlador, Deck etc." para

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visível o ponto de execução. (continuamente ou pagina por página: Preferencies look/feel). 11 - Arrangement Position - Em Playback mostra a posição do arranjo em compassos/tempo/e subdivisão (semicolcheia); tecle ponto ou virgula para mudar de campo. 12 - Play Botton - Clique para começar o Playback. (barra espaço) Play e stop, (shift + espaço) continue Playback (Ctrl + espaço) toca o que estiver selecionado na página "Arrangemet View". 13 - Stop Botton - Para Playback (espaço) apertando toca ou para. Clicado duas vezes, para e volta à posição 1.1.1. do transporte. 14 - Arrangement Record Botton - Quando na página "Arrangent" (arranjo) todas as atenções do programa estão focadas nessa parte. Clique para começar a gravar imediatamente. "Shift clique" prepara o “Live” para gravar, mas não começa enquanto não apertar o "Play Botton" ou "clips sejam lançados" na página "Session". (F9 Para Gravar) 15 - MIDI Arragement overdub - Quando habilitada, toda data MIDI gravada em “clips” na página "Arrangement" será mixada com a já gravada, ao invés de substituí-las por novas notas gravadas. 16 - Automation Arm - Quando habilitado, parâmetros de automação manual podem ser gravados na página "Arrangement" ou "Session Clips". Em "Preferencies"(Crl+,) você pode definir se os dados serão gravados em todos os "Tracks" do projeto eu só nas armadas. Note que a automação será sempre gravada e editada na página "Arragement". (Tab para alternar "Session" / "Arrangement"). 17 - Re-Enable Automation - Reabilita qualquer parâmetro que tenha sido editado correntemente em

Se o seu HD não for rápido o bastante para o “Live” trabalhar com muitos canais de áudio em tempo real, esse indicador começa a piscar


controlar parâmetros, disparar clips, alternar plug-ins on/off, filtros e tudo mais.. etc. Muito Importante!!! 28 - CPU load meter - Indica quanto o seu computador está sobrecarregado, se a CPU estiver trabalhando com muitos efeitos e tracks ao mesmo tempo, dependendo da sua configuração, a performance da sua máquina e a qualidade do som podem ser comprometidas. No manual você encontra informações detalhadas como aliviar a CPU com configurações customizadas. 29 - Hard Disk Overloud Indicator - Se o seu HD não for rápido o bastante (vide Manual) para o “Live” trabalhar com muitos canais de áudio em tempo real, esse indicador começa a piscar, indicando Dropouts (Erro de leitura) com ruídos indesejáveis na gravação e playback. Isso pode acontecer também quando se toca muitos “clips “ ao mesmo tempo, dificultando a leitura em pontos diferentes do HD (mantenha seu HD desfragmentado). 30 - Midi Track IN/Out Indicator - Indica quando o track no “Live” está mandando ou recebendo MIDI data (do seu teclado, por exemplo). Terminamos por

aqui esse tutorial explanatório da configuração básica do Ableton “Live” e com a explanação do “Toolbar” do Programa (barra de tarefas principal). Fiquem ligados em próximos tutoriais estaremos criando um “Template especial para DJs” e configurações possíveis com os equipamentos mais comuns do mercado!! Boa sorte e ao trabalho!

Para saber online

Facebook – Lika Meinberg www.myspace.com/lmeinberg

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VITRINE ILUMINAÇÃO| www.backstage.com.br

CADERNO ILUMINAÇÃO

MARTIN www.harmandobrasil.com.br O MAC Viper Profile é um novo equipamento de alta produção luminária com um conjunto de recursos excepcionais, com qualidade de luz superior e um sistema óptico de alta eficiência. Ele supera todos os perfis de líderes de mercado na faixa de 1200 watts e é ainda uma alternativa para luminárias de 1500 watts. O MAC Viper Profile também é uma solução mais rápida e mais compacta. Com sua fonte HID 1000 watts, o Viper consome menos energia, tornando-se 50% mais eficiente do que seus rivais 1200 watts.

SGM www.hotmachine.ind.br O SGM LS-10.4 é um painel de vídeo de alta resolução, de construção dinamarquesa, capaz de exibir vídeo detalhado a partir de uma fonte de vídeo digital. Os chips de LED são ultra brilhantes, 3 em 1 SMD, o que os torna adequados para aplicações onde o painel de vídeo é necessário para ser “discreto”, quando não há exibição de conteúdo de vídeo. A tela de LED tem uma relação de contraste de 7,000:1 e uma taxa de atualização de 2.000 Hz tornando-o perfeito para aplicações em televisão, teatro, exposições, produção de shows e concertos.

