Edição 221 - Revista Backstage

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Sumário Ano. 19 - abril / 2013 - Nº 221

O som de cada PA

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O som que se ouviu no Sapiens Parque durante o Planeta Atlântida SC soou diferente esse ano. O motivo foi o novo sistema de sonorização adotado pela Veritas, o Norton LS9, usado no palco principal do festival. Homogenidade, pressão sonora e cobertura foram as principais características apontadas pelos técnicos. Ainda nesta edição, fomos conferir a estreia do sistema de line array Studio R, em Peruíbe, durante o show do Roupa Nova, e o sistema Aero 12, da DAS, no Aqueloo Beach Club, a rave que tomou conta do Forte de Copacabana durante o verão carioca. A partir deste mês também trazemos a nova coluna sobre Pro Tools e um caderno sobre iluminação.

Danielli Marinho Coordenadora de redação

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Os técnicos Marcelo Sussekind e Pepê Menezes contam os segredos na hora de mixar nesta sétima reportagem da série.

NESTA EDIÇÃO 18

Vitrine

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Entre os destaques e lançamentos para o mês de abril estão o novo cabeçote da Bugera, e a nova série de sinterizadores da Yamaha.

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Rápidas e rasteiras Paulo Massadas é o novo reforço no ECAD, a JBL lança novo subwoofer no mercado e a nova biografia do Queen são alguns dos destaques.

30 Gustavo Victorino Fique por dentro do que acontece nos bastidores do mercado de áudio.

32 Gigplace Em mais uma reportagem sobre os profissionais que atuam no backstage das produções, o entrevistado é Robson Machado e a profissão é a de patch man.

Emílio Santiago Técnico de som do cantor por alguns anos, Ricardo Mizutani faz uma homenagem a um dos maiores e mais afinados intérpretes de todos os tempos.

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Rave em Copacabana O sistema Aero 12, da DAS, foi o escolhido pela Vip Sound para sonorizar 70 metros de faixa de areia onde aconteceu o Aqueloo Beach Club.

80 Roupa Nova em Peruíbe Banda colocou à prova novo line array da Studio R durante o Ação Verão, em Peruíbe (SP).

106 Boas Novas O Diante do Trono grava CD em comemoração aos 15 anos e o cantor Thalles grava CD inédito, enquanto Joe Vasconcelos grava novo clipe nos EUA.

112 Vida de artista A vida dos atores pode ser comparada a dos músicos? Se levarmos em conta o fato de que todos que sobem ao palco sofrem uma transmormação, sim.


Final de festa azul

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Enquanto a Bahia já havia encerrado seu carnaval, a capital do Rio de Janeiro ainda teve mais um final de semana de folia com o Blue Man Group e o Monobloco. O desfile dos dois trios foi transmitido ao vivo pela TV.

CADERNO TECNOLOGIA 54 Raven MTX

62 Cubase

A Slate Pro Audio apresenta um novo conceito de superfície de controle, o Raven MTX, uma evolução que pode ser realmente considerada um equipamento virtual.

A pedidos, o tema deste mês é sobre as livrarias de MIDI Loops do Cubase 7 e os kits de timbres percussivos da Groove Agent One.

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58 Logic

Pro Tools A partir desta edição, Cristiano Moura abordará as novidades deste software. Este mês, todos os formatos e plug-ins do Pro Tools.

Dicas para masterizar no Logic Pro usando os plug-ins do software.

CADERNO ILUMINAÇÃO 86 Iluminação cênica Saiba o que é preciso para que a elaboração e a execução de projetos de iluminação cênica sejam viáveis.

94 Luz sincronizada As complexidades e novidades da iluminação de um dos maiores eventos de final de ano: o réveillon de Copacabana.

90 Madagascar Das telas do cinema para os palcos, Madagascar se transformou em produção teatral com palco e iluminação projetados por Luc Peumans.

102 Marillion Sucesso nos anos 80, a banda voltou as palcos em uma turnê pela Europa e um novo conceito em iluminação desenhado pelo LD Yenz Nyholm.

Expediente Diretor Nelson Cardoso nelson@backstage.com.br Gerente administrativa Stella Walliter stella@backstage.com.br Financeiro Rafael Pereira adm@backstage.com.br Coordenadora de redação Danielli Marinho redacao@backstage.com.br Revisão Heloisa Brum Revisão Técnica José Anselmo (Paulista) Tradução Fernando Castro Colunistas Cristiano Moura, Gustavo Victorino, Jorge Pescara, Luciano Freitas, Luiz Carlos Sá, Marcello Dalla, Ricardo Mendes, Sergio Izecksohn e Vera Medina Colaboraram nesta edição Alexandre Coelho, George Ribeiro e Miguel Sá Estagiária Karina Cardoso webmaster@backstage.com.br Edição de Arte / Diagramação Leandro J. Nazário arte@backstage.com.br Projeto Gráfico / Capa Leandro J. Nazário Foto: Divulgação Publicidade: Hélder Brito da Silva PABX: (21) 3627-7945 publicidade@backstage.com.br Webdesigner / Multimídia Leonardo C. Costa multimidia@backstage.com.br Assinaturas Maristella Alves PABX: (21) 3627-7945 assinaturas@backstage.com.br Circulação Adilson Santiago, Ernani Matos ernani@backstage.com.br Crítica broncalivre@backstage.com.br Backstage é uma publicação da editora H.Sheldon Serviços de Marketing Ltda. Rua Iriquitiá, 392 - Taquara - Jacarepaguá Rio de Janeiro -RJ - CEP: 22730-150 Tel./fax:(21) 3627-7945 / 2440-4549 CNPJ. 29.418.852/0001-85 Distribuição exclusiva para todo o Brasil pela Fernando Chinaglia Distribuidora S.A. Rua Dr. Kenkiti Shimomoto, 1678 - Sl. A Jardim Belmonte - Osasco - SP Cep. 06045-390 - Tel.: (11) 3789-1628 Disk-banca: A Distribuidora Fernando Chinaglia atenderá aos pedidos de números atrasados enquanto houver estoque, através do seu jornaleiro. Os artigos e matérias assinadas são de responsabilidade dos autores. É permitida a reprodução desde que seja citada a fonte e que nos seja enviada cópia do material. A revista não se responsabiliza pelo conteúdo dos anúncios veiculados.


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CARTA AO LEITOR | www.backstage.com.br

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Quando é preciso mudar

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esde que surgiram, as fábulas e as parábolas servem como uma possibilidade de tentar transmitir alguma ideia ou ensinamento ao homem. Há alguns anos, ouvi falar de um livro chamado Quem mexeu no meu Queijo?, do autor Spencer Johnson, cuja história gira em torno de quatro personagens, dois ratos - Sniff e Scurry – e dois duendes – Haw e Hem – que vivem em um labirinto onde sempre há queijo. No entanto, um dia o queijo acaba e os quatro têm que mudar de comportamento para consegui-lo. Vale ressaltar que, nessa história, os dois ratinhos representam a parte mais simples do ser humano; os dois duendes, o lado mais complexo e o queijo, o nosso objeto de desejo, seja ele no âmbito profissional, empresarial ou sentimental. Tendo que enfrentar desafios e medos, cada um em seu tempo parte em busca de novos caminhos para conseguir mais queijo. Os dois ratos, talvez por não terem que lutar contra as complexidades da mente, conseguem antever com mais rapidez a necessidade de mudança, enquanto os outros dois personagens levam mais tempo para perceber e aceitar que, a partir daquele momento, devem se adaptar à nova situação se quiserem conseguir o que desejam. Essa introdução vem ao encontro do momento pelo qual se encontra a Backstage. Há algum tempo compreendemos que seria preciso nos mover em outra direção e abandonar certos conceitos que acabaram por se tornar engessados. Decidimos, então, optar por vencer desafios e até mesmo enfrentar aquele medo capital inerente a qualquer sinal de mudança: o de errar. Entendemos assim que, como o mercado já não é o mesmo daquele de 20 anos atrás, quando a Backstage estava surgindo, também não poderíamos nos estagnar e deixar de notar que outros segmentos se consolidaram ou até mesmo surgiram. Deixemos bem claro que, de forma alguma, estamos desconsiderando as nossas conquistas no que diz respeito à transmissão de conhecimento relacionado ao áudio ou ao som ao vivo. No entanto, tornamos transparente a intenção de abraçar outros segmentos, ainda assim cumprindo a missão proposta por esta publicação: ajudar a melhorar o mercado ao qual se dedica. Boa leitura. Danielli Marinho

siga: twitter.com/BackstageBr


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http://usa.yamaha.com A Yamaha anunciou a nova série de sintetizadores MX que possui dois modelos (MX 49 e MX 61). O núcleo de sintetizadores da série MX possui sons cuidadosamente selecionados e derivados da famosa série MOTIF XS. Contudo o MX não é apenas um sintetizador, pois ele foi projetado para estabelecer a ponte entre o hardware e o software.

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YAMAHA

LYCO www.lyco.com.br O headphone DJ1000MK2 da LYCO possui as características necessárias para uma boa performance de discotecagem. Todo articulado, leve e dobrável, o equipamento proporciona uma boa qualidade de som e um excelente custo-benefício. Especialmente projetado para uso prolongado, a resistência e o design moderno e elegante complementam as qualidades do DJ1000MK2.

BUGERA

PRESONUS www.presonus.com A PreSonus anunciou seus novos monitores de referência de estúdio da série Eris: o E8 e o E5. Eles são acessíveis, com 2-way e monitores bi-falantes, além de poderem ser ajustados pelo usuário para o espaço acústico, permitindo que se crie um ambiente mais preciso com um áudio melhor. O Eris E8 possui um transdutor de Kevlar de baixa frequência de 8 polegadas, impulsionado por um amplificador de potência classe AB de 75 watts. O compacto Eris E5 possui Kevlar de baixa frequência de 5,25 polegadas, tweeter de seda alimentado por uma cúpula e amplificador Classe AB de 35W.

www.proshows.com.br O cabeçote 6260 da Bugera produz uma distorção sem igual entre os amplificadores profissionais. Ele possui amplificador construído manualmente de 120 watts de potência que toca com quatro válvulas modelo 6L6 (convertíveis para EL34), pré-amplificador com design de dois canais, entre outras qualidades.


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BENSON

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www.proshows.com.br Várias obras musicais que fazem ou fizeram a cabeça de músicos e apaixonados por música em geral estão sendo gravadas com os baixos da linha Benson Custom Series, para aulas online. Ela é uma série especial de baixos da marca que apresenta alguns diferenciais como a fabricação de seu corpo, braço e escala em uma única peça em maple; suas medidas são as mesmas do Jazz Bazz original e, além disso, a marcação das casas é toda feita em madrepérola, e não pintado como na linha mais simples.

APG www.apg.tm.fr A APG lançou a DX5, uma coluna e monitor multiaplicação, que é uma expansão da linha Dispersion Series. O equipamento é o menor da série DX, ultra-compacto e leve, sendo assim muito mais versátil. Pode ser usado em palcos para apresentações, eventos, estandes e como monitor de proximidade, para orquestras e grupos com muitos elementos.

FOCUSRITE WAVES www.waves.com O Waves Element é o sintetizador que se diferencia pelos seus sons e pela forma como rapidamente se pode chegar ao objetivo sem a necessidade de mudar janelas ou abrir páginas, comuns em outros sintetizadores deste tipo. Utilizando uma tecnologia própria, denominada Virtual Voltage, o Element é um instrumento polifônico, de estilo/sonoridade analógica, que traz uma boa flexibilidade.

http://global.focusrite.com/scarlett-2i4 A Focusrite lançou o Scarlett Studio, um pacote ideal para gravar, editar e mixar música, com uma interface USB 2.0 de alta qualidade, microfone de condensador, fones de ouvido e um excelente conjunto de aplicativos como o Cubase LE 6. O pacote conta com a unidade de conversão externa Scarlett 2i2 e uma unidade de conexão USB 2.0 com duas entradas.


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CSR

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B&C SPEAKERS www.bcspeakers.com A B&C Speakers lança o DE980TN, um driver compacto com características robustas, com um novo diafragma de titânio que incorpora uma suspensão de nova geração e um novo plugue de fase. Com potência de programa de 220 W, o equipamento ainda tem saída de 1.4", resposta de 500 18000 Hz e sensibilidade de 108.5 dB. Outra característica é o conjunto magnético de neodímio com anel de curto em cobre.

www.csr.com.br A CSR divulgou no Brasil o fone de ouvido profissional Yoga AM 835. O equipamento possui excelentes características, dentre as quais podemos citar a sensibilidade de 100dB, impedância de 32Ω e peso aproximado de 290g.

KURZWEIL

AKG http://br.akg.com A AKG lançou no Brasil o fone de ouvido K511. Desenvolvido para transmitir áudio com poder nos graves, riqueza de detalhes nos agudos e no som natural da voz, ele é leve e flexível, além de ter conectividade com smartphones e produtos Apple. O preço fica em torno de 170 reais.

www.equipo.com.br O PC3 introduziu no mercado uma nova geração de tecnologias inovadoras da Kurzweil, com uma arquitetura de síntese que permanece única em profundidade e flexibilidade e poder de processamento de efeitos. O completo conjunto de sons do PC3 inclui desde sons tradicionais até aos mais modernos e tem sido considerado mundialmente como referência a teclados controladores. O Kurzweil PC3K é o ícone da linha PC3, preenchendo a lacuna entre os sucessos da Kurzweil no passado e as inovações do seu presente.


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ISA TATAGIBA LANÇA CLIP DE TARDE DEMAIS O lançamento do clip Tarde Demais, novo single da cantora Isa Tatagiba, aconteceu no último

dia 23 de fevereiro, durante um show no Mofo Lapa Bar, no Rio de Janeiro. A canção da carioca, que é endorsee da Microfones Kadosh, foi produzida por Patrick Laplan, com mixagem e masterização de Renato Alscher. O clip foi produzido de forma independente e pode ser acessado neste link http://www.youtube.com/ watch?v=g-2kWfuTdmw&feature=youtu.be

EVENTO YAMAHA A Yamaha Musical do Brasil promoveu no dia 19 de fevereiro um workshop sobre Mixagem utilizando o Cubase 7. O evento, gratuito, foi apresentado por André Andreo, profissional da Steinberg do Brasil, e Eduardo Sterman, diretor da 2600hz. Através do tema Finalização da música feita no software Cubase 7, os participantes puderam aprimorar suas técnicas de áudio profissional e conhecer de perto as ferramentas e práticas mais avançadas do mercado.

Jack Endino assina outra produção brasileira A banda mineira Mad Sneaks terá seu álbum de estreia masterizado pelo ex-produtor do Nirvana, Jack Endino. O prestigiado produtor de Seattle, que havia se envolvido em uma polêmica em que supostamente fazia críticas às bandas brasileiras que cantavam em inglês, já assinou produções dos Titãs, Nando Reis e Amaro Lima. Com músicas que misturam grunge, punk, new metal

e fortes influências do rock alternativo dos anos 80 e 90, a banda formada em 2009 traz nesse trabalho de estreia intitulado Incógnita, uma novidade em se tratando de bandas de rock alternativas mais recentes: todas as músicas do álbum, produzido no fim de 2012, são em português. A Mad Sneaks é formada por Agno (guitarra/vocal), Amaury (bateria) e Adriano (baixo)

AES BRASIL EXPO A 17ª edição da Convenção Nacional da AES - Sociedade de Engenharia de Áudio - acontecerá em São Paulo, no pavilhão amarelo do Expo Center Norte, entre os dias 7 e 9 de maio. O evento tem como objetivo debater questões como a formação profissional, rumos da indústria e adaptação à nova realidade brasileira. O evento será composto de conferências e mesas redondas realizadas por profissionais convidados, além de sessões técnicas, criando um ambiente propício ao aprimoramento da engenharia de áudio. Paralelamente à Convenção, acontece a AES Brasil Expo 2013, que

contará com mais de 70 expositores, dando oportunidade aos visitantes e participantes de ver em primeira mão alguns dos mais modernos equipamentos à disposição do mercado. É também uma oportunidade única de conversar com os fabricantes e seus representantes. Para mais informações sobre o evento acesse o site: http://www.aesbrasil.org/blog/

EVENTO HARMAN A Harman do Brasil promoveu pela primeira vez no Brasil um workshop de certificação profissional da marca BSS na plataforma Soundweb London. O curso ocorreu em dois módulos, com aulas entre 04 e 08 de março, no Mercure Hotel, em São Paulo. As aulas foram ministradas em inglês por Kevin Brown, especialista em produtos de Installed Sound. O treinamento teve como proposta oferecer capacitação totalmente hands on, mesclando momentos de dinâmica e interação dos participantes.

CORREÇÃO Ao contrário do que foi publicado na página 18, edição 219, o Carbon 49 possui 49 teclas sensíveis à velocidade com ação de synth, em vez de 49 teclas sensíveis à velocidade e teclado semi-pesado. A informação foi corrigida pela importadora, que pede desculpas pelo conteúdo equivocado.


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Paulo Massadas reforça time do ECAD Autor de grandes sucessos da música brasileira, Paulo Massadas chega para reforçar o time dos artistas que participam da Campanha Vozes em Defesa do Direito Autoral. E que Vozes!. Promovida pelo ECAD (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição), em parceria com as associações de gestão coletiva musical, a campanha tem como objetivo conscientizar a sociedade sobre a importância do pagamento do direito autoral e do uso autorizado da obra. As peças de divulgação consistem em vídeos com os depoimentos dos artistas, spot de rádio, folder, anúncio em revistas segmentadas, etc. A campanha é destinada aos mais diversos segmentos da sociedade, entre eles, usuários de música, jornalistas, profissionais do meio cultural, políticos, magistrados, entre outros. Mais informações e a participação de outros artistas na campanha: http:// www.youtube.com/user/ecaddireitosautorais

NOVA LOJA DA NINJA SOM A Ninja Som inaugurou em fevereiro uma nova filial na Rua dos Andradas, 392, centro de São Paulo. Na nova loja, poderão ser encontrados diversos equipamentos e ofertas de produtos de áudio profissional, DJs, sistemas para instalação fixa e automotivo.

Queen nos bastidores A partir de um relato íntimo, afetuoso e bemhumorado, o autor Peter Hince revela no livro Queen nos bastidores – Minha vida com a maior banda de rock do séculos XX detalhes curiosos da rotina e traços de personalidade dos integrantes de uma das maiores bandas de rock dos anos 80. No auge do sucesso da banda, Hince era o profissional responsável pela equipe de apoio da banda e por garantir que todas as perfor-

mances de Freddie Mercury ocorressem sem falhas técnicas. O livre acesso a tudo que acontecia, fosse em cima do palco, no backstage ou por trás das câmeras, deram a oportunidade única a Hince de conviver de perto com Freddy Mercury e banda. A publicação é lançada pela editora Prumo e ainda reúne fotografias inéditas feitas na época pelo próprio autor.

JBL SELENIUM LANÇA SUBWOOFERS SW5P A JBL Selenium, distribuída pela Harman do Brasil, apresenta o SW5P, o mais novo integrante da linha SW. O SW5P foi lançado nos modelos de 15 e 18 polegadas e conta com uma potência de 1200 RMS. O lançamento da marca poderá ser conferido no estande da Harman na AES Brasil Expo 2013, que será realizada entre os dias 7 e 9 de maio, em São Paulo.

STUDER VISTA 1 MIXER DIGITAL A Libor apresentará o mixer digital Vista 1 no estande da AES Brasil Expo, que acontece de 7 a 9 de maio, em São Paulo. Uma das características da console é a melhor relação custobenefício para broadcast e mixagens em unidades móveis e para shows musicais.

VANGUART PREPARA NOVO ÁLBUM Gravando no recém-reformado Estúdio Tambor, no Rio de Janeiro, o Vanguart prepara o 3º álbum. Com 12 composições inéditas, as canções refletem o momento profissional e pessoal dos integrantes da banda. Com produção conjunta de Rafael Ramos e Vanguart, o sucessor de Boa Parte de Mim Vai Embora será lançado em julho pela Deck e terá a presença da violinista Fernanda Kostchak, agora integrante fixa do grupo. Se no disco anterior a banda contou com novos sons como trompete e violino, o terceiro traz ainda mais novidades como incursões de clarinete, lap steel e mandolim.


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Dicionário de ritmos e instrumentos de percussão

JAZZ NA PRAIA DE PIPA O Fest Bossa & Jazz, tradicional evento na praia de Pipa, no Rio Grande do Norte, já tem data para acontecer em 2013: de 22 a 25 de agosto. O festival, que reúne shows nacionais e internacionais, também contará com workshops musicais, oficinas socioambientais, mostra de vídeos, entre outros.

