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Sumário Ano. 20 - dezembro / 2013 - Nº 229
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Petropolis Jazz
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Alguns produtos ou equipamentos têm a capacidade de se consolidar na indústria do áudio, independente do seu segmento. Os processadores de áudio ganharam notoriedade e vêm sendo abordados há um certo tempo nas páginas dessa publicação pelo colunista Luciano Freitas, especialmente os construídos no formato Série 500. Nessa edição, trazemos o Avid S6, o sistema de mixagem. Outro destaque é a terceira edição do festival de jazz e blues que aconteceu na cidade serrana de Petropolis (RJ), mostrando que eventos que contemplam esse gênero vêm tomando um rumo irreversível: o gosto popular.
Petropolis, na Região Serrana do RJ, recebeu mais uma edição do festival, reunindo centenas de pessoas no final de semana em que se apresentaram vozes do jazz e do blues no histórico Palácio de Cristal da cidade imperial.
NESTA EDIÇÃO 14
Vitrine
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A API lança a The Box, um console compacto perfeito para produtores.
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22 Gustavo Victorino Fique por dentro do que acontece nos bastidores do mercado de áudio.
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Nona edição do evento, que acontece anualmente em Canela (RS), contou com debates, distribuiu prêmios e comemorou a aprovação da chamada PEC da Música.
Rápidas e Rasteiras A Proshows é a nova distribuidora da Turbosound no Brasil e surge um novo estúdio em Curitiba (PR).
O som de cada PA Nesta edição conheça os segredos dos técnicos de PA Vander Casseli e Fabiano Estevão .
28 Gigplace Conheça a profissão de Auxiliar Técnico de PA em uma entrevista com Marcello Villela.
Festa Nacional da Música
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Engenheiros na ilha Insular, o primeiro trabalho solo de Humberto Gessinger teve participação de diversos músicos.
76
Curso de luthieria A arte secular agora já pode ser aprendida nos bancos acadêmicos, como no curso recém-criado da Universidade Federal do Paraná.
92 Boas Novas Novos lançamentos de CDs para o fim do ano.
96 Vida de Artista Nesta edição, Luiz Carlos Sá continua relembrando as histórias dos primeiros discos que marcaram sua trajetória musical. Neste mês, ele fala sobre o Cadernos de Viagem.
Expediente
Protocolo Dante no Sunset
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A Yamaha em parceria com a Unidade Móvel de áudio do Epah Estúdios implantou o protocolo DANTE no Palco Sunset, garantindo a qualidade nas transmissões ao vivo dos shows durante o Rock in Rio.
CADERNO TECNOLOGIA 48 Logic
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Cubase Conheça dois compressores que fazem parte do arsenal do Cubase: Maximizer e Multiband Compressor.
Um panorama do Logic Pro mais a fundo e como suas novas funções podem ser exploradas do dia a dia, entre elas o Scale Quantizer e o Piano Roll.
60
56 Pro Tools
Estúdio Neste mês, o colunista Ricardo Mendes apresenta os efeitos das mandadas indiretas, como a possibilidade de alimentar um efeito através de outro.
Explore um pouco mais sobre as possibilidades do Xpand!2, um instrumento virtual da Avid incluído de graça no Pro Tools.
CADERNO ILUMINAÇÃO 80 Vitrine
84 Iluminação Rock in Rio
A Harman traz o Rush MH1, um moving head de LED 180W e a Robe apresenta o novo Pointe, com mais luminosidade e facho de luz paralelo bem definido.
86 Iluminação Cênica Como não falar sobre a iluminação de um dos palcos que mais causou boas surpresas na versão 2013 do Rock in Rio? O Sunset trouxe muita versatilidade e inúmeros detalhes na iluminação.
Responsável pelo projeto da iluminação de plateia da edição 2013, a LPL resolveu apostar em diferentes equipamentos.
Diretor Nelson Cardoso nelson@backstage.com.br Gerente administrativa Stella Walliter stella@backstage.com.br Financeiro Rafael Pereira adm@backstage.com.br Coordenadora de redação Danielli Marinho redacao@backstage.com.br Revisão Heloisa Brum Tradução Fernando Castro Colunistas Cezar Galhart, Cristiano Moura, Gustavo Victorino, Jorge Pescara, Lika Meinberg, Luciano Freitas, Luiz Carlos Sá, Marcello Dalla, Ricardo Mendes e Vera Medina Colaboraram nesta edição Alexandre Coelho, Pedro Rocha e Ricardo Schott. Edição de Arte / Diagramação Leandro J. Nazário arte@backstage.com.br Projeto Gráfico / Capa Leandro J. Nazário Foto: Divulgação Publicidade / Anúncios PABX: (21) 3627-7945 publicidade@backstage.com.br Webdesigner / Multimídia Leonardo C. Costa multimidia@backstage.com.br Assinaturas Maristella Alves PABX: (21) 3627-7945 assinaturas@backstage.com.br Coordenador de Circulação Ernani Matos ernani@backstage.com.br Assistente de Circulação Adilson Santiago Crítica broncalivre@backstage.com.br Backstage é uma publicação da editora H.Sheldon Serviços de Marketing Ltda. Rua Iriquitiá, 392 - Taquara - Jacarepaguá Rio de Janeiro -RJ - CEP: 22730-150 Tel./fax:(21) 3627-7945 / 2440-4549 CNPJ. 29.418.852/0001-85 Distribuição exclusiva para todo o Brasil pela Fernando Chinaglia Distribuidora S.A. Rua Dr. Kenkiti Shimomoto, 1678 - Sl. A Jardim Belmonte - Osasco - SP Cep. 06045-390 - Tel.: (11) 3789-1628 Disk-banca: A Distribuidora Fernando Chinaglia atenderá aos pedidos de números atrasados enquanto houver estoque, através do seu jornaleiro. Os artigos e matérias assinadas são de responsabilidade dos autores. É permitida a reprodução desde que seja citada a fonte e que nos seja enviada cópia do material. A revista não se responsabiliza pelo conteúdo dos anúncios veiculados.
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CARTA AO LEITOR | www.backstage.com.br
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Otimismo exagerado
ou capacidade em excesso?
E
ncerramos o ano de 2013 um pouco mais otimistas do que quando começamos. Talvez pelo clima de euforia em que o país começa a entrar em 2014, com a proximidade da Copa 2014 e a intensificação dos preparativos para as Olimpíadas de 2016. Os inúmeros eventos que aconteceram durante o ano só provam que o Brasil está em uma fase de transição no setor de entretenimento, com a melhora dos serviços prestados nessa área, principalmente através do intercâmbio entre profissionais brasileiros e estrangeiros. Um dos destaques foi a maior quantidade de seminários e palestras ministradas por técnicos e engenheiros do setor durante a AES 2013, por exemplo, e o maior número de participantes jovens durante esses encontros. Esse movimento corrobora e até mesmo contradiz algumas afirmativas antigas como a de que os técnicos ou as tecnologias de fora é que são as melhores. O que se observa é o interesse crescente por conhecimento e profissionalização. Outro evento que não podia deixar de ser citado na agenda dos grandes acontecimentos foi a edição do Rock in Rio, que mais uma vez mostrou que nossos profissionais e empresas têm competência para fazer um evento de grande importância acontecer até melhor do que poderia ser esperado. Para os músicos, o ano também foi de vitórias. Com a aprovação da PEC da Música, celebrada durante a Festa Nacional da Música (FNM), em Canela, compositores e artistas se viram mais protegidos com relação ao seu trabalho. A Proposta, que teve início durante uma das edições da FNM, é outra amostra de que a mobilização dos profissionais do setor de entretenimento, sejam eles músicos, artistas ou técnicos, vêm tomando mais fôlego e adquirindo mais importância entre os maiores interessados. Não custa lembrar que cada conquista significa muito para cada segmento nesse setor de entretenimento, tendo em vista que, talvez diferentemente de outros países, aqui temos que lutar bravamente contra variáveis incontroláveis como custo Brasil, incongruências políticas e incoerência cambial. Então que, para 2014, continuemos no bom caminho que iniciamos, afinal, os bons indícios levam a crer num futuro bem mais próspero. Boa Leitura.
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ARTEC 510A
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www.decomacbrasil.com Com seu sistema de amplificador ultra-rápido classe D, uma fonte de alimentação comutada, tamanho reduzido e baixo peso, o sistema Artec 510A incorpora um alto falante de 10” para reproduzir as baixas frequências. Um motor de compressão M-60N com diafragma de titânio e ímã de neodímio é responsável pela reprodução brilhante dos agudos. Seu amplificador classe D de terceira geração e 720 watts de potência de pico oferecem um rendimento pouco comum em caixas deste segmento. O alto falante da D.A.S. 10P reproduz fielmente as baixas frequências. O equipamento tem ainda como características resposta de frequência de 45 Hz – 20 Hz, SPL nominal de pico máximo a 1m de 129dB e tensão nominal de 120V, 2,4A, 50Hz/60Hz. As caixas ultracompactas, que pesam apenas 13 kg, são fabricadas com compensado de madeira e estão disponíveis em preto e branco.
THE BLACK KNIGHT www.milsons.com.br O “The Black Knight” é um modelo de microfones da Violet construído artesanalmente. O equipamento usa um diafragma duplo largo, cápsula condensadora e possui um natural e detalhado som musical com altas transparentes, médios suaves e presença vocal a 3kHz, além de resposta de baixa frequência e um par polar unidirecional cardióide. A cabeça do transdutor acusticamente aberta minimiza ressonâncias internas e reflexões. Uma montagem giratória permite um rápido e conveniente posicionamento da cabeça do transdutor.
KIT LDK-7PRO www.lyco.com.br O Kit Drum Microphone System LYCO LDK7PRO foi desenvolvido para instrumentos musicais como bateria, percussão e tambores em geral. Conta com 7 microfones de excelente captação, trazendo ainda mais qualidade ao som.
GATOR G TOUR www.proshows.com.br O case da linha G TOUR ATA GKPE – 76 – TSA vem como a solução mais adequada para teclados. Construção de polietileno muito resistente, o produto pesa apenas 12,7 kg, possui sistema único de cunhas e blocos para personalização do interior. Duas travas TSA com discos de desvio de impacto, rodas recuadas em linha, capacidade para 90 quilos são outras características. O case é todo contornado em alumínio sólido e possui acabamento preto fosco e ainda possui duas alças emborrachadas que comportam peso de até 58 quilos e uma alça com mola adicional para transporte por duas pessoas.
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THE BOX
NEO 12244
www.visom.com.br A API lançou a The Box, um console compacto que oferece todas as funções que os produtores precisam, mas que não são oferecidas pela maior parte das DAWs, incluindo mic preamps, sinais de input, alta qualidade de mix bus, mandadas de cue, controle de monitor entre outros. A The Box também oferece todo o som discreto da API num pacote de eficiente custo-benefício. Entre as características podemos destacar: dois canais com prés com microfone, instrumento, filtro passa-alta, dois compressores atribuíveis para canais de input ou programa de bus com link estéro, send/buses auxiliares, um estéreo e dois monos, entre outras.
www.taigar.com.br A mais nova caixa line array que a Taigar apresenta ao mercado é a NEO 12244, um equipamento que possui entre seus componentes 1x12" + 2xDrive neodímio. Com sensibilidade média de 105,2 dB 1W/1m, potência de 760W RMS, resposta de frequência de 98 Hz 20K Hz e impedância de 16 Ohms, entre outras características, essa caixa de 22kg é feita de chapa de aço perfurada e com acabamento de compensado naval multilaminado preto texturizado.
MARSHALL JVM215 www.proshows.com.br Desenvolvido para completar a versatilidade da linha JVM2, o combo valvulado para guitarra Marshall JVM 215C possui recursos flexíveis e uma tremenda qualidade. Tem 50 watts de potência e dois canais e ainda vem equipado com a válvula de ECC83 e duas EL34. Possui controle de volume para canal limpo e ganho para canal sujo, além de graves, médios e agudos. Cada um com três modos (verde, laranja e vermelho), totalizando 6 combinações de reverb. O alto-falante é um Celestion G12B 12” e o equipamento ainda conta com entradas de alta e baixa sensibilidade, footswitch incluso, com 2 volumes master controlados pelo footswitch.
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LINHA TIËSTO
CIARE ITALIAN SPEAKERS www.amercobrasil.com.br Produzidos pela conceituada CIARE, já estão disponíveis ao mercado brasileiro os alto-falantes de 3,5” a 6” em Neodimium. Estes componentes possuem alta potência e surpreendente sensibilidade de resposta. Apresentados na Expomusic 2013, pela Amerco Brasil, distribuidor oficial da marca, todos os detalhes técnicos são disponibilizados no site do distribuidor.
www.harmandobrasil.com.br Referência mundial em áudio e desempenho, os fones AKG receberam um reforço de peso. O DJ Tiësto, considerado um dos melhores do mundo, agora assina sua própria linha de fones AKG. Voltados para DJ´s profissionais, semi-profissionais e até mesmo para quem trata a música como hobby, os fones podem ser utilizados em aplicações de gravação, monitoramento, mixagem e masterização, oferecendo qualidade inigualável, sem descuidar do visual. Composta por dois fones de ouvido de alto desempenho, K67 e K267, a linha Tiësto tem o seu foco para uma ampla gama de usuários, de engenheiros de estúdio, até artistas, fãs e o próprio Tiësto - seja no estúdio, em um show ou em movimento.
IBANEZ KIKO10P www.equipo.com.br Assim como Kiko Loureiro, sua guitarra assinatura não poderia deixar de ser muito versátil. Os captadores foram desenhados para atender desde a fúria do metal até a cadência do Jazz Fusion. Ambos os captadores (braço e ponte) têm uma saída média e som balanceado em termos de resposta de frequência. O single-coil é mais poderoso, com características típicas ao vintage para uma equalização balanceada entre os captadores da ponte e braço. Seu cutway angulado na parte de trás do instrumento permite maior e melhor acesso aos trastes próximos ao corpo de qualquer ângulo e a ponte projetada permite uma tocabilidade confortável, além de função de bloqueio de pino para um ajuste estável.
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ProShows distribui Turbosound no Brasil A ProShows, que passou a ser representante exclusiva da Turbosound no Brasil, trouxe para o mercado a linha completa de produtos da marca, que opera no Reino Unido e é conhecida em todo o mundo como uma das fabricantes com tradição e reputação na produção de equipamentos de alta qualidade, como sistemas de som profissional, touring,
sistemas portáteis e instalações para som profissional. De acordo com o gerente de marketing da ProShows, Roger Santos, as novas conquistas da importadora seguem com os planos de ampliar a participação no mercado de sonorização profissional e tornar-se líder nesse segmento não só no Brasil, mas em toda a América Latina.
NOVO ESTÚDIO EM CURITIBA Curitiba ganhou uma nova produtora e estúdio em novembro. A Boom Sound Design abriu as portas, já com duas propagandas de peso no currículo: gravação da banda Strike e gravação do cantor Daniel na campanha de Natal, ambos para a Coca-Cola. O local passa
a ser uma nova opção para as agências que precisarem de produção de trilhas, gravações, entre outros serviços de áudio e composição. A Boom Sound Design oferece uma estrutura de ponta para gravação e
produção musical para atender a todas as necessidades do mercado, desde produção até mixagem para cinema em 5.1. Quem chega ao Boom Sound Design se depara com a mesa Solid State Logic Matrix, uma das poucas no Brasil hoje e uma sala de gravação projetada pelo físico Geraldo Cavalcante, por onde já passaram a banda curitibana CW7 (gravação da faixa Inércia) e o cantor Daniel (gravação e composição de jingle da nova propaganda de Natal da Coca-Cola), além do músico e produtor norte-americano Bob Belden, ganhador de três prêmios Grammy, que ministrou um workshop em parceria com o Curitiba Jazz Meeting. O estúdio e produtora Boom Sound Design é um empreendimento do músico, produtor musical e engenheiro de áudio Lucas Pereira, formado pelo Musician’s Institute, em Los Angeles (EUA).
BOB SCHACHERL NA ROBE EUA A Robe nomeou Bob Schacherl como CEO da base que opera nos Estados Unidos, a Robe Lighting Inc. Schacherl é conhecido na indústria de moving lights por sua carreira e trabalho junto a duas marcas líderes nos últimos 28 anos. Ele também é conhecido por sua estratégia destacada, inteligente e enérgica nos negócios. Segundo o diretor de vendas da Robe s.r.o, Harry von Den Stemmen, Bob é o profissional mais qualificado para dirigir a Robe nos Estados Unidos, pois compartilha dos mesmos valores centrais, pensamento progressivo e atitude dinâmica, iguais aos da companhia de iluminação.
CLUBE NA MALÁSIA RECEBE SISTEMA NEXT PROAUDIO Um dos maiores clubes de festas VIP da Malásia, o Providence adotou um sistema de iluminação OLED e de áudio da Next Proaudio, que naquele país é distribuído pela Next Integration Engineering, O clube foi equipado com 6-X15, 6-X12, 8-X8, 6-XH18, 4-XS118, 6-XS12. Todo o sistema é potencializado pela NEXT MA series.
ROLAND A Roland acaba de anunciar novas versões de drivers compatíveis com Windows 8.1 e Mac OS X para uma gama de produtos da Roland como interfaces de áudio, interfaces MIDI, controladores de teclados MIDI, gravadores, entre outros.
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GUSTAVO VICTORINO | www.backstage.com.br
de instrumentos e ensino musical do país... Os próprios artistas.
MOSTRA DE INSTRUMENTOS Roland, Sonotec, Equipo e Izzo voltaram a dar um show pelos corredores da Festa 2013. Na Mostra de Instrumentos o melhor dos seus catálogos fez os músicos sonharem acordados e pelos palcos. As marcas Timbra, Roland, Ibanez, Waldman, Hartke Systems, Laney, Takamine, Tama, Gretsch, Danelectro, Charvel, Strinberg, Boss e tantas outras deram a qualidade sonora aos shows e às jam sessions dos quatro dias de evento.