ROBE www.robe.cz O Robe MMX Spot é uma luminária de descarga com nova tecnologia que possui uma saída de luz similar à maioria dos equipamentos de 1200W existentes. A unidade usa como base o design completamente novo de tecnologia avançada da série Robin que fornece aparelhos mais brilhantes, mais eficientes, fisicamente mais leves e de menor tamanho, nunca antes visto. O MMX inclui ainda uma característica de controle de lâmpada Hot-Spot exclusiva da Robe, que permite ajuste remoto de uniformidade de facho ou hotspot de potência de facho.

MARTIN www.harmandobrasil.com.br O ultra-compacto MAC 101 CLD usa LEDs de cores frias e puras para aplicações. Sua cabeça móvel possui três versões de luz branca que expandem seu uso para aplicações onde a luz pura branca é necessária. Ideal para destacar os tons de pele, tecidos, ou conjunto de peças, as variantes MAC 101 incorporam LEDs frio e/ou quente em vez de RGB, para uma melhor qualidade de luz branca e maior produção.


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ILUMINAÇÃO| www.backstage.com.br

CADERNO ILUMINAÇÃO

ILUMINAÇÃO

Certa vez, Thomas Alva Edison (18471931) afirmou que “a oportunidade é perdida pela maioria das pessoas porque ela vem vestida de macacão e se parece com trabalho”. Na iluminação cênica, projetos são a tônica da vida profissional; mas muitas oportunidades podem ser percebidas nos formatos, nos “macacões” e situações mais diversas – e adversas.

CÊNICA

PROJETOS & OPORTUNIDADES Cezar Galhart é técnico em eletrônica, produtor de eventos, baixista e professor dos Cursos de Eventos, Design de Interiores e Design Gráfico do Unicuritiba. Pesquisador em Iluminação Cênica, atualmente cursa Pós-Graduação em Iluminação e Design de Interiores no IPOG.

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as conversas anteriores, o projeto de iluminação cênica era analisado com enfoque em três requisitos fundamentais para a sua viabilidade: técnicos, financeiros e operacionais. Nesse contexto, são necessários muitos estudos, pesquisas e testes para que os resultados esperados sejam obtidos, satisfatoriamente. Mas para muitos lighting designers alguns desses projetos podem surgir como demandas emergenciais e pontuais – e assim, não oferecem tempo hábil para os estudos de viabilidade discutidos anteriormente –, sendo em todos os casos, também oportunidades. Estas podem estar associadas a uma produção local (demandada por uma empresa incipiente ou com pouca experiência no setor), a um evento isolado (um show ou mesmo uma exposição), ou ainda a um artista ou uma banda que tem interesse em oferecer uma apresentação com produção cênica (mas que não possui estrutura, equipamentos e sequer um projeto de iluminação cênica).

Importante destacar que essas situações podem surgir a qualquer momento, e a maioria delas representam ótimos aprendizados, mas não se tornam rotina. Para um projeto profissional, a correta análise e avaliação dos requisitos deverão fazer parte do cotidiano no setor de shows e espetáculos. Voltando a essa oportunidade casual, algumas informações preliminares são determinantes para todos os profissionais envolvidos – principalmente, para o lighting designer. Imaginando que essa situação esteja relacionada a um show de uma banda, devem-se considerar três elementos principais, que são intimamente interligados, para uma análise inicial: atratividade, facilidades e possibilidades. A atratividade está vinculada à importância (no sentido de destacamento) da banda na programação do evento – quando há mais de uma apresentação musical, por exemplo. Se o show em questão for de uma banda de abertura, o


tanto em relação às quantidades, quanto às adaptações relacionadas a essa configuração original.

Fonte: Floral Pavillion Theatre / Divulgação

trabalho do lighting designer será basicamente de adaptação a uma estrutura já definida para a atração principal.