BIOGRAFIA DOS BEATLES É RELANÇADA

O músico e percussionista Reppolho acaba de lançar a segunda edição do seu livro Dicionário Ilustrado de Ritmos & Instrumentos de Percussão. O livro é o resultado de mais de três décadas de pesquisa, tendo em vista que o músico trabalhou com os principais artistas brasileiros. Este trabalho, conciso, com precisão matemática, nos traz a história de instrumentos antigos que permanecem em atividade, em pleno século XXI, demonstrando sua importância atemporal e outros que foram esquecidos por boa parte de percussionistas do mundo, mas que mantêm seu ethos, mesmo na hibridez de suas modificações. Ao longo de 37 anos de carreira, Reppolho já trabalhou como percussionista com diversos artistas como Gilberto Gil, Alceu Valença, Elba Ramalho, Milton Nas-

cimento, Robertinho Silva, Paulo Moura, Pepeu Gomes, Gal Costa, João Bosco, Moraes Moreira, Tim Maia, Baby do Brasil, Nana Caymmi, Carmem Costa, Wanderléia, Ednardo, Robertinho do Recife, As Frenéticas, Zezé Gonzaga, Blitz, Jorge Mautner, Elza Soares, Rita Ribeiro e Orquestras Sinfônicas de Brasília, Vitória e Salvador, além de Deborah Blando. A publicação pode ser encontrada nas livrarias: Livraria Arlequim (Paço Imperial), RJ; Musical Carioca, RJ; Livraria Solário, RJ; Casa Oliveira, RJ, Kitabu Livraria, RJ; Maracatu Brasil, RJ; Musical Niterói, RJ; Oficina de Investigação Musical, Pelourinho/Salvador, BA; Folha Seca, RJ; Livraria Cultura/Recife, PE; Livraria Cultura/RJ; Delta Percussion Center, RJ; ou pela internet através do site: www.plurarte.com.br

ÍDOLO TRICOLOR BATE BOLÃO EM CLIPE

O ex-jogador Marcão, ídolo do Fluminense, participou do novo clipe da banda Lauai, dublando um verso da

música Só quero um beijo. A primeira aparição do ex-atleta, aos 27 segundos, evidencia a simpatia característica que conquista a torcida do Tricolor das Laranjeiras, desde 1999. O vídeo foi produzido de forma independente, com apenas uma câmera com lente de 50mm. Confira o trabalho: http://www.youtube.com/watch?v=9xIic4PDKHc”.

Em 1024 páginas, a editora Lafonte relançou a biografia que conta a trajetória dos quatro rapazes de Liverpool. Escrita pelo jornalista e pesquisador Bob Spitz, o livro é um apanhado de histórias inéditas e curiosidades da vida de John Lennon, Paul

McCartney, George Harrison e Ringo Starr. Considerado o mais completo já escrito sobre a vida e a obra do quarteto, nos primeiros capítulos, o autor descreve minuciosamente as histórias das famílias dos Beatles e os percalços enfrentados durante a infância e a adolescência de Lennon, McCartney, Harrison e Starr, e como eles se estabeleceram na cidade portuária Liverpool (Inglaterra). Lennon, por exemplo, é apresentado como um garoto rejeitado pelo pai Freddie e por sua mãe Julia. The Beatles – A biografia é um prato cheio de informações sobre os detalhes de todas as gravações, as experiências sonoras para a realização das discografias, os ensaiados, as origens das composições e as influências nos jovens da época.


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KENT ARMSTRONG e a melhor corda, a CLEARTONE. Como instrumento do ano indiquei a guitarra americana ROLAND/FENDER VG G5-A.

PERDAS

RIO DAS OSTRAS A volta da pressão inflacionária, que é criminosamente dissimulada pelo governo, ainda não se refletiu de forma absoluta nas cotações do dólar, mas pode muito bem servir de pretexto para mais um período de manipulação no câmbio. Esses movimentos, notadamente oriundos de grandes operadores (entre eles o próprio governo) proporcionam lucros astronômicos do dia para a noite e precisam de factoides para justificá-los. O mercado reequilibra e conserta naturalmente as cotações, mas nesse meio tempo alguém sempre ganha muito dinheiro.

Um dos maiores festivais de jazz e blues do mundo e que acontece no Brasil vai para a sua 11a edição com um cast de babar. Aficionado ou não, ninguém pode ficar indiferente a um evento que tem Stanley Clark, Victor Wooten, Arthur Maia, Scott Henderson, Diego Figueiredo, John Primer, Lucky Peterson, Christian Scott e Vernon Reid. O Rio das Ostras Jazz & Blues acontece entre os dias 29 de maio e 2 de junho na paradisíaca cidade que dá nome ao evento e fica localizada no norte do estado do Rio de Janeiro. E o mais inacreditável de tudo é que o evento é totalmente gratuito. E, como sempre, imperdível.

VOTO Ao ser convocado pela nossa editora da Backstage, votei na categoria guitarra na enquete anual promovida pela maior mostra de instrumentos do mundo, a Musikmesse, de Frankfurt. O voto não é secreto, portanto abro a vocês minhas escolhas para os melhores de 2012. Como a melhor guitarra do ano passado escolhi a sueca AGSTROM F200P, melhor violão foi para o TAKAMINE EF 450/451 DLX, amplificador combo escolhi o Fender Vibrolux Reverb, amplificador modular fiquei com o Marshall JCM 200DSL, amplificador para instrumentos acústicos optei pelo GENZ BENZ SHENPRO LT, em pedaleira fiquei com a GT100 da Boss, para captador optei pelo P90 da

Mesmo sabendo que em todos os anos temos perdas na cultura e notadamente na música brasileira, as mortes do Chorão e do Emilio Santiago foram traumáticas pela prematuridade e simbologia dos artistas. O primeiro era ídolo da juventude pela atitude e pela sinceridade com que fazia rock and roll liderando uma das melhores bandas do segmento. O segundo era a maior voz do país há muitos anos. Herdeiro legítimo de lendas como Francisco Alves, Altemar Dutra e Cauby Peixoto, Emilio era contemporâneo e classudo. Conheci os dois na Festa Nacional da Música, em Canela, e vou guardar boas lembranças desses artistas. Inesquecíveis as muitas garrafas de vinho consumidas ao lado do Chorão no deck do hotel Laje de Pedra numa madrugada de domingo e uma frase definitiva do Emilio, no meu programa de rádio, sobre o ato de cantar: “A voz é apenas o instrumento, o cantor precisa mesmo é colocar alma e sentimento naquilo que faz”. Descansem em paz, a música vai sentir saudades. Bem que 2013 poderia acabar logo.

PERGUNTINHAS SEM MALDADE Será que o Rock In Rio de 2013 terá de volta o rock? Apesar do marketing, o pseudo “muderninho” Festival Lollapalooza terá algo audível esse ano?

FAROFA CHIQUE A decisão de uma juíza de São Paulo gerou muita discussão no segmento de entretenimento e confesso ter sentimento ambíguo em relação ao tema. A Dra. Tônia Yuka Kôruku, da 13ª Vara Cível de São Paulo, determinou que a casa de espetáculos Credicard Hall, administrada pela empresa Time For Fun, deverá liberar a entrada de alimentos e bebidas para o livre consumo do público du-


GUSTAVO VICTORINO | VICTORINO@BACKSTAGE.COM.BR rante eventos promovidos no local. Imaginem a bagunça e a porquice que isso vai provocar... A ação foi promovida pelo Ministério Público paulista que parece não visitar aeroportos, shopping centers e outros locais que também exploram preços absurdos com a mesma e constrangedora frequência. Por outro lado, serve de alerta a estabelecimentos que insistem em cobrar preços incompatíveis com o bom senso e a racionalidade.

canal já anda se assanhando para o apelo fácil da chatice dos clipes, dos rappers e da música (?!?) eletrônica. Faltam apenas os sertanejos e os pagodeiros (não confundir com os autênticos sambistas que facilmente você diferencia pela qualidade do trabalho) para iniciar a mesma decadência que atingiu os demais e que pelo mesmo motivo afundaram. Perguntem por aí como anda a audiência da MTV, do Multishow e dos canais VH1 que cheguei até a elogiar por aqui quando surgiram.

FISCALIZAÇÃO A tragédia de Santa Maria provocou uma verdadeira bagunça na fiscalização das casas noturnas pelo país. Os bombeiros e suas “vistorias técnicas” estão na mira da opinião pública. Embora louvável, a atitude traz no seu bojo o típico comportamento brasileiro e, acreditem, tá fazendo muita gente ganhar grana com a dor alheia. Em Porto Alegre, ao mesmo tempo em que a policia investigava uma mulher que se diz arquiteta e com poderes para liberar “rapidinho” os encrencados alvarás de funcionamento, a dona de um sofisticado bordel fechado numa sexta feira anunciou em entrevista a um jornal do sul que “abriremos já nessa segunda”. E explicou o problema. Faltava mangueira no puteiro. E na segunda ela abriu...

MÚSICA NA TV Assim como outros canais televisivos que no passado foram moda, o canal fechado BIS é a atual coqueluche dos amantes da boa música. Mas não se entusiasme porque a exemplo de outros do passado e que ocuparam a mesma preferência, a coisa parece que também vai desandar. Admirado por exibir preferencialmente apresentações ao vivo e interessantes programas musicais com entrevistas curtas e muita música, o novo

BOLA DENTRO O irrequieto e genial baixista Arthur Maia (uma das atrações do Rio das Ostras Jazz & Blues desse ano) é o novo secretário de Cultura da cidade mais musical do estado do Rio de Janeiro. Niterói se notabilizou por lançar nomes importantes no cenário brasileiro, mas acima de tudo pelo espírito musical da cidade que é recheada de pequenos bares com músicos notáveis. O artista não esconde seu entusiasmo e me confirmou ao telefone que muita coisa boa em termos de projetos públicos vem aí. Conhecimento e sensibilidade ele tem de sobra...

VITALIDADE Mal começa 2013 e Paul McCartney iniciou nova turnê. Assim como nos seus últimos shows, o exbeatle optou por um repertório equilibrado com muitas músicas dos fabulous four. Me intriga é de onde ele tira todo esse gás?!

LEILÃO Uma das guitarras usadas solidariamente por George Harrison e John Lennon vai a leilão no mês de maio em Nova York. O instrumento tem valor estimado inicial de US$ 250 mil, mas pode chegar a meio milhão de dólares durante o leilão. A casa Julien’s Auctions,

organizadora do evento, divulgou material sobre a guitarra que foi um presente do mestre espiritual “Magic Alex” Madras ao então discípulo John Lennon. Ele e George Harrison usaram o instrumento durante a “Magical Mystery Tour” no final da década de 60. Apesar da história e da simbologia, o instrumento é ruim e feio. Genial era quem o tocava.

NORD Bem que os teclados vermelhinhos da Escandinávia mereciam um acabamento melhor. Apesar de caros, os instrumentos da Nord tem acabamento quase espartano e não fosse pela cor diferenciada e pelo modismo, teriam o mesmo tratamento da enxurrada de “xinglings” que volta e meia aparecem para tentar peitar as gigantes Roland, Yamaha, Korg e Kurzweil.

FALSIFICAÇÃO A indústria da sacanagem vai de vento em popa no Brasil e a internet virou o local ideal para pegar patos. Através de um amigo “vítima”, dia desses tive em minhas mãos uma falsificação de uma Gibson Les Paul e fiquei impressionado. O modelo é o mais falsificado pelo seu alto preço, popularidade e valor de revenda. A fidelidade ao modelo copiado é tamanha que exige cuidados redobrados na hora de examinar ou comprar o produto. No Brasil, a importadora exclusiva da marca é a Royal e qualquer instrumento da marca Gibson adquirido sem essa origem é no mínimo suspeito.

SENADO FEDERAL Quem está sentado em cima da PEC da Música no Senado Federal? Por que o projeto não anda? E por que os artistas, maiores interessados na proposta, não se mobilizam e cobram da turma do Renan Calheiros?

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Profissões do

‘backstage’ ROBSON

MACHADO

P AT C H

MAN

Em mais uma reportagem da série, vamos inicialmente alargar um pouco do conceito de backstage, saindo dos bastidores dos shows para trilhar os bastidores de outras produções que tiverem profissionais do áudio ou iluminação em funções jamais imaginadas, mas que direta ou indiretamente estão ligados ao dia a dia do entretenimento. A profissão do mês é a de Patch Man e o entrevistado é Robson Machado.

redacao@backstage.com.br Fotos: Arquivo pessoal / Divulgação

G

igplace - Quem é o Robson e o que você fazia antes de trabalhar com áudio, qual a sua formação? Eu sou Robson Junior Machado, tenho 26 anos, trabalho há aproximadamente 10 anos com áudio profissional, sou


Patch no Planeta Atlântida 2013

natural de Veranópolis, uma cidade do interior do Rio Grande do Sul, na serra gaúcha. Antes de trabalhar com áudio, trabalhei em algumas empresas da minha cidade natal, mas nada relacionado com áudio. Sempre tive contato com música na minha família e isso sempre foi bem presente na minha vida, talvez isso tenha me incentivado a começar a trabalhar com áudio. Hoje minha formação é de Técnico de Áudio Profissional. Gigplace - Uma pergunta pode parecer boba, mas que num país grande como nosso faz um certo sentido. Como você descreveria o mercado de entretenimento do sul do país? O mercado aqui no Sul sempre teve eventos de pequeno, médio e grande porte, como shows, espetáculos teatrais, feiras e festivais. Muitos deles se destacam no mercado nacional e internacional, mas nos últimos tempos o mercado vem crescendo bastante para eventos de

grande porte, novas casas de shows e todo tipo de entretenimen- Mix M 7CL to. Podemos dizer que aqui no Sul temos um mercado de entretenimento muito variado para todos os gêneros e isso, para nós que trabalhamos no meio, é muito importante. Gigplace - Como foi o início no áudio, e quais aquelas pessoas que fizeram diferença quando você iniciou na área? Meu início foi como o da maioria, eu acho. Comecei (carregando caixa) em uma empresa de som da minha cidade, fazendo trabalhos de pequeno e médio porte aqui na região. Ao longo desses trabalhos percebi que poderia fazer disso a minha profissão, se aprendesse mais sobre o assunto. Precisava aprender como ligar os equipamentos, montar o PA, mexer nas mesas de som e atender os técnicos das bandas, para as quais a empresa

prestava serviço, entre outras funções. Assim, comecei a estudar, ler os manuais dos equipamentos que eu tinha para trabalhar, tirar dúvidas com os mais experientes e quando me achei mais preparado, fui fazer um curso mais específico para ampliar meu conhecimento, o que foi muito bom para a minha carreira. Muitas pessoas me ajudaram, ficaria impossível citar todos os nomes aqui, mas duas pessoas realmente fizeram a diferença quando eu comecei a trabalhar com áudio e uma delas foi a minha mãe (Celita Machado), que sempre me incentivou e deu força para seguir nessa profissão. Hoje ela já não está mais entre nós, mas continua ajudando. Outra pessoa é a Aline Mattiello que hoje é minha mulher e sempre

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esteve ao meu lado me apoiando todos esses anos, mesmo quando éramos somente amigos.

Hoje em dia temos algumas ferramentas para nos ajudar, multicabos digitais e seus softwares que possibilitam fazer todo o serviço de patch antecipadamente e, na hora da passagem de som, você só precisa fazer pequenos ajustes

Gigplace - Para que todos entendam melhor, o que você faz, o que um patch man faz e quais as funções que esse profissional exerce num evento com várias atrações como um festival? Hoje em dia temos muitos profissionais envolvidos na realização de um show e não poderia ser diferente quando temos festivais com várias bandas, e o patch man é fundamental para que todo o trabalho seja realizado. As atribuições do patch man são fazer o endereçamento dos inputs das bandas, fazer o line check, conferindo se todos os canais estão de acordo com o rider da banda e se todas as consoles (PA, monitor, broadcasting, etc) estão recebendo o sinal de acordo com o patch determinado. Hoje em dia temos algumas ferramentas para nos ajudar, multicabos digitais e seus softwares que possibilitam fazer todo o serviço de patch antecipadamente e, na hora da passagem de som, você só precisa fazer pequenos ajustes, que é o natural de todo festival. Na última edição do festival Planeta Atlântida 2013 eu tive o prazer de ser o patch man e usamos DSpro Dsnake (multicabo digital). Esse sistema já vem

Everton (Nego), José Nelson (Mano) e Robson Machado

sendo usado há alguns anos no festival e em outros festivais no Brasil. Um detalhe: o sistema é nacional. Tivemos 100% do auxílio da equipe DSpro (Rafael e Paulo), o que foi muito importante para poder tirar dúvidas na hora e resolver problemas que afinal sempre acontecem. Gigplace - Você tem atuado no mercado como freelancer. Qual a sua visão do mercado atual e como este mercado evoluiu desde que você começou? No mercado atual temos profissionais e empresas para todos os gostos, mas sempre existem aqueles que se destacam. Ou seja, pelo seu empenho e estudo, no caso dos profissionais; e, no caso das empresas, temos aquelas que evoluíram rapidamente com investimentos em tecnologia. Hoje temos acesso a muitos desses equipamentos tops de linha que há alguns anos só víamos em revistas ou ouvíamos falar: consoles digitais, multicabo digital, PA line array, software para alinhamento de sistema. Isso era bem distante da nossa realidade, mas hoje, com tantos meios de obter informação, como internet, workshops, cursos e treinamentos, se tornou muito mais fácil o acesso a tudo isso. Essa evolução mudou o mercado. Espero que continue assim, sempre inovando e evoluindo para melhorar a vida de quem está na estrada.


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Rock in Rio 2011

Gigplace - O mercado de entretenimento tem crescido muito no Brasil nos últimos anos. Em sua opinião, o mercado tem se preparado para essa crescente necessidade de pro Planeta Atlântid fissionais espea 2011 cializados? O que precisa ser feito para que o mercado das profissões ligadas ao entretenimento seja mais organizado quanto às condições de trabalho e cachês? O mercado tem crescido muito e isso preocupa um pouco, porque com todo esse crescimento temos muitas empresas e pessoas que trabalham na área sem conhecimentos técnicos mínimos necessários, ou qualquer capacitação que seja. Ainda temos muitos (gira botão) nomeando-se operadores de áudio, mas, como disse antes, temos muitos profissionais e empresas qualificados. Resta aos profissionais sérios se manterem sempre atualizados e buscando especializações para se destacarem no mercado. O mercado das profissões da área ainda está bem dividido, acho que só no

momento que todos nós nos unirmos para lutar por um ideal que favoreça a todos e não só a uma minoria, as condições de trabalho irão melhorar muito e os valores dos cachês serão dignos dos trabalhos executados. Realmente, acho que a união das classes mudaria essa realidade que temos atualmente. Gigplace - Como você encara a necessidade de reciclagem de conhecimentos e o que você tem feito para se manter atualizado? Você fez um curso de reciclagem, porque achou necessário voltar à escola? A reciclagem hoje em dia é muito natural e necessária. Para mim, é obrigação de todo técnico que está na estrada.


