Edição 226 - Revista Backstage

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Sumário Ano. 20 - setembro / 2013 - Nº 226

DVD Claudia Leitte

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Prestes a lançar o primeiro DVD em 3D, da banda O Terço, o estúdio Visom Digital, na Zona Sul carioca, abre suas portas e apresenta seus Centro Digital e Centro Analógico, além de uma poderosa sala de masterização, onde é possível mesclar o melhor desses dois universos. Recentemente, o local ganhou uma console API 1608, o que reafirma a preocupação de garantir excelência no padrão de tudo o que é produzido ali. Confira também nesta edição, a gravação do terceiro DVD da carreira de Claudia Leitte e de como é feita a garimpagem e reedição de clássicos da música brasileira pelo selo Discobertas.

A gravação do terceiro DVD da cantora, Axé Music,na Arena Pernambuco, precisou de alguns ajustes para resolver o problema de acústica. Outra novidade foi o Workbench 6.0 no monitor, para planejar toda a gama de RF na gravação.

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NESTA EDIÇÃO 24

Vitrine O Launchpad Mini é a novidade da Novation e o line array Future 4.10 com sistema de 4 vias é a aposta da Machine.

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Rápidas e Rasteiras Adriano Cintra produz as músicas do novo CD do Jota Quest e Next-ProAudio ganha distribuidor no Brasil.

38 Gustavo Victorino Fique por dentro do que acontece nos bastidores do mercado de áudio.

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Play Rec Leo Gandelman lança novo trabalho, Ventos do Norte, e aposta na sonoridade de grandes saxofonistas do século 20 do Nordeste brasileiro.

42 Espaço Gigplace A profissão de empreendedor foi o caminho natural de Terence Ferreira, que vislumbrou essa oportunidade após passar por diversos estágios na profissão de técnico de áudio.

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O Som da cada PA Vanderlei Loureiro e Mario Jorge Andrade, que trabalham com Ivan Lins e Elba Ramalho, contam como buscam sua própria sonoridade.

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Descobrindo pérolas Fundado há pouco mais de dez anos, o selo Discobertas resgata clássicos da música brasileira.

62 O funk tem sobrenome Responsável por grande parte do sucesso das músicas de Naldo e Anitta, DJ Batutinha, produtor e arranjador abre seu estúdio para os leitores.

134 Som nas Igrejas Cada vez mais, equipes responsáveis pelo som das igrejas vêm procurando investir tanto em equipamentos quanto em capacitação profissional e eventos, como o Comunicai! Campos.

144 Vida de artista Quarenta anos atrás, o trio Sá, Rodrix & Guarabyra lançavam o segundo trabalho do grupo.


Expediente

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Web FestValda

A segunda edição do novo formato do aberto de música revela novos talentos da cena independente. O festival, relizado no palco do Circo Voador, no RJ, aposta na tecnologia para conquistar e divulgar a nova geração de músicos.

CADERNO TECNOLOGIA 80

88 Cubase

Estúdio O sistema Avid S3L representa um novo marco na categoria de mixers digitais de pequeno e médio porte e apresentam o recursos da família de consoles da VENUE.

84 Logic

Muitas das situações de mixagem podem ser resolvidas com simplicidade e objetividade. Confira algumas dicas.

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Pro Tools Alguns plug-ins são ignorados pelos usuários, mas podem oferecer soluções supreendentes.

A nova versão tão aguardada do Logic Pro, embora não agrade tanto no novo visual, trouxe algumas ferramentas mais criativas e melhor usabilidade do programa.

CADERNO ILUMINAÇÃO 114 Vitrine Conheça o SGM LS-4.6, um painel de construção dinamarquesa capaz de exibir imagens detalhadas e o novo refletor Elipsoidal ALBA 18/36.

122 Lighting Week A quarta edição da maior feira de iluminação do Brasil promete apresentar inovações sustentáveis e econômicas aos participantes.

116 Iluminação cênica Depois de desenhar um projeto, é hora de escolher os instrumentos que farão parte da iluminação cênica. Nesta edição, algumas dicas de como escolher a lâmpada mais adequada.

126 Jodrell Telescópio O terceiro maior telescópio do mundo, na Inglaterra, ganha cores em festival de música durante o verão europeu.

Diretor Nelson Cardoso nelson@backstage.com.br Gerente administrativa Stella Walliter stella@backstage.com.br Financeiro Rafael Pereira adm@backstage.com.br Coordenadora de redação Danielli Marinho redacao@backstage.com.br Revisão Heloisa Brum Revisão Técnica José Anselmo (Paulista) Tradução Fernando Castro Colunistas Cezar Galhart, Cristiano Moura, Gustavo Victorino, Jorge Pescara, Luciano Freitas, Luiz Carlos Sá, Marcello Dalla, Ricardo Mendes e Vera Medina Colaboraram nesta edição Alexandre Coelho, Miguel Sá, Ricardo Schott e Pedro Rocha. Estagiária Karina Cardoso webmaster@backstage.com.br Edição de Arte / Diagramação Leandro J. Nazário arte@backstage.com.br Projeto Gráfico / Capa Leandro J. Nazário Foto: Ernani Matos / Divulgação Publicidade: Hélder Brito da Silva PABX: (21) 3627-7945 publicidade@backstage.com.br Webdesigner / Multimídia Leonardo C. Costa multimidia@backstage.com.br Assinaturas Maristella Alves PABX: (21) 3627-7945 assinaturas@backstage.com.br Circulação Adilson Santiago, Ernani Matos ernani@backstage.com.br Crítica broncalivre@backstage.com.br Backstage é uma publicação da editora H.Sheldon Serviços de Marketing Ltda. Rua Iriquitiá, 392 - Taquara - Jacarepaguá Rio de Janeiro -RJ - CEP: 22730-150 Tel./fax:(21) 3627-7945 / 2440-4549 CNPJ. 29.418.852/0001-85 Distribuição exclusiva para todo o Brasil pela Fernando Chinaglia Distribuidora S.A. Rua Dr. Kenkiti Shimomoto, 1678 - Sl. A Jardim Belmonte - Osasco - SP Cep. 06045-390 - Tel.: (11) 3789-1628 Disk-banca: A Distribuidora Fernando Chinaglia atenderá aos pedidos de números atrasados enquanto houver estoque, através do seu jornaleiro. Os artigos e matérias assinadas são de responsabilidade dos autores. É permitida a reprodução desde que seja citada a fonte e que nos seja enviada cópia do material. A revista não se responsabiliza pelo conteúdo dos anúncios veiculados.


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O mordomo é sempre o culpado

I

nstabilidade do dólar, alta na produção industrial, recuo na confiança industrial, desaceleração da economia... Podemos citar vários outros fatores além dos apresentados pelo governo ou institutos de pesquisa para apontar como culpados pela frágil saúde da economia brasileira. Percebe-se que nem mesmo os economistas mais experientes conseguem se entender ao apontar um caminho correto. Esse círculo vicioso de sempre se apontar um culpado, seja ele quem for, de preferência, que esteja do lado mais frágil da corda, lembra uma história. Era uma vez, uma mulher que, depois de casada com um homem mais velho, foi morar em uma ilha, não deserta, mas até bastante habitada, por imposição de seu marido. Ele, dono de uma companhia de pesca, costumava passar longas temporadas fora de casa. A mulher se sentia muito sozinha nessas datas e procurava ir sempre ao centro comercial da ilha para fazer compras e assim distrair a cabeça. Em uma dessas vezes que foi ao mercadinho local, conheceu um homem, muito simpático, que morava do outro lado da ilha. Um tempo depois, eles começaram a se encontrar na casa dele. O problema é que a mulher precisava atravessar um rio usando uma balsa todas as vezes em que ia ao encontro do amante. Certo dia, em desses encontros, a mulher perdeu a hora, e quando foi à margem do rio procurar pela balsa, o barqueiro já havia ido embora. Havia uma alternativa, porém. Ir por terra e atravessar a propriedade onde vivia um louco. Sem alternativa, já que o marido estava prestes a chegar, a mulher encarou o perigo. No entanto, ela não tardou a encontrar o louco, que a estrangulou e jogou o jovem corpo no rio. Quando a polícia chegou, começou a investigar e a questionar os envolvidos. O marido, inconsolável, acusava o amante de ter matado sua esposa. O amante, por sua vez, acusava o marido de ter abandonado tão jovem mulher, mas o barqueiro acusava a mulher por seu próprio infortúnio, porque ia sempre se encontrar às escondidas com o amante. Mas, afinal, de quem seria a culpa de tão terrível tragédia? É sempre bom lembrar que não adianta procurar ou apontar culpados sem isenção suficiente ou perguntas coerentes. No caso do crescimento, ou falta de crescimento econômico e industrial do país, por mais que se culpe a alta do dólar, por exemplo, lembremos que o custo-Brasil é o vilão mascarado. As medidas de aumentar os impostos de importação de bens e produtos e de reduzir os impostos para matérias-primas importadas nunca serão a solução motriz para o crescimento da indústria brasileira. Afinal, quem está vestido de mordomo nessa história? Boa leitura. Danielli Marinho

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BEHRINGER

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www.proshows.com.br O iNUKE NU12000DSP da Behringer é um amplificador e também está disponível na versão DSP com conexão USB para endereçamento. Para os técnicos de som que exigem capacidade de controle de alto nível, a série de amplificadores iNUKE DSP já vem pronta. Os conversores integrados DSP de 24 bits/96 kHz garantem a integridade de sinal com um alcance dinâmico amplo.

LEÁC’S www.leacs.com.br A It! 1500 Ativa é fabricada em plástico injetado ABS de primeira linha, super resistente com tecnologia Leacs 100% nacional e garantia em todo Brasil. Possui falante de 15” e driver TI, divisor de frequência, alças laterais, base para encaixe de pedestal com ajuste, pés de borracha para proteção, saída para uma It-1500 passiva, sistema de FLY 4 pontos sendo 2 superiores e 2 inferiores. Pode ser utilizada em diversas aplicações como frontal, monitor, fly e tripé, está disponível nas cores branca e preta.

TSI www.tsi.ind.br A Tecnisystem traz para o mercado nacional a marca Compativel, que está há mais de 20 anos no mercado internacional e agora chega ao Brasil com exposição pela TSI na Expomusic 2013. Além de vender inúmeros produtos para áudio de vídeo, agora ela está com novos microfones sem fio, em várias versões. Os modelos C-10V, C-15V e C-20V são os últimos lançamentos da marca.

KAT www.sonotec.com.br A Sonotec traz para o mercado brasileiro mais uma grande novidade, a Bateria Eletrônica KAT, que possui dois modelos iniciais, KT1 e KT2. A KAT tem um visual diferenciado das baterias eletrônicas normalmente encontradas no mercado, com ótima sensibilidade, praticidade, agilidade, alta performance, com vários timbres tendo um som real nítido e forte.


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GRETSCH

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www.sonotec.com.br A Sonotec traz mais uma novidade na Expomusic 2013: a Gretsch New Renown Maple. Ela possui um novo estilo, com novos acabamentos 100% Maple, bordas em 30 Graus e aros Die Cast. A nova bateria preserva a classe de sua marca e possui o mesmo “Som Gretsch de Sempre”.

KURZWEIL www.equipo.com.br A Equipo divulgou o Stage Piano Kurzweil SP 5-8. Dentre as muitas características do equipamento podemos citar: Teclado com 88 teclas com ação gradual de martelo (GH), sensível, velocity, ajustável (LK40GH), display 2x20 caracteres, LCD, com ajuste de contraste no painel frontal, polifonia 64 vozes, com alocação dinâmica, etc.

FOCUSRITE

IBANEZ www.equipo.com.br A Equipo divulgou a linha de guitarras Iron Labels Series, da Ibanez. São três modelos: RGIR20E (6 cordas), RGIR27FE (7 cordas) e RGIR28FE (8 cordas). Uma das características em comum nos três modelos são a madeira do corpo: Basswood, o Trastes de 24/JUMBO e o Hardware Cosmo Black.

www.proshows.com.br A iTrack Studio vai lhe dar tudo que você precisa para gravar músicas em seu iPad, Mac ou PC Windows. Ele possui o iTrack Solo Focusrite: Interface de áudio 2-IN/2-OUT com um préamplificador de microfone Focusrite, um microfone condensador de estúdio de alta qualidade, fones de ouvido e todos os cabos que você precisa para monitoramento, além de uma integração com Tape da Focusrite. Um aplicativo de gravação livre para iPad e um conjunto de software de gravação e efeitos para Mac e Windows acompanha o iTrack.


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STRINBERG www.sonotec.com.br A Strinberg leva ao mercado seu novo modelo CLG 86 Custon Series que será divulgado na Expomusic deste ano. Ele possui um visual moderno com um timbre singular que se destaca pelo capricho e qualidade em sua construção. As características do produto ainda incluem front shape em flamed maple, tarrachas cromadas, chave com três posições e dois captadores umbucker.

NOVATION 28

www.proshows.com.br Launchpad Mini, lançamento da Proshows na Expomusic 2013, é uma versão compacta do original “LaunchPad” da Novation. Ele tem a mesma grade de 64 e três blocos de cores para loops de jogo, e os efeitos em tempo real. Ele funciona em conjunto com a Novation Launchpad app para iPad e é só ligar os dois juntos com uma câmera Connection Kit Apple (não incluído) para fazer música. Todos eles trabalham em conjunto para lhe dar controle total sobre os aplicativos do iPad Novation - incluindo o app iPad Launchpad e o iPad app Launchkey, que é um sintetizador com capacidade de modelagem.

KLARK TEKNIK www.proshows.com.br A Klark Teknik acrescentou, na Expomusic, o novo DN200 Modo Multi-box DI Stereo ao seu portfólio de produtos, dando continuidade ao sucesso da linha DN Series. A DN200 Dual-Channel DI Box oferece conectividade e desempenho excepcional de áudio conhecido da marca, além de algumas novas funcionalidades.

CORT www.equipo.com.br A Equipo divulgou a ARTISAN B4 20th da Cort. Dentre as muitas características do equipamento podemos citar: Construção Bolt-On / 34", corpo Swamp Ash Body, braço 5pc African Wenge & Rosewood Neck, escala African Wenge Fingerboard, trastes 24 / Large (2.7mm), escala 34" (864mm) e tarrachas Hipshot Ultralight Tuners.


SOUNDCRAFT AKG www.harmandobrasil.com.br Os fones AKG receberam um reforço de peso: o DJ Tiësto, considerado um dos maiores do mundo, agora assina sua própria linha de fones AKG. Tanto para a utilização por profissionais em casas de shows e espetáculos como para o dia-a-dia, o K67 Tiësto cancela ruídos externos e pode ser usado em mixagens ou somente para escutar música. Já o K267 oferece o melhor em desempenho e estilo para profissionais.

www.harmandobrasil.com.br A console Si Expression é um mixer de som ao vivo com efeito Lexicon FX, processador de sinal BSS, dbx e Studer, e controle remoto ViSi para iPad. Considerada a console digital mais avançada em sua categoria e com o preço mais atrativo, a Si Expression foi projetada para ser utilizada em diversas aplicações de mixagem, de concertos de bandas, até teatros e templos, entre outras.

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YAMAHA

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br.yamaha.com A Yamaha lançou a DTX502, uma nova bateria eletrônica que pertence à série DTX500, porém com uma série de melhorias em relação às antecessoras, como 691 sons entre bateria, prato, percussão e efeitos e possibilidade de importação de sons por meio da porta USB. O baterista também pode contar com oito funções de treino, músicas de acompanhamento, pad songs e edição de metrônomo. A DTX502 pode ser acoplada a um kit de bateria acústica.

MIDAS MACHINE AMPLIFICADORES www.machineamplificadores.com.br O Line Array Future 4.10 PA foi desenvolvido com um sistema de 4 vias: graves, médio-graves, médios e agudos. Além de excelente pressão sonora sem perda de qualidade, o equipamento possui design visual arrojado e moderno, e facilidade de transporte e armazenamento, proporcionado pelo seu tamanho e posicionamento das alças. Já a ferragem dianteira e traseira com localização estratégica e o ajuste de angulação baseados em números e cores, facilitam a montagem.

www.proshows.com.br A PRO1 é o primeiro stand-alone de console digital da Midas e estabelece novos padrões de portabilidade e desempenho para uma console digital “compacta” de alta performance. A PRO1, que possui um quadro novo de alumínio leve, é fácil de configurar e operar. Ela tem 100 entradas x 102 saídas (capacidade máxima) ponto-a-ponto de roteamento em qualquer lugar dentro da Rede, 48 canais de processamento de entradas simultâneas, 24 saídas analógicas (incluindo 2 saídas de monitor locais estéreos), além de 12 multicanais de efeitos.

NEXT PROAUDIO www.amplificadoresnextpro.com.br A Next Digital criou a sua divisão de áudio profissional: a Next Pro, prometendo ditar o futuro dos amplificadores touring-class com a sua recém-lançada Série Pro-R. Composta inicialmente por 3 modelos, R1, R3 e R6 (1200W/3000W/6400W), esta família de amplificadores digitais possui modelos de 2U de rack com apenas 23 cm de profundidade e pesando incríveis 5, 6 e 8 kg, respectivamente.


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M-AUDIO

CHRISTIE www.christiedigital.com A Christie, marca mundial do mercado de projeção do cinema digital, lançou o sistema Christie Vive Audio. A novidade apresenta um modelo articulado de alto-falantes com disposição em linha em caixa única e tecnologia de acionador por faixa. E ainda o primeiro uso no cinema da amplificação eficiente e de alta potência de classe D, com a promessa de oferecer a máxima experiência na visualização de filmes a um valor acessível.

www.maudiodobrasil.com.br Os novos monitores de estúdio M38 da M-Audio possuem três vias de som, design que permite drivers de alta frequência e alto-falantes que oferecem melhor alinhamento para audição. O tecido leve Kevlar com driver de baixa frequência de 8" e driver mid-range de 5" garantem força e confiabilidade. Três amplificadores individuais fornecem energia para cada um dos três elementos do alto-falante, com total de 220 Watts de amplificação Classe A / B.

BENSON www.proshows.com.br A Benson traz na sua linha profissional Benson Custom Series o GROOVER 5, um baixo com escala em Rosewood e ponte Floyd. Com características harmônicas e melódicas especiais, no palco acompanha facilmente os outros instrumentos. Ele possui corpo ASH e braço NeckThru, 5 peças em maple, inlays em madrepérola e Abaloni.

SPL www.splaltofalantes.com.br A SPL Alto-falantes lançou o drive DH750 de titânio com imã de Bário com diâmetro externo de 155 mm. Com Bobina de 74 mm, Potência de 150 W Pink noise e 3,8 kg de peso, ele é especialmente indicado para sistemas de Line Array.


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NEXT-ProAudio tem distribuidor no Brasil

Os produtos da empresa portuguesa NEXT-ProAudio passam a ser distribuídos exclusivamente no mer-

cado brasileiro pela empresa Studio Brasil. A parceria foi confirmada depois da visita do CEO Manoel Rodrigues e equipe à fábrica da NEXT-ProAudio no dia 15 de julho. A Studio Brasil, uma empresa de distribuição eletrônica com sede em São Paulo, já detém a distribuição de algumas marcas importantes no segmento de áudio profissional. Para mais informações, acesse: www.next-proaudio.com

Robe

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na Lighting Week Brasil Junto com o distribuidor brasileiro Newart, a Robe estará expondo de 18 a 20 de setembro no Expo Center Norte em São Paulo, onde estarão em destaque produtos como o ROBIN MMX WashBeam, o ROBIN MMX Spot, os ROBIN 600 LEDWash, ROBIN 1200 LEDWash, RO-

BIN 100 LEDBeam, e a nova estrela da empresa: o ROBIN Pointe, um aparelho com nova tecnologia que poderá satisfazer as necessidades como Beam, Spot, Wash e unidade de efeitos com tamanho pequeno e peso leve. O estande da Robe estará nas ruas 1/3/B/C.

MÚSICA NAS ESCOLAS Nos dias 23 e 24 de maio, a Escola de Música da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e o Fórum de Ciência e Cultura promoveram o 1º Encontro Internacional de Educação Musical. O propósito do evento foi apresentar um projeto executável e exigir do governo do Estado o efetivo cumprimento da Lei 11.769, criada em 18 de agosto de 2008, que estabelece a obrigatoriedade do ensino da música na educação básica. Felipe Radicetti, coordenador executivo do evento e integrante do grupo de Ação Parlamentar PróMúsica (GAP), destacou a relevância da educação musical nas escolas e a necessidade de uma ação rápida por parte do governo para sua aplicação prática. De acordo com a presidente da Comissão de Cultura da Câmara dos Deputados, Jandira Feghali, a cultura ainda não é prioridade para a gestão pública, e diz ser preciso mudar essa visão.

Boatos no mundo do rock Paul McCartney teria morrido em 1966 num acidente de carro e foi substituído por um sósia. Jim Morrison poderia ter forjado a própria morte porque estava desiludido com o rumo da carreira e queria viver como um desconhecido. Mick Jagger e David Bowie teriam um relacionamento amoroso às escondidas. Essas e outras histórias curiosas estão reunidas no livro O Rock Errou? – Os Maiores boatos, lendas e teorias da conspiração do mundo do rock, lançado pela Matrix Editora. Escrita por Sérgio Pereira Couto, a obra mostra as histórias mais excêntricas, os rumores que

nunca foram comprovados e que envolvem os principais nomes do cenário do rock. “Boatos sempre foram um atrativo para despertar o interesse das pessoas pelas celebridades. O mundo do rock, entretanto, tem histórias que ultrapassam essa barreira e se misturam de tal maneira com a vida real que criam verdadeiras lendas, ídolos que fascinam fãs e interessados no assunto”, afirma o autor. O livro conta ainda com um capítulo destinado aos mitos que envolvem artistas do rock nacional, como o caso do cantor Serguei com Janis

Joplin, o suposto presente de Alice Cooper para Rita Lee e a acusação da banda Secos & Molhados de terem a maquiagem copiada pelo Kiss.


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JOÃO ROCK 2013

No dia 8 de junho, Ribeirão Preto foi palco de um dos maiores eventos de rock do Sudeste. O João Rock reuniu bandas nacionais e internacionais e para sonorizar o local, a Veritas, empresa de locação responsável pelo som, luz e estrutura dos dois palcos e tendas da área VIP, optou pelo sistema de PA da FZ Audio. Segundo Régis Couto, um dos técnicos responsáveis pela sonorização, foram usados 3 colunas de PAs com 16 caixas J08 mais 8 J212 com 2 out fills, com 4 caixas FZ125 cada um, dispensando as torres de delay. “Não usamos delay, apenas caixas FZ 108 dentro da área VIP, num total de 8 caixas”, ressalta Régis. Além disso, também foi usado um side fill da Meyer Sound PSW4+MSL4 e front MTS-4, também Meyer Sound. “Nos subs, foram usados 48 caixas FZ AUDIO 218, empilhadas em forma de End Fire”, complementa Régis. “A novidade ficou por conta desse empilhamento, já que na área VIP, a 80

ADRIANO CINTRA PRODUZ MÚSICAS NO NOVO CD DO JOTA QUEST

metros, tínhamos uma pressão bastante considerável”, avalia. Outra novidade, de acordo com Régis, foi o sistema de Pixel LED, apresentado pela Veritas, conferindo um visual um tanto inovador. “Já tínhamos usado no Planeta Atlântida, mas no João Rock as dificuldades aumentam, por se tratar de dois palcos simultâneos, e cada um gerando imagens diferentes”, comentou. Na house mix, foram usadas duas Venue Mix Rack no PA, gerenciadas por processadores XTA, e para o monitor, 2 PM5D RH, além de dois sistemas de multicabo digital DSPRO de 56 canais. “Usamos processadores XTA para os subs e out fill para os PAs principais, controlados por software FZAudio via rede através de BV NET. Como o local era muito largo e com pouca profundidade, isso dificultou a cobertura do sub. Resolvemos com alguns testes e muitos cálculos para chegar à soma correta para uma melhor cobertura”, finaliza.

