Edição 233 - All you need is love - Gravação e Mixagem

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Sumário Ano. 20 - abril / 2014 - Nº 233

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Jazz em família

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Reproduzir um sucesso é tão difícil quanto fazê-lo. No entanto, os integrantes do All You Need is Love parece que vieram ao mundo com a missão de provar que não é impossível. A banda, não apenas toca músicas dos The Beatles, mas atua e revive o quarteto de Liverpool quando entram no palco. A façanha foi registrada e lançada em DVD, gravado nos lendários Cavern Club e Abbey Road, em Londres.

Novo trabalho de Marcos Ariel, gravado e produzido por Lucas Ariel, teve técnica de microfonação ORTF e registra músicas executadas no Steinway Hamburg Concert Grand.

NESTA EDIÇÃO 14

Vitrine Pro Light+sound Selecionamos alguns produtos de áudio e iluminação lançados na ProLight+Sound, em Frankfurt.

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Vitrine Conheça o novo line 210244 NEO e a nova linha de altofalantes da JBL, VTX Series.

20 Rápidas e rasteiras A SSL vai para a estrada com a turnê de Peter Gabriel, a Robe ilumina o Festival de Verão de Salvador e o Lighting and Day tem outra edição na AES.

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Play Rec Confira o novo CD do Bossacucanova e o novo trabalho de Ithamara Koorax, que interpreta obras clássicas.

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Gustavo Victorino Fique por dentro do que acontece nos bastidores do mercado de áudio.

30 O som de cada PA Os técnicos Fabiano Bastos, atualmente com Maria Bethânia e Ivan Lins, e Daniel Reis, no monitor do Asia de Águia contam um pouco sobre seus trabalhos na estrada.

72 Como anda sua audição Uso de equipamentos de proteção individual, reduzir o tempo de exposição aos altos níveis sonoros e uma consulta regular ao otorrino são algumas das medidas para evitar a perda da audição.

90 Boas Novas Vanilda Bordieri prepara CD inédito para 2014 e novo DVD de Heloisa Rosa já está em fase de mixagem.

96 Vida de Artista O sexto disco de Sá & Guarabyra, O Paraíso Agora, de 1984, leva a dupla de volta ao sucesso, com Cheiro Mineiro de Flor, e preparou terreno para o próximo trabalho.


Expediente

Novo som da Fundição Progresso

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A casa, que já faz parte da cena cultural carioca, vem passando por processo de reforma da sonorização, e teve participação da empresa Tukasom.

CADERNO TECNOLOGIA

Publicidade / Anúncios PABX: (21) 3627-7945 publicidade@backstage.com.br

48 Tecnologia Os integrantes da nova família de teclados workstations Roland FA causam boa impressão principalmente pela seleção de efeitos profissionais com qualidade de estúdio.

52 Logic Pro Explorar os recursos avançados do Drummer permite mais flexibilidade e resultados mais realistas e mais variação.

60 Ableton Live O Ableton permite gravar tudo que é tocado no Session View em tempo real diretamente no Arrangement View.

66 Estúdio Compreender o significado de cada um dos fatores do fenômeno da reverberação é extremamente importante para obter os melhores resultados quando se usa o Reverb.

CADERNO ILUMINAÇÃO 82 Vitrine O Lancer Beam, da PLS, e o MAC Quantum Wash, da Martin, são as mais novas apostas das empresas para o mercado de iluminação.

Diretor Nelson Cardoso nelson@backstage.com.br Gerente administrativa Stella Walliter stella@backstage.com.br Financeiro adm@backstage.com.br Coordenadora de redação Danielli Marinho redacao@backstage.com.br Revisão Heloisa Brum Tradução Fernando Castro Colunistas Cezar Galhart, Cristiano Moura, Gustavo Victorino, Jorge Pescara, Lika Meinberg, Luciano Freitas, Luiz Carlos Sá, Marcello Dalla, Ricardo Mendes e Vera Medina Colaboraram nesta edição Alexandre Coelho e Ricardo Schott Edição de Arte / Diagramação Leandro J. Nazário arte@backstage.com.br Projeto Gráfico / Capa Leonardo Costa / All You Need is Love Foto: Andrea Simões

84 Cenários e os OLEDs Umas das tendências para compor projetos de iluminação cênica, os OLEDs são capazes de produzir brilhos mais intensos e mais contrastes.

Webdesigner / Multimídia Leonardo C. Costa multimidia@backstage.com.br Assinaturas Maristella Alves PABX: (21) 3627-7945 assinaturas@backstage.com.br Coordenador de Circulação Ernani Matos ernani@backstage.com.br Assistente de Circulação Adilson Santiago Crítica broncalivre@backstage.com.br Backstage é uma publicação da editora H.Sheldon Serviços de Marketing Ltda. Rua Iriquitiá, 392 - Taquara - Jacarepaguá Rio de Janeiro -RJ - CEP: 22730-150 Tel./fax:(21) 3627-7945 / 2440-4549 CNPJ. 29.418.852/0001-85 Distribuição exclusiva para todo o Brasil pela Fernando Chinaglia Distribuidora S.A. Rua Dr. Kenkiti Shimomoto, 1678 - Sl. A Jardim Belmonte - Osasco - SP Cep. 06045-390 - Tel.: (11) 3789-1628 Disk-banca: A Distribuidora Fernando Chinaglia atenderá aos pedidos de números atrasados enquanto houver estoque, através do seu jornaleiro. Os artigos e matérias assinadas são de responsabilidade dos autores. É permitida a reprodução desde que seja citada a fonte e que nos seja enviada cópia do material. A revista não se responsabiliza pelo conteúdo dos anúncios veiculados.


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Aonde

o raio cai E

m um mês em que a agência classificadora de riscos Standard & Poor´s rebaixou a nota da Eletrobras e, consequentemente, a do Brasil frente aos investidores internacionais, é mais notório ainda o risco iminente de um colapso energético no país, embora representantes do governo brasileiro insistam em negar. O plano adotado de reduzir o valor da tarifa nas contas de energia elétrica pode ter sido um tiro no pé da saúde do setor elétrico brasileiro. À época, uma das justificativas para tal medida (a de redução das tarifas) era que o Brasil produzia energia em demasia e, portanto poderia se dar ao luxo de derrubar os preços para consumidores residenciais e industriais. O que ninguém esperava ou previa era que o verão seria implacável, especialmente nas regiões Sul e Sudeste, e que a estiagem pegaria de surpresa o alto escalão do Governo, com episódios parecidos de seca só vistos há mais de meio século. Assim como os governantes, o setor privado, indústrias e empresas não possuem bola de cristal, mas podem, sim, adotar uma postura mais madura: guardar reservas para tempos difíceis. Desde a longínqua Revolução Industrial, capítulos de crises mundiais vêm se repetindo e mostrando que reservas e objetivos fazem toda a diferença quando se enfrenta episódios de variáveis incontroláveis, como foi o caso da estiagem deste ano. Entrar em campo jogando apenas com o time titular com a indubitável certeza da vitória não é recomendável nem para aqueles que possuem o dom da premonição. Porém, há um outro fator que a grande midia, o governo e os “intelectuais politicamente corretos” insistem em esconder que é o roubo de energia (os famosos gatos) que chegam aos 30% nas grandes cidades. Ou seja, no Brasil não é só a ganância do governo na forma de impostos e incompetência com a causa pública que corrói a economia, mas o roubo também. Boa Leitura, Danielli Marinho

siga: twitter.com/BackstageBr


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www.dpamicrophones.com A DPA Microphones vai apresentar na Prolight+Sound 2014, em Frankfurt, o d:facto. O premiado microfone recebeu novos acabamentos, em ouro e níquel, tornando-o ideal para vocalistas que querem incrementar suas performances no palco. O instrumento promete reproduzir no palco o verdadeiro som de estúdio graças ao seu som extremamente natural. Além de usá-lo com a alça DPA, com fio, o d: facto oferece aos cantores e engenheiros um benefício adicional, que é um sistema de adaptador de state of the art, que permite a integração com vários sistemas sem fio profissionais.

SSL

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DPA

www.solid-state-logic.com A SSL também apresentou durante a Prolight+Sound um trio de grandes novidades para a sua gama de pluginsNative Duende. Três novos plug-ins (X-saturador e X-ValveComp, projetado para trazer um pouco de saturação analógica e emulação de distorção para o seu DAW digital e o X-Phase, elaborado para entregar freqüência alta precisão correção de fase específica), além do novo software para o Summing Remote Controlled da SSL. O novo software será uma atualização gratuita e permite que todos os recursos do Sigma possam ser controlados a partir de um iPad ou iPhone via Open Sound Control (OSC), um protocolo que permite a comunicação rápida, precisa e flexível entre os dispositivos.

MAC QUANTUM www.martin.com A Martin apresentou uma série de novas soluções de iluminação entre elas o MAC Quantum Profile e o Martin ShowDesigner 6. O MAC Quantum Profile possui a mais recente tecnologia LED, que entregam uma saída de luz superior. Estabelecendo novos padrões de desempenho e tamanho combinado, esta luminária leve oferece uma estrutura compacta única que oferece baixo consumo de energia e movimento de precisão. O ShowDesigner versão 6 é a maior atualização para o programa 3D Design de Iluminação de Martin desde 2007. A mais recente interação apresenta uma completa nova interface de usuário, projetada para aumentar a produtividade, bem como a capacidade de arrastar e soltar todos os elementos de design, como truss, acessórios e texturas, além de combinar o DirectX11 com a mais recente tecnologia 3D para melhorar o tempo de processamento em qualquer hardware de vídeo.


ROBIN LEDBEAM 1000 www.robe.cz Esse novo potente aparelho utiliza a mais recente tecnologia LED, com base em uma matriz de LEDs multichips de 15W RBGW e uma ótica revolucionária desenvolvida especialmente para um alto rendimento sob circunstâncias diversas. O equipamento pode ser usado como beam ou wash, e apresenta um sistema óptico único que permite zoom de 4 a 60 graus com controle de facho completo, dando um facho intenso e extremamente fechado para longo alcance ou um wash uniforme e suave. O movimento rápido de pan e tilt é ideal para criar efeitos surpreendentes e espetaculares.

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VTX F SERIES www.harmandobrasil.com.br A Harman, através da JBL Professional, lançou a VTX F Series, uma linha premium de alto-falantes de duas vias multiuso, projetada para somar ao desempenho top de classe dos VTX Series line arrays da JBL. A F Series inclui três modelos: os alto-falantes full-range F12 e F15 e o subwoofer F18S. Os alto-falantes VTX F12 e F15 apresentam o diafragma duplo de duplo driver JBL D2 utilizado na linha fullsize de alto-falantes VTX V25 e no monitor de referência M2. Tanto o F12 quanto o F15 são otimizados para uso com o amplificador i-Tech HD da Crown e sistemas de gestão de amplificação vRack, também da Crown.

CATALINA MAPLE www.sonotec.com.br A série Gretsch Catalina Maple foi projetada para o músico que está à procura de uma bateria de qualidade e com ótimo custo-benefício. Seja no palco ou no estúdio, ela oferece timbres com projeção, facilidade na afinação, brilho e foco perfeitos, chegando às frequências agudo, médio e grave com peso e definição. Construído em 100% Maple, esse kit profissional oferece acabamento laqueado em novas cores e novo escudo redondo da série. Todos os cascos são de 7 folhas, com 7,2mm e foram equipados com as características do hardware “Gretsch Classic”, incluindo o corte nas bordas de 30º, tom holder ball-and-socket totalmente ajustável com 12,7mm e a famosa configuração de 5 canoas (uma característica padrão da Gretsch por mais de 50 anos) para os tons 10? e 12?.

NDH 21-4S www.amercobrasil.com.br Toda a tecnologia inserida neste produto está além do seu tempo. Com lançamentos surpreendentes apresentados na ProLight & Sound 2014, em Frankfurt, a CIARE, através de seu distribuidor oficial no Brasil, estará presente na AES Expo Brasil 2014 e, dentre os lançamentos, a empresa vai apresentar o NDH 21-4S. O equipamento é um subwoofer de 21”, bobina de 4”-100 mm, com 2000 Watts RMS, resposta de frequência de 20 - 350 Hz, Nominal FS 29 Hz e sensibilidade de 98 dB SPL (1w/1m). Confira mais detalhes no site do distribuidor oficial Amerco Brasil.

210244 NEO www.taigar.com.br O modelo LINE 210244NEO tem entre suas características potência de 1320 WRMS, componentes 2x10" TGR + 2 driver B&C, sensibilidade média de 105,7 dB 1W/1m, impedância - MF 8 Ohms / HF 16 Ohms, resposta de frequência de 80 Hz – 20KHz, dimensões de A 314x L 840x P 407mm e peso de 35 Kg.


MC500 www.beyma.com Os novos produtos da família MC 500 são os três especiais woofers 10” (10MC500), 12” (12MC500) e o 15” (15MC500), que são os únicos com características competitivas e construídos em bobina de voz com imã cerâmico de 2,5”. Graças à tecnologia Maltcross sistema de refrigeração da Beyma -, os alto-falantes suportam até 1000 W de potência, o que reduz drasticamente as perdas devido ao efeito de compressão de energia. A indicação de aplicação são os programas de frequências baixa e média/baixa. Os três modelos estão preparados para grandes deslocamentos (8 mm Xmax) e são muito sensíveis e lineares para uso em banda larga (acima de 97 dB 1w/1m).

GATOR GRR10L www.proshows.com.br O case GRR10L da Gator é um rack luxo construído em polietileno militar leve no padrão 19” e comporta 10 unidades de periféricos. Possui frente e traseira removível, fechos de borboletas de alta resistência, confortáveis alças laterais, trilhos de fixação frontal e traseira. Para facilitar o transporte conta com dois rodízios e alça retrátil. Vem com acabamento preto fosco. Entre suas características, destacam-se ainda alças de transporte e laterais confortáveis e peso de 8,16kg.

CSR-5515A www.csr.com.br A CSR-5515A é uma caixa acústica ativa biamplificada com 300W RMS e saída para 3 caixas passivas de 8Ù. Ela vem equipada com um sistema Bass-Reflex de 2 vias e woofer de 15”, além de corneta com drive de titânio de 1". Com resposta de freqüência de 40Hz 20kHz (±3dB) e sensibilidade de 103dB, o equipamento também possui 1x entrada de linha (XLR ou 2x RCA) com controle de volume; 1x entrada para microfone (XLR ou P10) com controle de volume, 1x saída de linha (XLR ou P10), 1x saída de 8Ù para 1 caixa passiva de 8Ù speakon 4 vias (Sistema +1 e -1), 1x saída de 4Ù para 2 caixas passivas de 8Ù speakon 4 vias (Sistema +1 e -1). A equalização consiste em Grave (±12dB) e Agudo (±12dB), além de alimentação por uma chave seletora de 127V (60Hz) ou 240V (50Hz). As alças laterais e superior facilitam o transporte.

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TRANSMISSOR SEM FIO PARA GUITARRA www.lyco.com.br Este produto foi projetado para eliminar os limites da conexão com fio, dando total liberdade de movimento ao músico para se deslocar pelo palco ou pela plateia. O LYCO GWT-01 está disponível em duas versões: com o transmissor 90º (graus) estilo Gibson e 135º (graus) estilo Fender. Ambos têm fácil sincronização com o receptor via infravermelho. O transmissor, com seu pequeno circuito alimentado por uma única pilha AAA, o que dá mais de 6 horas de duração, possui alta qualidade sonora. Já o receptor, com seu design especial, é menor que os receptores dos sistemas sem fio para guitarras convencionais.

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ARRAYCALC SIMULATION V7.6.11 www.dbaudio.com O d & b software de simulação ArrayCalc é a ferramenta de planejamento para os sistemas D & B. Possui uma caixa de ferramentas completa para todas as tarefas associadas com eletroacústica, projeto, previsão de desempenho, alinhamento, parâmetros de segurança etc. Desde que foi lançado, foram introduzidas melhorias significativas como a de entrada de dados para definir planos de escuta em três dimensões, a coluna de xC – Series, bem como o amplificador D80, juntamente com funções de exportação para o novo software de controle remoto, o R1 d & b V2. Agora chamado Venue, o controle de entrada permite que o usuário crie uma representação das áreas de público em um determinado local em três dimensões. A inovadora função de medição de Arena constrói modelos virtuais usando dimensões determinadas com uma distância, sem que haja necessidade de pré-definição dos modelos de arena.

PE-640PRO IN EAR SYSTEM www.lyco.com.br A LYCO está lançando o In Ear System PE640PRO, que possui alta estabilidade de sinal. Ele pertence à mesma família do legendário PE-640, com novos recursos como entrada USB que funciona com MP3, permitindo que antes de começar uma apresentação, ponham músicas ou mensagens de fundo. O usuário pode utilizar 40 frequências diferentes operando em UHF, selecionadas livremente. Também podem ser usados quantos receptores forem necessários, devido à potência de saída de até 100mW.


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BEYMA TEM NOVO SITE A empresa reformulou o site e inovou no design privilegiando uma navegação mais fácil aos usuários. Uma das inovações está no menu de produtos, que oferece diversas possibilidades de pesquisar de maneira fácil e rápida. Por exemplo, clicando em cada produto, abre-se uma página com mais informações como tecnologia usada, gráficos, resposta de freqüência etc. Visite www.beyma.com

DPA MICROPHONES NO OSCAR Enquanto os olhos dos telespectadores estavam fixos nos atores que marcaram o 86 Annual Academy Awards, no Teatro Dolby, na noite de domingo (02/03), os ouvidos do público foram ajustados para os acompanhamentos da orquestra, que tocou remotamente a partir do Capitol Records. O coordenador do projeto de sonorização precisava de uma forma de isolar o som e, para conseguir isso para o piano, por exemplo, foi usada uma combinação de micofrones d: dicate 4011A Cardióide e d: vote 4099 . Também foi posicionado um par de d: dicate 4011E Hanging Microfones para bateria da orquestra. Usando a combinação de d: dicate 4011As e d: vote 4099s, foi possível fechar a tampa do Piano Steinway, dando à platéia ao vivo e aos telespectadores um som primitivo do instrumento durante as diferentes entradas dos apresentadores, transições e outras apresentações musicais durante todo o evento. Um par adicional de d: dicate 4011Es também foi aplicado como overheads para os tambores, o que lhes permitiu captar o ambiente completo do kit.