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Kombi, PH e Robson no Planeta Atlântida 2013

Com toda essa evolução nos últimos tempos, em que muitas técnicas e conceitos mudaram, muitas marcas e equipamentos digitais entraram no mercado, que antes era totalmente analógico, e tudo veio para facilitar muito o nosso trabalho. Temos que literalmente voltar à escola

Com toda essa evolução nos últimos tempos, em que muitas técnicas e conceitos mudaram, muitas marcas e equipamentos digitais entraram no mercado, que antes era totalmente analógico, e tudo veio para facilitar muito o nosso trabalho. Temos que literalmente voltar à escola. Particularmente, eu sempre achei necessário fazer essa reciclagem para me atualizar, porque uma vez ouvi a seguinte frase: “Quem escuta esquece, quem anota lembra, mas quem pratica aprende”. Por este motivo, estou sempre estudando, pesquisando, aprendendo técnicas novas, buscando novos equipamentos, novas consoles, até mesmo uma nova categoria para minha profissão, patch man. Gigplace - Falando em especialização, o que você mais gosta de fazer, qual o caminho ou função que enxerga como seu caminho profissionalmente? O áudio é minha vida hoje. Atuo na área como técnico de monitor, técnico de PA e patch man e gosto muito do que faço, sempre temos novos desafios e é isso que faz a diferença nessa profissão. Tem algumas áreas que gostaria de me especializar mais como alinhamento de sistemas, gravação e mixagem e fazer uma faculdade de Produção Musical ou algo do gênero. E acho que todas essas categorias têm um futuro profissional

muito bom, basta estudar e se dedicar bastante, porque na vida nada é fácil, mas a conquista é muito satisfatória. Gigplace - Como profissional atuante no mercado de entretenimento, o que ainda incomoda você no dia a dia do trabalho? A falta de preparo técnico de algumas empresas, com equipamentos sucateados e ultrapassados, sem condições de uso, profissionais desgastados pelas longas cargas horárias de trabalho, falta de valorização do profissional, que muitas vezes fica sem comer, sem dormir horas e horas para que os eventos sejam realizados. Infelizmente, mesmo com toda essa evolução do mercado do entretenimento em todos os seus segmentos, ainda temos muito disso por ai. É lamentável. Eu realmente espero que um dia isso mude, mas temos que fazer a nossa parte para que essa mudança se torne realidade. Gigplace - O mercado do entretenimento está se tornando muito atraente para os jovens, muitos têm ingressado em cursos e mesmo faculdades com cursos voltados para essas áreas, qual o conselho ou dica que você daria para os iniciantes? Como todo início não é fácil, tem que estudar muito, pesquisar, fazer cursos, buscar informações, se integrar com as pessoas do


meio, mas o que realmente vai definir a sua profissão é a prática. Então tem que colocar a mão na massa mesmo, fazer estágio em empresas, bandas, teatros e estúdios. Só assim você vai colocar em prática toda a teoria que estudou e aprendeu. Teoria somada com a prática e o interesse de sempre aprender mais e mais, pode transformá-lo em um ótimo profissional. Mas sempre se lembre de ser humilde nas atitudes e aprender a ouvir mais do que falar. Gigplace - Com o fenômeno das redes sociais como o Gigplace e Facebook temos acompanhado um crescimento de discussões de cunho social, como para regulamentação das profissões do áudio. Você tem conhecimento de algum movimento deste tipo, e o que acha deste tipo de iniciativa? Eu acho essa iniciativa muito boa para todos. Lógico que eu também estou antenado nas redes sociais, como o Gigplace e Facebook, e participo de algumas discussões até mesmo para poder trazer essas informações aqui para a minha região. Com a crescente demanda de festas, eventos, shows, espetáculos teatrais, o mercado do entretenimento tem se tornado bem mais visível para o publico comum, mas o que as pessoas não sabem é que por trás de tudo isso temos muitos profissionais trabalhando para que tudo seja realizado da melhor forma. Então nós profissionais temos que deixar de sermos invisíveis e fazermos com que nossa profissão seja regulamentada até para podermos exigir um maior nível de qualidade profissional em todo o meio do entretenimento. Fazendo com que os aventureiros sejam forçados a se especializar e se qualificar se quiserem continuar atuando. Gigplace - Todos temos um marco na vida profissional. Qual situação ou evento você considera um dos pontos mais importantes da sua carreira e por quê?

Já fiz muitos eventos e shows com inúmeros artistas nacionais e mesmo internacionais, mas com certeza um evento que marcou e continua marcando ao passar de suas edições, na qual eu sou parte da equipe de áudio é o festival Planeta Atlântida. Participei de cinco edições até hoje e é sempre um prazer imenso poder trabalhar com uma equipe tão boa e dedicada, com profissionais sérios. Sem falar nos artistas e suas equipes que temos o maior prazer em atender. Mas, com certeza, essa última edição do festival Planeta Atlântida 2013 foi a mais importante e um desafio como patch man. Quero agradecer a essa equipe: Marcio Silva Júlio (Pardal), Vladimir (Vava), Paulo Henrique (PH), Régis Couto, José Nelson (Mano), Erika Nascimento, Pamela, Jerry Lago, Jair Grando, Kara de Comby (baiano), Zé Sergio, Flávio Grando. Obrigado pela confiança e por terem me aturado. Gigplace - Para finalizar, quais os seus planos para o futuro, o que o Robson planeja fazer daqui a 10 anos? Estou aberto a novas propostas, novos desafios. Só quero trabalhar mais e mais, colocar alguns projetos em prática, conhecer novos artistas, conquistar novos amigos, quem sabe fazer uma tour internacional, viajar pelo mundo. Eu sou novo, tenho apenas 26 anos, então acho que tenho muitos momentos para viver com o áudio na minha carreira. É claro, ter mais tempo e me dedicar à minha família, porque realmente não importa o que nós temos na vida e sim quem temos na vida. Então a família é a base de tudo para mim. Este espaço é de responsabilidade da Comunidade Gigplace. Envie críticas ou sugestões para contato@gigplace.com.br ou redacao@backstage.com.br. E visite o site: http://gigplace.com.br.

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O som Em mais uma reportagem da série sobre como cada engenheiro de áudio consegue uma sonoridade própria, os técnicos Marcelo Sussekind e Pepê Menezes contam um pouco de seus segredos profissionais. Alexandre Coelho redacao@backstage.com.br Fotos: Arquivo Pessoal / Internet / Divulgação

O engenheiro Sussekind não usa nada muito especial. Apenas um analisador de espectros, seu ouvido e algumas músicas de sempre

DE CADA PA PARTE 7

R

esponsável pelo PA da cantora Ana Carolina há 11 anos e produtor de discos com larga experiência, entre outras atividades, o engenheiro de áudio Marcelo Sussekind é daqueles que

defendem que o técnico deve, sim, buscar sua identidade pessoal no trabalho que desenvolve. Sem, é claro, descaracterizar a sonoridade do artista com o qual está atuando. Ele mesmo busca as


Pepê usa uma receita simples: sensibilidade; para deixar o som agradável aos ouvidos do público

INFLUÊNCIA SONORA Ainda no que diz respeito ao som pessoal de cada técnico de áudio, Marcelo Sussekind garante que nunca nenhum artista pediu a ele que mudasse suas características. Ao contrário, o engenheiro diz já ter influenciado a sonoridade de muitos artistas e bandas. E isso acontece por uma razão muito simples, avalia Sussekind: “Eu mesmo produzi o disco de vários desses ar-

aposta em um ingrediente que não costuma falhar em nenhum ramo profissional: a simplicidade. “Gosto de ouvir o som do instrumento antes de captá-lo. Procuro não interferir e ser o mais fiel possível ao produto final, que é o som que o músico produz. Sou um facilitador, não um inventor. Também tento ser atencioso, gentil e educado com os músicos, as empresas locadoras e os técnicos que fornecem

suas próprias peculiaridades em cada trabalho, tanto na estrada quanto no estúdio. E não hesita em apontar os pontos que considera mais marcantes em sua forma de trabalhar: “O equilíbrio na mix, os efeitos e o acerto preciso dos graves na sala (dentro do possível)”, define. Sussekind garante que não vê problemas em trabalhar com artistas de diferentes gêneros musicais, e que essas diferenças estilísticas não o impedem de pôr em prática a sua personalidade sonora. O engenheiro e consultor de áudio Pedro Paulo Menezes, o Pepê, responsável pelo PA da cantora Aline Barros, concorda com o colega Marcelo Sussekind no que diz respeito ao profissional de áudio buscar uma marca pessoal no seu som, com a mesma ressalva de não interferir na sonoridade do artista. “Todo profissional sério deve buscar sua própria identidade. Contudo, não deve esquecer de ser fiel às características e ao estilo musical do artista e dos músicos que ele acompanha”, orienta. Sob esse aspecto, Pepê acredita que a sua marca pessoal mais destacada como técnico de áudio, e que acaba por definir a sua sonoridade, é a busca por uma boa mixagem, com cada elemento sonoro em seu devido lugar. Para isso, usa uma receita simples, mas que só quem é do ramo sabe usar bem. “Sensibilidade para deixar o som agradável aos ouvidos do público. Gosto de um PA bem alinhado”, assegura. Pepê também não vê dificuldades em trabalhar com artistas de diferentes escolas musicais. O segredo para realizar um bom trabalho, seja com um cantor mais popular, seja com um grupo musical de arranjos mais sofisticados? Fazer o dever de casa. “É preciso conhecer bem o artista, seu repertório e as características da banda”, ensina.

Todo profissional sério deve buscar sua própria identidade. Contudo, não deve esquecer de ser fiel às características e ao estilo musical do artista (Pepê) tistas, em cujo trabalho já está a minha personalidade”, pondera. Conseguir características que o diferenciem dos demais profissionais da área, contudo, e ao contrário do que possa parecer, não é tarefa das mais simples. Para conseguir ter em seu trabalho essa marca pessoal, esse toque único, Pepê Menezes

os equipamentos. São eles que lutam para deixar tudo do jeito que precisamos. Essas pessoas nos atendem no que é necessário para a realização do espetáculo. Sem esse bom atendimento, tudo o que você faz pode ir por água abaixo”, observa. No que tange à parte técnica, Pepê Menezes conta com alguns aliados,

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Já usei o soundcheck virtual e acho nota 10. Mas prefiro passar com os músicos que tocarão efetivamente, porque eles acabam tocando de maneira diferente em cada situação acústica (Sussekind)

aqueles equipamentos com os quais já está acostumado a trabalhar e que vão ajudá-lo a tirar um som o mais próximo possível do que ele concebeu para cada trabalho. “Gosto de usar o Avalon 737 SP para esquentar a voz da cantora com a qual trabalho atualmente. Se a locadora não tiver, uso o plug-in Smack, encontrado nas mesas da Avid. Esse plug-in é bem simples, mas consigo deixar a voz mais quente, do jeito que eu gosto. Também uso o console PM5D RH e o Avid Venue System (Profile)”, enumera. Marcelo Sussekind também tem seus equipamentos preferidos na hora de pegar a estrada. “Hoje, trabalho, em shows, em cima dos consoles Avid Digidesign. Como uso a mesma marca de equipamento no meu estúdio, o Casa do Mato, temos a facilidade de trabalhar com os mesmos plug-ins usados na mixagem do disco do artista”, pondera.

PASSAGEM DE SOM Para alinhar um PA, Sussekind não lança mão de nada muito especial. O engenheiro garante que usa apenas um analisador de espectros, seu ouvido e algumas músicas de sempre, com as quais compara o som do PA antes e depois do alinhamento. Na passagem de som, por sua vez, apesar de já ter usado o soundcheck virtual e de tê-lo aprovado, Sussekind prefere a old school. “Já usei o soundcheck virtual e acho nota 10. Mas prefiro passar com os músicos que tocarão efetivamente, porque eles acabam tocando de maneira diferente em cada situação acústica”, justifica. Pepê Menezes também não dispensa algumas músicas que toma com referência na

hora de alinhar um PA. Ainda assim, o engenheiro salienta a importância da parceria entre o técnico que acompanha o artista e o profissional da locadora responsável pelo equipamento usado no show. “Como na estrada, a cada dia, encontramos um sistema diferente do outro, ter a parceria do técnico da locadora é indispensável. Quando a locadora me entrega o equipamento, ouço algumas músicas que tenho como referência e das quais conheço bem a mixagem. A partir daí, procuro fazer com que o sistema toque as músicas da mesma forma e, se preciso, altero algum parâmetro no processador ou no equalizador”, explica. Pepê não faz segredo sobre as músicas que utiliza no momento de alinhar um PA. Entre elas, estão alguns exemplares das mais recentes safras da música pop mundial. “Gosto de ouvir, no sistema, algumas músicas de estilos diferentes. Geralmente, ouço Harder to breathe, do Maroon 5, para observar a distorção das guitarras e a pegada da música. Já em Someone like you, da cantora Adele, o piano e a voz são excelentes. Por último, em Right to be wrong, da Joss Stone, destaco a guitarra e o som dos tambores da bateria”, exemplifica. Com todos esses cuidados, Pepê Menezes acredita que a tarefa de qualquer PAzeiro fica facilitada e é possível, para os bons profissionais, buscar a tal marca pessoal em seu trabalho. A única coisa que tira o seu bom humor é a falta de profissionalismo de algumas empresas locadoras. “Fico muito chateado com a falta de organização e o mau atendimento. Encontrar uma house mal organizada e suja, equipamentos sem cuidados e equipe despreparada é muito ruim”, lamenta o técnico.


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NORTON ESTRE A edição do Planeta Atlântida em Santa Catarina, que aconteceu nos dias 11 e 12 de janeiro, no Sapiens Parque, em Florianópolis, contou com um total de 80 atrações nos dois dias de festival, levando para o palco principal bandas e cantores como Luan Santanna, Claudia Leitte, Detonautas, RPM, Racionais MC, O Rappa, entre outros. A sonorização ficou por conta do sistema Norton, que a Veritas trouxe pela primeira vez ao evento. redacao@backstage.com.br Revisão técnica: José Anselmo “Paulista” Fotos: Divulgação

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mistura de estilos e ritmos permitiu agradar à maioria das centenas de pessoas que foram ao festival, e é essa diversidade que parece ser um dos maiores trunfos da produção. O local, que há mais de cinco anos abriga a versão catarinense do evento, recebeu um público de cerca de 70 mil pessoas na edição 2013. Para sonorizar o palco principal, a novidade foi o sistema Norton, modelos LS9, que a Veritas trouxe pela primeira vez ao festival. “Vínhamos há um bom tempo com outras parcerias, então esse é o primeiro ano que estamos com a Norton. Sentimos uma necessidade de outra tecnologia e com a


2013 IA NO PLANETA amizade há muito tempo com o Juninho, da Vitória Som, acabamos escolhendo esse sistema”, explica Marcinho, da Veritas. Segundo ele, a resposta dos técnicos das bandas que passaram pelo festival foi boa e a empresa locadora também ficou bastante satisfeita com o equipamento. “Os técnicos estão gostando, está todo mundo aprovando, não tivemos reclamação nenhuma, então acho que é o início de uma parceria muito boa”, avalia. Marcinho também aponta pressão sonora e cobertura, como as principais características do sistema.

“É um sistema muito fiel, ele é muito real, algo que impressiona, mais na pressão sonora. Ele foi muito bem dimensionado, está com uma cobertura boa, está homogêneo, então acho que os maiores pontos são esses: cobertura e uma pressão muito grande”, enumera. “O sistema de PA da edição Santa Catarina é todo novo. É a primeira vez que esse sistema está sendo usado aqui. Todo ele, com o PA, os delays, tudo é novidade. Então é a primeira vez que estamos usando Norton, em parceria com a Vinhedo, modelo LS9, além das mesas Pro

2, da Midas, Digico e Digidesign na house”, afirma Régis Couto, técnico de PA da Veritas. Ou seja, os técnicos de PA das bandas podiam optar por uma das marcas e seus respectivos modelos para mixar. Como master, foi usada uma Midas Pro 2.

CONFIGURAÇÃO Configurado em quatro fileiras de caixas LL, L, R, RR, Régis e Kombi, também técnico de som da Veritas, decidiram por usar 12 caixas por lado nas duas primeiras fileiras, mais próximas ao palco, e 9 caixas por lado nas outras duas. O sistema

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Mix de consoles na house: Midas,Venue/Soundcraft e Digico

também foi composto por um side 761 da EAW, mais os subs modelo 221 da Norton. “Toda a amplificação foi Norton, e gerenciamento todo Norton. A master da house é uma Pro 2 da Midas, então todas as outras vêm nela e a gente gerencia”, fala. Outra característica apontada por Régis foi quanto ao tempo e facilidade de montagem do sistema, que ficou pronto em ape-

No total, foram 32 caixas de subs

Midas Pro 2 no Lounge da Proshows

nas três dias e com o trabalho de três técnicos. “O PA chegou no domingo, fiz os pontos de talha e comecei a alinhar com o (Aloísio) Kombi por telefone, porque eu não conhecia o sistema ainda. O Kombi chegou na terçafeira de manhã, subimos as caixas na terça-feira e começamos a alinhar na quarta-feira. Quinta, ao meio dia, já estava pronto”, conta. “Em relação ao ano passado, montamos em três pes-


Sistema de Line Array usado no Planeta Atlântida

Lounge Proshows

Técnicos puderam testar a Midas Pro 2 no louge da Proshows equanto outra banda se apresentava no palco

A Proshows montou um lounge no backstage do Planeta Atlântida, SC, onde os técnicos de som podiam fazer um testdrive na Midas Pro 2. O objetivo era apre-

sentar a nova console digital aos técnicos da bandas, que podiam simular uma mixagem da banda que se apresentava no palco principal.

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soas: eu, o Kombi e o Jair. Ano passado, tínhamos oito pessoas montando o PA e só conseguimos aprontar ele na quinta à noite. Esse ano, em um dia, montamos todo o PA com três pessoas. É uma caixa grande, boa, e prática de montar”, acrescenta Régis, destacando ainda como principais características o timbre e resposta muito boa. Para Aloísio “Kombi”, técnico de som da Veritas, o diferencial nesse sistema é por ser todo digital. “Ele trabalha com amplificadores Camco, desenvolvido pela Camco, mas que passa Norton, que descarrega um preset do sistema, e esse preset, vamos dizer que seja o processamento interno dele. Então a configuração

Pardal, da Veritas

Entrevista Sérgio Korsakoff Há 30 anos no mercado, a Veritas é uma das maiores empresas brasileiras de locação, responsável pelas duas edições anuais do Planeta Atlântida, realizadas no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, pelo Natal Luz de Gramado (RS), entre outros eventos de entretenimento. Em entrevista à Bakstage, durante o Planeta Atlântida em Florianópolis, Sergio Korsakoff, fundador da empresa, falou sobre como foi o início da Veritas, sobre o mercado de entretenimento e os principais ingredientes para se consolidar e ser respeitado: parcerias e expertise. Backstage – Como foi o início da empresa e qual o perfil da Veritas hoje? Sérgio - Fora os três anos pré-CNPJ, começamos com uma empresa só de áudio, chamada SK Som, e a razão social prevalece até hoje. Daí veio a Veritas, que sempre teve uma característica de empresa de produção de eventos. Com o passar dos anos, começamos a entender que era preciso investir em outros segmentos: assim, além da minha origem que era o áudio, fomos para a luz e depois para o vídeo e, do vídeo para estruturas, palco, eventualmente cenografia, projetos especiais etc. Mas a base é tecnologia, então o que a empresa vem fazendo nos últimos anos é sempre tentar oferecer ao cliente o chamado “full service”, quer dizer, não é locar o equipamento e sim trazer soluções. Soluções estruturais, técnicas, tecnológicas etc. Então é mais ou menos esse o perfil da Veritas hoje. Acabei focando nesses anos com certo êxito. Backstage - Além do Planeta Atlântida, edições RS e SC, quais são os outros eventos que fazem parte do portfólio da empresa? Sérgio - Eu divido o ano em três momentos: o verão, quando nos dedicamos integralmente ao Planeta Atlântida, tanto o de Florianópolis quanto o de Atlântida, no Rio Grande do Sul; o Natal Luz de Gramado, no período de setembro a dezembro mais a primeira quinzena de janeiro, um evento que envolve cem pessoas na montagem, mais umas 40 pessoas que ficam lá uns cem dias operacionalizando todos os equipamentos, depois vem a fase que chamamos de corporativo, dos eventos indoor, convenções, lançamentos. No meio disso, temos um rodeio que fazemos em Jaguariúna, apesar de não ser

nosso foco, mas estamos fazendo há 7, 8 anos, e tem o João Rock Ribeirão Preto, outro festival da linha do Planeta. Backstage – São muitos eventos diferentes, com perfis diferentes, então é preciso ter muitos equipamentos de diferentes marcas para atender a todos? Sérgio - A questão não é equipamento, porque está aí disponível para todo mundo, e é só pegar o telefone e ligar para o Juninho da Vitória Som que ele tem o que precisar na condição que você puder. Hoje o mercado é diferente de anos atrás, em que ter uma mesa X, Y ou Z ou um PA X, Y, Z era para poucos. Poucas pessoas tinham acesso ao equipamento, não só pela dificuldade de importação que existia, mas como acesso à informação para saber que ele existia. Então hoje tem disponibilidade e tudo que você quiser está disponível no mercado. A gente tem representação basicamente de todos os produtos importados. Só a nossa parceira Proshows vem nos atendendo em iluminação há muitos anos, tem basicamente 20 e poucas marcas hoje, equipamentos da Martin, Avolites etc. Então hoje eu digo que ser contratado para fazer o João Rock, por exemplo, não é pelo equipamento, nem pelos meus olhos bonitos (risos), mas sim pela experiência, pela qualidade e seleção da mão de obra. Quando você vai fazer um evento desse porte, você tem que selecionar a mão de obra adequada para esse evento, aí não importa valor, idade, mas o perfil do profissional para esse determinado tipo de evento. Backstage - Então esses seriam os diferenciais da Veritas, expertise, profissionais? Sérgio – É, depois de 30 anos, aprendemos um pouquinho onde erramos e o que temos que fazer para acertar, para não errar de novo. Apesar de eu falar que erramos todos os dias, sempre acho que os erros são motivos de futuros acertos. Então essa é a principal característica de nossa empresa. Quer dizer, somos uma empresa pulsante, a minha base é áudio. Quando comecei lá atrás, fui técnico de som de artista, viajei com o Ben Jor pelo Brasil e pelo mundo, e em determinado momento entendi que isso não era mais conveniente para mim. Fundei minha empresa, corri atrás e aos poucos fui agregando e comecei a entender que ser só uma empresa de áudio para o perfil dos clientes que eu atendia e atendo até