POINTE É NOVIDADE NO MERCADO DE ILUMINAÇÃO A Robe, companhia europeia de iluminação, lançou no mercado o Pointe, sua nova tecnologia de luminárias. Fineline e GLS, duas empresas de aluguel de iluminação, são as primeiras no Reino Unido a receberem o produto e se mostraram muito satisfeitas com o resultado. Os equipamentos já foram usados em shows da banda americana The Flaming Lips e no Hotel Projeto Eden, em Cornwall, condado da Inglaterra. Combinando prismas e um estreito feixe focalizado, o Pointe permite fazer efeitos aéreos, como simulação de laser, entre outros. Para conferir o produto, acesse http://www.robe.cz.

O novo álbum do Jota Quest, que ainda não possui título, terá a produção do baixista e produtor Jerry Barnes, que já trabalhou com Stevie Wonder, Chaka Khan, Lenny Kravitz, Joss Stone e Chic. Além da já anunciada participação especial do guitarrista e produtor Nile Rodgers, criador do Chic, uma das grandes lendas da “discomusic”, a banda escalou também o músico e produtor paulista Adriano Cintra (ex-Cansei de Ser Sexy/atual Madrid) para produzir algumas faixas do álbum. O novo trabalho do Jota Quest será lançado pela gravadora Sony Music na segunda quinzena de outubro.

FERNANDO & SOROCABA GRAVAM DVD A dupla Fernando & Sorocaba gravou o quinto DVD da carreira. A gravação aconteceu nos dias 7 e 8 de agosto, no Espaço das Américas, em São Paulo. A produção do cenário ficou por conta de Enrico Solci e Sidney Aguiar, que foram responsáveis pelo movimento dos painéis de LED e pela projeção em 4D. A estrutura do evento contou com sete projetores de alta resolução e 12 câmeras. Mais de 120 profissionais estiveram envolvidos nesse projeto cuja missão era proporcionar uma nova experiência aos fãs. A bolha, o teletransporte do Sorocaba para o meio da galera e o passeio de moto do Fernando, levaram os fãs ao delírio. A apresentação teve como base o repertório presente no álbum Homens e Anjos.


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Parece que o ano de 2013 trouxe de volta a velha gangorra do câmbio e inquietação ao setor. A imagem de uma equipe econômica atrapalhada e um governo totalmente perdido na gestão da coisa pública comprometeu a credibilidade do Brasil aqui e lá fora e, como consequência, a conta chega aos fabricantes e importadores. Por conta disso todos mostram prudência nas compras externas e seletividade nas vendas internas. Lojista que quiser um bom estoque preventivo para o final de ano vai precisar se mexer.

BOLA FORA A postura de alguns artistas influentes da MPB que foram a Brasília se revelou um tiro no pé para a categoria. Ao pensar com o umbigo, atacaram o Ecad sem perceber e com isso entregaram a fiscalização e o controle dos direitos autorais para a corrupta política brasileira. Se existia insatisfação, ela deveria ser manifestada pela mobilização da classe na mudança do Ecad, afinal eles é que são os donos e gestores através das suas entidades classistas. Foram omissos e para dissimular entregaram para o incompetente poder público a gestão de algo sagrado para o artista. Se alguns artistas achavam ruim com o Ecad, não imaginam como será sem ele. Preparese para o que vem por aí.

AMOR À MÚSICA No mês passado o guitarrista John Mayer foi partícipe de um belo momento criado pelo amor à música. Ao entrar em uma loja de guitarras no Soho, em New York, ele viu uma menina de 16 anos admirando um violão top de linha e, portanto, caro. A pequena Julie Fermin olhava e sonhava com o instru-

mento, mas notadamente não tinha recursos para comprá-lo. Ao lado da namorada Kate Perry, o guitarrista ficou curioso com a cena da jovem olhando apaixonadamente aquele instrumento e se aproximou perguntando se ela sabia tocar. Sem tirar os olhos do instrumento, a menina disse que tocava desde os 11 anos e engasgou ao olhar para o lado e ver quem lhe fizera tal pergunta. Depois de tirar uma foto a pedido da jovem, John e Kate saíram da loja. Logo depois Julie foi abordada por um vendedor que a chamou para retirar o seu instrumento revelando à menina que o cantor tinha comprado o violão para ela. Emocionada a menina se abraçou ao instrumento e chorou copiosamente. O fato virou matéria especial na US Weekly.

PATROCÍNIO A Sonotec decidiu comemorar os 20 anos da marca Strinberg em alto estilo e está oferecendo a músicos brasileiros a oportunidade de virar endorsee da empresa. A única condição exigida é talento. O regulamento da promoção comemorativa está no site da Sonotec que vai oferecer violões, contrabaixos e guitarras a jovens talentos que passarão a ser patrocinados pela marca. É imperdível!

NOVA? A MTV vai mudar. Devolvido à Viacom, o canal será pago e vai realinhar sua programação. A ideia é exibir sitcoms e reality shows inclusive nacionais. Segundo Sofia Ioannou, Diretora Geral da Viacom International, o canal será reformulado para reconquistar o público jovem amante de música que foi perdido para a internet e para o outro canal do Grupo Viacom, o VH1. Mas música agora só em clipes esporádicos. O resto será besteirol enlatado america-


GUSTAVO VICTORINO | VICTORINO@BACKSTAGE.COM.BR

no dublado ou legendado e programas nacionais com sotaque paulistano e gosto duvidoso. Exatamente o que matou a velha MTV.

ENGANAÇÃO Tem gente anunciando guitarra top de linha com escala em ébano africano legítimo. Isso é mentira! Essa madeira está extinta e com comercialização proibida há décadas. O único ébano ainda disponível, mas extremamente raro e caro é o indiano. Usar tinta ácida sem poliéster para tentar falsificar o produto é crime. E a coisa vem de fora para dentro...

participação mostrando algumas das maiores marcas mundiais e nacionais. Sucesso nos palcos do evento e na popularidade com os artistas, algumas dessas marcas voltam a merecer atenção especial com interessantes ações de marketing direto ao mais privilegiado público-alvo brasileiro, ou seja, a nata da MPB.

COMO ASSIM? O disco “Monstrão”, novo trabalho do rapper MV Bill aponta para o universo feminino e tem nas suas entrevistas de lançamento uma curiosa dicotomia. O artista protesta contra a ditadura do hip hop. E agora?

VÁ ENTENDER Uma decisão de um desembargador do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro impede que Dado Villa Lobos e Marcelo Bonfá usem o nome Legião Urbana. O magistrado entendeu que apenas o filho de Renato Russo pode usar a sigla. Como as decisões judiciais são obrigatoriamente fundamentadas no seu teor, não é difícil concluir que é mais um exemplo do direito se sobrepondo à justiça.

FRASE Um técnico que trabalha em assistência e suporte a equipamentos de áudio em São Paulo me fulminou com um conceito óbvio, mas revelador: “Com a moda de fabricar tudo na China, peça de reposição não é mais problema. Mudam a marca e a fachada, mas no miolo é tudo igual. Mas tem quem pague mais caro por uma logo”.

GATO POR LEBRE HOMENAGEADOS Um dos mais importantes grupos da história do rock brasileiro será homenageado na edição 2013 da Festa Nacional da Música, em Canela / RS. Ao completar mais de 30 anos de atividade, o Barão Vermelho é referencial na história do rock em nosso país.

VITRINE PRIVILEGIADA No encontro de Canela, a Sonotec, Equipo, Roland e Izzo renovam sua

Alguns lojistas do Centro-oeste do país receberam ligações de uma empresa oferecendo guitarras da marca Fender por preços no mínimo suspeitos. Há muito tempo que as guitarras da Fender são representadas no Brasil exclusivamente pela Pride e qualquer outra empresa que ofereça o produto não tem autorização do fabricante para comercializar em território nacional. No próprio site da Pride tem um alerta aos consumidores sobre

a venda de produtos falsificados. Ao comprar em uma loja, exija a documentação identificando o importador. Ela é fundamental para garantir que seu instrumento seja legítimo e original. Ao lado da Gibson, a marca Fender está entre as mais falsificadas do mundo.

ESTELAR Depois de arrecadar os principais prêmios da música anglo-saxã em 2012, a banda inglesa Mumford & Sons arrebatou o público no festival Lollapalooza Chicago. O quarteto que sempre conquista pela sua originalidade e competência fez um show arrasa quarteirão. Além da torcida pela vinda do grupo ao Brasil fica uma pergunta: porque o Lollapalooza tem nomes tão bons lá fora enquanto por aqui tentam fazer uma coisa pseudo muderninha e, salvo raras exceções, mostram uma ninguenzada de doer?

ICONOCLASTA O lendário grupo O Terço está de volta pelas mãos do mega produtor Carlos de Andrade, o Carlão. Liderado por Flávio Venturini, o grupo fez história introduzindo o rock progressivo com linguagem verde e amarela no país. Inicialmente inspirado no Deep Purple (os teclados do Flávio Venturini evidenciam isso), o grupo ganhou ao longo do tempo uma personalidade própria e conquistou o título de imortal no coração dos fãs. Jovens antenados deveriam conhecer...

ROCK IN RIO É impressão minha ou o Rock in Rio 2013 tá morno?

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SOTAQUES & INFLUÊNCIAS Choro Novo O projeto Choro Novo, Sotaques & Influências, celebra o encontro de três músicos que, com experiências e formações musicais distintas, se reuniram para tocar Choro. O resultado deste trabalho é mostrar ao público o Choro como linguagem musical, que muito contribui para a sensibilização e a descoberta de novos e dos já inúmeros e diversos gêneros musicais existentes. Sotaques e influências é o nome do CD que sugere o estilo de cada músico: o de Abel Luiz, que assume o cavaquinho, bandolim, viola caipira e violão tenor; juntamente com Marlon Mouzer, no violão de 7 cordas; e a bateria (percussão) de Reinaldo Pestana. O CD recebeu a bela contribuição do artista plástico chileno Carlos Paredes, artista surrealista, que cedeu a imagem da tela Angeles para a capa deste primeiro trabalho autoral do grupo.

SUBÚRBIO BOSSA NOVA Orquestra Criôla A Orquestra Criôla em Subúrbio Bossanova viaja na combinação de estilos musicais, como matrizes africanas, brasileiras e caribenhas, como carimbó, ijexá, zouk, baião, rumba, bolero, merengue, entre outros. A direção musical é de Humberto Araújo, que já fez arranjos para artistas como Zeca Pagodinho, Roberta Sá, Cidade Negra, Casuarina e outros. Este é o primeiro CD da Orquestra Criôla, que tenta revisitar os bailes dos anos 60 e 70 da Zona Norte do Rio de Janeiro. Paulo César Pinheiro, Nei Lopes, João Cavalcanti e Cláudio Jorge são os compositores que trazem uma releitura dos clássicos da MPB. A Orquestra Criôla reúne treze músicos do cenário carioca.

SÓ SAMBAS Susana Del Poz Só Sambas é o primeiro CD da cantora, apaixonada pelo samba. A instrumentação e os arranjos são de Bernardo Dantas e a mixagem de Carlos Fuchs, que coloca a cantora no meio de uma orquestra. Susana estudou na Escola Portátil de Música, onde participou da Oficina de Canto Coral e da Oficina de Canto Inéditas de Paulo César Pinheiro, aprendendo a tocar violão e cavaquinho, que despertaram a paixão pelo samba. Este CD teve seu repertório gravado respeitando as gravações originais feitas pelos autores das músicas, como a música Com que roupa?, em que cantou a primeira e a terceira estrofe do jeito que Noel Rosa a gravou.

VENTOS DO NORTE Leo Gandelman Ventos do Norte, novo álbum de um dos maiores instrumentistas do país, Leo Gandelman, será distribuído pela Azul Music. Saxofonista, flautista, compositor, arranjador e produtor, Gandelman, em sua carreira que soma mais de 30 anos, já vendeu aproximadamente 500 mil cópias. Ventos do Norte apresenta uma viagem pela música de grandes saxofonistas do século XX do Nordeste brasileiro. O álbum tem a colaboração de músicos como Henrique Cazes, entre outros. Gandelman faz um importante mapeamento do sax brasileiro, com obras-primas como Espinha de Bacalhau, de Severino Araújo, e Chorinho da Tula, de Netinho, além de pérolas como o samba-canção Triste de Quem, composição de Moacir Santos em parceria com Vinicius de Moraes.


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MUITO MAIS QUE O AMOR Vanguart O Vanguart lança seu terceiro álbum, intitulado Muito Mais que o Amor, que será lançado pela Deck no fim de agosto. Nele, o grupo tenta mostrar o que é maior do que o amor, com canções que falam de chegadas, recomeços e descobertas. Este trabalho é o contrário de seu álbum anterior Boa Parte de Mim Vai Embora, que tratava de melancolia e despedidas. O lado otimista da vida atingiu os músicos do Vanguart. A página www.muitomaisqueoamor.com.br, criada especialmente para o lançamento desse disco, traz informações e músicas, além de mergulhar o ouvinte na nova atmosfera da banda, com fotos, cartas e pistas do que vem por aí. Já estão disponíveis para streaming as faixas Estive, A Escalada das Montanhas de Mim Mesmo e Eu Sei Onde Você Está, que representam bem o novo trabalho do grupo.

JUST IN TIME João Senise João Senise é um jovem cantor que está lançando seu primeiro CD em grande estilo, com grandes músicos como Gilson Peranzzetta com suas teclas e arranjos. Seu repertório é centrado em músicas americanas do século passado, com quatro outras músicas brasileiras. São 14 faixas, sendo a mais antiga All Of Me de 1931. Cheek to Cheek, Let’s call the whole thing off, That old feeling, Come Fly with me e Cry me a river também estão presentes. Ivan Lins junta sua voz à de João Senise, fazendo uma breve participação no CD.

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Profissões do

‘backstage’ TERENCE FERREIRA EMPREENDEDOR

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redacao@backstage.com.br Fotos: Arquivo pessoal / Divulgação

Em mais uma reportagem sobre os profissionais que trabalham nos bastidores de shows e produções, trazemos a figura do Empreendedor. Em entrevista a essa sessão, Terence Ferreira, fala sobre mais um nicho ligado ao dia a dia do entretenimento.

V

amos primeiro conhecer um pouco nosso entrevistado. Quem é o Terence Ferreira, o que fazia antes de trabalhar com áudio e qual a sua formação? Comecei a trabalhar bem cedo, aos 14 anos, no mundo do áudio. Nesta época, eu já fazia um curso de elétrica no Senai e nos fins de semana ia trabalhar na empresa de som que prestava serviço numa pequena casa de shows em Belo Horizonte. Desde esse tempo eu já via uma oportunidade de trabalho nisso, mas ainda tinha que estudar e aprender sobre áudio. Corri atrás de informação e participei da primeira turma do IAV Áudio e Video, em 1994, e, em 2001, em São Paulo, com Marcelo Claret. Cheguei a concluir o curso de eletro-eletrônica pelo Senai e depois comecei um curso superior, mas não consegui prosseguir. Nessa época, eu trabalhava com Wilson Sideral e ainda era consultor técnico da Sotex, que representava as marcas Adamson, Adam (Monitores), Aviom, Reference, Lab Gruppen e Dolby Lake. Você deixou a sua casa e família antes mesmo de ser maior de idade. Como foi isso?


cia, pois tudo era novidade para mim. E São Paulo era a cidade onde aconteciam os maiores eventos do país e onde estavam as melhores empresas de áudio da América do Sul. Numa jornada como essa, “pessoas” fazem a diferença. Como foi o processo de adaptação em São Paulo e quem fez a diferença nessa etapa da sua vida?

Como disse, precisava aprender mais sobre áudio e aí pintou uma oportunidade e fui para São Paulo aos 17 anos para estudar. Mas como nada vem fácil, eu tive que abrir mão de algumas coisas para poder estudar. Uma delas foi deixar a minha família, ir sozinho para São Paulo, um detalhe que não fazia parte dos meus planos, e continuar em São Paulo depois de concluir os estudos.

Corri atrás de informação e participei da primeira turma do IAV Áudio e Video, em 1994, e, em 2001, em São Paulo, com Marcelo Claret

Mas como eu tinha muita vontade, graças a Deus, conheci muitos companheiros que estavam com o mesmo objetivo. E mesmo sendo pouco conhecido no mercado, resolvi continuar para adquirir prática e experiên-

No começo eu não conhecia ninguém do meio e só tinha contatos no IAV. Tive a oportunidade de fazer um estágio na Tukasom, onde fiquei três meses, em Diadema. Achava tudo fantástico: as mesas de áudio, uma maior

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Tive a oportunidade de ir para o meu primeiro festival fora do país em fevereiro de 1995 no Chile, o Festival Vinã Del Mar. Nesse festival comecei a aprender a fazer Patch. Foram montados 5 sistemas analógicos com 4 bandas latinas

Evento corporativo da Fiat

Reveillon Paulista

do que a outra! Conheci algumas marcas que até então só via em revistas especializadas: EAW, Clair Brothers, Soundcraft etc. Na época, o material do Tuka era separado em 3 sistemas, A, B e C, e eu fiquei na equipe C da empresa, e nem me importei, pois tudo era novidade. Fiquei uns 3 meses na Tukasom, que era o tempo do meu contrato com eles. Mais ou menos nesse período, eu finalizei o curso de áudio que durou 6 meses. Comecei nesse período a trabalhar na Gabisom que tinha na época uns 16 sistemas, e era tudo padrão para qualquer sistema. Isso me deu um nó na cabeça, pois era tudo simplificado e todas as conexões já tinham multipinos, fora que todo equipamento era acondicionado

em cases com rodinhas de qualidade, rampas e as mesas de som fantásticas. Tive a oportunidade de ir para o meu primeiro festival fora do país em fevereiro de 1995 no Chile, o Festival Viña Del Mar. Nesse festival comecei a aprender a fazer Patch. Foram montados 5 sistemas analógicos com 4 bandas latinas e uma orquestra com mais de 60 músicos montada em um fosso, e tudo era transmitido ao vivo para mais de 90 países. Uma grande responsabilidade para muito pouco tempo de empresa, mas nessa hora conheci o JR, ele parecia um robô, sabia tudo, ele era “o” cara. Ele me explicou tudo o que eu teria que fazer, ele era muito rápido e colei na dele, virei tipo um aprendiz do grande

” 2 analógicas na frente e a PM1DJ fazendo as bandas adaptadas ao digital


Você teve uma ligação muito importante com o Grande “JR” da Gabisom. Conte um pouco sobre seu encontro e convivência com esse grande profissional que hoje cuida do áudio e intercede nas

roubadas que nos metemos junto ao criador lá no andar de cima? Nossa, Marcelo Rosa foi umas das pessoas mais importantes no início da minha jornada no áudio, e do jeito dele, sempre sério e com-

lo conhecido e levo comigo a postura profissional dele como referência. Que Deus o tenha, pois marcou muito minha vida, como a de várias outras pessoas. No dia 2 de maio de 2006, recebi a notícia do seu falecimento de-

mestre. Como ele morava no Rio e começou a ir para São Paulo por longos períodos, ficamos os dois “estrangeiros” juntos em várias roubadas. Isso criou um forte elo de amizade e respeito entre nós. Ele foi um dos motivos que me fez continuar em São Paulo por mais tempo, aprendi muito com ele. Sinto muito orgulho de ter ralado e aprendido a parte prática do áudio com grandes profissionais. Hoje em dia os técnicos só querem mexer em mesas de som, mas acontece que se você não tiver uma boa base vai chegar uma hora que vai se perder, e é o que sempre acontece.

Marcelo Rosa foi umas das pessoas mais importantes no início da minha jornada no áudio, do jeito dele, sempre sério e competente, me ensinou muito petente, me ensinou muito, parecia uma máquina trabalhando, tinha o conhecimento, tinha atitude. Agradeço muito a Deus por tê-

pois de um trabalho no Rio. Fiquei muito triste, pois lá se ia um amigo, irmão, companheiro das roubadas, e esse momento me fez

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Depois de 12 anos de trabalho com responsabilidade e compromisso na Gabisom, eu sempre busquei me adaptar e entender as necessidades nos festivais importantes, nos eventos corporativos e nas turnês. Foi então que resolvi abrir novos horizontes...

Pop Rock com a PM1Ds

pensar que já estava na hora de fazer alguma coisa diferente por mim, que já tinha aprendido bastante e que já poderia arriscar alguma coisa por conta própria. Depois da fase do estudo, você precisou meter a mão na massa. Como foi a sua entrada no mercado ainda em SP? Primeiramente fiquei nas casas com equipamento fixo da Gabisom, que eram Olímpia, Palace, Via Funchal, Credicard Hall, Espaço das Américas, Metropolitan Rio e Chevrolet Hall BH. Depois, trabalhei em várias turnês como Marina Lima, Djavan, Roberto Carlos, Rita Lee, Capital Inicial, Lulu Santos, Caetano Veloso etc. Trabalhei nos maiores festivais do país várias vezes, muitas gravações da Rede Globo e MTV. Bom, foi muita coisa nessa época. Nos festivais internacionais como Rock in Rio, Rádio 89 Rock, trabalhei em muitos, quase todos. O que motivou a sua volta pra casa e como foi a sua adaptação no mercado em Belo Horizonte? Mais uma vez pessoas devem ter ajudado. Fale um pouco sobre isso. Na verdade, muitas pessoas me ajudaram como sempre, mas dessa vez eu já

tinha uma bagagem e também resolvi muito problemas que já nem eram da minha responsabilidade. Mesmo assim resolvia por já começar a ver uma oportunidade no futuro. Recebia convites para trabalhar com algumas bandas e trabalhei nos principais festivais de Belo Horizonte na direção técnica, como o Pop Rock e o Axê Brasil, e também para várias agências de eventos, até conseguir me adaptar a essa nova função. O mercado do áudio tem mudado e oportunidades têm surgido para aqueles profissionais atentos às necessidades do mercado. Descreva como você viu nisso um nicho de mercado e sobre seu novo negócio? Depois de 12 anos de trabalho com responsabilidade e compromisso na Gabisom, eu sempre busquei me adaptar e entender as necessidades nos festivais importantes, nos eventos corporativos e nas turnês. Foi então que resolvi abrir novos horizontes, já estava na hora de tentar alguma coisa diferente, de arriscar, pois tinha mercado e eu já não estava contente de como eu estava sendo administrado.


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No seu mercado, qual o perfil do cliente, o que ele precisa e quer do mercado? E, para atendê-lo, qual seria o perfil do fornecedor para este mercado? Não existe nenhum segredo, apenas confiança, e isso temos que conquistar com competência e dedicação. Adaptar-se ao que temos e tirar disso o melhor resultado possível dentro do que foi previsto. Para se tornar um empreendedor você teve que aprender novas coisas e aprender a gerenciar o seu negocio. Você procurou ajuda de órgãos como Sebrae ou outros profissionais para ajuda-lo? Sim, com o Sebrae tive informação e apoio de como abrir o meu próprio negócio, pois já estava atendendo às empresas que só faziam seus contratos com empresas ou com profissionais que emitiam nota fiscal e tinham CNPJ. Contratei um escritório para resolver toda a documentação e cadastros, e vou te dizer uma coisa, foi a melhor coisa que fiz, pois ter uma empresa legalizada me abriu muitas portas. Indico para todos os prestadores de serviço e pequenos locadores de equipamentos. Uma análise da sua jornada até agora: valeu a pena? Por quê? Claro que valeu a pena! Quando eu olho para trás, vejo cada noite

sem dormir e valorizo cada novo trabalho que faço hoje em dia, pois nada é por acaso e tudo na vida é feito de escolhas. O que ainda o incomoda no mercado do áudio hoje em dia? O que precisa ser feito para que o mercado do entretenimento brasileiro melhore como um todo? Uma das coisas que me incomodava muito era a falta de respeito com que as empresas do mercado trata-

manda uma constante reciclagem. Lembro-me que no Festival de Alegre eu tive contato com as primeiras mesas digitais da Yamaha, as 02R e 03D e eu fui encarregado, junto com o Fernando Ricca, de operar nessas consoles as 22 bandas do evento. O que foi um marco na minha carreira, pois todas as bandas que tocavam no festival ainda trabalhavam com as mesas analógicas e nem sonhavam que o futuro estava nas mesas digitais.