Técnicos de áudio e iluminação participam de workshop Dia 18 de fevereiro, a Gobos do Brasil realizou o primeiro Workshop da K-array, que reuniu 98 profissionais. Durante o evento, os participantes puderam conhecer os produtos da marca italiana e também ficar por dentro das ferramentas que oferecem as melhores soluções para sonorizar pequenos, médios e grandes ambientes. No dia 19 foi a vez dos profissionais de iluminação participarem do 1° Lighting Day de 2014, também promovido pela Gobos. Palestras, debates e troca de experiências entre palestrantes e convidados, além de uma apresentação de sincronismo entre áudio e iluminação deram a tônica do encontro. Os participantes ganharam assinaturas digitais da Revista Backstage, além de dois exemplares de cada um dos Livros "Caderno de iluminação: arte e ciência", da arquiteta Jamile Tormann; "Conceito de Iluminação Cênica", de Roberto Gill Camargo, e "Luz e Arte", do Professor Valmir Peres. O Lighting Day também está sen-

do programado pela ABRIP para acontecer durante o ano nas empresas associadas, como Digicabo, Grand MA, Hot Machine, HPL, Robe, Unilamps, entre outras, e durante o encontro da AES - Audio Engineering Society, entre os dias 13 e 15 de maio no Pavilhão Amarelo do Expo Center Norte, em São Paulo.

SSL NA TURNÊ DE PETER GABRIEL

Dickie Chappell, Dee Miller e Ben Findlay

Quando o popstar Peter Gabriel retomar a sua turnê Back to Front em abril, três consoles SSL Live

também estarão no rider para acompanhar o cantor pela estrada. Uma ficará no FOH, outra no monitor e mais uma para o sistema de monitoramento. Para o engenheiro de FOH do cantor, Ben Findlay, com a Live, o som realmente soa maravilhoso e faz a mixagem do som ao vivo muito fácil. Para ele, é possível ter bastante separação e claridade. O EQ é bem musical, nunca fica áspero e os dinâmicos são transparentes, mesmo com uma compressão de sinal mais apertada.


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Robe no Festival de Verão de Salvador

Cerca de 100 movings da Robe foram usados pela empresa de locação Luzbel Iluminação no Palco Principal na 16º edição do Festival de Verão, em Salvador (BA). O evento atraiu mais de 120.000 pessoas nos quatro dias de duração e contou com um design de iluminação criado por Junior Luzbel, que dirige a empresa local juntamente com o irmão, Ricardo Luzbel, e o sócio Ricardo Gordilho. O mapa de iluminação incluiu 36 x ROBIN Pointe, 12 x ROBIN MMX Spot, 24 x LEDWash 1200, 14 x ColorSpot 1200E AT e 12 x ColorBeam 700E AT. A criação do design durou duas semanas, durante as quais Junior consultou os técnicos que estavam trabalhando com ele em relação à montagem, e também procurou atender aos riders das bandas para poder criar um mapa que se adequasse à maioria delas. O palco tinha medidas que variavam de 20 a 26 metros e passarelas laterais de 26 metros e passarela frontal de 19 metros que se estendia pelo meio do público. A maior parte dos aparelhos Robe foi montada sobre três estruturas em forma de U gigantes na parte aérea do palco, junto com seis estruturas diagonais - três a cada lado do palco - e duas estruturas com forma de letra E - uma a cada lado do painel de LED ao fundo. Diversos LEDWash fo-

ram montados na house mix para iluminar a fachada cênica rodeando o palco e ajudando na fotografia quando os cantores e os bailarinos andassem pela passarela. A montagem de iluminação do palco Principal foi realizada em cinco dias por oito técnicos da Luzbel. O lighting designer Paulo Lebrão também ajudou a fazer a fotografia junto com Junior - programando e operando os 12 LEDWash na FOH, enquanto os técnicos Viny, da MA Lighting; e Adriel, da Luzbel, coordenaram a sala de programação (Estúdio 3D) onde todos os designers das bandas puderam antecipadamente programar seus shows. Carlos Umbelino, da empresa de locação Apple Produções, de São Paulo, também esteve presente ao Festival para dar suporte nos Pointe, bem como o técnico Emerson, também de São Paulo, que cuidou das luzes LEDWash e dos canhões na FOH. No total a equipe foi formada por 13 pessoas, que trabalharam antes, durante e depois do festival. O sistema de controle foi da MA Lighting, com suporte do especialista da empresa, Paulo Lebrão. Dois consoles grandMA light e um grandMA ultralight foram usados na FOH ligados em rede e também havia um MA on PC command wing e um grandMA2 light no Estúdio 3D para programação.


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SHURE PROMOVE TREINAMENTO DE RF E CERTIFICAÇÃO AXIENT Nos dias 17 e 18 de fevereiro a Pride Music e a Shure realizaram um treinamento de "Advanced Wireless" e "Certificação Axient", ambos no Hotel Sofitel, em Copacabana (RJ). O evento teve como público-alvo empresas e profissionais de áudio que irão trabalhar nos eventos relacionados à Copa do Mundo. O primeiro dia foi dedicado ao treinamento em "Advanced Wireless”, que consistiu em explicar os conceitos avançados em RF e os aspectos técnicos de operação dos sistemas da Shure para os grandes espetáculos como os sistemas sem fio ULX-D e Axient, e os sistemas de monitoração pessoal PSM900 e PSM1000. No segundo dia, a "Axient Certification” focou no treinamento avançado e certificação para uso do sistema Axient por profissionais de áudio. Ao final do encontro, os participantes receberam uma certificação, garantindo prestação de serviço de qualidade nos seus trabalhos para seus clientes. A certificação Axient tem como objetivo capacitar profissionais para o uso correto do equipamento e de todos estes recursos, elevando a qualidade do serviço e satisfação dos clientes.

TRATORE DISTRIBUIRÁ MÚSICA PELA APPLE A Tratore acaba de ser atestada pela Apple como a distribuidora brasileira de música digital oficial para a iTunes Store. A empresa brasileira, que detém a liderança na distribuição de títulos independentes no país, com 35% do mercado, é a primeira na América Latina a receber essa chancela da Apple. Com isso, a Tratore cumpre todos os padrões de qualidade para distribuir músicas digitais para a iTunes Store, loja virtual da Apple que vende álbuns e faixas de músicas aos internautas. Com essa parceria, a Tratore, que trabalha, por exemplo, com Elza Soares, Toquinho, Yamandu Costa, Fresno, A

Em 2014, a ABRIP - Associação Brasileira de Iluminação Profissional realiza o 5º encontro da Lighting Week Brasil (LWBR) junto à 18ª Convenção da AES - Audio Engineering Society -, que acontecerá de 13 a 15 de maio. Dessa forma, a LWBR 2014 deixará de acontecer nas mesmas datas e locais da Expomusic. Com a mudança de data, o LWBR deve reunir cerca de 8 mil profissionais do Brasil e do mundo. O objetivo da Exposição é integrar profissionais de áreas que na maioria das vezes atuam juntas, o que torna fundamental e vital a troca de informações. “É a oportunidade de multiplicar seus contatos, colocando seu trabalho e experiência em evidência”, avalia Esteban Humberto Risso, da Gobos do Brasil. “Participe do 2º Lighting Day de 2014. O ciclo de palestras e debates acontecerá na quarta-feira, dia 14 de maio”, convida Esteban.

SIBELIUS 7.5 JÁ ESTÁ DISPONÍVEL

Júlio Ferraz

Banda Mais Bonita da Cidade, espera alavancar o crescimento de 5% do faturamento anual para 30%, em 2014.

Raimundos lança Cantigas de Roda A banda Raimundos lançou, em março, seu mais novo trabalho. Cantigas de Roda contou com o apoio de fãs que colaboraram através do projeto Catarse e foi gravado nos Studios Firewater em Los Angeles com produção de Billy Graziadei do

LIGHTING DAY NA AES

Biohazard. A versatilidade de Digão como compositor está evidente ao longo do álbum e o frontman apresenta vocais seguros e afiados. Marquim traz novos elementos para o processo criativo e os riffs poderosos marcam o CD. O baixo poderoso de Canisso resgata a sonoridade original e as baquetas de Caio mantêm o peso, outra marca registrada da banda.

O Avid Sibelius 7.5, nova versão do software de composição e notação musical, já está disponível para o mercado. A versão 7.5 traz funcionalidades que aceleram o fluxo de trabalho, permitindo que compositores se concentrem no processo criativo, produzindo suas partituras de forma mais rápida e eficiente. Entre as novas funcionalidades estão: Navegação Acelerada, Playback ainda mais expressivo, Colaboração e compartilhamento facilitados, Integração completa com o App Scorch e suporte em idioma local para o Russo e Português Brasileiro, além do Inglês, Francês, Alemão, Italiano, Espanhol, Japonês e Chinês simplificado.


PAINEL DE LED, ELIS - A MUSICAL

CALREC ÁUDIO FOI COMPRADA PELA ELECTRA PARTNERS

Diferentemente do que ficou entendido na reportagem Elis – A Musical, edição 231, o painel de LED é de propriedade da empresa Led Vision, empresa que fornece para todos os espetáculos da empresa Aventura Entretenimento. No espetáculo foram usadas 49 placas de painel de resolução 06mm SMD real pixel Full HD / Refresh rate: 2800 Hz / tamanho da placa: 0,96m x 0,96m, peso de 20kg por placa, perfazendo a metragem total de 45 metros quadrados. Para o painel do fundo, foram 40 placas, sendo 3 tiras com 3 placas, além de sistema de processamento Led Sync SDI / Image Pro HD Barco e cabeamento em fibra óptica.

A Calrec Áudio anunciou que, com sua aquisição pela Electra Partners, passará a se tornar uma empresa irmã da Allen&Heath, que a Electra também adquiriu no ano passado. Comemorando seu 50º aniversário este ano, a Calrec Áudio é dedicada exclusivamente à produção de consoles para mixagem de áudio para broadcast. Ao longo dos últimos 50 anos, a Calrec desenvolveu consoles digitais que se tornaram os queridinhos das emissoras de maior sucesso do mundo. "Estamos entusiasmados em trabalhar com a Electra Partners, na medida que continuamos a desenvolver o nosso negócio em mais mercados internacionais", disse Roger Henderson, diretor da Calrec.

SGM NA PROLIGHT + SOUND

Foram diversos motivos para comemoração, entre eles o grande número de visitantes no estande da empresa durante os quatro dias de feira. Outro destaque foi o conceito de iluminação desenvolvido pelo lighting designer

Michale Rahr, um dos mais dinâmicos e interativos. Segundo o presidente da empresa Peter Johansen, foi a melhor experiência de feira de todos os tempos. “Este show honestamente não poderia ter sido melhor para a SGM e todo mundo estava falando sobre design de iluminação de Michael Rahr. O estande foi permanentemente lotado ea qualidade do tráfego fomos capazes de dirigir até o estande foi excepcional. Eu acredito que este foi um verdadeiro divisor de águas no desenvolvimento contínuo da SGM ", concluiu Johansen.

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DANIELLI MARINHO | REDACAO@BACKSTAGE.COM.BR

SAMBANOVA Sambanova Com um repertório que reúne o melhor do Pop Internacional (Michael Jackson, Corinne Bailey Rae) e da música brasileira (Tim Maia, Tom Jobim, Jackson do Pandeiro), é o ritmo brasileiro que dá o tom nos arranjos do Sambanova. Mas é definitivamente a mescla de ritmos que confere um sabor universal a qualquer uma das músicas do seu repertório, distanciando totalmente o projeto de um tradicional grupo de covers. Cada músico do Sambanova traz na bagagem uma influência diferente que vai do jazz à música nordestina, do rock à música latina. E se utilizam desta variedade de raízes para compor a sonoridade característica do projeto. O resultado é uma base musical muito bem construída onde instrumento ou ritmo algum destoa do conjunto harmônico que resulta desse encontro.

NOSSA ONDA É ESSA! Bossacucanova Nossa onda é essa! é o quarto disco de estúdio deste trio de produtores formado por Alex Moreira, Marcelinho Da Lua e Marcio Menescal. Contando com a participação de convidados notáveis e parceiros de longa data, além daquele esquema quente das batidas extraídas do vinil, o trabalho une passado e presente e resulta em algo único, que é o som do BossaCucaNova. O trio de produtores alcançou tamanho sucesso em seus discos, que se desdobrou em uma banda de êxito internacional, com passagens por festivais consagrados e palcos famosos como Roskilde Festival, North Sea Jazz, Hollywood Bowl, Womad festival, Get's Bossa Nova Japan, entre outros.

A SIMPLE MAN UNTIL THE END Ari Frello Músico e escritor, Ari Frello faz parte da nova geração de artistas do sul do Brasil que têm sido referência de boa música. Suas primeiras apresentações em 2008 começaram por Santa Catarina e em pouco tempo já haviam se estendido por mais de 30 cidades pelo Brasil e Argentina. Seu projeto Ari Frello One Man Band tem como inspiração o Delta Blues, Bluegrass e Soulthern Rock, dando uma característica marcante a este trabalho que tem conquistado o público apreciador do gênero. Seu novo CD A Simple Man Until The End, o segundo de sua carreira, traz um modern blues, com pegada rock e alma do inconfundível blues do Mississipi. Destaques para The Life of Train, Never Lose Faith in You e à canção que dá nome ao disco, A Simple Man until the End.

OPUS CLÁSSICO Ithamara Koorax A voz divina, aveludada e inconfundível de Ithamara e seu novo trabalho por si só dispensam qualquer comentário. Qualquer elogio a mais é over. Vamos nos ater apenas aos comentários ao repertório escolhido. Iluminada e O Trenzinho do Caipira já valeriam por todo o CD, mas a cantora nos presenteia ainda com a belíssima interpretação da Ária das Bachianas Brasileiras nº 5, de Villa-Lobos, O Canto do Pajé, também do maestro Villa-Lobos, e de Corpo e Luz, ária da ópera Tristão e Isolda, entre outras igualmente belas canções. Com produção musical de Arnaldo DeSouteiro e produção executiva de Renata Carneiro (Arte Nova Produções), e arranjos de Rodrigo Lima, Filipe Bernardo e Arnaldo DeSouteiro, o CD foi gravado nos estúdios Cia dos Técnicos e Ecosom.


DANIELLI MARINHO | REDACAO@BACKSTAGE.COM.BR

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GUSTAVO VICTORINO | www.backstage.com.br 28

PRÊMIO AÇORIANOS Ser jurado do maior prêmio de música do sul do país é motivo de orgulho. O Prêmio Açorianos concedido pela prefeitura de Porto Alegre aos melhores artistas do RS é um ícone da história musical dos pampas. Fazer parte dele é uma responsabilidade que me inspira e traz descobertas que mostram a riqueza da melhor música do mundo... A música brasileira.

BABAQUICE A luta por espaço num mercado competitivo como o brasileiro está rendendo bons frutos aos consumidores e exigindo criatividade e talento por parte das empresas importadoras e fabricantes. Mesmo tendo o preço como referencial, outros fatores passaram a ser avaliados como decisivos pelos consumidores. Diante do avanço da tecnologia e suas mazelas, nunca o suporte e a assistência técnica foram tão valorizados na hora de decidir uma compra. Agora, para vender “marca diabo” é preciso dar o endereço e currículo do chifrudo.

CURIOSIDADE A tecnologia para fabricação e montagem de amplificadores para instrumentos musicais parece ter estacionado numa mesmice confortável para a indústria. Enquanto lá fora os ingleses ainda tentam mudar esse cenário, por aqui apenas a novata Borne parece apostar em novidades arrojadas.

COMO ASSIM ?!? Rick Martin fazendo a música da Copa do Mundo no Brasil? Alguém tá de sacanagem com a gente...

CONSELHO Não perguntem ao Rogério Raso, presidente da Santo Angelo e um dos maiores fabricantes de cabos do mundo, o que ele acha da carga tributária brasileira. O executivo tem números que assustam até o mais otimista dos tributaristas. Coisas do Brasil ainda medieval.

REPERCUSSÃO Interessante o retorno recebido da matéria “Boas e Baratas” na edição de fevereiro. O volume de e-mails foi curioso também pelo seu conteúdo. Quem já tinha algum dos instrumentos citados no texto ratificou a opinião desse colunista. Quem sabe, repetir a dose com outros instrumentos? Com a palavra os leitores.

Todos os espetáculos musicais em território chinês são precedidos de uma aprovação prévia do governo daquele país. Os artistas precisam enviar com antecedência as letras das músicas que serão apresentadas no espetáculo para “avaliação” dos censores chineses. Os Rolling Stones foram impedidos de tocar Honky Tonk Women e Let's Spend The Night Together no mês passado porque um burocrata de olho puxado entendeu que essas músicas “atentam aos bons costumes e à família chinesa”. Os textos entre as músicas também são monitorados e se em nome daquela ditadura alguém não gostar do que foi dito, o artista desce do palco direto para a cadeia. A censura aumentou depois que a imprensa internacional descobriu verdadeiras fortunas de dirigentes chineses e seus familiares em paraísos fiscais. Agora dá para entender porque tem gente por aqui que ama tanto aquilo lá ...

ONIPRESENTE A briga pelos direitos autorais e sua legislação parece não ter mais fim. A cada encontro de artistas, novas discussões alimentadas por ideias opostas se chocam em contradições e suspeitas sobre a nova lei que regula a matéria e o Ecad. E a tal Paula Lavigne tá lá de novo...

CHUTE AO BALDE A atriz Fernanda Azevedo, vencedora da 26ª edição do Prêmio Shell, não foi


GUSTAVO VICTORINO | VICTORINO@BACKSTAGE.COM.BR

nada sutil no seu discurso na noite de premiação. A artista criticou duramente a empresa patrocinadora do evento por ter apoiado a ditadura na Nigéria. O constrangimento geral foi apenas o início da repercussão. Não concordando com a empresa ou a premiação, a atriz deveria simplesmente não aparecer na solenidade e/ou distribuir uma nota à imprensa com os seus motivos e sua crítica. Como fez, ficou no mínimo grosseiro e nebuloso, afinal ela foi buscar o prêmio. Irritada, a direção da empresa já avalia inclusive a extinção da premiação.

pela liderança mundial no segmento de microfones tem trazido interessantes alternativas aos consumidores mundo a fora. Enquanto os alemães apostam na tecnologia e na inovação, os americanos focam na confiabilidade e na história da marca. Nessa briga do rochedo com o mar, o marisco tá balançando em ondas que trazem preços cada vez mais interessantes pelo acirramento da concorrência. Os alemães lideram na Europa e no Oriente Médio. Os americanos se mantêm no topo nas Américas e na Ásia.

RETRAÇÃO LOUDNESS Por que os operadores de PA tem essa paixão louca pelos graves? Raro o show nacional em que a saturação dessas frequências não é irritante. Depois de descobrirem que volume não é qualidade, alguns técnicos precisam agora entender que grave saturado é coisa de DJ de subúrbio.

LOGÍSTICA O preço das passagens aéreas e a esculhambação dos nossos aeroportos estão trazendo de volta o velho hábito de viajar de ônibus. Comum entre os sertanejos, a prática de utilizar um ônibus superequipado como base logística de deslocamentos para os espetáculos começa a ser adotada também por artistas de outros segmentos musicais pelo país. Viagens de até mil quilômetros passaram a ter uma nova definição logística para empresários e contratantes que tentam viabilizar espetáculos comprimidos em seus custos pela decadente malha aeroviária brasileira.

