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Sumário Ano. 19 - novembro / 2012 - Nº 216
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Com a quinta edição lançada oficialmente em outubro, o Rock in Rio, que acontece em setembro de 2013 na capital fluminense, ganhou uma merecida coletânea onde foram documentados os shows das principais bandas brasileiras que subiram ao palco do festival. Durante entrevista à Revista Backstage, Marco Mazzola contou como foi o processo de documentação e recuperação desses shows. Confira ainda como foram configurados os sistemas de som e de microfonação de um dos eventos mais tradicionais da praia de Copacabana, o Projeto Aquarius.
Danielli Marinho Coordenadora de redação
88 NESTA EDIÇÃO 16
Os 40 anos do Projeto Aquarius Técnicos de som contam os desafios de sonorizar o projeto, realizado ao ar livre na praia de Copacabana.
Vitrine A nova guitarra da Cort, inspirada na guitarra-machado de Gene Simmons, e os novos falantes da JBL Selenium são umas das novidades.
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Rápidas e rasteiras A fusão entre duas locadoras de áudio baianas e entre duas grandes gravadores.
30 Gustavo Victorino Um projeto que prevê redução de impostos sobre a produção e importação de instrumentos musicais está passando despercebido pelo Congresso Nacional.
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Play-rec Mais um trabalho do Brasil Papaya e o novo álbum do coral Calíope, em homenagem a Villa-Lobos, são umas das boas indicações do mês.
34 Espaço Gigplace Em entrevista, Luiz Porto conta como é a profissão de Manager Tour, responsável por gerenciar todas as etapas de uma turnê.
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54 84
Gramophone Antes ignorado no mercado brasileiro, Arthur Verocai agora virou ícone entre os mais descolados que adoram um som mais experimental.
O som dos PAzeiros Na segunda reportagem da série conversamos com Biggu e com Alexandre Rabaço.
A nova escola do baixo Um anel transmissor de ondas e um receiver wireless capaz de converter e enviar o sinal para pedais de efeitos produzindo sons variados e diferentes.
102 Expocristã
Feira mostra que mercado gospel busca cada vez mais se tornar profissional.
104 Som nas Igrejas
Ponto turístico do Rio de Janeiro, o Santuário de Nossa Senhora da Penha, no bairro de mesmo nome, ganhou projeto com caixas da K-Array para a sua Concha Acústica.
Lightin Week Brasil
Expediente
Em novo local, maior feira de iluminação do Brasil recebe mais visitantes e expositores.
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CADERNO TECNOLOGIA
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Interfaces limitadas
Com o crescente mercado em busca de interfaces com limitados números de canais, sugem três que se destacam nesse novo segmento.
66 Logic Nessa edição, mais duas seções do ES 2: modulação e saída geral.
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Cubase Dicas e um tutorial de visita aos recursos e controles do Reverence para turbinar seu conhecimento no software.
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Sibelius Ignorado por muitos, o Quick Start pode ser uma opção para acelerar diversos procedimentos no Sibelius.
80 Produção Musical Um equipamento que não pode faltar no estúdio, os amplificadores podem ser dividos em três grupos básicos.
NOTA: Prezado leitor, nesta edição, deixamos de publicar as colunas de Sergio Izecksohn e, Na Estrada, de Luiz Carlos Sá. Os colunistas retornam no próximo mês.
Diretor Nelson Cardoso nelson@backstage.com.br Gerente administrativa Stella Walliter stella@backstage.com.br Financeiro Rafael Pereira adm@backstage.com.br Coordenadora de redação Danielli Marinho redacao@backstage.com.br Revisão Heloisa Brum Revisão Técnica José Anselmo (Paulista) Tradução Fernando Castro Colunistas Cristiano Moura, Elcio Cáfaro, Gustavo Victorino, Jorge Pescara, Jamile Tormann, Julio Hammerschlag, Luciano Freitas, Luiz Carlos Sá, Marcello Dalla, Nilton Valle, Ricardo Mendes, Sergio Izecksohn e Vera Medina Colaboraram nesta edição Alexandre Coelho, Luiz Urjais, Miguel Sá e Victor Bello Estagiária Karina Cardoso webmaster@backstage.com.br Edição de Arte / Diagramação Leandro J. Nazário arte@backstage.com.br Projeto Gráfico / Capa Leandro J. Nazário Foto: Divulgação Publicidade: Hélder Brito da Silva PABX: (21) 3627-7945 publicidade@backstage.com.br Webdesigner / Multimídia Leonardo C. Costa multimidia@backstage.com.br Assinaturas Maristella Alves PABX: (21) 3627-7945 assinaturas@backstage.com.br Circulação Adilson Santiago, Ernani Matos ernani@backstage.com.br Crítica broncalivre@backstage.com.br Backstage é uma publicação da editora H.Sheldon Serviços de Marketing Ltda. Rua Iriquitiá, 392 - Taquara - Jacarepaguá Rio de Janeiro -RJ - CEP: 22730-150 Tel./fax:(21) 3627-7945 / 2440-4549 CNPJ. 29.418.852/0001-85 Distribuição exclusiva para todo o Brasil pela Fernando Chinaglia Distribuidora S.A. Rua Dr. Kenkiti Shimomoto, 1678 - Sl. A Jardim Belmonte - Osasco - SP Cep. 06045-390 - Tel.: (11) 3789-1628 Disk-banca: A Distribuidora Fernando Chinaglia atenderá aos pedidos de números atrasados enquanto houver estoque, através do seu jornaleiro. Os artigos e matérias assinadas são de responsabilidade dos autores. É permitida a reprodução desde que seja citada a fonte e que nos seja enviada cópia do material. A revista não se responsabiliza pelo conteúdo dos anúncios veiculados.
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CARTA AO LEITOR | www.backstage.com.br
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Até quando vamos viver de aparências?
C
hegamos ao início do fim do ano e, assim como o tempo, que nos parece cada vez mais escasso, os lucros e as promessas de um bom ano financeiro parecem que sofreram dessa mesma escassez e ficarão para o ano que vem. O fôlego tomado pela economia no início do ano não foi suficiente para a maioria das empresas e já se prevê um Natal bem mais magro comparado ao de 2011, mesmo com os incentivos ao crédito. No entanto, entre o que realmente prevêem os economistas e o que nos propomos a acreditar, existe um grande abismo. Embora sem dinheiro, o brasileiro continua comprando, mesmo que consuma menos, e se endividando. Talvez venha daí a crença de que estamos indo bem, fazendo nosso dever de casa. Afinal, ninguém gosta de admitir que tomou a decisão errada ou que algo não está indo bem, uma vez que está todo mundo no mesmo barco. Então, unifica-se o discurso, que será tomado como verdade para quem quiser acatar. O grande impasse é que ninguém quer ser o primeiro a derrubar alguns mitos. Ou por medo de ser mal interpretado e se tornar pedra no sapato de outro, ou por receio de enfrentar “moinhos de vento” e descobrir que, no final das contas, nao há mesmo heróis. O mais prudente é “nadar a favor da maré” e encontrar um lugar ao sol onde predomine o bom senso. Uma posição confortável, disso ninguém duvida, mas que pode ser perigosa se esses mitos começam a ser tomados como verdades, produzindo um tropel de errantes. Questionar a ordem vigente das coisas, de vez em quando, é bom. Essa análise mais minuciosa pode revelar que ninguém gostaria de estar indo para onde leva o caminho. É o que em marketing conhecemos como Paradoxo de Abilene. É como participar de um evento supondo que todos gostariam de estar ali, mas na realidade, ninguém queria. Daí, justificamos nossa decisão maquiando nossos resultados positivos. Mudanças sempre trazem desconforto, mas a inércia pode trazer aflição bem maior a longo prazo. E no mundo atual, em que padrões e relações já não se fazem como há 29 anos, permanecer com as mesmas “verdades” é correr o risco de levar gato por lebre. Boa Leitura. Danielli Marinho
siga: twitter.com/BackstageBr
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AKG http://br.akg.com O modelo K404 é o novo minifone da AKG lançado no Brasil. Dentre suas excelentes características, destaque para: dobrável, leve e portátil. O equipamento oferece alta performance de som em todas as frequências e ainda possui almofadas de couro para o conforto do usuário. O headphone é compatível com iPhone.
CORT
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www.equipo.com.br Inspirada na lendária guitarra Machado, de Gene Simmons, a nova guitarra da Cort é adornada com a assinatura de Gene no headstock. Possui braço parafusado (bolt-on), madeira no corpo, controles: 1 Volume + 1 Tone, chave de três posições e tamanho da escala: 25 1/2".
JBL www.jbl.com/pt-br A JBL Selenium acaba de atualizar suas linhas de falantes, a CV e a PW, e lançou os novos alto-falantes CV5 E PW7 durante a Expomusic 2012, que ocorreu em setembro. Maior potência de som e transmissão cristalina de áudio são os maiores diferenciais dos produtos.
HOHNER www.proshows.com.br A Hohner, marca distribuída pela Proshows, lançou mais uma homenagem aos grandes nomes da música. A Gaita Diatônica com a assinatura do lendário John Lennon já está disponível nas principais lojas especializadas do país. Ela possui Tom C, número de vozes igual a 20, afinação Richter, 10,5 cm de tamanho e está disponível na cor branca.
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PIONEER www.pioneer.com.br A Pioneer apresenta o DJM-4000, um mixador com crossover elétrico incorporado. O equipamento oferece as três funções básicas que todos precisam para uma festa: MC, DJ e PA. É possível aproveitar também o seu crossover elétrico integrado para obter ótimos níveis de qualidade, com um som claro e potência máxima em todos os eventos.
CADAC www.decomac.com.br A CADAC apresentou um novo console digital para produção ao vivo, o CDC Eight. Ele é indicado para shows e aplicações de instalações fixas, possui 128 canais com 256 entradas disponíveis e um monitor HD LCD de 24 polegadas touchscreen, dando grande agilidade nos controles. O console CDC Eight é inteligente, ágil e com modo de operação bastante intuitivo.
YAMAHA www.br.yamaha.com Os saxofones YAS/YTS-280 da nova linha de instrumentos para estudantes, são desenhados tendo em mente os jovens principiantes. Com um peso relativamente baixo e um formato ergonômico, são fáceis de segurar e de tocar. A entoação é perfeita e é fácil tirar dele um grande som. O design Yamaha proporciona aos principiantes um apoio excelente, tornando mais fácil a aprendizagem, o progresso e a criatividade.
GRETSCH www.sonotec.com.br O novo “Pad de estudo Gretsch”, distribuído pela Sonotec, é uma borracha de estudo que reproduz o desenho dos tambores da marca americana. Os pads de estudo têm uma superfície em gel de sílica com uma base de madeira de alta densidade, que acrescenta durabilidade e uma sensação de realidade quando se pratica, pois o rebote é muito parecido com o do próprio instrumento. Na base, estão as borrachas antiderrapantes que permitem que você pratique em qualquer superfície plana, sem escorregar.
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www.santoangelo.com.br A Interface Digital CSA é projetada para uso em dispositivos móveis da plataforma iOS, como iPhone, iPodTouch ou iPad. Este novo lançamento da Santo Angelo é simples, bastando conectar a guitarra, violão ou baixo na entrada P10 do CSA e na saída da Interface, um fone de ouvido ou um amplificador. Um ponto positivo é a mobilidade que ele proporciona ao músico, permitindo-o tocar um instrumento em qualquer lugar, desde que utilize esta interface CSA.
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SANTO ANGELO
MACKIE www.habro.com.br A linha DLM Series, da Mackie, divulgadas pela Habro, oferece sistemas de reforço de som que são capazes de uma reprodução de alta qualidade, combinando uma enorme série de funcionalidades e tecnologias. As caixas DLM têm amplificação Classe D integrada de surpreendentes 2000 watts, um mixer e processador digital integrados que podem criar uma combinação incrível de potência.
EMINENCE
LL ÁUDIO
www.cvaudio.com.br A Eminence anuncia o lançamento do EJ1250, um falante de guitarra signature em alnico desenvolvido com o lendário guitarrista Eric Johnson. O EJ1250 possui 12" e 50 watts de potência, e sonoridade vintage graças ao alnico. Possui ainda graves poderosos, médios guturais e agudos definidos.
www.llaudio.com.br A LL Áudio está com novidades na sua linha de caixas acústicas compactas LX. Elas foram completamente reestilizadas com um novo design e agora também estão disponíveis na versão com rádio FM e USB. Essa linha oferece praticidade, fácil transporte e acompanha qualquer situação, desde uma palestra a um churrasco. Com certeza ninguém vai ficar na mão com a LX.
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LEXSEN www.proshows.com.br O mixer amplificado LPM-8USB da Lexsen, marca distribuída pela Proshows aqui no Brasil, possui seu MP3 player com entradas USB e SD e display digital em LCD tornando-o um dos mixers favoritos em bares, restaurantes e casas noturnas. Ele possui 8 kg, proteção contra curto-circuito e efeito ‘Delay’ selecionável e controle de volume, efeitos e frequências graves e agudos por canal.
LEAC’S www.leacs.com.br A Leac’s anunciou o lançamento da It, uma linha completa de gabinetes fabricados em plástico que estão disponíveis em várias cores e tamanhos. São vários os modelos da linha: It! Cinema, It! Jardim, It! Arandela, It! Som Ambiente e o It! Ativa, entre outros. Eles possuem potência musical de até 80 watts, potência RMS de 40 watts e resposta de frequência de 60 Hz a 18 Khz.
EMINENCE www.cvaudio.com.br A CV Áudio divulgou três novos modelos de alto-falantes de alta potência da Série Profissional, da Eminence: Impero 12A, Impero 15A e Impero 18A. Dentre os inúmeros avanços tecnológicos que eles possuem estão o anel superior usinado com 1/2" de espessura e 7,5" de diâmetro, o anel inferior e núcleo usinados em uma única peça T-yoke, bobina de 4" com base em fibra de vidro. O Impero 12A tem potência de 1100W contínuos/2200W de programa musical e resposta de frequência de 56 Hz a 3 kHz.
TSI www.tsi.ind.br A TSI acaba de lançar seu kit de microfones para bateria, o DSM-7, desenvolvido para configuração clássica ou de acordo com a preferência do músico. Ele é composto por 7 microfones, 4 clamps e 2 windscreen. O kit possui, no total, um peso de 4,030 kg, possibilitando um melhor deslocamento do equipamento.
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www.proshows.com.br Pequeno e fácil de transportar, a XP-5R Beam, da Acme, é um moving head de 189W, de alta performance e incrível brilho. Com um design arrojado de material plástico resistente ao fogo, o produto ainda possui uma fonte de luz Phillips MSD Platinum 5R, foco eletrônico, com dimensões 415 x 343 x 487 mm.
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ACME
DEDOLIGHT www.telem.com.br O DLED 4.0, novidade da Dedolight que a Telem traz com exclusividade ao Brasil, oferece o que há de mais avançado em fontes de luz, nos modelos daylight, tungstênio e bicolor. Disponível nas versões mobile e studio (que também oferece controle DMX), o equipamento tem eficiência impressionantemente alta; dimerização separada, que permite ajuste de intensidade sem mudança de cor; variação de foco de 60º para 4º e um feixe de luz sem dispersão e perfeitamente balanceado.
MARTIN www.proshows.com.br Chega ao mercado o novo projetor motorizado da Martin, marca distribuída pela Proshows aqui no Brasil. O MAC Viper Profile combina um sistema óptico muito eficiente com uma fonte HID de 1000 watts, capaz de produzir mais de 25.000 lúmens, com enorme brilho e eficiência energética. Sem contar com o corpo extremamente compacto e ágil em termos de movimentos.
ROBE www.robe.cz O novo produto da Robe, o Robin DLS Profile, possui LED RGBW de alta potência e apresenta um suave sistema de disparo rápido de luz. Cada uma das quatro lâminas do obturador pode ser controlada individualmente e posicionada em ângulo, ou o módulo inteiro, podendo ser girado com a máxima flexibilidade.
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Universal adquire negócios da EMI Music Depois de receber garantias de que a operação não causaria prejuízo à concorrência nem aos consumidores, a Comissão Europeia (CE) aprovou a proposta de aquisição dos negócios relacionados à música da empresa EMI pelo Grupo Universal Music. A aprovação está condicionada à venda do selo EMI Parlophone e de vários outros ativos da EMI. “Os significativos compromissos assumidos pela Universal irão garantir que a concorrência na indústria da música seja preservada e que os consumidores continuem a desfrutar de todos os seus benefícios”, declarou Joaquín Almunia, VicePresidente responsável pela política de concorrência da Comissão. A principal dúvida da CE era se, após a fusão, a Universal teria um excessivo poder de mercado. No entanto, a Universal se comprometeu a alienar ativos como a EMI Recording Limited, que detém o selo Parlophone (casa de artistas como Coldplay, David Guetta, Lilly Allen, Tinie Tempah, Blur, Gorillaz, Kylie Minogue, Pink Floyd, Richard Cliff, David Bowie, Tina Turner e Duran Duran). As vendas também englobam a EMI France (que detém o catálogo de David Guetta), os selos de música clássica, o Mute (Ramones e Jetro Tull), o Chrysalis (Depeche Mode, Moby e Nick Cave & The Bad Seeds), vários outros selos e um grande número de entidades locais da EMI. O pacote inclui ainda a venda do Coop, um selo de licenciamento que vende artistas como Mumford and Sons, Garbage e Two Door Cinema Club. A Universal também assumiu o compromisso de vender 50% da participação da EMI na compilação popular (Joint Venture) “Now! That’s What I Call Music” e continuar licenciando seu repertório para tal compilação nos próximos dez anos, entre outras medidas. Para saber mais veja: http://ec.europa.eu/competition/elojade/isef/ case_details.cfm?proc_code=2_M_6458
FUSÃO DE LOCADORAS DE ÁUDIO Depois de alguns meses de negociação, as empresas baianas João Américo Sonorização e Elpidio Som fecharam a união de seus ativos e se tornam umas das 3 maiores empresas de locação de áudio no Brasil. Os valores da operação não foram divulgados. Confira matéria completa na próxima edição da Revista Backstage.