Falando como empreendedor: o que levou você a atender a clientes do mercado corporativo como locador e mesmo consultor técnico? São poucas as agências de eventos que pagam produtores técnicos para seus eventos e nesse nicho comecei a atender vários clientes como Fiat, Unimed, Samarco, Vale, Itaú, Usiminas etc. É uma tranquilidade para a agência e para o cliente quando tem algumas pessoas especializadas para resolver qualquer tipo de imprevisto.

São poucas as agências de eventos que pagam produtores técnicos para seus eventos e nesse nicho comecei a atender vários clientes vam seus funcionários, pois tinha tudo para eu estar trabalhando no Sul até hoje. No entanto, a cada ano que passava as coisas se repetiam e os patrões nunca tinham tempo para ouvir as nossas reivindicações por uma condição de trabalho melhor e um pagamento mais justo. Depois que parei de trabalhar para locadoras, minha vida mudou para melhor, aprendi muito com tudo que passei como freelancer e tento sempre me adaptar às necessidades do mercado. Quem se reciclar e ficar atento, aqueles que se adaptarem atendendo às novas demandas do mercado vão se dar bem. Antigamente, as informações e equipamentos eram exclusivos a algumas empresas, e hoje em dia todos os lançamentos já estão disponíveis em lojas e distribuidoras. Na atualidade, o bom profissional tem que estudar o tempo todo para continuar atualizado, pois todo dia aparece uma tecnologia nova, o que de-

Para finalizar, quais os seus planos para o futuro, o que planeja estar fazendo daqui a 10 anos? Meus planos são muitos, a cada dia que passa fico muito mais confiante de que no Brasil tem mercado para quem se dedica e se adapta a ele. Nada vem fácil, e por mais simples que seja qualquer trabalho, tenho comigo que vou fazer o melhor para sempre conquistar a confiança e estabelecer um padrão de qualidade. Bem, daqui a 10 anos pretendo estar bem comigo mesmo e sempre buscando sabedoria e paz. Mas nem tudo é trabalho, pois o tempo está acelerado e precisamos viver também sem nos matar de trabalhar. Este espaço é de responsabilidade da Comunidade Gigplace. Envie críticas ou sugestões para contato@gigplace.com.br ou redacao@backstage.com.br. E visite o site: http://gigplace.com.br.


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PAzeiro Vanderlei Loureiro

Nessa edição, em mais uma reportagem da série com profissionais de áudio, Vanderlei Loureiro e Mario Jorge Andrade contam como buscam sua própria sonoridade enquanto trabalham com feras da MPB como Ivan Lins e Elba Ramalho, respectivamente. Alexandre Coelho redacao@backstage.com.br Fotos: Arquivo Pessoal / Divulgação

O som DE CADA PA PARTE 12

O

técnico Vanderlei Loureiro trabalha há 15 anos com o cantor e compositor Ivan Lins e também atua na sonorização de show de artistas como Daniel Boaventura, Jorge Vercillo e banda Guanabara. Ele diz que procura sempre valorizar o estilo musical dos artistas com os quais trabalha, e tenta ser fiel ao que foi gravado no CD ou DVD, bem como ao que foi feito e decidido nos ensaios. “Talvez minha marca pessoal seja não ter o ‘meu som’, a ‘minha equalização’. Procuro sempre equalizar os instrumentos e

vozes da maneira com que eles soam, sem tentar colocar o som do jeito que eu gosto ou que acho legal”, conta Vanderlei. A adaptação a diferentes gêneros musicais não é problema para o técnico. Como trabalha com artistas que têm características diferentes, Vanderlei tenta ser fiel ao estilo sonoro de cada um, e procura equalizar, comprimir, usar efeitos e mixar os instrumentos e vozes de acordo com cada estilo. “Uma coisa da qual não abro mão, no entanto, é a distribuição dos instrumentos


no L e R do PA. Minhas mixagens são sempre em estéreo, os teclados estão sempre abertos. Bateria, percussão, metais, vocais... Tudo tem sempre uma posição no L e R. No centro mesmo, só baixo, bumbo e a voz do cantor”, revela. Já o colega Mario Jorge Andrade é o responsável pelo PA da cantora Elba Ramalho desde 1996. Também trabalha com a cantora brasileira Alessandra Maestrini e com a britânica Jesuton, e é coordenador de som na Cidade das Artes, no Rio. Em seu currículo constam ainda trabalhos como técnico de PA de Alceu Valença e Adriana Calcanhotto, e no monitor de Caetano Veloso, Marina Lima e Edson Cordeiro, entre outros. Com décadas de experiência, Mario Jorge é dos que procuram fazer um som que agrade ao maior número de pessoas, começando por ele próprio, e passando pelos que mandam: o artista, o produtor, o diretor musical etc. “É uma tarefa nada fácil, na verdade. A psicologia é uma matéria muito importante nesse aspecto, assim como o conhecimento técnico e o dom musical, naturalmente. Procuro fazer uma mix em que possa se escutar tudo o que está sendo tocado e cantado no palco, com um volume compatível com o estilo musical, com clareza e definição, sem agredir aos ouvidos de ninguém”, aponta. Segundo Mario Jorge, adequar sua forma de trabalhar às particularidades de cada artista e gênero musical passa por um ‘dever de casa’ bem feito. Ele diz que sempre que é convidado para um trabalho novo, procura saber tudo sobre o artista em questão, ouvir as músicas, assistir a vídeos e entrevistas etc. “Já durante os ensaios e passagens de som, eventualmente, experimento coisas novas e mudo alguns procedimentos padrão, em busca de um som que me agrade e, se possível, agrade também aos outros. Na

PAzeiro Mario Jorge

maioria das vezes, essa estratégia dá certo”, garante. Tão certo que Mario Jorge não se lembra de, algum dia, alguém ter pedido para ele mudar sua forma de atuação, muito em função de ele buscar sempre estar em sintonia com o diretor musical do espetáculo. No entanto, às vezes acontece de solicitarem alguma pequena mudança de conceito, ou para que um instrumento prevaleça em relação a outro. Sem contar algum eventual pedido pouco convencional. “Certa vez, um maestro me pediu para eu não amplificar determinados instrumentos de uma orquestra, no interior de São Paulo, mas que os referidos músicos não percebessem essa manobra. Pedi então para o patch man deixar os pedestais, microfones e cabos nas respectivas estantes, mas sem ligar no multicabo. Deu certo. Imagino que aqueles músicos não deviam tocar muito bem, mas, por algum motivo, o maestro não podia sim-

plesmente pedir que eles não tocassem”, recorda. Alcançar um nível profissional que permita buscar uma identidade própria é algo que quem trabalha com áudio só consegue com tempo, dedicação e aprimoramento técnico. No caso de Vanderlei Loureiro, esse conhecimento veio com os trabalhos que ele realizou dentro dos estúdios, e que levou para a sonorização de shows. “Eu sou técnico de gravação, sempre trabalhei e trabalho em estúdios, onde você aprende coisas que, geralmente, não aprende na estrada, muitas vezes por falta de tempo ou de equipamento. Como, por exemplo, usar o microfone certo na posição certa para cada instrumento, maneiras de equalizar e comprimir cada instrumento, qual o melhor equalizador (gráfico, paramétrico ou de programa), qual compressor (rápido ou lento), o uso e a quantidade de efeitos, a maneira de colocar os instrumentos dentro da mixagem etc.”, enumera.

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ria sempre à disposição um console Avid Venue, seu favorito, de preferência com pelo menos três placas de processamento. Segundo ele, a escolha se dá por este ser o único console que roda plug-ins internamente e por ter delay compensation automático. “Já meus plug-ins indispensáveis são o Reverb TL Space, o Delay Echo Farm, o compressor multibandas ML4000 e o processador de dinâmica SPL Transient Designer. Quando tenho isso à mão, junto com um sistema de PA de ótima qualidade, bem configurado, montado e alinhado, com certeza, o resultado é excelente e todos ficam felizes. Meus sistemas de PA preferidos são o D&B Série J e o VDosc, mas existem muitos outros excelentes, inclusive alguns nacionais, como FZ Audio e LS Áudio”, indica. Já para fazer o alinhamento do PA, Vanderlei Loureiro usa os equipamentos da própria empresa locadora. O técnico diz que sempre viaja com um iPod e, depois de fazer alguns testes com um microfone e um gerador de ruídos, gosta de tocar algumas músicas para conferir os timbres, na relação entre os subs e o PA. “Para isso, uso músicas que eu conheço bem e que gosto do som, do equilí-

Para conseguir uma sonoridade que lhe agrade em cada trabalho, Vanderlei é exigente no que diz respeito aos equipamentos usados. Segundo o próprio técnico, como foi ‘criado’ em estúdios, ele aprendeu a usar e sempre trabalhou com equipamentos de altíssima qualidade, de marcas como Harrison, Neve, SSL, Neumann, Beyer, Schoeps, AKG, DBX, Urei, Pultec, API, Lexicon, TC Electronics e outras. “Gosto de usar equalizadores e prés da Focusrite, Neve, API, Pultec, Sony, Joemeek; compressores DBX, Urei, Joemeek, Fairchild; reverbs e delays da TC Electronics, Lexicon, Sony; e os plug-ins Waves, Avid etc. Uso tanto os racks físicos quanto os plug-ins, não tenho nada contra o analógico ou o digital. Se tiver qualidade e for confiável, eu uso. Também gosto muito dos prés e equalizadores das (mesas) Midas, principalmente a XL4 e a H3000”, relaciona. Como todo técnico de alto nível, Mario Jorge Andrade também cita o uso de equipamentos de qualidade indiscutível como um dos pré-requisitos para a realização de um trabalho competente. Ele ressalta, porém, que nem sempre a realidade do mercado brasileiro permite que se tenha à mão produtos top de linha.

Gosto de usar equalizadores e prés da Focusrite, Neve, API, Pultec, Sony, Joemeek; compressores DBX, Urei, Joemeek, Fairchild; reverbs e delays da TC Electronics “Procuro usar bons equipamentos, mas, acima de tudo, procuro conhecer bem os equipamentos que utilizo. Nem sempre posso me dar ao luxo de escolher meus equipamentos preferidos, mas tenho que fazer os que estão disponíveis renderem ao máximo”, ensina. Em um mundo ideal, Mario Jorge Andrade te-

brio da mixagem e dos timbres. Mas essas músicas são só para ter uma ideia de como estão as coisas, são para dar uma ajudazinha, não são a base do alinhamento do sistema, pois são gravadas e mixadas em estúdios. Então, não há como comparar esse som com o som que vem do palco. Também uso o


Smaart, para ter uma ideia visual da coisa”, completa. Entre as tais músicas que gosta de usar para comparar o equilíbrio da mixagem e os timbres, Vanderlei cita canções de Donald Fagen (The Nightfly, Morph the Cat, Kamakiriad) e George Duke (Illusions) para checar os graves; além de Chuck Loeb (Between 2 Worlds), orquestras, trios, MPB e rock, dependendo do tipo de show que ele vai sonorizar. Mario Jorge Andrade lembra que, atualmente, nas empresas sérias, o sistema é pré-alinhado pelo gerente de sistemas, de preferência seguindo as orientações do fabricante. O técnico do artista apenas faz seu alinhamento ‘artístico’. Apesar de ter um Smaart 7 e de ser operador de SIMII certificado pela Meyer Sound, ele conta que, atualmente, por falta de tempo, faz pouco esse tipo de alinhamento ‘técnico’, ficando responsável

apenas pelo alinhamento ‘artístico’. “Hoje em dia, com as facilidades das mesas digitais, o tempo de passagem de som diminuiu e mal temos tempo de alinhar satisfatoriamente o sistema, pelo menos na maioria dos eventos em que trabalho. Acabo apenas usando um Pink Noise para checar se está tudo falando igual, depois escuto alguns trechos de músicas conhecidas e já parto para ouvir o mic de voz principal, e fazer um linecheck e um soundcheck, sempre caminhando para checar a cobertura, o front fill, os delays etc.”, ilustra. Por coincidência, Mario Jorge também usa músicas de Donald Fagen para comparar o PA antes e depois de alinhado. No caso, ele cita o CD mais recente do artista, Sunken Condos, como seu preferido. O técnico também leva sempre na bagagem um iPod com uma playlist só para sound-

check, com músicas e trechos de músicas de estilos variados, com as quais ele está familiarizado. “Em eventos regionais ou sazonais, como o Carnaval em Recife e o São João no Nordeste, em junho, procuro usar, nessa checagem rápida, músicas compatíveis com o local e a época, pois às vezes alguns transeuntes ou mesmo políticos podem se sentir ofendidos por se utilizar música ‘estrangeira’ para conferir o PA. Nesses casos, uso, no Carnaval, o CD da Orquestra Spok Frevo. E, no São João, o CD da Orquestra Forrobodó, que é também um projeto do Maestro Spok, ambos excelentes”, sugere. Mario Jorge já usou o soundcheck virtual, mas conta que, atualmente, usa uma versão simplificada que ele apelidou de PMVS (Poor Man’s Virtual Soundcheck, ou o Soundcheck Virtual do Homem Pobre), que consiste em uma playlist espe-

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Isso é coisa de estúdio: não importa quem seja o músico ou roadie que vai passar o som, ele nunca vai tocar igual ao músico da banda. Para mim é tudo diferente: a pegada, a maneira de tocar, o som é outro. Por isso eu gosto de passar o som com a banda. (Vanderlei)

cífica no iPod, com bumbo e caixa (um no L e o outro no R), bumbo e baixo etc. Segundo o técnico, o ganho pode ser um pouco diferente, mas como é gravado direto pré-tudo, dá para ter uma ideia de como vai soar e já ajustar algumas coisas. “Já usei soundcheck virtual via Firewire, com 32 canais, mas, infelizmente, nunca tive a chance de poder fazer o verdadeiro soundcheck virtual, que é com Pro Tools HD. Na maioria das vezes, quando estou ouvindo um trecho de música no PA, os roadies já estão fazendo um linecheck e a banda já chega em seguida para passar o som, eliminando o soundcheck virtual. Mas trata-se de uma ferramenta muito boa, especialmente se você viaja com o mesmo equipamento em todos os shows”, elogia. Vanderlei Loureiro, por sua vez, admite ser antigo e prefere a passagem de som com a banda. Ele conta que a equipe faz o linecheck com os roadies, mas a equalização, compressão e equilíbrio dos instrumentos, prefere fazer com a banda tocando. “Isso é coisa de estúdio: não importa quem seja o músico ou roadie que vai passar o som, ele nunca vai tocar igual ao músico da banda. Para mim é tudo diferente: a pegada, a maneira de tocar, o som é outro. Por isso eu gosto de passar o som com a banda. Mas já fiz festivais nos quais só teve linecheck, então, as duas primeiras músicas foram a minha passagem de som”, recorda. Profissional com larga experiência em PA, Vanderlei confessa que não trabalha como técnico de monitor porque não sabe fazer. “Acho monitor muito mais complicado do que PA. Sempre achei monitor super difícil. Só me arrisco no monitor quando faço shows do Ivan Lins solo, ou com mais um músico (guitarra ou teclado). Aí, usando só um in-ear para o Ivan e um spot para o músico, eu corro o risco. Agora, com banda... nem pensar”, rechaça. Mario Jorge Andrade, ao contrário, já fez e, eventualmente, ainda faz monitor. Ele concorda que essa é uma função bem diferente, uma vez que o responsável pelo áudio tem que fazer apenas o que o músico pede, mesmo que ele, técnico, não es-

teja gostando do som, especialmente nos in-ears, onde cada um só ouve o que quer. Mas, seja no PA ou no monitor, Mario Jorge considera fundamental o técnico ter a sua maneira única de trabalhar, assim como ter a sua própria sonoridade característica. “É muito importante, tanto identidade própria no som quanto na postura profissional e tudo que envolve essa questão”, sentencia. Vanderlei Loureiro concorda. Para ele, a busca por uma personalidade que o distinga dos demais profissionais da área extrapola o segmento de áudio e vale para qualquer carreira. “Qualquer profissional, em qualquer atividade, tem que buscar sempre a sua identidade. Muitos profissionais bons podem fazer o mesmo trabalho, mas sempre vai ter alguém que vai notar essa identidade, vai perceber uma diferença, mesmo que muito sutil, no trabalho de dois profissionais”, acredita. Vanderlei lembra de uma situação em que essa sutileza acabou saltando aos ouvidos de um músico. Ele conta que estava em um festival de jazz na Itália quando, depois do show, esse músico chegou até ele para perguntar sobre o reverber que o técnico tinha usado na voz do Ivan Lins, que ele tinha gostado muito. “Ele também quis saber qual pré-delay eu tinha usado, o tempo de reverberação, detalhes da equalização etc. Ficamos conversando por um bom tempo. Foi a única vez em que alguém me perguntou sobre detalhes que eu geralmente uso, mas que nunca pensei que fosse ser notado por alguém. Isso eu posso considerar uma característica pessoal, uma identidade do meu trabalho”, define. Mario Jorge Andrade tem outro ‘causo’ curioso, que ilustra bem o dia-a-dia de quem trabalha na estrada. “Uma vez, na ansiedade pelo soundcheck virtual, eu coloquei só o canal de voz da cantora no PA, para regular os efeitos etc. Uma mulher da faxina do local perguntou se seria um show de ‘flashback’ ou se a cantora cantaria mesmo. Naturalmente, ela queria dizer ‘playback’, mas eu nunca mais ousei colocar só o canal de voz da cantora soando no PA, sem ela estar presente”, diverte-se.


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Quantos tesouros ainda podem ser descobertos na música brasileira? O selo Discobertas resgata clássicos e aposta no suporte físico para vender música. Miguel Sá redacao@backstage.com.br Fotos: Divulgação

Selo DISCOBERTAS O

selo Discobertas foi fundado há pouco mais de dez anos, no embalo das pesquisas e resgates que Marcelo Froes – jornalista, pesquisador musical e dono da empresa – já fazia para as majors desde os anos 1990. As caixas de CD de Gilberto Gil, feitas com material da Universal em 1999, e da Warner em 2002, e o disco dos Mutantes Technicolor, gravado em Paris em 1970 e lan-

çado em 2000 pela Universal, são alguns dos exemplos. “Passei muitos anos pesquisando os arquivos de todas as grandes gravadoras - Sony, PolyGram, BMG, RGE, Som Livre, Warner, Continental, EMI... Hoje diversas se fundiram e, pior, seus acervos estão todos arquivados em empresas de armazenamento - o que impossibilita o acesso para pesquisa. Assim, sem saber, fiz algo que nin-


O CONCEITO O Discobertas surgiu como mais um selo que iria agir nos vácuos das grandes gravadoras. “Vinha trabalhando com reedições desde os anos 90 e, no novo milênio, alguns fatores fizeram as vendas baixarem e as gravadoras começaram a reduzir seus projetos de reedição. Somente o que vendesse muito vale-

ria a pena. Um presidente de gravadora sugeriu que eu abrisse um selo para continuar fazendo isso e, depois de alguns anos de incerteza, acabei tomando fôlego e indo adiante como solução única para continuar trabalhando. Não era uma ambição minha, muito menos um sonho”, detalha Froes.

sonoridade ao gosto de colecionadores nem de técnicos de som fundamentalistas - para quem não pode haver modificação nenhuma no som da época. “Temos que fazer com que o fonograma vindo de um disco de 78 rotações, por exemplo, fique confortável para ouvir em um equipamento mo-

guém tinha feito e que possivelmente ninguém mais fará”, explica. No projeto dos Mutantes, Froes teve o primeiro contato com Ricardo Carvalheira, técnico de som com mais de 40 anos de experiência em estúdios como o Vice-Versa, em São Paulo, e na RCA, entre outras gravadoras. Carioca radicado em São Paulo, na época Ricardo era sócio de Carlos Freitas na Cia de Áudio. Desde 1993 a empresa já fazia a digitalização e restauração do acervo das grandes gravadoras, além de ser responsável por boa parte das masterizações de grandes lançamentos da última década do século XX. Após a saída de Carlos Freitas da sociedade, em fins dos anos 1990, a empresa continuou em atividade até 2007. “A diferença do trabalho naquela época para hoje é mais no conceito que no equipamento. Hoje faço em um notebook o que antes precisava de uma sala com 500 quilos de hardware. No começo de 2007, vi que não havia mais porque manter uma estrutura como aquela”, conta o empresário e técnico de som. A partir de 2007, Ricardo e Froes voltariam a trabalhar juntos mais assiduamente. Por esta época, Ricardo já estava com sua nova empresa, a IAI Digital e, desde então, os dois trabalham em projetos como as caixas dos Festivais da Canção, os discos dos anos 1960 e 1970 de Pery Ribeiro, do organista Walter Wanderley e do cantor Miltinho, entre muitos outros.

A diferença do trabalho naquela época para hoje é mais no conceito que no equipamento. Hoje faço em um notebook o que antes precisava de uma sala Aos poucos, o jornalista e pesquisador encontrou o seu nicho. “É essencialmente o público maduro, mas existe uma geração de 20 e poucos anos que curte muito o meio físico. O brasileiro gosta de colecionar e as nossas caixas têm como meta recompor discografias ou ao menos parte delas. As vendas são feitas para lojas de CDs e grandes cadeias de livrarias - que hoje são verdadeiras delicatessens de cultura”, conta. Não há grandes exercícios mercadológicos na hora de escolher os fonogramas a serem restaurados. “Por conta da dificuldade atual, basicamente faço projetos que eu como colecionador gostaria de encontrar para comprar”, revela Marcelo. Além de pensar todo o conceito do produto, ele também participou da construção do conceito sonoro. Quando as masters não vão direto para Carvalheira, é Marcelo Froes o responsável por transcrições a partir dos meios analógicos originais – vinis e fitas – para mídias digitais. A decisão foi por tomar um caminho que não restringisse a

derno sem perder as características”, comenta Ricardo.

DO ANALÓGICO AOS SIMULADORES Algumas vezes chega à mão de Marcelo Froes e Ricardo Carvalheira material remasterizado. No entanto, sempre que é possível, é usado o original. “Geralmente o material está guardado em boas condições, a questão é que nem sempre isso ocorreu nas décadas anteriores e muitos tapes já chegaram ao novo milênio deteriorados”, coloca Froes. “Quando o material está muito ruim, acabamos trabalhando a partir de material já relançado em CD. Em vários casos chegou material que eu já remasterizei antes”, completa Ricardo. Não são poucas as vezes em que, devido às condições do material original, é necessário reconstruir o fonograma a partir de fontes diferentes. “Aí usamos a introdução do vinil e o resto da fita, por exemplo. Tem que se virar quando o original está muito ruim”, diz Ricardo. Muitas vezes, em nome do valor

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No início dos trabalhos, pelas direções que o mercado fonográfico tomava, Ricardo Carvalheira chegou a não acreditar que aquele tipo de empreitada fosse dar certo. “Achei que o Marcelo ia dar com a cara na parede. Mas aí ele me mandava o feedback das

histórico do registro, uma música é colocada no produto final mesmo sem condições técnicas ideais. “É melhor publicar o fonograma cheio de problema. Não adianta querer chegar ao “estado da arte” quando não dá. Por isto se coloca um aviso no box que

Os equipamentos usados vão desde as antigas máquinas de fita Studer A80MK2, das quais Ricardo Carvalheira possui dois exemplares

o material estava deteriorado”, justifica o técnico de som. Os equipamentos usados vão desde as antigas máquinas de fita Studer A80MK2, das quais Ricardo Carvalheira possui dois exemplares, até os plug-ins de restauração e simuladores de equipamentos analógicos. Para a restauração – retirada de chiado, clicks e outros ruídos – ele usa os softwares da Cedar. Para equalização, não hesita em usar simuladores de equipamentos vintage. “Para equalização, gosto de usar os simuladores de equalização EMI. Gosto de trabalhar com os simuladores de equalização vintage, por causa dos timbres mais próximos do que se fazia na época. Já trabalhei com esses equipamentos todos. Para finalizar, acabo usando compressão moderna. Obviamente tudo isso com o respeito ao fonograma”, ressalta Carvalheira.

revistas e jornais, e está mudando. Mas mudou por causa da coragem dele de fazer do jeito que é legal fazer”. Marcelo devolve o elogio, feliz por encontrar alguém que pegasse o espírito do trabalho. “É um profundo pesquisador de tecnologia e detém muito conhecimento sobre formatos antigos, então pra mim é ótimo ter alguém assim para dialogar”, finaliza.

