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Sumário Ano. 19 - fevereiro / 2013 - Nº 219
Réveillon em Copacabana
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A maior festa de Ano Novo do Brasil contou com o sistema Norton para sonorizar o principal palco do evento.
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Stevie Wonder voltou ao Brasil e presenteou os fãs com um show na praia de Copacabana, no dia 25 de dezembro. Parceiro de longa data, o cantor e compositor Gilberto Gil também acompanhou o norteamericano em canções mais do que conhecidas dos brasileiros, como I Just Call to Say I Love You. Para sonorizar um show tão grandioso como esse, foi usado o sistema JBL VTX, que se mostrou perfeito. Ainda nas areias da praia mais famosa do mundo, uma semana depois, o sistema Norton foi a escolha da MacAudio para sonorizar uma das maiores festas de réveillon do planeta. Mudando do som para a luz, na estreia do colunista Cezar Galhart todos os segredos do protocolo DMX 512 são desvendados.
Danielli Marinho Coordenadora de redação
NESTA EDIÇÃO 16
Vitrine Confira alguns lançamentos no mercado brasileiro, como as novas colunas Eurolive, da Behringer, e o mic supercardioide da AKG.
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Com participação de Robertinho Silva, Coral Dá o Tom lança CD.
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90 Assuma o controle Em sua coluna de estreia na Backstage, Cezar Galhart desvenda o DMX 512, uma ferramenta padronizada para as diversas formas de controle na iluminação.
30 Gustavo Victorino Conheça o mais novo endorsee da Takamine e a previsão de um novo cenário que começa a se desenhar no mercado musical.
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104 Som nas Igrejas
Play Rec Um box de Sergio Roberto de Oliveira, o novo CD de Carlos Café e o reggae/soul/country de Artur Menezes são alguns dos lançamentos do início do ano.
34 Gigplace Na primeira reportagem da série de 2013, o destaque é para o profissional envolvido com a produção de grandes eventos.
Como em Hollywood A novela infantil Carrossel teve sua trilha sonora inspirada em produções hollywoodianas e mixagem mais aberta com técnicas XY e MS.
Rápidas e rasteiras Ecad recebe certificação do IBOPE e Jabá, a nova aquisição da Gobos, são alguns dos destaques desse mês.
Coral Dá o Tom
Neste mês, conferimos como ficou a nova sonorização da Paróquia Nossa Senhora do Loreto, no RJ, que investiu em sistema line array.
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Vida de artista Luiz Carlos Sá conta como conheceu os artistas que hoje são ícones na música brasileira.
A Era do Gelo O que era filme virou espetáculo, que estreou em setembro no Reino Unido. A versão teatral utiliza a iluminação para dar vida aos personagens e deve fazer uma turnê internacional .
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CADERNO TECNOLOGIA
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Ignite
Com uma proposta de se apresentar como a solução buscada por aqueles que não sabem e nem querem trabalhar com ferramentas de estúdio, o software promete aguçar a criatividade dos músicos.
68 Cubase
74 Logic
Um reforço nos conceitos fundamentais de otimização da mixagem que valem para todas as edições do Cubase é uma ótima opção antes de embarcar a fundo nos plug-ins do software.
Dicas para otimizar seu tempo utilizando ferramentas como templates, screensets e o próprio menu do Logic.
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Sibelius Ferramentas que avisam ao músico quando um trecho deverá ser tocado novamente.
Expediente Diretor Nelson Cardoso nelson@backstage.com.br Gerente administrativa Stella Walliter stella@backstage.com.br Financeiro Rafael Pereira adm@backstage.com.br Coordenadora de redação Danielli Marinho redacao@backstage.com.br Revisão Heloisa Brum Revisão Técnica José Anselmo (Paulista) Tradução Fernando Castro Colunistas Cristiano Moura, Gustavo Victorino, Jorge Pescara, Luciano Freitas, Luiz Carlos Sá, Marcello Dalla, Ricardo Mendes, Sergio Izecksohn e Vera Medina Colaboraram nesta edição Alexandre Coelho e Miguel Sá Estagiária Karina Cardoso webmaster@backstage.com.br Edição de Arte / Diagramação Leandro J. Nazário arte@backstage.com.br Projeto Gráfico / Capa Leandro J. Nazário Foto: Divulgação Publicidade: Hélder Brito da Silva PABX: (21) 3627-7945 publicidade@backstage.com.br Webdesigner / Multimídia Leonardo C. Costa multimidia@backstage.com.br Assinaturas Maristella Alves PABX: (21) 3627-7945 assinaturas@backstage.com.br Circulação Adilson Santiago, Ernani Matos ernani@backstage.com.br Crítica broncalivre@backstage.com.br Backstage é uma publicação da editora H.Sheldon Serviços de Marketing Ltda. Rua Iriquitiá, 392 - Taquara - Jacarepaguá Rio de Janeiro -RJ - CEP: 22730-150 Tel./fax:(21) 3627-7945 / 2440-4549 CNPJ. 29.418.852/0001-85 Distribuição exclusiva para todo o Brasil pela Fernando Chinaglia Distribuidora S.A. Rua Dr. Kenkiti Shimomoto, 1678 - Sl. A Jardim Belmonte - Osasco - SP Cep. 06045-390 - Tel.: (11) 3789-1628 Disk-banca: A Distribuidora Fernando Chinaglia atenderá aos pedidos de números atrasados enquanto houver estoque, através do seu jornaleiro. Os artigos e matérias assinadas são de responsabilidade dos autores. É permitida a reprodução desde que seja citada a fonte e que nos seja enviada cópia do material. A revista não se responsabiliza pelo conteúdo dos anúncios veiculados.
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CARTA AO LEITOR | www.backstage.com.br
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É preciso mudar para ser competitivo
G
randes shows precisam de grandes investimentos. Se pararmos para pensar no que realmente implica a produção de grandes eventos, ainda precisamos repensar o significado dos quesitos profissionalismo e organização. Já faz um tempo que deixamos de ser vistos como o país do futuro para nos tornarmos o país do presente. Vide a quantidade de investimentos estrangeiros que são anunciados a cada ano no Brasil. Nos próximos anos, principalmente a reboque de dois grandes eventos que acontecem em 2014 e 2016, estaremos sob o foco das lentes do mundo. E como em um movimento cíclico dentro da história desse País, essa não é a primeira nem será a última vez que teremos a oportunidade de melhorar e deslanchar o tão sonhado desenvolvimento social, que envolve educação e infraestrutura, no sentido abrangente dessas palavras. Esse gargalo social, que se torna o entrave entre as principais organizações que precisam contratar mão de obra para fazer “o show” acontecer, parece agora ser um pouco difícil de solucionar em tão curto tempo. Então, resta-nos recorrer às medidas paliativas, como fazem alguns muitos políticos no final de mandato? A princípio, sim. O problema é o após. Tudo resolvido, quem se lembrará desses objetivos em 2017 ou mesmo no Natal de 2016? Não existe desenvolvimento sem comprometimento e planejamento. Da mesma forma que não há como comprometer as pessoas sem investimento, seja ele a curto, médio ou longo prazo. Em suma, cumprir cronogramas, minimizar os imprevistos e assumir uma postura competitiva e profissional só acontece quando estamos dispostos a fazer e mudar para isso se tornar possível. É até compreensível cortar custos diante dos impostos exorbitantes que alimentam o governo, porém não é justificável. Boa leitura. Danielli Marinho
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http://br.yamaha.com O Tyros4, da Yamaha, apresenta recursos como 128 notas de polifonia, gerador de som AEM (Articulation Element Modeling) com novas Voices Super Articulation2! de altíssima qualidade. O painel intuitivo do equipamento oferece controles em tempo real como nove sliders para controle de funções e dois switches ART para controle das Super Articulation Voices. Os 500 Styles internos fazem uso da renomada tecnologia Mega Voice juntamente com o formato SFF GE.
BEHRINGER www.proshows.com.br A Behringer anunciou suas novas colunas Eurolive B115D e B115MP3 biamplificadas, com potentes unidades Classe D de 1000 watts. Elas permitem comunicação com sistemas de microfone sem fio da gama Ultralink, através de uma ficha USB 3.0 integrada nas colunas. Os receptores Behringer Ultralink de dois canais ligam-se às colunas através do “wireless port”, com um único cabo.
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YAMAHA
WASHBURN AKG www.akg.com Com o padrão polar supercardioide e estrutura interna de anti-vibração, o AKG D88S faz com que a voz transite com melhor fluência. Desenvolvido para garantir dinâmica e ótima resposta de frequência para vocalistas principais.
www.proshows.com.br A série de violões WD da Washburn foi lançada no país com uma excelente qualidade sonora. O modelo WD10SCE possui um estilo médio Jumbo Catway e seu tampo vem em madeira Alaskan Sitka Spruce. O corpo em mahogany e o braço com acabamento acetinado também em mahogany deixam este violão ainda mais especial para todos os tipos de músicos.
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AUDIO-TECHNICA www.proshows.com.br A Áudio-Technica lançou o fone ATH-ANC9 com cancelamento de ruídos. Ele ganhou o prêmio “CES Innovations 2013 Design and Engineering Award”, prometendo sistema exclusivo de cancelamento de ruídos Tri-Level Cancellation que reduz até 95% do ruído externo em três modos de operação para uso em aeronaves, escritórios e demais ambientes ruidosos.
BEHRINGER
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www.proshows.com.br O novo sistema P-16 Series, da Behringer, é um excelente monitor pessoal. Ele possui saídas para fones de ouvido e Line L/R, com 16 formas de mixar diferentes. O P-16 recebe sinais de consoles analógicos, transformando-os em digital e enviando via cabo de rede através de portas RJ45 para os P-16M (Personal Monitor) para que possa ser controlado por cada músico.
MEDELI www.equipo.com.br A Medeli, marca distribuída pela Equipo no Brasil, lançou a bateria eletrônica modelo DD 402 D. O instrumento é compacto e pode ser colocado em qualquer residência. O modelo oferece 40 tipos de sons distribuídos em 10 kits e 108 vozes. Possui ainda rack completo, contendo pad de caixa, três pads para pratos, três pads de tambores e pad de bumbo eletrônico.
SAMSON www.equipo.com.br A Equipo trouxe para o mercado brasileiro o Carbon 49 – controlador MIDI USB da marca Samson. Sua principal finalidade é controlar sons vindos de outras fontes sonoras através de uma troca de dados chamado protocolo MIDI. Possui 49 teclas sensíveis à velocidade e teclado semi-pesado, botões dedicados para transposição e oitavas, Pitch Bend e rodas de modulação. O Carbon 49 possui conexão com iPad.
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AKG ROLAND www.roland.com.br A Roland divulgou a TD-4KP V-DRUMS portátil, uma compacta bateria com jogos de fácil transporte com um design único e inovador de dobradura. Com som e performance com o máximo de mobilidade e rápida instalação, a TD-4KP possui um pad de bumbo, um pad de caixa, três almofadas de tom e três blocos de prato.
www.akg.com Chega ao mercado brasileiro o K181 DJ, novo fone de ouvido da AKG para DJs. O produto serve como ferramenta tanto para DJs profissionais quanto para amadores. Por ter design “closed-back”, o fone garante a atenuação do ruído ambiente para que os sons externos não prejudiquem a performance. Ele é dobrável e vem com uma bolsa especial que facilita sua armazenagem e transporte.
QSC ÁUDIO www.qscaudio.com A QSC Audio lançou sua nova linha Acoustic Performance, com caixas full range de duas vias, ideais para uma variedade de aplicações de sistemas de reforço com instalação fixa que exigem um elevado SPL e um cuidadoso design. Todos os modelos têm drivers de compressão com uma bobina de voz de 3 polegadas.
STEINBERG www.steinbergbrasil.com.br O Cubase 7 traz ao mercado o novo Mix Console, um mixer virtual armado com módulos de channel stripcom EQ e processamento de dinâmica que produz uma mixagem única. Além disso, a nova Pista de Acordes detecta a estrutura harmônica de sua música, enquanto o novo assistente de acordes e o VariAudio 2.0 te ajudam a desenvolver belas harmonias - desde o pop simples até sequências complexas de acordes de jazz que soam perfeitas.
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AMERICAN DJ ROBE www.robe.cz O ROBIN 100 LED Beam é uma nova ferramenta de iluminação cheia de efeitos. Com um controle altamente otimizado e motorizado, possui em rápido movimento de inclinação e três zonas de LED que permitem a criação de várias cores.
www.americandj.com A American DJ selecionou seu popular equipamento Mega PAR Profile e criou, o novo Mega TRIPAR Profile, com perfil 5x 3 watt - 3 em 1 tri-LED- um equipamento RGB LED color-blending superior e que tem o mesmo inovador estojo “sit-flat” encontrado no Mega PAR Profile. O estojo compacto permite que o Mega TRIPAR Profile vá a qualquer lugar, e não há limites para seu uso, desde iluminação arquitetural a festas e eventos de entretenimentos com DJs.
MARTIN www.proshows.com.br O MAC III AirFX da Martin é um projetor extremamente brilhante e versátil, com 1500 watts, introduzindo um novo conceito que combina efeitos em pleno ar com um feixe bem recortado. Para ampliar a versatilidade, ele ainda vem com um zoom 1:5, permitindo manter o foco em toda a variação do zoom, independente da distância que o projetor lança as imagens.
ROBE www.robe.cz O Actor 12, da Robe, traz todas as vantagens do premiado Robin série LEDWash. Ele possui um controle DMX total sobre a cor, zoom e ângulo, podendo misturar 237 cores pré-definidas, brancos selecionáveis, CTO variável e anel com efeito. O tungstênio permite que o equipamento desenvolva jogos de luz perfeitamente integrados em sistemas de iluminação com lanternas tradicionais.
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GIBSON PRO www2.gibson.com A Gibson Pro apresentou na NAMM 2013 a DJC.4 Virtual DJ Workstation Digital. A novidade fornece controle de quatro decks de áudio, oferecendo opções múltiplas de integração. O DJC.4 também vem com uma versão de quatro decks do Virtual DJ LE, que permite aos usuários utilizar quatro decks de áudio, bem como de vídeo de controle.
DPA MICROPHONES www.dpamicrophones.com/en A empresa DPA Microphones apresentou o d:facto II Vocal na NAMM 2013. Com um som de estúdio fiel ao de palco ao vivo, a mais recente adição à linha d:facto proporciona um som extraordinariamente natural com a separação de alta e um ótimo controle de SPL, proporcionando aos usuários possibilidades ilimitadas para suas performances.
TELEFUNKEN www.t-funk.com Na NAMM 2013, que aconteceu em janeiro na Califórnia, a Telefunken Elektroakustik apresentou o seu M82 Dynamic Microphone. Seguindo a mesma abordagem de outros projetos da marca, o novo M82 foi criado para fornecer uma alternativa aos microfones com diafragmas grandes.
SOLID STATE LOGIC www.solid-state-logic.com A Solid State Logic divulgou na NAMM 2013 o seu E-Series EQ Módulo e E-Series Módulo Dynamics com o popular formato 500 rack série API modular. A empresa também irá fornecer um sistema de automação inovador A-FADA.
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Primeiro encontro de bateristas do Vale do Ribeira O Primeiro Encontro de Bateristas do Vale do Ribeira, que aconteceu dia 24 de novembro de 2012, em São Paulo, contou com inúmeros workshows e estandes de patrocinadores. Mais de 25 bateristas se apresentaram para cerca de 200 pessoas, tocando sucessos como Cantalup Island e Billie Jean, de Michael Jacksohn. Este
foi um evento de cunho sociocultural, no qual cada baterista se inscrevia para o evento levando 2 quilos de alimentos. O Vale do Ribeira contou com a presença do professor e percursionista Claudio Abreu, do músico freelancer Everton Silva e do professor da Escola de Bateria Jhon Ricky, Jhon Ricky.
NOVO VÍDEO “WINTER IN VENICE”... ...para Venetian Resort & Hotel de Las Vegas Baseado em suas projeções de estúdio, Ross Ashton apresentou uma espetacular mostra de sua nova projeção de vídeo para ajudar a celebrar o “Winter in Venice” Festival, no mundialmente famoso resort Venetian, em Las Vegas. As coloridas e vibrantes imagens gigantes são projetadas numa área de 25 x 25 metros na fachada do hotel, incluindo uma réplica completa da famosa Torre do Relógio da Praça de São Marcos, em Veneza. Para Ashton, o principal desafio foi conseguir recriar a atmosfera de Veneza em Las Vegas através de imagens e sons. A música que acompanha as projeções é o concerto de Vivaldi, As Quatro Estações.
MARSHALL CHEGA AO BRASIL EM 2013 A ProShows começa o novo ano com todo o gás ao conquistar três novas marcas de prestígio: Natal Percussion, Eden Amplifiers e Marshall Amplifiers. As novas marcas passam a ser distribuídas com exclusividade para o Brasil a partir de março de 2013. A Marshall conta com seguidores e fãs em todo o planeta, alguns deles fãs ilustres como Joe Satriani, Ingwie Malmsteen, Dave Mustaine, Jimmy Page, Dave Murray e o inesquecível Jimmi Hendrix, entre tantos outros talentosos músicos que tocaram e até hoje tocam com o que é considerado o melhor amplificador de guitarras de todos os tempos. Segundo Vladimir de Souza, presidente da ProShows, a empresa trará ao Brasil a linha completa de produtos da Marshall, sendo que os preços a serem praticados deverão ser inferiores aos atualmente cobrados no mercado doméstico. Esta parceria visa oferecer uma proposta de valor e benefícios ainda maiores aos músicos brasileiros através de um atendimento personalizado e uma assistência técnica presente em todos os cantos do país.
WORKSHOP DE ÁUDIO E ILUMINAÇÃO Nos dias 29, 30 e 31 de janeiro aconteceu a 2ª edição do workshop de áudio e iluminação Open Doors, na sede da HPL, em Guarulhos, São Paulo. Durante os três dias os participantes conheceram lançamentos e novidades, além de assistirem a palestras com especialistas, como a de Alan Wood, consultor de áudio e acústica da FBT e engenheiro em telecomunicações. A programação incluiu ainda a apresentação e demonstração dos lançamentos SHADOW, VERTUS MLA, MAD 4 IP, STAGEMAXx, da FBT, e aplicações de como obter maior aproveitamento dos recém chegados Moving Heads NICK NRG e JACK SPOT, da DTS. A empresa australiana LSC também trouxe para o Brasil novidade em consoles para teatro, shows e eventos.
AINDA SEM NOME A banda paulista Vespas Mandarinas está finalizando o seu primeiro álbum, ainda sem nome. Depois de lançar dois EPs, Da Doo Ron Ron e Sasha Grey, o novo trabalho dos roqueiros tem produção de Rafael Ramos. As gravações foram divididas entre os estúdios Tambor (Rio) e Costella (São Paulo). Composto por 11 faixas, o disco de Chuck Hipolitho (guitarra e voz), Thadeu Meneghini (guitarra e voz), Flavio Guarnieri (baixo) e André Dea (bateria), será lançado pela Deck ainda no primeiro semestre de 2013.
VALDINEI VIEIRA NA GOBOS Valdinei Vieira, um dos mais respeitados vendedores de áudio profissional no Brasil, agora faz parte da equipe da Gobos do Brasil. Mais conhecido como Jabá, ele tem mais de 20 anos de experiência em vendas e conhecimento técnico e prático de sonorização e gravação. Jabá é pioneiro na popularização de mesas de som digitais e agora, na Gobos do Brasil, ele trabalhará com a Audix e a K-array.
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AKG lança no Brasil headphone profissional para DJ Chega ao mercado brasileiro o K181 DJ, novo fone de ouvido da AKG para DJs. Desenvolvido na Áustria, o produto foi projetado por especialistas das “pick ups” para servir como ferramenta tanto para DJs profissionais quanto para quem gosta de “discotecar” por diversão. Ele possui ampla resposta de frequência, capaz de chegar de 5Hz a 30kHz, botão de acionamento para maior ganho nos graves, seletor estéreo/mono, superfície emborrachada e almofadas
substituíveis. Além disso, o K181 DJ possui desenho de eixo em 3D, que permite ao profissional mudar rapidamente para qualquer posição de monitoramento. Por ter design closed-back, o fone garante a atenuação do ruído ambiente para que os sons externos não prejudiquem a performance. Ele é dobrável e vem com uma bolsa especial que facilita sua armazenagem e transporte. Preço sugerido: R$ 399,00.