NOVO PLUG-IN A Waves lançou o novo plug-in: o NS1, que tem como característica ser um grande supressor de ruído. http://www.waves.com/ content.aspx?id=12032
ENQUETE Você costuma ter cuidado ao fazer o aterramento dos equipamentos
SOUNDCRAFT LANÇA APLICATIVO
A Soundcraft lançou um app com interface que promete facilitar bastante a vida de técnicos de som ao vivo, responsáveis de sistemas, instaladores e todos os que trabalham com som profissional. O Audio Calc Toolkit é uma ferramenta que permite a conversão e o cálculo de medidas ou tempos de delay. Outra função do app é calcular o tempo de offset para timecode. Para o futuro, a marca pretende introduzir mais funções ao aplicativo, através de atualizações. Saiba mais: http://www.soundcraft.com/apps/audio-calc-toolkit.aspx
Sim, procuro seguir sempre as orientações e normas. (44,44 %) Sei que é importante, mas nem sempre os envolvidos em um show estão preocupados. (44,44 %) Nem sempre dá tempo de fazer como manda a norma. (11,11 %) Nunca me preocupei com isso. (0,00 %)
SAPPHIRE FOI APRESENTADA AO PÚBLICO BRASILEIRO
No final de setembro, a nova console Sapphire Touch, da Avolites, foi apresentada aos brasileiros durante dois eventos, um em São Paulo e outro no Rio de Janeiro. O workshop, promovido pela ProShows, aconteceu nas duas capitais do Sudeste nos dias 25 e 26 e contou com a participação do especialista inglês Philip Blue, diretor de vendas da Avolites, e do lighting designer OZ Perrenoud, responsável pela tradução simultânea. Os participantes também puderam conhecer todos os produtos da família Titan. “Apresentamos a novíssima Sapphire Touch com a versão 6 do
software Titan juntamente com o Avolites Immersive”, ressalta OZ. Segundo o profissional, o console está preparado para a realização de espetáculos de grande porte, além de que a versão 6 do software foi lançada para os consoles da família Titan com um upgrade nas suas potencialidades e pode ser baixado sem custos no site da Avolites. “O software da Avolites foi responsável por controlar todo o conteúdo de vídeo das Olimpíadas de Londres em conjunto com a Sapphire Media”, lembra o lighting designer. “O preço é um ponto forte, sendo a mesa, deste nível de sofisticação, mais barata do mundo”, completa. Em São Paulo, o encontro ocorreu no Hotel Ibis, na Barra Funda, e no Rio, no IATEC - Centro. Para mais informações: http:// www.avolitesmedia.com/language/en-US/News.aspx
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HABRO ADQUIRE NOVAS MARCAS E LANÇA PRODUTOS NO MERCADO NA FEIRA DA MÚSICA Com um estande maior e novas marcas incorporadas à empresa, a Habro lançou novos produtos durante a Feira de Música, que aconteceu em setembro, na capital paulista. “Estamos com um maior estande, viemos com novas marcas, como a Line 6 Digital”, ressaltou Alec Haiat, um dos diretores da Habro Music. Dentre outras novidades destacadas por Alec, estão a nova caixa L3t, os microfones V70 e o V75, bem como os lançamentos da Mackie, série HD. A Habro também trouxe como novidade a linha especial de guitarras Godin, os pratos turcos Istambul e a nova série SE, feitas na Coréia, das guitarras Paul Reed Smith (PRS). Com tantas novidades, o objetivo, segundo Alec, é trabalhar com soluções para o mercado Premium.
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PRO SHOWS PREMIA PARCEIROS DURANTE JANTAR
EIKE BATISTA FECHA PARCERIA COM CIRQUE DU SOLEIL
A Pro Shows promoveu um jantar de confraternização no dia 20 de setembro, em que premiou diversos parceiros brasileiros. Na ocasião, alguns colaboradores também foram especialmente homenageados. Entre os prêmios, viagens ao exterior e um sorteio da nova mesa digital Behringer X32.
Através de sua IMX, empresa voltada para o setor de esportes e entretenimento do grupo EBX, o empresário Eike Batista anunciou no final de setembro um acordo de parceria com o Cirque du Soleil, resultando na criação da empresa IMX Arts, com sede no Rio de Janeiro.
Combos de sistemas de sonorização A Studio R, por meio da loja virtual AudioDireto, torna disponível combos de sistemas de sonorização incluindo amps, caixas e cabos configuráveis já totalmente compatíveis e dimensionados. Mas não é só isso, existe um enorme diferencial: os kits foram todos analisados pelo professor Homero Sette e, na loja virtual, as opções podem ser filtradas por cobertura de ambiente, número de pessoas atendidas, SPL etc. Isso acaba com o dilema de muitos na hora de definir ou escolher qual sistema de sonorização atende suas necessidades, desejos e expectativas. E facilita muito a vida de quem precisa de um sistema completo e devidamente dimensionado da maneira menos complicada possível, sem decepções ou o risco de gastar dinheiro nos equipamentos errados. Exemplo: Precisa de um equipamento para áreas entre 500 e 600 metros quadrados ou público de 1000 a 1200 pessoas? Basta clicar no menu lateral da loja com estes filtros e os kits que poderão lhe atender serão todos listados ordenadamente. Confira: http://www.audiodireto.com.br/kits.html
ROCK IN RIO ESTÁ DE VOLTA AO BRASIL A volta do maior festival de música ao Brasil, o Rock in Rio, foi lançada oficialmente no dia 16 de outubro, durante um evento para a imprensa, no Rio de Janeiro. A organização do festival anunciou três grandes atrações para a próxima edição: Bruce Springsteen, Metallica e Iron Maiden. O evento retorna ao Brasil depois de passar mais uma vez por Lisboa e Madri. Os dias de festa serão 13, 14, 15, 19, 20, 21 e 22 de setembro de 2013. Para cada dia do festival, serão disponibilizados 85 mil ingressos, diminuindo a capacidade, que era de 100 mil, para um melhor conforto da multidão.
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mento, estacionamento terceirizado a quase 30 reais a diária, furtos diários, insegurança, tudo isso é sinônimo de que o lugar também está no limite da paciência dos frequentadores e expositores.
A CARA DO BRASIL Fiscalização trabalhista, bombeiros, fiscalização sanitária, meio ambiente... Teve de tudo na hora de apertar os expositores. É a burocracia brasileira também faturando...
ABEMUSICA Desde há muito que desconfio dos números que o mercado anuncia como produto de eventos ou balanço de promoções tópicas. O valor das vendas anunciadas na Expomusic 2012 notadamente não passa nem perto do número realmente apurado. A “chutometria” generalizada levou os realizadores do evento a divulgar números risíveis para quem conhece há décadas o encontro e os seus bastidores.
Uma silenciosa guerra pelo poder começa a inquietar os bastidores da Abemusica. Enquanto a atual direção finge não ver a disputa, alguns movimentos políticos começam a se articular para formar uma coalizão e tentar vencer o próximo pleito. A coisa é tão séria que até a criação de outra entidade faz parte dos planos oposicionistas. E tem traíra dos dois lados...
INSATISFAÇÃO Cresce a insatisfação de expositores com a Francal e de resto com a Expomusic. O custo do evento não se justifica mais e muita gente já estuda discretamente a possibilidade de se afastar em 2013. Os grandes clamam por novidades e um maior enfrentamento ao devastador mundo da tecnologia da informação que derruba resultados e afasta compradores presenciais. Os pequenos reclamam de tudo e a maioria com razão. O evento sofre de fadiga de metais e precisa ser repensado ou renovado. Hoje o lucro real é só da Francal e da Abemusica.
DESLEIXO E OPORTUNISMO Os pavilhões do Center Norte, sede da Expomusic, parecem sofrer dos mesmos problemas que o shopping que referencia o local. Acuado por ações do poder público paulistano que já chegou a interditar o shopping center, o local do evento dá indícios de decadência, desleixo e uma insegurança assustadora. Lâmpadas queimadas, banheiros com vaza-
DESATENÇÃO GERAL Um projeto do deputado federal Valdir Colatto, do PMDB de Santa Catarina, está propondo no Congresso Nacional a redução da carga tributária sobre a produção e importação de instrumentos musicais no Brasil. Com a volta do ensino musical às escolas, o deputado quer produtos mais baratos e com um mínimo de qualidade nas mãos dos estudantes e músicos brasileiros. O projeto foi apresentado no final do ano passado e, acredite se quiser, ninguém do segmento sabia disso.
UTILIDADE A Santo Angelo lançou um brinquedinho imperdível por sua extrema utilidade e preço convidativo. Uma pequena interface do tamanho de uma caixa de fósforos possibilita a conexão de instrumentos de corda a qualquer produto da Apple (iPhone, iPad, iBook, iPod, Aipim...) que dispondo de utilitários instalados e disponíveis aos montes na internet pode substituir pedaleiras, simuladores e outros equipamentos. Para quem odeia carregar tralhas, o paraíso chegou.
NA MOSCA Encontro o especialista e grande amigo José Luiz Barci na Expomusic e ele dispara... “Os fabricantes estão substituindo os engenheiros por designers”. Parei para pensar e concordei na hora. Grande parte dos “lançamentos” tem apenas mudan-
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ças estéticas sobre um conteúdo praticamente igual. Definitivamente, alguns segmentos precisam se reinventar.
XODÓ
tes doando guitarras Seizi personalizadas para arrecadar fundos para menores abandonados. Distribuídas pela Royal, aos poucos as guitarras Seizi começam a cair no gosto popular e a conquistar espaço pela notória credibilidade de quem as assina e avaliza. Quem foi rei será eterna majestade.
tuindo a reclamação vazia e a chorumela inútil. No mês que vem eu conto os bastidores do encontro.
INEXPLICÁVEL
Cada vez mais, a empresa de Presidente Prudente consolida o seu conceito como o maior fabricante de áudio profissional de grande porte no Brasil. Focada em PAs de alto desempenho, a Staner agrega novidades ao seu catálogo mantendo o foco num mercado que ainda cresce em níveis superiores aos demais segmentos de áudio e instrumentos.
De forma surpreendente, o cantor Leoni recusou participar da Festa 2012 onde seria homenageado por se negar a encontrar pessoas com as quais discorda politicamente na administração de direitos autorais. Ficou esquisito porque o debate é o ponto de partida da convergência e da solução de impasses políticos. Bola fora do artista que ao fugir da discussão incorpora razão aos seus opositores. Apesar de respeitado e querido pela categoria, a atitude do músico foi considerada incompreensível para muitos e lamentável para todos.
CRESCIMENTO
CASIO
LANÇAMENTO
As importadoras Habro e ProShows mostraram em 2012 um crescimento significativo nos seus catálogos e indicam mudanças no panorama do mercado brasileiro. Ao acumular marcas mundiais e disponibilizar novos produtos, as duas empresas chamam a atenção pelo seu crescimento fundado em grifes de alto conceito internacional e ousado projeto de marketing. Mesmo com histórias diferentes, Habro e ProShows assumem protagonismo num segmento que sempre foi marcado por uma brutal concorrência na disputa por mercado.
Agora distribuída pela Izzo, a Casio investe no mercado brasileiro com um marketing agressivo capitaneado por Samuel Cimirro e Eduarda Lopes. Num país de dimensões econômicas e geográficas continentais, a missão de conquistar espaço é dura e desgastante, mas quem conhece o Samuel, a Duda e a Izzo aposta no sucesso da parceria.
Lançada pela Sonotec, a linha de sopros Concert vem surpreendendo pela qualidade. Na sua faixa de preço, o produto se destaca por estar bem acima da média de similares do mercado. Ponto para o consumidor.
A guitarra nascida da parceria da Roland com a Fender foi o xodó do estande da quarentona empresa japonesa. Com preço convidativo – os modelos vão custar menos de US$ 2 mil nas lojas – o produto tem tudo para decolar de vez e acabar com o estigma de que a parceria dos dois gigantes tropeça no preço. As guitarras Fender Stratocaster equipadas originalmente com o sistema GK da Roland ficaram acessíveis e marcam um avanço tecnológico que vai mudar o conceito e o mercado das guitarras sintetizadas.
GENEROSIDADE Ao cruzar com o mestre Seizi Tagima percebo que o ícone da guitarra mantém a simplicidade e a popularidade com a mesma altivez de um samurai. Entre as inevitáveis fotos de fãs, descubro que o velho mestre se dedica também a um projeto social voltado a crianças caren-
STANER
FESTA NACIONAL DA MÚSICA O evento aconteceu em Canela no final do mês passado e mostrou a amplificação de mais uma das múltiplas facetas do encontro. A política agora começa a ser vista pelos artistas com a devida importância em face dos muitos pleitos da categoria. A presença de dezenas de autoridades e parlamentares aos poucos muda a visão da classe artística sobre a importância de sua participação na política do país. Pleitear e pressionar estão substi-
BELEZA INCOMUM A linha de guitarras Waldman, da Equipo, incorpora um bom gosto no acabamento que surpreende e deixa qualquer um com água na boca. A linha semiacústica foi desenvolvida pessoalmente por Everton Waldman, que usou da sua experiência como guitarrista para pensar um instrumento bom e lindo de morrer. Não bastasse isso, o preço é surpreendentemente acessível. Para quem conhece e testa, é compra certa.
BASTIDORES Em breve a Fender vai anunciar novidades para o Brasil. E não serão produtos...
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DANIELLI MARINHO | REDACAO@BACKSTAGE.COM.BR
O ARQUITETO Quaterna Réquiem A ideia de que música e arquitetura tenham de certa forma a mesma função: preencher espaços, físicos ou cronológicos, norteou a concepção desse trabalho. A obra é dedicada a Oscar Niemeyer e, talvez por isso, traga em suas composições harmonias que nos remetam a elementos presentes na arquitetura como vidro, madeira, pedra e concreto. Na suíte “O Arquiteto”, o quinto movimento recebe o nome do arquiteto famoso. Um CD para iniciantes e iniciados na boa música.
VILLA-LOBOS Calíope O coral faz uma homenagem ao 125º aniversário do maestro Heitor VillaLobos e reúne um repertório para coro a capella do compositor brasileiro, selecionado pelo maestro Julio Moretzshohn. Entre as obras estão as composições originais Bazzum, José e Duas Lendas Ameríndias, além de arranjos de temas folclóricos como Papae Curumiassu, Remeiro de São Francisco, Estrela é Lua Nova e Na Bahia Tem (coro masculino a quatro vozes). O sexto disco do grupo carioca tem regência de Moretzsohn e foi gravado no Estúdio Sinfônico da Rádio MEC, em 2011.
LAGOA Fábio Caiaffa O violonista e guitarrista procurou extrair da memória os melhores mo mentos da infância, passados em um sítio em Saquarema (RJ), ao reunir as composições que fariam parte desse CD. Com arranjos do próprio Fábio e de Adriano Giffone, que também participa de quase todas as faixas, ora no baixo vertical, ora no elétrico, o trabalho instrumental faz um passeio pela música brasileira.
EMANCIPATION Brasil Papaya O terceiro álbum do quarteto chega ao mercado misturando muitos ritmos musicais distintos como tango, choro, flamenco, jazz e funk. O mais interessante é que tudo é envolvido em uma roupagem rock and roll e, por vezes, heavy metal. O DVD, gravado no Teatro Álvaro de Carvalho (TAC), em Florianópolis (SC), em que o grupo comemora 18 anos de estrada na seara instrumental, é resultado da experiência alcançada pelos integrantes ao longo dessas quase duas décadas.
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Profissões do
‘backstage’ L U I Z TOUR
P O R T O MANAGER
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Dando continuidade à série de entrevistas com os profissionais do backstage e com o objetivo de sair dos bastidores dos shows e trilhar os bastidores de todas as produções que tiverem profissionais trabalhando, nesse mês trazemos a profissão de Tour Manager, com uma entrevista com Luiz Porto.
L
uiz, vamos falar sobre você, qual a sua formação acadêmica, e como você foi parar no mercado do show business? Sou formado em arquitetura e apesar de ter trabalhado realmente muito pouco com isso, sinto que o curso me deu ferramentas que uso no meu dia a dia. Minha
entrada no mercado do show business se deu por intermédio de um amigo que, na época, trabalhava em uma produtora que agenciava o RPM, entre outros artistas. A banda precisava de um produtor, ele me indicou e desde então tenho trabalhado com isso.
Luiz Porto resume a profissão de Tour Manager como o responsável por cuidar de todos os aspectos de uma turnê
Foto: Cláudia Alongi / Divulgação
O Tour Manager conta com o auxílio de outros profissionais, como Road Managers e Production Managers
O que faz um Tour Manager, quais as suas atribuições, antes, durante e após uma tour? Bem, há vários entendimentos sobre o que faz um Tour Manager. No meu entendimento ele é a pessoa que cuida da turnê de uma maneira geral, “amarrando” os seus diversos aspectos. Na etapa que antecede a turnê, ele é responsável por coletar e trocar informações com os diversos contratantes, cuida da distribuição dessas informações junto à sua equipe (entre outras coisas ele monta o que chamamos de “tour book”, compilando as diversas informações sobre cada um dos shows, como locais dos shows, hotéis, voos, contatos em cada cidade, cronograma de cada um dos shows etc.), cuida de algumas questões financeiras, administra questões como som, luz, palco, hotel, transporte entre outras contratações com antecedência, monta cronogramas (carga e descarga, passagens de som, saídas do hotel, voos etc.) e várias outras coisas. Obviamente vale mencionar que ele tem a visão e o controle geral da turnê, mas não faz isso sozinho; dependendo da estrutura de cada banda ou artista ele conta com Road Managers e Production Managers e cada um cuida de um aspecto (ou aspectos) da produção mais detalhadamente.
Você acompanha produções e eventos nacionais e internacionais. Quais as diferenças entre produzir para estrangeiros no Brasil e para brasileiros no exterior. A maior dificuldade é um entender a mentalidade e a maneira de trabalhar do outro, pois cada um vem de culturas diferentes. Nós temos certa dificuldade de entendê-los e eles têm uma certa dificuldade de nos entender. Certamente há pontos positivos e negativos nas duas formas de trabalho, mas posso lhe assegurar que tenho viajado bastante a trabalho e a passeio e tenho visto que a qualidade do trabalho do brasileiro tem melhorado muito e não acho que devamos nada a ninguém atualmente. Costumo dizer que quando o brasileiro é um profissional sério é o melhor de todos, pois esse jeitinho brasileiro nos dá uma capacidade de improviso e de lidar com o inesperado que ninguém mais tem. Mas a questão é essa: usar o jeitinho apenas para o que se deve e ser profissional sempre. Para as produções brasileiras, em especial bandas que fazem tour pelo exterior, quais as maiores dificuldades ao se fazer uma tour por vários países? Penso que o brasileiro se adapta bem às situações que encontra na estrada.
