Edição 239 - Outubro 2014

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Sumário Ano. 21 - outubro/ 2014 - Nº 239

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Imaginar um festival de rock em terras em que predomina o sertanejo parece miragem, mas a terceira edição do Planeta Rock mostrou que é possível, sim, derrubar barreiras e preconceitos. Desde a qualidade técnica da produção, som e iluminação e bandas concorrentes até a preocupação em oferecer uma contrapartida social à comunidade local, o festival mostrou que tem tudo para ficar.

O estádio e o estúdio

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Surge uma nova modalidade de estúdios que une duas paixões brasileiras: música e futebol. Construído dentro do Estádio do Morumbi, o Audio Arena é dedicado a gravações.

NESTA EDIÇÃO 14

Vitrine Novidades com os transmissores e receptores da Lyco e o KArray KH15 para médias e grandes aplicações como salões de cultos e eventos corporativos.

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Rápidas e Rasteiras A SSL disponibiliza software para download gratuito para os consoles SSL Live e a d&b Audiotechnik apresenta a tecnologia OCA para os usuários dos amplificadores D80.

30 Gustavo Victorino Confira as notícias mais quentes dos bastidores do mercado.

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Gigplace Gabriel Bocutti fala sobre a profissão de técnico em espetáculos teatrais.

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Digico SD7 Com recursos I/O incríveis, o modelo estabelece novos padrões de processamento digital de alta densidade com a tecnologia Super FPGA.

42 Novidade no monitor Com os modelos da série KH, a Neumann oferece monitores em três classes de tamanho para fluxos de trabalhos totalmente digitais.

58 Novo jeito de fazer negócio Alheios às feiras do setores, alguns empresários já enxergam um modelo de negócios que se encaixa melhor ao perfil dos seus clientes.

76 Mixagem em mono Embora seja usada somente em alguns projetos experimentais, a mixagem em mono ainda deve ser levada em conta nas produções.

96 Vida de Artista Dando continuidade à série sobre a história dos discos de sua carreira, Luiz Carlos Sá chega ao seu décimo-segundo trabalho, o Ao Vivo - Com a Sinfônica de Americana.


Expediente

Iluminação - Muito antes do show

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Na edição 2014 do Samba Brasília os lighting desingers contaram com o recurso de pré-programação da iluminação dos shows. Antes mesmo das apresentações acontecerem, era possível saber exatamente como ficaria a luz no palco.

CADERNO TECNOLOGIA 60 Tecnologia Com um ambiente operacional totalmente redesenhado, o Sample Tank3 chega ao mercado oferecendo qualidade e diversidade sonora aliadas à facilidade de uso.

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Logic Pro Ideias e dicas que podem deixar o trabalho mais fácil e trazer todo o potencial do Logic Pro X para um uso efetivo nas suas produções.

68 Pro Tools A automação começou a atrapalhar o seu trabalho? Selecionamos algumas soluções a partir de problemas mais comuns.

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Ableton Live Uma das habilidades do Ableton é a de importar e manipular grande variedade de mídias, como videos e imagens.

78 Gravando Baixo Com a grande quantidade de gravações realizadas em home studio, o uso do Direct Box (DI) pode captar o som real do baixo.

CADERNO ILUMINAÇÃO 82 Vitrine A Star Lighting Division apresenta o novo moving LED Quad Beam, com controle individual de cada LED.

84 Iluminação cênica A evolução nas técnicas de controle dos equipamentos, antes uma tarefa mais limitada e manual no início da iluminação cênica, ganhou mais possibilidades a partir dos consoles com microprocessadores.

Diretor Nelson Cardoso nelson@backstage.com.br Gerente administrativa Stella Walliter stella@backstage.com.br Financeiro adm@backstage.com.br Coordenadora de redação Danielli Marinho redacao@backstage.com.br Revisão Heloisa Brum Tradução Fernando Castro Colunistas Cezar Galhart, Cristiano Moura, Gustavo Victorino, Jorge Pescara, Lika Meinberg, Luciano Freitas, Luiz Carlos Sá, Marcello Dalla, Ricardo Mendes e Vera Medina Edição de Arte / Diagramação Leandro J. Nazário arte@backstage.com.br Projeto Gráfico / Capa Leandro J. Nazário Foto: Ricardo Boni / Divulgação Publicidade / Anúncios PABX: (21) 3627-7945 publicidade@backstage.com.br Webdesigner / Multimídia Leonardo C. Costa multimidia@backstage.com.br Assinaturas Maristella Alves PABX: (21) 3627-7945 assinaturas@backstage.com.br Coordenador de Circulação Ernani Matos ernani@backstage.com.br Assistente de Circulação Adilson Santiago Crítica broncalivre@backstage.com.br Backstage é uma publicação da editora H.Sheldon Serviços de Marketing Ltda. Rua Iriquitiá, 392 - Taquara - Jacarepaguá Rio de Janeiro -RJ - CEP: 22730-150 Tel./fax:(21) 3627-7945 / 2440-4549 CNPJ. 29.418.852/0001-85 Distribuída pela DINAP Ltda. Distribuidora Nacional de Publicações, Rua Dr. Kenkiti Shimomoto, 1678 Cep. 06045-390 - São Paulo - SP Tel.: (11) 3789-1628 CNPJ. 03.555.225/0001-00 Os artigos e matérias assinadas são de responsabilidade dos autores. É permitida a reprodução desde que seja citada a fonte e que nos seja enviada cópia do material. A revista não se responsabiliza pelo conteúdo dos anúncios veiculados.


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CARTA AO LEITOR | www.backstage.com.br

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A verdadeira

sustentabilidade não dá lucro a curto prazo

C

ientistas descobriram que uma iluminação a base de LEDs é capaz de melhorar a qualidade nutricional de verduras e legumes e que essa tecnologia poderá ser aplicada em estufas para reforçar os nutrientes dos vegetais no período pré-colheita. Outro benefício constatado em pesquisas é que, com a influência da luz de LED, os alimentos cultivados se desenvolvem em um mais curto espaço de tempo. A tecnologia também reduz as perdas agrícolas e ainda despendem baixo custo na energia gerada, benefícios que corroboram a nova era da indústria agrícola, a que une alta eficiência e práticas sustentáveis. Assim como ajudar a cumprir o compromisso de alimentar bilhões de pessoas no mundo, outras pesquisas e projetos vêm sendo desenvolvidos para auxiliar empresas que exercem atividades altamente impactantes a caminharem rumo à sustentabilidade. No entanto, essa responsabilidade pode e deve ser estendida a todos os setores da sociedade, incluindo os de serviço. Algumas iniciativas já começaram a despontar e foram adotadas em festivais de música, como coleta de resíduos recicláveis e incentivo à redução de CO2. Mas o ciclo só se completa quando estão incluídos também público e empresas parceiras. Garantir que todos estejam engajados no processo sustentável vai além da implantação de tendas de recolhimento de lixo não biodegradável nos locais dos festivais. A exigência de políticas de sustentabilidade das empresas parceiras envolvidas, por exemplo, é de suma importância para a proposta sustentável do evento ser levada a sério. Poucas empresas já adotaram esse compromisso com a sociedade, uma vez que é preciso rever uma série de ações, algumas até estruturais, como o investimento em novos equipamentos. A exploração e a extração de recursos com mais eficiência e com a garantia da possibilidade de recuperação das áreas degradadas do entorno, o preenchimento das necessidades humanas com recursos naturais e a garantia da continuidade da biodiversidade local, manutenção e melhora da qualidade de vida das comunidades que habitam as áreas de extração desses recursos, são apenas alguns dos princípios da prática sustentável de uma empresa. Fácil de cumprir? Não. Mas quem disse que seria fácil? Boa Leitura. Danielli Marinho

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DE 110 www.bcspeakers.com A B&C apresenta ao mercado o novo mini driver de alta frequência DE110. Em apenas 60 milímetros de diâmetro, este driver é indicado para aplicações onde o espaço é um problema. A saída de 1" do DE110 apresenta um diafragma de polímero de 36mm resistente a altas temperaturas com uma faixa exclusiva que atenua a resposta de frequência acima de 8.000Hz, resultando em uma curva de resposta bem linear de 2.000-18.000Hz. Mesmo com essa aparência pequena, o DE110 suporta respeitáveis 50 watts de potência programada, 25% a mais do que a geração anterior da B&C.

K-ARRAY KH15 www.gobos.com.br Leve, bonito e de alto desempenho, o KArray KH15 é um line array amplificado, de 2 vias, com cabine em alumínio e madeira. O equipamento oferece uma reserva incrível de potência que garante elevados níveis de pressão sonora, com ampla e consistente cobertura horizontal (120°). Adequado para médias e grandes aplicações em cinemas, salas de concerto, salões de culto, shows ao vivo e eventos corporativos, o produto é ideal para PA ou torres de delay. O KH15 também se integra facilmente com outros produtos Karray, como o KH4 e KS4, tornando-se uma opção para preenchimentos de grandes formatos line array. Com dois falantes de 8’’ com bobina de 3’’ (graves e médios), e dois drivers de 1.75’’ (altas frequências), montados em um guia de ondas constante, o equipamento confere cobertura vertical de 15°.

LA 8-250 www.oversound.com.br O LA 8-250 é um alto falante de qualidade elevada atuando nas faixas de médio grave, ideal para sistemas de Line Array, possui bobina de 2” com fios em CCAW, cone em celulose especial e um poderoso conjunto magnético garantindo assim alto nível de SPL.

TRANSMISSORES E RECEPTORES UHXPRO www.lyco.com.br A Lyco está inovando mais uma vez. Os transmissores e receptores do sistema LYCO UHXPRO-02MHLI possuem 100 frequências disponíveis em cada microfone, fazendo com que a operação fique mais estável e confiável. Conta com recepção PLL multicanal, frequência UHF, qualidade sonora perfeita e busca automática de canal. Fácil sincronização por infravermelho, apenas alinhando o sensor do transmissor com o do receptor e efetuando um click. Excelente relação custo-benefício.


Y-SERIES www.dbaudio.com A nova Y-Series oferece soluções flexíveis e configuráveis para qualquer empresa de pequeno e de médio porte, seja qual for o estilo de aplicação. Enquanto as caixas Y7P e Y10P trabalham como fontes pontuais (Point Source) com o B6-SUB fornecendo resposta estendida de frequência, usando duas fontes lineares e funcionando como um subwoofer cardióide -, os lines arrays ficam a cargo dos modelos Y8, Y12 e Y-SUB. Enquanto as caixas Y são projetadas para fornecer soluções flexíveis e móveis, as versões específicas de instalação Yi são projetadas para aplicações permanentes, diferindo apenas na construção do gabinete e hardware de montagem. O Y-Series utiliza o mesmo fluxo de trabalho de todos os sistemas d&b, que inclui o software de simulação ArrayCalc, o software de controle remoto R1 e amplificadores d&b. Uma série de módulos de line array e point source, por exemplo, podem ser combinadas dentro do ArrayCalc, proporcionando uma representação gráfica que detalha os aspectos de cobertura, de queda e de níveis de segurança da configuração do sistema em um determinado espaço. A função de exportação R1 transfere todas as configurações e definições desta simulação em um arquivo de projeto R1 com controle remoto, tendo em conta qualquer sistema de funções específicas.

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C15 www.twaudio.com A empresa alemã apresenta o mais novo modelo de caixa para monitor de palco, a C15. Construída em sistema de duas vias, o modelo tem drivers de frequências médias de 3", cornetas médias de 1.4 polegadas e angulo de dispersão nominal de 55-70°, que pode ser readaptado para 90°. A frequência passiva dos crossovers assegura precisão e coerência nas fases nas médias e baixas frequências, dando uma amplitude à frequência de resposta perto dos 3dB de tolerância de banda. O equipamento é recomendado para situações em que seja necessário economia de espaço.

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SR-H3L SLIM LINE ARRAY http://toacorp.com.br/ O TOA SR-H3L Line Array Speaker forma uma fonte sonora linear através das unidades de alto-falantes internas, arranjadas verticalmente e bem próximas umas das outras. O equipamento também pode ser utilizado em aplicações de linha de alta impedância com a instalação do transformador (opcional) MT-S0301. O uso de Slim line array TOA é indicado para diversas aplicações, incluindo igrejas, teatros, além de grandes áreas abertas em shoppings centers e aeroportos. Completam as características do equipamento gabinete Bassreflex, potência de 360W, resposta de frequência de 110-18.000 Hz (quando um processador digital opcional está em uso), alto falante de 7cm (2.8") e ângulo de diretividade de 90° horizontal.

PRISTINE STX www.proshows.com.br Com um alto padrão de qualidade, a Pristine STX da Benson Custom Series foi construída em corpo Ash e atende tanto ao Rock quanto ao Jazz, Blues e outros estilos musicais mais suaves. Pode ser usada com tranquilidade em shows e em gravações em estúdio, pois proporciona desde um som grave e cheio até agudos cintilantes para dar destaque aos solos, graças ao famoso conjunto de conceituados captadores JB e 59, ligados a dois potenciômetros Wilkinson com Push/ Pull. Uma combinação perfeita que proporcionará ótimas variações de timbres para as mais ricas harmonias e solos ardentes. Dentre as características do instrumento, se destacam braço Neck-Through 5 pieces Maple/Nyatoh, escala Rosewood, tarraxas Die-Cast com trava, captadores Seymour Duncan: JB (ponte) ’59 (braço) e trastes 24 Medium.


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GRETSCH ALEXANDRE APOSAN Com distribuição exclusiva da Sonotec Music & Sound e Musimax, chega ao Brasil a primeira bateria Gretsch assinada por um brasileiro. A nova Gretsch Catalina Ash Signature Alexandre Aposan é um item de grande destaque em meio às diversas linhas de baterias Gretsch. Possui um visual diferenciado, com predominância de cores fortes, cascos em Satin (verniz fosco e fino), que possibilita visualizar e sentir o veio da madeira de cada uma das seis peças que compõem o instrumento. A Gretsch Signature Alexandre Aposan é uma bateria profissional, com todas as características e exigências que um músico deseja. Configuração: Bumbo 22x18”/ Tons 10x07” / 12x8” / Surdos 16x14” / 18x16” e Caixa 14x5”. Ferragens Gibraltar 5600. Acesse: www.sonotec.com.br

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SHOW ROOM DE MICROFONES

Para mostrar toda linha de microfones, Ear e Headphones, a TSI montou um show room no salão de convenções em um hotel no centro de São Paulo para atender os seus clientes e lojistas.

Errata Ao contrário do que publicamos na edição 238, página 30, a USA Profissional do Brasil e a empresa brasileira Compacto Group, que desenvolvem uma gama de produtos para efeitos especiais e entretenimento, oferecem a linha de produtos Stage & Studio - “Low Fog”, e não Rosco Stage & Studio, como publicado.

NOVA SÉRIE NEXTPROAUDIO CHEGA AO MERCADO Após um extenso trabalho de engenharia, a nova série PFA já está pronta para o mercado. A série é composta de caixas passivas, desenhadas para entregar alta performance de saída e dinâmicas. Linearidade extrema e fidelidade com excelente custobenefício fazem desse novo produto uma ótima opção para o mercado. Recomendada para uso tanto em instalações fixas quanto móveis, a PFA12 e a PFA15 podem ambas atuar tanto como monitor como um compacto sistema de FOH. Totalmente feita em Portugal, a série PFA utiliza qualidade ímpar nos componentes. O coração dessa série de falantes é um poderoso 1650 Wrms (3300 W de pico), leve e altamente eficiente amplificador de potência Classe D.


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CHAUVET NO TOYOTA SHOW

Foram 12 equipamentos Nexus, da Chauvet, no rig do Today Show Toyota Summer Concert Series. O lighting designer Greenbaum, vencedor do Illumination By Design, usou dois painéis Nexus

abaixo do palco durante o show do Neon Trees e posicionou outros seis painéis em frente ao meio do palco, completando a parte superior com quatro unidades do Nexus.

NOVO PROTOCOLO DE CONTROLE PARA O D80 Os usuários dos amplificadores D80, da d&b audiotechnik, contam agora com uma nova tecnologia a fim de melhorar a performance do produto. O Open Control Architecture (OCA) é um protocolo que substitui o CAN-Bus, usado pela d&b desde 1990, e que, apesar de ser eficiente e de baixo custo, ficou defasado e mais lento para os padrões de bandas usados hoje. Com o OCA é possível ter um sistema mais robusto e estável, compatível com a nova tecnologia inserida no D80, uma vez que o amplificador necessita prover informação remota com rapidez, especialmente quando está ajustando EQs em múltiplos canais em situações ao vivo. A versão do d&b R1 Remote control software V2.2.1, que incorpora o protocolo OCA para comunicação sobre Ethernet com os amplificadores D80, está disponível para download no: www.dbaudio.com

Primeira participação CHITÃOZINHO & XORORÓ SÃO INDICADOS AO GRAMMY LATINO

A importadora carioca AH Lights expôs pela primeira vez, na Expomusic 2014, toda a sua linha de produtos para iluminação profissional.

A dupla Chitãozinho & Xororó recebeu indicação ao Grammy Latino na categoria melhor álbum de música sertaneja, com Do Tamanho do Nosso Amor (Universal Music). O disco ao vivo traz composições inéditas e sucessos da carreira em novas roupagens. Gravado em São Paulo, o projeto contou com as participações de Fernando & Sorocaba, do rapper C4abal, Lucas Lima e Dexterz (projeto de música eletrônica composto pelo baterista Junior Lima, pelo DJ Julio Torres e pelo violinista Amon Lima). A 15ª edição da premiação ocorre no dia 20 de novembro, em Las Vegas, nos Estados Unidos.