PROGRAMA INESQUECÍVEL
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EMOÇÃO A Festa Nacional da Música 2013 consolida a cada ano a certeza de que uma classe tão importante para a cultura - e de resto para a sociedade brasileira -, precisa se unir em torno de ideais e propostas convergentes. Num país continental como o Brasil, os interesses muitas vezes são difusos, mas podem e devem muitas vezes ser sublimados pelo bem maior. A música brasileira merece isso.
A cantora Sandra de Sá foi traída pela emoção quando começou a cantar a música Retratos e Canções, da dupla Sullivan & Massadas. A presença de Paulo Massadas na plateia e a lembrança de tudo o que a música representou na sua vida e na sua carreira fez a nossa rainha da MPB (Música Preta Brasileira) não controlar as lágrimas. O compositor e o público presente à Festa Nacional da Música entraram no clima e os lenços começaram a aparecer. Massadas subiu no palco e abraçou a cantora sob os aplausos do público, que ficou de pé diante da cena emocionante. Momento inesquecível.
PESO A presença do Conselho da Abemúsica na Festa 2013 foi saudada por todos. A maior entidade do gênero na América Latina agora faz parte do principal encontro da música brasileira. Na primeira participação, uma audiência reservada com a ministra Martha Suplicy e, mais tarde, com os presidentes dos Conselhos Estaduais de Cultura, deu o tom político e institucional ao evento. A presença dos conselheiros nos debates e palestras também solidificou a entidade, que passou a abrir suas portas aos maiores consumidores e divulgadores
No último dia da Festa, reuni três dos maiores compositores brasileiros no meu programa na Rádio Pampa e confesso que me emocionei. Carlos Colla, Paulo Massadas e Nando Cordel deram um show de simpatia em quase duas horas de programa ao vivo para todo o RS. Falaram de alegrias, de tristezas, de suas canções, se divertiram falando das músicas um do outro. Enfim, foi um programa que estará guardado eternamente no meu coração como um dos melhores que fiz em mais de 40 anos de rádio.
SUPERBANDA O que você diria da reunião de integrantes de seis das maiores bandas do Brasil? Pois o Salão Implúvio, em Canela, tremeu quando músicos do Barão Vermelho, Detonautas, Raimundos, KLB, Kid Abelha e Fresno subiram ao palco para uma jam session de puro rock e diversão. Não bastasse isso, Tico Santa Cruz chamou ao palco para fechar a grande brincadeira o indefectível Falcão. O “discreto” cantor não se furtou e mandou ver a clássica “Atirei o Pau no Gato”, feita sob a música do Pink Floyd. Quem não viu ao vivo, não verá nunca mais...
TEMPORAL A chuva forte que acompanhou um verdadeiro vendaval atrapalhou a Festa 2013. Exatamente na segunda-feira, dia
GUSTAVO VICTORINO | VICTORINO@BACKSTAGE.COM.BR
em que chega o maior número de artistas, os aeroportos gaúchos ficaram fechados por conta do clima. Voos atrasados ou cancelados, falta de teto para os jatos privados e uma série de dificuldades logísticas motivadas pelo mau tempo provocaram desfalques no cast desse ano. Bem humorado, o diretor do evento Fernando Vieira disparou: “Acho que esquecemos de mandar o convite para São Pedro...”.
ROBSON MIGUEL A equipe da Sonotec não perde tempo e tão logo vislumbrou o sucesso do violonista Robson Miguel no evento, puxou o lorde de ébano para um canto e o escalou no time de endorses da empresa.
FRASE Máxima ouvida nos corredores do Hotel Laje de Pedra, em Canela: “A Festa da Música tem também o poder de encolher nossas roupas...”. A conhecida fartura gaúcha associada à qualidade do conhecido hotel 5 estrelas do sul são verdadeiras tentações ao abuso gastronômico que poucos conseguem evitar. Mais uma atração invisível da Festa.
QUALIDADE Os instrumentos de percussão da marca Timbra, leia-se Izzo, se consolidaram como unanimidade entre os músicos. Não foram poucos os pedidos de artistas querendo ingressar na marca. Mais um clássico exemplo de que a qualidade continua sendo o melhor marketing de um produto.
GARRA Se é possível dimensionar garra e dedicação ao evento, o presidente da Roland, Takao Shirahata, é um exemplo que provoca admiração e respeito. O executivo veio direto da China para o sul do Brasil para participar da Festa 2013. Com o re-
lógio biológico absolutamente desregulado, o esforço do amigo e querido por todos foi percebido e digno de aplausos. No mesmo atropelo, o presidente da Abemúsica, Synésio Batista, passou por maratona parecida para fazer sua estreia na Festa Nacional da Música.
AO VIVO A transmissão ao vivo das noites do Salão Implúvio por canal aberto para o RS e SC foram amplificadas pela participação também do canal Music Box Brasil que transmitiu para todo o país e exterior pelo canal 117 da Net.
NOVOS HORIZONTES Na Festa, Martha Suplicy mais uma vez mostrou simpatia e demonstrou intenção de apoiar os pleitos da classe musical brasileira. A Ministra da Cultura conversou, ouviu e foi bem pragmática ao admitir que a movimentação política é também fundamental para novas conquistas. A PEC da Música foi um exemplo disso. Só reclamar não altera nada. Lutar por mudanças, sim.
BIOGRAFIAS A briga contra as biografias não autorizadas ganha novos capítulos a cada semana e tem tantas variáveis que cada vez mais fica difícil definir claramente quem está com a razão. De um lado a produtora e onipresente Paula Lavigne, Caetano Veloso, Chico Buarque, Djavan e outros. Do outro lado estão o rei Roberto Carlos, biógrafos e o mundo editorial. A base é a flagrante inconstitucionalidade dos artigos 20 e 21 do Código Civil que proíbe biografias sem autorização antecipada. Particularmente, entendo que os Códigos Penal e Civil já têm dispositivos que regulam a matéria e preveem indenizações para abusos ou má fé. A proibição prévia é
censura e surpreendentemente parece ser isso que a turma liderada pela tal Paula Lavigne quer.
SOLID SOUND A Solid Sound foi escolhida pelo programa da rede Globo “The Voice Brasil” para fabricar os cases para o cenário da edição 2013. O logotipo “The Voice” foi aplicado aos semicases. Os modelos escolhidos foram para guitarras Les Paul e semiacústicas, nas cores vermelho e preto. O semicase foi criado há mais de 10 anos e não possui similares no mercado. Sua principal característica é o tampo em EVA, material similar à borracha sintética que, moldado no formato do instrumento, cria um layout único aos cases da Solid Sound.
LED O LED flexível virou moda e ganha o mundo. Um dos maiores fabricantes do produto, a chinesa Chipshow inaugurou mais um novo projeto para a APEC, em Brunei. O premier chinês Li Keqiang foi pessoalmente até lá para conferir a magnitude da obra. O produto flexível vem caindo de preço e a sua versatilidade nas aplicações o faz cada vez mais popular no mundo.
VERGONHOSO Num país que cinicamente dizem estar entre as potências econômicas mundiais – o que qualquer cidadão minimamente informado sabe ser mentira –, é vergonhoso o fato de dezenas de empresas de todos os segmentos precisarem recorrer à justiça para liberar importações feitas dentro da lei, mas obscuramente travadas nos portos pela burocracia brasileira. Nessa hora vem a certeza de que em nosso país a dificuldade nada mais é do que o caminho para negociar a facilidade. Triste Brasil...
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REPORTAGEM| www.backstage.com.br 24
Em mais uma reportagem da série sobre como cada engenheiro de áudio busca uma sonoridade própria em seus trabalhos, nesta edição, Vander Casseli e Fabiano Estevão contam um pouco de suas experiências profissionais.
Alexandre Coelho redacao@backstage.com.br Revisão Técnica: José Anselmo “Paulista” Fotos: Arquivo Pessoal / Divulgação
O som DE CADA PA PARTE 14
V
ander Casseli, que atualmente é o responsável pelo som das bandas de heavy metal Krisiun e Hibria, não nega sua relação mais próxima com o som pesado. Tanto que alguns amigos o chamam de ‘Treme-Chão’. A origem do apelido é quase óbvia: para Vander, a mixagem de um show de uma banda de heavy metal tem que ser... pesada!
Só que Vander não trabalha apenas com grupos do segmento mais pesado do universo rock. Ele atua em diferentes frentes, inclusive, com artistas da música sertaneja, e garante que a adaptação é fácil. “Obviamente que a mix muda quando se trabalha com estilos distintos e, nessas gigs, o ‘Treme-Chão’ tira folga. Mas o bom gosto não fica de lado.
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Vander Casseli assegura que também nunca teve problemas com nenhum artista, a ponto de ter que mudar sua sonoridade pessoal. O motivo dos bons resultados, como ele próprio já citou, é o fato de estar sempre estudando as boas referências de um esti-
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É essencial estar por dentro das boas referências, em estilos com os quais o técnico não está acostumado, para não fazer feio”, ensina. Já o engenheiro de áudio Fabiano Estevão trabalha atualmente como técnico de PA de Moraes Moreira e
A forma como eles estão ouvindo o sistema de PA trabalhar influencia na performance. Então, procuro estar em sintonia com quem está no palco
Davi Moraes, e como técnico de monitor das cantoras Roberta Sá e Ana Carolina. Com mais de 20 anos de profissão lidando com os mais diferentes artistas dos mais distintos gêneros musicais – bem como intercalando trabalhos como espetáculos, produções musicais e gravações –, ele não tem dúvidas ao apontar o segredo do sucesso. “Nessa altura da vida profissional, posso lhe dizer que é a experiência. E, na adaptação aos diferentes artistas e estilos musicais, flexibilidade, confiança e respeito são fundamentais”, garante. Fabiano não se recorda de, em algum momento da carreira, ter tido que mudar sua maneira pessoal de trabalhar a pedido de algum artista. Entre seus trunfos para ter sempre uma relação harmônica com seus contratantes, ele destaca a sensibilidade de sempre procurar ouvir dos artistas e músicos suas sensações quando estes estão no palco e ele, Fabiano, na house mix. “A forma como eles estão ouvindo o sistema de PA trabalhar influencia na performance. Então, procuro estar em sintonia com quem está no palco. Tecnicamente, tento ficar por dentro do repertório do show. Quanto mais eu conhecer os arranjos, melhor”, revela.
lo musical com o qual não está acostumado a trabalhar. “Escutei bastante folk e surf rock antes de ir trabalhar com o Wander Wildner, por exemplo. Na parte técnica, acho que a escolha dos microfones é o diferencial. A escolha certa para o timbre daquele determinado estilo vai te poupar tempo durante a mixagem”, acredita. Além dos microfones, Vander Casseli avalia que determinados equipamentos favorecem as peculiaridades do seu som, especialmente no que diz respeito à sonorização das bandas de heavy metal. É o caso de alguns compressores para o bumbo e para o baixo, e de certos plug-ins digitais muito usados nos dias de hoje nos consoles mais modernos. “Agora, se formos falar de termos vocais, eu uso sempre o mesmo (compressor), independentemente do estilo: o DBX 160a”, aponta. Para Fabiano Estevão, por sua vez, existe um fator que é insuperável: a presença de bons músicos no palco. Com esta garantia, aí sim, bons microfones, cabos e sistema de som contribuem para os resultados almejados. Sem contar, obviamente, com uma equipe de profissionais bem capacitados, e com um local com boa acústica.
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REPORTAGEM| www.backstage.com.br 26 Vander Casseli
Para o técnico, é a soma desses fatores que faz a diferença. No processo de alinhamento do PA, Fabiano, primeiramente, usa o Smaart, a fim de conferir alguns tempos de
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ra para virtual soundcheck. Sempre trabalhei com os roadies e com a banda. Prefiro os músicos”, admite. Já segundo Vander Casseli, em eventos de grande porte, como open airs e outdoor festivals, o mais comum é alinhar o sistema com um software RTA e um microfone flat. Por outro lado, quando o show é em clubes ou casas de médio porte, ele alinha o sistema tocando músicas que tenham mixagem e masterização de boa qualidade, geralmente tiradas do seu iPod ou de algum dos CDs que sempre o acompanham nas turnês. Assim como Fabiano Estevão, Vander Casseli também não é adepto do soundcheck virtual, mas o técnico também tem suas preferências na hora de escolher uma trilha sonora para conferir o PA antes e depois de alinhado. “Geralmente, opto por algum som do Toto ou do Seal. A Perfect Circle e Guns N’ Roses também estão entre os meus preferidos”, enumera.
Nunca trabalhei em uma turnê com estrutura para virtual soundcheck. Sempre trabalhei com os roadies e com a banda. Prefiro os músicos atrasos e fases do sub. Em seguida, ele faz uma passagem com um microfone. E, finalmente, ouve um pouco de Steely Dan e alguns áudios em alta resolução que ele mesmo gravou e sempre leva consigo na estrada. “Nunca trabalhei em uma turnê com estrutu-
Foto: Sergio Pascolatto / Divulgação
Fabiano Estevão
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PA, é basicamente a mesma. A principal diferença é o contato direto e mais íntimo com o músico/ artista, já que o técnico deixa de ser o ouvido da audiência para ser o ouvido do músico. Em uma função ou em outra, Vander não hesita ao afirmar a importância de o profissional de áudio buscar
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Além dos trabalhos com PA, Fabiano Estevão também atua como técnico de monitor e, para ele, basta um bom alinhamento dos monitores para tudo correr bem, assim como conhecer as marcas e modelos de monitores ajuda muito. “Cada marca e modelo tem uma característica. Também é preciso saber trabalhar com fones (in
Cada marca e modelo tem uma característica. Também é preciso saber trabalhar com fones (in ears)
ears). O importante é ser profissional”, resume. Vander Casseli também trabalha bastante como técnico de monitor. Para ele, a metodologia de trabalho, em comparação à atuação com
uma marca que o diferencie no mercado de trabalho. “Da mesma forma que grandes empresas se destacam por uma própria e única metodologia de trabalho, por que não fazer o mesmo?”, pondera.
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ESPAÇO GIGPLACE | www.backstage.com.br 28
House mix na Arena Pernambuco com os técnicos de som Dedi (à esq) e Marcello Villela (à dir)
Profissões do
‘backstage’ M A R C E L L O
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AUXILIAR TÉCNICO DE PA Em mais uma reportagem desta série, que mostra os bastidores de todas as produções onde existem profissionais da área do entretenimento, o entrevistado é Marcello Vilella, que fala sobre a profissão de Auxiliar Técnico de PA.
redacao@backstage.com.br Fotos: Arquivo pessoal / Divulgação
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arcello, vamos falar sobre você. Qual a sua formação, quais cursos você já fez, qual a importância do estudo na sua formação e como o bichinho do áudio contaminou você? Marcello - Caramba, acho que já nasci gostando, qualquer som chamava a minha atenção. Ganhei uma “Taterka Linear” e tentei melhorar o som, colocando mais 2 caixas. Aí ela foi para o “espaço” literalmente, levei para o conserto,
mas eu queria saber o que tinha acontecido e o porquê, então corri atrás e, por indicação de um colega (estudávamos na Escola Técnica Federal da Bahia – ETFBA), comprei um exemplar da revista “Saber Eletrônica”. Comecei a estudar e montar amplificadores, prés, mixers com os kits da IBRAPE. Mas, embora com o tempo tivesse aprendido a consertar os equipamentos, eu curtia mesmo era montar e operar equipamen-
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participei das palestras que aconteciam por aqui em Salvador com Carlos Correia, Rui Monteiro, Homero Sette, Rosalfonso, Franklin Garrido. Eu tinha uma vontade enorme de trabalhar na João Americo Sonorizações, pois sempre foi e ainda é para mim uma referência, e aí surgiu essa oportunidade, em uma das praças do Pelourinho. Com o tempo, mudei de praça, e de equipamento, graças a Deus (risos). Pouco tempo depois eu já estava no galpão e fazendo parte da equipe em eventos corporativos, grandes shows e festivais. Quando estamos começando no áudio sempre existem pessoas que fazem a diferença, ou seja, elas nos moldam como profissionais. Cite quais foram as pessoas que influenciaram a sua carreira e o que elas fizeram por você. Minhas referências no áudio sempre foram de profissionais que se destacavam não só mixando ou desenvolvendo outro trabalho na área, mas também por suas posturas, como a boa vontade para passar conhecimento etc. Sem dúvida nenhuma, João Américo é uma dessas pessoas. Você começa a conversar com o João e ele fala com você como se já o conhecesse há bastante tempo. A conversa rende, ele está sempre disposto a esclarecer as coisas. O outro é o Vavá
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tos de som. Lembro quando comprei a primeira edição da revista “SomTrês”, foi como dar um doce a uma criança (risos): comprei outras edições, sonhava com os equipamentos mostrados e me deliciava com os textos, ali começou a despertar o áudio como uma profissão. Montei um bom sistema (com amplificadores Quasar8080x e caixas Tonos Disco 15) e comecei a fazer festas como DJ (não como animador!), primeiro lá em casa (tomara que a minha mãe não leia isso) e depois alugando, com relativo sucesso. A agenda de serviços era grande, mas gastava quase todo o dinheiro comprando discos importados, que eram muito caros naquela época. O tempo passou e fiquei mais “profissional”, digamos assim. Montei um sistema maior junto com meu amigo Percival Martins e começamos a alugar o equipamento para bandas: carregávamos, montávamos e operávamos, mas os investimentos em material em relação aos preços cobrados e o que nos ofereciam - isso quando pagavam - foi a principal razão de sairmos do ramo (pois é, isso já acontecia naquele tempo). Mas não abandonei o áudio: quando eu ia para shows, ficava colado na house mix, olhando, perguntando e, quando saia dos eventos, já em casa, ia direto pesquisar sobre os equipamentos que tinha visto, até começar a fazer eventos com empresas e bandas.