Figura 1: Facilidades – Estrutura com varas móveis e instrumentos disponíveis para a iluminação cênica

Neste caso, além de uma conversa com o responsável pela produção e pela operação do console de iluminação – que poderá ser o mesmo profissional para todas as bandas do evento – é sempre recomendável simplificar o roteiro de iluminação ao máximo. Além de um mais promissor êxito, um técnico/operador com experiência conseguirá assimilar rapidamente as principais necessidades da banda e as principais orientações do lighting designer (isso, quando não é esse profissional quem realizará a operação da iluminação). Para o segundo elemento, o show poderá ser realizado em um local que já possui uma estrutura fixa de iluminação, como um teatro, por exemplo. Com essa facilidade, fica muito mais fácil elaborar um projeto para a apresentação musical, identificando-se os tipos de refletores/luminárias/instrumentos, os recursos de cores (filtros ou tecnologias) e a disposição desses elementos (no sentido de localização nas estruturas de suporte),

Nessas duas situações, os elementos considerados (atratividade e facilidades) não requerem investimentos adicionais, pois fazem parte do processo de realização, sem que haja a necessidade de contratação de estruturas outras, além daquelas disponíveis. Para o terceiro elemento, entretanto, custos devem ser avaliados. Para muitos eventos, os espaços de realização não oferecem recursos de iluminação no próprio local; sendo assim, há necessidade de locação de instrumentos, equipamentos e dispositivos, além da contratação de mão de obra capacitada para a montagem/desmontagem e operação desses elementos, durante o evento. Nesse caso, é necessário identificar “quanto” o artista/banda/produtora está disposto(a) a investir em um projeto de iluminação cênica, dentro das possibilidades desse “cliente”. A sempre recomendável “simplicidade” se soma a outro recurso fundamental: criatividade.

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Fonte: Sony Pictures/DoBlu / Divulgação

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Figura 2: Backlighting – Escurecimento do palco e valorização da silhueta da artista, dramaticamente (Filme “Country Strong”, 2010)

Um projeto diferenciado será aquele que conseguirá desenvolver um resultado superável, em relação às expectativas, com os recursos disponíveis, de forma que os público perceba a interação e a dinâmica proporcionada pela iluminação cênica

Muitas vezes, uma estrutura de iluminação cênica, por mais simples e limitada que seja, pode suscitar um interessante desafio ao responsável pelo projeto final. Com alguns recursos de Sidelighting (ou Side Lighting) (iluminação proveniente das laterais) e Backlighting (contra-luzes, ou “luzes de fundo”) é possível obter ótimos resultados, consideradas essas premissas de simplicidade – com criatividade. E neste caso, principalmente, imaginar que as estruturas disponíveis na maioria dos locais ainda se restringem aos grupos de refletores (“canhões”) com lâmpadas halógenas do tipo PAR 64 com filtros nas cores básicas (vermelho, azul e verde). Como resultado, para o lighting designer é fundamental um breve diagnóstico desses três elementos (atratividade, facilidades, possibilidades), mas sempre com a proposição básica de oferecer um diferencial à produção dessa apresentação (show). Este nunca será proporcional à quantidade de refletores e, na maioria das vezes, a um mais complexo patamar de evolução tecnológica. Um projeto diferenciado será aquele que conseguirá desenvolver um resultado su-

perável, em relação às expectativas, com os recursos disponíveis, de forma que os público perceba a interação e a dinâmica proporcionada pela iluminação cênica. E isso, em quaisquer circunstâncias! Deve-se, no entanto, realizar um mapeamento da estrutura e dos recursos disponíveis e acessíveis. Para tanto, algumas dicas trazem importantes e interessantes conclusões: •Nas configurações mais elementares (refletores/canhões com lâmpadas halógenas do tipo PAR e filtros de cores) o design poderá ser concebido a partir desses últimos elementos (filtros) – principalmente em relação aos resultados esperados (sensações, imagens, cenas). O uso de cores primárias – nos filtros para os refletores convencionais, ou mesmo na programação dos instrumentos eletrônicos de iluminação cênica - permite a obtenção de diversificados resultados, com as corretas misturas (aditivas e subtrativas) dessas cores. Isso requer experimentação e experiência. •Quanto mais simples e universais forem as luminárias – ou instrumentos de


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iluminação cênica – mais “prática” será a operação da configuração final. Instrumentos motorizados e dinâmicos (tais como moving heads) são muito interessantes e vibrantes, desde que o console de operação possua recursos para a instalação e uso desses equipamentos (com o uso do protocolo DMX 512), e o técnico/ operador saiba utilizar esses instrumentos corretamente. •Dispositivos e equipamentos para a produção dos efeitos são sempre muito bem-vindos – e em alguns casos, como “máquina de fumaça”, vitais para os resultados esperados. A