Então temos Yamaha, Digidesign, Digico e Midas, temos 4 opções de mesas tanto no front house como no monitor mix

hoje não era o suficiente, que tinha que derivar para a luz e depois acabou derivando para imagem, vídeo, estrutura, palco. Backstage - Você fala muito em parceria também, isso é importante? Sérgio - Sim, parcerias. Tem o pessoal da Master Led, por exemplo, que está fazendo os painéis de LED, porque chega uma hora em que se pergunta: “Não vai comprar painel de LED?”. Mas todo mundo está comprando, e vou ser mais um? Ou eu parto para o esquema de ser mais um, mas com a qualificação extremamente diferente dos outros ou vou ser mais um. Então é melhor ter uma parceria em que você até pode fazer um investimento paralelo, mas não ser o gestor do negócio, como a empresa vem fazendo. Então buscamos parcerias que vão se ajustando à necessidade do cliente. O cliente quer mesmo é alguém olhando o evento dele como um todo. Então não adianta o cara do som falar, “o meu está pronto”. Porque se o resto não estiver pronto, de nada resolve a sua eficiência. O evento precisa de uma eficiência 100%. Backstage – E como se chega a essa eficiência? Sérgio - Não é fácil achar o modelo ideal, mas a gente tenta buscar. Ter um bom relacionamento com a equipe, tentar buscar soluções para o cliente, tentar buscar o melhor do que a gente tem dentro de tecnologia do mercado e possibilidades da empresa, do evento. Por exemplo, queria fazer as olimpíadas de 2016, mas ainda não sabemos quem vai fazer, nem Veritas nem outra empresa brasileira que eu conheça, talvez um ou outro seja co-parceiro, mas infelizmente isso mostra que

ainda não estamos prontos. Acho que a nossa grande deficiência não está no equipamento, está na qualificação. Você vai ver que nas empresas que farão a abertura nas Olimpíadas - basicamente, a grande maioria dos equipamentos que vão estar lá tanto de som quanto de luz -, esses equipamentos temos no mercado profissional. Mas estarão sendo manuseados, programados e projetados por profissionais mais qualificados, mas não por culpa dos nossos profissionais. A questão é que o acesso à informação na Europa, na América do Norte, talvez ela seja muito mais fácil e acessível do que aqui no Brasil. Temos uma mão de obra que se forma aqui no Brasil basicamente autodidata, então está aí a nossa deficiência. Aliás, acho que estamos no caminho, mais uns 10 anos e a gente vai estar no padrão europeu, norte-americano, asiático também. Backstage – Acredita que essas parcerias ajudem na qualificação dos profissionais ou pelo menos no acesso aos produtos ou informações? Sérgio – Esse trabalho que está sendo feito hoje é positivo para a gente, como também foi legal receber as consoles da Digico aqui, apesar de as pessoas terem limitações. Essa edição do Planeta está numa situação muito curiosa, porque a gente tem um cardápio de mesas, temos Digico, Midas, fornecidas pela Proshows... Não estou fazendo negócio nem exclusividade, estamos fazendo um workshop, está aí, quem quiser usa e cada um tira seu proveito para poder explicar, mostrar. Então temos Yamaha, Digidesign, Digico e Midas, temos 4 opções de mesas tanto no front house como no monitor mix, o que não é comum. E de certa maneira consegui agregar todo mundo, sem criar inimizade, nem rivalidade. E todas elas são excelentes, umas tens seus prós, outras seus contras e vice versa. Então essa é a minha avaliação do processo dessa parceria. E é assim que eu enxergo o mercado e que a Veritas pensa, e é assim que eu enxergo o segmento do áudio, sem restrições a ninguém, todo mundo é parceiro de muitos anos. Tudo está cada vez mais compacto, mais eficiente e o que precisamos criar é mão de obra qualificada. Precisamos especializar a mão de obra, porque cada vez vai ficar prático por um aspecto e complexo por outro.

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Aqui, por exemplo, fizemos uma planilha começando com 10 metros até 120 metros, e nessa distância está tendo uma diferença de 4 dB, que, para um sistema, é uma evolução fundamental. Num percurso desse, ter uma diferença de 4 dB de perda, então isso é bem interessante (Kombi)

Além da variedade de consoles de áudio, mesas de iluminação Avolites e GrandMA dividiram a house mix

desse PA é a alta. É uma caixa de três vias, dois falantes de 18”, quatro falantes de 8” e três drives de uma polegada e meia”, explica. Ou seja, no total foram usados 42 caixas LS9, 32 subs 221 da Norton e 6 caixas LS1, Norton, no front fill. “Fizemos uma configuração, em arc, com 10 colunas de três caixas cada uma, tudo com processamento e amplificador Camco V8”, fala Kombi. Outra característica diferente desse sistema para outros e que

chamou a atenção de Kombi é que, além de ter um guia de onda por drive, ele tem um guia de onda no médio grave. “Então são dois guias de ondas dentro de uma caixa, uma coisa incrível desenvolvida pelo engenheiro da Norton e que vem dando certo, vem mostrando que tem um diferencial dentro do sistema”, comenta. Kombi também aponta a facilidade de montagem do sistema como outro diferencial. “A Norton nos dá um software

Planeta Atlântida RS Ainda envolto pela emoção da tragédia de Santa Maria, o Planeta no RS foi marcado por homenagens, discursos de solidariedade e pedidos de justiça. Com a agenda modificada pela alteração emergencial das datas, o evento sofreu uma inevitável perda de público em face do complexo calendário de verão gaúcho. Por conta disso, algumas atrações foram alteradas e os “planetários” acusaram o golpe pedindo antecipadamente um grande número de restituição de ingressos. Mas na hora dos shows o Planeta voltou a brilhar. A pluralidade de estilos e o perfil juvenil do evento se refletiram na alegria que tomou conta da gigantesca área do evento. Com cuidados especiais em relação a horários, afinal o evento foi transmitido ao vivo todos os dias em rede nacional de TV a cabo, e com um esquema de segurança reforçado, os shows transcorreram sem sobressaltos ou pirotecnias.

Entre as atrações, destaque para uma cansada Ivete Sangalo que avisou ter interrompido suas férias porque não queria perder o Planeta e justificou a “concessão” botando todo o mundo para dançar. O reggae do grupo americano Soja foi uma novidade interessante ao mostrar um som mais atualizado para o estilo jamaicano. Os gaúchos da Fresno também se destacaram ao manter a altíssima eletricidade dos seus shows mostrando a competência e interação com seu público. Em linhas gerais, o evento gaúcho teve menor público do que no ano passado, mas foi mais emocional e epidérmico. Dizem que a dor nos fortalece e, nesse sentido, o Planeta Atlântida RS revelou uma surpreendente intensidade e vibração, provando a máxima de que quantidade nem sempre é sinônimo de qualidade. (Gustavo Victorino)


Configuração do sistema usou duas colunas por lado

a principal Norton no sistem

em que é possível chegar a um lugar, fazer a medição do sistema e montar de acordo com o ambiente. Aqui, por exemplo, fizemos uma

planilha começando com 10 metros até 120 metros, e nessa distância está tendo uma diferença de 4 dB, que, para um sistema, é uma evolução fundamental. Num percurso desse, ter uma diferença de 4 dB de perda, então isso é bem interessante”, fala. Além de três marcas de consoles na house mix, o

monitor também ganhou uma Yamaha PM5DRH. “Também tem uma Midas Pro2 da ProShow no lounge, no backstage. Está todo mundo conectado via rede pelo multicabo digital DSP Pro, então, um técnico pode ir lá, enquanto o técnico da banda está fazendo o PA aqui na house, e fazer a mix dele”, assegura. Além do sistema de PA, foi usada uma torre de delay com oito caixas EAW 760 com amplificação LabGroup e processamento Double Lake. Para a área VIP, foram oito caixas EV também com amplificação LabGroup e processamento Lake. “O sistema está bem compacto, o pessoal está desenvolvendo um trabalho bom, está tendo uma pressão sonora bacana. Estamos trabalhando por volta de 114, 115 dB na house, que está mais ou menos com 35 metros. Então todo mundo está gostando”, ressalta Kombi.

PARCERIAS

Torres de delay com caixas EAW

Diversidade. Quem visitava a house mix não podia deixar de ficar impressionado com a diversidade de marcas. Para o PA, os técnicos das bandas podiam escolher entre

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PLANETA ATLÂNTIDA | CAPA| www.backstage.com.br 52

Charlie Brown Jr. garantiu o rock no palco no Planeta

Claudia Leitte levou a Bahia para o Sul

Acho que quem ganhou foi a Veritas, os fornecedores e, principalmente, quem trabalhou com o sistema, que são os artistas, pois eles são os consumidores finais (Marcinho)

Equipe técnica na house mix

Digico, Midas e Soundcraft. Na iluminação, os consoles Avolites e Grand MA eram as opções. “Na parceria, não temos somente o fabricante de PA. Temos parcerias com fabricante de microfones, com fabricante de mesas, então eu tirei a restrição de uso de apenas tal equipamen-

” Vidal, d´O Rappa, e sua mesa analógica

to e abri um leque maior. Tenho parcerias, mas não tenho exclusividade com ninguém”, explica Marcinho. “Então, temos uma diversidade de três marcas de mesa no PA, três marcas de mesa no monitor, temos parceria para os microfones, para o multicabo digital. Na verdade, o evento é uma amostra bacana. São 16 shows em dois dias, shows nacionais de nível muito bom e técnicos respeitados, e eu preciso atender bem o meu cliente e não satisfazer marcas”, completa. A ideia era não ter exclusividade com ninguém, e sim negociar com diversos fornecedores que tivessem interesse de mostrar as marcas dentro do evento. “Acho que quem ganhou foi a Veritas, os fornecedores e, principalmente, quem trabalhou com o sistema, que são os artistas, pois eles são os consumidores finais”, avalia Marcinho. Segundo o gerente da Veritas, por exemplo, foram mais de 150 microfones novos, da Audio Technica, além de in-ear e microfone sem fio. “Temos as marcas que já são consolidadas no mercado e o técnico pode chegar e escolher com o que ele quer trabalhar”, observa.


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Luciano Freitas é técnico de áudio da Pro Studio americana com formação em ‘full mas-

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TECNOLOGIA |SINTETIZADOR| www.backstage.com.br

tering’ e piano erudito

RAVEN Mixer

Raven MTX

A REALIDADE

do mundo virtual Em 2011, a Slate Digital, subdivisão da empresa americana Slate Pro Audio responsável pela produção de processadores de sinal virtuais (plug-ins), lança o pacote The Virtual Console Collection com o propósito de oferecer ao mercado a autêntica recriação das características sonoras de cinco entre os mais lendários consoles de mixagem analógicos já produzidos pela indústria do áudio profissional, aqueles inacessíveis à grande maioria dos mortais.

N

o entanto, mesmo recriando o som “quente” desses equipamentos no ambiente frígido de uma DAW, tais processadores, por motivos naturais, não permitem recriar o controle tátil que um console físico proporciona. Reconhecendo tal demanda da “sociedade musical”, principalmente dos estúdios de médio porte, a Slate Pro Audio apresentou no início de 2012 a Raven X1, uma superfície de controle com características inovadoras que


RAVEN MTX O coração da Raven MTX é um painel LED de 46” multitoque, por meio do qual é possível ter acesso a outros dois dos quatro principais componentes do sistema: o Raven

MTX não poderia se valer de qualquer solução existente no mercado que permitisse ao seu produtor simplesmente adquiri-la e integrála ao equipamento. Segundo o fabricante, os painéis sensíveis ao

atendem às necessidades da produção musical contemporânea, cada dia mais centralizada em poderosos computadores. Eficiente e economicamente viável (em relação ao valor dos consoles de grande porte), o equipamento nasce com o propósito de remover todos os obstáculos existentes entre o engenheiro e a DAW, tornando o processo de produção musical mais ágil e intuitivo. Neste ano, a Slate Pro Audio, valendo-se das tecnologias emergentes que começam a ser aplicadas na produção de telas (LCD, LED, O-LED, AMOLED) de grande porte e também nos mais avançados tablets, revoluciona o mercado apresentando a Raven MTX, seu novo conceito de superfície de controle que vem para abalar o paradigma de que realmente pode ser considerado um equipamento virtual.

Eficiente e economicamente viável (em relação ao valor dos consoles de grande porte), o equipamento nasce com o propósito de remover todos os obstáculos existentes Mixer e a Raven Tool Bar. Deste modo, no processo de desenvolvimento da Raven MTX, os engenheiros da Slate Pro Audio testaram as mais diferentes tecnologias empregadas pelos fabricantes de painéis na atualidade e chegaram à conclusão de que, para funcionar como havia sida idealizada, a Raven

toque existentes no mercado possuem resposta lenta e vidros frontais muito grossos, gerando, além de distorção óptica, uma desconfortável distância entre a ponta dos dedos e a imagem do parâmetro que está sendo controlado. Portanto, a solução foi partir para os componentes otimizados para a indústria

Raven Too Bar

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O Raven Mixer é um aplicativo capaz de se comunicar e controlar todas as principais DAW existentes no mercado, colocando os principais controladores de mixagem nas pontas dos nossos dedos

Raven MTI - 1

de áudio e vídeo profissional, os quais lhe proporcionaram ótima visibilidade, independente do seu ângulo de montagem, e uma sensação tátil extremamente agradável, graças à tecnologia proprietária Nano GlideTM, onde o seu vidro é revestido por uma superfície extremamente fina que permite aos dedos deslizarem facilmente, sem produzir qualquer tipo de atrito. Atingida a primazia no quesito painel, chegou o momento de desenvolver o seu software principal. O Raven Mixer é um aplicativo capaz de se comunicar e controlar todas as principais DAW existentes no mercado, colocando os principais controladores de mixagem nas pontas dos nossos dedos. Tendo em vista as dimensões do seu painel (46”), a Raven MTX permite o acesso simultâneo a um grande número de faders, controles giratórios (knobs) e botões, sendo ainda capaz de reproduzir graficamente processadores de áudio virtuais no tamanho de equipamentos reais, como o dos equipamentos em padrão rack 19”. Complementando as funções do Raven Mixer, temos a Raven Tool Bar, uma seção localizada na parte inferior do pai-

nel que oferece diversas funções clássicas existentes em todas as DAW atuais, entre elas os controladores de transporte (Play, Stop, Rec, Rew, Fw), criar/apagar pistas e ativar/desativar o metrônomo de referência do projeto musical. Outro controlador vital dessa seção é o ‘Nav Pad’, o qual oferece agilidade na aplicação da ferramenta ‘Zoom’ e na navegação pelo projeto. Por último, e não menos importante, temos as teclas customizáveis ‘Hot Keys’, as quais abrem um mundo de possibilidades para memorizar as funções que mais utilizamos em cada um dos modos de operação da superfície de controle (teclas de atalho). Já no quesito gerenciamento de monitoração, a Raven MTX integra uma completa seção analógica digitalmente controlada (evitando problemas gerados por potenciômetros e botões ruidosos) desenhada pelo famoso engenheiro de áudio Tim Caswell, com as ferramentas exigidas a qualquer console de alta qualidade. Esta seção oferece múltiplas saídas para monitores de áudio (quatro pares estéreo) e múltiplas fontes de entrada, oito diferentes mandadas para fones de ouvido


Raven MTX - 1

(mixagens individuais), um módulo para mixagem/ masterização surround 7.1 e um conjunto de alto-falantes carinhosamente chamado de “Betty”, responsável por gerar a sonoridade típica dos alto-falantes de um notebook (referência do consumidor). Nesta seção ainda encontram-se disponíveis um dock para a conexão de musicplayers e smartphones (reproduz áudio diretamente de um iPhone), portas USB para a conexão de dongles (dispositivos de autorização de softwares) e unidades de armazenamento, e um sistema de comunicação (talkback) que, além dos tradicionais métodos de operação, oferece a função AutoTalkTM, que ativa automaticamente o microfone de comunicação quando a execução do projeto musical estiver parada. Completam o visual da Raven MTX um conjunto de medidores de sinal analógicos (VU) localizados no topo do painel, teclado, trackball e um conjunto de controladores físicos dedicados às funções de monitoração do equipamento. Além da Raven MTX, o consumidor conta com uma versão do equipamento adaptado a um painel de 26” (Raven MTI), trazendo a mesma funcionalidade do produto para ambientes com espaço reduzido e provando que há um gigantesco mundo de possibilidades a serem exploradas pelos designers de equipamentos.

Para saber mais luciuspro@ig.com.br

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TECNOLOGIA| LOGIC | www.backstage.com.br

DICAS PARA

MASTERIZAÇÃO

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NO LOGIC PRO Vera Medina é produtora, cantora,

Existem melhores práticas sobre mixagem e masterização, mas há de se levar em conta o material que será processado e também o estilo de cada produtor. Este mês vamos dar a dica sobre um fluxo de masterização utilizando plugins do Logic.

compositora e professora de canto e produção de áudio

V

ale ressaltar que mixagem e masterização são dois processos distintos e devem ser efetuados separadamente e, se possível, por pessoas diferentes também. A masterização é uma forma de pósprodução de áudio, sendo o processo de preparar e transferir o áudio gravado de uma fonte contendo a mixagem final para um dispositivo de armazenamento chamado master - a fonte a partir da qual todas as cópias serão produzidas -, através de métodos como prensagem, duplicação e replicação. Atualmente, o formato de escolha é o digital, embora masters analógicos, como fitas, ainda sejam usados na indústria e haja alguns engenheiros que se especializam em masterização analógica. (fonte: wikipedia) Atualmente, existem várias opções para masterização. Você pode tentar fa-

zer o serviço sozinho utilizando um pacote de software de mercado, por exemplo, o Izotope Ozone ou IK Multimedia T-Racks. Estes softwares, embora haja necessidade de conhecimento avançado para seu melhor aproveitamento, já possuem alguns presets por estilo ou objetivo que podem ajudar em alguns casos, até para quem está iniciando e quer entender como obter um ou outro resultado. Para quem tem conhecimento, orçamento e espaço, as opções em hardware profissional são bastante interessantes. Temos os famosos TCElectronic Finalizer ou ainda hardware específico de marcas já conhecidas e atestadas nos melhores estúdios. Agora se você quer aproveitar mais os recursos do Logic, é possível obter um excelente resultado, sem gastos adicionais.


Vamos pensar no seguinte fluxo genérico: compressor, equalizador, exciter e limiter. No menu de plug-ins, temos o Compressor, o Silver Compressor e o Multipressor. Para fins de masterização, vamos pensar no Multipressor, um compressor multi-bandas. Esse tipo de compressor pode ser utilizado em outras fases da produção, mas é muito utilizado no processo de masterização, devido à sua flexibilidade. Ele é um compressor de 4 bandas e, como a maioria destes, possui

afetando nos graves de 100Hz para baixo e nos agudos de 5300Hz para cima, considerando que partimos da configuração padrão. A faixa entre 100Hz e 5300Hz vai tratar dos médios. A intenção ao usar compressão na masterização é fazer pequenos ajustes, ou seja, não há necessidade de que a compressão fique explícita no resultado final. Desta forma, pensamos em tempos maiores de ataque e release, menores ratios (1:2:1 é um bom ponto de partida), e redução

Figura 1 - Multipressor

uma faixa de 20Hz a 20.000Hz. Cada banda pode ser ajustada ou desativada, conforme a necessidade. É como se tivéssemos 4 compressores, cada um com seus ajustes individuais de ratio, threshold, attack e release, entre outros. Outro fator importante é que, ao processar áudio, será possível avaliar visualmente o impacto da aplicação do compressor. Apesar de ser um compressor de 4 bandas, vamos começar trabalhando com 3 bandas. Basta desligar o botão de número 2. Agora temos os Crossovers

de ganho mais suaves. Seria interessante ir solando cada faixa e verificando onde podem ser feitas alterações que venham a trazer mais clareza para o arquivo final. Um exemplo de configuração pode ser visualizado na Figura 1. Continuando nosso fluxo, podemos adicionar um equalizador. Daqueles que temos disponíveis no Logic, podemos utilizar o Channel EQ ou Fat EQ. O Fat EQ vem das versões mais antigas do Logic e, na época, representava um gasto mai-

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Ainda, historicamente, o Fat EQ é dito ter uma cor do Pultec, por isso também ser preferido. Mais difícil de ajustar, vale a pena tentar iniciar com algum tipo de preset

Figura 2 - Fat-EQ

or de CPU, portanto, mais utilizado em finalizações do que em canais específicos. Ainda, historicamente, o Fat EQ é dito ter uma cor do Pultec, por isso também ser preferido. Mais difícil de ajustar, vale a pena tentar iniciar com algum tipo de preset. Tente o Enhance Pop Music para uso geral e como referência inicial. E tente ajustar para o estilo de seu

Figura 3 - Exciter

projeto. Um boost nas frequências mais altas pode trazer um brilho necessário ao seu projeto. Vide Figura 2 – Fat EQ Em alguns casos é interessante incluir um exciter/enhancer para criar novos harmônicos, ou seja, deixar a música mais interessante, mais dinâmica. No menu Specialized, escolha Exciter. Um preset bom para iniciar é o Refresh Airless. Vide Figura 3. Brinque um pouco com os parâmetros e verifique o que começa a soar bem em seu projeto, desligue e veja se vale ou não a pena incluí-lo.