Montei um bom sistema (com amplificadores Quasar8080x e caixas Tonos Disco 15) e comecei a fazer festas como DJ (não como animador!)
Participei dos encontros e cursos que a Selenium fazia, fiz cursos na SPX, em São Paulo, com Solon Petraru;
Furquim. Na atualidade, o José Carlos, não sei como aquela cabeça guarda tanta informação, acho que é porque
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ele passa para os outros, ai vai sobrando lugar para mais. Tem o Rodrigo (Salsicha), Nixson Motta, Igor Pimenta... Cara, eu converso demais com eles, trocamos bastantes informações, há uma sintonia e isso é muito bom. Há também pessoas importantes que acreditaram no meu potencial como Patrício Magalhães (Pantera Produções), Percival Martins, Walmir Almeida (Pindorama), Elielson Bispo, Abel Som. Se você não tiver pessoas que confiem em você não adianta muito.
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Se é um show simples você está como responsável por todo o sistema; se é um festival mais complexo, depois de checar e alinhar todo o sistema (PA principal, out-fills, front, center, delays), cada um na equipe fica com uma atribuição, mas todos estão envolvidos e um ajuda o outro, emite opiniões
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O que faz um Auxiliar Técnico de PA, quais são as suas atribuições? Sabemos que vai muito além de “Fiscal da Console”, portanto, descreva o seu dia de trabalho. Pois é, não é só “fiscalizar” a console, todo o sistema está envolvido. Se é um show simples você está como responsável por todo o sistema; se é um festival mais complexo, depois de checar e alinhar todo o sistema (PA principal, outfills, front, center, delays), cada um na equipe fica com uma atribuição, mas todos estão envolvidos e um ajuda o outro, emite opiniões. Recebemos os técnicos, orientamos qual a console será usada, tiramos dúvidas quanto ao sistema etc. Muito se fala sobre cenas e pendrives, mas, afinal, eles ajudam ou atrapalham a vida do técnico? A seu ver, ter uma base ou mesmo usar o show anterior ajuda, mesmo que o sistema seja diferente? O digital veio para melhorar o áudio em várias coisas, porque antes você tinha que marcar toda a sua mesa porque ela iria ser utilizada por outro profissional, salvo os casos de empresas que colocavam mais de um console. Mesmo assim, dependendo do número de bandas, “o bicho pegava”, mas acho que também não pode existir o “comodismo” e já até coloquei o que penso sobre isso no Facebook. Outro dia liguei para um dono de locadora e comecei a perguntar sobre os equipamentos, e ele achou “estranho” eu querer saber quais amplificadores ele estava utilizando no sistema, porque, se-
gundo ele, alguns técnicos agora só perguntam qual é a console. Acho que se você tiver uma cena já pronta e não tiver como passar som, isso ajuda e muito, mas não se pode tornar isso uma rotina. Cada show é um novo acontecimento, num novo local, sistema, astral etc. Descreva, na sua visão, quais os avanços mais notáveis que os sistemas de PA tiveram nos últimos anos, o que melhorou e o que piorou a seu ver no dia a dia do técnico visitante? Sem dúvida, os Line Arrays contribuíram para essas mudanças positivas, embora no começo alguns técnicos não entendessem que também tinha que ser modificada a forma de mixar, mas isso melhorou. Os consoles digitais foram outro avanço e os profissionais de estúdio e os que já tinham familiaridade com plug-ins se deram muito bem, o resto teve que correr atrás, mas é normal, é aprendizado. Vejo como pior não só para o técnico visitante, mas para todos é que ainda exista uma concorrência desleal entre empresas e isso acaba sobrando para quem não tem nada com o “babado”. São empresas que não têm condições de realizar um evento - não tem material, equipe, estrutura - e se metem a fazer, operando com valores abaixo do mercado. E o que você enxerga como sendo o futuro dos sistemas de áudio para shows ao vivo? Um maior avanço do digital, mas confesso que fico um pouco preocupado, às vezes me dá a impressão que podemos ficar perdidos com tanta informação em tão curto espaço de tempo. E também com essa quantidade de lixo digital que ficar, faremos o que com ele? Como é o seu relacionamento com o seu contratante, o dono de locadora, quais são as recomendações da empresa para o serviço, e como você prepara a casa para o técnico visitante? Eu digo sempre aos meus colegas que trabalhamos em uma área de risco: se algo der errado pode estar certo que a
culpa é do “som” ou do “cara do som”. Por isso, cuidado e atenção sempre. Tem muita gente que ficaria alegre se pudesse realizar o evento sem o som. Na verdade, eles pensam que nossa função é atrapalhar e que exigimos muito. As empresa recomendam atenção, zelo e eficiência, e procuramos sempre cumprir estas diretrizes. Eu gosto quando tenho tempo de fazer as coisas importantes no sistema
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O digital veio para melhorar o áudio em várias coisas, porque antes você tinha que marcar toda a sua mesa
como separar todo o material, distribuição das caixas, verificação do AC, colocar o equipamento em funcionamento e o alinhamento, para quando os técnicos chegarem já esteja tudo pronto para executarem o seu trabalho com tranquilidade. É o certo, é assim que deve ser feito, embora às vezes não aconteça, mas não por culpa da locadora, pois muitas vezes o contratante não dá as condições mínimas de se fazer um trabalho de excelência. Como toda relação, muitas vezes o amor e o ódio se alternam (risos). Quais são as queixas mais ouvidas por você como “técnico da casa” e quais os equívocos que os novatos e mesmo os antigos cometem (entendam que equívoco é quando, mesmo aquele que sabe, erra)? Vamos lá, as queixas em relação ao equipamento são poucas, pois sempre procuro trabalhar com equipamento revisado, mas não podemos esquecer que são equipamentos eletrônicos, agora está funcionando, mas de repente pode aparecer algum defeito ou anormalidade, e temos que saber separar isso. Talvez uma preferência por uma determinada marca e/ou modelo de Line Array ou console, mas acho que o campeão é o posicionamento da house mix, e isso não somos nós que escolhemos. O equívoco mais comum? Deixa eu ver, acho que, devido à quantidade de mesas digitais, às vezes terminamos procurando uma função que aquela console que estamos mixando não tem. Agora vamos ao outro lado da moeda, o que você, como técnico da “casa”, acha das questões abaixo: A - PA LCR com dois palcos. Doideira, a distância enorme de um PA para o outro rola sempre queixas, mas a culpa não é da locadora, nós temos as alter-
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Faça direito, seja honesto com os profissionais que ali irão trabalhar esperando encontrar um equipamento decente. Dimensione o equipamento para cobrir toda a área, usando, se possível, front, center, out fills etc
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Com o técnico de som Bira
nativas, mas na maioria das vezes não é possível colocá-las em prática, seja por questões financeiras ou de estrutura. B – House mix fora do centro, ou muito longe do PA Acabei de falar bem acima. Para alguns, se não tivesse o som seria tudo mais fácil, é um povo chato (risos), mas se o evento necessita que a house seja deslocada não podemos fazer muita coisa, mas o técnico do artista deve ser comunicado com bastante antecedência e deve-se negociar essa mudança e não impô-la de última hora. C – Grave somente na House mix e ou cobertura inadequada? Humm, assunto longo, terei que chamar os universitários, mas eu daria um conselho: preocupe-se com todo o aspecto sonoro, não só com as baixas frequências, independente do estilo de música que será tocado. Se você se preocupar só com as baixas frequências com certeza irá faltar nas outras em algum ponto ou no conjunto da obra. Não economize em material, se você aceitou fazer o evento, não é porque você cobrou barato que tem de ser a qualquer nota, ou então deixe para uma empresa mais qualificada fazer.
Faça direito, seja honesto com os profissionais que ali irão trabalhar esperando encontrar um equipamento decente. Dimensione o equipamento para cobrir toda a área, usando, se possível, front, center, out fills etc. Num mundo em que quase 80% das pessoas têm como referência o som do MP3 que toca em seus celulares, as mixes nos PAs têm soado como um bom vinil hi-fi, ou bem próximas das masterizações feitas para soar bem em headphones? Cara, tem muita gente boa aí, gente mixando direitinho pra caramba, e quando pega um equipamento bem alinhado então, manda ver. Se eu falar aqui os nomes de alguns não vai caber na folha, e eles tentam chegar o mais próximo possível ao que escutamos no CD ou DVD. Sem a mínima intenção de ser pretensioso, quais as dicas que daria àquele técnico visitante iniciante? Confie em seu potencial, não tenha medo ou vergonha de perguntar, troque informações – distribuir conhecimento é saudável –, seja paciente e coloque a “mão na massa”.
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Voltando a falar sobre você, qual o show ou evento que representou um grande passo em sua carreira e por quê? Acho que foi em 1979/1980, na praia de Itapuan (BA). Quem for local vai entender melhor: tem a rua K, linda e muito famosa na época por ter campeonatos de windsurf, onde teve uma etapa nacional e montaram um sistema enorme, lembro-me como hoje, eram as caixas 4560 (Mamute) e vários boxes de cornetas e tweeters, vários equipamentos decks de rolo tocando só sucessos da época, um som muito bom, foram 3 dias. Eu e meu amigo Ronaldinho ficávamos só na barraca onde estavam os equipamentos, olhando e perguntando, fizemos amizade com o técnicos e ali eu já estava decidido que queria trabalhar com áudio. Outro passo foi quando passei um bom tempo fora da Bahia, sendo responsável técnico de uma empresa em Pernambuco, a Pantera Produções Ltda, experiência incrível e, para mim, de muito orgulho. Lá pude desenvolver um sistema realmente funcional eu pensava assim (e ainda penso!): o principio básico de tudo era focado em como um técnico gostaria de ser atendido e gostaria que o sistema que lhe é oferecido funcionasse? Então, com os equipamentos que tinha em mãos e outros que solicitei, montamos um sistema bastante eficiente e honesto, criado e modificado com essa filosofia em mente, o sistema de AC, configuração de racks de amplificadores, componentes de caixas, desenvolvi um monitor etc. Fizemos vários eventos até o sistema ir para o trio elétrico de propriedade da empresa, que também levou a minha assinatura. Sempre citamos o assunto especialização: então qual o caminho que o Marcello acha mais atrativo nas mais
variadas áreas do áudio e por quê? Gosto muito das áreas de consultoria e projetos, acho fascinante você criar e desenvolver sistemas, software de apoio e mesmo equipamentos, e é para isso que estou estudando atualmente, e sei que o caminho é longo, mas eu tenho paciência. O que falta ainda ao Marcello para que ele se torne um profissional ainda melhor? Não sei qual o meu tempo aqui nesse plano, mas enquanto aqui estiver, aprendendo estarei, isso é certo. E espero ainda ver a nossa profissão realmente reconhecida, de termos mais união e menos individualismo. Quais os seus planos para o futuro, onde você pretende estar daqui a 10 anos, nos planos profissional e pessoal? Os planos já estão sendo executados, mas tudo ao seu tempo, estou com os pés no chão, continuo trabalhando com freelancer em empresas, mixando bandas, assino a consultoria técnica do trio elétrico “Porradão” e, com os filhos criados, sobra mais tempo para os estudos. Daqui a 10 anos? Vocês na verdade querem é saber minha idade (risos). Eu espero é estar vivo e, é claro, mixando.
Para saber online
www.facebook.com/Marcello Vilella
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CAPA|AVID S6|TECNOLOGIA |ESTÚDIOS| www.backstage.com.br 36
AVID S6:
O SISTEMA DE MIXAGEM
com o que você realmente precisa Em diversos momentos, comentamos nesta coluna sobre alguns equipamentos que, independentemente do seu segmento, tiveram seu formato consolidado pela indústria do áudio profissional. Entre eles, um ganhou destaque periódico em nossas matérias: os processadores de áudio construídos no formato “Série 500”. Luciano Freitas redação@backstage.com.br Fotos: Divulgação
S
eja pela sua flexibilidade, ou pela ótima relação custo-benefício proporcionada, esse conceito de produto logo caiu no gosto popular, obrigando grandes fabricantes a oferecerem versões compactas dos seus principais processadores de sinal (pré-amplificadores, compressores,
Avid S6 M40 - 48 faders.
equalizadores etc.) em um formato que permite ao usuário combiná-los com equipamentos assemelhados produzidos por outras empresas, todos compartilhando uma mesma embalagem. Olhando um pouco mais longe na recente história do áudio, podemos cons-
tatar que este conceito modular não se mostra propriamente uma novidade, até porque nascera juntamente com os primeiros consoles de mixagem profissional (meados da década de 1960). Naquela época, quase todos os consoles eram montados a partir da união de diversos módulos, organizados conforme as necessidades de cada cliente. E foi certamente essa a tônica adotada pela AVID em seu mais novo lançamen-
seja, cada equipamento é construído a partir da união de uma série de módulos que, cada qual com funções distintas, formam um sistema capaz de otimizar o fluxo de trabalho em qualquer DAW compatível com o protocolo EUCON (principalmente o sistema Pro Tools). Essa característica não só permite que você crie um equipamento personalizado às suas necessidades atuais, mas também que o
AVID S6 - Integração com Pro Tools
to: inovar o conceito modular permitindo ao usuário construir um sistema de mixagem atualizável que seja compatível com as suas necessidades profissionais e possibilidade de investimento.
AVID S6 Combinando o melhor das tecnologias encontradas nos integrantes das famílias ICON e System 5 - equipamentos estes creditados pelos mais exigentes profissionais da indústria do áudio -, a Avid redefine o conceito de mixagem digital lançando um produto revolucionário, totalmente intuitivo e com ergonomia superior, capaz de facilmente se tornar uma das melhores extensões físicas para a maioria das workstations de produção musical disponíveis atualmente no mercado. Um dos grandes diferenciais entre o AVID S6 e os seus principais concorrentes é a sua estrutura modular, ou
atualize conforme suas demandas futuras, fugindo do risco de ficar com um equipamento obsoleto em poucos anos. De modo a facilitar esta “combinação” de módulos, a AVID criou duas pré-configurações que servem de ponto de partida para qualquer configuração possível ao sistema: o S6 M10, que permite a união de até 9 módulos, atingindo 24 faders (8 e 16 faders também possíveis), e o S6 M40, que aceita até 41 módulos para um total de 64 faders. Entre outras características que distinguem o S6 M10 e o S6 M40 estão a quantidade de controladores giratórios por canal (5 para o S6 M10 e 5 ou 9 para o S6 M40), o suporte para o módulo de visualização (Display Module – aceito apenas pelo S6 M40) e o gerenciamento simultâneo de mais de uma DAW
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TECNOLOGIA |ESTÚDIOS| www.backstage.com.br 38
AVID S6 - Fader Module
(2 DAWs simultâneas para o S6 M10 e até 8 para o S6 M40). Tanto o S6 M10 quanto o S6 M40 possuem como peças centrais dois módulos-mestres, sendo esses essenciais, independente da configuração do sistema: o Master Touch Module (define o limite de expansão do sistema) e o Master Automation Module. O primeiro, formado por um visor principal de O-LED de 12.1” sensível ao toque, por outros dois visores secundários e por um conjunto de controladores giratórios ladeados por diversos botões que alternam a cor
AVID S6 - Knob Module
da sua iluminação conforme a informação que está sendo editada, permite ao usuário acessar rapidamente os parâmetros de qualquer canal da DAW controlada, entre eles os das rotas do fluxo de áudio, dos parâmetros de todos os plug-ins alocados e dos níveis de sinal presentes em cada etapa da produção, livrando o seu operador da necessidade de ter que ficar recorrendo ao mouse. Já o segundo módulo (Master Automation Module) possui uma completa seção de navegação (transport controls) que permite ao usuário se deslocar rapidamente para qualquer
AVID S6 - Master Module
ponto do projeto graças ao seu controlador de condução (jog wheel), aos seus marcadores e localizadores e ao seu visor de registro de posição. Esse módulo conta também com um teclado numérico que permite atribuir valores a qualquer parâmetro do sistema, bem como gerenciar a automação e todas as teclas de atalho disponíveis no equipamento. Completando o Master Automation Module, o usuário encontrará uma seção chamada Focus Fader, a qual traz um controlador deslizante auxiliado por dez botões (similares aos encontrados no Fader Module) e permite
acessar os controles básicos (volume, solo e mute, entre outros) de qualquer canal da DAW. Além dos dois módulos centrais e de opções de gabinetes para a montagem do sistema, a AVID disponibilizou neste primeiro momento quatro diferentes módulos capazes de acessar simultaneamente os parâmetros de grupos formados por oito canais: Fader Module: oferece em cada um dos oitos canais um fader motorizado de 100 mm, um conjunto de dez botões, medidores de sinal com 32 segmentos (além de outros dedicados ao ganho de redução dos
processadores de dinâmica) e um pequeno visor de O-LED para acompanhar o conteúdo textual dos canais. Neste módulo o usuário ainda encontrará oito botões que servem como teclas de atalho para algumas funções da DAW, botões estes que se iluminam conforme o código de cores adotado na organização dos canais para a mixagem. Process Module: companheiro ideal para o Fader Module, oferece em cada um dos seus oito canais um controlador giratório com iluminação multicolorida, vinte e dois botões que permitem acesso direto às principais seções do projeto (Input Gain, Pan, Eq, Inserts, Sends, Dynamics, entre outras) e um visor de O-LED que permite visualizar os valores de cada parâmetro alterado em tempo real. Knob Module: extensão do Process Module que adiciona para cada canal quatro botões giratórios multicoloridos, quatro visores de O-LED, e onze botões, os quais possibilitam acessar simultaneamente todos os parâmetros de grande parte das seções de um projeto (principalmente a de equalização e a dos dinâmicos). Display Module (compatível apenas com o S6 M40): visor de TFT de 8” (muito parecido com um tablet) que mostra todo o conteúdo textual, os níveis de sinal e também a waveform de cada canal do grupo deslizando no sentido vertical. A comunicação entre os módulos se dá por meio de uma rápida rede de dados Ethernet, considerada atualmente como uma das mais confiáveis para aplicações de áudio digital. Com tantas virtudes, resta agora aguardar pelo preço com que o equipamento será comercializado. Mais informações podem ser obtidas diretamente com a importadora AVID oficial no Brasil em www.quanta.com.br
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REPORTAGEM| www.backstage.com.br 40 A terceira edição do Petrópolis Jazz & Blues Festival contou com três dias de programação, divididas entre o Palácio de Cristal e o Parque Municipal de Itaipava, ambos em Petrópolis. Atrações nacionais e internacionais levaram para a serra fluminense o melhor de cada um dos gêneros no segundo fim de semana de outubro.