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Novato na Expomusic 2014

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Nesta primeira participação na Expomusic a loja Paulista Ninja Som levou os produtos da RCF e Microfones RODE.

20 ANOS DE EXPOMUSIC Neste ano, Lucilene Borges completou 20 anos de excelentes serviços prestados no estande da Backstage nas feiras: CD Expo, Expomusic, AES Brasil, Expocristã, entre outras.

TECNOLOGIAS DE ILUMINAÇÃO EM LED A TELEM demonstrou, durante a SET Expo 2014, como um estúdio de broadcast pode integrar as várias tecnologias de iluminação no mercado, com luminárias de LED, soluções de ETC e Dedolight em destaque. O cenário, um atelier de brinquedos, era iluminado por equipamentos como os da família DLED, da Dedolight, além das linhas Selador e Desire, da ETC. O espaço contava com uma janela, que mostrava a noite com uma lua, outro efeito realizado por meio de luz – no caso, uma projeção feita com um Source Four LED. O set estava sendo controlado por uma mesa ETC Ion. Os visitantes também puderam ter contato com a ampla luz dos Panaura 5 e 7 e os kits da Dedolight - incluindo o Felloni, que agora oferece acessórios para controle e modelagem da luz -, além de ver de perto a evolução da família DLED. Da ETC, estavam disponíveis no estande as práticas e portáteis Desire D22 e Source Four Mini LED. Também era possível fazer comparações entre o Source Four tradicional e sua versão LED, bem como conhecer o Source Four LED CYC e o dongle NOMAD, uma solução que transforma computadores comuns em mesas de controle de iluminação. Os equipamentos da linha Source Four montados no Brasil pela TELEM e a mesa Gio também estavam à disposição.

CAFÉ DA MANHÃ

Como nos anos anteriores, a loja paulista Vitória Som oferece um café da manhã no seu show room para recepcionar os PAzeiros e os técnicos de áudio.


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Do virtual para o físico

Ricardo (Marketing) e Igor Andreis (Gerente da loja)

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Caminho inverso

A nova loja VR Som Profissional foi inaugurada no início de setembro e está localizada na Rua Santa Ifigênia, 386. O local está preparado para atender com as melhores marcas todo tipo de sonorização.

CONHEÇA MELHOR A HISTÓRIA DO GRUPO VENDAS RAPIDAS Quem são as cabeças pensantes do grupo? Paulo Benini, trabalha desde os 17 anos na Santa Efigênia e começou como vendedor em grandes lojas até conhecer Nelson Florio Jr., formado em engenharia eletrônica que iniciou a loja virtual de áudio profissional pelo Mercado Livre que depois se transformou no site Vendas Rapidas.com Como surgiu a ideia de uma loja virtual para venda de produtos de áudio profissional? Nasceu da união da paixão de Paulo Benini pelo mundo das vendas na Santa Efigênia e da visão de Nelson Florio Jr., que enxergou

uma grande oportunidade no negócio de e-commerce de Áudio Profissional ainda quando esta prática dava seus primeiros passos no Brasil. Porque resolveram abrir uma loja física? A primeira loja física surgiu da necessidade que o e-commerce demandava em ter um espaço para que o cliente que quisesse ter uma experiência além do virtual com o produto pudesse fazê-lo com um atendimento diferenciado e especializado, com profissionais profundamente conhecedores dos produtos vendidos pela Vendas Rapidas.com Como é lidar com as duas lojas (física e virtual)? Quais são as diferenças e semelhanças?

Para nós é muito natural, por ter nascido primeiro no mundo virtual, a filosofia do negócio acompanha as tendências mundiais ditadas pelas maiores redes varejistas de ecommerce, não é a toa que já são quatro lojas físicas. Na sua opinião, qual será a participação da loja física em relação à virtual? A loja física em nossa visão é uma extensão da loja virtual... Há previsão da loja física se tornar mais lucrativa do que a virtual? Sinceramente, essa não é a nossa preocupação, como dito anteriormente, tratamos as lojas físicas como complemento do site vendasrapidas.com

CORO GUANABARA O coral apresenta a Missa da Coroação de Mozart nos dias 3 e 12 de outubro, no Rio de Janeiro, com as Solistas Nelí Mures, Soprano; Sonia Cordeiro, Contralto; Gilberto Silva, Tenor e Sergio Villela, Barítono; sob regência de João Genuncio e acompanhamento da pianista Cláudia Feitosa. No dia 3 de outubro, às 20h, será na Igreja Nossa Senhora do Desterro, em Campo Grande, e no dia 12, às 18h, na Igreja Cristã de Ipanema. Os eventos têm entrada franca.


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TAGIMA DREAM TEAM 2014 - MÚSICA, PARCERIA E VENDAS

Com um histórico de oito eventos de sucesso, o Grupo Tagima e seus parceiros promoveram a nona edição do TDT (Tagima Dream Team), que neste ano aconteceu no Novohotel Center Norte. Com a participação de mais de 300 lojistas, o evento, focado no atendimento individualizado aos convidados, foi considerado o de maior resultado desde o seu surgimento, em 2006. Neste ano foram sorteados um carro e uma moto.

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O SORTUDO

Cesar Laerte de Aquino Casa Musical - Matão - SP

EQUIPE TÉCNICA Grupo Tagima Ney T. Nakamura - Presidente Marco Vignoli - Gerente Comercial Karen Nakandakare - Super. de Marketing Bruna Tandello - Assistente de Marketing Divulgação Agência de One Pixel Celso Wolfe e Daniela Mayone Produtora do evento SMASH Produções Guilherme Gomes - Sócio Diretor João Paulo Magno - Produtor Executivo Alexsandra Morelli - produtora Juliana Borges- atendimento

EXPOSITORES Basso - Casio - Custom Guitars - LL Audio Luen Percussion - N.Zaganin - Nagano Drums NIG/Rouxinol - Orion Cymbals - Quanta - Santo Angelo - Solid Sound - Tagima


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técnicos que, mesmo não falando português, se mostravam solícitos na demonstração de produtos interessantes, seja pelo preço ou pela novidade. Num deles, a engenheira Shopie Su, da Unilumin, apresentou um painel de LEDs com a tecnologia 4K que impressionava pelos dois motivos: preço e novidade.

EXPOMUSIC IV EXPOMUSIC I

O Projeto de Lei no 6.635/13 apresentado pelo deputado Stepan Nercessian (PPS/RJ) está provocando muita polêmica no segmento. A proposta isenta de impostos de importação os instrumentos musicais e acessórios adquiridos por músicos profissionais devidamente registrados na OMB. De um lado, os importadores estão esfregando as mãos de felicidade; de outro, a indústria nacional está querendo estrangular o nobre parlamentar.

Num ano notadamente fraco, a Expomusic suscita novas discussões sobre o seu futuro e os necessários reparos e correções de rumo do maior evento do gênero no país. A política de preços que orbita o encontro anual é certamente a primeira que precisa de uma urgente revisão. Desde o valor extorsivo do estacionamento, passando pelo alto custo do espaço e chegando aos serviços e logística interna, tudo precisa ser reavaliado. Uma notória retração se acentuou nas últimas edições e isso deve ser assimilado sem preconceitos e com muita reflexão.

EXPOMUSIC II A Kurzweil mudou outra vez de mãos no Brasil. Confesso não entender as dificuldades que algumas marcas mundiais encontram para se expandir por aqui. Assim como a Kurzweil, a Pearl, Kawai e Washburn são apenas algumas das empresas reconhecidas e admiradas mundo a fora e com potencial para, inclusive, liderar segmentos do mercado, mas que no Brasil patinam na conquista de espaço. Algumas trocaram tanto de mãos que perderam até sua identidade comercial. Mudar isso exige paciência e investimentos, afinal, o mercado não pune... se vinga.

EXPOMUSIC III Os chineses voltaram a marcar presença no evento de 2014. Pelo menos meia dúzia de stands eram habitados por

No stand da Lyco, a nova linha de acessórios de áudio chamou a atenção pela variedade e praticidade. Do earphone aos microfones de múltiplos formatos, as opções mostradas eram tantas que a ajuda de um técnico passou a ser a melhor forma de escolher o produto adequado a cada situação.

EXPOMUSIC V A indústria de violões Caimbé foi outra empresa que se destacou. O pequeno stand foi motivo de muita visitação para ver os novos violões com interface MIDI e captação hexafônica. A empresa sediada em Bragança Paulista é 100% nacional e oferece suporte vitalício para os seus instrumentos construídos com madeiras brasileiras e hardware da Graph Tech. Pela qualidade, vai dar o que falar...

EXPOMUSIC VI Na Meteoro, o show dos valvulados mais uma vez foi a atração. A variedade de modelos apresentados nos últimos anos pela empresa removeu definitivamente do imaginário do consumidor o preconceito de que esse tipo de amplificador é caro e frágil. A maior indústria brasileira do segmento é líder exatamente por quebrar alguns desses tabus.

EXPOMUSIC VII Pela primeira vez expondo no evento, o craque Augusto Pedrone não escondia sua surpresa com a admiração dos experts pelo seu trabalho no desenvolvimento de amplificadores valvulados para guitarra. Modesto e competente,


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Pedrone curtiu de perto a babação geral pelos seus produtos. Tanto o criador quanto suas criaturas foram algumas das melhores novidades da Expomusic desse ano. Mas se você pensa em comprar um dos espetaculares amplificadores vintage assinados por ele, relaxe e entre na fila.

EXPOMUSIC VIII O sucesso dos eventos paralelos ou pré Expomusic vem chamando a atenção. Enquanto algumas empresas querem apenas fugir dos altos custos, outras precisam de mais espaço para explorar o business meeting. O principal deles promovido pela Tagima cresce a cada ano e mostra uma força que entusiasma o seu CEO, Nei Nakamura.

América Latina tem de se recriar. Quando você imagina que ele não tem mais para onde crescer ou inovar, surgem novidades musicais, logísticas e econômicas que desmentem esse pensamento. Com um formato diferente por conta da Copa do Mundo de 2014, o Rio das Ostras Jazz & Blues desse ano mostrou uma capacidade de renovação e intensidade que foge a qualquer previsão. Público, atrações e agito marcaram os dois finais de semana que outra vez sacudiram o litoral norte fluminense.

que acabaram sendo as canções mais aplaudidas do seu show.

RIO DAS OSTRAS IV O genial Al Jarreau também deu seu toque pessoal à clássica Your Song, de Elton John, e confesso que balancei. A lágrima que correu no canto do meu olho foi um misto de admiração e aplauso da alma à capacidade que o talento tem de comover as pessoas. E não estava sozinho. Na plateia, centenas de pessoas também “coçaram discretamente os olhos”.

RIO DAS OSTRAS II

RIO DAS OSTRAS V

A nova linha de teclados da Roland veio para atender um dos principais anseios dos músicos “normais” que encontram sempre o preço como principal obstáculo para adquirir o teclado dos seus sonhos. A linha de entrada é acessível e traz a qualidade da marca como fator decisivo para a boa compra. Ter um Roland na sua casa, estúdio ou palco não é mais um sonho distante.

A preocupação de 2014 tinha como foco a mudança no calendário e formato do evento. O público aceitaria? A economia da região responderia com os mesmos números? No segundo dia essas perguntas estavam respondidas no sorriso do diretor geral do evento, o incansável Stenio Mattos. O sucesso foi tamanho que o novo formato pode até ganhar ares definitivos. Típico “ bom problema” criado por um evento que provou estar acima de datas e conveniências. Pela sua grandiosidade e sucesso, o Festival virou um fim em si mesmo.

A brasileira Badi Assad é um fenômeno. No país das bundas e dos MCs, a violonista e cantora conseguiu um silêncio ensurdecedor de quase 15 mil pessoas para ouvir suas nuances vocais e a sutileza classuda do seu violão. De volta ao Brasil, a artista habita regularmente as edições das maiores publicações do mundo do jazz. E como era previsto, arrasou em Rio das Ostras. Mas certamente jamais será chamada para participar dos nossos medíocres programas de entretenimento das grandes redes de TV aberta. Para esse lixo, talento é palavrão.

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FESTA NACIONAL DA MÚSICA 2014

Competência sempre se reflete em resultados. Criada há alguns anos, a marca Waldman já ameaça assumir a liderança em vários segmentos do mercado. Ter produtos com qualidade associado a preços justos alavancou a marca, que rapidamente se consolidou como uma das mais cortejadas pelos lojistas.

Dezenas de shows do mais alto nível musical provocam situações inusitadas. Das muitas, algumas valem registro. O impagável e rechonchudo Popa Chubby admitiu ter montado um show específico para o evento e incluiu clássicos como Over the Raimbow (trilha do mágico de Oz, de Harold Arlen) e Allelujah, de Leonard Cohen. Pilotando uma iconoclasta guitarra Fender Stratocaster 64, o guitarrista criou versões pesadas, essas

Com a chegada da Toyota, o evento passa agora a agregar também o peso de uma das mais importantes marcas do mundo e maior fabricante de automóveis do planeta. Criadora do Corola, o automóvel mais vendido das últimas três décadas, a Toyota leva a Canela também o carro híbrido Prius, líder de vendas no Japão e já disponível no mercado brasileiro. Andei no carro e afirmo que, assim como eu, muito artista vai babar...

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RIO DAS OSTRAS I É inacreditável a capacidade que o maior festival de jazz e blues da

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Profissões do

‘backstage’ G A B R I E L

B O C U T T I

E S P E TÁ C U L O S T E AT R A I S redacao@backstage.com.br Fotos: Carla de Conti / Arquivo pessoal / Divulgação

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G Saindo um pouco dos bastidores dos shows, vamos vasculhar o backstage das produções e descobrir profissionais trabalhando em áreas que geralmente muitos de nós mesmos do ramo sequer sonhamos que existem. A profissão do mês é a de Técnico em Espetáculos Teatrais e o entrevistado é o Gabriel Bocutti.

abriel, falando sobre você, nos diga qual a sua formação, onde e o que você estudou. Em que trabalhava antes e como você parou no mercado do show business? Minha formação é curso superior incompleto em Engenharia Elétrica no Mackenzie de São Paulo. Sou também formado pelo IAV de São Paulo em

A Madrinha Embriagada

áudio e foi através desse curso que iniciei minha carreira profissional e como entrei para o mercado do show business, já que, quando acabei o curso de áudio, fui indicado pela escola para trabalhar para a Loudness (grande empresa de locação de equipamentos de som). Acabei tendo contato com teatro, casas de shows, turnês e eventos corporativos.


Conte como foi a sua experiência trabalhando em locadora e como isso, de certa forma, é um diferencial em seu dia a dia como técnico? Eu realmente me considero uma pessoa de sorte por ter tido a oportunidade de trabalhar em uma locadora de grande porte logo no início da minha carreira, pois apesar do trabalho ser bastante puxado no dia a dia, os contatos que fiz, a quantidade de conhecimento que adquiri e as amizades que construí, com toda a certeza, me lapidaram como o profissional que sou hoje em dia. Até hoje sempre que estou com algum problema no trabalho, acabo recorrendo a esse pessoal para que me ajudem. Como foi seu primeiro contato com o teatro e com os musicais, e quais cursos ou treinamentos você frequentou para se especializar nessa nova função? Quando entrei na Loudness, fui colocado pela empresa para ficar

Equipe de Som Crazy For You

como responsável técnico do Teatro TUCA, em São Paulo. Lá tive a oportunidade de operar o som da minha primeira peça de teatro, que era um espetáculo do Marcelo Tas. Depois de um tempo acabei sendo apresentado para algumas pessoas que já trabalhavam com Teatro Musical. A minha escola dentro do teatro se baseia totalmente no conhecimento prático que essas

tidores de um show; então contenos as diferenças e peculiaridades de um musical ou peça de teatro. Em minha opinião, o que caracteriza e o que mais diferencia o teatro musical dos outros segmentos do show business é o fato de que um espetáculo musical fica muito tempo em cartaz. Às vezes, uma temporada regular dura um ou dois anos seguidos, totalizando cerca de 500 a

Você é filho de músico/luthier. Em que momento você optou pela carreira no áudio? Quando terminei o ensino médio, cheguei à fase de optar pelo que gostaria de fazer da vida e por qual carreira seguir. Como sempre tive a influência do meu pai, músico e um grande admirador de boa música, acabei optando por ter uma carreira totalmente ligada à música. E o que me fez entrar para o ramo do áudio foi o fato de querer fazer um curso de Pro Tools para poder gravar os meus próprios sons de guitarra e para criar minhas próprias músicas. Acabei procurando na internet por esse curso e descobri que não poderia fazer um curso de Pro Tools sem ter algum tipo de conhecimento básico de áudio. Acabei indo atrás de um curso básico para começar e foi onde encontrei o IAV (Instituto de Áudio e Vídeo) em São Paulo.

Eu realmente me considero uma pessoa de sorte por ter tido a oportunidade de trabalhar em uma locadora de grande porte logo no início da minha carreira. pessoas mais experientes me passaram no início. Após essa fase inicial, também acabei aprendendo muito sobre Teatro Musical com os gringos que vêm até o Brasil para realizarem alguns projetos, e possuem um know how absurdo, já que são os criadores desse gênero. Os leitores desta coluna normalmente sabem como funciona os bas-

600 apresentações. Então é uma rotina completamente diferente de tudo. As pessoas acabam se tornando familiares, já que o tempo dentro do teatro é maior do que o tempo em que passamos nas nossas casas. Outra questão que difere dos outros segmentos é a dos volumes utilizados no teatro musical. As pessoas que estão acostumadas com altos índices de pressão sonora dos shows

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O “padrão Broadway” é praticamente um protocolo que tem que ser seguido à risca (ou pelo menos deveria ser). Pois esse padrão foi idealizado pelos criadores do teatro musical e eles, mais do que ninguém, sabem como tudo deve acontecer, o que funciona e o que não funciona.