ECAD RECEBE CERTIFICAÇÃO DO IBOPE O IBOPE avaliou os processos de amostragem do ECAD (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição) para os pagamentos das músicas executadas nas rádios adimplentes de todo Brasil e concedeu ao Escritório uma certificação para a sua metodologia de amostragem de rádios AM e FM. A certificação da amostra e do processo amostral do segmento de rádio foram feitos com o IBOPE Inteligência, referência no mercado de pesquisa e especializado em estudos qualitativos e quantitativos nas áreas de opinião pública, política e mercados, entre outras. O Instituto de Medição avaliou e certificou a metodologia aplicada no processo de definição das amostras regionais, seleção das rádios e definição da amostra de duzentas mil
execuções musicais por trimestre, utilizada para pagamento dos direitos autorais das execuções musicais no segmento de rádio. As músicas que compõem essa amostra são captadas em gravações realizadas pelas próprias unidades do ECAD através do Ecad.Tec CIA Rádio, sistema próprio que realiza a captação direta da programação e identificação automática das músicas executadas, além de planilhas de programação musical enviadas pelas próprias emissoras de rádio, em especial as do interior. A amostra é desmembrada considerando as cinco regiões geográficas do Brasil: Sul, Sudeste, CentroOeste, Nordeste e Norte. Ao todo, são aproximadamente três mil emissoras, das quais mil têm suas grades analisadas a cada trimestre.
ROBE PRESENTE NO THE VOICE ALEMANHA Cerca de 200 moving lights Robe adicionaram glamour, brilho e dinamismo ao projeto de iluminação de Manuel da Costa para o The Voice Alemanha 2012. Por ter projetado a primeira série da TVOG, em 2011, com os equipamentos Robe, Costa teve bastante experiência para cumprir todos os principais critérios para um show altamente performático, com flexibilidade suficiente para dar a cada artista uma característica individual para cada uma de suas apresentações, além de assegurar um ótimo visual, tanto para as câmeras quanto para o público do estúdio. Costa, que é considerado um dos principais lighting designers da TV
alemã, optou pelos equipamentos Robe por já ter trabalhado com a marca em outros projetos de prestígio, conseguindo os efeitos que desejava, e também por causa da uniformidade nas cores e confiabilidade. Foram usados 98 ColorSpot 2500E ATs, 62 ColorWash 2500E ATs, 26 ColorWash 1200E ATs e dois ColorBeam 2500E ATs. Sessenta e quatro ColorSpot 2500E ATs foram pendurados no sistema de trusses sobre o palco e outros 24 foram pendurados em uma matriz de torres atrás do palco e em volta da parede central de vídeo. Todos os 88 ColorWash 2500 e 1200E ATs equipamentos também ficaram no teto.
Cidadania Está aberto para consulta pública o Plano Estadual de Cultura do Rio de Janeiro, que está sendo criado a partir do diálogo com gestores públicos dos 92 municípios do estado, representantes de entidades, agentes culturais, artistas, Comissão de Cultura da ALERJ e o MinC para apontar diretrizes para as políticas públicas no estado do Rio de Janeiro. Qualquer pessoa ou entidade pode enviar comentários, críticas e sugestões, que poderão ser acessados por todos que leiam a página. O Plano Estadual de Cultura tem como objetivo planejar o desenvolvimento da cultura fluminense para os próximos 10 anos. Acesse: http://www.cultura.rj.gov.br/revista/plano-estadual-de-cultura
NOVO PRESIDENTE DA AES BRASIL A diretoria da AES Brasil para o ano de 2013 será presidida por Armando Vicente Baldassarra, o Tuka, e tem como vice-presidente, José Pereira Anselmo Junior; como secretário, José Carlos Giner; e como tesoureiro, Joel Vieira de Brito. Tuka, como é conhecido, é dono da Tukasom, uma das maiores empresas de locação de equipamentos de som do país, com mais de 30 anos de mercado, e é membro da AES desde 1995. A AES é a única sociedade profissional dedicada exclusivamente à tecnologia de áudio, fundada em 1948 nos Estados Unidos. Atual-
mente, tem mais de 14 mil membros em 75 seções profissionais e 95 seções estudantis ao redor do mundo. No Brasil, as atividades da AES começaram em 1995, quando foi oficialmente aberta a seção brasileira, e, desde então, a associação desenvolve diversos trabalhos, incluindo reuniões e encontros em cidades do Brasil, além de sua Convenção Nacional, que chega à 17ª edição em 2013 e o Congresso de Engenharia de Áudio, na 11ª edição. Ambos os eventos já estão confirmados para o Expo Center Norte, em São Paulo, entre 07 e 09 de maio.
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UMA NOITE GLOBAL
Com todo o respeito e a credibilidade que me merecem alguns amigos do mercado, mas um rápido confronto dos números setorizados das importações com os resultados anunciados por grande parte das empresas do segmento já são suficientes para perceber que o ano de 2012 deve rapidamente ser esquecido. Crescimento de catálogo e de ofertas não é crescimento consistente e economicamente aceito. A hora é de rever metas e buscar alternativas de mercado para voltar a crescer de verdade. E mentira faz o nariz crescer...
TENSÃO NO AR O boato de que algumas estrelas internacionais estariam forçando a barra para fazer shows nas solenidades de abertura e encerramento das Olimpíadas e da Copa do Mundo no Brasil está inquietando o mercado musical. Será uma burrice inexplicável se isso vier a acontecer. O Brasil terá uma vitrine privilegiada para mostrar sua música para o mundo e negar isso aos artistas brasileiros seria no mínimo criminoso. Com os nomes que ocupam a CBF e o COI, eu prefiro ficar de barbas de molho e torcer para que a escolha dos brazucas também não seja uma tragédia. Confesso-me cansado de ouvir amigos estrangeiros me perguntarem se aqui só tem música para índio.
GOLAÇO O genial João Bosco é o mais novo endorsee da marca Takamine. Depois de tocar com o instrumento na última edição da Festa Nacional da Música, em Canela, o músico não escondeu seu prazer com o violão de pré-amplificador valvulado da empresa japonesa. Convidado pela direção da Sonotec, representante exclusiva da Takamine no Brasil, João passou a integrar o time da marca de violões profissionais mais vendidos no país. O artista escolheu para usar os modelos TH5 e TC132, fabricados artesanalmente no Japão.
Noite de réveillon e o programa da Rede Globo que antecede à queima de fogos passou duas horas entupindo os lares brasileiros com o lixo musical que insistem em chamar de música popular. A ruindade fez uma amiga jornalista americana que mora no Rio me ligar ironizando o comentário crítico que fiz aqui sobre a atual má fase da música gringa. Passa da meia noite e findo o espetáculo dos fogos, a emissora coloca no ar o excelente Som Brasil que não tem nada de novo, mas usa uma fórmula de sucesso que valoriza os artistas nacionais e mostra boas novidades, como foi o caso da maravilhosa Tarin Spilzman, que finalmente foi apresentada ao Brasil. Sei que é perigoso elogiar, mas algo pode estar acontecendo na Globo que aos poucos ameaça dar algum espaço para os verdadeiros talentos musicais do Brasil. A impressão que passa é que alguém lá começou a pensar e a emissora pode finalmente assumir sua responsabilidade como líder de audiência e formadora de opinião. Como diria Caetano: “Ou não...”
ENGENHEIRO DE SOM Um vídeo vem fazendo o maior sucesso na internet por conta do bom humor que encobre o verdadeiro recado da mensagem. Levante o som do seu PC e acesse http://www.youtube.com/watch?v=nMCDwWZXd2w para ver a verdadeira cara da maioria dos artistas bonitinhos que dominam o mercado de música popular. Aqui e lá fora...
LOGOMARCAS O merchandising pela exposição das marcas dos instrumentos nos programas televisivos e grandes shows patrocinados começa a acirrar a tensão entre artistas e os departamentos comerciais dessas redes nacionais de televisão. Se por uma lado é compreensível uma preocupação com o exagero dessa exposição, também é preciso entender que a grande maioria dos artistas brasileiros
GUSTAVO VICTORINO | VICTORINO@BACKSTAGE.COM.BR
de sucesso tem patrocinadores e a eles se vinculam por contrato, dando em troca visibilidade e divulgação de suas marcas de instrumentos. Ver teclados, guitarras e outros instrumentos cheios de esparadrapos tapando as logomarcas na tela são imagens meio varzeanas que em nada combinam com a grandeza e riqueza da música brasileira. Nessa discussão, o bom senso deveria prevalecer. Dos dois lados...
SEU JORGE O dublê de cantor e ator brasileiro se mudou para os EUA, onde vai investir prioritariamente na carreira de ator. Embora sucesso por aqui, o artista abriu uma interessante porta para Hollywood e aposta numa carreira internacional nas artes cênicas. O start foi dado por uma produtora americana que descobriu o artista aqui no Brasil e o convidou para interpretar Jimmy Hendrix no cinema. Cantar e tocar ele sabe, difícil será fazê-lo virar canhoto.
DANÇA DAS MARCAS Depois de um 2012 agitado, o ano de 2013 promete também fortes emoções na dança das marcas entre os importadores brasileiros. O volume de negociações mantidas em (quase) segredo é um indicativo de que muita água ainda vai rolar nesse ano.
OPINIÕES Do roqueiro Tico Santa Cruz – “Ninguém precisa de um Camaro amarelo para conquistar mulheres. Música boa dura 20, 30, 40 anos. A música ruim pode até fazer sucesso, mas daqui a três meses desaparece”... Do irrequieto Tom Zé – “Trocaria tudo o que eu fiz por AI SE EU TE PEGO”. Do cantor sertanejo Luciano, irmão e parceiro de
Zezé di Camargo - “A música está vivenciando um momento bom, mas de qualidade muito ruim”. Pano rápido...
um tempo no Uruguai. O autoexílio temporário é para preservar meus ouvidos...
“BANDAÇA” PROSHOWS Ao longo do tempo, a empresa gaúcha se consolidou no mercado como a maior importadora de tecnologia para iluminação profissional da América Latina. Nos últimos anos, a ProShows passou a focar também no segmento de instrumentos musicais e áudio profissional, e parece não encontrar mais limites para o seu crescimento. Como cereja do bolo, a ProShows anuncia para março a distribuição exclusiva para o Brasil dos iconoclastas amplificadores da Marshall. A empresa é a confirmação retórica de que a combinação de competência com transpiração continua sendo a única e verdadeira fórmula de sucesso. Ponto para o Vladimir e sua equipe.
ENCRENCA Um conhecido cantor sertanejo está sendo ameaçado pelo seu namorado. O rapaz não aceita o fim do relacionamento e promete meter a boca no trombone (deve ser bom nisso...) se não for adequadamente “indenizado” pela perda amorosa. O parceiro de dupla do ameaçado tentou intervir e negociar a paz entre os pombinhos, mas a coisa é mais séria do que se imagina, afinal o artista é casado. E com uma mulher. Depois das confissões do Zé de Abreu, a Rede TV e os tabloides nacionais voltam a se deliciar se o assunto vier à tona.
QUANDO? O coreano Psy anda dizendo que quer vir ao Brasil para conhecer o país e fazer shows por aqui. Avisem logo as datas porque quero passar
Que tal uma banda formada por David Grohl (Nirvana e Foo Fighters), Stevie Nicks (Fleetwood Mac), Krist Novoselic (Nirvana), John Fogerty (Creedence Clearwater Revival), Taylor Hawkins (Foo Fighters) e Brad Wilk (Rage Against The Machine)? Acredite, essa banda existe e se chama The Sound City Players?. O grupo vai fazer alguns shows em território americano durante esse ano. O projeto é liderado por Grohl e faz parte de um documentário dirigido pelo incansável dublê de baterista e guitarrista.
NÃO FUNCIONA Há muito tempo atrás toquei no assunto aqui nesse espaço e depois de muitos testes, afirmo definitivamente: Os drivers de teclados que andam por aí prometendo substituir os velhos disquetes por conexões acessadas por USB não funcionam direito. Salvo raríssimas exceções muito limitadas na operação, a coisa não dá certo e contabiliza prejuízo financeiro e moral para quem arrisca. Os softwares dos teclados antigos não comportam a nova capacidade e velocidade de armazenamento dos dispositivos USB e podem inclusive travar completamente o equipamento. Os poucos que fiz funcionar limitam tanto a operação que nem vale a pena o gasto e o risco.
OS PRIMEIROS No próximo mês serão divulgados os primeiros nomes homenageados na Festa Nacional da Música de 2013, em Canela/RS. Nesse ano, o evento acontece entre os dias 20 e 24 de outubro no sul do país.
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XADREZ URBANO Mario Ghanna O primeiro trabalho do músico Mario Ghanna vem ao encontro de sua experiência profissional vivenciada no cotidiano como Procurador da República. Isso mesmo. Nesse sentido, Mario aposta em um som rebuscado de influências do blues, soul, rock, MPB e jazz, com letras que abordam o dia a dia, amor, política e relacionamentos. O resultado é uma sonoridade envolvente e um balanço pulsante, calcados na mistura do estilo clássico e popular na execução da guitarra, o que confere bastante originalidade às músicas. A guitarra semi-acústica, por exemplo, confere um timbre característico a todas as músicas do álbum.
QUINTAL BRASIL Euclides Amaral Samba, bossa nova, MPB. Tudo isso e um pouco mais misturado nesse excelente CD que, em cada música, traz a dose certa de brasilidade a que temos direito. As 17 faixas do álbum são para ouvir com o coração e mente abertos que ora se enamora da MPB, ora flerta com o samba. Euclides, que assina em todas as letras, é pesquisador musical e tem importantes trabalhos em parceria com nomes consagrados como Pecê Ribeiro, Heloisa Helena, Lúcio Sherman, entre outros feras. Experimentar cada música, esse é o termo correto, e degustar os diversos estilos intrínsecos em um só é um presente para nós mesmos.
BAGAGEM CÓDIGO BLUES Carlos Café O Blues tocado de um jeito bem brasileiro. O trabalho de Carlos Café nos leva a uma viagem bluesística com o melhor das influências e raízes brasileiras. Com a participação de músicos consagrados, como Guto Goffi, Luciano Lopes, Pedro Peres, Renato Rocha, Fabio Brasil, Mimi Lessa e Gil Eduardo, do Blues Etílicos, o álbum mescla canções do próprio Carlos Café com outras de artistas consagrados como Djavan. Bagagem Código Blues deve constar na estante de quem curte o blues.
TIRANDO DE LETRA Rubinho Jacob Recém-chegado da Itália, onde morou por quase 20 anos, Rubinho trouxe na bagagem seu mais novo álbum Tirando de Letra, produzido em Turim pelo brasileiro Roberto Taufic. O CD reúne músicos excelentes e conceituados internacionalmente e um repertório que privilegia a boa música brasileira com o que há de melhor em poesia, samba, arranjos, musicalidade, balanço e sensibilidade. O resultado é um surpreendente requinte natural e marcante em cada uma das 13 faixas. Parceiros como Renato Consorte, Chico de Assis, Gilson Dias, Guga Vaz, Chico Pinheiro e Roberto Taufic, além das participações de músicos como Celso de Almeida, Paulo Pauleli, Mauro Martins e Eduardo Taufic ajudam a compor o molho brasileiro. Gravado e mixado no Lotus Estúdio, na Itália, o trabalho foi masterizado no Reference Studio, em São Paulo.
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#2 Artur Menezes Em seu segundo CD #2, o guitarrista Artur, que ficou conhecido como o garoto prodígio do blues, apresenta canções mais maduras que flertam com o soul, reggae, country e bebop resultando em um som que soa moderno, pela mistura de estilos, e também vintage, por conta da sonoridade. E é justamente essa fusão de misturas que chama a atenção nesse trabalho do músico, que assina sete faixas e a produção do álbum. Destaque para I Ain’t Got You, a balada soul que abre o disco e que nos remete ao psicodelismo de Jimmi Hendrix. Em Damm! You Know I’m a Man e I Don’t Want to Lose You aparecem as levadas country puxadas para o bebop. Em Everybody Says That I’m Done, Claudio Mendes, tecladista da banda, adicionou o inusitado instrumento havaiano ukelele, e Lord Have Mercy é rock, psico, fusion, blues com adição de sintetizadores cheios de efeitos. Gravado no Estúdio Magnólia, em Fortaleza (CE), a mixagem e masterização são da Cia dos Técnicos.
TEMPOS ESTRANHOS Expresso Fusion O disco é um projeto de música instrumental desenvolvido pelos músicos Dagmar Grabert (teclado), Newton Jr (guitarra) e Ronaldo Lourenson (bateria) com repertório e composições da própria banda, além de músicas de outros compositores como Footprints (Wayne Shorter), Cause We´ve Ended as Lovers (versão Jeff Beck), The Chicken (Jaco Pastorius), entre outras. O repertório é composto pela fusão de diversos estilos, entre eles o Jazz/Rock e o Progressivo, dando ênfase à improvisação e à sonoridade peculiar de seus instrumentos.
QUINZE Sergio Roberto de Oliveira Indicado ao Grammy Latino em 2012, na categoria de Melhor álbum de música clássica com o CD Prelúdio 21 – Quarteto de Cordas, agora o compositor lança o box Quinze, com quatro CDs comemorativos, nos quais diferentes intérpretes executam sua obra. Os discos, lançamentos de sua gravadora A CASA, possuem temas relacionados aos elementos da natureza – Ao Mar (água), Luz e Sombra (fogo), Espelhos (ar) e Oitis (terra) – e ganham participações e rendem homenagens a grandes nomes da música clássica e erudita brasileira. Como em Quarteto Brasileiro nº 1 e Quarteto Brasileiro nº2, ambas interpretadas pelo Quarteto Radamés Gnattali ou Estudo sobre Alban Berg e Ice, ambas interpretadas por Paulo Passos e Sara Cohen. Essa obra de arte em quatro partes ainda conta com a participação de Paulo César Feital, Duo Santoro, Quarteto Colonial e Luis Carlos Barbieri, dentre outros.
ENSAIO DE GUERRA Ensaio de Guerra Uma volta às raízes do rock brasileiro, um pouco anos 80 flertando com os 90. Essa é a primeira impressão ao dar “play” na primeira faixa do CD da banda Ensaio de Guerra. Formada pelos músicos Rodrigo Gondim (vocal e que assina 12 músicas do CD), Rodolfo Marinho (guitarra) e Renato Monteiro (bateria), o trio bebe na fonte do rock and roll neste primeiro trabalho homônimo, que conta com a participação especial de Jorge Salomão em Passeio Público. O disco também traz curiosidades. Na faixa 7 há uma compilação de 14 segundos com vozes de Jorge Salomão e na musica A Repetição dos Dias há no final uma hidden track (ou faixa escondida), com uma versão em voz e violão da música Regurgito.
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Profissões do
‘backstage’ MACGYVER E LIBARINO A N AT O M I A
DE
UM
SHOW
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Abrindo a série profissões do Backstage 2013 vamos tentar mostrar um pouco de como é a produção de um grande evento ouvindo os profissionais que lidam com esse desafio. Com a palavra MacGyver Zitto e João Libarino. Juntos, eles formam a dupla que cuida de eventos como o Festival Planeta Atlântida e os shows de Andrea Bocelli aqui no Brasil, só para citar dois eventos da empresa da qual participam, a Produtores Associados. Vamos às histórias e estórias que estes profissionais têm para nos contar.
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igplace - Quem é o contratante, o que ele determina e como são escolhidos os fornecedores? MacGyver Zitto - Os contratantes, via de regra e em sua maioria, são clientes que com o passar dos anos se tornaram amigos e foram fidelizados pela excelência, qualida-
Libarino e Macgyver
de e dedicação com a qual a Produtores Associados imprime aos eventos que dirige. Obviamente, como estamos constantemente prospectando novos projetos, vez por outra acabamos por trabalhar para novos e eventuais promotores de eventos, mas sempre com a certeza de só nos aliar-
mos a quem for sério e comprometido. Assim como na vida, acabamos por nos aliar àqueles que pensam, agem e se comportam como nós, mesmo que para isso tenhamos de declinar de alguns trabalhos por não compactuarmos com tramoias, falcatruas e nem com produções que tendam a se transformar em uma emboscada comercial. Somos contratados para levar aos eventos o nosso know-how, nossa expertise e a nossa network (rede de relacionamentos), seja para minimizar custos (o que acaba por reflexo maximizando os rendimentos), seja para trazer soluções para problemas que até então eram considerados insolúveis ou mesmo que ainda nem haviam sido detectados. Sua determinação resume-se à data do evento, local onde será realizado, artistas que serão contratados, mídia caso não se trate de um evento corporativo e, obviamente, fazer-se responsável financeiramente por todas as despesas relativas e conexas à realização do evento em si. Por último e não menos importante, o Promotor do evento se faz também responsável juridicamente (civil e criminalmente) pelos atos praticados e pelos deixados de praticar por ação ou inação dele e de seus comandados (leia-se nesse bojo seus fornecedores contratados que têm responsabilidade solidária). Sempre há uma interação por parte do cliente em tentar direcionar a contratação dos fornecedores de serviços ou de mão de obra, e estas indicações são sempre bem vindas (desde que sejam pertinentes ou não comprometam a qualidade final do nosso trabalho) pois os acasos e situações inesperadas tendem a aparecer nos eventos mesmo sem convite e não precisamos de um amigo ou primo do contratante dando palpite errado na hora errada. Gigplace - Para entender o funcionamento, qual a hierarquia técnica num grande festival? MacGyver Zitto – A partir da seguinte premissa gira o evento: a pas-
sagem de som ocorre em ordem inversa à de apresentação no Festival e é exatamente isso o que determina toda a logística de transporte aéreo e terrestre, hospedagem e montagem e depois disso sobram apenas mídia, venda de ingressos e pagar as contas. Ou seja, é a técnica que determina quando, como e onde as coisas acontecem num Festival de grande porte. Gigplace - Como é elaborado o planejamento de um evento que reúne bandas nacionais e até internacionais? MacGyver Zitto - Se a pergunta refere-se ao planejamento financeiro, todos os elementos que demandem custo devem ser levados em consideração para análise de viabilidade financeira entre receita (verbas de patrocínio + bilheteria) X despesas (de toda ordem na esfera técnica, logística, operacional, jurídica com licenças e autorizações, mídia e etc.). Se a pergunta refere-se à parte técnica, a realização do evento tem de conciliar a disponibilidade de datas dos fornecedores com que se deseja trabalhar (sonorização, iluminação, estruturas, palco, barricada, piso e cobertura de gramado, área VIP, geradores, carregadores e demais profissionais que são os preferidos e algumas vezes duramente disputados nessas horas). Se a pergunta é quanto à parte artística do evento, essa deve conciliar estes elementos acima elencados com a disponibilidade do artista que deseja ter no casting do seu Festival. Seja pela oportunidade dele estar passando pela região onde o evento irá ocorrer ou, no caso dos artistas internacionais, ainda contar que o artista esteja em tour por esta parte do continente onde nos encontramos, se não quiser custear totalmente sua vinda exclusiva ao Brasil. Entendemos que é aí que tem início um real planejamento para um evento Gigplace - Qual a parte dessa logística que é mais complicada para ser definida previamente?
