Edição 234 - Tukasom

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Sumário Ano. 20 - maio/ 2014 - Nº 234

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Com a projeção de alcançar cerca de 10% do mercado corporativo fluminense, a Tukasom entra em nova fase e passa a atuar de forma definitiva no Rio de Janeiro e conta com mais três empresas parceiras na área de iluminação, imagem e energia elétrica para desenvolver soluções. Em entrevista exclusiva, Tuka conta quais são os planos da companhia e fala sobre o mercado de entretenimento no Brasil.

Alinhamento de PA

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Medir, analisar e diagnosticar possíveis problemas de sincronia no som fazem parte de um alinhamento sonoro. O uso de softwares pode auxiliar o trabalho dos técnicos.

NESTA EDIÇÃO 18

Vitrine O PC3 LE8, da Kurzweil, o Pre Amp ADA 8 e o CP-4 Mini, são uns dos destaques da coluna.

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Rápidas e Rasteiras A Sabian tem novo endorsee e a D.A.S. apresenta novos modelos de line array.

34 Play Rec Thiago Espirito Santo lança trabalho autoral mesclando contrabaixo, bandolim e acordeon.

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Gustavo Victorino Confira as notícias mais quentes dos bastidores do mercado.

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Serie QL Yamaha Com a mesma interface da linha CL, aliada à função touch screen and turn, o operacional permanece intuitivo e atraente e pode se adequar ao perfil de qualquer engenheiro.

52 Sertanejo em Niterói Um dos modelos de evento mais bem sucedidos atualmente, o Villa Mix alcançou até mesmo searas onde prevalecem o funk e o samba, como o Rio de Janeiro.

30 Caixa Auro D415 Prática, leve e versátil, a Serie Auro da Samson traz o modelo de caixa ativa D415, projetada para alcance longo, com nível máximo de pressão sonora de 124 dB SPL.

118 Estúdios MK Music A reforma no estúdio da gravadora, localizado no RJ, ganhou melhoria acústica e retirada das sobras de graves que existiam na técnica.

124 Boas Novas Danielle Cristina grava segundo clipe e já definiu a capa do seu mais novo CD É Só Adorar.

128 Vida de Artista Dando continuidade à série sobre a história dos discos de sua carreira, Luiz Carlos Sá chega ao sétimo de Sá & Guarabyra, o Harmonia.


Expediente

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Festival Viña Del Mar

A 55ª edição de um dos maiores festivais da América Latina e que acontece no Chile, ganhou iluminação do LD espanhol Luis Pastor, equipamentos Robe e som da Gabisom.

CADERNO TECNOLOGIA 60 Tecnologia O Tyros 5, da Yamaha, veio fazer coro para quebrar o preconceito que existia com os teclados arrajadores, com recursos e características que atendem aos profissionais mais exigentes.

64 Logic Pro O Logic Pro incorporou uma nova categoria de plug-ins, com 8 efeitos, entre eles o Arpeggiator, que cria arpegios baseados em notas MIDI.

68 Cubase

76 Ableton Live Como produzir um material no modo Arrangement e transferi-lo para o Session View.

72 Pro Tools Até onde vale a pena fazer os upgrades do Pro Tools? Com os estúdios rodando várias versões do software, o ideal é adequar o software às suas necessidades.

80 Reverbs Além da reverberação natural encontrada em salas e espaços existem também os reverberadores físicos como o spring e o plate.

Mixagem e masterização no Cubase. Onde começa um termina o outro. Como fazer uso de tudo o que está à disposição.

CADERNO ILUMINAÇÃO 94 Preview Atendendo às exigências dos lighting designers, o Mac Quantum Wash, da Martin, promete mais brilho no efeito wash.

104 Ride de Light(n)ing Em entrevista para o colunista Cezar Galhart, o LD da banda de heavy metal Metallica, John Broderick fala como faz os seus projetos de iluminação para os shows do grupo de rock.

Diretor Nelson Cardoso nelson@backstage.com.br Gerente administrativa Stella Walliter stella@backstage.com.br Financeiro adm@backstage.com.br Coordenadora de redação Danielli Marinho redacao@backstage.com.br Revisão Heloisa Brum Tradução Fernando Castro Colunistas Cezar Galhart, Cristiano Moura, Gustavo Victorino, Jorge Pescara, Lika Meinberg, Luciano Freitas, Luiz Carlos Sá, Marcello Dalla, Ricardo Mendes e Vera Medina Colaboraram nesta edição Alexandre Coelho e Ricardo Schott Edição de Arte / Diagramação Leandro J. Nazário arte@backstage.com.br Projeto Gráfico / Capa Leandro J. Nazário Foto: Ernani Matos / Divulgação Publicidade / Anúncios PABX: (21) 3627-7945 publicidade@backstage.com.br Webdesigner / Multimídia Leonardo C. Costa multimidia@backstage.com.br Assinaturas Maristella Alves PABX: (21) 3627-7945 assinaturas@backstage.com.br Coordenador de Circulação Ernani Matos ernani@backstage.com.br Assistente de Circulação Adilson Santiago Crítica broncalivre@backstage.com.br Backstage é uma publicação da editora H.Sheldon Serviços de Marketing Ltda. Rua Iriquitiá, 392 - Taquara - Jacarepaguá Rio de Janeiro -RJ - CEP: 22730-150 Tel./fax:(21) 3627-7945 / 2440-4549 CNPJ. 29.418.852/0001-85 Distribuição exclusiva para todo o Brasil pela Fernando Chinaglia Distribuidora S.A. Rua Dr. Kenkiti Shimomoto, 1678 - Sl. A Jardim Belmonte - Osasco - SP Cep. 06045-390 - Tel.: (11) 3789-1628 Disk-banca: A Distribuidora Fernando Chinaglia atenderá aos pedidos de números atrasados enquanto houver estoque, através do seu jornaleiro. Os artigos e matérias assinadas são de responsabilidade dos autores. É permitida a reprodução desde que seja citada a fonte e que nos seja enviada cópia do material. A revista não se responsabiliza pelo conteúdo dos anúncios veiculados.


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O trem

e ferrovia E

xiste uma história que conta que, quando foi decidido construir uma estrada de ferro no alto dos Alpes italianos, num lugar de difícil acesso há mais de um século, alguns questionaram sobre a necessidade de tal obra se não havia trem e nem mesmo a promessa de trem para aquela região. A resposta teria sido que havia, sim, a necessidade dele e que um dia ele teria que passar por lá. Foi por isso que a construíram. Quem nunca ouviu de um aluno “pra quê estudar português ou ciências se eu não vou precisar?”. Se existe a necessidade, provavelmente é porque um dia será preciso saber tal informação. Podemos dizer o mesmo de algumas atitudes e decisões que devem ser tomadas no mercado. Antecipar necessidades e tendências há muito deixou de figurar apenas nos planos de marketing e passou a ser intrínseco ao negócio. Levando em conta as mudanças de comportamento do consumidor, mudanças tecnológicas e falta de um planejamento sério na economia do país, agir com antecipação, levando em consideração novos caminhos que as necessidades já sinalizam torna-se quase obrigação. Vinte anos, na Idade Contemporânea Tecnológica, significa muito tempo. Velhos conceitos e modelos não sobrevivem sequer por 10 anos mais. Como numa espiral sem fim, nessa Era, empresas têm que repensar caminhos e propósitos com muito mais frequência, sem deixar de prestar atenção nas necessidades já apontadas pela própria evolução do negócio. Pode não ser a solução para todos os problemas, mas pode ser a salvação futura.

Boa Leitura, Danielli Marinho

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SISTEMA SEM FIO GLXD www.shure.com.br O Sistema sem Fio Shure GLX-D conta com tecnologia inteligente e gerenciamento de energia, oferecendo áudio digital profissional para cantores e músicos em qualquer ambiente. O Gerenciamento Automático de Frequências LINKFREQ garante total confiabilidade e áudio cristalino, sem falhas, e é uma das principais características do equipamento. A configuração do sistema é simples e rápida. Com apenas quatro passos é possível fazer a sincronização de frequência entre transmissor e receptor. Outro destaque é o gerenciamento de Bateria Recarregável. Os transmissores GLX-D contam com baterias de íon de lítio, que são carregadas rapidamente por meio de um encaixe no receptor ou por meio de uma grande variedade de conectores USB. O Sistema Sem Fio GLXD trabalha com as cápsulas mais usadas pelos vocalistas, como as lendárias SM58®, SM86, BETA58A® e BETA87A e possui três sistemas disponíveis para Vocal (GLXD24BR/SM58, GLXD24BR/BETA58 e GLXD24BR/BETA87A).

GUIA DE ONDAS NURWS-1.4 PWG www.amercobrasil.com.br A CIARE, por meio de seu distribuidor oficial no Brasil, estará presente na AES Expo Brasil 2014 e entre os principais produtos, os visitantes poderão conferir o novo Guia de Onda NURWS-1.4 PWG (Non Rational Wavefront Shape), além de outro recente lançamento, o FMJ-60J, um driver de 1.4”, bobina de 2.36”- 60 mm, com 80 Watts RMS, resposta de frequência de 0.8 ÷ 20 kHz, e sensibilidade de 107 dB SPL (1w/1m). Confira mais detalhes no site do distribuidor oficial.

TYROS 5 www.yamaha.com.br O Tyros 5 traz o que há de melhor na tecnologia Yamaha, com novas possibilidades inexploradas pelos modelos anteriores. Mais que completo, o teclado é capaz de produzir sons incrivelmente realistas, acompanhados por efeitos elaborados pelos melhores músicos e compositores do mundo, fazendo do produto a última palavra em teclados arranjadores. Tudo isso reunido em um novo e exclusivo design, com acabamento em titânio, tornando o Tyros 5 uma verdadeira obra de arte high-tech. As posições dos botões de operações e dos knobs receberam especial atenção, privilegiando a destreza do músico, característica presente em toda a linha Tyros. O novo teclado arranjador da Yamaha está disponível em duas versões, com 61 e 76 teclas.


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NEO1840TOP www.taigar.com.br Esse line array é ideal para grandes eventos. O modelo Neo1840Top possui sensibilidade média de 105,6 dB 1W/1m, potência 1500W RMS, resposta de 80Hz 20KHz, peso de 62,9 Kg. Completam as características impedância de 16 ohms (LF), 32 ohms (MF) e 16 ohms (HF), conectores Speakon NL8MPR. O acabamento da caixa é em compensado naval multilaminado preto texturizado e tela em chapa de aço perfurada.

MICRO-AFINADOR S-1 www.sonotec.com.br Do mesmo fabricante Qwik Tune, a Sonotec importa e distribui para todo o país os fantásticos afinadores Snark com metrônomo visual e display colorido que oferecem precisão na hora de afinar o seu instrumento de cordas. O afinador S-1 é uma versão miniatura do clássico modelo SN-1, já distribuído pela Sonotec para todo o país. Indicado para violão, guitarra e contrabaixo, o mini-clip S-1 é um afinador cromático discreto e com pouco mais de 1x1” que se esconde por trás do headstock da guitarra. Seu display multicolorido e a fixação por presilha permitem uma medição rápida e precisa.

MIDAS PRO2 www.proshows.com.br O Midas PRO2 é um sistema de mixagem de áudio que oferece nível sem igual de integração de controle no que se refere à velocidade e facilidade do fluxo de trabalho. Possui interface de operação do usuário mais intuitiva, com melhor custo-benefício, comparado a outros consoles existentes no mercado. A PRO2 pode ser operada de diversas maneiras – modo normal e avançado – permitindo acesso a níveis de controle, com facilidade de trabalho jamais imaginadas para um console de áudio profissional. Entre as características do equipamento se destacam 156 entradas x 166 saídas (capacidade máxima) com roteamento ponto a ponto totalmente flexível dentro da rede de comunicação; 56 entradas de microfone/linha com preamps para microfone da Midas; 64 canais de processamento de entradas simultâneas; 32 saídas analógicas (incluindo 2 saídas de monitor estéreo locais); 3 saídas do tipo AES3; 2 entradas do tipo AES3; 27 grupos de mixagem com coerência de fase, com sincronização de amostras; 6 processadores de efeito multi-canal; até 28 EQs gráficos de 31 bandas modelo DN370 da Klark Teknik, 8 grupos VCA (Associação de Controle Variável), 6 grupos POPulation, processamento de 96kHz 40-bits com flutuação de ponto total, sistema multicabo de 100m bidirecional do tipo Cat-5e AES50 digital snake (48 in x 16 out).


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SISTEMA TOUR GUIDE 640PRO

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www.lyco.com.br A LYCO está lançando o sistema Tour Guide, composto pelo transmissor BT-640PRO e o receptor BR-640PRO, que possuem alta potência de transmissão e estabilidade de sinal. Com ele, é possível transmitir em 40 frequências diferentes operando em UHF e utilizar quantos receptores desejar. Ideal para apresentações e utilizações profissionais desde museus, conferências internacionais e passeios turísticos em locais abertos ou fechados.

XC-SERIES PULPS 950 DUPLA ATIVA www.leacs.com.br Essa linha de caixas Ativas/Passivas foram projetada para pequenas e médias sonorizações. Disponíveis nos formatos Frontal e Monitor, elas são muito famosas pelo seu ótimo custo- benefício. Na versão Monitor, a caixa também atua como Frontal, pois tem a mesma dinâmica das frontais, passando a ser um verdadeiro trunfo na mão dos operadores. Além disso, o equipamento possui entrada USB para tocar formatos mp3 e wma, e controle remoto.

www.dbaudio.com O sistema XC-Series é uma gama de colunas de altofalantes que oferece elevados níveis de inteligibilidade da fala em ambientes acústicos difíceis. O maior elemento da série, o alto-falante 24C, pode efetuar uma atenuação de banda larga de -18 dB entre a frente e a traseira de propagação para baixo como 190Hz, com a adição do extensor 24C-E, ou a 370 Hz, quando utilizado sozinho. Todos os seis LF e HF drivers no 24C são cruzados passivamente, portanto, podem ser conduzidos por um único canal do amplificador. O 24C produz uma inclinação para baixo de cinco graus na escala baixa e média, enquanto um ajuste variável nas frequências altas é orientável entre zero e menos de quatorze graus.


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www.proshows.com.br O fone de ouvido para monitoração ATH-M10 oferece excepcional conforto, qualidade sonora e isolamento de ruídos externos com resposta de frequência natural para mixagem e monitoração profissional. Excelente designer e resistentes, os fones acolchoados e robustos foram desenvolvidos para um excepcional isolamento de ruídos, sendo ideais para audições que duram horas de uso. Compõem as características do microfone: resposta de frequência 30-20,000 Hz, fone circumaural para isolamento superior, resposta clara e precisa para monitoração e mixagem, falantes com diâmetro de 40mm para resposta de frequência natural e equilibrada e cabo reto dual terminado em mini-plug 3,50 mm com adaptador de 6,30 mm (1/4”).

MR 980

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FONE DE OUVIDO ATH-M10

www.mrmix.com.br Esse microfone que a Mr. Mix traz ao mercado é um microfone dinâmico que possui padrão polar cardióide, unidirecional, qualidade de tom claro, com uma estrutura de metal sólida. A esponja de proteção integrada contra vento e ruído de respiração deficiente é outra característica do produto de uso profissional de qualidade estável e confiável. O MR 980 possui resposta de frequência 40 Hz – 17 KHz, sensibilidade -52dB + 3dB (0dB=1v/Pa a 1kHz), impedância de saída de 600 ohms + 30% (a 1kHz).

PC3 LE8 www.equipo.com.br Sons fantásticos, performance incrível, expressividade musical e facilidade de operação. A nova série PC3LE da Kurzweil combina a perfeita qualidade sonora, controle de performance a uma nova interface de usuário objetiva e inteligente, proporcionando uma experiência interativa que inspira a criatividade. Esse teclado de 88 teclas pesadas sistema Hammer Action, com sensibilidade ao toque e aftertouch (Fatar TP40L), possui ainda polifonia de 64 vozes, com alocação dinâmica de rápida performance, e motor de síntese PC3 e edição V.A.S.T. a partir da versão 2.0 do S/O, que dá ao usuário mais poder de programação de algoritmos DSP e roteamento. Outras características incluem VA1 Interno, osciladores poderosos e processamento DSP diretamente do synth protótipo Kurzweil VA1, 1061 presets de fábrica e ainda os 16 arpegiadores completos e independentes com múltiplos modos, com seleção de ordem das notas, velocidade, duração, tempo e funções de sincronismo para ritmos pré-gravados e frases musicais.


CP-4 MINI www.yamaha.com.br A Yamaha mais uma vez revoluciona ao dar seguimento em sua lendária linha CP. Entre seus melhores recursos estão as teclas de madeira (realmente de madeira no CP-4) com o melhor mecanismo do mercado, sons da linha CFX (pianos de concerto Yamaha), saída de áudio XLR (balanceada), 5 Equalizadores Sliders físicos, gravador e leitor de áudio, polifonia de 128 vozes. Tudo muito fácil de operar e pesando menos de 16kg. Está esperando o que para testar essa máquina que possui síntese especial Yamaha SCM (spectral component modeling) na loja mais próxima?

PRE AMP ADA 8 www.equipo.com.br Este pré-amplificador de microfone de uma unidade de rack, com conversão AD/DA, permite, por exemplo, obter sinais de/para um gravador multipista com a maior facilidade. Os famosos pré-amplificadores de baixo ruído da Phonic fornecem clara reprodução de áudio que demonstram as nuances de seu áudio, enquanto os conversores AD/DA fazem com que o áudio seja convertido cuidadosamente para digital – não resultando em distorção ou degradação de sinal. Destacam-se entre suas características alcance de ganho -10 a +40 dB, saídas de linha XLR balanceado eletronicamente, entrada e saída digital tipo TOSLINK, Conversor AD/DA: Tipo 24-bit, 64 vezes oversampling, delta-sigma, Alcance Dinâmico (entrada analógica para saída digital, aprox. 103 dB), alcance de frequência 44.1 a 48 kHz

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COPA YAMAHA PREMIARÁ MELHOR TECLADISTA

adquire equipamentos Pointe A Fusión Sur, que tem base na cidade de Comodoro Rivadavia, Chubut, no sul da Argentina, e que fornece iluminação, áudio, vídeo e estruturas para uma ampla variedade de eventos e shows, adquiriu oito Robin Pointe para compor seu estoque de equipamentos de iluminação. Recentemente, os aparelhos foram utilizados na turnê do grupo de rock uruguaio No Te Va a Gustar (NTVG) e também para o show do

artista italiano Franco de Vita, na própria cidade de Comodoro Rivadavia. O lighting designer para NTVG foi Martín Arriola e para Franco de Vita, Roberto Penso. Nos shows de No Te Va a Gustar, os oito Pointe estavam localizados em uma estrutura no fundo do palco sobre a tela de LED, enquanto para Franco De Vita, ficaram sobre o chão na frente do palco, com quatro aparelhos para cada lado.

Foto: Steve Jennings / Divulgação

TURNÊ DE MILEY CYRUS COM EQUIPAMENTOS SGM

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Empresa argentina

A turnê pela Europa da cantora teen Miley Cyrus ganhou 87 novos equipamentos da SGM, os novos X-5 LED strobes. O lighting designer Rob Sinclair, que trabalha pela primeira vez com Myles, explica que essa foi a primeira vez que usou os strobes. Os equipa-

mentos, que foram introduzidos na turnê por recomendação do produtor de design Es Devlin, tinham como função “brigar” com um paredão de painéis de LED, por isso Sinclair escolheu os equipamentos que dessem maior quantidade de brilho e os agrupou em blocos.

Entre os dias 3 de abril e 16 de julho músicos podem se inscrever para participar da Copa Yamaha de Teclados Arranjadores, que a Yamaha Musical do Brasil promove e que irá premiar o tecladista mais versátil com um teclado arranjador Tyros 5, lançamento da marca. Os músicos têm de provar sua criatividade e perícia produzindo dois vídeos em que estejam utilizando os teclados PSR-S950, PSR-S750 ou Tyros 4. No primeiro vídeo, o participante deve tocar a música no qual se baseou para criar o estilo. Já na segunda performance, ele deve tocar o mesmo estilo em uma música completamente diferente. Depois, os estilos selecionados serão postados na página da Yamaha no Facebook, entre os dias 17 de julho e 16 de agosto. Os oito mais curtidos disputarão o primeiro lugar ao vivo, no dia 17 de outubro, em local que ainda será definido. Caso o tecladista seja um dos oito escolhidos, a tarefa ficará ainda mais difícil, pois o músico deverá ter na manga mais três estilos para competir nas eliminatórias. As inscrições são pelo site da Yamaha.

ALEXANDRE APOSAN INTEGRA TIME DA SABIAN O baterista Alexandre Aposan é o mais novo integrante do time de artistas da Sabian, que conta com nomes consagrados como Chad Smith, Jack De Johnette, Mike Portnoy, Dave Weckel e, no Brasil, Vera Figueiredo, Albino Infantozzih, Cuca Teixeira, Maurício Leite, entre outros. O artista participou de um “Welcome Show”, promovido pela Equipo, no dia 9 de abril, na EMT – Escola de Música e Tecnologia – em Jabaquara (SP).


Foto: Arthur Carratu / Divulgação

GRAVAÇÃO DO DVD DE ANITTA

O fenômeno pop Anitta gravou seu primeiro DVD no HSBC Arena, no Rio de Janeiro, e contou com as empresas de São Paulo Apple Produções e Spectrum Iluminação, que combinaram recursos para fornecer equipamentos de ponta para o projeto de iluminação de Carlos Nogueira. Uma variedade de movings da Robe (76 Pointe, 36 MMX WashBeam, 34 LEDBeam 100, 24 LEDWash 1200 e 40 LEDWash 600), foram os equipamentos escolhidos para compor o registro. Os Pointe foram montados junto com outros

aparelhos em três estruturas em linha no teto do palco formando uma espécie de V estendido. Os MMX WashBeam foram usados para fazer a iluminação de frente para todos os artistas no palco e para a platéia, enquanto os LEDBeam 100 estavam em volta da platéia em uma estrutura de dois metros de altura. Os LEDWash 1200 também foram distribuídos na platéia para a iluminação da pista e da arquibancada, e os LEDWash 600 foram usados também para cobrir o cenário e os bailarinos.

NÃO CONFUNDA SUB 800 COM 18-800 ST Em 2010 foi lançado o 18-800 ST, um alto-falante montado com o mesmo reparo do SUB 800 convencional, garantindo a mesma resistência mecânica e resposta de frequência. Porém o mesmo possui um conjunto magnético menor e consequentemente menor nível de SPL. Este modelo foi criado para atender as mesmas necessidades do consumidor que hoje utiliza o SUB 800, que buscava um produto com valor mais acessível. O produto é um sucesso de vendas, mas é bom ficar atento pois não é aconselhável misturar modelos diferentes no mesmo sistema, pois podem acontecer cancelamentos.

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EQUIPO PROCURA NOVOS TALENTOS Como parte de seu processo de renovação a Equipo está em busca de novos talentos na área comercial para o segmento de iluminação profissional. Os candidatos devem possuir experiência no setor, serem dinâmicos, pró-ativos e arrojados. Interessados devem enviar currículo para joey.grossbrown@equipo.com.br ou adriana.ochoa@equipo.com.br

D.A.S. AUDIO EVENT SERIES

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WORKSHOP HARMAN DA SOUNDCRAFT VI6

No dia 26 de março, na Fundição Progresso (RJ), o palestrante Luis Salgueiro (vendas e marketing da Harman), promoveu um workshop para cerca de 30 participantes. No evento, foi apresentado o console Vi6, da Soundcraft, e as principais inovações e diferenças entre ele e os modelos Vi4 e Vi1.

PR une tecnologia e economia na Prolight+Sound A PR Lighting apresentou uma gama de novos produtos durante a feira de Frankfurt. Os novos aparelhos incluíam características com aplicações para estúdios e até para o mercado fotográfico. Entre os destaques estavam os 5000s PR, os XR200 e XR300 Beams, os XLED 336 e 250 XLED Spots. No entanto, a grande novidade foi o novo XLED 2007 Beam. Este mini aparelho, pesando apenas 4,36 kg, tem todas as vantagens dos XLED 336, mas pode rodar indefinidamente e contém sete das fontes de luz Osram Ostar, equivalente a 15W cada, com LED 4 em 1.