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ção Divulga longi / láudia A Foto: C
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sas bandas me mostrou a realidade do Brasil, os trabalhos com orquestras e companhias de dança me ensinaram muito sobre como lidar com grandes grupos enquanto projetos grandes como o os Jogos Pan-americanos, o Rock in Rio, shows internacionais como U2 e Rolling Stones na praia de Copacabana e agora os Jogos Olímpicos em Londres me ensinaram novas maneiras de organizar meu trabalho. A turnê que fiz com Ivete Sangalo pela Europa durante a Copa de 2006 foi outra experiência sensacional, e me ensinou bastante também.
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O tempo que trabalhei com diversas bandas me mostrou a realidade do Brasil, os trabalhos com orquestras e companhias de dança me ensinaram muito sobre como lidar com grandes grupos
”
Você faz parte da Ícone Produtores Associados, como funciona sua produtora e que serviços ela presta? Montei a produtora inicialmente para ser uma pessoa jurídica e fazer as coisas da maneira correta. Ela é super pequena e atende apenas alguns poucos clientes, que se tornaram bons amigos com o passar dos anos, mas fazemos eventos dos mais variados perfis e tamanhos. No geral, o idioma (normalmente, o inglês) é uma barreira e a saudade do arroz e feijão. E para as produções estrangeiras, quais as principais dificuldades de uma tour aqui no Brasil? Acho que o tamanho do país e, consequentemente, as distâncias entre as cidades são uma grande dificuldade e a infraestrutura de transporte interno também pode melhorar, para se dizer o mínimo. Acho que a qualidade da mão de obra no Brasil melhorou muito e está muito mais profissionalizada, mas ainda temos um certo caminho pela frente. Fale de um ou de alguns trabalhos que você considera importantes em sua carreira. Tive a oportunidade de fazer alguns eventos e conhecer algumas pessoas que ajudaram a me definir como profissional (e como pessoa) e sou muito grato por isso. O tempo que trabalhei com diver-
O que falta ainda ao Luiz Porto para que ele se torne um profissional ainda melhor? Ah, falta muito! Sempre falta. Estamos sempre aprendendo coisas novas e melhorando como profissionais e como pessoas. Pobre daquele que é arrogante a ponto de achar que não tem para onde crescer. Quais os seus planos para o futuro, daqui a 10 anos, nos planos profissional e pessoal? Tenho alguns trabalhos encaminhados para o futuro próximo. Daqui a 10 anos gostaria de estar fazendo a mesma coisa e meu desejo mais sincero é que o mercado, como um todo, esteja aquecido e muito mais profissional ainda. Este espaço é de responsabilidade da Comunidade Gigplace. Envie críticas ou sugestões para contato@gigplace.com.br ou redacao@backstage.com.br. E visite o site: http://gigplace.com.br.
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SOMENTE AGORA
COMPREENDIDO
A sofisticação e experimentação Um dos discos brasileiros mais cultuados e aclamados no exterior completa 40 anos. Victor Bello redacao@backstage.com.br Fotos: Internet / divulgação
É
possível afirmar que parte da história da música nacional passou pelo “Toque de Midas” desse arranjador, produtor, compositor e violonista chamado Arthur Verocai. Nascido no Rio de Janeiro, em 1945, o músico trabalhou como arranjador para diversos artistas da música brasileira, entre eles Ivan Lins, Jorge Ben, Tim Maia, Gal Costa, Erasmo Carlos, Leny Andrade, Célia, O Terço, Marcos Valle, além de ter sido diretor musical e arranjador de programas
como Som Livre Exportação e Chico City, ambos da TV Globo, sem falar nas campanhas publicitárias, criando jingles. No entanto, foi em 1972 que Arthur faria um trabalho transformado, quatro décadas mais tarde, em um ícone no exterior. O álbum homônimo, que saiu na época pela gravadora Continental, era seu primeiro trabalho solo. Pouca gente entendeu “aquelas maluquices experimentais”, com inúmeras influências que misturavam jazz, bossa-nova, soul,
A GRAVAÇÃO
música erudita, ecos da música mineira etc. Comercialmente malsucedido, com pouca repercussão, o
de Verocai trabalho ao qual o músico se dedicou com total energia acabou caindo no limbo. Em 2002, a gravadora americana Ubiquity Records entrou em contato com Verocai e relançou a obra-prima em vinil e CD. Logo a bolacha foi redescoberta por DJ’s, músicos e pesquisadores e não demorou muito para se tornar um disco clássico e cultuadíssimo lá fora. O maestro já foi sampleado
por artistas do hip hop americano como Little Brother, Ludacris e MF Doom e ganhou uma mixtape inteira em sua homenagem elaborada pelo DJ e produtor brasileiro Rodrigo Nuts, que trabalha com Marcelo D2. O reconhecimento tardio catapultou os preços do disco original e de seu recente relançamento às alturas, fazendo a alegria de DJ’s e colecionadores ao redor do mundo. “Tinha a mente muito aberta para todos os estilos musicais. Eu penso que existe música boa ou música ruim. Ouvia rádio desde menino, sempre escutava muita música. Faço um balanço muito positivo desse disco, pois, depois de alguns anos, como disse o Nivaldo Ornelas, ele foi reconhecido no mundo inteiro como uma obra de arte, um quadro, por exemplo, que fica através do tempo”, observa Verocai.
Gravado no extinto estúdio SOMIL, em Botafogo (RJ), em quatro canais, os instrumentos utilizados por Arthur foram um violão Do Souto e guitarras Gibson, pedal Color Sound e amplificadores Altec. O técnico de som foi o Célio Moreira. O disco teve arranjos e regência do próprio Verocai “A criação musical é a minha paixão e fazer arranjos é criar. Também acho que foi a primeira gravação de sintetizador no Rio. Usei mais como efeitos sonoros eletrônicos” conta. Músicos consagrados da música brasileira também participaram do álbum: Hélio Delmiro, Paulo Moura, Nivaldo Ornelas e Célia. A capa foi feita pelo fotógrafo e designer gráfico Fernando Bergamashi em frente a uma gráfica do tempo do império no bairro do Humaitá, no Rio de Janeiro.
O IRROTULÁVEL A obra complexa e abrangente do primeiro LP de Arthur Verocai desafiou as convenções musicais da
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Arthur Verocai, ao centro, Luiz Alves, Idriss Boudrioua e Nivaldo Ornelas
“
Verocai transcendeu, tangenciou diferentes gêneros com uma concepção de instrumentação e arranjos muito focada na formação que reuniu através do álbum
”
época, combinando influências brasileiras e as experimentações baixo-lo-fi eletrônicas de artistas americanos como Shuggie Otis e as orquestrações do produtor Charles Stepney. O produtor também estava sob a influência da fase elétrica de Miles Davis e do rock experimental de Frank Zappa. “Verocai transcendeu, tangenciou diferentes gêneros com uma concepção de instrumentação
e arranjos muito focada na formação que reuniu através do álbum. O disco continua surpreendente, inquietante e, no que é mais positivo, finalmente começa a chegar ao Brasil. É referência para novos músicos e arranjadores” observa o jornalista Antônio Carlos Miguel. Caboclo, música que abre o disco, é uma parceria com Vitor Martins e tem influência da música de Milton Nascimento
Ficha Técnica Arranjos e Regências: Arthur Verocai Participações: Faixa 1: Guitarra e Voz: Arthur Verocai / Coral: Luis Carlos, Paulinho e José Carlos Faixa 2: Sax alto: Oberdan / Vocal: Luis Carlos Faixa 3: Flauta: Oberdan Faixa 4: Piano: Aloísio Aguiar / Vocal: Gilda Horta, Toninho Horta, Toninho Café e D. Carlos Faixa 5: Vocal: Luis Carlos, Paulinho e José Carlos Faixa 6: Vocal: Célia Faixa 7: Vocal: Luis Carlos, Paulinho e José Carlos Faixa 8: Vocal: Gilda Horta, Toninho Horta, Toninho Café e D. Carlos Faixa 9: Sax soprano: Paulo Moura / Vocal:
Luis Carlos, Paulinho e José Carlos Faixa 10: Guitarra: Helinho / Sax tenor: Nivaldo Ornelas / Trombone: Édson Maciel Instrumentistas: Helio Delmiro (guitarra) Robertinho Silva, Paschoal Meirelles (bateria) Luiz Alves (baixo) Aloysio Aguiar (piano) Nivaldo Ornellas, Paulo Moura (sax) Oberdan (sax, flauta) Edson Maciel (trombone) Celia, D. Carlos, Gilda Horta, Jose Carlos, Luiz Carlos, Paulinho, Toninho Café, Toninho Horta (vocais) Arthur Verocai (vocal, guitarra)
O jornalista Antônio Carlos Miguel
e uma letra que remete ao sertão. “Sou filho de mineiros e frequentei muito Minas, por isso, quando conheci o Milton e o Toninho Horta notamos que tínhamos a identidade musical muito próxima”, lembra. Pelas Sombras tem uma pegada swingada e é cantada por Luis Carlos, ex-grupo Abolição. Sylvia foi feita em homenagem à sua esposa na época. Presente de Grego - uma música bem experi-
Verocai trabalhou para diversos artistas da música brasileira
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mental com vocais de Gilda Horta, Toninho Horta, Toninho Café e D. Carlos, com letra de Vitor Martins -, tem conotação política e irônica remetendo à ditadura, um pre sente de grego dado pelos militares. Seriado, uma canção lírica com a voz inspirada de Célia também se destaca no LP. “Em 1972, a Célia era a estrela da Continental e eu produzia seus álbuns. Foi ela a responsável pelo disco, pois usou
O primeiro disco de Verocai só agora foi descoberto pelo Brasil
de sua influência para convencer o diretor da companhia a gravar meu trabalho solo. Ela cantou muito nessa faixa”, fala Arthur. Na Boca do Sol, a música mais sampleada do vinil, remete a um cenário de interior, à Ituverava (SP), onde nasceu o parceiro da canção, o compositor Vitor Martins. Karina (Domingo no Grajaú) saiu de um tema composto antes, Uma Tarde no Grajaú, e foi gravada em apenas uma manhã. Possui uma orquestração impactante e a guitarra de Hélio Delmiro colorindo a canção.
Em 2008, a produtora Mochilla, formada pelos fotógrafos Eric Coleman e B+, apresentaram o projeto Timeless, série de três filmes baseados em shows de três grandes arranjadores do mundo, incluindo o falecido produtor J Dilla e o músico etíope Mulatu Astatke. O show de Verocai que originou o filme foi gravado em 15 de março de 2009 e conta com uma orquestra de 35 músicos, com participações especiais do Mamão e Beltrame, do Azymuth; o simpático Carlos Dafé, Clarisse Grova, Airto Moreira, o DJ J Rocc nas picapes, entre outros. Além de recriar os arranjos do lendário álbum de 1972, o maestro mostra no filme suas facetas de cantor (em Caboclo) e violonista, na versão instrumental de Filhos, que abre a segunda parte do concerto, com repertório de seus outros discos e a inédita Flying to Los Angeles, que compôs especialmente para a ocasião, além de temas de publicidade que não foram aprovados e viraram música, como Queimadas, feitas para uma campanha sobre a Amazônia. “Sinto falta demais de arranjos assinados por Verocai. Por décadas, a música popular no Brasil virou as costas para o tipo de música que Verocai fazia. Nos últimos anos tem aumentado a diversidade e o acesso a obras como a dele, por exemplo,” enaltece Miguel. O filme da série Timeless, lançado em DVD, é um bom indicador para isso. Verocai continuou atuando esporadicamente como arranjador e, em 2010, foi convidado por Marcelo Jeneci para criar arranjos de várias faixas de seu álbum de estreia, o elogiado Feito pra Acabar; e algumas faixas do disco Nove, da cantora Ana Carolina. Seus trabalhos solos também continuam a alçar voos: em 2002, gravou o independente Saudade Demais, com participações de Ivan Lins e Azymuth; e em 2007 lançou Encore, pelo selo britânico Far Out Recordings. Atualmente, o músico se prepara para lançar seu concerto para violão e orquestra, continuando a fazer o que mais ama: criar músicas.
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Janeiro de 1985. Nesta data o Rio de Janeiro e o Brasil viveram um dos maiores eventos que já havia acontecido no mundo e que se tornaria o divisor de águas na história musical desse país. O Rock in Rio se superou em números e expectativas juntando em um mesmo palco nomes de gigantes da cena musical internacional e lançando para o mundo o rock and roll nacional. O sucesso que tornou o festival um dos maiores do mundo fez com que o empresário Roberto Medina repetisse a façanha mais três vezes no Rio e levasse a marca RiR para Lisboa e Madri. Danielli Marinho redacao@backstage.com.br Fotos: Divulgação
DEVIDAMENTE
DOCUME P
ara deixar documentada essa parte da história e as noites memoráveis que mudaram de uma vez por todas o jeito de se fazer shows no Brasil, o produtor Marco Mazzola resgatou algumas fitas e transformou alguns shows em DVDs, através de sua produtora MZA, em parceria com a Sony Music. Nesta entrevista exclusiva à Backstage, Marco
Mazzola conta como surgiu a ideia, fala sobre a dificuldade para conseguir recuperar as gravações originais e obter a autorização dos artistas para lançar o primeiro pacote com seis DVDs com os shows do Rock in Rio. Backstage - Como surgiu esse projeto de lançar os shows do Rock in Rio em DVD?
NTADO Marco Mazzola - Essa ideia começou mais ou menos em 2004. Não conseguia entender como não tínhamos um arquivo de toda a história do Rock in Rio, que estava basicamente vinculado à TV Globo. Então, como tenho um contato bom na Artplan, até por que, no Rock in Rio de 1985, basicamente ajudei a colocar todas as grava-
doras na casa do Roberto Medina, eu sugeri tentar recuperar esse material. Backstage – Foi muito difícil? Marco Mazzola - Teve muita dificuldade. O Rock in Rio de 1985 e de 1991 estavam todos arquivados na Globo, mas de propriedade da emissora. Mas o de 2001, ninguém sabia
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onde estava o material. Não estava em nenhuma gravadora. Não estava em nenhuma emissora de televisão, porque foi feito com Direct TV, nem com a produtora que produziu o evento. Enfim, ninguém sabia onde estava isso até que um dia me disseram que esse material poderia ser encontrado num arquivo de tapes da Artplan, em Jacarepaguá. Pedi a um pessoal nosso para ir para lá e chegando lá as fitas estavam muito sujas, muito deterioradas. Recolhemos umas 20 fitas dessas e dentro dessas 20 fitas, vimos que uma delas era do Rock in Rio. Fizemos uma decupagem geral aqui dentro da MZA e descobrimos que praticamente todo o Rock in Rio 2001 estava ali. O que estava faltando que era uma ou duas fitas -, a gente conseguiu através da Direct TV.
Acima, Mazzola e a Studer usada para mixagem do Rock in Rio de 1985. Em seguida, caixa de fitas onde estavam as gravações originais
Backstage – E depois, qual foi o próximo passo? Marco Mazzola - Aí veio a fase em que eu precisava digitalizar. Antes, porém, solicitei cópias à Globo, de 1985 e de 1991, para a gente ter esse material aqui
dentro, e comecei a digitalizar tudo. Então temos tudo digitalizado, todos os shows de 1985. Mas é muito difícil você lançar, até por já ter passado muito tempo. Existe o direito de imagem, algumas pessoas já até faleceram. Alguns shows nacionais, por exemplo, não tiveram condições de serem reproduzidos, como o do Erasmo Carlos, que tocou num dia que era dos “metaleiros”, o mesmo com o Carlinhos Brown. Então, tem muitos shows que não dão para ser aproveitados, mas servem como história, como a vida do Rock in Rio, e isso eu pretendo fazer. Montar uma historinha de 1985 pra cá com as coisas que aconteceram. Backstage – Mas esse material não pode ser aproveitado por causa da qualidade do áudio? Marco Mazzola - Na verdade, pela qualidade em si. Eram quatro câme-
Mazzola em uma das salas de gravação da MZA
ras, e a forma de filmar, com as câmeras voltadas para os canhões de luz, deixava tudo estourado. Mandamos recuperar cores, porque hoje em dia temos como fazer isso, mas aí vem o problema do áudio. Então é muito mais um registro da história. Lançamos o Paralamas e o Barão, porque eram shows antológicos, mas não consegui relançar o Zé Ramalho e a
Elba Ramalho. Então existem problemas políticos também que a gente tem que respeitar, apesar de não concordar, porque fazem parte de uma história. Backstage – Quais são os shows que você conseguiu recuperar? Marco Mazzola - Não encontrei os áudios de forma alguma do segundo festival, e só tem esse regis-
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pudemos aproveitar. Então no Palco Mundo estamos lançando, neste momento, Frejat, Titãs e Xutos & Pontapés, Detonautas, Capital Inicial, Skank, JQuest, e o concerto sinfônico do Legião Urbana, que foi um momento apoteótico.
Momentos memoráveis da história do Rock in Rio emoldurados nas paredes da MZA
tro de tape. Então também ficou deficitário fazer qualquer coisa. Só há uma parte de vídeo, que se pode fazer um documentário. Em 2001, foi feito um acordo com a UOL e a Direct TV e esse áudio passou a ser de propriedade da Artplan. Conseguimos resgatar e lancei então Cassia Eller, Ultraje. Tentamos Shakira, mas os internacionais são quase impossíveis. Vamos ver se agora em 2013 conseguimos fazer uma coisa mais amarrada para termos mais lançamentos. Backstage – O pacote de DVDs são os shows de 2011 no Palco Sunset ou no Palco Mundo? Marco Mazzola – O Sunset foi um palco que deu muito certo. Foram os encontros inusitados, mas devido à qualidade e a alguns direitos de imagem não
Backstage – Onde foi realizado o tratamento do material? Marco Mazzola - Toda a recuperação desse material foi aqui na MZA. Masterização dos equipamentos, tanto analógico quanto digital para fazer todo esse trabalho de digitalização, e em todas as mixagens, basicamente 45% foram todas feitas aqui. A edição de imagem também foi feita aqui dentro. O grande barato desses DVDs é o making of, já que todos são exclusivos e ninguém tem isso. Fomos nós que fizemos. Gravamos depois contando a história e, quando é coisa muito antiga, de 1985, a gente mostra como era, com imagens da época, e mostra hoje em dia, eles falando deles mesmos de 1985 pra cá. Então, o grande momento do DVD são os making ofs, com exceção do Skank e do JQuest. Backstage - Quando você fez a captação de 2011, já planejava lançar isso? Como foi a captação?