Petrópolis Festival
O JAZZ E O BLUES SOBEM A SERRA Revisão técnica: José Anselmo “Paulista” redacao@backstage.com.br Fotos: Ernani Matos / Divulgação
N
omes como Taryn Szpilman, Larry Coryell, Peter Fessler e Vasti Jackson, entre outros expoentes do jazz e do blues, se apresentaram para um público de cerca de 20 mil pessoas no parque de eventos da cidade imperial, no Rio de Janeiro. A abertura, no histórico Palácio de Cristal, no centro de Petrópolis, ganhou sonorização da Master Serra, empresa que também foi responsável pelas duas edições anteriores.
PALÁCIO DE CRISTAL Segundo Flavio Domingues, um dos proprietários da Master Serra, para a abertura do Festival, foi colocado um sistema Line Array, da O´Neal , e o sistema de monitores, foram 4 retornos JBL. Foi usada uma mesa 01V, da Yamaha, com expansão para 32 canais, através de conversores AD/DA e interfaces instaladas na mesa. “Usamos somente os próprios efeitos da mesa apesar da
Taryn Szpilman foi uma das atrações do festival
opção de efeitos externos disponíveis. Tivemos também mais um processador, da linha da Beringher, e um equalizador também Beringher. Trabalhamos com microfones Shure, basicamente, a linha 57, 58”. Uma das dificuldades apontadas por Flavio para sonorizar a área foi a estrutura do local em si, uma vez que além de totalmente fechado, é todo de vidro e ferro. “Foi um pouco complicado, porque aqui já tem um “sistema de delay” natural. Então quando o artista está no palco e começa a toJazz e B lues se car ou cantar, o som rebate na encontr am no p alco estrutura e repete do outro lado. linha da MarPerdemos bastante tempo ajustantin e LEDs da linha PLS, além do o processador para tentar mide uma estrutura de Q30, formando nimizar esse problema e no final um box que ficou atrás do palco conseguimos tirar um som bacana, para fazer os banners. muito legal”, comenta. Segundo Fabiano Moreira, sócio“A empresa também foi responsáproprietário da Master Serra, a emvel por toda a estrutura, além da sopresa também ficou responsável norização”, descreve Flavio. Na ilupela estrutura complementar no minação, foram usados movings da
Parque Municipal de Itaipava, com a estrutura de box truss, backdrop e iluminação decorativa. “Usamos vapor metálico para clarear as tendas. Na tenda maior foram seis vapores, um azul só para quebrar o
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REPORTAGEM| www.backstage.com.br 42
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Utilizamos oito monitores semelhantes ao Clair no palco, com amplificação Cargo. A amplificação do PA foi com a linha X, XD, X5 e X12, da Studio R (Alexandre)
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Flávio Domingues
Alexandre Sessa
tom da lona, que era branca. Nela, colocamos PAR 38 com um tom para quebrar as colunas. Nas outras tendas,
na área de negócios, por exemplo, usamos vapor metálico para clarear”, enumera Fabiano.
O SOM NO PARQUE MUNICIPAL DE ITAIPAVA Para a terceira edição, a empresa ACS Produções foi responsável pela sonorização do Festival no Parque Municipal de Itaipava. De acordo com Alexandre Sessa, proprietário da companhia, o sistema de line usado foi o modelo Absoluto, da Leac´s, com os subs modelo 218. “Usamos também um line da Attack, o 108, para fazer o front. Foram quatro caixas por lado no line LEAC’s, com quatro subs ao todo. Tivemos também o delay, com 3 células da Attack para a área de expansão do evento. Utilizamos oito monitores semelhantes ao Clair no palco, com amplificação Cargo. A amplificação do PA foi com a linha X, XD, X5 e X12, da Studio R”, explicou Alexandre, acrescentando que, diferentemente da edição anterior, este ano o evento
Equipe da ACS Produções: Marcus Vinícius, André Luiz, Edmilson e Alex Campos
cresceu também em termos de número de equipamentos usados. “No ano passado o evento era menor, então usamos só um line da Attack, não tivemos mesa de PA e monitor separadas, foi uma mesa só. A edição anterior foi um evento bem menor
em relação à quantidade de equipamentos”, complementa. De acordo com Alex Campos, operador de PA e técnico da ACS Produções, devido à disposição do palco e características do local, a opção foi usar um arranjo straight
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REPORTAGEM| www.backstage.com.br
“O line teve uma angulação de 2 metros, para o público que estava mais perto, e mais o uso de front fill para quem estava quase debaixo do PA. Ficou com uma referência boa também, com os fronts em cima dos subs”, avalia Alex. Para alinhar, o técnico conta que usou o programa do próprio processador DBX, diferente do ano passado, quando o sistema foi alinhado por um programa de computador, e depois corrigido com analisador de espectro. Outra característica foi quanto à timbragem. “O timbre é diferente e tem que ser muito mais cuidadoso com isso. Os artistas desse estilo musical costumam ser bastante
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line para os subs. “Usamos um sistema de line array devido à profundidade do evento, que é de 30 metros de distância entre o palco e a house, e os subs em straight line, por causa das laterais fechadas. O arranjo straight line, que é uma solução cardioide, tem como característica atingir em comprimento, diminuindo ou cancelando as baixas frequências para as laterais e o fundo e direcionado as mesmas para a frente. Com esse tipo de arranjo, se consegue atingir todo o público sem desperdício nas laterais, que são fechadas, e diminuindo a ressonância. Usamos subs modelo 218”, observa Alex.
Avolites Pearl 2010, console usada para a iluminação
Lista de equipamentos Áudio PA: •Sistema de line array da Leac´s, modelo Absoluto 210, com os subs modelo 218 •Line array da Attack, modelo 108, para o front fill, sendo 4 caixas, mais 4 por lado no line com 4 subs modelo 218. •Delay da Attack com 3 células para a área de expansão do evento. •Amplificação no PA toda Studio R, linha X, XD, X5, X12. Monitor: •Oito monitores tipo Clair fabricados pela
Torau no palco, com amplificação Cargo. •Amplificação de baixo, Lab Gruppen com caixas Orange. Consoles: •Duas LS9, da Yamaha, uma no PA e outra no monitor Processamento: DBX Iluminação •8 movings Neo 255 de LEDs, •24 PAR LEDs de 3 watts RGBW, •Console Avolites Pearl 2010, •Cortina de LEDs RGBW no fundo do palco.
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REPORTAGEM| www.backstage.com.br 46
Yamaha LS9 para o PA
PA com quatro
o caixas por lad
exigentes com o timbre, então procuramos fazer o som o mais natural possível para eles”, comenta. No monitor, Edmilson Ferreira, técnico da ACS Produções, trabalhou com uma LS9, além de monitores tipo Clair. “Usamos 8 monitores tipo Clair, montados pela Torau, com falantes Eminence, com 8 vias. No backline, o amplificador de contra-
baixo usado foi um GK 800, para guitarras foram um Marshall e um Fender Twin Reverb, além de uma bateria Gretcsh completa. Microfonação Shure SM 58 e 57 para o backline nos instrumentos, mas na bateria AKG e Samson. Na percussão foi um kit JPS”, ressalta. A ACS Produções, por ser uma empresa de som, luz e imagem, também ficou responsável pela iluminação e levou um técnico para atender a todos os artistas. André Luis, que trabalhou com uma Avolites Pearl 2010, conta que escolheu essa mesa por dar certa facilidade para operar. “Normalmente a gente obedece ao mapa de luz dos artistas, mas nesse evento não havia iluminadores dos artistas. Então eu mesmo projetei a iluminação, como sempre fazemos, quando isso acontece. Para o evento, trouxemos uma estrutura de 7mx5m de altura e uma no meio também, 24 PAR LED, 3 Washes RGBW e 8 movings de LED de 90 watts cada. Ficou uma luz bacana. O palco também não é muito grande, então ficou bom com essa quantidade de movings. Usamos uma luz mais fria no geral, mais suave justamente para o jazz mesmo”, completa André.
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TECNOLOGIA| LOGIC | www.backstage.com.br 48
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CONHECENDO O
LOGIC PRO MAIS A FUNDO Aos poucos vamos conhecendo novas funções do Logic Pro X e também identificando o que continuou sendo feito igual à versão anterior. Desta forma, teremos um rico repertório de novas funcionalidades a serem exploradas no dia a dia.
Vera Medina é produtora, cantora, compositora e professora de canto e produção de áudio
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CALE QUANTIZE E PIANO ROLL EDITOR
No Logic Pro X é possível utilizar escalas musicais de forma inovadora. Se você não tiver uma formação musical
Time Quantize sobre as notas gravadas, fazendo com que estas se adequassem a uma situação desejada de quantização. Bastava selecionar as notas a serem quantizadas e aplicar a opção desejada
Figura 01
abrangente, os novos recursos possibilitam buscar variações para suas produções e, para quem já conhece bem a linguagem musical, estes recursos vêm trazer agilidade no processo criativo. Após gravar alguma parte utilizando MIDI, é possível editar o material através do editor Piano Roll. Escolha uma pista que contenha uma gravação MIDI e clique sobre o símbolo de tesoura na barra de ferramentas para visualizar o editor Piano Roll (vide figura 1). Uma das funções conhecidas das versões anteriores do Logic Pro possibilitava aplicar um
Figura 02
que estava localizada em um menu na barra da janela do editor Piano Roll. Na versão Logic Pro X, não somente este recurso está disponível, como também o Scale Quantize, ou seja, há um recurso que permite forçar a quantização das notas dentro de uma escala e tom escolhidos. O conhecido Time Quantize agora está localizado na barra esquerda da janela do editor Piano Roll e, logo abaixo, temos a nova opção de Scale Quantize (vide figura 2). Podemos entender como escala um padrão de notas que estão dentro de certos intervalos em relação à tônica. As seguintes escalas estão disponíveis (vide figura 3):
Figura 04
2) Clique na área rotulada MIDI FX e selecione Transposer (Figura 5)
Figura 07
tas vão se adequando ao formato da escala e ao tom escolhido.
VÁRIAS VERSÕES DE UM MESMO PROJETO
Figura 05
3) O plug-in Transposer se abrirá. Escolha no campo Root qual o tom que será aplicado para quantização. (Figura 6) Figura 03
Ao escolher uma escala, as notas selecionadas se moverão de acordo com as notas disponíveis na escala escolhida. Você poderá tentar várias escalas e verá que, em muitos casos, os resultados poderão ser bastante criativos, aumentando até sua inspiração. Aproveitando que estamos falando de quantização de notas, vou aproveitar para falar um pouco sobre outro recurso útil: o Transposer. Ele possibilita tocar em tempo real e o Logic Pro vai realizando a adequação das notas a uma determinada escala. Para acessá-lo basta seguir os seguintes passos: 1) Selecione a pista onde está o instrumento cuja entrada será quantizada (Figura 4)
Agora é possível fazer várias versões de um mesmo projeto e mantê-las numa mesma pasta de projeto. Estas versões são chamadas de Alternativas de Projeto (Project Alternatives) e podem ser traduzidas como “fotos” de momentos específicos do projeto. Com este recurso você pode alterar qualquer parâmetro e manter uma versão para poder decidir-se por outro caminho. Podem ser feitas edições, alterações de sons, mixagem e acessá-las a qualquer momento. Tente fazer o seguinte. Abra um projeto e agora faça alguma mudança. Por exemplo, altere alguma linha melódica utilizando o recur-
Figura 06
4) Selecione a escala que será aplicada. Clique sobre Scale e um menu pop up oferecerá opções de escala para que você possa adequar a sua necessidade (Figura 7) Experimente definir estes parâmetros e tocar em tempo real. As no-
Figura 08
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“
No menu Save é possível definir uma das opções, gravar em uma pasta ou numa pasta de projeto que se chama Package. Para visualizar a versão original do projeto, basta clicar em File > Alternatives e escolher a versão Main Mix
”
so de Scale Quantize que abordamos no item anterior. Agora vá no menu File > New Alternative, um menu pop up aparecerá. Nomeie esta nova versão (vide Figura 8). Pronto, está feito. Para renomear uma destas versões, basta ir no mesmo menu (File > New Alternative) e selecionar Edit. Um dos maiores benefícios desta função é que não será necessário gravar versões separadas de um mesmo projeto, sendo possível acessar estas opções diretamente do projeto. A versão original sempre estará disponível com o nome Main Mix. Um ponto importante sobre essas opções garante também que não se perca o
Figura 09
ra 9) através do botão Hide/Show Global Track. Configure o Global Tracks para visualizar Marker e Arrangement. Neste mesmo retângulo, clique no sinal de + e aparecerá uma marcação chamada Intro cujo tamanho pode ser ajustado a sua necessidade (vide figura 10). Clicando o sinal de + novamente, é criada uma nova seção de arranjo. E assim por diante. Clicando sobre o nome da área, é possível alterar o nome para alguns pa-
Figura 10
trabalho já realizado por razão de alguma inconsistência que faça com que o Logic se feche de repente. Se algo acontecer de forma inesperada, seu trabalho será gravado com a função Auto Save e quando reiniciar o Logic Pro, um menu aparecerá para que você confirme se quer ou não utilizar a versão que não foi gravada ou a versão gravada anteriormente. Outra funcionalidade relacionada à gravação de projetos é a possibilidade de salvar uma versão consolidada de todo o seu projeto. No menu Save é possível definir uma das opções, gravar em uma pasta ou numa pasta de projeto que se chama Package. Para visualizar a versão original do projeto, basta clicar em File > Alternatives e escolher a versão Main Mix.
drões disponíveis (vide figura 10), e clicando duas vezes pode se inserir um nome diferente dos padrões disponíveis. Agora que você já sabe criar as seções de arranjo, basta escolher uma seção e copiála (option + arrastar a seção) para outra parte do projeto. Todas as regiões contidas nesta seção são copiadas para a outra localização. Desta forma, seções inteiras podem ser copiadas e ajustadas e tem-se um arranjo inteiro em alguns minutos. Espero que você se divirta muito explorando estes recursos. Boa sorte e até a próxima edição.
Para saber online
ARRANGEMENT MARKERS Utilizar os Arrangement Markers (marcadores de arranjo) pode ser muito útil para construir arranjos simples ou sofisticados rapidamente. É uma nova funcionalidade acessível no menu Global Track do lado direito da janela (vide figu-
vera.medina@uol.com.br www.veramedina.com.br
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CUBASE7
MAXIMIZER E MULTIBAND COMPRESSOR
Marcello Dalla é engenheiro, produtor
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musical e instrutor
Olá, senhores mixadores de plantão. Controle dinâmico é uma de nossas ferramentas importantes na mixagem. Sempre estamos voltando a falar de compressores das mais diversas formas e tecnologias. Vale a pena conhecer 2 dos que fazem parte do nosso arsenal no Cubase: Maximizer e Multiband Compressor.