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Os festivais bem como os eventos corporativos são repletos de imprevistos e lidamos bem com essas situações e suas repentinas guinadas, mas o fator humano é o pior deles e sempre acaba por comprometer aquilo que previamente planejamos, programamos
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MacGyver Zitto - Vivemos em um país de dimensões continentais e para que se tenha uma ideia do que representa á área do Brasil em quilômetros quadrados, se compararmos o País com o continente europeu veremos que as terras tupiniquins têm 83,64% do tamanho do velho mundo. Europa: 10.180.000 km² (fonte: http:// pt.wikipedia.org/wiki/Europa) Brasil: 8.514.876 km² (fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Geografia_do_Brasil) Se não houver planejamento logístico com a devida antecedência, o evento como um todo estará fadado ao insucesso desde sua propositura até o final da desmontagem, caso venha a ocorrer. A chave inequívoca do êxito no evento é Planejamento, pois os imprevistos aparecerão mesmo sem terem sido convocados.
das por exceder o seu tempo em cena. Pra não dizer que omitimos nomes, locais e envolvidos: o Festival foi o que aconteceu no verão e já possui 18 anos ininterruptos de realização no litoral de RS e SC (a edição em questão foi a de 1998 na etapa de SC). A banda que à época dos fatos iniciava sua brilhante trajetória e que teve seu direito assegurado, mesmo sendo iniciante naquele festival, foi a composta por Rogerio Flausino, Marco Túlio Lara, Paulinho Fonseca, Marcio Buzelim e PJ. Já o artista que foi MUTADO se chamava Sebastião Rodrigues Maia (dono da SEROMA Records) e chamado de TIM pelos fãs (rol no qual me incluo com muito orgulho), mas não dá para mesclar sentimento e profissionalismo.
Gigplace - Quem determina o Line Up (lista de atrações de cada dia) e quais as regalias do headliner (atração principal ) da noite? MacGyver Zitto - Nos eventos em que a Produtores Associados dirige, vários fatores podem determinar a composição de um Line Up. Desde a própria e imutável vontade do promotor do evento a uma situação de oportunidade (artistas da moda ou um determinado artista que está de passagem pela região ou com datas livres entre shows na América Latina). Não há regalias, todos os artistas são e devem ser tratados com um mesmo peso e grau de importância. Lembro bem de uma situação onde uma determinada banda estava iniciando sua carreira e o motorista do festival perdeu-se e não chegou a tempo para a passagem de som. Nós garantimos a passagem de som desta banda entre as trocas de palco até que fosse completamente checada off stage (fora de cena). E depois on stage (em cena) lhe foi assegurado o tempo previsto em intervalo, sem fugir do cronograma previamente estipulado. Nesta mesma etapa do festival, um renomado artista, conhecido pelos seus atrasos em deixar o palco, teve o MUTE acionado e suas mesas de Audio (PA e Monitor) tiveram suas fontes desliga-
Gigplace - Os bastidores de um grande evento devem ter grandes histórias, cada um dos entrevistados conta a sua (qualquer semelhança com a realidade não será mera coincidência). Qual a que mais o marcou? MacGyver Zitto - Numa das edições deste mesmo Festival que toma o verão do Brasil como seu palco, (não vou revelar seu nome), uma ilustríssima artista e única mulher na história a lotar sozinha o Estádio do Maracanã estava já com seu tempo previsto em schedule (cronograma) esgotado. Na realidade, já haviam passados 15 minutos e tivemos de nos comunicar diretamente com ela através de seu sistema de in ears. A frase foi: “.... (seu nome), infelizmente nosso tempo chegou ao fim, nos desculpe...”. Ela (profissional como poucos) prontamente interrompeu sua atuação e se despediu do público. Quase que imediatamente fui ao camarim para falar com ela e explicar o que motivou as medidas por mim determinadas. Para acabar com a milonga, ela mais uma vez foi elegante ao dizer que havia ouvido uma voz angelical em seus in-ears e repetiu a frase acima. Eu disse que era o responsável e ela me deu um beijão na bochecha.
MacGyver Zitto - Lembro de um rider internacional que solicitava 30 chapéus de festa de aniversário e 30 línguas de sogra. Providenciamos 30 chapéus de festa de aniversário com as línguas de sogra embutidas. O bizarro da história é o fato de que este pedido estava entre as várias demandas do rider e foi solicitado apenas para certificar-se de que o representante do contratante local realmente leria o rider por inteiro. Nós não só fornecemos o que estava pedido, como fornecemos de uma forma como nunca haviam visto: língua de sogra embutida no chapéu de festa de aniversário. Segundo eles, ganhamos menção honrosa pela produção e no anuário da tour constaria nosso feito inédito.
MacGyver e David Coverdale
Gigplace - Quais são as maiores dificuldades de gerir um grande evento na dita realidade Brasil de show business? MacGyver Zitto - Os festivais bem como os eventos corporativos são repletos de imprevistos e lidamos bem com essas situações e suas repentinas guinadas, mas o fator humano é o pior deles e sempre acaba por comprometer aquilo que previamente planejamos, programamos. A falta de comprometimento, a insensatez e o despreparo de alguns (intitulados) profissionais que atuam no mercado é nossa maior barreira. Por mais que vez por outra haja uma limpa (segundo Charles Darwin) em face da ‘seleção natural’, eles brotam aos montes como formigas no açucarado e sedutor mundo do show business.
Gigplace - Os artistas que participam de festivais estão adaptados a este tipo de formato, ou geralmente levam o seu show de linha para o palco? MacGyver Zitto - Nem sempre os artistas estão adaptados aos festivais e apenas realizam um show se for o seu completo e sem mudanças (tem um aí no mercado que participa de festivais, mas é irredutível em suas demandas e especificações). Artistas como Marisa Monte e U2 preferem nem fazer festivais, e acredito que seja mais por ideologia conceitual do que por qualquer outro motivo pontual. Gigplace - Falando em artistas, quais foram os pedidos mais estranhos feitos pelos artistas?
Gigplace - Qual o formato dos sonhos de festival que vocês gostariam de participar, e por quê? MacGyver Zitto - Seria uma inverdade dizer que “já fizemos todos os Festivais que um profissional gostaria de fazer”. Já participamos do North Sea Jazz Festival, POPROCK em BH, Montreux Jazz Festival, Yamada Festival em Belém, Nice Jazz Festival, Planeta Atlântida RS e SC, Macedônia Jazz Festival, em Ljubliana, Lupaluna, em CWB, Cyprus Jazz Festival, GO Music Festival, em Goiânia, Ultra Music Festival, Skol Beats e inúmeros outros ao longo dessas três décadas de atuação no mercado. O formato que mais me agrada é o dos palcos alternados. Enquanto o artista “x” se apresenta no palco “A”, o artista “y” se prepara no Palco “B”. Desta forma temos quase uma hora entre uma apresentação e outra e as técnicas fazem todo o seu precioso trabalho com calma e
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Com a palavra, José Libarino Em primeiro lugar, gostaria de agradecer a oportunidade de comentar sobre os bastidores de um evento. Bem poucas pessoas realmente sabem o que na verdade acontece nos bastidores antes e durante um grande show. Por isso, vou tentar explicar um pouco do que fazemos, em prol do bom andamento dos eventos dos quais participo. Há algum tempo tive o prazer de ser convidado a integrar o time de colaboradores da Produtores Associados e, dentro do time, por vezes faço o papel de quem está sendo atendido, ou seja do cliente. Isto sempre cria um ambiente de diferentes visões do que pode ser feito, em relação a problemas reais e atuais, bem como nos permite antever situações que podem fazer ruir todo um planejamento. Hoje, dentro da Produtores Associados, desempenho um papel de coletor de informações técnicas, tanto dos artistas, como dos fornecedores, para em seguida contatar todos os fornecedores e resolver todos os possíveis entraves. Isso evita que informações importantes se percam ao serem repassadas entre várias pessoas. Em todos os nossos eventos, fornecemos aos produtores e técnicos um Boletim Informativo, com descrições de equipamentos, plantas de luz em 3D, plantas do local do evento, tabela de horários de passagem de som e show. Nele listamos todos os responsáveis individuais por cada serviço (som, luz, LED, palco etc.), mas sempre acompanhamos as decisões que foram tomadas. E se falarmos de Eventos e Shows com a participação de grandes nomes do cenário musical internacional, e que estejam em turnê pela América Latina, algumas providências técnicas e logísticas devem ser tomadas com espaço de tempo bem grande, o que nos leva a estar trabalhando em um grande evento com uma antecedência de 8 ou 10 meses. Já que você perguntou sobre como funciona o tratamento com os Headliners (atrações principais), vou lhes contar um episódio. Estava eu quase chegando ao local do show, que era o Museu do Ipiranga, em São Paulo, quando fui chamado ao telefone pelo Léo Reis que neste evento estava trabalhando como nosso produtor. Ele me informou que o produtor de uma determinada banda inglesa estava se recusando a fazer o show. Dizia ele que, como atração principal do festival, não tocaria nas condições que nós estávamos lhe proporcionando. Para ter uma ideia, só o que havíamos mudado no rider dele tinha sido colocar a bateria sobre um praticável sem elevação, pois, como se tratava de um festival, o processo de entrada e saída de cena tinha de ser dinâmico e os praticáveis proporcionam esta velocidade. Quando cheguei ao palco, presenciei um monólogo que, para mim, jamais será esquecido. Dizia este produtor que o show estava cancelado e pronto, que sua banda era a headliner na noite! O Macgyver, que
também foi chamado pelo Léo, chegou antes de mim e respondeu sem pestanejar: “Aqui não tem artista mais importante ou menos importante e quem pode cancelar um show é a pessoa que paga ou a que recebe o dinheiro. Como neste palco não estão nenhuma dessas figuras, vamos conversar e resolver o seu problema”. Dito isto o moço tomou um choque de realidade e pediu apenas que a sua bateria fosse montada fora do praticável. Depois percebemos o porquê da insistência em colocar os artistas no chão. Era uma dupla (bateria e guitarra) e o guitarrista, uma garota de pouco mais de 1,50m de altura. Se colocássemos o baterista no praticável, mesmo que sem elevação alguma, ele ficaria muito mais alto que ela! Mas veja como, às vezes, a falta de comunicação, ou forma errada de fazê-la, nos cria um clima de mal-estar e desentendimentos. Estamos falando do Festival da Cultura Inglesa e a Banda é a Red Blood Shoes, que por sinal é uma dupla de garotos muito amáveis! Já que estamos contando histórias, no meu primeiro ano como diretor de palco do Planeta Atlântida, fizemos todo o nosso trabalho do primeiro dia dentro do cronograma. Aliás, terminamos o festival 13 minutos antes do horário e, graças a isso, levei um puxão de orelhas - a TV ficou sem programação para preencher este buraco. No segundo dia, a primeira banda a passar som era o Skank. Encostaram a carreta e fiquei chocado com a quantidade de material que tinha dentro dela. E como tudo que é ruim pode ficar pior, os nossos carregadores estavam atrasados. Fomos eu, a Tina (antiga produtora da banda), o William (roadie naquela ocasião e hoje produtor do JotaQuest) e mais umas duas pessoas descarregar todo aquele material, pois tinham deixado o backline da banda na parte da frente da carga. Isso acarretou um atraso de 45 minutos no nosso schedule de passagens de som. Durante o dia, alguém me avisou que a banda Nenhum de Nós não passaria som. Fiquei feliz! O meu atraso estava compensado. Para minha tristeza, a informação do Nenhum de Nós não era verdadeira. Terminamos as nossas passagens de som com atraso. Como disse antes, tínhamos a TV e o show do Skank seria transmitido ao vivo para outros países. Se cumpríssemos o line up do Festival, o show do Skank não iria ao ar, conforme combinado, pois eles entrariam no palco uma hora depois. Fomos aos camarins, eu e o Macgyver, pedir ao artista que abriria a noite se, por uma deferência pessoal ao Festival, ele não se importaria em trocar o seu horário para ser a última atração da noite. A resposta que tivemos foi de que eles não trocariam, pois o seu público estava sabendo do horário do show e ficariam tristes com a troca. Fomos a outro camarim e fizemos a mesma proposta e a resposta foi uma pergunta: “Quanto tempo a mais vocês me dão para tocar no final do festival? Respondemos que ele teria mais 15 minutos agregados aos 40 previamente determinados. Ele topou de imediato. Este artista entrou no palco perto das 5 horas da manhã. Tocou os seus 55 minutos, olhou para mim e perguntou se podia tocar um pouco mais. Entre o final do show e o bis, ele tocou mais 35 minutos para um público nunca antes visto naquele Festival, debaixo de uma chuva que persistiu durante toda a sua apresentação. Bem, finalizando, este artista era o Armandinho, que logo depois conquistou o Brasil com o hit Espelho de Deus e conquistou o coração dos organizadores do Festival. Tocou em todas as edições posteriores do Planeta Atlântida. Quanto àquele outro artista, nunca mais ouvi falar.
Libarino e Fernanda
sem correria. Já implantamos esse sistema no Planeta Atlântida numa das 18 edições e recentemente vi este formato reeditado no SWU, há cerca de dois anos. Para mim é o mais inteligente e democrático formato, pois além de permitir que as tribos se alternem na fila do gargarejo à frente do palco, promove igualdade entre os fãs que pagaram o mesmo valor no ingresso daquele setor, mas apenas o que chegou mais cedo (seja porque não foi trabalhar, faltou na escola ou é vagabundo mesmo e chegou primeiro) sempre se acomoda lá, e aquele que chegou aos 45 do segundo tempo - pois foi trabalhar, foi à escola ou apenas não era um desocupado que podia estar na fila desde às 11 da manhã do dia do show -, pode ter a mesma oportunidade. Mais uma vez, obrigado pela oportunidade que o GIGPLACE nos está proporcionando e do fundo dos nossos corações esperamos ter, de forma singela, contribuído. Fiquem certos de que tentamos ser o mais sucintos possíveis para não nos alongarmos por demais e assim aborrecer o leitor com respostas enfadonhas, mas certamente muitas laudas incontáveis ainda estão presentes em nossas memórias.
Para saber online
www.proassociados.com Este espaço é de autoria da Comunidade Gigplace. Envie seu comentário, crítica ou sugestão para contato@gigplace.com.br ou redacao@backstage.com.br. Visite - http://gigplace.com.br
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REPORTAGEM| www.backstage.com.br 40 Nesta quinta parte da série sobre como cada profissional de áudio consegue obter uma sonoridade própria, os técnicos Marco Maximo e Marcelo Félix contam os segredos das suas cenas e de seus setups.
Alexandre Coelho redacao@backstage.com.br Fotos: Arquivo Pessoal / Internet / Divulgação
O som de A
tualmente trabalhando com artistas tão distintos quanto Leandro Sapucahy, Alex Cohen e a Escola Portátil de Choro, o engenheiro de áudio Marco Maximo não hesita ao apontar aquela que considera sua marca pessoal no meio musical: procurar sempre colocar todos os instrumentos da banda bem presentes, de forma que todos possam ser ouvidos claramente. Para atingir esse objetivo, ele conta que sempre busca a melhor sonoridade dos diversos instrumentos envolvidos em cada trabalho de acordo com o tipo de
música que está mixando. “O samba, o pop e o rap, por exemplo, pedem diferentes sonoridades dos mesmos instrumentos, mas esses instrumentos estarão sempre muito presentes nas minhas mixagens”, garante. O colega de profissão Marcelo Félix, atual responsável pelo som da dupla Jorge & Mateus, pensa de maneira semelhante. O técnico ressalta que sempre tem a preocupação de que haja um som de qualidade em toda a área do evento, não apenas para o público que está mais próximo do palco. Além disso, a exem-
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Parto das minhas ideias, mas sempre trabalho junto com o produtor musical, o artista e os músicos para chegar à sonoridade que eles gostam (Marco Maximo) No que tange a relação com artistas e produtores, Marco Maximo também afirma que nunca teve grandes dificuldades. A fórmula para uma boa relação com seus contratantes? Jogar junto, como um time bem entrosado. “Parto das minhas ideias, mas sempre trabalho junto com o produtor musical, o artista e os músicos para chegar à sonoridade que eles gostam”, ensina.
um diferencial em seu meio profissional, ouve muitas mixagens de artistas internacionais e, assim, vai formando a sua própria sonoridade. Na prática, na hora do alinhamento do PA e da verificação de fase, por exemplo, o técnico usa o Smaart. Já para ouvir e conferir o PA antes e depois do alinhamento,
SOM ENCORPADO Em termos práticos, para obter os bons resultados desejados por todos,
cada PA PARTE 5
plo de Marco Maximo, ele cuida para que o público consiga distinguir não apenas as vozes, mas cada instrumento da banda. Marcelo assegura que consegue adaptar bem a sua maneira de mixar aos diferentes artistas e estilos musicais com os quais, porventura, venha a trabalhar. Tanto que, segundo ele, ninguém nunca pediu que trabalhasse de forma diferente. “Isso nunca aconteceu porque sempre tento fazer o melhor não apenas para mim, mas para todo o público”, reforça.
Maximo faz uso de ferramentas como equalizadores, compressores, gates, efeitos, plug-ins e prés externos, entre outros. Particularmente, ele tem pequenos truques para reforçar alguns timbres no palco. “Gosto de usar pré-amplificadores discretos ou plugins para encorpar o som das vozes ou de determinados instrumentos”, revela. Marcelo Félix, por sua vez, diz que, para atingir Marco M aximo
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REPORTAGEM| www.backstage.com.br 42
Marcelo Félix
Marcelo não tem dúvida sobre que música escolher. “My Everything, de Anita Baker”, sentencia. Já o alinhamento de PA sob a batuta de Marco Maximo é feito com analisadores de espectro tradicionais e, geralmente, com a sua própria voz. Depois do alinhamento feito, o técnico não usa uma música específica, mas varia de acordo com cada trabalho. “Uso músicas do mesmo gênero daquele que vou mixar”, explica. No que diz respeito à passagem de som, Marco Maximo não usa o “soundcheck virtual”, preferindo uma passagem tradicional. “Nas produções que venho trabalhando, tenho passado o som com os roadies ou, de preferência, com os próprios músicos das bandas”, destaca.
PASSAGEM DE SOM Marcelo Félix vai pelo mesmo caminho, quando se trata de optar por uma passagem de som clássica, em detrimento do uso de tecnologias como o “soundcheck virtual”. E até além, oferecendo um argumento bastante
convincente. “Não gosto de fazer a passagem com os roadies. Eu prefiro passagem de som com a banda, pelo fato de que os roadies não têm a mesma dinâmica da banda”, justifica. Cada qual à sua maneira, fato é que, na opinião de Marco Maximo, essa procura do profissional de áudio por uma identidade no seu som é fundamental. “Acho que esta identidade é natural, vem com a experiência do profissional e com o que ele sempre gostou de ouvir”, avalia. Marcelo Félix ressalta, no entanto, que, no dia a dia da profissão, nem sempre é assim que acontece e que, muitas vezes, alguns profissionais abrem mão dessa identidade pessoal para minimizar os riscos de cometer erros. Ele recorda uma história que vivenciou para ilustrar seu ponto de vista. “Em um festival, quando cheguei para a passagem de som, havia um técnico que tinha copiado a minha cena. Mas, na vida, ninguém é tão grande que não possa aprender nem tão pequeno que não possa ensinar. Acontece”, minimiza.