A D.A.S. introduz uma nova série de sistemas Line Array chamado Event Series, destinado a pequenos e médios sistemas de reforço sonoro. Ideal para utilização em instalações fixas bem como em sistemas móveis, a nova série é composta por três modelos, dois Lines Arrays e um sistema de sub. Os Lines Arrays da linha Event Series incluem dois modelos, o Event 208A e o Event 210A. Ambos são 3 vias amplificados configurados com 2x8'’ e 2x10'’ respectivamente. As unidades de alto-falantes uniram-se com um driver M-75 junto a sua guia de onda de alumínio injetado. Ambos os modelos são alimentados por um amplificador de três canais Classe D que oferece 360 Wpeak por canal. O painel traseiro do amplificador inclui Neutric XLR e conectores PowerCon, LEDs de status para facilitar a configuração e uma interface D.A.S. EasyDSPTM que simplifica a seleção predefinida para o número de unidades e profundidade de tiro.


Sonotec reúne representantes A Sonotec Music & Sound reuniu representantes comerciais e equipe interna de vendas, em São Paulo, no dia 3 de abril, para a 2ª edição do ‘Encontro de Trabalho’ de 2014. Mark DeCaterino, representante da distribuidora Kaman para a América do Sul, realizou um treinamento de vendas sobre as marcas Charvel e Kat – assumidas recentemente pela Sonotec no Brasil. O coordenador de markerting Northon Vanalli e o assessor de imprensa Lucas Ferracioli apresentaram as ações desenvolvidas e os futuros projetos do departamento de Marketing da Sonotec e o gerente comercial Nenrod Adiel informou sobre o desempenho em vendas de cada região no início de 2014 e as metas para o próximo trimestre. Durante o encontro, o diretor administrativo Alexandre Seabra apresentou os instrumentos musicais e acessórios que estão sendo desenvolvidos e importados pela Sonotec nos próximos meses. De acordo com ele, a intenção é realizar encontros trimestrais. “Este ano, optamos por uma presença mais efetiva junto aos nossos representantes comerciais. Dessa forma, pretendemos acompanhar de perto as necessidades de cada região e corrigir pontualmente os resultados em vendas e eventuais falhas que possam surgir”, completou. Os participantes contaram com a presença do baterista Alexandre Aposan, durante o anúncio do lançamento da série Gretsch Catalina Ash, que estará disponível no Brasil a partir de julho.

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Yamaha lança micro system MCR-B142 Com visual moderno e alta potência, o produto oferece 10 opções de cores. A Yamaha Musical do Brasil apresenta o novo integrante de sua família de micro systems: o MCR-B142, que alia potência e estilo, além de contar com alta tecnologia. O sistema Bluetooth permite a interação com smartphones, possibilitando que o usuário ouça as músicas do dispositivo por meio do sistema sem fio. O micro system possui, ainda, entrada USB compatível com iPad, entrada auxiliar P2, rádio FM com memória para 30

estações, dock para iPod/iPhone, CD player (audio CD, MP3, WMA) e IntelliAlarm (despertador que toca a música favorita do usuário em volume baixo, aumentando gradualmente o volume para um acordar mais suave). Além das tecnologias já citadas, o MCRB142 apresenta ótima qualidade de áudio, com 30W RMS de potência. Tudo isso reunido em um visual moderno e estiloso, com 10 opções de cores: branco, verde, vermelho, preto, rosa, laranja, marrom, cinza, amarelo e roxo.

JAZZ NO VERÃO ITALIANO Entre 27 de julho e 3 de agosto acontece um dos principais festivais na Europa para estudantes de música. O Arcevia Jazz Fest, na região de Marche, na Itália, reúne professores de países como EUA, Alemanha, Eslováquia, África do Sul, Noruega, Inglaterra, Suíça, Espanha, França e Brasil para que cada um traga sua vivência musical, suas referências e não só apresentem aos alunos como também incentivem a troca de conhecimento entre os participantes de diversas partes do mundo. Durante uma semana, são ministradas aulas de todos os instrumentos, além de cursos de harmonia, prática de banda, improvisação, técnica vocal, oficinas, laboratórios e até mesmo treinamentos para simplesmente aprender a

apreciar a música. São 9 horas de aulas todos os dias (com intervalos para almoço e jantar) e à noite acontecem jam sessions pelas ruas ou espaços culturais da cidade de Arcevia. Através de uma parceria entre o Festival e a South African College of Music, dois alunos serão premiados com cursos de jazz com duração de duas semanas na África do Sul, em Cape Town. A novidade de 2014 é que outros dois alunos também serão premiados com bolsas para um curso de uma semana na Columbia College, em Chicago, universidade que trará para o Festival seu Coordenador de Estudos de Jazz e professor titular, Scott Hall. Mais informações pelo: www.arceviajazzfeast.it

HARMAN’S WEEK A Harman do Brasil realizou, em parceria com a Mil Sons, nos dias 8 e 9 de abril, em Porto Alegre, dois encontros voltados para os músicos e profissionais do mercado fonográfico. No dia 8, o músico e consultor Richard Powell apresentou a linha de produtos da marca AKG e demonstrou os pedais e pedaleiras da Digitech. No dia 9, foi a vez do consultor da Harman Luís Salgueiro apresentar as mesas digitais Soundcraft, DBX e Crown. Os eventos aconteceram nas lojas Mil Sons da Rua Coronel Vicente e da Rua Alberto Bins. O evento ainda seguirá para as cidades de Natal, Recife e João Pessoa, em maio e junho, e finaliza nas lojas Mil Sons, em São Paulo.

BIGLIONE EM NOVA EDIÇÃO O autor Euclides Amaral acaba de lançar a 3ª edição do livro O guitarrista Victor Biglione e a MPB.

EQUIPO FORNECE INSTRUMENTOS PARA SUPERSTAR O novo reality show de competição musical, o Superstar, que estreou no dia 6 de abril na TV brasileira, teve o cenário composto por diversos instrumentos musicais fornecidos pela Equipo, dentre eles, baixos e guitarras da consagrada marca japonesa Ibanez, amplificadores Laney e Hartke, além de bateria da marca Tama e fone de ouvido da Koss. O programa de entretenimento tem como apresentadores Fernanda Lima e André Marques, no corpo de jurados cantores como Dinho, Ivete Sangalo e Fábio Junior. A Equipo também foi responsável pelo fornecimento de produtos para as duas edições do programa The Voice Brasil realizadas em 2013 e 2012.


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DANIELLI MARINHO | REDACAO@BACKSTAGE.COM.BR

CASCA GROSSA Flavio Landau Completando 15 anos de estrada, o cantor e compositor Landau lança o álbum Casca Grossa, apresentando a nova fase de seu rock alternativo de forma consistente, inspirado no Hard Rock dos anos 70. Das faixas marcantes, Pé na Estrada evidencia a personalidade rock pop de Landau, mas desta vez, com uma nova malícia e um lado country inédito explorado pelo artista. Eu Sou Terrível é uma surpresa boa do CD e uma das faixas que tem o blues enraizado. A música O bem e o mal vem séria, exige cordas vocais mais graves do cantor, e com a companhia da melancolia, ganha uma face inédita da MPB. Amores Possíveis vem com o romantismo de Landau que não pode ficar de fora, com a visão de solidão do cowboy morando em São Paulo. Casca Grossa representa a liberdade sonora do novo álbum, com uma veia mais rock´n roll e rústica. Além do próprio Landau, o disco é produzido por Paulo Senoni e masterizado por Steve Corrao (Sage Audio) de Nashville, USA.

PEDRA CIGANA Ayran Nicodemo O violinista mineiro radicado no RJ lança seu primeiro CD de trabalho solo, produzido pelo compositor Sergio Roberto de Oliveira. Ayran Nicodemo, que passo u a integrar a Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal do Rio de Janeiro desde fevereiro, traz nesse CD uma de suas influências musicais, a música cigana, reunindo em oito faixas desde disco para violino solo. Composto em sua maioria por obras autorais, Pedra Cigana tem apenas uma releitura, em Hora de La Munte, um folclore romeno tradicional. Já as autorais Ciganada, que abre o CD, Samsara, Suíte Cigana e De Luz e Trevas, Ela Cigana e a música-título Pedra Cigana completam o repertório.

ALMA DE MÚSICO Thiago Espirito Santo Conhecido com um dos mais versáteis e originais cantrabaixistas do mundo, por seu estilo e técnicas musicais, Thiago Espirito Santo lança novo trabalho essencialmente autoral, apresentando diálogos entre contrabaixo, bandolim e acordeon. Novas faixas gravadas ao vivo exibem o virtuosismo e a brasilidade genuína que fazem gingar as quatro cordas de Thiago nesse novo CD. Composições próprias e parcerias sob ares modernos da formação inusitada, transportam os ouvintes ao universo do choro, com visitas ao baião e forró. Também participam desse novo trabalho, o pai do músico, o multiinstrumentista Arismar Espirito Santo, na faixa de sua autoria Sonhando Acordado, e sua mãe, a pianista Silvia Goes, em E foi, é.

B-A BA! Marraio Na gíria dos jogadores de bola de gude, Marraio é o grito que dá direito a ser o último a jogar. Produzido por Lello Guita, que trabalhou no disco de estreia da banda, esse novo álbum duplo do quinteto traz um repertório totalmente autoral e arranjos criados de forma coletiva. A paixão pelo classic rock das décadas de 1960 e 70 se funde às influências do rock nacional brasileiro dos anos 80 e até mesmo ao reggae e funk, samba e baião. Mas cada um dos discos têm cara diferente. O primeiro (Lado B) é mais direto e roqueiro. O disco 2 (Lado A) traz uma vertente mais experimental, como nas faixas Saudade e Maravilhosa, em que a banda flerta com o baião. Com produção fonográfica da MAF Produtora, o CD tem produção musical de Lello Guita, arranjos da própria banda Marraio e masterização de Ricardo Garcia (Magic Master Mastering Studio).


DANIELLI MARINHO | REDACAO@BACKSTAGE.COM.BR

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CONSTATAÇÃO

A proposta de redução da carga tributária sobre equipamentos e instrumentos musicais estacionou na cabeceira da pista diante da indefinição da Abemúsica, que como líder do segmento deve ditar o rumo do encaminhamento da matéria. A participação na Festa Nacional da Música abriu as portas e cabe agora à entidade a elaboração de um projeto político para tão importante tema.

As quedas de vendas em determinados segmentos de mercado devem passar por uma criteriosa e seletiva avaliação técnica na hora de definir horizontes. Os produtos continuam vendendo, e bem. A pulverização de alternativas é que trouxe a falsa sensação de queda generalizada. Como exemplo vamos tomar a compra de uma pequena mesa de 6 canais para uso múltiplo ou um simples microfone sem fio. Antes essa compra ficava restrita a 3 ou 4 marcas conhecidas. Hoje a oferta ultrapassa dez marcas com diferentes preços e recursos. A isso chamamos competição. Ponto para o consumidor.

TROPEÇO

OPORTUNIDADES

Os trambolhões que a economia brasileira vem enfrentando parecem ter afetado o mercado de forma curiosa. Enquanto a cautela ou até o temor excessivo se justificariam como medida preventiva, a postura geral é de novos caminhos numa clara demonstração de maturidade do segmento. Racionalização de custos internos, novos distribuidores, realinhamento logístico e várias outras medidas se mostram como o remédio com que o mercado enfrenta as trapalhadas de Brasília.

A sonorização da Copa do Mundo ultrapassa os limites dos sistemas pré-instalados nos estádios e abre um interessante leque de bons negócios para empresas brasileiras. Eventos paralelos, sonorização de áreas especiais, centros de imprensa e equipamentos de suporte auxiliar são apenas algumas das centenas de alternativas que vão movimentar a economia do setor. A hora é de mostrar ao mundo nossa competência e qualidade.

PESQUISA No mês passado foi divulgado pelo SESC uma pesquisa de preferência musical que indica o samba apenas como sétimo colocado no gosto popular do brasileiro. Contestados pelos músicos do segmento, os números são polêmicos por separar samba, pagode e MPB. Com isso, a metodologia da pesquisa atrapalhou as respostas e tornou o resultado confuso. Mesmo bem intencionada, a coisa ficou enrolada na hora de classificar os nossos gêneros musicais. E para desespero de quem tem ouvidos, o sertanejo liderou a pesquisa.

BRONCA Recebo um educado e-mail da amiga Kika, do marketing da Meteoro, me dando bronca sobre a nota da edição passada criticando a mesmice no segmento de amplificadores de instrumentos. Motivo de orgulho para o Brasil, a Meteoro é a maior indústria de amplificadores da América Latina e uma das maiores do mundo. Além de exportar para muitos países, a Meteoro anualmente lança interessantes novidades na Expomusic. Seus amplificadores de baixo, reconhecidamente, estão entre os melhores do mundo. Mas a nota era topicamente sobre novidades tecnológicas e design, nada mais.


GUSTAVO VICTORINO | VICTORINO@BACKSTAGE.COM.BR

ENGRAÇADINHOS O governo dos EUA recebeu a proposta de anulação do green card do cantor (?!?) canadense Justin Bieber através de uma petição com quase 275 mil assinaturas. As estripulias do bad boy irritou os americanos que querem o mimado chutado para fora das terras do Tio Sam. O problema é que o menino dá muito lucro ao governo americano através de números astronômicos em impostos e investimentos. Como americano pensa com o bolso, a resposta da turma do Obama foi engraçadinha e irônica. Por força de lei, ela foi postada na internet e irritou muita gente. Soou quase um deboche.

SUBSTITUIÇÃO Finalmente assumiram que o axé está decadente. No seu lugar os baianos apostam no arrocha... Acho que vou para a Criméia.

MODA Bandas e artistas gringos que aportam por aqui adotaram a moda de tocar uma música brasileira durante o show como forma de agradar ao público. A estratégia é manjada, mas simpática. Chico Sciense, Raul Seixas e Roberto Carlos são apenas alguns dos que já foram homenageados por artistas internacionais como Bruce Springsteen, Guns N’ Roses e outros.

PERGUNTINHA Compressor é para equilibrar os limites do som, ou para operador assustado se esconder do delicado e sutil trabalho de equalização?

BOB DYLAN Enquanto tenta se livrar da encrenca que arrumou na Europa ao

comparar Croatas a membros da Ku Klux Klan e nazistas, ainda por conta da guerra na Sérvia, Bob Dylan comemora a mega valorização de uma guitarra ao ver a sua Fender Strato Sunburst ser vendida por mais de um milhão de dólares em um leilão nos EUA. Em 1965 esse instrumento custou a maior vaia da carreira do artista ao ser mal recebido por puristas do folk que o acusaram de traidor por subir ao palco com uma guitarra elétrica.

PREVISÃO Analistas econômicos e cientistas políticos avaliam que a China, hoje a fábrica do mundo, pode perder esse perfil mais cedo do que se imagina. A pressão sobre os custos da mão de obra e a logística próxima da saturação podem alterar o atual cenário da manufatura mundial. Apesar dos investimentos do governo chinês, alguns fatores fogem ao seu controle e as rápidas mudanças no perfil social daquele país já começam a chegar aos preços. Em breve os chineses vão exportar menos manufaturados e mais fábricas. O processo já começou.

REVOLUÇÃO? A gigante japonesa de telecomunicações NTT apresentou ao mundo uma nova tecnologia que promete revolucionar a percepção sonora em apresentações musicais e esportivas. O sistema consiste em um conjunto de microfones que pode criar um zoom virtual e seletivamente processar um som emitido a quase 20 metros de distância. O mapeamento é feito através de sensores (ou microfo-

nes) com ultra sensibilidade que podem filtrar os ruídos indesejáveis calculando a distância do que se deseja reproduzir ou eliminar. A geringonça é tão avançada que o sistema promete ouvir a conversa dos jogadores em um campo de futebol sem necessariamente captar o ruído da torcida. Tô pagando para ver...

PIRATARIA A associação que representa as gravadoras nos Estados Unidos, a Recording Industry Association of America, a temida RIAA, voltou à carga contra a pirataria e abriu um milionário processo contra o site de compartilhamento de arquivos Megaupload. Três dias antes os estúdios de Hollywood tinham feito o mesmo contra o site que está entre os maiores do mundo em distribuição de arquivos digitais. Em sua defesa, o site alega que não tem como saber o conteúdo dos arquivos que armazena e disponibiliza de forma compartilhada. Vem aí mais uma interessante discussão sobre jurisdição, direito autoral, propriedade imaterial, direitos individuais e competência territorial. Preparem seus argumentos, a guerra vai recomeçar...

AQUI E AGORA Copa do Mundo no Brasil é lugar para a melhor e mais rica música do mundo... A música brasileira. Enxertos gringos ou latinos podem provocar vaias e mostrar um colonialismo inaceitável. Com a palavra nossos ilibados e honrados dirigentes esportivos e a simpática e inatacável FIFA.

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PREVIEW| www.backstage.com.br 38 A Yamaha lançou na Musikmesse/ Prolight+Sound, que aconteceu em Frankfurt no mês de março, um novo console digital totalmente integrado com o automixer Dan Dugan. A novidade foi apresentada para cerca de 300 pessoas no estande da empresa. O lançamento vem sendo considerado uma revolução pelo fabricante, principalmente nos setores de eventos corporativos, talkshows, assembleias/câmaras e operação de PGM.

QL SERIES YAMAHA LANÇA NOVO CONSOLE redacao@backstage.com.br Fotos: Divulgação

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linha QL foi lançada para complementar a linha CL, que já possui mais de 100 unidades vendidas em todo o território nacional, já aceita e recomendada por vários operadores ao redor do país, inclusive os principais operadores de PA do carnaval de Salvador deste ano, segundo a Yamaha. Com a mesma interface da linha CL, aliada à função touch and turn (que permite ao técnico a agilidade de tocar uma função na tela e girar um encoder fixo), o operacional permanece intuitivo e atraente, podendo se adequar a qualquer perfil de engenheiro de som e em qualquer situação.

A função “port-to-port”, “gain compensation”, o protocolo Dante nativo e as entradas analógicas diretamente no console fazem da QL o complemento perfeito para os sistemas integrados com a linha CL. É possível ainda realizar uma infinidade de configurações entre as portas físicas de entrada e saída e o sistema da rede Dante, com o uso das entradas analógicas da QL5 como um rack externo de uma CL, ou de outra QL, endereçando as mesmas diretamente para a rede Dante, sem utilizar nenhum canal (bus) de saída. Entre as novidades da linha QL também está o automixer Dan Dugan em-


butido na mesa, capaz de equilibrar o nível de até 16 canais automaticamente e sem “gate”, com o nível de ruído de apenas um microfone aberto. Basta substituir os equalizadores gráficos pelo automixer e sua interface aparece na tela, podendo ser facilmente configurado e monitorado. As 12 User Defined Keys e 4 layers customizados de faders permitem que a QL tenha o formato que qualquer perfil de operador re-

produza seu próprio estilo de mixagem em poucos minutos. Assim a operação se torna uma tarefa prazerosa, sem dores de cabeça e surpresas na passagem de som ou durante o evento. Em processamento ela também não deixa a desejar, possui os mesmos pré-amplificadores de microfone da linha CL e os plug-ins nativos no Rack Premium, 8 efeitos e até 16 equalizadores gráficos estéreo funcionando simultaneamente.

A linha QL possui dois modelos: o QL5, com capacidade de mixar até 64 canais mono e 8 estéreo, com 32 entradas AD, 16 saídas DA e 34 faders na superfície. E o QL1, que mixa até 32 canais mono e 8 estéreo, com 16 entradas AD, 8 saídas DA e 18 faders, no padrão rack, se tornando a opção número 1 em eventos corporativos de pequeno e médio porte. Ambos os consoles possuem 16 MIX + 8 MATRIX, interface Dante nativa e 2 SLOTs MY para expandir as possibilidades de conexão e integração com outros sistemas. Quem quiser conferir e aprender mais sobre o console, pode visitar o estande da Yamaha durante a AES EXPO 2014.

Para saber online

http://br.yamaha.com/pt/products/ proaudio/mixers/digital-mixers/ql/ ?mode=series

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Medir, analisar a acústica, diagnosticar os possíveis problemas do sistema, fazer o ajuste de fases e tempo entre os componentes, ajustar as diversas faixas de frequências e, finalmente fazer a audição da música. Independente de usar tecnologia ou truques, é indispensável que os técnicos e engenheiros de som – sejam eles das bandas ou das locadoras que fornecem os equipamentos – tenham pelo menos dois aliados: o ouvido e certa bagagem de conhecimento. Nesta edição, conversamos com o engenheiro de som Luizinho Mazzei a fim de desmistificar uma das mais importantes etapas que envolvem a sonorização: o uso do software no alinhamento do PA.

MUITO ANTES

DO SOM redacao@backstage.com.br Fotos: Divulgação

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queles que trabalham em gigs sabem exatamente que deixar tudo pronto para um show não envolve apenas montar palco e estruturas, montar o sistema de som e passar o som com a banda ou roadies. O antes, durante e depois ainda exige e depende de uma atenção especial que nem sempre é bem compreendida: o alinhamento sonoro. Antigamente existiam infinitos problemas, tais como caixas penduradas dentro do palco, com uma tremenda volta de médio grave, cancelamento de fase entre componentes do PA, e as fer-

ramentas eram poucas. Sem sombra de dúvidas hoje tudo ficou muito mais fácil e controlado ao fazer um alinhamento de sistema de PA. Atualmente, com os sistemas processados, inteligentes, projetos com falantes menores, guia de onda e maior cobertura, depois de bons anos de FLY, o técnico tem a possibilidade de levar exatamente o que o artista faz dentro do estúdio para os palcos. “Sem menosprezar os mais novos, mas sem sombra de dúvidas, tudo ficou muito mais fácil. Para quem sabe mixar de verdade, para quem conhece ou entende


de música e vivenciou todas essas etapas, o trabalho já começa de um outro nível”, avalia Luizinho. “Alinhar não consiste em ajustes matemáticos dentro de processadores ou consoles. É algo muito além disso”, afirma Mazzei. Para o engenheiro, dimensionamentos e coberturas são itens, em seu entendimento, bem mais essenciais do que uma equalização, por exemplo. “Se você trabalha com a quantidade correta de caixas, com o posicionamento correto e com a disposição correta, seus ajustes de equalização serão mínimos possíveis. Claro, se estivermos falando de um sistema de verdade”, ressalta. Independente do espaço a ser sonorizado, Luizinho comenta que sempre pede coberturas extras como center fill, front fill, out fill, down fill e delay na house, às vezes até sistemas periféricos, para sonorizar ambientes fechados dentro da mesma casa de show como camarotes e áreas VIPs . “Sou da escola americana de mixagem, jamais trabalhando acima dos 100dBA a 25m. E faço esse mesmo cálculo, onde peço essas coberturas, claro, de acordo com cada aplicação de cada caixa, para que consiga um resultado equilibrado entre qualquer área do recinto. Hoje o que mais encontramos por ai é a famosa guerra de volumes. Cada vez mais assisto menos as bandas que dividem o palco com meu artista”, comenta.

