Edição 227 - Revista Backstage

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Sumário Ano. 20 - outubro / 2013 - Nº 227

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Conexão RJ e SP

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Cada vez mais as empresas recorrem ao uso da tecnologia de ponta como forma de entregar seu produto com extrema qualidade. Uma das premiações mais aguardadas da TV brasileira, o Prêmio Multishow, que aconteceu no Arena HSBC (RJ), contou com uma parceria entre Globosat e Yamaha para criar uma rede de áudio digital. As empresas optaram por utilizar a rede de protocolos Dante-MY16-AUD alinhadas aos consoles modelos CL5 e CL1, possibilitando, assim, que as mesas recebessem multicabos e conexão digitais. Confira também como foi o Festival de Jazz de Ipiabas, gênero que vem colocando pequenas cidades na rota do turismo musical.

O festival que aconteceu durante dois meses nas duas principais capitais do país reúne produtores e artistas do mercado médio de música. A festa de encerramento foi no palco do Circo Voador (RJ).

NESTA EDIÇÃO 12

Vitrine O novo Mixer Krystal Pod12.4 UFX, da Waldman é uma das apostas da Equipo para o mercado brasileiro.

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Rápidas e Rasteiras APioneer fecha parceria no Brasil e Robe Pointe estreia em Barretos (SP).

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Gustavo Victorino Fique por dentro do que acontece nos bastidores do mercado de áudio.

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Play Rec O grupo Escambo estreia novo trabalho, Neon, e a novata Maria Thalita de Paula lança seu primeiro CD.

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Processamento paralelo Como comprimir a voz, a bateria e conseguir encaixá-las direitinho na música, na dose certa e sem ter grandes perdas.

62 Eletrônica na música Construir instrumentos e equipamentos a partir da necessidade dos músicos aliado à eletrônica.

90 Boas Novas As cantoras Perlla e Rachel Malafaia concorrem ao Troféu Promessas 2013 e Joe Vasconcelos sai em turnê pelos EUA.

96 Vida de artista Nessa edição, Luiz Carlos Sá conta sobre como surgiu um dos mais emblemáticos LPs de sua carreira Passado, Presente, Futuro.


Expediente

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Ipiabas Jazz & Blues

A pequena cidade do interior fluminense foi mais uma que entrou para a rota dos festivais de jazz e blues. Nesta edição, Stanley Jordan e Peter Madcat foram alguns grandes nomes que passaram por lá.

CADERNO TECNOLOGIA 42

46 Cubase

Estúdio

A Steinberg/Yamaha apresenta novidades com lançamento de produtos e novas versões de software durante a maior feira de TV e vídeo do país.

Portátil: essa é a palavra-chave para os teclados controladores com 5 oitavas. Selecionamos três modelos disponíveis no mercado.

50 Logic

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Explore mais um pouco algumas novas funcionalidades do Logic Pro X, como o funcionamento detalhado do Smart Control.

Ableton Aprenda a organizar antes de importar as seleções de músicas e assim facilitar a performace do DJ.

CADERNO ILUMINAÇÃO 72 Vitrine

74 Iluminação cênica

O Martin 350 entour da Martin e uma das apostas que a Harman traz para o mercado. Já o console Saphire Touch é a novidade da Avolites.

78 Samba Brasília O festival, que contou com grandes nomes do samba e do pagode, teve como novidades o uso do software Light Converse para programação em 3D e uma sala de programação à disposição dos lighting designers.

Uma reflexão sobre o impacto da iluminação e sua contribuição ao resultado final nas apresentações artísticas é o assunto do colunista Cezar Galhart neste mês.

Diretor Nelson Cardoso nelson@backstage.com.br Gerente administrativa Stella Walliter stella@backstage.com.br Financeiro Rafael Pereira adm@backstage.com.br Coordenadora de redação Danielli Marinho redacao@backstage.com.br Revisão Heloisa Brum Tradução Fernando Castro Colunistas Cezar Galhart, Cristiano Moura, Gustavo Victorino, Jorge Pescara, Luciano Freitas, Luiz Carlos Sá, Marcello Dalla, Ricardo Mendes e Vera Medina Colaboraram nesta edição Alexandre Coelho, Miguel Sá, Ricardo Schott e Pedro Rocha. Estagiária Karina Cardoso webmaster@backstage.com.br Edição de Arte / Diagramação Leandro J. Nazário arte@backstage.com.br Projeto Gráfico / Capa Leandro J. Nazário Foto: Divulgação Publicidade / Anúncios PABX: (21) 3627-7945 publicidade@backstage.com.br Webdesigner / Multimídia Leonardo C. Costa multimidia@backstage.com.br Assinaturas Maristella Alves PABX: (21) 3627-7945 assinaturas@backstage.com.br Coordenador de Circulação Ernani Matos ernani@backstage.com.br Assistente de Circulação Adilson Santiago Crítica broncalivre@backstage.com.br Backstage é uma publicação da editora H.Sheldon Serviços de Marketing Ltda. Rua Iriquitiá, 392 - Taquara - Jacarepaguá Rio de Janeiro -RJ - CEP: 22730-150 Tel./fax:(21) 3627-7945 / 2440-4549 CNPJ. 29.418.852/0001-85 Distribuição exclusiva para todo o Brasil pela Fernando Chinaglia Distribuidora S.A. Rua Dr. Kenkiti Shimomoto, 1678 - Sl. A Jardim Belmonte - Osasco - SP Cep. 06045-390 - Tel.: (11) 3789-1628 Disk-banca: A Distribuidora Fernando Chinaglia atenderá aos pedidos de números atrasados enquanto houver estoque, através do seu jornaleiro. Os artigos e matérias assinadas são de responsabilidade dos autores. É permitida a reprodução desde que seja citada a fonte e que nos seja enviada cópia do material. A revista não se responsabiliza pelo conteúdo dos anúncios veiculados.


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CARTA AO LEITOR | www.backstage.com.br

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Cada um vê

o que gostaria de ver

É

uma característica do brasileiro ser otimista, e o otimismo é uma grande e necessária qualidade. Entretanto, o otimismo junto com uma visão míope do mercado acaba entorpecendo a lógica e exacerbando o ego, o que pode levar a tomarmos atitudes impensadas com prejuízos certos. Para o nosso mercado, historicamente, a Expomusic é o grande termômetro do que vai acontecer no próximo ano, e já é hora de voltar a fazer as contas antes que as festas de final de ano deem as caras. A julgar pelos números promissores divulgados pela assessoria de comunicação da Expomusic, parece que este ano o mercado se recuperou de uma forma espetacular (a feira deste ano gerou R$ 280 milhões em negócios, o que representa cerca de 40% do faturamento anual do mercado) e projeta um crescimento de vendas no varejo na ordem de 12% a mais que no ano passado, devendo movimentar, no varejo, cerca de R$ 2 bilhões. Segundo o comunicado da assessoria da Expomusic, um grande expositor teve aumento de 20% nas vendas em relação à feira do ano passado. Os eventos que estão por acontecer nos próximos anos, como Copa do Mundo e Olimpíadas, aliados aos índices divulgados pelo IBGE, como o aumento de 1,7% na renda do trabalhador, parecem influenciar ainda mais esse clima de melhoria do mercado. Não esqueçamos que as principais cidades estão se preparando e investindo grande quantidade de dinheiro para esses eventos, o que teoricamente acaba por fomentar mercados secundários. No entanto, dados apresentados no final de setembro pelo BC, por exemplo, contrariam essa expectativa quando demonstram que, só em agosto, o país teve déficit de mais de US$ 5 bilhões nas contas externas. Ou seja, mais do que o dobro registrado no mesmo mês do ano passado, acumulando no ano quase US$ 60 bilhões negativos. No mesmo estudo do IBGE, que divulgou os dados apresentados acima sobre a renda do trabalhador, o órgão confirma queda nas contratações na indústria, que fechou 33 mil postos de trabalho em seis regiões metropolitanas, só no mês de agosto. No universo “economês”, as previsões, percentuais, crescimentos, desacelerações etc., são palavras e números que às vezes perdem o sentido devido a suas grandezas serem totalmente conflitantes. Afinal qualquer crescimento abaixo de 10% é insignificante aos nossos olhos míopes pelo egocentrismo profissional. Boa leitura. Nelson Cardoso

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SOUNDCRAFT www.harmandobrasil.com.br A Harman traz ao mercado uma nova opção em mesas analógicas com a nova Soundcraft Selenium SX 3204. Equipada com 32 canais, entradas de microfone com conexão XLR e também entrada de linhas balanceadas, a mesa possui canais estéreo com entradas balanceadas e conector TRS (P10), pré-amplificadores de microfones com baixo ruído e +48V “Phantom Power”.

GEMINI www.proshows.com.br O CDJ 650 da Gemini possui muitas das mesmas características do CDJ-700, porém um pouco mais simples. Com seus controles e funções versáteis, o CDJ-650 é voltado para DJs profissionais. Ele é compatível com todas as mídias, engloba capacidades de playback muito flexíveis e seus controles ainda são de fácil entendimento. Com um design arrojado, ele ainda armazena músicas em CDs, pen drives ou em computadores.

LEXSEN www.proshows.com.br A Proshows, empresa distribuidora da marca Lexsen no Brasil, apresentou a mais nova caixa passiva da marca, construída com MDF de araucárias, o que dá ao equipamento um acabamento bem robusto. A caixa é perfeita para uso profissional em eventos como shows em pubs, igrejas, auditórios, escolas, teatros e locais fechados. Muito fácil de transportar, acompanha um adaptador para encaixe em suporte para total flexibilidade de instalação.

STRINBERG www.sonotec.com.br A Sonotec, importadora da marca Strinberg no Brasil, trouxe ao mercado sua nova guitarra modelo Telecaster vintage series disponível na cor azul piscina e madeira natural. Ela segue as principais características de timbre e conforto próprios deste modelo e, o principal, com preço bastante competitivo para a realidade de mercado. Ela possui ponte tele tradicional, tarraxas die cast, controle de volume e tone.


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WASHBURN

FMJ60 DAISY www.amercobrasil.com.br A italiana CIARE Speakers avança na tecnologia com o seu mais recente lançamento. Apresentado na Expomusic 2013 pelo seu distribuidor oficial no Brasil, o Driver FMJ 60 “Daisy” chega para revolucionar o conceito de resposta de frequência, com a faixa de resposta de 1kHz ÷ 40 kHz. Confira mais detalhes no site.

www.proshows.com.br As guitarras Washburn da série “Time Traveller” são feitas à mão e envelhecidas para olhar, sentir e tocar como se tivessem 40 anos. Construídas no Washburn EUA Custom Shop, essas guitarras de edição limitada utilizam madeiras premium e componentes para um ótimo tom. O acabamento “Aged Nitro Celulose” está disponível em 4 cores: Pelham Azul, Polaris Branco, Golden Névoa e o Cardeal Vermelho. O modelo PS2012R possui um corpo de mogno com um centro criado e esculpido de branco/preto/branco com o logotipo Starfire.

WALDMAN www.equipo.com.br O novo Mixer Krystal Pod 12.4UFX da Waldman vem com inúmeras qualidades como krystal Preamps, processador multi-FX e EQ gráfico de 7-bandas. Além disso, o produto ainda vem com 12 canais, 2+2-Bus, compressores: canais 1 a 4, entradas para microfone XLR e saídas Main: XLR, eletronicamente balanceadas. Um equalizador Semi Paramétrico também vem embutido.

AUDIO-TECHNICA www.proshows.com.br O sistema de monitor intra-auricular sem fio da AudioTechnica é extremamente avançado tecnologicamente e possui benefícios para monitoração profissional, que incluem 1250 canais UHF disponíveis e displays de fácil leitura para facilitar os ajustes nos transmissores e receptores. É um sistema de monitoração em estéreo que possui controle de mixagem de dois sinais independentes no palco através dos controles no receptor body pack M3R. O transmissor M3T possui duas entradas nível de linha terminado em conectores de entrada tipo XLR / ¹/4’’ combo.


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BUGERA www.proshows.com.br O BUGERA V5 proporciona o tom de uma verdadeira válvula puxando para um estilo mais vintage. Oferece também características modernas que aumentarão a qualidade de seu som. O atenuador do V5 fornece tom valvulado saturado a 1, 5 ou 0,1 watts. Ele ainda possui efeito Reverb integrado de alto desempenho com controle dedicado, equalizador tipo Vintage com controle de tom dedicado e um atenuador de potência de duas vias embutido.

WALDMAN www.equipo.com.br O novo sistema Wireless Digiscan UC1100PL da Waldman é um receptor de frequência 682,15 a 697,0 MHz com estabilidade de frequência de 10 ppm e sensibilidade 13dBuV. Ele vem com um microfone e possui alcance de operação de 100 metros, acompanhado de um cabo P10 (6.35mm). Sua energia de transmissão é de 10mW, com 100mA de consumo de corrente.

MARSHALL www.proshows.com.br A Marshall e o guitarrista Slash resolveram trabalhar juntos em um novo projeto e anunciaram o lançamento do SL5 Slash Signature Combo, um amplificador valvulado de 5 watts que incorpora todas as funções e características de um grande amplificador Marshall. O SL5 tem dois canais: Clean e Overdrive. Um controle de volume único, que proporciona o autêntico “Crunch” da Marshall. O combo SL5 pode ser ligado a apenas 1 watt em qualquer momento, o que lhe dá o tom perfeito de Slash.

GIANNINI www.giannini.com.br A Giannini lançou o Violão Profissional GNC-20 da Série Acoustik. Esse modelo possui acabamento impecável (comparável aos melhores Handmades internacionais). Sua construção é toda maciça (all solid) com Spruce (tampo) e Mogno (faixa e fundo). As tarraxas especiais (estilo vintage com pino preto) de primeiríssima linha proporcionam uma afinação precisa. Possui ainda um novo sistema de encaixe do tensor com Cover Blind.


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e imagem nas igrejas No dia 5 de outubro acontece, no Rio de Janeiro, o I Seminário Som e Imagem nas Igrejas. Em um único dia, os participantes poderão assistir a palestras sobre som, iluminação, fotografia e vídeo, todas voltadas para aplicação no ambiente de igrejas. O encontro terá como temas Acústica em Templos Religiosos, Siste-

ma de sonorização e uso de mesas digitais, Iluminação nos templos religiosos, Captação e transmissão de vídeos pela internet e Direção de fotografia. O evento, realizado pela Academia da Fé e IATEC, possui vagas limitadas e as inscrições devem ser feitas pelo site www.iatec.com.br. O seminário será das 9h às 19h30, na Tijuca.

PIONEER FECHA PARCERIA COM SOMECO A Pioneer DJ, acaba de fechar uma parceria com a Someco Ind. Com. Imp. e Exp. Ltda, para a importação e distribuição oficial de seus produtos no país, como a linha de Controladores, Players, Mixers e Fones de Ouvido profissionais da Pioneer DJ. A Someco, que já representa a Pioneer DJ em diversos países da América Latina, também passa a ter um serviço de atendimento pós-venda e garantia oficial nacional para os equipamentos distribuídos.

Robe Pointe em Barretos

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Seminário som

Da esq. para direita: Edvaldo Magoo, Paulo Lebrão, Ivan Moura, Gabriel Pincel e João Batista

Cerca de 250 moving heads da Robe foram usados nos dois palcos principais na Festa do Peão de Barretos 2013 (SP). Esta foi a primeira

vez que o modelo Pointe foi escolhido para iluminar um evento de grande porte como esse. A Apple

Produções, também encarregada da criação dos projetos de cenografia e iluminação - elaborados por Gabriel Pincel, lighting designer e gerente técnico da empresa, com a colaboração dos designers João Batista e Carlos Umbelino, também da Apple -, optou pelos equipamentos da Robe nos dois palcos principais e em uma gaiola suspensa no meio da arena para iluminar a plateia. No total, foram 72 Pointe, 24 MMX Spot, 24 LEDWash 600, 24 LEDWash 1200 e 72 LEDBeam 100, todos da série ROBIN da Robe, além de 20 ColorWash 1200E AT, 20 ColorSpot 1200E AT e 10 ColorBeam 2500E AT.

As empresas iniciaram os trabalhos da Festa do Peão de Barretos cerca de quatro meses antes, preparando corretamente o projeto inteiro, com as equipes, materiais e logística necessários. A Festa teve dois palcos: o Esplanada, onde no primeiro final de semana foi realizado o Festival Villa Mix Edição Barretos, e o Palco Principal, localizado na Arena onde tocaram ao vivo Jorge & Mateus, Gusttavo Lima, Bruno & Marrone, Chitãozinho & Xororó, Luan Santana, entre outros. Para dar suporte adicional às bandas, a Apple montou um estúdio completo de programação com equipamentos de última geração, incluindo três consoles grandMA2 light, uma console grandMA2 ultra light e três Command Wings, mais dois MA VPU e dois MA NPU, com a supervisão de Paulo Lebrão, da MA Lighting do Brasil, parceiro da Apple, e já na 5º edição da festa. Todos os sistemas foram interligados por fibra óptica, e com todos os efeitos possíveis pré-programados. Desse modo, o iluminador de cada artista podia programar seu show da maneira mais simples e objetiva, sendo acompanhado por um técnico especializado da Apple.


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PLANETA DRAGÃO ESTREIA EM RIBEIRÃO Em novembro, é o axé que vai dominar Ribeirão Preto. O Planeta Dragão está confirmado na cidade nos dias 9 e 10 de novembro. Em uma estrutura diferenciada, o evento contará com a participação do Trio Dragão. Entre as atrações já confirmadas estão Banda Eva, com o vocalista que assumiu o comando nesse ano, Felipe Pezzoni, a banda Chiclete com Banana e o cantor Tomate, que se apresentam no dia 9 e os já aclamados Asa de Águia e Psirico - que virou febre na Bahia nos últimos carnavais, além do cantor Saulo, no dia 10. O evento acontecerá no Parque Permanente de Exposições com uma superestrutura. Um grande palco com alta tecnologia dividirá o espaço com o Dragão, alternando os shows nos dois espaços. O Planeta Dragão é um evento inspirado no trio elétrico Dragão, que possui 34 metros de comprimento, 5 metros de largura, 6 metros de altura e capacidade para receber cerca de 80 convidados.