O
Maximizer tem seu algoritmo adaptável e o Multiband Compressor tem características de controle dinâmico de frequências seletivas fazendo dele um “equalizador dinâmico”. Vamos a eles: Maximizer – A figura 1 mostra nosso plug-in inserido em um canal mono de áudio: Simples, baixinho, poucos controles, sem luzes piscando, nem letrei-
Figura 1 - Maximizer
ros em neon e muito menos gráficos super coloridos. O Maximizer engana na fachada porque a engenharia escondida na cara de cordeiro é absurda, coisa de lobo mesmo. Trata-se de um compressor inteligente que atua com base no padrão sonoro do áudio processado. Tem a finalidade padrão de compressores maximizadores de aumentar o volume final fazendo mais evidentes os detalhes presentes em dinâmicas mais baixas; mas de uma maneira sutil. O diferencial está na sonoridade com um “calor” semelhante aos compressores val-
vulados. O Maximizer valoriza harmônicos que trazem resultados específicos, dependendo da fonte sonora. Considero muito interessante em canais monofônicos de voz (cantada ou locução), sax, cello, violão solo, percussões sem muito conteúdo grave (cajón frontal, canais overhead de percussão/bateria e pandeiro). O uso em instrumentos harmônicos como piano e violão executando acordes cheios é que deve ser avaliado em cada situação. Nestes casos, é aconselhável que se inicie o Maximizer sutilmente e se observe a textura sonora na medida em que se aumenta sua atuação, pois a saturação pode passar da medida. Monitores razoáveis são necessários para avaliar o resultado final de sonoridade do Maximizer em todas as situações citadas.
dobrada a calça jeans no fundo da mala para não ocupar muito espaço e fecha a mala com uma suave pressão, com tudo arrumado lá dentro... sem amarrotar. Essa analogia é boa, principalmente para aquela galera que usa o Multiband Compressor (ou outros compressores) como se fosse fechar uma mala estufada de coisas mal organizadas: senta em cima e pula para fechar a tampa ao mesmo tempo que puxa o ziper e empurra as roupas que saem pelos lados ...e no final... ainda dizem que o som está lindo. Da mesma forma que a roupa amassa nessa mala, seu som estará distorcido com os excessos... tudo tem sua medida certa. Vamos aos parâmetros do Multiband Compressor: Na coluna da esquerda (figura 2) temos uma graduação em dB para o nível de entrada em cada banda de frequência. Este nível pode ser alterado clicando e arrastando sobre a linha horizontal de cada uma delas. Da mesma maneira, podemos variar a faixa de frequências que cada banda define, clicando e arrastando a linha vertical de fronteiras entre as bandas. O ouvido é o grande juiz para definir limites entre bandas e níveis de ganho de cada uma. Existem receitas mágicas de com-
Vamos aos controles: Output - Volume de saída. Vai de -24dB a +6dB. Normalmente fica em 0. Optmize - 0 a 100. Determina a ação do Maximizer e o resultante volume. Botão Soft clip - Quando está ativo, o Maximizer começa a limitar o sinal suavemente, gerando harmônicos que trazem a sonoridade semelhante a topologia de válvulas. Simples assim. Tenha a santa paciência de experimentar e ouvir. Multiband Compressor – O gratificante compressor multibandas é um plug-in típico para ser insertado no mix bus, na ponta da mix, como mostrado na figura 2 onde ele reside no penúltimo insert do somador estéreo. Ele atua seletivamente em 4 bandas de frequência atribuindo diferentes parâmetros de compressão a cada uma delas, o que na verdade acaba tendo um resultado combinado de equalização e compressão. Usado com sutileza e consciência, pode trazer resultados muito bené- Figura 2 - Multiband Compressor ficos ao produto final no somador. Na verdade, nos repressores multibandas que são muito comuns em prograferimos a uma “mix bem feita” pelo equilíbrio entre mas matinais de culinária. Mas cada música é uma, cada diferentes fontes sonoras com timbres, frequências e mixagem é uma. Com treinamento e audição crítica, busdinâmicas próprias. Se fôssemos descrever com um cando resultados sempre com critérios musicais, podeparâmetro subjetivo poderia ser: “transparência”. mos até mesmo chegar à brilhante conclusão de que o Acontece que para acomodar todo mundo no espectro Multibandas é desnecessário a um determinado contexda mixagem e possibilitar energia sonora distribuída to sonoro. Mas isso só com o referido grande juiz, que entre as partes, pode ser interessante um ajuste dinâmiprecisa de treinamento, referências musicais e de uma co geral que seja diferenciado por faixas de frequência. É monitoração razoável para julgar os resultados. Esquecomo arrumar uma mala com vários itens: a gente acoçam monitores multimídia, fones de DJ, caixas de aparemoda as meias com uma suave pressão para abrir espaço lhos Xing-ling com cabo RCA e caixas sem tradição de para as camisas que não podem amassar. Acomoda bem monitoração de referência, que já vem com sinusite de fá-
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Figura 3 - Presets Multiband Compressor
“
No Multiband Compressor (assim como em todos os plug-ins) também temos uma biblioteca de Presets que podem ser utilizados como ponto de partida para um ajuste final
”
brica. Não perca seu tempo com horas de audição buscando ajustar um multibandas se você está ouvindo um som mentiroso. Se vire! Beba menos cerveja, aprenda a cozinhar em casa, venda o que não precisa, faça malabares no semáforo... sei lá... mas tenha monitores que sejam razoavelmente honestos se realmene almeja chegar a um som de mixagem interessante. Bom... vamos continuar com os parâmetros... cada banda tem os seguintes controles: Threshold (-60 a 0dB) – Determina o nível no qual o compressor começa a atuar. Níveis de sinal acima do threshold são afetados e níveis de sinal abaixo não são processados. Ratio (1000 a 8000) (1:1 a 8:1) – Determina a relação de redução de ganho aplicada ao sinal acima do ponto de threshold. Uma taxa de 3000 (3:1) significa que para cada 3dB que o nível de entrada cresce, o nível de saída cresce apenas 1dB. Attack (0,1 a 100 ms) – Determina a velocidade com a qual o compressor responde aos sinais acima do ponto de Threshold. Se o tempo de ataque é longo, uma maior parcela inicial do sinal vai passar sem processamento. Release (10 a 1000 ms ou modo Auto) – Determina o tempo necessário para que o ganho retorne ao seu nível original quando o sinal cai abaixo do ponto de threshold. Quando o botão “Auto” está ativado, o compressor automaticamente analisa e encontra um tempo de release adequado ao tipo de material sonoro naquela banda. Output (-24 a +24 dB) - Determina o nível de saída geral que o Multiband Compressor passa para o Cubase. A variação dos parâmetros pode ser feita
graficamente com o mouse em cada banda. O ponto intermediário de cada gráfico modifica o Threshold e o ponto na extremidade de cada um atua no Ratio. Logo abaixo de cada gráfico temos os botões B (Bypass) e S (Solo) para cada banda. Ouvir cada banda isoladamente e também ouvir cada banda sem processamento; ambos são caminhos interessantes para buscar a sonoridade que se deseja. No Multiband Compressor (assim como em todos os plug-ins) também temos uma biblioteca de Presets que podem ser utilizados como ponto de partida para um ajuste final. Na figura 3 os títulos são mostrados ao abrir “Load Presets” na barra superior do plug-in. Os títulos são apenas sugestões de sonoridade, com parâmetros definidos pelos engenheiros da Steinberg com base numa experiência prática e genérica de cada situação. O Multiband Compressor também está presente no Nuendo e no Wavelab que é o software da Steinberg dedicado a masterização. Na prática tenho usado em vários trabalhos de trilha sonora e em produções que exigem resultado com qualidade sem sair do ambiente digital da workstation. Tanto o Maximizer quanto o Multiband Compressor são ferramentas de extremo potencial técnico e musical dentro do Cubase. Na verdade, são instrumentos artísticos à disposição de quem esteja pilotando e, por isso, exigem a intuição, o treinamento, a referência sutil para refinar seu uso. Recomendo que experimentem e observem muito. Abraço!
Para saber online
dalla@ateliedosom.com.br www.ateliedosom.com.br Facebook: ateliedosom | Twitter:@ateliedosom
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XPAND!2
TAMBÉM MERECE SEU RESPEITO Cristiano Moura é produtor, engenheiro de som e ministra cur-
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sos na ProClass-RJ
N Ele pode até ser gratuito, mas não é bobo. É comum que ferramentas que estão incluídas em DAWs como Pro Tools, Logic Pro, Cubase e Sonar sofram de certo preconceito. Mas já se foi o tempo em que para se obter um resultado satisfatório era obrigatório se investir em ferramentas de terceiros, pagas à parte.
este artigo, vamos conhecer um pouco mais sobre as possibilidades do Xpand!2, um instrumento virtual da Avid incluído com o Pro Tools.
ma enquanto um sampler pode criar e manipular samples carregados. Além disso, ele possui uma sessão de efeitos, arpeggiators e modulação.
O que é o Xpand!2 ? O Xpand!2 é o que chamamos de um “sample-playback instrument”, ou seja, diferente de um sampler, pode apenas executar sons carregados em seu siste-
POSSIBILIDADES
Fig. 1 - Configuração Multitimbral
Na primeira versão do Xpand!, que tinha apenas um canal MIDI, o usuário tinha a possibilidade de carregar até 4 timbres diferentes para construir uma
textura. Por exemplo: piano + cordas + celesta + flautas. Ou seja, neste cenário, ao tocar uma nota, seriam ouvidos os 4 timbres simultaneamente. Diferente da primeira versão, o Xpand!2 pode ter até 4 canais MIDI independentes e com isso é possível executar até 4 timbres de forma independente. Ou seja, se o usuário quiser utilizar o Xpand!2 como na versão antiga, onde timbres são combinados para produzir apenas um som, basta ir carregando os sons e o setup está completo. Já se ele quiser que os timbres sejam disparados por execuções/performances diferentes, ele precisa configurar para que cada instrumento seja disparado por um Fig. 2 - Configuração de MIDI tracks canal MIDI específico.
Fig. 3 - Click do Pro Tools
INSTRUMENT TRACK OU MIDI TRACK + AUX INPUT É possível rodar o Xpand!2 (e outros instrumentos virtuais) num Instrument Track ou na combinação MIDI Track + Aux Input, e, a princípio, simplesmente criar um Instrument Track parece ser a opção mais prática. Basta inserir o Xpand!2 e estará tudo pronto. Excelente… se o usuário quiser gravar apenas uma performance, digamos de piano. Mas e se ele quiser, piano, baixo e flautas?
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Neste caso, o Instrument Track se torna inadequado, pois só será possível gravar a performance de um instrumento. Como gravar os outros? Então para usar o Xpand!2 para executar até 4 instrumentos com performances independentes, usamos um Aux Input, onde será inserido o Xpand!2, e 4 MIDI Tracks, onde serão gravadas as performances. Veja na figura 1 como o Xpand!2 deve estar configurado para cada um dos sons. Já na figura 2 como cada MIDI Track deve estar configurado.
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Então para usar o Xpand!2 para executar até 4 instrumentos com performances independentes, usamos um Aux Input, onde será inserido o Xpand!2, e 4 MIDI Tracks, onde serão gravadas as performances
”
XPAND!2 COMO UM CLICK “DE LUXO” Quanto mais o tempo passa, mais o músico tem raiva dos sons que vem com o click do Pro Tools (figura 3). Então uma dica é utilizar o Xpand!2 como gerador click, escolhendo um som ou loop que faça mais sentido e seja mais agradável para o músico. Primeiro vamos criar um Instrument Track. Carregue uma instância do Xpand!2 e escolha um timbre como bumbo ou um shaker. Agora, acesse o menu Setup > Click/ Countoff. Na caixa de diálogo, é possível escolher notas MIDI e um instrumento para ser usado para disparar o Click. (figura 4)
fig. 4 - Xpand como Click
Se não sabe exatamente qual é a nota MIDI, basta selecionar o campo onde se configura a nota MIDI e pressionar uma tecla do seu controlador MIDI. Conforme você pressiona as diversas teclas, o Pro Tools altera a nota e dispara o som para que você possa ouvir a nota escolhida.
Outra opção é entrar na sessão de loops do Xpand!2 e procurar por algum groove que faça sentido com o estilo de música proposto.
ARPEGGIATOR Composto dentro de sua interface está um Arpeggiator muito simples de configurar. Para acionar a função, clique no botão Arp à direita da interface (figura 5), acione o botão On (figura 5) e pronto. A seguir, pressione no seu teclado MIDI as notas que você deseja que sejam arpejadas. O resultado pode não ser exatamente o que você imaginou, mas ainda pode ser configurado.
Fig. 5 - Arpeggiator
O parâmetro Rate (figura 5) regula a duração de cada nota do arpegio. “4” é uma semínima, “8” é uma colcheia, “16” é uma semicolcheia e assim por diante. Também é possível configurar a ordem com que as notas serão executadas pela função Mode (figura 6). A lista é grande, mas imaginando que o usuário tenha pressionado as notas dó3, mi3, sol3 e si3, vamos descrever abaixo o resultado com que as notas serão arpejadas de acordo com algumas configurações: Up: dó3, mi3, sol3, si3 Up 2: dó3, mi3, sol3, si3, dó4, mi4, sol4, si4 Down: si3, sol3, mi3, dó 3. U & D: dó3, mi3, sol3, si3, sol3, mi3
AUTOMATIZANDO PARÂMETROS Cada timbre escolhido no Xpand!2 vem com 6 parâmetros escolhidos pelo fabricante que podem ser automati-
Fig. 6 - Arpeggiator Modes
Fig. 7 - Smart Knobs e Automation Enable
Fig. 8 Automation Enable
zados. Estes controles são os Smart Knobs (figura 7) e podem ser automatizados como qualquer plug-in.
Mode novamente em Read para garantir que nenhuma nova auto mação será escrita. Bem, por enquanto é isso. Até o próximo mês e boas produções! Abraços!
VAMOS REVISAR: Acesse o botão Auto (figura 7) e na janela seguinte informe qual parâmetro pretende automatizar com um duplo clique. Agora, voltado ao track onde o Xpand!2 estiver, acesse o Automation Mode Selector, onde está escrito Read ou Auto Read, e mude para a opção Write e pronto. A partir deste momento, basta colocar a sessão em playback e fazer os movimentos desejados. Se não estiver satisfeito com a execução, basta refazer. Caso já tenha se dado por satisfeito, coloque o Automation
Para saber online
cmoura@proclass.com.br http://cristianomoura.com
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PRODUÇÃO MUSICAL| www.backstage.com.br 60
Como já vimos anteriormente, usamos as mandadas de efeito para enviar sinal a reverbs, delays, side-chains de compressores, processamento paralelo e outras possibilidades. Uma das que vamos abordar agora é a mandada indireta.
MANDADAS INDIRETAS
DE EFEITOS Ricardo Mendes é produtor, professor e autor de ‘Guitarra: harmonia, técnica e improvisação’
U
ma das aplicações mais comum da mandada indireta é alimentar um efeito através de outro. Eu adoro usar um delay para alimentar um reverb. Isso nos permite controlar melhor ritmicamente o tempo do pré-delay do reverb.
Usando uma voz como exemplo, o roteamento do áudio é feito da seguinte forma: para um delay simples, enviamos o sinal de uma das mandadas (send) do canal de voz para o canal auxiliar (auxiliar input) onde o delay é inserido. Normalmente o output deste canal auxiliar estaria endereçado para a saída master para que possamos ouvi-lo e que ele também seja adicionado ao bounce (mixdown ou render). Nesse caso isto não será feito. O output do canal onde está o delay terá a sua saída endereçada para outro bus, que por sua vez será roteado para o input de um outro canal auxiliar onde estará inserido um reverb. Desta maneira, o sinal passa pelo delay, retardando o momento em que o reverb começará a atuar, criando uma separação entre o sinal seco (dry) no canal de áudio da voz e a reverberação. Isso irá deixar a voz mais destacada da sua ambiência, tornando-a mais clara. Esse efeito também pode ser conseguido com o parâmetro pré-delay do reverb, mas esse parâmetro normalmente tem limitações de tempo (até 300 milissegundos). E também não é possível ter o parâmetro feedback do delay. E é justamente o feedback que funcionará como uma retro-alimentação do reverb, fazendo com que ele soe de uma maneira completamente diferente do que o reverb normalmente soaria.
Outra maneira de se utilizar essa mandada indireta é usando um delay estéreo para alimentar dois reverbs mono. Essa em particular é uma das minhas preferidas. A ideia é a mesma do caso anterior, mas nesse caso vamos criar um canal auxiliar estéreo e inserir um delay estéreo. Agora vamos criar dois canais auxiliares mono, virar o pan de um totalmente para “left” e o outro totalmente para “right” e inserir um reverb em cada um. Então vamos inserir um plug-in de reverberação em cada um desses canais. A minha sugestão é que a gente use dois reverbs diferentes. Dessa maneira teremos um lado do estéreo do reverb soando completamente diferente do outro. Eu sei que isso não deixará a ambiência soando simétrica, mas como diz a expressão
em inglês: who cares (quem se importa)? Eu vejo isso de maneira positiva por alguns motivos: primeiramente porque podemos obter combinações diferentes de ambiência interessantes e fora do lugar comum. Outra vantagem é que, em se tratando de dois sons diferentes de reverberação, caso a mixagem seja reproduzida em mono, não haverá cancelamento parcial de fase. Existe mais uma vantagem: você pode variar os parâmetros do delay, alterando o sinal que será enviado para cada um dos reverbs. Isso dará uma flexibilidade ainda maior, especialmente se você estiver procurando sonoridades ainda mais inusitadas. Outra possibilidade é usar um delay para alimentar outro. Um exemplo de aplicação em mono interessante é criar um canal auxiliar e inserir um delay como o parâmetro de tempo ajustado para uma semínima (1 beat). Podemos optar por enviar o sinal desse delay para a saída master ou não, e direcionar o sinal deste canal auxiliar de delay através de um send para um outro canal auxiliar de delay com o parâmetro de tempo ajustado, por exemplo, para tercinas de
colcheia (triplets). Esse efeito é particularmente bom para músicas em compasso 3 por 4, 6 por 8 ou então com “groove” em “shuffle”. Em “grooves” 4 por 4, colocar o segundo delay em colcheia pontuada também pode ser muito interessante. Na verdade, podemos usar esta técnica de maneira quase ilimitada. Pode ser um delay alimentando um chorus, um phaser alimentando um delay, um reverb alimentando um delay, um detune alimentando uma distorção, e por aí vai. A sua criatividade e disposição de experimentar é o limite. No entanto, o raciocínio básico será sempre o mesmo: usar a
saída de um efeito para alimentar o input de outro. Por isso chamamos de mandada (send) indireta. O áudio antes de chegar em um afeito passa por outro, que o modifica. Abraços a todos e até o mês que vem!
Para saber mais redacao@backstage.com.br
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REPORTAGEM| www.backstage.com.br 62
Transmissão ao vivo dos shows contou com Unidade Móvel de áudio do Epah Estúdios e uso da rede de protolocos DANTE.