COM QUE SOFTWARE? Segundo Luizinho, quando utiliza os recursos dos processadores, nunca trabalha com equalização gráfica. “Hoje em dia temos a sorte de ter praticamente todos os sistemas inteligentes e processados de fábrica, caso algum filtro seja trabalhado errado ou alguma equalização gráfica, você estará danificando o trabalho dos componentes, ocasionando problemas de cancelamento que, na maioria das vezes, não são percebidos, seja pelo engenheiro do artista ou do sistema”, observa. Além do alinhamento do sistema, os técnicos das bandas ou artistas

ei Luizinho Mazz

também colocam a mão na massa. O chamado alinhamento “artístico” em que cada profissional e engenheiro desenvolve de acordo com a necessidade do trabalho. É aí que muitos recorrem ao uso de softwares. Mas como esses programas podem ajudar? Isso pode depender muito da função que cada técnico desempenha. Para Luizinho, o trabalho através do software seria mais direcionado ao técnico do sistema, aquele responsável por entregar tudo devidamente montado, posicionado, funcionando em perfeita ordem para que o técnico do artista realize apenas seus ajustes artísticos, de acordo com o estilo musical de cada um. “Eu uso o software somente em casos extremos, quando estou com um sistema realmente deficiente, onde o profissional que está me atendendo não tem conhecimento do que está fazendo e falando, somado à má vontade em me ouvir e buscarmos uma solução juntos”, ressalta. Mas, ao chegar nesse ponto, surge outra dúvida: qual usar? Hoje, por causa da tecnologia digital, o alinhamento de sistemas passa por um processo de aumento de precisão. Antes, era um processo empírico de montagem com bastante equalização, onde não era possível sequer ajustar os delays entre as regiões de frequências. Hoje, com o uso de softwares

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Eu gosto de ver primeiro o que me espera, depois dou meu parecer visual, ai ouço detalhadamente e, a partir disso, tomo minhas decisões sobre mudanças de posicionamento, alinhamento, ou o uso do software para alguma correção mais drástica, caso necessário (Mazzei)

ArrayCalculator, d&b audiotechnik

de medição e o advento dos line arrays, com seus programas próprios de alinhamento, fica cada vez mais difícil errar. Algumas das principais ferramentas para o alinhamento são os softwares de análise (Smaart, SIM, Spectra Full etc), analisadores de espectro, equalizadores paramétricos, gráficos e processadores de sistema de sonorização, como XTA ou BSS, além, é claro, dos ouvidos. “Sempre tenho em mãos o Smaart (via laptop) e o AudioTools, com quase todas as licenças (via iPad), mas o que uso mais é o AudioTools, já que uso meu laptop gerenciando outras funções dentro do trabalho musical”, afirma Mazzei. Os analisadores de espectros, por sua vez, raramente são usados pelo engenheiro. “Eu gosto de ver primeiro o que me espera, depois dou meu parecer visual, ai ouço detalhadamente e, a partir disso, tomo minhas decisões sobre mudanças de posicionamento, alinhamento, ou o uso do software para alguma correção mais drástica, caso necessário. Prefiro sempre confiar em meus ouvidos e bom gosto, sempre me adequando à acústica do local, sem ter que fazer correções de mixagem ou timbre

de instrumentos na console”, completa, acrescentando ainda que prefere respeitar ao máximo o que traz pronto no console que sempre viaja com ele, “pensando em música, no disco, na verdade artística do meu artista”.

TECNOLOGIA PRÓPRIA O line array representou muita mudança na forma como se faz o áudio, e não poderia ser diferente no que diz respeito à forma de se alinhar o sistema. Para esse tipo de sistema funcionar corretamente, é preciso fazer um posicionamento correto das caixas e um processamento adequado. Sem alinhamento correto, por exemplo, do ponto de vista de empilhamento, do ângulo de curvatura e alinhamento no tempo para depois fazer a equalização, o trabalho de sonorização pode ficar comprometido. Como uma das características desses sistemas de arranjos temos o controle de diretividade do som. Então, antes de ser montado, é feito um projeto da sonorização utilizando o software proprietário de cada sistema. Com os dados fornecidos pelo sound designer, o software ajuda a evitar problemas como rebatimentos no


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plificados, geralmente, a preocupação é quanto a certificar-se que todas as áreas estão cobertas pelo L&R, acerto da fase do L&R em relação ao subgrave e, com um

um sistema se torna ‘simples’ para quem vai mixar, quando o locador respeita em 100% a fidelidade do equipamento. Por exemplo, usando tudo do mesmo fabricante,

teto e laterais, além de uma concentração racional de energia sonora nos lugares certos do local do show. “Sem dúvida que o fato dos fabricantes disponibilizarem seus softwares, ajuda muito e precisamos respeitar as especificações técnicas dos projetistas. Mas aqui no Brasil temos muitos casos fora do normal, em que é necessária a soma do que vem da fábrica com o nosso toque pessoal e isso com quem tem estudo, conhecimento e bom gosto, funcionará perfeitamente bem”, avalia Mazzei. No entanto, o engenheiro chama a atenção para o fato daqueles que têm um line importado, “mas o sub do fundo de quintal, com o amplificador para anunciar a tele-sena na bicicleta do bairro e o processador que não casa com o line, com o sub, muito menos com o amplificador e ainda por cima lhe entregam travado ou o responsável (irresponsável), não sabe manusear. E ainda querem usar o programa pirata ou gratuito que pegou do amigo do amigo, para poder fazer algum cálculo, gerenciamento ou angulação do sistema”, completa.

Sem dúvida que o fato dos fabricantes disponibilizarem seus softwares, ajuda muito e precisamos respeitar as especificações técnicas dos projetistas (Mazzei)

equalizador, filtrar algumas frequências indesejáveis. Em sistemas mais complexos, é preciso integrar diversos subsistemas com o objetivo de formar uma cobertura uniforme e coesa. Antes de iniciar o procedimento de análise, faz-se a verificação de

como um sistema “casado”. Dificilmente você terá problemas. As correções serão mais artísticas do que matemáticas ou físicas. Mas como isso acontece uma vez a cada 10 shows que faço, preciso suar a camisa pra fazer o meu melhor. Então acabo tendo muito mais traba-

SIMPLES OU COMPLEXO? Há várias situações diferentes pelas quais o técnico pode passar ao montar uma sonorização. Desde um sistema simplificado, onde há apenas L&R e subgraves, até sistemas complexos. Em sistemas sim-

Audio Tools

cada ramal (ganho, delay, equalização, microfone) para certificar-se de que está tudo conectado corretamente. “Acho que

lho antes de mixar, do que durante o show. Não gosto de ter uma quantidade grande de line. Gosto de ter o suficiente para uma boa cobertura do espaço pensando no todo. E


Smaart em ação

como sou inimigo de volumes altos, me preocupo em ter mais caixas por diversos locais. Então, valorizo muito o uso de centers, fronts, outfills, downfills, delays, fazendo assim o sistema trabalhar bem mais confortável e com uma cobertura praticamente linear por todo o espaço. Tento trabalhar como se eu fosse um fã do artista, querendo ouvir todas as nuances da músi-

LAC - software de alinhamento (JBL)

ca, independente de onde esteja sentado”, comenta Luizinho.

ERROS Mas de nada adianta seguir um passo a passo se dúvidas e erros persistem. “Vejo todo mundo dizendo que sabe tudo. Mas o que há é uma simples falta de conhecimento no uso da tecnologia. O Smaart, por exemplo, é uma ferramenta podero-

... como sou inimigo de volumes altos, me preocupo em ter mais caixas por diversos locais. Então, valorizo muito o uso de centers, fronts, outfills, downfills, delays, fazendo assim o sistema trabalhar bem mais confortável e com uma cobertura praticamente linear por todo o espaço.

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sa e absurdamente completa, mas a grande maioria usa como analisador de espectro e decibelímetro apenas (e o decibelímetro sem estar calibrado)”, comenta Mazzei. Mas o que fazer para não errar ou o quê priorizar na fase inicial do alinhamento, por exemplo? Para Mazzei não existe fórmula, mas sim bom senso somado à experiência e à necessidade de cada um. “Respeito e entendo a forma de cada um se posicionar e trabalhar, mas tenho uma metodologia muito parecida ou igual à dos americanos, em relação à postura profissional, volume, timbre, cobertura, tentando sempre ser o mais fiel possível ao publico, no que

Para Mazzei não existe fórmula, mas sim bom senso somado à experiência e à necessidade de cada um

já conhecem das músicas. Assim quem é fã, continua sendo fã e quem foi pela primeira vez, voltará com certeza” finaliza o engenheiro.

O ALINHAMENTO Geralmente o primeiro passo é a medição, análise acústica e o diagnóstico dos possíveis problemas. A etapa seguinte é dedicada aos ajustes de fase e tempo entre os componentes, níveis entre as diversas faixas de frequências. É importante levar em consideração a situação em que o sistema será usado, em termos de potência, cobertura e qualidade do som e a correta setorização desse sistema para que haja controle suficiente de cada zona de sonorização (ganho, delay e equalização em cada ramal) para se certificar de que está tudo conectado corretamente. Na maioria das vezes esse processo acontece gerando pink noise, onde se abre uma via de cada vez e se faz a conferência de cada canal de amplificação independentemente. Neste momento, o profissional procura identificar se há vias trocadas e componentes ou equipamentos danificados. Depois, é feita uma comparação do L&R das vias das frequências altas, médias e graves para detectar desequilíbrio entre um lado e outro. O próximo estágio é ligar apenas a via de graves e somá-la à de subgraves para verificar se elas estão somando ou se é necessário inverter a polaridade da via de subgraves para que haja esta soma. Quando esta parte do processo se en-


EASE Focus: compatível com diversos sistemas

cerra, o técnico pode tocar alguma música de referência no sistema para ter uma primeira impressão da sonoridade do sistema na sala, identificando possíveis correções na resposta. A próxima etapa seria a procura de algum excesso ou falta de resposta em determinada região de frequência. Existem muitos problemas que podem acontecer na resposta de um PA. Há técnicos que já procuram logo o equalizador para resolvê-los, mas isto pode não ser a atitude mais indicada. Na maioria dos casos, o equalizador deve ser o último recurso para correção, depois de tentadas todas as outras possíveis soluções como reposicionamento do PA, revestimento de superfícies, atenuação. Os mesmos procedimentos devem ser tomados com relação aos subsistemas.

Deve-se ter o cuidado de fazer o alinhamento apenas com o subsistema a ser alinhado ligado e com o microfone de análise posicionado na frente dele, sempre com referência na curva de resposta do PA principal. É importantíssimo acertar o delay e o volume entre o PA principal e os subsistemas de forma que pareça que o som tenha origem psicoacústica no PA principal e que os sistemas de delay e front fill não se sobressaiam. Usando os ouvidos, confira os tempos de delay de diversos pontos. Outro ponto importante dentro do alinhamento é quanto à frequência em função do tempo. Isso garante que não haja interferências destrutivas do tipo combfilter ou cancelamentos de fase. O alinhamento das frequências garante o equilíbrio entre os graves, médios e agudos.

Para saber online http://www.rationalacoustics.com/smaart/smaart-v-7/ http://www.studiosixdigital.com/audiotools/ http://www.dbaudio.com/systems/details/arraycalc.html https://www.meyersound.com/products/sim/sim3/07.htm https://www.jblpro.com/www/news/news-detail/2014/01/22/harman-s-jbl-professional-introduces-vrx-line-array-calculator-at-winter-namm-2014 http://www.dasaudio.com/en/software-2/ease-software/ http://focus.afmg.eu/index.php/fc-software-en.html

Outro ponto importante dentro do alinhamento é quanto à frequência em função do tempo. Isso garante que não haja interferências destrutivas do tipo combfilter ou cancelamentos de fase. O alinhamento das frequências garante o equilíbrio entre os graves, médios e agudos.

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Agregar valor e expertise para oferecer soluções de áudio, luz e energia para as empresas no Rio de Janeiro. Há 34 anos no mercado de áudio e entretenimento, a Tukasom entra em uma nova fase e abre escritório na capital fluminense com a meta de atingir 10% do mercado corporativo carioca. Fundador de uma das maiores empresas de áudio do mercado brasileiro, Armando Vicente Baldassarra, o Tuka, dá um novo passo e coloca a Tukasom em uma nova fase. Nesta entrevista exclusiva à Backstage, o empresário fala sobre os planos para a empresa, as parcerias para a nova empreitada e o novo modelo de gestão que vai reger a companhia.

TUKA APORTA NO MER redacao@backstage.com.br Fotos: Divulgação

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ackstage - A Tukasom está há mais de 30 anos no mercado. Quando exatamente a empresa foi fundada? Tuka - A empresa foi fundada em 1980, permanecendo com o mesmo número de CNPJ. A partir de 2014, a empresa também terá um escritório no Rio de Janeiro. Por que a decisão de vir para essa cidade? Seria uma aproximação com o mercado carioca e adjacentes? Como e quando surgiu o projeto de se instalar no RJ? A ideia de uma operação no Rio de Janeiro deu-se a partir do convite que tivemos em prestar serviços de sonorização para a Fundição Progresso (na Lapa), local que estamos há um ano. Nesse período, com a colaboração preciosa do Anselmo (Paulista) e de uma equipe realmente fantástica, aliado à expectativa de negócios da área corporativa e os eventos pontuais, a ideia transformou-se em necessidade. Hoje temos um depósito e dois escritórios e evoluímos para uma solução completa, com som, luz, imagem e energia.

Quais os projetos que a Tukasom pretende implementar ou já vem desenvolvendo nos próximos meses com a inauguração da empresa no Rio? Quais são as metas da Tukasom? As metas são ambiciosas. Entendemos que não existe no Rio de Janeiro uma empresa com uma solução semelhante à nossa. A parceria com a RP Ligthing, Montreal Geradores e Image Pró trouxe uma musculatura importante. No primeiro ano, entendemos que possamos participar em 10% do mercado corporativo. Como você desenharia o atual panorama do mercado brasileiro de áudio, iluminação e show business em geral brasileiro? É um mercado importante, ainda jovem na qualidade, nas entregas, na visão empresarial, na legalidade, mas caminhando realmente para um cenário profissional em alguns anos, acredito. Os grandes eventos trazem oportunidades concretas de um futuro desenvolvimento e conseqüente amadurecimento do mercado e das empresas, ou são acontecimentos pontuais e o que


SOM CADO CARIOCA

Hoje o crescimento das empresas do setor deve estar focado na prestação de serviços. Qual a sua avaliação em relação à profissionalização das empresas e mão de obra técnica no mercado de áudio, iluminação show business? É natural que o mercado venha se desenvolvendo e cobrando a profissionalização das empresas e consequente prestação de serviços. A maioria das empresas brasileiras de áudio e iluminação começou pela aptidão do proprietário pela atividade que ele desenvolvia. Na verdade ele era um técnico e transformou-se em empresário, mas na maioria das vezes, com apenas uma

se desenvolve são apenas soluções paliativas para o mercado? Por quê? Não acredito que eventos grandes pontuais, fora da curva, beneficiem a longo prazo o desenvolvimento de qualquer setor, e o nosso não é diferente. O que é importante é a continuidade. Veja um exemplo de uma fábrica. Se determinado segmento tem uma demanda enorme de produção em um determinado mês, ela precisa de funcionários extras, capital de giro, linhas de produção, e não é possível investir para apenas um mês de demanda forte. Isso acontece também no setor de locação e serviços. Não existe tempo para treinamento e aprimoramento da prestação de serviços. Acredito sim, no crescimento constante e sustentado, com treinamento e acompanhamento da equipe técnica.

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será o desenvolvimento e consequente profissionalização do setor. A Tukasom terá como parceiros no Rio a empresa RP Ligting. Como surgiu essa parceria e por que houve a necessidade de também atuar no setor de iluminação?

visão romântica e não administrativa e profissional, com várias exceções, mas com pouca capacidade de gestão de processos e negócios. Com o desenvolvimento do setor, a cobrança das empresas produtoras, que hoje são gigantes internacionais, a necessidade da profissionalização

Quanto à qualidade da prestação de serviços e mão de obra técnica, somos ainda carentes de qualidade em quantidade

da atividade, tornou-se indispensável para a continuidade dessas empresas. Quanto à qualidade da prestação de serviços e mão de obra técnica, somos ainda carentes de qualidade em quantidade. O que quero dizer é que temos excelentes técnicos e engenheiros, mas precisamos de mais, para podermos estender, crescer e sermos melhores e em maior quantidade nas várias regiões do Brasil. Quanto maior for a quantidade de técnicos com qualidade, maior

Tuka ao lado de Paulista (ao centro) e Ronaldo (à direita)

Como já disse, na verdade temos um modelo de negócios no Rio que inova com uma solução agregada e muito sólida em locação de prestação de serviços nos setores de áudio, iluminção, imagem e energia. Não é apenas uma atuação isolada no setor de iluminação ou áudio. É um modelo que não existia até então no Rio. Não se trata de uma empresa que tem vários serviços. Na realidade é uma proposta com empresas grandes e dedicadas de cada setor, oferecen-


Acredita que o modelo de parcerias e soluções conjuntas será a tendência do mercado? Por quê? A tendência é nessa linha de comportamento. Hoje no Brasil, as grandes empresas produtoras são estrangeiras, que adquiriram as suas concorrentes. A minha visão é que serão poucos grandes blocos que estão se formando em todo o mundo, nos mais diversos setores. Não será diferente no nosso mercado. A instalação da Tukasom no Rio poderia ser considerada uma nova etapa na vida da empresa? Sem dúvida que sim. Precisávamos de um modelo de negócios diferenciado para podermos estar presentes em outra cidade, de forma definitiva, oferecendo a mesma qualidade na prestação de serviços que oferecemos em nossa sede, em São Paulo.

Quais foram os períodos mais marcantes na história da empresa? Tivemos vários. Na área de aquisições, podemos lembrar da chegada das Midas XL4, que trazia a qualidade máxima disponível no mercado internacional, a utilização de softwares de alinhamento como o SMAART na sua primeira versão, quando da inovação e utilização da primeira console de grande porte digital – YAMAHA PM 1D, em uma parceria com a empresa que dura até hoje, a apresentação ao mercado da então nova console da DIGIDESIGN VENUE, e agora mais recentemente a nossa parceria com o Grupo Harman. Conte como foi sua trajetória no áudio, desde quando começou a se interessar pelo áudio até os dias de hoje. A trajetória a maioria já conhece. Comecei a me interessar por áudio ainda na adolescência, passando pela engenharia no Mackenzie, aprendendo os primeiros passos com Fla-

do serviços de primeira linha, agregados, com um inventário de materiais e equipamentos relevante e operando em conjunto.

Precisávamos de um modelo de negócios diferenciado para podermos estar presentes em outra cidade, de forma definitiva

Existem mudanças que a Tukasom tenha feito para se adequar ao constante movimento do mercado nos últimos três anos? Quais? A Tukasom vem em um processo de atualização e profissionalização de seus negócios há vários anos. Na verdade, nos últimos cinco anos, investimos fortemente na administração empresarial, na gestão do negócio e, evidentemente, na qualidade da prestação de serviços.

via Calabi, Sólon do Valle, Joel Brito, Ronconi e tantos outros mestres que tenho muito orgulho por tê-los conhecido. Atualmente devo agradecer à minha equipe que me acompanha há tantos anos. Embora hoje em dia esteja pessoalmente mais distante do operacional, pelos compromissos administrativos, aproveito para relembrar quando sonorizamos os grandes concertos de música clássica.

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Festival, em Niterói, contou com sistema DAS, da Audio Company

Quem disse que o RJ também não é a seara dos sertanejos? O festival Villa Mix, que aconteceu em Niterói, no dia 30 de março, reuniu cinco atrações da vertente do sertanejo universitário, que se apresentaram para cerca de 100 mil pessoas, em uma área descoberta do Teatro Popular de Niterói Oscar Niemeyer. A sonorização ficou sob responsabilidade da Audio Company, empresa de Volta Redonda.

VILLA MIX

AGITA NITERÓI redacao@backstage.com.br Fotos: Divulgação

Q

uando a primeira dupla sertaneja, Humberto & Ronaldo, subiu ao palco, ainda era dia. Mesmo começando com um pouco de atraso, devido a um contratempo no sistema elétrico, o primeiro show do dia levantou o público, que ainda chegava ao Teatro Popular. Também passaram pelo palco do Villa Mix as duplas Jorge & Matheus, Matheus & Kauan e Guilherme & Santiago e Gusttavo Lima.

SONORIZAÇÃO O Festival, que começou em Goiânia, em 2011, hoje acontece em diversos estados do Brasil e tem data para acontecer também em Lisboa, Portugal. Com

tantos locais de apresentação distintos, a opção foi por escolher uma única configuração dos PAs para atender a todas as edições do festival. Na edição Villa Mix Niterói, a montagem do sistema, que ficou a cargo da empresa de locação AudioCompany, de Volta Redonda (RJ), foi um PA composto por 48 DAS AERO48 E 32 SUB NORTON INFRA21 divididos em quatro colunas e Center fill, mais delays d&b audiotechnik Q7. Foram usados 3 consoles novinhos na House Mix: 2 Venue Profile e 1 Midas PRO6. Baianinho, ou Adailton Santos, técnico de som da dupla Humerto & Ronaldo,


Marcelo Félix, PA da dupla Jorge & Matheus

destaca que o formato com duas colunas de PA por lado, center e delay foi o que deu maior satisfação sonora. “O Villa Mix é um projeto que já atingiu público superior a 80 mil pessoas. Para que todos independentes da sua localizacao tenham qualidade uniforme no áudio. Esse formato com duas colunas de PA por lado, center e delay foi o que nos deu maior qualidade”, avalia. “No alinhamento do sistema foi feito um belo trabalho da locadora de equipamentos AudioCompany”, comenta Baianinho, admitindo que o único vilão para ele ainda é o equalizador gráfico. A dupla Humberto & Ronaldo particularmente exibe vários tipos de ritmos em suas apresentações, mudando muito as características das vozes e dos instrumentos. Dessa forma, isso exige um pouco mais de atenção e dinâmica do técnico. “O show da dupla Humberto & Ronaldo é composto com um repertório com vários ritmos - Axé, Funk, Eletro, Forró e o Sertanejo,

Cabeça (à equerda) e Armando (centro), da BackLight, e o LD Ivan Moura

que é o carro chefe. E isso requer uma atenção especial durante o show. Preciso conhecer bem o repertório, os artistas e a dinâmica dos músicos”, completa.

CHECK LINE O Villa Mix acaba por ser um festival um pouco diferente e nem sempre o processo de passagem de som é feito passo a passo. Geralmente é

feito um check line, o que pode trazer certa dificuldade de adaptação. Por isso, Baianinho, por exemplo, procura exigir sempre o mesmo backline e os mesmos consoles. Para André Agapito, técnico de PA da dupla Guilherme & Santiago, o sistema montado pela AudioCompany favoreceu para que tudo corresse bem. “Quando cheguei para fazer o alinhamento do

Luiz comanda o console Soundcraft, usado como master na housemix

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Configuração é sempre a mesma em todos os locais do festival: quatro colunas L&R e center fill

Andre, Douglas, Rodrigo Cebola, Fernando e Danyllo

Absolon (Peixe Boi), monitor Humberto & Ronaldo

sistema, com o velho amigo SHURE SM-58, já encontrei o sistema pronto. Daí era só fazer o check line e começar o show”, ressalta. “A única adaptação é em relação ao tempo, para a passagem do som, que em festivais são extremamente curtos”, pondera. De acordo com André, os consoles Digidesing Profile, atualmente muito utilizados na maioria dos festivais, e uma Soundcraft Vi1, usada como mesa master, mais o sistema DAS e d&b, formaram um sistema bem homogêneo, com uma cobertura perfeita em todo o local, “o que facilitou muito para que o som ficasse pronto logo na primeira música do show”, comentou. Marcelo Félix, técnico de PA da dupla Jorge&Matheus, também aponta o curto tempo como o vilão nos festivais. “O que às vezes complica um pouco nos festivais é o curto espaço de tempo, mas dessa vez (no Villa Mix Niterói) foi tudo tranquilo. A locadora atendeu a todas as minhas necessidades com relação aos equipa-

mentos e o sistema de PA estava impecavelmente alinhado”, afirma.