•Finalmente – mas como elemento essencial e prioritário – avaliar as condições de segurança e proteção para as instalações elétricas do espaço. Muitas delas são visíveis (tomadas elétricas e conectores, adequados; quadros de distribuição fixados apropriadamente; extintores de incêndio nas classes corretas e em condições de funcionamento; cabeamento protegido); para outros (instalações e infraestrutura), muitas vezes inacessíveis, e uma avaliação por meio de inspeção, realizada pelos órgãos competentes, é sempre recomendável para a realização de todos os tipos de eventos.

Fonte: Sarah De La Rue / Divulgação

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Figura 3: Efeitos com Máquina de Fumaça – Marcação dos fachos luminosos (Show da banda The Kooks no Festival Hall – Victoria, Austrália)

iluminação sem esse recurso não terá, na maioria das vezes, as impressões desejadas. Também, neste sentido, deve-se avaliar a composição do material que será utilizado para a produção da “fumaça” (ou “neblina”, ou “fog”) e a procedência – essa, imprescindível, para não ocasionar desconforto para os públicos diversos (músicos da banda, equipes de apoio e fãs).

Muitas oportunidades são únicas, assim como todas as produções de iluminação cênica: merecem a máxima dedicação, o mais intenso comprometimento e os mais significativos cuidados, com todos os recursos e pessoas envolvidas. Abraços e até a próxima conversa.

Para saber mais redacao@backstage.com.br


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A gravação do novo DVD de Luan Santana, na cidade de Itu (SP) teve uma cenografia bem diferente. A ideia era atender aos conceitos do tema do mais novo DVD do cantor, sem nome até o fechamento desta edição, cujo pano de fundo é uma Rave, e levar em conta o viés eletrônico das novas músicas do seu mais recente trabalho. Entre as novidades, 36 Alpha HPE 1500, da Clay Paky, e o desenho cenográfico do local, que abraçava 360 graus da Arena. A estrutura de luz foi projetada junto com a estrutura do cenário e os moving lights ficaram totalmente integrados. Danielli Marinho redacao@backstage.com.br Fotos: Bruno Polengo / Divulgação

Desenho cenográfico abraça os 360 graus da Arena Maeda

DVD LUAN

Um flerte com A

ideia cenográfica partiu do desejo do próprio Luan, que queria um DVD que priorizasse visualmente a estética eletrônica, presentes em suas novas músicas. Para isso, ele chamou a equipe com a qual já tinha trabalhado em seu DVD anterior no HSBC Arena do Rio de Ja-

neiro: a diretora Joana Mazzucchelli, a produtora Gisa Locatelli, o designer de luz Marcos Olivio e a diretora de arte e cenógrafa Ludmila Machado. Para elaborar o mapa de iluminação, Marcos Olivio conta que foi preciso levar em conta a tecnologia do equipamento para


SANTANA o eletrônico show misturado com a Rave, tendo em vista que esse era o tema do DVD: uma balada em uma Rave. Assim, o clima deveria estar presente nos dois universos para atender o conceito. Nas primeiras etapas do projeto, foram feitos alguns

estudos para realizar o DVD em um heliponto e no topo de alguns edifícios. Embora do ponto de vista criativo a ideia fosse muito interessante, em nenhuma dessas locações seria possível colocar mais do que mil pessoas. A saída foi buscar

um local maior, onde fosse possível ter um público de pelo menos 15 mil pessoas. “A plateia do Luan tem tanta força visual que rapidamente a colocamos como um elemento a mais na concepção do cenário e luz”, explica Marcos. “Quando definimos a Arena Maeda como locação, procuramos então combinar toda a demanda da gravação de um bom DVD com a linguagem das Raves. O elemento chave dessa mistura está no desenho cenográfico que abraça os 360 graus da Arena. O ponto de partida é o palco com suas duas grandes passarelas e o cenário eletrônico ao fundo”, explica Ludmila. Ao redor do palco foram criadas torres de luz que se alternavam com grandes tendas em todo o perímetro da Arena. Essas tendas eram grandes arcos, cuja profundidade foi coberta por um trançado de faixas fluorescentes. Elas tiveram, além do caráter visual, a função de abrigar área vip, espaço para performances, house mix, além de servir como entrada e saída para o público. “Nas primeiras conversas que Ludmila e eu tivemos sobre o projeto cenográfico, a ocupação espacial, as tendas e as torres orgânicas de LED já explicitavam qual deveria ser o desenho de luz. Dessa forma, procurei acompanhar com a luz cada um dos volumes do cenário, compartilhando muitas vezes as mesmas estruturas de montagem. Assim como já havíamos feito ano passado, no Thiaguinho (DVD), cenário e luz trabalharam juntos para criar um só espetáculo visual”, conta o designer de iluminação.