Marco Mazzola - Já tinha em mente que ia lançar umas três coisas dali. E acabou a gente lançando seis e vai lançar mais um. Estou também fazendo uma compilação com o melhor do Rock in Rio nacional dos dois palcos. Era surpreendente, porque as pessoas vinham pedir, então foi contagiante. Para o ano que vem, já conversei até com o Sepultura para lançarmos esse show incrível no palco Sunset que eles fizeram em Lisboa. A ideia seria gravar ano que vem aqui no Rock in Rio para lançar depois. Então temos que articular com antecedência e se antecipar, já ir conversando para quando o Roberto Medina fizer a grade do festival. Backstage - Além dos direitos de imagem, vocês também têm que pensar um pouco nessa questão da mixagem, da masterização. Há essa preocupação? Marco Mazzola - Quando a gente vai fazer a gravação em si, a gente contrata algumas pessoas que são boas no estúdio, que vão fazer depois a mixagem, mas fazemos tudo com antecedência para evitar problemas. Ano que vem, queremos fazer uma equipe mesmo, igual a que tivemos nesse ano
que passou; mas a gente vai ter uma equipe de captação de imagens nos dois palcos, independentes, justamente para ganhar tempo tanto nessa parte de direito de imagem de execução autoral, como na parte técnica também. Vamos contatar os artistas com antecedência para evitar que se pague duas vezes pelos direitos, como está acontecendo agora. Backstage – E como surgiu esta parceria da MZA com a Sony? Marco Mazzola - Temos um contrato com o Rock in Rio até 2020 para ser a gravadora oficial do Rock in Rio e como a Sony tem um poder de decisão mais rápido e como a gente tem que ser rápido, firmei a parceria de fazer os lançamentos dos DVDs com eles, como foi feito agora com JQuest, Skank e Capital Inicial. E vai dar muito certo. Tenho certeza. Backstage – O investimento foi alto? Dá para recuperar? Marco Mazzola - Passei por momentos em que eu disse: vou desistir, porque ninguém queria dar autorização. Aí vim para o estúdio e vi que a qualidade era terrível, mas insisti mais por idealismo, essa é a verdade, pela história do Rock in Rio. E pretendo, quem sabe um dia, vir a recuperar o que a gente investiu, porque é muita grana. Se você pensar em um concerto tributo ao Legião Urbana, que é um concerto sinfônico, além da orquestra sinfônica, você tem todos os grandes artistas (Dinho, Flausino, Pitty), que têm o direito de imagem. Tem cenário, telão,... E tudo isso você tem que pagar, fora as autorizações e os royalties que você paga a cada um. Então, quando você fecha a conta, não fecha. Tem todo um trabalho técnico, de arrumar o vídeo, porque cortam muito rápido e não dá certo, e tem que corrigir aquilo tudo. Você tem que mixar tudo em 5.1 e em 2.0, fazer a masterização, e aí manda fazer a autoração. Então é um trabalho grande. Mas estamos fazendo história.
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Penta5witch No meio de um mar caótico de cabos e pedais surge um pouquinho de lógica e ordem. O Pedrone Penta5witch é um dos primeiros loopers de efeitos 100% analógicos produzidos no Brasil.
Rogério Leão redacao@backstage.com.br Foto: Internet / Divulgação
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uando muitos músicos, como eu, começaram a tocar guitarra, a expectativa de uma pedaleira recheada de pedais não era muito presente. Não se esqueçam de que isso foi há mais de vinte anos. As grandes estrelas internacionais ainda estavam carregando seus enormes racks de equipamentos, com dezenas de aparelhos engaiolados em geladeiras gigantescas. As grandes estrelas nacionais se arrumavam como podiam - em uma época em que a importação de equipamentos de qualidade já era difícil para eles, era muito mais para os mú-
sicos amadores ou semiprofissionais. De lá pra cá muita, mas muita coisa mudou. Além das questões econômicas, o grunge confinou os racks nos estúdios e a cultura dos vintages abriu espaço para os equipamentos de boutique e handmades. Nos dias de hoje, a maioria dos guitarristas profissionais tem diversos pedais diferentes em seus arsenais. Distorções, modulações, delays, etc, dividem espaço em cases cada vez mais super lotados e o sapateado nos pedais fica cada vez mais inevitável para cada apresentação musical. E esse sapateado é o único problema dos pedais? A res-
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do um Looper de efeitos. O Penta5witch tem um preço acessível e é construído como um pequeno tanque azul. Ele tem cinco pedais, cada um selecionando o preset a que está associado ou colocando o aparelho em true bypass. Cada um desses presets pode ou não incluir no sinal da guitarra qualquer uma, ou mais de uma, das mandadas posicionadas na parte de trás do aparelho. O Penta5witch tem na parte superior cinco grupos de seletores em miniatura chamados Mini Dip Switches. Cada um desses grupos tem seis seletores de duas posições que controlam as já citadas mandadas, além de controlar um contato para ser usado selecionando os canais de um amplificador de guitarra. É simples assim, se o
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posta é, obviamente, não. Quando você decide usar um novo pedal você está escolhendo mais cabos, mais conectores, mais switches e, dependendo da sua escolha, mais equipamentos deteriorando o seu timbre. A sombra daquela dificuldade financeira pode ainda estar por aí, mas até para a maioria de nós os pedais estão disponíveis e acessíveis. Era então inevitável que a ótima solução que começou nas mãos de uma meia dúzia de engenheiros talentosos trabalhando para superestrelas virasse um padrão. Os loopers de efeitos surgiram ainda no final da década de setenta. Pete Cornish e Bob Bradshaw foram dois dos pioneiros na construção dos loopers de efeitos. Seus aparelhos tinham algumas
Cada um desses presets pode ou não incluir no sinal da guitarra qualquer uma, ou mais de uma, das mandadas posicionadas na parte de trás do aparelho diferenças básicas, mas podiam ser descritos como controles remotos de inclusão ou exclusão de processadores dentro de uma cadeia de sinal sonoro. Mas, e o Brasil, como fica a produção nacional nessa história? No ano de 2012 já temos bons amplificadores, pedais, guitarras e, isso mesmo, loopers de efeitos sendo produzidos totalmente no país! O construtor de amplificadores Augusto Pedrone já se destacava no mercado de projeto e construção de amplificadores valvulados quando decidiu ampliar sua linha de produtos, adicionan-
seletor de número "1" estiver na posição "On" a mandada de número "1" vai estar funcionando. As mandadas estão todas organizadas em série e podem ser usadas de algumas formas diferentes. Uma configuração básica seria composta de uma guitarra, cinco pedais e um amplificador de dois canais, mas é possível utilizar o retorno da primeira mandada como a entrada de um segundo instrumento. Ao ativar o funcionamento da primeira mandada, o contato vindo da entrada é cortado e o sinal do segundo instrumento segue adiante. Essa lógica pode ser utilizada para
todas as outras mandadas. É possível usar os outros canais para entrada de um novo sinal e deixar mandadas posicionadas antes do mesmo, funcionando ou não. Essas mandadas só afetariam o sinal antes dele na cadeia, logo, o sinal vindo da primeira guitarra. É possível, também, transformar o Penta5witch em um seletor para seis instrumentos diferentes (1 em cada preset e 1 em modo bypass). Vale lembrar que nesse caso não haveria mais nenhuma mandada disponível para outros usos, mas esse tipo de escolha megalomaníaca não acontece todo dia mesmo! De uma forma inversamente semelhante, é possível usar o Penta5witch para selecionar mais de uma saída. Usando o Send de número cinco conectado a um segundo amplificador, esse estará funcionando toda vez que a mandada número cinco estiver programada. É possível, dessa maneira, selecionar até seis amplificadores, mas as combinações entre seletores de instrumentos, amplificadores e loops são a parte mais atraente do aparelho. Para aqueles que nem tem tantos pedais assim, mas usam mais de um amplificador e guitarra não seria necessário ABboxes nem para um nem para outro. Mas é obvio que todos esses recursos precisam de um pouco de energia pra funcionar. O Penta5witch funciona com qualquer fonte de 9 volts, padrão Boss. Com uma fonte dessas e um pequeno exército de patch cables você pode testá-lo com suas próprias mãos e, quem sabe, dar uma organizada na zona que, eu poderia apostar, está na frente do seu amplificador nesse exato momento. Rogério Leão é Produtor Musical, lançou o livro/DVD Guitarra: Efeitos e seus efeitos e trabalha nas produtoras 7Cordas e Big Foote Music+Sound.
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REPORTAGEM| www.backstage.com.br 54 Em prosseguimento à série de reportagens sobre como alguns dos mais renomados profissionais de áudio imprimem uma sonoridade própria ao seu trabalho ao vivo, nessa edição conversamos com os técnicos Alexandre Rabaço e Biggu. Alexandre Coelho redacao@backstage.com.br Revisão Técnica: José Anselmo “Paulista” Fotos: Arquivo Pessoal / Internet / Divulgação
O som de D
a mesma maneira como acontece na criação musical com os artistas, também entre os profissionais de áudio não existe uma única fórmula mágica, que seja sinônimo de sucesso, especialmente quando o assunto é a sonorização ao vivo. Cada técnico tem a sua maneira de trabalhar, sempre de acordo com as exigências do artista com o qual está lidando, e acaba fazendo desse modus operandi a sua marca pessoal, que se reflete no seu som. O técnico Alexandre Rabaço, atualmente responsável pelo PA do cantor Lulu Santos, por exemplo, diz que procura moldar o seu estilo de mixagem ao do artista. Ainda assim, uma marca registrada do seu trabalho acaba sendo im-
pressa em cada nova empreitada, seja ela com quem for: a busca pela limpeza no som, com a manutenção, tanto quanto possível, dos timbres de cada instrumento, sem que uns atrapalhem os outros. “Acredito que o técnico deve reproduzir para o público o que está acontecendo no palco, mas algumas vezes, para isso, precisamos modificar levemente o timbre de fontes que possuam características semelhantes”, revela. Essa adequação do jeito de atuar de Alexandre Rabaço às características sonoras e estilísticas de cada artista ou gênero musical requer, no entanto, que o técnico faça o velho conhecido “dever de casa”. Ele explica que, como cada gênero musical tem seus instrumentos de des-
FIDELIDADE Se Alexandre Rabaço molda o seu estilo ao do artista com quem está trabalhando, o técnico Biggu, atualmente responsável pelo PA da cantora Alcione e pelo monitor do
Alexandre Rabaço
pequenas coisas que ele aprende a trabalhar da melhor maneira possível com cada artista. “Cada estilo musical tem uma característica própria, uma tendência ou instrumento de destaque, e é isso que devemos observar. Não tem nada a ver mixarmos uma gui-
cada PA PARTE 2
cantor Lenine, garante que procura ser um reprodutor fiel do som que está sendo executado pelo músico. “Eu cuido para amplificar exatamente como a música foi criada, apenas fazendo adaptações ao ambiente (equalização) e ao sistema de sonorização que está sendo utilizado. Quando é permitido, ou seja, quando a música pede, eu gosto de usar efeitos, tais como o reverb e o delay”, ilustra. Um detalhe, porém, faz com que a forma de trabalhar dos dois profissionais esteja em convergência: a observação do tal instrumento, ou instrumentos de destaque de cada gênero musical. Segundo Biggu, é na percepção dessas
tarra alta no samba, mas ela tem o seu lugar na mix e precisa estar audível”, exemplifica. Se por um lado Biggu garante que nunca precisou mudar seu estilo pessoal ao sonorizar um PA, Ale-
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xandre Rabaço entende que, em algumas situações, é necessário, sim, um esforço maior para adequar o seu som pessoal ao do contratante. “Muitas vezes, alguns estilos musicais pedem mixagens mais sujas, com menos definição de alguns instrumentos. Já aconteceu, sim, de eu ter que mudar a minha forma de atuar, mas foram poucas vezes”, admite. Da mesma forma como citou o gênero musical e os instrumentos que devem ser destacados em cada estilo como um detalhe que faz toda a diferença, na hora de se tirar o melhor som possível do PA, Rabaço lembra que, antes de qualquer coisa, é preciso contar com um sistema de qualidade e funcionando da melhor maneira possível. “Um correto alinhamento do sistema de sonorização é imprescindível para que eu alcance a sonoridade que busco. Geralmente, passo um bom tem-
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taque, costuma estudar previamente o estilo com o qual vai trabalhar, a fim de estabelecer qual ou quais instrumentos terá que ressaltar na mixagem. “Sabendo disso, procuro colocar os demais instrumentos de forma que não atrapalhem a sonoridade dos principais, sempre com o objetivo de manter a mixagem bem limpa e inteligível, mas sem esconder nenhum elemento. Nem sempre tenho sucesso nesta empreitada. O arranjo é de vital importância para que o resultado seja bom”, observa.
Um correto alinhamento do sistema de sonorização é imprescindível para que eu alcance a sonoridade que busco (Alexandre Rabaço) 55
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Os técnicos indicam escolha de bons consoles, de preferência de marcas consagradas no mercado
po alinhando o sistema. Depois disso, a mixagem fica muito mais fácil”, ensina.
‘ALIADOS’
rização que boa sono Biggu concorda
bom sistema começa com
Com o sistema devidamente alinhado, aí sim, o técnico pode se dar ao luxo de imprimir a sua marca pessoal ao trabalho, com a garantia de que o equipamento vai responder adequadamente, a ponto de permitir que ele alcance os resultados desejados. O que, no caso de Alexandre Rabaço, é a tal limpeza no som que caracteriza sua trajetória como técnico de áudio. Para isso, ele conta com alguns bons aliados. “Gosto de equipamentos mais transparentes: prés de microfone de boa qualidade, e equalizadores e compressores que não interfiram muito na característica do timbre de
cada instrumento. As ‘pontas da corrente’ são o que há de mais importante: o sistema de PA e os microfones”, sentencia. O colega Biggu não hesita ao concordar que uma boa sonorização começa com um sistema de qualidade. Por isso, ele garante que dá atenção especial à escolha do material com o qual vai trabalhar. O técnico salienta que, com bons equipamentos à disposição da equipe, mais rapidamente se chega ao resultado almejado e poupam-se frustrações, o que acontece quando se trabalha com um material de qualidade sonora inferior. Biggu não faz mistério ao apontar seus “equipamentos de confiança”, aqueles que o ajudam a tirar do PA o som que ele procura. Na lista, ele garante não haver erro quando se opta por marcas e modelos conhecidos e com boa reputação no meio musical. “Prefira sempre os consoles (mesas de som) e sistemas de som (PA) de qualidade, ou seja, as marcas consagradas no mercado. Com elas, consegue-se facilmente um excelente resultado na amplificação dos instrumentos e, em consequência, na reprodução da música”, indica. Equipamentos, marcas e modelos à parte, o importante mesmo, concordam
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MENOS É MAIS Para ilustrar essa sua maneira de trabalhar, Biggu recorda uma situação profissional em que precisou até mesmo abrir mão das modernas tecnologias para melhor servir à música, ao áudio e, principalmente, ao cliente. “Certa vez, fui convidado para trabalhar com uma banda cover dos Beatles, no Rio de Janeiro. Antes do trabalho, conversei com os componentes, que logo perguntaram se eu já tinha ouvido os Beatles. Prontamente, respondi que sim e eles me disseram que queriam o som exatamente igual. Esqueci os processamentos e muitos recursos existentes hoje e fiz o som o mais fiel possível, o som da época, com algumas correções”, conta. A busca da perfeição na sonorização de um show, no entanto, pode ter seus efeitos colaterais. Alexandre Rabaço destaca que nem sempre o excesso de cuidados que ele tem
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Alexandre Rabaço e Biggu, é o profissional de áudio não abrir mão do seu estilo próprio, o que, no fim das contas, será, para aquele técnico, como uma espécie de cartão de visitas e até mesmo servirá como currículo para futuros trabalhos. “Os artistas, quando convidam um técnico para algum trabalho, o fazem por conta de sua identidade sonora”, garante Rabaço. “É importante, sim, essa identidade no som, mas não devemos ficar presos a critérios e ‘vícios’ no áudio. Algumas vezes, precisamos esquecer do que gostamos ou de influências, e fazermos o que a música ou som precisam”, acrescenta Biggu.
Algumas vezes, precisamos esquecer do que gostamos ou de influências, e fazermos o que a música ou som precisam (Biggu)
durante o alinhamento de um PA é recebido de maneira efusiva por todos os profissionais envolvidos no evento. Mas, no fim, sempre acaba valendo a pena. “Às vezes, eu ouço comentários sobre o tempo que ‘perco’ alinhando o sistema, ouvindo com atenção o som em todos os lugares ou solicitando mudanças no posicionamento de caixas, subs etc. Muitas vezes, algum funcionário de locadora com mais pressa para ir embora fica de cara feia, mas, na maioria das vezes, quando ele ouve a diferença do sistema alinhado e bem distribuído, a feição muda”, assegura.
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Na matéria publicada nesta coluna na edição de nº 162 (maio de 2008), intitulada “Expandindo Horizontes no Áudio”, falamos um pouco sobre alguns padrões de interfaces de áudio consolidados pelo mercado, dando destaque aos modelos de préamplificadores de oito canais (outro padrão) que poderiam complementar estes equipamentos.
Portáteis
que falam como “Gente Grande” Luciano Freitas é técnico de áudio da Pro Studio americana com formação em ‘full mastering’ e piano erudito
J
á na matéria publicada em abril de 2009 (edição de nº 173), com o título “Estamos por um Fio”, retomamos o mesmo assunto, no entanto, tratando especificamente das interfaces com dois canais de entrada e dois canais de saída de áudio (padrão 2x2 canais). Pouca coisa mudou desde a publicação daquelas matérias até hoje no que se refere à oferta (quantidade e diversidade) desses equipamentos. No entanto, podemos perceber o surgimento de um mercado emergente que busca por interfaces com número limitado de canais (geralmente com dois canais de entrada de áudio, aquelas que até pouco tempo eram taxadas como “interfaces popula-
res”), mas que não abrem mão de obter a melhor qualidade sonora disponível na atualidade. Para essa parcela de consumidores, dedicamos esta matéria abordando as principais características de três, entre uma pequena quantidade de equipamentos, que se destacam neste novo segmento de mercado.