DETALHES Da mesma forma que Baianinho, o técnico de Guilherme & Santiago também aposta na atenção aos detalhes que marcam a apresentação da dupla. “Precisamos de muita atenção em cada detalhe da música, pois isso faz uma enorme diferença no resultado final. Quando o músico toca é preciso fazer com que as pessoas ouçam exatamente o que ele quer dizer com o seu instrumento e até mesmo nas vozes, onde utilizo todos os recursos possíveis para transmitir essa essência para o público”, explica André. “Ao longo de mais de trinta anos de estrada fui aprendendo a fazer com que cada música tenha o seu som especifico. Não tínhamos tantos recursos como consoles digitais e sistemas de PA compatíveis, na verdade era muito mais difícil, hoje posso fazer todas essas mudanças de uma música


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Sistemas de microfone sem fio no palco

para outra, com mais eficiência e rapidez” conclui. Fernando Henrique Brito, técnico de PA da dupla Matheus & Kauan, procura priorizar bem os solos das músicas dos artistas. “Destaco músicas de mais expressão no show, e as vozes sempre bem nítidas para possibilitar uma boa interação com o público, e com isso imprimir um pouco mais da identidade deles no festival”, avalia. “No caso de um festival onde não se passa som e às vezes nem se confere o

sistema, como o Villa Mix, o mais importante é começar o show sem excessos. Eu priorizo uma base firme da banda e nitidez das vozes. Conforme o andamento do show, as peças vão se encaixando. No caso do Villa Mix Niterói eu usei a mesma mixagem usada na estrada no dia a dia da banda e não foi preciso nenhuma adaptação ou alteração do programa já feito”, completa. “O sistema DAS Aero 50 estava muito bem alinhado, usei uma mesa Venue Mix Rack e tínhamos uma Soundcraft Vi1 para controlar todo o sistema entre PA, Out fill, Front fill e Cluster central. Não tive dificuldade para conseguir um resultado final ótimo. Acho que uma característica musical é o jeito com que os músicos tocam. Podemos dizer que tocam livres em cima dos arranjos”, avalia Thiago Marcello Taranto Martins, técnico de PA do cantor Gusttavo Lima, acrescentando que para essa apresentação conseguiu usar todo o setup que ge-

Digidesign na House Mix

Compressor Manley

Soundcraft como master do festival


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Os parâmetros de ordem das notas fornecem controle sobre uma sequência de notas prédefinidas, repetidas de forma cíclica. As notas que estão pressionadas no teclado são tocadas uma atrás da outra na ordem definida. É possível adicionar ou retirar notas do arpegio apenas não as tocando no teclado. Os parâmetros podem ser alterados em tempo real (Marcelo Félix)

Show da dupla Guilherme e Santiago

ralmente usa na estrada, tanto em equipamentos como em instrumentos. Outro detalhe levado em consideração pelos técnicos é quanto à sonoridade da banda durante a apresentação ao vivo. Segundo Fernando, uma de suas prioridades é levar a mesma característica do disco para a estrada. “Tem que ser a mes-

ma do disco que foi produzido, pois é isso que o artista espera. E mesmo assim dá para colocar a nossa marca particular na mixagem, em alguns momentos onde destacamos solos, alguns lances de efeitos”, comenta. “Devido à mudança de estilos, troca de instrumentos e a dinâmica do show

Baianinho (à esquerda) e Valmar Fernandes

Da esq. para dir.: Anerilton, Jonatas e Luciano


como um todo, sempre se fazem necessários ajustes que irão manter a música em primeiro plano”, afirma Marcelo. Para o técnico de Jorge & Matheus, a banda se sai muito bem nessas trocas e está sempre dando o melhor, portanto, o seu trabalho é manter esse empenho em evidência. “O público, mesmo que de forma inconsciente, precisa dessa musicalidade pra se inflamar. O solo de guitarra, a frase de violão, aquela “lágrima’ na interpretação do cantor, tudo tem que estar ali, presente e isso faz com que o show tenha ainda mais sucesso. Como eu faço isso? Encaro tudo como um ciclo em que a banda toca, minha alma sente, meu coração dita as ações e meus dedos fazem a música rolar. Tão natural quanto respirar”, ressalta Félix. Thiago acrescenta que, no caso das apresentações do Villa Mix, tam-

bém deve haver algum cuidado de ambas as partes, uma vez que os músicos podem tocar livres. “Também temos que ter cuidado em algumas dinâmicas de algumas músicas, sempre utilizo compressores para poder ajudar”, completa. Para Marcelo Félix, o fato de carregar um rack com os inserts de master que ele gosta de usar, aliado à tecnologia atual que possibilita o uso das cenas das consoles, que em alguns casos foram lapidadas no sistema de som que será usado no dia, permite que tudo fique mais rápido. “Quando isso acontece logo na primeira música já tenho uma ótima mixagem base e aí é só ‘pilotar’ cada música trazendo as características de cada uma nas pontas dos dedos. A banda tem uma performance excelente e se mantém constante em todas as apresentações”, completa.

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Luciano Freitas é técnico de áudio da Pro Studio americana com formação em ‘full mastering’

TYROS 5 ESPERADO COMO SEMPRE, PODEROSO COMO NUNCA Graças aos avanços tecnológicos ocorridos na última década, a indústria da música conseguiu enfim quebrar o preconceito que existia em torno dos teclados arranjadores. Rotulados inicialmente como simples instrumentos dotados de sons basilares, com qualidade sonora inferior à encontrada nos chamados “teclados sintetizadores”, esses equipamentos possuem hoje características e recursos capazes de satisfazer até mesmo os profissionais mais exigentes do mercado.

U

ma entre as responsáveis por essa quebra de paradigma é certamente a linha Tyros da Yamaha, que chega à sua quinta geração esbanjando poder sonoro, escolha certa para quem quer um instrumento musical versátil e inovador. Essa caminhada para o sucesso se iniciou em 2002 com o lançamento da primeira geração Tyros. O equipamento

introduzia o conceito “Mega Voices”, timbres que contêm não apenas as amostras sonoras digitalizadas (samplers) de instrumentos reais, mas também várias técnicas de execução alocadas em suas camadas (layers). O segundo integrante da família (Tyros 2) também chegou com novidades, dentre as quais a tecnologia batizada de “Super Articu-


lation”. Este conceito trazia pela primeira vez em uma workstation um algoritmo que condicionava a execução das expressões dos instrumentos ao momento melódico em que a tecla era pressionada, levando em consideração o intervalo entre as notas e o modo de execução, mais ligado ou destacado (legato ou stacatto), sem perder as ca-

A nova “Super Articulation 2” aprimorava sua antecessora adicionando características como vibratos, portamentos, glissandos

racterísticas das camadas presentes nas Mega Voices. Já o modelo da terceira geração (Tyros 3) trouxe a evolução da tecnologia Super Articulation. A nova “Super Articulation 2” aprimorava sua antecessora adicionando características como vibratos, portamentos, glissandos, entre outras expressões musicais, que podem ser disparadas pelos controladores ART1 e ART 2 ou mesmo automaticamente, tendo como referência as características da frase musical executada (tais componentes são divididos em waveforms e re-sintetizados instantaneamente durante a execução musical pelo algoritmo “Articulation Element Modeling – AEM”). Logo chegou o modelo da quarta geração trazendo o dobro do número de timbres recriados pela tecnologia Super Aticulation 2, além de trazer o novo algoritmo “Wave Cycling” (capaz de introduzir alterações randômicas nas articulações e nas waveforms durante a execução) potencializando a sua impressionante biblioteca de timbres de vozes humanas. Com quase 1.300 sons (somados a 480 XG Voices e a 37 kits de bateria/efeitos), chega ao mercado o tão esperado Tyros 5 trazendo todos os timbres presentes nas gerações que o antecederam (do Tyros ao Tyros 4), além de 300 inéditos (elevando para 44 o número de sons que utilizam o conceito Super Articulation 2). Sua biblioteca sonora está organizada em 18 categorias de instrumentos, sendo que

duas delas fazem sua primeira aparição nos equipamentos do fabricante: a “Organ World”, com 40 timbres capturados de 5 diferentes instrumentos (Vintage, Home, Euro, Concert e Theatre), traz sons de famosos órgãos eletrônicos amostrados em um nível de excelência nunca ouvido em um teclado arranjador, e a “Ensemble Voices”, com 55 timbres, dedicada a reproduzir a sonoridade de instrumentos pertencentes à determinada família quando tocados em grupo (quarteto de cordas, quarteto de metais). Nesta categoria de sons (Ensemble Voices), encontramos um dos recursos que mais impressionam no novo equipamento: até agora, quando selecionávamos um timbre com essas características em um teclado (por exemplo, um popular “Brass Section”), ao tocar um acorde fechado (4 notas), todos os instrumentos do grupo reproduziam

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E é isso que o novo algoritmo desenvolvido pela Yamaha faz, atribui (divide) automaticamente uma das notas para cada um dos instrumentos do grupo, proporcionando uma sonoridade muito mais autêntica

Painel 'Ensemble Voices

todas as notas (parecendo ter 16 instrumentos tocando simultaneamente, e não 4, cada qual tocando uma nota em sua tessitura, assim como ocorre em uma situação real). E é isso que o novo algoritmo desenvolvido pela Yamaha faz, atribui (divide) automaticamente uma das notas para cada um dos instrumentos do grupo, proporcionando uma sonoridade muito mais autêntica. Mesmo com todo esse arsenal sonoro, o usuário pode ainda expandir a biblioteca do Tyros 5 adquirindo os “Premium Packs”, pacotes com novos sons (que também trazem novos ritmos, multi pads, registrações e músicas de demonstração) que

certamente agregarão valor ao instrumento (necessária a instalação das memórias flash FL512M ou FL1024M nos slots do equipamento). Já em sua seção rítmica, o Tyros 5 oferece 539 (sendo 40 inéditos) padrões internos, cada qual com 4 variações, que englobam praticamente todas as culturas e gêneros musicais (novos pacotes de ritmos podem ser adquiridos na página eletrônica oficial do equipamento na internet - http://music-tyros.com - e salvos em seu disco rígido interno de 500 GB, o dobro da capacidade do seu antecessor). A novidade nesta seção fica por conta da categoria “Audio


ário crie novos Multi Pads com o conteúdo de áudio (arquivos “wav”) gravado em seu HD ou em mídia flash externa (função Audio Link Multi Pad). Como já se podia esperar, o Tyros 5 traz um poderoso pro-

Styles”, ritmos que possuem além do tradicional conteúdo midi, conteúdo em áudio, fazendo o músico ter a sensação de ser acompanhado por uma banda de verdade. Mesmo com esse material, os ritmos dessa categoria se valem do novo algoritmo de Time Stretch da Yamaha, podendo ter seu andamento alterado em até 60% do padrão sem perder a autenticidade das performances (acima disso, o canal de áudio fica mudo e o restante é reproduzido normalmente). Outra novidade presente no Tyros 5 se encontra na seção de Multi Pads (botões que disparam frases musicais pré-gravadas, as quais podem se adaptar automaticamente à harmonia da música com a função “Chord Match”). Além da vasta biblioteca interna (190 bancos x 4 frases em cada um), o Tyros 5 permite que o usu-

Mesmo com esse material, os ritmos dessa categoria se valem do novo algoritmo de Time Stretch da Yamaha, podendo ter seu andamento alterado em até 60% do padrão

Painel 'Organ World

cessador de efeitos baseado na consagrada tecnologia Vitual Circuitry Modeling - VCM, a qual simula todo o “calor” encontrado na sonoridade dos lendários periféricos analógicos presentes nos mais renomados estúdios do planeta. Tal tecnologia se mostra marcante principalmente nas novas simulações de amplificadores de guitarras (Real Distortion), reproduzindo meticulosamente as frequências (harmônicos) e dinâmicas geradas pelos equipamentos reais (destaque para a bela e intuitiva representação gráfica criada para esta seção). Já para a sua entrada de microfone (conector combo XLR), um conjunto de 23 efeitos dedicados estão disponíveis para se somarem aos recursos do seu harmonizador de voz (tecnologia Vocal Harmony 2 – VH2). Na sua seção de áudio, o Tyros 5 é capaz de reproduzir arquivos nos formatos “wav” e “mp3”, com livre ajuste de tempo e tonalidade do material, podendo também gravar áudio multicanal (duas pistas) no formato “wav” (44.1kHz/16 Bits) e transferi-lo facilmente para um CD ou qualquer mídia flash removível. O usuário também terá nas mãos a ferramenta “vocal cancel”, capaz de suprimir efetivamente sinais como vocais ou solos para criar arquivos do tipo “karaokê”. Disponível agora em duas versões, com 61 ou com 76 teclas (mecanismo FSX) em um gabinete com design contemporâneo, o Tyros 5 conta ainda com um imponente visor colorido de 7,5’’ (640 x 480 pixels) que permite o acesso à qualquer parâmetro ajustável no equipamento e com um adaptador wireless que o conecta numa rede de internet sem fios (necessário um modem externo).

Para saber online Painel 'Real Distortion

luciuspro@ig.com.br

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ARPEGIADOR NO

X

LOGIC PRO

TODAS AS VARIAÇÕES DISPONÍVEIS NO FORMATO DE PLUG-IN O Logic Pro X incorporou uma nova categoria de plug-ins denominada MIDI FX Plug-ins, contemplando 8 efeitos. Entre os efeitos disponíveis, temos o Arpegiator como carro chefe do grupo. O MIDI plug-in Arpeggiator cria arpeggios variados baseado em notas MIDI e possibilita configurar as funções remotas que fazem também dele uma ferramenta para apresentações ao vivo.

Vera Medina é produtora, cantora, compositora e professora de canto e produção de áudio

O

Logic Pro X incorporou uma nova categoria de plug-ins denominada MIDI FX Plug-ins, contemplando 8 efeitos. Entre os efeitos disponíveis, temos o Arpegiator como carro chefe do grupo. O MIDI plug-in Arpeggiator cria arpeggios variados baseado em notas MIDI e possibilita configurar as funções remotas que fazem também dele uma ferramenta para apresentações ao vivo. É importante ressaltar que nas versões

anteriores do Logic, a criação de um arpegiador demandava um conhecimento avançado da ferramenta, pois tudo teria que ser montado no Environment do Logic e utilizando os objetos disponíveis, tais como Tranformers, Arpeggiators, Monitors, Faders etc. Cada componente tinha sua configuração específica e depois tinham que ser interligados num fluxo lógico, consolidados numa Macro que seria inserida


•Botão Play: utilizado para tocar ou parar o arpegio enquanto tocado no teclado ou em uma região; •Botão de captura de performance ao vivo: clicando sobre o botão e arrastando o símbolo para uma trilha de instrumento, a região MIDI com o padrão de arpegio é copiada; •Botão Latch: escolhendo esta opção, o arpegio continua a tocar mesmo que não se esteja pressionando as teclas do acorde; •Latch Mode: várias opções, como segue: - Reset: quando se toca uma nota, as demais param de arpegiar. - Transpose: pressionando uma nota, o acorde que está sendo arpegiado é transposto, mantidas as relações entre as notas. Lembre que deve ser somente pressionada uma nota para o efeito desejado;

num fluxo de sinal. Sua flexibilidade final seria do tamanho do conhecimento avançado do usuário. São dois mundos diferentes e distantes. Hoje, você apenas tem que escolher o MIDI plug-in Arpeggiator e definir sua configuração básica. Um arpegio é uma sucessão de notas de um acorde. Em vez de todas as notas serem tocadas simultaneamente, são tocadas separadamente numa sequência específica. A inversão de um acorde faz com que haja a alteração no baixo do acorde. O plug-in possui uma variedade de padrões definidos, variações e inversões. A janela principal do plug-in está dividida em 3 áreas (vide Figura 1): • Parâmetros de controle: esta área engloba os controles Play e Latch. • Parâmetros de ordem das notas: determinam o tipo de arpegio e incluem quatro variações ou inversões,

A inversão de um acorde faz com que haja a alteração no baixo do acorde. O plug-in possui uma variedade de padrões definidos, variações e inversões

as oitavas e a velocidade do arpegio. • Parâmetros avançados: está dividido em 4 áreas: Pattern, Options, Keyboard, Controller. Os efeitos MIDI são selecionados na área Inspector à esquerda da tela, acima do menu de Instrumentos e abaixo do botão EQ. Os plug-ins MIDI são representados na cor verde para distingui-los das outras opções de plug-ins. Para remover um plug-in MIDI basta clicar sobre o seu nome com o mouse, clicar sobre a seta para cima e para baixo e escolher a opção No Plug-in. Os parâmetros de controle são os seguintes:

- Gated Transpose: próxima à opção de Transpose, o arpegio continua a soar enquanto tiver alguma nota pressionada; - Add: as notas são acrescentadas ao serem tocadas uma a uma ou em formato de acorde; - Add Temporarily (adicione temporariamente): as notas são adicionadas ao arpegio que está no modo latch apenas enquanto estão sendo pressionadas, ou seja, temporariamente; - Through: Todas as notas MIDI que vão entrando se somam ao arpegio que está se repetindo;

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Os parâmetros de ordem das notas fornecem controle sobre uma sequência de notas prédefinidas, repetidas de forma cíclica. As notas que estão pressionadas no teclado são tocadas uma atrás da outra na ordem definida.

• Botão Delete Last (deletar último): possibilita apagar a última nota ou pausa que foi adicionada ao arpegio. • Botão Clear (limpar): remove todas as notas da memória de repetição do arpegiador. O arpegiador para de tocar e tudo é reconfigurado para zero, possibilitando criar um novo arpegio sem ter que desligar o modo Latch. Isto é bem útil numa situação ao vivo, nas mudanças de acorde. • Silent Capture (parâmetro estendido): possibilita capturer cada passo de um arpegio sem ter que ouvir os resultados em tempo real. Os parâmetros de ordem das notas fornecem controle sobre uma sequência de notas pré-definidas, repetidas de forma cíclica. As notas que estão pressionadas no teclado são tocadas uma atrás da outra na ordem definida. É possível adicionar ou retirar notas do arpegio apenas não as tocando no teclado. Os parâmetros podem ser alterados em tempo real. Vamos analisá-los: • Botão e campo de Rate (taxa): Existem possibilidades de ¼ a 1/128; • Os botões ao centro definem a direção do arpegio: - seta para cima: o arpegio é tocado da nota mais grave para a mais aguda. - seta para baixo: o arpegio é tocado da nota mais aguda para a mais grave. - seta para cima e para baixo: o arpegio vai da nota mais grave até a mais aguda e retorna desta para a mais grave continuamente. - Duas setas para o meio: o arpegio toca as notas mais agudas, depois as mais graves, depois a segunda mais aguda e a segunda mais grave, e assim continuamente. - Random: o arpegio é tocado de forma aleatória. - Símbolo da mão (as played): Todas as notas tocam na ordem que foram inseridas no acorde. Existe um botão de segurança para travar o conjunto de notas (ordem) de um arpegio. • Selecionador de Variação: Apresenta 4 posições como opções de variação do arpegio. • Botão de extensão de oitavas e inversões: possui dois modos para determinar a extensão das oitavas cobertas

pelo arpegio ou para determinar o padrão de inversão de acordes adotado. • A opção de Oitavas possui as seguintes 4 posições: - Posição 1: o arpegio se repete sem transposição; - Posição 2: a nota mais grave é transposta em uma oitava. Uma vez repetido, o arpegio reinicia na oitava original; - Posição 3: a primeira repetição é transposta por uma oitava e a segunda repetição por duas oitavas. Uma vez que a segunda repetição é tocada, o arpergio reinicia na oitava original; - Posição 4: A primeira repetição é transposta por uma oitava, a segunda por duas oitavas e a terceira por 3 oitavas. Uma vez que a terceira repetição termina, o arpegio reinicia na oitava original. • No modo de Inversões: - Posição 1: o arpegio repete sem inversão das notas presas. - Posição 2: O arpegio é invertido uma vez durante a primeira repetição. Uma vez finalizada, o arpegio reinicia. - Posição 3: O arpegio é invertido duas vezes, durante a primeira e a segunda repetição. Finalizada a segunda repetição, o arpegio reinicia. - Posição 4: O arpegio é invertido três vezes, uma vez durante a primeira, segunda e terceira repetições. Uma vez que a terceira repetição finalize, o arpegio reinicia. Desta forma, verifica-se que existem muitas opções somente se considerarmos as possibilidades pré-definidas. Vamos abordar nas próximas matérias os padrões e definições avançados. Teste os parâmetros de ordem das notas para que sejam úteis, principalmente em situações ao vivo.

Para saber online

vera.medina@uol.com.br www.veramedina.com.br


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CUBASE7.5

MIXAGEM Olá amigos, Nunca foi tão necessário conhecermos as ferramentas das nossas workstations. Ao mesmo tempo todas elas se apresentam com um conjunto de plug-ins nativos que proporcionam condições para um bom resultado final. Isso nos coloca quase que na “obrigação” de fazer bom uso de tudo o que está à disposição.

E MASTERIZAÇÃO ONDE COMEÇA UM TERMINA O OUTRO Marcello Dalla é engenheiro, produtor musical e instrutor

B

oa monitoração, bom ambiente de audição, bons cabos, enfim... Condições mínimas para a audição crítica e julgamento de resultados passaram a ser obrigatórios mesmo nos home studios de menor porte. A coerência do que se faz com os plug-ins e o que se ouve, só pode ser julgado com transparência no som, e aí temos mais problemas a resolver no mundo analógico.Vamos abordar neste artigo um pouco mais sobre estas questões. Onde termina a mixagem e começa a masterização? Para grande parte dos profissionais que usam workstations digitais hoje, esta fronteira é tênue e muitas vezes confusa. O Cubase 7.5, por exemplo, reforçou a implementação destinada a estas funções. A figura 1

mostra o mixer redesenhado e diversos plug-ins novos que podem ter as mais diversas aplicações. E então? Como e onde utilizar estas muitas opções e quais resultados são mais interessantes em cada situação? Com certeza não vou responder algo tão complexo em apenas um artigo, mas uma visão crítica e objetiva podemos começar a cultivar. Home studios (de todos os portes) se tornaram símbolos da liberdade criativa, da disponibilidade de recursos e inesgotáveis fontes de coisas muito boas e de “lambanças” sem precedentes na história da humanidade. Primeiramente, se queremos obter bons resultados, temos que buscar a consciência de que as funções de criação e construção


sonora estão todas acumuladas e sob responsabilidade da criatura posicionada entre o monitor e a cadeira. É aí que começa a diversão e a criatividade. É aí que começam os problemas quando desejamos escutar o que criamos. A partir deste artigo, vamos abordar pontos conceituais que direcionam o difícil processo de “pilotar” o próprio estúdio em todas as suas possibilidades. Mixar e muitas vezes também masterizar são tarefas que estarão incluídas na lista de afazeres, além de compor, arranjar, gravar, agendar músicos, pedir pizza, fazer café etc., etc. E aí cara pálida? Preparado pra isso? Por este simples motivo e para que nosso produto final seja coerente com as propostas criativa e sonora, um mínimo de critério pra tudo se faz necessário. Mixagem é a busca do equilíbrio entre os elementos (instrumentos, efeitos, vozes etc.) que constroem qualquer música. Por ser um exercício de possibilidades constitui-se, inevitavelmente, num universo de possíveis alegrias e sofrimentos. Não existe receita de bolo, dicas miraculosas, fórmulas pré-estabelecidas. Vamos nos libertar destas expectativas e cultivar a consciência teórica e prática dos fundamentos do som e sua manipulação digital. Só isso já é um bom começo. Quando ouvimos uma boa mixagem, é importante que alguns parâmetros subjetivos sejam conceituados, pois

Mixagem é a busca do equilíbrio entre os elementos (instrumentos, efeitos, vozes etc.)

eles serão nossos guias quando estivermos nesta função. Transparência, presença, definição, profundidade, “cores” sonoras, tudo isto conceitua subjetivamente como se fosse a referência de uma imagem. É exatamente isto que devemos buscar em nossas mixagens: a “paisagem” sonora correspondente ao que desejamos artisticamente. Nosso conhecimento técnico estará a serviço disto. Devemos saber lidar com equalizadores, compressores, reverbs, delays e todo o arsenal de plugins com a consciência de que tudo isto estará “a serviço” de um conceito artístico, de uma determinada paisagem sonora desejada. Estes conceitos independem de estilo musical. Cada um terá sua linguagem e a mixagem está diretamente relacionada à linguagem

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TECNOLOGIA| CUBASE | www.backstage.com.br 70 Figura 1

estética seja o que for. A pior sensação que pode acontecer durante uma mixagem é a indecisão. “Entrar em loop” é um risco constante frente às inúmeras possibilidades. É nessa hora que o

A pior sensação que pode acontecer durante uma mixagem é a indecisão. “Entrar em loop” é um risco constante

critério entra em ação. Boa monitoração e foco no que se deseja são os pontos de partida. São estas questões que vamos abordar nos próximos artigos. Seguiremos com a mixagem e seus fundamentos. Ao mesmo tempo, vamos começar a falar da encrenca seguinte, inevitável e necessária: a masterização.