EQUIPAMENTOS DE PONTA A Spectrun Design e Iluminação levou 36 Alpha HPE 1500, atualmente o moving light carro-chefe da Clay Paky. “Este moving light é considerado um dos melhores atu-

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Essa proposta buscou ampliar o desenho cênico onde a torre mais alta já tinha 18 metros de altura. Sobre o palco foram usados Nova Flower, além de XX Syntheses. Delimitando a frente do palco usamos Jarags e, delimitando as passarelas, tínhamos 48 P5 (Ludmila)

Spectrum levou 36 Alpha HPE 1500 e Shapies para moldura dos paineis de LED

almente. Assim demos sequência à implantação de um sistema de aparelhos da Clay Paky, que teve início com os Sharpie no DVD Thiaguinho Alegria e Ousadia, de 2012”, complementa. Além dos Alpha, outro equipamento foi escolhido especialmente para compor o cenário: o Sharpy Clay Paky. Os

potentes moving lights foram responsáveis por criar a moldura dos painéis de LED, que, por sua vez, tiveram um desenho bastante especial, dando efeito com linhas curvas. Segundo Marcos Olivio, é interessante ressaltar que dentro desse projeto todos os volumes eram, de alguma forma,

Lista de equipamentos 60 Clay Pack Sharpy 36 Clay Pack Alpha HPE 1500 06 Nova Flower 2K 64 P-5 Ribalta SGM 40 Six Pack SGM 22 Atomic Martin

24 Robe MMX 800 WashBeam 24 Robin Led Wash 600 22 Robe Color Spot 1200 AT 24 Ribalta SGM 3W 08 UV wash 24 Synthesis Wash 700


House Mix

Faixas estreitas de painéis de LED

Nos intervalos das faixas, lâmpadas ParLED

Conceito final foi unir eletrônico ao orgânico

emissores ou refletores de luz. O cenário principal, as grandes torres ou “garrafas”, era formado por estreitas faixas de painéis de LED. “A soma desse conjunto delimitava a forma orgânica que acabou virando a marca do projeto”, enfatiza Ludmila. Nos intervalos entre as faixas de LED foram colocadas lâmpadas ParLED marcando linhas curvas no interior do cenário e as laterais dos painéis foram complementadas por Sharpies, seguindo a silhueta das torres. “Essa proposta buscou ampliar o dese-

nho cênico onde a torre mais alta já tinha 18 metros de altura. Sobre o palco foram usados Nova Flower, além de XX Syntheses. Delimitando a frente do palco usamos Jarags e, delimitando as passarelas, tínhamos 48 P5”, completa a cenógrafa. No eixo central do palco e nas duas passarelas que invadiam o espaço do público, o piso foi todo trabalhado com faixas de Mistrip que pareciam compor o circuito de um microchip. Segundo Ludmila, conceitualmente o desenho artístico buscou atingir as duas

pontas da “linguagem Rave”: a tecnologia eletrônica, traduzida no microchip do piso, e a conexão com o orgânico e a natureza, representadas nas folhas, ou chamas das torres de LED. Além desse conjunto de elementos que eram por si só emissores de luz, todos os demais materiais foram pintados de cores fluorescentes e reagiram muito bem com as luzes. A iluminação contou com os equipamentos da Spectrun Design e Iluminação. Os painéis do cenário foram da LedCom e os Mistrip do piso da NA Equipamentos.