Operação espetáculo Cabaret 2012

acabam estranhando muito os níveis de som do teatro, onde geralmente o volume utilizado é bem menor. O Brasil tem recebido espetáculos de padrão internacional como Rei Leão, A Bela e a Fera, Cats etc. Existe o “padrão Broadway”. O que isto significa para o áudio e para os atores? O “padrão Broadway” é praticamente um protocolo que tem que ser seguido à risca (ou pelo menos deveria ser). Pois esse padrão foi idealizado pelos criadores do teatro musical e eles, mais do que ninguém, sabem como tudo deve acontecer, o que funciona e o que não funciona. Com toda a certeza, eles já fizeram todos os testes práticos possíveis, já que estão fazendo isso há muito tempo e possuem resposta para praticamente qualquer pergunta. No caso do áudio, eu posso garantir por experiência própria: se esse padrão for seguido de forma completa, a quantidade de problemas que você vai ter durante uma temporada é praticamente nula. Com relação aos atores, uma coisa legal que acontece é que eles também são obrigados a se adaptar a esse padrão em todos os segmentos de um musical. Seja em uma troca de cena, quando eles têm que aju-

dar na mudança do cenário, na rigidez dos horários impostos pela produção, ou em qualquer outra função designadas a eles. No fundo, tanto a equipe, quanto músicos da orquestra ou elenco se adaptam e tudo transcorre muito bem. Quais os espetáculos dos quais você participou e o que fez em cada um deles? Ao todo eu já estive em 12 produções. Entre produções menores e maiores, fui responsável por operar o áudio de musicais como A Bela e a Fera, Cats!, Mamma Mia, A Madrinha Embriagada, Cabaret, Crazy For You, entre outros. Atualmente você está trabalhando no espetáculo Crazy For You com a Claudia Raia. Poderia nos detalhar quais equipamentos e rotinas de trabalho de um espetáculo desse porte? Possuímos um kit fixo que viaja conosco locado pela Gabisom e que basicamente consiste nos seguintes equipamentos: 01 DiGiCo SD7 com 02 racks (96 canais); 01 sistema de P.A. Meyer Sound MICA com 16 elementos + 04 700HP; Lapelas e sistema de transmissão Sennheiser, além de outros microfones para a orquestra como AKG, Neumann, entre outros.


A rotina é basicamente a mesma todos os dias com os espetáculos acontecendo nos fins de semana. A equipe técnica chega geralmente três horas antes de o espetáculo começar, para a realização de presets e testes, e são esses testes que garantem que o espetáculo transcorra normalmente sem nenhum problema. Na última edição, notamos que na iluminação existem as funções de Lighting Designer, Programador e Operador. Nos espetáculos de teatro, como funciona na parte de áudio? No caso do áudio, geralmente existem 4 pessoas em uma equipe. Uma delas é a função do Sound Designer, que projeta todo o sistema de som do espetáculo e das turnês. Ele é o responsável pela escolha e pelo posicionamento dos equipamentos, e faz

parte da equipe criativa, colaborando com a criação do espetáculo no período que antecede a estreia. Logo abaixo desse cargo, vem o cargo de operador de som, que é o meu cargo, e que é quem dá as diretrizes da equipe durante a temporada, além de ser responsável pela operação do áudio de todo o espetáculo no dia a dia. E, por fim, geralmente temos dois microfonistas, que são os responsáveis pela manutenção dos microfones de lapela e são as pessoas que correm para resolver algum eventual problema no sistema de som durante o show. Uma curiosidade, o SATED sempre foi mais voltado para os profissionais do teatro, então como é a atuação dele nas relações de trabalho entre os técnicos e as companhias de teatro?

Sinceramente não posso responder essa pergunta pois nunca tive contato nenhum com o SATED. Também possuo uma opinião com relação aos sindicatos no nosso país e prefiro nem entrar nessa questão. Sempre pergunto quais pessoas e momentos fizeram a diferença na carreira do entrevistado até o momento. Quem foram essas pessoas para você? Acho muito legal a oportunidade de agradecer quem já me ajudou. Na minha carreira posso considerar 3 pessoas como fundamentais no meu desenvolvimento profissional: Tocko Michelazzo, meu mestre e uma pessoa com quem trabalho junto há muito tempo, e que me deu várias oportunidades profissionais; Fernando Fortes por também ter me ensinado muito

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O teatro é um lugar muito legal de se trabalhar, pois geralmente as pessoas saem maravilhadas com aquilo que assistem. E é bastante gratificante saber que você também é responsável por essa satisfação causada aos espectadores.

Crazy For You 2014

desde que iniciei na área, além de ter dado a minha primeira oportunidade em musical; e Claudio Fujimori, que infelizmente nos deixou nesse ano, mas que foi um cara que sempre fez questão de me levar junto com ele pra cima e pra baixo para me passar aquilo que ele fazia tão bem e com tanta propriedade. O que falta ainda a você para que se torne um profissional ainda melhor? Eu acredito que uma pessoa nunca pode deixar de aprender, independente de qual patamar ela já tenha alcançado em sua carreira. Então, eu estou sempre em busca daquilo que é novo, e meu objetivo é aprender cada vez mais e estar sempre atualizado, pois trabalhamos com elementos e equipamentos que mudam e se atualizam a cada dia; então não tem como ficar estagnado achando que já sabemos tudo. Quais os seus planos para o futuro, o que pretende estar fazendo daqui a 10 anos, nos planos profissional e pessoal? No plano profissional, eu pretendo abrir um estúdio de gravação e edição, pois é um outro ramo do áudio que também gosto muito. Como também estou

iniciando minha carreira como produtor musical com alguns artistas, acredito que vou unir essas duas coisas e entrar de cabeça nesse outro caminho. O que você teria a dizer para as pessoas que estão iniciando ou interessadas no mercado de espetáculos teatrais? O teatro é um lugar muito legal de se trabalhar, pois geralmente as pessoas saem maravilhadas com aquilo que assistem. E é bastante gratificante saber que você também é responsável por essa satisfação causada aos espectadores. E elas saem com esse sentimento, pois as pessoas que fazem isso acontecer gostam muito do que fazem e se dedicam plenamente a isso. Além de tudo, existe uma demanda grande para profissionais qualificados no teatro, então eu dou total apoio para as pessoas que gostariam de entrar nesse mercado, bastando apenas essa pessoa querer e se dedicar para isso. Este espaço é de responsabilidade da Comunidade Gigplace. Envie críticas ou sugestões para contato@gigplace.com.br ou redacao@backstage.com.br. E visite o site: http://gigplace.com.br.


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O SD7 oferece recursos de I/O incríveis e estabelece novos padrões em processamento digital de alta densidade por meio da tecnologia Super FPGA.

7

DIGICO SD redacao@backstage.com.br Fotos: Divulgação

U

ma combinação de tecnologias tem integrado perfeitamente a superfície de trabalho da SD7 para atender às necessidades diárias de qualquer engenheiro de som. A SD7 disponibiliza, em três telas de 15" interativas sensíveis ao toque e de alta resolução, um banco de 12 faders para fornecer ao usuário a plataforma perfeita. Para tornar a navegação ainda mais fácil, foram adicionados pontes interativas e botões multicoloridos e interruptores; e para uma maior funcionalidade e flexibilidade, 16 faders designáveis (um banco de 12, um banco de quatro), colocados nitidamente abaixo da tela principal no centro do console, levando a SD7 a oferecer consideráveis 52 faders. Para aumentar mais ainda a contagem de faders, uma unidade Fader Expansão EX-007 está disponível. Dois EX-007s podem ser conectados através de um

conector Cat5e simples para controle remoto ou simplesmente para aumentar o fader até 100. E se conhecimento realmente é poder, o SD7 pode ser considerado um Einstein: ele possui 256 vias de processamento em 48 kHz/96 kHz (ou 128 a 192 kHz). Processamento do canal padrão, entradas ou saídas, inclui Channel Delay, DiGiTube e Multi Channel Presets, pontos de inserção dupla, Hi-Lo e filtros passa@ 24dB/oitava, equalizador paramétrico de quatro bandas (oito em saídas), com curva de banda seleção e Dynamic EQ em cada faixa, pontos de inserção dupla, da DiGiCo DYN 1 (Compressor, deesser ou multi Channel Compressor) e DYN 2 (gate, Compressor ou Ducker). A seção master incorpora 32 equalizadores de 32 bandas gráficas, 48 efeitos estéreo e 36 grupos de controle (VCAs). Isso significa que agora os engenheiros podem


alternar entre configurações completas em qualquer ambiente ao vivo, seja nas passagens de som, durante a configuração do sistema, ou até mesmo no show. Além disso, foram incluídos 128 buses, todos atribuíveis como grupos mono/estéreo ou buses auxiliares. Além desses buses, a fim de dar mais configurabilidade ao processo, é fornecida uma matriz de saída 32x32, buses individuais duplos e um bus master. Praticamente os usuários têm o equivalente a 160 buses de DSP à sua disposição. Ao contrário de outros consoles digitais, não há perda de Aux ou Grupo de buses ao usar a matriz como elas são, incluindo o bus master.

I/O O SD7 I/O local inclui 12 entradas analógicas, 12 saídas analógicas e 12 AES I/O (mono). Quando combina-

da com um segundo motor, com quatro portas MADI redundantes por motor, é possível instalar um segundo. Isso equivale a 1.392 conexões I/ O em um loop óptico único, com uma superfície de trabalho. Além disso, existe um módulo DiGiCo SoundGrid opcional que pode ser montado de ambos os motores para redundância completa quando ligado a dois servidores externos, tais como PC ou SoundGrids DiGiGrids. Isso oferece ao usuário acesso instantâneo a multi Racks 32 com Waves total-

mente integradas de baixa latência estéreo, cada um com a capacidade de ter até oito plug-ins por rack. Isto é, 128 I/O. Todos os plug-ins são compatíveis e pré-carregados, e como este é integrante do console, você tem a vantagem adicional de controle da tela de toque. Dessa forma, todos os snapshots e arquivos de sessão são guardados dentro do console.

Para saber online www.digico.biz/docs/products/SD7.shtml

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O subwoofer JFL118 é um equipamento de peso leve, de alta potência, o que o torna o único sub de 18 polegadas que acompanha a baixa resposta das colunas lineares modelos JFL210 ou JFL213, em uma gama completa de frequência. Por ser leve e compacto, é uma ótima opção para ambientes pequenos a médios e ideal para múltiplas aplicações como igrejas.

EAW JFL118 PESO SÓ MESMO NO SOM redacao@backstage.com.br Fotos: Divulgação

O

s subwoofers JFL118 podem ser empilhados ou montados como parte de um sistema JFL210 ou JFL213. A incorporação dos princípios de linha de curvatura na matriz constante faz com que os módulos JFL210 sejam facilmente configurados em matrizes com saída e coerência muito previsíveis, dando cobertura horizontal simétrica e consistente para tiros curtos e longos. Acompanhado de um aparelhamento próprio, é possível suspender até seis elementos de qualquer combinação de JFL118 e JFL210 ou JFL213. O bar fly FB221 opcional inclui vários pontos de suspensão que permitem aos usuários configurar facilmente o ângulo de inclinação. O JFL118 também inclui pontos de suspensão M10 com rosca que permitem aos usuários implantar matrizes em aplicativos instalados de forma permanente e a um baixo custo.

Outra característica do JFL118 é o seu copo de metal que permite até duas JFL210 ou JFL213 montadas em cima do JFL118 como canais principais de falantes. Outra alternativa é empilhar os falantes JFL210 ou JFL213 diretamente sobre o JFL118. Neste caso, todos os gabinetes são presos em conjunto, utilizando o seu aparelhamento integral. Dois woofers de 10" (2,5" bobina) conferem um excelente desempenho de baixa frequência, enquanto o driver de compressão alinhado com a corneta fornecem diretividade precisa. Esses componentes de alta performance contribuem para uma potência máxima de pico de mais de 130 dB SPL, permitindo a JFL210 preencher confortavelmente vastos espaços. O desempenho pode ser otimizado ainda mais precisamente com um processador digital EAW UX8800 (4 entradas por 8 saídas) que


Os subwoofers JFL118 utilizam os conectores Neutrik Speakon STX Series, que são em metal extremamente robusto

funciona como um excelente gerenciador do sistema, processador e controlador, enquanto o seu alinhamento e driver de processamento de algoritmos Gunness FocusingTM melhora drasticamente o desempenho do line array JFL210. Os subwoofers JFL118 utilizam os conectores Neutrik Speakon STX Series, que são em metal extremamente robusto e apresentam uma

junta interna na proteção quanto ao tempo para o IP54, quando utilizado em companhia dos cabos conectores em linha NLT4FX. A parte de trás de cada JFL118 possui três conectores NL4. Dois são usados para subwoofer e entrada de sinal transmitido as altas, enquanto que o terceiro é utilizado como uma saída para o circuito de sinal de alta, para fazer o loop dos sinais de alta frequência para as JFL210

e JFL213, ou outras colunas. O JFL118 é a solução em equipamento simples de usar, pois permite aos usuários construir vetores tanto em fly como empilhadas com facilidade. Construído de acordo com as normas de construção de MDE, o equipamento tem gabinete robusto, acabamento resistente e grade de aço reforçado para enfrentar a vida na estrada. A empresa ainda dá seis meses de garantia.

Configuração Transdutor: SUB 1x 18 in. cone Canais de amplificação: Single-amp LF Sinal externo de processamento: DSP w/1-way filter Gama de operação (-10 dB, Hz): 30 – 150 Máximo de saída de pico (dB SPL) Sub (whole space): 129

Para saber online www.eaw.com

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Com o KH 120 D, o KH 310 D e o KH 420, com módulo opcional de DIM 1, a Neumann agora oferece monitores em três classes de tamanho distintos para suportar fluxos de trabalho totalmente digitais.

Neumann KH310A

NEUMANN LANÇA NOVOS MODELOS DE MONITOR redacao@backstage.com.br Fotos: Divulgação

A

Neumann está expandindo a linha KH e apresenta ao mercado seu primeiro monitor midfield. O KH 420 possui sistema de 3 vias ativas (de 10 polegadas / 3 polegadas / 1 polegada) e é ideal para grandes configurações e distâncias de escuta de até 11 metros. Com uma frequência de canto de 52Hz, o monitor nearfield KH 120, por exemplo, estabeleceu novos padrões na sua classe pelo desempenho das frequências. Os engenheiros da Neumann conseguiram elevar o do KH 420 também. Sua frequência de canto de 26Hz não é só menor do que outros monitores midfield; mas também uma oitava inteira inferior ao KH 120.

Qualquer um que exija ainda mais baixa reprodução de graves em sistemas surround com um canal LFE dedicado pode adicionar o sub KH 870 para estender a resposta para 18Hz. Drivers otimizados por computador, a construção de modelos matemáticos de dispersão Waveguide (MMD ™), controles acústicos para combinar os altofalantes para a sala de escuta, uma seção de entrada altamente flexível e uma vasta gama de acessórios de montagem fazem do KH 420 uma ferramenta de monitoramento versátil para o áudio profissional. O KH 420 foi concebido para proporcionar a ótima dispersão, in-


dependentemente da orientação do gabinete. Isto é possível graças à seção de guia de onda rotativo que contém os drivers tanto de alta frequência quanto de médio porte. Um módulo de entrada digital opcional (DIM 1) está disponível para o KH 420, que fornece o monitor com AES3 digital e entradas de S / P-DIF e função de delay. Esse recurso, que está disponível em ambas as entradas digitais e analógicas, pode ser utilizado para sincronização de áudio e vídeo e para compensar a colocação das colu-

imagem estéreo perfeita, já que o equipamento empurra os limites do que é possível em termos de linearidade, desempenho e tolerâncias de produção.

Neumann KH420

Neumann KH120

nas não equidistante. O tempo máximo de delay é de 409,5 milissegundos, com uma resolução mínima de 0,1 milissegundo.

ADEUS LIMITAÇÃO DE ESPAÇO O KH 420 fornece ainda uma imagem precisa das nuances tonais da gravação original, a fim de proporcionar uma

Uma das 3 vias mais compactas de monitores em sua classe, o KH 310 é a escolha perfeita para situações onde o espaço é limitado. Além de entradas digitais adicionais, esta nova versão digital vem com todas as características de delay do módulo DIM 1 descrito acima.

PREÇO E DISPONIBILIDADE Ambos os monitores estarão disponíveis a partir de outubro e o preço sugerido pelo fabricante varia de • 3.837 para o KH 420 a • 2229 para o KH 310 D.