APOGEE – DUET 2 Construída para ser o benchmarking das interfaces de gravação portáteis, os engenheiros da Apogee utilizaram no desenvolvimento da Duet 2 a mais recente tecnologia de conversão disponível em seus produtos, aplicando toda a experiência obtida na criação da sua inter-
face/conversor top de linha, a Symphony I/O, para oferecer ao seu usuário dimensão e pureza sonora dificilmente encontrada nesta categoria de produtos. Seus pré-amplificadores utilizam componentes que garantem a captura de todos os detalhes das fontes sonoras com maior transparência e menor nível de ruído de fundo, enquanto os seus conversores permitem operar em amostragens de até 192kHz/24 Bits. A comunicação com o computador é realizada por meio do protocolo USB2 (permitindo seu uso com praticamente qualquer laptop da Apple) e a comunicação de áudio por meio de um breakout cable (cabo de áudio), o qual permite a conexão de dois microfones ou dois instrumentos musicais elétricos simultaneamente (conectores XLR combo) e duas saídas de áudio (conectores P10 balanceados), sendo que, no corpo da interface, o usuário ainda encontrará uma saída de fones de ouvido com fluxo de sinal independente. Em resposta aos pedidos dos seus consumidores, a empresa disponibilizou, como acessório (vendido separadamente), o Breakout Box, um elegante patch bay que permite a conexão dos mesmos dispositivos possíveis no breakout cable, porém, em conectores separados (dois XLR para microfones, dois P10 para instrumentos musicais elétricos e dois XLR para saída do sinal de áudio), reduzindo aquele “conecta e desconecta” que, ao longo do tempo, desgasta os conectores. Na seção de controle, além do clássico knob multi-funções eternizado na primeira geração da Duet, o usuário conta com dois botões touch pads (assimilam diferentes funções), os quais permitem ao usuário rápido acesso a recursos como emudecer, diminuir níveis de sinal e somar canais para mono nas saídas de áudio, e também com um visor colorido de OLED (diodo orgânico emissor de luz) com alta resolução que possibilita acompanhar a resposta instantânea de várias funções, entre elas a dos medidores de sinal de entrada e saída (com valores gráficos e numéricos), agrupamento dos canais de entrada (link), inversor de polaridade, phantom power, entre outras, sem ter que acessar seu software de controle. E por falar em seu software de controle, no Maestro 2 o usuário encontrará um visual baseado em uma janela única que contém as principais funções da Duet 2 (demais funções es-
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Seus pré-amplificadores utilizam componentes que garantem a captura de todos os detalhes das fontes
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As entradas de áudio da Duet 2 ainda contam com a ferramenta Soft Limiter, o famoso limitador de sinal analógico da Apogee que desde a década de 1990 imprime suas características sonoras na maioria dos hits produzidos pela indústria do áudio profissional
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tão disponíveis em abas de fácil acesso). As entradas de áudio da Duet 2 ainda contam com a ferramenta Soft Limiter, o famoso limitador de sinal analógico da Apogee que desde a década de 1990 imprime suas características sonoras na maioria dos hits produzidos pela indústria do áudio profissional. Este dispositivo previne a saturação digital (distorção) agindo nos picos dos transientes antes da etapa de conversão A/D, proporcionando o vital incremento de alguns decibéis no sinal registrado.
FOCUSRITE - FORTE O conceito adotado pela Focusrite na concepção da Forte foi o de oferecer ao mercado uma interface de dois canais de
entrada e quatro canais de saída de áudio (2x4) que fosse ao mesmo tempo compacta e robusta, capaz de permitir ao seu usuário capturar e monitorar o sinal das fontes sonoras (microfones, instrumentos musicais elétricos e sinais de linha) com o máximo de integridade possível. A qualidade sonora da Forte é a mesma encontrada nos integrantes da família RedNet (linha de interfaces de áudio da Focusrite baseada na tecnologia DanteTM, a qual utiliza as redes digitais Internet Protocol - IP e componentes como cabos Ethernet, roteadores e switches para transportar até 256 canais de áudio em alta resolução e baixa latência), oferecendo a melhor tecnologia de conversão A/D e D/A presente atualmente nos equipamentos da Focusrite: amostragens de áudio em até 192kHz/24Bits, margem dinâmica do chipset de 120 dB (medição real de 117 dB no conversor A/D e 118 dB no conversor D/A), Distorção Harmônica Total inferior a 0,0008% nas entradas (microfone) e saídas de áudio (inclusive na dedicada aos fones de ouvido) e tecnologia JetPLLTM de redução de jitter (distorções de fase decorrentes de erros ocorridos no momento da digitalização da
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PRISM SOUND – LYRA 2 Oferecendo a inconfundível sonoridade da Prism Sound em um patamar de preços nunca antes visto, a Lyra 2 entra neste segmento de mercado oferecendo a mesma qualidade do seu big brother Orpheus (considerada o “RollsRoyce” entre as interfaces de áudio firewire 18x18 canais) em uma versão USB (USB Audio Class - UAC 2, com um processador “Xcore” ARM-Cortex que permite suporte nativo em plataformas Mac, Windows, Linux e Android) compacta com dois canais analógicos de entrada e quatro canais analógicos de saída de áudio (além da saída estéreo independente para os fones de ouvido). O equipamento também desfruta da mesma estabilidade de
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amostra de áudio, devido à rápida mudança de amplitude). Seus dois pré-amplificadores de microfones são remotamente controláveis, semelhantes aos utilizados na interface RedNet 4, no entanto, possibilitam até 75dB de ganho. Com resposta de frequências de +/- 0.1 dB (entre 50 Hz e 42 kHz), a Forte disponibiliza ao usuário um filtro de passagem de altas frequências (HPF de 12 dB por oitava abaixo de 75 Hz), alimentação phantom power (quando utilizada com o alimentador AC, incluso no pacote), pad de -10 dB e inversor de polaridade, todos independentes para cada canal. Já no quesito controle, a Forte oferece quatro botões sensíveis ao toque (selecionam as seções de monitoração, entrada de sinal, fones de ouvido e controle remoto da DAW), um
Seus dois pré-amplificadores de microfones são remotamente controláveis, semelhantes aos utilizados na interface RedNet 4 knob multifunções (atribui valores e seleciona funções na seção selecionada) e um visor de OLED colorido (permite verificar os níveis de sinal e as funções selecionadas pelos botões e pelo knob giratório). Acompanham o equipamento um breakout cable (com conectores XLR e TRS para entrada de sinal, sendo que as saídas de áudio encontram-se no corpo da interface), o software de controle do equipamento (Forte Control) e o pacote de plug-ins Midnight, versão digital dos lendários módulos ISA 110 Eq e ISA 130 (desenvolvidos por Rupert Neve e utilizados no console Forte, o qual empresta o nome para a interface).
clock (circuito CleverClox DPLL Dual Digital Phase-Locked Loop, permitindo amostragens de até 192kHz/24Bits), das mesmas barreiras de proteção contra possíveis interferências (geradas pelos componentes do computador) e da arquitetura totalmente balanceada que fizeram da Orpheus destaque entre as melhores interfaces disponíveis atualmente no mercado. Resultado de anos de pesquisa e extensivo diálogo com seus clientes, a Prism Sound coloca na Lyra 2 o mesmo conceito que solidificou o nome da empresa entre os profissionais mais exigentes do mercado: oferecer equipamentos que apre-
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A Lyra 2 ainda conta com um mixer virtual (controlável via software) que permite monitorar as fontes sonoras diretamente na interface (monitoração sem latência)
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sentam, além de expressivos valores técnicos de distorção harmônica e ruído (THD + N), os quais, no mundo real, nem sempre se correlacionam com uma qualidade sonora perceptível, um espectro sonoro de distorção e ruído meticulosamente desenhado que proporciona uma experiência auditiva transparente e inigualável. Em cada canal de entrada analógico, a Lyra 2 oferece o mesmo pré-amplificador de microfones utilizado na interface Orpheus (com 65 dB de ganho, em passos de 1 dB, controlável via software), alimentação phantom power, pad de -20 dB e o exclusivo limitador analógico “Overkiller”, um soft-clipping limiter que mantém o áudio transparente mesmo com consideráveis sobrecargas de sinal (ideal para materiais percussivos). Complementando as conexões de áudio analógico, a Lyra 2 traz conexões (entradas e saídas) digitais nos formatos coaxial (S/Pdif, comutável para o formato AES3 por meio dos adaptadores inclusos) e óptico (toslink e ADAT-S/ MUX) que oferecem conversão de taxa de amostragem e bit depht (algoritmo Prism Sound SNS), permitindo ao usuário gerar cópias do sinal com configurações diferentes à do projeto aberto na DAW (o equipamento também proporciona sincronismo via wordclock). O usuário ainda encontrará no painel traseiro da interface um conector RJ45 (rede Ethernet) que, por meio de atualizações futuras de firmware, possibilitará
a comunicação de áudio de acordo com as normas AVB (Audio Video Bridging) e IEEE 802.1. A Lyra 2 ainda conta com um mixer virtual (controlável via software) que permite monitorar as fontes sonoras diretamente na interface (monitoração sem latência), garantindo uma mixagem com “qualidade de estúdio”, onde cada canal de entrada e cada canal de retorno do software (DAW) tem o seu próprio circuito independente, formando um channel strips completo, com fader, panorâmico, solo, mute e medidores de sinal individuais (são aplicados algoritmos de dither e filtros coeficientes, semelhantes aos usados nos melhores consoles digitais do mercado). Seu delay residual (resultante dos filtros de interpolação aplicados nas etapas de conversão A/D e D/A) é extremamente curto, mantendo-se, na pior das hipóteses, igual ou inferior a 0,5 milissegundo (valores reduzidos de maneira significante à medida que se aumenta a taxa de amostragem da interface). Talvez seu único problema seja o de estar no mesmo patamar de preços do conversor/ interface Symphony I/O (da Apogee) em sua configuração de entrada (2x6), o qual se mostra mais flexível em termos de possibilidades de configuração e também proporciona uma qualidade sonora impecável.
Para saber mais luciuspro@ig.com.br
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MAIS SOBRE PROGRAMAÇÃO DO
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ES 2 Vera Medina é produtora, cantora, compositora e professora de canto e
O ES2, como já vimos anteriormente, se mostrou um sintetizador virtual bem versátil, com um vasto campo para programação.
produção de áudio
S
uas várias seções (osciladores, filtros, modulação, saída geral), quando bem compreendidas, possibilitam ao produtor explorar os sons desejados de forma bem criativa. Nesta edição, vamos abordar as seções modulação e saída geral, finalizando, desta forma, a cobertura de todas as funcionalidades do ES2. Com o conhecimento sobre os osciladores e filtros já é possível produzir um som inicial, porém, estático. As alterações dinâmicas podem ser obtidas com a modulação que é toda feita numa seção específica (vide figura 1). Vamos começar pelo roteador de modulação (modulation router), onde é feito o “cabeamento” da entrada e saída, ou seja, qualquer fonte de modulação pode ser conectada ao alvo da modulação. Esta seção possui 10 partes para modula-
ção, as quais podem atuar simultaneamente e onde podem ser atribuídos roteamentos individuais que vão impactar na sonoridade final (vide figura 2). Cada uma das partes do roteador possui alguns parâmetros: Target, Source, Intensity e Via. O Target representa o que será alterado dinamicamente. O parâmetro Via define uma fonte para controlar a intensidade da modulação. As setas que estão à direita de cada um dos grupos de parâmetros representam a intensidade do efeito. A intensidade da modulação também pode ser modulada através do parâmetro Via que determina outra fonte de modulação. Quando em off, a intensidade de modulação é constante. Para qualquer outra configuração, as duas setas funcionam da
Figura 1 - ES2 visão geral
seguinte forma: a parte de baixo define o mínimo de intensidade de modulação e a parte de cima a intensidade máxima. Desta forma, a faixa entre as setas significa a extensão que é controlada pelo parâmetro Via. Para inverter o efeito, ative o parâmetro “inv” (via invert) no roteador. As letras b/p significam bypass. Desta forma, é possível “dar bypass” em algumas das partes sem perder a configuração. Temos vários parâmetros disponíveis para modulação em tempo real e é importante entender um pouco sobre eles: •Pitch 123: este alvo permite uma modulação paralela das frequências (tom) dos 3 osciladores do ES2.
•OscWaves: afetam todos os osciladores. Dependendo das formas de onda escolhidas para os três osciladores, pode ser utilizado para modular:
Figura 3 - Vector
-A largura do pulso de ondas pulse ou retangulares -A quantidade de modulação de frequência do oscilador 1 -Noise para o oscilador 3 -Posição das Digiwaves Para apenas afetar um deles, deve ser escolhido Osc1Wave, Osc2Wave ou Osc3Wave. As opções de controle variam para cada um deles.
Figura 2 - Router
•Pitch 1, 2 ou 3: este alvo permite a modulação da frequência do oscilador em questão (1, 2 ou 3). •Detune: controla a quantidade de desafinação entre os 3 osciladores.
mas de onda. Existe uma série de parâmetros que podem ser utilizados na modulação, desta forma, além de procurar o significado de cada um deles no manual do Logic, teste o efeito em si, fica muito mais fácil de trabalhar desta forma. Já explicamos que para fazer uma mix dos 3 osciladores podemos contar com a área triangular próxima aos osciladores. Temos também do lado direito uma área quadrada que possibilita o movimento dos eixos X e Y e maior controle sobre a modulação. Os valores que constam na área quadrada são positivos e negativos. Podem ser atribuídos parâmetros para cada eixo, sendo que a movimentação permite a atuação dos dois parâmetros simultaneamente. Na seção onde escolhemos o Router, agora podemos escolher o modo Vetor (Vector Mode) que atuará sobre a área quadrada no
Ainda existem as opções Osc1WaveB, Osc2WaveB e Osc3WaveB. Estas estão relacionadas às Digiwaves para modular de forma mais precisa as transições entre estas for-
lado direito da tela (vide Figura 3). O menu do modo Vetor permite habilitar o controle do cursor da área quadrada pelo envelope do vetor. Este menu define se o mixer dos osciladores (a área triangular) deve também ser controlada pelo envelope do vetor. Temos as seguintes opções: -Off (desligado). -Mix: permite o controle da área triangular pelo envelope do vetor. -XY: Controla a área quadrada -Mix + XY: controla ambas as áreas triangular (mixer dos osciladores) e quadrada. A grande vantagem da combinação destas várias abordagens é que o som final acaba demonstrando uma dinâmica que não existe na maioria dos sintetizadores virtuais. A ex-
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Este processador possui alguns efeitos padrão que podem ser aplicados nos sons gerados
tensão do uso do modo Vetor é muito abrangente e mais complexa e talvez possamos abordar este assunto numa matéria específica. Porém, quis deixar a mensagem sobre sua importância para que você possa pesquisar seu uso. Temos ainda uma área importante no ES2 que é o processador de efeitos (vide figura 1 – Saídas e efeitos). Este processador possui alguns efeitos padrão que podem ser aplicados nos sons gerados e lembra um pouco os pedais de efeito, uma vez que apresentam os básicos Distorção, Chorus, Phaser e Flanger. Em alguns casos eu não utilizo os efeitos do ES2 e acabo por utilizar outros efeitos semelhantes, como plug-ins. O efeito distorção é autoexplicativo. Temos as configurações soft e hard, sendo que a primeira “esquenta” o som e a outra cria uma distorção mais pesada. Os efeitos Chorus, Phaser e Flanger são os clássicos de modulação. Seus principais parâmetros Intensidade e Velocidade simulam os efeitos análogos. Acredito que com base nos parâmetros explicados é possível ir mais a fundo em cada uma das seções de forma a tirar o maior proveito possível do ES2. Até a próxima matéria!
Para saber online
vera.medina@uol.com.br www.veramedina.com.br
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Figura 1
Olá, amigos. Durante a última Expomusic estive com a equipe da Steinberg, no estande da Yamaha, seguindo nossa tradição de levar informação através de nossas palestras. Falamos sobre diversos temas em criação musical e áudio com o Cubase. Bom público, boas perguntas e muito interesse no aspecto criativo e em técnicas de finalização (mixagem e masterização).
REVERENCE O sucesso de reverb de convolução nativo Steinberg continua no Cubase 6.5
Marcello Dalla é engenheiro, produtor musical e instrutor
N
uma das palestras voltei a abordar o Reverence, reverb nativo do Cubase. Detalhei a base teórica da tecnologia de convolução e também o upgrade no algoritmo da versão 6.5. O interesse neste tema sempre é de todos. A espacialização da música e a colocação dentro de um ambiente virtual para trazer a sensação de “palco” numa mixagem é uma das principais funções do reverb. Saber usar um bom reverb é prerrogativa presente em qualquer estilo musical. Existe pouca literatura a respeito para explorar as possibilidades.