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VASCO ROSSI

AO VIVO NA ITÁLIA

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O O ícone italiano e cantor de rock Vasco Rossi tocou em sete estádios com ingressos esgotados para o show que marcou sua volta aos palcos depois de 35 anos de carreira. A iluminação foi concebida pelo lighting designer Giovanni Pinna, que tem trabalhado nos shows de Rossi desde 1993. redacao@backstage.com.br Fotos: Divulgação

s dois pontos de partida de Pinna para a concepção da iluminação dos shows foram o final da última turnê, em 2011 – que foi inesperada e sem planejamento – e a Logo clássica de Vasco. “Eu tive que assegurar ao visual um máximo de impacto, contendo um quê da turnê anterior, mas que também coubesse no orçamento”, explicou. O lighting designer incluiu uma parede única no fundo criada com 76 ROBIN 100 LEDBeams e também aproveitou a oportunidade para estrear ao vivo os novos equipamentos ROBIN Pointe na Itália. Rossi construiu uma matriz em formato triangular acima do palco em LEDBeam 100, que se revelava nas oito canções den-


tro do set e depois usada em 80% dos shows. Para um impacto máximo, Pinna aplicou os efeitos com moderação e com bastante precisão durante as duas horas e meia de performance. Cada vez que aparecia, a matriz parecia renovadamente diferente. O truque que Pinna soube fazer tão bem durante toda a apresentação foi simplesmente não usar isso tantas vezes. Outros 20 LEDBeams 100 foram posicionados ao longo da frente do palco e usados para uma iluminação mais fraca para a banda, a fim de fazer a luz deslizar para fora da

audiência e também para destacar a arquitetura dos trusses, logo acima. Os Pointes também foram colocados na mesma área e usados como multitarefas, incluindo efeitos e luz adicional para a banda. O lighting designer planejou o cenário com uma série de trusses gigantes configurados em triângulos que ficavam elevados sobre o show, conferindo ao palco uma elegância quase industrial. Esses triângulos maiores foram juntados para favorecer os trusses diagnonais fora do palco dispostos em zigue-zague através das colunas de PA. Os trusses também fechavam um espaço do palco que se tornou bastan-

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O lighting designer planejou o cenário com uma série de trusses gigantes configurados em triângulos que ficavam elevados sobre o palco, dando um conceito industrial à performance

te intimista apesar de se tratar de um estádio para shows. A ideia da matriz triangular desenhada com os LEDBeams teve como objetivo complementar a Logo de Vasco, e que também pudesse ser usada para um número de tarefas incluindo tons adicionais e pontuações como impactos para a música. Os LEDBeams 100 foram montados em uma moldura customizada pela Limelight, empresa de locação de iluminação de Roma, e cobriu uma área aproximada de 14 metros na base e 12 metros

de altura, equilibrando cada um por 90x60 centímetros. A rapidez com que os LEDBeams se movem e se esbarram permitiram que ele produzisse efeitos especiais quando usados em conjunto com os 56 Jarags, que foram colocados por todos os trusses ziguezagueados. “Não há como uma fonte de luz baixa poder trabalhar com esses tipos de efeitos de velocidade”, comentou. “O LEDBeam é extremamente versátil e de fato eles realmente fazem o show”, resumiu. Quanto aos Pointes, como os equipamentos chegaram ao país bem na hora do primeiro show, Pinna teve um tempo limitado para experimentá-los, mas gostou do que viu. “Eles têm um zoom incrível”, disse, acrescentando que eles também são bem rápidos nos movimentos e, com os filtros frost aplicados, ele pôde usá-los extensivamente para uma luz frontal dramática e poderosa para a banda. Pinna operou a iluminação – por volta de 500 equipamentos incluindo os Robes, outros moving lights, Jarags, blinders e strobes – usando uma grandMA, que também controlou 300 metros de MiStrip LED. O chefe da equipe da Limelight para os shows foi Fabrizio Moggio.


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BOAS NOVAS | www.backstage.com.br

KARINA CARDOSO | REDACAO@BACKSTAGE.COM.BR

JOTTA A FINALIZA REPERTÓRIO DE SEU NOVO CD Jotta A se reuniu em São Paulo com os produtores da Central Gospel Music para acertar os últimos detalhes de seu novo CD. Assim como no primeiro trabalho, esse novo álbum surpreenderá o público. O cantor está mais maduro e empolgado com a nova produção, que contará com duas composições de sua autoria e canções que retratam o perfil da juventude que vive para Cristo. O CD está previsto para ser lançado no fim deste ano.