GOSPEL NA FESTA DA MÚSICA O cantor Anderson Freire está confirmado na 9ª Festa Nacional da Música (FNM), que acontece de 20 a 24 de outubro, em Canela (RS). Anderson, além de se apresentar na abertura especial do evento, no domingo, com show gospel para toda a cidade, participará de toda a programação do evento. Idealizado pelo jornalista Fernando Vieira, a Festa Nacional da Música é referência para artistas e gravadoras, atraindo a atenção dos meios de comunicação de todo o país.

ERRATA NEXT PRO Diferentemente do que foi publicado no título da nota da página 30, edição 226, de setembro de 2013, a empresa Next Pro não tem Audio em seu nome. Portanto o correto é apenas NEXT Pro.

GUITAR SOUND - MUSIC STORE

Pocket show do Arthur Maia

No dia 10 de setembro foi inaugurada uma nova loja no quarto andar do Plaza Niterói Shopping. Pertencente ao Grupo Nova Disconildo, o espaço é totalmente dedicado aos músicos que procuram um local agradável, de fácil estacionamento, seguro e principalmente com uma grande variedade de marcas e modelos de guitarras, baixos elétricos, baterias e teclados. Segundo um dos músicos presentes, Niterói tem a maior população de músicos por metro quadrado no Brasil e merecia uma loja como esta há muito tempo.

Genildo e Hedla ne,

proprietários

Na inauguração, entre várias apresentações de músicos niteroienses, Arthur Maia mostrou porque é considerado uns dos melhores baixistas de todos os tempos.

NOVO SOFTWARE ARRAY CALC V7 ...da d&b audiotechnik O novo software da d&b audiotechnik, Array Calc V7, é um utilitário que serve para calcular a posição dos lines. Ele foi lançado no CITT, uma feira que ocorre no Canadá. O ArrayCalc V7 agora permite projetos com até cinco planos de escuta, com garantia de eficiência. O sistema oferece alinhamento extremamente preciso e cálculo de delay. Ele ainda se adapta a todos os alto-fa-

lantes d&b e exporta facilmente para o software de controle remoto R1 d&b. A d & b não só mostrou as qualidades do produto em seu estande no CITT, como também ofereceu um seminário para demonstrar a facilidade de um projeto em tempo real usando o ArrayCalc V7. Na conferência, a d&b audiotechnik também contou com os alto-falantes T10 de sua T-Series, bem como de vários alto-falantes do xS-Series.


SELENA GOMEZ DÁ INÍCIO A UMA SÉRIE DE SHOWS NO CANADÁ A turnê Stars Dance conta com novos equipamentos Robe, como os 16 Pointe, disponibilizados pela empresa locadora do Tennessee, Bandit Lites, que incluem ainda 18 LEDWash 600, 12 LEDWash 1200 e 36 LEDBeam 100, todos da série ROBIN de iluminação, que contam com o conceito de aparelhos ‘menores, mais leves e mais brilhantes’ e vão acompanhar os demais shows de Selena no Canadá. Seth Jackson, diretor criativo e designer de produção, e Nathan W. Scheuer, designer de iluminação que estão trabalhando com os equipamentos Robe pela primeira vez, após uma visita à fábrica, na República Tcheca -, decidiram incorporar a marca à turnê. “Vimos todo o processo de fabricação, cuidados e atenção meticulosa com cada aparelho. Conhecemos os engenheiros, designers, equipe de desenvolvimento de produto, staff de suporte e vendas da Robe, sempre contando com a presença de Josef Valchar, CEO da empresa, ao nosso lado. A dedicação de todos nos deixou uma verdadeira apreciação, de natureza única, do que a Robe está fazendo e a elegância e qualidade do que estão criando”, disse Jackson.

NOVOS CONTATOS DR. WATT A Dr.Watt – Soluções Cênicas está com novos telefones. A partir de agora, os clientes devem ligar para (21) 8342-0131 para vendas e falar com Felipe ou (21) 8342-0141 para falar com Hellen, no setor de vendas. Além dos novos números, a empresa possui mais dois canais: vendas@drwatt.com.br e financeiro@drwatt.com.br.

ERRATA – TEMPO DE REVERBERAÇÃO Na edição 226, Claudia Leitte grava novo DVD ao vivo, foi publicado que o tempo de reverberação no estádio onde foi gravado o mais recente DVD de Claudia Leitte chegava perto de 1 minuto. A informação está incorreta. O correto é dizer que o tempo de reverberação foi de 4 milissegundos.

SOFTWARE RECUPERA AUDIÇÃO Uma nova ferramenta tecnológica chega ao mercado com a proposta de melhorar a audição das pessoas que tem perda leve a moderada severa. Segundo o fabricante do Hearing Guardian V1, desenvolvido com a tecnologia Earlogic, criada na UCLA, o uso contínuo do produto gerencia o estado da audição diariamente, além de restaurar a perda auditiva relacionada à idade ou à exposição ao barulho. O software é representado e distribuído no Brasil e América Latina pela Biosom, que deixa disponível em seu site www.biosom.com.br o programa gratuito para testes.

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gindo uma bobagem histórica que retirou o ensino musical das escolas, o Brasil retoma o rumo da formação precoce e lapidação de futuros talentos. O novo horizonte que se abre tem tamanha abrangência que até a economia será afetada por essa efervescência. Música agora é também sinônimo de oportunidades. Essa é a hora, afinal a história mostra que enquanto medíocres reclamam e choram, antenados vencem vendendo lenços...

A possibilidade de comprar instrumentos musicais com os créditos do vale cultura, recéminstituído pelo governo federal, é mais uma interessante conquista para o segmento cultural mais consumido do planeta. A música precisa de novos talentos e uma eterna renovação. Para isso acontecer é preciso proporcionar aos jovens o acesso a bons instrumentos.

QUASE

RECORDE

Com uma votação expressiva e quase unanimidade, a PEC da Música foi aprovada pelo Senado Federal e pode ser sancionada pela presidente Dilma ainda esse ano. Apesar da guerrilha de bastidores e boatos plantados pela bancada amazonense que não quer perder os sempre questionáveis privilégios da obscura Zona Franca de Manaus, os artistas brasileiros estão prestes a conquistar uma isonomia tributária que vai derrubar em até um terço o preço dos CDs e DVDs de artistas brasileiros.

Chegaram a quase três mil o número de inscrições e pedidos de artistas, produtores e executivos para participar da Festa Nacional da Música 2013, em Canela. Sem condições logísticas de recepcionar a todos, o processo de credenciamento virou um inferno para a produção do evento.

PARCERIA A Abemúsica entrou na Festa Nacional da Música e terá recepção adequada à sua importância. Artista não vive sem instrumento e a Associação passa a ser também um referencial no evento que reúne a nata da música brasileira para discutir seus interesses e propostas. Pela importância da entidade e a dimensão da Festa, a parceria promete coisa boa vindo aí.

BOA DE VENDA Até os executivos da Sonotec se mostram surpresos com a boa venda das guitarras da marca Charvel, recém-incluídas no catálogo da empresa. Historicamente reconhecida pela qualidade de seus produtos, a Charvel nunca foi suficientemente aceita no Brasil. E não havia explicação para isso. Com uma política de preços realista e o foco em consumidores mais exigentes, as guitarras da Charvel parecem ter encontrado campo fértil para conquistar uma até então inédita participação no mercado brasileiro.

MICO IN RIO MÚSICA NAS ESCOLAS A bandeira da música nas escolas é de tamanha dimensão que não tem mais dono. Ela é da classe musical como um todo e tem uma multidisciplinariedade que atinge os mais variados segmentos culturais e educacionais do país. Corri-

A ideia de colocar um DJ como atração na primeira noite do festival foi de uma breguice e oportunismo constrangedores. O tal David Guetta é um tocador de disco comum que classificam absurdamente como estrela pop. Para ser musicalmente reconhecido deveria tocar algum instru-


GUSTAVO VICTORINO | VICTORINO@BACKSTAGE.COM.BR

mento, cantar ou compor alguma coisa descente e não fazer barulhos eletrônicos de computador para bobocas aplaudirem. E como tem otário aplaudindo. Apesar disso, a programação teve atrações interessantes, mas a foco excessivamente midiático tornou evidente que o Rock in Rio precisa retomar suas raízes. Os “velhinhos” fizeram os melhores shows e isso indica uma necessária correção de rumo. Senão quem tiver mais de 35 anos pode esquecer o evento. O cast roqueiro brazuca mais uma vez arrebentou.

PROLIFERAÇÃO A falta de espaço para a música de qualidade e virtuosismo está fazendo proliferar por todo o Brasil um surpreendente número de festivais de jazz e blues que em verdade se tornaram redutos de boa música. O tema já boi abordado em matéria da capa em uma edição anterior da Backstage, mas a grandiosidade da expansão desse mercado surpreende até empresários e artistas. O papa do segmento, o produtor Stênio Mattos, tem agenda lotada e luta para conciliar os eventos que administra e produz. São muitos os pedidos para a criação e montagens de novos festivais. O irrequieto produtor é referência de credibilidade e funciona como um termômetro de um segmento que não pára de crescer. Já imaginaram se o canal Multishow ou a Globo dessem um décimo do espaço dado ao Rock in Rio para alguns desses festivais? Meus ouvidos agradeceriam.

Multishow de 2013 ficou entre os piores de todos os tempos. Sem detalhar, prefiro definir a ruindade generalizada pelo “conjunto da obra”. Quem viu sabe do que estou falando... E quem não viu nada perdeu.

BOCA FECHADA Tem “crítico” dizendo por aí que o rock nacional está morto. São os mesmos que elogiam porcarias midiáticas e vivem das informações do Google. Cada vez mais faltam jornalistas de verdade e especialistas para escrever sobre o cenário musical brasileiro. A garotada palpiteira que hoje ocupa os espaços desconhece a história e avalia uma pseudo realidade pelo que aparece na televisão ou chega pelos releases. Ícones do jornalismo musical como Tárik de Souza, Jamari França e Juarez Fonseca parecem ter se eternizados no tempo e ainda não deixaram virtuais sucessores na nova geração.

JURISPRUDÊNCIA Alerta aos artistas: Cuidado com quem contratam como seguranças. Os tribunais brasileiros estão responsabilizando solidariamente também os artistas pelos atos praticados por seus funcionários no exercício profissional. Mesmo terceirizados, os seguranças se vinculam juridicamente ao artista e ele também responde por seus atos na esfera cível. Bater em fã, em chato ou em fotógrafo é prejuízo certo para artista que contrata segurança despreparado.

INCOERÊNCIA PRÊMIO Falando em Multishow, esse ano não vai dar para elogiar. O prêmio

Como pode alguém falar mal de um evento em que insiste em participar? E isso não acontece só com

o Rock in Rio. O velho adágio de que em boca fechada não entra mosca nunca foi tão oportuno.

LENDA A história de que instrumento de corda pintado, envernizado ou laqueado perde sustentação sonora não e verdadeira. A University of Massachusetts divulgou um estudo desmistificando essa lenda urbana. A perda de ressonância acontece, mas é tão pequena que a sua dimensão passa quase despercebida ao ouvido humano. Por outro lado, as guitarras inteiriças, ou seja, de corpo colado ao braço, mostram uma diferença que mesmo não sendo tão significativa, se mostra perceptível na tocabilidade do instrumento.

WALDMAN A ideia de associar instrumentos musicais populares e acessórios de áudio com a marca dos principais clubes de futebol do Brasil foi uma sacada que abriu um novo horizonte para a Waldman(www.waldmanmusic.com). Os produtos estão fazendo o maior sucesso e acompanhados de uma política de distribuição regionalizada pela identificação com os clubes, faz com que os telefones da Equipo, distribuidora da marca, não parem de tocar. Ponto para a criatividade.

EXPOMUSIC Uma das maiores feiras de áudio e instrumentos do mundo voltou a mostrar sua força em SP no mês passado. Estive lá e no próximo mês eu conto a choradeira que rolou na Expomusic 2013. Verdade ou mero lamento? Eu digo no mês que vem...

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DANIELLI MARINHO | REDACAO@BACKSTAGE.COM.BR

POR ENQUANTO Maria Thalita de Paula Maria Thalita de Paula vem se destacando no cenário musical carioca. Sua música tem as bases fincadas no estilo mais tradicional do samba. O disco, com 11 faixas, é produzido por Zé Maurício, que levou arranjos inspirados na “música popular carioca”. Seu primeiro CD Por Enquanto, lançado pela Bolacha Discos, possui composições de sua autoria com o parceiro Zé Maurício. As exceções são Hoje vim com João Vargas; a faixa-título Por Enquanto com João Faria e Zé Maurício; Hino das trepadeiras com Zé Maurício e Renana Lessa; e Deixa pra lá de Paulinho Cavalcante e Paulo Bruce, a única faixa que não tem sua assinatura. Por Enquanto tem a participação de Ruy Faria (MPB4) e conta com Camilo Mariano na bateria, Misael da Hora nos teclados, João Faria no baixo, Victor Neto no sopro, entre outros.

ESPELHO DA ALMA Ricardo Primata O guitarrista baiano Ricardo Primata acaba de lançar oficialmente a edição especial do CD Espelho da Alma. Ele possui 12 composições originais e mais duas bônus, além de uma faixa multimídia com o videoclipe da música Repentes. Espelho da Alma é um registro de músicas instrumentais que misturam o rock progressivo com elementos da música brasileira e regional nordestina, guiadas pela guitarra de Ricardo Primata, que também utiliza o violão, a viola de 10 cordas e guitarra sintetizada. Além disso, o projeto teve a participação de Armandinho Macedo (guitarra baiana), Bule-Bule (repentista), Jelber Oliveira (acordeon), Gilmário Celso (baixo), Marcel Freire (bateria) e Mariana Marin (percussão).

NEON Escambo O grupo Escambo lança seu segundo CD, chamado Neon. O Escambo faz parte do Coletivo Chama, que também reúne o cantor Pedro Moraes, Thiago Amud, o percussionista Sergio Krakowski, o pianista Ivo Senra e o artista plástico Cezar Altai. O título do CD remete aos letreiros, luminárias e incandescências que pontilharam a infância urbana dos compositores Renato Frazão e Thiago de Melo, ambos crescidos no Rio de Janeiro. Guitarras distorcidas e referências à Floresta Amazônica são constantes no projeto. O Escambo também já realizou turnê de apresentações na Espanha, em 2009, com sucesso de público em diversas casas de shows de várias cidades daquele país.

ENCRUZILHADA AO VIVO Jefferson Gonçalves Jefferson Gonçalves, gaitista carioca, acaba de lançar o Box CD/DVD Encruzilhada ao vivo, comemorando 23 anos de carreira. Em Encruzilhada Ao Vivo, Jefferson mostra composições próprias e em parcerias com músicos e amigos. Revisita clássicos do Blues como Crossroads (Robert Johnson), Mellow Down Easy (Willie Dixon), Catfish Blues (Muddy Waters), entre outros. Jefferson e banda imprimem personalidade num som que flui com muita naturalidade. A banda formada por Kleber Dias (violão, guitarra e voz), Marco BZ (bateria), Fabio Mesquita (baixo) e Marco Arruda (percussão) não apenas acompanha o gaitista do CD e DVD, como também são seus companheiros de estrada.


DANIELLI MARINHO | REDACAO@BACKSTAGE.COM.BR

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REPORTAGEM| www.backstage.com.br 28 Carlos Malta

O festival Conexão Rio, que aconteceu no Rio e em São Paulo, é um exemplo de como as coisas podem acontecer de forma diferente, com espaço para a música instrumental do Brasil e dando espaço para músicos de projeção regional.

CONEXÃO RIO:

além do rock, e além do Rio Miguel Sá redacao@backstage.com.br Fotos: Divulgação

O

diretor geral e programador do festival é Kuru Lima, que explica a atuação no mercado médio de música. “O Conexão Rio é a continuidade de uma ação nacional promovida por uma rede de produtores e artistas que atuam no chamado ‘mercado médio’ da música para alavancarem suas carreiras, ideias e projetos. A Rede Conexão é um abrigo, um guarda-chuva para tais artistas e

produtores, realizarem, juntos, ações que possam ter um significado ampliado para o setor e para os artistas individualmente”, conclui. Com mais de 50 atrações espalhadas em diversos locais do Rio de Janeiro, o evento aconteceu em diversos espaços públicos e casas particulares, como a Sala Baden Powell, Espaço Cultural Sérgio Porto, Miranda e o Teatro Odisséia.


Durante quase um mês – de 11 de julho a 8 de agosto – este circuito instrumental incluiu shows com Marcos Ariel, Leo Gandelman, Victor Biglione, Zé Paulo Becker, Maira Freitas entre outros nomes. O encerramento aconteceu com uma grande festa de três dias - entre 15 e 18 de agosto – no Circo Voador. Lá, cerca de trinta atrações tocaram Lenine, Carlos Malta e o Som Imaginário: banda formada por Robertinho Silva (bateria), Luis Alves(baixista), Wagner Tiso (pianista) e Tavito (violão e voz) acrescida do saxofonista Nivaldo Ornelas e do guitarrista Victor Biglione. Se apresentaram ainda Tulipa Ruiz, Alceu Valença e outros grandes. Em São Paulo, durante os meses de agosto e setembro, o festival aconteceu com bandas como Bixiga 70 e a já tradicional Funk como Le Gusta.

CONCEITO Já há 13 anos que o Conexão realiza eventos similares em diversas outras regiões do país. “O Rio é um excelente mercado para repercutir coisas Brasil afora. Vínhamos realizando ações de desenvolvimento de mercado já há 13 anos em outras praças, 9 estados distintos, 46 cidades de grande e médio porte com mais de 2,5 mil artistas envolvidos e público estimado em 1,5 milhão de pessoas, mas não tínhamos a visibilidade que coisas pequenas realizadas no Rio e em São Paulo possuem. Por isso a necessidade de chegar ao Rio e à SP”, justifica. Kuru também fala da surpresa que foi constatar que o mercado médio das grandes metrópoles brasileiras apresentava dificuldades similares às de outras regiões do país. “Não há casas estruturadas para manter

o dia a dia e nem projetos incentivados continuados para abrigá-los. O que existe, via de regra, são as grandes estruturas e megafestivais ou o precário total, e nenhum dos dois é capaz de atender adequadamente às necessidades dessa cena de altíssima qualidade com a qual trabalhamos”, detalha.