Na verdade, o uso no dia a dia de produção é que traz a experiência e as escolhas de programação do reverb; mas, mesmo assim, as possibilidades são muito grandes e conhecer em detalhes os parâmetros de programação e como o plug-in se comporta faz toda a diferença. Vamos lá, então: a pedidos, um tutorial de visita aos recursos e controles do Reverence, além de algumas dicas interessantes para tirar o máximo desse plug-in que já valeria o software. Vou dar uma breve noção sobre o funcionamento e depois
partimos para os parâmetros de controle. Reverbs de microfones posicionados de forma a reproduzir a convolução têm um princípio de funcionamento baespacialidade do ambiente. seado na resposta real do ambiente. Um pulso de Quando a fonte sonora é deslocada pelo panorâmico sample é gerado por alto-falantes em um ambiente e a surround, a resposta acontece no espectro “3D” com resposta desse ambiente é captada por microfones de diferentes respostas de cada ponto de referência da precisão em diferentes pontos e é “codificada” em mesma maneira que no ambiente original. Cabe aqui vários parâmetros. Esta codificação é chamada de uma observação importante: no recém-lançado “Respostas de impulso“ (Impulse Responses). Sabemos Nuendo 5, o Reverence vem com dois bancos de resque qualquer som gravado digitalmente é uma sepostas de impulsos, o banco original do Cubase 5 e quência de samples (Impulsos) tomados em uma demais um banco repleto de ambientes voltados para o terminada taxa de amostragem (48KHz, 44.1 KHz etc). desenho de som em filmes: interior de veículos, salas Então, ao passarmos esta sequência de samples pelo nosde recepção, salas de aula, quartos, corredores, garaso simulador codificado com as respostas do ambiente gens. Enfim tudo o que é necessário à ambientação de para um sample, ele responderá com o mesmo resultado falas e sons em cinema. (Figuras 2 e 3). em nossa sequência de samples. Ou seja, estamos virtualmente levando nossa sequência de samples (nosso áudio) para o mesmo ambiente no qual foi codificado o sample padrão. Essa grande sacada resulta em um reverb denso, rico, repleto de profundidade e riquesa harmônica. Como é um processamento elaborado, naturalmente demanda DSP, leia-se RAM, pois é executado em tempo real. O Reverence de fato pede que você esteja atento ao DSP do seu projeto. Por isso, vale a pena recordar as dicas que passei nos artigos da série “Farinha pouca seu pirão primeiro – Administre seu DSP”, porque com essas dicas você abre caminho para usar e abusar do Reverence em projetos com muitos caFigura 2 - Reverence Nuendo 5 nais. Obviamente, se você tem uma máquina ultratop, com memória RAM em baldes e processadores em cachos, sua preocupação será menor. Mas mesmo assim, recomendo as dicas, pois você poderá ter situações de uso de diferentes algoritmos do Reverence, em “racks” diferentes. O Reverence traz uma diversidade muito interessante de ambientes. Tanto em aplicações musicais quanto em desenho de som e simulação de ambientes, os algoritmos originais são sempre muito úteis. A referência pela foto do ambiente ajuda muito. Na figura 1 vemos o algoritmo “Austrian Concert Hall”. Alguns dos algoritmos vêm nas versões estéreo e surround. Isto mesmo, algumas Figura 3 - Reverence Nuendo 5 respostas de impulso foram obtidas com
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Program Name – Nome da resposta de impulso fonte do programa em uso. Quando você carrega o programa é mostrado neste campo, por alguns segundos, o número de canais e o tempo de duração do reverb. Browse – Abre a lista de respostas de impulso disponíveis para carregar. Import – Permite importar respostas de impulso diversas nos formatos wav e aiff. Desde respostas de outros programas até arquivos de áudio da sua escolha que vão
resultar em texturas variadas. Os efeitos são surpreendentes. O número de canais desses arquivos vai de 1 a 5 (5.0) e o Reverence ajusta a resposta automaticamente. Program slots 1 to 36 – A lista de números de 1 a 36 permite que a troca de programa Reverence seja automatizada. Este recurso é importante para que se possam trocar os programas sem a necessidade de ter diferentes “Reverences” carregados, o que consumiria memória RAM. Smooth parameter changes – Entre o Program Slots e os botões Store, Recall, Erase, há um pequeno botão. Quando ativado, ele promove uma transição suave entre dois programas do Reverence evitando ruídos digitais e transições bruscas. Store, Recall, Erase – Respectivamente: guarda, ativa e apaga o programa selecionado na matriz de programas. O Reverence também dispõe de um equalizador próprio de três bandas que atua em seu sinal de resposta, além dos parâmetros de volume da saída (out) e de mistura com o sinal original (mix).
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Vamos aos parâmetros do Reverence. Podemos usar a figura 1 para visualizar.
Figura 4 - Espectrograma
Estão presentes também parâmetros já conhecidos e comuns a unidades de reverb como: Pre delay – Controla o tempo entre o sinal não processado e a chegada do sinal reverberado. Quanto maior o valor, maior o tamanho do ambiente. Time scaling – Controla o tempo de reverberação. Size – Determina o tamanho da sala simulada. Level – Controla o volume do reverb. ER Tail split – Early Reflections tail Split. Determina o ponto onde terminam as primeiras reflexões do ambiente e onde começa a “manutenção” e decaimento, ou seja, o corte do reverb. Um valor de 60 significa que as reflexões serão ouvidas por 60 milisegundos.
Figura 5 - Information Display
ER Tail Mix – Determina a relação entre as primeiras reflexões e o corte do reverb.
No display do Reverence temos informações importantes: Play Button – Apertando o botão Play o pulso de referência é tocado. É um som de teste que permite que você ouça as características do reverb e dos parâmetros aplicados.
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Spectrogram Display – Mostra a análise de espectro da resposta de impulso. No eixo horizontal temos o tempo e no eixo vertical as frequências. O volume é representado pelas cores. Figura 4. Information Display – Informações adicionais sobre o algoritmo selecionado. Tempo de duração do
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Valores acima de 50 atenuam as reflexões e abaixo de 50 atenuam o corte do reverb.
O Reverence também dispõe de um equalizador próprio de três bandas que atua em seu sinal de resposta, além dos parâmetros de volume da saída (out) Time Scaling Wheel – O dial em volta do botão Play permite ajustar o tempo de reverb. Time domain display – Mostra a waveform da resposta de impulso. Quando giramos o dial, a waveform mostra as alterações.
reverb original, características da sala, número de canais, observações gerais. Muito útil. Vemos na Figura 5. Abaixo do display do Reverence temos uma linha horizontal que termina em um botão. Esse botão ativa o Trimmer para ajuste dos
Figura 6 - Trimming
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Quando adicionamos um canal de FX, o Cubase cria um canal dedicado e coloca o Reverence como Insert deste canal. A partir deste momento, o Reverence passa a aparecer em todos os comandos Sends dos canais de áudio
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Figura 7 - Inserts
limites da resposta de impulso, ou seja, onde ela começa e onde ela termina. Repare que o ajuste é feito mediante corte abrupto, sem fade. Observe o efeito ouvindo o resultado final. O “Impulse Trimming Button” ativa o “Trimming Slider” na barra e você pode usar a roda do mouse para fazer os ajustes (Figura 6). Tenho a dizer que o equalizador do Reverence é bastante eficiente. Mas aqui vai uma dica para quem deseja equalizar de uma forma refinada os sons que passam pelo reverb. Quando adicionamos um canal de FX, o Cubase cria um canal dedicado e coloca o Reverence como Insert deste canal. A partir deste momento, o Reverence passa a aparecer em todos os comandos Sends dos canais de áudio. Até ai tudo bem. Bom, já que o Reverence ocupa um dos inserts do seu canal dedicado, nada impede que na sequência de inserts a gente use um equalizador mais refinado como o GEQ 30, por exemplo, para equalizar o som que passa pelo Reverence. Dependendo do efeito que se deseja, podemos ocupar o insert seguinte com um compressor e “apertar” um pouco o som do reverb, independente do som direto. Vemos na Figura 7
o roteamento do canal de FX. Isso abre uma quantidade enorme de possibilidades de mixagem e de criação de texturas sonoras. O que vem na sequência dos inserts é do gosto e da criatividade de cada um. Podemos processar o som do reverb com qualquer efeito desejado. Experimentem, testem configurações diferentes, explorem as possibilidades desse plug-in sensacional. Tenho feito isso desde o Cubase 5 e agora no Cubase 6.5 e o que tenho a dizer é que as possibilidades são ainda mais surpreendentes. Grande abraço. Até a próxima
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EXPLORE O QUICK START
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DO SIBELIUS 7 Cristiano Moura é produtor, engenheiro de som e ministra cursos de Sibelius na ProClass-RJ
Assim que o Sibelius 7 é carregado, uma caixa de diálogo chamada “Quick Start” (fig.1) é apresentada e muitas vezes é subestimada ou até ignorada por muitos usuários. Porém, o “Quick Start” é repleto de opções para acelerar diversos procedimentos. Neste artigo, vamos explorar cada parte desta tela inicial.
L
EARN
Logo na primeira aba, à esquerda, temos a opção “Learn”, que foi uma opção dos desenvolvedores para que usuários de todos os tipos pudessem entender o
Figura 1
funcionamento básico do Sibelius 7. A opção “Quick Tour” são vídeos voltados aos usuários novos e apresenta de forma muito clara a interface e também como dar os primeiros passos no aplicativo.
Logo abaixo, a opção “What’s New” foi criada pensando nos usuários mais antigos que, a princípio, iriam se assustar e se desapontar com a nova interface do Sibelius, pois nesta versão, todo o sistema de menus e funções foi reformulado e a primeira impressão para um usuário antigo é de estar num software completamente diferente. Por último, a opção “Sibelius for Switchers” é a maneira que os desenvolvedores encontraram para estimular e agradecer usuários de outros softwares como Finale, Motion ou Encore pela iniciativa de experimentar o Sibelius 7. Na direita, existem diversos documentos para ler e o meu destaque é para o primeiro item “Sibelius 7 Tutorials”. Este documento é um passo a passo para a criação de diversas partituras, e, mesmo para quem tem apenas o inglês básico, é uma ex-
Figura 2
celente maneira de começar a exercitar com projetos e exemplos reais.
NEW SCORE A segunda aba é utilizada para criar uma nova partitura e seu grande atrativo é o fato de vir com muitas pré-configurações de instrumen-
tação. Estas pré-configurações são chamadas de “manuscript paper” e opções como quarteto de cordas, grupo vocal, formação de big band e até de orquestra completa estão disponíveis. Se nada interessar, utilize a opção “blank” e selecione os instrumentos à sua escolha.
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ção musical como Finale, Notion, Encore etc.
LATEST NEWS A última opção não é nada mais do que um agregador de notícias dos posts do www.sibeliusblog.com, que é um excelente local para aprender e discutir sobre Sibelius, apesar de infelizmente, ser em inglês.
CONCLUSÃO
Figura 3
“
Photoscore e Audioscore são softwares inclusos na compra do Sibelius 7, e o primeiro possibilita detectar e importar partituras scaneadas, enquanto o segundo converte um áudio gravado para partitura
”
São muitas opções e o usuário pode até criar suas próprias pré-configurações e, para facilitar a busca pelo que deseja, o Sibelius 7 incorporou duas funções que, apesar de simples, são extremamente úteis: um campo de busca no lado superior direito e um slider de zoom na parte inferior (fig.2)
RECENT Não há muito que falar da aba Recent, que apenas apresenta as últimas partituras abertas, mas gostaria de reforçar o fato de também possuir o campo de busca e slider de zoom.
IMPORT O Sibelius 7 pode receber e converter arquivos de outros formatos para seu formato nativo, e por esta aba, o usuário pode realizar funções interessantes. Photoscore e Audioscore são softwares inclusos na compra do Sibelius 7, e o primeiro possibilita detectar e importar partituras scaneadas, enquanto o segundo converte um áudio gravado para partitura. À direita, a opção MIDI File permite importar arquivos no formato MIDI que foram gerados num teclado sequenciador ou um software de produção musical como Pro Tools, Sonar, Logic etc. Mais abaixo, a opção MusicXML File permite importar material gerado em outros softwares de nota-
Eu recomendo a todos a assistirem os vídeos assim que possível e, para se manterem atualizados, sempre passar pelas últimas notícias na última aba. O Quick Start é uma ótima opção, mas demora um pouco para se acostumar, principalmente para aqueles que viveram anos e anos clicando nos labirintos de menus e submenus dos softwares. Por último, sabemos como é difícil agradar a todos e, por isso, o pessoal do Sibelius implementou funções para desativar a apresentação do Quick Start. No final da janela (fig. 3), se a opção “Show Quick Start when Sibelius 7 starts” for desmarcada, o Quick Start não será mais apresentado a cada vez que se iniciar o Sibelius. A segunda opção “Show Quick Start again after closing last score” também deve ser desmarcada para que, ao fechar uma partitura, o Quick Start não seja apresentado.
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O tamanho
do seu
Guitarras... Alguns “concorrentes” já me “elogiaram” dizendo que eu sou um especialista em gravar guitarras... Morri de rir. Primeiro, porque não acho que eu seja, e depois porque percebia que o elogio na verdade era uma maneira politicamente correta – aliás, politicamente correto para mim é uma maneira politicamente correta de se falar a palavra hipocrisia – de me fazer uma crítica.
Estúdio PARTE 7
Ricardo Mendes é produtor, professor e autor de ‘Guitarra: harmonia, técnica e improvisação’
N
a afirmação em que meu estúdio é “especializado” em gravar guitarras, vai também o significado subjetivo e camuflado de que as outras coisas, sem ser guitarra, meu estúdio não grava tão bem... Na verdade eu acho que eu não gravo nada bem, nem guitarras. Sem hipocrisias ou falsa modéstia. A vida inteira, nunca tive certeza se estava gravando bem alguma coisa, por isso continuo experimentando até hoje. Se eu achasse que gravo bem, colocava um microfone em uma posição e deixava-o lá para o resto da vida... Mas confesso que adoro gravar guitarras, mesmo na época dos plug-ins e simuladores. Ainda sinto saudade do tempo da fita, não pelo som, mas por certa mística que havia dentro do estúdio e que desapareceu com o advento da gravação em computador. Não me pergunte por que, mas que se não sumiu,
diminuiu bastante. Pelo menos os amplificadores de guitarra ainda não sumiram como os gravadores de fita. Nada contra plug-ins. Eu os uso de vez em quando, especialmente quando estou com pressa, sem paciência ou se quero um som específico que posso ter alguma dificuldade de consegui-lo com um amplificador. Usei o pioneiro AmpFarm da Line 6, o Sans-Amp uso até hoje. Uso também o Guitar-Rig e também o da Waves. Entretanto tenho um entendimento dos plug-ins um pouco diferente do que eles se propõem a fazer. Quase todos os plug-ins para a guitarra são simuladores que emulam o som de amplificadores, caixas e microfones clássicos usados para gravar guitarra. Quem tem um amplificador, uma caixa e microfone clássicos para gravar uma guitarra, sabe que o plug-in não soa igual ao setup físico. Mas não soar igual
não quer dizer que seja pior. Em minha opinião, soa apenas diferente. Para mim o que faria um estúdio ficar “sério” em relação a gravar guitarras, seria oferecer pelo menos uns dois amplificadores diferentes como opção para o cliente. Se tiver guitarras também, melhor ainda, pois os amplificadores e as guitarras farão muito mais diferen-
ça no som do que o pré-amplificador que você estiver usando para gravar. O plug-in, eu o enxergo como mais um amplificador no seu set, e não como um substituto para todos os amplificadores de guitarra. Para começar (estamos falando nessa série de como construir um estúdio de médio porte), o ideal seria ter três amplificadores de características diferentes. Eu os dividiria em três grupos básicos: o “super clean”, o “crunch-over-
drive” e o “hi-gain”. Dificilmente um mesmo amplificador faz bem as três funções. É claro que dá para tirar um bom timbre nas três famílias com o mesmo amplificador, mas não será “O” timbre. Da família “super-clean”, eu costumo gostar dos Fenders como os Twin Reverb, o Cyber-Twin e também dos transistorizados como os da série Frontman, especialmente os R65 e que são bem baratinhos. Os Roland Jazz Chorus também são ótimos no “super-clean”. Um pouco menos conhecido, o Bogera também é muito bom. Mas, é claro, existem vários outros. Na família “crunch-over-drive”, eu gosto dos Marshall JMP, os Plexi, e o JCM 800. Gosto muito também do Vox AC-30, do Fender Bass-Man, os Hi-Watt 100, o Mesa/Boogia Mark II, mas também existem vários outros...
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Outra coisa interessante de se ter em seu “arsenal” guitarrístico é uma coleção de pedais, em especial os de “boost”, over-drive e distortion. Estes pedais podem ser combinados com os amplificadores que você tem
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Na família “hi-gain”, sou fã dos Mesa/ Boogie como os antigos Studio-Preamp e o Quad-Preamp e os mais novos Dual Rectifier. Gosto também dos Peavey 5150. Da mesma maneira como os anteriores, também existem vários outros... Outra coisa interessante de se ter em seu “arsenal” guitarrístico é uma coleção de pedais, em especial os de “boost”, over-drive e distortion. Estes pedais podem ser combinados com os amplificadores que você tem, aumentando em muito a gama de som e opções para você ou seu cliente. Se tiver outros pedais de efeitos, além dos de boost e overdrive, melhor ainda, pois alguns efeitos ficam melhores quando colocados na hora de tocar, antes do amplificador, como wah-wah, com-
pressor e efeitos de phaser, flanger, detune e chorus. Os pedais de boost são literalmente inúmeros. Overdrive, Super-Overdrive e Turbo -Overdrive, da Boss. Tube-Screamer, da Ibanez, O Rat, da ProCo, V-Twin da Mesa/Boogie, O Sans Amp GT2, da Tech 21. Dos wahwah, os mais clássicos são o Crybaby e o Vox. Dos compressores, acho o CS2 da Boss imbatível. Todos os de pitch da Bosss são bons, mas os da TC Electronics são insuperáveis. Gravar guitarra é quase como que pintar um quadro, pois quanto mais opções de cores o artista tiver na sua paleta, mais rico de possibilidades será o quadro. Com um número razoável de tubos com diferentes cores de tinta, as combinações serão infinitas. Uma vez montado o setup de guitarra, vamos ver como captar este som, mas isso fica para o próximo mês. Abraços a todos os especialistas em gravar guitarra do planeta!!!
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Jorge Pescara é baixista, artista da Jazz Station e autor do ‘Dicionário brasileiro de contrabaixo elétrico’
NEW Esta é quente… com o perdão do leitor ao trocadilho, mas quer manter suas mãos quentes com expressividade nos efeitos? Então conheça um produto que chama a atenção pelo ineditismo e por possuir um ar tecnológico que nos leva à ficção científica pura.