EU RESPIRO ADORAÇÃO DE CRISTINA MEL TEM LANÇAMENTO PRÓXIMO O novo CD de Cristina Mel pela MK Music, Eu Respiro Adoração - Ao Vivo, acaba de ser enviado para a fábrica. O álbum está sendo muito aguardado por seus admiradores. A cantora gravou as canções que integrarão este álbum e a captação ao vivo com o Coral Life Casa de Deus, em Jundiaí, SP. Contou também com a participação especial de Geraldo Guimarães em uma das músicas. O cantor esteve no estúdio da MK para a gravação de Precioso Jesus. Cristina Mel destacou que as canções virão em tom mais grave para que toda a igreja possa acompanhar os louvores.

Ariely Bonatti apresenta repertório de seu novo CD O repertório do terceiro álbum de Ariely Bonatti pela MK Music já foi apresentado para a presidente da gravadora, Yvelise de Oliveira. Ele terá mensagens simples e poéticas, que estarão presentes em todas as faixas, engrandecendo o nome do Senhor.

Clipe Óleo do Senhor do Ministério Nova Jerusalém Após o sucesso do clipe Senhor de Tudo, do CD Diante do Rei do Ministério Nova Jerusalém, a Graça Music lança novo clipe da música Óleo do Senhor. A música foi escolhida para ser a primeira de trabalho do CD, lançado em novembro. Ele reúne 13 faixas inéditas, sendo algumas de composição própria do grupo. A produção do clipe contou com a direção de PC Junior.

Raphael Lucas

Novo CD de Regis Danese ...chega à fábrica O segundo CD de Regis Danese pela MK Music já está na fábrica. A Glória É do Senhor foi o título escolhido para este novo trabalho. No início de junho, o cantor gravou as canções que irão integrar o álbum com membros da Igreja Assembleia de Deus Jardim Íris (RJ). Ele também gravou no estúdio da gravadora alguns instrumentos e o vocal que estarão nos louvores. O intérprete ressaltou que este novo CD será diferente de seu primeiro pela gravadora, sem perder o maior objetivo: adorar a Deus.

...é o novo membro da família MK Music A MK Music acaba de investir em mais um cantor para seu cast: Raphael Lucas. Ele assinou seu contrato ao lado da presidente da gravadora, Yvelise de Oliveira. Duda Andrade, integrante da banda Quatro Por Um, irá produzir o primeiro CD de Raphael Lucas. Kleber Lucas também está à frente deste projeto. O CD promete ser eclético, moderno e com muita adoração.


Lançamentos

redacao@backstage.com.br

Sejam cheios de Espírito Santo Thalles Roberto Desde que foi anunciado, o novo CD do cantor Thalles Roberto, Sejam cheios de Espírito Santo, causou grandes expectativas no público. A prova disso é que antes mesmo das cópias chegarem às lojas, o álbum alcançou a venda antecipada de 75 mil cópias, garantindo assim certificação de Disco de Ouro. A pré-venda no iTunes deu o segundo lugar na lista dos mais vendidos ao novo trabalho de Thalles. Sejam cheios de Espírito Santo fecha a trilogia de álbuns que marcaram a volta de Thalles ao meio cristão, conforme o próprio cantor lembra. O repertório ainda possui a canção-tema Maravilha do filme Três Histórias, Um Destino, da Graça Filmes.

Viver pela fé Suely Façanha Viver pela fé é o novo trabalho da cantora Suely Façanha, primeiro álbum da parceira CODIMUC/Edições Shalom. O CD traz 12 canções, com letras que expressam o amor de Deus no coração humano. Com a produção de Val Martins, o destaque do CD é a música Feliz Contigo. Este é o oitavo trabalho da cantora e já está disponível nas lojas do Brasil.

Minha verdade Netinho Cruz O terceiro trabalho do cantor e compositor Netinho Cruz traz 13 faixas cheias de atitude. Minha verdade, novo lançamento da gravadora CODIMUC, tem como destaque as músicas Meu Milagre e Meu Deus é Força, com melodias cativantes no melhor estilo pop rock. O CD tem a produção musical de Carlos Henrique, da banda Filhos de Davi.

Só alegria Cosme O quarto CD de Cosme, Só Alegria, promete trazer descontração para a música católica brasileira. Misturando axé, rap, salsa, forró, reggae, soul e funk, o CD traz 14 faixas, com destaque para Poropopó. Cheio de simplicidade e com melodias cativantes, Só Alegria louva a Deus com bastante energia. O CD já está disponível nas melhores lojas do Brasil e também na loja virtual da CODIMUC.