ORGANIZAÇÃO Não há estágios separados de organização. A equipe do festival passa todo o ano trabalhando no evento. Tanto na parte de viabilização como na técnica. “Passamos todo o ano trabalhando na realização de suas etapas, seus projetos, em articulação permanente com o setor, dialogando e encontrando caminhos para as suas demandas mais emergenciais, buscando parceiros no poder público e na iniciativa

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REPORTAGEM| www.backstage.com.br 30

Houve necessidade de complementação em boa parte dos lugares, até mesmo na etapa final no Circo Voador, pois tínhamos sete atrações por dia, mais convidados, com demandas muito específicas, e temos por hábito atendê-las (Kuru)

Som Imaginario

privada. A quantidade de locais e de atrações exigem atenção especial à parte técnica. Há necessidade de contratar equipamentos extras além do que já estão nos locais de show. Houve necessidade de complementação em boa parte dos lugares, até mesmo na etapa final no Circo Voador, pois tínhamos sete atrações por dia, mais convidados, com demandas muito específicas, e temos por hábito atendê-las”, observa Kuru. A ideia é que o Festival aconteça anualmente, até por conta do sucesso alcançado. E que tenha mais força tam- Tulipa Ruiz bém fora do Rio. “O Conexão está agora rede. A maior parte dos artistas estarealizando ações de maior visibilidade va ali devido a ações de continuidade da em São Paulo, com um circuito de nossa rede, ou porque foram selecionashows por 26 espaços distintos da cidados por algum edital ou porque consede e por lá permanece até o final de noguiram um financiamento, ou ainda vembro, nos dias 23 e 24, quando se enporque queriam muito estar ali e se cerra na Praça das Artes, assim que ofereceram, e puderam estar ali como ocorrer a desocupação do espaço pela fruto das ações desenvolvidas em ouSão Paulo Fashion Week. tras regiões ao longo do ano. É o caso da O diretor do Festival dá importância Dona Onete, do Pará, por exemplo, ou especial a esta parte de encerramento. do Gravelola e O Lixo Polifônico e Fer“Serão dois dias de um grande festival à nanda Takai, de Minas ou do Maglore e semelhança do que ocorreu no Rio, no Peu Meuray, da Bahia, que vieram ao Circo Voador. Fazer um grande evento Rio porque já estão na Rede do Conede encerramento é, antes de tudo, uma xão há algum tempo e estão participancelebração da existência de tanta coisa do das ações conosco em todo o país”, boa na música brasileira. É também resume Kuru Lima. uma demonstração de força da nossa


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PRÊMIO MULTISHOW | CAPA | www.backstage.com.br 32

A cantora Ivete Sangalo e o humorista Paulo Gustavo apresentam o evento

Parceria entre Globosat e Yamaha possibilitou uso de protocolo Dante nos equipamentos para criar rede de áudio digital.

SOM EM REDE AGITA

PRÊMIO MULTISHOW Pedro Rocha | redacao@backstage.com.br Revisão técnica: José Anselmo “Paulista” Fotos: Ernani Matos/Divulgação

O

20º Prêmio Multishow 2013 – que ocorreu no dia 2 de setembro no HSBC Arena, na Zona Oeste do Rio de Janeiro – contou com um projeto executado em conjunto pela Globosat e

a Yamaha que permitiu a criação de uma rede de transmissão de áudio digital e monitoramento de equipamentos. Toda a engenharia de comunicação e o fluxo de sinal foram criados pela equipe


da Globosat e acompanhada, em forma de suporte e de tecnologia, pela Yamaha. Aldo Linares, subgerente de produtos de áudio da Yamaha Musical do Brasil, conta que o Prêmio Multishow 2013 foi o evento de grande porte no Brasil em que as mesas CL foram usadas pela primeira vez. O uso das mesas de mixagem ao vivo modelo CL foram aliadas ao protocolo Dante, e o processo auxiliou no controle das informações que eram transmitidas ao vivo, uma vez que o evento foi televisionado. A interface de dados, por exemplo, funcionou por meio das placas Dante-MY16-AUD e dos switches TEQSAS, presentes em todas as mesas Yamaha usadas no prêmio. “A Globosat, ao ver as alternativas de uso do equipamento e do protocolo Dante, optou por usar essas ferramentas. As duas empresas já fizeram outros projetos de áudio via rede. Com essa

nova mesa CL, que vem com o Dante incluso, ficou mais fácil de trabalhar. Tudo com switches, então não existem aqueles multicabos analógicos grosseiros, que ocupam espaço, peso e dão interferências. Essa foi a grande estreia da série CL ligada em rede”, afirma Aldo. De acordo com Aldo, a conexão via rede auxilia na rapidez e limpeza da transmissão das informações. “Não tivemos problemas de lip-sync, o áudio e o vídeo funcionam juntos, sem atraso. Tudo tem muito mais precisão”, avalia. Aldo comenta também que os técnicos costumam não se sentir seguros com novas tecnologias, mas durante o evento, houve todo o suporte profissional para eles.

COMO FUNCIONOU A REDE O protocolo Dante é capaz de distribuir informações de controle de equipamento e sinal de mídia de forma

Placa de interface de dados Dante-MY16-AVD

Valter Pereira (à esquerda) e Eric Goldberg

Mesa Yamaha PM5D

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PRÊMIO MULTISHOW | CAPA | www.backstage.com.br 34

Visão geral do PA com as mesas CL

Na frente do palco tínhamos três mesas do modelo CL5 e uma mesa CL 1. Uma CL 5 fez o som de um palco e a outra CL 5 fez o outro. Colocávamos sempre uma mesa intercalando com a outra (Aldo)

André Nascimento

Console Yamaha CL5

digital para múltiplos canais simultaneamente, por apenas um cabo Ethernet. Dessa forma, pode ser criada uma rede entre os equipamentos utilizados. O que permitia a conexão entre as ferramentas eram as placas de interface Dante-MY16AUD, que possibilitavam que as mesas recebessem os multicabos digitais e fossem conectadas digitalmente. No total, foram usadas oito mesas ligadas em rede pelo protocolo Dante, por fibra ótica ou cabo de rede. Segundo Aldo, não foram usados cabos analógicos. Os modelos delas eram 5 consoles CL (4 CL5 e 1 CL1), 2 mesas do modelo PM5D (sendo um RH) e uma mesa do modelo DM 2000.

“Na frente dos palcos tínhamos três mesas do modelo CL5 e uma mesa CL 1. Uma CL 5 fez o som de um palco e a outra CL 5 fez o outro. Colocávamos sempre uma mesa intercalando com a outra. A terceira CL5 cuidava da parte de locução e havia uma CL 1 para onde todas as outras mesas convergiam, que era a master”, explica Aldo. As mesas de PA, de locução e a mesa master estavam ligadas por cabos de rede. Além destas, as mesas que estavam sendo usadas no monitor e faziam o som do próprio palco, monitorando os músicos, também faziam parte da rede Dante e eram modelo Yamaha PM5D. Na retaguarda desse processo, colocou-se uma


mesa CL3 para fazer a redundância da mixagem que vai para o ar, também conectada às outras sete mesas. Aldo explica que, para esse evento, foram utilizados módulos do modelo RIO3224D, que tem 32 entradas, 16 saídas analógicas e 8 saídas digitais. Dele sai o cabo de rede do Dante, que vai para um switcher TEQSAS e nele o sinal de rede é “esplitado”, dividido por vários ramos de cabo de rede. Esses ramos de cabos de rede vão para as mesas. “Usamos aqui o switcher MF2 da marca TEQSAS que a Yamaha está vendendo. Ele tem 64 canais por 48 saídas. Quando todas as luzes desse equipamento ficam verdes, significa que todas as portas dele estão ocupadas”, complementa Aldo. A mesa DM2000, usada para mixagem digital, estava equipada com uma placa Dugan-MY16, que ge-

Gabriel Thomazini, coordenador de áudio da Globosat

rencia vários microfones ao vivo e é capaz de cortar todo ruído de fundo. “O técnico fica livre para mixar, não precisa se preocupar com microfonia. Ela limpa totalmente o som”, afirma Aldo.

Sistema montado previa emergências de percurso Gabriel Thomazini, coordenador de áudio da Globosat, que estava à frente do projeto, explica que, para que a rede fosse colocada em práti-

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Usamos o sistema de PA da empresa alemã d&b. Nós afinamos a sala várias vezes, tentando acertar as frequências. Os graves da sala eram piores. Conseguimos uma relação muito boa. Como esse PA específico, melhoramos as freqüências graves que incomodavam bastante

Marcio Schnaidman, Aldo Linhares e Claudio Marchi

Mesa Yamaha CL5

Ricardo Pinheiro

ca, foi necessário passar mais de 350 canais de áudio pela rede Dante. “Fizemos uma rede com redundância, ou seja, caso houvesse uma falha em algum ponto desse sistema, podíamos recuperar como se nada tivesse acontecido. A grande mudança é que integramos todas as mesas e sistemas no Dante. Caso ocorra um problema, a “informação” pode buscar outro caminho (digital), e dessa forma evitar que falhas sejam notadas, até por se tratar de uma transmissão ao vivo”, resume Gabriel. “Basicamente, nosso sistema de microfonação é o mesmo de um show comum. O que muda bastante para a gente aqui é a distribuição de áudio. Fizemos a transmissão em Stereo e 5.1 surround. Esse ano investimos em um microfone especial para grandes eventos, o Sound Field DFS. Nós içamos esse microfone para fazer a captação de todo o ambiente já em formato 5.1”, relata o coordenador de áudio.

Como os painéis de LED estavam dispostos em todas as arquibancadas da arena, que possui um espaço amplo e aberto, isso afetou a reverberação. Por esse motivo, foi complicado acertar a acústica. Gabriel explica que com tecnologia adequada, foi possível harmonizar as condições de som. “Usamos o sistema de PA da empresa alemã d&b Audio Teknik. Nós afinamos a sala várias vezes, tentando acertar as frequências. Os graves da sala eram piores. Conseguimos uma relação muito boa. Como esse PA específico, melhoramos as freqüências graves que incomodavam bastante. Como a sala estava com muitos telões, ficou menos reverberante. A parte dos LEDs atrapalha a questão de radiofreqüência (RF) dos microfones, porém durante o evento fizemos scan de frequência, buscando os melhores lugares para colocar as antenas, para evitar essa guerra de frequência que existia ali”, completa Gabriel.


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Stanley Jordan, à esquerda, se apresentou no segundo dia

Mais uma cidade do interior do Brasil entra para o roteiro dos festivais de jazz e blues. A pequena Ipiabas, distrito de Barra do Piraí (RJ), recebeu grandes nomes do jazz durante os três dias de festival. Stanley Jordan, Kenny Brown, Peter Madcat e grupo Azymuth foram algumas das atrações que subiram ao palco do Ipiabas Jazz & Blues.

IPIABAS na rota do Jazz A

redacao@backstage.com.br Revisão Técnica: José Anselmo “Paulista” Fotos: Ernani Matos / Divulgação

primeira noite do festival já prometia, e aqueles que juravam que nunca teriam chance de assistir atrações internacionais de graça no meio de uma praça em uma cidade do interior do Rio de Janeiro não conseguiam esconder a satisfação de estar cara a cara com os ídolos. Aliás, essa foi a tônica do festival. Parecia aquela festa bacana, intimista e para poucos convidados em que se consegue ver de perto gente famosa. Stanley Jordan, além de se apresentar para o público, ainda ministrou um workshop de musicoterapia, na manhã de sábado.

Para o empresário Luiz Zappa, proprietário do Zappa Bar e Restaurante, essa terceira edição foi como um divisor de águas na cidade. Para Jerubal Liasch, técnico de PA da Azul Produções, empresa responsável pela produção do evento, não houve grandes dificuldades para sonorizar o local. O principal problema foi apenas quanto à mudança de local do palco de última hora, sendo preciso reconfigurar a disposição das caixas. Tobias Teixeira de Lima Junior, proprietário da Noisy Sonorizações, comenta que realmente houve um pequeno erro


Jerubal Liasch foi o responsável pelo PA

onde ficava a plateia. Com isso, se o line fosse elevado no nível certo, as caixas de cima jogariam o som no teto da tenda onde se encontrava a plateia pelo lado de fora. “Aí tivemos que manter o line a uns 2 metros abaixo da altura correta. Para compensar essa perda, tivemos que colocar duas pequenas torres de delay na tenda onde se encontrava a plateia fazendo as correções de atraso”, explica. Para o Ipiabas Jazz & Blues, o sistema escolhido foi o KF 730 da EAW, com 4 caixas por lado e o sub, modelo SB 850, com 4 caixas no centro. “Escodas tendas a lhemos esse devido ao lous ca r po uco mais baixo e içado um po cal ser bem pequeno e ter pouco Sistema de lin espaço, apesar de ser um sistema que na montagem das tendas atua também em locais bem maiores onde ocorreram os eventos. Segundo com ótima qualidade”, avalia Tobias. ele, a tenda onde se encontrava monPara o empresário, a parceria com tado o palco era mais alta que a tenda

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REPORTAGEM| www.backstage.com.br

Marcus Vinícius, da Live Sound, foi fundamental. “Marcus Vinícius é uma pessoa muito conceituada no áudio no Rio de Janeiro e é sempre importante para uma empresa de pequeno porte como a minha ter grandes parceiros”, comenta. No monitor, a única dificuldade encontrada por Tobias foi com o timbre de guitarra do Stanley Jordan. “Ele insistia em trabalhar

PROJETO RETOMADO Para o produtor Stenio Mattos, da Azul Produções, levar atrações de jazz à Barra do Piraí elevou a cidade a outro status. “Pousadas lotadas e cidades vizinhas receberam o público para o Festival. Os hotéis de Conservatória (cidade vizinha a Ipiabas) pretendem fazer uma parceria para o próximo festival (através de propaganda) e atrair turistas. Sem falar nos comerciantes e na população que ficaram bem felizes com o evento. Na opinião deles, foi uma quebra de paradigma para a cidade na área de eventos. É o tipo de evento que todos

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Stenio Mattos, responsável pe la produção

No monitor, a única dificuldade encontrada por Tobias foi com o timbre de guitarra do Stanley Jordan. “Ele insistia em trabalhar com a sua guitarra em flat, mas havia uma frequência de grave de mais ou menos uns 80Hz que estava atrapalhando um pouco.” (Tobias)

Terceiro dia teve Peter Madcat, Big Joe Manfra e sua banda

com a sua guitarra em flat, mas havia uma frequência de grave de mais ou menos uns 80Hz que estava atrapalhando um pouco. O som ficava bem embolado e com uma definição meio ruim. Tive que filtrar seu canal de guitarra em 120Hz para ter uma melhor definição”, comenta Tobias, acrescentando que no PA, o console usado foi uma Digidesign Venue Mix Rack e no monitor, uma X-32 Behringer. “O console de PA pertencia à Live Sound, e os demais equipamentos eram de minha empresa. Na luz, foi uma Stage Design 50, Chauvet”, completa.

queriam: com diversão e retorno financeiro para cidade. Agora o primordial é que os moradores aprovaram cem por cento e sentiram o retorno, para a cidade, de um evento como este”, avalia. O Festival, que havia sido desativado em 2008, depois de duas edições, voltou em 2013 com a proposta de que se torne referência na região do Vale do Café, com retorno cultural, turístico e econômico, nos moldes do Festival de Jazz realizado em Rio das Ostras (RJ). “Em 2010, fui apresentado ao Secretário de Cultura de Barra do Piraí da época, Roberto Monzo (que era fã do Rio das


Ostras Jazz & Blues Festival) que revelou um grande desejo que ele e a cidade de Barra do Piraí tinham: reativar, dar um salto, tornar visível e maior o projeto Barra do Piraí Blues & Jazz Festival. Daí me convocou para fazer toda a produção”, conta Stenio.

PRODUÇÃO E RETORNO O fato de produzir um festival em uma cidade pequena não significa necessariamente dificuldades, apenas. “No início, há dificuldades, pois é uma forma nova de se fazer evento. Não é só obedecer rider de músico, con-

sil. Para Stenio Matos, muito disso se deve ao sucesso alcançado por Rio das Ostras, tendo em vista que antes só havia o Free Jazz e, depois, o TIM Fest, eventos privados e pagos. Com o projeto de Rio das Ostras, as cidades perceberam que este tipo de evento traz receita, turismo, cultura e exposição na mídia. “Hoje, Rio das Ostras é conhecida como a cidade que faz o Festival de Jazz, ações educacionais (casa de música,oficina de luthieria etc.) e dá chance às cidades pensarem que se pode (e se deve) ter retorno para os investimentos feitos com o dinheiro

X-32 foi usada no monitor

Caixas posicionadas logo a frente do palco

Processadores Behringer completavam o monitor

tratando empresas de fora e pronto. A proposta é utilizar e gerar trabalho para a mão de obra da cidade (estrutura, som, apoio), o que gera mais dificuldades, mas só no início”, compara Stenio. Os recursos, segundo ele, são muito mais difíceis, porque a cidade não está acostumada aos artistas de jazz e blues e prefere gastar com outro tipo de gênero musical. “Mas depois que é realizado, eles entendem que o custo-benefício é cem por cento melhor”, ressalta Stenio. Em menos de cinco anos, os festivais de jazz vêm se multiplicando no Bra-

público. Não é difícil, é só querer. Além da volta da música instrumental que retornou com força depois daquele boom dos anos 80 e que acarretou maior espaço na mídia, abrindo espaço para os festivais”, completa Stenio. Para Ipiabas, o produtor faz a mesma projeção e avalia que, tanto para Barra do Pirai quanto para outras cidades menores, a junção da boa música com cultura e workshops, movimentam a economia local e projetam o local por meio de mídia espontânea, trazendo um público diferenciado para a música de qualidade.

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R A C O T

L I C Á F É

DIFÍCIL

O N A I P O R A G E R R É CA

Que o piano acústico é um dos instrumentos musicais que possui um dos timbres indispensáveis para a maioria dos tecladistas todos nós sabemos. Sabemos também que é ele o instrumento que mais guarda identidade visual com os nossos amados sintetizadores, tendo em vista que ambos possuem teclas para a entrada (digitação) das notas musicais.