Figura 4 - Adaptative Limiter

Para finalizar a cadeia de plug-ins, um Limiter. Novamente no menu Dynamics, temos o Limiter mais simples que é muito bom para processamento de arquivos de música clássica e instrumentais em geral. Temos também o Adaptative Limiter que possui dois meters possibilitando um ótimo controle sobre o arquivo final, limitando ao mesmo tempo que normaliza. Novamente, vasculhar os presets é um bom ponto de partida para entender (ouvindo) o resultado final da aplicação do efeito. Vide Figura 4. Cada engenheiro de áudio tem sua forma própria para trabalhar com masters. Desta forma, essa é só uma dica e talvez uma sugestão para aqueles menos envolvidos com este processo. Grande abraço e até a próxima edição.

Para saber online

vera.medina@uol.com.br www.veramedina.com.br


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CUBASE7

USANDO MIDI LOOPS NO

Olá Amigos, Atendendo a pedidos vamos falar hoje das livrarias de MIDI Loops disponíveis no Cubase 7 e dos kits de timbres percussivos da Groove Agent One. Na última edição começamos com a série “Mixando no Cubase 7” falando dos novos plug-ins de mixagem.

CUBASE 7 Marcello Dalla é engenheiro, produtor musical e instrutor

C

ontinuaremos com esta série, pois temos muita coisa pela frente neste assunto, mas neste meio tempo tive esta demanda de leitores que querem saber mais dos recursos de produção musical relativos aos novos MIDI Loops e livrarias de timbres da Groove Agent One no Cubase 7. Antecipo o assunto para atender a esta demanda imediata e depois voltamos para a mixagem. Criar e produzir música com rapidez e qualidade é uma necessidade unânime de produtores e artistas. O Cubase sempre foi focado nesta linha e trouxe na versão 7 implementações ainda mais interessantes para uma diversidade de ações. Vamos ver as novidades da nova versão através de um tutorial simples, rápido e direto.

Na sessão de trabalho, adicionem uma Instrument Track como mostra a Figura 1. Ao abrirmos o ícone de Load Preset temos acesso aos kits de timbres da Groove Agent One, como mostra a figura 2. Na pasta Groove Agent One temos os 97 kits integrantes da livraria original herdada do Cubase 6.5. Na pasta logo abaixo temos 30 novos kits de excelente sonoridade criados pelo produtor Allen Morgan para o Cubase 7. Estes kits podem ser usados na programação MIDI preexistente ou endereçados a um instrumento virtual MIDI como o Beat Designer para programação de loops. O Beat Designer aparece na Figura 3 sendo inserido neste canal. Temos na nossa vasta coleção de artigos aqui na Backstage, um tutorial completíssimo so-


FIGURA 1 - Adicionando GA One na instrument Track

FIGURA 2 - Livraria de kits Allen Morgan

FIGURA 3 - Beat Designer tocando GA One

FIGURA 5 - Midi Loop arrastado do Media Bay para a sessão

butos e metadados. Ao final da lista de diretórios (File System) temos a pasta VST Sound como mostra a figura 4. Dentro desta pasta temos as livrarias VST Sound do Cubase. Também nela está a pasta “Instrument Set Allen Morgan Signature Drums “ contendo, por sua vez, a pasta MIDI Loops. Após visitar e utilizar vários dos loops, posso dizer que são muito úteis a diversos estilos musicais, muito bem construídos e totalmente editáveis para serem combinados com loops de áudio ou serem utilizados com outros kits de baterias virtuais. Uma forma prática e rápida de inserir o MIDI Loop na sessão já com seu drum kit próprio associado é simplesmente arrastar diretamente da Media Bay para a área de trabalho. Automaticamente um Instrument Track é criado com o MIDI Loop e o kit próprio carregado na Groove Agent One e todos os inserts programados para o timbre (equalizadores, compressores, etc) estão lá também. Além da qualidade sonora dos loops, a praticidade deste processo agiliza qualquer produção. A figura 5 mostra o Loop “Modern Hip Hop kit 5 AM Beat 2” (na lista à direita no Media Bay) arrastado para a sessão de trabalho. Vemos o loop MIDI na sessão como clip, a Groove Agent One já carregada com seu kit correspondente e o canal de insert com plug-ins e equalizador programado. Simples assim. Agora é com vocês. Conheçam e explorem a livraria e suas possibilidades. Divirtam-se. Abraço!

Para saber online

FIGURA 4 - Livraria de loops no Media Bay

bre a programação do Beat Designer. Os kits foram criados para serem utilizados com a nova livraria de 150 loops também criada por Allen Morgan para o Cubase 7. Os loops podem ser acessados pelo Media Bay. Vamos até o menu Media / Media Bay. O Media Bay é um poderoso browser interno do Cubase que classifica e organiza arquivos de áudio, vídeo, MIDI loops, projeto, track presets, MIDI Files, Pattern Banks, Plugin Presets, Strip Presets e FX Chain Presets usando atri-

dalla@ateliedosom.com.br | www.ateliedosom.com.br Facebook: ateliedosom | Twitter:@ateliedosom

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PRO TOOLS| www.backstage.com.br

PLUG-INS,

FORMATOS,

CORES E MODELOS... Cristiano Moura é produtor, en-

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genheiro de som e ministra cursos na ProClass-RJ

Olá pessoal, imagino que alguns de vocês já tenham me visto na coluna sobre Sibelius. A partir deste mês, também estarei por aqui escrevendo sobre Pro Tools, que é na realidade, ao lado do Sibelius, o principal software no meu fluxo de trabalho como produtor musical.

M

OMENTO DE TRANSIÇÃO

Desde a versão 8, o Pro Tools passa por modificações consideráveis não apenas nas funcionalidades, mas na filosofia e estrutura de funcionamento do software. A versão 8 foi a primeira a quebrar conceitos de que a interface deveria ser “intocável”, permitindo ao usuário mudar ferramentas de lugar e colorir tracks,

Fig1 - Pro Tools 7 interface

por exemplo. Compare nas figuras 1 e 2, a diferença de visual da interface. A versão 9 foi um marco, pois até então para se usar o Pro Tools era obrigatório ter um hardware da Avid, o que gerava uma grande frustração do mercado. Nesta versão, esta limitação deixou de existir. Ou seja, o hardware e o software finalmente se separaram, e hoje é pos-


Fig 2 - Pro Tools 8 interface

sível comprar apenas o Pro Tools e rodar com qualquer interface e da mesma maneira, é possível comprar o hardware da Avid para rodar com Cubase, Nuendo, Logic Pro, Sonar entre outros.

AAX: UM NOVO FORMATO DE PLUG-IN Juntamente com a apresentação do Pro Tools 10 (fig.3), a Avid deu um susto no mercado, informando sobre um “upgrade” no método de programação de seus plug-ins. Os formatos disponíveis até então eram: Plug-ins

Fig 3 - Pro Tools 10

RTAS (que utilizam processamento da CPU) e Plug-ins TDM (que utilizam processamento de chips DSP). A partir do Pro Tools 10, o formato AAX (Audio Advanced Extension) foi apresentado. Este formato deve substituir o RTAS e TDM na próxima versão (Pro Tools 11) da seguinte forma: AAX Native entra

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A desvantagem de toda evolução em cima da arquitetura do Pro Tools|HD é que a nova versão HDX não é capaz de carregar plug-ins TDM. Ou seja, o usuário só poderia pensar num upgrade do sistema Pro Tools|HD para o Pro Tools|HDX se os plug-ins que ele costuma usar já tivessem sido convertidos para AAX DSP

Fig 4 - Pro Tools HDX

no lugar do RTAS. Já o AAX DSP entra no lugar do formato TDM. Para que esta substituição seja gradativa, o Pro Tools 10 permite que o usuário use tanto os formatos antigos RTAS e TDM quanto os novos AAX.

cipais fabricantes de plug-ins do mercado, já se manifestou revelando que não tem interesse em converter seus plug-ins de TDM para AAX DSP, o que gerou uma confusão maior ainda.

CONCLUSÃO PRO TOOLS | HDX E SEUS PLUG-INS Parece simples. Um formato novo chegou, e outro vai sair. Mas não é bem assim. Junto com a substituição dos for-

Na tabela (fig.5), fiz um resumo da compatibilidade de plug-ins até a versão 10. Para usuários de Pro Tools|HDX e futuros usuários de Pro Tools 11, é importante confirmar se os plug-ins usados na sua ro-

Tabela de compatibilidade dos plug-ins

matos RTAS/TDM pelo formato AAX, também foi anunciada a substituição do sistema de grande porte Pro Tools|HD pelo sistema Pro Tools|HDX (Fig.4). Este sistema novo é repleto de vantagens. Tem uma arquitetura muito mais robusta, roda mais plug-ins, é mais rápido e tem tecnologia atualizada para prover futuros avanços tecnológicos que não eram possíveis no Pro Tools|HD. A desvantagem de toda evolução em cima da arquitetura do Pro Tools|HD é que a nova versão HDX não é capaz de carregar plug-ins TDM. Ou seja, o usuário só poderia pensar num upgrade do sistema Pro Tools|HD para o Pro Tools|HDX se os plug-ins que ele costuma usar já tivessem sido convertidos para AAX DSP. Curiosamente, a Waves, que é um dos prin-

tina já possuem a versão AAX disponível. A lista atualizada pode ser encontrada através do link: http://www.avid.com/US/ resources/AAX-plug-in-compatibility Abraços e até a próxima.

Para saber online

cmoura@proclass.com.br http://cristianomoura.com


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ARTIGO| www.backstage.com.br 68

Se a passada de som terminava às seis da tarde, e a casa abria às nove da noite, certamente eu entregava o palco um pouco antes do público chegar. Quase sempre eu ficava no local do show, mesmo depois da banda voltar para o hotel. Era um esforço contínuo para extrair o último dB sem microfonia. Esta imagem suada (entre outras, é claro...) ficou até hoje em minha lembrança, quase trinta anos depois de ser o técnico de som do Emílio Santiago.

Verdade Ricardo Mizutani redacao@backstage.com.br Fotos: Internet / Divulgação

N

aquela época era um som de voz alto e descomunal no palco – ainda sonhávamos com os fones de ouvido. Eu tinha que me esforçar muito para satisfazer este cantor, suar muito a camisa. E só tenho que agradecer por isso. Hoje eu tenho a habilidade de equalizar corretamente um sistema usando só o ouvido, graças à sua “chatice” e exigência. O Emílio foi o primeiro trabalho que me permitiu viajar para fora do Rio de Janeiro, Conheci novos equipamentos, outras culturas e formas de trabalho. Uma verdadeira escola para um jovem técnico de som. E não só para mim, outros também se “graduaram”. Músicos como Marcos Nimirichter, Jethro Alves, José Canuto, Jakaré e muitos outros jovens que o acompanharam ao longo da história também se formaram nesta “estrada”, e hoje estão por aí, renomados instrumentistas.


Este talento para selecionar bons músicos, ele também aplicava para variar o seu repertório. Estou falando das suas apresentações ao vivo. Só quem já foi a um show dele sabe de sua verdadeira versatilidade. O público em geral, que comprava discos e CD´s, conhece apenas uma pequena parcela do seu talento. Era no palco que este artista se revelava. Emílio Santiago sabia cantar, com propriedade, bossa nova, samba, rock, MPB, standards da música americana e muitos outros gêneros – e ele só cantava pérolas da música. Sabia como ninguém o que deveria tirar do baú. Ele sabia montar um repertório. E com

Chinesa sua voz grave e afinada, dava uma interpretação surpreendente, pegava o público sempre de surpresa. Ele era muito afinado. Já citei isso? Não tem como enfatizar demais esta característica. Já trabalhei com muitos cantores e cantoras do cenário musical. E sempre confidenciava entre amigos que o Emílio Santiago era o maior intérprete vivo da MPB. Mesmo ele tendo passado para outra esfera, muitos ainda vão continuar concordando. Afinal, você acha fácil manter um timbre aveludado com a potência que ele emitia a sua voz? Só para dar um exemplo, certa vez, fazendo o P.A. no Imperator, na época a maior casa de espetáculos do Rio, em um trecho da música “Codinome Beija-Flor”, ele simplesmente afastou o microfone e cantou à capela para uma casa lotada. Lá da housemix eu tremi quando ele abaixou a mão com o microfone. Pensei, deu m@%da. Mas ele continuou sem se abalar e chamou a responsabilidade para si. Eu podia ouvir perfeitamente a sua voz, e me arrepiei, como outras 1.200 pessoas. Poucos sabem; os que conviveram de perto talvez tenham notado. O Emílio Santiago poderia ser um bom ator. Quando ele subia ao palco, sabia, como nenhum outro cantor, dar uma interpretação à sua canção. Não estou falando apenas do canto. Falo do corpo físico

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ARTIGO| www.backstage.com.br 70

inteiro. Ele mostrava o que deveria ser mostrado ao público, como deve ser em uma atuação teatral. Em outra ocasião, fazendo o monitor de palco, podia enxergá-lo perfeitamente. Em uma pausa entre as músicas, ele se virou de costas para o público e caminhou para a frente da bateria. O seu rosto era de zangado, muito p%$o. A banda atacou a intro da música, ele enxugara o rosto, e quando se virou para o público, ele se transformara. Estava brilhando, sorrindo, nada o havia abalado. Até hoje não sei o motivo desta raiva, só sei que o público não percebeu absolutamente nada, nadinha, até o fim do show. Aquilo me pareceu uma cena de cinema, uma transformação digna de Jackill & Hide e me serviu de lição, uma lição de respeito. O Emílio respeitava o seu papel profissional. Ele desempenhava com responsabilidade. Ao contrário deste exemplo, já presenciei outros renomados artistas que, por capricho, gostam de “lavar a roupa suja” no palco, com um público para solidarizá-lo. Eles interrompem o show, fazem um pequeno discurso, e com certa frequência culpam alguém da técnica. Estes, com certeza, não estão à serviço da música. Quem é técnico, e tem conhecimento de causa, sabe o quão ridículo este momento é. O Emílio era uma pessoa vaidosa, andava sempre bem vestido, com boa aparência, de barba feita. Mas isto não se confundia com a postura profissional que ele exigia de si e dos que trabalhavam com ele. Se a camisa do roadie rasgava por um acidente, durante uma montagem de palco, ele mandava trocar na hora. Todos da equipe, incluindo os músicos, deveriam ter o cuidado com sua apresentação. Era o respeito pelo ofício. Não era vaidade. Eu posso afirmar que esta lição de postura me abriu muitas portas depois que sai desta gig. Foi um privilégio ter trabalhado para um artista deste naipe. Soube hoje de sua morte, e resolvi escrever este depoimento, a verdade que eu vivi. Muito do seu legado repercu-

tirá pela imprensa, tenho certeza. Sua voz está gravada, taí para ser conferido por fãs, estudantes de música e quem mais se interessar. Mas nenhuma gravação, até hoje, faz jus ao que ele mostrava no palco. Ao vivo, o Emílio Santiago era único em nossa casta de intérpretes. Certa vez, o Nelson (técnico) fez um sub de um dia nesta gig. Depois, por telefone, ele me confidenciou: É nível internacional ! Realmente, o Emílio, anos depois, foi cantar no Blue Note e recebeu só elogios da crítica especializada. Nós, técnicos de som, devido à dinâmica de nossa profissão, temos uma visão privilegiada do que é verdade e do que é mentira. Trabalhamos no palco, nos bastidores, com vários artistas, temos um ouvido seletivo e acabamos, sem querer, fazendo comparações artísticas. Pode perguntar a outros técnicos que tiveram a oportunidade de trabalhar com o Emílio: João Vicente, Marcelão, Gazzaneo, Paulista etc. Eles vão confirmar. O Emílio Santiago era um cantor de Verdade. A propósito do título, eu não sou chinês, e ele sempre me chamava de japonês. No começo isso me chateava, mas não demorou muito para eu entender que era uma forma de carinho. Relacionar-se com o Emílio não era trivial, para nenhum de nós. Como outros artistas super talentosos, o seu temperamento era às vezes incompreensível. A sua relação com os técnicos de som era ainda mais difícil; na época, a sua fama era lendária. Sempre havia aquela relação de amor/ódio. Mas mesmo nos momentos mais ásperos, ele nunca foi mal educado. Reclamava muito, mas nunca saí do palco ofendido. E no final, o balanço que faço hoje de minha experiência, é que levei comigo muitos valores positivos para o exercício de minha profissão. Como já disse, foi uma escola. Então, ser descendente de japonês, chinês, ou ter qualquer outra origem perde total importância no momento. Hoje nos damos conta que alguém querido se foi. Então, vamos deixar o título como está, em sua homenagem. Chegando lá em cima, tenho certeza que será bem recebido, ainda mais pelo Didico, mais um que passou pela sua escola. Também tenho certeza que ele o conduzirá para o próximo palco, para a próxima apresentação do Emílio Santiago, o maior intérprete da MPB.