O
equipamento consiste de um anel transmissor de ondas e um receiver wireless para converter e enviar o sinal para pedais de efeito que contenham parâmetro para expression. Tudo muito simples de entender, mas de uma criatividade interessante, produzido pela Source Audio, uma empresa especializada em pedais de efeitos. O sistema já está causando um movimento inte-
ressante no que vem sendo chamado de “New Bass School”, ou seja, a nova onda em que os baixistas saem do lugar comum e usam dispositivos técnicos diversos, aliados à novíssima tecnologia para extrair sonoridades variadas e diferenciadas. Vamos ao que diz o release do fabricante: O Hot Hand 3 Universal controlador de efeitos sem fios, expande significativamente a tecnologia de ponta do Hot Hand original, ampliando sua compatibilidade para
BASS SCHOOL incluir pedais de outros fabricantes. Um acelerômetro de 3 eixos de movimento traduz-se em um sinal de expressão dinâmica e precisa, a qual pode ser aplicada a uma série de parâmetros, incluindo o efeito de varreduras de filtro, os níveis de drive e de modulação e mix entre sinais wet/dry. O anel de luz, sem fio, é capaz de transmitir mais de
100 metros e se encaixa confortavelmente na mão, pé ou headstock do instrumento. O Hot Hand 3 conecta-se a todos os pedais modelos Soundblox ®,
Soundblox 2, Pro Soundblox e demais pedais da Source Audio através da saída do sensor de 1/8". A estação base receptora também possui uma saída padrão de expressão ¼” compatível com a maioria dos pedais de terceiros equipados com uma entrada de expressão de ¼”, tais como o PS-5 Pitch Shifter Chief, Eventide Space Reverb, Line 6 DL4 e muitos mais. O sistema consiste de um anel de sensores sem fio, fonte de alimentação anel carregador DC, estação base, receptor e cabo do sensor. O anel é alimentado por uma bateria recarregável de íons/lítio substituível, com um tempo médio de operação de 6 horas entre as cargas. O que se percebe neste sistema é uma total interação entre movimento e música. O instrumentista pode literalmente usar sua criatividade musical desenhando on-
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•Bateria de Íon Lítio recarregável e substituível. •Saída SENSOR de 1/8” e outra Expression de 1/4”. •Controles de DEPTH e SMOOTHING ajustam a quantidade de efeitos e a sensibilidade do anel. •Todos os componentes são compatíveis com o adaptador original Hot Hand.
das e movimentos que controlam os efeitos de formas distintas. Com isto, a consciência de que o movimento, assim como o silêncio, está intimamente relacionado à música, ultrapassará os limites atuais. Com o que se pode verificar em vídeo no Youtube, este tipo de equipamento leva-nos a outro patamar sonoro. Claro, para tocar samba, choro, bossa etc, isto pode não servir; mas para fusões, world music, rock experimental e para não criarmos raízes no chão, aí sim, esta é uma caixinha mágica!
ESPECIFICAÇÕES •Compatível com todos os pedais Soundblox, Soundblox 2, Soundblox Pro e Hot Hand. •Trabalha com diversos pedais e racks de efeito equipados com entrada ¼” Expression. Chave DIP facilita configuração do efeito. •Seleção entre 3 diferentes movimentos (X, Y e Z). •Transmissor RF capaz de atingir acima de 30 metros.
•Pode ser usada até quatro unidades Hot Hand separadas, simultaneamente, sem interferência no sinal. •Licença gratuita para uso wireless ao redor do Globo (ISM band). Se você é um gearcrazy ou mesmo ansioso por novidades tecnológicas-musicais, se cansou do “mais do mesmo” e quer experimentar novidades, este é um dos muitos dispositivos que esperam por sua criatividade. Paz Profunda .:.
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jorgepescara@backstage.com.br http://jorgepescara.com.br
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REPORTAGEM| www.backstage.com.br 88 Do dia 30 de abril de 1972, quando a Orquestra Sinfônica Brasileira tocou as primeiras notas da Alvorada, de Carlos Gomes, no Parque do Flamengo, até os dias de hoje, muita coisa mudou. Mas, ainda hoje, o Projeto Aquarius continua desafiando os profissionais de áudio. Miguel Sá redacao@backstage.com.br Revisão Técnica: José Anselmo “Paulista” Fotos: Divulgação
Os 40 anos do Projeto Aquarius J
á faz quarenta anos que o Projeto Aquarius traz espetáculos de música clássica para o grande público. A comemoração foi no dia 15 de setembro, com um show no palco montado em frente ao Hotel Copacabana Palace, em Copacabana, no Rio de Janeiro. Dirigido pela diretora do Theatro Municipal, Carla Camurati, o show teve a participação, mais uma vez, da OSB, regida pelo maestro e diretor musical Roberto Minczuc. Além da orquestra, também participaram o Coro Sinfônico do Rio de Janeiro e o Coro Infantil da OSB. A bailarina Ana Botafogo dançou coreografia especialmente feita para a ocasião. A apresentação foi do jornalista Pedro Bial.
PRODUÇÃO Pela grande quantidade de músicos e as dimensões dos espetáculos, os concertos do Projeto Aquarius sempre representaram um grande desafio para empresas de sonorização e para a produção em geral. Filho de Péricles de Barros, criador do Projeto com Roberto Marinho, Luciano Costa, nascido no ano de fundação do Aquarius, é o diretor de produção. “Com certeza, hoje é mais simples que há 15, 20 anos. Porém, ao mesmo tempo, procuramos coisas novas, e aí criamos também as dificuldades. Ou seja, eu sou o próprio culpado da minha dificuldade”, brinca o produtor.
Luciano ressalta o pioneirismo tecnológico do Projeto Aquarius. “A primeira vez que se usou raio laser no Brasil, a primeira câmera filmando sobre um balé e a primeira vez que foi usado um line array em concerto aberto, ao ar livre, no Brasil, foi no Projeto Aquarius”, enumera. O amplo uso de microfones DPA e de LED na iluminação e no telão mostram que o evento continua atualizado com relação às tendências tecnológicas. A pré-produção do evento dura cerca de seis meses. O início é a reunião com o realizador, que é o Jornal O Globo. “Aí nós definimos a pauta do ano e, em cima disso, criamos uma série de situações. Depois, conversamos com o Abel Gomes para criar a cenografia. A partir dai, está criada a criança”, detalha Luciano. Após a idealização e a montagem da estrutura de palco, a colocação de som e luz demora uma semana.
CAPTANDO A ORQUESTRA Fernando Scholl começou a trabalhar no Projeto Aquarius ainda quando a empresa que sonorizada o evento era a MacAudio. “Aprendi muito com o Roldão”, diz o técnico.
Scholl em ação
Monitores para o maestro
Hoje, a sonorização é feita pela Event Solutions (EVS) em parceria com a Gabisom. Por conta de vento, condições acústicas desfavoráveis e da quantidade de pessoas no público, a sonorização de uma orquestra se torna algo bastante complexo. Para “domar” um som feito para soar acusticamente, é necessário investir em microfonação e canais, muitos canais. Mais de 120 no caso do Projeto Aquarius. Das percussões às cordas, cada instrumento é microfonado individualmente. Isso sem contar os coros infantis e adul-
tos que participam da festa. No caso desse evento, para ter um som o menos vulnerável possível às condições desfavoráveis, a opção foi microfonar cada instrumento individualmente, e não por naipes, como é mais comum. “Aqui tem microfone Neumann no coro, DPAs diversos para cada tipo de instrumento, Isomax, SM- 57 na percussão, Sennheiser MD 421, RE-20, Countrymans, Sennheiser ME66, AKG C3000. A maioria dos microfones é condensador”, expõe Fernando.
Rack com compressores e efeitos
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“
Se for estabelecer uma relação de ganho exata do início ao fim, a mixagem é do maestro. Evidente que tem os solos, e aí a gente puxa um pouquinho para cima. Se for uma orquestra nova, pouco ensaiada, para tocar em uma situação dessa, esquece (Scholl)
”
Minczuc acompanha a passsagem de som
Foram usados microfones de variados tipos
Entre os vários macetes aprendidos em mais de 25 anos de Projeto Aquarius – desde a época em que o evento era feito por Roldão, da MacÁudio – está a microfonação das vozes do coro. “Os microfones femininos são mais direcionais, os masculinos são mais abertos”, exemplifica Fernando. Para minimizar os efeitos do vento, foi pedido à produção que as laterais e a parte de trás do palco fossem fechadas com panos e, é claro, ocorreu o farto uso de windscreens.
estar perfeita. Uma equipe de oito pessoas ficou responsável apenas por isto durante a passagem de som. “Qualquer coisa fora do lugar gera uma pequena catástrofe na mixagem”, brinca Scholl. No entanto, a mixagem pode ser menos trabalhosa do que parece. “Se for estabelecer uma relação de ganho exata do início ao fim, a mixagem é do maestro. Evidente que tem os solos, e aí a gente puxa um pouquinho para cima. Se for uma orquestra nova, pouco ensaiada, para tocar em uma situação dessa, esquece. Barulho de mar, carro passando na rua... É uma prova de fogo. O mais di-
MIXAGEM Fazer uma mixagem ao vivo com mais de 100 canais pode parecer uma missão impossível, mas uma orquestra é praticamente um organismo, com músicos extremamente treinados e acostumados a tocar juntos, todos reproduzindo uma dinâmica muito próxima. No entanto, a posição dos microfones precisa
Kako, da Gabisom
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Luciano Costa, diretor de produção
Amek Recall
fícil é chegar no equilíbrio entre orquestra e coro. Tem que saber que hora é mais orquestra, mais coro. Por isso, quando é estabelecido o programa, a produção me manda as trilhas, converso com o maestro, ele diz o que é mais importante. São dois meses de pré-produção comigo”, detalha o técnico. A mesa master - que mandava o som para as 28 V-Dosc do PA (14 de cada lado), os nove subs Meyer Sound 700 HP e as oito CQ2 do front fill, também da Meyer Sound – foi uma Amek Recall. A monitoração – ape-
Bolinho, responsável pelo projeto de luz
nas para bailarinos e maestro, já que músicos de orquestra não gostam de tocar com retorno – foi feita com caixas da Clair Brothers. As cordas foram mixadas em grupos na Mi-
Iluminação O projeto cenográfico de Abel Gomes foi montado em um palco de mil e duzentos metros quadrados. A cenografia foi feita de forma a integrar o painel de LED e a iluminação. Valmor Neves, da Zuluz, conhecido como Bolinho, foi o responsável pelo projeto de iluminação. Ele usou LEDs RGBW e moving lights pelas facilidades de cores e de programações. Foram 300 LED RGBW, 24 moving heads Vari-Lites 3000 e 12 DTS. Valmor está há 28 anos no Projeto Aquarius. “Todo ano tem uma evolução grande em equipamento de luz. Antes era mais lúdico, hoje é mais técnico.
Tem equipamento Grand MA que grava (as programações) no estúdio, tem a 3D, então sobra mais tempo para cuidar da programação, criação, tudo graças à evolução da tecnologia. Eu já tinha a planta do cenário e chego aqui com quase toda a programação feita, mas tem sempre uma mudança de última hora”, comenta o lighting designer. Valmor trabalhou com uma equipe de 20 pessoas, entre técnicos de dimmer, de moving lights, operadores de canhões, rack man, etc. “Fico muito feliz em fazer o Aquarius nestes anos todos, fico sempre muito emocionado”, acrescenta.
das Heritage antes de ir para a Amek, assim como foi feito com as percussões na Yamaha M7CL. Fernando Scholl ressaltou que as digitais ainda não são a sua ferramenta de trabalho preferida para mixar uma orquestra, ainda que use uma para receber o sinal da percussão. Evandro Kako foi o funcionário da Gabisom que trabalhou no evento, acompanhado por Alessander Brito e Reinaldo Oliveira. Como não foi feita microfonação do ambiente para orquestra, foram usadas três máquinas Lexicon de reverbs: uma 300 e duas PCM 80. Os compressores Avalon foram usados para as madeiras (clarone, clarinete, etc), que tem muito ataque, e para os coros.
COMEMORAÇÃO No decorrer destas quatro décadas, foram 325 espetáculos realizados em todo o Brasil. Muitos deles monumentais, como a reconstituição do Grito do Ipiranga em São Paulo, em 1981, assistido por 500 mil pessoas. A procura pela popularização da música sinfônica também levou a encontros pouco comuns, como o que aconteceu na inauguração do Sambódromo, em 1984, quando as bandas de rock Blitz e Barão Vermelho tocaram com a OSB. “Estamos fazendo 40 anos de um concerto que, apesar de ser com orquestra sinfônica, é, sempre foi e sempre será um show”, define Luciano Costa.
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Lighting Expositores e palestras voltadas para o setor de iluminação fizeram da terceira edição da Lighting Week Brasil, entre os dias 19 e 23 de setembro, um local perfeito para troca de informações entre os profissionais. redacao@backstage.com.br Fotos: Divulgação
movimenta 20% do A
feira mudou de local e a edição 2012 da Lighting Week Brasil, que este ano ocorreu no Expo Center Norte, em São Paulo, contou também com dois dias de palestras com profissionais consagrados, além de expositores nacionais e estrangeiros. A estimativa da organização é que o evento tenha movimentado cerca de 20% do faturamento anual do setor,
estimados em R$ 120 milhões. Mais de três mil profissionais do setor de iluminação, entre projetistas, consultores, técnicos, arquitetos, engenheiros, designers, cineastas, artistas e diretores, passaram pelos corredores do Expo Center Norte. Nomes como dos brasileiros Cesio Lima, Jamile Tormann, Joel Brito e do sueco Nicklas Arvidsson, que apresen-
Feira de iluminação estreia novo local em 2012
Profissionais de iluminação visitam os estandes
Empresas também investiram na decoração
Week 2012 mercado tou uma palestra sobre wireless e DMX, foram uns dos destaques da programação deste ano, totalizando mais de 10 horas de palestras. Segundo Esteban Risso, diretor da Gobos do Brasil e presidente da Associação Brasileira de Iluminação Profissional (Abrip), o objetivo das palestras técnicas, por
Césio Lima fala sobre a iluminação nas Olimpíadas de Londres
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Buscamos palestrantes ícones no mercado para as palestras. Temos desde palestras técnicas, em que o profissional vai se preocupar com a questão da segurança no ambiente de trabalho, até a de entretenimento, (Esteban)
Ciclo de palestras trouxe profisisonais nacionais e internacionais
exemplo, é alertar para as normas, que já são leis, sobre o cuidado do profissional no ambiente de trabalho. “A cada semana, por exemplo, perdemos um profissional de iluminação devido a quedas ou choque elétrico”, fala. “Buscamos palestrantes ícones no mercado para as palestras. Temos desde palestras técnicas, em que o profissional vai se preocupar com a questão da segurança no ambiente de trabalho, até a de
entretenimento, como a beleza da iluminação”, completa. Uma das palestras que abordaram a sobre segurança foi a do engenheiro Joel Brito, que falou sobre o tema “Em eventos, instalações elétricas dentro da lei garantem a vida”. Segundo Joel, muitas pessoas acreditam que, quando estão fazendo o aterramento, por exemplo, estão seguras, o que nem sempre é verdade. “Só porque você aterrou não signifi-
Joel Brito alertou sobre segurança nas instalações
Daniel Ridano: novas tecnologias nas mesas grandMA
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Jamile Tormann encerrou o último dia de palestras com um bate-papo entre os profissionais
ca que está imune ao choque, pois a terra não é condutor; ela é um resistor”, ressaltou. O engenheiro ainda alertou para a importância de se contratar um profissional especializado ao realizar consertos elétricos ou novas instalações, tendo em vista que segurança na instalação elétrica não é “receita de bolo”. As vantagens do uso do sistema DMX foi um dos pontos abordados na palestra do design de iluminação Nicklas Avirdsson. Segundo o profissional, que falou sobre o tema Wireless DMX. A iluminação interligada sem cabos de sinal, entre as vantagens estão economia de tempo, economia de energia e, por consequência, economia de dinheiro, além de favorecer a criatividade e a liberdade do profissional nos projetos. Em eventos corporativos, por exemplo, a iluminação precisa ser alinhada nos quatro cantos de um auditório”, ressaltou. Segundo ele, a passagem de cabos em lugares em que há circulação de pessoas é complicada e um equipamento sem fio permite que o trabalho seja executado em poucos minutos. O show brasileiro durante o encerramento das Olimpíadas de Londres, quando a bandeira olímpica foi ofici-
almente entregue ao prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, foi o tema da palestra de Cesio Lima. Em Olimpíadas. Quando a luz emociona a alma humana, o lighting designer explicou como preparou a iluminação do show de oito minutos. Ele falou como foi trabalhar ao lado da diretora artística do espetáculo Daniela Thomas e contou que a parte mais difícil foi conciliar os figurinos e a iluminação, de forma que a luz não interferisse de forma negativa nas fantasias. “Não dá para ser singelo em abertura de Olimpíada, tem que ser algo feérico”, comentou. Entre as novidades do mercado de iluminação, destaque para a palestra do especialista Daniel Ridano, que abordou a nova tecnologia usada nos consoles Grand MA Lighting. Ridano ressaltou que a mesa oferece a possibilidade de até mesmo programar um show a partir da própria residência. “Consigo organizar todo o show ainda em casa e, além disso, a grand MA Lighting oferece mais recursos de hardware e mais saídas de DMX”, reforçou. Além da iluminação para entretenimento e shows, a luz arquitetural foi outro destaque na programação de palestras. Farlley Derze, por exemplo, que apresentou o tema Iluminação e
Entre as novidades trazidas pela Gobos estava o painel de LED de alta definição
arquitetura no espaço noturno da cidade, além de falar sobre as diversas fases da iluminação e a sua influência na vida das pessoas ao longo da história, lembrou que a percepção humana através da iluminação também evoluiu.
EXPOSITORES Embora esteja na terceira edição, para alguns expositores foi ano de estreia.