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GIL E STEVIE WONDER EM COPACABANA | CAPA | www.backstage.com.br 44
GIL E STEVIE talento no palco e no
Músicos exigentes, bandas grandes, equipamentos de ponta, engenheiros de som de primeira linha: o show em Copacabana com Stevie Wonder e Gilberto Gil teve tudo o que se espera de um encontro entre dois dos maiores artistas da música mundial. Miguel Sá redacao@backstage.com.br Fotos: Ernani Matos / Internet / Divulgação
À
s 20 horas em ponto, no dia 25 de dezembro de 2012, as novas JBL VTX do PA e as Vertec das torres de delay amplificaram os acordes de Realce, com Gilberto Gil, para as cerca de 400 mil pessoas presentes na praia de Copacabana. Exatamente duas horas e 15 minutos depois, seria a vez de Stevie Wonder comemorar o Natal com o público. Tanto um como o outro compareceram ao palco apoiados por bandas grandes – fora as duas estrelas da noite, eram doze com o baiano e treze com o norte-americano. Um time de primeira mixou o som que ia para o público e os músicos. Na housemix, os dois artistas apostam em parcerias duradouras: Leco Possolo está com Gil há dezenove anos. Danny Leake
mixa os mais de 100 canais do input list de Stevie Wonder há vinte e dois. No palco, João Ribeiro cuidou das mixagens do brasileiro. Já o monitor de Stevie e banda é dividido em duas mesas: uma para o cantor e os vocalistas de apoio e outra para os instrumentos. As mixagens são feitas, respectivamente, por Dwayne Jones e Vito Tanasi, este há 17 anos trabalhando com Wonder. A Gabisom foi a empresa escolhida para fornecer o equipamento e dar suporte a esta constelação de grandes músicos e técnicos brasileiros e norte-americanos.
SONORIZAÇÃO Eder Moura foi o técnico da Gabisom responsável pelo sistema de sonorização
WONDER: backstage do evento e pelo suporte aos técnicos no palco. Thiago Furlan e Luis Blas deram apoio a Leco Possolo e Danny Leake na housemix. A equipe chegou na sexta-feira anterior ao evento, que aconteceu em uma terça. Houve um ligeiro atraso na montagem por conta das adaptações que foram necessárias no palco preparado, inicialmente, para o ano novo de Copacabana. O sistema de sonorização básico foi montado com 18 caixas VTX em cada lado do L&R, mais 14 VTX para reforçar a sonorização na Avenida Atlântica, logo ao lado do palco, no lado direito da plateia. Quatro caixas VTX foram
usadas no front fill. A amplificação do sistema foi feita com os Crown IT HD 12.000. A configuração da cobertura foi feita usando o software da JBL, Array Calculator. O processamento das caixas VTX é interno, como explica Thiago Furlan. “Tem um processador Omnidrive HD dentro da caixa. Só estou usando o Dolby Lake para equalizar e distribuir o sinal pelo sistema”, comenta. Os subs usados foram os 4880, do sistema Vertec, com amplificação da linha K, da Powersoft. Para co-
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GIL E STEVIE WONDER EM COPACABANA | CAPA | www.backstage.com.br 46
Leco Possolo teve uma Digi Profile à disposição na house mix. Ele gostou da sonoridade do sistema VTX, da JBL
brir o público esperado, de 500 mil pessoas, foram ainda montadas quatro linhas de delay com 12 caixas JBL Vertec 4889 – seis no L e seis no R – em cada uma delas. A última linha foi montada a 400 metros do palco. A amplificação utilizada foi Lab.gruppen e o processamento XTA. Os tempos do delay foram ajustados no Dolby Lake. Na housemix, foram montadas uma Digidesign Profile para o som de Gil e uma Digico SD7 para Stevie Wonder. No palco, a mixagem dos brasileiros foi feita em uma Yamaha PM5D. Duas Digico SD7 foram usadas pela equipe de Wonder para as mixagens de monitor dos músicos, que se escutavam de diversas
formas: “Tem misto de monitor de chão, ear sem fio e ear com fio. O sistema side fill é só para o Gil. Mesmo os músicos que usam caixa, usam ear também” explica Eder Moura.
O SOM DO GIL Para Leco Possolo, a maior diferença deste show para os outros de Gil é apenas o tamanho da banda. “Neste temos uma sessão de sopros, com Marcelo Martins no sax, Jessé Sadoc no trompete e Aldivas no trombone, e mais duas backings”. Os outros músicos da banda são Jorge Gomes na bateria, Arthur Maia no baixo, Cláudio Andrade nos teclados, Sérgio Chiavazzoli e Bem Gil nas guitarras e Gustavo Di Dalva na percussão. Leco costuma mixar em estéreo, mas sem abrir muito o L&R. “É só mesmo para descongestionar o centro”, justifica. Para o show em Copacabana, o técnico de som optou por fazer a mixagem do zero, sem o uso de presets. “É muito prático ter a cena pronta, mas é muito legal começar do zero porque se presta atenção em detalhes que passam despercebidos. Quando tenho tempo prefiro partir do zero”. O técnico de som usou os plug-ins da mesa da Digidesign para acrescentar
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Eder Moura gerenciou a gig
Thiago Furlan deu suporte aos técnicos na house
efeitos na mixagem. “Normalmente uso um (reverb) hall nas vozes e flautas e um plate nas harmonias. Também coloco alguns delays pontuais na voz do Gil, tudo operado em tempo real”, detalha Possolo. Leco gostou do sistema JBL VTX, mas fez uma observação com relação à posição da housemix, que não era no centro do L&R. “Gostei bastante do sistema VTX. Achei as altas bem mais definidas que no JBL antigo. O problema é que, co-
mo estamos em frente a apenas um dos PAs, quando eu vim para o centro, a resposta que eu tive de graves foi completamente diferente da que havia na housemix. Estamos trabalhando em tempo real, mixando uma coisa para o público ouvir. Você tem que estar no centro, porque se não tiver alguma coisa boa, as pessoas criticam é a mim”, enfatiza. Para a voz de Gil, além do microfone AKG C5, Leco usa um compressor
João Ribeiro, monitor de Gilberto Gil e banda, e o console Yamaha PM5D
valvulado Avalon. “Além de dar aquela esquentada bacana, ele consegue ajudar a trazer a voz mais pra cima”, diz Leco Possolo. João Ribeiro, técnico de monitor, faz mixagens individuais para cada um dos músicos. “A única diferença de hoje para os shows que fazemos normalmente são os sopros e o vocal. Cada músico tem a sua mixagem individual. Uma estéreo, outras mono, mas nada misturado. Cada um tem a sua”, explica. Normalmente João mixa sem efeitos e nesse dia, ele usou apenas um pouco de reverb na voz de Gil “só para dar um ambiente para ele”. O único músico que usa monitores de chão é o baixista Arthur Maia. Os outros usam sistemas in-ear da Sennheiser. Gil usa sistema da AKG. O técnico opera ainda duas pedaleiras de Gil, uma para o violão, outra para guitarra. “Eu vou ativando e mexendo
de acordo com a música. É como se fosse um periférico outboard “, detalha.
STEVIE WONDER: DUAS CONSOLES PARA O MONITOR Dwayne Jones, que mixa para Stevie e os quatro vocais de apoio, procura montar uma mixagem com cara de CD para Stevie Wonder. “Ele gosta de ouvir todos os instrumentos, com profundidade, como se estivesse ouvindo uma gravação”, ressalta. Jones usa pouco efeito e explica que prefere usar o ambiente do local do show e do público. “Um reverb natural”, pontua o engenheiro de som. Vito Tenasi conta que, além de ouvir bem os próprios instrumentos, os músicos precisam ter os teclados de Stevie bem presentes na mixagem. A mixagem é sem efeitos. “Apenas o violão tem um pouco. O naipe de sopros também tem
Iluminação
Iluminação contou com movings da Robe
Quem forneceu o equipamento para a iluminação do show foi a LPL. A produção durou cerca de 20 dias. Sérgio Almeida foi quem fez a interface entre o light designer de Stevie Wonder e a empresa. “Estamos trabalhando com equipamentos de última geração, como as duas grand MA2, ambas fullsize. Os movies são da Robe, 2500 spot, 2500 Color Wash e o Elation Beam. De LED estamos usando o LED 600, usado como luz de base para cenário e contraluz da banda.
Nos truss, no teto do palco, temos os Robe Color Spot 2500, os Wash 2500 e os Elation Platinum Beam5R, que são para efeitos rápidos nos movimentos. Na luz de frente, não temos PAR nem Fresnel. É tudo moving, Robe ColorSpot 2500 para fazer gobos no Backdrop e wash para luz de TV da banda. Temos luz de plateia também. São 120 lâmpadas PAR 64”, enumera Sérgio. Foram usados ainda quatro canhões seguidores Super Trouper.
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A única diferença de hoje para os shows que fazemos normalmente são os sopros e o vocal. Cada músico tem a sua mixagem individual. Uma estéreo, outras mono, mas nada misturado. Cada um tem a sua (João Ribeiro)
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Mesa Digico D7
Sistema de amplificação Crown
Sistema de transmissão para microfones sem fio
um reverb só para eles mesmos”. Para se ouvir, os músicos usam, em sua maioria, in-ear. O baixista usa monitor de chão, o baterista usa in-ears estéreo mais monitor de chão mono, além do subgrave, e o tecladista usa in-ear estéreo mais uma caixa com mixagem mono bem atrás dele. “Alguns dos componentes da banda não gostam de ter muito vocal em suas mixagens”, finaliza Vito. Dwayne Jones e Vito Tanasi ressaltam a importância de sempre conversar com Danny Leake sobre os equipamentos a serem usados, como os microfones. “Ele é o que trabalha há mais tempo com Stevie e não abro mão da expertise dele”, diz Jones. Leake começou a trabalhar com Stevie Wonder em um show bastante di-
fícil: era um concerto do músico com banda e orquestra. Mas tudo deu tão certo que o engenheiro de som está há 22 anos com o astro. Leake é mais um fã do analógico que se rendeu às facilidades do digital. Com o número de canais com o qual trabalha – 112, nos quais entram os muitos instrumentos dos treze componentes da banda, mais os teclados de Stevie – fica, efetivamente, muito mais razoável fazer o show com as Digico D7 que com mesas de som analógicas. Com exceção dos compressores Avalon, usados para as vozes de Stevie e dos vocais de apoio, ele usa todo o processamento de áudio – de compressores a efeitos – da própria mesa. “Às vezes também uso pré-amplificadores John
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O baixista Nathan Watts toca com Stevie desde os 1970
As Vertec foram usadas para as torres de delay
Hardy M1”, observa Danny Leake. Stevie usou microfones Shure KSM 9. O engenheiro de som trabalhou em dois lugares bem diferentes: um teatro, o Centro Cultural João Nogueira, an-
tigo Imperator, com capacidade de até mil pessoas, e a praia de Copacabana, onde fez som para mais de 400 mil pessoas. “A principal diferença é o fato de que este foi ao ar livre. Você provavelmente vai se pegar usando mais reverbs e efeitos do que faria em um lugar fechado ou uma arena. O vento fazendo as altas “flutuarem” é também um fator, mas eu realmente não fico pensando nisso. Apenas reajo ao que eu escuto na hora, não importando muito que local é”, explica. Um dos fatores ao qual Danny reagiu em Copacabana foi a resposta do sistema VTX, da JBL. “O Vertec é, para mim, um sistema mais para rock. Ele é brilhante e vem ‘na cara’ . Nem sempre você quer isso. Às vezes, prefiro um som maior, mais quente. O VTX no qual eu mixei fez isto por mim. No Vertec, eu tenho que cortar um monte de coisas para que ele soe como gosto”, opinou. Outro fator, sempre presente, são os músicos que tocam com Stevie. Danny ressaltou o quanto eles facilitam o trabalho. “São todos grandes músicos”,
Sistema de sub JBL 4880
Caixas JBL do sistema VTX
destaca. Tocaram em Copacabana Chris Johnson na bateria; Nathan Watts, com Stevie desde os anos 1970 e também diretor musical, tocou o baixo; nas percussões, Munyungo Jackson e Roland Garcia; Roman Johnson e Victoria Theodore tocaram os teclados; Errol Cooney & Kyle Bolden cuidaram dos violões e guitarras; os sopros foram tocados por Dwight Adams e Ryan Kilgore e os vocais de apoio são de Aisha Morris, Judith Smith, Keith John e Lanesha Baca.
ALEGRIA DE TOCAR A apresentação de Gil e Stevie mostra bem como a tecnologia pode ajudar o talento genuíno. Gil, velho de guerra de tantas roubadas por um Brasil onde já foi bem mais difícil ter um equipamento de qualidade, sente-se bem à vontade com ferramentas como os in-ears. “A monitoração com os fones, que limpa o som e podem ter qualquer instrumento da banda, ajuda muito. Poupa a voz. Essas mesas digitais: você faz a passagem de som, grava no cartão digital e quando
você volta (para fazer o show) a mesa pode até ter sido usada por outro, mas voltam todos os níveis que você havia deixado, isso facilita muito”, comemora. Já Stevie parecer ter uma confiança inabalável tanto no seu taco como na audiência brasileira. É preciso coragem para chegar a uma plateia de centenas de milhares de pessoas e começar o show com uma música não tão conhecida do grande público daqui, como foi o caso de What a Wonderful World This Would Be, e o show funcionar. Ainda que os arranjos dos sucessos sejam bem na cola das gravações originais, a banda toca relaxada e há bastante espaço para os improvisos de Stevie Wonder. No fim, tanto Stevie Wonder como Gil – com a sua muito incrível banda - lembram que pode haver vida musical real no pop. Em ambos os shows, a qualidade dos músicos fica ressaltada pelo entrosamento deles e pela qualidade que Leco Possolo e Dany Leake imprimem ao som. No fim, eles provam que belas canções, músicos com um mínimo de liberdade para tocar e um pouquinho de dinâmica podem sim fazer sucesso, apesar de ter gente que diga o contrário.
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Didier, Robertinho e membros do Coral Dá o Tom
Coral Dá o Tom lança CD e mostra um pouco do novo caminho da música: o ouvinte como protagonista. Miguel Sá redacao@backstage.com.br Fotos: Divulgação
Dá o Tom C
om a facilidade para baixar todo o tipo de arquivo via internet e o surgimento dos MP3 Players, iPods e assemelhados, as pessoas passaram a escutar música cada vez mais, seja quando fazem exercício ou mesmo no caminho para o trabalho. O que as pessoas querem é que a música faça parte de suas vidas de forma cada vez mais próxima. Uma das formas disto acontecer é participando de um coral. Os melhores grupos se destacam e conseguem, até mesmo, fazer shows em teatros, atraindo público independente do circuito amador de corais. Um bom exemplo é o Dá o Tom. O grupo surgiu para fins didáticos, em uma escola de musica na zona sul do Rio de Janeiro, há pouco mais de dez anos. “Quisemos montar um coro para os alunos desenvolverem a afinação
e aprenderem a cantar em coro”, expõe Dalton Coelho, diretor musical e preparador vocal do grupo. O coral começou com oito componentes. Durante os 11 anos de atividades, pessoas entraram, saíram e, finalmente, o Dá o Tom chega a 2012 com 16 componentes. São quatro naipes, com quatro cantores cada, para cada uma das regiões de voz: soprano, contralto, tenor e barítono. O repertório é montado por Dalton, misturando ideias dele com sugestões dos componentes. “Há músicas que têm ideias mais prontas. Por exemplo, as dos grupos Boca Livre e MPB4. Quando se vai fazer um novo arranjo, estas músicas já vem com um monte de ideias próprias, mas qualquer música, na minha opinião, pode funcionar. Mesmo que seja instrumental”, ressalta o arranjador. Não há
músicas feitas especialmente para o grupo no repertório. Com exceção de Dalton, os componentes não são músicos profissionais. Há engenheiros, professores, publicitários e profissionais de diversas outras áreas. Ainda que não seja formado apenas por profissionais, desde que se tornou um grupo independente da escola onde surgiu, o Dá o Tom começou a buscar um diferencial. Aos cinco anos de atividades, começaram a experimentar uma atuação cênica. “Isto foi pela necessidade de não ficar só naquele vocal tradicional, com o coro em meia lua, estático. Começamos a contratar pessoas que assumiram essa parte cênica. Isto começou a chamar a atenção do publico: ‘este é um coro diferente, que não fica parado’. Começamos também a investir na questão da imagem, no site, figurino,
Robertinho e Dalton
Didier Fernan
O CD Produzido por Dalton Coelho Co-Produzido por Michael Victor Arranjos de base: Dalton Coelho Projeto Gráfico e Direção de Arte: Sandro Barretto Foto: Léo Paiva | Ilustrações: Marcelle Carmack Figurino: Erika Schwarz Maquiagem: Karlla Azevedo | Assistentes: Cleide e Natane Produção Executiva: Eduardo Mari-
nho, Sandro Barretto e Dalton Coelho Produção Artística: Juliana Veronezi e Fernanda Milfont Repertório: Paula e Bebeto Segue o Seco Feijoada Completa Sobre Todas as Coisas Baioque A Casa Tá na Cara
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iluminação, e assim ganhamos um pouco de espaço no mercado de teatro, de casa de espetáculo e o grupo ficou mais profissional. Mas os integrantes têm suas profissões, têm que dividir a rotina com o nosso trabalho”, explica Coelho. A direção cênica é de Joana Lebreiro. O grupo tem um show pronto, com repertório definido. A partir daí, gravar um CD foi
um passo natural. “Para quem quer aumentar a projeção, este ainda é o melhor meio”, define o diretor musical.
O CD Ao vivo, o grupo trabalha com uma formação instrumental reduzida. “São as vozes, violão e percussão. Procuro fazer um show com pouco elemento de banda para priorizar a parte vocal. A harmonia vocal prevalece. Já gravando, a mixagem permi-
O CD tem participações de Robertinho Silva, Gabriel Geszti e do baixista Didier Fernan
Planejamento prévio ajudou a obter maior rendimento dos cantores
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po vocal. Apresentei ao arranjador e produtor do trabalho, Dalton Santos, o estúdio Alca-
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te que se deixe o vocal um pouco mais em evidência, mesmo com outros instrumentos”, justifica Dalton.
O trabalho de pós-produção foi criterioso, recriei algumas salas maiores no reverb e usei um filtro para criar um efeito específico e nada mais O CD tem participações do percussionista e baterista Robertinho Silva, do pianista Gabriel Geszti e do baixista Didier Fernan, que também foi o técnico de gravação do disco. Músico, produtor e técnico de som com ampla experiência, Didier já participou da produção de discos de artistas como o rei do pop Lulu Santos, o ícone da MPB Moraes Moreira, a funkeira Perlla e o astro gospel Marcos Kinder. “Fui designado para procurar um estúdio que suprisse as necessidades técnicas de gravar um gru-
téia, em Copacabana, para gravarmos o CD”, explica Didier. No CD do Dá o Tom, ele trabalhou como técnico de som e baixista. A mixagem e a maste rização foram feitas no estúdio de Fernan, o La Maison. O trabalho de gravação de um coral tem algumas especificidades. Tanto pela complexidade de gravar tantas vozes como por trabalhar com cantores sem tanta experiência de estúdio. “Houve um planejamento no intuito de obter o maior rendimento dos cantores. Achei interessante captar inicialmente, a título de
elemento-guia, todos os naipes, ou seja, os barítonos, tenores, contraltos e sopranos para que se familiarizassem com os fones e sonoridade da sala de um modo geral”, coloca Didier Fernan. Após esta primeira fase, os naipes de vozes foram gravados em separado. “Trabalhei com os Neumanns U87, TLM 170, U47, 93 para os naipes e dois AKG 414 para a ambiência da sala, usando prés-amplificadores da Manley (Vox Box), Avalon 737 e Drawmer 1969 em um sistema Pro Tools HD passando pela interface da Digidesign 196. Cada naipe tinha quatro componentes. Foi preciso criar uma “mix”, posicionando-os de forma que houvesse uma homogeneidade, equilibrando as emissões (em relação ao microfone)”, detalha Fernan. Já nas músicas “a cappela”, todos os cantores gravaram juntos ao vivo. Na mixagem, a ideia foi interferir o mínimo possível. “O trabalho de pós-produção foi criterioso, recriei algumas salas maiores no reverb e usei um filtro para criar um efeito específico e nada mais”, conclui Didier Fernan. O repertório investe na MPB, com músicas de Chico Buarque, como Feijoada Completa, e Marisa Monte, que está presente no disco com Segue o Seco. O resultado mostra que a música vai muito além dos limites impostos pelo “profissionalismo” de uma indústria que vai por água abaixo, deixando claro que, apesar das dificuldades, hoje a música é de todos.