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REPORTAGEM| www.backstage.com.br 72 O carnaval do Rio de Janeiro foi encerrado com uma multidão pelo centro financeiro da capital fluminense ao som do Monobloco e Blue Man Group. Em cima de dois trios elétricos, as duas bandas comandaram mais de 300 mil foliões que se despediam da festa de Momo. O desfile também foi transmitido ao vivo pela TV.

redacao@backstage.com.br Fotos: Divulgação

BLUE MAN GRO P

ôde parecer estranho, ou adequado, dependendo do ponto de vista da cada um, ver a performance do The Blue Man Group ao lado do Monobloco no dia 17 de fevereiro em pleno centro financeiro do Rio de Janeiro. Do ponto

de vista do entretenimento, o evento foi, digamos assim, a “cereja do bolo” no encerramento do carnaval carioca do ano de 2013 e deixou bem claro que as mais de 300 mil pessoas que seguiram os dois trios elétricos pela Avenida Rio Branco

O trio do Blue Man Group ficou interligado por 10 vias ao trio do Monobloco


que ficou responsável pela transmissão e gravação do evento, contou à Backstage que o maior desafio foi por se tratar de um trio elétrico e em movimento. “Saimos lá do comecinho da Rio Branco, esquina com Presidente Vargas. Viemos mixando desde o começo da avenida e levamos os equipamentos da Unidade Móvel para cima do trio elétrico”, explica Marcelo, acrescentando que a

UP E MONOBLOCO até o largo da Cinelândia não queriam largar a fantasia. Quem não tinha mais fôlego para curtir junto à multidão, pôde assistir pelo canal Multishow, que passou a transmitir, ao vivo, quando

Equipamentos da UM foram para cima do trio

os trios chegaram à Cinelândia. No entanto, até chegar lá, foi preciso montar um arsenal de equipamentos e uma série de providências técnicas. Marcelo Freitas, do Epah Estúdios, Unidade Móvel

console usada em cima do trio foi uma Venue Profile, Digidesign. “Como a gente não tinha disponibilidade de gravar em Pro Tools, por questão de espaço, gravamos no JoeCo, BlackBox, de 64 canais, no padrão MADI, com HD da Glyph”, completa. Para a transmissão, a equipe da UM splitou o sinal no trio elétrico do Monobloco, que no início do desfile estava à frente do trio do Blue Man Group. A sequência inicial ainda tinha a bateria do Monobloco entre as duas bandas. A alguns metros da Cinelândia, o ordem do desfile mudou: o trio do Blue Man Group ultrapassou o trio do Monobloco, e os dois ficaram interligados por 10 vias de áudio. A bateria assumiu um formato de meia lua na frente dos trios. “Tínhamos algumas vias, um L&R, por exemplo, do nosso trio mandan-

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Console usada para mixar o Monobloco e o Blue Man Group para o canal Multishow

Tínhamos uma gama de frequências com uma banda muito cheia, com muita gente utilizando. O próprio Blue Man Group usa muita coisa sem fio, então isso nos limitava em uma frequência (Marcelo Freitas)

do para o engenheiro de mixagem do Blue Man para ele poder entender o que estava sendo tocado no trio do Monobloco. De lá, nós recebíamos um áudio separado - percussões, harmonia e o L&R do trio inteiro - para escolhermos qual era a melhor mixagem para mandarmos para o fone dos músicos do Monobloco”, esclarece Marcelo. Como a apresentação seria transmitida ao vivo, não havia espaço para experimentalismos ou erros, então a saída foi ensaiar e testar tudo no dia anterior. A ideia era simular como o evento iria acontecer, como seria ligado o multicabo, por exemplo, e achar uma solução para a principal dificuldade técnica: como enviar o L&R mixado para a central da Globosat, que estava na Cinelândia. A solução foram quatro transmissores, dois Electro Sonic e dois Sennheiser de 250 miliwatts. O percurso inteiro da avenida serviu como um ajuste e alinhamento para a Globosat colocar no ar da melhor forma possível, tanto na parte de áudio quanto na parte de vídeo até os 20 minutos antes da transmissão ir ao ar. Os 45 minutos de apresentação ao vivo foram transmitidos em quatro sinais, um L&R principal pelo Electro Sonic e um L&R backup pelo Sennheiser. Um detalhe é que o sinal mixado vindo dos Electro Sonics já estava sendo recebido

pela Globosat no final da Avenida Rio Branco desde o momento de partida do trio, do outro lado da avenida, próximo à Avenida Presidente Vargas. Outro desafio era fazer o áudio chegar o mais nítido possível e com qualidade, tendo em vista que a distância entre a UM e a unidade da Globosat era de cerca de 300 metros de distância e as bandas de radiofrequências escassas. O próprio Monobloco, por exemplo, utilizou quase 24 ear phones. “Tínhamos uma gama de frequências com uma banda muito cheia, com muita gente utilizando. O próprio Blue Man Group usa muita coisa sem fio, então isso nos limitava em uma frequência. A única solução que a Globosat conseguiu foi que utilizássemos o Electro Sonic para fazer o som do áudio principal e ter Sennheiser para fazer a transmissão do áudio backup. Se caísse um, tínhamos outro no ar”, avalia Marcelo. Além de transmitido e gravado pelo canal Multishow, o evento também foi transmitido e gravado por uma equipe de produção da empresa de telefonia patrocinadora. Isso quer dizer que a equipe da UM também teve que lidar com radiofrequências diferentes, gerando em alguns momentos um campo de RF dentro de uma condição que já estava limitada. No entanto, não houve limitação técnica de mixagem e o que foi para o ar foi bem satisfatório, segundo Marcelo.


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REPORTAGEM| www.backstage.com.br 76 O Forte de Copacabana, no Rio de Janeiro, por dois meses foi palco do Aqueloo Beach Club, um evento de música eletrônica que aconteceu durante o verão carioca e reuniu DJs nacionais e internacionais. Sonorizado pelo sistema AERO 12, da DAS, a rave contou com cerca de 600 pessoas por dia e revelou que o gênero vem se tornando mais um nicho para as empresas de sonorização. redacao@backstage.com.br Revisão técnica: José Anselmo Paulista Fotos: Ernani Matos / Divulgação

AQUELOO NO FORTE DE COPACABANA A

missão da Vip Sound, empresa responsável pela sonorização do evento, era sonorizar cerca de 70 metros de faixa de areia, digamos assim, um pequeno espaço de areia entre as praias de Copacabana e Ipanema, na Zona Sul carioca, localizado em uma área militar acessível a poucos felizardos. O conceito de exclusividade, aliás, foi a tônica dessa primeira edição do Aqueloo Beach Club,

concebido nos moldes dos clubes privativos de Ibiza, na Espanha. O cuidado com o sistema de som foi uma das principais preocupações de Rick Reiner, diretor artístico e um dos sócios do Aqueloo, antes de fechar o negócio, tendo em vista que o evento era diurno e não contava com nenhum aparato de iluminação. “É meu dever não só artístico como também técnico de escolher o


DJ Rodrigo Ardilha aprovou o sistema

melhor som para a casa, porque este sempre foi um item muito negligenciado nos clubes e festas de música eletrônica aqui do Rio de Janeiro: a qualidade era muito ruim”, avalia. Trabalhando com música eletrônica há 15 anos, Rick conta que em clubes europeus todos os anos há uma verdadeira corrida pelo que existe de melhor em ter- Vivi Seixas (à esqu erda) fo i uma d mos de som. “Aqui não tem necesas DJs que se aprese ntou no sidade disso, até porque somos Aero 12 para Aquelo o Beac h Club open air e sazonal e temos que a cobertura da área. “Você tem cumprir horário, então tudo isso uma caixa que atende um espaço e em um terfoi discutido quando fechamos menor, é claro que a diferença de reno irregular, a estrutura com eles (Vip Sound)”, fala. som é totalmente específica, você da festa ficou dividida em duas pisA partir do local e das característitem equipamento que atende com tas, cada qual com uma cabine de cas do evento, Marcello Fonseca e uma qualidade de nível alto e espaDJs. “Por cada pista tinha um par Alexandre Deodato, ambos da Vip ço reduzido”, fala Alexandre. Code CDJ 2000 e um mixer de DJM Sound, indicaram o sistema DAS mo o local era pequeno, ao ar livre 900, além de um par de SM 400

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Alexandre ao lado do sistema DAS Aero 12

Em cada pista eu tinha também um processador Studio R para fazer o sub e para fazer os monitores e um Clark Teknik para fazer o processamento das caixas, o alinhamento, e algumas vezes poder filtrar o que é demais nas caixas (Alexandre)

para atender também os DJ internacionais, e uma mesa 01V Yamaha. Em cada pista eu tinha também um processador Klark Teknik para fazer o alinhamento, controle e processamento das caixas Aero 12 e dos subs SB850 e algumas vezes poder filtrar o que é demais nas caixas em determinados momentos”, fala Alexandre.

Alexandre e Marcello, da VipSound

Para o DJ Rodrigo Ardilha, uma das melhores características do sistema de PA é a resposta nos graves. “Eu já havia trabalhado com esse som da DAS há alguns anos e eu gosto muito do sistema para tiro curto. É um dos melhores sistemas que eu conheço aqui no Brasil. A resposta de graves e subgraves atende muito bem à música eletrônica; então, com esse conceito,

Cabine do DJ na pista 1 mudou de posição diversas vezes durante o evento


Processadores usados na mesa do DJ

Rider de Som Aqueloo Beach Club Sistema configurado na pista 1 e área dos camarotes

quando tocamos uma música muito cheia de graves, o sistema atende a todas as nossas necessidades. Ele atende bem as frequências tanto para quem está trabalhando com as mídias digitais quanto com o vinil. De acordo com o DJ, a diferença dessa caixa de tiro curto é que é possível concentrar o som em determinado local sem que ele se propague tanto nas altas e nas baixas frequências. “Elas ficam exatamente onde a gente quer e isso é fundamental para trabalhar num projeto como o Aqueloo, em que não é preciso um som alto, mas de qualidade, que fique concentrado e com o mínimo de vazamento. E o tiro curto não vai deixar vazar de um ambiente para o outro”, completa Rodrigo. Segundo Alexandre, a ideia era privilegiar o grave, no entanto, cada DJ tem uma forma de tocar “Isso aqui é um festival internacional de DJs e você tem que estar apto a atendê-los”, ressalta. Marcello Fonseca acrescenta ainda que o motivo de ter proposto o Aero 12 foi por esse ser um sistema simplificado com uma estrutura menor, e perfeita para ficar mais espalhada ao longo da praia. Ao todo foram 16 caixas Aero 12, seis na pista de cima, com quatro subs SB 850 e mais dez na pista perto da areia, com oito subs SB 850. “E na parte

Pista 1: 01 Mic SM 58 – Shure 02 CDJ 2000 – Pionner 01 Mixer DJM 900 Venue – Pionner 01 Mesa Yamaha 01V 02 Monitores SM 400 01 Processador Klark Teknik – DN 8000 01 Rack com Powers Dynacord 2,5 e 5,0 10 Elementos DAS AERO 12 08 Subs SB 850 01 Main Power 100 AMP

Pista 2: 01 Mic SM 58 – Shure 01 CDJ 2000 – Pionner (Reserva) 01 Mixer DJM 600 – Ponner (Reserva) 01 Mesa Mackie 02 Monitores SM 400 01 Rack com Powers Linha x – x5 e x8 06 Elementos DAS Aero 12 04 Subs SB 1000 01 Main Power 150 AMP 01 Processador Klark Teknik – DN 8000

de cima colocamos duas fazendo o camarote e mais um delay no camarote com duas caixas Zeon 515, da JBL”, ressalta Alexandre. “Começamos com uma pista e depois alteramos, porque caso chovesse, não haveria tempo hábil para desmontar e montar aqui em cima. Então, por isso, a segunda pista passou a existir”, comenta Marcello. Além de buscar soluções para as intempéries, a equipe da Vip Sound teve que se adaptar ao perfil de cada dia de festa, ou seja, todo dia era preciso se ajustar. “Quando montamos, alinhamos com a casa vazia. Você pega um dia com a casa lotada, tem que acertar. Se tem um buraco, tenho que ver o que faço para fechar esse buraco. Até mesmo porque você está em beira de praia, é mais difícil, não é ‘montou, alinhou e acabou’. E não é só um dia. Por exemplo, começou a chover, você joga a lona, faz um monte de outras coisas, então tem que estar sempre atento e cada DJ tem a sua linha de segmento. Tem DJ que vem com um punch mais grave,

você tem que segurar; tem DJ que é mais leve, então você tem que compensar”, avalia. E essa sensibilidade ao som da música eletrônica, de aplicar um tratamento diferenciado ao som ao vivo, é que chamou a atenção de Rick. “Tem empresas que quase se especializaram nisso. Um grande amigo no Sul, acho que 90% da carteira dele são de música eletrônica. Enfim é uma realidade”, fala o empresário. Rodrigo Ardilha também compartilha da mesma visão do sócio do Aqueloo e lembra que essa tendência talvez tenha começado quando o Brasil começou a importar muito DJ. “Já recebemos os riders dos técnicos de lá de fora muito exigentes e tivemos que nos adequar a essa demanda. Aqui no Aqueloo recebemos 16 DJs internacionais. Então, já prevendo isso, priorizamos o sistema de som. Não temos nenhum tipo de iluminação na casa, só temos a luz de serviço, então demos prioridade 100% ao som”, aponta.

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Novas faces N A fabricante nacional Studio R retomou com tudo a fabricação de caixas ativas e passivas para sonorização, e o primeiro teste de fogo já veio: a sonorização do Ação Verão, em Peruíbe. George Ribeiro redacao@backstage.com.br Fotos: Divulgação

os meados de 1985, a irreverente banda paulista Ultraje à Rigor lançou uma música chamada Nós vamos invadir sua praia, que rapidamente se tornou uma grande febre e lançou a promissora carreira musical do grupo. Na letra, Roger Moreira fazia uma espécie de crítica bem humorada ao costume do paulistano típico de enfrentar qualquer tipo de aperto para passar o feriado ou o final de semana no litoral do estado. De lá para cá já se foram mais de 25 anos, mas o hábito que inspirou a letra continua o mesmo. A cada verão, milhões de paulistanos enfrentam horas de engarrafamento, areias lotadas e todo tipo de contratempos para curtir algumas horas de lazer

frente ao oceano. Até por conta deste fenômeno, os nativos das cidades litorâneas acabaram desenvolvendo um grande espírito empreendedor, capaz de criar grandes negócios sazonais para aproveitar o fluxo de turistas, fazendo da “Alta temporada” sinônimo de bons negócios. E não são somente os informais, donos de pousadas e restaurantes faturam alto. Localizada na cidade de Peruíbe, litoral sul de São Paulo, a empresa Paulinho Som é um bom exemplo de que os profissionais do mercado de shows também podem faturar na sazonalidade. Para o começo de 2013, a locadora foi contratada para ser a responsável técnica do Ação Verão, evento montado pela prefeitura local que contemplou moradores e


no som ao vivo turistas com shows de grandes nomes da música brasileira todos os finais de semana de janeiro. “Eu comecei bem de baixo, com quatro caixinhas de som para locar para bandas. Daí a coisa foi crescendo até ter este salto de agora, de me envolver com um evento deste porte”, conta Paulo Sérgio, o Paulinho, dono da empresa. De fato, o tamanho do evento - que contou com shows de Lulu Santos, Alexandre Pires, NX Zero e Roupa

Sky R590 estreou no festival Ação Verão, em Peruíbe, litoral de São Paulo

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Eu fui até a Studio R para comprar alguns amplificadores para outro sistema ativo e lá eles me mostraram que agora tinham um modelo de Line Array. Eu ouvi lá na fábrica mesmo e achei incrível, e resolvi então investir nele (Paulinho)

Palco teve duas colunas com 12 caixas por lado

Passagem de som

Nova -, superou até mesmo as expectativas da prefeitura. Chegou a haver mais de 20 mil pessoas durante as apresentações. Foi com base nestas expectativas que começaram os desafios para Paulinho. “Para realizar um evento deste tamanho, eu teria que investir e adquirir um sistema de PA de grande porte”, explica. A escolha do locador acabou surgindo de uma jogada de sorte. “Eu fui até a Studio R para comprar alguns amplificadores para outro sistema ativo e lá eles me mostraram que agora tinham um modelo de Line Array. Eu ouvi lá na fábrica mesmo e achei incrível, e resolvi então investir nele”, conta.

QUESTÃO DE TECNOLOGIA O que Paulinho ouviu na fábrica da Studio R nada mais era do que o novo

Técnicos no palco durante a passagem de som

investimento da fabricante nacional no retorno à produção de sistemas de sonorização em si. Depois de passar vários anos tendo como carros chefes os amplificadores da Série X, em 2011 a empresa decidiu retomar as pesquisas em caixas acústicas passivas e ativas e lançou a linha SKY, primeiro como um segmento de PAs portáteis e agora che-


O peso do legado Grande parte do sucesso que a Studio R alcançou através de suas décadas de atuação no mercado do áudio brasileiro se deve aos sempre inovadores projetos e ao grande conhecimento de seu fundador, Rui Monteiro. Admirado como lenda do áudio nacional, foi ele o responsável pelos principais produtos que cativaram profissionais de diferentes segmentos através dos anos. Com a entrada da empresa em novos rumos, também se revela um novo nome para o mercado do áudio profissional: Francisco Monteiro. Literalmente criado entre circuitos eletrônicos e bobinas de falantes, o engenheiro hoje trabalha na linha de frente, desenvolvendo e dando suporte às principais novidades da Studio R. A Backstage aproveitou o acompanhamento que fazia dos sistemas vendidos em Peruíbe e conversou com Francisco sobre o processo de desenvolvimento da linha SKY e quais são as próximas apostas da marca. Backstage: A Studio R tem divulgado que a linha SKY é um produto com excelentes especificações, mas com um preço mais acessível. Por possuir estas características ele deixa de ser um produto de topo? Francisco Monteiro: Ele tem qualidade para competir com produtos de preço bem mais elevado do que o dele. Tanto que faz eventos grandes, festas que exigem muita pressão sonora. Foi um trabalho de pesquisa e desenvolvimento muito difícil para fazer algo bom e barato. Isto é, quando falo barato não quer dizer aquele “barato” sinônimo de porcaria, mas sim de custo mais baixo em relação ao que ele é.

Monteiro: Atualmente já estamos lançando os sub-woofers passivos para estes lines, sim; e estamos finalizando o amplificador que virá acoplado no modelo ativo para então lançálo. Quem quiser comprar já o passivo pode comprar que o modelo é igual, só que o ativo terá o amplificador embutido ao invés de uma tampa traseira. Backstage: Esta linha de Lines SKY foi pensada para competir somente com produtos nacionais ou com os estrangeiros também? Monteiro: Feito para competir com qualquer sistema, claro que são sistemas para shows grandes, mas que também podem ser usados em igrejas, até devido à resposta de frequência boa. A ideia que queremos passar é que quando se trata de sistemas grandes, que antes só dava para se usar coisas importadas e muito caras, agora se tem a opção dos Studio R.

cia é redução de preço, mas estamos batalhando, melhorando estrutura, adquirindo maquinário para diminuir custos, e nunca paramos de pesquisar. Nosso produto não é o mais barato, mas nossa pesquisa faz com que sejam produtos únicos. Além do nosso atendimento, garantia, assistência... No Brasil, tem coisas que só a gente faz.

Backstage: Hoje a Studio R está trabalhando na produção também de sub-woofers ativos e passivos. Formarão um conjunto para este Line?

Backstage: A fabricação de produtos importados no Brasil, interfere no negócio? Monteiro: É lógico que o que mais influên-

Backstage: O final de 2011 e início de 2012 foi um período difícil para a indústria nacional. Já no meio de 2012 vimos vocês trazendo produtos novos, e investimentos. Isto é um sinal de que passou a fase ruim? Monteiro: As coisas mudaram. Aquela época foi de mudança e hoje o mercado é totalmente diferente daquele. Foi difícil, tivemos que fazer muitas coisas, criar produtos e hoje acreditamos que o negócio está mais estável. Quem conseguiu mudar e se adequar hoje está bem e já consegue enxergar o futuro.

gando até os Line Arrays para sonorização de grande porte. “O mercado estava carente de um sistema de Line ativo e caixas ativas de boa qualidade. Hoje é normal ver sistemas ou muito caros ou de baixa qualidade. Quisemos fazer algo bom

e que não seja uma fábula para adquirir”, explica Francisco Monteiro, engenheiro de projetos e proprietário da Studio R. De acordo com o engenheiro, a pesquisa em cima do produto foi para conseguir um padrão de qualidade superior

com um preço de linhas nacionais mais “barateadas”, fazendo a linha ser extremamente competitiva. O produto em questão, adquirido pela empresa de Paulinho, foi o Line Array Sky R590, um sistema ativo tri-amplificado e processado,

Backstage: Neste segmento, quem são os principais concorrentes de vocês no Brasil? Monteiro: Quem está produzindo sistemas de maneira profissional, porque tem muito aventureiro por ai, é a Attack, a DB, a Sellenium que agora é Harman. Eu acredito que hoje, dos que tentam fazer um trabalho profissional, são estes os nossos concorrentes.

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Maurício Pinto e Paulinho

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bertura lateral, quatro KF850 como torres de delay e outras duas KF850 no front fill, isso tudo da EAW. Usei também duas mackie SRM450 para ajudar no frontfill”, conta o locador.