Para saber online www.neumann-kh-line.com

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O primeiro estúdio de gravação dentro de um estádio. O Audio Arena, construído dentro do Estádio do Morumbi, reúne duas paixões brasileiras: música e futebol. redacao@backstage.com.br Fotos: Divulgação

UM ESTÁDIO I

magine poder assistir a uma banda ao vivo de frente para o gramado do Estádio do Morumbi durante uma partida de futebol. Essa é uma das propostas do estúdio de gravação Audio Arena, construído nas dependências do estádio paulistano. Além de funcionar como estúdio de gravação fora dos jogos, se transforma em camarote durante os jogos realizados por lá. A ideia surgiu de dois apaixonados pela música que queriam ter um negócio que envolvesse essa paixão. “A ideia do es-

túdio profissional de gravação já era antiga, mas queríamos algum tipo de diferencial. Algo que realmente fizesse o nosso estúdio único. Quando tivemos a ideia de montá-lo dentro do Morumbi, percebemos a oportunidade e o potencial do negócio. Não estávamos mais falando de apenas uma paixão, agora eram duas: a música e o futebol”, ressalta Daniel Chalfon O potencial a que se refere Daniel é o fato de o estúdio também ser um camarote para jogos e shows, e ainda um


DENTRO DO ESTÚDIO espaço para eventos, algo inédito no mundo. “Fomos procurar a diretoria do SPFC e eles também se encantaram pela ideia. Assim nasceu o Audio Arena”, comemora. Dentre os diversos destaques em termos de equipamentos, Chalfon chama a atenção para a SSL AWS 948, a coleção de amplificadores de guitarra e baixo, que conta com Mesa Boogie Mark V, Marshall JVM 410, Fender Twin Reverb, Vox AC30 HW, Ampeg B15, entre outros, o sistema de mo nitoração Genelec, o PA Bose, os outboards Neve, API, Distressors, Fatsos etc. “O Audio Arena tem um arsenal de equipamentos que atende aos músi-

Mesa de som

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O ambiente todo foi dividido em sala principal, onde os músicos tocam nas gravações e também onde funciona o lounge/ camarote nos jogos; e a técnica, que fica suspensa em um mezanino e conta também com um depósito para os microfones e equipamentos mais especiais.

Equipamentos da técnica

Mesa de som

” Equipamentos da técnica

cos mais exigentes com a máxima qualidade e modernidade”, comemora. “Procuramos fazer uma seleção dos melhores equipamentos disponíveis hoje no mercado internacional, para atender às mais diferentes necessidades. Além de todos os equipamentos que os músicos terão à sua disposição, temos certeza que a experiência de gravar com a visão de um estádio de futebol será única e diferenciada”, complementa.


ACÚSTICA O projeto de tratamento acústico foi desenvolvido pelo “mestre” Carlos Duttweller, que aproveitou as características próprias do local, como as diferenças de altura da sala principal. “Dessa forma temos regiões com maior pé direito e, portanto, com mais ambiência, em contrapartida a outras áreas com menos altura e mais “isolantes”.

Lounge que se transforma em camarote nos dias de jogo

Além de uma sonoridade excelente, o ambiente ficou extremamente bonito, confortável e agradável”, avalia. O ambiente todo foi dividido em sala principal, onde os músicos tocam nas gravações e também onde funciona o lounge/camarote nos jogos; e a técnica, que fica suspensa em um mezanino e conta também com um depósito para os microfones e equipamentos mais especiais. Alem disso, o estúdio ainda possui um camarim para que os músicos fiquem à vontade e tenham privacidade durante os eventos uma cozinha industrial para a preparação de tudo que é servido nos dias em que funciona o camarote, uma área externa com as cadeiras para assistir aos jogos e shows e uma área separada de serviços. A inauguração, no dia 19 de julho, foi pelo camarote para as pessoas começarem a conhecer o Audio Arena e entenderem a proposta e o projeto. “Queremos trabalhar com um amplo número de gravações e tipos de clientes. Gravações profissionais dentro dos mais altos padrões de qualidade e também amadoras, com pacotes de horas que vão desde o necessário para a produção de um CD profissional, até gravações ao vivo realizadas em finais de semana, onde o artista entra sábado no Audio Arena e sai domingo com seu CD mixado e masterizado”, teoriza.

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Imaginar um festival de rock em terras em que predomina o gênero sertanejo parece sonho ou miragem, a princípio, mas a terceira edição do Planeta Rock mostrou que é possível, sim, derrubar barreiras. Qualidade técnica tanto das bandas concorrentes quanto da produção foram um dos quesitos que mais impressionaram. redacao@backstage.com.br Fotos: Ricardo Boni / Divulgação

O ROCK

NÃO MORREU I

dealizado por André Fachinetti, diretor da Fama Produções, o Planeta Rock chegou para ficar. A terceira edição do festival que abriga um concurso

de bandas e apresentação de artistas de renome do cenário do rock nacional fez a cidade de São José do Rio Preto (SP) estremecer ao som estridente e distorci-


“O grande diferencial desse evento é realmente as bandas do concurso se apresentarem no mesmo palco, na mesma estrutura dos artistas de renome”, avalia Vinícius Rocha, diretor de produção do Planeta Rock. Segundo ele, o festival proporcionou mais experiência às bandas locais, principalmente àquelas que já haviam participado das duas edições anteriores. “Acredito que tivemos uma evolução local proporcionada pelo festival, porque a gente tem outros festivais de rock, mas em formatos menores, com outra logística, então hoje eles já chegam com os instrumentos prontos, afinados”, observa Vinícius.

do do bom e velho rock and roll. Durante quatro noites, bandas iniciantes vindas de diversos estados do Brasil tocaram no mesmo palco dos já consagrados Detonautas, Raimundos, Ira! e Ultraje a Rigor. E a festa ainda teve uma pitada de solidariedade: o ingresso era um quilo de alimento não perecível, doado ao Banco de Alimentos da cidade paulista. Segundo Fachinetti, o concurso tem como objetivo dar oportunidade para novas bandas se apresentarem em uma estrutura de palco profissional, para um grande público, além de incentivar e di-

vulgar todos os estilos do rock. “Ter recebido inscrições de 13 estados brasileiros mostra que o nosso concurso está ganhando cada vez mais espaço, se consolidando como um dos melhores do país”, comenta.

A cidade também já vê o festival de outra forma. Um dos termômetros foi a qualidade das bandas inscritas. “No começo tínhamos bandas de garagem, e agora já temos bandas que já têm um trabalho e têm o objetivo de realmente competir no concurso, colocar a sua música”. Vinícius se refere também às ban-

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“ ” Para mim, é um sinal de que o rock está voltando em termo nacional e um evento de rock tem público e pode acontecer no Brasil (Roberta, vocalista da Canto Cego).

Bandas iniciantes se apresentaram em quatro dias de festival

das que vieram de fora, a maioria com propostas definidas, trabalho já gravado, e alguns até com produtora. A banda Canto Cego, 1ª colocada no festival - categoria composição - com a música autoral Nuvem Negra, é um exemplo. Com quatro anos de estrada, a banda formada por Roberta (vocal), Ruth Rosa (bateria), Magrão e Rodrigo Solidade (guitarra), já havia participado de outros festivais e aberto show para os Detonautas, no Rio de Janeiro. “Para mim, é um sinal de que o rock está voltando em termo nacional e um evento de rock tem público e pode acontecer no Brasil”, afirma Roberta. Outras, além do prêmio nas mãos, já saíram com trabalho garantido. A Gang Bang, 1ª colocada na categoria interpretação, conquistou os jurados do festival e também futuras apresentações no pub local Vila Dionísio. Interpretando a música Stand Up and Shout, da banda fictícia Steel Dragon, do filme Rock Star, os integrantes Rafael (baixo), André (vocal), Claudio (bateria), Leandro e Gustavo (guitarras) apostaram no visual da década de 80 para subir ao palco. “A gente se espelha no Steel Dragon e resgata o visual. Foi uma experiência nova, porque a gente ganhou visibilidade”, afirmou Rafael.

De acordo com André Fachinetti, para a 3ª edição houve mudanças como a criação de duas categorias: interpretação e composição. “Acredito que temos muitos talentos escondidos, então a oportunidade é essa”, afirmou. Isso significa que a estrutura foi bem diferente em relação aos anos anteriores. “Eu prezo o público e o artista principal, mas a menina dos meus olhos são as bandas, então o motivo de estar fazendo um festival na terra do sertanejo é acreditar primeiro na cultura. Eu faço cultura, minha empresa é de cultura, e eu acredito em todos os segmentos que têm cultura. Esse é um dos maiores motivos de o Planeta Rock ter nascido”, completa.

PARCERIAS O Planeta Rock é realizado por meio do Programa de Ação Cultural do Estado de São Paulo (PROAC). “Você apresenta o projeto, pois existe uma comissão que faz essa análise e entende se o projeto é bom ou não. E a comissão entendeu que o Planeta Rock era bom. Depois de aprovado, é a vez de passar a esses parceiros; fomos buscar parcerias para mostrar o projeto. No primeiro teve uma certa timidez, mas no outro ano, pela qualidade do projeto, das bandas concorrentes e


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para que as pessoas aceitem mais a variedade, em vez de ficar presas às modinhas. “As pessoas não gostam do novo, só do velho”, lamentou.

STAGE MANAGERING

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Estrutura do palco contou com extenso backline e cinco roadies em cima do palco

Área abrigou palco e camarotes

bandas principais, teve um crescimento do projeto e mais visibilidade. Estamos trazendo quatro shows de peso este ano, e o ingresso é um quilo de alimento”, analisa. Ainda segundo Fachinetti, a edição de 2014 contou com novos parceiros e outra novidade: a venda de ingressos para os camarotes. “A minha grande preocupação como realizador do evento é fazer que essa ponte crie braços. Sabemos que precisamos ter artista principal e que o público se interessa, mas ter bandas de qualidade faz com que o público se interesse também e aqui não está sendo diferente. O público está chegando antes para ver as bandas do concurso. É sinal que o festival está ganhando

Concurso contou com bandas covers

Mapa de luz desenhado para atender a todos

maiores proporções. Os próprios artistas principais estão dizendo isso”, complementa. Para Marquinho, guitarrista dos Raimundos, os festivais são uma ótima vitrine, mas o cenário do rock nacional tem que ter mais diversidade de bandas. E os festivais como esse podem até ser a salvação do cenário do rock e uma saída

Fazer com que bandas ainda iniciantes dividam a estrutura de palco com bandas de renome é um esforço a mais na logística. “A gente tem que trabalhar com tudo separado. Mesas separadas, backline separado, para a gente poder usar o mesmo set sem atrapalhar nem uma coisa nem outra”, explica Vinícius. As bandas que participam do concurso, por exemplo, recebem uma lista com o backline básico, mas elas têm algumas opções de peças que podem levar. “A gente faz um check de som para todas as bandas, deixa presetado, então as bandas não passam som antes, e é por isso que elas tocam a primeira música, que é de livre escolha, para ter a passagem de som, além de ser um aquecimento. Somando montagem, a primeira música de passagem e a música valendo dá uma média de 20 minutos cada banda “, enumera o produtor. Outro cuidado é deixar todos os participantes a par do regulamento e da organização do evento. No período de seleção das bandas, por exemplo, a produção envia um comunicado destacando todos os critérios do regulamento, contato da produção e elaboração do rider das bandas. “Como é rock a gente tem poucas variações e acaba sendo um facilitador. O que fazemos para evitar complicação é não deixar mexer na posição do backline, na posição da bateria, se tem um caso extremo de um baterista canhoto, por exemplo, a gente se antecipa e avisa antes. Mas a gente tenta trabalhar com uma troca bem rápida por conta desse preset que já está pronto”, avalia Vinícius. Por mais que o nível do concurso tenha crescido, não é fácil escapar


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O corpo de jurados ficava a um metro atrás e mais alto na FOH. Tínhamos a missão de levar uma mix padrão para todas as bandas do festival, sendo elas profissionais ou amadoras (Rogério, da Dicksom Entretenimentos)

do nervosismo de iniciantes. A maioria nunca havia tido a oportunidade de se apresentar em uma estrutura média de palco. Então, o que é simples, pode se tornar complexo, como o simples esquecimento de plugar o cabo na pedaleira. Para evitar isso, a produção já deixava 5 roadies em cima do palco para auxiliálos, dois na bateria, um em cada guitarra, e um fazendo baixo, ou vocal, ou teclado.

SOM E LUZ Dividir o palco em dois eventos distintos, digamos assim, foi bastante desafiador na

questão técnica. Para Rogério Dias Moreno, coordenador técnico geral da Dicksom Entretenimento, responsável pela sonorização e iluminação do evento, embora não tenha havido dificuldades em sonorizar a área, que era extensa, a empresa disponibilizou quantidade suficiente de caixas, mais as torres de delays, somadas ao projetos de vídeo com 2 telões em cada torre. “Utilizamos o software de alinhamento Mecanco, da própria Attack, para acertarmos os ângulos do PA e o RTA do processador DBX para o alinhamento do sistema”, explica Rogério.

Sonorização ficou sob responsabilidade da Dicksom

Equipe Dicksom no Planeta Rock 2014 Rogerio Moreno Coordenador Geral Alberto Moreno Técnico de P.A. para os Shows Sidney Giraldi Técnico de P.A. para o Festival Adriano Gomes Técnico de monitor para os Shows Denílson Souza Técnico de monitor Festival Jorge Manchini Auxiliar de Palco Carlos Fernando Auxiliar de Palco Paulo Cordeiro Técnico de iluminação

Marco Aurélio Auxiliar de iluminação Wagner Muccillo Operador de Iluminação Festival André Pereira Operador de Iluminação Platéia Jonatan Lopes Operador de Seguidor Mateus Xavier Operador de Seguidor David Junior Auxiliar de vídeo Odenival Castro Logistica e transporte Carlos Benetti Logistica e transporte


Iluminação cuidadosa similar aquelas encontradas em shows de rock de bandas consagradas

relação ao festival e tudo com praticáveis com rodízio, de modo que ao final da passagem de som das atrações principais, nada fosse mudado até o início do show. “Montávamos então um novo palco para o início do festival com equipamentos de mesma qualidade”, afirmou Rogério. Atender a 4 shows distintos e 30 concorrentes em um festival, é um trabalho relativamente com-

traje) que não poderia ser um Ampeg SVT-3 PRO (foi providenciado um Hartke System 5000). Para comandar, Rogério conta que foram disponibilizadas 01 AVID SC28 no PA, que ficou como master, além de 01 Yamaha PM5D e 02 Yamaha LS9. “A SC48 e a PM5D, foram usadas como consoles principais (P.A. e monitor respectivamente) para as atrações de cada noite, exceto no show do Ira!, que

Na configuração do sistema foram usadas uma coluna por lado com 12 caixas VRD 112A, Attack, e subs EAW modelo SB850, por lado. Já as duas torres de delay foram configuradas com 4 caixas EAW KF650, cada torre. De acordo com Rogério, era possível medir picos de até 130dB na curva C na house mix. Outra característica foi a diferença de volume entre os shows de encerramento e as apresentações das bandas concorrentes, que ficou na ordem de 3 dB a menos. “O corpo de jurados ficava a um metro atrás e mais alto na FOH. Tínhamos a missão de levar uma mix padrão para todas as bandas do festival, sendo elas profissionais ou amadoras. Havia apenas uma música de passagem de som e a outra valendo. Algumas das bandas, seria a primeira vez que se apresentavam para tamanho público. Sendo assim, com um “safety mode” de alguns decibéis à menos, conseguimos um excelente resultado de homo geneidade entre as bandas do festival”, ponderou Rogério. Em um festival deste porte, obrigatoriamente é necessário usar backline, patch e captação completamente distintas para os shows em

Em um festival deste porte, obrigatoriamente é necessário usar backline, patch e captação completamente distintas para os shows plexo, pois, sim, existe limite financeiro. Então a solução foi montar um rider único para poder atender de forma adequada à todos. Algumas particularidades, claro, surgiram como o amplificador de guitarra do Scandurra (Ira!), que tinha que ser um Fender Hot Rod DeVille e o amplificador do Mingau (Ul-

adicionamos uma PM5D no PA, e no show do Ultraje, que utilizou uma Digico SD11 para o monitor. Para o festival (concurso de bandas), utilizamos 02 LS9”, enumera. Atender bandas iniciantes e as já consagradas num mesmo palco foi um dos desafios por se tratar de situações completamente distintas.

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REPORTAGEM| www.backstage.com.br 56

No palco, foram usadas duas consoles LS9

As bandas já consagradas, apesar de terem em seus riders exigências de equipamentos de altíssima qualidade e pouca flexibilidade de equivalência, sempre vêm acompanhadas de grandes profissionais gabaritados, o que facilita o check sound e, consequentemente, o andamento do show. Em contrapartida, as bandas iniciantes, apesar de não serem tão exigentes tecnicamente, necessitam e muito do empenho profissional da equipe técnica, desde a regulagem de um amplificador de guitarra à mix de monitor e PA . A iluminação foi outro show à parte. Pouquíssimos festivais de bandas iniciantes podem se dar ao luxo de contar com uma iluminação cuidadosa, como se viu no Planeta Rock. “Apesar do som ser imprescindível em um show, as lembranças que ficam, são iluminadas e em cores. Além de ser uma exigência da FAMA Pro, sempre tivemos um cuidado especial desde o Planeta Rock de 2013, no som e na luz do festival, para que as bandas tivessem a sensação de um show mesmo”, afirma Rogério. O desafio era parecido com o do som. Fazer a iluminação tanto para as bandas de encerramento, que trouxeram seus técnicos de iluminação e mapas de iluminação, quanto para as bandas iniciantes, cujo mapa de luz foi projetado pelos técnicos da Dicksom. De

acordo com Rogério, o objetivo era seguir o mais fielmente possível o mapa de luz de cada show, acrescentando alguns movings ou algumas PAR LED para complemento da luz do festival. “Após a programação da luz feita pelo iluminador de cada show, fazíamos uma programação independente para o festival. Nosso maior colaborador nesta parte foi o Wagninho (Wagner Muccillo) que em algumas noites, com apenas alguns minutos que lhe restou de tempo para programar algumas chases, fez realmente um trabalho excepcional”, elogia. Foram usados Beam 300, Beam 230 e Spot 575 para contra-luz; Strobos Atomic 3000 para efeitos; Wash 108 LED e ParLED3WRGB para Wash de palco; PAR64 foco 5 para luz de frente; Elipsoidal para focos e Brute para luz de plateia. Ainda na plateia, foram posicionados alguns Mac250 da Martin e refletores RGB de LED. Para comandar, uma Régia 2010 para luz principal e uma Régia Tiger para luz de plateia. “O tempo foi o total desafiador, finalizávamos um show às 4 horas da manhã e às 10 horas voltávamos para trocar todo o mapa de luz e assim ficar pronto às 13 horas para receber a atração do dia”, completa.