A ideia é pontuar aspectos técnicos e contextualizá-los a serviço do conceitual, da busca da paisagem sonora. Já escrevi muitos artigos aqui para vocês com conteúdo técnico e formato tutorial. Ótimo. De agora em diante vamos ver e rever estes conceitos com uma perspectiva mais artística para que nossas mixagens e masterizações caminhem ao encontro de nossa satisfação de ouvir nos monitores o que ouvimos internamente quando “pensamos” nosso som. Até a próxima. Forte abraço.

Para saber online

dalla@ateliedosom.com.br www.ateliedosom.com.br Facebook: ateliedosom | Twitter:@ateliedosom



PRO TOOLS| www.backstage.com.br

PRO TOOLS UPGRADES

ATÉ ONDE VALE A PENA? Cristiano Moura é produtor, engenheiro de som e ministra cur-

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sos na ProClass-RJ

Estamos num momento em que os estúdios rodam várias versões do Pro Tools, e uma pergunta comum do cliente é: mas por que você não faz o upgrade?

E

muitas vezes nós mesmos não sabemos se vale ou não a pena fazer o upgrade. Normalmente respondemos algo do tipo "ah, porque aqui funciona tão bem... tenho medo de fazer o upgrade e piorar tudo". A ideia deste artigo é servir como um guia, onde os usuários poderão analisar as principais melhorias entre as versões do Pro Tools e julgar se para seu tipo de trabalho de fato vale a pena a aventura e o investimento de um upgrade. Pro Tools 7.3 e anteriores Se você é um usuário de uma destas versões, vale muito a pena considerar um upgrade. Simples assim. Existem centenas de funções incorporadas que podem facilitar seu trabalho, mesmo que seja apenas gravar uma dublagem. Pro Tools 7.4 A grande novidade no Pro Tools 7.4 foi a função Elastic Audio (fig. 1). Graças a este recurso, usuários podem manipular áudio de maneira muito mais prática no que se refere a tempo. Ele é uma solução de Time Strech em tempo real e direto na janela de edição. Para ajustar uma bateria no andamento, sincronizar uma dublagem ao movimento dos lábios de

um ator num vídeo, ou simplesmente para aumentar a duração de uma nota cantada, esta é a ferramenta. Foi um marco na maneira não só de editar, mas também de gravar e "pensar" em música.

Fig. 1 - Elastic áudio no Pro Tools 7.4

Pro Tools 8 Sem dúvida, esta foi a versão mais revolucionária da ferramenta. Além de uma interface nova e moderna (fig. 2), trouxe um editor MIDI dedicado, aumento no número de tracks, sistema de partituras (fig. 3) e um Elastic Pitch, que permite que o usuário altere a afinação de um áudio. Indo mais longe, uma biblioteca de plug-ins de áudio e de instrumentos virtuais muito mais rica do que as versões anteriores.


Fig. 2 - Mixer ganhou cores

Para muitos, era como se fosse um "novo" sistema. Esta é a primeira versão do Pro Tools realmente capaz de servir estúdios de pequeno e médio porte em todos os cenários, como uma ferramenta completa e auto-suficiente.

e Complete Production Toolkit além de um MP3 Export Option. Era realmente muito frustrante comprar o Pro Tools e depois descobrir

Fig. 4 - imagem que significava o fim de uma escravidão das interfaces do fabricante Fig. 3 - partitura, MIDI e instrumentos virtuais

Pro Tools 9 Se o Pro Tools 8 foi a revolução no software, o Pro Tools 9 foi a revolução com relação ao hardware. A partir desta versão, é possível usar o Pro Tools com qualquer hardware compatível com drivers ASIO (Win) ou Core Audio (Mac) (fig. 4). Isso quer dizer duas coisas: 1- o usuário está livre para comprar a interface que julgar melhor para as suas necessidades. Além da Avid, existem outras centenas de empresas que fazem interfaces de áudio de qualidade: RME, MOTU, Focusrite e Apogee são algumas delas. Com relação ao software, também é algo bem impactante. Até a versão 8, o usuário tinha que pagar diversos pacotes de funções à parte: DV Toolkit, Music Production Toolkit

que, por exemplo, para você ter um timeline contando em timecode você precisava do DV Toolkit. Ou para exportar um bounce direto para MP3, era necessário um MP3 option. Tudo isso acaba no Pro Tools 9. Timecode, MP3 Export, Beat Detective, Import Session Data Avançado, Catálogos no Digibase foram liberados. Só restou um pacote, chamado de

Complete Production Toolkit 2, que na sua essência era simplesmente transformar o Pro Tools "convencional" em Pro Tools HD, versão mais avançada da ferramenta para trabalhos de grande porte. Correndo por fora, também temos no Pro Tools 9 o ADC (Automatic Delay Compensation), que corrige pequenas diferenças de latência existentes entre plug-ins de processamento de áudio. São pouquíssimos casos em que isso acontece no Pro Tools convencional, mas caso você use um plug-in que tenha este problema, vale muito a pena o upgrade. Pro Tools 10 Quem está com o Pro Tools 9 está realmente muito bem equipado. A versão 10 é mais uma versão de transição para o Pro Tools 11 do que uma versão mesmo. O ponto mais forte do Pro Tools 10, no que se refere aos recursos, é a função Clip Gain (fig. 5), que permite o ajuste de ganho do áudio em tempo real, diretamente da Edit Window. É um comando de uma praticidade incrível e, sem dúvida, útil para qualquer tipo de trabalho. Também temos o novo plug-in Channel Strip (fig. 6) que realmente é interessante e gratuito. Seu algoritmo é retirado da System 5, console da antiga Euphonix, que hoje em dia faz parte da Avid. Obviamente, existem outras melhorias valiosas, mas que não seria

Fig. 5 - Clip Gain

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possível definir como "essenciais" como é o caso do Clip Gain. Por exemplo, temos fades sendo feitos em tempo real. Útil, mas nada que faça como que alguém no Pro Tools 9 trabalhe pior. Algumas outras são: 32-bit floating point, Bus Interration e melhorias do Audiosuite.

Fig. 6 - Pro Tools 10 Channel Strip

Acredito que a nova função mais comentada é o Bounce to disk offline, que sem dúvida é prática, bem-vinda, acelera o trabalho, mas novamente não é algo que vá fazer você trabalhar melhor ou pior

Pro Tools 11 Finalmente chegamos à versão atual do Pro Tools. Esta versão roda em 64-bit e tem apresentado um desempenho realmente melhor. Algumas sessões que eu estava tendo dificuldade de rodar no Pro Tools 10 rodam muito bem no Pro Tools 11. Acredito que a nova função mais comentada é o Bounce to disk offline, que sem dúvida é prática, bem-vinda, acelera o trabalho, mas novamente não é algo que vá fazer você trabalhar melhor ou pior. É só pensar: quanto tempo do seu dia você passa fazendo bounce? Quantos bounces vocês faz por mês? Obs.: Para quem tem o Pro Tools HD 11, além do bounce offline também existe a possibilidade de fazer o bounce de fontes diferentes ao mesmo tempo. Aí a coisa fica realmente séria, principalmente para quem exporta muitos stems, seja para música ou pós-produção. O mixer na minha opinião é o grande ganho desta versão (fig. 7). Ele ganhou a possibilidade de mostrar mais sends ao mesmo tempo, meters novos, medidores de redução de ganho e tudo isso, sim, faz com que você trabalhe melhor. Mais que isso, um novo recurso chamado de Dynamic Host Processing, que significa basicamente que o Pro Tools agora é inteligente e processa plug-ins apenas quando tem áudio na pista. Se não houver áudio, o sistema não gasta processamento com os plug-ins que estão inseridos naquela pista. Resumindo, mais plug-ins, menos travamentos. Para quem trabalha no mercado de pós produção, há também importantes melhorias como a possibilidade de rodar

Fig. 7 - Pro Tools 11 Mixer

vídeos de outros formatos e em HD. Cuidados com a última versão É comum pensar "vou direto pegar a versão mais avançada", mas o Pro Tools 11 tem suas peculiaridades e elas devem ser levadas em consideração. A principal é com relação aos plug-ins. O Pro Tools aceita apenas plug-ins no formato AAX, e, infelizmente, ainda não são todas as empresas que têm seus plug-ins adaptados para a nova versão. É muito importante confirmar se todos os seus plug-ins possuem uma versão em AAX antes de partir para o Pro Tools 11. E é isso aí. O mais importante antes de entrar na paranoia de sempre querer ter a última versão de tudo é lembrar que a ferramenta é apenas o "meio". Lembrem-se de que 99% dos CDs que o mundo ama e idolatra não foram feitos na última versão do Pro Tools. Talvez nem na penúltima, e, se quer saber, nem na antepenúltima! Abraços.

Para saber online

cmoura@proclass.com.br http://cristianomoura.com


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ABLETON LIVE “MODO ARRANGEMENT” PERFORMANCE DJ

Parte 1 Lika Meinberg é produtor, orquestrador, arranjador, compositor, sound designer, pianista/tecladista. Estudou direção de Orquestra, música para cinema e sound design na Berklee

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College of Music em Boston.

A Na matéria do tutorial anterior, explanamos como se grava uma performance montada na Session View, na outra parte do programa Arrangement View, que é o setor de gravação linear do Ableton Live.

gora, como prometi, estaremos tomando o caminho inverso! Produziremos um material no modo Arrangement, que será transferido para o Session View, que é o modo mais usado para Performace, Djing, Controladorismos e afins. Inicialize o Ableton Live, e alterne as janelas Session/Arrangement, apertando a tecla TAB do computador, ou atra-

ples assim, mas para tal, como veremos, alguns ajustamentos precisam ser feitos para que tudo funcione como desejado.

Session view

Alternar janelas

vés desses ícones que ficam no lado superior direito da janela do programa (esses 3 traços verticais e/ou horizontais) Em tese, o que faremos será gravar ou importar material sonoro na janela da direita Arrangermet View e arrastaremos diretamente nos Slots da janela à esquerda no Session View. Parece sim-

Existem várias técnicas desenvolvidas ao longo desse anos, para transferir montagens feitas no Arrangement View ao Session View. Essa é uma das que eu uso, mas tudo depende do tipo do produção envolvida. Para Djing e Remix, acho essa bem adequada. Para esse tutorial eu montei um pequeno projeto com loops de áudio e outros segmentos lineares, ainda não em looping, com propósito didático.Vejamos! Para começar o processo, primeiro selecione com o mouse do compasso 3 ao 7


Arraste até a outra janela e solte..... UPSS!! Mas algo deu errado... observe! Todos os Chuncks (segmentos de áudio) deveriam estar alinhados horizontalmente no track do Session View para reproduzir exatamente o que está no Arrangement View. Assim como se apresenta nessa imagem, quando você disparar o Master track 1 (Toque o Áudio!) , alguns segmentos de áudio não irão tocar??!!! Todos precisariam estar alinhados na mesma linha

Arrangement view

Deletar Loop

Projeto

(fica azul quando selecionado). Sugiro que para facilitar essa selecão, clique fora e não diretamente em cima do segmento de áudio ou MIDI e então arraste por toda área desejada com o cursor do mouse.

Use a tecla Shift caso precise fazer eventuais ajustes nessa seleção. Agora, clique com o botão esquerdo do mouse (Mantenha apertado o botão) e aperte a tecla TAB ao mesmo tempo em que arrasta o material selecionado. Repare que a imagem mostra tudo meio distorcido (Blured). É o material sonoro em movimento sendo arrastado (Uma cópia).

Arraste Clips para Session

Algo deu errado

horizontal para reproduzirem exatamente o que temos no Arrangement View. AFINAL O QUE ACONTECEU??!! (Control + Z para Undo ou desfazer a ação) Aqui nós explicamos os problemas... Claro!! Session View é uma interface que interpreta dados de maneira diferenciada, de forma não linear, portanto quando você importa um segmento não contínuo de dados com espaços sem dados ou seccionado, o Session View coloca esse seguimento no começo de outro track, interpretando como um segmento independente,”e cria outro

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Loop deletado

completar o espaço desejado, compensando o espaço deixado pelo loop deletado... *Assim como outros programas no mercado de áudio, o Ableton Live permite que você alongue um loop indefinidamente, arrastando sua borda superior até um ponto desejado. (setas em vermelho) Quando temos segmentos sem dados (em branco mesmo) o procedimento en-

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Loop Extendido

Track”. Então devemos sempre completar os espaços USANDO A OPERAÇÃO “Consolidate”. Veja a solução para Audio loop segmentado: Nesse caso acima, selecione o segundo segmento do Loop (esse em vermelho que é uma duplicação do primeiro), delete-o , e então (como mostra a imagem) alongue a borda até

Delete Loop 2

Selecione o espaço do loop

volve a operação Consolidate! (isso cria segmentos com dados) Selecione e delete o segundo loop (esse em laranja). Agora tente alon-

Consolidering

gar sua borda superior como feito com o outro loop há pouco. Ele vai se repetindo sucessivamente, mas não deixando o espaço vazio que tínhamos entre um loop e o outro??!!

No silence no loop

Solução: Você deve selecionar (em azul) com o cursor o espaço vazio desejado e o segmento de áudio até o comprimento desejado,.. Clique com o botão direito na área selecionada (Crtl +J) para a operação


Arraste o novo seguimento loop

Setup Final

Consolidate e o segmento se transforma em um monolito do tamanho selecionado. Um novo segmento de Áudio ou MIDI (se fosse o caso) será criado na sua Library ou no diretório do projeto. Então é só estender a borda do loop para completar os espaços em branco (agora áudio + silêncio no lugar de zero dados) Agora é só arrastar o material sonoro de novo ao Session View e tudo estará sendo executado exatamente como desejado. Era assim que tudo deveria estar desde o começo!! Claro que todo o tutorial envolveu uma série de dificuldades criadas, mas nos deparamos com elas algumas vezes ao executar uma pré-produção, remix ou planejando uma performance. Isso nos ajuda a prevenir erros

bobos que só atrapalham nosso momento criativo. Na segunda parte do tutorial estaremos trabalhando com músicas inteiras dividindo-as em partes e inserindo outros materiais, que é o conceito básico de um remix. Bom trabalho a todos!

Para saber online

Facebook - Lika Meinberg www.myspace.com/lmeinberg

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REVERBS FÍSICOS E

REVERSOS Ricardo Mendes é produtor, professor e autor de ‘Guitarra: harmonia, técnica e improvisação’

Além da reverberação natural encontrada em salas e espaços existem também os reverberadores físicos como o plate e o spring. Hoje todos o plug-ins ou periféricos podem simular estes reverbs físicos, mas além de ser interessante saber como eles funcionam, se você tiver um talento e gosto para construir coisas, você poderá fazer seu próprio reverb e ter um som único no seu estúdio.

S

e você reparar, os esquemas dos reverbs plate e spring são extremamente simples e podem ser construídos sem nenhum conhecimento de eletrônica. No caso do reverb spring, se você tiver um amplificador de guitarra, não precisa nem construir um. Pode usar o do seu amplificador. O plate consiste em uma placa de metal suspensa em uma caixa com um

transdutor de output (uma espécie de captador ao contrário) posicionado no centro. Nessa mesma placa são colocados dois microfones de contato. O sinal é enviado ao transducer que faz a placa vibrar. Essa vibração é captada pelos dois microfones (um é o canal direito e o outro o esquerdo) e enviada de volta para a mesa de som. Hoje em dia é muito raro encontrar um des-


tipo de reverb é facilmente encontrado em amplificadores de guitarra. Em alguns amplificadores que têm esse tipo de reverb, a caixa de metal fica separada fisicamente do circuito, sendo conectada por cabos RCA. Isso significa que você pode desconectar esses cabos e conectar cabos com sinal enviado da sua

ses, mas existem vários plug-ins ou reverbs eletrônicos de hardware que emulam o plate. O spring (mola) é um sistema muito similar. Consiste em um par de molas suspenso dentro de uma caixa de metal. A diferença é que o transducer de output é colocado numa ponta da mola e outro transducer de input (parecido com um captador de contato) é colocado na outra ponta da mola. Esse

O spring é um sistema muito similar. Consiste em um par de molas suspenso dentro de uma caixa de metal interface, utilizando o reverb de mola do seu amplificador de guitarra como um periférico externo. Estes reverbs soam mais “vintage” por que eram os utilizados na época em que ainda não haviam peri-

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féricos de efeitos de reverberação. Sempre que você quiser soar mais vintage, a opção por um reverb de mola ou plate sempre estará no topo da lista de preferências.

REVERB REVERSO

Existe um truque bem interessante que é fazer o reverb “adivinhar” a nota que vai ser tocada. Ainda não existe um algoritmo que faça isso, pois o som precisa passar pelo reverb para que ele possa processá-lo

Esse efeito não existe na natureza, mas os algoritmos permitem que possamos criar alguns efeitos como esse. O reverb reverso, como o próprio nome diz, se comporta de trás para frente. Quando uma nota é tocada, a reverberação começa no nível mais baixo, como se fosse no final do decay e vai aumentando de volume até entrarem as reflexões iniciais e finalmente chegar ao som direto. Existe um truque bem interessante que é fazer o reverb “adivinhar” a nota que vai ser tocada. Ainda não existe um algoritmo que faça isso, pois o som precisa passar pelo reverb para que ele possa processá-lo. O plug-in não teria como processar um áudio que ainda não entrou nele. No entanto, podemos recorrer a um truque que já era utilizado no tempo das fitas analógicas. Vamos fazer um passo a passo para criar um reverb reverso antecipado para um trecho de voz. 1º passo: abra um novo canal e duplique o trecho da voz. 2º passo: reverta este trecho usando a função reverse do seu programa. Isso fará a voz tocar de trás para frente e aplique um reverb normal, um hall, por exemplo, sobre a voz com o mix em 100% (ou o parâmetro direct em 8). Repare que o desenho da waveform

verde é exatamente o espelho da waveform azul. 3º passo: crie outro canal e enderece para a entrada dele a saída do canal anterior (o que você tem a voz reversa com o reverb normal) e grave este reverb neste canal. 4º passo: inverta agora o reverb gravado usando a função reverse novamente, e posicione no grid este áudio de maneira que a primeira sílaba após o crescimento da cauda do reverb reverso coincida com a primeira sílaba do canal original e mute o segundo canal onde estava a voz de trás para a frente. Desta maneira, o decay e as reflexões virão antes da voz, dando um efeito fantasmagórico e surreal.

GATE REVERB Um efeito muito utilizado nos anos 80, hoje um pouco menos, mas quem sabe quando isso pode voltar a moda? Para criar um som de caixa “maior do que a realidade” um recurso é colocar uma quantidade exagerada de reverb na caixa da bateria, tanto no parâmetro mix quanto no parâmetro decay, porém cortando abruptamente esse decay com um noise-gate inserido depois do reverb. Alguns reverbs já têm essa função embutida, mas nem todos. Repare como na segunda figura o decay do reverb (o canal azul) é interrompido bruscamente: Abraços.

Para saber mais redacao@backstage.com.br


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BAIXO ELÉTRICO| www.backstage.com.br 84 Nem sempre em uma profissão, principalmente quando tida por muitos como extremamente conservadora nos seus princípios mantenedores, se encontra alguém com uma mente tão aberta a inovações. Menos ainda quando esta profissão é a de luthier/artesão de contrabaixos acústicos, violoncelos, violas e violinos. Se descobrirmos que esta pessoa está preparada para enfrentar os desafios das mudanças e não tem medo de experimentar, a questão torna-se ainda mais complexa...

INOVAÇÃO E N T R E V I S T A

LUTHIER ANDREA SPADA Jorge Pescara é baixista, artista da Jazz Station e autor do ‘Dicionário brasileiro de contrabaixo elétrico’

N

o mundo dos instrumentos elétricos isto pode soar nada anormal, mas estamos falando do universo da luthieria tradicional vinculada há séculos às mãos e mentes de seus inventores e mantenedores, em Cremona (Itália). Tudo parecia tranquilo e imutável até que surge o músico italiano Andrea Spada, radicado no Brasil há alguns anos, para transformar nossa forma de pensar as coisas. Talvez não seja realmente de hoje que os instrumentos acústicos de orquestra tenham tido avanços em sua forma e construção, haja vista que eles já foram de somente 3 cordas e hoje são vistos em

até 6 ou 7 cordas, usavam cordas de tripa contra as atualmente cordas de aço, surgiram as extensões para alterar o tom das cordas mais graves e os formatos variaram levemente aqui ou ali. Porém, verificamos em duas visitas à oficina de Andrea Spada que a situação geral do design e da forma de trabalho poderiam variar e avançar muito mais, em busca da total entrega às necessidades do músico instrumentista, afinal é ele (o próprio músico) quem vai usar o instrumento (por vezes, pelo resto de sua vida), mesclando naturalmente com um compromisso estético e sonoro que envolve


exaustivas pesquisas, testes de campo, muita experimentação e alguma dose de genialidade (ou mesmo de uma certa loucura ao enfrentar o status quo do academicismo social reinante). Spada é bem falante e carrega em si uma naturalidade brasileira de levar as questões mais complexas com um sorriso. O músico chegou ao Brasil em dezembro de 1997 e, ao desembarcar no Rio de Janeiro, teve um feliz encontro com Heloisa Fischer, da revista Viva Música, que o levou a conhecer pessoalmente o contrabaixista Sandrino Santoro. Neste artigo em forma de entrevista, procuro contar um pouco da história deste músico e luthier e suas fantásticas criações, os contrabassetos pequenos, práticos, confortáveis, porém com uma sonoridade monstruosa; os contrabaixos acústicos que se desmontam para facilitar o transporte... Enfim, puxe a ca-

Damasco

deira, abra uma boa garrafa de vinho tinto e seja nosso convidado em uma tarde de sol quente no Rio de Janeiro, num atelier do tipo que se pode dizer “de artista”, em uma agradabílissima rua no bairro de Santa Tereza. Como foram os primeiros anos no Brasil? Os primeiros anos profissionalmente no Brasil foram bem difíceis. Na época me dividia entre dar aulas e pequenos trabalhos em teatro ou como músico. Comecei aos poucos a adentrar no mundo das orquestras sinfônicas, a princípio na Orquestra Sinfônica Brasileira Jovem. Após a iniciação recebida pelo Sandrino e sobretudo graças ao suporte e influência dele, comecei a receber pequenos pedidos de serviços de reforma. Sendo músico, as pessoas confiavam em minha capacidade de regulagem e a princípio este foi meu carro chefe. Meu primeiro cliente foi o Saulo de Mello, da OSB e, graças à exigência dele pude refinar meu entendimento de ergonomia e mecânica. Em 2006, pouco depois de ter prestado um concurso para entrar na orquestra Petrobrás Sinfônica, e com um filho recémnascido, decidi abandonar a vida de músico para me dedicar totalmente à luteria - no começo, resolvi me especializar e trabalhar exclusivamente com os contrabaixos. Até este momento, tinha trabalhado apenas como restaurador, mas estava me preparando para começar a construir meus primeiros instrumentos. Minha primeira encomenda foi do Tony Botelho, que tinha sido meu professor de contrabaixo e se tornado colega na orquestra. Acabou sendo um pequeno instrumento semi-acústico, precursor do que se tornariam os meus contrabassettos. Além do Sandrino Santoro, você tem ou teve outros mestres? Sim. A grande virada em minha formação aconteceu quando o próprio Sandrino me apresentou ao Nilton de Camargo, que fazia duas décadas mo-

rava e trabalhava em Cremona. Ele estava voltando a morar no Brasil e, de imediato, nasceu uma profunda amizade. Curiosamente ele se interessou muito pelo meu trabalho e pelas minhas ideias, apesar de eu estar no começo, e resolveu depositar em mim muita confiança. Extraordinário professor, começou a compartilhar comigo segredos que os lutiers costumam guardar a sete chaves e fez com que eu realmente entrasse de cabeça no mundo da alta luteria. Ele, especialista no quarteto clássico e sobretudo na viola, às vezes me pedia para ajudá-lo em pequenos trabalhos com violoncelos, através dos quais se aproveitava para tecer críticas sempre construtivas e apropriadas. Passou a me repassar sistematicamente os clientes que o procuravam para trabalhos com contrabaixos, e ajudou com que meu nome começasse a ser associado à luteria de autor. O treinamento com ele foi o mais próximo que tive de um treinamento formal. Lamentavelmente ele morreu repentinamente no ano passado, o que deixou um vazio imenso em todos nós que o conhecíamos, mas deixou uma herança enorme no exemplo de si e de sua arte. Algumas das ferramentas e até mesmo um gaveteiro que tenho hoje em dia foram dele e sempre que trabalho me sinto próximo a ele. É curioso, mas muitas vezes escuto a voz dele me chamando a atenção, como fazia anos atrás, especialmente quando deixo acumular sujeira debaixo da bancada: ele odiava isso! (Risos)