COLOCANDO À PROVA

Paulinho usou os softwares de alinhamento da Studio R

montado em alto-falantes de 8” e drivers de Ribbon, o que “garante uma sonoridade elevada sem ficar com as frequências agudas estridentes ou agressivas do titânio”, explica-nos Monteiro. “Trata-se de um sistema que atende bem desde shows em estádios até em casas fechadas. Os bumpers suportam um grande número de caixas, então, em eventos grandes, é só usar mais caixas. Já para eventos pequenos, projetamos o sistema para que não fosse preciso um grande número de caixas para conseguir uma resposta plana”, completa. Para os shows em Peruíbe, Paulinho montou um set com 12 unidades de caixas por lado do PA, utilizando-se do software de alinhamento da Studio R para melhor posicionamento. “Além do PA principal, usei mais 16 subs SB850, duas KF850 por lado para a co-

Dentre as bandas que passaram pelo palco do Ação Verão 2013, sem sombra de dúvida a que trazia maior peso e exigência foi exatamente a atração principal. O Roupa Nova possui mais de 30 anos de carreira e um total de 15 prêmios recebidos em diferentes categorias, incluindo um Grammy Latino conquistado em 2009 pelo álbum Roupa Nova em Londres. Por conta disso, e pela quantidade de público que chegou cedo para reservar lugar mesmo debaixo de chuva, a última noite de shows prometia ser a mais importante, tanto para Paulinho como para as novidades da Studio R. Mas não precisou muito mais do que a passagem de som para que as coisas retomassem sua calma habitual. “Minha impressão sobre o sistema de PA é que ele cobriu tudo bem legal, fazendo uma soma interessante no meio. Gostei muito do Driver de fita e sou um fã confesso do timbre dos falantes de 8 polegadas”, afirmou Maurício Pinto, técnico de PA da banda há mais de 14 anos. “Achei muito interessante o rendi-


Roupa Nova está há mais de 30 anos na estrada

mento e a cobertura”, completou. Mauricio operou o sistema através de uma mesa Yamaha M7CL, a qual, segundo o técnico, cumpriu bem seu trabalho, mas não leva seu selo de preferência. “Apesar de eu aceitar diversas mesas por respeito aos donos de locadora, minha preferência fica para as mesas da Avid”, afirma. Já Flávio Senna, técnico de monitor da banda, viaja com a própria mesa, uma Digidesign Profile. “Só tínhamos como viajar com uma mesa, e como estamos falando de uma banda com seis músicos, que exigem que tudo sempre soe da mesma forma, e que chegam em cima da hora para tocar, optamos por ficar com a de monitor”, explica. Apesar das observações do técnico, Senna garante que o Roupa Nova não se trata de uma banda difícil de trabalhar. “Eles são muito exigentes, porque sabem muito. De certa forma isto até facilita, pois eles entendem de áudio, têm seus estúdios, então sabem como pedir o que querem”, afirma. Além da mesa de monitoração, a banda faz sua turnê com os próprios Directbox, os Shure PSM 900 para monitoração in-ear e microfones também. “Dos seis músicos, cinco usam headsets para cantar, e o outro um microfone de mão comum. Cada um deles tem sua preferência por

Maurício Pinto e Flávio Senna

marca e modelo de microfone, então, acabamos indo para a estrada com um rider bastante variado, com modelos da Crown, AKG e DPA”, conta Senna. Ao todo, os técnicos usaram 48 canais, todos transmitidos analogicamente para as mesas. Mesmo com a incessante chuva que caiu durante toda a noite de 26 de janeiro, o Roupa Nova foi capaz de fazer um grande apresentação que encantou um público facilmente superior aos 20 mil com sucessos do passado e presente. E claro, tudo com a chancela técnica dos sistemas da Studio R e a atuação do Paulinho. “Agora que estou equipado, para o futuro eu quero investir no treinamento e estudo do meu pessoal, para que ganhem uma base técnicoteórica e ir atrás de trazer mais shows aqui para minha cidade, pois é essa a minha paixão”, conclui o locador.

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PROJETOS DE ILUMINAÇÃO

CÊNICA A elaboração e a execução de projetos de iluminação cênica requerem muitos conhecimentos e estudos. Com esta conversa, iniciamos uma abordagem geral sobre o que precisamos para que esses projetos sejam viáveis

PERCURSOS SEM PERCALÇOS Cezar Galhart é técnico em eletrônica, produtor de eventos, baixista e professor dos Cursos de Eventos, Design de Interiores e Design Gráfico do Unicuritiba. Pesquisador em Iluminação Cênica, atualmente cursa Pós-Graduação em Iluminação e Design de Interiores no IPOG.

T

odo projeto cenográfico – que inclui, naturalmente, o Lighting Plot (representação gráfica com a disposição das estruturas, instrumentos de iluminação e outros identificados no projeto de iluminação cênica) e elementos diversos – requer, antes de qualquer esboço ou delineamento inicial, para qualquer tipo de evento, o conhecimento pleno de todos os recursos necessários à produção do show, espetáculo ou apresentação musical/teatral. A esses recur-

sos devem ser consideradas todas as características físicas e estruturais (dimensões, materiais, facilidades, acessos), infraestrutura (sistemas de distribuição de energia elétrica) e perfil do espaço no qual será realizado o evento, para que o resultado final possa ser, pelo menos, estimado conforme o esperado. Isso serve e muito para as equipes de montagem e fornecedores diversos. Mas como foi dito acima, o conhecimento pleno (ou total) de todos os recursos

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CADERNO ILUMINAÇÃO

Para espaços similares, ou com características parecidas, podem-se estipular padrões e projetos com adaptações previstas, como para alterações necessárias


estruturas modulares e alicerces das nossas vidas, de artistas, produtores e outros profissionais do mundo dos eventos). No entanto, todo projeto deve ser concebido

minação cênica, além de todo o impacto visual e estético que resultará em um show ou uma turnê, dimensionará todos os instrumentos, estruturas de suporte, carga

Como desenvolver projetos com restrições orçamentárias e liberdade de criação quando há dificuldades de “união” desses dois interesses projetos criativos e “baratos”? com estudos preliminares tendo em foco três aspectos principais de viabilidade: financeira, técnica e operacional. A viabilidade financeira determina os outros dois aspectos acima citados. Afinal, um projeto de ilu-

Fonte: The PAAM BLog / Divulgação

necessários deve ser relacionado à realidade do evento. Muitas das informações dos espaços onde serão realizados os eventos nem sempre estarão disponíveis ou acessíveis à sua produção. Naturalmente, os projetos de iluminação cênica não serão personalizados para cada espaço de eventos – seria impraticável para turnês com vários shows programados em espaços diferentes, e com intervalos de tempo reduzidos entre um evento e o próximo – mas sem esse conhecimento mínimo, os problemas se multiplicam em grande escala. Para espaços similares, ou com características parecidas, podem-se estipular padrões e projetos com adaptações previstas, tanto para alterações necessárias e inevitáveis, como para procedimentos de montagem e disposição dos recursos em cena (nos palcos, tablados,

Figura 1: Consideráveis investimentos no Leeds Festival, realizado no Bramham Park (Leeds, Inglaterra)

elétrica, técnicos e operadores, profissionais de montagem e desmontagem, transporte e acondicionamento, entre outros elementos, e tudo isso deverá ser calculado em quantidades, salários (ou fees), locações, prazos e disponibilidade de recursos diversos. Esses elementos farão parte do orçamento de cada evento. E aqui começa a primeira discussão, que naturalmente fará parte de outras conversas que ainda serão publicadas. Como desenvolver projetos com restrições orçamentárias e liberdade de criação quando há dificuldades de “união” desses dois interesses - projetos criativos e “baratos”? Nem todos os lighting designers têm “carta branca” para desenvolverem projetos sem a preocupação com orçamentos. Desta forma, a elaboração do projeto deverá ser realizada em conjunto com um orçamento, compatível com a produção do evento, e alinhada ao conceito e interesse dos artistas. A viabilidade técnica compreende vários elementos relacionados à produção técnica de palco – afinal, o projeto de iluminação cênica, em geral, é desenvolvido única e exclusivamente para a área de palco (mesmo que uma parte da iluminação projetada seja direcionada

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Fonte: The Voice of Tucson / Divulgação

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CADERNO ILUMINAÇÃO

O lighting designer elaborará um projeto, a partir das necessidades e desejos dos artistas, para que a iluminação cênica contribua decisivamente de forma a impactar no desempenho e performance de maneira significativa

Figura 2: Montagem de show com amplos prazos - Arizona Stadium, University of Arizona (Tucson, Arizona, EUA)

ao público, como na figura 1). O lighting designer elaborará um projeto, a partir das necessidades e desejos dos artistas, para que a iluminação cênica contribua decisivamente de forma a impactar no desempenho e performance de maneira significativa. Assim, a identificação dos elementos relacionados à dinâmica de palco (movimentação dos artistas, disposição dos músicos e equipamentos da banda) deve ser considerada e percebida no projeto. Mesmo para os profissionais que não têm a possibilidade de interagir com os artistas, e que fazem parte da produção apenas na etapa de montagem da estrutura de iluminação, o contato com a empresa produtora ou com a equipe técnica da banda/artista(s) se torna essencial para que os ajustes sejam os mais fiéis aos resultados esperados. Ainda a esse aspecto de viabilidade, deverão ser considerados os elementos cenográficos (se existentes, e como eles deverão se inserir na percepção do público para a melhor projeção de iluminação de forma a valorizá-los), as tecnologias disponíveis nos destinos dos eventos (tanto em relação aos instrumentos de iluminação, tais como consoles, equipamentos, dispositivos e periféricos, para que em todos os eventos a estrutura seja

uniformemente atendida) e, no caso de festivais ou shows, dois ou mais artistas/ bandas, a padronização de projetos, compatibilizados ou disponíveis em arranjos ou configurações justapostas. Em outras palavras, os projetos são executados e as estruturas são ajustadas para o atendimento das necessidades de todos. Entretanto, outros dois tipos de recursos fazem parte do estudo de viabilidade técnica: humanos (profissionais atuantes em todas as etapas de produção de um evento) e tempo (cronograma e programação do evento). Aos recursos humanos, a contratação de profissionais capacitados, habilitados e disponíveis torna-se fundamental para o sucesso do evento. Ao tempo, a administração dos prazos e das condições de montagem, muitas vezes impostas ou disponíveis. Finalmente, o estudo de viabilidade operacional. E, neste contexto, novamente deve ser destacada a necessidade de conhecimento pleno do(s) espaço(s). Mesmo que um projeto seja viável financeira e tecnicamente, por restrições dos espaços de eventos podem não ser operacionalmente viáveis. E isso pode estar associado às dimensões dos espaços, ao acesso dos recursos para a montagem e mesmo interferências externas que podem comprometer o projeto. Por exemplo, shows em espaços abertos,


Fonte: Visions Lighting / Divulgação

amplamente iluminados pelos recursos de iluminação urbana ou mesmo condições climáticas, a serem previstas – quando possível – antes da montagem do evento. Além das características construtivas dos espaços, restrições ou limitações, para o palco, principalmente para as linhas de visão e boca de cena, ou largura do palco, e infraestrutura - desde detalhes como a tensão nominal do local até número de pontos de distribuição de energia elétrica -, devem ser cuidadosamente avaliadas. É sempre importante lembrar que nem todos os espaços existentes e utilizados para eventos são teatros, centros de eventos ou casas de espetáculos, e mesmo para esses locais, nem todos são flexíveis e multifuncionais! Visitas e contatos prévios com os espaços tornam-se abordagens fundamentais para possíveis alterações

Figura 3: Centro esportivo (Home Depot Center) para o Wango Tango Concert (Carson, California, EUA)

e adaptações, em tempo hábil para o contato prévio com fornecedores e equipes de montagem, de forma a minimizar desgastes e aquilo que chamamos de “retrabalho”. Além, claro, da avaliação das condições de conversação do(s) espaço(s) e respeito às normas e instruções técnicas para os itens de segurança, im-

prescindíveis ao conforto e bemestar dos públicos participantes. Cada um desses assuntos será novamente abordado com mais detalhes, exemplos e dicas. Abraços e até a próxima conversa.

Para saber mais redacao@backstage.com.br

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Luc Peumans, da Genk, projetista do criativo design visual Painting With Light, na Bélgica, projetou o palco e a iluminação para a primeira produção da turnê da Dreamwork, Madagascar LIVE. redacao@backstage.com.br Fotos: Divulgação

Painting With Light vai à loucura com o

Madag T

razido à bordo pelos produtores holandeses da Stage Entertainment Touring Productions, Peumans se juntou a uma equipe altamente talentosa e prestigiada em um show com custos de produção altíssimos e que está agendado

para tours internacionais por dois anos. Seu trabalho traz atmosfera e vibração ao eletrizante musical que envolve aventuras, emoções e momentos de comédia de um grupo de animais fugitivos do Zoológico do Central Park, em Nova Iorque...


ascar e então encontram-se naufragados no litoral da ilha de Madagascar! Peumans usou o palco e o design de set de David Gallow, baseando-se em uma série de cortinas, cenários elaborados e coloridas fantasias,

bem como nos panos e tecidos usados para criar as diferentes localidades, como ponto de partida de seu design. “O espetáculo precisava de uma cuidadosa combinação de artimanhas teatrais, iluminação clássica e visuais épicos na arena, tudo isso trazendo os tecidos à vida e o palco dentro do contexto,” explica Peumans. Iluminação criativa é fundamental quando se quer tornar a narrativa do show animada e trazer sua energia para o público, assim como é importante para ambientar o senso de drama, além de criar elementos como noite e dia. A especificação dos equipamentos teve que ser prática e eficiente para que a turnê fosse montada e funcionasse rapidamente e sem dores de cabeça. Outro desafio foi o fato de que a montagem da iluminação tinha que trabalhar tanto suspensa como no chão – e isso varia em diferentes locais. Por isso, ele especificou quatro suportes pré-montados – três sobre o palco e um no FOH – nos quais muitos dos acessórios de iluminação podem transitar sem serem desmontados. A empresa responsável pela iluminação, Phlippo Showlights, da Bélgica, investiu nos suportes prémontados Interal P 36 APT para atender ao show. Os moving lights foram uma mistura de Clay Paky e Vari*Lite, com

e v i L 91


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Os vários tecidos de fundo, pernas e bordas são iluminados com 72 lâmpadas LEDBar, um produto personalizado desenvolvido pela divisão United Rental Company da Phlippo, envolvendo 18 x 3 LEDs Watt RGB em conjuntos de um metro de comprimento

Os panos de fundo, penas e bordas são iluminados com 72 lâmpadas LEDBar

28 Clay Paky 800 QWO Profiles, oito CP Alpha Spot 1500s mais 17 Vari*Lite 2500 Spots e 18 V*L 2500 Washes. Peumans faz grande uso de efeitos e opções de texturização oferecidos pelos

luzes automáticas para a arena do show, mas a qualidade de programação alcançou ótimos resultados multifuncionais. Os vários tecidos de fundo, pernas e bordas são iluminados com 72 lâmpadas LEDBar, um produto personalizado desenvolvido pela divisão United Rental Company da Phlippo, envolvendo 18 x 3 LEDs Watt RGB em conjuntos de um metro de comprimento. Há também vários LED PARs espalhados através da estrutura, além de uma

Efeitos e opções de texturas

acessórios, e tira total vantagem das numerosas oportunidades de combinações coloridas para enfeitar o palco – sutil e audaciosamente – complementando as fantasias incríveis de Greg Barnes. Não houve uma quantidade gigantesca de

Qualidade de programação alcançou ótimos resultados multifuncionais


Volta ao básico, sem projeções de LED, foi um dos diferenciais do show

seleção de praticáveis no set. A grande ênfase nos moving lights otimiza a montagem e sessões técnicas, já que menos tempo é dedicado à focalização do que em uma montagem com luzes genéricas. Peumans especificou dois holofotes Robert Juliat Ivanhoe, que são equipados com lentes de alcance curto e pendurados na parte frontal do suporte para que possam produzir feixes de luz em um ângulo íngreme no palco. Havia também diversas melhorias em relação à atmosfera

do show, que vêm na forma de lançadores de fumaça Look Viper 2.6 e vaporizadores de água Mk6 Viscount, da Jem Glaciators. O show foi ensaiado em Utrecht onde a iluminação foi programada em um console grandMA2 por Paco Mispelters e Peumans, da Painting With Light, e então transferida para um grandMA2 Light para a turnê que começou no Reino Unido. Na estrada, a iluminação é feita por Paco Polozon, técnicos de uma das equipes de iluminação da Espanha. Peumans comenta que foi uma experiência legal trabalhar novamente em um show de estilo tradicional de teatro – sem técnicas de mídia modernas como projeções ou telas de LED, o que o remeteu de volta ao básico, onde ‘menos é mais’. “Eu gosto dessa filosofia! É tudo sobre criar uma atmosfera com a iluminação na posição correta e no contexto correto, e então permitir que a imaginação do público faça o resto”, ressaltou. Madagascar LIVE! É dirigido por Gip Hopper, o gerente de produção técnica é Bart de Coensel e o produtor executivo é Hans Staal, auxiliado pelo produtor associado Kiki Venkuizen para a Stage Entertainment Touring Productions.

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Miguel Sá redacao@backstage.com.br Fotos: Divulgação

Ilumin DO ANO NOVO EM COPACABANA: UMA

Doze horas de evento, dezenas de shows simultâneos em quatro palcos e, novidade do ano, iluminação sincronizada com os fogos. Aqui você vai conhecer toda a complexidade da iluminação do réveillon de Copacabana.

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esde 2008 que a KN Projetos dá conta de um tremendo desafio: a iluminação do ano novo em Copacabana. Este ano, a luz começou a ser sincronizada com os fogos. O projeto de iluminação ficou por conta de Naldo Bueno. “Nós já realizávamos o projeto de iluminação


Os refletores em LED têm uma boa parte da responsabilidade por isto. Principalmente a partir de 2009. “Todos os anos nós temos que inovar e criar uma iluminação diferente. Principalmente para a cenografia dos palcos que, necessari-

ação EXPLOSÃO DE TECNOLOGIA para o réveillon desde o ano de 2008. Diferente dos últimos anos, onde sempre tivemos quatro palcos, naquele ano nós tínhamos apenas um gigantesco palco no meio da praia de Copacabana”, ressalta. Todo ano há alguma mudança, al-

gum pequeno avanço no projeto de iluminação. O desenvolvimento da tecnologia nos últimos cinco anos permitiu um aumento de 30 por cento no número de equipamentos com a diminuição do consumo de energia elétrica em 20 por cento.

amente, tem que ser diferente ano após ano. Em relação à concepção dos projetos de iluminação, o crescimento do evento, que passou a ser televisionado em tempo real, com gravações de DVDs durante o espetáculo, nos conduziu a projetos feitos não somente para os espectadores que estão na praia, mas também com preocupação com a fotografia e aprimoramentos na linha show para vídeo”, detalha Naldo.

PREPARAÇÃO E EXECUÇÃO DO PROJETO O ano novo de Copacabana começa em julho, que é quando ocorrem as primeiras reuniões. Aí é discutido todo o conceito de cenografia e iluminação. A partir disto, é discutida a viabilidade técnica das ideias. A “máquina” começa a funcionar, efetivamente, cerca de um mês e meio antes do evento, quando são mandados os riders das ban-

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Naldo Bueno, ao lado,

das. O desenvolvimento do projeto é feito por três lighting designers da KN Projetos. “Sempre temos diversas reuniões com todos os en-

volvidos: sonorização, cenografia, projeção, broadcast, automação, disparos on time e fogos. São feitas muitas trocas de e-mails e depois desenvolvemos um projeto de iluminação que possa atender a todas as bandas, as necessidades para grava-

Todos os anos é preciso inovar e criar uma iluminação diferente, principalmente para a cenografia dos palcos


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Operadores de iluminação: resultado prático

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Projeto de iluminação é desenvolvido para atender necessidades das bandas e equipes de TVs

ção de TVs e os protocolos do evento”, comenta o lighting designer. No ano novo de Copacabana, a KN Projetos trabalha em conjunto com as empresas LPL e Novalite. “As empresas contratadas para lo-

cação dos equipamentos de iluminação também fornecem os técnicos para as montagens nos palcos, sendo em torno de dez para montagem no palco principal, mais seis em cada um dos três palcos meno-

Projeto é desenvolvido por três lighting designers da KN Projetos

res. Os operadores de iluminação responsáveis por cada palco são os profissionais que traduzem para um resultado prático o que nós idealizamos no momento da concepção do projeto. Temos também os coordenadores responsáveis por cada palco, que atuam como xerifes de montagem e se preocupam em entregar tudo montado a tempo e condições, além dos técnicos de montagem e operação de canhões seguidores. Não podemos nos esquecer do suporte das produtoras de iluminação”, acrescenta Naldo Bueno. A


Equipe tem que estar preparada e atenta para a iluminação ser reduzida para melhor visualização no vídeo

montagem na praia dos equipamentos começam no dia 26 de dezembro e os ensaios nos dias 29 e 30 de dezembro.