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REPORTAGEM| www.backstage.com.br 58

O FUTURO Um novo tempo chega ao comércio de áudio e instrumentos musicais no Brasil. Gustavo Victorino victorino@backstage.com.br Fotos: Divulgação

DO BUSINESS O

Grupo Renaer - formado pelas empresas Staner, Sonotec, Musimax e Eros - realizou no último mês de agosto o Áudio & Música Brasil, o primeiro encontro de business partner do segmento no país. O evento aconteceu na cidade de Canela, no Rio Grande do Sul, e reuniu mais de 700 convidados entre lojistas, representantes, técnicos e executivos internacionais e também do mercado brasileiro de áudio, instrumentos musicais e acessórios. No encontro, as empresas parceiras tiveram como objetivo proporcionar uma nova experiência e uma forma bem particular de apresentar as novidades dos seus catálogos aos parceiros. A ideia foi revestida de sucesso porque criou a oportunidade para os lojistas de conhecerem as novas tecnologias e os principais lançamentos do universo de instrumentos musicais, áudio e sistemas de som para todos os

fins. Durante 5 dias, as rodadas de negociações mostraram desde logo que o encontro mudaria o perfil do mercado e traria um novo horizonte para o comércio atacadista brasileiro. Mesmo com números entusiasmantes que chamaram a atenção do mercado, o fator apontado por todos como decisivo para o sucesso foi a interação entre os anseios dos compradores e a condição especial de venda adequada ao perfil de cada cliente. Com vastos catálogos, atendimento personalizado e disponibilidade material e logística, as empresas do Grupo Renaer criaram um ambiente de reflexão na projeção de bons negócios para todas as partes envolvidas. Num clima de absoluta informalidade, o Áudio & Música Brasil entregou ainda vários prêmios em sorteios realizados com a presença de centenas de participantes.


O gerente comercial da Sonotec, Nenrod Adiel recebendo lojistas

Business Hall

Luiz Roberto Fernandes, Alexandre Seabra, Oscar Filho, Renato Silva, Renata e Raul Deltrejo

Ao microfone, o Presidente e Fundador do Grupo Renaer, Renato Silva, agradeceu a presença de todos e brevemente resumiu a história do conglomerado que nasceu há mais de quatro décadas com a marca Staner e se transformou no gigante que é hoje. Alexandre Seabra, diretor do Grupo Renaer e criador do encontro, também comemorou o sucesso lembrando a dedicação das equipes internas de trabalho para que tudo funcionasse perfeitamente em face da complexidade logística e grandiosidade do evento. O Áudio & Música Brasil teve o suporte da VF Promoções, liderada por Fernando Vieira, criador e diretor da Festa Nacional da Música e que acontece em outubro no mesmo local. E também tem a parceria da Sonotec.

Os diretores da Takamine, Daesuke Uegaki e Makoto, entre Alexandre Seabra e Renato Silva

Técnicos mostram a extensa linha de produtos do Grupo Renaer

Lojistas dos estados do Ceará e de Roraima foram os agraciados pela sorte. De quebra, os representantes regionais nesses estados ganharam também uma viagem para duas pessoas a Buenos Aires com todas as despesas pagas. Com um intervalo de 48 horas, a atração foi o ator Oscar Filho, do CQC, que apresentou o seu show Putss Grill, levando bom humor e diversão ao encontro. Os vinhos gaúchos e a boa culinária dos pampas completaram o evento que contabilizou números surpreendentes até para os mais otimistas.

Ao final do evento, os números finais indicaram o sucesso do encontro. Mesmo sem totalização financeira ainda apurada, o Grupo Renaer confirmou mais de 30.000 instrumentos vendidos. No segmento de eletrônicos e sonorização foram mais de 25.000 unidades. Já a Eros comemorou aproximadamente 100.000 altofalantes faturados. Definitivamente, o divisor de águas foi criado e o comércio de segmento ganhou novos parâmetros. E o Grupo Renaer tem papel decisivo nisso...

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TECNOLOGIA |SINTETIZADOR| www.backstage.com.br 60

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SAMPLE TANK

UM NOVO MUNDO

DE POSSIBILIDADES SONORAS Luciano Freitas é técnico

No início de 2001, a IK Multimedia apresentava ao mercado o SampleTank, um novo conceito de workstation de sons em formato de software que trazia, além de uma ótima coleção de timbres nativos, um programa utilitário, o ST Converter. Esse permitia ao músico carregar nele, após convertidas para a extensão proprietária, bibliotecas de timbres nos formatos AKAI S1000/S3000, ampliando consideravelmente suas possibilidades de expansão.

de áudio da Pro Studio americana com formação em ‘full mastering’

O

sucesso foi imediato e levou a empresa a lançar já em 2003 sua primeira grande atualização do programa, o SampleTank 2. Com um novo algoritmo de manipulação do tempo das amostras de áudio (samplers) capaz de preservar a formante dos sons (batizado de SampleTank Time REsynthesis TeCHnology, ou


simplesmente STRETCH) , o programa conquistou seu espaço entre os músicos mais exigentes e se manteve entre os melhores da categoria por mais de uma década seguida (algo pouco comum, dado o constante lançamento de novos produtos). Resultado de pouco mais de dez anos de muitas pesquisas, a IK Multimedia reescreve novamente a história com o SampleTank 3, abrindo um novo mundo de possibilidades sonoras aliadas à simplificação dos processos operacionais, de modo a possibilitar a qualquer mortal obter resultados profissionais de maneira rápida e objetiva.

SAMPLE TANK 3 Com um ambiente operacional totalmente redesenhado, baseado em três páginas principais (Play, Mix e Edit), o SampleTank 3 chega ao mercado oferecendo qualidade e diversidade sonora aliadas à facilidade de uso, o que permite ao músico atingir rapidamente resultados profissionais nas suas produções. Sua biblioteca de timbres conta com mais de 4 mil novos sons alocados em 33 gigabytes de amostras, tudo organi-

zado em 21 categorias que contemplam toda a diversidade de instrumentos musicais acústicos, elétricos e eletrônicos conhecidos atualmente. Além dessa vasta coleção de timbres, o usuário conta também com 2.500 grooves de bateria e percussão executados por renomados músicos, arquivos que podem ter seu andamento facilmente ajustados às necessidades da composição graças ao poderoso algoritmo de “áudio elástico” disponível no produto (algoritmo Pitch Shift/Time Stretch). Na primeira página do programa (Play), além de conseguir carregar timbres e grooves em cada uma das suas 16 partes multitimbrais, tendo acesso visual a uma estrutura de sons hierarquicamente organizada, o usuário conseguirá ajustar seus parâmetros primários como o volume, a posição do panorâmico, selecionar o canal MIDI endereçado a cada uma das partes entre outros componentes básicos da mixagem. Nesta página, o músico também terá acesso a duas novidades trazidas por esta versão do

ST3 - Página Play

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TECNOLOGIA |ESTÚDIOS| www.backstage.com.br 62

ST3 - Home Recording Kit

programa: a função Live, que permite criar grupos de timbres (objetos chamados de Songs) que ficam pré-carregados na memória RAM do computador e por

Já na página Mix, o usuário encontrará um ambiente similar ao encontrado nas telas de mixagem das principais DAW’s disponíveis no mercado.

ST3 - Página Mix

isso possibilitam o acesso praticamente instantâneo (função indispensável nas apresentações “ao vivo”), e a função Pattern, que permite carregar em cada


uma das suas partes multitimbrais até 128 padrões rítmicos diferentes (arquivos MIDI) dentre os mais de 2 mil disponíveis (arquivos que também podem ser importados diretamente no software sequenciador preferido pelo usuário, a fim de realizar edições mais aprofundadas neste conteúdo). Já na página Mix, o usuário encontrará um ambiente similar ao encontrado nas telas de mixagem das principais DAW’s disponíveis no mercado. Em cada um dos seus 16

Completando o ambiente operacional temos a página Edit, a qual nos traz todos os parâmetros de modelagem sonora comumente encontrados em um bom sintetizador. Organizada em uma estrutura de blocos (Part, Sample, Filter, Velocity, LFO e Key), o usuário conseguirá nesta tela ajustar, para cada timbre carregado, sua região (zona) e sua sensibilidade de disparo, a alocação da sua polifonia máxima, escolher um entre os dez diferentes tipos de filtros disponí-

ST3 - Página Edit

canais de instrumentos estão disponíveis controladores de volume, posição de panorâmico, 5 slots para a inserção de processadores de efeitos virtuais (roteados em série) e 4 mandadas para canais auxiliares que podem compartilhar efeitos globais (como reverb e delays), ou servirem de controlador de um determinado grupo de instrumentos. Somam-se a estes canais de instrumentos os 4 canais auxiliares estéreo e um canal Master (também aceitam a inserção de 5 processadores de efeitos simultâneos).

veis (1 a 4 polos), ajustar os parâmetros do Oscilador de Baixas Frequências – LFO e dos dois controladores de Envelopes (um para o volume e o outro para o filtro e a afinação), além de promover vários outros ajustes que lhe permitem lapidar os sons conforme o gosto pessoal. Um importante recurso encontrado nesta página é o Round Robin, o qual intercala o disparo de diferentes amostras capturadas de um instrumento cada vez que uma mesma tecla é repetida na mesma região de sensibilidade, proporcionando o máximo de realismo nos

instrumentos altamente expressivos como guitarras, cordas, percussão, metais entre outros. Nestas três páginas principais, o usuário terá acesso direto às funções FX e “Macro”. Acessando a função “FX” encontrará os parâmetros de edição de cada um dos processadores de efeitos ativos, com um ambiente visual que remete aos equipamentos originais que o programa se propõe a recriar virtualmente, além de controladores que permitem habilitar e desabilitar (switch) esses efeitos. Nesta seção, vale também ressaltar que os 55 algoritmos de efeitos trazidos pelo programa possuem a mesma tecnologia de simulação encontrada em outros produtos de sucesso do fabricante, entre eles o T-RackS (equalizadores, compressores e limiters), o Amplitube (efeitos clássicos e amplificadores de guitarra e contrabaixo) e o Classik Studio Reverb – CSR (reverbs digitais e por convolução). Já a função Macro permite ao usuário ajustar complexos encadeamentos dos mais relevantes parâmetros de edição dos sons por meio de oito controladores, permitindo até mesmo aos iniciantes na arte da programação atingirem resultados profissionais de modo simples e prático. O SampleTank 3 funciona como software autônomo e como plug-in nos formatos AAX, VST e AU. Compatível com sistemas operacionais que operam em 64 bits (plataforma Mac e Windows), o produto oferece total compatibilidade com os arquivos criados nas suas versões anteriores, bem como com as bibliotecas de expansão de timbres (Xpansion Tank) desenvolvidas em parceria com a empresa Sonic Reality.

Para saber online luciuspro@ig.com.br

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UTILIZANDO TODO O POTENCIAL DO Este mês a ideia é apresentar algumas dicas que podem deixar o seu trabalho mais fácil e também trazer todo o potencial do Logic Pro X para um uso efetivo nas suas produções. Você está tendo dificuldade em trabalhar com o Logic Pro X, pois tem algum plug-in ou sintetizador virtual que só trabalha em 32 bits? Não encontra uma forma para fazer uso de um synth GM no Logic Pro X? Apesar de utilizar os plug-ins nativos, gostaria de adicionar algum toque criativo nas suas produções? Aí estão as respostas que você procura.

X

LOGIC PRO Vera Medina é produtora, cantora, compositora e professora de canto e produção de áudio

D

ICA 1

Para quem quer utilizar os plug-ins em 32 bits no Logic Pro X, há várias opções de programas que possibilitam esta conversão, mas o que melhor funcionou no meu caso foi o 32 lives da Sound Radix (www.soundradix.com). Você pode baixar uma versão demo e testar com seus plug-ins preferidos. Se tudo der certo, aí é só comprar uma licença. No meu caso, consegui acessar os plugins e instrumentos virtuais que ainda não têm ou não vão ter versão 64 bits.

2) Escolha o instrumento virtual AU Instruments>Apple>DLSMusicDevice>Stereo Output; 3) Você terá acesso ao Quick Time Music Synthesizer (Figura 2);

DICA 2 Nas versões anteriores do Logic era possível utilizar um set GM (General MIDI) diretamente do Environment do Logic. Vamos ver como podemos ainda ter acesso a um set de instrumentos MIDI, utilizando o Apple Quicktime Synth. 1) Inicie um projeto novo considerando apenas uma track de Software Instrument. (Figura 1);

Figura 1

Figura 2

4) Abra o Environment MIDI através do menu Window. Escolha Open MIDI Environment, ou utilize o atalho Command+8. (Figura 3); 5) Escolha em Layer a opção Mixer (Fig. 4); 6) No menu New do Environment, escolha a opção Multi-instrument (Figura 5); 7) No campo onde está escrito (MultiInstrument) você pode inserir algum tipo de identificador que serão sons GM. No caso coloquei GM Device (Figura 6); 8) A seguir, selecione os 16 canais MIDI como ativos, ou seja, basta clicar sobre o número do canal que se abre uma lista de opções. (Figura 7);


Figura 10

11) Adicione ao projeto uma nova trilha como “External MIDI Instrument” (Figura 10); 12) Clique sobre a trilha existente anteriormente. (Figura 11);

Figura 6

Figura 11

13) Vá ao menu Edit > Paste (Fig. 12);

Figura 3

Figura 7

9) Clique sob a seta do GM Device e a arraste até o mixer onde se localiza o canal DLSMusicDevice. Aparecerá uma mensagem “Cable & Port are setting. Do you want to remove the channel port setting?”. Clique em Remove. (Figura 8);

Figura 12

14) Em seguida aparecerá a mensagem “Create new tracks for environment objects?”, clique em Create. (Figura 13);

Figura 4 Figura 13

Figura 8

10) Volte ao Environment e clique sobre o GM Device para marcá-lo. Vá até o menu do Environment e escolha Edit>Copy. (Figura 9);

Figura 9

Figura 5

15) Pronto, você agora tem 16 canais MIDI configurados no Logic Pro X. (Figura 14).

Figura 14

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DICA 3

Figura 15

Figura 16

O MSEd também é capaz de trabalhar no modo “in line” com a capacidade de ajustar ganho dos canais mid e side e fazer pan, sem a necessidade de usar dois plug-ins em sequência

Abaixo alguns plug-ins gratuitos que funcionam com o Logic Pro X e podem adicionar muita criatividade no modo como você produz. Hysteresis da Glitch Machines (Fig.15) (http://www.glitchmachines.com/downloads/hysteresis/) é um plug-in de delay de falhas voltado para a criação de artefatos robóticos e texturas musicais abstratas. Apresenta efeito stutter, filtro passa-baixa e efeitos de modulação aplicados no caminho do sinal de feedback. Além de ser capaz de criar mutações de sinal extremamente diferentes do normal, também pode ser utilizado para gerar efeitos de delay clássico. MSEd da Voxengo (Figura 16) (http://www.voxengo.com/product/msed/) é um plugin AU e VST codificador-decodificador de áudio profissional para processamento mid-side que é capaz de codificar (split) o sinal estéreo de entrada em dois componentes: par mid-side, e viceversa: decodificar par de sinal mid-side em sinal estéreo. O MSEd também é capaz de trabalhar no modo “in line” com a capacidade de ajustar ganho dos canais mid e side e fazer pan, sem a necessidade de usar dois plug-ins em sequência. Também pode ser usado para inverter a fase dos canais mid e side em 180 graus, trocar os canais estéreo e para extrair os canais mid ou side. Stereo Touch da Voxengo (Figura 17) (http://www.voxengo.com/product/ stereotouch) Este plugin AU e VST profissional implementa uma técnica clássica de transformar uma faixa monofônica em pista estereofônica espacial por meio de técnica de codificação mid/side. Ele é mais eficaz em sons monofônicos sem transientes excessivamente fortes: funciona muito bem tanto para guitarras acústica/elétrica, pads e até mesmo vocais. Por meio deste plug-in, você pode facilmente obter pistas com espacialidade e até mesmo “surround”. Basicamente, o plug-in trata um

Figura 17

sinal de entrada mono e gera um sinal de saída estéreo. Ele também pode trabalhar com sinal de entrada multi-canal, mas, neste caso, todos os canais são processados independentemente uns dos outros como se fossem sinais de entrada mono separados, e, em seguida, todos os arquivos estéreo resultantes são mixados em conjunto para produzir um sinal de saída estéreo único.

Figura 18

TAL - NoiseMaker (NOIzE M4K3R) da Togu Audio Line (Figura 18) (http:// kunz.corrupt.ch/products/tal-noisemaker). É uma versão aprimorada do sintetizador virtual TAL-Elek7r. Desta forma é um instrumento versátil dentro de um contexto de sintetizadores de modelagem análoga tradicional. Possui ótimos presets, sendo que 80 deles foram elaborados por Frank “Xenox” Neumann / Particular - Sound. Espero que estas dicas sejam úteis para turbinar sua produção. Até a próxima edição!