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Preparando uma junta

Não sigo cegamente uma determinada escola. Meu método de trabalho é intrinsecamente italiano (cremonense), por uma questão de gosto e afinidade, mas no estilo tenho simpatia e ligação com várias escolas

Você segue alguma escola específica de luthieria? Algum estilo ou luthier famoso? Não sigo cegamente uma determinada escola. Meu método de trabalho é intrinsecamente italiano (cremonense), por uma questão de gosto e afinidade, mas no estilo tenho simpatia e ligação com várias escolas. Cremona e Brescia são ambas minhas principais referências. Gasparo da Saló e Maggini são meus ícones absolutos em termos estéticos e conceituais, mas além deles adoro e reverencio o trabalho dos Amati, em especial, Andrea e seu neto Nicoló e, claro, de Stradivari. Na verdade posso dizer que busco inspiração em todo grande lutier - antigo ou contemporâneo, e procuro incorporar todos os elementos que mexem comigo. Considero a escola inglesa um grande exemplo de síntese onde cito Panormo, Fendt, Lott… E acredito que o contrabaixo em especial, tão heterogêneo em sua gênese e desenvolvimento, merece um estudo sistemático de todas as escolas, pois muitas foram as soluções propostas para os óbvios problemas de ergonomia e de acústica. Para mim, a luteria é acima de tudo um movimento artístico, uma criação espontânea e genuína, da qual simplesmente não consigo viver sem. Os elementos estéticos e formais precisam me satisfazer como um todo, e não faço concessão a nenhum detalhe até que seja plenamente resolvido. Com frequência porém me vejo aportando modificações na hora da confecção, muitas

vezes apenas porque a madeira, com suas nuanças de cor e textura, simplesmente sugere uma direção à outra. Ou seja, em meu método a pesquisa e o planejamento nunca sobrepujam a espontaneidade; elementos contrastantes se completam e atuam em conjunto. Não sou um copista, e nisso me sinto muito próximo às referências que respiro. Em oito anos de construções criei seis modelos de contrabaixos, cinco de contrabassettos e estou trabalhando ao mesmo tempo em vários modelos de violoncelos e violas. Além disso, estou convencido de que posso e devo melhorar muita coisa, aqui ou acolá… Para alguns é algo estranho, pouco ou nada viável. A maioria dos meus colegas escolhe um ou dois modelos e procura manter o foco neles. Eu não, preciso de uma continua investigação. Para mim é como deve ser, não ha outro jeito. Estou sempre reconsiderando meus passos, reavaliando minhas soluções e perseguindo o inatingível ideal de perfeição. Vale a pena ressaltar que todo modelo que realizo é fruto de anos de maturação e pesquisas. Realizo dezenas e dezenas de desenhos até chegar ao resultado que me satisfaz, e estudo atentamente todo livro e publicação de luteria e acústica que consigo ter em mãos. Você é um músico atuante no cenário musical. De quais trabalhos já participou e com quem trabalha atualmente? Eu já toquei todo tipo de repertório. Já toquei na OSB, na Orquestra Sinfônica Nacional, na Filarmônica e na Petrobrás


Sinfônica. Entre outras coisas, fiz parte de um trio experimental chamado Varal de Corda. Também participei do quarteto afro-brasileiro Repercussão (com Carlos Negreiros), com o qual gravamos pela Finaflor. Hoje em dia, toco com o Leoni (desde 2007) além de alguns poucos outros artistas (entre eles, Daniel Lopes). Tenho planos porém de voltar a tocar música de câmara, da qual sinto muito saudade… Além de músico, trabalhei como compositor e criei e produzi dezenas de trilhas para documentários, espetáculos de teatro e comerciais. Voltando a falar de luthieria, quais músicos usam seus instrumentos? Hoje em dia, para minha lisonja, tenho instrumentos meus nas mãos de grandes músicos, e cobrindo um grande leque de repertórios, seja em orquestras ou em mãos de solistas. No Teatro Municipal do Rio de Janeiro, na OSB e nas mãos de artistas de calibre internacional, como o André Vasconcellos e o Bruce Henri, ou de jovens promessas como o Pablo Arruda. O Ricardo Vasconcellos, pai do André, não abre mão de meus serviços para a manutenção de seu instrumento, e posso dizer o mesmo para o Gael Lhoumeau, para citar alguns dos músicos mais prestigiados com os quais trabalho. Falando do André Vasconcellos, além de ter se tornado um grande amigo, ele é hoje em dia um verdadeiro parceiro e grande incentivador, pois seu instinto revolucionário e indagador foi estopim para muitas de minhas criações recentes. Por exemplo, o último modelo que criei, o Amalfi, foi concebido exclusivamente em cima das especificações e exigências que ele traçou para poder se adequar ao trabalho que ele desenvolve com o Hamilton de Hollanda.

O que o levou a pesquisar novas possibilidades sonoras/timbrísticas e de design nos instrumentos? E quais são os parâmetros que objetiva sua pesquisa? Acho que, acima de tudo, minha pesquisa é alimentada pela busca estética e formal, tipicamente renascentista. O estudo da arte e de Belas Artes deixaram marcas profundas em mim, ainda mais tendo crescido na Itália entre Florença e Veneza, e em mim existe claramente o instinto de perseguir um ideal platônico. Além disso, sendo músico, conheço perfeitamente a grande frustração de se tocar em um instrumento que não permite a alguém ser o músico que gostaria ou poderia ser, portanto meu primeiro instinto enquanto criador foi buscar soluções pessoais aos problemas mais comuns. Como profissional, procuro entender ao máximo quais são as exigências de meus clientes e trabalho exaustivamente para conseguir satisfazê-las. Ou seja, meus principais parâmetros são as problemáticas que o cliente traz pra mim. Não abro mão de meu conceito artístico porém, tento chegar ao timbre e ao “feeling” que me é solicitado, mas sempre respeitando meus critérios do “belo” e “funcional”. Fujo de soluções complexas e de difícil manutenção, pois não quero que meu cliente seja obrigado a recorrer só a mim para o reparo de seu instrumento. Quanto mais simples a solução, mais simples o reparo em caso de acidente. Quais madeiras você costuma usar em seus projetos? Trabalho apenas com madeiras tradicionais, que muitas vezes acabo importando diretamente da Áustria, de uma serraria de confiança. Essa pequena serraria compra árvores muito interessantes, e hoje em dia separam cortes específicos sob minhas especificações. O abeto -

Garda

sempre dos Alpes - é imprescindível para o tampo, mas para fundos, faixas e braços, além do convencional bordo (maple), gosto de usar madeiras que hoje em dia são difíceis de se achar: Faia italiana, Álamo, Choupo Negro, Pereira e Olmo. Todas as madeiras que gozaram de grande prestígio nos séculos passados, e que por motivos comerciais foram postas de lado. Algumas delas são mais raras e caras que o próprio Bordo (como o Olmo e a Pereira), mas são incrivelmente lindas e sonoras. Poderia nos contar um pouco sobre sua forma de trabalho, se tem ajudantes ou se usa maquinário? Eu trabalho quase exclusivamente com ferramentas manuais. Excluindo as serras de fitas e eventualmente uma ou outra furadeira elétrica, uso também furadeiras manuais. Trabalho exatamente da mesma forma que se trabalha há séculos. As ferramentas não mudaram - se você for no museu Stradivariano de Cremona vai ver ferramentas quase idênticas às que uso e nem a forma de utilizá-las. Luteria para mim não é apenas profissão, é um estilo de vida. Na verdade, tenho medo de máquinas modernas, e as evito quase que inteiramente. Às vezes, por emergências, me vejo obrigado a usá-las mais do que gostaria, a muito contragos-

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Como profissional, procuro entender ao máximo quais são as exigências de meus clientes e trabalho exaustivamente para conseguir satisfazê-las

to. Sempre trabalhei sozinho, e continuo realizando meu trabalho autoral sozinho, mas há pouco mais de um ano aceitei um aprendiz, o Tarcisio Fiorini (também contrabaixista), que está aprendendo a me auxiliar na parte preliminar da confecção dos instrumentos (na preparação das formas e estrutura) e a realizar pequenos serviços de manutenção, para que eu possa dedicar mais tempo à construção. Descreva-nos os modelos de instrumentos que fazem parte das opções atuais para quem quer encomendar um? Hoje em dia tenho diversas opções de modelos. Procuro ter interpretações de modelos tradicionais para a orquestra (Sófia) e para o solista (Garda e Ravenna). Outros, como o Épheso e o Safirah, possuem visual mais arrojado, e são excelentes opções tanto no âmbito tradicional como moderno. Para quem viaja muito mas precisa de visual tradicional desenhei o Amalfi, um travel bass desmontável que pode ser facilmente despachado no check-in das companhias aéreas. Depois, vem os contrabassettos, minha criação, que podem ser vistos como contrabaixos portáteis. Hoje em dia trabalho com 4 modelos: o Damasco, meu menino dos olhos e meu modelo mais representativo; o Aleppo, modelo gamba tradicional; o Zagora, inspirado nos violones de Maggini; e o Samarra, uma versão reduzida do Safirah. Porque seus modelos têm nomes tão exóticos? Eu escolhi batizar cada modelo com o nome de uma cidade do mediterrâneo. É ao mesmo tempo um tributo às minhas origens e uma dica das referências artísticas que compõem um projeto específico. O Amalfi, por exemplo, deve seu nome à maior “Repubblica Marinara” da península italiana, caracterizada por viagens ousadas e aventurosas: nada melhor para um modelo “itinerante”. Na verdade, todo o modelo tem em seu nome uma chave para uma interpretação de sua origem. Apesar de poder soar exótico, não é exclusividade minha: os

Zagora

Pöllmann, tradicional família de luthiers alemã, faz algo muito parecido e provavelmente com parâmetros bastante próximos… Trabalha com outros instrumentos, além dos contrabaixos? Sim, hoje em dia trabalho também com violoncelos, violas e violinos, nesta ordem. Neste caso, ao invés de criar novos modelos, resolvi escolher exemplares tradicionais das escolas mais representativas; Stradivari, Ruggeri, Gofriller, Amati, Bergonzi, Rogeri, da Saló… Não faço cópias exatas, mas procuro capturar o espírito destes modelos e criar novas versões dos mesmos, de meu próprio punho. Estou bastante interessado nas violas - talvez inspirado pelo Nilton de Camargo, que também foi violista - e dedico bastante tempo a desenvolver modelos confortáveis e ao mesmo tempo sonoros. Como chegou no conceito dos contrabassetos? Bom, em princípio, como músico conheço bem as dificuldades que existem em amplificar e transportar os contrabaixos. Portanto, dediquei grande parte de meu tempo a conceber algo que pudesse ser ao mesmo tempo leve, portátil, versátil e simples de amplificar. Acabei chegando aos contrabassettos, instrumentos curiosos que, após as primeiras experiências, se provaram capazes de grandes possibilidades. No começo, foram concebidos para serem instrumentos semi-acústicos, mas rapidamente me dei conta de que era possível chegar a resultados próximos ou até idênticos a instrumentos convencionais com tamanho muito menor. A pesquisa que realizei nos contrabassettos foi determinante para que pudesse criar um conceito pessoal e independente de construção interna e equilíbrio estrutural que hoje em dia é presente em todo meu instrumento. Algumas das alterações que realizei e as inovações às quais cheguei se alastram até mesmo às violas e violoncelos que estou concebendo e realizando. Hoje em dia eles são


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instrumentos a todos os efeitos acústicos, que possuem a mesma mecânica e ergonomia de um contrabaixo acústico, e que respondem da mesma maneira - mas sempre com rapidez e consistência.

Não faço cópias exatas, mas procuro capturar o espírito destes modelos e criar novas versões dos mesmos, de meu próprio punho. Estou bastante interessado nas violas - talvez inspirado pelo Nilton de Camargo, que também foi violista

No que este instrumento realmente difere dos contrabaixos acústicos tradicionais? Eles tem o corpo muito menor, mas o comprimento de cordas é o mesmo se assim desejar, pois são todos feitos sob medida. Os outros elementos estruturais são menores, mas muito parecidos. Por exemplo, o cavalete é menor, como também a voluta e as cravelhas, procuro manter neles o caráter estético da alta luteria. O verniz é artesanal, de receita italiana. São esculpidos inteiramente à mão e recebem filete tradicional. O que muda mesmo é a facilidade que se tem em viajar com eles, pois desmontados podem ser levados como bagagem de mão. E na hora da amplificação eliminei do espectro sonoro deles parte do subwoofer característico dos contrabaixos, responsável pela maioria de problemas de microfonia, falta de presença e com isso se tornaram instrumentos “plug’n play”, usando um termo contemporâneo. Quanto tempo demora para ficar pronto um instrumento Andrea Spada, partindo da encomenda do cliente? Isso varia conforme o instrumento. Para um contrabaixo levo de três a quatro meses. Para um contrabassetto ou violoncelo, o tempo fica entre dois a três meses. Violas e violinos demoram menos. Agora falando sobre o mercado de instrumentos acústicos, em sua opinião este mercado cresceu ou está estagnado no Brasil nos últimos anos? O mercado do contrabaixo acústico certamente sofreu uma crescida. Existe sim um “revival”, e hoje em dia, para um contrabaixista popular, por exemplo, tocar o contrabaixo acústico pode fazer a diferença em conseguir um trabalho ou não. O que está estagnado é o sistema tributário e de comércio exterior do Brasil, que prejudica de forma quase que absoluta o

artesão que aqui trabalha. Somos obrigados a importar praticamente todo o material e ferramentas, pagando os impostos de importação criminosos aplicados pelo governo federal, mais o frete, o despachante, o depósito do galpão etc., e por causa disso nossos custos são até quatro ou cinco vezes maiores que os dos colegas europeus. Se o produto europeu, com todo seu valor agregado, se torna economicamente viável, como está acontecendo, quem vai comprar o produto nacional? Bom, mas ainda assim, com toda esta perspectiva instável de mercado, você tem planos para novos instrumentos no futuros? Sim, sempre. No momento estou trabalhando no projeto de um “upright elétrico”, como são chamados esses instrumentos, para me inserir no mercado de produtos mais acessíveis, tanto para o consumidor como para mim. Tenho feito muitas experiências e conduzido estudos sistemáticos sobre características da construção das Violas da Gamba inglesas que podem me ajudar a oferecer um instrumento elétrico com “feeling” muito parecido ao de um instrumento acústico. E é muito divertido poder criar sem o compromisso de satisfazer uma estética estabelecida. Agora estou me preparando para a construção do primeiro exemplar e acredito que com ele posso oferecer ao mercado uma opção muito interessante. Vamos ver. Assim nos despedimos de Andrea Spada, certo de que suas criações nos brindarão com boa música, nas mãos dos mais talentosos artistas brasileiros, Salute! Musica e Pace .:.

Para saber online

jorgepescara@backstage.com.br http://jorgepescara.com.br


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A recente linha lançada pela Samson, são os alto-falantes Auro, que compreendem modelos de oito polegadas, 12 polegadas e 15 polegadas (o D208, D412 e D415, respectivamente), e um subwoofer de 18 polegadas conhecido como a D1800 Auro. Projetado para abranger alcance, portabilidade e som excepcional, a Auro D415 é leve, com dois falantes ativo, que combina componentes de alta qualidade e engenharia meticulosa.

AURO D415

UNE LEVEZA, RESISTÊNCIA E VERSATILIDADE redacao@backstage.com.br Fotos: Divulgação

A

nova Auro D415 oferece soluções versáteis de alto-falante que se integram facilmente em sistemas de PA para uma variedade de aplicações, incluindo musical e reforço de som ao vivo em geral. Oferecendo 400 Watts de potência de saída, a Auro D415 possui woofer de 15”, de baixa frequência estendida e driver de compressão de 1,34” em titânio. Isso significa que o equipamento é ideal para profissionais de áudio e artistas que necessitam de uma solução eficiente para aplicações fixas ou performances itinerantes em espaços pequenos e

médios. Um dos principais diferenciais das caixas desta linha é justamente o seu design leve, e resistente, o que a torna a escolha perfeita para professores ou músicos que realizam workshops e eventos em diferentes cidades, aplicação em clubes e academias, bares, restaurantes. Um dos destaques é seu grave forte, articulado, e agudos brilhantes, que criam um som equilibrado e expressivo. Além disso, o processamento exclusivo Optimax garante que as caixas operem em altos volumes, sem sacrificar os graves. A entrada de linha de ¼” balanceada e a entrada XLR para microfone, além de


saída XLR, juntamente com controle de volume e equalizador de duas bandas, combinam capacidades proporcionando total facilidade de utilização. O alto-falante também possui um pólo de montagem de 1-3/8” e monitor com posicionamento em ângulo duplo, permitindo uma configuração flexível.

COMO MONITOR DE CHÃO A Auro D415 também pode ser uma solução ideal para monitores

de palco e, graças ao seu design único, são possíveis duas sessões de posições de monitores. Quando colocado com os speakers de alta frequência voltado para a esquerda do gabinete, a Auro é inclinada em um ângulo de 30 graus, otimizando o desempenho quando usado em um grande palco. Quando colocado com os speakers de alta virado para a direita do gabinete, a Auro é inclinada em um ângulo de 45 graus, perfeito para uso em palcos menores.

Especificações do produto Alto-falantes: 1 Woofer de 15" + 1 driver de 1,34” de titânio Potência: Bi-amp com 320 W nos graves e 80 W nos agudos Resposta de frequência: 55 Hz – 20 kHz Crossover: 2.1 kHz filtro 24 dB / oitava Controles giratórios: Level, Bass e Treble Entradas: XLR e Line P10 – ¼” balanceadas Saída: XLR balaceada Estrutura rígida e durável Dimensões: A=698 mm x L=450 mm x P=342 mm Peso: 22,25 kg Máximo de Pressão Sonora: 124 dB SPL a 1 m

TRANSPORTE FÁCIL Contando com duas alças ergonômicas e construção sólida de polipropileno, as caixas da linha Auro são fáceis de transportar e oferecem alta durabilidade mesmo sob as mais diversas condições de “estrada”. A D415 se integra f a c i l mente a sistemas de PA para uma variedade de aplicações, incluindo musical, FOH, e outro reforços de som ao vivo em geral.

Para saber online

http://www.equipo.com.br/samson/ produtos/detalhes.asp?id=49& prod_id=9118

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CADERNO ILUMINAÇÃO

MAIS BRILHO NO EFEITO WASH redacao@backstage.com.br Fotos: Divulgação

A Harman, Martin Professional, lançou na LDI 2013, Las Vegas, seu mais novo Mac Quantum Wash, equipamento que combina impressionantes 750 watts de potência LED RGBW com um sistema óptico que garante que o zoom de 1:6 opere com potência máxima e desempenho pleno, além de sistema Colorganics.

O

Quantum Wash não é apenas o irmão do popular Aura. Projetado para aplicações exigentes, o Quantum Wash MAC apresenta uma construção compacta e robusta, que oferece fácil manuseio, movimentos de alta velocidade e baixo ruído de refrigeração. O Quantum Wash MAC, que veio para atender os pedidos do mercado de luzes wash mais brilhantes e compactas, também combina uma paleta de cores da Martin Professional com uma mistura

uniforme, feixes apertados e belos washes, oferecendo brilho e perfeição ao projeto de iluminação. Ao combinar as possibilidades de deslocamento da lente, o MAC Quantum Wash estabelece novos padrões para a luz e efeito morphing de uma luz wash. Juntando o novo efeito beam twister e as capacidades de wash bem agradáveis, o equipamento estabelece novos padrões possíveis para se conseguir luzes de efeitos wash. O MAC Quantum Wash é perfeito para aplicações em sala de concertos, teatro, TV e arenas.

Especificações do produto Luz brilhante e perfeita para aplicações exigentes Zoom 01:06 Sistema Colorganics Qualidade óptica de alta eficiência Movimentos de super alta velocidade Construção robusta Sistema de controle: DMX Opções de controle: Controle independente de cor - ring/beam zones Programas macro selecionável via DMX Resolução de controle 8-bit, com16-bit controle de pan, tilt, dimming Canais de DMX: 37/14 Color mixing: RGBW Efeitos Feixe: Feixe twister, luz e cor morphing, cor de spin Efeito “roda de cores”: 36 cores LEEreferenciados mais branco, velocidade

variável de efeito de rotação da roda de cor e cor aleatória Efeitos anel Cor: 36 aneis de cores divididos com roda de cores de velocidade e efeitos de rotação variável Efeito do Obturador: Eletrônico, com strobe regular e aleatório de velocidade variável Efeitos pré-programados: Faixa sincronizada e cor independente, intensidade, twister beam e zona de efeitos Escurecimento eletrônico: Quatro opções de curva de escurecimento Controle de temperatura: Variável - 2700 7200 K Zoom: 11 ° - 59 ° (um décimo do ângulo de pico) Pan: 540 ° - Tilt: 270 ° Pan e velocidade de inclinação ajustáveis através do painel de controle a bordo e DMX.


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DINÂMICA| www.backstage.com.br 96 LEITURA ILUMINAÇÃO|

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O movimentado estande da Robe

MiniMe

ganha prêmio O ROBIN MiniMe, da Robe, foi eleito por jornalistas de diversas publicações especializadas do mundo na categoria melhor ‘Luz de efeitos’. redacao@backstage.com.br Fotos: Divulgação

na Prolight+Sound

O

prêmio PIPA, entregue durante a edição 2014 da Prolight+Sound, foi recebido por Jiri Baros, gerente de marketing, da Robe, que aproveitou a oportunidade para enfatizar o compromisso da Robe com a inovação e excelência. Segundo ele, o prêmio é um ótimo presente para comemorar o 20º aniversário da Robe. “Ganhar este Prêmio - votado por mais de 100 publicações da indústria no mundo inteiro - foi a ‘cereja no

bolo’ de uma incrível Prolight+Sound para nós”, avaliou Baros. O estande da Robe também contou com a visita do corredor tcheco do MotoGP, Karel Abraham - a Robe é um dos seus patrocinadores para a temporada 2014 –, e de um dos fundadores da Robe, Josef Valchar, que também esteve presente durante a Prolight+Sound. Os novos produtos como os ROBIN 1000 LEDBeam e CycFX 4 e o PARFect


Ganhar este Prêmio - votado por mais de 100 publicações da indústria no mundo inteiro - foi a ‘cereja no bolo’ de uma incrível Prolight+Sound (Jiri Baros) 100, e os novos aparelhos LED potenciados a bateria, os Lite Ware HO (High Output) e LiteWare Satellite, além das luzes LED para teatro Actor 3, 6 e 12, relançadas com uma nova curva de dimming ultrauniforme, também estiveram entre os destaques levados pela Robe para a feira. O ROBIN MiniMe, por exem-

plo, foi mostrado com uma nova lente wide, dando mais possibilidades para aplicações especiais. Para Harry von den Stemmen, diretor de vendas da Robe, a Prolight+Sound foi ótima. “Tivemos muito feedback, tanto sobre os nossos planos atuais quanto os futuros, e estamos realmente satisfeitos com a quan-

Jiri Baros, Marketing Manager da Robe, recebe o Prêmio PIPA 2014 obtido pelo produto ROBIN MiniMe como melhor ‘Luz de efeitos’

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Josef Valchar, CEO da Robe, e o corredor de MotoGP, Karel Abraham

Equipe da Robe no estande da Prolight +Sound, em Frankfurt

tidade de profissionais que nos visitaram de todas as partes do mundo”, elogiou. Os visitantes ainda puderam participar de um happy

hour no final do dia e assistir o show de luzes a cada meia hora, criado e programado pelo LD Nathan Wan.