Para saber online

www.iaid.com.br | www.discobertas.com.br


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Batutinha está envolvido com os bastidores da música há 18 anos

Assinatura

DO FUNK A DJ Batutinha, responsável pelo próximo DVD de Naldo, e por muitos dos sucessos do estilo, abre as portas de seu estúdio com exclusividade para a Revista Backstage. Ricardo Schott redacao@backstage.com.br Fotos: Divulgação

mor de Chocolate, de Naldo, saiu de lá. Os hits de Annita, MC feminina que faz sucesso no funk atualmente, também pairam em meio às paredes do local. Ela só pensa em beijar, de MC Leozinho, foi o primeiro grande hit que veio dali. E Furdúncio, funk melody de Roberto Carlos, teve também sua passagem por lá. A Central do Funk, estúdio do DJ Batutinha - que fica no bairro do Lins, Zona Norte do Rio - está, pouco a pouco, se tornando a maior grife do estilo musical.


Estúdio onde trabalha full time

pode usar uma programação MPC, um software como o Acid Pro ou partir para algo mais musical, que é o que eu gosto”, conta Batutinha, cujo nome verdadeiro é Renato Azevedo (o apelido veio por causa da semelhanWill Sm ith, ao c ça com um personagem da entro, e m visita ao estú série de TV Os Batutinhas). dio de B atutinh a (à dir Essa musicalidade é o que ele eita) usa nas produções do Naldo. Conhecido por usar eminente“O funk, hoje, se permite ser mais mente softwares, teclados e novidaharmonizado e não tão visceral, com des tecnológicas, o funk não costuma mais melodia. O Naldo é funkeiro, trazer grandes novidades musicais. mas é pop. É um cantor que não tem No caso das produções de Batutinha, só o funk como base, ele é uma das 35 anos, envolvido com os bastidores raízes do seu som. Foi o que fez a dida música há 18 anos - quando comeferença e é por isso que ele está indo çou a trabalhar com o DJ Marlboro, tão longe”. Já Annita não fica atrás grande nome do gênero musical - a em termos de influências fora do sonoridade muda. E se confunde com funk - aos 16 anos, quando ainda o background do próprio produtor. usava o nome verdadeiro, Larissa, a “Eu toco violão, teclado, guitarra. E menina o procurou com uma demo vamos incrementando a coisa. Você

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REPORTAGEM| www.backstage.com.br 62 Central do Funk, estúdio no subúrbio do RJ, de onde sai os atuais sucessos de Naldo e Anitta

na qual cantava um funk e uma música de Adriana Calcanhotto. Bem antes de ter sua Central do Funk montada na região do Grande Méier, Batutinha começou da mesma maneira

fui ao estúdio dele. Ele me convidou para conhecer o local e falei: é isso que eu quero da vida!”, lembra. “Não dava para baixar tudo da internet. O que havia eram manuais, a maioria em inglês. Dei sorte por ter contato com gente que tinha um pouco mais de experiência e informação. Aprender a mexer no Pro Tools foi fundamental para que eu faça meu trabalho hoje”, revela. O equipamento de Batutinha foi evoluindo e, atualmente, inclui um mixer PreSonus 2442 Studio Live, Pro Tools 10, Mac Pro 12 núcleos e teclados como o Yamaha MX61, Juno D, MicroKorg XL, Roland Gaya Sh1 e Korg Triton. “Meu set inclui também programação MPC2500 e subwoofer Yamaha”, diz. Hoje as instalações da Central do Funk funcionam como agência. “Eu tenho um sócio, que é o DJ Tubarão. Mas ele cuida mais da parte de artistas, de agenciamento. No estúdio, eu trabalho sozinho”.

Dei sorte por ter contato com gente que tinha um pouco mais de experiência e informação. Aprender a mexer no Pro Tools foi fundamental

que tantos outros produtores do “batidão”. Gravava fitinhas caseiras e começava a dividir o trabalho de produtor com o de DJ, como até hoje faz. “Na época, na verdade, eu ainda nem queria ser produtor ou arranjador. Isso foi surgindo. Eu era fã do DJ Marlboro e


O REI Foi graças a um de seus primeiros hits, Ela só pensa em beijar, do MC Leozinho, que Batutinha e Roberto Carlos se aproximaram - o Mc Leo zinho e Rei cantara a músiRoberto Carlos ca com Leozinho em um especial seu de fim de ano. “O Roberto se interessa muito pelo funk melody, que é uma vertente mais elaborada. Ele curtiu a sonoridade da música e quis saber quem a produziu. E chegou até mim”. À exceção do teclado de Tutuca Borba e da guitarra de Ringo Moraes, tudo em Furdúncio, escrita por Roberto e Erasmo, foi feito por Batutinha. “Foi um presente de Deus para mim. E se todos os artistas vissem o quanto o Roberto é humilde, iriam repensar suas atitudes. Ele sabe exatamente o que ele quer. Pediu que fizesse exatamente o que eu já faço, mas pensando nele. E o melhor é que, mesmo sendo um funk, você percebe que se trata de uma música do Roberto Carlos”, conta.

NALDO EM DVD O funkeiro Naldo se prepara para estrear seu novo nome artístico, Naldo Benny, num DVD ao vivo, gravado em 3 de julho no Credicard Hall, em São Paulo. Batutinha, claro, está por trás do trabalho - no dia do bate-papo com a Backstage, fez algumas vozes-guia com Naldo no estúdio. “Independente de se o DVD vai ser gravado ao vivo ou não, tudo o que vai ser tocado no palco é montado anteriormente em estúdio para ir para rádio e CD. Deixamos tudo pronto e a banda toca ao vildo ha e Na vo. O disco tem metade de músiBatutin cas novas e metade de sucessos”, explica. “Acho que o Brasil sempre teve necessidade de ter um popstar masculino e um feminino. As mensagens que o Naldo e a Annita passam é o que a juventude quer ouvir, não é algo imposto. O funk é um espelho que reflete o que a sociedade é. Ele é só um veículo”, acredita Batutinha.

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Equipe da Visom Digital

DIGITAL

ETUDOANALÓGICO JUNTO E MISTURADO

Prestes a lançar o primeiro DVD em 3D do país, da banda O Terço, o Visom Digital abre suas portas e mostra seus centros de referência Analógico e Digital, além da sua sala de masterização onde mescla o melhor desses dois universos. Recentemente, o estúdio adquiriu uma API 1608, reafirmando sua preocupação em investir em excelência de equipamentos para grandes talentos. Pedro Rocha redacao@backstage.com.br Fotos: Ernani Matos / André Tavares / Alessandro Pires / Fabio Guimarães / Divulgação

P

ense em um estúdio onde fosse possível gravar vídeo, áudio, mixar, masterizar etc. Esse é o caso do Visom Digital, um espaço que já nasceu com a filosofia e o conceito do multimídia, segundo o presidente da Visom, Carlos de Andrade. Dotado de um centro digital, um centro analógico e uma sala de masterização, o estúdio é o local preferido de gravação de grandes nomes da música brasileira, como Milton Nasci-


Pátio interno casa que abriga o estúdio Visom

mento, Ivan Lins, João Bosco, Ritchie, entre outros. Carlão, como é conhecido, explica que o trabalho na Visom é baseado em uma filosofia diferente da apresentada no mercado, aliada à expertise de anos de dedicação. “Quando pensamos a Visom, pensamos nela inserida em um mundo que faz tudo. Então o estúdio da Visom deveria ser bom, no mesmo lugar, para gravar, mixar, filmar etc. Aqui pensamos no multimídia e em suas aplicações”, esclarece. Ainda de acordo com Carlão, as pessoas em si falam C onsole API 160 muito sobre o conceito de 8 no Ce ntro An alógico multimídia, mas o praticam poudefende que as co. “É o principio da diversidade pessoas não praticam de fato a de aplicação de qualquer coisa. “multimaneira” de se trabalhar. Elas pensam em várias maneiras “Quando começamos a pensar no de comercializar e trabalhar seus estúdio, eu fui a Los Angeles concaminhos, mas eles pegam uma versar com George Augspurger, maneira só de fazer a coisa”. Ele

que projetou as salas, e eu disse: Tenho um desafio para você. Você precisa montar para mim uma sala híbri-

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Foto: Tratamento: Diego Polly / Divulgação

Sala de mixagem comporta uma Euphonix Foto: Tratamento: Diego Polly / Divulgação

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O retângulo, por princípio, te traz uma medida ideal de acústica. Essa sala tem uma tela de 220 polegadas, com sistema Surround 5.1, com três caixas JBL na parte de trás, dois subwoofers de 18 polegadas. Temos ainda uma mesa modular móvel que é montada em dois estágios, uma central técnica e outra mesa que controla essa central

Rack de equipamentos com o Manley Vox Box

Caixa PMC inglesa no Centro Digital

da. Ele me perguntou: o que seria isso? E respondi que seria um local em que faria de tudo”, ressalta Carlos. O resultado foi uma sala no formato retangular com um

Equipamentos de última geração em todas as salas

pé direito de 4 metros de altura e 9m x 6,5m de medida. “O retângulo, por princípio, te traz uma medida ideal de acústica. Essa sala tem uma tela de 220 polegadas, com sistema Surround 5.1, com três caixas JBL na parte de trás, dois subwoofers de 18 polegadas. Temos ainda uma mesa modular móvel que é montada em dois estágios, uma central técnica e outra mesa que controla essa central. Tem todo o DSP de equalização, de compreensão, de gate. Pode-se mudar a mesa de sala e elas ficam interligadas por um sistema de Catch Sync, de rede. Pode-se mixar para cinema desta sala”, avalia. “Eu posso gravar nesse estúdio, por exemplo, uma orquestra com o maestro dentro da cena. Aqui eu posso mixar um DVD, uma banda, uma orquestra de cordas. Não existe estúdio que comporte. Para isso precisa ser bem equipado. Então, qualquer coisa que gravamos aqui funciona bem”, afirma.


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var a cena, eu retiro os tapetes. Se eu precisar gravar cordas, eu coloco chapas de fórmicas, leves e flexíveis, penduradas em pitocos presos no teto, e gravo com um reverb maravilhoso. Caso seja preciso filmar, eu coloco rigs de iluminação. Nesta sala, eu gravei Ritchie, João Bosco e um monte de DVDs, além de produzir um programa chamado Segue o som, da TV Brasil, dentro dessa sala”, avalia Carlão, acrescentando que neste ambiente é usado o sistema Euphonix. E sobre a filosofia que a Visom traz para o mercado, o diretor do estúdio enfatiza a ideologia de combinar diversas formas de trabalho para um resultado eficaz. “A gente quer criar essa ideia de estúdio multimídia para que isso se torne referência para outros estúdios. Não queremos ser soberanos e ficar isolados. O nosso não é o melhor, é único. Fazemos por um caminho. Há estúdios fantásticos no Brasil, mas as filosofias são diferentes”, compara Carlão.

Sala de masterização

A ideia é que a Visom Digital tenha toda uma estrutura que permita ao cliente ter uma ideia e vir registrar no estúdio sem ter de pensar muita coisa. “É preciso criar um ambiente para o artista altamente criativo, pois para ele não tem ‘não pode’. Temos de estar prontos para atender às demandas e pedidos”, frisa o diretor do estúdio. Entre as demandas estão mixagem para cinema, que pode ser feita na sala de gravação Célio Martins. “Pode-se mixar para cinema desta sala. É uma sala Dolby certificada. Talvez seja uma das melhores salas de gravação, o que contrasta com a questão acústica requisitada pela Dolby, que requisita pouca reverberação, mas sem ser uma sala muito “morta”, avalia. Então, além da sala principal, há ainda mais duas salas menores no mesmo espaço com características acústicas diferentes, que oferecem sons diferenciados por meio de disposições de equipamentos e técnicas de acústica. “Temos uma sala ‘morta’, com uma pequena sala onde se ‘seca’ todo o som. Nela pode-se gravar uma bateria, uma guitarra, uma gravação bem próxi-

ELÉTRICA

Rack de equipamentos para sala digital

ma de voz sem precisar de tanta proximidade do microfone. Já o som da sala onde está o piano é brilhante, aberto, intermediário entre a sala maior e na qual se gravam o baixo e a guitarra. Pode-se tranquilamente tocar piano aqui dentro”, completa. Ainda na sala Célio Martins, um detalhe no chão em porcelanato dá uma reflexão do som. “Eu mato essa reflexão com um tapete. Coloco 3 tapetes e tampo essa cena central do porcelanato. Se eu precisar avi-

Outra característica do Visom Digital foi o investimento no sistema de eletricidade do local. “Esse estúdio já nasceu com a eletricidade da pesada. No começo, eu não tinha modelos de estúdio para me basear. Então comecei meu projeto na filosofia, querendo criar um local. Quando pensamos na Visom, eu quis dar ao Paulo Campos um local de referência em que ele se orgulhasse de trazer o cliente dele. Para que ele tivesse o melhor equipamento na mão, para que toda vez que ele entrasse em uma concorrência, que ele tivesse a segurança de dizer que os produtos são os melhores existentes no mercado”, comenta Carlão. Ele conta que o cantor Lulu Santos passou o Carnaval deste ano gravando na Visom Digital. E ficou


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Foto: Tratamento: Diego Polly / Divulgação

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Sala de gravação cujo pé direito mede 4 metros. Detalhe do chão em porcelanato

O equipamento mais importante que há em um estúdio é a eletricidade, a comida das ferramentas. Se a tua comida tiver problema, acabou. Acontece isso com o equipamento também devido à eletricidade instável. Seu sistema pode crashar, você vai ter down-time

impressionado com uma particularidade do local. “Aqui é o único lugar onde eu plugo meu amplificador e ele fala como em Los Angeles. Eu não escuto, nos estúdios, “pancada” do som da guitarra, ele falar do jeito que faz como lá fora”, declarou Lulu. Já Carlão justificou o fato explicando que a eletricidade era a causadora daquela “sensação”. “O equipamento mais importante que há em um estúdio é a eletricidade, a comida das

ferramentas. Se a tua comida tiver problema, acabou. Acontece isso com o equipamento também devido à eletricidade instável. Seu sistema pode crashar¸ você vai ter down time. E nada pode afetar a criatividade do cliente e fazê-lo perder tempo. É importante para nós termos uma eletricidade da pesada, e técnicos que entendam que qualquer coisa pode acontecer, menos o artista ser incomodado no processo de criação”, defende o empresário.

AC Organizer

Equipamento Dolby

Um estúdio que já nasceu grande Criado em agosto de 1985, a Visom Digital está na lista dos maiores estúdios do país. Aliando tecnologia analógica e digital, a empresa atua com masterização, gravação de áudio e vídeo, pós-produção, manutenção e venda de equipamentos. Suas salas foram projetadas pelo maior nome em acústica: George Augspurger; e atualmente possui

dois centros de referência: um analógico e outro digital. Alguns trabalhos produzidos na Visom para gravadoras: álbuns de Maria Bethânia, Ney Matogrosso, Caetano Veloso, Sandy & Junior, Chico Buarque, Xuxa, entre outros. DVDs de filmes de grande bilheteria e registros de apresentações de bandas renomadas também estão no portfólio.


STUDER 827 no Centro Analógico

Investimento em cabeamento e conectores é um dos diferenciais da Visom

Para isso, dos cabos de eletricidade aos conectores, como o Neutrik Gold e o Vampire, as três salas do Visom Digital foram projetadas para que todo o processo da cadeia do audiovisual tivesse um mínimo de interferências possível. Todos os estúdios usam seus amplificadores em uma sala técnica. Na sala maior, por exemplo, os amplificadores estão embaixo das caixas, com os seus

respectivos crossovers. Assim, o som não passa por quilômetros de cabo, eliminando ruídos. Outro destaque são as duas unidades de cabo de força, que pode custar mais caro até mesmo do que um par de caixas KRK. Tanto o cabo de eletricidade, quanto o cabo de áudio e o balanceador de energia são brasileiros, da AC Organizer. “Ninguém em estúdio conhecia e nós começamos a usar. É algo feito para audiófilo. Não é barato, mas imprescindível. A mesa dessa sala fica ligada 24 horas por dia, sete dias por semana, logo ela precisa ter a

RELÓGIO ATÔMICO Esse equipamento é ligado ainda a um relógio atômico, fazendo com que todas as salas do estúdio recebam clock por meio do sistema. “Ele tem um pulso, que faz com que a sequência binária seja constante, sólida. Isso é baseado em uma precisão de cadeia. É um gerador de

vel balancear esse processo, tirar todo o ripple que há na senoide de 60 Hertz, ou seja, a “sujeira”. É nele que estão ligados os nobreaks senoidais online, que alimentam a parte de computação da mesa.

Outro destaque são as duas unidades de cabo de força, que pode custar mais caro até mesmo do que um par de caixas KRK

Sala de gravação: caixas atrás da tela reflexiva

alimentação elétrica perfeita, para não ter defeitos”, exemplifica Carlão. Nessa sala de controle é possí-

sincronismo. Ele tem 3 frequências diferentes e aqui se podem clockar algo em 96, 148 e 44. E todos os

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Foto: Tratamento: Diego Polly / Divulgação

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Sala para gravar bateria

Temos o conversor de dois canais LAVRY-GOLD. Temos um circuito analógico valvulado, um circuito analógico Solid State.

Mix de equipamentos do Centro Digital

Sala menor menos “seca”

estúdios recebem o clock dele por meio do sistema. Esse sistema é todo MADI. Convertemos tudo para MADI e distribuímos. Nós usamos o conversor do Lynx. Tudo baseado no princípio da qualidade”.

ESTUDIO DE MASTERIZAÇÃO Jorge Guimarães A técnica de usar elementos de qualidade para alimentar bem seu equipamento tem como resultado o silêncio, um som claro e limpo, com zero de ruído. Nesta

sala, estão combinados o que há de melhor do digital e analógico. “Usamos as duas tecnologias para trabalhar os timbres e os tons que vêm das salas. Temos o conversor de dois canais LAVRY-GOLD. Temos um circuito analógico valvulado, um circuito analógico Solid State. A ideia é fornecer ao engenheiro todas as cores na palheta para que ele possa pintar o quadro de som”, avisa Carlão. “Fazemos o possível para modular o controle do loudness entre as faixas


comenta Paulo Campos. “Como complemento, colocamos um gravador analógico STUDER 827, Sistema de Dolby A e SR, como redutor de ruído”, completa.

UM TERÇO EM TRÊS DIMENSÕES

equipe de s, ao centro, e Paulo Campo

om técnicos da Vis

do CD, para que o ouvinte não precise ficar aumentando ou abaixando o volume. Estamos implantando um sistema que vai fazer isso automaticamente. Loudness é a coisa mais discutida no mundo atualmente. Com o uso de earphones e headphones é muito importante atentar para isso”, complementa. Ricardo, engenheiro de masterização da Visom Digital, comenta que o objetivo do acerto do loudness é que o ouvinte não queira mexer em nada enquanto o CD toca. “Você coloca o disco, regula o volume e vai escutá-lo até o fim. Há nuance entre as músicas, mas é algo coeso. A diferença é fazer isso no automático e um engenheiro especializado mexer. “A masterização é dependente da ordem do disco. Não se pode fazer cada faixa de uma vez e depois colar, porque não vai colar. É preciso uma fluência”, analisa.

ESTÚDIO DE PÓS-PRODUÇÃO Frank Acker Todos os estúdios são audiovisuais e possuem um monitor próprio, além de todas as salas serem surround. Segundo Carlos, isso permite testar os projetos de diversas formas, com multiplicidade de alternativas, como os equipamentos das marcas Tannoy, Dynaudio, KRK, Yamaha, PMC, BIW. Na sala Frank Acker, foi desenhado um centro analógico que possui uma nova aquisição do estúdio: uma mesa API 1608. “A API desenhou um tipo de mesa com um pré-amplificador, que se tornou referência no mercado. Se falarmos de vintage hoje em dia, temos dois nomes: Neve e a API. A mesa API 1608 é moderna, porém é completamente analógica. A novidade é que ela é totalmente modular, com equipamentos que podem ser alterados e agregados a qualquer momento. Ela mistura os sons e os timbres, tudo no universo analógico”,

A Visom Estúdio está dando os últimos retoques em um projetor inovador: O primeiro DVD 3D do Brasil, cujo registro é da banda de rock progressivo O Terço, que surgiu no final da década de 1960. Carlão conta que sempre foi fã da banda e foi sua a ideia do projeto. “Eu reencontrei o Sérgio Hinds (baixista do grupo). Ele disse que ninguém queria mais gravar com o grupo. Eu disse que queria. Esse é o disco definitivo deles. Tem todos os maiores sucessos e é o primeiro registro do tipo no país”, conta Carlos, enquanto apresenta uma das músicas do trabalho. “O DVD foi filmado no Barney, um estúdio de ensaio, porque lá tem o pé direito mais alto que o do nosso estúdio. Na Visom gravamos em 2D, mas para 3D é preciso profundidade. O DVD Outra vez no estúdio, do Ritchie, foi gravado aqui em um dia. O do Terço estamos fazendo desde novembro do ano passado. Fazemos, refazemos para oferecer ao ouvinte uma experiência impar”, adianta Paulo Campos, gerente técnico da Visom.