Rock in Rio PROTOCOLO DANTE NO PALCO SUNSET redacao@backstage.com.br Fotos: Ernani Matos / Divulgação
G
arantir a qualidade do áudio na transmissão ao vivo durante todos os dias de shows no Palco Sunset. Essa foi a missão da Unidade Móvel 3 do Epah Estúdios que ficou responsável por captar e enviar o sinal para o canal a cabo Multishow durante o Rock in Rio. A missão contou com a parceria da Yamaha, que disponibilizou boa parte de equipamentos como as consoles CL5 e CL1, além do novo sistema da Yama-
ha/Steinberg, o Nuage. Segundo Marcelo Freitas, sócio do Epah, o objetivo era ter segurança, por isso a escolha de um sistema mais robusto. “Fizemos uma parceria com o Aldo Linares, da Yamaha, e aí optamos por uma quantidade de canal e uma tecnologia de gravação um pouco mais robusta e mais segura também”, ressalta Marcelo. “Estamos usando um MEMO Live para gravação com backup, e temos 128 ca-
nais com uma placa DANTE Acelerator, que foi usada no novo sistema da Yamaha, o Nuage, com a Steinberg. Optamos por uma CL5 e uma CL1 para fazermos a expansão dos 128 canais e faders. Tudo foi transmitido via fibra óptica pelo TEC Sas, que é um equipamento da Cybertech junto com a Yamaha, homologado pela Yamaha. Ou seja, trafegamos via fibra 128 canais com backup e temos alguns Stage Boxes Rio3224 e Rio1608. O sistema de mutação também é todo Yamaha, da série HS, - HS 80, HS 50 e o sub HS W 10”, explica Marcelo, acrescentando que também foi usado o Waves Sound Grid
para processar os plug-ins externos e plug-ins de efeito. “Tivemos
“
“
Unidade Móvel 3 do Epah (interior), em operação no Palco Sunset
que, de acordo com Marcelo, facilitou muito para fazer os endereçamentos de canais. “Ficou muito prático para direcionarmos a UM da forma que quisermos. Dá para integrar com a unidade móvel da Globosat do jeito que eles precisarem”, compara Marcelo. Segundo Aldo Linares, gerente técnico da Yamaha, o Epah é a primeira unidade móvel que usa o protocolo DANTE e o fato da empresa também ter expertise em trabalhos com a Globosat ajudou muito a que ambas as empresas
Ficou muito prático para direcionarmos a UM da forma que quisermos. Dá para integrar com a unidade móvel da Globosat (Marcelo Freitas) lá todos os pacotes da Waves”, fala Marcelo. Outra novidade foi o uso da rede de protolocos DANTE,
Renato Muñoz (à esquerda), Aldo Linares (centro) e Marcelo Freitas
desenvolvessem o trabalho no Palco Sunset. “Implantamos o maior sistema de rede de áudio no novo sistema da central da Globosat, que é o ION. Então, a partir daí mostramos essa força que a Yamaha tem com áudio via rede, e começamos a divulgar melhor o DANTE, que é o protocolo australiano que a gente está usando. Por outro lado, o Epah acompanha muitos eventos da Globosat, e esse precisava de uma unidade móvel que tivesse uma integração de rede com o Epah. Então a coisa foi juntando e se amarrando de um jeito e demos esse suporte técnico”, explica. “No Rock in Rio foi um sucesso, porque todos os feedbacks que tivemos via redes sociais, por exemplo, só elogiaram o áudio ou a mixagem e isso nos orgulhou muito”, completa Aldo.
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REPORTAGEM| www.backstage.com.br 64
Paulo Massadas, Carlos Colla e Nando Cordel
FESTA NACIONAL da música CELEBRA ARTISTAS E APROVAÇÃO DE PEC redacao@backstage.com.br Fotos: Jackson Ciceri / Divulgação
Canela, município na Serra Gaúcha do Rio Grande do Sul, recebeu dos dias 20 a 24 de outubro a 9ª edição da Festa Nacional da Música. O evento, que já integra o calendário de grandes premiações brasileiras, reuniu artistas, jornalistas, músicos, empresários, políticos, entre outras personalidades atuantes no show business, para atividades, encontros, festas, homenagens e debates sobre assuntos de interesse nacional, como a aprovação recente da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) da Música, projeto que teve origem em conversas durante as edições anteriores do encontro.
A
Festa Nacional da Música, que existe desde 1973, era realizada com outro nome e formato, porém sempre com o mesmo propósito: contemplar pessoas que se destacassem em atividades ligadas à música. O criador e organizador da FNM, Fernando Vieira, conta que o festival procura celebrar todos os ritmos, de forma democrática e eclética, para assim os estilos musicais terem vez e voz. Fernando ainda reforça que esse cenário de confraternização e troca de experiências permite o lançamento de novos artistas,
pois o convívio durante os dias de evento pode facilitar novas parcerias e projetos. “Convivem em harmonia o sertanejo e o rock, o rap e o samba, o instrumental e o pagode. É o reflexo da diversidade e do talento musical brasileiro”, acrescentou.
Max Pierrie entrega o prêmio a Zeca Pagodinho
UNIÃO DE ARTISTAS DEFENDEU E IMPULSIONOU PEC
Sandra de Sá
Ao longo de sua existência, o evento foi acompanhando as mudanças do cenário musical e da indústria fonográfica. E de acordo com o organizador do evento, hoje em dia são colocados em debate temas que falam diretamente ao músico, ao cantor, ao produtor, durante os encontros anuais. “Discutimos direitos autorais, a importância do ensino de música nas escolas, leis de incentivo à cultura, estratégias de divulgação e profissionalização em um mercado cada vez mais veloz e independente”, ressalta Fernando.
Além de prestigiar a música em si, a festa proporciona relevantes discussões sobre projetos, a exemplo da PEC da Música, aprovada pelo Senado Federal no dia 24 de agosto de 2013. O Projeto, que confere isenção tributária para a produção de CDs, começou a ser pensado e articulado nos debates durante as edições passadas da Festa Nacional da Música. A partir daí, os artistas se organizaram para acompanhar e lutar pela aprovação da PEC. Para o cantor cearense Fagner, que esteve presente à festividade dessa edição, a sanção do projeto no Senado foi uma vitória. “Lutamos muito para a promulgação da PEC, que fará com que não somente os músicos e compositores brasileiros sejam beneficiados, mas também a população, que
Fernando Vieira entrega o prêmio a Fernanda Abreu
poderá comprar CDs e DVDs com menos custo - e deixar de adquirir produtos piratas”, declarou. “Foi aqui, na Festa Nacional da Música, que este movimento teve início e a classe artística muito deve a esse evento que tanto contribuiu para a inte gração dos artistas brasileiros e a discussão de questões que ve nham a beneficiá-los”, relembrou o artista. A Festa Nacional da Música também sediou o 1º Fórum Municipal
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REPORTAGEM| www.backstage.com.br 66
Abertura da Festa Nacional da Música
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É uma forma de retribuirmos o carinho recebido e cumprirmos nosso papel social. Nestes encontros, colocamos em pauta a questão das drogas, a incompatibilidade entre álcool e direção
...de importância musical e educacional A Festa Nacional da Música apresen-
tou dois segmentos de palestras. Alguns dos temas foram direcionados aos estudantes da rede pública de ensino da Serra Gaúcha, sede do evento. “É uma forma de retribuirmos o carinho recebido e cumprirmos nosso papel social. Nestes encontros, colocamos em pauta a questão das drogas, a incompatibilidade entre álcool e direção, crimes virtuais, enfim, assuntos que sejam importantes para os adolescentes”, destacou Fernando Vieira. Palestras como Música: instrumento de educação e Drogas: fique fora dessa –
Exposição de equipamentos (Equipo)
Exposição de equipamentos (Izzo)
de Música de Canela, encontro que procurou discutir meios de favorecer a produção musical na cidade. Foram definidas dez prioridades da área musical, além do debate de questões como conseguir recursos para projetos musicais, o entendimento do mercado musical na visão de uma gravadora e sobre o marketing musical.
PALESTRAS, DEBATES E ASSUNTOS
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REPORTAGEM| www.backstage.com.br 68
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Eles estão à vontade para atuar como quiserem. Há escolas colocando CDs musicais para tocar na sala de aula, mas não é esse o objetivo. A ideia é promover o despertar do jovem para a música (Takao Shirahata, sobre a Lei de Ensino Musical nas escolas)
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Margareth Menezes
House Mix
Iluminação
Carlos Andrade entrega o prêmio a Edison Ercole
Compartilhe esta ideia reuniram, além dos alunos, os conselheiros da Associação Brasileira da Música, Takao Shirahata e Marcelo Fagundes; a produtora fonográfica e representante do Grupo de Articulação Parlamentar (GAP), Cristina Saraiva; a ministra da Cultura, Marta Suplicy e diversos artistas. Yamandu Costa recebe o prêmio de Juarez Fonseca
Equipe da Sonotec
Equipe da Roland
A necessidade de despertar o lado musical nos jovens e o não cumprimento da lei que determina a música como ferramenta didática nas salas de aula foram os assuntos mais destacados. Já na questão das drogas foram discutidos alguns dados científicos, além de depoimentos de artistas e mensagens de valorização à vida. Marta Suplicy também se reuniu com representantes da Associação Brasileira da Música (Abemúsica). A conversa, conduzida por Takao Shirahata, teve como tema a Lei Nacional de Ensino Musical e sua aplicação e abordou o fato de que os estados têm liberdade de cumpri-la ou não. “Eles estão à vontade para atuar como quiserem. Há escolas colocando CDs musicais para tocar na sala de aula, mas não é esse o objetivo. A ideia é promover o despertar do jovem para a música”, comentou Shirahata. A ministra assegurou que vai apoiar o projeto e estudálo com atenção, para intervir junto ao Governo. No entanto, alertou sobre o que tem acontecido na prática, por todo Brasil. “Mesmo estando regulamentada, a lei precisa de professores capacitados para ser implantada”, enfatizou. Durante o evento, também aconteceram palestras voltadas para os artistas, produtores, empresários do show business. Os temas debatidos foram o uso de recursos das leis de incentivo à cultura, o pagamento e a preservação dos direitos autorais, formas alternativas de financiamento cultural, ferramentas para divulgação de trabalhos musicais, o papel da internet e a ascensão da música gospel. De acordo com o organizador do evento, para essa categoria de discussões, procura-se abordar assuntos que despertem o interesse da classe musical brasileira.
ARTISTAS AGRADECEM ...prêmios e exaltam música brasileira A lista de homenageados desse ano abrangeu personalidades de diversos ritmos e vertentes artísticas. Barão Vermelho, Beth Carvalho, Família Fagundes, Fernanda Abreu, Fernandinho, Gusttavo Lima, Margareth Menezes, Sidney Magal, Yamandu Costa e Zeca Pagodinho receberam prêmios por suas contribuições à música popular brasileira. A noite de shows e premiações aconteceu no Salão Implúvio do Hotel Laje de Pedra em 21 de outubro, dia da abertura oficial do evento. A festa de homenagens encerrou com a apresentação do cantor Gusttavo Lima, que frisou a importância que a música sertaneja recebeu nos últimos anos, não só no Brasil, como em outros países.
RECONHECIMENTO PARA ...quem também faz a música acontecer Profissionais da música e outras personalidades também receberam prêmios por reconhecimento e contri-
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Fernando Vieira aponta que o critério para a escolha dos homenageados é a contribuição deles para a música brasileira, tanto os que aparecem sob a luz dos refletores quanto àqueles que trabalham nos bastidores. “Neste sentido, todos os anos prestamos nos-
Técnico de PA da Marksom Som e Luz
Nando Cordel entrega o prêmio a Nenrod Adiel
Guilherme Arantes e Sidney Magal
House MIx do Teatro Implúvio
Técnico de Som
buição à indústria do entretenimento. Os compositores Paulo Massadas e Ronaldo Bastos, o executivo da Sonotec, Nenrod Adiel; o deputado federal Marco Maia, o diretor da Plan Music, Luiz Oscar Niemeyer; o presidente da Disc Press, Edison Ercole, o presidente da AR Live, Anderson Ricardo e a ministra da Cultura Marta Suplicy foram os escolhidos dessa edição.
sa homenagem a produtores, cantores, empresários do show business, enfim, toda a cadeia produtiva envolvida com a construção da música brasileira”, afirma. “O cenário atual da música é de mudanças velozes, especialmente se considerarmos o papel das mídias sociais e da internet. As estratégias de lançamentos de novos artistas são completamente diversas daquelas de dez anos atrás, em que as gravadoras ditavam quem fazia ou não sucesso”, explica Fernando. Ele ressalta que o que não muda é a necessidade de talento para se manter no topo. “O talento continua indispensável para qualquer carreira bem-sucedida e duradoura. E isso, felizmente, existe em abundância no Brasil”, observa Fernando.
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Humberto Gessinger, após vários anos comandando os Engenheiros do Hawaii, finalmente grava CD solo.
A ilha não se curva Ricardo Schott / redacao@backstage.com.br Fotos: Gláucio Ayala / Divulgação
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riador do grupo gaúcho Engenheiros do Hawaii, o cantor e compositor Humberto Gessinger nunca tinha gravado um disco no Rio Grande do Sul. Em 1985, fez na terra natal as primeiras demos de sua banda, e olhe lá. Morando no Rio Grande do Sul novamente a partir de 1996, continuou gravando sempre no Rio, onde viveu vários anos entre as décadas de 80 e 90. Em seu primeiro solo, Insular, fez quase todas as gravações perto de casa, nos estúdios Submarino Amarelo e Tec Audio. E complementou com sessões com amigos cariocas no estúdio Casa do
Mato, no Rio. O cantor voltou a mandar bala no baixo, instrumento que tocou por vários anos nos Engenheiros, e trouxe também para o som do disco pianos elétricos, órgãos Hammond, guitarras e violões de 12 cordas e efeitos como o vocoder. Sem falar no tom nativista de músicas como Milonga do xeque-mate e Essas vidas da gente. A banda que toca com Humberto em Insular mistura nomes novos como Tavares, guitarrista do Fresno, e o baterista Rafael Bisogno, - gente que já tocou com os Engenheiros do Hawaii nas formações de discos como Minuano (1997) e Dançando em campo minado (2003) - e novidades em sua obra como os acordeonistas gaúchos Nico Nicolaiewski (Tangos & Tragédias) e Luiz Carlos Borges. A Backstage conversou com Gessinger sobre o novo disco. Em 1996, você gravou o disco Humberto Gessinger Trio, numas férias dos Engenheiros. Mas considera Insular como seu primeiro solo? Sim. Quando vi que tinha um disco vindo no horizonte, não sabia como ia lançar, se ia ser Engenheiros, ou Pouca Vogal. Nunca tinha nem passado pela cabeça lançar com meu nome. À medida que fui produzindo, fui
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O artista precisa ser exigente consigo mesmo, ter um filtro, não sair lançando qualquer coisa.
vendo que o melhor seria ter várias participações de colegas. Daí não gravei com banda fixa e, por isso, resolvi lançar como disco solo. O Trio tinha o Adal (Fonseca, bateria) e o Luciano (Granja, guitarra - ambos por sinal presentes em Insular). Isso de ter ou não uma banda fixa determinou o fato de ser um disco solo. Mas acho que minha maneira de ver música não mudou com o passar dos tempos. Como é sua maneira de ver música? Olha, eu acho que tem que ser uma busca pessoal e interior. E acho que é um sinal de respeito eu não pensar no público quando componho. Mas mesmo em tempos de crowdfunding (discos financiados pelos fãs)? O que acha disso? Do ponto de vista da viabilização do trabalho é legal. Mas não acho que deva intervir na visão estética, senão fica uma situação incestuosa. Se o cara conseguir separar bem isso... Mas o artista tem que correr riscos. O pessoal tá muito pragmático, com a facilidade de lançar trabalhos pelo digital. O artista precisa ser exigente consigo mesmo, ter um filtro, não sair lançando qualquer coisa. Em Insular, você fez um painel bem bacana da música sulista: tem o Luiz Carlos Borges (acordeon), Frank Solari (guitarra), o Nico Nico laiewski (acordeon). Já havia trabalhado com eles? Com o Borges, sim. São caras que eu sempre admirei e acho que são meio parecidos comigo. São expoentes de suas áreas, mas não são caras chapa-branca, são todos meio uma ilha na música gaúcha. Talvez seja seu disco mais voltado para o som nativista, já que tem mú-
sicas como Milonga do xeque-mate, Segura a onda, DG... Acabou ficando, né? Nos Engenheiros tinha pontos disso, mas agora se condensou de vez. Como tem presença grande do acordeon, ficou assim. Mas nem foi algo que procurei. Você sempre foi um cara frenético para compor, lançar disco, gravar. Agora você está voltando mais essa energia para os livros? (junto com Insular, sai o quinto livro de Gessinger, Seis segundos de atenção). Acho que o lance de escrever me serenou um pouco como compositor, até porque tenho outro output. Foi bom para o lance musical porque me sinto mais severo musicalmente comigo mesmo. Esperar dez anos para lançar um disco de inéditas seria impensável naquele tempo. Eu gosto muito dessa zona cinzenta entre literatura e música. Coloquei letras do Insular no Seis segundos de atenção. Já tinha feito isso no Nas entrelinhas do horizonte. Nos shows, quem vai tocar com você? Vai ser um power trio com o Tavares e o Rafael Bisogno. O Rafael vem da onda da música gaúcha. Tem uma parada legal de percussão no palco, também. Eu já fiz shows com o Luciano Granja e com o Fernando Aranha, que tocaram comigo. Pode ser que eles retornem. Nesse disco novo, tem muitas parcerias e acho que dá para fazer isso quando você chega a um ponto em que sabe exatamente quem você é. Todo artista é uma ilha, cria um mundo próprio e é legal criar pontes entre essas ilhas. Vai sair um DVD? Eu vou fazer de tudo para registrar esses shows. Mas acabou atrasando e não sai esse ano.
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BAIXO ELÉTRICO| www.backstage.com.br 76 Sabe aquele artesão que constrói instrumentos musicais de corda, sob encomenda, customizados artisticamente usando apenas as mãos e ferramentas específicas, mais conhecido como luthier? Pois então, essa profissão já se aprende na faculdade aqui no Brasil, no recém-iniciado curso superior de luteria (ou lutheria), na Universidade Federal do Paraná, região Sul.
LUTHIERS MADE IN BRASIL Jorge Pescara é baixista, artista da Jazz Station e autor do ‘Dicionário brasileiro de contrabaixo elétrico’
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sto pode gerar verdadeiras obras primas, autenticamente personalizadas uma a uma. Em uma descontraída conversa com um dos professores que compõe a organização deste curso, José Roberto do Carmo, conhecido por seus electric upright basses (DiCarmo), e também doutor em semiótica da USP, tivemos uma clara noção do que temos à disposição a partir de agora, nesta área.