Para saber online

vera.medina@uol.com.br www.veramedina.com.br


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AUTOMAÇÃO

NO PRO TOOLS QUEM NUNCA FICOU “BRIGANDO” COM UMA? PARTE 2 Cristiano Moura é produtor, en-

No mês passado, falamos sobre os aspectos básicos do sistema de automação do Pro Tools. Nesta segunda parte, vamos ver alguns casos recorrentes, quando a automação começa a atrapalhar nosso trabalho e quais as soluções possíveis.

genheiro de som e ministra cursos na ProClass-RJ

P

REPARANDO AUTOMAÇÃO DE PLUG-INS

Um caso bem comum ao tentar habilitar um parâmetro para automação é encontrarmos uma lista enorme deles pela janela “auto” (fig. 1). Muitas vezes isso dificulta a associação e atrasa nos-

Figura 01 - diversos parâmetros para habilitar

sos trabalhos. Então é muito bem-vindo aprender um atalho para armar um parâmetro para automação diretamente. Para isso, basta pressionar as teclas Control+Option+Command (Mac) e clicar no parâmetro desejado. No Windows, as teclas são CRTL+Start+Alt.


Figura 02 - atalho para habilitar automação

Para deixar a dica completa, saibam que também é possível habilitar todos os parâmetros de uma só vez. Para isso, use novamente as mesmas teclas modificadoras e clique no botão “auto” (fig. 2).

DESATIVANDO A AUTOMAÇÃO TEMPORARIAMENTE O modo de automação mais subvalorizado é logicamente o modo “off”, mas pode ser de grande utilidade em muitos momentos. Ele permite que a automação de certo canal seja desligada temporariamente, liberando o usuário a experimentar outras possibilidades an-

tes de gravar de fato. Para estender este comando, entra em ação a janela Automation Window, encontrada no menu Window. Repare que a primeira opção chama-se “suspend”, e de fato, suspende todas as automações de uma só vez. Outra maneira de atingir o mesmo resultado é escolhendo o modo “off” num canal com o Alt/ option pressionado. O problema começa a ficar mais sério a partir do momento em que o usuário quer ter a liberdade de desligar apenas um parâmetro da automação de um canal. Por exemplo, você pode querer manter as automações de pan e send de efeitos, mas desativar temporariamente a automação de volume para testar o encaixe de um instru-

da automação durante o playback vai se tornando mais natural, fatalmente o usuário vai ficar mais à vontade em escrever automação em várias pistas ao mesmo tempo. Isso ainda é mais latente se estiver numa superfície de controle. Nestes casos, escrever em Latch começa a ser mais adequado do que

O problema começa a ficar mais sério a partir do momento em que o usuário quer ter a liberdade de desligar apenas um parâmetro da automação de um canal. mento na mix de outras formas. Para este caso, também há solução. Pela Edit Window, basta primeiro habilitar a visualização da automação que se quer desativar e no Track View Selector, clicar com o Command/ CTRL pressionado (fig.3).

DESARMANDO O MODO LATCH DURANTE O PLAYBACK

Figura 03 - automação de volume desativado

Fig. 04 - desarmando o latch durante o playback

Os mesmos comandos podem ser usados para desabilitar. Basta clicar com as mesmas teclas modificadoras pressionadas. Vale ressaltar, esta dica também serve para automatizar o botão Bypass, que fica na barra superior, acima da interface do plug-in.

Vimos também no artigo do mês passado que a diferença entre o modo Latch e o modo Touch é que o Latch continua gravando automação mesmo que o usuário tire a mão da mesa de som ou do botão do mouse. Mas conforme a prática da escrita

em Touch, senão vão faltar dedos para manter as automações gravando. E também não nos interessa ter que ficar apertando o Stop. Pelo contrário, a ideia é deixar a música fluindo o maior tempo possível e manter a concentração. Neste caso, vamos aprender a desarmar quando gravando no modo Latch. Basta clicar no Automation Mode Selector com o Command/ CTRL selecionado (fig. 4).

EDITANDO PARA OS OUVIDOS E NÃO PARA OS OLHOS A tentação por escrever curvas de automação com o lápis é grande. E

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Se você escolheu trabalhar com som, já sabe bem que ataque, intenção, timbre, mascaramento, cancelamento e outros diversos fatores contribuem para a percepção da intensidade sonora. Então, cuidado com o lápis, para este não levá-lo a um buraco negro onde apenas arquitetos sobrevivem.

Figura 05 - resultados sonoros semelhantes apesar do visual

com isso temos um problema. Acabamos por ficar mais preocupados com a “beleza” e simetria da curva do que com o som de fato. O feedback visual que temos nas ferramentas de áudio é, ao mesmo tempo, um grande aliado e um inimigo. São incontáveis as vezes que vivi sessões dispersando completamente por causa de um cliente que cismou que uma linha não estava tão reta quanto a outra. Se você escolheu trabalhar com som, já sabe bem que ataque, intenção, timbre, mascaramento, cancelamento e outros diversos fatores contribuem para a percepção da intensidade sonora. Então, cuidado com o lápis, para este não levá-lo a um buraco negro onde apenas arquitetos sobrevivem. Outro problema com o lápis é que ele faz diversos pontos de automação, que podem afetar o processamento do seu sistema. Ao invés do lápis, recomendo a utilização do Grabber. Com ele, você pode criar apenas os pontos necessários e deixar a curva logarítmica do nosso ouvido fazer o resto do trabalho. Ele é um “tudo em um”, permitindo que pontos de automação sejam criados, movidos ou deletados (com o Alt/Option) (fig. 5).

incrementos pré-determinados. Saiba que a função também funciona com pontos de automação. Basta selecionar e pressionar o (+) ou (-) no teclado numérico. Um exemplo muito comum é automatizar o Send de um Reverb ou Delay no final de uma frase, seja um solo, uma voz, ou qualquer outra melodia. Se você tentou fazer durante o playback ou com mouse usando o Grabber, mas reparou que a automação começou cedo ou tarde demais, o Nudge é o recurso ideal para correções sem dor de cabeça. No próximo mês, vamos para a terceira parte deste assunto e abordar, além de alguns recursos do ProTools convencional, outros vistos apenas no ProTools HD. Abraços e até a próxima!

Para saber online

MOVENDO CURVAS DE AUTOMAÇÃO Um recurso muito eficiente do Pro Tools é o Nudge, que permite mover clips por

cmoura@proclass.com.br http://cristianomoura.com


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ABLETON LIVE| www.backstage.com.br 72

ABLETON LIVE VIDEO TOOLS PARA Ableton Live é uma ferramenta de produção fascinante, e uma de suas facetas que mais me seduziram foi a sua habilidade de importar e manipular uma grande variedade de “mídias”. E é claro que nesse momento me refiro a videoclipes e imagens!

VDJs, DJs e VDs Lika Meinberg é produtor, orquestrador, arranjador, compositor, sound designer, pianista/tecladista. Estudou direção de Orquestra, música para cinema e sound design na Berklee College of Music em Boston.

E

m Performance Improvisation, um artista tem que ter planejamento e o termo “Improvisation” aqui se refere à flexibilização organizada, e melhor ainda, se você puder ter tudo isso em uma plataforma só, integrando inspiração e trabalho, sobra mais tempo para o pro-

Figura 01 - Importando vídeo

cesso criativo. Manipular vídeos é uma habilidade importante na plataforma do Ableton Live. Muitos programas já abrem vídeo e têm uma janela dedicada há algum tempo, o que para nós produtores de música para cinema e afins foi muito conveniente, pois pudemos compor


Figura 02 - Upps!!

nossas trilhas musicais diretamente sincronizadas com o filme, sem a utilização dos antigos aparatos de sincronização, como VCRs, SMPTE, MTC etc. etc. Mas o que o Ableton Live faz é diferente! Você pode abrir um vídeo, fazer loop, editar, copiar, ordenar várias pistas de vídeo com imagens e pasmem, aplicar *“WARP”!!, que permite sincronizar um vídeo com as nuances rítmicas de uma trilha (e não só o caminho inverso: sincronizar a música ao vídeo). Claro, existem limitações se compararmos com programas dedicados de edição de video linear, porém mais e mais plug-ins vêm aparecendo para completar os recursos até então possíveis. (* tutorial de matéria anterior). Vamos começar com soluções simples. Lembre-se: vídeo demanda muita memória Ram! Abra o Ableton Live como de costume. Abra o browser no canto superior esquerdo (ícone-triângulo cinza, caso não esteja aberto) e encontre suas imagens e vídeos (.mov, .Avi, .Mpej, Jpeg, Gif etc.). Arraste com o mouse um arquivo de video para um “Track” (áudio ou MIDI) e ... Uppss!! “Vídeo somente pode ser interpretado como vídeoclipes na outra janela do programa, ‘Arrangement View’. Em ‘Session View’ o programa interpretará como audio file”!(?) Pois é, falávamos de algumas limitações, e essa é uma delas! NO PROBLEM! Clique na tecla “TAB” para alternar para o “Arrangement View”! Ok. Agora importe algum material de vídeo e repare que imediatamente uma janela com o vídeo aparece e o arquivo estará aberto em um “Audio Track” exatamente do mesmo modo como fazemos com áudio. Bem simples! Também à esquerda (embaixo), o Clip View mostra as propriedades do clip. Você pode usar Warp, criar Loop e modificar comprimento, alterar BPM e outras propriedades. Explore! Para dar sentido ao nosso projeto, vamos importar um áudio e faremos uma pequena sincronização também (James Brown – I Got you (I feel good)). Vamos usar algumas imagens onomatopeicas que achei na net. Uns Eaahs, Pows, Sbrawns, aquelas coisas do Batman original.

Figura 03 - Importe em Arrangement View

Aqui já dá para entender visualmente como eu alinhei os tracks de vídeo e imagens, logo abaixo do áudio do James Brown. Procurei usar um vídeo como file master (esse em verde) e imagens (stills) pontuando os eventos marcantes da música. Bem previsível, só para seguirem o processo, afinal não temos o feedback do vídeo, né? Outro cuidado a ser tomado, devido à limitação no momento, é que o Ableton Live opera com um só “canal” de vídeo. Portanto, não é possível fazer Ovelappings ou Alpha Channel. Significa que imagens e vídeos se comportam de maneira hierárquica, como nos velhos tempos de discrete tracks dos primeiros programas com áudio digital (Digital Performer). Ou seja, você pode executar muitos arquivos ao mesmo tempo, mas a imagem que vem por último, na frente das outras é que aparece (a hierarquia aqui funciona de baixo para cima, como indicado pela seta azul). Nesse caso, eu evitei sobrepor imagens e coloquei sempre em espaços abertos como mostram as setas em verde (preservando memória Ram e processamento da CPU!!). Observe que o vídeo em verde (Dance Clip Track - cor vinho) não tem nenhum file arquivo tocando ao mesmo tempo que ele, como mostra a seta e a grade em amarelo. Dando um zoom no projeto, veja que os transientes de áudio (os picos) estão alinhados com as imagens (em verde) e o vídeo linear (em lilás) ocupa uma área central sem interposição. Isso significa que o vídeo é tocado sem interrupções. Do lado esquerdo (em amarelo) dá para entender bem como imagens e vídeos devem ser organizados para não sofrerem interferência uns dos outros devido à limitação de “um só canal de vídeo para operar”. É lógico que essa limitação será corrigida em breve. Já sugerimos isso à Ableton! Para terem uma ideia aproximada (sem o vídeo, claro!), vejam o storyboard do projeto. Tentem criar algo aproximado para ver como o programa se comporta. Esses números do lado de cada Take se referem ao Display Position do Ableton Live. O Live

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ABLETON LIVE| www.backstage.com.br

Figura 08 - Storyboard

Eu recomendo, principalmente aos envolvido com Performance, a darem um mergulho profundo nas possibilidades desse recurso do Ableton Live. Boa sorte a todos e espero que tenha ficado claro o bastante essa missão “quase impossível”!

Figura 04 - Importando áudio

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Para saber online

Outro cuidado a ser tomado, devido à limitação no momento, é que o Ableton Live opera com um só “canal” de vídeo. Portanto, não é possível fazer Ovelappings ou Alpha Channel.

Figura 05 - Coisa feita

não mostra SMPTE, mas existem alguns plug-ins que fazem isso! Do lado direito embaixo, A,B,C... são os Cues com a letra da música, muito usado como referência também. Claro, isso é só um tutorial para estimular vocês no processo criativo e nos fundamentos do Live. Cositas muito mais complexas e belas podem ser conquistadas aqui. Bom gosto à parte, “o céu é o limite”.

Figura 06 - Hierarquia das imagens

Figura 07 - Alinhamento

Facebook - Lika Meinberg www.myspace.com/lmeinberg


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PRODUÇÃO MUSICAL| www.backstage.com.br 76

CONCEITOS Mixagem em mono? Isso ainda existe hoje em dia? Bem, sim e não. Salvo projetos mais experimentais, dificilmente veremos algo mixado em mono. Se quase nenhum material é lançado em mono, por que ainda nos preocuparmos tanto com a mixagem em mono? Simples. Porque o único lugar onde existe o estéreo verdadeiro é no headphone. Sempre que escutarmos em um par de caixas de som, alguma parte do sinal será convertida em mono, queiramos ou não.

EQUILIBRANDO UMA MIXAGEM PARTE 4 Ricardo Mendes é produtor, professor e autor de ‘Guitarra: harmonia, técnica e improvisação’

MIXAGEM EM MONO

A

s técnicas de checagem de compatibilidade mono-estéreo já foram descritas anteriormente. Vamos para um próximo e arrojado passo: mixar em mono. Isso mesmo. Mixar toda uma música em mono. Mas e se a música não for ser lançada em mono? Faz sentido mixar em mono? A princípio não, porém há um ‘pulo do gato’ aí. Uma mixagem em mono é muito mais difícil de se fazer do que uma mixagem em estéreo. Em uma mixagem estéreo existe muito mais espaço para se posicionar os instrumentos. Sempre que houver um instrumento com sonoridade similar, ou tocando algo mais ou menos parecido, a solução mais fácil, prática e usada é colocar um para cada lado. Dessa maneira eles estão separados e não irão competir um com o outro. No entanto essa facilidade toda pode nos

fazer tomar uma decisão errada na equalização. Ao começar a posicionar todos os elementos de uma mixagem em mono, todos estarão competindo entre si. E a única maneira de conseguir separálos melhor é através de equalização, compressão e volume. O fator panorâmico está excluído em uma mixagem em mono. Desta forma, seremos forçados a utilizar a técnica de “carving EQ” (que consiste em diminuir certas frequências em um canal e aumentar as mesmas freqüências em outro de modo que estes canais se completem no espectro de freqüência) de maneira mais precisa. Talvez o exemplo mais típico de todos é no caso de guitarras ou violões dobrados. Normalmente tendemos a equalizar de maneira parecida cada um dos canais e virar um para cada lado. Isso irá soar bem em estéreo,


gem de erro diminui muito. Uma vez que uma mixagem estiver soando bem em mono, ao se abrir esta mixagem em estéreo, ela irá estar soando muito bem, ao passo de que uma mixagem que esteja soando bem em estéreo, não necessariamente irá soar bem quando colocada em mono. Ou em outras palavras: ao se acertar uma mixagem

O fato é que se você conseguir timbrar de maneira que fique claro em mono, quando colocá-los em estéreo, eles ficarão ainda mais claros do que se você tivesse timbrado parecido e virado logo um para cada lado. O mesmo raciocínio vale para backing vocals, teclados, sopros, cordas etc. Talvez a exceção sejam as microfonações em técnicas estéreo, em especial nos overheads de bateria. Não faz muito sentido timbrar de maneira diferente os lados de uma captação em estéreo, porém para o caso de dobras, faz total sentido equalizar diferente. O equilíbrio também muda sensivelmente e tem que ser muito mais preciso em mono, pois a chance de algo encobrir o resto, ou então ser encoberto pelo resto é muito grande. Isso também vale para efeitos, reverbs, delays etc. Tudo se torna mais difícil, mais preciso e a mar-

em mono, não há possibilidade de erro ao colocá-la em estéreo. A recíproca não é verdadeira.

Ella Fitzgerald, Luis Gonzaga, entre um número incontável de artistas de primeira linha. Uma boa pesquisa que você pode fazer é procurar gravações de antes de 1960. Praticamente todas as gravações antes dessa data são em mono. Isso irá fazer você entender como deve ser uma mixagem em mono. Depois faça outra experiência: pegue um disco atual que você goste muito, importe para dentro da sua DAW, abra o arquivo estéreo em dois canais mono e coloque o pan dos dois canais no centro. Desta forma você estará escutando essa mixagem também em mono. Compare estas mixagens com a sua mixagem em mono e veja onde você pode me lhorar para deixar os elementos mais definidos e separados utilizando somente equalização, compressão e volume. Uma vez que você tiver conseguido melhorar a sua mi-

mas em mono já não irá soar tão bem assim, com as duas fontes tendendo a embolar entre si. Já dá para imaginar o trabalhão que vai ser timbrar duas guitarras ou dois violões de modo que você possa distinguir cada um deles no meio da música, porém com os dois tocando juntos no centro com todos os outros instrumentos.