Eteban Risso, terceiro da esquerda para a direita, um dos idealizadores da LWBR
Como o caso da Lumikit, empresa de Santa Catarina que produz software para o controle de sistemas de iluminação DMX. Segundo Luis Spranger, proprietário da empresa, ao participar da feira, a empresa consegue focar mais no cliente. “Como trabalhamos na área de iluminação é bem mais legal expor aqui porque o público é bem mais voltado para esta área. Na Expomusic, como tem muito expositor, você acabando passando despercebido”, fala. Opinião parecida é a de Bruno Fonseca, diretor da Lightop, empresa que fabrica painéis de LED. “Eu visitei a feira no ano passado e achei que este ano melhorou muito. A minha loja na Avenida Ipiranga “bombou”, então achei bem legal. Estou trazendo um painel de LED de fabricação própria da Lightop, modelos P20 e P10. Somos a única empresa que fabrica painel de LED no Brasil e essa é nossa maior novidade”, afirma, acrescentando ainda que também trouxe dois modelos de consoles Pearl, da Avolites. Daniel Ridano afirmou que já é a terceira vez que participa da Lighting Week. Para ele a ideia de compartilhar o mes-
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Mais empresas participaram da edição 2012
Lumikit, de SC, estreiou na LWBR
mo espaço é bastante interessante, porque dá a possibilidade de as pessoas não terem que se deslocar para participarem das duas feiras. No entanto, sugere que deveria ter um isolamento maior por causa do barulho, “A feira deu supercerto como em todos os outros anos e as pessoas do mercado têm vindo, mas acredito que faltou um pouco mais de divulgação, porque ano passado, apesar de ser menor e em um lugar diferente, tivemos outros tipos de clientes, aqueles que vêm mais focados”, compara. “Trouxemos a linha Clay Paky, uma linha inteira de moving light, além da linha de MA Lighting, com os consoles com um produto novo que é o comand wing, que dá a possibilidade de atingir uma grand MA com um orçamento bem menor; um novo produto que é o fader wing, que vai começar a produção em janeiro de 2013, além de uma máquina de fumaça que ainda não havia sido mostrada, que produz ice fog, um efeito de gelo seco. Porém bem melhor é a linha de wireless DMX (sem fio), que
havia sido apresentada em anos anteriores”, diz. Diogo Dargosa, proprietário da AC Light, distribuidor oficial da linha de laser Spark, também apostou pela primeira vez na feira e aprovou o novo local. “Ano passado viemos para a Expomusic, mas ter juntado as duas feiras aqui ficou mais interessante”, fala. Entre as novidades, levou um moving beam de 200 watts e refletores PAR de 18 LEDs. Outra empresa que apresentou novidades foi a Gobos do Brasil. A companhia brasileira levou para a feira os painéis da linha iLED, que apresentam a proposta de definição e brilho nunca vistos antes. Os modelos MEGA SCREEN P9 IP65, ideal para uso externo, e o iLED MEGA SCREEN P9 e iLED GIGA SCREEN P4.8, para uso interno, são ideais para uso em televisão, shows e eventos corporativos.
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A capital de São Paulo foi palco de mais uma edição da Expocristã, evento dedicado ao segmento gospel e que reúne, em um só local, editoras, gravadoras e produtos para igrejas. A 11ª versão da feira, que aconteceu no Anhembi entre os dias 25 e 30 de setembro, recebeu mais de 160 mil pessoas e teve um aumento de 15% no número de pastores, lojistas, livreiros e distribuidores presentes.
NO RUMO CERTO MERCADO GOSPEL SEGUE SE PROFISSIONALIZANDO
S
egundo os organizadores, nos seis dias de feira, foram movimentados mais de R$ 100 milhões em negócios. Para o promotor da Expocristã, Eduardo Berzin Filho, a 11ª edição cumpriu o seu papel, que é o de promover o intercâmbio entre a indústria e o canal de distribuição. “Registramos novamente a presença de lojistas, livreiros e distribuidores e permitimos um contato maior com a liderança. A Expocristã fomenta a abertura de novas livrarias e auxilia os pastores na evangelização”, completou. Presente pela primeira vez na Expo-
cristã, o Ecad (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição) aproveitou os cinco dias para divulgar dois trabalhos implantados recentemente pelo órgão: o Banco Digital do Ecad e o Ecad.Tec Cia Radio, que é um sistema próprio de captação, gravação e identificação automáticas das músicas que tocam nas rádios em todo o país. O público também pôde conferir as campanhas desenvolvidas constantemente pelo Escritório, como a “Vozes em Defesa do Direito Autoral”, uma mobilização que conta com o apoio de
redacao@backstage.com.br Fotos: Divulgação
Sistema Picollo foi um dos sucesso no estande da DB Tecnologia Acústica
Pela primeira vez participando da Expo Cristã, Ecad apresentou as campanhas sobre o direito autoral
Gravadoras marcaram presença na Feira
Público contou também com as editoras
grandes nomes da música em defesa dos direitos dos compositores. Segundo Bia Amaral, gerente executiva de marketing do Ecad, a ideia de participar da Feira nasceu ao longo de 2012. “Para o Ecad, foi ótimo, porque entramos em contato com as gravadoras para o envio de áudio para o nosso banco de áudio. Fizemos contato com 14 gravadoras e
conseguimos alcançar plenamente o nosso objetivo”, completa. Para Gordon Gerstheimer, da DB Tecnologia Acústica, este ano, a feira foi bem melhor do que em 2011. “Fizemos muitos contatos novos e já enviamos orçamentos para muitas igrejas de tamanho variável entre 500 a 1.200 metros e até para uma com capacidade para
12 mil pessoas”, ressalta. Outro ponto que chamou a atenção de Gordon foi o interesse de muitos pastores em adquirir um sistema de qualidade, ao contrário do que acontecia no passado. “Muitos pastores nos disseram que fizeram uma compra inicial de um sistema de baixo custo e agora estão olhando para atualizar e investir em um sistema de alta qualidade que eles possam usar para os próximos dez anos”. Ainda de acordo com Gordon, os produtos mais procurados foram o Line Picollo 6" com Sub Picollo 8", Line Ultra Compact 8" com Sub Scoop 12", Line Compact 254 e os Top Picollo 8" e 10". Já a Quanta Brasil apresentou soluções para pequenas e grandes igrejas, além de novidades para os artistas gospel. A Quanta Music apresentou a linha Sennheiser XSW (microfones), EW135 (microfones), diversos modelos de fones de ouvido, além da linha Presonus StudioLive. A Unidade Quanta AV-Pro apresentou soluções de projetos, integrando as linhas EW345, EW500-945, Serie 2000 e SKM5200 (Sennheiser), Caixas FZ Áudio e Mesas VENUE gravando no Pro Tools (AVID). A empresa fez questão de ter, no estande, todos os equipamentos ligados para teste. “O resultado nessa feira foi muito satisfatório”, garantiu Ricardo Coutinho, da área de marketing.
Para saber online
Estande da Quanta levou diversas soluções para projetos que puderam ser testados na hora
Para saber mais sobre os lançamentos e novidades, acesse: www.quanta.com.br/music?s=xsw www.quanta.com.br/music?s=ew+135 www.quanta.com.br/music/produtos/ presonus-studiolive-16-0-2/ www.quanta.com.br/music/produtos/ presonus-studiolive-16-4-2/ www.ecad.org.br/viewcontroller/ publico/Home.aspx www.dbtecnologiaacustica.com.br/ www.dbtecnologiaacustica.com.br/ PowerBy18Sound_LineArray_ULTRACOMPACT.php
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SOM NAS IGREJAS | www.backstage.com.br
Um dos pontos mais famosos do Rio de Janeiro e símbolo da nova fase da cidade, o Santuário da Penha começa a investir em um novo sistema de som. Miguel Sá redacao@backstage.com.br Revisão Técnica: José Anselmo “Paulista” Fotos: Internet / Divulgação
A concha acustica
Igreja da Penha - Duas caixas na parte frontal da Igreja
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San da
A
Igreja da Penha surgiu no século XVII, em 1635, quando o capitão Baltazar de Abreu Cardoso foi salvo de uma cobra após invocar a Virgem Maria. Para agradecer, mandou construir uma capela no alto do penhasco onde aconteceu o milagre. Daquela época até os dias de hoje, foram construídas e demolidas duas capelas até que, por volta do início do século XX, a igreja ganhou a configuração atual. Hoje, além da Igreja, há uma loja e a concha acústica onde acontecem os grandes festejos da paróquia, como a Festa de Nossa Senhora da Penha. Todo o entorno da igreja faz parte do santuário.
tuário
Penha, RJ O templo fica no alto de uma grande pedra e, para subir até lá, o fiel pode usar o plano inclinado que vem desde o portão de entrada do Santuário, ou subir os 382 degraus da tradicional escadaria, que foram esculpidos diretamente na pedra em agradecimento a uma graça alcançada no início do século XIX. Desde então, o lugar já ganhou até música na voz de Luiz Gonzaga, Baião da Penha, onde ele pede a bênção para a “gente brasileira que quer paz para trabalhar”.
parte da zona norte do Rio de Janeiro. É claro que não poderia faltar uma estrutura de sonoConcha acústica: Sistema K-Array 400 com um sub e duas caixas
SONORIZAÇÃO Desde que o complexo de favelas do Alemão – no qual fica incrustada a igreja – foi ocupado pelo exército, em 2010, e depois ganhou uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP), o local vem sendo revitalizado e recebe cada vez mais visitantes. Além dos fiéis que vão assistir à missa e pagar promessas, o local também recebe turistas em busca da vista panorâmica de boa
Soundcraft SI Compact
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lhante ao da Igreja, com três caixas em cada lado interno, além de caixas externas.
NOVO SISTEMA PARA A CONCHA ACÚSTICA
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Padre Serafim Fernandes e Jucyer Falcão
Caixa na escadaria
rização. A gerência deste sistema é feita por Jucyer Falcão. Quando começou a trabalhar no local, quatro anos atrás, havia um sistema montado com linha de tensão constante de 70 volts. Este tipo de sistema é usado quando é necessário que o som chegue a longas distâncias com poucas perdas durante o caminho por longos cabos, como é justamente o caso do santuário. “O som vem aqui para a igreja, vai para as caixas da escadaria e chega até a loja lá embaixo”, explica Falcão. O sistema tem três caixas em cada lado externo da igreja, três no lado interno mais um retorno para o padre, um para o coral, duas caixas na parte traseira e na frontal, quatro caixas na escadaria e mais duas na loja, já na parte de baixo do santuário. Quando há missa, o som vem dos microfones Gooseneck da TSI que captam a voz do padre e é emitido por tfodas estas caixas, da igreja à loja. O coro que atua nas missas é captado por um pequeno microfone JTS CM 502, específico para coral. “O padrão polar dele é cardióide, com uma abertura de mais ou menos 120 graus. Coloquei-o a uma altura que pega todo o coral”, especifica o técnico de som. Em horários determinados, são tocados CDs com a Ave Maria e o Terço. “Tem que ser em um volume bem agradável, de som ambiente mesmo”, explica Falcão. Na capela Sagrado Coração de Jesus, na parte de baixo do Santuário, também há um sistema de som de configuração seme-
Se no sistema regular não há novidades, na concha acústica ocorreu um investimento em novos equipamentos de sonorização da K-Array. A concha fica ao ar livre, em um local com capacidade para até 30 mil pessoas. A decisão pela compra do equipamento foi um processo lento, que durou dois anos. “Devido ao custo do aluguel, padre Serafim (Serafim Fernandes, reitor do Santuário) queria adquirir um sistema de sonorização para a concha acústica”, relembra Jucyer Falcão. O técnico ofereceu três opções de sistema ao padre. No fim das contas, ele escolheu os sistemas da K- Array: o KR 400 para o PA frontal e o KR 200 para cobrir as laterais do palco. Os testes definitivos para a compra do equipamento foram feitos em parceria com a Gobos do Brasil, representante da K-Array no país, durante os eventos do Mês de Maria, em maio de 2012, que incluíram uma missa campal com Dom Orani Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro. “Eram mais de dez mil pessoas”, comenta Falcão. Além dos sistemas K-Array, foram adquiridas quatro caixas de retorno VRM 1550A da Attack e o console digital Soundcraft Si Compact. No feriado de 12 de outubro, dia de Nossa Senhora de Aparecida, aconteceu a 377a Festa de Nossa Senhora da Penha. O equipamento foi novamente usado para a missa e no show do cantor católico Izaías Carneiro, presidente da Comunidade Coração Novo.
Para saber online
www.santuariopenhario.org.br www.gobos.com.br
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BOAS NOVAS | www.backstage.com.br 108
Rachel Malafaia retoma produção de novo CD LEANDRO VINÍCIUS RECEBE TROFÉU DE OURO Aconteceu no último dia 04 de outubro a entrega do “Troféu de Ouro”. A celebração teve como apresentadores os jurados do Programa Raul Gil, José Messias e Simony e a cantora Thais Séliguer. Entre os premiados, Jotta A, como melhor cantor, Leandro Vinícius, como melhor cantor mirim, Cristina Mel, como melhor cantora, e Fat Family como melhor grupo.
Após período de maternidade com a chegada de seu segundo filho, a cantora Rachel Malafaia voltou à Central Gospel Music para reunião com seus representantes a fim de selecionar as fotos que irão ilustrar seu terceiro álbum, ain-
da sem título definido. A sessão de fotos realizada para seu álbum foi em um ponto turístico de Niterói (RJ), após Rachel descobrir sobre sua gravidez. O lançamento do CD está previsto para o primeiro semestre de 2013.
MK Music recebe três troféus na ExpoCristã A MK Music recebeu três troféus na ExpoCristã, ocorrida no Anhembi, São Paulo. Os prêmios recebidos foram na categoria “Mais Vendidos Consumidor Cristão” pelo álbum Extraordinário Amor de Deus, de Aline Barros, categoria “CD e DVD infanto-juvenil” tam-
bém de Aline Barros e CIA 3 e o “Prêmio Consumidor Cristão/EBF”. O CD Extraordinário Amor de Deus foi certificado com um Disco de Diamante por mais de 360 mil cópias vendidas, e o CD e DVD Aline Barros e Cia 3 já conquistaram Discos de Ouro.
DIANTE DO TRONO CONCORRE AO GRAMMY LATINO 2012 O Ministério de Louvor Diante do Trono recebeu sua primeira indicação ao Grammy Latino 2012, considerado o Oscar da música latina. O Diante do Trono concorre na categoria “Melhor Álbum de Música Cristã” (Língua Portuguesa), pelo álbum Sol da Justiça, lançado pela Som Livre, em setembro de 2011. A 13ª Entrega Anual do Grammy Latino será realizada no dia 15 de novembro de 2012.
ALIANÇA É PREMIADA POR DISTRIBUIÇÃO E ATENDIMENTO A Aliança acaba de ganhar o “Prêmio Excelência Anle/Expocristã 2012” na categoria “Distribuição e Atendimento”. O evento tem como objetivo reconhecer as empresas que fazem a diferença no setor fonográfico e editorial cristão. Esta é a quinta vez que a Aliança recebe este troféu.
Jotta A ganha prêmio de cantor revelação do ano O cantor Jotta A ganhou o “Prêmio Consumidor Cristão/Anle” de cantor revelação do ano, na entrega de prêmios de destaque no ano, ocorrida em São Paulo. O “Prêmio Consumidor Cristão/ Anle” é considerado um dos mais qualificados do segmento, onde reúne lojistas, lideranças e executivos do meio evangélico. O encontro reconhece os melhores produtos e executivos do meio, segundo o ranking nacional que a revista Consumidor Cristão promove.
KARINA CARDOSO | REDACAO@BACKSTAGE.COM.BR Sandro Nazireu recebe disco de ouro
Cristo Vivo indicado ao Troféu Promessas
O cantor Sandro Nazireu recebeu o Disco de Ouro pelo CD Misturado com Deus, que vendeu mais de 40 mil cópias. Este é o seu segundo trabalho pela Graça Music, sendo o primeiro com assinatura artística da gravadora. Durante a ExpoCristã, que ocorreu em São Paulo, Sandro Nazireu foi convidado a fazer uma participação musical no “Nosso Programa”, que foi apresentado ao vivo. O artista, após cantar, recebeu com surpresa o Disco de Ouro .
O ministério de louvor Cristo Vivo, liderado pelo pastor Vinícius Zulato, foi um dos indicados na categoria “Pra Curtir”, da premiação Troféu Promessas. O objetivo da categoria é possibilitar àqueles com menos abertura na mídia a oportunidade de mostrarem o seu trabalho. A banda inscreveu a canção Teu Reino na premiação, que leva o nome do primeiro CD. A categoria “Pra Curtir” possibilita apenas uma pessoa por perfil a votar através da rede social Facebook. Não é possível que uma mesma pessoa vote várias vezes, como nas outras categorias, o que valoriza ainda mais cada voto.
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Lançamentos
redacao@backstage.com.br
Momento Certo Ministério Aliança de Adoração
Vou tocar o céu Mara Lima
O Ministério Aliança de Adoração é composto por brasileiros que moram atualmente em Londres, mas que já planejam em breve residir e atuar no Brasil. O primeiro CD, intitulado Momento Certo, possui 10 faixas autorais, gravadas ao vivo na Sede Internacional do Ministério Aliança em Londres durante a III Conferência de Louvor e Adoração.
A cantora Mara Lima lançou, na ExpoCristã 2012, seu primeiro trabalho depois de três anos de tratamento e três cirurgias decorrentes de um cisto nas cordas vocais, o CD Vou Tocar o Céu. De acordo com a gravadora Louvor Eterno, o trabalho virá para comemorar a cura da cantora. A canção Lágrimas foi a escolhida como o primeiro single, seguida das músicas Vou Tocar o Céu, que dá nome ao álbum, e Eu acreditei.
Maior Idade Musical Banda Catedral A banda Catedral lança seu primeiro álbum totalmente independente, o livro/CD M.I.M - Maior Idade Musical. Este é o primeiro trabalho da banda composto por somente músicas inéditas. A Maior Idade Musical traz todas as vertentes de estilo que formam o som da Catedral. Há rock progressivo, hard rock, baladas, folk, MPB e outras levadas características do trio. A primeira música de trabalho será a balada pop/rock romântica Dona do meu coração.
Marcados pelo Amor Anjos de Resgate O 8º CD da banda Anjos de Resgate, Marcados pelo amor, é o primeiro lançamento da parceria entre as gravadoras CODIMUC e Universal Music. O álbum traz 12 faixas inéditas e conta com a participação do grupo Cantores de Deus, Andréia Zanardi, Dalva Tenório e Karla Fioravante. O CD Marcados pelo amor já está disponível nas melhores lojas do Brasil.
Código Secreto Alex e Alex O terceiro CD Código Secreto, de Alex & Alex, promete mostrar aos fãs um amadurecimento musical maior do que em outros CDs. Lançado pela MK Music, a produção musical é assinado por Leandro Simões, que também foi responsável pelo álbum anterior da banda, Até o Céu Te Ouvir. O diferencial do CD é a conquista de ter reunido grandes nomes da música gospel para a versão em estúdio da música Caráter. Artistas como Wilian Nascimento, Jairo Bonfim, Cristina Mel, Ariely Bonatti, Bruna Karla, entre outros, participaram desta faixa especial.
Esperando contra a esperança Casa de Davi O novo trabalho da Casa de Davi é o CD Esperando contra a esperança. O trabalho possui várias participações especiais, como Lucas Conslié, da Argentina, Fabian Zacarías, do México, Nengo Vieira, do Brasil, entre outros.
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