Para saber online
www.daotom.com.br
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ANO em Co Para uma mega festa, um mega sistema de sonorização: Mac Audio sonoriza quatro quilômetros de orla de uma das maiores festas de Ano Novo do mundo. Miguel Sá redacao@backstage.com.br Fotos: Internet / Divulgação
O
Réveillon de Copacabana sempre envolve números altos. São mais de dois milhões de pessoas que precisam ser entretidas antes e depois do momento culminante da festa: a queima dos fogos. Para isto, entre as 18 horas do dia 31 de dezembro e às três da manhã do dia primeiro de janeiro, 18 atrações musicais - entre DJs, shows e escolas de samba - sobem nos quatro palcos distribuídos pela praia de Copacabana. A coordenação do áudio do evento ficou a cargo de Fred Coelho, que teve, sob seu comando, uma equipe de 48 pessoas. “Tivemos duas semanas para cuidar da sonorização. Há dois anos que a festa acontece no mesmo formato, então mantivemos o esquema dos anos
anteriores”, explica o coordenador. Para sonorizar quatro palcos e mais as 30 torres especialmente colocadas para a trilha sonora da queima de fogos, a Mac Audio sublocou sistemas Norton e DAS das empresa Vinhedo Som e WGC Som Luz e Imagem, a primeira de São Paulo e a segunda do Rio de Janeiro.
PALCO PRINCIPAL Montado em frente ao Copacabana Palace, este palco teve as maiores atrações da noite. Tocaram nele os artistas Diogo Nogueira, Claudia Leitte, Sorriso Maroto e a vencedora do programa The Voice, da Rede Globo, Ellen Oléria. Ele foi sonorizado com o line array Norton LS9, sublocado da Vinhedo. O sistema
foi montado com quinze caixas de cada lado. Os subs do sistema foram os SB 221, também da Norton. Para frontfill, foram usadas as Meyersound UPA. No palco, a maioria dos músicos usou monitores in-ear, mas também havia um sistema de side, com as LS3, da Norton, usando seis elementos em cada lado. Ainda no palco, os artistas tiveram à disposição os monitores de chão MJS 212, da Meyersound. As consoles usadas no palco principal foram duas Avid/Digidesign Profile e mais uma Digico funcionando como master. “Aqui a gente sempre trabalha com
a parte de áudio do evento (locutores, vídeo etc.) separada do áudio das bandas. O evento está acontecendo e os técnicos podem fazer o checkline tranquilos, sem medo de parar a parte do evento”, destaca Fred Coelho. Os
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Festa de réveillon em Copacabana contou com mais três palcos, além do principial
técnicos de monitor tiveram à disposição mesas Yamaha PM5D. Como backup, mais uma Digi Profile e uma Yamaha M7CL. Atrás do palco principal havia uma área VIP. “A área vip é grande e ficou com dois sistemas de
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NOVO pacabana
No palco, a maioria dos músicos usou monitores in-ear, mas também havia um sistema de side, com as LS3, da Norton
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Nas torres, Norton LS1 e LS3 e caixas MPH4 Malta, da ElectroVoice
sonorização: um para o som interno, em que o DJ coloca um som lounge. Nele temos o sistema Nexo GEO e mais as UPJ, da Meyersound, para delay. Temos também quatro sistemas de PA Norton LS3 que só entram para a trilha dos fogos”, explica Fred Coelho.
OUTROS PALCOS E O SOM DA QUEIMA DE FOGOS No Palco Claro, montado em frente à rua Santa Clara, o sistema de P.A. teve uma combinação de caixas Vertec 4889 e 4888: foram monPA Norton
Mesas Yamaha também foram usadas no evento
PA Vertec usado no palco Claro
tadas duas colunas com oito elementos da primeira e seis da segunda fazendo um total de 14 por lado. As consoles usadas foram a Soundcraft VI6 e uma PM5D para o PA. No monitor, uma PM5D e uma Yamaha M7CL. Para locutores, vídeo e DJ, foi usada a Yamaha LS9. O palco Light Recicla, montado em frente ao hotel Windsor (antigo Meridien) usou sistema DAS Aero 12, locado da empresa WGC. Em todos os palcos, o
Fred Coelho (à esq.) teve ajuda de Alexandre Simi (à dir.) para gerenciar o áudio
Console master do palco principal
Os subs foram os Norton 221
gerenciamento do sistema foi feito por meio do sistema Galileo. “Ele tem todas as ferramentas que precisamos para gerenciar o sistema”, diz o coordenador de áudio Fred Coelho. No palco Beat 98 foram usadas caixas Norton LS3. Para a trilha dos 16 minutos de queima de fogos, foi montado um sistema com trinta torres distribuídas ao longo da orla de Copacabana. Elas eram viradas para o mar e funcionaram apenas na hora dos fogos. No entanto, o áudio que elas emitiram também foi para as caixas dos palcos. Nas torres, foram usados line arrays Norton LS1 e LS3 e caixas convencionais MPH4 Malta, da ElectroVoice.
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Uma das notícias mais comentadas durante o segundo semestre de 2012 foi certamente a saída da M-Audio do catálogo de marcas do grupo AVID. Responsável por atender a demanda do seguimento “popular” do mercado, a MAudio passa para as mãos do grupo inMusic, do empresário Jack O’Donnell, juntando-se a outras marcas de peso, entre eles Akai Professional, Alesis, Alto Professional, Numark e Sonivox.
M
AS, O QUE ESPERAR DESSA NOVA ALIANÇA?
Os primeiros frutos dessa terra fértil florescem da nova linha Axiom AIR, uma série de teclados controladores que possui como destaque a nova tecnologia HyperControl, capaz de mapear automaticamente os principais parâmetros de edição dos mais populares softsynths e DAW´s do mercado aos controladores físicos existentes no painel do equipamento sem a necessidade de o usuário recorrer a complexos programas editores, os quais, muitas vezes, consomem tempo vital da criatividade dos músicos.
Formada atualmente por quatro diferentes modelos, a família Axiom AIR traz como principais diferenças entre os seus integrantes a quantidade de teclas (25, 32 formato mini, 49 e 61) e a quantidade de controladores físicos. Todos os modelos possuem oito controladores giratórios (knobs), botões de condução (Play, Stop, Rec) e pads dedicados à programação de partes rítmicas; estes, porém, em quantidades diferentes em cada um dos modelos (oito no Axiom AIR 32 Mini; doze no Axiom AIR 49 e no Axiom AIR 61; dezesseis no Axiom AIR 25), sendo que os modelos de 49 e
Ignite:
é hora de inflamar a criatividade dos entusiastas musicais Luciano Freitas é técnico de áudio da Pro Studio americana com formação em ‘full mastering’ e piano erudito
61 teclas trazem ainda nove potenciômetros deslizantes (faders) de 70 mm. Os onipresentes Pitch Bender e Modulation (em formato de botão no modelo Axiom AIR 32 Mini) e Octave Down & Up não
podiam faltar e se somam às entradas de pedais Sustain e Expression, entradas em saídas MIDI (conectores DIN – 5 pinos), conectores USB (tipo B) e alimentação A/C (exceto no modelo Axiom AIR 32
Mini, que possui apenas a conexão USB-mini), permitindo efetivo controle e interação com os outros equipamentos do setup. Outro grande diferencial é que, a partir deste mês, todos os inte-
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Ignite
Edit
Instrument Bar
grantes da linha Axiom AIR passam a ser distribuídos com a licença do software Ignite, produzido pelo AIR Software Group, empresa adquirida pela inMusic juntamente com a M-Audio. A AIR (Advanced Instrument Research), subdivisão da AVID responsável pelo desenvolvimento de softsynts otimizados para o software Pro Tools, nasceu em 2005 quando a então Digidesign (outra marca do grupo AVID) adquiriu a Wizzo, empresa que tinha entre os seus sócios o famoso compositor de trilhas sonoras Hans Zimmer, fundador/ proprietário da Spectrasonics. Entre as principais criações da AIR, destaque deve ser dado ao pacote nativo que passou a integrar o Pro Tools (a partir da sua versão 8) chamado “Creative Collection”, trazendo os softsynths Xpand 2 (módulo multitimbral, com mais de 3.000 sons, que possui gerador sonoro baseado em samplers, síntese subtrativa e síntese FM), Vaccum (sintetizador monofônico analógico virtual), DB-33 (simulador de órgãos eletrônicos com drawbars), Structure
Free (sampler player), Boom (programador rítmico virtual) e Mini Grand (simulador de pianos acústicos baseado em samplers), os quais supriram uma grande lacuna deixada pelo Pro Tools perante os seus principais concorrentes.
livremente movidos e reorganizados em Clips Individuais (conteúdo gravado de um único instrumento), Multi Clips (diversos Clips individuais, agrupados manualmente, que possuem em comum o mesmo comando play/stop) e em Song Clips (diversos Multi
IGNITE
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“
A proposta do primogênito do AIR Software Group (no grupo inMusic) é a de se apresentar como a solução buscada pelas pessoas que não sabem e nem querem trabalhar com ferramentas de estúdio, pois procuram simplesmente uma forma intuitiva de produzir música no computador, de uma maneira rápida e prática, sem abrir mão da qualidade sonora. Com um ambiente visual diferente do encontrado em outros softwares de produção musical, o Ignite traz em sua tela primária o campo Arranger, no qual aparece a representação gráfica das gravações realizadas (conteúdo MIDI e áudio) em formato de blocos sonoros chamados no programa de “Clips”. Esses Clips seguem um padrão de cores que tem como referência a família do instrumento musical selecionado, não ficando vinculados a uma pista no programa, até porque estas não existem da maneira como conhecemos, podendo ser
O Ignite traz em sua tela primária o campo Arranger, no qual aparece a representação gráfica
Clips, agrupados manualmente, que possuem em comum o mesmo comando play/stop). Cada instrumento adicionado ao projeto possui os controladores básicos de mixagem (volume, panorâmico, mute e solo, além do controle effects nos canais de áudio, permitindo assimilar até seis efeitos simultâneos para cada ins-
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TECNOLOGIA |SINTETIZADOR| www.backstage.com.br 66
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Em sua seção de timbres, o Ignite oferece aos músicos mais de 275 presets, muitos deles derivados dos instrumentos virtuais Strike, Structure e Velvet
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trumento) e ficam relacionados em uma barra (Instrument Bar) existente no topo do campo Arranger. Logo acima do campo Arranger, o usuário encontrará uma barra de controle (Control Bar), com os típicos comandos de condução (Play, Stop, Rec), as propriedades do projeto (tonalidade, andamento, subdivisão rítmica), metrônomo e o volume geral do programa. Como cada Clip (Individual, Multi ou Song) possui o seu próprio comando play/stop, o comando Play (também acionado pela barra de espaço do teclado do computador) existente nos controles de condução opera na função “Cued Clips”, a qual permite executar, simultaneamente, Clips que não se encontram no mesmo eixo, criando e reproduzindo diferentes timelines no mesmo projeto. Em sua seção de timbres, o Ignite oferece aos músicos mais de 275 presets, muitos deles derivados dos instrumentos virtuais Strike, Structure e Velvet (integrantes do pacote “Instrument Expansion Pack”, desenvolvido pela AIR para o Pro Tools), trazendo sons de pianos, guitarras, contrabaixos, bateria/percussão, cordas e metais, otimizados para carregamento rápido. Além desta expressiva biblioteca de timbres, o Ignite traz a seção Play, permitindo ao usuário fazer uso da tecnologia Smart MIDI Players para criar padrões rítmicos e frases musicais auto-
maticamente. São três diferentes modos de operação disponíveis na seção Play, a saber: Chord Player - cria sequências harmônicas (diatônicas) a partir da digitação de uma única tecla; Phrase Keys - cria melodias e padrões rítmicos (no caso de instrumentos percussivos) baseados em vários estilos musicais; Arpeggiator – cria sequências de notas individuais que têm como base a estrutura harmônica da música, em sete diferentes tipos de execução. Ao lado da tela Play, o usuário encontrará a tela Edit, trazendo um clássico Piano Roll (para os Clips com conteúdo MIDI) e um Waveform Editor básico (nos Clips com conteúdo de áudio), sendo que este último permite reposicionar o material sonoro dentro do compasso e ativar/desativar a base de tempo mestre do projeto nos arquivos de áudio, optando ou não pelo algoritmo de time stretched. Já a seção Sharing permite ao usuário compartilhar suas composições com outros usuários em diversos formatos, entre eles MIDI, WAV e MP3. O Ignite ainda é capaz de fazer o upload automático das músicas no SoundCloud (serviços gratuito de postagem e compartilhamento de músicas na internet), encaminhá-las via e-mail e exportar seções completas em arquivos de áudio individuais (muito útil para dar prosseguimento ao projeto em outros programas de áudio).
Para saber mais luciuspro@ig.com.br
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TECNOLOGIA| CUBASE | www.backstage.com.br 68
CUBASE7 Olá amigos, Na edição passada falei das novidades do Cubase 7. A partir da próxima edição vou iniciar tutoriais específicos dos plug-ins de mixagem desta versão, já que o Cubase 7 veio fortíssimo na finalização de áudio. Por este motivo vou reforçar alguns conceitos fundamentais de otimização da mix. Vale para todas as versões do Cubase e é conhecimento básico para seguirmos em frente com nossos tutoriais, buscando sempre o melhor resultado sonoro.
FERRAMENTAS
DE MIXAGEM Marcello Dalla é engenheiro, produtor musical e instrutor
D
entre muitas questões que envolvem o uso de plataformas digitais, as principais têm sido a qualidade da mixagem e da masterização. A sonoridade final é onde todas as etapas do trabalho vão desembocar. E é aí que surgem alegrias e tristezas, realizações e frustrações de tudo o
Figura 1 - Sessão com Clip selecionado
que foi feito em um projeto. Entre e-mails que chegam e dúvidas dos meus alunos, o assunto está sempre em voga. Temos abordado em nossos tutoriais ferramentas, funções e procedimentos que contribuem para a finalização de áudio no Cubase e de fato são os tutoriais mais esperados.
Funções de edição, recursos adicionais de vídeo, etc. também fazem sucesso, mas parece haver uma necessidade imperiosa e quase que unânime de trabalhar a mixagem com mais objetividade em bons resultados. Nos últimos tempos temos presenciado um grande crescimento dos home studios e estúdios Figura 2 - Escolha do Plug-in no Menu de pequeno porte. Entre tecnologias mais acessíveis, computadores mais poderosos, diversidade de produtos e marcas, nunca foi tão necessário o conhecimento técnico. O Cubase tem um arsenal de ótimos recursos para mixagem, mas a falta de conhecimento detalhado destes recursos e de como podem ser aplicados é a porta de um problema: muitas opções, sem uma objetividade no uso. Uma boa analogia seria aquele camarada que chega para almoçar em um self service imenso, lotado de opções maravilhosas e faz aquele pratão com sushi, sashimi, arroz a grega, farofa, maionese, batata sauté, camarão no bafo, batata frita, uma fatia de picanha mal passada e sobre uma folha de alface deita um pastelzinho de queijo. Muitas das situações de mixagem podem (e devem) ser resolvidas com mais simplicidade e objetividade. Vamos seguir nesta linha de raciocínio e explorar mais recursos para diminuir nosso prato e trabalhar a mixagem com mais transparência (e sabor). Mixagem transparente, saborosa, de fácil digestão (audição)... sem azia. Plug-ins são muito bem-vindos, mas, quando necessários. Uma boa forma de usá-los é avaliar inicialmente os canais da sessão de trabalho que precisam recebê-los como inserts. Digo isso porque existem duas formas de se aplicar plug-ins sobre um arquivo de áudio: 1) Como insert do canal > O Plug-in atua no CANAL e todo áudio que estiver neste canal será processado em tempo real. Esta é a forma mais comum. 2) Processando o plug-in sobre o Clip > Também
chamado de processamento offline. Neste caso aplica-se o plugin sobre o CLIP de áudio e o processamento gera uma nova versão do arquivo que passa a fazer parte da sessão. É esta forma que vou explicar em detalhes. Uma ferramenta importante que tem escapado ao conhecimento até mesmo dos mais familiarizados com o Cubase. Na Figura 1 vemos uma sessão de trabalho como exemplo onde o Clip correspondente ao arquivo Trompa 1 Solo está selecionado. O canal é stereo, pois a Trompa está posicionada no panorama correspondente da orquestra e processada com o reverb Reverence. Reparem que nos inserts não há nenhum plugin, ou seja, ainda não introduzimos nenhum processamento neste canal. Suponha que seja interessante trabalhar a equalização desta Trompa para buscar um pouco mais de brilho no timbre. Como o clip desejado já está selecionado, vamos até o menu Audio / Plug-ins / EQ e podemos escolher o GEQ 30, como mostrado na Figura 2. No mundo analógico, equalizadores gráficos não são muito usados na timbragem de instrumentos
Figura 3 - Aplicando o EQ no Clip
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Figura 4 - Clip em Processamento de EQ
“
Para ouvir o resultado sonoro sobre o arquivo, basta clicar no botão “preview” que o arquivo tocará em loop e em solo, permitindo o ajuste da curva de equalização com a audição do resultado
solo, mas o GEQ 30 é excelente para esta tarefa e o tenho usado em diversas situações. Na Figura 3 vemos a tela para aplicação do plug-in no clip onde fizemos uma curva suave para acentuar uma sonoridade mais brilhante e aberta à nossa Trompa. Para ouvir o resultado sonoro sobre o arquivo, basta clicar no botão “preview” que o arquivo tocará em loop e em solo, permitindo o ajuste da curva de equalização com a audição do resultado. Quando a equalização estiver ajustada, clicamos no botão “Process” e o arquivo é processado com o equalizador (fig. 4). O que evitamos? Pendurar um plug-in no canal e usar um processamento que pode ser necessário em outros plug-ins em canais principais, instrumentos virtuais, reverbs de convolução e efeitos que de fato demandem processamento em tempo real.
” Figura 5 - Offline Process History
Vamos dizer que em dado momento de nossa mixagem observamos que nossa Trompa poderia ter ficado um pouco mais brilhante e que precisa de um ajuste. Sem problemas. Cada clip guarda um histórico próprio de todo o processamento offline aplicado a ele. Podemos encontrar esse histórico selecionando o clip e acessando o menu Audio / Offline Process History, como mostra a Figura 5. A tela correspondente é mostrada na Figura 6 onde podemos clicar no botão “Modify”, alterar o equalizador GEQ 30 e processar nossa Trompa novamente. Vamos complementar nosso exemplo? Digamos que no contexto no final da mixagem fosse interessante uma suave compressão na Trompa para destacar passagens mais sutis do solo. Vamos lá, repetindo o processo, vamos aplicar o compressor VST3 nativo do Cubase
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car aplicando processamentos offline e modificando o tempo todo. Neste caso, o melhor é usar os inserts de canal que permitem a audição e ajuste em tempo real para seguirmos buscando o equilíbrio dinâmico e de frequências com os outros canais, como reza o procedimento padrão numa mix. Figura 6 - Modificando EQ na tela Offline Process History
conforme o menu Audio / Plugins / Dynamics / Compressor como mostrado na Figura 7. Mais uma vez a interface do plug-in é mostrada com os botões de comando. Ajustamos os parâmetros ouvindo o resultado solo em “Preview” e então vamos ao “Process” (fig. 8) para aplicar compressão em nossa Trompa. A Figura 9 mostra o arquivo em processamento. Abrindo agora o menu Audio / Offline Process History novamente, podemos observar a sequência de plug-ins aplicados sobre o arquivo, como mostra a Figura 10. Cada clip conterá sua história completa de processamento; cada um no seu quadrado, para que vocês Figura 7 - Aplicando Compressor não esqueçam mais. Os plug-ins em insert de canal demandam processamento, É claro que se nosso arquivo de áudio será ajustado mas são a forma mais coerente de procedermos nossas constantemente ao longo da mixagem (por exemplo, mixagens com os parâmetros disponíveis o tempo todo, uma voz solo numa canção), não é um bom negócio fisendo passíveis de ajustes e automações em função do contexto sonoro do projeto. Então, nossos canais estruturais, que serão constantemente ajustados na mixagem, permanecem com os plug-ins em seus inserts. O processamento offline pode ser destinado a instrumentos acessórios, que precisam de ajustes iniciais e seguirão seu caminho na mixagem apenas com ajustes de volume, mandadas para reverbs ou efeitos em paralelo. Estas consideFigura 8 - Parâmetros do Compressor Offline rações são úteis como um
Figura 9 - Processando o Compressor Offline
“
O que vai estar sendo aplicado em tempo real ou offline fica a nosso critério. É aí que cabe a consciência do que está sendo feito no projeto e do que cada situação demanda
”
cessamento. Alguns plugins como o delay também podem ser aplicados offline. O Botão “More” presente na tela de processamento abre opções adicionais de ajustes, incluindo o parâmetro “Tail” em que podemos deixar sobrando um tempo para que o delay não seja cortado ao final do arquivo.