DUELO DE TITÃS A briga ente a Sennheiser e a Shure

O que parecia irreversível começa a mudar. As caixas amplificadas pareciam soberanas na conquista definitiva do mercado de áudio de pequeno e médio porte. A coisa não é bem assim. Alguns técnicos estão voltando ao velho sistema de caixas passivas empurradas por amplificadores modulares. O motivo parece ser a confiabilidade do equipamento e a facilidade de reposição e manutenção.

George Harrison usou nos primeiros discos e shows do quarteto fantástico. O lance inicial é de 400 mil dólares, mas a previsão é de que o arremate do instrumento fique perto de um milhão de dólares. Dezenas de interessados do mundo inteiro já pediram credenciamento para o leilão que terá ainda outras peças iconoclastas dos Beatles como atração.

RIO DAS OSTRAS JAZZ & BLUES O mega baixista nova-iorquino Marcus Miller é o primeiro nome confirmado pela produção do maior festival de jazz e blues da América Latina. Excepcionalmente previsto para o mês de agosto desse ano (a data normal é junho) por conta da Copa do Mundo, o Rio das Ostras Jazz & Blues parece se reinventar a cada ano oferecendo atrações totalmente gratuitas e com um nível invejável de qualidade. Evento imperdível para quem gosta de boa música.

PERGUNTA DESELEGANTE SEM NOÇÃO Tem gente anunciando guitarras novas da Gibson por menos de 800 dólares no site Mercado Livre. O pior é que ainda tem quem acredite e compre a falsificação. Depois vão reclamar da ruindade do instrumento para o bispo.

Depois de assistir reiteradamente ao Grammy, me vem uma pergunta... “Por que os artistas gringos insistem em se vestir de idiotas nas premiações?”. E por favor, não me venham com discursos de vanguarda ou excentricidades. É esquisitice mesmo...

RARIDADE

JORNALISMO ALIENÍGENA

No mês que vem a casa de leilões Julien's Auction vai realizar um encontro que promete sacudir com os fãs dos Beatles no mundo inteiro. Marcado para acontecer nas dependências do Hard Rock Café de New York, o evento terá como estrela a venda da guitarra Rickenbacker 425, de 1962, que

Tentei assistir um especial da série Mundo S/A da Globo News sobre a Fender e desisti no meio do programa. O jornalista, o produtor e o editor visivelmente não sabiam nada de guitarras, história e muito menos do mercado de instrumentos musicais. Na terceira bobagem, eu desliguei a tv.

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O som DE CADA PA

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PARTE 17

Fabiano Bastos, profissional que trabalha com Maria Bethânia e Ivan Lins; e Daniel Reis, técnico do Asa de Águia, contam detalhes de como é atuar em estilos musicais tão distintos da música brasileira. Alexandre Coelho redacao@backstage.com.br Revisão Técnica: José Anselmo “Paulista” Fotos: Divulgação

Daniel Reis

F

abiano Bastos trabalha, há três anos, como técnico de PA da cantora Maria Bethânia e, há 11, é técnico de monitor de Ivan Lins. Com tamanha responsabilidade e com a experiência acumulada ao trabalhar com dois dos nomes mais consagrados da música brasileira, o técnico diz que o seu segredo é pensar e agir como se fosse um dos músicos da banda. Como se fosse mais um somando para

que o som saia ‘redondo’. Da mesma forma que essa postura é natural, a adaptação a artistas de diferentes estilos também ocorre de forma automática, segundo Fabiano. Ainda assim, às vezes, alguém exige uma mudança na forma de o técnico trabalhar, especialmente quando o assunto é monitor. E, em sua avaliação, quem faz monitor, faz som para o artista e para os músicos. Ou seja,


Fabiano Bastos

o conceito, timbre e mixagem do técnico são as últimas coisas em questão. O profissional é avaliado pela habilidade em perceber o que a banda e o artista querem e gostam. “Por isso, técnico de monitor deve ir diretamente para o Céu, sem escalas. Eu não passo mais por isso, o único monitor que eu faço é o do Ivan Lins. Só que, nesse trabalho, o conceito, os timbres e a mix prevalecem muito. Dei sorte. Não faço mais monitor de ninguém na vida! O técnico de monitor tem que ser psicólogo também, e eu faltei a essa aula no curso”, brinca. “Mas minha peculiaridade, na verdade, são os efeitos. Uso muitos durante todo o show”. Enquanto Fabiano Bastos trabalha com MPB, Daniel Reis é especialista em axé music. Técnico de monitor do Asa de

Águia há 10 anos, ele tem como premissa usar sempre as melhores ferramentas disponíveis e mexer só no que realmente precisa ser mexido no áudio. Para ele, o jeito como a banda toca e o quanto os músicos são entrosados é o que define o som geral. Como curiosidade, Daniel cita o fato de vários engenheiros de áudio vindos de fora do Brasil terem mixado artistas da axé music na década de 90. “E fizeram um ótimo trabalho”, elogia. “Estamos aqui apenas para ser a ‘cola’ entre as notas musicais que os músicos mandam”. Na praia da música baiana, Daniel conta que seu maior desafio é deixar o som na medida certa para o vocalista do Asa de Águia, Durval, que, segundo o técnico, tem um ouvido muito peculiar e

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De resto, bom senso e equipamentos de qualidade garantem o sucesso de qualquer sonorização. No caso de Daniel, um bom equipamento significa, essencialmente, uma Lexicon 480L. “Ela dá uma dimensão à mix in-ear que nunca consegui obter com nenhum outro processador”, garante. No que diz respeito ao alinhamento, Daniel diz que o certo é receber o sistema de sidefill, ou PA, devidamente alinhado pelo engenheiro do sistema. Com isso garantido, sua única providência é tocar a música One Drop, do disco Kaya N’ Gan Daya, de Gilberto Gil, apenas para fazer pequenos ajustes pessoais de timbre. “Sempre trabalho com PA ou sides de primeira

uma percepção musical muito grande. “Ele sabe o que quer ouvir. Muitas vezes, temos que trabalhar segundo ‘o gosto do freguês’. Quando faço som para ele, faço só para ele. Qualquer outro artista me chamaria de maluco, mas é o jeito. Atendo a ele e interpreto seus pedidos, o que o confortou ao longo desses 10 anos”, alegra-se. Estilos à parte, Fabiano Bastos acredita que, para um técnico ‘tirar’ um som de qualidade de um sistema, ele depende de uma soma de fatores. Mas um, em especial, segundo ele, faz toda a diferença: a pessoa estar bem. Afora isso, para Fabiano, alguns elementos são essenciais e mais importantes do que um bom equipamento, como bons músi-

Por isso, técnico de monitor deve ir diretamente para o Céu, sem escalas. Eu não passo mais por isso, o único monitor que eu faço é o do Ivan Lins. (Fabiano)

cos e bons instrumentos. Só então, bons equipamentos de áudio e uma captação adequada podem fazer alguma diferença. “Se todos esses elementos estiverem no palco, com uma empresa atendendo a todas as suas solicitações, o trabalho se torna fácil. Aí, vira obrigação tirar um som de qualidade. Quando isso não ocorre, quando falta alguma coisa dessas citadas, aí começa a complicar. E quando você encontra um equipamento que não tem nada do que você pediu? Está tudo errado e você ainda assim consegue executar um bom trabalho. Aí você é um alquimista de mão cheia, pois transformou um monte de porcaria em som”, compara. Daniel Reis concorda. Para ele, tecnicamente, a presença de bons músicos na banda responde por 90% do trabalho.

qualidade e empresas de primeira linha, que me dão esse conforto. Na época em que eu pegava qualquer PA na estrada, sempre usei o Smaart ou softwares similares, a fim de tentar resolver os problemas”, recorda. Já Fabiano Bastos é do time dos que não abrem mão de um bom microfone – no caso dele, um Shure SM58 – para testar bem os timbres de voz no PA. “Fico que nem um maluco falando ‘alô, alô, um, dois, som...’, até encontrar um conforto com o qual os meus ouvidos estão acostumados”, conta. Ao contrário de Daniel Reis, Fabiano não tem uma música específica com a qual gosta de avaliar o alinhamento do sistema. Ele usa várias, dependendo do trabalho que esteja realizando. Ou seja, procura ouvir no PA músicas que tenham a ver com a sonoridade


do show em que ele irá trabalhar. Da mesma forma, Fabiano não usa soundcheck virtual. Em vez disso, prefere fazer a passagem de som com a banda, sempre que possível.

sempre”, confessa Fabiano. Já Daniel Reis passa o som com os roadies em shows ao vivo e usa o soundcheck virtual quando o trabalho é em unidades móveis. Mas quan-

Na época em que eu pegava qualquer PA na estrada, sempre usei o Smaart ou softwares similares a fim de tentar resolver os problemas (Daniel)

Quando não dá, a passagem é com os roadies que, segundo ele, quando sabem tocar bem algum instrumento, ajudam muito. Com essa parceria, fica fácil para o técnico chegar a características próprias que definam a sua forma de trabalhar e o seu som. “Uma característica pessoal é que eu me cobro muito, me exijo muito e aprendo

do o assunto é o técnico ter uma sonoridade própria, Daniel rechaça. “Não gosto muito de identidade sonora. Ouvi isso de um grande engenheiro de áudio e tomei como lema: ‘Todo dia, faça diferente, equalize diferente, use um compressor diferente, invente, seja criativo, ninguém gosta de mesmice’”, sentencia.

Fabiano Bastos Há três anos como técnico de PA da cantora Maria Bethânia e há 11 como técnico de monitor de Ivan Lins, Fabiano Bastos trabalhou recentemente na Ópera de Pequim. Com Ivan Lins, esteve presente em alguns dos grandes festivais de jazz internacionais, dividindo o palco com grandes nomes da música mundial. Com Maria Bethânia, no mais recente show da cantora, teve o desafio de incluir um piano acústico no palco ao lado da banda da artista, “o que é sempre uma preocupação...”, reconhece. “Mas eu e o Zé Ianaconni (monitor), passamos por isso com muita tranquilidade”. Fabiano começou a carreira como roadie. Depois de alguns anos de aprendizado na estrada, trabalhou como técnico de vários artistas, como Gal Costa, Orlando Moraes e Alcione. A parceria com a cantora maranhense acabou marcando a sua trajetória. “Até hoje sou lembrado como ‘o técnico da Marrom’. Quando as pessoas associam o meu nome, elas logo dizem: ‘Fabiano? Da Alcione?’. Foram muitos anos com a mesma artista, sou muito grato à Alcione por muitas coisas”, elogia.

Daniel Reis Há 10 anos, Daniel Reis é técnico de monitor da banda baiana Asa de Águia. Nesse período, trabalhou, paralelamente, em estúdios e unidades móveis com todos os grandes nomes da axé music. A lista inclui desde as musas do carnaval baiano Ivete Sangalo, Claudia Leitte e Daniela Mercury, passando pelo cantor Saulo, até grupos como Banda Eva, Harmonia do Samba e Psirico, entre outros. Recentemente, Daniel Reis passou a trabalhar também no segmento de transmissão para TV, área na qual já somou a seu currículo o áudio do evento Fifa Draw, realizado em dezembro de 2013.

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JAZZ CARIOCA Aos 35 anos de carreira, Marcos Ariel lança álbum solo de piano pela Biscoito Fino. O disco foi gravado e produzido pelo filho, Lucas Ariel.

em família Miguel Sá redacao@backstage.com.br Fotos: Divulgação

A

pós mais de três décadas de carreira, o pianista e flautista Marcos Ariel decidiu reforçar a relação com o piano e com a música carioca, sem esquecer a estreita relação com o jazz. O resultado é o CD Jazz Carioca. Nele, além de “traduzir” oito temas conhecidos do gênero musical norte-americano para o jeito brasileiro de tocar, Ariel mostra porque é um dos maiores compositores da música instrumental brasileira em três temas próprios. “O Musico no Parque, fiz quando o Lucas, meu filho,

nasceu. A Valsa da Alice, também fiz quando a minha filha nasceu, e a Ponteio da Manhã é uma música muito referencial da minha carreira”, explica Marcos Ariel. Antes do Jazz Carioca, Marcos já havia gravado dois discos de piano solo: Piano Brasileiro, no início dos anos 1990, e Piano com Tom Jobim, dedicado à obra do Maestro, do ano 2000. O atual é o resultado de uma maior aproximação do músico com o piano, deixando de lado a flauta. “O João Donato deu uma entre-


A IDEIA A “cerimônia de renovação de votos” de Marcos Ariel com o piano teve a condução do filho, Lucas Ariel. O técnico de som começou como assistente há onze anos no estúdio da gravadora Biscoito Fino, onde trabalha. “Eu e meu pai já tínhamos um plano de gravar um disco juntos, e ele apareceu com essa ideia de tocar os standard de jazz com uma pegada única de choro samba e bossa nova, com essa onda dele carioca”, explica Lucas. As primeiras sessões aconteceram durante o carnaval de 2012, onde quase todo o repertório foi gravado. A conclusão ficou condicionada aos espaços na agenda tanto de Marcos como do estúdio. “Ainda passou um ano até conseguirmos terminar de gravar tudo”, relembra o produtor e técnico de som. Finalmente, em dezembro de 2013, o CD foi lançado pela Biscoito Fino.

vista contando sobre quando largou o trombone; ele tocava trombone também. Mas tem uma hora que tem que se dedicar a um só instrumento. Então realmente eu estou muito mais com o piano agora. É uma lua de mel com o piano”, ressalta o compositor.

Eu e meu pai já tínhamos um plano de gravar um disco juntos, e ele apareceu com essa ideia de tocar os standard de jazz com uma pegada única de choro Biscoito lançou MPB, choro, samba e música erudita também. Basicamente temos uma especialidade de tirar um som acústico, natural. O que eu quis retratar foi a emoção de tocar um piano daquele. Quando ouve o disco, parece que você está

tocando o piano. Que você é o pianista tocando”, detalha Lucas Ariel. Para atingir o objetivo, Lucas usou dois Neumann U87 posicionados segundo a técnica de microfonação ORTF, que permite ao técnico de som trabalhar bem a esté-

GRAVANDO... Marcos Ariel gravou o disco tocando no Steinway Hamburg Concert Grand de cauda inteira, do estúdio da gravadora. A ideia de registrar apenas um músico tocando piano pode até parecer simples. Afinal de contas, são poucos canais, não precisa juntar instrumento na hora da mixagem, não tem muita frequência para embolar. Mas, na prática, não é bem assim. “O desafio na hora que você vai microfonar um pianão desse com um músico tocando é conseguir tirar o som real do instrumento. Nestes 14 anos de existência, a

Lucas Ariel

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Piano Steinway microfonado na tecnica ORTF

Não coloquei os microfones do ambiente muito distantes do piano. Botei na altura do tampo. Durante o disco inteiro eu usei essa configuração até para poder manter a sonoridade (Lucas Ariel)

Blue Mouse para ambiente

Neumann U87 na tecnica ORTF

reo. Para o ambiente, um par de microfones da marca Blue, modelo Mouse. “Não coloquei os microfones do ambiente muito distantes do piano. Botei na altura do tampo. Durante o disco inteiro eu usei essa configuração até para poder manter a sonoridade”, detalha o produtor. Para os U87, Lucas usou pré-amplificadores Germanium 500, da Chandler. Para os microfones de ambiente, foram usados os Vintech X73. Na gravação, não foi usada a mesa Euphonix CS2000. Dos pré, o sinal ia diretamente para o Pro Tools HD. A captação foi feita sem o uso de compressão e a única equa-

lização feita foi um pequeno acréscimo acima de 10 kHz. Na mixagem dos quatro canais gravados – L&R do piano mais dois de ambiente – Lucas Ariel usou o plug-in de equalização com a assinatura de George Massemburg para tirar pouco menos de 2dB na região das média altas. Além da equalização, foi usado também um pouco de reverb da Lexicon 480L. “Um medium hall bem suave”, detalha Lucas. A masterização foi feita usando o Pro Tools HD. Apenas aí foi usado um pouco de compressão do plug-in ML4000 para poder trabalhar confortavelmente o volume entre as faixas. Antes da com-


Ambiencia na altura do tampo do piano

Monitores B&W

pressão, Lucas manteve o plug-in de George Massemburg ligado para cortar uma ou outra frequência que viesse a sobrar após alterações de volume. Tudo monitorado por meio das caixas B&W 705. “Nessa hora também escuto alguns CDs, principalmente os masterizados pelo Luis Tornaghi e pelo Carlos Freitas, para dar uma referência”, coloca o técnico de som e produtor.

RESULTADO Além do resultado técnico do disco, muito comemorado e elogiado, ficou também a alegria de um trabalho em família realizado em perfeita sintonia. “O estúdio da Biscoito Fino é um dos mais completos em termos de microfonação. Está em um nível mundial. E o Lucas, meu filho, está muito craque. Ficou um som lindo”. Lucas respondeu na mesma moeda. “Fluiu tudo muito bem, foi super emocionante”, comemora.

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ALL YOU NEED redacao@backstage.com.br Fotos: Andrea Simões / Divulgação

IS LOVE

Gravado no Cavern Club e Abbey Road, em Londres, o DVD da banda cover dos The Beatles, All You Need is Love, é fiel à sonoridade original da banda de Liverpool. Para conseguir um som mais próximo possível ao do quarteto de Liverpool, a banda teve acesso até aos mesmos equipamentos usados por Paul, Ringo, John e George.

U

m nome que ainda conquista fãs pelo mundo inteiro, The Beatles parecem ter voltado aos palcos quando a banda All You Need is Love entra em cena. O sucesso e o reconhecimento do quarteto brasileiro que interpreta as músicas da banda britânica de Liverpool rendeu dois volumes de DVDs com 64 músicas gravadas nos emblemáticos Cavern Club e no estú-

dio Abbey Road. O segundo volume, com lançamento previsto para esse mês de abril, será um álbum duplo com 32 músicas (as demais fazem parte do primeiro volume, com três discos), com vídeos em preto e branco, já que a ideia é entrar no clima dos anos sessenta. Segundo Cayo Felipe, responsável pela direção de vídeo, edição e finalização, mixagem e masterização, o repertório


abafado. Segundo Cayo, a gravação só não deu tanto trabalho no vídeo por conta da fotografia de lá ser maravilhosa. “É história pra tudo

Brasil. Captação, nada de especial. Somente o cuidado para não ‘timbrar’ demais as coisas, pois a minha mixagem foi baseada na original.

foi baseado no próprio repertório dos Beatles, tanto no Cavern quanto em Abbey Road. “No Cavern foi como um bom ‘inferninho’. Sistema Alesis de 32 canais digitais, console Soundcraft MH3 e microfones da Sennheiser (os dois últimos são patrocinadores na casa). Sem muito o que elaborar, foram duas apresentações no mesmo dia”, explica. A primeira apresentação foi de manhã no "palquinho", que originou um dos DVDs do volume 1 (DVD triplo, sendo DVD 1 Cavern Club, DVD 2 Abbey Road e DVD 3 Documentário. O volume dois será o DVD 1 Cavern Club e DVD 2 Abbey Road), e o segundo show foi à noite no palco maior, onde Sir Paul McCartney toca até hoje de vez em quando. Quem conhece o Cavern Club sabe o quanto o lugar é pequeno e

Quase não foi preciso fazer overdubs quando de volta ao Brasil. Captação, nada de especial. Somente o cuidado para não "timbrar" demais

quanto é lado em suas paredes”, comenta. Quanto ao áudio, Cayo explica que, como a banda já faz esse trabalho há muitos anos, foi bem afiada e com o repertório na manga. “Quase não foi preciso fazer overdubs quando de volta ao

A ideia é entrar no clima dos anos 60, tanto que o video é em P&B”, avisa. Já no Abbey Road, houve algumas boas surpresas. “Gravamos no estúdio 2 como de praxe. Pesquisei os microfones usados na época e,

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Show no palco do Cavern Club

acredite, além dos modelos específicos usei OS MESMOS que os Beatles usaram nas gravações originais. Tinha Neumman U47 lá com número de série de 0147, 0148 e por aí vai, incrível. A banda também fez uma pesquisa muito grande”, comemora. E as surpresas não param por ai. Para a captação, Cayo contou com o apoio do engenheiro de áudio Chris Bolster que gravou nada mais nada menos que 3 dos 4 Beatles e é engenheiro residente do estúdio. “Fiz questão do Neumman AKG D19 para a captação OH mono, bem característica das gravações dos Beatles. Esse mic deu todo um charme nostálgico para a mixagem”, avalia.