Como é uma arte ainda muito pouco valorizada no Brasil (apesar dos esforços de excelentes luthiers tais como Seizi Tagima, Tiguez, Márcio Zaganin, Henry Ho, DiCarmo, Márcio Benedetti, Eliezer de Lara, Alexandre Paschalis, além de incontáveis outros), foi somente no ano de 2009 que foi criado o primeiro curso superior de formação para artesãos luthiers.
tais como: o primeiro curso livre de luthieria na construção e manutenção de baixos elétricos, do luthier José Roberto da DiCarmo, em sua oficina na zona leste de
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Descontando o excelente curso de construção de instrumentos de arco (violino, viola, violoncelo e contrabaixo), ministrado no Conservatório Musical de Tatuí (SP), pelo professor Izaias de Oliveira; o curso de construção de violões e violinos do professor Vergilio Lima, na cidade de Sabará, Minas Gerais; e o curso de construção de violões na Dominus Luthier, em Caxias do Sul, Rio Grande do Sul, especificamente na área dos instrumentos sólidos, guitarras e baixos elétricos, que é o que diretamente nos interessam neste artigo, temos apenas alguns poucos a apontar,
Sampa, no início dos anos 1990 (curso concluído em 1995 por este que vos escreve) e agora extinto, além do curso mantido atualmente pela Escola de Luthieria B&H pelos luthiers Marcio Benedetti e Henry Ho (na zona sul de São Paulo), e do curso de construção de guitarras e baixos de Giorgio Benedettini (na Beluthier, no Rio de Janeiro). Somente temos alguns outros cursos livres de manutenção e regulagens de instrumentos musicais de corda, tais como o curso de luthieria de Edmar Luighi (ministrado na EM&T, também na zona sul de Sampa), o curso do
Como é uma arte ainda muito pouco valorizada no Brasil (...), foi somente no ano de 2009 que foi criado o primeiro curso superior de formação para artesãos luthiers 77
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É claro que pontualmente, temos alguns workshops e cursos rápidos de uma ou duas semanas em cidades espalhadas pelo país, além de algumas parcerias entre secretarias de cultura e luthiers que geram cursos relâmpagos de manutenção de violões, cavaquinhos e guitarras elétricas aqui ou ali, como foi o caso do Rio de Janeiro
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luthier Wgabriel (em Pinheiros, zona oeste de SP), ou mesmo do curso servido pela Henrique Luthier, em Belo Horizonte, Minas Gerais, e de uns poucos e raros livros, DVDs e cursos virtuais. É claro que pontualmente, temos alguns workshops e cursos rápidos de uma ou duas semanas em cidades espalhadas pelo país, além de algumas parcerias entre secretarias de cultura e luthiers que geram cursos relâmpagos de manutenção de violões, cavaquinhos e guitarras elétricas aqui ou ali, como foi o caso do Rio de Janeiro, em 2011, com um projeto de ensino e acompanhamento na restauração de 1400 violões que depois foram doados à comunidades carentes da cidade. Mas, podemos afirmar que ainda há muito a se caminhar para informar e formar novos profissionais na verdadeira arte da construção (além da, e apenas) manutenção e regulagens dos instrumentos de corda no Brasil. No entanto, este quadro agora parece mudar. Com o pioneirismo da Federal do Paraná, todo artesão poderá, ao concluir o curso, receber um diploma superior em sua arte. Seja uma guitarra, um baixo elétrico, um violão, um alaúde ou um violino, o curso cobre as possibilidades e variantes dos instrumentos clássicos e populares mais difundidos pelo mundo afora. Disciplinas como língua estrangeira instrumental, história da arte, cultura musical, restauração, tecnologia e economia da madeira, construção e enta-
lhe, eletricidade, eletrônica e computação, acústica e desenho técnico fazem parte da grade curricular do curso, que abre 30 vagas por semestre. Abrir novas oportunidades, tão necessárias, em um momento em que se discute a volta do ensino musical nas escolas (não o pobre canto orfeônico, mas um ensino de qualidade), e quando já foram atingidos patamares tão vistosos como cursos superiores de produção musical e engenharia de áudio, este curso de luteria servirá, sim, para formar as futuras gerações de artesãos nobres por seguir as tradições de Antonio Stradivari, Andrea Amati, Antonio Torres Jurado, Les Paul, Jerzy Drozd e tantos outros. Quer construir instrumentos com conhecimento de causa, ou deseja ampliar seus conhecimentos adquiridos em cursos livres? Então seu próximo passo é a Universidade Federal do Paraná. Os novos luthiers com grau superior lhe aguardam. Paz profunda .:.
Para saber online
jorgepescara@backstage.com.br http://jorgepescara.com.br
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EZPAR 64 RGBA www.equipo.com.br O EZpar™ 64 RGBA é uma luz wash alimentada por bateria, desenhada para libertar o artista da confusão dos cabos e agilizar a montagem. A bateria de lithium recarregável dura até 20 horas com uma única carga e alimenta 180 LEDs vermelhos, verdes, azuis e âmbar para proporcionar cores surpreendentes. Também é possível ter uma visualização clara sobre a carga de bateria restante através de um indicador de vida útil, e adicionar o receptor sem fio D-Fi™ para criar uma solução remota. Controlado via DMX, 4 ou 8 canais, ângulo de feixe de 14° e ângulo de campo de 23°, possui illuminance de 1,325 lux @ 2m, ativação sonora, funcionamento master/ slave e controle infravermelho IRC.
W-715 FOG MACHINE www.decomacbrasil.com A Antari acaba de lançar uma potente máquina de fumaça com um novo sistema de aquecimento que dá uma extraordinária saída de 20 segundos de explosão, aumentando a preservação do calor a fim de reduzir o tempo de reaquecimento. Um novo design do sistema de canalização do fluído remove o fluído remanescente proporcionando uma explosão clara sem excesso de fumaça. Pesando 15,5 kg, o equipamento trabalha nas tensões AC 100/ 120 V e 230/240 V a 50/60Hz, sua potência de aquecimento varia de 100Vac - 1340W, 120Vac - 1600W e tem saída de alcance de 5m de altura por 1m de comprimento, além de tanque com capacidade para 2,4 litros, média de consumo de fluído de 30ml/min e tempo aproximado para aquecimento de 9 minutos.
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RUSH MH1 www.harmandobrasil.com.br Este moving head de LED 180W super brilhante se move com uma grande variedade de efeitos e cores, sendo dois gobos e duas rodas de cor. Adicionando versatilidade e efeito, ele também abriga um dimmer eletrônico e estrobo, iris e prisma de 3 faces.
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RUSH PIN 1 CW www.harmandobrasil.com.br Esta pin-LED branca brilhante vem com duas opções de feixe (7 graus e 11 graus) para uma maior flexibilidade de cobertura. É totalmente silenciosa e tem um fácil ajuste no suporte.
ROBIN POINTE
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www.robe.cz O novo Pointe é muito luminoso, rápido e com um facho paralelo extremamente definido. Pode projetar gobos de vidro fixo ou rotatório e inclui prisma de 6 faces linear ou 8 faces circular. Aplicando o filtro frost e usando qualquer uma das 13 cores intensas cria-se um uniforme efeito wash. Possui tamanho pequeno, pouco peso, lâmpada de descarga de arco curto de 280 W e pode ser transportado em case de quatro unidades para satisfazer todas as suas necessidades como Beam, Spot, Wash, e efeitos. Desde o lançamento em abril, tornou-se o aparelho com mais rápida venda da Robe no mundo inteiro.
BEAM BAR 200 www.proshows.com.br A Ribalta RGBW de LED Beam Bar 200 é a renovação da Linha PLS. Com movimento de tilt, moderno e versátil, trabalha na frequência de 50/60 Hz, possui 9 LEDs (4 em 1) de 10 watts capazes de criar efeitos inéditos, combinados com os movimentos. Os modos de funcionamento são os mais variados possíveis, podendo ser controlado por DMX 512 com 21 canais, ativação sonora, master e slave. Um pequeno, rápido e forte equipamento com a qualidade de luz, tecnologia e confiabilidade de um produto robusto.
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Iluminação de plateia sem a tradicional luz branca
A iluminação dos palcos Mundo e Sunset no Rock in Rio teve design da empresa alemã PGR; no entanto, a brasileira LPL foi a responsável pela iluminação de plateia do Palco Mundo.
Rock in Rio LUZ DE PLATEIA NADA CONVENCIONAL redacao@backstage.com.br Fotos: Ernani Matos/ Léo Costa / Raul Aragão / Divulgação
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ara Cesio Lima, sócio-proprietário da LPL, a intenção de fazer uma luz de plateia diferente, fugindo da luz muito forte tradicional foi a tônica do projeto para essa edição. “Acho que erramos um pouco na escolha do equipamento na edição de 2011. Fizemos metade com washes e a outra metade com spots. Nesta edição, estamos usando spots na maioria dos refletores de plateia, que é bem diferente da luz tradicio-
nal, que incomoda muito os iluminadores”, compara. A ideia, segundo o iluminador, foi desenvolver um design que mostrasse a dimensão da área do público sem o impacto da luz branca. E a escolha pelos spots beams deu o efeito esperado exato. “Com essa nova escolha de equipamentos, os spots, demarcamos bem essa área, dando um efeito bacana, que dá para combinar com o que o iluminador de
Césio Lima, da LPL
cada banda está fazendo no palco e os takes de helicóptero, as gruas altas e a frente do palco, que é onde mais pegamos a vibração da plateia, ajudada pela luz de plateia que vem do palco. Essa parte já fica na mão do iluminador, que conhece o show e sabe o momento em que o público vai reagir de acordo com a música de cada banda”, explica Césio.
INTERAÇÃO ENTRE ILUMINADOR DA BANDA Outra mudança, de acordo com Césio, foi a possibilidade de a LPL também comandar a luz de plateia da TV. “Na verdade é o Serginho Almeida que opera essa luz. Esse ano fizemos questão de ter essa prerrogativa, porque tem horas, por exemplo,
Projeto de iluminação da plateia fugiu do uso da luz branca
que eu tenho um take de helicóptero e, se está na mão do iluminador da banda, ele tem muitas outras preocupações além do take do helicóptero. Sempre fazemos uma reunião antes, explicamos e damos a possibilidade também do iluminador não querer usar luz de plateia”, ressalta. “Na verdade, seguimos o que os iluminadores estão fazendo no palco e pronto. A programação que nós fizemos é bem versátil para isso, e a interação fica muito rápida”, completa.
Para a edição de 2013, a opção foi usar os Spot Beams
COMANDO Para comandar toda a programação, a empresa optou pelas Grand MA, que, segundo Césio, foi a que melhor se integrou ao sistema e com o estilo de trabalho dos profissionais da PGR. “Acho que o designer de forma geral está super simples e efetivo, então como sabíamos que iria Justin Timberlake, depois Mettalica, que vem com uma montanha de equipamentos para colocar, o Toto, da PGR, fez um design simples que facilita a colocação e por si só já é um designe bonito”, setencia Césio, complementando que, nas bandas de abertura, por exemplo, Capital e Jota Quest, a equipe da LPL conseguiu fazer o que havia projetado. Para o iluminador do Jota Quest, Lino Pereira, trabalhar com o sistema Grand MA garante ao técnico trazer a mesma turnê que está na estrada. “As minhas programações se encaixam dentro do eixo do festival. Por exemplo, tenho usado cerca de 60 moving lights na estrada, e quando chego no Rock in Rio tenho 400 movings, mas eu consigo clonar aquilo tudo e interagir na minha cena. Então, estou com meu show no dia a dia na estrada funcionando dentro do festival”, avalia.
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CÊNICA Seria impossível finalizar o ano de 2013 sem uma conversa sobre alguns dos shows e festivais ocorridos neste ano e que deixaram marcas, recordações, diversão e aprendizados. Ainda mais para um ano celebrado pela realização do maior festival de música do planeta: o Rock In Rio!
ROCK IN RIO 2013 VERSATILIDADE, NOS MÚLTIPLOS DETALHES... Cezar Galhart é técnico em eletrônica, produtor de eventos, baixista e professor dos Cursos de Eventos, Design de Interiores e Design Gráfico do Unicuritiba. Pesquisador em Iluminação Cênica, atualmente cursa Pós-Graduação em Iluminação e Design de Interiores no IPOG.
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ois anos após a edição de retorno ao cenário nacional de festivais (em 2011, mesmo ano da última edição do aclamado SWU), o “RiR” (como é comumente chamado e/ou apelidado esse significativo evento) foi realizado na Cidade do Rock de 13 a 22 de setembro, com shows de artistas nacionais e internacionais, para públicos tão heterogêneos quanto as sonoridades e repertórios que desfilaram nos dois principais palcos do festival: o Palco Mundo (com impressionantes 25m de altura e 86m de frente, sendo desses 24m somente de boca de cena) e o Palco Sunset (com 22m de altura e 44m de largura, para 20m de boca de cena - 8m a mais que o palco da edição anterior). E é justamente este espaço que merece uma atenção especial.
Desde 2011, o Palco Sunset foi concebido com uma proposta de mesclar estilos musicais, e proporcionar encontros musicais únicos e inusitados. Nesta edição, recebeu um novo Design – 15 pirâmides justapostas em posições aleatórias -, com projeto assinado pelos arquitetos brasileiros João Uchôa, Vitor Wanderley e Ana Kalil, sócios da empresa CICLO Arquitetura Urbanismo Meio ambiente e Comunicação Ltda. Para um total de 29 apresentações nos sete dias de festival - e participação de 33 artistas internacionais e 24 nacionais – o Palco Sunset recebeu bandas e artistas como The Offspring, Living Colour, Ben Harper, George Benson, Sebastian Bach, Rob Zombie, Marky Ramone e Gogol Bordello, entre outros, além de artistas nacionais como Lenine,
Fonte: Cezar Galhart
Figura 1: Maquete eletrônica com construção similar ao Palco Sunset - iluminação simulada pela construção em Google SketchUp e renderização com o Kerkythea.
Fonte: Uniq Magazine.
Mallu Magalhães, BNegão e o encontro entre Moraes Moreira, Pepeu Gomes e Roberta Sá, que interpretaram canções clássicas dos Novos Baianos. Mas, como atender às necessidades e requisitos dos projetos de iluminação cênica, desses artistas tão ecléticos? Basica-
Figura 2: Encontro especial entre Pepeu Gomes (esquerda), Roberta Sá (centro) e Moraes Moreira (direita). Moving Heads (Martin) preenchendo a cena – com iluminação lateral e direcional, com contraluz das barras de PAR 64 na cor vermelha.
mente, com a oferta e disponibilização de uma estrutura que contemple os principais recursos para a criação de cenas adequadas a todos os estilos musicais, mas principalmente, que valorize todas as áreas do palco, com instrumentos capazes de reproduzir cores e padrões compatíveis a todas as produções dos shows de cada atração, como se fosse única. Conforme publicado na edição n.º 205 da Revista Backstage (dezembro de 2011), foram promovidas algumas alterações (e melhorias) na estrutura descrita naquela revista e na qualidade estética do projeto em relação à edição anterior do festival (RiR 2011). Além das melhorias na configuração do palco – tanto na fachada como na estrutura de palco como um todo (que permite um “blecaute”, necessário aos shows que se iniciam no horário de 14h00min), alguns instrumentos de iluminação tiveram algumas particularidades, incrementadas ao projeto anterior. Os instrumentos utilizados para a iluminação de “chamada” do público – e que necessitam de muita intensidade
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Fonte: Cezar Galhart
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Figura 3: Maquete eletrônica com construção similar ao Palco Sunset - iluminação simulada pela construção em Google SketchUp e renderização com o Kerkythea. Destaque para os Mini Bruts e a barra de refletores PAR 64 com filtros “primary red”.
Interessante também foi o uso de barras com refletores do tipo PAR 64, dispostos no fundo do palco (contraluz) proporcionando dimensão e forma aos personagens da cena, aos equipamentos e ao palco, como espaço de manifestação artística e cultural
luminosa – denominados de “Mini Brut” - foram substituídos por refletores do tipo 8-Lite Audience Blinder com lâmpadas PAR 36 (650 W de potência, cada lâmpada) e temperatura de cor próxima de 2700 K, para minimizar o impacto visual das luzes sem perder a essência do efeito. Interessante também foi o uso de barras com refletores do tipo PAR 64, dispostos no fundo do palco (contraluz) proporcionando dimensão e forma aos personagens da cena, aos equipamentos e
ao palco, como espaço de manifestação artística e cultural. Havia dois conjuntos de 6 barras (Six Bar PAR 64), simetricamente posicionados em relação à tela e bateria, com flitros (gelatinas) e basicamente duas cores: azul (congo blue) e vermelho (primary red), conforme mostram as figuras 2 e 3. Moving Heads da empresa dinamarquesa Martin Professional (adquirida ainda neste ano pela Harman International Industries) produziam as texturas dinâmicas e cores, controlados da house mix. Fonte: Cezar Galhart
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” Figura 4: Projeção de texturas (imagens múltiplas projetadas com gobos) transformaram o Palco Sunset em uma grande tela.