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ROBIN CYCFX 4TM www.robe.cz ‘Pequeno e maravilhoso’ tem sido sempre um mantra ganhador para a Robe. Altamente versátil, o CycFX 4 mantém todos os parâmetros do CycFX 8 só que com a metade do tamanho. Pode ser montado em estruturas ou no chão e oferece quatro LEDs controláveis individualmente, com zoom de 8 a 67 graus e movimento muito rápido. É ideal para criar efeitos e cortinas de luz e cor no palco, ou em diferentes espaços, e até mesmo para criar efeitos ‘blinder’ sobre a plateia.

DW FRESNEL www.elationlighting.com A DW Fresnel apresenta um zoom manual de 19° a 72° e é capaz de variar a temperatura de cor de 3200 K - 7000 K, com um CRI de mais de 90. Embora a produção seja de até 8.700 lumens, um sistema de refrigeração termo-óptico mantém a luminária refrigerada e praticamente em silêncio. A temperatura de cor e o full range dimming podem ser manuais ou controlados por DMX a um consumo de energia máximo de 320W. A operação do DW Fresnel é fácil através de um painel de controle 4-button/3-dial com exibição do menu LCD. Uma série de recursos vem de fábrica como o controle DMX, 3 e 5 pinos XLR e conexões PowerCon in / out, e uma fonte de alimentação com detecção automática que permite que os dispositivos elétricos operem em qualquer lugar do mundo. Adicione os outros benefícios da iluminação LED, como maior confiabilidade, menor consumo de energia e menor manutenção e esse equipamento vai satisfazer até o profissional mais exigente.

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PH 10MM LIGHT CURVE www.proshows.com.br Especialmente para a Copa do Mundo, a PROLED apresenta aos brasileiros o painel de LED PH 10mm light Curve. Leve, prático e versátil, o PH 10mm representa uma excelente opção para as aplicações de alta resolução. Esse painel de LED de alta resolução possui módulos em curva, ideal para estádios, shows e aplicações que sofram interferências climáticas. Seu diferencial está no melhor custo-benefício, já que é o modelo de outdoor mais econômico do mercado. Além disso, proporciona imagens vivas, com altas taxas de contraste e brilho. Com resolução de 10.4mm, o painel utiliza LEDs tipo SMD, que proporcionam brilho de 3.000cd/ m², ângulo de visualização de 120/140° e densidade de 10.000 pixels/m². O consumo médio é de 350W/m² e o máximo de 700W/ m². Frame Rate em 60Hz e temperatura de operação de -35~85°C são outras características que compõem o equipamento.


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MAC AURA www.harmandobrasil.com.br O MAC Aura é o primeiro moving head wash de LED com ampla paleta de cores RGBW e zoom que oferece efeitos de iluminação nunca antes vistos. O inovador sistema óptico do MAC Aura combina fachos multicores de LED com lentes secundárias de LED para produzir uma nova gama visual, possibilitando uma nova experiência no design de iluminação. Pode ser utilizado como um poderoso Wash de lente única ou como um conjunto individual multicor para misturar, combinar e criar efeitos. O MAC Aura foi desenvolvido com mecanismo FX, usado para criar os efeitos extraordinários com uma fácil operação. Dentre as características técnicas deste equipamento estão zoom de 11° a 58°, canais DMX 19/25, Pan/Tilt 540°/232°, controle de temperatura de cor 10.000 – 2.500 K e 50.000 horas de tempo de vida do LED.

MOVING HEAD BEAM SPOT www.star.ind.br A Star Lighting Division apresenta o novo Moving Head Beam Spot 280W. Um equipamento que trabalha com fechamento de zoom igual a um Moving Head Beam – 2,7 graus e uma abertura máxima de zoom de um SPOT – 25 graus. O produto possui ângulo de foco ajustável, 17 Gobos Fixos + Aberto + Efeito Rainbow, Disco Rotante com 9 Gobos Intercambiáveis, 1 Prisma de 3 Faces Rotativo e Iris mais lâmpada MSD 280W R8.

HIVE www.equipo.com.br A Chauvet apresenta o Hive, um equipamento que emite raios espessos e multicoloridos para dar à aplicação móvel aquele estilo visual “rock star”. LEDs vermelhos, verdes e azuis de alta potência (3 watts cada) emitem raios concentrados precisos a partir de seis lentes de ângulo fixo (44° de ângulo de cobertura). Ideal para criar visuais personalizados em modo DMX, ou ainda usar os programas internos automatizados ou disparados por som para governar o show.


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CÊNICA Cezar Galhart é técnico em eletrônica, produtor de even-

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tos, baixista e professor dos Cursos de Eventos, Design de Interiores e Design Gráfico do Unicuritiba. Pesquisador em Iluminação Cênica, atualmente cursa Pós-Graduação em Iluminação e Design de Interiores no IPOG.

RIDE DE LIGHT(N)ING! O impacto visual que um projeto de iluminação cênica proporciona a um espetáculo musical transforma as percepções dos públicos participantes, de forma a valorizar sensações e sentimentos. Novamente em turnê pelo Brasil, o Metallica, banda estadunidense de Trash Metal, apresentou no fim de março deste ano a turnê Metallica By Request – cujo repertório foi escolhido pelos fãs, por meio de votação, antes e, inclusive, durante o show (para a penúltima canção). E se o resultado de um show é uma consequência de escolhas, relacionadas a diversos aspectos, entre elas os profissionais envolvidos, podemos dizer que o Metallica vem fazendo a coisa certa. A banda trabalha há anos com o brilhante Lighting Designer John Broderick, que me concedeu uma entrevista durante a sua passagem pelo Brasil.

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que esperar de um show? Para os fãs, entretenimento com canções marcantes e emblemáticas e proximidade com os ídolos. Para a banda, locais repletos de fãs e palco sem problemas – de forma que os talentos sejam percebidos com elevado pa-

drão de qualidade (de sonorização e iluminação). E como fica para quem cuida justamente desta parte de produção relacionada à sonorização e iluminação? As garantias de qualidade para o atendimento das expectativas da banda e dos públicos.


Fonte: Eduardo Anizelli / Folhapress / Divulgação

Figura 1: Metallica by Request – Estádio Cícero Pompeu de Toledo (São Paulo) - (22/03/2014)

fere à turnê que anteriormente visitou o Brasil - World Magnetic Tour (WMT), em 2010, com três shows em duas cidades, Porto Alegre (um show) e São Paulo (dois), complementar à Death Magnetic Tour (DMT). Particularmente em relação a esta última (DMT), John descreveu a principal diferença como relacionada ao fato de que “a DMT

vel, quando analisada em relação à produção com iluminação projetada com outros instrumentos. São projetos com estruturas, dimensões e resultados completamente diferentes. E qual é o melhor? Engana-se quem imagina que são melhores aquelas produções com grande telas e projeções mescladas – com câmeras e vídeos programados.

Para um show do Metallica, qualidade e garantia fundem-se como uma óbvia expressão (“garantia de qualidade”) que transmite uma das características de um dos mais significativos espetáculos presenciados pelos públicos brasileiros (e outros, que vêm para o Brasil para prestigiar essa banda). Para os mais de 65 mil espectadores (inclusive, este colunista) que presenciaram o único show da atual turnê no Brasil (realizado no dia 22 de março, no Estádio Cícero Pompeu de Toledo, em São Paulo), o espetáculo produziu momentos únicos e memoráveis. E muitas dessas imagens, eternizadas em fotografias e lembranças, foram resultantes do excelente projeto de iluminação cênica. Neste contexto, o desenvolvimento de um projeto de iluminação cênica deve contemplar, em primeiro lugar, as condições nas quais a turnê será inserida. Com isso, John Broderick, que trabalha com a banda desde 1988, desenvolveu o conceito da Metallica By Request Tour considerando, principalmente, os requisitos operacionais que essa turnê envolvia, e que, no que se re-

O impacto visual de uma produção com telas de LED se torna uma referência incomparável, quando analisada em relação à produção com iluminação projetada com outros instrumentos foi realizada em espaços fechados, sem a projeção de vídeo, em oposição às outras – WMT e Metallica By Request, em estádios com vídeo”. Nesse aspecto, as mudanças são substanciais. O impacto visual de uma produção com telas de LED se torna uma referência incompará-

E o próprio John Broderick e o Metallica passaram por essa avaliação. A primeira parte da turnê europeia de 2009, intitulada Death Magnetic Tour foi concebida para teatros e outros espaços fechados, e menores. Neste cenário, Broderick desenvolveu um projeto que pudesse ser

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Fonte: Steve Jennings / Divulgação

Para esse método, a assimetria é aplicada às estruturas de Box Truss, aos instrumentos de iluminação cênica e, inclusive, à criação, na qual a dinâmica de palco e a interação dos músicos com as canções

Figura 2: Death Magnetic Tour – Turnê 2008/2009

adaptável a todos os espaços já confirmados, e que contemplasse elementos cenográficos (quatro “caixões”, em referência à capa do disco de mesmo nome) nos quais ficavam fixados os principais instrumentos de iluminação de palco (basicamente moving heads, modelo Infinity Wash XL, da empresa italiana Coemar). Ele queria fazer o trabalho de iluminação para cada espaço do lugar e, por isso, ele expandiu a iluminação para

fora do palco em direção à área do público em geral – e sem telões. Fez tanto sucesso que, a pedido e insistência dos fãs, as datas da turnê realizada nos Estados Unidos da América repetiram a mesma estrutura (decisão essa definida com a antecedência de três semanas antes do primeiro show). Outro elemento fundamental nesse processo é o controle. Broderick explicou que na turnê de 2009, o controle ocorria “no Fonte: MRossi / T4F / Divulgação

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” Figura 3: Montagem da Metallica by Request – Estádio Cícero Pompeu de Toledo (São Paulo)


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palco”, enquanto que na atual turnê, em função da estrutura, ocorre na house mix, naturalmente. O controle de iluminação é normalmente realizado com a mesa grandMA Full Size Lighting Console, da empresa alemã MA Lighting. A programação é feita com o software WYSIWYG (What You See Is What You Get). Nas duas situações, Broderick imprime a sua marca e sua identidade com dois métodos que se tornaram referência, para o Metallica e para as produções de sua responsabilidade. No primeiro, o conceito de assimetria que proporciona múltiplas perspectivas e interações, além de valorizar elementos diversos (músicos, formas e profundidade), também resulta em impressões, ora enérgicas e estimulantes, ora insólitas e dramáticas. Para esse método, a assimetria é aplicada às estruturas de Box Truss, aos instrumentos de iluminação cênica e, inclusive, à criação, na qual a dinâmica de palco e a interação dos músicos com as canções, com o público e com a ambientação também produzem resultados impressionantes. Outro método está relacionado à paleta de cores. Para o Metallica, a exploração de possibilidades tornase ilimitada. Ou quase isso. De fato, as cores primárias são raramente usadas, para momentos e canções específicas, que requerem essas sensações cromáticas. Para todas as outras, diversificadas combinações, com interferências e misturas, amplificando as opções, ou mesmo, com mais intensa e elevada saturação das cores, resultando em um espetáculo vibrante e memorável. Isso pôde ser percebido em São Paulo desde a primeira canção, Battery (canção que abre o álbum Master of Puppets, de 1986) até a última canção do show – Seek and Destroy, penúltima canção do primeiro álbum, Kill ‘Em All (1983). A diversidade

de cores – e mesmo a ausência delas, com a presença de fachos brancos, com inúmeras intensidades – destacaram-se nas dezoito canções executadas com intensidade e profissionalismo exemplares.

pertório de Broderick. Instrumentos diversos e diferentes técnicas de produção têm sido experimentadas nas últimas décadas – de lasers da empresa estadunidense DPSS Lasers Inc. ao projeto específico e Fonte: Eduardo Enemoto / Portla R7 / Divulgação

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Figura 4: Metallica by Request – Estádio Cícero Pompeu de Toledo (São Paulo)(22/03/2014)

O inventário de instrumentos de iluminação também é amplo. Para obter os resultados esperados, além dos moving heads da empresa italiana Coemar, Broderick diversifica seu “repertório” com moving heads SXB – com lâmpadas de Xenon com 5000W e refletores dicroicos – da empresa estadunidense Syncrolite e instrumentos MAC da empresa dinamarquesa Martin Professional. Mas com tanto planejamento, é possível ainda ocorrer algum imprevisto (e possível improviso)? “Nós esperamos ter as pistas das canções programadas nos consoles; se não, temos que improvisar usando uma estrutura existente, e adaptá-la ‘ao vivo’ para cada canção”, disse ele. Experimentação é outra palavra que pode ser associada ao amplo re-

direcionado à gravação do filme Metallica Through The Never em 3D para ser exibido em cinemas IMAX. Broderick sabe que o atendimento das expectativas de públicos e banda pode ser integrado com a iluminação cênica. Isso proporciona unidade no projeto de iluminação cênica e aproxima o público da banda – e vice-versa. “Tentamos dar uma experiência incrível para o público”, disse ele, com modéstia e a convicção de que cada espetáculo do Metallica é uma experiência única. Mais que isso: uma experiência incomparável e arrebatadora. Abraços e até a próxima conversa!!!

Para saber mais redacao@backstage.com.br


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Show de Ana Gabriel

FESTIVAL DE

LTA OS ANOS 60 VO DE XE OU TR ÃO AÇ IN UM IL DE TO CONCEI redacao@backstage.com.br Fotos: Divulgação

A 55º edição do Festival Internacional da Canção de Viña del Mar, um dos mais famosos do mundo e realizado na região de Valparaíso, no Chile, foi no palco do anfiteatro da Quinta Vergara. O evento de seis noites contou com a participação de artistas locais e internacionais como Ricky Martin, Laura Pausini, La Ley, Ana Gabriel, Carlos Vives, Rod Stewart entre outros.

A

produção completa de iluminação, suporte de media servers, design de iluminação e execução foram fornecidos, pelo quarto ano consecutivo, pela empresa Producciones Órbita, da cidade de Santiago. O Lithing Designer espanhol Luis Pastor – que é responsável pelo design de iluminação em Viña del Mar desde 2011 – explicou que o processo criativo inteiro começou há quatro anos. “Para essa edição, especialmente, a ideia era retomar o espírito histórico do festival, recriando a forma de concha acústica original da estrutura do palco do ano de 1960”, ressalta Pastor.


Show de La Ley, LD Luis Pastor

VIÑA DEL MAR O lighting designer utilizou ao todo 48 ROBIN Pointe. No centro da montagem de iluminação, por exemplo, havia oito estruturas triangulares de truss com elevadores de velocidade variável, contendo seis ROBIN Pointe cada uma, todas idealizadas pelo LD para dar mais dinamismo ao palco. As estruturas estavam montadas com um sistema de automatização e podiam mover-se para criar diferentes formas sobre o palco de 60 metros de largura e 25 metros de profundidade. Alicia Lawner, uma das diretoras da Producciones Órbita, comentou que Luis Pastor sugeriu o Pointe da Robe porque já havia usado o

equipamento e tinha uma impressão altamente positiva sobre o aparelho. Outro objetivo em men-

te ao desenhar a estrutura de iluminação era dar a cada LD das bandas participantes espaço para pro-

Show de Carlos Vives, LD Christopher Penso

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Trabalhamos a 5600° K, porque essa era uma temperatura de cor que nos permitia obter o espectro inteiro para as câmeras como azul, congo blue pouco saturado e as gamas de magenta. As luzes de frente ficaram mais cálidas, entre 5100° K e 5300° K

Técnicos de VGL, Chilevisión e Órbita no palco da Quinta Vergara

LD Luis Pastor com Alicia Lawner e Gladys Hervia, da Produciones Órbita

Show de Laura Pausini, LD Francesco de Cave

gramar seus próprios shows com o equipamento disponível. Foram adicionados ainda efeitos com os triângulos cada um com seis Pointe, mais um aparelho Wash de tecnologia LED e um estrobo. “Trabalhamos a 5600° K, porque essa era uma temperatura de cor que nos permitia obter o espectro inteiro para as câmeras como azul, congo blue pouco saturado e as gamas de magenta. As luzes de frente ficaram mais cálidas, entre 5100° K e 5300° K para que os tons de pele fossem mais naturais. Os Beams estavam a 7000° K para conseguir um branco puro para os efeitos

usando os Pointe”, explica. A programação de iluminação foi desenvolvida pelos Lighting Designers Luis Pastor e o brasileiro Paulo Lebrão, que usaram um sistema em rede de quatro consoles grandMA 2. Um modelo Light como master e outro Light para luzes de TV e dois grandMA 2 Full Size para toda a programação e controle da iluminação do palco. A montagem técnica do evento levou seis dias. O festival foi organizado e transmitido ao vivo cada noite pelo canal de TV Chilevisión, com áudio fornecido pela empresa brasileira Gabisom.


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LEITURA DINÂMICA| www.backstage.com.br 114

Thalles e José Éboli, presidente da Universal Music Brasil

“Eu temo lançar

um disco com o selo

‘Motown’ na capa” N Novo contratado da Universal Music, o cantor Thalles fala com a imprensa sobre os próximos passos em sua carreira. Alexandre Coelho redacao@backstage.com.br Fotos: Divulgação

ovo contratado da gravadora Universal Music Christian Group – que iniciou recentemente suas atividades no Brasil – o cantor e compositor gospel Thalles recebeu a imprensa recentemente para falar da nova parceria. Na ocasião, o cantor, sempre descontraído e irreverente, falou sobre seus próximos lançamentos, a iminente carreira internacional, o início na banda Jota Quest e o peso do selo Motown, do qual passa a fazer parte. Para Thalles Roberto, ou simplesmente Thalles, como muitos o chamam, ter uma carreira internacional sempre esteve nos seus planos. De backing vocal na banda Jota Quest até se tornar um dos maiores fenômenos da música gospel no Brasil, parece que o tempo passou bem rápido para ele. Agora, contratado por

uma das maiores gravadoras do mundo, o sonho está prestes a se tornar realidade. “Eu sempre achei que meu estilo tinha entrada lá fora, mas é difícil. É mais fácil ficar aqui, no mercado que a gente já conquistou. Mas eu sempre pensei em ter uma carreira internacional. Tenho certeza de que conseguiremos. Acredito que uma música que tenha verdade, com letra boa, uma pegada boa e uma mensagem de Deus, as pessoas vão gostar. Quem sonha e se dedica chega lá”, filosofa. A trajetória foi árdua. Seu estilo arrojado – tanto nas letras quanto em suas interpretações – e uma música que mistura do pop ao soul, passando pelo reggae e o dub, entre outros, não se encaixava na tradicional música religiosa. Por isso, segundo Thalles, muita gente o desanimou no início da carreira. Mas ele per-


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sistiu e, depois de um tempo como artista da Graça Music (selo especializado em música gospel), chegou à grande mídia. “Sei do risco que estou correndo, de falar para outro povo e em uma mídia diferente. Mas acredito que quem me conhece vai continuar me acompanhando, e quem não conhece vai ter essa oportunidade. Acho que vai dar certo. Sempre acreditei. Acho que eu fui chamado para um ministério diferente, para falar com outro público”, avalia. Os primeiros testes virão já em 2014. O cantor tem previsão de lançar um CD em julho, voltado para o público da América Latina e dos Estados Unidos, que incluirá a regravação de alguns de seus sucessos, e músicas em inglês e espanhol. Em outubro, deve sair um DVD ao vivo, também direcionado ao público estrangeiro.

Thalles pocket show

“Meu trabalho é muito audiovisual. As pessoas querem me ouvir e me ver. É o jeito de dançar, nos shows... Eu vou falar com as pessoas, dou o microfone para elas cantarem... Meu público se identifica com meu jeito de ser. Então, eu tenho que gravar em espanhol, gravar ao vivo lá fora, para falar diretamente com esse público”, justifica o cantor.

Muito desse jeito despojado de Thalles tem explicação em suas origens musicais. Ex-cantor de jingles, Thalles foi descoberto por um amigo de Rogério Flausino, vocalista do Jota Quest, que ouviu uma gravação sua no rádio. Na época, a banda mineira precisava de dois cantores negros com experiência para os backing vocals, e ele foi um dos escolhidos. “O Jota Quest foi a minha escola. Eu via o Rogério Flausino no palco, e ele é muito comunicativo, muito carismático. Acho que Deus me colocou ali para eu aprender, apesar de, naquela época, eu estar muito perdido, muito doidão de álcool e de drogas. Mas eu olhava como ele se comportava no palco, como ele se vestia, como fazia nas entrevistas, no trato com as pessoas... Nós nos falamos sempre pelo telefone e, quando nos encontramos, sempre damos boas risadas. Eu gostaria de cantar com ele, ou de fazer uma música com ele. Nunca falei isso pra ele, mas tudo tem que ser na hora certa. O Jota Quest foi uma escola muito boa para mim”, elogia. A escola foi importante. Porque, dentro da gravadora Universal Music, Thalles vai integrar o cast do emblemático selo Motown, célebre por impulsionar a música negra americana, desde meados do século passado. E, para Thalles, ter no currículo o nome ‘Motown’ tem um peso do tamanho da história e da fama do selo de Detroit. “Eu sempre ouvi a Motown. A negrada, que é o meu povo, é também o meu som. O nome ‘Motown’ carrega um peso artístico e de qualidade muito grande. Como fã dos artistas da Motown, pesa no meu coração a responsabilidade de ter de ser ainda melhor. Eu temo lançar um disco com aquele selo ali na capa. É uma grande responsabilidade, mas também uma grande felicidade. Deus falou assim: ‘Eu vou colocar você lá, junto com seus irmãozinhos de cor’. Tem que ter gabarito para chegar lá, mas é um orgulho”, admite.


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s, técnico do MK Max Motta, gerente, e Vitor Faria

MK: arte e técnica na música gospel

MK Music investe na modernização do seu estúdio. O local é o único no meio gospel que pertence a uma gravadora.

A

Miguel Sá redacao@backstage.com.br Fotos: Divulgação Revisão Técnica: José Anselmo “Paulista”

música gospel tem como objetivo o louvor e, para atingir plenamente este objetivo, o foco na voz, a inteligibilidade das palavras e a clareza nas mixagens são características artísticas e técnicas que prevalecem em gravações de alguns dos artistas mais famosos do segmento como Fernanda Brum, Aline Barros, Kleber Lucas, Oficina G3 e Marina de Oliveira, que também é dire-

tora artística da MK Music.

A REFORMA NO ESTÚDIO Desde quando surgiu, em fins dos anos 1980, a MK já tinha um estúdio próprio, no Centro do Rio de Janeiro. No ano 2000 ele se mudou para onde é a atual sede da gravadora, em São Cristóvão. Nesta época, ele funcionava com uma mesa analógica Soundcraft e gravadores


meçaram a verificar que algumas coisas ainda podiam ser melhoradas. “Houve reuniões comigo, o Edinho Cruz, o Vitor Farias e a direção da empresa e chegamos a um

nos de gravação. Em primeiro lugar, foram retirados diversos equipamentos obsoletos, como os ADATs, reprodutores de minidisc e cérebros de teclados. Com isso, o

ADAT. “Quando entrei na empresa, em 2002, ainda como auxiliar, já havia um Pro Tools. O Edinho Cruz (técnico de som da MK) foi o primeiro aqui a trabalhar com o Pro Tools”, relembra o gerente do estúdio, Max Motta. Já em 2006, foi adquirida uma Control 24 e o Pro Tools se tornou a ferramenta principal de trabalho. Além de Max e Edinho, o estúdio ainda conta com Vitor Farias. Na MK há quatro anos, ele é um dos grandes técnicos de som do meio secular, figurinha carimbada nas fichas técnicas de vários clássicos da MPB e do rock Brasil. “Quando cheguei, as interfaces já eram do Pro Tools HD e esse rack com os pré-amplificadores Amek e o Manley (VoxBox)”. Mesmo com os bons equipamentos que já tinham à disposição, no dia a dia de trabalho, os três profissionais co-

Quando cheguei, as interfaces já eram do Pro Tools HD e esse rack com os pré-amplificadores Amek e o Manley VoxBox (Vitor Farias)

consenso do que era necessário fazer”, aponta Max. Em 2013, após um ano e meio de conversas, foi decidida a reforma que colocaria o estúdio em dia com os conceitos mais moder-

estúdio ganhou espaço. Depois, foi feita uma melhoria na acústica. Foram implantados alguns difusores projetados por Carlos Dutweller que “enxugaram” a sobra de grave que havia na técnica.