MIXAGEM Como a ideia era conseguir extrair o som mais próximo possível do original, mas com o punch de hoje, Cayo conta que não existiu nenhuma tentativa de usar recursos que pudessem facilitar a mixagem. “Para se ter uma ideia, mais da metade das canções foram gravadas com panos cobrindo as peles dos tambores da bateria”, revela. “Poderíamos ter gravado músicas como Golden Slambers, Something, All you need is love, mas não tínhamos recursos (dinheiro) para trabalhar com orquestra lá. Portanto, as músicas gravadas foram com as que no máximo tinham participações de George Martin ou Billy Preston, por

Microfones usados na gravação Bateria 1 AKG D20 (BD) 4 AKG D19c (OH center, Tom, Floor and HH) 2 Neumann KM56 (Snare top and bottom) 2 Neumann U67 (OH) 1 Neumann KM54 Baixo 1 AKG C12

Guitarras 2 Neumann U67 Violões 2 Neumann U47/48 Percussão 1 Neumann U67 Vozes Neumann U47/48


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CAPA | REPORTAGEM| www.backstage.com.br 42 Banda durante a gravação no Abbey Road

exemplo”, completa. Para definir um caminho junto à banda, Cayo conta que foi preciso muito estudo e ouvir as versões originais e recriar os efeitos e timbres na mixagem, que foi totalmente digital. “Em Octopus's garden, por exemplo, no backing tem som bem específico. Para recriar, fiz um canal auxiliar para os backings e

Em Octopus's garden, por exemplo, no backing tem som bem específico. Para recriar, fiz um canal auxiliar para os backings

insertei um trêmolo e um rotary (pedalboard Logic Pro) juntos para dar o som. Consegui chegar bem próximo do original”, conta. Como nosso tempo era razoavelmente apertado por lá, optei pelo Pro Tools HD mesmo. Daria muito tra-

balho gravar em 2" e trazer aquele monte de fitas para o Brasil. Foram gravadas 38 músicas só em Abbey Road”, enumera. Outro fato interessante no Abbey eram os mics de room. Cayo conta que eram 4 Neumman U67 pendurados, L&R no centro da sala, na metade da altura do pé direito e os outros dois no final da sala no máximo de altura do pé direito. “Esses canais foram gravados. Tive duas opções de sala (de verdade) do Studio 2. Uma média e uma longa”, enumera.

IGUAL AO DOS BEATLES Durante a gravação, os instrumentos usados foram os mesmos utilizados pelos Beatles nas gravações originais: Rickenbackers, Hofners, Fenders, Martins, Ludwig etc. “O que tínhamos, levamos e o que não tínhamos, alugamos por lá”, conta Cayo. O DVD foi mixado e masterizado no home estúdio de Cayo, que contou com equipamentos já velhos conhecidos seus. Isso inclui um iMac i7 3.4 com 24GB de RAM Logic Pro X, Interface Apogee Quartet, Monitores Yamaha HS80M 5.1, Subwoofer Yamaha HS-


Cayo Felipe, ao centro, durante gravação no Abbey

10W, DSP Focusrite Liquid Mix 32, e Presonus Faderport. “A escolha é por simplesmente ser o equipamento de minha preferência, aquele que acordo e durmo com ele. Sei lidar muito bem com ele. Nada melhor que uma mixagem específica no lugar onde você mais conhece o equipamento”, avalia. “Sem falar que veio pronto de lá. Console SSL SL9000J e todos os periféricos. Lá, os

Na abertura desse disco tem o depoimento muito bacana do diretor do Cavern, que gravei no dia seguinte da apresentação

plug-ins EMI RS127 e RS135 são de verdade”, completa.

VIDEO O DVD do Cavern Club foi gravado dia 22 de março de 2013, há exatos 50 anos do lançamento de Please please me, em 22 de março de 1963. Foi daí que Cayo teve a ideia de deixar o vídeo em P&B, a fim de proporcionar uma atmosfera bastante interessante para quem o assiste. “Na abertura desse disco tem o depoimento muito bacana do diretor do Cavern, que gravei no dia seguinte da apresentação. Está colorida e, quando o depoimento termina, com uma pós com ruídos e sons de TV antiga, transporto quem está assistindo para 1963 e o show se inicia”, conta. Cayo Felipe explica que, ao contrário do que muitos podem pensar, o DVD do Cavern Club já foi capturado em preto e

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Via o resultado em real time pelo display, não foi feito nenhuma pósprodução em relação à colorização. Como falei, lá foi como os Beatles há 50 anos atrás, passagem de som rápida e ataque! Queria captar essa coisa de "barzinho" (Cayo Felipe)

Cayo Felipe foi responsável pela gravação e mixagem e masterização dos DVDs

branco. “Via o resultado em real time pelo display, não foi feito nenhuma pósprodução em relação à colorização. Como falei, lá foi como os Beatles há 50 anos atrás, passagem de som rápida e ataque! Queria captar essa coisa de "barzinho". Deixei os câmeras bem à vontade e na edição valorizei isso”, explica. O DVD de Abbey Road já teve um cuidado maior. Nos ângulos, formato, cor e luz. De acordo com Cayo, o objetivo era um efeito mais próximo possível das sessions dos Beatles. “Nada de Live from Abbey Road, como tudo que é gravado lá hoje, e sim natural. Acendi as lâmpadas PAR (do

próprio estúdio) sem gelatina e em mais ou menos 35%, só para tirar aquela "luz de cozinha" do estúdio. O resultado foi perfeito. As PAR de contra recortaram legal os músicos e deu um efeito bacana bem próximo de uma session de verdade”, fala. Gravado em 16:9 (24fps), Full HD, Cayo usou o Final Cut Pro X para edição, colorização e finalização. “Sou fã do programa, ele me dá inúmeras facilidades durante todo o processo. O multicam dele facilita demais e isso não tem preço”, justifica. “Pensei em fazer o DVD do Cavern em 4:3, mas aí, já achei roots demais”, completa.


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FUNDIÇÃO em PROGRESSO Originalmente sede de uma fábrica de fogões chamada Progresso, o atual centro multicultural e casa de espetáculos, localizado na Lapa, Centro do Rio de Janeiro, já foi e é palco de memoráveis shows e eventos. Há 31 anos integrando a cena artística da cidade, a Fundição Progresso começou um processo de modificação na sonorização, que contou com a participação da empresa Tukasom. redacao@backstage.com.br Fotos: Patrick Magalhães / Divulgação Revisão técnica: José Anselmo “Paulista”

A

Revista Backstage esteve na Fundição, durante o evento MPB de Braços Abertos, em novembro de 2013, que contou com Gilberto Gil e seu show Sucessos e Nando Reis, com o show Sei, para conferir de perto as mudanças em curso naquele polo cultural. Um dos produtores técnicos e diretor

de palco da casa há um ano, Dedé Ávila, comenta que a escolha da Tukasom para participar do processo de mudança na sonorização foi pensada em relação à dinâmica do local, diferente de outras casas de show do Rio. “Precisávamos de alguém que entendesse nosso propósito. Uma das nossas carências era em relação


Nando Reis apresenta seu show “Sei”

ao atendimento. E abrimos a porta para uma empresa paulista. No processo de licitação, a melhor oferta de serviços e equipamentos em relação ao preço foi da Tukasom”, observa. Dedé constata que após a chegada da Tukasom, o serviço de áudio da casa melhorou muito. “Sem sombra de dúvida a sonorização da casa mudou. Hoje o som é mais homogêneo, igual em todos os lados. Claro que existe um lugar ou outro em que o som se perde, mas as bandas e os técnicos vêm elogiando muito as mudanças. Fizemos uma distribuição de caixas embaixo da arquibancada, o que completou muito. Para as laterais também foi feito um estudo. A casa tem um pé direito de 20 metros. É um grande desafio e aos poucos foi sendo desenhado para ser o centro cultural que é”, resume. O diretor de palco revela que ainda existe um ranço de artistas que não tocavam na casa porque havia a fama de que o som era ruim. “O teto era aberto. A Fundição passou por um processo de tratamento

acústico com lã de vidro (que ajuda a absorver o som e a diminuir a reverberação) e rebatedores. Ainda falta uma etapa de melhorias, que é no teto. A partir de abril de 2014, entra o ar-condicionado. Isso ajuda a casa como um todo, elevando-a a outro patamar e atraindo outro público. Vamos terminar o jateamento com lã de vidro no teto e assim terminamos esse ciclo da acústica da casa”, ressalta. Essas mudanças estruturais visam melhorar o local para também abrigar eventos corporativos, que poderão vir acompanhando os grandes acontecimentos que chegarão ao Rio, como Copa e Olimpíadas. De acordo com Dedé, a ideia é que as empresas possam fazer na Fundição o lançamento de um carro, ou ainda festas, entre outras ações. “Gil não havia feito ainda um show completo na casa, apenas participações em eventos. Lulu Santos ficou 10 anos sem tocar aqui e tivemos dois dias lotados em outubro. Isso tudo é parte des-

se trabalho de melhora no ambiente. Temos 101 anos de Fundição e 31 anos de progresso. O alinhamento da casa é um só. Estamos preparados para receber de festas eletrônicas a orquestras sinfônicas’, frisa Dedé. O gerente da filial da Tukasom no Rio, José Anselmo “Paulista”, conta que a empresa foi chamada para prestar os serviços de sonorização da Fundição Progresso em maio de 2013. A estreia foi no Festival Brasil, evento que contou com shows de Arnaldo Antunes, Ana Cañas e Maria Gadú no palco principal. “Para isso houve uma preparação de uma semana no local, entre instalação, medições, alinhamento e ajustes do PA. Tudo foi dirigido diretamente pelo Tuka (Armando Baldassarra, proprietário da Tukasom). Ele mesmo cuidou do alinhamento, delays etc. Toda a instalação foi feita pela equipe da Tukasom São Paulo, pois a equipe do Rio estava em fase de contratação. Da equipe Rio, só eu participei da instalação inicial”, informa.

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ENTENDA O NOVO SISTEMA DE SONORIZAÇÃO DA FUNDIÇÃO

Temos um sistema de delay para a arquibancada e os camarotes com dois ‘clusters’ line array compostos de três caixas EAW KF730 cada, e outro sistema de delay line array composto de dois clusters com duas caixas DB Line 8 cada, cobrindo as frisas

Paulista destaca que no palco principal, chamado de “Palco Arena” (com 12 metros de boca de cena e oito de fundo, atendendo a mais de cinco mil pessoas), o sistema principal line array é composto de 12 caixas por lado, sendo oito EAW KF760 e quatro EAW KF761, além dos nove subwoofers EAW SB1000 por lado. “Temos um sistema de delay para a arquibancada e os camarotes com dois ‘clusters’ line array compostos de três caixas EAW KF730 cada, e outro sistema de delay line array composto de dois clusters com duas caixas DB Line 8 cada, cobrindo as frisas”, explica. Para montar a estrutura da distribuição sonora, há também mais um sistema “under balcony”, composto de seis caixas Yamaha DXR8 (ativas), que estão instaladas embaixo das arquibancadas. “Todo o sistema é alimentado por am-

plificadores Lab Gruppen, Powersoft e Yamaha e gerenciado por processadores de diversas marcas, buscando aproveitar os melhores recursos de cada um deles para atingir o melhor resultado de cobertura sonora”, garante Paulista. O console de PA utilizado na Fundição é uma Digidesign D-Show com Sidecar, com software e plug-ins atualizados em outubro de 2013 e multicabos digitais. Mas no caso de alguma banda ou técnico levar ou pedir para que uma mesa analógica seja usada, há também multicabos analógicos. Já no monitor, o gerente da Tukasom Rio informa que há uma console Yamaha PM5D-RH, 12 Monitores Clair modelo 12 AM, quatro monitores Turbo Sound modelo TF350 e side fill, estéreo composto de um Line Array EV modelo XLX 127, com 04 caixas por lado e 02 subwoofers Turbo Sound THL por lado. “Tudo alimentado por amplificadores JBL e Yamaha. À disposição ainda temos sistema de in-ear Sennheiser G3 e microfones sem fio série UHF-R,

O aperfeiçoamento da Fundição, de acordo com Gil

“O som melhorou muito a sonoridade. Eu tinha dificuldades muito grandes com a acústica da casa. A passagem de som foi mil vezes melhor do que das outras vezes em que estive aqui. E não só isso, as instalações gerais da Fundição melhoraram muito”, admirou-se Gilberto Gil. O cantor baiano recordou da época de criação da Fundição e ressaltou os aspectos positivos do local. “Aqui é uma obra em progresso, que já foi concebida dessa forma. Eu me lembro de quando Perfeito Fortuna,

Marieta Severo e outros se juntaram para fazer reciclar esse lugar a fim de destiná-lo à atividade cultural, havia esse conceito de camada sobre camada, tijolo sobre tijolo. Há muitos anos que a Fundição vem sendo feita e ela está chegando a um ponto de bastante qualidade, no sentido geral, em relação ao som, acomodações e à consagração do lugar como referência para toda a juventude, os grupos novos, os movimentos musicais. É uma obra em progresso, sempre fundida e refundida”.


Shure. E uma vasta lista de microfones com fio, além de backline variado”, enumera. Paulista ressalta que hoje o público está mais atento e é capaz de perceber as diferenças no áudio da Fundição. “Por mais leigo que o espectador seja, ele sabe diferenciar um bom som de algo razoável. Não desmerecendo as empresas que passaram pela Fundição anteriormente, mas a Tukasom

Para montar a estrutura da distribuição sonora, há também mais um sistema “under balcony”

fez uma mudança radical, tanto em cobertura, quanto em qualidade e potência sonora”, assegura, complementando que um dos diferenciais da empresa está no atendimento. De acordo com o gerente, o ambiente do palco Arena, que comporta aproximadamente três mil pessoas, é muito

reverberante, com um pé direito altíssimo (20 metros) bem no centro da plateia, além de arquibancadas e camarotes que vão quase até o teto. “Mas nada que uma boa distribuição dos componentes, um alinhamento direito e os acertos dos delays não minimizem muito”, ele acrescenta. “Com a casa cheia e o público quente e participante que comparece aos shows, as coisas facilitam. E com as novas mudanças estruturais que estão sendo feitas na casa, vai melhorar ainda mais”, completa. O segundo palco, chamado de São Sebastião, em homenagem ao padroeiro da cidade do Rio de Janeiro, é menor (pois na parte de baixo há uma área vazada de 700 metros quadrados, usada para atividades culturais), mais intimista, porém, segundo Paulista, é mais complexo de ser sonorizado. Com 25m x 15m e um metro de altura, o palco arena tem formato de um losango, em 360 graus, possibilitando maior proximidade do público, limitado a 1.500 pessoas, que pode ficar encostado ao palco, uma vez que não há grades de separação. “O cuidado foi em ter uma cobertura a mais perfeita possível e com pressão sonora para o público, interferindo o mínimo no som que as bandas ouvem no palco. Lá optamos por um sistema formado por oito caixas EAW KF850 penduradas no teto quase na horizontal (“de boca para baixo”), distribuídas simetricamente pelo espaço ao redor do palco”, esclarece Paulista. Para complementar pontos importantes, são utilizados um Line Array JBL VRX estéreo (ativo), e caixas Yamaha DXR12 (ativas) fazendo coberturas pontuais. Completam o sistema seis subwoofers EAW SB 1000. Integram a equipe da Tukasom RJ, além de Paulista, o técnico de PA, Octávio Sodré, o técnico de monitor Fabio Adriano e os assistentes técnicos Saulo de Souza e Mário Sérgio.

PROFISSIONAIS COMENTAM NOVA SONORIZAÇÃO Técnico de monitor de Nando Reis há 12 anos, Galvino Machado, conhecido por Capitão, contou que para o show do dia 9 de novembro, usou uma PM5D RH da empresa de locação. Ele garante que é importante para os shows de Nando ter dois microfones de ambiência, pois ele gosta de ouvir a resposta do público. “De backline, trouxemos amplificador de guitarra Laney, amplificador de contra baixo Ampeg, além de teclado, bateria e microfones Shotgun”, enumera. Há 10 anos também com Nando Reis, o técnico de PA Mauro

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Com a casa cheia e o público quente e participante que comparece aos shows, as coisas facilitam. E com as novas mudanças estruturais que estão sendo feitas na casa, vai melhorar ainda mais

Bianchi aponta como diferença o tratamento acústico que fizeram na casa. “Desde que a casa começou, há vários processos de melhoria. Antes, na própria passagem de som, já havia problemas e agora deu para perceber que o som chega perto daquele pretendido e a casa está reverberando menos”, comenta durante o ensaio. Responsável pelo PA de Gilberto Gil há 20 anos, Leco Possollo conta que já fez som na casa algumas vezes e, para ele, o problema principal é o tempo de reverberação muito grande. “Há também a irregularidade daqui, cada lugar do espaço tem um som. A casa ainda tem um potencial muito grande. Estou falando com a experiência de quem viaja bastante. Estou com 1.400 shows com o Gil”, ressalta Leco. Para testar o PA, Possolo tem uma playlist com músicas de referências. “A primeira da lista tem um grave muito forte e com ela eu já tenho como saber

como está o volume do surdo, se ele está em fase. A partir daí eu faço ajustes artísticos, depois do alinhamento do PA feito pela locadora”. Leco conta que Gil se incomoda com a volta do PA, mas se não há “gordurinhas” no som voltando para ele, o cantor também se inquieta. “ Ele não gosta mesmo é de grave em excesso, na realidade nem eu. Em algumas viagens pelo Brasil, há situações em que é preciso tirar seis, oito, 10 até 12 dB do surdo. Deixa de ser um surdo musical. Eu tomo cuidado com isso”, explica. O técnico chama a atenção para os cuidados com a preparação do PA em diversos locais. “Nós temos uma ferramenta na mão que pode machucar as pessoas. Não só causam dando auditivo, mas mal-estar. Um grave exagerado causa náuseas. O PA, quando tem vários elementos, é montado com pressão sonora diferente. Óbvio que as caixas que estão apontadas para baixo têm uma pressão sonora menor do que as intermediárias e do que as de cima, que tem um tiro longo”, analisa.