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Os modelos utilizados – da linha MAC – proporcionavam ainda iluminação com brilho intenso e uniforme, além de preenchimento e valorização dos elementos das cenas produzidas zam a produção de um evento, evidencia-se a evolução do Rock In Rio como festival que oferece uma gama diversificada de atrações – não somente musicais -, de forma a se manter como um dos mais im-
questão de minutos, deixava o espaço totalmente limpo. Nesse contexto, a versatilidade adquire outros significados para um festival como esse. No que se refere ao tema desta conversa, destaca-se
Fonte: UOL Música / Gabriel Quintão
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Os modelos utilizados – da linha MAC – proporcionavam ainda iluminação com brilho intenso e uniforme, além de preenchimento e valorização dos elementos das cenas produzidas. Outros, fixados na estrutura da House Mix (tenda de controle de sonorização e iluminação, situada à frente do palco, com afastamento do mesmo) projetavam texturas de luz com imagens de gobos que não se repetiam, sequencialmente, transformando o palco em uma grande tela. Isso provocava um efeito atraente e provocativo, retendo a atenção do público que comentava sobre as projeções e esperava as próximas imagens como se fossem uma nova apresentação na programação do evento. No show do Gogol Bordello – banda multiétnica, com membros de diversos países diferentes -, esses efeitos proporcionaram o contraponto ideal para os refrãos e riffs, intensos e empolgantes, principalmente pela dinâmica de palco da banda, formada por oito músicos que se movimentam frequentemente e ocupam muitas posições no cenário. A sonoridade – rotulada como Punk Rock Cigano – também permite o desenvolvimento de cenas alegres e dramáticas, quase simultaneamente. Neste sentido, o uso de cores complementares proporcionava uma atmosfera harmoniosa e agradável (figuras 4 e 5). Destaque também para a gestão operacional do palco. Enquanto o palco era rapidamente preparado para as apresentações que se sucediam na tarde/noite do festival, poucas mudanças eram percebidas – mesmo nas regulagens das alturas das traves (estruturas de Q30) a operação ocorria silenciosamente e cronometricamente perfeita, para intervalos curtos e intensa programação de atrações para um mesmo dia. Sendo a iluminação cênica um dos principais recursos que caracteri-
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Figura 5: Banda Gogol Bordello no Palco Sunset – Rock In Rio 2013.
portantes eventos, senão, definitivamente, o maior festival musical do planeta. Não só os números mostram a dimensão desse evento, como também a produção visual percebida pelos públicos - mas principalmente o backstage confirma isso. A título de curiosidade, com o término das apresentações do Palco Sunset, ocorria uma acelerada movimentação e deslocamento do público de um palco para outro, no caso, para o Palco Mundo. Com a diminuição do público na área frontal ao Palco Sunset, um “exército” de profissionais surgia para a coleta de lixo que, em
como principal qualidade na configuração de um projeto de iluminação que este consiga atender as necessidades de dezenas de outros – inseridos em um processo criativo desenvolvido para sensibilizar, agradar, emocionar e impressionar. OBS.: Aproveito o espaço para desejar ótimas festas de fim de ano para todos os leitores, parceiros e profissionais da Revista Backstage, com muitas alegrias e muita LUZ!!! Abraços e até a próxima conversa!!!
Para saber mais redacao@backstage.com.br
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Michele Nascimento lança CD ‘Batalha Contra o Mal’ JOTTA A INICIA GRAVAÇÃO DE CLIPES Prestes a lançar seu segundo CD pela Central Gospel Music, Geração de Jesus, Jotta A começou a gravar dois vídeos de divulgação para o projeto. A primeira música a ter um clipe lançado será Vencedor, que terá locações no bairro da Mooca, em São Paulo, com um clima bem urbano. Santo Espírito, segunda canção de trabalho, também será gravado em São Paulo, mas em local surpresa, para aumentar a curiosidade dos fãs. O conceituado motion designer e film maker Toddy Ivon assina a produção áudio-visual dos clipes.
O segundo trabalho da cantora pela gravadora MK Music tem produção musical de Tuca Nascimento, pai da artista, que também trabalhou no último CD de Michelle, Louve e Adore. A inspiração para o projeto veio de experiências de vida com Deus e quebras de paradigmas, segundo a cantora. A capa do CD, que traz uma imagem dela segurando um estandarte vermelho, assim um soldado, declara a derrota sobre o mal. A primeira música de trabalho do álbum, Seja Livre, já tem vídeolyric e alcançou mais de 40 mil visualizações no canal oficial da gravadora no Youtube. O primo da cantora, Wilian Nascimento, faz um dueto na faixa Clame. E sua irmã, Gisele Nascimento, assina a produção de voz do CD junto com Wilian.
Graça Music e pastor Antônio Cirilo preparam novo CD A gravadora Graça Music e o pastor Antônio Cirilo, líder do Ministério Santa Geração, acertam os últimos detalhes para o lançamento do CD Canção da eternidade, novo trabalho do cantor. A divulgação do álbum, que deve chegar às lojas no início de dezembro, começou no início de novembro, quando as rádios receberam a primeira música de trabalho. Ted Jensen – do estúdio Sterling Sound, de Nova York –
assina a masterização das músicas, cujas gravações ocorreram no estúdio Ultra Music, em Belo Horizonte. Canção da eternidade apresenta 13 músicas inéditas e um medley com as canções Segurança, Senhor, eu amo a Tua presença e Uma breve história do céu na terra. Antônio Cirilo ainda divide os vocais com David Quinlan, em Aquece o meu coração e com Nivea Soares, na canção Santa Geração.
Rachel Malafaia divulga seu novo álbum em BH A cantora Rachel Malafaia segue divulgando De Fé em Fé, seu mais recente trabalho pela Central Gospel Music. Nos dias 9 e 10 de outubro, ela esteve em Belo Horizonte, Minas Gerais, para participar de diversos programas televisivos e visitar rádios da região. Rachel gravou os programas De Tudo um Pouco, Sempre Feliz, Balaio e Amplificador, na Rede Super de Televisão.
DINA SANTOS DIVULGA CD E GRAVA CLIPE DA MÚSICA “UM ESCOLHIDO” A cantora está percorrendo diversos estados para divulgação de seu primeiro álbum, Minha benção. No dia oito de outubro, ela fez uma pausa na agenda de shows para gravar as bases do clipe da música Um escolhido, no estúdio 3 da RIT TV, no Rio de Janeiro. O vídeo tem direção de PC Junior e foi ao ar em novembro. Jairinho Manhães é o responsável pela produção musical do CD Minha Bênção, do qual a canção do clipe faz parte. O projeto reúne o melhor do estilo gospel, com mensagens de fé, vitória e exaltação a Deus.
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BOAS NOVAS | www.backstage.com.br
PEDRO ROCHA | REDACAO@BACKSTAGE.COM.BR Leandro Marques... ...mostra O poder da Palavra O poder da Palavra, o primeiro CD do rapper Leandro Marques, acaba de ser lançado pela Graça Music. Com 10 faixas que tratam de amor e fé, abordadas em um tom questionador, o álbum reúne hip hop, black music, rock e samba falando da poesia da periferia e ao mesmo tempo destacando a paz em tom religioso. Um dos destaques do CD é a faixa Não basta ser crente, cujo vídeo foi indicado para concorrer na primeira fase do Troféu Promessas.
Rachel Malafaia e Danielle Cristina... ...comparecem a seminário internacional As cantoras Rachel Malafaia e Danielle Cristina participaram do seminário internacional de louvor Time 2 Worship/ Tempo de Adorar, ocorrido no dia 5 de outubro na Assembleia de Deus de Jacarepaguá, no Rio de Janeiro. O evento gratuito, idealizado pelo pastor Joe Vasconcelos, reuniu também o Ministério Sou Tua Herança e o Ministério Assembléia de Deus Vitória em Cristo do Recreio. O Time 2 Worship é itinerante é acontece em diversas congregações por todo o Brasil.
RACHEL MALAFAIA NO PROGRAMA VIDA AO VIVO A cantora Rachel Malafaia participou, no dia 2 de outubro, do programa Vida ao vivo, na Rádio Vida FM. Além de uma entrevista exclusiva, ela falou das músicas de seu novo CD De fé em fé, lançando recentemente pela Central Gospel Music.
Danielle Rizzutti... ...lança clipe e prepara CD infantil Faixa pertencente ao CD Minhas canções na voz de Danielle Rizzutti, a música Filme que passou teve seu clipe lançado no último dia 21 de setembro, durante o programa Graça Music na TV. A história do vídeo mostra um rapaz da igreja que tem lembranças de sua vida, durante um culto. Nesse instante, ele se vê em um cinema, no qual assiste a um filme com cenas pelas quais passou ao longo de sua trajetória. A direção do projeto é de PC Junior. Minhas canções na voz de Danielle Rizzutti traz 12 composições do Missionário R.R. Soares. O CD, o primeiro na carreira da artista, tem produção musical de Michael Sullivan e projeto gráfico da agência paulista Na Massa. Além desse CD, a cantora está preparando um projeto infantil, ainda sem título, que também conta com a produção musical de Michael Sullivan, projeto gráfico do designer Max Carvalho e composições de R.R. Soares.
Heloisa Rosa grava DVD em SP A cantora fez o registro de seu primeiro DVD no dia 08 de outubro no Teatro Bradesco. Heloisa Rosa - Ao Vivo em São Paulo será o quinto trabalho da cantora, agora sob a direção de Ricardo Carreras e Hugo Pessoa, produtores de outros grandes nomes da música gospel. O DVD tem lançamento previsto para o início de 2014, com a marca Musile Records, o novo selo da Aliança Produção e Distribuição. O registro do show mostra os sucessos Há um lugar, Estante da vida, Clamarei teu santo nome, Vem andar comigo, entre outros. As inéditas Minh’alma (My Soul Sings, da banda inglesa Delirious) e Eu vejo a cruz (I See The Cross, de Brian Doersken), cantada em dueto com David Quinlan, também fazem parte do repertório.
CORO GUANABARA APRESENTA O ORATÓRIO DE NATAL DE CAMILLE SAINT-SÄENS Sob a regência de João Genuncio, o Coro Guanabara faz uma série de concertos gratuitos no Rio de Janeiro, apresentando o Oratório de Natal, Op. 12 de Camille Saint-Säens. Tendo como solistas o soprano Marianna Lima, os mezzo-sopranos Julia Anjos e Beth Babo, o contralto Maristane Rezende, o tenor Guilherme Moreira e o barítono Sergio Villela, o Coro Guanabara estará, acompanhado por organista e Quarteto de Cordas, no dia 4/12, no Tabernáculo Mórmon – Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos dias, a partir das 19h30, na Rua Maxwell, 301 – Andaraí; dia 6/12, na Igreja Presbiteriana da Muda Usina, na Rua Conde de Bonfim, 958 – Tijuca, também às 19h30; dia 8/12, na Igreja Cristã de Ipanema – ICI, às 19h; e no dia 11/12, na Igreja Matriz da Nossa Senhora do Desterro, em Campo Grande. A coordenação de eventos é de Heloisa Brum.
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OS DISCOS DA MINHA VIDA
“Cadernos
C
DE VIAGEM”
omo vocês já devem ter reparado, há três colunas que venho contando a história de nossos discos. Depois dos dois primeiros do trio Sá, Rodrix & Guarabyra e da estréia em dupla chego ao segundo de Sá & Guarabyra, o... Cadernos de Viagem Lançado o Nunca em 74, vimo-nos, eu e Guarabyra, naquela cruel encruzilhada do famoso segundo disco, aquele que afirma ou desmancha carreiras, terror de muito estreante de sucesso. Para arejar as ideias, pulamos no carro e afundamos pelo sertão do São Francisco adentro, via Belo Horizonte e Montes Claros. Fomos parar na paradisíaca Correntina, cidadezinha baiana à beira do rio das Éguas, um rio como eu nunca imaginara conhecer na vida, límpido, virgem mesmo em sua passagem pela cidade, que renegava a fácil saída de jogar seu esgoto na corrente e cujo povo chegara mesmo a expulsar à força de bala alguns garimpeiros que haviam ousado tentar explorar o ouro que – rezava a lenda – brotaria do cascalho sem muito esforço. A custo e quase a contragosto saímos de lá, adotados que fomos pelo povo da cidade, mas afinal voltamos ao Rio de
Janeiro cheios de músicas e novos rumos, agora voltados para uma mistura mais brasileira, mais sãofranciscana que roqueira. O “rock” do nosso rótulo enfraquecia em favor do “rural”. Ao mesmo tempo, encontramos na Odeon um clima meio estranho, visto que o disco do Zé (Rodrix) vendera mais que o nosso Nunca. Com a rivalidade entre nós e o Zé acirrada por esse fato, foram dois palitos até que a paranóia crescesse em nossas cabeças e começássemos a sofrer uma síndrome de abandono artístico, que – não obstante os esforços de Mariozinho Rocha, nosso produtor, em provar o contrário – acabou por levar-nos ao rompimento com a gravadora. Nós não estávamos, porém, blefando com um par de oitos. Na verdade, já tínhamos sido sondados pela recém ressuscitada Continental, que ambicionava voltar à antiga grandeza com uma maciça contratação de estrelas alternativas – ou não... - da MPB. Chutamos uma bela grana de “advance” e eles toparam. Juntou-se a isso o desejo imediato de gravar em nosso próprio recém-inaugurado e belíssimo estúdio Vice-Versa, com um aparato totalmente state-of-the-art para a
LUIZCARLOSSA@UOL.COM.BR | LUIZCARLOSSA.BLOGSPOT.COM produção Flavio Ferrari tinha que se desdobrar para convencer a diretoria que aquilo era algo que ia vender. E Duprat, claro, viajava com a gente, fazendo seus belíssimos arranjos orquestrais para Cadernos de Viagem, Muchacha, Roda o Mundo e Mundo Invisível. Deixamos Marisa no solo em Passo Preto, feita pra ela. E grassaram os sambas-rock (Passo Preto), os sambas-baião (Espanta Boiada), os jazzsamba-rocks (Tarzan dos Cromados), baladas (Cadernos de Viagem/Mundo Invisível)... no final, pressionados pela gravadora, cujos divulgadores acostumados com a mesmice do brega não achavam o que forçar pra tocar em rádio, grava-
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época: dezesseis canais (imaginem!), sala onde caberia folgadamente uma sinfônica, mesa nova, máquinas Otari... tudo isso coroado com sonhos de longa data: produção e arranjos orquestrais de Rogério Duprat meu sócio e guru-amigo – e cozinha de Robertinho Silva na batera e Luiz Alves no baixo, que admirávamos e ambicionávamos ter conosco desde os tempos do Som Imaginário. Pra completar nosso trio dos sonhos, chamamos Tenório Jr. nos teclados, mesmo sabendo de suas tendências algo xiitas em relação a qualquer coisa que desviasse da área jazz-bossa-nova, ou talvez até por intuir que seu talento combinado com nossa capacidade de persuasão resultaria em algo inédito, o que de fato aconteceu. Ousando mais ainda, roqueamos o ambiente com a guitarra de Sergio Hinds, d’O Terço, e as palhetas (saxes, flautas) de Ricardo Mattos, jovem instrumentista com quem eu ensaiara nos tempos de dupla com Zé Rodrix, integrante do grupo Faya, que nos acompanhava. Ricardo oscilava prazerosamente entre o fusion e o rock. Uma das coisas que mais sentimos falta no Nunca foi a vocalização a três vozes. Para quebrar uma possível similaridade sonora com o falecido trio, resolvemos nos completar com uma voz feminina. Lembramos então de uma garota que ouvíramos num grupo vocal-instrumental paulistano chamado O Bando, que nos impressionara bastante com sua sonoridade diferenciada, tendo entre seus integrantes os talentosíssimos Emílio Carrera, Paul de Castro, Rodolfo Granni Jr. e Dudu Portes, gente que no futuro deixaria sua marca na música brasileira. O Bando nos fora apresentado por Rogério Duprat, que afinal encontrou a garota e a trouxe para os nossos ensaios. Marisa Fossa era uma menina tímida, não muito chegada a aparecer, dona de um timbre quase contralto, que casou admiravelmente bem com nossas vozes. Enfim, o baile estava pronto: agora era só dançar. Cadernos de Viagem foi um disco francamente de estúdio: chegávamos, passávamos as músicas pro trio de base e mandávamos bala. Robertinho, Luiz e Tenório já tinham sua própria química e mataram suas partes em menos de três semanas. Depois, cobrimos as bases com nossos violões, as guitarras de Sérgio Hinds, os saxes e flautas de Ricardo Mattos e algumas percussões com o Dinho. Nas bases, foi tudo muito rápido e livre, uma verdadeira “jam-session” na maior parte do tempo. Acontece que a infraestrutura da Continental não segurava muito a barra desse tipo de experimentalismo que rolava no estúdio: enquanto o orçamento subestimado ia pouco a pouco estourando com nossos cuidados vocais e mixagens perfeccionistas – detalhes aos que o financeiro da gravadora não estava acostumado, visto que ela vivia noventa por cento da chamada “música brega”, que operava no pá e pum – o coordenador de
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Pra completar nosso trio dos sonhos, chamamos Tenório Jr. nos teclados, mesmo sabendo de suas tendências algo xiitas... mos um ridículo country-qualquer-coisa (Véio Camaleão) e um ótimo free-jam (o que será isso?...), Dança o Atrevido, que, visto que a Continental não queria pagar mais nada, contou com a participação gratuita e amiga de Sérgio Magrão no baixo. A essa altura, a Continental estava francamente estressada, sem entender nada do que aquilo tudo queria dizer, uma linguagem absolutamente estranha para sua linha, que claramente dera um passo maior que as pernas, entrando numa área sem ter programado devidamente sua infra para adaptar-se a outro tipo de mercado. A pá de cal na cabeça da “mercadologia” foi a faixa conceitual O Que Você Quiser, que Guarabyra bolou para anteceder Mundo Invisível, música que fiz quando vi meu pai à beira da morte por um AVC. Deu mesmo de tudo nesse disco... Para 1975, o Cadernos era inovador de fato. A mistura de músicos de tendências diversas, o estilo de gravação e mixagem, a releitura que Duprat fez de sua própria visão de orquestração pós-tropicalista... claro que deu no que deu: sucesso de crítica e fracasso de vendas, agravado pela total perplexidade do marketing da Continental diante de seu novo produto. Para nós, as consequências foram ainda piores. Com a derrota comercial do disco, os shows minguaram e a banda se desfez. Nosso tombo nos deixaria no chão por dois longos anos, sobrevivendo de jingles e aparições ocasionais na TV. Mas de repente, não mais que de repente... isso é assunto para o próximo disco, quer dizer, para a próxima crônica...
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