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A MK tem 28 anos. Ela começou pequenininha, como tudo o que vai dar certo. Sempre tivemos estúdio próprio, mas usamos também de fora. Usamos os do Roupa Nova, a Cia dos Técnicos, o do Emerson Pinheiro e muitos outros estúdios, porque temos 36 artistas (Yvelise)

Com relação aos equipamentos, foi tomada a decisão de adquirir a SSL Matrix. Além de funcionar syncada com o Pro Tools, ela traz, segundo Vitor, facilidades para os inserts analógicos e qualidade de áudio excelente. “De pré-amplificador já estava bem completo, mas compramos os API, que são prés muito bons”, ressalta o técnico de som. “Os principais equipamentos novos foram a SSL e o Pro Tools HDX, além dos API e do (compressor) Distressor”, reforça Max. Além dos periféricos analógicos, foi adquirido o pacote de plug-ins UAD-2 e feita uma interligação da técnica com o estúdio para programas ao vivo na rádio.

QUALIDADE MUSICAL A estrutura da empresa é grande e já são muitos anos de estrada, nos quais já foi possível estabelecer uma rotina de trabalho que forma novos talentos e atrai outros músicos talentosos. Uma das consequências é que mais de um artista da gravadora já ganhou prêmios Grammy como a própria Marina, Aline Barros, Oficina G3 e Kleber Lucas. Isto não é por acaso. Yvelise de Oliveira, presidente da MK Music, é uma entusiasta da qualidade musical e técnica. “Nosso estúdio já era muito bom, mas eu queria que ele ficasse ótimo”, enfatiza. A empresa tem um grande número de artistas no cast. Por isto, não pode tra-

Lista de equipamentos Interfaces ProTool HDX AVID HDX 16X16 e 8X8X8 ProTools 10 e 11 Plug-ins UAD-2 Satellite Quad Ultimate Waves Diamond Avid Plug-ins Pack with Protools Mixer/Pré-amps Matrix SSL API 512C API 550B Distressor EL 8SX Avalon VT737sp Focusrite Red7 Amek Neve 9098EQ Manley VoxBox Universal Áudio 2-610 Efeitos Lexicon 960L com Larc 2 Lexicon 300 Lexicon PCM-80 Alesis Quadraverb 2 Eventide Ultra-harmonizer H3500 Yamaha SPX-1000 Periféricos Equalizador Yamaha Q2031B Behringer MDX2100

Microfones Neumann U87 Neumann U89 Neumann TLM-149 CAD VX2ps AKG C12vr AKG C414 B-TLII AKG D-112 AKG C1000 S c/ garra Sennheiser MD 421 Crown PZM Shure Beta 98 D/S Shure SM 57 Shure Beta 91 Klark Teknik Active DI Box Monitoração Genelec 1032 A Mackie HR824 Mackie HR626 Tannoy System 12 DMT II Yamaha NS-10 JBL SW PB12 Crest Audio CPX 2600 Hafler Transnova Powerplay HA-4400 Sennheiser HD 202 II Headphone AKG K270 Headphone AKG K300 Headphone


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REPORTAGEM| www.backstage.com.br 122 Estúdio adiquiriu o préamplificador API, Manley (VoxBox)

balhar apenas com o estúdio próprio. “A MK tem 28 anos. Ela começou pequenininha, como tudo o que vai dar certo. Sempre tivemos estúdio próprio, mas usamos também de fora. Usamos os do Roupa Nova, a Cia dos Técnicos, o do Emerson Pinheiro (produtor musical, marido de Fernanda Brum) e muitos outros estúdios, porque temos 36 ar-

tistas”, completa Yvelise. A MK costuma trabalhar com vários produtores. Além de Emerson, há CDs produzidos por Kleyton Martins e Tuca Nascimento, entre outros. “Aqui é como se fosse um útero onde se geram ministérios. Porque aqui não são cantores, são ministérios. Aqui todos têm ministérios de louvor, cantam de graça em orfanatos e igrejas, mas ‘digno é o obreiro do seu salário’. Eles têm que ganhar dinheiro para viver e viver de música é difícil. Fazemos o possível para dar o que temos de melhor, aquilo que sabemos que é bom”, enfatiza Yvelise.

Para saber online

ProTools HDX e SSL Matrix estão entre as novidades do estúdio

http://www.mkmusic.com.br/ sac@mkmusic.com.br


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BOAS NOVAS | www.backstage.com.br 124

CAPA DO CD DE DANIELLE CRISTINA JÁ FOI DEFINIDA

É Só Adorar é o próximo álbum da adoradora pela Central Gospel Music já tem capa definida. O projeto gráfico foi idealizado pela própria cantora em parceria com Vlad Aguiar e desenvolvido por David Cerqueira. Este é o quarto CD de Danielle Cristina pela gravadora e foi produzido com muito carinho para que vidas possam ser alcançadas ao ouvirem cada uma das 12 faixas do repertório.

DANIELLE CRISTINA GRAVA SEGUNDO CLIPE É Só Adorar, que pertence ao mais novo CD, homônimo, da cantora, é a segunda música a ganhar versão em vídeo. A produção audiovisual foi dirigida por Vlad Aguiar e Emerson Freitas. O local escolhido para a gravação foi um teatro localizado na cidade de Duque de Caxias, Rio de Janeiro, onde um belo cenário foi montado, com a presença de uma pequena orquestra e banda.

Esperança é o novo álbum de Jozyanne A cantora, que vence uma grave doença, o lúpus, escolheu a palavra Esperança para dar título ao seu segundo disco pela Central Gospel Music. A produção mais uma vez é assinada por Josué Lopes, talentoso músico e irmão da cantora. Agora o próximo passo é mixar e masterizar o CD, fazer sessão de fotos para a capa e desenvolver o design gráfico. Ainda falta um pouquinho para que o CD chegue às lojas, e a equipe se encontra em contagem regressiva.

DVD Liberta-me O tão aguardado DVD Liberta-me, de Fernanda Brum, chegou da fábrica. O trabalho vai além de um registro audiovisual com qualidade elevada de uma noite que entrou para a história de Recife (PE). Gravado na maior casa de shows do Nordeste (Chevrollet Hall), essa super produção MK Music marca de forma especial os 20 anos de carreira de uma das cantoras gospel mais queridas e populares do Brasil. Em toda a sua carreira, Fernanda Brum lançou oito álbuns inéditos em português, dois projetos em espanhol, cinco DVDs. Foram oito meses de pré-produção até a gravação no dia 31 de agosto de 2013, que contou com o engajamento de centenas de profissionais, desde a decisão de gravar o primeiro DVD da MK na capital pernambucana, até a viabilização do projeto, que foi captado dentro do Canta Recife.

Raquel Mello visita gravadora A Central Gospel ficou movimentada e em clima de festa na tarde do dia 19 de março. Quem marcou presença foi a cantora Raquel Mello, que acaba de lançar o álbum Há um Deus no Céu. A cantora adorou ao Senhor com um medley das músicas Oh Happy Day, Segura na mão de Deus e Chuva de bênçãos. Todos os colaboradores do call center da Editora Central Gospel fizeram coro com Raquel, que também ministrou a regravação de Descansarei, da banda Hillsong, e Vou te adorar, sua música de trabalho.


DANIELLI MARINHO | REDACAO@BACKSTAGE.COM.BR Festa na Igreja

Deixa a lágrima rolar

Esse é o título do mais novo trabalho dos irmãos gêmeos Tiago e Diogo. A dupla lança o CD em maio, com canções evangélicas em ritmo de funk, pela Sony Music. A faixa O Fogo e Funk já está sendo tocada em algumas rádios e traz a participação especial do cantor Mattos Nascimento. Além da participação de Mattos, o álbum conta também com a participação do cantor Jonas Maciel na música Todo Mundo na Unção e de MC Neblina na música Conselho de Irmão.

Esse é o nome do novo clipe de Bruna Karla. O vídeo traz momentos de angústia e dor vividos pela cantora e sua família, que sentiu o desejo de compartilhar seu testemunho. O nascimento do filho Benjamin, tão aguardado por Bruna Karla e seu marido Bruno Santos é a prova de que o Senhor realiza o impossível e transforma lágrimas em testemunho do Seu poder. No clipe há fotos e vídeos exclusivos, que acompanham o crescimento de Benjamin e o amor recebido antes mesmo de seu nascimento. As cenas foram gravadas em Orlando (EUA), e conta com a direção de Dayane Andrade e roteiro de Alomara Andrade, profissionais da gravadora. A canção é uma composição de Emerson Pinheiro e Klênio e integra o CD Aceito o Teu Chamado, ganhador do Disco de Platina duplo por mais de 160 mil cópias vendidas.

CD INÉDITO DE SUELLEN LIMA Também pela Sony Music, a cantora Suellen Lima lança seu trabalho inédito Jesus simplesmente Tudo. São dez faixas, sendo nove inéditas e uma regravação do hino Grandioso és Tu. O repertório é composto por canções de diferentes compositores, entre eles Ronaldo Rios, André & Felipe, Roberto Reis, Wesley Alexandre, entre outros, e segue a temática pop sertanejo. A produção do CD é de Adilson Rodrigues e as gravações aconteceram nos estúdios da Melody Gospel, em Curitiba, com masterização nos estúdios Sage Audio, em Nashville (Estados Unidos).

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BOAS NOVAS | www.backstage.com.br 126

Turma Cristãozinho recebe DVD de ouro

Grandes sucessos de amor A MK Music lança em maio o DVD Amo Você 20 Anos, com clipes inesquecíveis que marcaram vidas e histórias de amor. São registros de grandes sucessos interpretados por nomes consagrados do segmento gospel como Bruna Karla, Fernanda Brum, Marina de Oliveira, Rayssa & Ravel, Wilian Nascimento, entre outros intérpretes.

Léa Mendonça estreia programa na rádio

O projeto infantil idealizado por Bira Uchôa recebeu o Disco de Ouro por mais de 25 mil cópias vendidas. O prêmio foi entregue no dia 11 de abril na sede da gravadora Central Gospel pelas mãos da diretora Elba Alencar. O DVD possuiu dez canções infantis, sendo oito que marcaram época no meio cristão e duas inéditas. São elas: Dia de festa com Jesus, As árvores, Se eu fosse um elefante, Cuidado olhinho, Deus criou os peixes, Três palavrinhas, Florzinha e Soldadinho, O sabão, Meu barco é pequeno e Sou o cristãozinho. Todas as canções são exibidas com clipes infantis.

LOUVORZÃO 2014 O Rio de Janeiro foi palco no feriado do dia 18 de abril de um dos maiores festivais de música gospel. O Louvorzão, realizado na Quinta da Boa Vista, recebeu um público de mais de 100 mil pessoas, durante oito horas seguidas de música, com ritmos que iam do pop ao forró, passando por baladas românticas, rock, pop-rock, black, soul, louvor e adoração. Do pop de Aline Barros e Fernanda Brum, ao ‘dance’ de Raphael Lucas, sem contar o rock do Oficina G3 e PG, o evento mostrou que a música gospel é diversificada e democrática, unindo todos os estilos num convívio harmonioso. O evento, promovido pela MK Music, teve entrada gratuita e contou com o cast de artistas da gravadora.

No dia 15 de abril a cantora estreou o programa Profetizando Vida, com o pastor Sérgio Andrade, marido da cantora, na de terça a sábado, às 00h15, na Rádio 93 FM. O programa trata de assuntos que vão de encontro às necessidades do dia a dia do ouvinte que enfrenta correria da vida, estresse, ansiedade e as lutas com o objetivo de não fazê-lo desanimar e ir em busca de Deus. “Trazemos passagens bíblicas para edificar a todos, além de muita oração. Temos que interceder pelo povo de Deus”, conta a cantora e pastora.

Novo CD de Florelis A tarde de segunda-feira, dia 14 de abril, foi de muita expectativa para a cantora Flordelis, que esteve no estúdio MK Music para a audição do novo CD pela gravadora, A Volta Por Cima. Ao lado da diretora artística, Marina de Oliveira, e do produtor Melk Carvalhedo, Flordelis estava muito feliz com o resultado. Ela conta que ficou muito satisfeita com tudo o que foi realizado, desde a produção até os preparativos finais. Uma das grandes novidades foi a gravação ao vivo para o CD realizada em fevereiro deste ano no Ministério Flordelis em São Gonçalo (RJ). O álbum terá ainda outras novidades, mas por enquanto, não foram reveladas. O que se sabe é que as canções virão no estilo pentecostal já conhecido de Flordelis, mas com outros estilos musicais também, além de participações especiais.


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LUIZ CARLOS SÁ | www.backstage.com.br 128

OS DISCOS DA MINHA VIDA

“O HARMONIA” C omo os leitores habituais da coluna já sabem, venho contando em sequência a história dos discos da minha carreira. Depois de Passado, Presente, Futuro e do Terra - ambos do trio Sá, Rodrix & Guarabyra - e dos seis primeiros da dupla, chego ao sétimo de Sá & Guarabyra, o... HARMONIA. O ano de 1985 foi emblemático para nós. Em pleno 13º ano de carreira voltávamos à crista da onda, graças ao estrondoso sucesso da novela Roque Santeiro. Na trilha, além da música-título que interpretávamos, tínhamos também Verdades e Mentiras e Dona, todas fartamente executadas nas rádios do país inteiro. Com a faca, o garfo, a colher e o queijo na mão não dávamos conta dos convites para shows, TV e tudo mais, a ponto de curtirmos o luxo de poder recusar um tanto desses shows (por falta de estrutura) e outro tanto dos programas de TV (por baixa qualidade). Para fazer o disco, partiríamos dessas três músicas, já previamente gravadas para integrar os dois LPs da novela. Roque Santeiro, tema do personagem encarnado pelo recentemente falecido Zé Wilker, (grande figura que por cruel ironia jamais conheci pessoalmente), tinha sido composta a pedido de Máriozinho Rocha, já então na direção musical da Globo. Talvez pelo fato de Guarabyra ter crescido em Bom Jesus da Lapa, centro de famosa romaria anual às margens do São Francisco,

Mário tinha certeza de que acertaríamos na mosca com a música-título. Na ocasião, lembrei-me de Incelença, uma composição que acabamos por não gravar na época do trio, construída no formato do tradicional “ABC” recorrente no folclore dos sertões nordestinos. Ela dizia: “Diz um A, amiga dos meus amigos Diz um B, bastante pra um homem só Diz um C...” ...e por aí adiante, percorrendo todo o abecedário. Empolgamo-nos com a idéia, pegamos o briefing da novela e em menos de dois dias a música estava pronta. Mas para nossa surpresa, nem Mário nem Dias Gomes, o autor da novela, acreditaram muito na letra, achando que a fórmula do ABC não iria colar. Depois de alguns telefonemas, a boa lábia de Guarabyra convenceu a ambos e partimos para a gravação, nos estúdios da RCA carioca, em Copacabana. Não me lembro quem nos indicou o tecladista Rique Pantoja para o arranjo, mas quem quer que tenha sido, acertou em cheio. Rique entendeu o sentido da música e colocou sobre nossas violas e violões leves e inteligentes intervenções de teclado, que casaram perfeitamente com nossas ideias. Roque ficou em cima da risca que divide tradição e modernidade e integrou-se de tal maneira à trama que muitos pensavam que fosse ela o tema de abertura, o que não era verdade.


LUIZCARLOSSA@UOL.COM.BR | LUIZCARLOSSA.BLOGSPOT.COM

acabamento à já pronta Lembranças do Futuro, uma homenagem póstuma à poetisa Ana Cristina César, inspirada por um poema de Emily Dickinson traduzido por ela; fizemos também o baião Bom Que Dói, um tanto influenciado pelos hermetismos pascoais que tanto nos agradavam; decidimos regravar Me Faça um Favor, do 1º disco do trio (Passado, Presente, Futuro), nossa primeira parceria; e completamos o repertório com Chuva e Sol, que Amelinha já gravara; Penso Demais uma reflexão guarabírica sobre o fato de que ele realmente pensava demais - e Tua Casa Minha Casa, uma reflexão desta vez minha sobre o imprevisível futuro da convivência de duas pessoas sob o mesmo teto. Feito isso, refizemos as malas, agradecemos aos Saad a bela acolhida e tocamos pro Rio para entrar no estúdio. O comando da produção foi de Guti Carvalho e a produção artística de Ricardo Cristaldi, que dividiu teclados e arranjos de base com Paulinho Calazans. Um encarte cheio de imagens e depoimentos recheava o vinil, documentando inclusive, com fotos de Mario Luiz Thompson

Já Dona, para tema da Viúva Porcina magistralmente encarnada por Regina Duarte, foi idéia de Máriozinho, que conhecia a música desde o Festival MPB Shell de 82, onde a lançáramos, com nós mesmos cantando sobre um arranjo de Wagner Tiso. Chegamos a finalistas, mas levamos azar na apresentação quando um lado inteiro do PA do Maracanãzinho apagou, o que revoltou o público e provocou uma estrepitosa vaia contra a ausência do som. Saímos desconcertados e só nos conformamos com aquilo quando Guto Graça Mello nos explicou nos bastidores o que havia realmente acontecido: - Não foram vocês os vaiados, foi a pifada do som! As palavras de Guto nos consolaram, mas Dona ficou por ali mesmo, sem colocação entre as primeiras. Ficamos muito chateados com aquilo, ainda mais que tínhamos absoluta certeza da possibilidade de sucesso da música. Mas como o que é do homem o bicho não come, Mário foi lembrá-la quase três anos depois e chamou o Roupa Nova para a interpretação, o que – ressaltando o perfeito solo vocal do baterista Serginho Herval – elevou a música ao patamar que ela merecia. Pela parte que me toca, não sofro de falsa modéstia... Enquanto o folhetim – chamo de “folhetim” no melhor sentido dessa palavra – empolgava o Brasil inteiro, surfávamos confortavelmente a nova onda que nos carregara, prestigiados agora por produtores e autor. Pra completar a boa fase, Mário veio encomendar-nos outra música para o segundo disco da novela. Essa, em particular, não seria tema de personagem, mas sim a descrição de um ponto da trama onde nenhum deles, personagens, saberia ao certo o que seria verdade ou mentira. Para mostrar a ambiguidade da situação recorremos desta vez a outra fonte da tradição musical nordestina, a poesia de cordel. Com uma extensa letra dividida em três partes e contando com bons palpites do Máriozinho – que deu inclusive a idéia do “esconde-esconde” – Verdades e Mentiras discorre sobre as conveniências e inconveniências de mentir ou falar a verdade em horas certas ou erradas. Sabe de alguma coisa mais atual?! Tendo já três sucessos previamente emplacados no disco, partimos para resolver o resto do repertório. Marisa Saad, à época namorada de Guarabyra, abriu pra nós as portas de sua maravilhosa fazenda Piracuama, em Pindamonhangaba, SP, onde ficamos um bom tempo finalizando ideias já começadas ou bolando um caminho para as inéditas já compostas. Lá mesmo fizemos a Harmonia que deu título ao disco; demos

...Dona, para tema da Viúva Porcina magistralmente encarnada por Regina Duarte, foi idéia de Máriozinho, que conhecia a música desde o Festival MPB Shell de 82 à luz de fantásticos amarelos outonais, uma longa tour que fizéramos pelo oeste paulista. Lá, rola inclusive uma mal-sucedida tentativa minha de arvorismo: dancei logo na primeira forquilha, dando motivo para as risadas de Alaor Neves (bateria), Jaziel Araujo (roadie), Marco Bosco (percussão), Wilson Gonçalves (som), Herbert Lucas (empresário), Paulinho Calazans (teclado), Sergio Kaffa (baixo) e Betto Martins (guitarra), além, é claro, do próprio Guarabyra. Essa foto expressava bem a alegria com que caíamos na estrada, enfrentando longas e intermináveis viagens no nosso ônibus pilotado pelos folclóricos Ligeiro e Ligeirinho, cidade após cidade, ficando às vezes uma semana inteira sem ver o rumo de casa. Mas esse tempo foi de verdade um tempo de harmonia entre nós, banda, técnica, estrelas, um por todos e todos por cada um. Entender isso nos dias de hoje me faz questionar o que então nesse disco terá vindo primeiro: o nome ou o estado de espírito?

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Decomac ...................................... (11) 3333-3174 .............. www.decomac.com.br ..................................... 4ª capa, 19, 75, 113 e 117 Digico ............................................ (11) 3228-8623 .............. www.audiosystems.com.br ........................................................................ 13 Equipo ........................................... (11) 2199-9999 .............. www.equipo.com.br .................................................................................. 83 Eros Alto-Falantes ........................ (18) 3902-5455 .............. www.eros.com.br ...................................................................................... 89 Expomusic ..................................... (11) 2226-3100 .............. www.expomusic.com.br ............................................................................ 04 Gigplace ................................................................................. www.gigplace.com.br ................................................................................ 79

Anunciantes Backstage | maio 2014

Gobos do Brasil ............................. (11) 4368-8291 .............. www.gobos.com.br ......................................................... 3ª capa, 25 e 103 Guitar Player ................................. (11) 3721-9554 .............. www.guitarplayer.com.br ........................................................................... 50 Harman .................................................................................. www.harman.com ............................................................................ 21 e 57 Hot Machine ................................. (11) 2909-7844 .............. www.hotmachine.ind.br .......................................................................... 121 Imaginasom ................................... (12) 7813-5478 .............. imaginasomaudio@uol.com.br ................................................................... 29 João Américo Sonorização ............ (71) 3394-1510 .............. www.joao-americo.com.br ........................................................................ 78 Leác's ............................................ (11) 4891-1000 .............. www.leacs.com.br ..................................................................................... 91 Lyco .............................................. (11) 3675-2335 .............. www.lyco.com.br .............................................................................. 06 e 07 Meyer Sound .......................................................................... maxionline.com.br/leo ................................................................................ 35 Metal Fecho .................................. (11) 2967-0699 .............. www.metalfecho.com.br ........................................................................... 46 Modern Drummer ......................... (11) 3721-9554 .............. www.moderndrummer.com.br .................................................................. 56 Mr. Mix ......................................... (21) 3375-1063 .............. www.mistermix.com.br ............................................................................. 67 Oneal ............................................. (43) 3420-7800 .............. www.oneal.com.br ............................................................................ 10 e 11 Oversound .................................... (12) 3637-3302 .............. www.oversound.com.br .......................................................................... 115 Penn-Elcom ................................... (11) 5678-2000 .............. www.penn-elcom.com.br .......................................................................... 08 Prisma ........................................... (51) 3711-2408 .............. www.prismaaudio.com.br .......................................................................... 51 Projet Gobos ................................ (11) 3675-9447 .............. www.projetgobos.com.br .......................................................................... 54 Pro Shows ..................................... (51) 3589 -1303 ............ www.proshows.com.br ........................................................................... 109 Quanta .......................................... (19) 3741- 4644 ............ www.quanta.com.br ................................................................................. 09 Robe ....................................................................................... www.robe.cz ............................................................................................ 107 Sonotec ......................................... (18) 3941-2022 .............. www.sonotec.com.br ................................................................................ 05 Star ............................................... (19) 3864-1007 .............. www.star.ind.br .......................................................................................... 95 SPL Alto-Falantes ......................... (47) 3562-0209 .............. www.splaltofalantes.com.br ..................................................................... 101 Tagima .................................................................................... www.tagima.com.br .................................................................................. 43 Taigar ............................................ (49) 3536-0209 .............. www.taigar.com.br .................................................................................... 97 Visom Digital ................................ (21) 3323-3300 .............. www.visomdigital.com.br .................................................................. 23 e 55 Yamaha ......................................... (11) 3704-1377 .............. www.yamahamusical.com.br .................................................... 2ª capa e 03


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