Figura 10 - Offline Process History com EQ e Compressor
critério básico. Nada impede de usarmos as duas formas de processamento! Cada situação é uma. Podemos usar plug-ins offline em parâmetros que não sofrerão alterações frequentes em um arquivo e ele estar ocupando um canal com plug-ins nos inserts que demandam ajustes durante a mixagem. O que vai estar sendo aplicado em tempo real ou offline fica a nosso critério. É aí que cabe a consciência do que está sendo feito no projeto e do que cada situação demanda. Muita calma na hora de fazer o prato, pense no exemplo do self-service. Não saia pendurando plug-ins para todo lado, sobrecarregando os inserts, enchendo o prato de exageros se não for realmente necessário do ponto de vista de resultado sonoro de cada instrumento, voz e, principalmente, da mixagem. Caso sejam plug-ins ou funções que serão incorporadas ao arquivo e não vão mudar, faça offline, ganhe em qualidade de som e economize pro-
No Cubase 7 o conceito de mixagem foi refinado e novos plug-ins foram incorporados, alguns com um recurso inestimável para a mixagem, como o Voxengo Curve EQ. Um salto quântico que começaremos a explorar na próxima edição. Grande abraço a todos.
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OTIMIZANDO
SEU TEMPO Vera Medina é produtora, cantora, compositora e professora de canto e
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produção de áudio
O Templates, Screensets e Menu de Ferramentas: como tornar seu trabalho mais ágil e eficiente com o Logic Pro.
Logic Pro oferece uma gama variada de templates para agilizar o seu trabalho, mas também permite que você crie o seu próprio template. Afinal, cada um tem seu fluxo de trabalho, mas o que é bom para um, pode não ser para outra pessoa. E também temos estilos e variações musicais bastante extensas entre os usuários de DAWs. Podemos utilizar um template já existente como base ou referência para criar um novo, ou começar do zero.
Abrindo o Logic Pro, escolhendo no menu File > New temos três opções de tipos de templates: Explore, Compose e Produce. Já abordamos anteriormente que cada uma destas opções possui templates mais especializados e muitos deles, como citei acima, podem ser referencial para criação de templates novos. Mas vamos manter o foco no Empty Project (Projeto Vazio) que aparece em qualquer uma das três opções. (Figura 1). Como já diz o nome, este template não possui nenhuma configuração de tipos de trilha (áudio ou MIDI) ou instrumentos (virtuais ou externos).
Figura 2 – Modelando o projeto
Figura 1 – Escolhendo o Empty Project
Ao clicar nesta opção, o menu para escolher um tipo de trilha é aberto automaticamente, aguardando sua escolha para o tipo de trilha a ser criado. (Figura 2). Para criar um template básico, pense na forma que você gosta de trabalhar. Dependendo da variação do seu trabalho é possível configurar um número de trilhas de áudio e MIDI que permitam que você inicie um projeto imediatamente. Basta preencher a quantidade de trilhas
Figura 3
que você quer no espaço Number. Outras opções também estão presentes para um sintetizador virtual multitimbral ou ainda escolhendo um número específico de trilhas, se quer que elas apareçam de forma ascendente ou descendente. E por fim, a Open Library, que disponibiliza a Library na tela do lado direito ao finalizar as escolhas. Depois de escolher, basta clicar em Create e pronto. Em volta da janela Arrange, também há vários espaços customizáveis, tais como a barra de ferramentas e a barra Transport. Com o ponteiro do mouse localizado sobre a barra de ferramentas (área superior), clique do lado direito do mouse e algumas opções aparecem, incluindo Customize Toolbar. Aparecerá uma área com vários ícones, sendo que para customizar a barra de ferramentas basta arrastá-los para os espaços existentes ou substituir al-
Figura 4
guma posição (Figura 3). Ainda existe uma barra pré-configurada que pode ser arrastada, substituindo a barra atual. E relembrando, para a barra Transport, basta clicar com o mouse direito sobre a área da barra, que aparecerá a opção de customização (Figura 4). A única coisa meio chata nesta configuração da barra Transport é que ela deve ser feita para cada projeto, ou seja, sempre que começar um novo você verá a barra padrão do programa.
SCREENSETS O que são e para que servem? Você já tentou abrir várias janelas do Logic simultaneamente? Ou alternar entre mixer, sample editor, piano roll, score e hyper editor. Ou o processo fica mais lento, ou mais confuso. Muitas informações e troca de janelas cansam demais durante o trabalho de um projeto mais complexo. O Logic permite que você crie janelas específicas ao seu gosto e que as mesmas fiquem atreladas a um número do teclado do computador. Na configuração padrão, os projetos possuem apenas um screenset. Se você abrir o menu Window do Logic, verá uma série de janelas já configuradas bastando apenas apertar Command + o número correspondente (vide Figura 5). O mais inte-
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ressante na função Screenset é que você pode combinar uma série de janelas da forma mais produtiva para seu trabalho.
Figura 6
Figura 5
“
Se você quiser proteger as definições para os Screensets, é possível “trancálas”(lock) (vide Figura 7) e destrancá-las (unlock) (vide Figura 8). Os screensets que estão trancados ficam marcados por um ponto antes do seu nome para facilitar
”
Para fazer isto, basta apertar, por exemplo, o número 2. No menu aparece o título Screenset 2. Agora combine as janelas que você deseja atribuir a este número. Neste caso, feche a Screenset 1. Abra a janela Event List no menu Window, a posicione à esquerda da tela e abra em seguida a janela Score e aumente seu tamanho para se adequar ao restante da tela. Pronto. Temos o Screenset 2 configurado (vide Figura 6). Utilize os demais números para preencher outras configurações que sejam práticas, tais como automação, hyper editor, etc.
Figura 7
Se você quiser proteger as definições para os Screensets, é possível “trancálas”(lock) (vide Figura 7) e destrancá-las (unlock) (vide Figura 8). Os screensets que estão trancados ficam marcados por
Figura 8
um ponto antes do seu nome para facilitar. Outra funcionalidade pouco abordada pelos usuários do Logic é o menu de ferramentas (Tool menu) (vide Figura 9). Temos vários menus de ferramentas localizados na parte superior direita de cada uma das seguintes janelas ou editores: área Arrange, Event List, Score Editor, Hyper Editor, Piano Roll Editor, Environment e Sample Editor. Cada um deles possui suas particularidades, ou seja, possuem ferramentas distintas para uma determinada atividade principal da tela ou editor, mas também há ferramentas que são comuns a eles. Vou demonstrar a forma que eu utilizo o Tool Menu. Primeiro, vá em Preferences > General > Editing (vide Figura 10). Em Right Mouse Button (botão direito do mouse) você encontrará 4 opções para definir o que acontecerá ao pressionar este botão: 1) Is assignable to a Tool (é relacionado a uma ferramenta), 2) Opens Tool Menu (abre o menu de ferramentas), 3) Opens the Shortcut menu (abre o menu de atalhos) ou 4) Opens Tool and Shortcut menu (abre os menus de ferramentas e de atalhos). Na opção 1 você terá três ferramentas disponíveis no menu de ferramentas e, nas demais opções, duas ferramentas. Quando nas demais opções, a ferramen-
Figura 10
ta da esquerda representará a ferramenta utilizada diretamente através dos movimentos do mouse e a ferramenta da direita será acessada pressionando a tecla Command simultaneamente. Eu utilizo a opção 1 com mais frequência; desta forma, você terá acesso a três ferramentas simultaneamente. A primeira à direita é relacionada ao mouse diretamente, a do meio acessível através da tecla Command e à esquerda pressionando o botão direito do mouse. Desta forma, economiza-se um bom tempo nas edições, uma vez que ir e voltar ao menu é inicialmente normal, mas depois se torna algo muito cansativo e repetitivo. Vale a pena lembrar que sua escolha para trabalhar com o menu Tool fica também salva com seus Screensets. Uma forma rápiFigura 9
da para acessar o menu Tool é pressionar Esc enquanto se está navegando no meio da janela Arrange. Ele abre automaticamente e, com seus cursores ou mouse, você pode escolher uma outra ferramenta principal de trabalho. Existem mais opções de trabalho, mas você pode ir tentando identificar qual se adéqua mais ao seu tipo de trabalho (mixagem, masterização, etc).
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vera.medina@uol.com.br www.veramedina.com.br
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TRABALHANDO COM REPETIÇÕES NO
Usamos símbolos e sinais de repetição quando há a necessidade de informar ao músico um trecho que deve ser tocado novamente. Existem várias convenções e métodos para se fazer isso, e tudo depende da situação musical apresentada. O Sibelius tem a capacidade não apenas de escrever estas repetições, mas também executar estes comandos quando em playback, desde que estas repetições sejam escritas de uma maneira que o Sibelius entenda.
SIBELIUS
Cristiano Moura é produtor, engenheiro de som e ministra cursos de Sibelius na ProClass-RJ
R
ITORNELLO
Este símbolo de repetição talvez seja o mais simples, mais básico e mais utilizado. Para se criar um ritornello é
fig.1
muito simples. Clique em alguma barra de compasso e acesse a aba Notations e logo em seguida o botão Barline (fig.1). Lembre-se: além da escrita, agora o
fig. 2
Sibelius também vai “obedecer” esta repetição quando em play.
REPETIÇÃO DE PLAYBACK Ok, muito interessante este recurso do Sibelius reconhecer e executar um sinal de repetição, mas a verdade é que nem sempre nós queremos isso ativo. Imagine uma introdução de 16 compassos que tem ritornello para depois seguir para a segunda parte de uma música e que você esteja interessado em ouvir exatamente essa transição entre as duas partes. Ao apertar o play do início, vai precisar ouvir os 16 compassos + 16 compassos do ritornello para chegar exatamente no ponto que interessa. Muito cansativo e podemos evitar. É importante saber desligar as repetições durante o playback. Pelo Aba Play, encontre o botão “Repeats” (fig.2). Na caixa de diálogo que se abre (fig.3), selecione “Don’t play repeats” para
fig. 3
que o Sibelius não execute as repetições durante playback, ou “Automatic repeats playback” para que as repetições sejam “obedecidas”.
fig. 5
CODA CASAS DE REPETIÇÃO Casas de repetição são igualmente fáceis de criar. Para isto, selecione os compassos que interessam (fig.4A), acesse a aba Notations e perceba que a segunda área se chama “Lines”. É exatamente aqui que vamos achar as casas de repetição (fig5). Por último, basta clicar e pronto (fig.4B).
Comandos como “volta ao S” e “Da Capo ao CODA” talvez sejam os mais complexos de entender e criar. Apesar de ser muito simples colocar os símbolos e instruções, se colocados de forma errada, o Sibelius não será capaz de obedecer a ação no playback, então, é preciso ser um pouco mais sistemático.
fig. 4A
fig. 4B
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PREPARAÇÃO
“
Imagine uma introdução de 16 compassos que tem ritornello para depois seguir para a segunda parte de uma música e que você esteja interessado em ouvir exatamente essa transição entre as duas partes
”
Antes mesmo de criar o comando, vamos ajustar a partitura para a Coda. Primeiro, vamos criar uma separação entre o final da música e a CODA. Para isso, selecione a barra de compasso a ser separada, acesse Aba Layout, clique em Split System (fig.5A) para conseguir o resultado da figura 5B. Segundo, selecione na última barra de compasso, acesse a aba Notations e clique no botão “Barline” -> Double para criar uma barra dupla. (fig.6).
fig. 8
fig. 5A
fig. 5B
fig. 9 fig. 6
CRIANDO AS INSTRUÇÕES Agora chegou a hora de efetivamente criar a repetição. Novamente, selecione a barra de compasso e pela aba Text, clique em Styles -> Repeats (fig. 7). Repare que o botão “Repeats” fica no submenu “Common”. Lembre-se disso, pois será importante mais adiante. Agora, com o botão direito do mouse, acesse a lista de opções de repetições.
Por último, vamos indicar onde começa a CODA e aqui é que é preciso de muita atenção: selecione o primeiro compasso da CODA e pela aba Text clique em Styles -> Repeats exatamente como antes, porém, dentro do submenu “Tempo” (Fig.8). Agora basta clicar com o botão direito do mouse e selecionar a opção “CODA” na lista. (fig.9). Espero que tenham gostado! Estudem, pratiquem e, acima de tudo, divirtam-se! Abraços.
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fig. 7
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MICROFONANDO
GUITARRAS Em continuidade ao artigo anterior, vamos analisar mais possibilidades de multi-microfonação para a guitarra.
O Tamanho do seu Estúdio PARTE 10
Ricardo Mendes é produtor, professor e autor de ‘Guitarra: harmonia, técnica e improvisação’
T
RÊS MICROFONES:
Essa configuração é a que eu mais uso. Acredito que ela já me dá tudo o que preciso, mas é claro que a gente sempre pode querer mais. No entanto, considero essa configuração bem completa, pois pode me dar o brilho, o corpo e a profundidade. Basicamente coloco um microfone no centro do falante para captar as frequências high e mid-high. Uma coisa que podemos também fazer, caso queiramos “acalmar” um pouco os high se eles estiverem com um som meio “abelhado”, é inclinarmos um pouco o microfone (uma angulação de 30º a 45º é o suficiente) deslocando-o em relação ao eixo do alto-falante. Para esta posição uso normalmente o Shure SM-57 ou o Sennheiser e-609. A decisão de qual usar depende da música, da guitarra, do amplificador, do guitarrista, se vai chover no dia ou não etc. O segundo microfone, coloco na borda para me dar o mid-low da guitarra. Você deve prestar atenção ao timbre, pois se for colocado muito na borda o som pode ficar um pouco abafado. Caso isso aconteça, você pode reposicionar o microfo-
ne não tanto na borda, um pouco mais para o centro, ou então deixar o microfone na borda e inclinar o mesmo (uma angulação de 30º a 45º é o suficiente) em direção ao centro. Estas duas maneiras irão apresentar uma sutil diferença entre si. Veja, ou melhor, ouça qual soa melhor para você. Para esta posição uso normalmente o Shure Beta 58 ou o Sennheiser MD-421 O terceiro microfone, coloco afastado, de meio metro a um metro e meio de distância, de frente para o amplificador. Esse microfone é o que me dará a profundidade do som. Lembre-se do dilema universal do microfone: quanto mais próximo, mais definição e menos profundidade, quanto mais distante, mais profundidade e menos definição. Ache o ponto que for mais adequado para a música que estiver gravando. Para este microfone, normalmente eu prefiro um microfone Ribbon (no meu caso um Royer R-101), pois acho que eles dão um som mais aveludado, deixando a guitarra menos estridente. Mas um condensador, preferivelmente um de cápsula grande, também pode ser usado nesta posição. Uma dica: se você
“
“
tiver mais de um condensador, escolha o que seja menos brilhante. Um condensador ótimo para essa posição seria um Neumman / Telefunken U-47, mas esse microfone não é acessível à maioria de nós mortais. Nesse caso, podemos nos contentar com um Neumman U-87, AKG 414, AKG C-12 etc. A partir deste ponto eu começo a considerar luxo, experimentação
uma ambiência e estéreo. O ideal é usar um par de microfones iguais. Esta técnica é muito boa, especialmente quando houver apenas uma guitarra na música. Desse modo poderíamos posicionar no PAN cada microfone próximo (o do centro e o da borda do falante) ligeiramente afastados do centro do PAN, em uma posição entre 10L e 40L de um lado e 10R e 40R de outro, e os dois microfones de ambiência totalmente abertos no PAN, nas po-
Lembre-se do dilema universal do microfone: quanto mais próximo, mais definição e menos profundidade, quanto mais distante, mais profundidade ou indecisão. Seja qual for a das três opções, a coisa começa a ficar divertida justamente aí.
QUATRO MICROFONES: Vamos partir exatamente do conceito da configuração com três microfones, e tiraremos algumas variáveis: 4.1 - Na primeira variável, o que mudará será a microfonação do terceiro microfone. Vamos colocar dois ao invés de um, para se obter
sições 100L de um lado e 100R do outro. Dessa maneira você deixa a guitarra bem centrada, porém clareando um pouco o centro para a voz e a ambiência bem aberta, tornando o som dela mais envolvente. Existem algumas posições em que podem ser colocados estes dois microfones de ambiência:
Para saber mais redacao@backstage.com.br
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BAIXO ELÉTRICO| www.backstage.com.br 84
É hora de falar sobre a proteção do instrumento quando o carregamos para lá ou para cá, durante as gigs, gravações ou mesmo nas aulas. Estamos falando dos sacos, gigbags, estojos, cases e hardcases.
PROTEJA
SEU INSTRUMENTO DURANTE
O TRANSPORTE Jorge Pescara é baixista, artista da Jazz Station e autor do ‘Dicionário brasileiro de contrabaixo elétrico’
N
ada melhor do que manter o acabamento e, até mesmo, a “saúde” física do instrumento de forma integral. Para isto é sempre aconselhável transportá-los em sacolas apropriadas para este fim. Mas calma, isto não quer dizer que colocando o seu baixo dentro de uma sacola de supermercado você está totalmente livre e ileso
dos problemas relativos às pancadas, umidade, poeira e outros que possam afetar o instrumento diretamente. Neste caso, há uma variedade enorme de opções no mercado que podem facilmente se adaptar aos gostos, possibilidades e bolsos de todos nós, músicos preocupados com a integridade de nossas delicadas ferramentas de trabalho. O que diferencia cada tipo de família destas embalagens é a qualidade do material utilizado, o acabamento e, principalmente, o sistema de proteção semiparcial, parcial ou total do equipamento/instrumento. Alguns modelos não protegem quase nada e permitem apenas uma leve acomodação para o transporte (como, por exemplo, os sacos de transporte). Já outros protegem o instrumento de forma
integral, mas também sofrem o desconforto de serem mais caros e mais pesados (caso específico dos super hardcases acolchoados). Normalmente há opções diversas em relação a marcas e modelos encontrados nas lojas específicas. Porém, para os hardcases, há sempre a necessidade de uma encomenda prévia, incluindo o desenho e dimensões do instrumento para serem adequadamente confeccionados sob medida. Os hardcases trazem outra situação que é a necessidade de se ter/ usar um carro com bagageiro suficientemente grande para caber todo o “caixote”.
OS DIVERSOS TIPOS E MODELOS: Sacos: Estes são os modelitos básicos e não se encaixam bem na sessão “proteção”. São apenas uns bags sem forração nenhuma e funcionam mesmo como um grande saco de tecido com zipper e alças. Indicado apenas para bolsos extremamente rasos e instrumentos cujo dono não tenha muito apreço por eles. Além de tudo, é bem desconfortável de carregar. Gigbags: nesta sessão já começa a brincadeira, pois os gigbags são confeccionados com materiais melhores que os sacos (couro, courino, diversos polímeros) e vêm com forração. Alguns modelos são extremamente bem acolchoados e atraentes, bolsos frontais, laterais, alças de mão e de ombro, sendo, enfim, uma boa opção. Estojos: Quando há uma transição da parte dos carregáveis
no ombro para os estilo caixa de proteção propriamente ditos. Os estojos seriam os mais fracos deste setor, pois são geralmente construídos com madeiras finas e acabamento interior apenas razoável. O exterior deste tipo de embalagem pode ir desde os pretos e sem vida, até os tecidos coloridos ao estilo tapeçaria kashemira. São estreitos, finos e quadrangulares e, por conta do material fraco citado, não protegem contra danos ocasionados por materiais perfurantes ou quedas bruscas. Softcases: estes já vêm com madeiras melhores e alças mais confortáveis. Embora bem parecidos esteticamente com os estojos, os softcases protegem um pouco mais o instrumento em viagens mais longas. Cases: São construídos com materiais injetáveis (fibra e outros), criando formatos bem diversificados. A fibra tem uma tendência a amortecer os impactos recebidos, assim estes também são opções mais em conta e que protegem nossas ferramentas de trabalho. Hardcases: Por último, o extremo de tudo. O hard-
case é construído com madeiras escolhidas, perfis, perfilados, alças, dobradiças, enfim, todo o material de primeira qualidade (claro, alguns fabricantes usam materiais melhores e mais caros do que outros). O acabamento é sempre industrial, e para turnês longas e viagens circenses das bandas para lá e para cá, nada melhor do que manter o instrumento bem acomodado. A parte interior conserva o instrumento totalmente acomodado e acolchoado, tendo espaço para pedais, correias, cabos e afins. É uma opção cara, mas como já dissemos, é a melhor para quem viaja muito mundo afora. E depois de toda esta explanação o querido leitor e amigo ainda assim quer mais proteção para seu instrumento? Então, para além de ter que contar com um roadie fiel, de preferência que seja um gnomo pequenino que caiba dentro do hardcase, contrate uma companhia de seguros para seus contrabaixos. Paz Profunda .:.