Para saber online

http://visomdigital.wordpress.com/

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Claudia Leitte grava novo

DVD AO VIVO Na noite de sábado do dia 3 de agosto de 2013 na Arena Pernambuco, em São Lourenço da Mata, região metropolitana do Recife, foi gravado o terceiro DVD de sua carreira solo, o Axé Music. O show foi realizado num local fechado onde a acústica era um pouco complicada, e essa gravação foi durante o evento O Maior Show do Mundo, que contou ainda com as apresentações de Saulo Fernandes, Anitta e Wesley Safadão. redacao@backstage.com.br Fotos: Divulgação

O

sistema usado na sonorização na Arena Pernambuco para a gravação do DVD Axé Music Claudia Leitte foi um J15 FZ Áudio da empresa João Américo Sonorização, configurado da seguinte forma: 12 caixas de alta por lado; 08 outfills por lado; 16 subs montados no formato trapezoidal; 04 subs montados em um arco à frente do palco; front fill. Como o palco tinha 32 metros de largura e boca de cena de 22 metros no total, foi preciso montar mais uma linha de


norizar para as arquibancadas e, graças a Deus, deu tudo certo”, ressalta Roque. Ainda segundo Roque, o que “salvou” em alguns pontos que ficariam sem cobertura, foi também o uso do front fill. “Como eu tinha a

do os pontos críticos”, completa o técnico. Como processadores, foram usados 2 Lake LM 26 e o Smart 7.0 para alinhamento de todo o sistema. “Esse software realmente faz a grande diferença”, avalia Roque Fausto.

subs entre os clusters para fazer a cobertura. “Para que vocês tenham uma ideia, a distância entre o PA principal e o outfill era de mais ou menos 5 metros; então, tivemos que montar mais uma linha de subwofer entre os clusters, tentando resolver a falta de pressão sonora no centro, devido à largura tanto do palco quanto da boca de cena. Essa fileira de subs foi montada a uns dois metros à frente do palco, pois, se não fosse dessa forma existiria a ineficiência do sistema com a falta de pressão sonora no eixo central do PA e também em algumas áreas do estádio. Então, para fazermos uma melhor cobertura, montamos desse modo, sempre tentando buscar um resultado satisfatório”, explica Roque Fausto, técnico de monitor de Claudia Leitte. Além do tamanho do palco, a equipe técnica tinha outro desafio: o problema com a acústica e o tempo de reverberação no estádio, que chegava perto de 1 minuto. A solução foi usar quatro torres de delay cobrindo a área da Arena, com 6 caixas de Line em cada torre. “Estávamos dentro de um estádio de futebol onde a acústica e o tempo de reverberação chegavam pertíssimo de 1 minuto e, por diversas vezes, notamos que se as pessoas que ali estavam trabalhando na montagem da estrutura, LED, iluminação, grid, cenário, deixassem cair algo no chão, até mesmo uma chave de fenda no palco ou gritassem, o ciclo da onda dentro do estádio, rodava, rodava em torno de quase 1 minuto. Ai você fica imaginando o que fazer para melhorar o resultado num show onde o público estimado era de cerca de 70 mil pessoas entre arquibancadas e gramado e que ali mesmo iríamos gravar um DVD, onde não se pode trabalhar com volume de PA alto. Na verdade essas torres foram usadas para so-

Estávamos dentro de um estádio de futebol onde a acústica e o tempo de reverberação chegavam pertíssimo de 1 minuto (Roque Fausto) boca de cena muito grande era de se esperar que em alguns lugares ficasse sem cobertura mesmo. Usamos, então, oito caixas para front fill em cima dos subwofers, laterais e frontais direcionados e corrigin-

NOVIDADES Uma console Allen Heath iLive 112 (IDR 64), com 64 canais de input, 32 auxiliares, Sistema Axient Shure, distribuidor de antena AXT 630, Show Link Remote

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REPORTAGEM| www.backstage.com.br 76 Estrutura

Line Array FZ

Equipe tecnica

Control AXT 610, Spectrum Manager RF AXT 600, Workbench 6.0 e um Axient Roadrack Ethernet Switch foi um dos equipamentos usados na monitoração. “Em toda a fase de check sound do DVD Axé Music precisei usar frequências reserva. Digo que é uma fer-

ramenta sensacional e de grande importância hoje, principalmente no trabalho do técnico de monitor. Depois de ter usado esse sistema no DVD, digo que, se antigamente tomávamos porradas do RF sem nem imaginar nem saber de onde vinham, hoje a realidade é outra. Podemos ver, proteger, respirar, analisar em RTA de onde vem o problema e, o que é melhor, eliminá-los sem ter que prejudicar o espetáculo ao realizarmos possíveis trocas”, avalia Roque ao se referir ao Spectrum Manager, uma ferramenta desenvolvida para análises do es-


Deni, técnico de PA de Claudia Leitte

Equipe de sonorização

pectro de UHF que coordena frequências compatíveis com qualquer número de canais sem fio, monitora continuamente e mostra, via software, frequências de backup que poderão ou não serem usadas quando necessário. Outra novidade no monitor foi o Workbench 6.0, usado para planejar toda a gama de RF na gravação e dispositivos sem fio do DVD. “Usamos esse precioso software e, em rede com outros dispositivos e

Roque Fausto

acess point, organizamos e vimos tudo que acontecia com o RF no local. Esse software foi desenvolvido juntamente com a plataforma Axient para aproveitar os novos recursos bem como a eficiência e capacidades de seus componentes integrados na gerência do RF”, comenta Roque.

UNIDADE MÓVEL Outra novidade na gravação do DVD Axé Music Claudia Leitte foi a

U.M que fez a captação de áudio. A U.M Mix2Go tem como console central um Allen&Heath iLive 144 com um IDR (Stagebox) de 64 in e 32 Out. Toda a conexão entre o caminhão e a U.M foi feita através de fibra ótica militar com redundância em todos os caminhos. O áudio é gravado em dois sistemas digitais baseados em Apple I7 customizados com todos os componentes sólidos e interligados via protocolo Dante e MADI; eles gravam 64 canais cada. A sincronia fica por conta de um Antílope OCX-V que recebe o Sinal de BlackBurst da U.M de Video e converte para WordClock sincronizado com todos os equipamentos digitais de Áudio. O TimeCode, também gerado pela U.M. de Video, foi recebido por um Horita que corrige qualquer drop ou defeito decorrente do percurso e distribui para as máquinas na U.M de Áudio. O sistema Pro Tools ainda tem uma interface SSL Delta Link que converte do formato Madi para PT Digilink. A U.M Mix2Go é um caminhão Ford com Baú de 6,20 m num total de 8 toneladas de carga. A climatização é feita por um sistema de ar dutado de 24.000 BTUs. Todo o sistema de AC da U.M Mix2Go também é redundante, podendo ser conectados até 3 matrizes de AC para alimentarem um Trafo Isolador com No-Break de 6 KVA e autonomia de até 1 hora de baterias. Com todas essas novas tecnologias aplicadas ao DVD Axé Music Claudia Leitte na Arena Pernambuco, Roque

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REPORTAGEM| www.backstage.com.br 78

O equipamento conferiu um som possante e quente, com os dinâmicos bastante eficientes e companheiros, sua capacidade na reestruturação muito boa, seu rack de efeitos etc. Usei uma cena de um show normal para começar as atividades do DVD

Igor e Roque

afirma que, de posse do sistema completo da Axient da SHURE e com o importante suporte dos especialistas da marca, Yuri Costrov e Jon Lopes, pôde ver de perto toda a eficiência e qualidade que tem esse sistema Axient: “todos os equipamentos wireless usados no DVD Axé Music foram organizados pelo Workbench 6.0, e as diversas antenas e filtros mais modernos que existem hoje em dia no mercado. Em um dos dispositivos sem fio precisei usar 2 frequências reservas e tão rápido o sistema disponibilizou e resolveu o problema, a qualidade dos

Ficha Técnica Técnico de PA: Denilton Mercês Técnico de Monitor: Roque Fausto Técnico de Luz: Lucas Piauilino Hold: Antonio Costa e Ricardo Almeida Cenário: Leandro Jaqueira LED: Wagnão – Edy - Danilo Empresa de Áudio: João Américo Sonorizações

seus microfones que foram usados em alguns convidados, a exemplo de Naldo e Wanessa Camargo também foi uma grande novidade, a linha de cápsulas KSM9 se fez presente também”, comentou. Na gravação do DVD Axé Music, Claudia usou ainda microfones serie 5000 da Senhheiser que mais uma vez foi estilizado com cristais, dando um toque especial, e in-ear PSM1000. Outra consideração referente ao uso de novidades em equipamentos destacada por Roque foi iLive 112, da Allen&Heath, tanto no monitor quanto na U.M. “O equipamento conferiu um som possante e quente, com os dinâmicos bastante eficientes e companheiros, sua capacidade na reestruturação muito boa, seu rack de efeitos etc. Usei uma cena de um show normal para começar as atividades do DVD, reestruturei, pude aumentar a quantidade dos inputs, dos outputs, devido à dimensão que se torna, que se alcança numa gravação de DVD desse porte, com artistas convidados, músicos convidados e ainda comunicação geral de produção. Então não existiu dificuldade”, enumera Roque, que há cerca de três anos atua como técnico de monitor de Claudia Leitte.


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TECNOLOGIA |ESTÚDIOS| www.backstage.com.br 80

AVID S3L A EVOLUÇÃO DOS MIXERS DIGITAIS

Luciano Freitas é técnico de áudio da Pro Studio americana com formação em ‘full mastering’

É inegável admitir que na vida quase tudo passa por um processo contínuo de evolução. Na indústria do áudio, o segmento dos consoles de mixagem não seria a exceção à regra.

N

ascidos nos primórdios da gravação elétrica (meados dos anos de 1930), época em que as gravações eram realizadas em take único captando os músicos com apenas um microfone, os primeiros e raros consoles de mixagem eram produzidos sob demanda (eram equipamentos únicos), com estrutura simples e pequeno número de canais, criados a partir da fusão de módulos (processadores de sinal) independentes. Em 1964, a Neve coloca no mercado o primeiro console de mixagem transistorizado da história, o qual permitia misturar 16 canais em 3 grupos. A empresa avançou pela década de 1970 criando

ícones como o Wessex A88, primeiro console a receber o amado pré-amplificador 1073, e o console 8048, o primeiro a receber o pré-amplificador 1081. Ainda nesta década, a Neve criou o primeiro sistema de automatização de faders (Neve Computer Assisted Mixdown – NECAM) em 1977, deixando para 1980 o lançamento do primeiro console digital da história, o Neve DSP 1. Deixando a história um pouco de lado, verdade é que os consoles de mixagem digital passaram a ganhar cada vez mais espaço a partir da década de 1990, sendo hoje muito usados pelas empresas de sonorização “ao vivo”. A possibilidade de encontrar todas as ferramentas necessárias para se obter uma boa mixagem em um único equipamento fez com que muitos dos profissionais do


dade? A reposta pode ser dada pela Avid que, apresentando o seu novo lançamento da categoria, promete conquistar uma interessante fatia desse mercado.

AVID S3L

Avid Channel Strip

áudio, mesmo os mais resistentes à mudança do ambiente analógico para o digital, passassem a ver esses equipamentos com outros olhos. Outra grande inovação trazida por esses equipamentos foram os sistemas de multicabos digitais, proporcionando menos interferências, cobertura de maiores áreas e menores preços quando comparados aos seus rivais analógicos. O que então esperar de um bom mixer digital na atuali-

O sistema Avid S3L representa um novo marco na categoria de mixers digitais de pequeno e médio portes. Formado por três diferentes módulos (S3 Control Surface, E3 Engine e Stage 16 Remote I/O), o equipamento permite aos profissionais do áudio desfrutar dos recursos que consagram a premiada família de consoles VENUE em um sistema compacto, flexível e versátil, sem abrir mão da reconhecida qualidade sonora, por um investimento financeiro bem mais amigável. Sua superfície de controle (S3) oferece 16 faders motorizados (100 mm) com medidores de sinal (10 segmentos) e codificação por cores, 32 botões giratórios (encoders), cada qual com um pequeno visor OLED de alta resolução, e seletores de banco (6) que possibilitam rápido acesso às configurações de todos os seus canais de entradas (64) e saídas (32) de áudio. Outra grande vantagem da S3 é a sua capacidade de operar como superfície de controle em uma DAW (comunicação por meio do protocolo Euphonix Control – EuCon), permitindo grande ganho de tempo em qualquer processo de mixagem. Com pouco mais de seis quilos e ótima portabilidade, o equipamento pode migrar facilmente do estúdio para o palco e vice-versa. Considerado o coração do sistema, o módulo E3 é o responsável por hospedar o software VENUE (versão 4), o mesmo utilizado no console SC-48 e no sistema top de linha D-Show (ambos também da Avid), e plugins de efeitos, agora no formato AAX (suporte para 64 bits), permitindo ter no palco as mesmas ferramentas de processamento virtual encontradas atualmente na grande maioria dos estúdios.

Avid S3L - Stage 16 Remote I-O

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TECNOLOGIA |ESTÚDIOS| www.backstage.com.br 82 Avid S3L - S3 Control Surface.tif

Com o auxílio de um monitor de vídeo, de um mouse e de um teclado (estes dois últimos conectados no módulo S3), o usuário pode configurar facilmente a rota de sinal de todas as entradas e saídas de áudio (físicas e virtuais) presentes no sistema, bem como ajustar os seus parâmetros: todos os canais possuem um equalizador com quatro bandas paramétricas, processadores de dinâmica (compressor e expander/gate), mandadas para canais auxiliares e três slots para inserção de efeitos (o usuário conta ainda com 24 busses, LCR, 8 matrizes e 8 VCA´s). Novas funcionalidades, otimizadas para o S3L, completam esta

Avid S3L - E3 Engine

versão do software: página “Media”, onde é possível gravar e reproduzir arquivos de áudio estéreo a partir de uma unidade de armazenamento flash externa (permite a criação de playlists em integração com eventos e snapshots pré-programados) e página “Virtual Soundcheck”, que agora, graças à nova função “Input Switch” (presente na página “Input”), permite realizar a passagem do som global ou individualmente (por canal) utilizando-se de arquivos de áudio gravados no software Pro Tools 11 (que acompanha o pacote). Para alimentar todo esse processamento, a S3L se vale do motor HDX, o mesmo utilizado no sistema Pro Tools HD atual, com fluxo de sinal interno em 32 bits (o que proporciona um headroom gigantesco). E por falar em integração com o Pro Tools, a S3L permite ao usuário gravar e reproduzir até 64 canais sem a necessidade de interfaces de áudio adicionais (em plataforma Windows requer uma placa de áudio compatível com o protocolo ASIO), apenas um


computador com porta Ethernet e cabos CAT5e (uma vantagem significativa para quem pretende investir na gravação de shows musicais). Além das conexões de áudio existentes nos módulos S3 (2 x XLR + 2 x TRS I/O) e E3 (4 x XLR + 4 x XLR AES/EBU I/O), o usuário pode desfrutar de todo o potencial do equipamento adicionando ao sistema o módulo “Stage 16 Remote I/O”, que oferece 16 canais com pré-amplificação transparente para microfones, 8 saídas balanceadas (XLR) e 4 canais de entradas e saídas no formato digital AES/EBU montadas em uma stage box que pode também ser instalada em um rack 19”. Cada módulo E3 se comunica e gerencia simultaneamente até 4 unidades Stage 16 Remote I/O (totalizando 64 entradas e 32 saídas analógicas) por meio do protocolo Gigabit Ethernet AVB e cabos CAT5e (cabo de rede) de até 100 metros de extensão. Além da já mencionada cópia do Pro Tools, o sistema será comercializado com um pacote contendo alguns dos principais plug-ins da Avid em formato AAX, entre eles o novo Avid Channel Strip (o channel strip do renomado console System 5), simulações de lendários hardwares analógicos (BF-2A, BF-3A, Purple Audio MC 77 e Pultec Bundle), simulação de gravadores de fita

(Real Tape Saturation) e o poderoso processador de reverb Revibe (cada DSP slot do S3L é capaz de executar até 20 instâncias de plug-ins simultaneamente). Mais informações podem ser conseguidas junto ao seu importador oficial no Brasil.

Para saber online

www.quanta.com.br

E-mail para o colunista redacao@backstage.com.br

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TECNOLOGIA| LOGIC | www.backstage.com.br

X

LOGIC PRO

VALEU A PENA ESPERAR? Vera Medina é produtora, cantora, compositora e professora de canto e produção de áudio

A nova versão do Logic Pro X foi aguardada pelos usuários por muito tempo. Rumores de que o programa seria descontinuado invadiram o mercado, assim também como rumores de que a nova versão seria um downgrade, o que comenta-se que aconteceu no lançamento do Final Cut Pro X.

F

óruns na internet apontam a interface como um Garage Band melhorado. Vamos tentar entender o que mudou para concluirmos se realmente foram atendidas as expectativas dos usuários do Logic Pro 9. A meu ver, temos mais ferramentas criativas e, embora algumas pessoas não tenham gostado do novo visual do programa e outras tenham adorado, o que importa é a usabilidade do programa. Um recurso muito prático para quem está iniciando já com esta versão nova ou quem quer saber quais são os significados das novidades no Logic Pro X, é habilitar o menu de Ajuda Rápida (Quick Help). Basta ir no menu superior, em Help, e clicar em Quick Help. Quando você passa com o mouse sobre o nome ou área, aparece a explicação resumida do item, ou clica sobre a interrogação na barra de ferramentas.

Podemos enumerar novos recursos e funcionalidades no Logic. Alguns deles: •Drummer •Logic Remote •Alternatives •Arrangement Markers •Scale Quantize •Sound Library: layered patches, Smart Controls, Track Stacks e Complete Mixer Routings •Groove Track •Flex Pitch •Arpeggiator Numa visão rápida, vale a pena destacar alguns deles:

•Drummer: Através do menu Track, é possível escolher New Drummer Track. Uma nova Track é inserida com um ritmo definido e 2 regiões com 8 compas-


sos cada como configuração padrão. Na janela abaixo são feitos os ajustes necessários, podendo ser feitos ajustes diferentes para cada região. •Logic Remote: uma aplicação nova para iPad visando controlar as atividades primárias que são feitas no Logic. A aplicação tem os principais controles de transporte e uma janela para mixagem. Também na janela Vocal Booth é possível customizar os comandos chave para operação e navegação no Logic. São apresentadas novas formas de tocar os instrumentos pelo iPad, tais como o Keyboard (teclado), o braço de guitarra e pads de bateria. •Arpeggiator: Crie uma nova track de instrumento virtual (software instrument). Escolha o preset Li-

brary > Synthesizer > EDM > Sunrise Chords. Observe que na área de MIDI Plug-in já está configurado o arpegiador. Clique duas vezes sobre a figura e verá uma janela para configuração do arpegiador. Existem já alguns presets para facilitar. Basta escolher algum preset ou criar o seu e gravar os acordes para ouvir a aplicação automática do arpegiador escolhido. •Flex Pitch: um dos mais esperados recursos, possibilitando a mudança de tom de regiões ou pequenas partes de áudio. Algo como utilizar o Melodyne.

1) O primeiro controle é para visualizar ou fechar a Library. A Library era do lado direito e foi colocada na nova versão do lado esquerdo por ser mais intuitivo. Uma vez que a Inspector Window também está ao lado, facilita muito. A Library atualmente pode apresentar um símbolo do instrumento. Caso não queira visualizá-lo, basta ocultar a parte da janela com a pequena seta na divisória entre as janelas.

Os menus foram alterados e reorganizados de forma que o agrupamento de funções ficasse mais prático de acordo com o assunto abordado.

2) O segundo controle é para visualizar ou não a Inspector Window. Desta forma, o fluxo fica bem claro. Na Track Area, antiga Arrange Area, temos a construção da música, composta por regiões. Neste caso, escolhi o instrumento Fif-

Mas para abordarmos todos os assuntos numa determinada ordem, vamos começar pela barra de controle, explicando quais são os novos itens ou mudanças:

th Dimension da Library. Abrindo a pequena seta na Track Area, vemos que o instrumento é composto por várias camadas, inclusive efeitos.

3) O terceiro controle permite visualizar uma barra de ferramentas para acesso rápido a algumas funções. 4) O quarto controle abre uma janela de ajuda rápida, intitulada

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Procure navegar bastante por essas funções novas ou realocadas, de forma a se acostumar com o novo visual. Nas próximas edições começaremos a abordar as novas funções e formas de trabalho detalhadamente

7) Transport Bar: grupo de controles que se encontrava anteriormente na parte inferior da janela foram realocados na parte superior. Algo que algumas outras DAWs já utilizavam. 8) Em seguida temos o Display, constando as opções de visualização e, logo em seguida, informações sobre o compasso, uso de metrônomo, count-in, acorde, fórmula de compasso.

Quick Help. Para quem está começando ou durante a transição entre as versões, é de grande ajuda mesmo.

9) Um novo grupo de controles permite fazer as definições de Loop, Replace, um novo Tuner (grande e prático), a função Solo, Count-in e o Metrônomo.

5) O próximo controle é o Smart Control, um novo recurso que possibilita visualizar um painel de controladores cujos parâmetros podem ser ajustados para variações no timbre em tempo real.

10) No último grupo de controles, temos a Lista de Editores (List Editors), Note Pad (bloco de anotações por projeto ou track), o acesso à coleção agora mais vasta de Loops e o Browser.

6) Temos então o controle para acessar o Mixer na janela na parte inferior à Track Area. Eu, particularmente, adorei o visual mais clean e prático do Mixer.

Procure navegar bastante por essas funções novas ou realocadas, de forma a se acostumar com o novo visual. Nas próximas edições começaremos a abordar as novas funções e formas de trabalho detalhadamente. Então, valeu esperar ou não? Acredito que o Logic chegou a um novo patamar de qualidade, os fluxos mais claros, e as funções avançadas e específicas que sempre utilizamos continuam lá.

Para saber online

vera.medina@uol.com.br www.veramedina.com.br


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TECNOLOGIA| CUBASE | www.backstage.com.br 88

CUBASE7

PLUG-INS De tempos em tempos voltamos ao conceito de processamento offline e sua importância na mixagem. Deve ser tomado como um procedimento fundamental na mixagem com o gerenciamento do processamento do computador e consequente qualidade sonora final. É um dos assuntos mais solicitados pelos alunos de mixagem. Vamos a ele.

APLICADOS NO CLIP DE ÁUDIO Marcello Dalla é engenheiro, produtor musical e instrutor

D

entre muitas questões que envolvem o uso de plataformas digitais, as principais têm sido a qualidade da mixagem e da masterização. A sonoridade final é onde todas as etapas do trabalho vão desembocar. E é aí que surgem alegrias e tristezas, realizações e frustrações de tudo o que foi feito em um projeto. Entre e-mails que chegam e dúvidas dos meus alunos, o assunto está sempre em voga. Temos abordado em nossos tutoriais ferramentas, funções e procedimentos que contribuem para a finalização de áudio no Cubase e de fato são os tutoriais mais esperados. Funções de edição, recursos adicionais de vídeo etc. também fazem sucesso, mas parece haver uma necessidade imperiosa e quase que unânime de trabalhar a mixagem com mais objetividade em bons resultados.

Nos últimos tempos temos presenciado um grande crescimento dos home studios e estúdios de pequeno porte. Entre tecnologias mais acessíveis, computadores mais poderosos, diversidade de produtos e marcas, nunca foi tão necessário o conhecimento técnico. O Cubase tem um arsenal de ótimos recursos para mixagem, mas a falta de conhecimento detalhado destes recursos e de como podem ser aplicados é a porta de um problema: muitas opções, sem uma objetividade no uso. Uma boa analogia seria aquele camarada que chega para almoçar em um selfservice imenso, lotado de opções maravilhosas e faz aquele pratão com sushi, sashimi, arroz a grega, farofa, maionese, batata sauté, camarão no bafo, batata frita, uma fatia de picanha mal passada e


sobre uma folha de alface deita um pastelzinho de queijo. Muitas das situações de mixagem podem (e devem) ser resolvidas com mais simplicidade e objetividade. Vamos seguir nesta linha de raciocínio e explorar mais recursos para diminuir nosso prato e trabalhar a mixagem com mais transparência (e sabor). Mixagem transparente, saborosa, de fácil digestão (audição)... Sem azia. Plug-ins são muito bem vindos, mas quando necessários. Uma boa forma de usá-los é avaliar inicialmente os canais da sessão de trabalho que precisam recebêlos como inserts. Digo isso porque existem duas formas de se aplicar plug-ins sobre um arquivo de áudio: 1) Como insert do canal > O plug-in atua no CANAL e todo áudio que estiver neste canal será processado em tempo real. Esta é a forma mais comum; 2) Processando o plug-in sobre o Clip > Também chamado de processamento offline. Neste caso aplica-se o plug-in sobre o CLIP de áudio e o processamento gera uma nova versão do arquivo que passa a fazer parte da sessão. É esta forma que vou explicar em detalhes. Uma ferramenta importante que tem escapado ao conhecimento até mesmo dos mais familiarizados com o Cubase.

dente da orquestra e processada com o reverb Reverence. Reparem que nos inserts não há nenhum plugin, ou seja, ainda não introduzimos nenhum processamento neste CANAL. Suponha que seja interessante trabalhar a equalização desta Trompa para buscar um pouco mais de brilho no timbre. Como o clip desejado já está selecionado vamos até o menu Audio / Plug-ins / EQ e podemos escolher o GEQ 30, como mostrado na Figura 2. No mundo analógico, equalizadores gráficos não são muito usados na timbragem de instrumentos solo, mas o GEQ 30 é excelente para esta tarefa e o tenho usado em diversas situações. Na Figura 3 vemos a tela para aplicação do plug-in no Clip onde fizemos uma curva suave para acentuar uma sonoridade mais brilhante e

Figura 3 - Aplicando o EQ no Clip

Na Figura 1 vemos uma sessão de trabalho como exemplo onde o Clip correspondente ao arquivo Trompa 1 Solo está selecionado. O canal é estéreo, pois a Trompa está posicionada no panorama correspon-

aberta da nossa Trompa. Para ouvir o resultado sonoro sobre o arquivo, basta clicar no botão “Preview” que o arquivo tocará em loop e em solo, permitindo o ajuste da curva de equalização com a audição do resultado. Quando a equalização estiver ajustada, clicamos no botão “Process” e o arquivo é processado com o equalizador (figura 4). O que evitamos? Pendurar um plugin no canal e usar um processamento que pode ser necessário em outros plug-ins nos canais principais, instrumentos virtuais, reverbs de convolução e efeitos que de fato demandem processamento em tempo real.