Caldeirão cultural no coração do Rio

A gerente de Projetos Culturais da Fundição, Vanessa Damasco, conta que como centro cultural, a casa abriga alguns dos principais grupos artísticos do Brasil. São eles Intrépida Trupe, a Cia Armazém de Teatro, o Teatro de Anônimo e a Orquestra Petrobras Sinfônica, que ensaiam, ministram aulas e se apresentam ali. “Aqui todos sambam entre o circo, o teatro, a dramaturgia, o cinema, a música clássica, a música popular, o design, a dança, a capoeira, a cultura popular, o hip hop, e muito mais”, comenta.

Como novidades para 2014, Vanessa adianta que a Fundição Progresso traz oficinas de percussão no projeto Repercussão (com os blocos atuantes no local), o Concurso Nacional de Marchinhas Carnavalescas (com bailes e desfiles de carnaval), o Rio Marchinhas - palco de carnaval da Lapa (com mais de 14 atrações locais), além da programação de verão da Fundição Progresso, com o ensaio do Monobloco. Tudo para agradar ao fiel público do local e todo mundo que gosta de curtir a Lapa carioca.


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ROLAND FA: REDEFININDO O CONCEITO DE

TECLADO WORKSTATION Luciano Freitas é técnico de áudio da Pro Studio americana com formação em ‘full mastering’

O ano de 2013 saiu de cena com fortes rumores de que a Roland descontinuaria, após mais de 10 anos de muito sucesso, sua consagrada linha de teclados workstation Fantom. Processo natural do mercado ou pura especulação, a verdade é que os aficionados pela marca contaram os dias até o 15 de janeiro, data na qual a empresa lançaria mundialmente suas principais novidades para o ano de 2014.

E

ntre os produtos apresentados, o que mais chamou a atenção foi ver que a empresa redefiniu por completo o seu conceito de teclado workstation, criando uma poderosa linha de equipamentos que preza pela facilidade de acesso às ferramentas de produção musical, permitindo-lhe manter um fluxo de trabalho ultrarrápido e com a máxima versatilidade. E o melhor de tudo: por um preço bem mais atrativo que o das suas workstations top de linha. Os integrantes da nova família de teclados workstation Roland FA (FA-06, com 61 teclas, e FA-08, com 88 teclas e mecanismo Ivory Feel-G, que simula a ação dos martelos de um piano) impressionam desde o momento em que são ligados, pois ficam completamente prontos para o uso em menos de 10 segundos.


Seu painel de LCD colorido de 5”, que traz as informações organizadas de forma lógica e intuitiva, aliado à seção Sound Modify (capaz de atuar em 24 parâmetros em tempo real por meio dos seus 6 controladores giratórios), permitem ao usuário o acesso tátil e visual à maioria das informações geradas pelo equipamento sem ter que recorrer a qualquer menu ou submenu. Com um poderoso gerador multitimbral de sons de 16 partes e 128 notas de polifonia, os integrantes da linha FA contam com mais de 2000 timbres derivados dos dois principais módulos de sons lançados pela Roland em toda a sua história: o INTEGRA-7 (atual módulo top de linha do fabricante) e o imortal XV-5080, podendo ainda ter seu banco sonoro expandido por meio de dois slots virtuais (compatíveis com as futuras coleções de expansão de sons desenvolvidas para a linha FA). Do XV-5080, o Roland FA herdou a síntese PCM (Synth e Drums), responsável por reproduzir alguns timbres clássicos ouvidos em vários sucessos da indús-

Painel LCD colorido de 5”

tria fonográfica; já do INTEGRA-7, o Roland FA herdou os timbres com a tecnologia proprietária Roland SuperNATURAL (Acoustic, Synth e Drum Kit). Dentre os timbres de instrumentos acústicos que utilizam a tecnologia SuperNATURAL (Acoustic e Drum Kit), o usuário encontrará uma vasta coleção de sons de pianos (acústicos e elétricos), órgãos, contrabaixos, cordas, metais e baterias - timbres estes que atingem um nível de expressividade e realismo superior graças ao algoritmo Behavior Modeling, responsável por analisar constantemente a execução musical e reagir com base em informações como o tipo de digitação (melodia ou acorde), o intervalo entre as notas reproduzidas, a velocidade de execução da frase musical e a articulação (execução ligada ou destacada das notas). Além dos timbres SuperNATURAL Acoustic e SuperNATURAL Drum Kit (estes derivados da atual safra de baterias eletrônicas da linha TD), o Roland FA conta com todos os timbres SuperNATURAL Synth presentes no INTEGRA-7, sendo to-

talmente compatível com a vasta e crescente coleção de sons de sintetizadores disponíveis para download gratuito no portal Roland Axial. Conhecidos pela capacidade de recriar os sons dos lendários sintetizadores vintages que marcaram as décadas de 1980 e 1990, bem como pela capacidade de criar novas texturas musicais antes acessíveis apenas aos usuários do módulo INTEGRA-7 e dos teclados Jupiter 50 e Jupiter 80, cada timbre da categoria SuperNATURAL Synth é capaz de reproduzir o som de três parciais, cada qual com um oscilador, um conjunto de filtros, uma seção de amplificador e um oscilador de baixas frequências (LFO). Além da vasta biblioteca sonora, o Roland FA possibilita ao usuário disparar arquivos de áudio (samplers no formato WAV, AIFF ou MP3) por meio de um conjunto de 16 pads (x 4 bancos) sensíveis ao toque (arquivos estes não compatíveis com o gerador de sons do equi-

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“ ” Como não poderia ser diferente, o Roland FA vem equipado com uma seleção de efeitos profissionais com qualidade de estúdio

pamento). Essas informações são armazenadas e acessadas diretamente de uma memória flash (cartão SDHC, semelhante aos utilizados atualmente nas máquinas fotográficas e filmadoras digitais), sendo carregadas de modo instantâneo no equipamento. Ainda é possível gravar e editar conteúdo para esses pads a partir dos próprios sons internos do Roland FA ou mesmo de sinais provenientes de fontes externas capturadas pelas suas entradas de áudio (conector P10 para microfone ou guitarra – conector P2 estéreo para sinais de linha). Além de reproduzir os samplers, esses pads podem ser utilizados para outras funções como, por exemplo, silenciar ou isolar (solo) as partes de um Studio Set (modo multitimbral do equipamento, com 16 partes) e introduzir valores numéricos aos parâmetros visualizados no painel. Como não poderia ser diferente, o Roland FA vem equipado com uma seleção de efeitos profissionais com qualidade de estúdio. Cada parte de um Studio Set possui um equalizador e um processador de efeitos dedicado (MFX, com 67 diferentes algoritmos e um efeito de vocoder exclusivo para a parte 1), além de compartilhar os efeitos globais de reverb e chorus. O canal 10 (drum part), em especial, conta também com 6 compressores e 6 equalizadores que possibilitam processar individualmente as peças de uma bateria. Para a saída principal do equipamento estão disponíveis

um equalizador e um compressor dedicados, capazes de dar aquele “toque final” na última etapa do fluxo de áudio, e os novos processadores TFX (Total FX), com efeitos diferenciados para produção de música eletrônica (EDM). Outra ferramenta que merece destaque no Roland FA é o seu sequenciador. Intuitivo e de fácil operação, essa ferramenta permite iniciar o registro das suas ideias pressionando um único botão. São 16 pistas disponíveis e dois modos de gravação (real time e step record), com a possibilidade de utilizar o seu gerador de padrões rítmicos para gerar pistas de percussão e bateria e o seu arpeggiator para simular a execução de determinados instrumentos musicais acústicos. Terminado o arranjo, agora é possível exportar todo o seu conteúdo para arquivos WAV (mixagem completa ou pistas individuais) e continuar a produção em uma DAW, tornando o equipamento uma poderosa ferramenta para captar as ideias iniciais que podem ser a base das futuras produções em larga escala no computador. E por falar em interação com o computador, além de operar como uma interface de áudio USB/MIDI (2 canais de entrada, 2 canais de saída), o Roland FA possui uma função dedicada (DAW Control) que lhe permite controlar os principais parâmetros de algumas DAWs existentes no mercado, entras elas o Cubase, o Logic e o Sonar, bem como seus plug-ins de efeitos e instrumentos virtuais.

Para saber online luciuspro@ig.com.br


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CUSTOMIZAÇÃO E DESIGN da bateria Recursos avançados que possibilitam maior flexibilidade e resultados mais realistas

A ideia é explorarmos mais os recursos avançados do Drummer, os quais permitem um nível de customização muito alto e, para aqueles que querem suprir a falta de um baterista, permitem também chegar a um resultado bem realista e com muitas variações.

no Logic Pro X

O

s padrões, uma vez bem trabalhados, também podem vir a complementar uma composição já em estágio de edição, assim como reforçar a bateria em algumas partes gravadas onde não

Vera Medina é produtora, cantora, compositora e professora de canto e produção de áudio

guns casos, sem vergonha e, como já disse, o resultado pode ser surpreendente. Vamos começar nosso trabalho abrindo um template do Logic Pro X. Vá ao menu File > New From Template (ou

Figura 1

haja mais possibilidade de voltar ao estúdio e regravar. Levando o conceito ao extremo, uma bateria real tocada por um baterista de alto nível e gravada num estúdio de porte sempre será insubstituível, mas nem todos têm acesso, dinheiro ou tempo para chegar a este resultado. Vale a pena utilizar os recursos “virtuais” em al-

tecle Command + N) e escolha a opção Songwriter (Figura 1). O Drummer já estará aberto na primeira pista intitulada Portland, contendo já uma trilha de bateria no gênero alternativo baseada no Kit Portland. Se você clicar no lado direito inferior da tecla no botão Details, aparecerão op-


quados do beat. Se você escolher mais complexidade e intensidade no painel x-y, os hi-hats serão mais abertos. Ao contrário, soarão mais fechados.

DRUM KIT DESIGNER

Figura 2

ções para configuração de Feel, Ghost Notes e equilíbrio de Hihat (Figura 2). O botão Feel possui dois rótulos, Pull e Push. Se você girar mais para a direita no sentido do Push, o baterista tocará um pouco à frente do beat e para o lado esquerdo em direção ao Pull, para trás do beat. Ghost Notes, aplicadas à bateria, usualmente são notas sincopadas de caixa (snare drum) tocadas de forma bem sutil, com baixa intensidade durante um groove, com objetivo de acrescentar swing. Figura 4 Numa microfonação real, devem ser tratadas adequadamente. Percebe- se que esta função é bem avançada e permite aproximação

Figura 3

da realidade. Arrastar o botão permite ajustar o nível que você deseja

O Drum Kit Designer é um instrumento virtual baseado em bateria acústica sampleada em camadas. A diferença está em sua integração com o Drummer. Através da Biblioteca (Library), é possível acessar os diferentes Kits disponíveis (Figura 3). Note que ao final da lista de Drum Kits há um item chamado Producer Kits. Abrindo este menu, os nomes dos

que as ghost notes sejam ouvidas kits se repetem com um + na frenem sua performance. É importante. Vamos abordar este assunto em te observar que a disponibilidade deste recurso depende do baterista escolhido e a complexidade da configuração. Se você tiver o hi-hat escolhido numa performance, é possível ajustar a razão entre hi-hats abertos e fechados. Você pode optar pela opção Automatic ou, tirando esta seleção, ajustar manualmente essa proporção. Com a opção Automatic seleci- Figura 5 onada, os hi-hats vão abrir e fechar breve. Primeiramente, vamos ver automaticamente nos locais adecomo acessar os Drum Kits e alte-

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Figura 6

“ ” Se você tiver encontrado o kit de seu gosto, assim como a performance, pode ser interessante mudar para o modo de Producer Kits

para melhor desempenho da máquina. Se você tiver encontrado o kit de seu gosto, assim como a performance, pode ser interessante mudar para o modo de Producer Kits. Como disse anteriormente, eles estão na lista final dos Drum Kits, dentro da categoria

Figura 7

rar seus parâmetros. Em Library, escolha o Drum Kit de sua preferência. No caso continuaremos com o Portland. Ao clicar sobre o Channel Strip > Drum Kit, você abre a visualização do seu set de bateria (Figura 4). Agora clique sobre uma peça da bateria. Nesse caso vamos clicar sobre o bumbo (Figura 5). Ao lado esquerdo surgem outros bumbos que poderão ser substituídos pelo primeiro do kit Portland. Fica clara agora a versatilidade do uso dos kits do Drum Designer. A visualização da bateria também pode ser acessada diretamente pelo Drum Editor (Figura 6). Lembre-se que nesse caso, foi criada a pista através do Drummer, o qual já estava incorporado no template que abrimos. Se abrir o Drum Kit Designer através de uma pista de instrumento virtual (Software Instrument), você não conseguirá acessar o Drum Editor. Seguindo este caminho, são portanto acessados kits de bateria que representam um mix down estéreo de um kit inteiro. São como presets otimizados

Figura 8


Figura 9

Producer Kits e esses presets são identificados com um + logo adiante do nome original. Utilizando os kits desta categoria, aumentam as possibilidades de edição e alterações. Primeiramente, vamos escolher o kit Producer Kit > Portland +. Perceba que agora temos um kit multi-instrumentos (Figura 7 e Figura 8). Se você seguir o mesmo raciocínio, só

que agora clicando sobre uma das peças da bateria, terá acesso ao Drum Designer no Channel Strip. Basta clicar sobre ele que verá a bateria, como fizemos anteriormente. Mas se você clicar sobre uma peça, por exemplo, o bumbo terá muito mais opções de peças para alterar (Figura 9). Neste modo, há um consumo maior de CPU, porém, um controle maior sobre as alterações possíveis. Lembrando ainda que, nos dois casos, temos acesso a um menu de edição do lado direito da janela do Drum Kit Designer. Este menu permite a edição de vários parâmetros, tais como afinação e ganho. Ainda utilizando os Producer Kits, é possível ver no mixer to-

dos os canais, auxiliares etc., e ainda alterar os níveis, solo, mute, pan de cada uma das peças. Considerando que abordamos vários níveis de edição, desde a escolha do estilo, baterista, edição de peças, complexidade do loop até detalhamento no Producer Kits, temos um mundo inteiro para explorar em termos de ritmo. Boa sorte na sua aventura!

Para saber online

vera.medina@uol.com.br www.veramedina.com.br

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Session Setup

O Ableton live permite gravar tudo que você toca no Session View em tempo real diretamente no Arrangement View (Janela de Gravação Linear)

ABLETON LIVE Jam Recording – Gravando!!

Lika Meinberg é produtor, orquestrador, arranjador, compositor, sound designer, pianista/tecladista. Estudou direção de Orquestra, música para cinema e sound design na Berklee College of Music em Boston.

D

igamos que você tenha organizado seus loops, segmentos de áudio ou mesmo MIDI e preparou seus mapeamentos no Session View com o seu controller predileto e está inspirado para tocar e deseja gravar o resultado

desse insight. Ou está produzindo uma trilha para um filme, ou ainda preparando o material sonoro para um game e precisa disso “pra ontem”. Isso é fácil e intuitivo no Ableton Live. Vamos ao setup: arraste do diretório no


HD algum material sonoro para nossa Jam Recording. Já está tudo

nhecer alguns fundamentos do programa. Por isso, insisto que

nais horizontais), mas deve voltar à coluna do Master Track para continuar a disparar sua programação original. Voltando à coluna, selecione qualquer Row e aperte Enter. Let´s Jamming Aperte Enter para disparar o Master Track e a tecla F9 para gravar no Arrangement View. Assim, tudo que você tocar na janela Session View estará sendo gravado de forma linear (áudio ou MIDI) no outro setor do programa: Arrangement View. Outra opção é tocar em tempo real via plug-in também. Aperte a tecla TAB do computador para alternar entre as duas interfaces, ou simplesmente clique nesses ícones no canto superior direito da janela. Repare que esses

Jamming - Improvisando

Alternar Session - Arrangement

Habilitar Arrangement Window

mapeado para ser disparado pelo controlador MIDI (confira também a coluna anterior: Launching and Mapping 1&2, se tiver dúvidas). Vamos disparar nosso material via Master Track (vide destaque em vermelho indicado pela seta na imagem acima) usando o teclado do computado. Selecione o primeiro Clip na coluna do Master Track e aperte Enter para tocarmos os Track Rows (canais horizontais). Estaremos tocando sincronizadamente podendo então disparar nossos clips individualmente também via MIDI Controller (qualquer Clip Slot pode ser mapeado, ou mesmo acionado pelo cursor do mouse “on flight” em tempo real). Não tem com que se preocupar. Tudo dá certo no Live, basta co-

procure os tutoriais de edições anteriores caso tenham alguma dúvida. Você pode usar as setas do teclado do computador para navegar pelos Clips e apertar Enter para dispará-los, mesmo já estando em performance, sem interferir na programação dos Track Rows (ca-

ícones indicam Visão Vertical ou Horizontal do seu projeto e, de fato, é essa uma das diferenças entre as duas interfaces. Bem, a essa altura já devemos ter um bom material gravado! Alterne Session View > Arrangement View e observe que tudo que foi tocado está realmente gravado

Master Track

Não tem com que se preocupar. Tudo dá certo no Live, basta conhecer alguns fundamentos do programa. Por isso, insisto que procurem os tutoriais 61


ABLETON LIVE| www.backstage.com.br 62

Resultado da gravação

agora, de maneira linear, “Horizontal” na janela do Arrangement View. Observe ainda que a janela está toda acinzentada (Grey). Isso significa que

Repare que foi possível inserir espaços em branco, repetir trechos inúmeras vezes e gravar em tempo real MIDI com plugin, ou mesmo áudio via microfone ainda não está habilitada para tocar o que foi gravado. Veja a seta indicando o ícone em cor laranja. Clique nele e nossa janela estará habilitada (note que o ícone desaparece). Agora, com visibilidade, repare que tudo foi gravado. Esse recurso do Ableton Live é incrivel, pois possibilita organizar as jams, composições, ou arranjos e experi-

mentar diversas combinações, e só finalizar o seu trabalho quando estiver satisfeito com o resultado. Repare que foi possível inserir espaços em branco, repetir trechos inúmeras vezes e gravar em tempo real MIDI com plug-in, ou mesmo áudio via microfone, ou de qualquer fonte de áudio. E, claro, o resultado da gravação pode (e deve) ser reutilizado de volta no Session View. Aliás, isso será matéria de tutorial futuro. Boa sorte & Jams a todos!