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jorgepescara@backstage.com.br http://jorgepescara.com.br
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LEITURA DINÂMICA| www.backstage.com.br 86
A novela infantil que é sucesso entre a garotada pela emissora SBT teve sua trilha sonora inspirada em produções de Hollywood. redacao@backstage.com.br Fotos: Divulgação Colaboração: Marcelo Félix
MIXAGEM novela Carrossel Q
uando foi convidado para participar da produção da trilha sonora da novela infantil Carrossel, em 2012, Fausto Nobile já atuava há um ano no estúdio Flautin 55, em São Paulo, como engenheiro de gravação, mixagem e masterização nos projetos de Arnaldo Saccomani. “Fiquei muito empolgado com o convite, porque é muito emocionante trabalhar ao lado desse gênio que é o Saccomani e ainda fazer parte de um projeto tão importante”, ressalta. Atuando como engenheiro de gravação, mixagem e masterização, Fausto foi o responsável por 14 das 18 faixas do primeiro álbum da trilha sonora da novela. “Para esse projeto, resolvemos inovar. Fomos buscar inspiração nas
grandes produções hollywoodianas. Uma vez que hoje em dia a grande maioria das pessoas recebe em casa o áudio da emissora em estéreo e suas TVs e home theaters reproduzem esse áudio desta forma, adotamos mixagens ‘mais abertas’”, explica. Para esse trabalho, Fausto abusou das técnicas XY e MS tanto na captação quanto na masterização. Segundo ele, essas técnicas possuem compatibilidade em mono e dá um colorido especial ao estéreo. Além disso, aplicou, criteriosamente, no LR final de todas as mixes o Vitalizer MK2 da SPL. “O sucesso do trabalho foi tão grande que o CD atingiu, em pouco tempo, o 4º lugar nos mais vendidos. Tivemos diversas críticas
bém acabou caindo nas mãos de Fausto, trabalho em que também atuou como engenheiro de gravação, mixagem e masterização, sendo responsável por 14 das 23 faixas do primeiro álbum da trilha sonora Carrossel - volume 2. “A trilha sonora da novela Carrossel volume 1 ganhou disco de platina e o volume 2 está indo para o mesmo caminho. Com tantas vitórias, finalizamos há pouco o tema de fim de ano do canal e agora estamos acabando a trilha sonora de fim de ano do programa Astros”, enumera.
CONSULTORIA
Fausto Nobile mixou também o volume 2
positivas e a Televisa comprou a versão brasileira da novela com a trilha sonora junto”, comemora. Com o sucesso do primeiro álbum, o segundo volume da trilha tam-
Entre amigos de trabalho
O engenheiro, que atualmente reside na capital paulista, ainda encontra tempo para outros projetos paralelos. Ainda em 2012, Fausto começou a implantar um projeto de consultoria que desenvolveu junto com os amigos Marcelo Félix (PA de Jorge & Mateus) e Tonni Augusto Jr. (produtor técnico de Israel Novaes). A ideia é levar seus conhecimentos em áudio e em mixagem de CDs e DVDs, aliados à sua experiência de mais de 20 anos em shows, aos técnicos que atuam na estrada, tanto no PA como no
monitor. “Devido à correria do dia a dia dos técnicos de show, sentimos a necessidade de levar o conhecimento até os profissionais e criamos essa consultoria, que é totalmente itinerante e adaptável às necessidades de cada cliente”, conta. “Prezo muito pelo talento do ser humano, acho que essa premissa é muito importante e o melhor investimento que uma empresa pode fazer é no seu pessoal, o resto é periférico”, comenta.
RETORNO ÀS RAÍZES Paulistano nascido no Jabaquara, aos dois anos de idade mudou-se com a família para o interior do estado, só retornando à capital em 2004. A ida em definitivo para o áudio profissional foi com Davi
Além do estúdio, Fausto tem projeto paralelos
Um dos equipamentos do estúdio
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Prezo muito pelo talento do ser humano, acho que essa premissa é muito importante e o melhor investimento que uma empresa pode fazer é no seu pessoal, o resto é periférico
”
Fausto durante trabalho no estúdio
Fausto produziu dezenas de CDs e DVDs
Entre Chitãozinho e Xororó
Scolaro na Brasom Som & Luz, em Assis, como técnico de monitor, onde ficou por quase um ano, antes de mudar para Uberlândia. Nesse tempo em que morou em Uberlândia (MG), conheceu Wolkimar Zuanazzi (PA da dupla Rionegro & Solimões), que foi mestre e amigo e ensinou a Fausto os primeiros passos na vida da estrada. “Ajudei muitas vezes a equipe da Banda Jet Boys na montagem do seu sistema de som no clube recreativo de Assis em troca de aprendizado. Cláudio (Cabeça) e Wanderlei (Só Som) foram os primeiros técnicos de som a me darem uma força”, relembra.
A volta para São Paulo só aconteceu em 2004 e um ano depois foi apresentado ao guitarrista, violonista e produtor musical Ney Marques que, na época, além de proprietário do Estúdio Flautin55, era diretor musical do cantor Leonardo. Em poucos meses, foi convidado a assumir a gerência técnica do estúdio e se tornou o braço direito do Ney, participando da produção de dezenas de CDs e DVDs de artistas como Leonardo, Chitãozinho & Xororó, Guto & Nando, Pedro & Thiago, Exaltasamba, Maestro João Carlos Martins, Cezar & Paulinho e outros.
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ILUMINAÇÃO| www.backstage.com.br 90 É com enorme satisfação e honra que inicio uma conversa sobre a iluminação cênica neste espaço da Revista Backstage – e convido vocês para tratarmos de assuntos envolvendo vários elementos e recursos vinculados aos palcos e aos bastidores, como equipamentos e tecnologias, métodos, técnicas, conhecimentos, experiências e vivências.
DESVENDANDO
O DMX (512) Cezar Galhart é técnico em eletrônica, produtor de eventos, baixista e professor dos Cursos de Eventos, Design de Interiores e Design Gráfico do Unicuritiba. Pesquisador em Iluminação Cênica, atualmente cursa Pós-Graduação em Iluminação e Design de Interiores no IPOG.
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a iluminação cênica tudo se consolida e focaliza em um termo que resume a atividade: controle. E a chave do sucesso para a iluminação dos palcos para todo tipo de espetáculo ou show está centrada em três aspectos de con-
trole: visual (concebido, projetado e percebido pelos públicos), mecânico (pelas estruturas, equipamentos e instrumentos de iluminação) e elétrico/ eletrônico (pelos sistemas de alimentação, monitoração e pela infraestrutura).
para o controle da intensidade de brilho de vários instrumentos de uma só vez, que foi chamado de DMX 512 e que passou por melhorias e revisões desde então (em 1990 – atualização para dimmers e consoles; em 1998 – unificação do protocolo com a ESTA Entertainment Services and Technology Association ; 2006 - novo protocolo de comunicação bi-
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de brilho, onde cada canal enviava um par de dados (na forma de Bytes) para ajustes com 256 níveis de brilho, a partir do 0% até 100% (256 níveis para cada Byte; como cada canal trabalha com um par de Bytes, o total representa 512 bits). De fato, como esses circuitos eletrônicos se comunicam a partir de uma linguagem formada por 16 bits (chamada hexadecimal) que na
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Também não podemos nos esquecer do “autocontrole” (aquele mesmo, para equilibrar os “ânimos”) – necessário nas etapas de montagem e realização, para que todos os elementos acima tenham o melhor desempenho possível (assim como os profissionais envolvidos). Mas a combinação de controle com iluminação cênica nem sempre foi possível! Mesmo com a iluminação a gás (séculos XVIII e XIX) e com os primeiros dispositivos elétricos (fim do século XIX até a metade do século XX) problemas eram corriqueiros e, nem sempre, o que era planejado ocorria como o esperado. Da maneira como conhecemos - e interagimos com a iluminação cênica dos espetáculos e shows -, não podemos esquecer que há cinquenta anos o controle era parcial ou totalmente manual e individualizado. Somente na década de 1970 surgiram sistemas compatíveis com as tecnologias de eletrônica digital capazes de controlar mais de um instrumento de iluminação (aqui entendido como todo recurso de iluminação – projetores e efeitos, por exemplo). Mas ao mesmo tempo em que surgiam inovações e novas tecnologias, cada fabricante criava uma forma de controle, única e personalizada para os produtos daquela empresa. Foi então que em 1986 surgiu um padrão, criado e desenvolvido pela USITT (United States Institute for Theatre Technology, Inc.)
Em outras palavras, DMX 512 é uma especificação técnica para um sistema de comunicação digital de dados assíncronos projetado de maneira padronizada direcional; e 2009 – adição do Lightweight Streaming Protocol), e atualmente tem um nome mais complexo: “E1.11, USITT DMX512-A.” Mas por que “DMX” e por que “512”? Esse protocolo é de fato um conjunto de informações de várias fontes de dados digitais agrupados em um único canal. O dispositivo que codifica essas informações é um multiplexador (um circuito eletrônico formado por várias portas e buffers) e assim o nome “DMX” vem de um multiplexador digital (Digital MultipleX). Acredita-se que o número “512” foi originalmente adotado pelo padrão ter sido criado para o controle da intensidade
prática permite o endereçamento dos instrumentos de iluminação, foram considerados agrupamentos (ou “universos”) de até 32 equipamentos com base nessa linguagem. Sendo assim, 32 instrumentos com 16 bits totalizariam 512 canais de informações e dados para serem controlados por esse protocolo de forma única (sem dispositivos adicionais, tais como splitters, que ampliam esses números). Em outras palavras, DMX 512 é uma especificação técnica para um sistema de comunicação digital de dados assíncronos, projetado de maneira padronizada para gerenciar dispositivos de iluminação cê-
Diagrama simplificado para uma rede DMX 512
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Figura 3 - Cabo de dados para DMX 512
nica, tais como controladores, dimmers e efeitos especiais. Um sistema típico consiste de um dispositivo controlador e qualquer número de dispositivos ligados em rede, tais como moving lights, spotlights ou máquinas de fumaça, por exemplo. Figura 1 (foto de abertura): Dinâmicas e resultados possíveis com o DMX 512. Fonte: Visions Lighting Na prática, uma rede DMX 512 utiliza um equipamento controlador (mesa, console ou mesmo painel de controle), fabricado de acordo com a norma (ou seja, reconhece esse protocolo na comunicação de dados e com ele controla os recursos), e um “caminho”, formado por uma série de dispositivos ligados com cabos de um para outro em uma cadeia serial. Cada dispositivo neste sistema tem uma porta de entrada (“IN”) que é utilizada para controlar o aparelho e uma porta de saída (“OUT” ou “THRU”) para ser conectado ao dispositivo seguinte, nessa mesma cadeia. O último dispositivo da cadeia terá um Plug de terminação especial – chamado “Terminador” - instalado para fechar a rede em um segmento chamado de “universo” (como é conhecido e mundialmente compreendido). A utilização dos terminadores se justifica para evitar reflexões de sinal (que provocam perdas na intensidade do mes-
mo), distorções ou mesmo cancelamento total ou parcial do sinal. Na prática, um terminador nada mais é que um conector XLR macho com um resistor de 120Ù (1/2W) ligado entre os pinos 2 e 3. O valor estipulado se deve à impedância (ou resistência) do cabo especificado pela norma do protocolo, que varia entre 110Ù e 120Ù. Alguns dispositivos já possuem uma chave seletora para a ativação do terminador, caso este seja o último componente do “universo”. Sendo uma ligação serial (um instrumento conectado em série ao outro) há necessidade de separação dos instrumentos com endereços, de forma que endereços iguais tenham os mesmos canais com as mesmas configurações. Esse endereçamento individual em cada instrumento de iluminação pode ser fixado de acordo com os recursos disponíveis nesse equipamento: por um conjunto de “DIP Switches” (chaves seletoras para o endereçamento, a partir de uma combinação binária), display de LED, chave seletora rotatória ou softwares. São inúmeras as vantagens para o uso do protocolo DMX 512: facilidade de interoperabilidade de equipamentos, dispositivos e instrumentos de iluminação (com várias marcas diferentes); padronização no ajuste dos parâmetros para diversos instrumentos dinâmicos
Figura 4 - Conector Terminador
(tais como Moving Heads e Refletores PAR LED); memorização de informações e cenas; acessível e amplamente utilizado na operação de projetos de iluminação cênica. Com a evolução tecnológica, equipamentos com padrão Wi-Fi já estão disponíveis para dispositivos de regulação e controle para iluminação cênica. Nestes sistemas, o controlador envia sinais pelo cabo DMX padrão para um transmissor sem fio onde são convertidos em sinais de Wi-Fi e assim transmitidos. Receptores que convertem o sinal de volta para o formato padrão DMX 512 enviam-nos para as portas de entrada dos dispositivos a serem controlados. Mas isso já é assunto para uma próxima conversa!
OBSERVAÇÕES E DICAS: •O protocolo original foi desenvolvido para equipamentos cujas saídas seriam desenvolvidas com o uso de conectores fêmea XLR-5 (com 5 pinos). Entretanto, o mercado incorporou o uso de conectores XLR-3 a partir de 1998, e ainda hoje é possível encontrar equipamentos para o uso com os dois tipos de conectores. •Sendo o DMX 512 um protocolo de dados digitais, todo o sistema de conexões preza pela utilização de cabos para dados, ao invés de cabos de áudio. Desta forma, é altamente reco-
mendável o uso de cabos próprios de DMX (chamado também “paralelo”), pois além das características construtivas serem consideradas para condições propícias ao fluxo de dados (além da impedância, a capacitância), e assim, melhor desempenho, a blindagem é mais robusta, evitando assim maiores interferências externas. •Nas especificações técnicas do protocolo é recomendada a distribuição do sinal com o protocolo DMX 512 numa extensão de 1000m por cabeamento. Mas na realidade, é recomendável uma extensão máxima de 300m, para maior segurança e confiabilidade. •Caso seja inevitável o uso de cabos de áudio para a ligação de dispositivos e instrumentos de iluminação, alguns cuidados devem ser considerados, impreterivelmente! Deve-se evitar ao máximo a proximidade com outros equipamentos que possam gerar ruídos e assim possam causar interferências no sistema. Para os terminadores, o valor do resistor deverá ser também diferente, pois um cabo de áudio tem impedância entre 50Ù e 70Ù Assim, ao invés de um resistor de 120Ù, deverá ser usado um resistor de 56Ù ou 82Ù. Ah! Nunca usar o cabo em “Y”! Abraços e até a próxima!!!
Para saber mais redacao@backstage.com.br
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ILUMINAÇÃO| www.backstage.com.br 94 Sucesso nas telonas, A Era do Gelo ganhou versão teatral num espetáculo sobre o gelo, que estreou em setembro no Reino Unido. O espetáculo está programado para fazer uma turnê internacional pelos próximos cinco anos e apresenta uma coletânea de magia, música, fantasia, acrobacia e ação dirigida por Guy Caron e produção de Hans Staal, da holandesa Stage Entertainment Touring Productions. redacao@backstage.com.br Fotos: Divulgação
A Era L
uc Peumans, da empresa belga Painting With Light, foi o responsável pelo projeto de iluminação deste novo show, uma adaptação do filme animado da 20th Century Fox com os mesmos personagens, porém em uma nova história. Desta vez, Manny, a marmota; Sid, a preguiça; e Diego, o tigre dentede-sabre se aventuram por diversos locais gelados para resgatar seus amigos que haviam sido sequestrados. E para contar essa aventura, o co -diretor Michael Curry, além de criar as fantasias, construiu personagens animatrônicos para o show.
Peumans trabalhou em muitos outros projetos da Stage Entertainment nos últimos anos, incluindo o Holiday On Ice, desde 2005. O ponto de partida do lighting designer para construir esse projeto de iluminação foi, antes de tudo, ter ideia do que de fato seria necessário para um espetáculo teatral. Por isso, em vez de criar um approach para uma simples apresentação no gelo, procurou fazer uma iluminação criativa a fim de complementar o vídeo. Por isso, a necessidade de criar um backdrop, uma espécie de painel digital, para entrar no clima de cada cena.
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mento da maioria dos equipamentos de iluminação bem como para as cenas do voo para os personagens e a fixação dos elementos de cena.
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vistos nos teatros. A iluminação projetada ajudou a dar vida aos personagens, com as fantasias recebendo um excesso de luz, junto com um
O ponto de partida do lighting designer para construir esse projeto de iluminação foi, antes de tudo, ter ideia do que de fato seria necessário para um espetáculo teatral rock-face grande e inflável colocado abaixo dos telões de vídeo. Um grid de iluminação instalado acima do gelo proporcionou o posiciona-
Peumans escolheu 60 LEDWash 1200s da Robe para usar como base, luz lavada geral sobre o gelo e sobre os principais elementos do
do Gelo Mais de 300 gobos especiais foram usados em uma variedade de moving lights da Clay Paky para ajudar no processo de combinação e de textura do gelo e dos elementos do cenário. Outra consideração vital para a iluminação em geral foi o ângulo de visão das arenas que iam de 180 a 270 graus, oferecendo uma vista mais aberta e ampla do que os padrões
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Vinte LEDWash 600s Robe foram posicionados no chão e em volta da pista de gelo, deslizando na superfície e proporcionando níveis baixos de cruzamento das luzes
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Foram utilizados mais de 300 Gobos da Clay Paky para conseguir a textura exata nos cenários e elementos de palco
cenário. Seis foram posicionados no backstage para acender a parte de trás e os vazios que apareciam quando a tela se abria. Vinte LEDWash 600s Robe foram posicionados no chão e em volta da pista de gelo, deslizando na superfície e proporcionando níveis baixos de cruzamento das luzes para as performances e o coro dançante. Para os Spots e Profiles, foram pedidos os Alpha da série 1500 da Clay Paky, 32 Spot HIPEs e 26 para os Profiles, que estavam presos por todo o grid. Os Spots estavam distribuídos de forma que criassem uma textura de gobo, revestissem com cor, pintando as superfícies e os personagens com posições especiais. O rock-face foi aceso com apenas seis Alpha Spot encaixados com máscaras especiais a fim de prevenir qualquer vazamento de luz.
Wildfire UV e LEDs personalizados foram usados para ascender as estalactites penduradas no teto
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Iluminação projetada ajudou a dar vida aos personagens
Cinco 1500 Alpha Profile foram usados como luzes seguidoras, com os pan/tilt removidos e com os botões de dimmer e controle de Iris adicionados. Botões on/off e de intensidade foram controlados a partir de uma mesa grandMA2, que tinha a deixa da iluminação a partir de um timecode gerado a partir da trilha sonora. Aliás, esse foi um toque pessoal de Peumans para assegurar que todas as combinações ficassem harmoniosas com o restante da iluminação. Também no rig estavam um Wildfire UV e alguns praticáveis de LED personalizados pela Ivent Design, inventado por Peumans para acender a série de estalactites que estavam pendura-
das abaixo do grid de trussing. Outro item personalizado era o teto em forma de céu com estrelas com 600 pontos de LED Nanno. Levando em conta a extensão e complexidade do show, o rig de iluminação foi bem enxuto, pois tudo ainda tinha que caber em apenas um caminhão. Então, cada equipamento teve que ser multifuncional. Depois de o show montado, a iluminação – programada em uma grandMA2 de tamanho grande e controlada por uma grandMA2 light – é operada pela equipe de turnê da Stage Entertainment. Todos os equipamentos de iluminação foram fornecidos pela empresa de locação belga Phlippo Showlight. Além do lighting designer, a Painting With Light também forneceu e programou o servidor de mídia Coolux Pandora’s Box, armazenando todo o conteúdo de vídeo. O programa faz uma interface com o sistema de automação Kinesys para que o vídeo seja redimensionado em tempo real e caiba exatamente nos
Ângulo de visão da arena chegava a 270 graus e foi importante para o projeto de iluminação
Fantasias ganham destaque com “excesso” de luz
Iluminação ajudou a dar vida aos personagens
paineis de LED nos momentos em que eles se abrem e se fecham para as entradas e saídas. Trabalhar com o Coolux permitiu que os programadores da Painting with Light, Paco Mispellers (iluminação) e Jo Vaas (vídeos e personagens animatrônicos) desenvolvessem uma interface completamente nova à fala, e que a Pandora’s Box fizesse o sincronismo das vozes dos personagens, embutidas na trilha so-
nora, com os movimentos da boca dos personagens animatrônicos. Peumans ressaltou que produzir uma série de momentos tão mágicos e emocionantes o deixou com a sensação de estar fazendo um filme, mas com personagens reais atuando. “Esta é uma das vantagens do teatro sobre os filmes... você pode deixar sua imaginação fazer o resto. A plateia vê os personagens que eles amam bem de perto e acabam imersos na história com eles.”
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KARINA CARDOSO | REDACAO@BACKSTAGE.COM.BR Eyshila começa divulgação de seu novo CD
CARAVANA RAUL GIL RECEBE AO CUBO A Caravana Raul Gil, que foi realizada em São Paulo no dia 17 de outubro, contou com 19 atrações, incluindo o grupo de rap Ao Cubo. A partir de discursos sociais, o quarteto conseguiu de forma plena passar a mensagem do Evangelho através do movimento musical e cultural ao qual pertence. Esta foi a segunda edição da caravana, que contou com a grande apresentação de Soraya Moraes, da Graça Music, em sua estreia.
A cantora Eyshila está divulgando seu primeiro álbum Jesus, o Brasil te adora pela Central Gospel Music. Em inúmeras festas e eventos em geral, ela vem apresentando suas novas músicas, além de relembrar antigos sucessos que marcaram gerações de adoradores. O lançamento nacional ocorreu dia 24 de novembro no programa Vitória em Cristo, do pastor Silas Malafaia, onde foram transmitidos clipes inéditos de Eyshila.