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LUIZ CARLOS SÁ | www.backstage.com.br 112

Há um

morcego em plena porta principal G

osto, é verdade, não se discute. Podem inclusive ser tomadas como arrogantes atitudes de colegas que já vi acontecer, como a recusa em aparecer em fotos ao lado de artistas considerados “bregas”, temendo que seu público mais “elitista” torcesse o nariz para tais aparições na mídia. Costumo mesmo pautar minhas amizades no meio mais pelo caráter da pessoa que pela admiração ou indiferença por seu trabalho, já que é óbvio que excelência musical não traz obrigatoriamente alguém decente a tiracolo, ou vice-versa. Posso perfeitamente assistir o show de uma figura com grande prazer e ao mesmo tempo nem pensar em ir depois ao camarim pra cumprimentá-lo (a), visto que o (a) fulano (a) não me desce goela abaixo como pessoa. Mas é inegável que sempre houve esse tipo de preconceito contra o que se poderia chamar de música ”menor”, às vezes não pela qualidade da música, mas sim pela utili-

zação que a mídia faz dela, ou por falta – digamos assim – de uma grife que torne essa música palatável a níveis mais intelectualizados. Nós mesmos – Sá & Guarabyra - já fomos vítimas desse estranho movimento social que divide artistas em “in” e “out”, justamente quando alcançamos enorme sucesso popular com a trilha da novela Roque Santeiro, onde tínhamos três músicas: Roque Santeiro, Verdades e Mentiras (interpretadas por nós) e Dona, esta última gravada pelo Roupa Nova. A entronização de nossa imagem pós-hippie-contestadora no Universo Globo e a popularização televisiva fizeram com que uma parte significativa de nosso público miasse de desgosto ao nos ver aplaudidos na popularesca Discoteca do Chacrinha e figurando em clipes do “Fantástico” dominical. Ser popular, em plena ditadura, tinha virado ”out”... Há


LUIZCARLOSSA@UOL.COM.BR | LUIZCARLOSSA.BLOGSPOT.COM exceções, claro, como as corajosas – e oportunistas – adoções por parte do Tropicalismo do que a burguesia intelectual dos 70 e 80 considerava brega, como o próprio Chacrinha, a Jovem Guarda etc.... A intenção era inteligente: atrair o povão para apreciar uma focagem mais cuidadosa da arte. O Brasil digeriria os Brasis, corporificando a antropofagia cultural preconizada pelos modernistas de 22.

Mas só deu certo pra História, porque nosso povo é pobre, sofrido, leva quatro horas por dia pra ir trabalhar

Mas só deu certo pra História, porque nosso povo é pobre, sofrido, leva quatro horas por dia pra ir trabalhar, deve a agiotas, fica na fila do posto de saúde, não tem uma educação decente se não se matar pra pagar escola e consequentemente não tem tempo, nem dinheiro, nem bagagem cultural pra se expor ao que é bonito, bem feito, bem falado, bem tocado, bem escrito, bem pensado. Tratado como gado burro por seus líderes, ouve o que lhe é dado ouvir, pensa o que os marqueteiros querem que seja pensado, numa estranhíssima inversão de causa e efeito consagrada por aquele mantra hipócrita “vamos dar ao povo o que ele gosta”, como se lixo bastasse a quem tem uma comprovada fome não só de comida. A História já provou através de inúmeras civilizações que os povos são o reflexo de seus comandantes. A quem interessa burrificar-nos, manter-nos nessa espécie de limbo cultural, nesse conformismo que embota o discernimento entre o que é feito com devoção e o que tem por única finalidade juntar mais grana e poder? Parafraseando Bob Dylan, “the answer, my friend, is blowing in the wind”. O pessoal aí na rua cansou de esperar respostas e não faz mais perguntas. Só afirma. Minha esperança é que dessa fantástica confusão surja uma luz no fim do túnel cultural onde o país vem se afundando faz tempo. A prova da nossa decadência toca na rádio, aparece na TV, expõe-se nos palcos e nas telas. Ou como diria Macalé em sua “Gotham City” setentista: “Cuidado/ Há um morcego em plena porta principal”. Em tempo, morcegos-bichos: não é com vocês...

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