Para saber online

Facebook - Lika Meinberg www.myspace.com/lmeinberg


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BAIXO ELÉTRICO| www.backstage.com.br 64

ABAFADORES DE

Abafar as cordas para um pizzicato mais contundente, confortável e sem ruídos causados por harmônicos ou cordas desprevenidamente soando... Uma idéia que já se pensou na ponte, colocando uma borracha ou pedaço de espuma sob as cordas, e mesmo com elásticos femininos de cabelo sobre as cordas no capotrasto (eu mesmo uso cadarços coloridos para este fim). Porém a empresa Gruv Gear vem com esta idéia elaborada, revisada e ampliada para conforto e tocabilidade do músico.

CORDA Jorge Pescara é baixista, artista da Jazz Station e autor do ‘Dicionário brasileiro de contrabaixo elétrico’

G

ruv Gear é uma empresa norteamericana sediada na Califórnia com distribuição nos cinco continentes, cujo propósito básico é produzir produtos inovadores, projetados para profissionais de várias áreas, tais como DJs, fotógrafos, operadores de câmera, entre outros. A linha de opções é extensa, indo desde carrinhos de mão para colocar cases e equipamentos, até produtos de mais alta qualidade: Gig bags de altíssimo padrão, mochilas especiais, correias duplas para guitarra ou baixo, em formato X ou Y, (tipo de equipamento já abordado em nesta coluna, tempos atrás), e por aí vai. Porém, o que nos chama a atenção desta empresa é um produto dos mais pequenos e discretos: os chamados FretWraps, que são velcros especiais com elásticos e espuma servindo como abafadores de corda. Este dispositivo é instalado facilmente por ser colocado sobre as cordas próximo ao início do braço (pode ser colocado sobre os primeiros trastes, ou mesmo sobre o capotrasto). Isto causa um efetivo abafamento direto de todas as cordas, cortando assim os harmônicos indesejáveis (aqueles que soam apenas por ressonância simpática) que tanto atrapalham uma performance, seja

em estúdio ou no palco. Para os entusiastas de linhas soul/funky pizzicato, com seu timbre cortante, forte e decay rápido, onde cada nota é totalmente auto explicativa e de curta duração, é uma ótima opção. Para os tapping ou touchstyle maníacos (opa, aqui eu entro), torna a vida muito mais fácil! Como o abafador é totalmente ajustável, é muito prático escolher a pressão desejada para abafamento, com a melhoria de possuir quatro opções de tamanho: SM – Para baixos de 4 a 5 cordas, guitarras e violões (aço) de 6 cordas; MD – Para baixos de 5 a 6 cordas e violões de nylon; LG – Para baixos de 6 a 7 cordas e guitarras de 7 a 8 cordas;


XL – Para baixos de 9 a 12 cordas, touchguitars (Chapman Stick, Mobius Megatar, Warr guitars etc.), contrabaixos acústicos e guitarras com mais de 8 cordas (sim, elas existem...). Pode-se usar o FretWrap pouco antes do capotraste e, quando necessitar de mais abafamento, rapidamente puxá-lo para cima do primeiro traste. Ato muito comum para quem já assistiu o contra-

baixista Victor Wooten (o mesmo fazem seu irmão Regi e o segundo baixista da Wooten band) ao vivo. Não há muito mais a dizer sobre este dispositivo, porque ele é totalmente simples e prático. Fato é que este material não deve ser substituto para um efetivo estudo de abafamento das cordas com a mão direita sobre a ponte, ou com os dedos da mão esquerda, mas proporcionam uma opção a mais para um toque limpo e claro. Para adquirir, deve-se visitar o site (www.gruvgear.com/fretwraps) e comprar diretamente com o fabricante, recebendo através dos correios. Como o preço é tão simples como o produto (al-

go em torno de U$30 mais o envio de sedex) já considerei ter dois em casa para o caso do meu baixo ou do touchguitar requererem sons mais abafados. Está necessitando de mais opções técnicas para abafar notas e cordas? FretWrap Gruv Gear é a resposta. Paz Profunda!

Para saber online

jorgepescara@backstage.com.br http://jorgepescara.com.br

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Ricardo Mendes é produtor, professor e autor de ‘Guitarra: harmonia, técnica e improvisação’

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D O fenômeno da reverberação inclui alguns fatores, e estes são transformados em parâmetros para serem ajustados. Compreender o significado de cada um é extremamente importante para obter melhores resultados da utilização do reverb.

irect Sound (som direto) – Quando estamos em um ambiente, o primeiro som que chega a nós é o som que vem direto do instrumento. As reflexões irão chegar milissegundos depois. Como em uma mixagem normalmente utilizamos o reverb em um canal auxiliar, o som direto já é tocado no próprio canal do instrumento. Neste caso, o parâmetro do som direto deve

tempo que decorre entre o som direto e as primeiras reflexões atingirem o ouvido. É o pre-delay que nos dá a noção de quanto estamos próximos ou distantes da parede. Se houver um espaço de tempo grande entre o som direto e as reflexões iniciais, a nossa mente entende que as paredes estão longe. Se o tempo for curto, nossa mente nos avisa que as paredes estão próximas. Pode-

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REVERBS 2

Se o tempo for curto, nossa mente nos avisa que as paredes estão próximas. Podemos ter essa noção perfeitamente mesmo na completa escuridão

ser colocado em zero ou off. Alguns, ao invés de ter o parâmetro som direto, têm o “mix”, que é um balanço entre o som direto e o som reverberado. Pre-delay (atraso prévio) – Tirando as reflexões que vêm do chão, é o espaço de

mos ter essa noção perfeitamente mesmo na completa escuridão onde não seja possível ver as paredes. É comum a utilização de pre-delays de até 120ms (milissegundos). Um recurso muito interessante é colocar o pre-


delay no tempo da música. Por exemplo, em uma música com um andamento em 120 bpm (batidas por minuto), a semínima teria uma duração de 500ms (milissegundos). A colcheia de 250ms e a semicolcheia de 125ms. Ajustar o predelay em 125ms, no caso de uma música no andamento de 120 bpm, pode criar um interessante efeito rítmico. Early Reflections (reflexões iniciais) – São os sons que refletem nas paredes e tetos mais próximos. São os primeiros sons que chegam ao ouvido após o tempo de pre-delay. O timbre das reflexões iniciais também nos fala sobre a natureza do espaço. Se as reflexões iniciais forem brilhantes, provavelmente estaremos em uma sala com paredes de concreto ou granito. Se elas forem menos brilhantes, poderemos estar em uma biblio-

Figura 1

Figura 2

teca com muitos livros. Se elas quase não tiverem brilho, poderemos estar dentro do estoque de uma loja de tecidos.

Size (tamanho) – Este parâmetro controla a distância entre as reflexões iniciais. Quando as reflexões iniciais são muito próximas entre

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Figura 3

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si, sabemos também que se trata de um espaço pequeno. Quando elas são mais espaçadas, nossa mente nos informa que o espaço é maior. Decay (duração) – É o tempo que as reflexões duram. Também conhecido como causa do reverb. Normalmente

Alguns reverbs ainda oferecem a possibilidade de adicionar um pouco de chorus ou detune nas reflexões

para ambientação dificilmente se usará um decay maior do que 1500ms, mas para efeitos especiais com, por exemplo, uma caixa eventual em um estilo reggae-dub-style, podemos usar reverbs de até 10 segundos. Density (densidade) – Determina a quantidade das reflexões na cauda do reverb. Quanto maior a difusão, mais denso o reverb será por causa da regularidade no preenchimento do espaço. Diffusion (difusão) – Determina a taxa

da densidade após o som inicial. Valores baixos para densidade e difusão criarão um reverb mais “granulado”. Fica muito bom para vocais, por exemplo. Já para sons percussivos, é melhor uma taxa mais alta nestes parâmetros, criando uma reverberação mais natural e consistente. Modulation (modulação) – Alguns reverbs ainda oferecem a possibilidade de adicionar um pouco de chorus ou detune nas reflexões para fazê-los soar mais complexos e também para evitar algumas ressonâncias, mas sempre muito cuidado e critério ao utilizar a modulação, pois ela pode fazer um instrumento soar de forma não natural. A linha vermelha é o som direto, o predelay é o espaço entre a linha vermelha e o triângulo azul, as linhas laranja são as reflexões iniciais, o tamanho é o espaço entre as linhas laranja, o triângulo azul é a duração, e a transparência do triângulo azul é a densidade. Repare que apesar de fabricantes diferentes, layouts diferentes e até nomes diferentes para os parâmetros, os controles exercem aproximadamente as mesmas funções. Abraços e até o mês quem vem.

Para saber mais redacao@backstage.com.br


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A J E T PRO

O Ã Ç I D U SUA A SEU PR

Você já sentiu os ouvidos tampados após sair de um show? Você já teve zumbido após um longo período de exposição a níveis sonoros elevados? Esses sintomas estão relacionados a uma perda auditiva temporária e podem indicar a possibilidade de uma perda auditiva permanente.

O H L A B A R T E D O T N E INCIPAL INSTRUM redacao@backstage.com.br Fotos: Divulgação

S

egundo a doutora especializada em audiologia e fonoaudióloga Katya Freire, diversos estudos apontam que aproximadamente 40% das pessoas expostas à música alta apresentam perda auditiva permanente e mais de 70% adquirem perda auditiva temporária e zumbido após esta exposição. Para evitar e diminuir essas ocorrências, é preciso que os profissionais envolvidos

com o áudio se conscientizem sobre a importância do uso de protetores como os auriculares. “É de suma importância que o técnico de áudio conheça não somente a audição de quem ele monitora como a sua própria, pois perdas auditivas nestes profissionais são muito comuns, o que pode prejudicar muito a qualidade das mixagens do som”, comenta Katya Freire.

O baterista Giba Favery começou a perceber certa sensibilidade a determinados tipos sons


FISIOLOGIA DA AUDIÇÃO Zumbido, Hiperacusia e a Fonofobia. Mas afinal, o que são? A doutora Katya explica que existem várias causas de deficiência auditiva que não são possíveis de se evitar, como, por exemplo, as de natureza genética, patológicas ou por consequência do envelhecimento natural. No entanto, a perda auditiva causada por exposição a níveis sonoros elevados pode ser evitada e os médicos otorrinolaringologistas, os fonoaudiólogos e os técnicos de áudio devem estar muito

atentos a todos os danos causados por essa exposição, sugerindo medidas preventivas. “A exposição a sons extremamente intensos podem acometer a saúde do indivíduo de forma direta, causando alterações auditivas, vestibulares, ou de forma indireta, causando danos que podem ser chamados de efeitos extra-auditivos. Esses efeitos são subdivididos em Alterações Auditivas, que são a Perda Auditiva, Zumbido, Hiperacusia, Recrutamento e Diplacusia; as Alterações

gressiva, mais lenta, em consequência de se ouvir música em níveis sonoros muitos elevados, usar constantemente equipamentos portáteis de som com fones de ouvido, frequentar boates, trios elétricos, shows e muitas outras atividades que, num primeiro momento, provocam uma alteração temporária auditiva, e que, com o passar do tempo, tornam-se perdas auditivas permanentes, irreversíveis, conhecidas como perda auditiva induzida pelo ruído (PAIR).

Giba Favery, baterista profissional há 27 anos, começou a perceber certa sensibilidade a determinados tipos sons, principalmente os agudos, quando ainda era estudante da Berklee College of Music, em Boston (EUA), em 1997. “Estava em uma fase intensa de estudos e passava horas em cima do instrumento com muito pouca proteção. Um dia acordei com zumbido nos ouvidos e começou uma grande luta para tentar encontrar uma solução para o problema”, recorda-se. “Minha perda auditiva não foi significativamente grande, mas com ela veio o zumbido, a hiperacusia e a fonofobia. Passei por diversos tratamentos aqui e fora do Brasil, e hoje em dia meu problema está controlado, e sigo minha carreira de baterista. Entretanto, tenho que me proteger para que meu problema não volte com a mesma intensidade que me acometeu”, explica o músico, que hoje em dia sempre faz uso de filtros auditivos especiais para músicos, moldados no formato do ouvido e fones de ouvido in- ear para sistema de monitoração em shows e gravações. “Com eles consigo ouvir perfeitamente e fico protegido dos volumes sonoros que podem causar lesões irreversíveis para a audição”, avalia Favery.

A exposição a sons extremamente intensos podem acometer a saúde do indivíduo de forma direta, causando alterações auditivas (Katya Freire) Vestibulares, que compreendem a Vertigem e o Desequilíbrio; e, por fim, as Alterações Extra-auditivas, que afetam o sono, a concentração, o ritmo cardíaco, e podem causar cefaleia, depressão e irritabilidade”, enumera. A perda auditiva é uma das consequências mais frequentes da exposição a níveis de pressão sonora elevados, podendo ser classificada como aguda ou crônica. “As perdas auditivas agudas são aquelas que estão relacionadas a exposições repentinas a sons extremamente intensos, como a explosão de uma bomba, um tiro, um rojão, ou até mesmo as microfonias das caixas de som durantes shows. Isso pode ocorrer por apenas alguns segundos, porém de uma maneira tão intensa que provoca um trauma acústico”, especifica a fonoaudióloga. Já as perdas auditivas crônicas são aquelas que se instalam de maneira pro-

ZUMBIDO O zumbido é um sintoma e não uma causa. Pode-se compará-lo a um quadro febril, que é considerado um sinal de alerta, que informa que algo no organismo não está em equilíbrio. Ou seja, todas as possíveis causas devem ser investigadas para que o tratamento mais adequado seja indicado. Embora existam inúmeras causas do zumbido, existe uma grande associação da sua incidência com a perda auditiva induzida por níveis de pressão sonora elevados (NPS). Sons como apito, barulho de cachoeira, motor, grilo, chuva, panela de pressão, chiado, rádio fora de sintonia, cigarra, batimentos cardíacos, abelha, e muitos outros estão entre os mais citados pelos pacientes. “Inúmeros músicos têm admitido que sofrem de zumbido e relatam ter seus desempenhos musicais limitados, ou mesmo relatam

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Um dos tipos de protetor intrauricular

Aqueles que mais têm queixas de zumbido após a exposição a níveis de pressão sonora elevados são os violinistas e os bateristas, devido à proximidade do instrumento a uma única orelha e à posição dos pratos na altura de ambas as orelhas, respectivamente (Katya Freire)

terem se aposentado da profissão de músico devido a esse problema. Aqueles que mais têm queixas de zumbido após a exposição a níveis de pressão sonora elevados são os violinistas e os bateristas, devido à proximidade do instrumento a uma única orelha e à posição dos pratos na altura de ambas as orelhas, respectivamente”, alerta a especialista.

HIPERACUSIA A hiperacusia é um incômodo ou uma intolerância a sons de intensidade baixa. Ocorre em indivíduos com audição normal e representa uma sensibilidade anormal, ou seja, intolerância a sons de baixa e moderada intensidade. Quando se manifesta, provoca sensação de desconforto a inúmeros sons do meio ambiente, mesmo de intensidade baixa ou moderada, independentemente da frequência que o compõem, por exemplo: os sons da água corrente, do ventilador, do refrigerador, da lava-louças, do carro, do telefone, da campainha, de porta sendo fechada etc. Existe uma tendência por parte das pessoas que têm hiperacusia de utilizar protetores auditivos para se protegerem dos sons. No entanto, essa prática é inadequada e contraindicada. Protetores auditivos, sejam eles de qual modelo forem, têm como função primária proteger a audição de sons intensos que causem danos nocivos ao sistema auditivo. Já para exposição a sons que não têm intensidade suficiente para causar esse prejuízo, não existe a indicação de proteção. “Ao contrário do que se imagina, o uso ex-

cessivo de protetores auditivos, em situações de sons pouco intensos, piora o quadro de intolerância, tornando a audição hipersensível. Muitas vezes, pessoas que não apresentam nenhum sintoma de hiperacusia acabam desencadeando-a, como consequência do uso abusivo de protetores por um longo período em ambientes quase silenciosos. Para avaliar a hiperacusia, é feito o exame de Loudness Disconfort Level (LDL)”, comenta Katya Freire.

RECRUTAMENTO O fenômeno do recrutamento origina-se na cóclea e pode ser descrito como um aumento da sensação de intensidade experimentada pelo paciente e que cresce desproporcionalmente em relação ao crescimento da intensidade física.

Protetores mais simples também diminuem riscos


Explicando de maneira muito simples, a pessoa com uma cóclea saudável experimenta a sensação da amplificação dos sons baixos e uma diminuição dos sons mais intensos. Quando existe uma lesão de células ciliadas externas (CCE), pode-se dizer que ocorreu uma lesão coclear, e a sensação será contrária à relatada acima: os sons baixos não serão ouvidos e os intensos serão ouvidos de modo exacerbado. A queixa do paciente é que os sons altos o incomodam.

DIPLACUSIA Um dos sinais de diplacusia é o músico ter a percepção da nota musical como linear, ou que está tocando fora do tom. A diplacusia trata-se de uma combinação patológica de frequências e pitch (sensação de frequência), que podem envolver dissonâncias ou uma súbita mudança de pitch quando ocorre uma mudança de loudness (sensação de intensidade).

Alguns protetores podem ser feitos por encomenda para adaptação perfeita

PROTEÇÃO AUDITIVA O National Institute for Occupational Safety and Health (NIOSH) recomenda que os níveis de exposição não excedam 85 dBA por 8 horas de intensidade contínua e que, a cada 3 dB no aumento da intensidade, diminua-se pela metade o tempo de exposição. Essa relação entre o nível de pressão sonora e o tempo máximo de exposição permitido é o que pode ser considerado “seguro” sem o uso de protetores auditivos. Ainda de acordo com a NIOSH, um indivíduo que está exposto a 109 dBA poderá ficar somente por 1 minuto e 53 segundos sem nenhuma proteção, conforme a tabela. “Considerando que muitos palcos brasileiros têm uma média de 115 dB de nível sonoro, e que muitos músicos e técnicos ainda não têm consciência sobre saúde auditiva, o risco de perda auditiva nessa população é grande e preocupante”, diz a fonoaudióloga. “Sendo assim, fica nítida a

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Tabela NIOSH Recomendação da NIOSH sobre o nível de intensidade (dBA) e o tempo de exposição permitido sem o uso de proteção auditiva: 85 dB ............................................. 8hs 88 dB ............................................. 4hs 91 dB ............................................. 2hs 94 dB .............................................. 1 h 97 dB ........................................ 30 min 100 dB ...................................... 15 min 103 dB ................................... 7min30s 106 dB ................................... 3min45s 109 dB ................................... 1min53s Músicos também podem usar monitores de palco

Existem os protetores personalizados, manufaturados a partir de uma prémoldagem, que possuem filtros lineares de 9 dB, 15 dB e 25 dB, e que podem ser trocados conforme a necessidade.

importância do uso de protetores auditivos quando se está exposto a níveis sonoros acima dos permitidos. Porém, é necessário o uso de protetores específicos para músicos para que se alcance o objetivo da proteção auditiva desejada”, completa.