D

esde o surgimento do Pianoforte nas mãos de Bartolomeu Cristofori (final do século XVII) até os dias atuais, o piano sempre passou por um contínuo processo de evolução. Matérias-primas diferenciadas, aliadas a processos de produção quase artesanais, fazem com que cada fabricante crie instrumentos com uma sonoridade própria, tornando-se muitas vezes verdadeiras obras de arte.

Luciano Freitas é técnico de áudio da Pro Studio americana com formação em ‘full mastering’

Já no século 20 apareceram os pianos elétricos, os pianos eletroacústicos e, dado o avanço tecnológico nas técnicas de amostragem e armazenamento de áudio, os pianos digitais. Estes se popularizaram impondo ao mercado um elevado padrão de qualidade que passou a ser o ponto de partida, e não mais um diferencial, para qualquer fabricante que queira se manter vivo nos negócios. Os soft-synths, cada vez em maior número e com melhor qualidade, também entraram no páreo oferecendo verdadei-


Feel G, similar ao presente nos stage pianos RD 300NX, FP-50, FP-4F e em alguns integrantes da linha RP. Esse mecanismo, além de parecido com o encontrado nos seus pianos top de linha, incorpora a mais avançada

ras réplicas virtuais de alguns dos mais exóticos pianos já produzidos. No entanto, todo este nível de detalhamento nos timbres de nada adianta se a nossa interface (as teclas) não nos permite acessar tudo isso em tempo real. É por isso que vemos a maioria das empresas tentando recriar em seus produtos uma ação de martelos (hammer action) cada vez mais próxima à encontrada nos pianos acústicos. Na verdade, o mercado está repleto de opções de teclados controladores e stage pianos com 88 teclas que reproduzem essas características de forma satisfatória. Algumas empresas ainda oferecem esse mecanismo em versões de 76 teclas, no entanto, pouquíssimas o oferecerem em controladores com 5 oitavas (número de teclas igual ou próximo a 61). E qual a grande vantagem desses equipamentos em versão compacta para um tecladista? Certamente, a portabilidade, característica essa tão em moda, mas geralmente esquecida no momento da aquisição de um novo equipamento. Se você não se atentou para esse importante detalhe, poderá um dia ter a certeza de que “tocar é fácil, difícil é carregar o piano”.

O RD-64 desabilita seus timbres internos, porém, permite ao usuário utilizar seus botões assimiláveis, controladores giratórios, ...

Vejamos algumas opções de controladores com 5 oitavas e mecanismo hammer action disponíveis no mercado: Roland – RD-64: considerado o modelo mais compacto (64 teclas) da família de stage pianos da Roland, o RD64 traz em seu

gerador sonoro os timbres essenciais (doze no total) para a grande maioria dos tecladistas, entre eles realísticos pianos acústicos e pianos elétricos baseados na tecnologia proprietária SuperNATURAL e sons de órgãos recriados pela consagrada tecnologia virtual tone wheel, a mesma usada pelo fabricante nos produtos da linha VK (órgãos digitais). Seu sistema de teclas utiliza o mecanismo Ivory

tecnologia de sensores desenvolvida atualmente pela Roland, com teclas construídas em peças únicas capazes de reproduzir todas as nuances sonoras dos instrumentos musicais, além das propriedades de absorção (umidade) e a textura do marfim e do ébano, materiais comumente usados na construção das teclas dos pianos acústicos. Usado no modo controlador (Controller), o RD-64 desabilita seus timbres internos, porém, permite ao usuário utilizar seus botões assimiláveis, controladores giratórios, alavancas de pitch bend e modulation, e o controlador D-BEAM (sensor de luz virtual) para controlar outros sintetizadores ou outros equipamentos musicais eletrônicos, seja no palco ou no estúdio (conecta-se ao tablet iPad com o auxílio do Apple Camera Connection Kit - CCK). Nesta seção, os músicos ainda contam com um botão dedicado que estabelece a comunicação entre o RD-64 e outros equipamentos baseados na tecnologia SuperNATURAL (módulo de sons Integra 7 e sintetizadores Jupiter 80 e Jupiter 50), permitindo-lhes obter o máximo de expressividade nos timbres desses equipamentos. O RD-64 conta também com três processadores de efeitos (Reverb – EFX 1 – EFX 2) e com um equalizador de duas bandas; conexões MIDI Out e USB; entradas (RCA) e saídas (P-10) de áudio analógicas. Fatar/Studio Logic – VMK 161 Plus: responsável pela criação do formato hammer action como o conhecemos na atualidade (substituindo os arcaicos sistemas baseados em molas por sistemas baseados em borracha condutiva), a italiana Fatar tornou-se reconhecida mundialmente como a empresa que produz alguns dos melhores sistemas de teclas disponíveis no mercado nos dias de hoje, seja para os seus produtos, seja para os produtos de outros fabricantes. Neste produto em

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dos seus nove botões giratórios, nove potenciômetros deslizantes, oito botões programáveis, de um joystick, com funções de pitch bend e modulation, além de controles de transporte (Play, Stop, Rew, Fw, Rec) para atingir rapidamente as experiências musicais desejadas (conta também com um visor LCD pelo qual o usuário pode acompanhar as informações de cada parâmetro em tempo real). Sua comunicação com outros equipamentos se dá pela porta USB (alimentação + transferência de dados) ou pela porta MIDI Out disponível em seu painel traseiro, oferecendo ainda entradas para o uso de três pedais simultaneamente.

Mecanismo Fatar TP40GH

especial, a empresa usa um dos seus sistemas de teclas mais populares, o TP40GH

lus 61 P K1 M V ic Log dio Stu

(com quatro zonas escalonadas, oferecendo maior resistência nas notas graves), em um teclado de 61 teclas com aftertouch. Programado de fábrica com trinta diferentes presets, cada qual com configurações otimizadas para um renomado soft-synth disponível no mercado (entre eles o Ivory, da empresa Syntogy, o Sample Tank, da empresa IK Multimedia, e o Reason, da empresa Propellerhead), o usuário pode se valer

CME – ZSC64: construído em uma resistente embalagem de alumínio com 64 teclas, o ZSC64 está preparado para enfrentar qualquer estrada que a profissão de músico lhe tenha reservado. Mesmo concebido inicialmente para trabalhar com os softwares Garage Band e Logic, ambos da Apple, o ZSC64 sai da fábrica pronto para se conectar diretamente (Plug & Play) a qualquer computador (laptop ou desktop) que possua uma porta USB disponível, independente da plataforma (Mac ou PC), seja qual for o seu soft-synth preferido. Embora ofereça poucos dispositivos de controle (oferece as alavancas de pitch bend e modulation, botões de oitavas acima e abaixo, volume, seis botões de transporte e um dial para a entrada de dados), o usuário pode utilizar a função UCTRL para transformar o equipamento em uma superfície de controle capaz de se comunicar com praticamente todas as DAWs (Digital Audio Workstation) disponíveis no mercado. Seu gabinete possui um hub com duas portas USB, as quais podem ser usadas para conectar ao equipamento um teclado de computador (ASC II), um mouse ou até mesmo um disco rígido (HD) externo.

Para saber online CME -ZSC-64

luciuspro@ig.com.br


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CUBASE7

Figura 1

BROADCAST & CABLE: Marcello Dalla é engenheiro, produtor musical e instrutor

S E D A D I N OV

STEINBERG NA FEIRA Olá amigos, Neste mês de agosto estivemos presentes na edição 2013 da Broadcast & Cable em São Paulo. Mesmo sendo uma feira voltada para o mercado de televisão e produtoras de vídeo, o segmento de áudio desperta o interesse de todos. Tradicionalmente a Yamaha/ Steinberg marca presença com o lançamento de produtos ou versões novas dos softwares.

E

ste ano não foi diferente. As novidades apresentadas também interessam muito ao nosso universo profissional de produção musical com o Cubase. Este artigo e o da próxima edição serão dedicados a estas novidades. Como “highlight” do stand levamos este ano o controlador NUAGE para o Nuendo e Cubase. A foto da matéria mostra minha palestra sobre mixagem para cinema e vídeo utilizando Nuendo 6


Figura 2 . Módulos de I/O do NUAGE

e o Cubase 7 tendo o NUAGE como controlador. A grande diferença entre o NUAGE e os controladores implementados até hoje é sua concepção. Mesmo com outros softwares como plataforma, sempre tivemos a referência do controlador atuando por protocolo MIDI ou outro formato proprietário, remotando principalmente faders do mixer interno, inserts e sends de canal, algumas ferramentas de edição e funções de operação do software. Até aí tudo bem. O NUAGE vai além deste conceito quando ele traz para a superfície de controle toda a operação do Nuendo e do Cubase sem que seja necessário conhecermos profundamente menus e submenus dos programas. Na verdade, a sensação é de que as funções de cada software estão disponíveis numa superfície de controle que é, ao mesmo tempo, uma console poderosa de gravação e pós-produção. Um conceito de solução integrada com muita ergonomia e flexibilidade. Software e console como uma entidade única. Vamos aos detalhes.

Figura 3 - Módulo Central do NUAGE

Para os estúdios baseados em Cubase e Nuendo, o NUAGE oferece uma alternativa completa para todas as tarefas. Além de ser controlador, o sistema NUAGE também possui as interfaces para áudio digital e analógico que podem ser configurados de acordo com as necessidades do estúdio. O sistema é independente, ou seja, podemos ter o NUAGE controlando o Cubase ou o Nuendo utilizando a interface ou placa de áudio que o estúdio já possua, ou então usar todo o sistema de interfaceamento de áudio que a solução NUAGE proporciona. A figura 2 mostra os racks de áudio. Temos a opção de 16 I/Os analógicos, 16 I/Os digitais AES, ou 8 Analógicos e 8 AES no mesmo rack. O sistema é escalável até 128 canais. Sample rate disponível até 192 KHz com 24 bits de resolução. O hardware de áudio tem a tradição de transparência e qualidade sonora da Yamaha. Com isso, podemos dizer adeus ao “velho” conceito de mesa e software como entidades estanques no estúdio. Operar a mesa e operar o software separadamente é um ritual redundante que deixa de existir com o novo conceito do sistema NUAGE. As tarefas de gravação, edição e mixagem estão integradas e “na ponta dos dedos”. Todo o roteamento do estúdio fica absolutamente disponível para qualquer configuração: da monitoração na hora de gravar até a mixagem. O sistema NUAGE é dotado da tecnologia “True Integrated Monitoring” que proporciona valores de latência desprezíveis, mesmo ao nível de percepção dos músicos mais exigentes. Cada módulo NUAGE é independente. Na verdade, são 2 tipos como vemos nas figuras 3 e 4 (módulo central e de faders, respectivamente). Os módulos podem ser utilizados separadamente dependendo da configuração do estúdio. O sistema permite em sua configuração máxima 1 módulo central acompanhado de 3 módulos de fader. Cada módulo pode comandar até 3

Figura 4 - Módulo de Faders do NUAGE

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Figura 5A - Painel traseiro Módulos NUAGE

Figura 5B - Placa aceleradora DANTE

Funções mais avançadas de edição para o Pro Tools ainda não estão disponíveis nestas versões de firmware e driver, principalmente, pelo momento de transição tecnológica da versão 11 do Pro Tools

estações de trabalho diferentes. Isso mesmo, podemos ter até 3 softwares comandados independentemente por cada módulo através de uma chave seletora. Este conceito dá ao estúdio várias possibilidades. Imagine você ter a mesma superfície comandando um computador rodando Nuendo como estação principal de mixagem, um com Cubase com toda a produção musical e instrumentos virtuais e uma terceira máquina com Pro Tools com gravações vindas de outro estúdio. Integrando I/Os ou gerenciando redundância numa gravação ao vivo, as aplicações são inúmeras. Vale ressaltar aqui que o sistema NUAGE também se propõe a remotar funções básicas do Pro Tools como transporte, faders e pan. Funções mais avançadas de edição para o Pro Tools ainda não estão disponíveis nestas versões de firmware e driver, principalmente, pelo momento de transição tecnológica da versão 11 do Pro Tools. O protocolo de comunicação de áudio das interfaces é o DANTE, da Audinate. O conceito de áudio digital em cabos de rede é o mesmo utilizado pelas mesas Yamaha, permitindo conectividade simples e de extrema confiabilidade em sistemas complexos de gravação ao vivo e de transmissão simultânea. Através do controle matricial temos todas as possibilidades de tráfego de sinais nos canais. A figura 5A mostra a parte posterior de um dos módulos de I/O com as conexões de rede. A figura 5B mostra a placa aceleradora DANTE. A ergonomia, a versatilidade e a escalabilidade do sistema foram os itens que mais chamaram a atenção do nosso público na feira. Como usuário, posso afirmar que o fluxo de trabalho que a NUAGE proporciona é inigualável. Libertar-se do mouse nas funções de gravação, edição e

mixagem é um salto quântico. As funções do software livres do “vai e vem” ao menu, ganham velocidade e tornam a curva de aprendizado de quem não está habituado aos softwares da Steinberg muito mais abreviada. A possibilidade de ter apenas um módulo ou todo o sistema cobre as necessidades de todos os perfis de estúdios: do home ao pós-produção broadcasting. Poder usar o mesmo sistema numa gravação como se fosse uma console e seguir com ele na pós-produção, proporciona um valiosíssimo ganho de tempo para produtoras que trabalham com gravações ao vivo com posterior finalização em Blu-Ray, DVD ou CD. Mesmo para transmissão ao vivo, o sistema NUAGE pode estar escalado como elemento numa unidade móvel, por exemplo. Mais informações sobre o uso do sistema NUAGE e sua integração com o Cubase e o Nuendo vocês podem ter diretamente comigo através dos emails ou na página da Steinberg em http://www.steinberg.net/en/products/nuendo/nuendo_system_solutions/nuage_system_solution.html Na próxima edição seguiremos com mais informações da Broadcast & Cable 2013. Vou falar sobre um tema que muito interessa aos produtores, músicos, mixadores, produtoras de vídeo e emissoras de TV: a norma R-128, que regulamenta níveis sonoros de finalização de produtos para transmissão. Cubase e Nuendo de novo em foco. Até lá! Grande Abraço!

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Nesta edição, vamos explorar mais um pouco algumas novas funcionalidades do Logic Pro X.

SMART CONTROLS Vera Medina é produtora, cantora, compositora e professora de canto e produção de áudio

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X

LOGIC PRO A

bra um novo projeto vazio no Logic. Vamos agora à nova seção de Loops. Escolha Ensemble e arraste os seguintes arquivos (Apple Loops): “4th Dimension Beat 01” e logo abaixo “70s Ballad Strings 02” (Figura 1).

Figura 1

Figura 2

Ao escolher o arquivo “4th Dimension Beat 01”, o Logic perguntará se deseja importar as informações de tempo. Pressione “Import” (Figura 2). Vamos agora conhecer como funciona o Smart Control em mais detalhes. Clique sobre a trilha onde está o arquivo de áudio “4th Dimension Beat 01” e em seguida no símbolo de Smart Controls na barra de ferramentas (Figura 3). Note que neste Apple Loop já estava selecionado um efeito no Channel Strip (vide Compressor no lado esquerdo da tela Inspector). Ao selecionar o Smart Controls, abaixo aparecem os principais parâmetros do Compressor, possibilitando uma edição em tempo real. Vamos agora adicionar outro efeito nesta mesma trilha. Escolhi o Spectral Gate. Note que a janela do Smart Controls agora se divide em botões controladores do Compressor e do Spectral Gate (Figura 4). E assim sucessivamente ao incluir um novo plug-in. Alguns plug-ins não possuem controladores disponíveis e no lugar de uma tela com botões, aparece uma tela quadrada sem conteúdo. Agora tente o seguinte: coloque o loop em playback e altere os parâmetros até


Figura 3

Figura 4

atingir um resultado do seu gosto. Assim que você começar a fazer alterações, o botão Compare (vide Figura 4) fica agora na cor azul, significando que houve edição naqueles efeitos. Para ouvir os efeitos em sua configuração inicial, basta clicar sobre Compare. Ou seja, você consegue comparar as configurações antes e depois da edição, possibilitando escolher entre estas duas cenas.

O mesmo vale para arquivos que contém MIDI, como é o caso do arquivo adicionado “70s Ballad Strings 02”. Se clicar sobre a trilha, verá logo abaixo na janela dos Smart Controls os parâmetros que podem ser editados em tempo real. Neste caso específico, deletei os efeitos que existiam e escolhi o efeito EVOC TO. (Figura 5)

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DRUMMER TRACK Este é também um dos novos recursos. Assim como criamos trilhas de áudio, Software Instrument e External Instrument, agora podemos criar trilhas do Drummer Track pelo mesmo modo convencional. Clique no + e selecione a opção Drummer (Figura 6) e, em seguida, escolha Create. Temos agora a visão da Figura 7. Do lado esquerdo podemos escolher o gênero entre 4 tipos Rock, Alternative, Songwriter e R&B, e, num nível abaixo, escolher o perfil de tocar de baterista entre vários. Logo na janela abaixo, escolhe-se o kit a ser executado. Se houver duas regiões separadas deste áudio, é possível que cada uma tenha seus parâmetros distintos. O círculo no pad central possibilita alterações no kit que

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Figura 5

Figura 6

Figura 8

esteja sendo tocado em tempo real também. A visualização da janela do Drummer se dá pela ativação do editor (vide Figura 8). Agora você pode testar vários presets, estilos de bateristas por gênero e ainda ter acesso a alguns filtros, possibilitando uma infinidade de combinações.

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Figura 7

Dica: Command + < ou > para zoom diminuir ou aumentar horizontalmente e Command + seta para cima e para baixo para aumentar ou diminuir verticalmente.

vera.medina@uol.com.br www.veramedina.com.br


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O T N E M A S S E C PRO PARALELO Muitas vezes ao mixar, me deparava com um dilema, o de que talvez fosse necessário comprimir muito uma voz para que ela pudesse sobressair sobre uma base, especialmente em rock, onde tudo é bem barulhento e não há muito espaço. Costumo dizer que encaixar uma voz em uma mixagem de rock é equivalente a tentar cantar João Gilberto em versão voz e violão, sem microfonar nada, em um pregão da bolsa de valores.