NA HORA H Em um evento deste tamanho, uma das dificuldades é fazer a informação circular entre os componentes da equipe de forma que tudo aconteça corretamente. Por conta do grande número de pessoas presentes no evento, não dá para usar um rádio simples para a comunicação. Muito menos celular. “A partir das 22

horas fica praticamente impossível realizar uma chamada telefônica celular na região. Por isto temos um sistema dedicado para comunicação entre os palcos. Além disso, todas as áreas e palcos estão preparados para funcionar individualmente no caso de falta de comunicação, com seus roteiros segundo a segundo. Para todos os profissionais envolvidos, o réveillon não tem seu start à meia noite, nosso start sempre é às 18 horas. Depois desse horário nada pode atrasar ou adiantar. Por exemplo: em todos os pal-

Os operadores de iluminação responsáveis por cada palco são os profissionais que traduzem para um resultado prático o que nós idealizamos no momento da concepção do projeto (Naldo Bueno)

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cos, às 18 horas, tem o vídeo promocional de início do evento. Todos da equipe têm que estar preparados e atentos para a iluminação ser reduzida para melhor visualização do vídeo. Embora normalmente nesse horário nós ainda estejamos com muita iluminação natural, o procedimento é feito para gerar uma rotina entre todos nas diversas vezes que temos vídeos comuns entre os palcos e locais”, explica o lighting designer Naldo Bueno.

fogos. “Após muita pesquisa, optamos por utilizar em cada balsa um equipamento com correção de tempo por sistema GPS com múltiplos disparos de tempo. Este equipamento tinha de ser muito preciso, pois ele dispararia toda a programação de iluminação que foi projetada para atuar junto com a trilha sonora durante 16 minutos, promovendo assim o que denominamos “show de luzes”. O mesmo tipo de equipamento foi instalado no

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Iluminação das balsas foi sincronizada com o show de luzes à meia noite

BALSAS E SHOW DE LUZES Naldo conta como foi colocar em prática a novidade deste ano: sincronizar a iluminação das balsas com o show de luzes: “Já conhecedor dos problemas de comunicação e de frequências na praia, isso nos tirou a possibilidade de utilização de sistemas de transmissão DMX 512 sem fio (protocolo de comunicação de iluminação) para sincronização da iluminação”, avalia. Descartado o DMX, também foi constatado que não seria possível fazer isto por meio de transmissão a cabo. As balsas ficam a 300 metros da faixa de areia e a 400 metros uma da outra, se movimentando ao sabor de ventos e correntes marinhas. Mas Naldo não tinha a intenção de desistir da sincronização do show de luzes com os

show control para organizar todo nosso timeline, que dispararia todos os vídeos, fogos e tudo mais. Dessa forma, foi possível fazer efeitos de iluminação que mudavam a cada segundo do acompanhamento da contagem regressiva com extrema precisão, sem que nenhum dos quatro técnicos que acompanhavam o serviço em cada balsa tivesse que fazer nenhuma operação manual”, comemora Naldo. Para concretizar o show sincronizado, em cada balsa foram utilizados 16 equipamentos LED para iluminar as bases delas e para colorir a água e 16 moving lights Platinum 15R, da Phillips, de 300 watts, para fazer o balé de luz sincronizado com a trilha sonora. O consumo em cada balsa foi de 8000 watts.


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A banda cult que fez sucesso nos anos 80 volta a colocar o pé na estrada em uma turnê pela Europa. Para as apresentações, que tiveram início em 2012, o grupo teve como lighting designer Yenz Nyholm, que ficou encarregado de produzir um novo conceito para as performances. redacao@backstage.com.br Fotos: Divulgação

MARILION investe em iluminação na nova turnê

A

Siyan, empresa de locação do Reino Unido, vem executando um trabalho de longa data com a banda cult Marillion. Durante as últimas datas da turnê da banda na Europa, a empresa forneceu equipamentos para o lighting designer Yenz Nyholm para uma nova iluminação. Esses últimos shows do Marillion constituíram a quarta perna da turnê Sounds That Can’t be Made, que seguiu um extenso calendário no ano de 2012, com equipamentos de iluminação para o Reino Unido e Europa também fornecidos pela

Siyan. Em março, o Marillion voltou aos palcos para a primeira das três convenções de final de semana de 2013, no CenterParcs Port Zélande, na Holanda. O Marillion tem uma relação especial com a Siyan, de High Wycombe, onde sua conta é gerenciada por Steve Finch, que foi o LD da banda antes de se juntar à Siyan em 2005. Enquanto sua associação com a banda vem de 12 anos, Yenz começou com Finch em 2004, inicialmente naquele ano como técnico de Steve, antes de assumir a posição de LD 12 meses depois.


As novidades nesta última perna da turnê foram os equipamentos Robe LEDWash 600s, PixelLine LED battens, Atomic strobes e uma mesa Avolites Tiger Touch. Yenz também utilizou diversos house lighting rigs em cada local. O ponto de partida para elaborar o design foi um trabalho de arte circular da capa do álbum reproduzido no pano de fundo da turnê, e, para isso, os PixelLines e LEDWashes foram arrumados em círculos no palco e em volta dele. A banda pediu um visual pouco usual e, para o ápice do show, aberto com a faixa Gaza, a cena foi iluminada com luzes de serviço genéricas dando um branco sujo provocativo, cru e de baixo nível para simular um sentimento desconfortável de Gaza vivendo e respirando à noite. Os LEDWash 600 iluminaram os membros da banda enquanto os

PixelLines foram usados para efeitos em cima do palco, mapeados pela Tiger Touch para criar uma variedade de disposições. Para toda a produção da turnê do ano passado, a Siyan forneceu também mais 24 moving lights, além de uma quantidade suficiente de equipamentos convencionais, ACLs, Molefeys etc. O show foi bastante

bem humorado, intenso e teatral, e muito bem recebido. Outro desafio para Yenz nessas apresentações é que a banda toca três diferentes shows nas três noites. Como vem sendo altamente populares entre os fãs, em termos de apresentação, estes shows têm se tornado produções artísticas completas durante a turnê.

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VITRINE ILUMINAÇÃO| www.backstage.com.br

HOT MACHINE www.hotmachine.ind.br O Canto 2000msr FF da Hot Machine é um eficiente, leve e extremamente poderoso followspot de descarga de 2K, ideal para todas as aplicações de longo alcance. Possui o patenteado FastFit traseiro de carga do sistema de base da lâmpada, o que permite uma fácil reposição da lâmpada em condições difíceis de palco. O modelo padrão inclui íris, dimmer mecânico, moldura de cor e 2 metros de cabo de alimentação.

ROBE www.robe.cz Usando 19 LEDs multi-chip e zoom linear motorizado de 15° a 60°, o ROBIN 300 LEDWash oferece grande flexibilidade com homogeneização superior da fonte de luz. Um sistema óptico com componentes especiais contendo elementos altamente eficientes garante mistura de cores uniforme e enfatiza uma gama dinâmica de cores e tonalidades verdadeiras. Este aparelho compacto e leve é ideal para aplicações pequenas a médias, particularmente aquelas onde se deve pensar no espaço e na acessibilidade.


CHAUVET AMERICAN DJ www.americandj.com A nova série profissional Quad-Color Quadruplets, da American DJ, de LED, faz parte do “Flat Par Q Series”, composta por quatro modelos, cada um com tecnologia de ponta Quad-Color, com RGBW (vermelho, verde, azul, branco) ou RGBA (vermelho, verde, azul, âmbar). Poderosamente brilhante e com DMX compatível, as unidades de ultra-slim oferecem tons de cores suaves e vibrantes, sem as sombras que o RGB normalmente produz.

www.equipo.com.br O Intimidator Beam LED 350 projeta um superfeixe luminoso de 4 graus bem estreito. Com uma roda de cores de 8, um disco de gobo fixo de 5 posições, um efeito Spin Gobo e um prisma de 3 faces rotativo, seu feixe corta através de neblina com uma rapidez impressionante, criando um feixe de luz brilhante e efeitos definidos. Esse aparelho pode também servir com funções duplas. Utilizando o filtro de efeito Frost pode atingir efeito de Wash eficaz também.

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BOAS NOVAS | www.backstage.com.br

KARINA CARDOSO | REDACAO@BACKSTAGE.COM.BR

Jozyanne canta seus sucessos em São Gonçalo A 1ª Igreja Batista de Trindade, no Rio de Janeiro, promoveu um Culto de Celebração no dia 20 de fevereiro, que teve como participação especial a cantora Jozyanne. Ela ministrou para o público os maiores sucessos do seu primeiro CD pela gravadora Central Gospel Music, Meu Milagre.

NOVO CD DE PERLLA NO ITUNES O novo trabalho da cantora, A minha vida mudou, já está disponível para venda no iTunes.

DANIELLE CRISTINA INICIA PRODUÇÃO DE SEU NOVO CD Danielle Cristina já está envolvida com os projetos para o lançamento do seu próximo CD pela Central Gospel Music. A cantora, que está em seu terceiro álbum, já começou a preparar o seu novo repertório.

Ministério Nova Jerusalém... ...grava clipe na Região dos Lagos (RJ) O Ministério Nova Jerusalém gravou as bases do clipe da música Senhor de Tudo, no Parque das Dunas, em Cabo Frio, e no Pontal do Atalaia, em Arraial do Cabo, na Região dos Lagos do Rio de Janeiro. A direção do projeto ficou por conta de PC Júnior. Senhor de Tudo é um dos carros-chefes do CD Diante do Rei, o terceiro do Ministério pela Graça Music.

DIANTE DO TRONO GRAVA CD COMEMORATIVO DE 15 ANOS O Diante do Trono fez a gravação do CD Renovo, em comemoração aos 15 anos do grupo durante o 14º Congresso de Louvor e Adoração, em Belo Horizonte (MG). A programação deste ano teve como tema o poder da adoração que transforma as vidas que contemplam a Deus. O público chegou a 12 mil pessoas de diversas partes do Brasil e do mundo.

HELOISA ROSA GRAVA PRIMEIRO DVD

THALLES GRAVA CD INÉDITO O cantor Thalles acaba de entrar em estúdio para iniciar as gravações do álbum Sejam Cheios do Espírito Santo. O repertório conta com a canção Maravilha, que foi trilha sonora do filme Três Histórias, Um Destino, da Graça Filmes.

Depois de produzir os DVDs Comunhão e Adoração 6, de Adhemar de Campos; Vem, Esta é a Hora, do Ministério Vineyard e o de Nívea Soares, Acústico, a gravadora Aliança prepara um novo álbum com a cantora Heloisa Rosa, que acaba de assinar com a gravadora. O álbum irá apresentar canções inéditas, além de reunir os principais sucessos de seu repertório. O local e a data da gravação ainda serão definidos.


Graça Editorial lança livros de A. W. Tozer A Graça Editorial anuncia o lançamento de sete livros do escritor A. W. Tozer, que está entre os maiores pregadores de todos os tempos. O primeiro título, que abordará temas importantes sobre a vida cristã, deve chegar ao mercado no mês de julho. A. W. Tozer (1897-1963) pastoreou, por mais de 30 anos, igrejas da Aliança Cristã e Missionária. Entre os mais de 40 livros publicados por Tozer, dois são considerados clássicos da literatura cristã: A Procura de Deus e O Conhecimento do Santo.

MÚSICOS SE REÚNEM NA CANÇÃO NOVA A comunidade católica Canção Nova, em Cachoeira Paulista, interior de São Paulo, realizou entre os dias 22 e 24 de fevereiro, o tradicional Acampamento para Músicos e Instrumentistas, atraindo mais de três mil peregrinos nos três dias de evento. Participaram do encontro, os missionários e músicos da Canção Nova, Dunga, Eliana Ribeiro, Ricardo Sá e Salette Ferreira, além dos cantores católicos Eugênio Jorge, Adriana Arydes, Luiz Carvalho e padre Joãozinho. No segundo dia de evento, os participantes do encontro puderam conferir um Bate Papo Musical com os músicos e missionários Dunga, Eliana Ribeiro, Fábio Roniel e padre Joãozinho.

JOE VASCONCELOS GRAVA CLIPE NOS ESTADOS UNIDOS O cantor Joe Vasconcelos gravou o clipe da música None Like You, que intitula seu primeiro CD em inglês. Os locais escolhidos para as gravações foram Miami, Miami Beach e regiões do Sul da Flórida. A direção do projeto ficou por conta de Lucas Motta, da produtora Sonho Filmes.

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Lançamentos #TudoNovo Banda Jó 42 O álbum, gravado pela Graça Music, na Igreja Batista Getsêmani, em Belo Horizonte, não poderia ter outro título, afinal, o grupo está vivendo um novo tempo em sua formação, com a entrada do vocalista Rafael Ávila. Entre os estilos, destaque para o pop rock, marca registrada do grupo, com um toque de louvor congregacional que promete agradar as igrejas de todo o País.

Mulher Vitoriosa Coletânea Produzida em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, a coletânea Mulher Vitoriosa reúne oito músicas das cantoras da gravadora, além de uma oração da pastora Elizete Malafaia. O CD traz canções de Eyshila, Danielle Cristina, Jozyanne, Rachel Malafaia, Lillian Azevedo, Daniela T. Oliveira, Raquel Mello e Tatiana Malafaia.

Único - Incomparável Pregador Luo Luciano dos Santos Souza, conhecido como Pregador Luo, lançou seu mais recente trabalho em dois volumes. O CD conta com a participação especial do grupo KLB e de Chorão, do Charlie Brown Jr., falecido em março deste ano. Além disso, o projeto ainda possui a música Nasci para honrar, tema oficial do jogador Kaká, e Solta a Fera, tema oficial do jogador Zé Roberto.

redacao@backstage.com.br

O dono do Poder Beatriz Ganhadora do Disco de Ouro pelo álbum Você é uma bênção, Beatriz acaba de lançar esse novo trabalho. Entre os compositores estão Alessandra Silva, Gislaine e Mylena, Mariângela Vieira, Andressa Vitória, entre outros. Ao todo são 13 canções. A cantora já tem sua música de trabalho, Deixa Falar, entre as mais pedidas nas rádios do Brasil.

Nada é Impossível Quatro por Um Uma novidade para os fãs da banda Quatro por Um: o novo CD pela MK Music será ao vivo. Nada é impossível terá a participação de Kleber Lucas, que compôs e gravou uma das canções com o grupo. Este será o sétimo álbum do Quatro por Um e a primeira vez que trabalham com o requisitado produtor musical Rogério Vieira (de Aline Barros, Léa Mendonça, Marina de Oliveira e Kleber Lucas).

Eu Clamei Jairo Bonfim Após sua estreia na MK Music com Exclusivamente seu que teve ótima repercussão, Jairo Bonfim acaba de lançar seu novo CD Eu Clamei, que mistura músicas animadas e pentecostais. A primeira música de trabalho, Mestre, começou muito bem nas rádios, agradando o público. O projeto traz a participação de Bruna Karla cantando com Jairo em Relacionamento.


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Eu, os atores e

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LUIZ CARLOS SÁ | www.backstage.com.br

no, uma extrapolação quase insuportável da realidade à qual sou ligado como um balão amarrado no barbante: qualquer tesoura próxima me deixa em pânico, e essa transmutação do ator é uma afiada e poderosa tesoura, um podão, um alicate. Lá se vai o meu balão perdido espaço afora, Marte, Júpiter, Saturno... Meu inesquecível amigo Zé, o Rodrix, de formação quase tanto teatral quanto musical, sempre abalava meu barbante. A naturalidade com que ele mediunizava sua persona-teatro na cabeça de sua persona-música me deixava estarrecido. Palco adentro, acesas as luzes, o pequeno Rodrix se agigantava e fazia surgir de dentro do seu cor-

O

o teatro

Foto: O Teatro Mágico / Internet / Divulgação

s atores sempre me intrigaram. Uma pessoa que para chegar à perfeição em seu ofício precisa vestir a pele de outro alguém e às vezes até de alguma outra coisa, animal, objeto, vegetal, mineral, sei lá, me deixa realmente admirado e confuso. Para mim, que tremo diante da simples necessidade de ter que ser algo mais que eu mesmo, a transformação de alguém em outrem (lembram-se de “outrem”? é machadiano!) no espaço de segundos é um espanto sem fim, um transtor-

po um ectoplasma que explodia através de seus óculos redondos, ao mesmo tempo em que ele procurava com sofreguidão nosso apoio e concordância. Tocar com o Zé era sempre uma experiência dúbia: eu nunca soube se ele me liderava ou se eu, ou o Guarabyra, ou nós dois, o levávamos junto, porque ao mesmo tempo em que emitia essa verdadeira onda de choque ele parecia pedir que o sustentássemos, porque poderia cair a qualquer momento lá de cima, surfista de maremotos que era.


LUIZCARLOSSA@UOL.COM.BR | LUIZCARLOSSA.BLOGSPOT.COM Quando entro num teatro – digo aí um espetáculo de responsa, não um entretenimento de entrar por um ouvido e sair pelo outro – crio em torno de mim uma espécie de aura supersticiosa, como se eu mesmo fosse me transformar numa parte daquilo, um misto de medo e expectativa aliado a um sabor de aventura... Fanático por cinema, costumo dizer levianamente que “não ligo muito“ pra teatro. Mentira. A presença física do ator em cena, contrastando com a distância cinematográfica, me expõe a sentimentos intensos demais para que eu os suporte impunemente. A coisa fica ainda mais estranha quando Dora, minha filha atriz, está em cena. Fico ali procurando dentro daquela personagem a filhota, a menina, a mulher que acho conhecer tão bem... Acho que tudo isso talvez venha de um trauma antigo, dos anos 70, quando meu amigo Mauricio Maestro fazia parte do elenco de uma montagem de Zé Celso Martinez no antigo teatro Tereza Rachel, o Teresão, hoje teatro Net Rio. Os atores esperavam a entrada do público encarapitados pelo teatro afora, em andaimes armados sobre as poltronas. Quando entrei, aconteceu-me passar justamente por baixo do Mauricio, que magro e elástico como sempre, enrolava-se atleticamente numa posição estranha e improvável, olhando fixamente para baixo. Ingenuamente, parei, devolvi seu olhar estático e resolvi fazer gracinha: - Pô, Maestro, tudo bem aí em cima? Mas o Mauricio continuou a olhar-me por dentro, como se jamais me houvesse visto na vida, era eu um total e completo estranho. Seus olhos não tinham uma expressão confiável, ele estava numa espécie de transe, não era o meu amigo, era uma parte daquilo tudo que o Zé Celso fazia acontecer ali. Acabei percebendo minha gafe e segui em frente, mas assisti ao resto da peça em alerta, esperando que mais esquisitices acontecessem com atores e público. Estava gato preto em campo de neve, pra citar Veríssimo, pai. Na saída ainda levei uma bronca da namorada por ter sido tão out em pleno zecelsianismo setentista. Fiquei me sentindo uma besta teatral. Na vida, não me faltou gente de teatro: amigos, filha, namoradas... fiz direções musicais, convivi intensamente com as neuras e alegrias da coxia teatral, mas continuei tendo com essa outra arte tão paralela à minha uma relação de amor e temor. Amor pela grandeza respeitável de uma obra milenar e temor por não conseguir encontrar às vezes nos meus amigos atores a pessoa verdadeira por trás do personagem. Por outro lado, pensando bem, todos nós que subimos num palco sofremos uma transformação, ainda que temporária. Passo então a racionalizar passo a passo o que acontece comigo antes dos shows:

- Chego ao camarim. Relaxo um pouco e preparo-me para a passagem de som. Dou uma olhada nas roupas. (Parênteses: o próprio escolher do que vou usar no show já é um escolher quem serei hoje: ousado? humilde? blasé? zangado? atento? qual dos Sás tocará esta noite? rsrsrs...) - Passagem de som. Som ruim? Nervoso, arredio. Som bom? Sorridente, feliz, tiro até umas fotos com o pessoal do teatro. Se dá tempo, uma boquinha nos petiscos de camarim. Ligar pra casa pode ser reconfortante ou tenso, conforme o clima lá, tipo filho gripado, mulher com enxaqueca... Depois deitar naquele sofazinho e tirar um cochilo. -Entra o empresário, notícias da bilheteria, despertar alegre ou preocupado, dependendo do que rola lá fora. Encontrar o parceiro – ficamos em camarins separados, sempre que possível, por honra da individualidade de cada um – e decidir o set list. Chamar a banda, conversar, se abraçar, dar risada... - Agora, quinze minutos antes de entrar, a concentração: cada um no seu canto, alongamentos, exercícios de voz, luz apagada, lavar o rosto, último xixi, sem ele a coisa pode ficar tensa no final do show... - Soa o terceiro sinal. Agora só depende de você, ou – como somos uma dupla – depende de nós, de como nos entendemos, de como sabemos de nossas manias, de nossas inflexões de voz, afastar e aproximar do microfone, interagir com a banda, e aí vem a transformação, o ser adiante do que somos no dia a dia, a entrega ao que diz a letra da canção, o algo a mais que faz você sobreviver como artista por anos a fio. - Fim do espetáculo. Nos abraçamos como se cada noite dessas fosse nossa última noite juntos. Olhamos a plateia, ainda não somos o comum de nós, ficamos sempre espantados com aquela reação estrondosa, conseguimos de novo, depois de tanto tempo ainda podemos passar nossas emoções adiante. Isso é um privilégio. - Receber no camarim, conversar, ouvir os elogios e até algumas corajosas críticas. Exercer uma influencia e pensar na responsabilidade que isso traz... imagina o Roberto Carlos nessa hora, o que não rola... - Saindo na van, chegando no hotel. Depois de tanta coisa forte, aquela solidão da madrugada. Abrir a janela, ver a cidade bem ou mal iluminada, em geral –não sei porquê – derramada a seus pés. Deve ser um carma das cidades, derramarem-se aos pés dos artistas como se os quisessem chamar de volta. Que bonito! - Ônibus, van, avião, o que quer que me leve de volta pra família será bem-vindo. Mas navegar é sempre preciso. Tida essa epifania, o que nos diferencia de nossos colegas de teatro? Pouca coisa. Ao contrário, temos muito em comum: o palco, a plateia, as ideias e quem sabe, até os personagens...

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