PROTETORES Muitos músicos e técnicos de áudio não utilizam protetores auditivos por desconhecerem o que a tecnologia atual pode oferecer. Existem hoje protetores com filtro flat (atenuador linear), que mantêm o mesmo espectro de frequência do som original, atenuando apenas o nível de pressão sonora em níveis de 9, 15 ou 25 dB, dependendo do ambiente ou instrumento a que estão expostos. Existem os protetores personalizados, manufaturados a partir de uma prémoldagem, que possuem filtros lineares de 9 dB, 15 dB e 25 dB, e que podem ser trocados conforme a necessidade. A escolha do filtro depende do nível sonoro, do tempo a que o músico está exposto e do tipo de instrumento que toca. Se a opção for ter o melhor custo-benefício, é indicado o protetor auditivo universal, com filtro linear fixo de 20 dB. Esses protetores não são indicados somente para músicos, mas também para DJs, técnicos de som e todos aqueles que necessitam de proteção auditiva, mas com a manutenção da percepção dos sons da fala, mantendo a qualidade sonora original.

PRESERVAÇÃO AUDITIVA Para a especialista Katya Freire, para se falar em Preservação Auditiva é necessário que exista uma consciência da importância da prevenção da perda auditiva para os profissionais da música. “Na realidade brasileira nem sempre isso é possível, sendo necessário, antes de tudo, uma mudança cultural. Para tornar factível esse tipo de prevenção, e baseada na prática clínica do atendimento personalizado a músicos brasileiros e técnicos de som, assim como na realidade do show business no país, sugiro que um Programa de Conservação Auditiva para Músicos (PCAM), seja composto pelos seguintes itens: monitoração da exposição ao NPS (SPL); Reposicionamento físico da banda; Avaliação Audio lógica mínima: audiometria de 250 Hz a 16 kHz e emissões otoacústicas; Indicação de protetores e monitores personalizados; e mudança cultural, através de orientação e conscientização”, equaciona. Mesmo com todo o avanço da medicina e da tecnologia, ainda não é possível reverter um quadro de perda auditiva por ruído. “Equipamentos e instrumentos musicais são possíveis de serem substituídos, o que não acontece com o sistema auditivo. Curtir o som é bom, mas para manter o bom funcionamento de seu principal instrumento de trabalho, proteja sua audição”, recomenda a especialista em audiologia.


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Festival de Verão redacao@backstage.com.br Fotos: Divulgação

investe em

Realizado entre 29 de janeiro e 1 de fevereiro, a edição 2014 do Festival de Verão de Salvador manteve a tradição de qualidade musical e tecnologia que têm seguido nos últimos anos. Mais de 120 mil pessoas se dividiram entre os dois palcos e a tenda eletrônica para acompanhar as mais de 40 atrações que se apresentaram no evento, fazendo uso dos sistemas Avid.

A Nota da Redação: A repor tagem foi elaborada com base nas informações da assessoria de imprensa da Avid.

o todo, foram usados cinco sistemas Mix Rack, um sistema Profile e dois sistemas SC48. Além disso, uma unidade da nova Avid S3L somou-se ao rider de mixagem de som ao vivo de artistas como Ivete Sangalo, Só Pra Contrariar, Saulo, Claudia Leitte, Frejat, Paralamas do Sucesso, Revelação, Jorge & Mateus, Timbalada, Har-

monia do Samba, Maria Gadú, Nando Reis, Luan Santana, Psirico, Gusttavo Lima, Matheus Fernandes, Aviões do Forró, Pablo e os internacionais The Wailers e Ne-Yo. “Geralmente, utilizamos 48 canais em nosso show, mas no Festival de Verão, em especial, precisei usar 52 canais por conta de participações de orquestras e


de Salvador

mistura de ritmos túdio para o ao vivo, isso facilita muito o trabalho” afirma Deny, técnico de PA de Claudia Leitte.

Os técnicos também contaram com presença da assistência da Quanta Live, distribuidora oficial da marca

coral, e o sistema da Avid atende perfeitamente à essa necessidade” comenta Jaksandro Silva, técnico de PA do cantor Saulo. Além da qualidade de áudio e a flexibilidade de operação, os técnicos apontam como uma das maiores vantagens dos sistemas Avid o pioneiro processamento interno de plug-ins. Graças à esta tecnologia é possível obter num sistema de mixagem ao vivo as mesmas ferramentas, efeitos e fidelidade do som de estúdio. “Com a Avid tive a oportunidade de trazer muito do meu trabalho em es-

Além da qualidade de áudio e a flexibilidade de operação, os técnicos apontam como uma das maiores vantagens dos sistemas Avid

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Há pouco mais de três anos trabalhando com o sistema de som ao vivo da Avid, pude contar com a praticidade do processamento interno de plug-ins e com um suporte de primeira oferecido pela Quanta Live (Thiago Marcello)

Kalunga, PA de Ivete Sangalo

no Brasil, no backstage do evento. “Há pouco mais de três anos trabalhando com o sistema de som ao vivo da Avid, pude contar com a praticidade do proces-

Cassimba, técnico de PA do Harmonia do Samba

samento interno de plug-ins e com um suporte de primeira oferecido pela Quanta Live” ressalta Thiago Marcello, técnico de PA do cantor Gusttavo Lima.


Batata, técnico de PA do SPC

Jaksandro, técnico de PA do Saulo

DEMONSTRAÇÃO AVID S3L Nesta edição do Festival de Verão os técnicos também puderam conhecer um pouco mais sobre os recursos da nova Avid S3L. Durante todo o evento um sistema S3L, composto por uma superfície

possibilitando gravações e reproduções de até 64 canais por meio de um único cabo de rede. O técnico de PA Ivan Aragão Cunha, mais conhecido como “Batata”, que tem utilizado o sistema na nova turnê da banda Só Pra Contrariar, comentou

Marcello Felix, PA da dupla Jorge e Matheus

Thiago Marcello, técnico de PA do Gusttavo Lima

de controle, uma engine e stage box, tudo conectado por Ethernet AVB, ficou instalado em um

que, depois de dois meses utilizando o sistema com 56 canais, se surpreendeu com a qualidade do áudio e a praticida-

Deny faz o PA de Claudia Leitte

estande técnico nos bastidores do festival para demonstração. Trata-se de um sistema compacto, modular e com integração direta com Pro Tools 11 e plug-ins AAX,

de do sistema. “Além disso, temos gravados todos os canais em Pro Tools, o que nos dá a possibilidade de criar mídia com muito mais velocidade e em alta qualidade”, completou.

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EXPO MUSICAL

Afonso Tonelli

N

os dias 21, 22 e 23 de março, o RESORT PLAZA ITAPEMA, um lindíssimo balneário em Santa Catarina, foi palco de uma feira de negócios que reuniu 128 lojistas de todo o Brasil, e, acompanhados de esposas e filhos, se divertiram e fizeram bons negócios.

Segundo Afonso Tonelli, diretor da Musical Plus Representações e realizador do evento, “neste ano conseguimos manter e até aumentar os bons resultados do ano passado, provando que este evento já se firmou como um grande provedor de negócios do nosso mercado, pois o lojistas fica


PLUS - NEGÓCIOS E LAZER

Petito, da Pleidisco, recebe o prêmio do sorteio de um carro zero

junto com toda a família num local com toda a infraestrutura de lazer. Ao final do evento, aconteceu um jantar com a música da banda catarinense Sweet Memory (oferecida pela Empresa Oneal Áudio). Também foi sorteado pela organização do evento um carro Fiat Uno 0 Km.

Expositores Basso - C. Ibañez - Casio - Di Música Dreamer - Edon - Fire - FSA - Hering Nagano Drums - Octagon - Oneal - Orion Quanta - RMV - Ronsani - Santo Angelo Sennheiser - Solez - Tagima

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VITRINE ILUMINAÇÃO| www.backstage.com.br

CADERNO ILUMINAÇÃO

MADTEC www.decomac.com.br O novo MadTec tem o poderoso LED Quad Osram de 15w (4 em 1). Graças às suas lentes de design francês com maior desempenho e melhor aproximação que resulta em um raio de 8 graus mais concentrado, este novo modelo incorpora todos os benefícios de um MadTec pequeno, baixo ruído, tamanho pequeno que lhe dão velocidade incomparável e permite que você obtenha o máximo de proveito em espaços apertados. Painel de controle traseiro com 4 botões de fácil acesso aos seus 3 modelos de controle (DMX, MASTER/SLAVE).

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MAC QUANTUM WASH LIGHT www.martin.com A Martin apresenta seu mais novo MAC Quantum Wash. O equipamento é um moving head projetado para aplicações exigentes, o Quantum Wash MAC apresenta uma construção compacta e robusta que oferece fácil manuseio, movimentos de alta velocidade e baixo ruído de refrigeração. O Quantum Wash MAC também combina uma paleta de cores da Martin Professional com uma mistura uniforme, feixes apertados e belos efeitos wash que oferecem brilho e perfeição.

LANCER BEAM 5R www.proshows.com.br Rápido e silencioso, o Lancer Beam 5R FC/2 é um equipamento PLS de alta performance que veio para fazer a diferença. Possui lâmpada 5R, com 15 canais DMX, 14 cores mais abertas e 17 gobos incríveis. Proporciona um show de luminosidade, com mais brilho e durabilidade. Ideal para casas noturnas, shows, eventos sociais e corporativos. Entre suas especificações técnicas estão frequência de 50/60Hz, temperatura de cor de 6000K, strobo de 1-13 flashes/segundo, potência de 350W, pan de 540° e tilt de 265°. O efeito beam pode ser convertido em automize effect.


PROLED PH 4.5MM BLACK www.proshows.com.br Especialmente para a Copa do Mundo, a PROLED apresenta aos brasileiros o painel de LED PH 4,5 mm Black. Leve, prático e versátil, o PH 4,5 mm representa uma excelente opção para as aplicações de alta resolução. Pode ser vendido em módulos ou em gabinetes. Possui LEDs SMD 3in1, densidade de pixels de 49.382/m², 16,7 milhões de cores e um sistema de controle sensível que pode ajustar o brilho da tela automaticamente de acordo com a mudança de iluminação interior e exterior. Além disso, proporciona imagens vivas, com altas taxas de contraste e brilho, que atendem a demanda de alta qualidade visual do uso comercial. O consumo médio é de 300-600 W/m², e consumo máximo de 1080 W/m².

TRI SHOT LED www.equipo.com.br O TriShot LED é um modificador de cor de três cores em LED. Este compacto spot de luz se encaixa em praticamente qualquer lugar e possui sete cores pré-programadas, sendo capaz também de mistura completa de RGB. Seu ajuste de foco manual cria extremidades precisas ou uma suave varredura rápida e fácil. O TriShot LED opera silenciosamente e oferece programas automatizados de cores cativantes e sete canais de controle DMX. Destacam-se ainda nas suas especificações técnicas ângulo de facho de 11°, intensidade de iluminação de 305 lux@ 2m, programas de disparo automatizados via master/slave.

XLED 2007 BEAM www.pr-lighting.com A PR apresentou na feira de Frankfurt o novo XLED 2007 Beam. Este equipamento, pesando apenas 4,36 kg, tem todas as vantagens da XLED 336, e vai além disso, pois pode rodar indefinidamente (bem como operar em som para o modo de luz). O equipamento contém sete das fontes de luz Osram Ostar, cerca de 15W cada, com LED 4 em 1 para mistura de cores.

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ILUMINAÇÃO| www.backstage.com.br

CADERNO ILUMINAÇÃO

CENÁRIOS E TENDÊNCIAS NA

ILUMINAÇÃO Na última conversa, as inovações tecnológicas e as tendências a elas relacionadas eram analisadas como facetas de um mercado profissional que continuamente se desenvolve, a partir de necessidades ou natural evolução, ou mesmo, pela adoção de posturas e demandas, com base em requisitos e princípios vinculados à sustentabilidade. Neste texto, centrado em uma única tecnologia, outras premissas serão analisadas.

CÊNICA

PARTE 2

Cezar Galhart é técnico em eletrônica, produtor de eventos, baixista e professor dos Cursos de Eventos, Design de Interiores e Design Gráfico do Unicuritiba. Pesquisador em Iluminação Cênica, atualmente cursa Pós-Graduação em Iluminação e Design de Interiores no IPOG.

O

século XX foi marcado pela maioria das grandes invenções e (r)evoluções tecnológicas da História. E o desenvolvimento ocorreu de maneira irregular, com uma concentração temporal dos avanços nos sistemas de informação de maneira irrepreensível nos últimos 25 anos. Neste contexto, os LEDs – LightEmitting Diodes ou, em língua portuguesa, diodos emissores de luz – que eram dispositivos usados basicamente para a sinalização visual no início da década de 1990, em menos de dez anos, passaram a ser desenvolvidos como principais fontes luminosas para refletores na iluminação cênica e atualmente ocupam aproximadamente 10% do mercado global – o que representa quase 100 bilhões de dólares no mercado mundial. Além desses dispositivos, muitas das principais descobertas e invenções que hoje são realidade não passavam de sonhos e eram classificadas como ficção ci-

entífica na década de 1960 - fossem na literatura, nas séries de TV, no cinema, nos filmes de animação (e desenhos animados da TV), nas histórias em quadrinhos etc. Nessas manifestações e produções culturais, a sociedade do século 21 era retratada como um conjunto de consumidores controlados, cuja alimentação era produzida em cápsulas (pílulas), os meios de transporte levitavam em vias invisíveis e cenários do cotidiano eram repletos de formas curvilíneas e muita iluminação, colorida e sequenciada em velocidades desconfortáveis aos olhos dos expectadores. Mesmo que esses cenários sejam percebidos hoje como fantasias ingênuas e despretensiosas, muitas das “previsões” daquele período atualmente são possíveis, algumas ainda que em desuso; para outras, ainda se configuram em “sonhos”. No entanto, neste contexto, a iluminação cênica também era imagi-


Fonte: Trek Core

Figura 1: Iluminação com painéis uniformes – Star Trek (década de 1960).

nada como algo surreal, e acreditava-se que a grande evolução seria relacionada à maior quantidade de fontes e instrumentos de iluminação produzidos e configurados em reduzidos equipamentos. Em parte, isso realmente ocorreu. Alguns projetos de iluminação cênica compreendem centenas de instrumentos, em quantidades que há 30 ou 40 anos eram inimagináveis (e impossíveis, devido às limitações técnicas e tecnológicas). Alguns equipamentos também tornaram-se menores, mais otimizados e o controle, que era analógico, hoje se diversifica e oferece uma gama de possibilidades, graças às plataformas disponíveis. Muitos conceitos mudaram, mas para outros, ainda há muito a se desenvolver. O que esperar para os próximos anos e até para a próxima década? Não é possível prever o futuro; mas é salutar e oportuno antecipar tendências. Enquanto o mercado rapidamente se adapta à incorporação do HBLED - High-Brightness LED, ou LEDs com elevado brilho – outras tecnologias evoluem e caminham para o mesmo setor. Surgem então os OLEDs. Os OLEDs – Organic Light-Emitting Diodes – surgiram, como conceito,

ainda na década de 1950. Desde então, o desenvolvimento tecnológico de soluções da nanotecnologia e que resultaram nos OLEDs proporcionou uma aproximação real das expectativas criadas nos primórdios dos cenários futuristas da metade do século 20 para a atualidade. Como exemplo, e para os aficionados em Star Trek, muitas das soluções tecnológicas que eram mostradas na série produzida na década de 1960 para ambientes amplamente e perfeitamente iluminados com dispositivos flexíveis já são possíveis com os OLEDs. Atualmente, são amplamente utilizados como monitores em telefones, tablets, laptops e em outras aplicações, tais como TVs e mesmo iluminação de veículos. Entretanto, o uso de OLEDs na iluminação tem sido relativamente limitado nos projetos de interiores (comerciais e residenciais) e também nas aplicações artísticas especializadas, como é o caso da Iluminação Cênica. Como principais vantagens, os OLEDs são produzidos com brilhos mais intensos e maiores contrastes – pois se configuram em placas com superfícies iluminantes, em detrimento dos LEDs que são fontes luminosas puntiformes;

um único display pode reproduzir uma quantidade muito maior de cores do que um refletor com LEDs; por serem estruturas finas e flexíveis, tendem a ser produzidos nas mais diversificadas formas e dimensões; e ainda possuem melhor eficiência, como um todo. Além dessas vantagens, são desenvolvidos em consonância com outras formas de energias mais sustentáveis (e, naturalmente, menos poluentes e menos ambientalmente impactantes), tais como a solar e a eólica. Como algumas desvantagens, são dispositivos frágeis e sensíveis à umidade e à irradiação ultravioleta (raios UVs). Também, ainda possuem reduzida vida mediana, comparados aos HBLEDs disponíveis no mercado. Alguns desafios naturalmente conferem aos OLEDs algumas perspectivas mais modestas – principalmente na expansão desse produto em relação ao mercado. Atualmente, a relação de investimentos, mensurada em dólares por lúmen faz com que o preço seja similar aos LEDs inorgânicos, ambos atingindo cerca de US$ 15 por mil lúmen. Atualmente, os painéis de OLEDs custam aproximadamente US$ 1.500 para cada metro

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Fonte: Cool Hunting

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Figura 2: Aspecto de um display com várias unidades OLEDs.

quadrado. Em menos de 5 anos, os OLEDs serão produzidos com índice de reprodução de cores - IRC - superior a 95 (o que significa uma eficiência de 95% na reprodução exata das cores, se comparadas à mesma reprodução com a luz solar), intensidades superiores a 150 lm/ W (isso seria o triplo da capacidade atual) e vida mediana superior a 40 mil horas, o que representará um patamar incomparável de performance e superioridade em comparação às outras tecnologias existentes. Também, são pesquisados e produzidos seis tipos de OLEDs, com aplicações na indústria e em soluções diversas. Desses, destacam-se dois tipos: PMOLEDs (ou PM-OLEDs) e AMOLEDs (ou AM-OLEDs). Os PMOLEDs - Passive Matrix Organic Light Emitting Diodes – são sistemas matriciais (com linhas e colunas de displays) nos quais são reproduzidos textos e ícones como principais informações a serem exibidas. Neste tipo de formato, os espaços entre as linhas e colunas podem também ser ativados para a reprodução de pixels individuais nos pontos de interseção.