Não faz muito sentido timbrar de maneira diferente os lados de uma captação em estéreo, porém para o caso de dobras, faz total sentido equalizar diferente. Existe a possibilidade de uma mixagem em estéreo que esteja soando bem e não soe de maneira satisfatória quando convertida para mono. Grandes mixagens da história da música foram feitas em mono, como Frank Sinatra, Elvis Presley,

xagem em mono, abra os canais correspondentes para estéreo e veja, ou melhor, ouça um novo mundo se descortinar à sua frente. A sua mixagem irá soar bem melhor.

Para saber mais redacao@backstage.com.br

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BAIXO ELÉTRICO| www.backstage.com.br 78 Como o número de gravações em home studio cresce a cada dia, o assunto desta edição é o uso do Direct Box (o assim chamado DI) durante a gravação de baixo elétrico. Ao invés de microfonar um amp (como visto em edição anterior), podemos ter a captação da sonoridade um pouco mais ‘realista’ do instrumento quando plugados diretamente à mesa de gravação. Quer saber como? Então...

GRAVAÇÃO DE BAIXO ELÉTRICO Jorge Pescara é baixista, artista da Jazz Station e autor do ‘Dicionário brasileiro de contrabaixo elétrico’

V I A D I R E C T B OX

P

ara os neófitos, o Direct Box (doravante DI), em uma forma simplista de exposição, consiste de um pequeno aparelho conversor, ou melhor, ‘casador’ de impedâncias. Como o sinal emitido pelos pickups (captadores) do baixo elétrico (e também da guitarra ou instrumentos com pickups) é incompatível com a entrada das mesas de grava-

ção, assim como também não se obtém nenhum som quando plugamos os headphones diretamente ao jack de saída do instrumento, um DI é usado para contornar este pequeno empecilho e, assim, ajustar o sinal de áudio. Com a altíssima impedância dos pickups magnéticos, sem o uso dos DIs a sonoridade do instrumento perderia os agudos ma-


Tony Levin gravando

tando o timbre final! Com um DI pode-se capturar a real sonoridade do baixo, com todos os seus transientes, provenientes de várias técnicas, tais como slap, palheta, tapping etc., realizando uma gravação repleta de médio agudos e ataques que a microfonação do amp, pura, não consegue. Do DI endereça-se o sinal de áudio XLR balanceado diretamente para a console ou software (DAW) de gravação. Assim, a primeira questão é escolher entre os DIs ativos e os passivos. Sendo os passivos os mais comuns, possuem menos controles e chaves de ajustes, plugamos a saída do instrumento nele e dele endereçamos para a console de gravação. Deste ponto podemos ter variantes bastante agradáveis, tais como a divisão de sinal na saída do DI enviando um lado para a console ou DAW e a outra ponta que se pode optar entre um amplificador que será microfonado, ou mesmo o envio para um preamp dedicado, para

RADIAL+RDL+JDI-2

RADIAL+RDL+PRODI-2

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BAIXO ELÉTRICO| www.backstage.com.br 80 Tony Levin

Quando o baixo possui pickups/ preamps ativos (usando baterias de 9V), o DI deve ser ajustado para a função baixa impedância

timbragem específica; passar por um simulador/modelador de amp, caixas e efeitos; ou quem sabe uma reamplificação do sinal. Por vezes o DI é seguido de um compressor já na entrada de sinal, mas isto é totalmente opcional. Quando o baixo possui pickups/preamps ativos (usando baterias de 9V), o DI deve ser ajustado para a função baixa impedância. Como diz um conhecido produtor americano, o sinal direto proporciona uma articulação sonora com muita presença nos médios agudos. Não se consegue o top end exigido em alguns estilos musicais usando apenas o amp microfonado, mesmo com os melhores aparelhos disponíveis; assim, os DI são a forma de atingir este objetivo. Usando um Direct Box não se tem a intrusão do elemento acústico durante a captação de áudio, pois não há microfonação de falantes. Toda a articulação de frequências agudas e médio agudas transporta os transientes existentes diretamente para a console ou DAW. A tendência, desta forma, é poder concentrar-se no ataque dos graves através do DI.

A informação através deles é inalterada e incolor, a não ser que: usemos um DI com preamp embutido. Desenvolvido em 1989 pela Tech21, o SansAmp Direct Module combina a função do DI tradicional, com circuito analógico que proporciona um timbre com características de amplificador sem a necessidade de usar tal equipamento. Como isto revolucionou o mercado de gravação, fazendo parte do arsenal de estúdios e home studios (ou mesmo parte do setup de músicos em palco), foi amplamente copiado e hoje temos uma vasta cartela de opções deste tipo de DI. Para usar qualquer um deles, basta ajustar a equalização geral conforme o estilo pretendido, logo após escolher as opções corretas de fase, impedância (alta ou baixa) e afins. Seja por um ou por outro tipo de DI, uma dica, como dito anteriormente, é usar um compressor como ponte entre a saída do DI e a entrada da mesa de gravação. Comece por ‘presetar’ o ratio em 4:1 com o release em torno de ¼ de segundo. Com um compressor com auto attack e release pode se ter resultados felizes, principalmente onde há músicas com muitas mudanças entre as partes. Porém, com o attack ajustável prefira iniciar entre 10 a 50 ms, reduzindo também o ganho em 6dB nos graves. Importante notar que o uso dos ouvidos deve sempre estar em primeiro plano na decisão de quanta compressão deverá ser utilizada. No mais, ótima gravação pra todos! Paz Profunda .:.

Para saber online

jorgepescara@backstage.com.br http://jorgepescara.com.br


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VITRINE ILUMINAÇÃO| www.backstage.com.br

CADERNO ILUMINAÇÃO

Q-7 www.hotmachine.ind.br A Q-7 é discreta e possui um wash compacto RGBW, blind e strobo. Contendo 2 mil potentes LEDs RGBW, é um poderoso dispositivo elétrico multiuso e ajustável, com um ângulo de propagação de 110°. Juntamente com a classificação IP-65, com uma alta produção de 28.000 lúmens e possuindo um pequeno espaço físico, a Q-7 é um dispositivo ideal para uso ao ar livre, para iluminar edifícios, fachadas, estruturas arquitetônicas e atrações. A Q-7 também é adequada para aplicações em interiores, tais como estúdios de TV, teatros e outras aplicações onde uma grande inundação de luz colorida sem cintilação é solicitada, entretanto fornece os projetos de entretenimento com um efeito strobo de cor brilhante piscando.

ION SERIES www.macaio.com.ar A marca Tecshow, by American Pro, apresenta sua nova ION SERIES. Os novos movings heads ION 132B e ION 230B possuem ângulo de feixe fechado otimizando a luminosidade. Equipado com a potente lâmpada a gás Osram Sirius HRI 230W, o ION 230B oferece ângulo de 2.5°, 8 gobos + aberto, 14 cores + branco e prisma rotativo de 8 faces + filtro frost. Para aplicações menores, o ION 132B está equipado com uma lâmpada gás Osram Sirius HRI 132W, proporcionando ângulo de 2°, 17 gobos fixos intercambiáveis + aberto.

TALHA ELÉTRICA PL200 www.gobos.com.br Uma talha elétrica compacta, discreta e leve que utiliza cabo de aço no lugar das tradicionais correntes. Com capacidade para suportar 200kg, a PL-200 transforma a pesada tarefa de elevar cargas em uma operação fácil, rápida, silenciosa e segura. Pode ser conectada a uma simples tomada e operada pelo módulo de controle. Utiliza 30 metros de cabo de aço inoxidável com 5 milímetros de espessura. Ideal para elevação de cargas de médio e pequeno porte. Fornecida com duas algemas de segurança para engate em tubo padrão de duas polegadas. Chassis de alta resistência e pintura eletrostática preta. Duplo sistema de travamento combina a frenagem dinâmica e mecânica, garantindo parada imediata com segurança. Possui módulo de controle manual equipado com 3 botões: emergência, para cortar o AC, Up e Down, e para subir ou descer.

MOVING LED QUAD BEAM www.star.ind.br A Star Lighting Division apresenta o Moving LED Quad Beam, um moving inovador para criar infinitas possibilidades de efeitos. O aparelho possui 25 LED’s Beam de 12W RGBW com abertura de 3-5°. Conta com controle individual de cada LED, Tilt e Pan Contínuo, ampliando assim as possibilidades dos efeitos. Todos esses atributos controlados por 16, 20 ou 116 Canais DMX.


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A iluminação cênica também pressupõe arranjos e combinações de instrumentos de iluminação, equipamentos, dispositivos, periféricos e estruturas complementares, de forma a propiciar composições de cores, sensações, efeitos, entre diversas funções e finalidades. Mas, principalmente, todos esses recursos têm como objetivo primordial revelar os principais elementos cênicos, dinâmicos ou estáticos, mas sempre apresentados de maneira organizada e ‘controlada’.

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CÊNICA Cezar Galhart é técnico em eletrônica, produtor de eventos, baixista e professor dos Cursos de Eventos, Design de Interiores e Design Gráfico do Unicuritiba. Pesquisador em Iluminação Cênica, atualmente cursa Pós-Graduação em Iluminação e Design de Interiores no IPOG.

TUDO SOB CONTROLE A

ssim, surge este termo mágico que permeou a evolução histórica e conceitual e que se configura em pressuposto básico de sustentação de um projeto: controle. No fim do século XIX, com a incorporação da eletricidade como fonte alimentadora dos recursos de iluminação artificial na infraestrutura dos teatros e casas de espetáculos, iniciou-se um novo capítulo à fascinante e surpreendente história da iluminação cênica. Com essa nova tecnologia de produção e distribuição também se iniciaram as pesquisas na busca de novas maneiras e possibilidades para o controle de todos os recursos envolvidos – fluxo de corrente elétrica e, consequentemente, intensidade luminosa. De dispositivos eletromecânicos (placas de metal mergulhadas em água salgada ao uso de dis-

cos com filamentos de cobre e autotransformadores) aos primeiros componentes eletrônicos (SCRs), foi somente no fim da década de 1950 que Joel S. Spira inventou o dimmer de estado sólido, que permitia a comutação de corrente em sistema de liga/desliga em até 120 vezes por segundo, reduzindo o consumo de energia elétrica e permitindo que o dimmer fosse instalado em gabinetes ou quadros de distribuição elétrica (instalados em paredes). Assim, com os dimmers, todo o controle de iluminação tornavase mais estável e preciso. Mas, o necessário controle ainda precisaria de mais tempo para que os dimmers fossem inseridos definitivamente na iluminação cênica. Ao mesmo tempo em que surgiam as primeiras mesas de controle com o uso de dimmers integrados e relativamente compactos, a maio-


Fonte: CEFETPR/Cezar Galhart / Divulgação

Figura 1: Diagrama simplificado de um dimmer com controle realizado com um potenciômetro.

Fonte: Strand Archive / Divulgação

ria dos lighting designers ainda não tinha esses recursos à disposição – pelos custos e ainda dificuldades de instalação e transporte (além do tamanho, esses equipamentos eram muito frágeis). Como exemplo, no fim da década de 1960, Michael Tait (notável e genial lighting designer, visionário empreendedor da empresa estadunidense Tait Towers Inc.), nos primórdios de seus trabalhos com a banda Yes, comutava os refletores instalados nos bares londrinos com a alternância dos interruptores de acionamento fixados nas paredes. Ainda na década de 1960, mesmo para os shows e festivais, ou mesmo nos teatros mais sofisticados, a evolução ocorria, ainda que gradativamente. Em 1967 era comercialmente produzida pela empresa inglesa Strand Lighting (adquirida pela holandesa Philips, em 2008) a IDM/MSR, a pri-

Figura 2: Console IDM/MSR da Strand Lighting – mesa precursora na gravação de ajustes.

meira mesa que permitia o registro ou gravação dos ajustes e parâmetros definidos para um ou mais instrumentos de iluminação cênica por meio de um dispositivo de memória interna.

No Brasil, a realidade era ainda mais precária, pois havia uma severa restrição de importação de equipamentos e componentes eletrônicos – em geral, a importação era totalmente proibida. Os primeiros equipamentos de controle efetivo de iluminação cênica nos teatros brasileiros remontam à década de 1960, importados e encontrados somente nos grandes teatros. Somente na década de 1970 iniciouse a produção nacional desses equipamentos (inclusive, recomendo a excelente matéria A evolução das mesas de iluminação publicada na edição n.º 151 da Revista Backstage, e que traz impressionantes depoimentos de geniais Lighting Designers brasileiros). Mas, em se tratando de controle de iluminação, é impossível relacioná-lo apenas aos parâmetros ou características dos instrumentos de iluminação cênica – e mesmo, somente aos equipamentos e dispositivos. Instalações com dimmers interligados a instrumentos de iluminação e outros dispositivos e periféricos podem ser, efetivamente, operadas de duas maneiras: manualmente, com a manipulação dos recursos utilizados para a alteração dos parâmetros dos dimmers, realizada diretamente nas mesas ou consoles; ou programada, de forma a predeterminar ações e combinações, sequenciadas e operadas por meio de softwares desenvolvidos especificamente para essa finalidade. À operação manual, confere-se a mais elementar condição de controle

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Atualmente, muitas operações de espetáculos e apresentações artísticas ainda funcionam com a instrumentação manual das estruturas disponíveis – e muitas, definitivamente, são essencialmente realizadas desta maneira (por exemplo, o uso de canhões seguidores).

da iluminação cênica. Desde as estruturas mais primordiais, com acionamento “chaveado” (com o uso de dispositivos distintos para cada instrumento de iluminação), todo o desenvolvimento posterior ocorreu com a intervenção operacional realizada única e exclusivamente pelos operadores, técnicos/engenheiros e lighting designers. E isso não é algo do passado. Atualmente, muitas operações de espetáculos e apresentações artísticas ainda funcionam com a instrumentação manual das estruturas disponíveis – e muitas, definitivamente, são essencialmente realizadas desta maneira (por exemplo, o uso de canhões seguidores). Tecnicamente, esta conduta operacional manual também se apoia em uma combinação de elementos que compõem placas e circuitos isolados, e que podem controlar um conjunto de instrumentos, ou somente um, separadamente. Nesse contexto, um controle individual compreende diversos recursos, organizados e configurados para a obtenção de um determinado desempenho – e sempre será analisado como uma combinação de componentes eletrônicos. Sendo assim, a primeira referência de controle está relacionada à capacidade de fornecimento de tensão/ corrente elétrica aos dispositivos de controle (em outras palavras, o contro-

le se inicia no correto e adequado fornecimento de energia elétrica aos componentes que, configurados em placas, permitirão o controle de todos os outros elementos e instrumentos). Independente da infraestrutura que conecta os dimmers aos instrumentos de iluminação (diretamente ligados em “racks” – em uma conexão, digamos, “analógica”, ou com o uso de outros equipamentos intermediários – que conferem uma conexão, digamos, “digital”), as configurações mais básicas de controle podem ser associadas a um grupo de elementos composto por uma unidade controladora. A ela, componentes eletrônicos, tais como potenciômetros deslizantes (que são resistências variáveis) e knobs (botões) que formam os “faders” (em tradução livre, “atenuadores”; cada ‘fader’ é um dispositivo que permite a variação gradual de um sinal elétrico, por exemplo, reduzindo-o até um limite mínimo). Assim, de maneira bem simplificada, um controle individual elementar (ou básico) compreenderia um conjunto mínimo de componentes para a comutação de um sinal elétrico, de forma a permitir o acionamento de um instrumento de iluminação de sua condição natural de funcionamento (intensidade máxima), reduzindo-a à uma operação mínima (luminosidade mais baixa, mesmo que ligada). Fonte: TheReference / Divulgação

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” Figura 3: Controle manual no ajuste/teste de iluminação – console MA Lighting grandMA2.


Fonte: Archi Expo / Divulgação

Figura 4: Faders – e outros dispositivos – em um console de iluminação Licon FX

Com esse princípio, surgiram outros, permitindo o desenvolvimento de métodos e técnicas de controle, a partir das características dos instrumentos de iluminação e das condições (ou recursos necessários) ao devido controle. Desta maneira, um “fader” pode, atualmente, compreender diversas funções, mesmo para as mais simplificadas mesas (ou consoles). Um mesmo dispositivo desses pode ter uma função específica e, com o acionamento de outros, proporcionar a criação de pacotes de informações com definições prévias para uso posterior. São os chamados “presets”, que são, antes de tudo, ajustes pré-definidos, a partir de indicadores, valores ou níveis que controlam a operação de um instrumento ou dispositivo, registrados ou gravados antes da sua utilização. Com o princípio de um “fader”, e a inclusão de outros recursos, acionados por “botões” ou teclas, multiplicaram-se as possibilidades dos consoles de iluminação cênica, que passaram a trabalhar não mais somente com o controle, puramente e isoladamente. Novas tarefas permitiram aos lighting designers uma maior di-

versificação de artifícios para a criação, registro e repetição, além do sincronismo com outros elementos e processos. Surge então a segunda maneira de operação: com a programação da mesa de controle. No fim da década de 1970, surgiam os primeiros consoles com microprocessadores, que expandiam ainda mais as perspectivas de registro e conexão. Neste contexto, a empresa israelense Compulite produziu a primeira mesa com esse dispositivo, em 1978. Também, essa empresa viria a ser pioneira na produção de um dos primeiros consoles a utilizar o protocolo DMX 512 – a mesa Compulite Animator, em 1990. Sobre esse protocolo, uma abordagem já foi realizada nesse mesmo espaço na edição n.º 219, do mês de fevereiro de 2013, da Revista Backstage. Com os consoles de iluminação cênica desenvolvidos com microprocessadores, iniciava-se um novo capítulo que merece uma conversa mais detalhada, em breve. Abraços e até a próxima conversa!!!