Ricardo Mendes é produtor, professor e autor de ‘Guitarra: harmonia, técnica e improvisação’

N

o entanto, essa “super compressão” deixava a voz sem dinâmica e com um som meio “achatado”. Eu senti falta daquele som mais natural que estava no canal antes de eu começar a torcer os botões do compressor. Como resolver isso? A mesma sensação de impotência eu sentia ao mixar uma bateria. Se você sentar o pau no compressor, do subgrupo da bateria, ela irá soar “grande”, mas haverá a perda de ataque dos transientes. E se pesar a mão na equalização, especialmente nas médias altas, a caixa fica mais presente, mas você poderá sentir que a bateria, como um todo, perde corpo e passa a soar muito artificial. O baixo, com mais médios, define melhor a linha, mas fica faltando aquele peso... E não termina nunca! Como resolver este dilema? Senhoras e senhores, com vocês o processamento paralelo. Ok, e o que seria isso? O princípio é bem simples, se eu gosto das duas coisas, por que não ficar com as duas? A ideia é ao invés de mandar o sinal do instrumento para um subgrupo, mandamos para dois subgrupos e processamos cada um de manei-

ra diferente. Daí o nome processamento paralelo. E podemos então dosar o quanto queremos de cada subgrupo. Para a bateria, por exemplo, criamos um subgrupo chamado “bateria sub” (eu uso “drum sub” em inglês somente porque a palavra é mais curta e cabe melhor no espaço para escrever o nome do canal), e enviamos o sinal de cada peça da bateria para lá. Depois criamos um segundo subgrupo que pode ser chamado de “ bateria paralela” (eu chamo de “drum parallel”) e enviamos via send auxiliar para este subgrupo. Uma coisa importante: esta mandadas de send (perdoe a redundância) devem estar em post-fader, pois caso contrário os ajustes de volume que fizermos nos canais das peças da bateria não serão reproduzidos no subgrupo “drum parallel”, o que poderá causar algumas incoerências, mas isso não é uma regra pétrea. Pode ser que você queira especificamente mandar mais alguma peça da bateria para um subgrupo paralelo, do que para o subgrupo original. Uma aplicação comum é enviar mais bumbo e caixa para o


Figura 2

Figura 1

grupo paralelo do que para o original. Nesse caso, nos canais (tracks) de bumbo e caixa, coloque o send em pré-fader, assim você poderá mandar o sinal para o subgrupo paralelo independente do volume que esteja no canal de bumbo e caixa. No entanto, isso depende de música para música. Você vai ter que experimentar para ver qual é o melhor. O mesmo raciocínio pode ser aplicado a outros instrumentos, como baixo, por exemplo. Existem duas maneiras de criar um baixo paralelo. Uma é gravar dois sinais. Eu costumo fazer isso quando uso amplificador de baixo. Gravo em um canal o microfone que vai em frente ao alto-falante da caixa de baixo e o outro sinal eu mando direto de linha passando por algum pré-amplificador. Para dividir o sinal eu uso um pedal de guitarra com dois outputs em bypass. Nesse caso o processamento paralelo é muito simples: você equaliza e comprime distintamente cada canal. Entretanto, eu não tenho um amplificador de baixo no meu estúdio e nem sempre os baixistas trazem amplificadores. Nesse caso, eu gravo um canal só em linha. Para fazer

um processamento paralelo de um único canal eu poderia abrir outro canal auxiliar e enviar o sinal do canal de baixo para ele e fazer o processamento paralelo. Era assim que era feito com as mesas analógicas. Nesse caso, eu acho mais fácil duplicar o canal de áudio e aplicar o processamento paralelo nesse canal, e depois envio a soma dos dois canais (baixo linha e baixo paralelo) para um subgrupo chamado baixo. Normalmente eu busco no canal original mais grave e ataque (transiente) da nota, explorando mais os subgraves ou graves, e também usando no compressor um parâmetro de ataque mais lento e um de release mais rápido. Já no canal paralelo, eu busco mais a definição e a sustentação da nota utilizando mais as médias-graves por volta de 300 Hz e alguma coisa de médias por volta de 1k, e no caso de um baixo “palhetado” posso adicionar alguma coisa de médias-altas, entre 5 e 8k. Abraços e até o mês que vem!

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DJ COM ABLETON PARTE 02

L I V E Lika Meinberg é produtor, orquestrador, arranjador, compositor, sound designer, pianista/tecladista. Estudou direção de Orquestra, música para cinema e sound design na Berklee College of Music em Boston.

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E Em nossa matéria anterior, aprendemos a configurar a janela principal do Ableton Live (Session View) e o deixarmos pronto para importar nossas seleções de músicas, playlist, gigpack etc. O importante mesmo é que as músicas, ao serem importadas, tenham um padrão de organização (BPM, tom da música, estilo de levada, cue point etc.) para facilitar a performance do DJ.

mbora não seja primordial, é bacana que o DJ perceba a música como um músico, entendendo de andamentos (BPM), tonalidades (tom da música), de estilos musicais e até noções de arranjos (mesmo que intuitivamente!), para se aventurar a produzir seus remixes e contribuir com sua musicalidade, e não somente se contentar em atuar como um Jukebox humano.

Janela DJ Master

Partindo do básico, para tocar com o Ableton Live como DJ, precisamos de material sonoro (óbvio!). Lembre-se que reconfiguramos a janela padrão do Ableton live (Session View), deletando os Tracks MIDI (que não estaremos usando nesse projeto) e renomeamos os Tracks Audio para DECK A e DECK B. (Como mostra a imagem. Outras informações sobre essa configu-


ração, veja no artigo da edição anterior, eu recomendo!!) Muito bem. Observando o canto superior direito da janela padrão (Session View), veremos uma seta (grifada em vermelho). Clique lá para abrir o Browser (caso já não esteja aberto).

Browser

O Browser é, digamos, o centro nervoso do Ableton Live, onde você encontra sua biblioteca de sons, loops, instrumentos virtuais, efeitos de áudio e MIDI, clips, Samples, plug-ins, etc.

Add Folder no Browser

Library Dance

Na parte inferior, em Places (locais), você pode configurar os locais onde suas músicas se encontram no seu computador. Clique no (+) Add Folder (último na esquerda, embaixo do destacado em azul) e adicione a pasta (ou HD, Pendrive etc.), onde as suas seleções de música (material musical, sons, loops) se localizam. No meu caso se apresenta assim. O resultado dessa operação permite organizarmos nossas músicas para um acesso imediato em qualquer local pré-determinado em

nossas mídias, HDs, Internet, iTunes, iCloud, Marte... Nesse momento devemos configurar as saídas do Cue out (o retorno de fone) e o Master out, do contrário você vai ouvir tudo sempre no Master out (nas caixas) e todos (também) vão ouvir o material sonoro que você prepara para o fade in e mixar (too bad!!). Para isso, claro, você precisa de uma placa ou interface de áudio com duas saídas. Existem várias adequadas no mercado. Caso você ainda não tenha esse recurso, ficará limitado às

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Observe do lado direito no Master track, no meio indicado com a seta vermelha, clique no campo “Cue out” e mude para saída 3/4 (ou mono, caso você precise e ou tiver opções). Repare que o “Master Out” está configurado para as saídas 1/2

Session pronta para DJ

transições simples das músicas fade in/ out pelo cursor (Fading Transition), sem poder ouvir o material sonoro em Cue (separado pelo fone). Observe do lado direito no Master track, no meio indicado com a seta vermelha, clique no campo Cue out e mude para saída 3/4 (ou mono, caso você precise e ou tiver opções). Repare que o Master Out está configurado para as saídas 1/2 . Mais abaixo, no retângulo vermelho, clique no Solo e esse se transforma em Cue (retorno de fone, como aparece na imagem). O botão embaixo é o volume desse retorno. Veja no DECK B (azul), ressaltado em vermelho, (embaixo), que no lugar do S (solo) aparece agora um ícone de um Fone (em azul). É aí que você seleciona para ouvir o som do Cue Channel pelo

Músicas prontas

Novo Local no Browser

fone, ao preparar o Fading. Antes de começarmos a importar o material sonoro no Live, vamos criar dois novos tracks que chamaremos de Library 1 e Library 2 (já aparecem na foto acima – verde e amarelo). Desses tracks estaremos arrastando as músicas em um processo drag ‘n’ drop para o Deck A e para o Deck B, onde as músicas serão de fato executadas. Esse é o processo!


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Tecle Ctrl T (Cmd T no Mac) duas vezes para criar 2 Audio Tracks, então selecione cada track (click em Audio 1 - fica azul quando selecionada) e tecle Crlt R (Cmd R no Mac) para renomear como Library 1 e Library 2 (ou qualquer nome que você preferir para suas seleções de música). Agora selecione as duas colunas (Library 1 & 2) com a tecla Shift e arraste para o canto esquerdo da Janela Padrão (Session View) como está na foto (opcional). Lembre-se: quando você aponta o Ableton Live para um diretório e seleciona o conteúdo da pasta em questão, o programa analisa esse material fazendo o que eu chamo de um pre-Warp, e a qualidade dessa análise depende muito das suas necessidades e configuração do Warp no programa. A tecnologia Warp é uma ferramenta maravilhosa, especialmente para loops e segmentos menores de áudio. Para usufruir dessa tecnologia, que permite alinhar vários segmentos de áudio ao mesmo tempo (músicas inteiras), é necessário uma préprodução, um certo “Laboro” para se alcançar resultados realmente profissionais, por isso vou dedicar uma matéria inteira sobre o assunto em breve. Por favor aguardem! Importar as músicas! Finalmente! Muito bem, agora simplesmente arraste suas músicas para Library 1 ou Library 2 de acordo com o seu “Plano de voo” e “Drag´n´drop” para tocá-las nos Deck A ou Deck B que o Ableton Live vai tocá-las em Sync. Recomendo colorir as músicas em cada Library com a mesma cor (Shift/selete/clique botão da direita PC ou Control “track” no Mac). Colorindo fica fácil identificar a procedência de cada música, mantendo as coisas visíveis e organizadas. Obs.: Pode-se fazer “Drag´n´Drop” em cima da próxima música que não tem problema!

Reparem que eu adicionei um local novo no Browser (Library Dance, destacado em vermelho), uma pasta com poucas músicas para ficar clara a transição no tutorial. Também destaco em vermelho que as músicas já tinham sido trabalhadas, todas tem o nome da música e do compositor, BPM (Beats per Minutes - andamen-

Não se esqueça de selecionar o Crossfader (que tem que ficar em negrito) e fazer as transições das músicas com as setas esquerda/direita do teclado (o Crossfader fica à direita no Master Track, embaixo). Atenção: caso o Crossfader não esteja visível, vá em Barra de Tarefas, View e o habilite.

Só Tocar

to) e a Tonalidade (F#m), caso eu queira fazer algo mais ousado (um Remix, por exemplo). Quando o Live analisa (Warp) um arquivo de áudio, ele cria um documento (.asd) no mesmo diretório, com informações detalhadas sobre o andamento que o programa usa na hora de tocá-las. Importante. A menos que façamos uma pré-produção, um Warp dedicado para cada música, a regra de sucesso é respeitar uma média de 10% (mais ou menos) na variação de andamento entre cada música. Mudanças radicais exigem um trabalho mais elaborado, como menciono acima. Agora é só tocar as músicas nos Decks! Quando uma termina, você deleta do Deck (para não repetir a música, né brow?!) e arrasta uma outra (por cima mesmo, como já mencionei) para alimentar o outro Deck. E assim você vai trabalhando o som.

Observe que o Level do Track em Cue fica azul e sai nos fones quando configurado. Já o Track que está saindo pelo Master Track (saindo nas caixas), se apresenta com o level em verde, fique ligado! Falaremos em breve em canais de efeitos, tracks auxiliares, rack de instrumentos, limiter e compressão e muito mais. Bom trabalho a todos!

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Facebook - Lika Meinberg www.myspace.com/lmeinberg


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BAIXO ELÉTRICO| www.backstage.com.br 62 Sim, pedais de efeito fabricados um a um, à mão e com sonoridades clássicas revisadas e, em alguns modelos, até diferenciados. São os chamados pedais de butique. Já conhece? Não? Então vamos a eles.

A ELETRÔNICA ALIADA À MÚSICA PEDAIS DE EFEITO ARTESANAIS Jorge Pescara é baixista, artista da Jazz Station e autor do ‘Dicionário brasileiro de contrabaixo elétrico’

P

esquisando na internet vemos que já há algumas opções interessantes no Brasil. Desde cópias fiéis a réplicas ‘mercadologicamente’ batizadas como ‘criações’, até recriações reais de efeitos que passam a ser a novidade na sonoridade. Porém, o melhor, o suprassumo é

quando encontramos pedais de efeito analógicos com DNA próprio. Este é o caso dos pedais Ed’s MoD ShoP. Quer conhecê-los? Então venham... Tudo começa na América com pedais de efeito analógicos, muito antigos que, ao ter algum defeito de tempo de uso, pas-


funcional, casa no extremo da zona sul de São Paulo. Lá ele atende clientes, efetua os testes necessários, os ajustes e principalmente, constrói cada protótipo que se tornará um novo pedal dos sonhos de algum guitarrista ou baixista mundo afora. “Comecei a me interessar por pedais por conta de

som do Fuzz Factory e pensei em montar algo assim”. Para praticar, Bonatto fez diversas modificações em pedais já existentes, consertando defeitos, trocando peças etc. “Eu comecei fazendo estas modificações”. Nesta mesma

sam a ser uma jóia rara quebrada nas mãos. Os músicos tomaram a frente na procura de técnicos em eletrônica com conhecimento suficiente em música e, em muitos casos, melhor até serem também instrumentistas, e assim, consertarem suas traquitanas raras e, por isto, de alto preço mercadológico. Com o passar do tempo vieram as modificações. Ou seja, estes técnicos sentiram necessidade de pesquisar modificações nos esquemas e projetos originais destes equipamentos para tornar a sonoridade final diferente, e quem sabe, melhor do que os originais. Com este quadro, vieram as criações artesanais. Por aqui, claro que algumas empresas como a Giannini fizeram várias tentativas clássicas com efeitos nos anos 60/70, mas artesanalmente a coisa passa por Claudio Cesar Dias Batista (algo como Os Mutantes, deve ajudar a clarear a mente de quem não o conhece) e outros. É aí que entra o paulistano Eduardo Bonatto, que fundou a Ed’s MoD ShoP na virada da década de 1999/2000. Ed, como é conhecido, trabalha sozinho numa antiga, mas totalmente

Como todo guitarrista, sempre amei os efeitos e lá fora estava na moda a coisa dos pedais de butique. Eu curtia muito o Zvex, curtia o som do Fuzz Factory ser guitarrista e fui estudar luthieria com o Henri Ro. Havia uma extensão no curso dele para eletrônica e construção de pedais de efeitos. Como todo guitarrista, sempre amei os efeitos e lá fora estava na moda a coisa dos pedais de butique. Eu curtia muito o Zvex, curtia o

época, Ed iniciou a construção e venda de protótipo de efeitos totalmente analógicos para alguns amigos e, felizmente, o negócio prosperou rapidamente. Ele largou o emprego em um escritório (nessa altura, já com formação em administração de empresas) e formou

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O controle de ‘gain’ determina a intensidade do sinal introduzido no circuito enquanto o controle de Fuzz molda a textura da distorção produzida, gerando sons mais secos com elementos de gate até sons mais fluidos com toques de overdrive

com um sócio a Deep Trip Guitar Pedals, onde obtiveram uma boa exposição no mercado nacional. Com o tempo Ed Bonatto decide montar sua própria identidade solo no mercado dos efeitos, desfaz a sociedade (a Deep Trip ainda está no mercado, dirigida pelo ex-sócio) e monta a Ed’s MoD ShoP. “Basicamente meu trabalho é artesanal, como se fosse uma luthieria de pedais. Não é uma fábrica”. Os pedais são feitos um a um, embora haja uma linha fixa no site para pronta entrega. Em pequenos lotes, sem linha de produção. A parte de Bonatto é a de criação, pesquisa e pôr a mão na massa na hora de manufaturar o pedal, com exceção das placas de circuito impresso que ele manda fazer fora. Quando o pedal é protótipo, ele mesmo faz, até a placa. No site há uma linha com 9 pedais disponíveis para os interessados:

HEARTBLOWER BASS O HeartBlower OD é o pedal de overdrive dedicado para as cordas graves do Ed’s MoD ShoP. “Se eu pudesse exemplificar em um som o tipo de drive que eu procurei reproduzir com esse pedal eu diria, sem sombra de dúvidas, o baixo do disco vermelho do Grand Funk. Muito peso e punch nos médios graves com o toque certo de saturação, que lembra muito o som obtido com um bom Ampeg em volume de arrancar o telhado da casa. O heartblower é baseado em transistores de silício cuidadosamente selecionados e um tonestack baxandall (Treble e Bass) que consegue timbrar sons com a cara dos anos 60 e 70. Com esse tonestack simples, mas eficaz, é possível obter sons com mid boost, scooped mids, flat e boost individual de graves ou agudos, corrigindo ou alterando alguma característica do equipamento utilizado. O pedal apresenta um som realmente limpo com o ‘gain’ no mínimo para usar como um equalizador. Aumentando o ‘gain’ consegue-se uma ampla gama de sons saturados, overdrive com característica valvulada e no máximo do curso o heartblower entrega um fuzz monstro

estilo Black Sabbath, com aquela pegada roncada característica dos primórdios do Rock ‘n Roll.”

MOBY DICK BASS FUZZ Um fuzz dedicado para o contrabaixo by Ed’s MoD ShoP. Sons secos, sujos, pesados e 100% de retenção dos graves. Aqui o que se buscou foi juntar a sujeira do fuzz com definição no ataque, proporcionando um som focado com bastante punch e presença na mix. O Moby Dick produz um som de fuzz moderno e agressivo e possui um elemento de Gate e Synth no som, de forma que ele é sujo, mas ao mesmo tempo contido, sem expandir e espalhar, nem atropelar as outras frequências que num mix de banda costumam ser destinadas aos instrumentos que possuem registros médios e agudos. O controle de ‘gain’ determina a intensidade do sinal introduzido no circuito enquanto o controle de fuzz molda a textura da distorção produzida, gerando sons mais secos com elementos de gate até sons mais fluidos com toques de overdrive. Finalmente o Tone faz o filtro final do som cortando agudos no sentido anti-horário, ou enfatizandoos no sentido horário. Existe ainda uma chave mini toggle que possibilita a atenuação do sinal de entrada e o casamento de impedância para que os baixos ativos com sinal mais quente possam ter um resultado semelhante ao dos baixos passivos. Nada impede que esta chave seja usada também como recurso tonal, variando entre um som mais quente e explosivo e um som mais contido.