Figura 2 - Escolha do Plug-in no Menu

Figura 4 - Clip em Processamento de EQ

Figura 1 - Sessão com Clip selecionado

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Vamos dizer que em dado momento de nossa mixagem observamos que nossa Trompa poderia ter ficado um pouco mais brilhante e que precisa de um ajuste. Sem

Figura 5 - Offline Process History

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problemas. Cada clip guarda um histórico próprio de todo o processamento offline aplicado a ele. Podemos encontrar esse

histórico selecionando o clip e acessando o menu Audio / Offline Process History como mostra a Figura 5. A tela correspondente é mostrada na Figura 6, onde podemos clicar no botão “Modify”, alterar o equalizador GEQ 30 e processar nossa Trompa novamente. Vamos complementar nosso exemplo? Digamos que no contexto no final da mixagem fosse interessante uma suave compressão na Trompa para destacar passagens mais sutis do solo. Vamos lá, repetindo o processo, vamos aplicar o compressor VST3 nativo do Cubase conforme o menu Audio / Plugins / Dynamics / Compressor como mostrado na Figura 7. Mais uma vez a interface do plug-in é mostrada com os botões de comando. Ajustamos os parâmetros (figura 8) ouvindo o resultado solo em “Preview” e então vamos ao “Process” para aplicar compressão em nossa Trompa. A Figura 9 mostra o arquivo em


Figura 6 - Modificando EQ na tela Offline Process History

Figura 7 - Aplicando Compressor

processamento. Abrindo agora o menu Audio / Offline Process History novamente podemos observar a sequência de plug-ins aplicados sobre o arquivo, como mostra a Figura 10. Cada clip conterá sua história completa de processamento... cada um no seu quadrado... para que vocês não esqueçam mais. É claro que se nosso arquivo de áudio será ajustado constantemente ao longo da mixagem (por exemplo: uma voz solo numa canção) não é um bom negócio ficar aplicando processamentos offline e modificando o tempo todo. Neste caso o melhor é usar os

inserts de canal que permitem a audição e ajuste em tempo real para seguirmos buscando o equilíbrio dinâmico e de frequências com os outros canais, como reza o procedimento padrão numa mix. Os plug-ins em insert de canal demandam processamento, mas são a forma mais coerente de procedermos nossas mixagens com os parâmetros disponíveis o tempo todo, sendo passíveis de ajustes e automações em função do contexto sonoro do projeto. Então, nossos canais estruturais que serão constantemente ajustados na mixagem, permanecem com os plug-ins em

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Figura 8 - Parametros do Compressor Offline

Figura 9 - Processando o Compressor Offline

Cada situação é uma. Podemos usar plug-ins offline em parâmetros que não sofrerão alterações frequentes em um arquivo e ele estar ocupando um canal com plug-ins nos inserts que demandem ajustes durante a mixagem. O que vai estar sendo aplicado em tempo real ou offline fica a nosso critério. É aí que cabe a consciência do que está sendo feito no projeto e do que cada situação demanda. Muita calma na hora de fazer o prato... pense no exemplo do self-service. Não saia pendurando plug-ins para todo lado, sobrecarregando os inserts, enchendo o prato de exageros se não for realmente necessário do ponto de vista de resultado sonoro de cada instrumento, voz e, principalmente, da mixagem. Caso sejam plug-ins ou funções que serão incorporadas ao arquivo e não vão mudar, faça offline, ganhe em qualidade de som e economize processamento. Alguns plug-ins como o delay também podem ser aplicados offline. O Botão “More” presente na tela de processamento abre opções adicionais de ajustes, incluindo o parâmetro “Tail” em que podemos deixar sobrando um tempo para que o delay não seja cortado ao final do arquivo. Fiquem ligados, porque sempre estarei abordando nos artigos esse tema infinito que é a finalização de áudio; leia-se: mixagem e masterização no Cubase. Grande abraço a todos.

Para saber online

Figura 10 - Offline Process History com EQ e Compressor

seus inserts. O processamento offline pode ser destinado a instrumentos acessórios, que precisam de ajustes iniciais e seguirão seu caminho na mixagem apenas com ajustes de volume, mandadas para reverbs ou efeitos em paralelo. Estas considerações são úteis como um critério básico. Nada impede de usarmos as duas formas de processamento!

dalla@ateliedosom.com.br www.ateliedosom.com.br Facebook: ateliedosom Twitter:@ateliedosom


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DIRETO DA CAIXA

PLUG-INS Já se foi o tempo em que se fazia necessário obter dezenas de plugins de terceiros para realizar uma mixagem de qualidade. Atualmente, tanto no Pro Tools quanto nos concorrentes, temos uma gama de plug-ins que vem junto com o software, e muitos usuários tendem a subestimá-los. Neste artigo, vamos entender um pouco mais sobre o que temos incorporado à ferramenta.

DO PRO TOOLS Cristiano Moura é produtor, engenheiro de som e ministra cursos na ProClass-RJ

E

QUALIZADORES

O Pro Tools está equipado com a série EQ III 7-Band (fig. 1), que como o nome já diz, é a terceira versão do plugin de equalização mais tradicional do Pro Tools. Sua estrutura e sonoridade são pensadas para fornecer ajustes precisos de ganho/atenuação na frequência escolhida sem alterar nem colorir outras bandas de frequências. Por conta disso, não é aconselhado quando o usuário está em busca de alterar o timbre de forma criativa, tentando adicionar uma sonoridade não-inclusa na gravação. Sua função é

fig. 1 - EQ III 7-Band

justamente o inverso: equalizar da maneira mais transparente possível, o que é ideal numa equalização corretiva.

fig. 2 - AIR Kill EQ

Já o AIR Kill EQ (fig. 2) foi projetado para trabalhar de forma criativa, com controle fácil de graves, médios e agudos. Pode ser usado para cortar facilmente certa banda de frequência, algo muito comum em música eletrônica. Apesar de isso ser possível de ser feito com qualquer equalizador, na parte inferior temos o controle das frequências de corte e um botão chamado “sweep”, que ajusta as duas de forma sincronizada. Também existem botões de liga/desliga para cada filtro.


PROCESSADORES DE DINÂMICA O Pro Tools também tem dois compressores com propósitos distintos. O Dyn III Compressor/Limiter (fig. 3) é um compressor que pode ser configurado com “attack” muito rápido, e foi

fig. 3 - Dyn III Compressor - Limiter

fig. 5 - Channel Strip

fig. 4 - BF-76

concebido para permitir compressões elevadas da maneira mais imperceptível possível. Ou seja, não foi feito para alterar o som. Pelo contrário, a ideia é que não seja perceptível que o som foi processado em estúdio. Já o BF-76 (fig. 4) é um velho conhecido dos usuários mais antigos do Pro Tools. Era feito pela empresa Bomb Factory e agora continua sendo produzido pela Avid. Ele tenta emular o funcionamento do clássico compressor UREI 1176 e o que se deve esperar é um compressor que adicione uma coloração ao áudio.

Funciona muito bem na maioria dos instrumentos, principalmente em bateria e voz. Há de se ter cuidado com o funcionamento dos botões de attack e release. No attack, quanto mais para a esquerda, mais rápido o attack. Já no release, para se obter um funcionamento mais rápido, deve-se girar o botão para a direita.

MUITOS EM UM: CHANNEL STRIP Lançado com o Pro Tools 10, o Channel Strip (fig. 5) tem sua arquitetura extraída da console System 5 (fig. 6) e é um poderoso processador de dinâmica com side-chain e um equalizador

fig. 6 - System 5

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PRO TOOLS| www.backstage.com.br 96

num único plug-in. Atua como compressor, expansor, limiter ou noise gate e o fluxo de sinal destes processadores pode ser definido pelo usuário (fig. 7). O equalizador emula o comportamento de filtros analógicos, com o “Q” que varia de acordo com o grau de incremento/decremento do seu ganho. Ao mesmo tempo, funciona muito bem para cortar frequências indesejadas, pois quando regulado para cortes, influencia muito pouco no resto do áudio. Também possui uma visualização geral, muito útil para ter todos os controles sem muitos cliques. (fig.8).

fig. 9 - D-verb

fig. 7 - Fluxo de sinal

fig. 10 - Air Reverb

CONCLUSÃO

fig. 8 - Visao geral do Channel Strip

REVERBERAÇÃO O D-Verb é um processador que também nasceu junto com o Pro Tools e até hoje tem características únicas. É um excelente reverb quando o propósito é usar a reverberação para ajudar a moldar e dar características ao timbre de um elemento

O D-Verb (fig. 9) é um processador que também nasceu junto com o Pro Tools e até hoje tem características únicas. É um excelente reverb quando o propósito é usar a reverberação para ajudar a moldar e dar características ao timbre de um elemento. Lembre-se que nem sempre soar “natural” significa soar “melhor”. Apesar de ter configurações de room, hall, church entre outros, existem outros reverbs capazes de simular com mais naturalidade estes ambientes. O AIR Reverb (fig. 10) é um deles. Além de possuir controles mais avançados de primeiras reflexões, que estão interligados diretamente ao tamanho e característica da sala, seus controles “ambience”, “density” e “spread” respondem melhor do que os controles similares no D-verb.

Neste artigo, vimos apenas sobre os três principais processadores de uma mixagem: equalizador, compressor e reverberação. Porém, o Pro Tools fornece bons recursos para modulação, delay, distorção e muito mais que merecem ser explorados antes de gastar energia, tempo, dinheiro e HD instalando pacotes de plug-ins de terceiros.

Para saber online

cmoura@proclass.com.br http://cristianomoura.com


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ABLETON LIVE| www.backstage.com.br

DJ COM ABLETON PARTE 01

L I V E Lika Meinberg é produtor, orquestrador, arranjador, compositor, sound designer, pianista/tecladista. Estudou direção de Orquestra, música para cinema e sound design na Berklee College of Music em Boston.

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O Nesta matéria estarei demonstrando como usar o Ableton Live para DJ. Mas antes gostaria de lembrar a nossos leitores que na matéria anterior, eu fiz uma introdução aprofundada de muitos (não todos) comandos e setores do Ableton Live e recomendo a vocês que adquiram essa edição para poderem aconpanhar essa lição e as futuras.

Ableton Live, apesar de ser um Workstation dedicado (Daw), é perfeitamente adaptável ao uso por DJs e afins, e com grandes vantagens artísticas para aqueles DJs, ou músicos mesmo, que usam essa ferramenta para fazer Remix e Jams ao vivo. Como princípio, estarei demonstrado como usar o programa diretamente de

Janela Padrão - Session View

um Laptop (ou desktop de computador), sem a necessidade de Decks, mixer ou interface dedicada; somente o Live e o computador! Assumindo que você tenha um computador com Ableton Live instalado e configurado, abra o programa e você se depara com a Session View – a janela padrão ao abrir o Live.


Repare no lado esquerdo que nós temos quatro colunas (Clip tracks), duas MIDI e duas Audio (em versões anteriores ao 9, abria com 1 MIDI e 1 Audio!!). Nosso objetivo agora é preparar essa janela para trabalharmos só com as colunas Audio, portanto vamos deletar as MIDI. Com a tecla Shift apertada, direcione o cursor do mouse e selecione a Clip track 1MIDI e 2MIDI (tornam-se azuis na configuração Default), e aperte a tecla DEL (delete) no teclado do computador.

Delete MIDIs Clips

Voilà. Repare que os clip tracks 3 e 4 de áudio automaticamente viram “1 AUDIO” e “2 AUDIO”! Agora vamos renomear esses Audio Clip Tracks. Aperte a tecla Shift com o mesmo procedimento anterior e selecione “1 AUDIO” (fica azul).

Rename Audio Clips -Deck A e B

Agora aperte Crtl-R (Command R no Mac) e renomeie como “DECK A” – aperte ENTER. Mesmo procedimento em “2 AUDIO”, selecione e renomeie como “DECK B” – aperte ENTER. Muito bem, já temos nossa janela organizada para tocarmos nossas seleções de músicas, playlist, library ou o nome que sua tribo achar conveniente. O importante agora é que sua seleção seja preparada para tocar e tenha uma logística de andamento, estilo e até tonalidade (coisa em que os DJs são Mestres). Programas dedicados para DJs, comuns no mercado (alguns gratuitos, inclusive), preparam e analisam as músicas, dando andamento (BPMs) e até a tonalidade da música para você fazer sobreposições, remixes etc. Com o Ableton Live a coisa é um pouco diferente. O Live usa uma tecnologia de análise do áudio WARP, que analisa o andamento de cada áudio, possibilitando o alinhamento de várias peças de áudio, loops, clips ao mesmo tempo. No entanto, a versão atual não identifica a tonalidade da peça de áudio, mas permite que você faça transposição às outras tonalidades (Pitch Transpose). Portanto, um ouvido musical sempre ajuda! Mas claro que existem plug-ins e programas no mercado que fazem esse serviço muito bem. Falarei mais sobre WARP na segunda parte desse tutorial. Antes de alinharmos nossas músicas nos Spots (retângulos) do Clip Track, “DECK A” e “DECK B”, ainda falta uma etapa importante: configurar o Crossfader (a barra de transição) para podermos fazer a transição das músicas do DECK A para o DECK B. Com o cursor do mouse, vá até o menu principal View e selecione o Crossfader. Este então estará visível, caso já não esteja.

Add Crossfader

Crossfader no Master Track

Agora esse pequeno fader aparece no Master Track, no lado direito da janela Session View. Também aparecerão Botões A & B em cada coluna dos Clip Tracks, que são os canais de mandada (BUS) por onde faremos as

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Selete A e B

transições do DECK A para o DECK B. Para habilitarmos esses canais, devemos selecionar esses botões que ficarão em evidência. O canal A, em amarelo, e o canal B, laranja. Muito bem, agora basta selecionar o Crossfader com o mouse (o retângulo fica com colchetes e o triângulo fica em negrito) e movimentar as setas direita e esquerda do teclado do computador para fazer a automação do A para B. Note que se o Crossfader não estiver selecionado, não ocorrerá a automação (Clique com o mouse), o triângulo estará transparente. Estamos prontos para tocar nossas músicas do DECK A para o DECK B. Na segunda parte do tutorial estaremos importando e organizando nossas seleções, adicionando canais de efeitos e explorando técnicas WARP. Boa sorte!

Botoes A e B Aparecem

Crossfader Secionado

Crossfader à esquerda

Para saber online

Note que se o Crossfader não estiver selecionado, não ocorrerá a automação (clique com o mouse), o triângulo estará transparente. Crossfader NÃO selecionado

Facebook - Lika Meinberg www.myspace.com/lmeinberg


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ABERTO DE MÚSICA

REVELA s o t n e l a T s o v No

Ser alternativo e conseguir um espaço bacana para tocar. Na atual cena musical isso parece utopia. No entanto, se depender do aberto de música Web FestValda, realizado no Rio de Janeiro, evento dedicado a novas bandas, ou até àquelas não tão novas assim, esse espaço existirá. Esse foi o caso, ou a sorte, das 24 finalistas que subiram ao palco do templo do rock, nos dias 18, 19 e 20 de junho, na Lapa carioca. redacao@backstage.com.br Fotos: Ernani Matos / Divulgação

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mbora não estar na crista da onda esteja bem longe do sinônimo de falta de qualidade no trabalho, bandas que compõem esse cenário, fora do mainstream e longe do show business, dificilmente conseguem conquistar seu espaço ao sol e firmar raízes dentro de um universo mais selecionado, ou até mesmo subir em palcos consagrados. Foi pensando em abrir esse espaço, a fim de que esses grupos pudessem ter oportunidade de se mostrar ao mundo, que o departamento


de marketing da Valda decidiu trazer de volta em 2012 o aberto de música Web FestValda, que hoje está em sua 18ª edição. O formato mudou um pouco de quando o evento surgiu, há duas décadas, e as inscrições e etapas pré-seletivas agora são realizadas pela internet, enquanto as etapas finais, no palco do Circo Voador. Esse ano foram 1107 bandas inscritas, de todo o País, e o festival, transmitido ao vivo pela web, teve um alcance de mais de 1 milhão de acessos durante as três concorridas noites. Segundo a organização do evento, por ser um aberto de música contemplando todos os gêneros, o evento se torna mais democrático, além de oferecer uma infraestrutura de primeira no som, na iluminação e no backline. “Normalmente, as bandas em um festival têm que se virar, porque o festival dá um palco e quem puder aparecer, aparece. No nosso caso, não. Rico ou pobre, com ou sem dinheiro, pode vir para se apresentar. Então a gente faz para que todo mundo possa aparecer”, explica Fertè, idealizador do festival. “Tecnicamente, o que posso dizer é que temos uma equipe muito bem preparada para transmissão pela

Fertè é o idealizador do festival

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REPORTAGEM| www.backstage.com.br

Equipe técnica e de produção que faz o Web FestValda acontecer

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Clarisse Durante, uma das produtoras do Web FestValda

Esse ano houve uma diferença técnica bastante grande em investimento, em iluminação, em qualidade de transmissão, em mixagem do som para transmissão.

Veríssimo Gonçalves

internet, porque é claro que o show não se restringe mais ao Circo Voador, e não tem limites. O limite é o mundo. Esse ano houve uma diferença técnica bastante grande em investimento, em iluminação, em qualidade de transmissão, em mixagem do som para transmissão. Quer dizer, temos um técnico de primeiríssima linha e um caminhão lá fora mixando o som para a internet”, ressalta Clarisse Durante, produtora do Web FestValda. Veríssimo Gonçalves, gerente de marketing e vendas da Valda, aponta elementos como diversidade musical, maior profissionalismo das bandas, mais investimento na parte técnica, incluindo uma Unidade Móvel (UM) para o som e vídeo do festival, como os principais diferenciais desta edição em relação às edições anteriores. Para ele, o festival é um evento democrático onde todos têm oportunidade de se apresentar em pé de igualdade. “Fizemos mais investimento para esse ano na parte técnica e

Fernando Santana

na transmissão ao vivo para a web”, completa. Para o técnico de áudio responsável pela sonorização do Web FestValda, Fernando Santana, e que está à frente do evento desde 1994, confiar na equipe de profissionais é um dos segredos para o sucesso das três noites. “Usamos os equipamentos do Circo Voador, que é um sistema de PA da FZ Audio, mas trocamos a mesa da house por uma Yamaha PM5D. Além disso, também temos os microfones que também são do Circo. Aqui usamos um sistema Shure com fio, pois o sem fio poderia nos dar problemas por causa do entorno. Seria preciso fazer uma varredura”, explica o técnico.

UNIDADE MÓVEL PARA TRANSMISSÃO Um dos motivos para migrar para a internet foi ampliar o alcance do festival em todo o Brasil. Diferentemente das primeiras versões que eram regionais, a ideia agora é democratizar o acesso. Para garantir a transmissão ao vivo,

Renato Guerra


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Toda a gravação feita em Pro Tools HD era mixada ao vivo em uma mesa Allen Heath iLive de 64 canais e posteriormente enviada para a web Mesa Allen Heath iLive usada na Unidade Móvel e Pro Tools para a gravação ao vivo

as equipes técnicas da dbAudio e da K2TV ficaram responsáveis pela captação das imagens e transmissão via streaming para a web, respectivamen-

te. Segundo o técnico de áudio da Unidade Móvel, Alexandre De Vitto, foram mais de 18 horas de transmissão para a web. Toda a gravação feita em


Pro Tools HD era mixada ao vivo em uma mesa Allen Heath Ao lado, sistema FZ Audio, do Circo Voador. Acima, mesa Yamaha PM5D usada especialmente para o festival iLive de 64 canais e posman, dando mais fluidez aos músiteriormente enviada para a web, um trilho à frente do palco. Com cos no pequeno palco do Circo. no mesmo tempo do vídeo. esse tipo de equipamento, era possí“Optamos por usar essa câmera, Outra novidade usada esse ano foi vel captar imagens em 360 graus e porque o palco é pequeno e evita a câmera robô que deslizava sobre ainda eliminar a figura do camera-

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ira, ão Caip o, Facç , banda ri rá o h tido unita No sen Maria B a de o lugar, rmônic segund elação, e Fila iro lugar e rev rc te ada, Pasárg

Outra novidade usada esse ano foi a câmera robô que deslizava sobre um trilho à frente do palco. Com esse tipo de equipamento, era possível captar imagens em 360 graus e ainda eliminar a figura do cameraman, dando mais fluidez aos músicos no pequeno palco do Circo

que um cameraman circule durante o show”, afirmou Ricardo Vinhas, da K2TV. Para a banda M.Jack, que conseguiu se classificar pelo segundo ano consecutivo para as finais do festival, o grupo já se considera vencedor apenas pela chance

Interior da Unidade Móvel (U.M.) usada no festival

de participar. “Diferente do ano passado, ficamos todos no mesmo hotel e como a produção ouve as nossas sugestões, o festival está melhor, com um backstage melhor, por exemplo”, afirmam os integrantes Moisés Oliveira, JP, André Oliveira e Kleitex. As estreantes Larissa Horta, Dany Guedes, Samanhtha Lanna e Ana Lopez, da banda pop sertanejo Maria Bunita, reconhecem que participar do festival é um grande passo na carreira das quatro meninas de Belo Horizonte. “Misturamos pop sertanejo, mas trazemos outras influências que tocamos também nos shows”, afirmam as integrantes. Para a grande vencedora da noite, a Bando Antiguera, de Porto Alegre, o nível técnico foi surpresa. “Fiquei surpreso com todas as bandas, que são de muito alto nível. Para nós foi uma conquista enorme”, comemorou José Baroneo. O grupo formado há menos de um ano por José Baroneo, no contrabaixo; Marcio Fulber, no washboard, trompete PET e voz; Fausto Martins, no violão e voz; e Ronaldo Pereira, no saxofone e voz, mistura pop com jazz influenciado pelas Dixielands de Nova Orleans.


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O cantor Alexandre Pires se reuniu novamente com os demais integrantes do grupo de pagode Só Pra Contrariar para gravar o DVD de comemoração de 25 anos da banda. O local escolhido foi a cidade de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. redacao@backstage.com.br Fotos: Divulgação

BANDA SPC Comemoram 25 anos com DVD

A

gravação do novo DVD da banda Só Pra Contrariar com a participação especial do cantor Alexandre Pires reuniu em Porto Alegre-RS no final de semana de 9 e 10 de agosto a formação original de grande sucesso em comemoração aos 25 anos da banda. Para fazer o som do PA e monitor, a equipe técnica do grupo optou pelos consoles MIDAS, uma Pro6 na housemix e duas Pro2 e uma Pro1 no monitor. O desenho e configuração de todo o sistema de mixagem ficou a cargo do técnico de P.A da banda, Ivan Cunha, mais conhecido como “Batata”, que contou ainda com o suporte técnico dos profissionais de áudio da Proshows. Para a mixagem do PA foi utilizado uma Pro6 com stage box DL351 configurado para trabalhar com 80 canais, usando saídas Matrix, e


Midas Pro6 House Mix

BEHRINGER Mix bateria

mix enviada para o PA L/R, um PA L/R de voz adicional, um Outfill L/ R e duas torres de delay. Segundo Ivan Cunha, a opção pelas consoles Midas foi devido à excelente qualidade sonora dos equipamentos e por causa dos recursos que a linha Pro Series oferece em relação às configurações. Atualmente a banda viaja com três consoles MIDAS Pro2, sendo que, na gravação do DVD, Ivan Cunha optou por utilizar a MIDAS Pro6 da empresa Impacto Vento Norte, que disponibilizou os equipamentos para o evento. “Na estrada, além da MIDAS, também uso uma Digidesign mix rack no PA para o

Só Pra Contrariar e no monitor uma Venue D-Show Profile”, com-

E MIDAS

go do técnico responsável conhecido como “Chorão” que utilizou duas MIDAS Pro2 da banda e uma Pro1, fornecida pela Proshows. A configuração dos consoles de monitor foi feita com cada uma das Pro2 recebendo os 48 sinais via stage box DL251, interligando as duas consoles à Pro1, via AES50 (protocolo

A configuração dos consoles de monitor foi feita com cada uma das Pro2 recebendo os 48 sinais via stage box DL251, interligando as duas consoles à Pro1 plementa Ivan, que está há um ano e dois meses com as mesas MIDAS. A mixagem de monitor ficou a car-

de envio de sinais via cabo de rede utilizado pela Midas Klark Teknik). A terceira console MIDAS

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Show 25 anos SPC - MIDAS PRO2 e PRO1 no monitor

Pro1 foi utilizada para realizar a mixagem dos auxiliares. O técnico de monitor Chorão salientou as vantagens do novo software Generetion II da MIDAS, onde estão disponíveis as novas máquinas como: DN60 RTA Spectrum Analyzer e o simulador de distorção de fita magnética Tape Saturation. A distribuição dos sinais para a unidade de gravação e os consoles de mixagem

So Pra Contrariar com Alexandre Pires, em participação especial

foram feitas por meio dos Spliters da Klark Teknik DN1248 Plus. Lucas, arranjador e produtor musical da banda Só Pra Contrariar, destacou que a grande vantagem dos consoles MIDAS é devido à possibilidade de se trabalhar com uma latência muito baixa, o que segundo ele “favorece muito os músicos, pois todos utilizam no palco sistemas in-ear”. Lucas também elogiou muito a qualidade dos prés da linha Pro Séries da MIDAS. As configurações dos consoles foram realizadas utilizando o software offline Pro Series para Mac da MIDAS, e depois as cenas foram descarregadas nos consoles, já prontas para a realização do show. A Proshows estava presente também no palco através de sua linha de painéis de LED (PROLED), que foram utilizados para transmissão das imagens em tempo real para o público, mixers da Behringer, que foram usados pela banda para mixagem individual dos músicos, e microfones Audio Technica para vocal e instrumentos. “Na bateria, por exemplo, usamos o modelo 2500, de cápsula dupla para o bumbo, e modelo ATM 350 para tons e caixas”, completa Ivan Cunha.