Os AMOLEDs - Active Matrix Organic Light Emitting Diodes -, tem muitas semelhanças com o PMOLEDs. No entanto, o AMOLED incorpora mais elementos como um circuito de driver, tornando mais fácil controlar os elementos individuais na matriz, bem como proporcionar uma maior flexibilidade e um maior nível de desempenho global e capacidade. Como resultado, o AMOLED já é mais amplamente utilizado em aplicações mais exigentes em que são necessários níveis mais elevados de desempenho (como, por exemplo, nos monitores dos smartphones). Ainda não é certo que os OLEDs tenham a mesma aceitação que os LEDs tiveram – e que, mesmo com uma ampla aceitação, levaram quase uma década para serem produzidos em larga escala. Nos atuais cenários, conforme mencionado anteriormente, os OLEDs seguem o mesmo caminho que os LEDs: atualmente, compõem-se em soluções de suporte; ainda não são os protagonistas para uma determinada finalidade (por exemplo, no mercado de telas para TVs, concorrem com outras tecnologias,


Fonte: Holst Centre

Figura 3: Aspecto de um display com uma única unidade OLED, de maior dimensão

Fonte: Philips Lighting

tais como LCD e Plasma) e ainda requerem visibilidade no mercado. Mas existe outro cenário ao qual os OLEDs podem ocupar e preencher, como uma lacuna irrestrita e imprevisível: a integração total entre

Figura 4: Fergie com o traje desenvolvido com displays OLEDs.

estruturas e elementos cenográficos e de iluminação cênica. Em junho de 2011, a banda Black Eyed Peas utilizou em palco uma aplicação experimental para os OLEDs:

em um projeto integrado e desenvolvido pelo lighting designer e executivo holandês da Philips LIghting, Rogier Van der Heide, com a costume designer (estilista) sueca B. Åkerlund, todos os trajes e vestuários para a banda foram produzidos com placas de OLEDs em formatos e tamanhos diversos, e controladas por sinais digitais, de forma a sincronizar esses dispositivos com os demais. Para o catsuit (“Macacão”) de couro que a vocalista Fergie usou naquela turnê, por exemplo, foram utilizados 75 painéis, que “respondiam” aos estímulos das canções, como se fossem equalizadores gráficos musicais. Se para trajes as possibilidades foram totalmente compatíveis – ainda mais pela leveza e flexibilidade –, para rotundas (cortinas ou telas de fundo) e bambolinas (faixa ou testeira que esconde a estrutura de iluminação nos teatros, também conhecida como urdimento) –, em outros elementos estéticos e visuais para espetáculos teatrais e shows, além de áreas mais amplas com iluminação uniforme, as possibilidades de configuração, disposição e aplicabilidade são inúmeras. No ano seguinte, a empresa estadunidense HM Electronics, Inc. utilizou

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Fonte: HM Electronics, Inc./Clear-Com

Figura 5: Diamond Jubilee Concert – no exterior do Palácio de Buckingham (Londres, Inglaterra, 4 de junho de 2012)

um sistema matricial de endereçamento de dados e informações integradas na realização do show que celebrou o aniversário de sessenta anos de coroação da Rainha Elizabeth II no trono do

disponibilizam luminárias, módulos e painéis com OLEDs. Negativamente, pelos elevados custos e pelas limitações (desvantagens) acima descritas, o que, atualmente, impactam

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Para muitos lighting designers, o uso dos OLEDs na Iluminação Cênica será um caminho natural e irreversível, frente a cenários inimagináveis e fascinantes Reino Unido, e uso de painéis com AMOLEDs. Entretanto, fica uma dúvida: houve algum progresso desde então (após a realização desses dois eventos)? Sim, e ao mesmo tempo, não. Positivamente, em relação ao desenvolvimento dos OLEDs de forma a serem dispositivos aptos a serem produzidos, comercializados e implementados em projetos de iluminação para as mais diversificadas aplicações e finalidades. Empresas com a Philips, a GE e OSRAM já

nas decisões e nos projetos, de forma a não utilizarem ainda toda a versatilidade e possibilidades desses dispositivos. Para muitos lighting designers, o uso dos OLEDs na Iluminação Cênica será um caminho natural e irreversível, frente a cenários inimagináveis e fascinantes – em todos os sentidos (e percepções visuais). Abraços e até a próxima conversa!

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NOVO SITE DA CANTORA RAQUEL MELLO A cantora está com um website para divulgar seu próximo trabalho, Há um Deus no Céu, com a finalidade de aproximar ainda mais o público das notícias, agendas e outras atividades da adoradora. Com um layout moderno e visual que segue as artes gráficas do seu álbum, no site é possível conferir as últimas notícias sobre o ministério da cantora, além de agenda completa de suas ministrações, discografia, biografia, fotos, vídeos, contatos para agendamento e interação com suas redes sociais.

MÚSICA DE MARCO AURÉLIO É TRILHA SONORA NA TV Uma grande surpresa para o cantor Marco Aurélio. A sua música de sucesso chamada Só Jesus foi selecionada como trilha sonora em uma das cenas da minissérie Milagres de Jesus, no episódio que relatou a história sobre A cura do servo do centurião, exibida na TV Record. Marco Aurélio lançará seu terceiro álbum pela Central Gospel Music no segundo semestre deste ano.

Vanilda Bordieri

prepara CD inédito para 2014

A cantora acaba de confirmar a produção de seu novo álbum, que será o quarto título de Vanilda lançado pela Musile Records, novo selo da Aliança Produção e Distribuição, dando sequência aos sucessos Assim Sou Eu, A Pesca e Pra Deus é Nada, que venderam mais de 120 mil cópias. O repertório já está definido e promete impactar o público cristão com 15 faixas inéditas. O time de compositores inclui Leandro Borges, André Buenno, Cláudio Louvor, Moisés Cleyton, Rogério Júnior, Nikolas Ribeiro, além das canções autorais de Vanilda Bordieri. A produção musical ficará sob a responsabilidade do maestro Ronny Barboza. Agora é só curtir as novidades na página do Twitter @MusileRecords.

Som da Paz Depois de morar e trabalhar por 11 anos nos EUA, o pastor Jorge William Nascimento Dias voltou à sua terra natal e iniciou um trabalho de evangelismo urbano, utilizando a música como “vara de pescar”. Ele começou o trabalho sozinho tocando na orla de Copacabana, e o projeto amadureceu. Hoje, o Som da Paz é composto por seis músicos, que utilizam aparelhagem própria (equipamento de som, instrumentos e um gerador de 7KVA), e se apresenta em locais como Largo da Carioca, Praça XV, Arpoador, Lapa e Praça Araribóia (Niterói). Aproveitando o horário do rush, entre às 16h e 18h (exceto na Lapa), o SDP surpreende as pessoas que circulam apressadas, fazendo-as parar por um instante para curtir boa música cristã em diversos ritmos como Baião, Reggae, Bossa Nova, Jazz, MPB,

Blues, Samba Canção, entre outros. As apresentações geralmente são abertas com temas instrumentais e incluem The Masquarede (George Benson), Samba de uma nota só e Desafinado (Tom Jobim), Amazonas (João Donato), entre outros. O SDP também apresente seu repertório de músicas autorais. Além do gerador de 7 KVA, o grupo também utiliza um monitor de LED de 50 polegadas. O equipamento fica postado atrás da bateria e exibe vídeos com as belas paisagens do Rio de Janeiro, além das assinaturas dos apoiadores. O Som da Paz é composto por Jorge William – violão e voz; Lucas Fernandes – Teclado; Jean Carlos – baixo; Aluizio Laurindo – Guitarras; Edir Gonçalves – Bateria e Eliéu Santiago – Backing vocal. O grupo prepara um DVD e CD que serão lançados neste mês de abril.

PEQUENO ADORADOR

Fiel, Aos Pés da Cruz, Faz Um Milagre em Mim e Identidade - com direito a participação do cantor e compositor Anderson Freire - estão entre as regravações. O álbum traz dez inesquecíveis canções e uma faixa inédita na voz do menino de apenas seis anos. E conta com a produção de Emerson Pinheiro.

Já está na fábrica o CD Grandes Sucessos na Voz de Gabriel. O primeiro do pequeno adorador Gabriel, que emociona não apenas pela virtuosidade vocal, mas por tudo que transmite. Ressuscita-me, Advogado

DVD Heloisa Rosa em fase de mixagem Gravado ao vivo no Teatro Bradesco (SP), o novo álbum da cantora registra os sucessos de Heloisa Rosa pela primeira vez em vídeo. Já em fase de mixagem, etapa que consiste no equilíbrio dos planos e timbragem de to-

LIBERTA-ME O DVD Liberta-me, de Fernanda Brum, já está na fábrica. Foram oito meses de pré-produção até a gravação no dia 31 de agosto de 2013 no Chevrolet Hall em Recife. E o engajamento de centenas

dos os instrumentos e vozes que irão compor o áudio final, o lançamento está previsto ainda para o primeiro semestre de 2014, com a marca Musile Records, novo selo da Aliança Produção e Distribuição.

de profissionais, desde a decisão de gravar o primeiro DVD da MK na capital pernambucana, até a viabilização do projeto, que foi captado dentro do "Canta Recife" - evento já consagrado no estado. Liberta-me (que já conquistou Disco de Platina) é a base do DVD,

mas dois medleys garantiram momentos inesquecíveis: um formado por clássicos do repertório da cantora, como Aos Teus Pés e Meu Bem Maior; e outros com sucessos românticos, que teve participação de Emerson Pinheiro (produtor e marido da cantora).


Nova Vida O novo álbum do cantor PG já tem nome definido. Nova Vida (MK Music) dá nome à terceira música que PG compôs para o projeto. O cantor tem testemunhos de vida marcantes e muitos são conhecidos por seus admiradores. Todas as etapas, boas ou não, serviram de inspiração para o novo CD, que celebra seus 10 anos de carreira solo e 20 de ministério. Nova Vida será o sexto trabalho solo de PG pela MK Music. O novo trabalho traz a maioria das canções de autoria de PG, que tem parcerias apenas nas composições, com Anderson Freire e pastor Lucas – também do cast MK Music. O estúdio construído na casa do cantor (PG Music Studios) foi fundamental para o início das gravações. PG decidiu que a maior parte da produção seria realizada nele, para ficar ainda mais próximo de sua família.

Na Fábrica Mais um lançamento MK Music na fábrica. O CD A Misericórdia Me Alcançou, de Tuca Nascimento, que assinou contrato com a gravadora em fevereiro deste ano, já teve a capa do CD publicada com exclusividade pela presidente da gravadora, Yvelise de Oliveira. Ao todo, dez canções integram o projeto. A produção é também de Tuca Nascimento, que assina cinco faixas em parcerias com outros cantores e compositores, além de participações especiais, entre elas, o Trio Nascimento com Gisele, Michelle e Wilian.

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DANIELLI MARINHO | REDACAO@BACKSTAGE.COM.BR

Lançamentos

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Boas Novas pra Você! Danielle Rizzutti

Fortaleza André Valadão

A Graça Music acaba de lançar mais um CD de Danielle Rizzutti. Boas Novas pra Você! traz canções voltadas para o público infantil de autoria de Michael Sullivan, R.R. Soares, Anayle Lima e Cláudia Motta. Com direção e produção musical de Michael Sullivan e direção geral de R.R. Soares, o CD foi masterizado no Estúdio Vison, e gravado e mixado no Estúdio Clave de Sullivan.

Fortaleza é o título do décimo-primeiro trabalho do cantor e pastor André Valadão. O CD foi gravado ao vivo na capital cearense e reúne, além de canções inéditas, regravações com nova roupagem. Entre as participações especiais estão Ana Paula Valadão, Mariana Valadão e Thalles Roberto. Este é o primeiro projeto do cantor com o selo da gravadora Som Livre. Ao longo de sua carreira, André Valadão já vendeu mais de 1,6 milhão de CDs e foi indicado por duas vezes ao Grammy Latino.

Ao Vivo no Hangar Vineyard Conhecido por trazer ao Brasil canções como Reina em Mim, Quebrantado, Me Derramar e Vem, Esta é a Hora, o Ministério Vineyard, a partir de um inusitado cenário formado por diversas aeronaves, traz em seu o novo disco 15 faixas que conduzem o público a uma experiência emocionante através da música.

Romper meus limites Gislaine e Mylena As capixabas lançam o álbum produzido por Tuca Nascimento lançando mão do estilo sertanejo pop como base, mas com direito a experimentações. Nas dez faixas do CD, cada uma traz uma história, um propósito, uma mensagem.

A Porta Ariely Bonati A escolha do repertório foi cuidadosa e levou oito meses. O terceiro trabalho desta curitibana pela MK Music, oitavo de sua carreira, conta com os produtores Emerson Pinheiro e Melk Carvalhedo. As músicas têm uma levada sertaneja e foram compostas por Anderson Freire, André Freire, Alan & Junior, Junior Maciel &Josias Teixeira, George de Paula e Rick & Renan.

Juntos – Ao vivo Vários artistas A coletânea da MK Music traz diversos hits de artistas consagrados com Aline Barros, Bruna Karla, Kleber Lucas, Regis Danese, entre outros, num total de 14 faixas.


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O PARAÍSO AGORA omo os leitores habituais da coluna já sabem, venho contando em sequência a história dos discos da minha carreira. Depois de Passado, Presente, Futuro e do Terra - ambos do trio Sá, Rodrix & Guarabyra - e dos cinco primeiros da dupla, chego ao sexto de Sá & Guarabyra, O Paraíso Agora.

C

Com o Dez Anos Juntos vendendo que nem tomate na feira – o que o levaria a ser um dos melhores casos de custo-benefício da história da fonografia brasileira, já que custou uma merreca e ficou cerca de vinte anos em catálogo, vendendo pra lá de milhão de cópias – assinamos novo contrato com a RCA, que agora sorria de orelha a orelha... Partimos com gana e disposição para uma nova curva ascendente na carreira, via gravação de um novo disco. Guarabyra chegou com título e música prontos: O Paraíso Agora. Dado o momento que vivíamos, aprovei ambos prazerosamente. Como eu morava no Rio e as gravações iriam rolar em São Paulo, fui mudado provisoriamente para uma enorme cobertura no então pujante Lord Palace Hotel, onde a RCA costumava hospedar o cast alienígena, em pleno largo de Santa Cecília e a dois passos – largos! - do estúdio. Em 1983, Santa Cecília era um lugar interessantíssimo. Espero que o seja até hoje, já que faz tempo que não ando por aquelas bandas. Tinha uns

botecos tradicionalérrimos, onde eu, Guarabyra, Johnny “B. Goode” Magalhães, Lyzandro “Liso” Antônio e o nosso então empresário Ralf Ramos costumávamos devorar um inacreditavelmente bom fígado de peru marinado de café da manhã e jogar sinuca à noite. Numa dessas madrugadas de tacos e bolas, a PM resolveu dar uma geral no boteco e veio exigir nossos documentos. Quase caímos de rir quando Guarabyra apresentou o que restava de sua carteira provisória de músico profissional que a OMB


LUIZCARLOSSA@UOL.COM.BR | LUIZCARLOSSA.BLOGSPOT.COM

petem. Reforçando esse encarte único, as maravilhosas ilustrações surrealistas de Renê (nossa, ninguém naquele tempo usava sobrenome?) plantavam mulheres em vasos de flores, seios em taças de milkshake, rostos femininos em luas crescentes, olhos em cachoeiras, cachorros humanóides em salas de TV e o que mais sua imaginação enxergasse através de nossas músicas. Não satisfeitos com tudo isso, acrescentamos ao encarte letras cifradas e profusos agradecimentos a uma infinidade de amigos que nos apoiavam nas boas e más horas. Foi no Paraíso também que Gernot tentou mudar o logo da dupla. Para que pudéssemos comparar o novo logotipo com o antigo, ele colocou ambos na parte interna do encarte. Até hoje usamos o antigo, mas revendo a arte do novo, fico ainda na dúvida. Outra coisa importante na história desse disco é o fato de que – por força de estarmos morando em cida-

fornecia quase a contragosto, feita, diga-se de passagem, de um papelão meia-boca. O PM “bad guy” olhou praquilo com o desprezo estampado na testa: - Que é que é isso aí, ô meu? Era a minha deixa: - Aí, ele está comigo. E joguei minha vermelhinha da Ordem dos Advogados do Brasil na mesa. Jamais saía sem ela. O PM “bad guy” ficou tão perplexo ao entender que eu - aquele hippie cabeludo de bata indiana e jeans desbotados – fazia de algum jeito parte do establishment da lei que perdeu o balanço, o que proporcionou ao outro PM, o “good guy”, um sorriso pacificador: - Os cara são gente boa. Vamo nessa. Eles saíram e nós mal conseguimos continuar o jogo, às gargalhadas, assistindo o Guarabyra tentar reconstituir o quebra-cabeça em que se transformara sua estraçalhada carteirinha. Até hoje não sei se ele pediu a 2ª via... Mas voltando ao disco: o produtor, nosso amigo Guti Carvalho, morava no Rio e estava super ocupado, envolvido com vários projetos simultâneos, já que a RCA resolvera investir e crescer no mercado. Guti delegou então ao guitarrista Rick Ferreira a produção executiva. Rick, braço direito do nosso querido Erasmo Carlos, não estava habituado ao jeito Sá & Guarabyra de ser e ficou realmente bolado com a maneira de conduzirmos as gravações, pilotadas de fato pelo tecladista e arranjador Ruriá Duprat, sobrinho de Rogério, filho de Régis e nosso orgulho particular de co-descoberta. Naqueles princípios de 80, os MIDI reinavam: Ruriá comandava seus emulator, polysix e prophet 5 com prazer e eficiência. Com o tempo, Rick entrou no barato e fez belas intervenções em Cheiro Mineiro de Flor, Porta do Farol, Animais Domésticos e Fogo Pagô. Além disso tudo, estávamos estreando uma nova banda de apoio: Alaor Neves na batera, o inesquecível Sergio Kaffa no baixo, Marco Bosco na percussão, o próprio Ruriá nos teclados e Betto Martins na guitarra, este o último remanescente da banda Ponte Aérea, que nos acompanhara no Dez Anos Juntos. Na parte gráfica, ganhamos outro presente genial, convocando de novo a dupla Gernot Stiegler (layout) e Ella Durst (fotos). A foto de Ella no encarte captando nosso momentum de concentração nos Guild, guitarra e violão, é uma daquelas coisas que não se re-

Naqueles princípios de 80, os MIDI reinavam: Ruriá comandava seus emulator, polysix e prophet 5 com prazer e eficiência. Com o tempo, Rick entrou no barato...

des diferentes num tempo onde inexistia a internet – só Quando Provei Teu Doce, Fogo Caipira e Minha Companhia são parcerias reais. Embora tenhamos assinado as músicas em dupla, Guarabyra compareceu com A Longa Noite, Fogo Pagô e Paraíso Agora, e eu com Capitão Meia Noite, Cheiro Mineiro de Flor, A Porta do Farol e Animais Domésticos. Cheiro Mineiro de Flor veio a ser a preferida dos programadores de rádio e acabou se tornando naquele 1984, ano de lançamento do disco, uma das músicas mais executadas no eixo Rio-SPBH, com o saudosíssimo Johnny “B.Goode” Magalhães comandando a aguerrida divulgação da RCA. Justamente quando nossas festas na cobertura do Lord Palace estavam ficando famosas, a gravação acabou e eu tive que voltar pro Rio, com um ótimo disco embaixo do braço. Apesar de emblematicamente de época, ou seja, eletrônico ao extremo - ou até mesmo por isso! - O Paraíso Agora nos pôs de volta ao centro do jogo, preparando-nos convenientemente para 1985, um de nossos melhores anos. Mas isso é assunto pro mês que vem...

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