Kleber Lucas volta a Vigário Geral com “Profeta da Esperança” Kleber Lucas marcou presença na Praça Tropicalismo, no coração da comunidade de Vigário Geral (RJ), para o show de lançamento de seu mais novo trabalho pela MK Music, o CD Profeta da Esperança. O evento é organizado pelo Grupo Cultural Afro Reggae. O show foi beneficente e com objetivo de restaurar e resgatar vidas. Esta foi a segunda vez do cantor na comunidade.
Dinah Santos entra para a família Graça Music A gravadora Graça Music assinou contrato com a cantora pentecostal Dinah Santos, que já possui quatro CDs e um DVD, produzidos de modo independente. Dinah já entrou em estúdio para iniciar a pré-produção do primeiro CD pela gravadora, que terá Jairinhho Manhães como produtor musical.
ASSEMBLEIA DE JAMES RIVER CANTA OS LOUVORES EM NOVO SISTEMA GTO LINE ARRAY SPEAKER A Assembleia de James River recentemente atualizou seu sistema de som com a peça central sendo o sistema GTO Line Array Speaker. Ele foi projetado e instalado pela Organização de Eventos Especiais (SES), que proporcionou a clareza necessária para os sermões. O sistema é composto de duas principais matrizes, cada uma com seis armários GTO e um alto-falante para baixo na parte inferior da matriz. Os subwoofers são destaques com Lab 21 HS. A área de estar na sala principal está em um arco de 280 graus para o centro do palco. Como a plataforma é muito grande, os subwoofers estão alinhados no centro do palco por trás das peças cênicas no chão como um sistema sub arco.
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Lançamentos Questiona ou Adora Flodelis
Sou Peregrino Ricardo Robortella
O lançamento do CD Questiona Ou Adora continua a todo vapor. O novo trabalho de Flordelis pela gravadora MK Music entrou em turnê no exterior no dia 29 de novembro. No dia 8 de dezembro, Flordelis lançou o álbum na Catedral do Avivamento Mundial, nos Estados Unidos.
Sou Peregrino, o novo CD de Roberto Robortella, é composto por uma palavra profética, sete versões de ministros como Chris Tomlin, David Crowler, Jesus Culture e IHOP, sendo quatro delas composições do próprio Roberto. O CD ainda conta com a participação de Fernandinho, Nívea Soares, David Quinlan e Fabiano Bremer.
Uma História de Amor Adhemar de Campos
Até o Fim Dani Silva
O CD Uma História de Amor, de Adhemar de Campos, da gravadora Onimusic, é uma produção em família, pois conta com uma grande participação e colaboração dos filhos do cantor. O novo projeto de Adhemar nos faz refletir sobre o amor eterno e a celebração de Deus. O álbum possui faixas com diversos gêneros musicais, passando pelo pop e até mesclas de black e house music.
Acaba de chegar às lojas de todo o Brasil o novo CD do Ministério Davi Silva,Até o Fim, em parceria com a Onimusic. Este novo trabalho foi gravado ao vivo na Comunidade da Graça, em Londrina – PR. Mais de 3 mil adoradores participaram, aprovando as 10 faixas que compõem o novo álbum. Além de tudo, o projeto ainda conta com a participação de vários músicos, incluindo Fernandinho, Adhemar de Campos, Nívea Soares, Asaph Borba, entre outros.
Diante do Rei Nova Jerusalém O Ministério Nova Jerusalém acaba de lançar o novo CD, Diante do Rei. Para a divulgação deste trabalho, foram realizadas diversas promoções, incluindo a Semana Ministério Nova Jesusalém. Este é o sétimo trabalho do Ministério, que foi gravado ao vivo, durante o Culto do Renovo, na Igreja Batista Nova Jerusalém, no Rio de Janeiro. Com 12 faixas inéditas, sendo algumas de composição do próprio grupo, o álbum traz o melhor do estilo Louvor e Adoração.
R.A.B.T. (Rompendo a Barreira do Templo) Rodolfo Abrantes O CD R.A.B.T. – Rompendo a Barreira do Templo foi produzido por Ricardo Vidal, conhecido por seus trabalhos com O Rappa. Cheio de elementos do rock cru, punk e folk, com distorções e bastante energia, o CD traz o primeiro single de Rodolfo, a música Nível Raso, que em poucos dias alcançou milhares de visualizações do Youtube.
redacao@backstage.com.br
MK Clipes Collection Kleber Lucas O DVD de clipes de Kleber Lucas é o registro audiovisual do cantor, da MK Music. Com quinze anos de carreira, ele foi ganhador de vários Discos de Ouro e Platina, tem um acervo versátil, com canções de adoração e ministrações. Neste DVD, estão reunidos 26 vídeos, entre clipes, miniclipes e apresentações ao vivo, que marcaram vidas e histórias ao longo de sua carreira. O destaque do projeto é o primeiro clipe de Kleber, Verdadeiro Amor, de 1997, seu maior sucesso.
Aceito o Teu chamado Bruna Karla Bruna Karla finalmente lançou seu novo projeto após três anos sem novos trabalhos inéditos. Seu novo CD Aceito o Teu chamado traz músicas de vários compositores, todas com letras fortes e mensagens de fé. Este é o sexto CD da cantora pela gravadora MK Music e o sétimo de sua carreira. O último CD de Bruna, Advogado Fiel, foi indicado ao Grammy Latino 2010 e até hoje tem canções entre as mais pedidas nas rádios.
Editora Sextante lança... ...livro 25 Leis Bíblicas do Sucesso Da autoria de William Douglas e Rubens Teixeira e prefaciado por Eike Batista, o livro 25 Leis Bíblicas do Sucesso mostra que a bíblia é o melhor manual sobre o sucesso já escrito até hoje. O livro demonstra 25 lições sobre a importância do esforço e da dedicação ao trabalho, da incansável busca de conhecimento e evolução pessoal, do respeito aos outros e, acima de tudo, de um forte senso de honestidade. Como destaque, o livro demonstra que não importa qual é a sua religião, a base de uma vida próspera é a mesma para todos.
II SALÃO GOSPEL APRESENTA A PEÇA “LUZ DO CÁRCERE” Escrita por Alessandra Terrazas, a peça Luz do Cárcere tem 48 minutos e será, sem dúvida, um dos grandes acontecimentos dentro do II Salão Internacional Gospel, que será no dia 20 de abril de 2013, sábado, às 18 horas, no Centro de Exposições Imigrantes, em São Paulo. A entrada é gratuita.
THALLES RENOVA CONTRATO ARTÍSTICO COM A GRAÇA MUSIC Thalles e Graça Music estão em uma nova fase. A equipe da gravadora foi até a casa do cantor, em Minas Gerais, por dois motivos: a entrega de mais três Discos de Platina e a renovação do contrato artístico de exclusividade, selando, por mais três anos, a parceria. E os frutos já serão colhidos no próximo ano, quando o cantor lançará um CD inédito e um DVD, que, provavelmente, será gravado no Rio de Janeiro. A continuação do projeto Raízes e a produção de um trabalho infantil também estão nos planos da gravadora.
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Prédio mais antigo, do século 18, não comportava mais o número de fiéis nas missas
Uma das três mais antigas do Rio de Janeiro, a paróquia de Nossa Senhora do Loreto investe em sistema line array. Miguel Sá redacao@backstage.com.br Fotos: Divulgação
O som da paróquia NOSSA SENHORA DE LORETO
A
Paróquia Nossa Senhora do Loreto é uma das três mais antigas do Rio de Janeiro. Isto não impede que novas ideias sejam aceitas para melhorar a difusão da Palavra entre os fiéis. O novo áudio da igreja começou a surgir em 2011, como parte das comemorações dos 350 anos da paróquia. A inspiração veio de uma viagem do pároco Sebastião Noronha Cintra para a Jornada Mundial
da Juventude no ano passado, em Madri, Espanha. A boa qualidade do som durante o discurso do Papa, mesmo com a grande quantidade de pessoas presentes, despertou o pároco para a necessidade de melhorar a qualidade do áudio na igreja. A história desta paróquia está ligada ao bairro da Freguesia, em Jacarepaguá. Fundada em 1661, a Freguesia de Nossa Senhora do Loreto e Santo Antônio de
de São Paulo, fundada por Santo Antônio Maria Zaccaria. A ordem também é responsável pela paróquia de Nossa Senhora de Nazaré, em Belém do Pará. Lá acontece a maior festa religiosa do Brasil, o Círio de Nazaré.
Lista de equipamentos
Padre Sebastião e técnico de som Tiago Braga
Jacarepaguá teve a sua primeira igreja em 1664. A igreja atual foi construída em meados do século XVIII e sofreu reformas no decorrer dos séculos XIX e XX, como a construção da segunda torre, em 1936. Desde 1921, a paróquia é dirigida pelos Barnabitas, cujo nome oficial é Ordem dos Clérigos Regulares
Som Do Altar •1 line Array Attack Versa 206. • 2 Monitores de Altar Leacs Pups • Sub Attack 1810A/1880P Som do Ministério de Música • 6 Mic Samson Q7 • 2 Monitores Leacs Pups 550 Ativo e Passivo • 1 Cubo de Baixo Ampeg Ba-115 • 1 Cubo de Guitarra Meteoro Rx-100 • 1 Bateria Michael completa • 1 Kit Mic Bateria Karsect • 1 Sub Leacs Vip 600 Ativo e Passivo. • 4 Fones AKG K414p • 1 Mesa Yamaha MG 32/14fx • 1 Equalizador 3102 Behringer •1 Equalizador 1502 Behringer •1 Processador MDX 4600 Behringer •1 Power play Ha8000 Behringer
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Novo local para missas precisou de novo sistema
Sistema lateral
A paróquia de Nossa Senhora do Loreto tem dois lugares onde são celebradas as missas: a igreja antiga, que é um prédio histórico, mais usado nos fins de semana em missas especiais, e o antigo
Line da Attack e side da Leacs
ginásio poliesportivo. O local, que já era usado desde os anos 1980 para eventos maiores, foi reformado para, definitivamente, se tornar local de celebração das missas nos fins de semana, quando é maior a quantidade de fiéis. No lugar da quadra, hoje há um altar. Mas o som não era satisfatório. “Foi quando chegou o técnico de som Tiago Braga. Ele caiu do céu para nós”, comemora o pároco. Foi durante as comemorações dos 350 anos da Paróquia, em 2011, que Tiago Braga, incentivado pela vontade do padre Sebastião Noronha Cintra, começou a dar forma ao novo som da igreja. “Não se conseguia escutar nada aqui. O pessoal reclamava muito”, lembra o técnico. O modelo para o sistema do antigo ginásio veio da Catedral Metropolitana de Londrina: o técnico decidiu pela instalação de um sistema line array Attack Versa 206 com quatro caixas e um sub para o som do público. O retorno para os celebrantes das missas segue também o modelo construído em Londrina, mas as caixas são Leacs da linha Pulps. O Ministério de Música também foi beneficiado por investimentos, adquirindo-se uma bateria completa, amplificadores Ampeg e Meteoro, fones AKG, microfones Samson e Karsect, equalizadores e processador da Behringer, além de uma mesa Yamaha.
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LUIZ CARLOS SÁ | www.backstage.com.br
Lins de Barros, poeta, cientista, pesquisador, mas antes de tudo amigo, me convidando para um mega-sarau em seu apê de Copacabana. Nelson costumava reunir de figurinhas carimbadas da MPB a jovens promissores. Ei, rapaziada, “Jovens Promissores” sempre existiram e existirão, a diferença é que naquela época nós não precisávamos sertanejar ou pagodear pra fazer sucesso, entende? Como Cultura não era uma coisa encarada como um privilégio de elites, valia falar e tocar de tudo, o que livrou quase três décadas de ditadura de serem absolutamente estéreis em termos de criatividade. Mas
Vivendo e
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conhecendo N uma quadra da História Humana em que nos esprememos entre multidões virtuais – vide o Facebook – e solidões físicas, paro pra pensar em todos os amigos que tenho. Dos mais antigos, lamento a distância, já que por circunstâncias diversas minha vida se dividiu por três cidades: nascido, crescido e vivido carioca, mudei-me de armas e bagagens pra São Paulo antes dos trinta e lá fiz grandes novos amigos nos quase quinze anos em que morei, respirei e me refastelei na cosmopolitérrima atmosfera da Megalópole, escola ímpar de maturidade, ENEM de vida... hoje vivo dividido entre a deliciosamente provinciana BH e as trezentas cachoeiras do arraial de Santo Antônio do Rio Acima, às margens da Estrada Real e do rio das Velhas, onde tenho a felicidade de fazer música olhando para estrelas ainda nítidas (pelo menos por enquanto) e novos amigos com sotaque diferente daqueles que já me haviam soado antes. E porque aqui falamos de música, lembro principalmente dos inúmeros companheiros que conheci nesses quarenta anos de tocação, viajação, cantação e composição. Pra começar, lá pelos meados dos fabulosos ou não anos sessenta, estava eu quieto no meu canto solo quando recebi um telefonema do inesquecível Nelson
ali, naquela noite em particular, Nelson me apresentou a um baianinho magrelo e narigudo que depois pôs-se a cantar umas músicas diferentes sobre temas que eu jamais ouvira antes, rios, navios-gaiola, romarias... Assim conheci Guttemberg Guarabyra, que poucos anos depois me apresentaria outro Brasil e seguiria uma história de vida comigo. Naquela mesma noite eu conheceria o poeta e teatrólogo Chico de Assis, com quem eu comporia três músicas, entre as quais “Menina de Hiroshima”, logo gravada por Nara Leão, anterior à “Rosa de Hiroshima” de Vinícius, gravada pelo Secos & Molhados, ambas assombradas pelo horror à catástrofe atômica que nossa geração herdara da Segunda Guerra. Nara era um doce de pessoa, apaixonável à primeira vista. Anos mais tarde ela gravaria outra música minha, dessa vez, pasmem, uma marchinha de carnaval. Convivemos pouquíssimo, mas foi inesquecível pra mim ver minha musa-bossanova-protesto cantando minhas músicas. Pouco tempo antes, o mesmo Nelson me levara ao júri de um então importante festival estudantil carioca, o do Colégio de Aplicação. Lá me impressionei com a eficiência de um quarteto vocal, o MomentoQuatro. Depois de terminado o festival, fui lá cumprimentar os rapazes e
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foi assim que de um só golpe conheci quatro amigos queridos, todos meus futuros colaboradores em discos, arranjos e composições: Ricardo Villas – que viria a ser meu cunhado e tio de dois dos meus filhos – Mauricio Maestro, que me brindou com belos arranjos instrumentais e vocais, David Tygel, meu futuro companheiro de quarto no icônico Solar da Fossa e - last but not least Zé Rodrix, parceiro e amigo meu até a última palavra. O apê de Nelson foi também a incubadora do Grupo Mensagem, assim batizado por Armando Costa e Paulo Pontes, do Grupo Opinião, que eu, Sidney Miller, o futuro cineasta-então-letrista Paulo Thiago, a futura Quarteto em Cy Soninha Ferreira e Marco Antônio Menezes formamos para participar do espetáculo musical “Samba Pede Passagem”, onde acabei por conhecer Baden Powell, o MPB4 e Aracy de Almeida, além de sambistas populares como Bidi da Imperatriz, Padeirinho da Mangueira e Zé Kéti, amigo de Sidney, que embora não integrasse o espetáculo, aparecia com frequência. Aracy foi um capítulo à parte. O fato de ser rainha do esculacho não impedia que eu a olhasse como uma Deusa, devoção herdada da minha infância passada em Vila Isabel, onde ela cantando Noel era presença preferencial na vitrola paterna. Compartilhar um espetá-
Aracy foi um capítulo à parte. O fato de ser rainha do esculacho não impedia que eu a olhasse como uma Deusa
culo com Aracy e Baden era uma coisa tão impensável pra mim quanto uma viagem à Marte sem tanques de oxigênio. As noites no Opinião me levavam a uma terra distante da minha realidade de pós-adolescente da zona norte. Eu teria que ser um Saramago para expressar isso em português... ver Aracy cantar “Feitio de Oração” todas as noites supria com sobras meus mais loucos sonhos de profissionalização musical. Logo no ano seguinte, eu e Sidney Miller passamos a integrar o elenco de um programa da TV Excelsior SP, centrado na então chamada “música de protesto”, com Vandré, Sergio Ricardo e outros. Éramos todos contra-
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tados do empresário Guilherme Araújo, figuraça empreendedora da época. Um fim de noite, Guilherme me ligou e pediu que eu fosse ao seu escritório, que ficava em Copacabana em cima do antigo cinema Ricamar, pra fazer companhia a um jovem baiano que acabara de chegar, bom compositor e cantor: - Leva ele na lanchonete lá em baixo. A lanchonete do Ricamar fazia um legendário sanduíche de salaminho com queijo. Comemos os dois, com devoção, nossos sanduíches e quase não nos falamos, mas nos sorrimos muito, pelo prazer da comida e da companhia. Foi assim que conheci Caetano Veloso. Ainda no escritório do Guilherme passei bons momentos ouvindo Gracinha – que Guilherme depois batizaria de “Gal Costa“ – cantar minha música “Samenina”. Ela queria gravá-la no LP “Domingo”, que fez com Caetano. Eu passava tardes inteiras no centro do Rio, entre os estúdios da Odeon, no final da Rio Branco, e da então Philips, depois Polygram, quase na esquina da Almirante Barroso. Nessa época eu formava com Paulinho Machado, Nelsinho Batera, Chiquinho Aguiar e Malu um grupo chamado ”Charanga”, produzido por Nelson Motta. Nelson me tirou do térreo do prédio da Philips, onde eu estava lanchando, e me levou correndo para um dos estúdios da gravadora, algumas escadas acima. Reclamei da correria: - Que é isso, Nelsinho? - Você tem que ouvir esse cara... Entramos na técnica. Dentro do estúdio um garoto barbudo tocava e cantava com uma garra espantosa. Parei de protestar e fiquei escutando o rapaz: -Ééé... – Sorri pro Nelson. - Vamos lá – ele disse, ao final da gravação – vou te apresentar a ele. Foi assim que eu conheci o Ivan Lins. Aquele meu parceiro do Charanga, o tecladista Paulinho Machado, me levara anos antes pra Brasília, onde ele tinha um programa local de TV chamado “Dimensão”. Além do trio instrumental comandado por Paulinho, participavam também um cantor e uma cantora. Ela, Glória, uma mulata cheia de suingue, levava os sambas. Ele, um rapaz magrinho, sério, tinha um timbre de voz estranhíssimo, que chamava a atenção, e cantava os afrosambas de Baden e Edu Lobo. Ficamos instantaneamente amigos. Foi assim que conheci Ney Matogrosso.
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Eu passava tardes inteiras no centro do Rio, entre os estúdios da Odeon, no final da Rio Branco
Anos mais tarde, em São Paulo, cheguei um belo dia na minha Vice Versa, o estúdio que eu dividia com Rogério Duprat, Guarabyra, Luiz Botelho e Vanderlei Rodrigues. Quase caí de costas quando, na porta do estúdio, vi duas – eu disse duas! – Ferraris, uma amarela e outra vermelha. Entrei esbaforido e dei de cara com meu amigo Beto Ruschel, cantor e compositor gaúcho, frequentador habitual das nossas rodas de música. - Que é isso aí fora? – Perguntei – corrida de Gran Turismo? Beto deu risada: - Uma é minha. Bem, ele era o primeiro músico que eu conhecia com uma Ferrari... - Sim, mas e a outra? - A outra é de um amigo que eu trouxe pra visitar vocês. Vamos lá, quero que você o conheça. Fomos pro fundo da casa onde ficava o estúdio propriamente dito. Na técnica, o sorridente amigo do Beto me cumprimentou, simpático, e falou: - Puta estúdio, bicho! Foi assim que eu conheci Roberto Carlos. Lá mesmo no Vice Versa, tínhamos uma banda de luxo pra tocar jingles, comandada por meu sócio Rogério Duprat: Cesar Camargo Mariano, Nenê, Crispim, Natan... E um dia, eu quieto lá dentro, ela entrou, a mulher do Cesar, sorridente, alegre, espevitada: -E aí, seu Sá? Você que é chefe do meu marido? Foi assim que eu conheci Elis Regina. Famosos ou anônimos, adoro conhecer pessoas em geral, principalmente aquelas que me ensinam alguma coisa, que me fazem crescer, que me emocionam. Ou então curto também tirar aquela criatura tímida do seu canto, cutucá-la, perguntar por seus sonhos... Eu mesmo não me guardo muito. Não tenho medo de gente, então acabei por criar a certeza de que ninguém teria medo de mim, medo aí, claro, no sentido da exposição das emoções de cada um. Já me dei mal com isso, mas o número de bons e sinceros amigos que arrumei por ser assim supera de longe as decepções. Pois é... Vivendo e conhecendo!
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