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CADERNO ILUMINAÇÃO

SGM www.hotmachine.ind.br O SGM LS-4.6, de construção dinamarquesa, é um painel de vídeo de alta resolução capaz de exibir imagem detalhada a partir de uma fonte de vídeo digital de alta resolução. Os chips de LED são ultra brilhantes “black faced” 3 em 1 SMD, o que os torna adequados para aplicações onde o painel de vídeo é necessário para ser “discreto” quando não há exibição de conteúdo de vídeo. A tela de LED tem uma relação de alto contraste de 7000:1 e uma taxa de atualização de 2,000 Hz tornando-o perfeito para aplicações em televisão, teatro, exposições, produção de show e concertos.

WALDMAN www.equipo.com.br A Waldman lançou os Refletores OF 14RGBW. Dentre as muitas características do produto, destaque para a fonte de alimentação de 90 - 240V AC 50/60Hz; Consumo de Energia de 90W; 9 Canais DMX; Quantidade de LED: 14 RGB de 8W MCS (alto brilho); Ângulo do feixe de 25º; Efeitos e Função dimmer, estrobo e seleção individual de cores, além das Dimensões de 340 X 270 X 270 mm e Peso de 3,5 kg.

GOBOS www.gobos.com.br O novo refletor elipsoidal ALBA 18/36, produzido pela fabricante LDR, é a escolha dos profissionais que desejam diminuir o calor e o consumo de energia. Consequentemente, o preço também é menor. O ALBA possui lâmpada de 200 W LED, com durabilidade de 50.000 horas e rendimento de luminosidade superior às tradicionais lâmpadas halógenas. Além de ter zoom óptico, o equipamento possui controle DMX integrado, dispensando o uso de racks dimmer. O ALBA 18/36 está disponível em duas temperaturas de cor: branco quente (3.200 K) e branco frio (5.600 K). Uma ampla gama de acessórios complementa o produto.

MARTIN www.harmandobrasil.com.br A Harman agora possui uma nova aquisição: a Martin Professional, empresa referência global em iluminação. As soluções em iluminação Martin Professional passam agora a integrar os produtos Harman, com destaque para a linha Rush, composta pelo Rush MH1 Profile, Rush MH2 Wash, Rush MH3 Beam, Rush Pin 1 CW, Rush Par 1 RGBW e Rush Strobe 1 5X5. A linha é formada por equipamentos com preços acessíveis, para aplicação em clubes, bares, bandas e Dj’s, além de ambientes de lazer. Na foto, RUSH STROBE 1.


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CADERNO ILUMINAÇÃO

INSTRUMENTOS (E CONHECIMENTOS) PARA A Nas conversas anteriores, a iluminação cênica era abordada como um processo, que se iniciava com um projeto, cuja viabilidade necessitava da análise de três aspectos – técnicos financeiros e operacionais. E mesmo para demandas pontuais, um mínimo de estudos e pesquisas se fazia necessário (mesmo com a inexistência de um projeto) para a melhor tomada de decisões.

ILUMINAÇÃO

CÊNICA Cezar Galhart é técnico em eletrônica, produtor de eventos, baixista e professor dos Cursos de Eventos, Design de Interiores e Design Gráfico do Unicuritiba. Pesquisador em Iluminação Cênica, atualmente cursa Pós-Graduação em Iluminação e Design de Interiores no IPOG.

N

essas pesquisas é que se inserem os principais personagens de todo projeto: os instrumentos de iluminação cênica. Os denominados instrumentos de iluminação cênica são aparelhos que operam em corrente alternada para a produção de luz, e são formados por basicamente quatro recursos, que os completam: lâmpadas, lentes, refletores e caixas refletoras (canhões ou carcaças). As características dos instrumentos de iluminação cênica são determinadas pela combinação desses componentes, e produzem resultados distintos. Todos esses instrumentos produzem feixes de luz, utilizando lâmpadas como fontes luminosas. A diferenciação das lâmpadas é percebida pelas características desses dispositivos: construtivas – tais como a base, para o tipo de soquete

que será necessário para o ligamento e fixação -, como também o formato do bulbo e do filamento, e outras relacionadas ao resultado esperado, como temperaturas de cor, intensidades luminosas e tipos de luz. Os dois tipos principais de lâmpadas usadas para iluminação cênica atualmente são incandescentes e lâmpadas de tungstênio-halogênio. Ambos os tipos de lâmpadas são produzidos numa variedade de potências e produzem uma gama de temperaturas de cor. Em geral, as lâmpadas são desenvolvidas especificamente para determinados instrumentos de iluminação, tais como as HPL (do inglês, High Performance Lamp) – lâmpadas de halogênio de alto desempenho – para os refletores Source Four – e as lâmpadas do tipo PAR. Na maioria das situações, o desenho de uma


Fonte: Steve Jennings/ Blog SVC Online

lâmpada será único para um instrumento em particular. Se a lâmpada apropriada não é utilizada, a saída da luz pode ser dificultada, a luz poderá ter uma vida encurtada prematuramente, ou, em alguns casos, a lâmpada poderá inclusive explodir. A lâmpada adequada deve ser colocada no instrumento adequado, além dos cuidados com o manuseio desse dispositivo – mesmo as impressões digitais podem reduzir a vida útil das lâmpadas. Aos LEDs, um capítulo à parte. Os dispositivos denominados LED – sigla para a denominação em inglês, Light Emitting Diode, ou Diodo Emissor de Luz – foram inicialmente utilizados como fontes luminosas em instrumentos de iluminação cênica no fim da década de 1990 e basicamente com a emissão de luzes nas cores primárias (vermelho, verde e azul - RGB).

Figura 1: AC/DC Black Ice World Tour (LD Dave Hill) - Infinity Wash XL lights com lentes de zoom de 6º a 36º

Atualmente, diversos instrumentos de iluminação são alimentados por sistemas com LEDs de múltiplas cores, possibilitando centenas e até milhares de combinações de cores. Aplicações para esse dispositivo semicondutor estão em constante desenvolvimento, bem como

a melhoria na produtividade, representando cada vez mais um melhor desempenho (com baixo consumo). Dentre as poucas desvantagens, há inconsistência de cor - ainda irregular -, além do elevado custo de aquisição de equipamentos com esses recursos.

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Instrumentos de iluminação cênica são projetados de modo que a lâmpada esteja normalmente contida dentro de um refletor espelhado para direcionar o máximo de luz possível em direção à lente

Mas não é somente a disposição da lâmpada no soquete e a produção de luz que garantem um resultado adequado. Pode-se afirmar que as lentes têm a finalidade de controlar o feixe de luz produzido pela lâmpada no interior da carcaça (caixa refletora). Nos instrumentos de iluminação cênica esses recursos, produzidos com vidro (borossilicato) ou plástico, são posicionados para o melhor aproveitamento das propriedades da refração do feixe luminoso que incide nas lentes, ou seja, a mudança de direção da luz que passa por esses elementos. Nesse sentido, são três os tipos básicos de superfície das lentes: convexas (com as extremidades mais estreitas e as faces curvadas para fora – para a concentração de um feixe luminoso), côncavas (com as extremidades mais espessas e as faces curvadas em aproximação) e as planoconvexas (uma face plana e a outra curvada para fora – sendo esta a configuração mais usada em iluminação cênica). Lâmpadas, refletores e lentes combinados em diferentes canhões resultam nos principais instrumentos de iluminação cênica. Eles são geralmente classificados por tipo, potência, e o grau de propagação do feixe que produzem. Instrumentos de iluminação cênica são projetados de modo que a lâmpada esteja normalmente contida dentro de um re-

fletor espelhado para direcionar o máximo de luz possível em direção à lente. Três diferentes tipos de refletores são os mais frequentemente utilizados em instrumentos de iluminação cênica para shows e apresentações musicais dos mais variados tipos de produção (observação: nesta conversa, serão tratados os três principais, na minha percepção e pelas demandas que tenho identificado e recebido): PAR, Elipsoidal e Moving Heads. Incomparavelmente sendo o mais utilizado, o Refletor Parabólico Aluminizado – ou simplesmente PAR (do inglês Parabolic Alumized Reflector), é um instrumento no qual a lâmpada, o refletor e a lente são combinados em uma única unidade, instalada de maneira estática. O tamanho e a dispersão do feixe luminoso – em formato elíptico – são produzidos por tipos de lâmpadas com vários ângulos de espelhamento e diâmetros diferentes do espelho parabólico (lâmpadas halógenas dos tipos PAR 20, PAR 36, PAR 38, PAR 56, PAR 64). Para a lâmpada do tipo PAR 64, são três os focos disponíveis: foco 1 (comercializada com vidro liso e transparente - para abertura pequena); foco 2 (em vidro pontilhado – para abertura média; foco 5 (com vidro entrelaçado – para ampla abertura). Como resultado, um feixe intenso e definido, mas com uma suavização das bordas Fonte: Rob Sinclair (The Queen Extravaganza Lighting Designer)

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CADERNO ILUMINAÇÃO

Figura 2: The Queen Extravaganza – Utilização de aproximadamente 40 PAR 64 com lentes MFL


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Fonte: GLP German Light Products GmbH

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Figura 3: Show do Paramore (Wembely Arena)(dez./2012) Estrutura com 28 GLP Impression Moving LED Lights (LD Chad Peters)

Algumas versões do Elipsoidal usam uma única lente, sendo a principal finalidade, de qualquer forma, a obtenção de um feixe luminoso com focalização pontual (luz direcional) e controle da luz (ângulo de abertura – por meio de uma íris mecânica -

do feixe luminoso. Torna-se tão versátil que tem sido comumente utilizado nas estruturas de Sidelighting c ou Side Lighting – (iluminação proveniente das laterais), Backlighting (contra-luzes, ou “luzes de fundo”) e Frontlighting (luzes de frente). Da mesma forma, com as características acima (uso de lâmpadas halógenas), possui na parte frontal da carcaça um suporte para a fixação do filtro. O Refletor Spotlight Elipsoidal, também conhecido como ERS (do inglês Ellipsoidal Reflector Spotlight) – ou simplesmente Elipsoidal –, combina o espelho refletor elipsoidal e um sistema de lentes convexas-convexas (duplas). Algumas versões do Elipsoidal usam uma única lente, sendo a principal finalidade, de qualquer forma, a obtenção de um feixe luminoso com focalização pontual (luz direcional) e controle da luz (ângulo de abertura – por meio de uma íris mecânica -, foco e recorte), de forma a obter um resultado mais intenso (ou duro). Para a projeção de imagens, possui um porta-gobos (filtros vazados com imagens a serem projetadas, confeccionados com metal ou vidro), para a inserção dos discos, de maneira unitária ou mesmo para gobos rotativos. Os estudos dos refletores automatizados requerem uma conversa à parte (e

que acontecerá). Os Moving Heads são equipamentos que possuem estruturas motorizadas responsáveis pela movimentação da estrutura (corpo ou “cabeça”, para justificar o nome) que gira em dois eixos: na horizontal (ou “Pan”) e na vertical (ou “Tilt”). A maioria desses instrumentos requer duas ou mais dezenas de canais de controle ou atributos para refinar o movimento (muitos dos quais necessitam de mesas ou consoles à parte), além de outros recursos, tais como foco e zoom (para direcionamento e aproximação), além das cores e imagens a serem projetadas (isso dependerá do tipo de instrumento). Assim, as escolhas dos instrumentos de iluminação são determinantes para os outros aspectos e recursos, já discutidos anteriormente, e para as finalidades dos projetos de iluminação – no que se refere à identificação do conceito e de quais elementos serão valorizados nos palcos e cenários diversos. Para todos os efeitos e resultados, conhecimento e familiaridade com os instrumentos de iluminação cênica se tornam dois pré-requisitos elementares, em todas e quaisquer situações. Inclusive, a correta nomenclatura (ou seja, como os instrumentos e dispositivos são denominados) permite um mais adequado alinhamento das informações e um mais promissor diálogo para a compra ou locação dos elementos que serão utilizados, para produções de quaisquer origens (locais, nacionais e internacionais). Afinal, no fim, tudo para o melhor resultado, com o mais promissor desempenho, e a minimização de problemas ou dificuldades. Uma excelente oportunidade para este contato mais direto será na Lighting Week Brasil - Feira Internacional de Iluminação Profissional, de 18 a 20 de setembro, no Expo Center Norte (São Paulo – SP). Imperdível! Abraços e até a próxima conversa!!!

Para saber mais redacao@backstage.com.br


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A 4ª edição da Lighting Week Brasil traz as últimas tendências do mercado mundial redacao@backstage.com.br Fotos: Divulgação

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ILUMINAÇÃO, e sustentabilidade A

4ª edição da Lighting Week Brasil – Feira Internacional de Iluminação Profissional e o maior evento brasileiro na área de iluminação –, será realizada entre os dias 18 e 20 de setembro, no Expo Center Norte, no bairro Vila Guilherme, em São Paulo. A organiza-

ção é da Associação Brasileira de Iluminação Profissional (ABRIP). Com entrada gratuita e restrita aos profissionais do setor de iluminação profissional, a mostra apresenta o que há de mais atual nesse mercado. É por meio da Lighting Week Brasil que muitas das


Inovações sustentáveis e econômicas são as apostas da edição 2013

TECNOLOGIA inovações tecnológicas produzidas e mostradas em eventos internacionais chegam ao cenário brasileiro. Na edição de 2013, mais de 40 marcas vão expor seus lançamentos, entre elas empresas de sucesso como Cotech, GDB, iLED, Kupo, Luci de La Ribalta, Sunlite, Lumidesk e Stick. Lighting designers, cenógrafos, produtores, técnicos, engenhei-

ros, estudiosos e outros tantos profissionais marcam presença em busca das últimas novidades de equipamentos, ferramentas e técnicas. A Lighting Week Brasil surgiu da necessidade desse mercado ter um segmento próprio e exclusivo de negócios. “A iluminação espetacular tem particularidades e seu público é muito específico. As em-

presas sentiram que havia muita dispersão quando eram apenas parte de um evento mais generalizado”, comenta Esteban Risso, diretor da Gobos do Brasil e presidente da ABRIP, e idealizador do evento. “Para 2013, estabelecemos como meta aumentar a visitação da edição do ano passado, que envolveu por volta de 3 mil profissionais do setor. A iluminação profissional acompanha o mercado de música como um todo. Considerando que este último prevê um aumento de 16% neste ano, segundo a Associação Brasileira da Música (Abemusica), estimamos que nosso segmento cresça na mesma proporção”, analisa Esteban. Pelo cálculo da organização, a iluminação profissional deve movimentar R$ 140 milhões em 2013. A Lighting Week participa desse processo, movimentando parte deste valor, cerca de 40%.

SOLUÇÕES ECOLÓGICAS QUE ALIVIAM O BOLSO As novidades da área prometem agradar ao público. O organizador da feira adianta que inovações sustentáveis e econômicas são as apostas dessa edição. “Refletores ecológicos mais potentes, com mais recursos técnicos. Serão apresentados também equipamentos tradicio-

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CADERNO ILUMINAÇÃO

Feira já está consolidada como grande evento do país

nais de alto consumo de energia mudando para sistemas LED com um quinto de consumo e com mais eficiência luminosa sem gerar calor. Além disso, sistemas de programação, controle e comunicação mais inteligentes e até sem fio”, explica. Meta é superar os três mil visitantes da edição anterior A tecnologia LED tem espaço garantido entre as tendências que chegam ao setor, por sua facilidade, recursos e efeitos. “Acessórios, estruturas, módulos de palco, conectores e cabeamentos adequados à era do LED, que sem dúvida ajudarão a vida dos profissionais, estarão entre os lançamentos”, destaca Esteban. Risso complementa informando que a Lighting Week já se consolidou como o grande momento do segmento de iluminação profissional do ano. “As empresas mais representativas seguram seus lançamentos a partir do meio do ano para apresentá-los na feira. Os compradores e demais profissionais sabem disso, e também aguardam o evento para conhecer as novidades e fazer negócios”.

Para saber online

Workshops e palestras também fazem parte da programação da Lighting Week. Para saber mais informações, acesse o site da Lighting Week Brasil http://www.lwbr.com.br/


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CADERNO ILUMINAÇÃO

Um fim de semana de sol levou cerca de 6 mil fãs de música por dia para o primeiro de dois grandes eventos de fim de semana, ao vivo, no Observatório Jodrell Bank, em Lower Withington, no Reino Unido. A empresa dbn foi a fornecedora de equipamentos de iluminação arquitetural além do painel de LED para as duas noites de apresentações, que contaram com as bandas Australian Pink Floyd e New Order, fechando cada uma das noites. redacao@backstage.com.br Fotos: Divulgação

TELESCÓPIO

ganha cores por

O

palco era um Serious Stage Orbit de 16 metros de largura, com três baias de profundidade, onde a dbn instalou três trusses de iluminação – frente, meio e parte traseira – todos encaixados na curvatura do teto para aproveitar o máximo da altura. Um quarto truss foi utilizado para ficar pendente nos oito metros de largura com um painel de

LED de 4,5 metros de altura feito da mais nova superfície Eastar de 12,5 mm Os mapas de iluminação foram projetados com base nas necessidades das duas bandas que fechariam as noites e de seus lighting designers, James Scott, substituindo o LD regular Phil White, para o Australian Pink Floyd, e o lendário Andy Liddle para a luz do New Order.


NO REINO UNIDO duas noites Nick Buckley, gerente de projetos da dbn, contou que para esse evento, os moving lights usados foram exclusivamente da Clay Paky: 14 Alpha Spot QWO 800s, 12 Alpha Beam 700s, Alpha Beam 700s e 18 Sharpies, todos pendurados no ar. No entanto, a dbn também forneceu um pacote especial para a Australian

Pink Floyd, composto de 16 Alpha Spot HPE 300s, que foram colocados em volta de um trussing circular de cinco metros de diâmetro, posicionado acima do palco. Outros equipamentos de iluminação incluíam Atomic strobes, dois 4-lite blinders e ARRI 2Ks, que foram usados para um efeito wash

genérico no palco. O painel de LED foi camuflado dentro de um círculo que permitisse que o teor do vídeo da banda pudesse ser trabalhado no meio desse círculo. Os incríveis 76 metros do Lovell Telescop – o terceiro maior telescópio no mundo – foram iluminados por 12 Studio Due 2.5 K City Color floods e dois Space Flowers. Ele também foi projetado por Pod Bluman do Pod Bluman Associates.

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Para comandar a iluminação, a dbn forneceu uma Avolites Pearl Expert como a mesa de controle da house, que ficou sob os cuidados de Edwin Croft. Já Andy Liddle levou sua própria Avo Tiger Touch, assim como James Scott, sua própria grandMA

Foram usados 12 Studio Due 2.5k e dois Space Flowers

Projeções ficaram a cargo de Pod Bluman

Para comandar a iluminação, a dbn forneceu uma Avolites Pearl Expert como a mesa de controle da house, que ficou sob os cuidados de Edwin Croft. Já Andy Liddle levou sua própria Avo Tiger Touch, assim como James Scott, sua própria grandMA. Para a empreitada, o time da dbn de Ed Marriot, Ed Woodbrige, Phil Sheard, Paul Crompton, James Mather e Edwin Croft, chegou no dia anterior ao show, portanto o tempo foi bastante apertado para deixar tudo em ordem. O PA foi fornecido pela Audile e os lasers para o New Order pela ER Productions.


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Crafter SAT Híbrida VERSATILIDADE E ECONOMIA Ao longo dos anos o conceito de praticidade parece cada vez mais habitar o imaginário dos instrumentistas. A busca por alternativas de timbres e de variedades sonoras sempre esbarrou na dificuldade logística e muitas vezes econômica dos músicos que precisam de recursos adicionais para uma boa apresentação. Os grandes palcos cada vez mais são reservados a um número pequeno de artistas e, assim sendo, o conceito de compactação com qualidade virou regra para a grande maioria dos músicos que habitam os bares e pubs mundo a fora. Gustavo Victorino redacao@backstage.com.br Fotos: Divulgação

A

lgumas marcas mundiais pensaram nessa nova realidade e desenvolveram instrumentos de corda híbridos com captação eletromagnética de guitarra e sensor de rastilho de violão. Ou seja, um autêntico instrumento 2 em 1 em sua sonoridade. Reconhecida como uma das maiores fabricantes do mundo, a Crafter avançou nesse conceito e agregou qualidade acima da média ao seu instrumento híbrido.

Desenvolvido para quem quer versatilidade com desempenho, a linha SAT da Crafter impressiona antes mesmo de ser ligada. O corpo do instrumento é bem trabalhado e sem falhas de pintura ou no verniz, aliás, uma das características da marca que sempre teve no cuidado com o acabamento dos produtos um dos seus pontos fortes. O braço é em mogno e, a exemplo do corpo, tem line border branco - o que concede um ar ainda mais classudo ao instrumento. A escala em rosewood indiano com marcações discretas tem uma charmosa divisão de oitavas que dá, ao instrumento, um toque estiloso. As tarraxas são convencionais, mas precisas de forma a não comprometer o desempenho geral e nem a precisão da afinação. E na hora de ligar a coisa fica ainda melhor. Uma rápida olhada já identifica o captador eletromagnético como um modernoso P90 da Kent Armstrong, o que é garantia de timbre agressivo e rico para quem gosta de alto desempenho ao empunhar uma guitarra. Outra surpresa é perceptível ao mudar a chave principal do áudio e ouvir o sensor de rastilho despejar um som limpo e brilhante digno de um violão top de linha. A culpa é do pick up da L.R.Baggs que aos poucos vem revolucionando a arte


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Contra Braço_SAT

Controles

Traseira SAT

de produzir sensores de alta definição para violões elétricos. Tudo comandado por um circuito desenvolvido pela própria Crafter e alimentado por uma bateria de 9V que possibilita ainda ao músico separar os sons de guitarra e violão através de um cabo em formato Y que acompanha o instrumento. Antes que alguém pergunte como e por que a Crafter criou um instrumento assim tão completo, é preciso acrescentar um dado que vai provocar ainda mais confusão na cabeça do consumidor. Acredite: mesmo com esses componentes de ponta e inevitavelmente caros, o instrumento é vendido no Brasil a menos de mil dólares nas lojas. Protegido por um case luxuoso e oferecido em várias cores e acabamentos, a linha SAT da Crafter atropela o preconceito e oferece versatilidade e qualidade a preço justo e acessível para a maioria dos músicos que preci-

sam de uma guitarra e um violão num mesmo instrumento. Para o teste, as cordas 0.11 que originalmente acompanham o instrumento foram trocadas por 0.10 na busca de mais conforto e a presumida perda de timbre ou desempenho se mostrou insignificante quando o áudio é bem equalizado. Como reparo, apenas a falta de um afinador embutido que proporcionaria ainda mais independência no palco. Depois de dois meses com o instrumento na estrada e nas mais variadas condições e circunstâncias, a conclusão é de que a Crafter apostou na qualidade diferenciada para romper o sublimado, discreto e inexplicável preconceito de instrumentistas com guitarras (ou seriam violões) híbridos. O SAT se revelou um grande instrumento, tanto como violão quanto como guitarra, proporcionando timbres ricos e melhores que a maioria dos instrumentos da sua faixa de preço.