TRITON ENVELOPE FILTER Esta é a nossa versão do lendário Musitronics Mutron 3, já fora de produção há décadas e a melhor referência de Envelope Filter já criada. Graças ao seu circuito óptico dedicado, o Triton tem alta sensibilidade de entrada e uma transição dinâmica bastante musical, um pedal realmente orgânico. Desta forma, já partimos do que existe de melhor no universo dos Filters e adicionamos algumas bem-vindas modificações para o


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músico dos dias de hoje. A começar pelo tamanho “pedalboard friendly”, conseguimos transformar o antigo grandalhão em um pedal compacto. Ainda no sentido de facilitar, o Triton pode utilizar e compartilhar a fonte 9 Volts DC convencional ao invés da antiga fonte dedicada: foi mantido o circuito bipolar original, mas a conversão da alimentação é feita internamente a partir de fonte ou bateria. E por último, foi adicionado um knob de volume passivo, pois em algumas regulagens o Triton pode gerar elevados picos no nível de saída: utilize o volume no máximo na maioria dos casos e recorra a ele apenas para reduzir o nível, se necessário. Aconselha- se fortemente o uso de um compressor com alta taxa de compressão (ratio) ou mesmo um limiter depois do pedal para poder aproveitar o melhor do efeito sem se preocupar com os picos de volume. O Cyclops Opticomp by Ed’s MoD ShoP é a companhia perfeita para o Triton. O segredo para um bom som de Envelope Filter está no ajuste apropriado do ‘gain’, que é o ganho de entrada. Na maioria dos casos o que se busca é o efeito dinâmico do Filtro, muito pouco ganho pode tornar o filtro duro – quando o músico imprime muita pressão para pouca ou nenhuma mudança no som e, por outro lado, muito ganho pode abrir o filtro de modo que ele nunca feche e, novamente, sem variação sonora. Isso pode ser usado intencionalmente para tornar o Triton um filtro estático

com ótimos resultados, mas na maior parte das vezes o que se busca é a variação. Desta forma, ajuste o ‘gain’ com cuidado para maximizar o efeito dinâmico produzido pelo pedal. Cada regulagem nos outros parâmetros pode pedir um ajuste fino no ‘gain’ para otimizar a performance do Filter. Diferentes instrumentos podem precisar de diferentes ajustes no ‘gain’. O Knob Peak regula a ressonância do filtro, sons mais secos apropriados para efeitos de auto wah encontram-se no começo do curso deste knob, e aumentando o Peak, o Triton produz efeitos mais intensos que flertam com o Synth. A chave Sweep muda a direção da ação do filtro. Na posição para baixo (down position), o filtro começa fechado e abre com a pressão imprimida, como um auto wah. Na posição para cima (up position), o filtro começa aberto e se fecha com a pressão imprimida, como o Bass Balls. A chave Range varia entre uma voz mais grave (up position) e uma voz mais aguda (down position). E finalmente a chave rotativa de três posições seleciona entre os três modos de filtro do Triton: Hi Pass Filter, Band Pass Filter e Low Pass Filter.

ED’S FUZZ Um Fuzz super versátil e ao mesmo tempo fácil de usar, com um voicing customizado e esculpido ao longo de anos de experiência com estes circuitos. Indicado para quem precisa de um fuzz com várias possibilidades de sons clássicos (desde o macio e redondo até o cortante e esquisito) até sons de


overdrive e treble boost. Ao mesmo tempo também é um ótimo pedal para quem começa a se interessar pelo estranho e maravilhoso mundo do fuzz por ser um pedal fácil de domar e de soar bem. Tirando os knobs tradicionais de Fuzz e Volume que são autoexplicativos, o Ed’s Fuzz vem com uma chave de Voice de 3 posições (Treble Boost, Classic e Extra Bass), bias (polarização do transístor: você pode diminuir ou aumentar a alimentação dele possibilitando inúmeras nuances de insanidade, sons com gate, bateria morrendo, sputter e, claro, sons perfeitamente normais – para um Fuzz – com o Bias no meio dia gerando 4,5v) e o Midz que seca os médios na esquerda do curso do knob para sons de Fuzz Face tradicionais ou joga os médios para o primeiro plano para um som mais cortante e presente na mix que remete ao overdrive na direita do seu curso.

HEARTBREAKER OVERDRIVE Overdrive old school projetado com 3 transistores de silício e equalização baxandall que possibilita obter mid boost, mid scooped, flat e boost de frequências individuais (treble e bass). O HeartBreaker OD remete aos timbres dos anos 60 e 70 que ajudaram a definir o som do rock’n roll. De Link Ray a Jimmy Page passando por Clapton em Crossroads, temos um pedal de boost e overdrive leve a super saturado que é sensível à sua técnica, palhetada, volume da guitarra e dinâmico como um bom fuzz. “Este é o overdrive que eu sempre quis ter, mas para que isso acontecesse, eu mesmo tive que criá-lo. A explicação é bem simples: tendo começado a minha vida de guitarrista e pedal maker usando circuitos de fuzz, eu nunca conseguia ficar realmente empolgado com um pedal de overdrive: às vezes pelo som liso e enlatado, outras vezes pela mecânica. A maioria dos overdrives “não limpam” no knob da guitarra como um fuzz e nem tem a resposta dinâmica super sensível à sua palhetada e técnica de mão direita, ou pelo menos não tinham…”, ressalta Ed.

CYCLOPS OPTCOMP O Cyclops Optcomp é um compressor óptico transparente e dinâmico desenvolvido com a mesma topologia do lendário

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O heartbreaker OD remete aos timbres dos anos 60 e 70 que ajudaram a definir o som do rock’n roll. De Link Ray a Jimmy Page passando por Clapton em Crossroads, temos um pedal de boost e overdrive leve a super saturado que é sensível à sua técnica, palhetada, volume da guitarra e dinâmico como um bom fuzz

LA-2A. Pode ser utilizado ao vivo como se fosse um compressor de estúdio para “masterizar” seu timbre em regulagens sutis aumentando o punch e a definição do seu som, ou realmente achatar o sinal e nivelar picos de volume como um limiter. Em regulagens extremas é possível escutar o efeito de “breathing” e “pumping”, quando o compressor trabalha comprimindo e soltando em curtos espaços de tempo. Os benefícios do circuito óptico em compressão são bem conhecidos dos técnicos de estúdio: nível de ruído baixíssimo e a transparência da ação do efeito, mas com o Cyclops Optcomp esses benefícios ficam aos seus pés numa embalagem compacta e conveniente. A chave de Voice de 2 posições (bass cut e normal) seleciona entre um som com ênfase nos agudos (adequando para country e twang, ou mesmo para limitar os graves de um contrabaixo em determinadas situações) e o som original preservando todo o low end do seu instrumento. O ‘gain’ ajusta a intensidade do sinal introduzido no circuito e o Comp discrimina a taxa de compressão ou Ratio, desde uma leve compressão até um limiter de fato. O Cyclops funciona muito bem tanto antes da distorção (como boost de ganho sem inchar o drive como os compressores costumam fazer) ou recebendo um sinal processado por uma cadeia de efeitos gerando ainda mais sustain e punch como um verdadeiro compressor de estúdio.

EAST Q Esta é uma versão do lendário módulo NE-1 lançado pela Yamaha nos baixos Nathan East em forma de pedal. Tratase de um equalizador semi-paramétrico dedicado para mid cut que possibilita obter timbres distintos e surpreendentes de modo muito simples e intuitivo. O knob Frequency determina onde fica o mid cut central (de 150Hz a 10hhz) e a chave Shallow/Deep determina a intensidade do corte (-5db no Shallow e 10db no Deep). Os baixistas já estão bem acostumados com a mecânica e o uso deste tipo de equipamento, mas a

boa notícia é que este EQ fica sensacional na guitarra também, você esculpe os médios de uma forma tão radical que parece que trocou de instrumento. É fácil fazer uma Les Paul chegar no quack de uma Strato, ou engordar o som de uma Tele ao ponto de ter uma resposta muito semelhante à de um humbucker, algo muito prático para um músico que leva apenas um instrumento para a gig e precisa cobrir um grande leque de timbres.

FUZZ STACK Um drive que soa fuzz, ou um fuzz disfarçado de drive? A dúvida filosófica abre espaço para o fato de que hoje em dia mais e mais pessoas procuram no amplificador características que são essencialmente as de um fuzz: sensibilidade e dinâmica, som limpo e som sujo no virar do knob de volume da guitarra, texturas mais esponjosas e gordas, e claro, o som!! O Fuzz Stack utiliza um circuito de fuzz de alto ganho alimentando um tonestack idêntico ao de um amplificador valvulado (opção de escolha de alguns tonestacks consagrados como o Plexi, Blackface, Skyline e Hiwatt) e um estágio final de amplificação, de forma que ele pode ser utilizado como um fuzz tradicional, um fuzz com tonestak e um pré amp propriamente dito! O Revival Series de pedais de Fuzz by Ed’s MoD ShoP: pedais minimalistas que buscam o look e o som dos pedais clássicos dos anos 60 e 70, utilizando os componentes autênticos de época como eletrolíticos axiais, resistores de carbono, capacitores de polyester e principalmente os mesmos transistores utilizados nos originais, New Old Stock ou produção atual em alguns casos, montados ponto a ponto em placa de fenolite. O design destes pedais é mais sóbrio utilizando a pintura Hameritte que dá o efeito martelado, ou pintura metálica com Flakes aparentes no melhor estilo Sparkle. O layout é claro e enxuto, utilizando apenas os Knobs e controles existentes nos pedais originais (pode-se adicionar Bias em alguns pedais como customização), o que de certa forma traz


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BAIXO ELÉTRICO| www.backstage.com.br 70

O novo transistor utilizado não tinha problemas com temperatura e possuía coeficientes de bias bem mais previsíveis, o que resultou em pedais mais consistentes, que soam diferente do modelo de Germânio (na dúvida é melhor ter um de cada!)

de volta a filosofia de tirar o som com o que o pedal te dá, utilizando mais os recursos da guitarra como tone e volume, além da pegada. As modificações nos circuitos destes pedais é mínima e funcional apenas, como por exemplo LED e plugue DC, circuito de proteção para que o pedal não queime se ligado em fonte invertida, redução de interferência de rádio, filtragem DC para reduzir o hum da rede elétrica e uma caixinha pequena e conveniente para pedalboards. Outro ponto positivo para os Fuzzes de Germânio é poder usá-los com fonte convencional (não precisa inverter a fonte nem ser fonte dedicada com saídas isoladas) e poder compartilhar esta fonte com outros pedais sem problemas. É basicamente como ter um pedal vintage por uma pequena fração do preço com melhorias funcionais, preservando a mágica e o som.

SILICON FACE No final dos anos 60 a Dallas Arbiter substituiu em sua linha Fuzz Face os transistores de Germânio, que sofriam de problemas como instabilidade em função da temperatura (o pedal podia “morrer” durante um show devido ao calor das luzes de palco, mas depois de frio ele voltava a funcionar) e alta variação de ganho de uma peça para a outra (o que resultava em pedais “mágicos” e outros nem tanto), por um outro tipo de semicondutor que era a nova tecnologia na época: o silício. O novo transistor utilizado não tinha problemas com temperatura e possuía coeficientes de bias bem mais previsíveis, o que resultou em pedais mais consistentes, que soam diferente do modelo de Germânio (na dúvida é melhor ter um de cada!). A começar pelo ganho mais alto destes transistores e pequenas alterações realizadas no circuito, o modelo de Silício é conhecido por ser mais agressivo e ter um voicing de médios diferente do de Germânio. O Silicon Face by Ed’s MoD ShoP recria o Fuzz Face de 1969 com transistores BC108, um fuzz com agressividade e definição de notas. Extremamente sensível à palhetada, limpa muito bem com o knob

de volume da guitarra e possui o timbre rouco e anasalado associado ao mestre Jimi Hendrix, dentro de uma caixinha pequena em Hameritte Azul. Segundo Eduardo, o diferencial de sua linha fica na pesquisa e no desenvolvimento de sonoridades particulares, ao invés de somente copiar pedais famosos. “Pego os pedais mais legais dos anos 70 e em cima disto pesquiso funções novas, modificando a sonoridade. Não invento nenhum efeito novo, mas vou colocando meu DNA nos projetos que faço”. Ed também desenvolve pedais novos a partir do desejo do cliente, sendo o mundo analógico respeitado em todos os aspectos da produção que leva 20 a 30 dias para entrega de pedais custom. “O acabamento, que é a parte do trabalho que mais demora, é feito totalmente por mim, em todas as etapas. São 4 tipos: o psicodélico, o hammerite, que parece com pequenas marteladas na pintura, as cores chapadas e com efeito de glitter. Tudo com material automotivo.” As caixas metálicas das marcas Hammond e Electro Harmonix estilo Phase 90 (6"x11) são usados nos pedais menores e o estilo Phase 100 (9"x12") sapa os pedais maiores. Os pedais vêm com 3 meses de garantia e são testados um a um, sendo que o cliente experimenta na hora da compra também. As entregas podem seguir via sedex, embalados em caixas de papelão bem acondicionadas. Efeitos são seus fetiches? Então o que está esperando? Paz Profunda .:.

Para saber online

jorgepescara@backstage.com.br http://jorgepescara.com.br


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PR www.proshows.com.br O XLED 1037 é o recente lançamento dos moving heads de LED da PR. Elas possuem 37 LEDs de 10W RGBW (4 em1), e uma de suas principais vantagens é o notável zoom com ângulo variável de 13° a 52°. O XLED 1037 oferece velocidade de PAN ajustável e inclinação (com ângulo de PAN de 0 ° - 540 ° e inclinação de 0 ° - 270°), com função de correção de posição automática. Ele também permite o ajuste automático de velocidade do ajuste brilho e contraste e possui um sistema de refrigeração avançado.

MARTIN www.harmandobrasil.com.br O MAC Viper Quadray possui efeito de feixe múltiplo nunca antes visto que acrescenta toda uma nova dimensão para a iluminação toolbox designer. Disponível com um kit de substituição de lentes fácil de instalar para qualquer padrão MAC Viper AirFX, o Quadray permite a projeção de 1, 2, 3 ou 4 raios individualmente controláveis de luz para todas as possibilidades estáticas ou dinâmicas. Ele inclui um mecanismo de efeitos eficiente que permite aos designers criar toda uma nova variedade de soluções em iluminação.

MARTIN www.harmandobrasil.com.br O MAC 350 entour da Martin é uma luminária LED com perfil de corte sem pares. Ela ultrapassa o que tem sido previamente possível em termos de brilho, eficiência e compacidade. Com tecnologia LED exclusiva, ela é a primeira alternativa do mercado para luminárias de perfil tradicional baseado em HID.

AVOLITES www.proshows.com.br A Sapphire Touch oferece monitores ultra sensíveis ao toque com sistema wide screen na área de trabalho, o que oferece uma operação suave durante o uso com 45 faders motorizados. Ele possui programação ultra rápida com dois monitores sensíveis ao toque e wide screen e playback automático. Legendas “sketchfast” e TrackBall óptica e tricolor.


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ILUMINAÇÃO Muitas são as sensações provocadas nos eventos diversos, muitas delas relacionadas à forma com a qual a iluminação interage com as canções, interpretações, roteiros. Nessa conversa, inicia-se a abordagem sobre o tema, a partir das características da iluminação, que se reveste de detalhes, cores, texturas e percepções diversas.

CÊNICA

PERCEPÇÕES... À LUZ DOS OLHOS! Cezar Galhart é técnico em eletrônica, produtor de eventos, baixista e professor dos Cursos de Eventos, Design de Interiores e Design Gráfico do Unicuritiba. Pesquisador em Iluminação Cênica, atualmente cursa Pós-Graduação em Iluminação e Design de Interiores no IPOG.

A

pós um sensacional e instigante módulo de “Percepção Visual”, integrante do curso de pós-graduação em Iluminação e Design de Interiores, ministrado pela brilhante Lighting Designer Jamile Tormann, nada mais propício do que uma reflexão sobre o impacto da iluminação – e de todas as dinâmicas relacionadas a ela – na forma com a qual ocorre a interação entre os artistas e respectivos públicos nos eventos dos mais diversos, mas, especificamente, para shows, espetáculos e festivais. É notória – e perceptível – a contribuição da iluminação cênica no resultado final de uma apresentação artística, com todas as intervenções, sensações e emoções provocadas, sejam elas proporcionadas por estímulos (e recursos) múltiplos – velocidade, movimentação, sincronismo, destaque, intensidade – ou mesmo para situações e operações sutis, flagradas e registradas nas fotografias que eternizam momentos e até a realização de sonhos.

De qualquer maneira, a percepção mais elementar estará sempre relacionada ao modo pelo qual o olho humano identifica a luz (ou mesmo a ausência dela) na formação das cenas, com as quais os públicos identificam formatos, dimensões, cores e texturas, e com esses elementos, e nesse sentido, as limitações estão relacionadas àquilo que se denomina de espectro visível da luz. De fato, a luz percebida pelo olho humano é uma porção muito estreita do espectro eletromagnético – que pode ser compreendido como um conjunto de radiações com aplicações das mais diversas, cujas frequências variam dos sinais de rádio aos raios gama. Nesse contexto, a luz visível se situa entre outros dois espectros: na mais baixa frequência de sensibilização do olho humano, identificado pela luz vermelha, a faixa que fica abaixo dessa cor é denominada de infravermelho (literalmente, abaixo do vermelho); e na outra extremidade, percebida pela cor violeta, situa-se a fai-


Fonte: Jands Vista.

xa de ultravioleta (ou, em tradução livre, acima da cor violeta). Ainda, há mais explicações e estudos relacionados à percepção da luz pelo olho humano – e, inclusive, alguns efeitos biológicos (mas que serão abordados em outro momento). A experiência mais comum usada para a identificação das cores na extensão do espectro visível pode ser realizada com a utilização de um prisma (denominado de Prisma de Nicol – em homenagem ao físico escocês William Nicol) que, quando iluminado por um feixe de luz branca, consegue “separar” as cores – no qual ocorre a produção de luz polarizada plana, pois de um lado tem-se uma luz branca em um facho único e de outro as luzes aparecem em fachos, cada qual com uma cor diferente.