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Projetar a iluminação algumas horas antes do show acontecer e com a participação de todos os envolvidos. Parece impossível ou utópico, mas não é. Foi assim que o projeto de luz do Samba Brasília, que aconteceu no dia 23 de agosto, foi concebido.

SAMBA BRASÍLIA redacao@backstage.com.br Fotos: Divulgação

A

s salas de pré-programação de iluminação durante os shows parecem cada vez mais fazer parte do dia a dia dos lighting designers, que contam com infraestrutura de ponta para acertar todos os detalhes antes dos shows. No Samba Brasília não foi diferente. Equipada com 2 Avolites Tiger Touch, 1 Avolites Titan Mobile e 2 softwares Light Converse, os iluminadores puderam ter uma ideia com antecedência do que aconteceria no palco. “Para nós, lighting designers e programadores, a sala de 3D vai um pouco além de ser apenas um preview, e acaba se tornando uma grande escola, pois lá troca-

mos ideias. O interessante é que esse ano até os artistas tiveram curiosidade de ir conhecer como funciona uma sala de programação”, afirmou Lucas Gallardo, que forneceu suporte da Avolites durante o festival, além de ter auxiliado na correção de detalhes dos palcos. Uma das preocupações do Grupo Marc, empresa de som e luz do Samba Brasília, era criar uma atmosfera de conforto para os LDs das bandas que passaram pelo festival. E com a sala de programação em 3D era possível pré-programar todo o show e ganhar tempo. “Cada LD podia programar a sua luz durante a passagem de som e durante o show da banda


Técnicos puderam programar antes de entrar no palco otimizando o tempo na troca de bandas

Festival teve dois palcos identicos

anterior, porém com a sala conseguimos triplicar o tempo dele na pré e diminuir no palco. E, ao invés de ficar no sol escaldante, ele ficava no ar-condicionado sentado. Todos os LDs ganharam tempo e nós conseguimos diminuir o nosso tempo em cima do palco”, explica Lucas. Em números, isso significa que, em vez de o iluminador ter em torno de 1 hora na passagem de som e mais 1 durante a troca de palco, ele passou a ter duas horas ou mais de programação antes do show, além do tempo da troca de palco.

Dinho Ventura, diretor de fotografia e designer do festival, explica que a partir dessa interação

LDs programaram usando o Light Converse

com os técnicos de iluminação na sala 3D, ele criou um mapa de luz que pudesse atender a todos os iluminadores das bandas a fim de facilitar a programação. “O mais interessante é que esse mapa foi praticamente criado no local do evento com a ajuda de todos da equipe de montagem de luz da Marc Eventos. Fomos desenvolvendo em conjunto e assim chegamos a algo simples, porém funcional; todos puderam dar sua opinião baseando-se naquilo que eu tinha previamente desenhado”, conta.

Todos os LDs ganharam tempo e nós conseguimos diminuir o nosso tempo em cima do palco. (Lucas, sobre a sala de pré-programação)

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LEITURA DINÂMICA|ILUMINAÇÃO| www.backstage.com.br

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Claro que uma planta de luz bem desenhada pelo Dinho Ventura ajudou muito para o melhor desempenho de todos durante o festival. E a sala de programação, mais uma vez, tenho certeza que foi um sucesso. Pudemos chegar horas antes e programar, cada um, seu show com calma, paciência e conforto. (Thiago Adwin)

Da esquerda para a direita: André Pupe, Lucas Gallardo e Dinho Ventura

PRÉ-PROGRAMAÇÃO Uma das maiores dificuldades em todos os festivais com sala de programação é a fidelidade com que o 3D está em relação ao palco. E quando o festival tem sala de préprogramação e é ao vivo, isso se torna um desafio um pouco maior. São diversos fatores para serem observados como a temperatura de cor para as câmeras, que tem que estar perfeita sempre; o showfile, assim que sai da sala de pré programação, tem que estar o mais próximo da perfeição possível. “Mas creio que conseguimos este ano mais uma vez. O Dinho Ventura, que ficou como diretor de fotografia, controlou tudo com uma perfeição incrível”, elogia Lucas. Como muitos iluminadores chegavam cedo e com a claridade, era praticamente impossível acertar alguma posição ou criar presets de cor. Foi aí que o uso do Light Converse se tor-

nou crucial para ganhar tempo. Com o software foi possível medir e mapear o palco no 3D e depois tornar essa realidade virtual, real. “Feito isso, tínhamos o controle do dia em nossas mãos, independente se estivesse calor, frio, dia ou noite, pois era possível criar presets a qualquer hora com bastante perfeição”, avalia Lucas. “O Light Converse é um programa que consegue ter todas as funcionalidade que precisamos, sem contar no suporte que a Electra Light nos oferece sempre. Hoje em dia não temos nenhum outro programa tão versátil que poderia nos permitir criar um aparelho em cima da hora ou mudar quase tudo em 30 minutos”, acrescenta Lucas. Para Thiago Adwie, lighting designer do cantor Péricles, um dos pontos que chamou sua atenção foi a estrutura montada para o festival. “Claro que

Lista de equipamentos Por palco 12 Robe Colorspot 1200 AT 8 Robe Wash LED 600 20 Elation 5R 7 Atomic 3000 Martin 20 Par LED RGBWAUV 15 Mini brut 2 lâmpadas 24 Lâmpadas PAR 64 foco 5

10 Fresnel ETC 4 seguidores 2 Avolites Tiger Touch 2 Smoke machine Equipamentos sala de programação: 2 Avolites Tiger Touch 1 Avolites Titan Mobile 2 Light Converse - versão media


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Sala de pré-programação teve consoles Avolites

uma planta de luz bem desenhada pelo Dinho Ventura ajudou muito para o melhor desempenho de todos durante o festival. E a sala de pro-

por usar os aparelhos Robe Wash 600 com o objetivo de criar uma temperatura de cor mais perfeita para as câmeras, que também foi outro detalhe muito importante, em função da transmissão. “Nós já tínhamos uma ideia em mente. Escolhemos usar Avolites, tínhamos 4 Tiger Touch e, além disso, tínhamos 2 mobile como backup, por diversos motivos. O mais comum é pelo fato de todo LD já ter usado uma um dia”, observa Lucas. Quanto aos movings, além dos 8 Robe Wash LED 600, foram usados os Robe 1200 e alguns Beam 5R, da Elation. “Optamos por usar os movings Robe por nos passar uma grande confiança e qualidade incrível. E os Beam 5R usamos para criar uma luz mais pra cima e com mais efeitos”, diz Lucas.

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Nós já tínhamos uma ideia em mente. Escolhemos usar Avolites, tínhamos 4 Tiger Touch e, além disso, tínhamos 2 mobile como backup... (Lucas)

gramação, mais uma vez, tenho certeza que foi um sucesso. Pudemos chegar horas antes e programar, cada um, seu show com calma, paciência e conforto. E, claro além da super atenção do Lucas Gallardo, dando todo o suporte necessário durante a programação e execução de cada show”, afirmou.

LUZ E EQUIPAMENTOS Por ser um evento transmitido ao vivo pelo canal Multishow, foi preciso ter alguns cuidados tanto na escolha dos equipamentos, quanto no efeito final obtido. Como luz de frente, por exemplo, Dinho optou

Como foi um evento ao vivo e um festival desse porte requer um cuidado muito grande - afinal foram 12 bandas em apenas uma noite que se apresentaram em dois palcos -, a equipe liderada por Antonio Francisco também tinha que estar afinada nos mínimos detalhes: sinais, buffer etc. “Poderíamos nomear um por um, mas a equipe ao todo foi de uma perfeição incrível que acaba sendo impossível nomear cada um e cada função. O apoio do Andre Pupe, por exemplo, que viabilizou tudo para nós em Brasília, em todo o festival também foi incrível”, completa Lucas.


Mapa de luz teve estrutura diferente do que geralmente é visto em festivais de rock

Porão do Rock Uma semana depois de acontecer o Samba Brasília, a equipe da Marc Systems ficou com a responsabilidade de fazer acontecer mais uma edição do Festival Porão do Rock, que contou com a estrutura de palco semelhante ao evento de samba, realizado na semana anterior. Durante dois dias, 35 bandas passaram pelos dois palcos Uniceub e Chilli Beams, mais o palco Budweiser, que contou com uma estrutura diferente dos demais. A equipe de som e iluminação também foi a mesma, mas, como era de se esperar, os efeitos bem diferentes daqueles vistos nos shows de pagode. “(O mapa de iluminação) foi definido a partir de ideias conjuntas entre os lighting designers da Marc Systems, que sou eu e o Sandro Veloso, e os LDs Dinho Ventura e Lucas Gallardo. Elaboramos uma estrutura bastante diferente, com formas diagonais, que foi a ideia central para a concepção de luz do festival”, explica Antônio Francisco da Silva. De acordo com Antônio, o objetivo era priorizar a forma da estrutura, além de fazer algo diferente do que é visto atualmente em festivais de rock. “Nesse caso, o mapa facilitou as programações de iluminação, já que a distribuição dos equipamentos foi acertada”, aponta. As únicas dificuldades enfrentadas pela equipe foram relacionadas aos pontos de rigger, tendo em vista que em alguns locais não havia possibilidade de fixar o motor. “Mas isso foi resolvido pela equipe técnica em ideias conjuntas”, completa. Luz para o rock and roll No entanto, diferentemente do Samba Brasília, os profissionais de iluminação,

tanto os que acompanhavam as bandas, quanto os técnicos da empresa de locação, não puderam contar com a sala de programação 3D. “Com certeza, se estivéssemos com uma sala de programação 3D seria melhor para todos, pois não haveria a correria de reprogramar algumas coisas na troca de bandas. A sala de programação economiza tempo, equipamento e profissionaliza todo o processo utilizado no espetáculo”, avaliou Antônio. De acordo com André Pupe, responsável técnico da Marc Systems, a sala de programação 3D também agrega valor ao evento, com consequências altamente positivas e impactantes. Dentre os equipamentos, a equipe optou por usar os Robe Color Spot 1200, Robe Color Wash 1200, Robin LED Wash 600 e Elation Platinum Beam 5R, comandados pelas Avolites Tiger Touch e Pearl 2010, mais o Titan Mobile. “Esses aparelhos foram selecionados por serem equipamentos de ponta não só no Brasil como no mundo inteiro, além de serem capacitados para atenderem determinadas demandas que o festival exigia”, afirma Antônio. Segundo Lucas Gallardo, a opção pelos equipamentos era poder conceber uma luz de ponta com muito efeito, porém sem tirar os Spots. “Hoje em dia, muitas bandas estão usando 99% do Rider Beam 5R, mas isso acaba tirando um pouco do visual. A ideia foi manter um pouco dos Spots para poder criar um cenário mais completo e diversificado”, completa.

Com certeza, se estivéssemos com uma sala de programação 3D seria melhor para todos, pois não haveria a correria de reprogramar algumas coisas na troca de bandas. (Antônio)

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Os discos da minha vida... “AO VIVO - COM A SINFÔNICA DE AMERICANA” Como os leitores habituais da coluna já sabem, venho contando em sequência a história dos discos da minha carreira. Depois de Passado, Presente, Futuro e do Terra - ambos do trio Sá, Rodrix & Guarabyra - e dos onze primeiros da dupla, gravamos, eu e Guarabyra, nosso décimosegundo disco, e desta vez... AO VIVO - COM A SINFÔNICA DE AMERICANA

O

Rio-Bahia, que considero um de nossos três melhores discos, simplesmente não aconteceu. Era brasileiro e acústico demais para a época, acho... Restou-nos pegar a banda e sair rodando mais uma vez Brasil afora. Ao desmaiar do século XX lá estávamos nós sem gravadora outra vez, visto que a Som Livre – e consequentemente a nossa RGE, sua subsidiária – resolveram desfazer-se do seu cast fixo. Recebemos então um convite para nos apresentarmos num espetáculo com a Orquestra Sinfônica de Americana, composta em grande parte por músicos da Sinfônica de Campinas e muito bem regida pelo jovem maestro Carlos Lima. Líber Gadelha, à época chefiando o Artístico da Indie Records, interessou-se pelo projeto e presto! Lá estávamos nós de novo no mercado e desta vez a bordo de uma sinfônica inteira. Em conversas telefônicas com o maestro fomos combinando os detalhes. Levaríamos

nossa banda (Roberto Lazzarini, teclados; Betto Martins, guitarra; Pedrão Baldanza, baixo; Edson Ghillardi, bateria; e Edu Contreras, percussão) fazendo uma base “popular” para contrastar com o “erudito” da Sinfônica, com algumas orquestrações feitas pelos próprios músicos da orquestra e outras pelo nosso Lazzarini, que já havia feito um ótimo trabalho no Rio-Bahia. O espetáculo seria no Teatro Municipal de Americana, ressurgido das cinzas do velho Cine Brasil. Em 1988, quando da inauguração do recém-reformado Teatro, o palco viera abaixo com orquestra e tudo, quase transformando a festa em tragédia. Esse bizarro acontecimento pode ser visto no YouTube, link http://www.youtube.com/watch?v=sTjKuLhFbVg. Parece incrível que ninguém tenha morrido ali, mas nós, com nossa quedinha pelo humor negro, entramos no primeiro ensaio dando pulinhos, tipo experimen-


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que chamou o disco de “coisa de sonho” por ter quase atingido as cem mil cópias sem nenhum trabalho de mídia. Mesmo com minhas argumentações, ele achou que os problemas de saúde de Guarabyra eram exagerados. Fazer o quê? Meu parceiro ainda penou quase um

tando a firmeza. O sorriso amarelo de alguns componentes da orquestra nos convenceu do pouco sucesso do nosso “perco o amigo mas não perco a piada”... Tivemos apenas dois ensaios com a Sinfônica antes dos espetáculos. Com tudo escrito, era só ler, mas mesmo assim tivemos um pouco de trabalho para ajustar o rigor da orquestra à natural – e saudável – tendência da banda de base a seguir a nossa dinâmica. Isso sempre acontece em trabalhos do gênero, quando junta-se o “popular” ao “erudito”, termos que mantenho entre aspas por achar que tudo vem a ser música, áreas mantidas distantes apenas por preconceito, visto que o “erudito” de hoje era “popular” no século passado e o “popular” de hoje pode ser “erudito” no próximo século. Tudo é uma questão de enfoque: o músico de sinfônica é por necessidade de ofício mais disciplinado, o que traz tantas vantagens quantas aquelas trazidas pela aparente indisciplina do músico popular. A boa vontade de ambos em invadir ou ser invadido pelo terreno alheio só agrega valor ao que é feito, assim como a mistura das raças fortalece a Humanidade. Assim como em centenas de outros registros similares, isso ficou patente nesse disco. Embora tecnicamente imperfeito pela exiguidade de tempo, o CD deixa transparecer a emoção com que foi construído: tocar e cantar com uma Sinfônica de base é outro barato. E o público, claro, sentiu isso. O povo de Americana compareceu em peso ao teatro e participou intensamente do que acontecia no palco. É gostoso, por exemplo, escutar Dona com uma intensa troca de solos entre o sax “erudito” da orquestra e a guitarra roqueira de Betto Martins. Ou ver um xote como Sobradinho pegar uma cara bem diferente com o esforço da orquestra pra suingar junto... É belo fazer surgir a ordem no caos, né não? Pronto o disco, depois de uma primorosa finalização nos estúdios Mega – que eram “state of the art” na época - Guarabyra foi se tratar de sérios problemas de saúde que o haviam acometido desde antes. Ficamos então impossibilitados de tocar em frente o trabalho de mídia que normalmente cercaria o lançamento. Mesmo assim o CD superou de cara 50 mil cópias vendidas e foi em frente, só não chegando ao Disco de Ouro por nossas restrições de trabalho. Poucos meses depois do lançamento, reencontrei o Liber Gadelha,

Enfim, Sá & Guarabyra ao vivo com a Sinfônica de Americana foi um sucesso de vendas, apesar da correria, dos problemas e das limitações. ano depois disso até finalmente conseguir de volta sua saúde plena. Enfim, Sá & Guarabyra ao vivo com a Sinfônica de Americana foi um sucesso de vendas, apesar da correria, dos problemas e das limitações. Tem registros únicos, como meu solo para Capitão Meia Noite, o de Guarabyra para A Longa Noite, o Dupratiano arranjo de Lazzarini para Desenhos no Jornal e outras tantas versões inéditas por natureza, já que acompanhadas por uma Sinfônica. Teve pelo menos dois relançamentos pela Indie e suas herdeiras. E até hoje me pergunto por onde andarão os masters dessas gravações... Pelo menos restam os registros de vídeo, que resolvi bancar pessoalmente com a direção do meu amigo Odorico Mendes. E vejam só o que é a natureza! Ontem mesmo recebi um e-mail de Odorico me perguntando se não queríamos jogar essas imagens no YouTube... A parte ruim da parada apareceu depois do lançamento. Os músicos da Sinfônica ficaram – com razão – furiosos com a omissão dos seus nomes na contracapa do CD. Só os arranjadores e o maestro tiveram seus nomes citados, enquanto nossa equipe de produção estava inteira lá. Como não tivemos muito acesso à parte gráfica do CD, éramos relativamente inocentes, o que explica, mas não justifica. Enfim, carregamos até hoje esse problema na consciência, já que a Indie, ao que me conste, desapareceu do mapa. Resta-me pedir aqui um perdão público em nome de um pecado que não tive. Mas o disco é muito bonito, e em grandissíssima parte graças a vocês, músicos da Orquestra Sinfônica de Americana, que escreveram esse importante capítulo de nossa carreira junto com a gente.

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