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Captador Kent Armstrong


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Estudar e obter conhecimento técnico para fazer um melhor som possível para louvar a Deus. Cada vez mais as equipes responsáveis pela área de sonorização das igrejas vêm procurando aperfeiçoar os sistemas de sonorização e a acústica dos templos. No primeiro semestre do ano, foi realizada mais uma edição do projeto Comunicai!, em Campos, norte fluminense, reunindo profissionais interessados em áudio e multimídia.

redacao@backstage.com.br Fotos: Divulgação

Econtro reuniu dezenas de técnicos do RJ e de outras cidades

IGREJAS SE PREPARAM PARA USO DE NOVAS TECNOLOGIAS J á se foi o tempo em que para ouvir o que o pastor pregava era só colocar umas caixinhas de áudio e um microfone. Há alguns anos, igrejas de todo o país, sem distinção de tamanho ou de cidade, vêm se mobilizando e investindo em um dos tripés mais importantes para transmitir a palavra de Deus: o sistema de áudio. Um exemplo é o Comunicai! - Encontro de Técnicos Cristãos de Áudio e Multimídia,

que este ano foi realizado no dia 25 de maio, pela primeira vez em Campos dos Goytacazes (RJ). O evento, que está na sua terceira edição, teve o objetivo de difundir o conhecimento básico necessário ao desempenho das atividades técnicas de apoio ao culto, especialmente as relacionadas ao áudio e à multimídia. A ideia de realizar um Comunicai! em outras cidades nasceu entre membros do site SomAoVivo (http://www.som-


Rômulo Moreira, um dos organizadores, operando a Behringer X32

Aldo Soares e Daniel di Castro

Castro, voltada para as lideranças das igrejas, com o aovivo.mus.br), em função da necessidade de levar inobjetivo de sensibilizá-las para a importância da utiliformação confiável aos técnicos das diversas igrejas zação de ferramentas tecnológicas durante a realização pelo Brasil. As igrejas de Campos foram as primeiras a dos serviços religiosos. se disponibilizarem para receber o evento. De acordo com o pastor Heron Friasça, responsável pela O encontro contou com a participação de 130 inscritos, o igreja anfitriã, o conhecimento compartilhado nesta maior público alcançado até agora no evento, segundo os oficina fez com que as lideranças olhassem a questão organizadores. Os participantes eram oriundos de divertécnica de uma forma diferente. Segundo ele, é preciso sas cidades do Brasil, como Itaperuna (RJ), Silva Jardim entender que apenas boa vontade não basta, nem da par(RJ), São Gonçalo (RJ), Macaé (RJ), Rio de Janeiro (RJ), te dos líderes, nem dos técnicos, mas é necessário haver São Paulo (SP), Vitória (ES), Vila Velha (ES), Serra (ES), uma sinergia entre lideCachoeiro de Itapemirim rança e técnica de forma (ES), entre outras. que a condição ideal para Os participantes se divia realização dos cultos diram, na parte da maseja atingida. nhã, para assistir duas Pastor Heron afirmou palestras: uma com Aldo ainda que é muito difícil Soares, da ARS Áudio e empreender um aspecto Acústica, intitulada Miprofissional a estes setoxagem ao Vivo em Igrejas; e res dentro das igrejas crisoutra com Daniel Carlos tãs, mas que considera o Ferreira, da Canal InteComunicai! Campos o marrativo, Transmissão do Culco inicial para a formação to ao Vivo pela Internet. de uma nova geração de Dentre as palestras oferetécnicos, que atuará nescidas na parte da manhã, o tas áreas do culto. Comunicai! Campos proNa parte da tarde, os parporcionou também a reaticipantes se dividiram lização de uma oficina, novamente para assistir ministrada por Daniel di Aldo Soares ministra oficina de equalização durante a manhã

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O tema Mixagem, por exemplo, é de grande importância para a compreensão e percepção correta da música tocada nos templos. Durante a exposição, Aldo Soares demonstrou que a correta timbragem dos instrumentos, bem como um arranjo musical adequado

Daniel di Castro durante a Oficina de Compressores

Gladicelio Jr., Aldo Soares, Daniel di Castro, Daniel Ferreira e David Fernandes

Participantes durante a Oficina de Compressores

a três oficinas: Compressores, com Daniel di Castro; Equalizadores, com Aldo Soares; e sobre o software de projeção multimídia Easyworship, com Gladicélio Jr. Segundo a coordenação do encontro, no que diz respeito ao áudio, os temas foram escolhidos de acordo com as

Pastor Heron Friasças, à direita

principais demandas dos técnicos de igrejas. O tema Mixagem, por exemplo, é de grande importância para a compreensão e percepção correta da música tocada nos templos. Durante a exposição, Aldo Soares demonstrou que a correta timbragem dos instrumentos, bem como um arranjo musical adequado, é de suma importância para o sucesso da mixagem. Temas como Equalização e Utilização de Compressores também são sempre demandados nos eventos de capacitação em áudio pelo Brasil. Daniel di Castro, em sua palestra, mostrou como a utilização equivocada de um compressor pode destruir todo o trabalho de uma banda, reduzindo drasticamente a faixa dinâmica. Já no que diz respeito à multimídia, os


Leo Souza, um dos organizadores do Comunicai! Campos

temas foram escolhidos de acordo com as novas tendências tecnológicas que algumas igrejas já estão adotando, como a transmissão de cultos via internet e a utilização de softwares específicos para projeção. A receptividade do público foi muito positiva. Rinaldo Gomes, um dos participantes do evento, considerou o Comunicai! Campos muito proveitoso, principalmente pelo nível de conhecimento dos palestrantes e pela organização do evento, que classificou de muito boa. Rinaldo ressaltou também a hospitalidade com que todos os participantes foram recebidos pelos membros da Igreja Presbiteriana do Caju. Rinaldo destacou também a necessidade de haver mais eventos como este, em face da dificuldade de obtenção de informação técnica de qualidade por parte dos operadores de áudio e multimídia das igrejas. O Comunicai! Campos foi coordenado por Rômulo Moreira, da Igreja Presbiteriana do Caju, e Leonardo Souza, da Igreja Presbiteriana Pentecostal de Calabouço, que cuidaram de forma impecável de toda a logística do evento. A próxima edição do Comunicai! acontecerá em outubro, na cidade de Vila Velha (ES), na Primeira Igreja Batista de Itaparica, e terá o seu conceito ampliado para um evento de Comunicação. Também estão previstos no Comunicai! 4 palestras e oficinas que abordarão temas relativos a áudio, multimídia, TV Web e comunicação. De acordo com a organização, o evento pretende preparar as igrejas para a utilização das novas tecnologias de comunicação que estão chegando ao mercado.

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Nani Azevedo lançou o novo CD A última palavra no dia 10 de agosto pela Central Gospel Music. No mesmo mês, durante encontro com a equipe da gravadora, o cantor conheceu as estratégias de lançamento e viu em primeira mão o resultado do clipe Meu barquinho, um dos quatro que foram gravados para o novo repertório. Este é o sexto CD dele pela Central Gospel Music.

A Glória é do Senhor O novo clipe de Regis Danese já está disponível no canal oficial do cantor no Youtube. A Glória é do Senhor foi gravado em Belo Horizonte, onde o cantor mora. O coral, ao fundo, foi um dos destaques do clipe, que contou com a direção de Dayane Andrade e roteiro de Alomara Andrade, profissionais da MK Music. A Glória é do Senhor é também o título do segundo CD de Regis, lançado na FIC 2013 e que já estreou nas rádios do Brasil.

Pastor Lucas é o novo contratado pela MK Music O Pastor Lucas esteve na sede da gravadora MK Music para a assinatura de seu contrato. Ao lado de sua esposa Thaísa e da presidente da MK Music, Yvelise de Oliveira, os preparativos para seu primeiro CD pela gravadora foram acertados. O CD contará sua trajetória ao encontro de Deus.

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BOAS NOVAS | www.backstage.com.br

NANI AZEVEDO LANÇA NOVO CD

RESSUSCITA-ME DE ALINE BARROS ATINGE 5 MILHÕES DE VISUALIZAÇÕES O clipe Ressuscita-me, de Aline Barros, pela MK Music está se tornando um sucesso. O filme já conta com mais de 5 milhões de visualizações no canal do Youtube da cantora. A canção faz parte do CD Extraordinário Amor de Deus, lançado em 2011. Ele já conquistou Disco de Diamante pelas 330 mil cópias já vendidas e o Grammy Latino na categoria “Melhor álbum de música cristã em Língua Portuguesa”. Ressuscitame, que está entre as canções mais executadas nas rádios brasileiras, tem a direção de Dayane Andrade e roteiro de Alomara Andrade.

Lilian Lopes leva seu CD

...para a fábrica O primeiro CD de Lilian Lopes pela MK Music foi enviado para a fábrica. Vento de adoração – Ao Vivo marca uma nova fase na vida e no ministério da cantora, que foi contratada recentemente pela gravadora. A música de trabalho, Teu Amor, está tocando nas rádios. Com uma voz suave e afinada, Lilian também é conhecida por suas composições, entre elas Teu Silêncio, faixa do novo CD de Kleber Lucas, Profeta da Esperança; e Quero Voltar, do recente trabalho de Léa Mendonça, Profetizando a Vida.

DVD Aos Vivos ...da Banda Resgate já está disponível para venda O DVD Aos Vivos da Banda Resgate, gravado no final do ano passado em São Paulo, já está disponível para venda. Ele possui 22 faixas com misturas dos dois últimos CDs da banda. Nos extras do DVD você pode conferir uma entrevista com a banda, além do videoclipe das músicas: Depois de Tudo e Jack, Joe and Nancy in The Mall (The Book is The Table). Para os interessados, a Banda Resgate ainda disponibilizou a canção Eu Estou Aqui no canal da banda no Youtube.


KARINA CARDOSO | REDACAO@BACKSTAGE.COM.BR

MK divulga teaser gráfico

...do novo CD de Michelle Nascimento A MK Music acaba de liberar o teaser gráfico do próximo CD de Michelle Nascimento, que tem o título Batalha Contra o Mal. A reunião de aprovação de capa e encarte aconteceu com a diretora artística Marina de Oliveira, que adorou a capa do CD. A produção musical é assinada por Tuca Nascimento, que também produziu Louve e Adore, que conquistou Disco de Ouro. O primo Wilian Nascimento faz um dueto na faixa Clame; e a irmã Gisele Nascimento, a produção de voz juntamente com Wilian. A previsão de lançamento é setembro deste ano.

Jotta A inicia produção de seu novo CD

Jotta A está a todo vapor com a produção do seu próximo CD pela Central Gospel Music. O cantor se reuniu em São Paulo com seus produtores, Jorginho e Daniela Araújo, e com a produtora artística da gravadora, Adriana Reis, para ajustar os últimos detalhes do álbum que promete impactar a todos. Jotta A fechou o cronograma de gravações e as datas para a produção de capa, além de escolher o local para as fotos que em breve será divulgado. A previsão de lançamento do novo CD é para o mês de outubro.

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BOAS NOVAS | www.backstage.com.br 140

Lançamentos

redacao@backstage.com.br

Projeto Bote Fé Cidade da Fé Vai ter Virada Kainón Vai ter Virada, o terceiro CD pela Central Gospel Music, já está disponível na loja virtual da Central Gospel. O álbum, que possui 11 canções, é uma produção de Wagner Carvalho e foi produzido com inúmeros recursos musicais. O quarteto Kainón mescla forró, frevo, reggae, axé, sertanejo e funk.

Na Real 2 Os Arrebatados Lili, Dedé e Malta Júnior, com seu programa para jovens na rádio 93 FM, conseguiram uma das quatro maiores audiências no Rio de Janeiro. O sucesso foi tanto que eles deram o nome a uma coletânea de remixes lançada pela MK Music e lançaram em outubro de 2010 o primeiro álbum do grupo. Agora, eles lançam o novo Na Real 2. Com uma linguagem clara e humorística, o trio fala sobre diversos temas do mundo jovem ao som de funk, samba, forró, balada, dance e pop. O programa dos Arrebatados é transmitido ao vivo, aos sábados, das 15 às 18h na rádio 93 FM RJ.

O terceiro álbum do Projeto Bote Fé, lançamento da gravadora Codimusic, traz letras e melodias de diversos compositores de todo o Brasil. A produção musical e os arranjos são de Alexandre Pivato, o Boyna, Carlos Henrique e Nei Lacerda. Foram inscritas mais de 500 músicas e selecionadas 13 faixas. Grandes nomes da música católica como The Flanders, Anjos de Resgate, Dominus e Cosme estão juntos com novos intérpretes. O CD Cidade da Fé já está disponível nas melhores lojas do Brasil.

Clamor e Oração Top 10 A MK Music reuniu algumas das grandes canções da gravadora que falam sobre orações e lançou o CD TOP 10 Clamor e Oração. O CD conta com a participação dos maiores cantores da gravadora: Fernanda Brum, Aline Barros, Regis Danese, Anderson Freire, Léa Mendonça, Bruna Karla, Marina de Oliveira, PG e Cristina Mel. O álbum traz uma novidade da gravadora: um encarte digital, com letras e fotos disponíveis virtualmente para download.


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LUIZ CARLOS SÁ | www.backstage.com.br 144

O “Terra” E

1973

ste ano fazem exatos 40 anos que Sá, Rodrix & Guarabyra gravaram e lançaram o Terra, segundo LP do trio. A pressão sobre nós era grande: o primeiro disco, Passado, Presente, Futuro fora um estrondoso sucesso de público e crítica e todos aguardavam ansiosos o que deveria ser nossa próxima overdose de novidades. Acontece, porém, que já chegávamos agora ao estúdio desgastados por uma série de acontecidos em nossas vidas particulares e artísticas. Nossa primeira “caída

na estrada” fora uma sucessão de trapalhadas das produções locais, o que ocasionara um racha entre nós quanto a continuar ou não com a firma que então nos empresariava. Estávamos ainda de mudança para São Paulo, a convite do maestro Rogério Duprat, onde trabalharíamos com publicidade, coisa que por si só me horrorizava. Apesar da vontade de estar por perto de Rogério, meu ídolo musical desde sempre, eu não conseguia me imaginar longe do Rio. Mas aceitei democraticamente o mando da maioria e estava quase conseguindo me convencer de que a mudança seria positiva. Entre um disco e outro, Guarabyra me levara a conhecer o São Francisco. A

Apesar da vontade de estar por perto de Rogério, meu ídolo musical desde sempre, eu não conseguia me imaginar longe do Rio. Mas aceitei democraticamente...


LUIZCARLOSSA@UOL.COM.BR | LUIZCARLOSSA.BLOGSPOT.COM

nas estradas. As cores são duras, a impressão, precária, afinal estamos em 73, lembra? Prestando atenção, você verá que aparecemos a meio-corpo abaixo do outdoor. Aí, você abre a capa dupla e surgem fotos que nos revelam em nossa vida carioca, ora no apê de Guarabyra em Ipanema (para os curiosos detalhistas,

“descoberta” desse outro Brasil e a exposição à rica tradição cultural do povo do rio marcaram profundamente meus rumos de vida e música. Essa era uma viagem que deveríamos ter feito a três, mas – não me lembro por que – Zé acabou não indo, e isso nos desgarrou ainda mais: chegamos cheios de sertões e cerrados diante de um Rodrix já paulicéia pura... Mal entramos no estúdio e já tínhamos graves divergências com o repertório. A diversidade de caminhos era gritante. Resolvemos parcialmente a coisa combinando que todas as músicas seriam assinadas pelo trio, numa tréplica a Lennon-McCartney e Roberto-Erasmo. Se dava certo com eles, porque não com a gente?? Mas tocamos em frente e a coisa começou a ficar divertida... Conseguimos viajar pelo menos na metade da maionese que viajáramos no primeiro disco, usando e abusando da liberdade plena que a Odeon e nosso produtor – de novo Mariozinho Rocha – nos davam. Para a capa reconvocamos nossos amigos Waltercio Caldas Jr. no design e Miguel Rio Branco nas fotos, que fizeram uma verdadeira obra gráfica de capa dupla, fora o encarte genial. Não sem razão eles são hoje figuras de ponta em suas especialidades. No estúdio, nossos fiéis escudeiros e companheiros de estrada, Sérgio Magrão no baixo e Luiz Moreno na bateria. Zé fez lindos arranjos de cordas e metais. Com esse simples quinteto fizemos o disco inteiro, adicionando em apenas uma faixa o solo de harmônica de Cezinha de Mercês. Foram dois rápidos e frenéticos meses de estúdio. Mesmo com preciosidades pontuais, o Terra está longe de ser um dos meus trabalhos preferidos. Certo, ele tem Mestre Jonas, O Pó da Estrada, Blue Riviera e Brilho das Pedras, músicas emblemáticas em nossa carreira. Tem uma capa poderosamente criativa e um encarte que eu gostaria de estampar num cobertor para dormir com ele todas as noites da minha vida. Mas é também um símbolo de separação, de esgarçamento do sonho de três rapazes, um tubo escuro e fundo que nos atirou no rumo da vida real, do “show business”, do jingle, das coisas que julgávamos distantes, mas que acabaram por revelar-se perigosamente próximas. Você tem ele aí ao seu lado? Não? Que pena! É bonito de ver. Na capa, um outdoor com um violão que tem em seu braço as cordas sustentadas por postes, como

Mal entramos no estúdio e já tínhamos graves divergências com o repertório. A diversidade de caminhos era gritante. Resolvemos parcialmente a coisa... era na Barão entre a Teixeira e a Farme), ora no tugúrio do Zé no então novinho condomínio do Tambá... Nós na janela, Gut jogando sinuca, eu afinando, Magrão pensando a bordo do baixo, Morenão fumando na bateria forrada de colchas pra não aporrinhar os vizinhos, os três na escada pro segundo andar, a linda escadaria anos 40 de mármore salpicado de pedriscos captada pelo olho implacável do Miguel que faz de tudo espantos e surpresas. De repente você descobre que existe um encarte, uma coisa louca bolada pelo Waltercio, aquele caminhão de mudança içado aos ares por uma nuvem, deixando descuidadamente cair três violões que certamente vão se estatelar ao chão... E aí você chega finalmente na contracapa e dá de cara com nós três, cada um com seu figurino bem particular, largado o Guarabyra, despojado eu, mais ripemente arrumado o Zé, éramos assim isso mesmo, estamos ali, calças boca-de-sino sem cintos, pés no mato que cresce atrás daquele outdoor que não me lembro mais onde era. Menos de seis meses depois dessa foto não éramos mais nós, embora parecêssemos ser ainda. Fomos cada um pro seu lado, gravando discos solo e amargando uma separação que não sabíamos de onde viera, visto que estava tudo dando tão certo. Acabou que eu e Guarabyra seguimos juntos e Zé fez sua carreira solo. Vinte e seis anos depois disso nos reencontramos e comemos doze anos de estrada em trio até a inesperada partida de Zé Rodrix, que não pôde se dar ao luxo de uma despedida, tão de repente que foi. E agora, estou eu aqui, escrevendo isso e escutando o Terra e pensando até hoje se ele é bom ou ruim. Sei lá. Problema seu! Mas aqui entre nós, eu gosto.

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(22) 2741-1882 .............. www.extrasom.com.br ............................................................................... 91 Expomusic .................................... (11) 2226-3100 .............. www.expomusic.com.br ............................................................................. 18 Gigplace .................................................................................. www.gigplace.com.br ................................................................................. 43 Gobos do Brasil ............................ (11) 4368-8291 .............. www.gobos.com.br ................................................................. 35, 107 e 139 Guitar Player ................................. (11) 3721-9554 .............. www.guitarplayer.com.br ............................................................................ 58 Harman ................................................................................... www.harman.com ............................................................................... 19 e 27 Habro ........................................... (11) 2787-0300 .............. www.habro.com.br ..................................................................................... 93 Hot Machine ................................. (11) 2909-7844 .............. www.hotmachine.ind.br ............................................................................ 105 Imaginasom .................................. (12) 7813-5478 .............. imaginasomaudio@uol.com.br .................................................................. 106 João Américo Sonorização ........... (71) 3394-1510 .............. www.joao-americo.com.br ......................................................................... 52 Leac's ............................................ (11) 4891-1000 .............. www.leacs.com.br ....................................................................................... 90 Machine Amplificadores ............... (11) 4486-4967 .............. www.amplificadoresmachine.com.br .................................................. 08 e 09 Metal Fecho ................................. (11) 2967-0699 .............. www.metalfecho.com.br .......................................................................... 137 Mister Mix ............................................................................... www.mistermix.com.br .............................................................................. 53 Modern Drummer ........................ (11) 3721-9554 .............. www.moderndrummer.com.br ................................................................... 95 Ninja Som ..................................... (11) 3226-8085 .............. www.ninjasom.com.br ................................................................................ 87 Next Pro Áudio ............................ (11) 5079-8411 .............. www.next-proaudio.com ............................................................................ 16 Next Pro ...................................... (19) 3327-7101 .............. www.amplificadoresnextpro.com.br .......................................................... 45 Oneal ............................................ (43) 3420-7800 .............. www.oneal.com.br .................................................................................... 101 Oversound .................................... (12) 3637-3302 .............. www.oversound.com.br .............................................................................. 25 Penn-Elcom .................................. (11) 5678-2000 .............. www.penn-elcom.com.br ........................................................................... 10 Petrópolis Jazz & Blues ........................................................... www.petropolisjazzeblues.com.br .............................................................. 14 Prisma ........................................... (51) 3711-2408 .............. www.prismaaudio.com.br ........................................................................... 41 Projet Gobos ................................ (11) 3675-9447 .............. www.projetgobos.com.br ........................................................................... 22 Pro Shows .................................... (51) 3589 -1303 ............. www.proshows.com.br ...................... 11, 15, 55, 59, 115, 121, 125 e 129 Quanta .......................................... (19) 3741- 4644 ............. www.quanta.com.br .......................................................................... 23 e 31 Robe ....................................................................................... www.robe.cz ............................................................................................. 109 Sparflex ................................................................................... www.sparflex.com.br .......................................................................... 4ª capa Star ............................................... (19) 3864-1007 .............. www.star.ind.br ......................................................................................... 119 SPL Alto-Falantes ......................... (47) 3562-0209 .............. www.splaltofalantes.com.br ...................................................................... 141 Sonotec ........................................ (18) 3941-2022 .............. www.sonotec.com.br ................................................................................. 47 Santo Angelo ................................. (11) 2423-2400 .............. www.santoangelo.com.br ........................................................................... 63 Sonex/OWA .................................. (11) 4072-8200 .............. www.owa.com.br ........................................................................................ 29 Taigar ............................................ (49) 3536-0209 .............. www.taigar.com.br ............................................................................. 04 e 05 TSI .......................................................................................... www.tsi.ind.br ..................................................................................... 69 e 79 Visom Digital ................................ (21) 3323-3300 .............. www.visomdigital.com.br ........................................................................... 12 Yamaha ......................................... (11) 3704-1377 .............. www.yamahamusical.com.br ..................................................................... 49


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