Figura 3: Show da banda Blasted Mechanism. Percepção para diversas características da iluminação.

A tonalidade é a qualidade que permite a diferenciação de uma cor a partir de outra. As cores denominadas primárias são aquelas cujos tons não podem ser criados a partir de todas as demais cores. Enquanto o modelo de cores primárias usadas nas artes plásticas, com base em pigmentos e corantes, é formado pelo vermelho, azul e amarelo, as cores primárias da luz

Figuras 1-2: Luz polarizada plana produzida pela refração da luz em um Prisma de Nicol e Padrão RGB.

A luz visível possui várias características. A principal está relacionada à direção, retilínea em um único meio (o ar, por exemplo), mas que se modifica em função de um novo meio (quando passa pela água, difusor, ou outro meio), provocando efeitos (ou fenômenos) como a reflexão, refração ou difusão. Também, deve-se destacar que uma “onda de luz” (um feixe) quando passa através de uma outra não sofre alteração no sentido, ou seja, um feixe de luz azul vai passar diretamente através de outro – por exemplo, amarelo -, sem que ocorra alguma alteração na direção ou na cor.

são vermelho, azul e verde – o famoso padrão RGB. Uma combinação em igual proporção das três cores primárias da luz hipoteticamente resulta em uma luz branca. A mistura em igual proporção de duas cores primárias da luz produz três cores secundárias: vermelho igualmente misturado com verde resulta no âmbar (ou amarelo); vermelho igualmente misturado com azul cria o magenta; e o verde misturado com o azul resulta no ciano. Além das cores primárias, surgem as cores complementares, frequentemente definidas como sendo

opostas na reprodução das cores formadas pelas luzes nas cores primárias. Quando duas cores complementares da luz são igualmente misturadas, o resultado é hipoteticamente branco. Isso pode ser facilmente percebido na Figura 2, que claramente demonstra esse efeito. Além da tonalidade, outra característica – ou qualidade – está relacionada à saturação de cor, que está associada a maior ou menor quantidade de tons em uma mistura de cores. Como exemplo, um azulclaro tem muito menos saturação se comparado ao azul primário. O valor de uma tonalidade é definido pela maior claridade ou escuridão de uma cor. A tonalidade é definida como uma cor de valor elevado, quer misturada com pigmento branco ou claro, enquanto que um tom de cor é um valor baixo, misturado com o preto. Uma cor misturada com branco e preto simultaneamente é conhecida, ou definida, como um tom. Na iluminação cênica, os interesses e experimentos com as alterações nas cores e percepções para os comportamentos (e características) da luz remetem ao Renascimento Italiano (século XVI). Naquele período, os “instrumentos” eram velas e tochas e as modificações eram possíveis com o uso de jarros com água tingida ou outros líquidos (inclusive, o vinho). No início do século XX, lâminas de vidro colorido eram usadas com a mesma finalidade, mas eram muito

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A evolução tecnológica também permitiu a utilização de outros materiais, tais como o acetato e policarbonato, de forma a aumentar a resistência ao calor e retenção da cor do filtro

” Figura 4: Show da banda Sanctus Real - Northland Church (Longwood, FL, EUA). Fonte: Church Stage Design Ideas.

pesadas e facilmente quebráveis – e eram assim, muito perigosas. Nesse período também, foram desenvolvidas lâminas produzidas com gelatina colorida – mais leves e seguras. Mais tarde, com o aprimoramento dos recursos (ou filtros) de modificação de cor (geralmente referidos como “gel” ou “gelatina”), os instrumentos de iluminação começaram a ser adaptados para a inclusão desses dispositivos para a alteração da cor para os feixes de luz emitidos. A evolução tecnológica também permitiu a utilização de outros materiais, tais como o acetato e policarbonato, de forma a aumentar a resistência ao calor e retenção da cor do filtro. Atualmente, muitos instrumentos de iluminação (assunto central da última conversa, na edição da Revista Backstage de setembro de 2013), já possuem recursos diversos para a criação de projetos com centenas e até milhares de cores. Assim, desde a década de 1960 – mais efetivamente – o uso de recursos de modificação da iluminação dos palcos tem

sido amplamente desenvolvido de diversas maneiras. Muitos desses estudos contemplam as percepções e reações das pessoas, estimuladas pelas sensações das luzes e das cores. De certa forma, todas as pessoas reagem às cores, e a reação de cada pessoa a uma

determinada cor pode ser única. Para algumas pessoas, determinados tons de cores podem proporcionar sensações agradáveis, enquanto para outras pessoas um mesmo tom pode causar desconforto. Alguns estudos – e testes realizados de maneiras diferentes - demonstraram as reações ou percepções, que podem ser conscientes ou inconscientes, para públicos diversificados. Em muitas situações, os públicos podem ter diferentes reações emocionais para determinadas cores, mesmo que não estejam plenamente conscientes dessas cores. Cabe ao Lighting Designer ter a sensibilidade para identificar as reações e sensações, conscientes ou inconscientes, para a melhor identificação dos impactos e intenções relacionados ao conceito do projeto, para melhor transmitir as emoções com a intensidade e a dinâmica requerida para determinados momentos – sejam eles utilizados para proporcionar a ênfase às emoções plenas de alegria, ou para uma carga mais dramática. Assim, a escolha das cores pelo Lighting Designer, alinhada ao conceito do show ou espetáculo, pode ter diversos sentidos e significados, sejam eles emocionais, simbólicos e mesmo iconográficos, sendo assim definidas para a melhor contemplação de sensações e sentimentos a serem transmitidos e percebidos pelos públicos diversos. E assim, o universo de informações sobre a iluminação, e como as cores impactam na valorização de múltiplos elementos visuais, transfere aos palcos uma dimensão complexa e mágica, amplificando-se sensivelmente, na mesma proporção que as cores se multiplicam em possibilidades, as sensações, os sentimentos, as emoções... e as percepções... Abraços e até a próxima conversa!!!

Para saber mais redacao@backstage.com.br


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O festival Samba Brasília contou com dois palcos

SAMBA

BRASÍLIA RECEBE PROJETO INOVADOR DE ILUMINAÇÃO A segunda edição do festival Samba Brasília, que aconteceu nos dias 23 e 24 de agosto no estacionamento do Estádio Nacional Mané Garrincha, levou à capital do Distrito Federal, conhecida por ser berço do rock nacional, muito samba, pagode e animação. Um público de 100 mil pessoas prestigiou os shows de Thiaguinho, Péricles, Sambô, Sorriso Maroto, Belo, Turma do Pagode, Gustavo Lins, Bom Gosto, Arlindo Cruz, Fundo de Quintal, Jeito Moleque, Mumuzinho e Só pra Contrariar.

P

Pedro Rocha redacao@backstage.com.br Fotos: Divulgação

ara trazer uma luz especial a um evento desse porte, uma novidade: uma sala 3D de programação e simulação de iluminação com o software Light Converse, além das mesas Avolites Tiger Touch, Titan Mobile e Sapphire Touch. Dinho Ventura, lighting designer do grupo de pagode Bom Gosto, foi quem teve a ideia dessa novidade, ainda no ano de 2012. Ele conta que conversou


Tom Belo na sala de programação usa o Light Converse

com André Barros, da empresa brasiliense de tecnologia para eventos Marc System, sobre a possibilidade de criar um projeto de iluminação aliado a uma sala de programação com sistema Avolites e Titan.“De imediato o André não só abraçou a ideia, como viabilizou todos os recursos para que tudo corresse de maneira impecável”, explica o técnico. Já André Barros levou o conceito a Carlos Constantino, um dos organizadores do Samba Brasília, que disponibilizou uma sala onde foram montadas as duas estações de programação. Dinho esclarece que sua proposta, ao desenvolver o desenho, foi “facilitar ao máximo a programação, tendo cuidado por se tratar de uma transmissão ao vivo pela TV, já que não sabia o posicionamento das câmeras”. As Avolites, disponibilizadas pela Proshows, tiveram o suporte do iluminador e atualmente suporte técnico da Avolites no Brasil Elson de

Marcelo Matoso, LD do Sorriso Maroto

Dinho, Jonas (ao centro) e Elson (à direita)

Lucas, que auxiliou os iluminadores na sala de programação, enquanto Dinho ficava na house.

ENTENDA O MECANISMO A sala de programação em 3D tinha duas estações de programação. Em cada uma delas havia um console Avolites Tiger Touch e uma licença Light Converse – um software para construções de cenários virtuais e simulações 3D. Cada estação estava ajustada para um palco e em cada uma delas foram projetados os efeitos 3D. Dessa forma, os técnicos criavam seus shows file de acordo com suas apresentações. “Cada iluminador programava seu show virtu-

Nene, Elson e Thiago

almente na sala 3D e, em seguida, ia para a house de luz levando um pen drive com a programação já pronta e assim era só esperar o show começar”, explica Dinho. “Eu já havia testado outros softwares do mesmo porte, porém a plataforma que mais me agradou foi a do Light Converse. Sua co-

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Simulação do projeto em 3D

Optamos por toda a luz de fotografia ser comandada pelo Dinho Ventura com a Sapphire Touch, pois assim teríamos uma fidelidade maior em questão de temperatura para as câmeras (Elson de Lucas)

Rider de iluminação

Cada palco contou com uma Tiger Touch

municação com os consoles é via Art Net, muito simples de ser feita. Além disso, é uma licença vitalícia, com atualização grátis via internet, e tem uma grande vantagem que é a criação de novos aparelhos para visualização, sem contar com a relação custo-benefício que é formidável”, analisa Dinho. Em cada palco foi colocado uma Tiger Touch pela gama de recursos que esse equipamento tem e também por ter uma interface mais próxima ao da Avolites Pearl 2010, um console mais conhecido. Na sala de programação, cada estação tinha uma Tiger Touch, que usavam conexão via Art-Net (por protocolo Ethernet) com o Light Converse. No total, quatro Tiger Touch foram usadas no Samba Brasília. Uma mesa Avolites Sapphire Touch foi usada para controlar toda a parte de iluminação que estava sendo usada na transmissão ao vivo.

“Decidimos usá-la pela facilidade e rapidez que ela nos proporciona com 45 faders motorizados e 8 saídas DMX”, justifica Elson, que operou a outra mesa, modelo Avolites Titan Mobile, usada para backup. “Optamos por toda a luz de fotografia ser comandada pelo Dinho Ventura com a Sapphire Touch, pois assim teríamos uma fidelidade maior em questão de temperatura para as câmeras”, destaca Elson. Jonas Pedro, técnico de iluminação do grupo de pagode paulista Jeito Moleque, achou excelente o uso do Light Converse para pré-visualização 3D dos projetos. “Foi uma surpresa maravilhosa, pois não havia este tipo de recurso nos festivais de samba em que trabalhei. Uma ótima sacada do pessoal da Marc Systems, junto ao pessoal da ProShows (Avolites) e do grande amigo Dinho Ventura. Tomara que os organizadores dos demais festivais façam o mesmo”, comenta animado.


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Lista de Equipamentos Samba Brasília

Fininho, lighting designer do Mumuzinho

O uso dos consoles Avolites Tiger Touch para a iluminação do evento também agradou o profissional. Jonas revela que, nos shows, costuma pedir Avolites à produção, devido a sua fácil utilização e grande demanda no mercado. “Mesmo com a grande quantidade de consoles, vamos dizer ‘piratas’, costumo exigir o original, pois a confiabilidade que ele proporciona é de suma importância”, garante. Ele acrescenta que ainda não leva o seu próprio console para os eventos, mas adoraria, pois acredita que isso poderia ajudar, uma vez que quem trabalha com samba, faz mais de um show por noite, e ter equipamento particular seria mais prático. O técnico de iluminação Marcelo Rocha, que trabalha com o grupo carioca de pagode Sorriso Maroto, considerou a sala de programação prática e fácil de usar. Ele, que viaja com o seu próprio console da Avolites, afirma já ter usado esse mecanismo da sala 3D em outros festivais, mas em um evento de samba foi a primeira vez. “Trabalho no mercado há muito anos, e ao ver uma ferramenta indispensável como essa, eu percebo que estamos caminhando para uma nova fase

SONORIZAÇÃO PALCO PRINCIPAL •PA: •64 Altas Adamson Y10 •16 Grave Adamson T21 •24 Grave EAW SB 1000 •12 Altas Front Fill Adamson Spectrix •Amplicadores Lab Gruppen •Processadores Dolby Lake CONSOLES PA: •01 Digidesign D-Show •01 Digidesign Mix Rack •01 Digico SD 8 SIDE FILL: •08 EAW KF 850 •08 EAW SB 850 CONSOLES MONITOR: •02 Yamaha PM5D RH BACKLINE: •03 Ampeg SVT3 •01 GK 2001 •03 Fender Twin •02 Marshall JCM 900 •02 Baterias Pearl Vison •10 UR4 Shure •30 SM 58 Shure •20 SM 57 Shure •04 Beta 52 Shure •04 112 AKG •24 604 Sennheiser •10 SM 81 Shure •10 451 AKG •08 609 Sennheiser •25 Direct Box BSS •25 Direct Box IMP2 PALCO CAMAROTE PA: •12 Altas Norton LS4 •12 Grave Norton Sub 118 CONSOLE PA: •01 Yamaha M7CL SIDE FILL: •04 EAW KF 850 •04 EAW SB 850 CONSOLE MONITOR: •01 Yamaha LS9 PALCO BRASÍLIA PA: •12 Altas Norton LS4 •12 Grave Norton Sub 118

CONSOLE PA: •01 Digidesign Mix Rack SIDE FILL: •O4 QSC HPR152i •04 QSC HPR181i CONSOLE MONITOR: •Digidesign SC 48 PAINEL DE LED PALCO PRINCIPAL •93 mts2 P12/6mm Outdoor Alta Resolução •48 mts2 P4mm Black Face Indoor Alta Resolução ILUMINAÇÃO PALCO CAMAROTE •16 DTS XR8 Wash •16 DTS XR9 Spot •04Attomic 3000 •24 Par 64 •02 Brutt •01 Avolite Titan Mobile •01 Avolite Pearl 2008 PALCO BRASÍLIA •12 DTS XR9 Spot •04 Attomic 3000 •24 Par 64 •02 Brutt •01 Avolite Titan Mobile PLATEIA •12 DTS XR700 CENOGRAFIA PALCO PRINCIPAL •08 ROBE Robin 600 Led PALCO PRINCIPAL •32 Robe color spot 1200 •48 Elation beam 5R •16 Robe Color wash 1200 •48 Par led RGBW 10w •20 moving led beam 101 American Pro. (Distribuidos em dois palcos) CONSOLES •4 Avolites Tiger Touch •1 Avolites Sapphire Touch •1 Titan Mobile SOFTWARE UTILIZADO •Light Converse •Lighting designer: Dinho Ventura •Suporte Avolites: Elson de Lucas

Equipe Técnica Samba Brasília Wellington Alves, Emersom Alves, Francisco (Meio Kilo), Marcílio Alves, Roberto Ney, Carlos Henrique, Ivanildo (Japão), Mougly Amaldo, Batista (João 3), Estevão Tainã, Woshiton Luiz, Marcos Sousa.


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Light Converse usado na house durante o show

qualificada de sistemas no mercado nacional”, afirma Marcelo. Ricardo Silva, lighting designer do rock/samba paulista Sambô, vê a sala de programação como um progresso na área e conta ter gostado muito da ideia, por acreditar que essa inovação facilita muito o trabalho. “O Sambô é a segunda banda que trabalho no segmento do

samba, e nos festivais desse estilo musical ainda não tinha visto nada assim. Estou em turnê com o grupo e no meu rider sempre peço uma Avolites Pearl 2008/2010, pois já estou com o show programado nesse equipamento”, enumera, acrescentando que esse ano está tendo a oportunidade de estudar outros sistemas como o Titan da própria Avolites e a GrandMA2 para ampliar seus conhecimentos como iluminador.

PLANEJAMENTO E ADVERSIDADES

Transmissão ao vivo provocou mudanças, como a correção de temperatura da luz de base

“Quando projetei o desenho, estipulei uma medida aproximada do palco e quando já estava montado todo sistema de iluminação, fizemos a medição com trena laser de todos os eixos e reproduzimos essas medidas para o Light Converse, o que facilitou muito na programação virtual”, garante Dinho. Ao receber a relação do material disponível, ele começou a desenvolver vários desenhos e a testá-los em seu estúdio, até chegar a um modelo simples de progra-


nesse segmento. O que tento fazer é mudar um pouco esse conceito em um mercado que vem se tornando cada dia mais consumido por uma grande parte da população”, argumenta o técnico. De acordo com ele, de certa forma, a quantidade de shows realizados por um artista de samba no Brasil é muito grande, mas ainda é um mercado muito pouco explorado por empresas de iluminação, e por esse motivo, a qualidade do espetáculo pode ficar comprometida. Dinho afirma que houve mudanças em relação ao projeto usado na última edição do festival. “Em 2012 tivemos um curto espaço de tempo para programar o show todo. Já esse ano, com a implantaLight Converse e a Tiger Touch em cada palco

Lula Lavour e Gabriel Vasconcelos

Antonio Francisco (Marc Eventos)

mação e eficiente para filmagem e fotografia, que de qualquer ângulo poderia se obter o efeito de contraluz. Foram necessários 13 pessoas e três dias de trabalho para a montagem completa da estrutura. Dinho relata que na montagem um fator complicado foi a colocação dos pontos de talha para elevar a estrutura, problema que foi resolvido com a ajuda de Antonio Francisco e Sandro Veloso, da empresa Marc Systems. Ele ainda explica que no último dia de montagem, ao se instalar a passarela central, foram colocados mais dois metros de pisos à frente do palco. “Isso deixou o local completamente fora da luz de base. Tivemos que improvisar um corredor de luz para que os artistas não fi-

cassem no escuro durante a transmissão ao vivo”, complementa.

UMA ÁREA POUCO EXPLORADA Dinho ressalta que o fato de poder levar uma estrutura de programação e suporte de iluminação que não havia sido usada antes em um evento de samba animou os profis- Jonas Pedro, LD Jeito M oleque sionais. “Acho que ainda existe certa discriminação com o samba no país do samba. Vejo ção da sala de que a iluminação ainda é de certa programação e o suporte da Proforma tratada com pouco carinho shows, tudo ficou mais fácil e con-

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Foi preciso corrigir a temperatura da luz de base para melhor captação. Além disso, um agravante foi que no fundo e nas laterais do palco estavam os camarotes vips, que não podiam ficar no escuro. É desafiador fazer luz de vídeo tendo público em todos os lados (Dinho)

Dinho e Andre da Marc Eventos

fortável e a galera pôde ter mais tempo e conforto para criar”, analisa. A transmissão do evento ao vivo pelo canal Multishow trouxe alterações importantes no planejamento do projeto. “Foi preciso corrigir a temperatura da luz de base para melhor captação. Além disso, um agravante foi que no fundo e nas laterais do palco estavam os camarotes vips, que não podiam ficar no escuro. É desafiador fazer luz de vídeo tendo público em todos os lados, inclusive praticamente em cena no palco, mas

deu tudo certo”, garante Dinho. “Ao final de cada show, busquei um feedback com cada iluminador e ouvi de cada um deles o que poderia ser melhorando em outra oportunidade. Isso foi muito importante, pois assim vou poder acertar mais detalhes nos próximos projetos”, completa o lighting designer.

SONORIZAÇÃO Para a edição 2013 do Samba Brasília, a Marc Systems optou pelo mesmo sistema de line usado no festival anterior, um modelo Adamson Y10 Spektrix, e para o Sub, modelo T21. “Além das mesas Digidesign Venue e Yamaha PM5D RH, disponibilizamos a DIGICO SD8, a Soundcraft Vi6 e a Midas PRO 6. Usamos o software Y-AXIS SHOOTER do sistema Adamson, para alinhar o sistema”, explica o responsável técnico de áudio da Marc Systems, Wellington Alves de Sousa, acrescentando que foram gastos dois dias para montar e alinhar todo o sistema. “Não encontramos nenhuma dificuldade, pois todo o equipamento é bem versátil e quanto à acústica ao ar livre, o tempo estava muito bom”, completa. Outra mudança foi quanto ao número de torres de delay, que, segundo Wellington, foram mais duas nesta edição.


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Rachel Malafaia concorre em três categorias do Troféu Promessas 2013 A primeira fase de votação do Troféu Promessas 2013 ainda está em andamento. Entre os concorrentes, a cantora Rachel Malafaia está entre as candidatas das categorias Melhor Cantora, Melhor CD, com De fé em fé, e Melhor Música, com Me ensina a confiar. Os cinco projetos mais votados de cada categoria passarão para a segunda e última fase de votação, onde os vencedores serão revelados somente no dia da premiação, prevista para o dia 13 de novembro.

GRAÇA MUSIC DIVULGA CAPA DO PRIMEIRO CD DE LEANDRO MARQUES Após a assinatura de contrato com o rapper Leandro Marques em agosto, a equipe da Graça Music está em ritmo total de trabalho, definindo os últimos detalhes do projeto gráfico, intitulado O poder da Palavra. A capa foi desenvolvida pelo designer João Persan. O disco, que será lançado em outubro, vem com 10 faixas que falam de amor e fé, sem perder o tom questionador. O CD mescla hip hop com influências do black, do rock e do samba.

FÃS ESCOLHEM CAPA DE NOVO CD DE JOTTA A O novo CD do cantor Jotta A, Geração de Jesus, já teve seu projeto gráfico finalizado. A novidade do projeto foi que os fãs puderam votar na melhor capa para o álbum. A Agência Quartel Design ficou responsável pelas três capas que ficaram disponíveis no site da gravadora Central Gospel Music.

Joe Vasconcelos em turnê pelos EUA Joe Vasconcelos, que foi indicado para concorrer ao Troféu Promessas 2013 nas categorias Melhor Cantor e Melhor Clipe, está de malas prontas para divulgar o CD None Like You nos Estados Unidos. O cantor participou do show de aniversário da Nossa Rádio USA, na Flórida, e ministrou a conferência Time2Worship/Tempo de Adorar, na cidade de Boca Raton.

Novo clipe de Thalles

Perlla também concorre...

...já está em seu canal no Youtube A Graça Music lançou, em seu canal no YouTube, o clipe da música Cheios do Espírito Santo, do cantor Thalles. A gravação foi realizada na Rocinha, considerada a maior favela da América Latina. Com direção de Bruno Fioravanti, da Fioravanti Filmes, a produção teve como objetivo retratar o cotidiano das comunidades cariocas e mostrar como as mensagens de fé podem influenciar positivamente. Coreografias com crianças, adolescentes, adultos e idosos completaram o roteiro, que ainda contou com a participação de grafiteiros para desenhar o símbolo do novo CD do cantor, Sejam Cheios do Espírito Santo.

...ao Troféu Promessas 2013 A cantora Perlla, que lançou recentemente seu primeiro CD gospel, está concorrendo em três categorias. Seu álbum A minha vida mudou disputa Melhor CD, Melhor Videoclipe, com a canção A vitória já é minha, e Revelação do Ano. Os internautas podem votar quantas vezes quiserem, e os cinco mais votados de cada uma das categorias passarão para a segunda e última fase.


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Novo aplicativo da Central Gospel Music A Central Gospel Music acaba de lançar seu aplicativo para Android ou iPhone. Basta acessar o iTunes ou o Google Play, digitar o nome Central Gospel Music e baixar o app totalmente gratuito. Com esse aplicativo é possível acessar notícias sobre os cantores, obter informações do cast, ouvir trechos de músicas e ainda baixar suas preferidas, além de assistir aos clipes. O app também contém um espaço dedicado aos comentários e acesso direto ao twitter da gravadora.

Perlla grava participação... ...no Verdade Gospel Em comemoração aos dois anos da Web TV, do portal Verdade Gospel, Perlla foi convidada para participar da gravação do programa de mesmo nome. O apresentador Davi Gomes conversou com a cantora sobre seu CD, seu ministério e a vida em família. As gravações foram feitas em estúdio, no Rio de Janeiro, e Perlla cantou algumas das principais músicas do seu álbum A minha vida mudou.

KLEBER LUCAS, BRUNA KARLA E ANDERSON FREIRE INDICADOS AO GRAMMY LATINO 2013 A lista dos indicados ao Grammy Latino 2013 inclui a gravadora MK Music, concorrendo na categoria Melhor Álbum de Música Cristã (Língua Portuguesa), com Profeta da Esperança (2012), de Kleber Lucas; Aceito o Teu Chamado (2012), da cantora Bruna Karla; e Raridade (2013), de Anderson Freire. Todos os CDs já foram premiados com disco de ouro por mais de 40 mil cópias vendidas. O novo trabalho de Bruna Karla também conquistou disco de platina este ano, por mais de 80 mil cópias. Esta é a segunda indicação de Bruna Karla e Kleber Lucas. Os cantores concorreram com os álbuns Advogado Fiel e Meu Alvo, respectivamente, em 2010. A premiação acontece no dia 22 de novembro, em Las Vegas (EUA).


KARINA CARDOSO | REDACAO@BACKSTAGE.COM.BR Aline Barros lançara novo CD pela MK Music

As gravações para o novo CD de Aline Barros pela MK Music já começaram. A cantora entrou em estúdio para os preparativos deste projeto, com o músico da banda Oficina G3, Alexandre Aposan, que assume a bateria. A produção será de Ruben Di Souza, entre outros profissionais. O pastor Gilmar Santos, marido da cantora, também acompanha de perto todos os detalhes. Após meses de audições de muitas composições selecionadas, Aline Barros fechou o repertório. Juntamente com a presidente da gravadora, Yvelise de Oliveira, e o produtor Rubem di Souza, a cantora já escolheu as músicas que irão integrar seu novo CD.

Audição do novo CD de Michelle Nascimento A cantora Michelle Nascimento se reuniu com a diretora artística da gravadora MK Music, Marina de Oliveira e seu pai e produtor do novo álbum, Tuca Nascimento, para a audição de seu novo CD Batalha Contra o Mal, que reserva muitas emoções e surpresas. O CD não iniciará com música, por exemplo. Michelle Nascimento ministra e conta sobre o estandarte, que também irá ilustrar o álbum. Recentemente, a gravadora divulgou o teaser gráfico da capa, que ainda é surpresa. A produção musical é assinada por Tuca Nascimento, que também produziu Louve e Adore.

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Lançamentos A música da minha vida Arianne A música da minha vida, novo CD de Arianne pela MK Music, acaba de chegar às lojas com muitas novidades. No canal do Youtube da gravadora, estreou com exclusividade a #VídeoLETRA, o primeiro single do álbum: Deserto. A faixa é uma composição de Anderson Freire.

Teus Sonhos Fernandinho Já está disponível para todo o Brasil o novo DVD do cantor Fernandinho, Teus Sonhos. Ele foi recorde de público no HSBC Arena, no Rio de Janeiro. A mixagem de áudio é feita por Shane Wilson e a masterização pelos Estúdios Paragon. O DVD possui 14 faixas emocionantes, cantadas por milhares de fãs.

A Glória é do Senhor Regis Danese Regis Danese acaba de lançar seu segundo trabalho pela MK Music, A Glória é do Senhor, na FIC (Feira Internacional Cristã) 2013. Seu primeiro CD, Tudo Novo, foi premiado com Disco de Ouro e Platina, marcando a carreira profissional do cantor. Membros da Igreja Assembleia de Deus Jardim Íris do Rio de Janeiro participaram das gravações de A Glória é do Senhor, formando um bonito coral em conjunto com o cantor.

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Reflexo Abner Santos Oliveira O cantor Abner Santos Oliveira teve sua criação religiosa na Congregação Cristã do Brasil. Ele conheceu a Igreja Católica aos 16 anos e logo começou a fazer parte do Grupo Jovem. No mesmo ano, começou a fazer parte do grupo chamado Construtores da Paz, onde cantou por 7 anos. Cinco anos depois, Abner volta à cena da música católica com o lançamento de seu primeiro CD solo pela gravadora Codimuc, intitulado Reflexo.

Clipes 7 MK Music A MK Music acaba de lançar seu DVD MK Music Clipes 7, com os mais recentes videoclipes de cantores do seu cast. Nomes como Fernanda Brum, Aline Barros, Bruna Karla, Kleber Lucas, Marina de Oliveira, Regis Danese, Voices, Wilian Nascimento, entre outros, totalizando 21 artistas, estão participando deste projeto que já virou tradição da gravadora. Entre as novidades, está a inédita participação de Gislaine & Mylena, Sérgio Marques & Marquinhos e do cantor Geraldo Guimarães.

Eu respiro adoração Cristina Mel A cantora Cristina Mel acaba de lançar seu novo trabalho pela gravadora MK Music. Após dois anos sem novos trabalhos, Eu respiro adoração promete encantar todos os seus fãs. A direção artística ficou por conta de Marina de Oliveira, amiga de Cristina. A faixa que dá título ao CD já está entre as mais pedidas nas rádios de todo o Brasil.


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jornalística, onde me fixara como editor e crítico musical, por achar que minha carreira de cantor/compositor não daria caldo, ligado que eu era ao grupo dito de “protesto”, duramente censurado pela repressão da ditadura então em vigor. Juntando as virtudes de um e outro, acabamos por situar-nos no universo pop da época. Nossas músicas então acabaram entrando nos discos de outros artistas: os Golden Boys gravaram Copo de Leite, Elza Soares pegou Saltei de Banda, o Quarteto em Cy registrou Underground, Célia cantou Vida de Artista e acabamos por nos tornar uma dupla de compositores bastante solicitada por produtores e gravadoras. Lá também erigimos os alicerces do chamado “rock rural” compondo Primeira Canção da Estrada, Ama Teu Vizinho, Viajante e outras levadas que misturavam minha tendência regionalista bem brasuca vinda das canções politizadas de “protesto”, posteriormente influenciada pelo country rock de James Taylor,

O “Passado,

Presente, Futuro”

E

m princípios de 1970 retomei contato com Zé Rodrix, que eu conhecera anos antes como integrante do grupo vocal MomentoQuatro, do qual fizeram parte também Maurício Maestro, David Tygel e Ricardo Villas. Depois, Zé passara pelo Som Imaginário e acabara então de deixar o grupo. Num encontro no Sachinha’s, um bar do Leme que era o grande reduto de jovens músicos de nossa geração, decidimos formar de fato a parceria que nos prometêramos tempos antes. Rodrix já tinha um grupo formado para acompanhálo, o Faya, e começamos a ensaiar algumas músicas que havíamos feito em seu apartamento, um quarto e sala na Prudente de Morais, em Ipanema. Compúnhamos como água, músicas de todos os gêneros e tipos. Lá pelas seis da tarde eu - que morava ali perto, no Leblon já batia ponto no apê do Zé, onde Lizzie Bravo, sua mulher - grávida de Marya - nos supria de sandubas e cerveja. Sem hora pra terminar o sarau, não era raro recebermos visitas musicais e teatrais, universos onde Zé gravitava à vontade. Já eu vinha de outra galáxia, a

Crosby, Stills & Nash, Carole King, Simon & Garfunkel, Dylan e que tais com a pegada mais pesada e progressiva do Zé. No mesmo ano, porém, uma série de acontecimentos entortou nossos destinos: Zé venceu o Festival de Juiz de Fora com uma parceria dele com Tavito, a Casa no Campo. E eu fui “redescoberto” e contratado pela Odeon, o que nos colocaria em posições-solo, um ramal divergente de nossos planos de dupla. Em consequência da minha contratação, tomei uma posição radical e abandonei meus dois empregos-tampão, como programador musical da rádio JB e editor do caderno de música “Plug”, que saía no Correio da Manhã. Não por isso, mas ao mesmo tempo, meu casamento naufragou total, e eu me vi na contingência de sair de casa para... Casa da mãe?! Naquele dia dramático da minha separação, essa era minha melhor perspectiva, uma marcha-a-ré desoladora rumo às origens, uma derrota. A desaprovação materna que vagava sobre minhas pretensões artísti-


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x e Guarabira Foto: Sá, Rodri

/ Divulgação

cas como uma nuvem negra teria afinal a chance de soltar seus raios e trovões sobre mim. Tudo o que me restara era um jipinho Gurgel e o baixo-catre de uma bicama. Saí do Leblon meio sem rumo e acabei estacionando na Praça Nossa Senhora da Paz pra comer um sanduíche de queijo com salaminho com os centavos que me sobravam. De repente, ouvi uma voz me chamando: - Sá! Ô Sá! Virei-me. Lá do outro lado da rua me acenava o Gutt. O Guarabyra, pra vocês. Éramos amigos desde um tempo antes, quando fôramos apresentados pelo poeta e pesquisador musical Nelson Lins de Barros. Depois, Guarabyra vencera o Festival Internacional da Canção e a vida nos havia afastado, mas a amizade permanecia. Ele atravessou a rua. Sentamo-nos no Gurgel. Eu desfiei minhas desgraças, ele riu muito delas e depois não me lembro se tomamos umas cervejas junto com algum sanduíche, mas aquele encontro culminou num convite: - Estou morando com uns amigos aqui pertinho na Alberto de Campos. Por que você não fica lá um tempo com a gente? Resmunguei uma meia dúzia de negativas ralas pra esconder meu entusiasmo em poder permanecer na zona sul, longe do blábláblá da minha santa mãezinha e aceitei quase que imediatamente o convite. Rumamos pra casa dele. Meu catre foi recebido com sonoras gargalhadas por parte do Toninho Neves e do José Trajano, dois jornalistas que rachavam com Gutt o es-

paçoso apartamento 1 do número 111 da Alberto de Campos, números que me soaram quase místicos. Na sala, um par de caixas de concreto recheadas com whoofers e médios Wharfdale vomitavam os sons da nossa era: Cat Stevens, Leon Russell, James Taylor, Crosby, Stills, Nash, Young, Hendrix, Janis, Beatles, Stones, Small Faces e o diabo. “Estou em casa” - pensei - “aqui é o meu lar”. Nesse entretempo, com o nascimento de Marya Bravo Rodrix, nossos ensaios na casa do Zé tiveram seus dias contados. Marya não conseguia dormir com a algazarra musical e acabamos por mudar a sede da dupla para a Alberto de Campos. Claro que o Gutt não conseguiu ficar impassível diante de tamanha verbomusicorréia e - parceiro do Zé que já era - começou a juntar-se a nós. Uma bela noite, Mariozinho Rocha - nosso produtor na então Odeon - e Júlio Hungria, crítico musical do Jornal do Brasil, ouvindo nossas músicas e harmonias, decretaram: - Vocês são um trio! Por uma dessas estranhas manobras do destino, éramos os três contratados da Odeon, sob a supervisão de Milton Miranda. Era só juntar e fazer o disco. E assim fizemos. Entramos leves como três plumas no estúdio e lá fizemos o que fazíamos em casa, juntando amigos preciosos como Amarílio e Heleninha Gastal, Augusto Pinheiro, Waltercio Caldas, Nelsinho Ângelo, Lindolpho Gaya, Fernando Leporace, Pedrinho Poeta, Paulinho Braga, Luiz Carlos Abolição, Tavito, Zé Nery, Milton, Mariozinho, Júlio e toda aquela galera de jovens atrizes, atores, músicos e poetas que frequentavam a Alberto, parimos um ótimo disco, uma coisa diferente, cheia de experiências melódicas recheadas com os ainda hoje atuais arranjos do Zé. Um reflexo real do ambiente libertário que nos cercava, numa época em que descobríamos caminhos inteiramente novos para a vida e para o pensamento musical. E daí veio o título: queríamos que todos aqueles que ouvissem o disco entendessem que respeitávamos o Passado, vivíamos o Presente e mirávamos o Futuro.

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Ecad ............................................... (21) 2544-3400 ............... www.ecad.org.br ........................................................................... 2ª capa e 3 Equipo ............................................ (11) 2199-2999 ............... www.equipo.com.br ................................................................................... 71 Festa Nacional da Música .............. (51) 3325-6249 ............... www.festanacionaldamusica.com.br ............................................................ 06

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