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Sumário Ano. 21 - dezembro/ 2014 - Nº 241
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No ano em que completa uma década, na segunda versão, a Festa Nacional da Música, em Canela, se revela ainda mais consolidada e mais forte em todas as esferas que envolvem o mercado fonográfico. Discussões de propostas consistentes, palestras, premiação e apresentações fazem desse encontro de músicos brasileiros um dos eventos mais importantes já realizados em torno da música no Brasil.
Gravando ao vivo dentro do estúdio
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Gravar ou ensaiar num estúdio com as características semelhantes de som ao vivo é uma realidade no Palco 41, recém-inaugurado na Zona Norte do Rio de Janeiro. Além de ter acesso a equipamentos de ponta e de qualidade, é possível obter um certo realismo de palco.
NESTA EDIÇÃO 30 16
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Ficar pendurado a uma altura considerável é o trabalho de Lirinha, rigger que conta sobre esta profissão.
Vitrine O sistema de in-ear que a Lyco traz para o mercado com alta estabilidade de sinal, e o novo amp Black Fox 50, com falante de 10” e 50 Watts.
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28 Play Rec O contrabaixista Jorge Pescara, junto com o guitarrista Claudio Kote e o compositor Ricardo Vilas lançam o álbum LinhAmarela, e Pasccoal Meirelles está com novo trabalho: “50”.
Pescara Com dar vida à sua gravação de baixo elétrico. Entre os pré-amplificadores e um bom hardware, uma série de possibilidades está ao seu alcance.
26 Gustavo Victorino Confira as notícias mais quentes dos bastidores do mercado.
João Donato 80 anos Ao comemorar seus 80 anos, o músico e compositor João Donato compartilhou o palco com amigos durante um show no Circo Voador (RJ).
Rápidas e Rasteiras Brasil será tema da Rock Street Las Vegas e a Avid apresenta novo software .
Gigplace
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Ian Staddon Em entrevisa exclusiva à Backstage, o vice-presidente de vendas da Digico, fala sobre o mercado do Brasil e os planos da empresa no setor de som ao vivo.
96 Vida de Artista
Dando continuidade à série sobre a história dos discos de sua carreira, Luiz Carlos Sá fala sobre o Amanhã, o último com a participação de Rodrix.
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Tecnologia Ribbon
O recurso chamado Ribbon Drivers é considerado o próximo passo na evolução dos projetos de caixas acústicas. A ideia é proporcionar clareza aprimorada, redução drástica da distorção e resposta transitória mais rápida.
CADERNO TECNOLOGIA 54 Ableton Em uma interface como o Ableton Live, tudo pode ser automatizado para a performance. Descubra como não desperdiçar esse recurso.
58 Tecnologia
62 Cubase Uma das ferramenta de produção musical do Cubase, o Loop Music, permite trabalhar, além dos loops, com ajustes de tempo, áudio warp e quantização de múltiplos canais.
Com a nova safra de teclados, o músico passa a contar com tecnologia aliada a nostalgia. O Roland XPS-10, por exemplo, promete resgatar os timbres que se tornaram padrão para os tecladistas.
CADERNO ILUMINAÇÃO 80
Vitrine A Star Lighting Division apresenta a ribalta Wash Bar LED, com 9 LEDs de 15W, e a SGM lança o G-Spot, com 540 graus de Pan.
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Rápidas e rasteiras Lux A Martin está com novo software, a versão recente do P3 System Controller, e a Robe tem novo gerente para os EUA.
86 Sorriso Maroto Grupo de pagode lança DVD gravado no RJ usando elementos cênicos que trouxeram o público para “dentro” do palco.
90 Iluminação cênica Uma análise da performance na luz da banda americana Paramore, que passou por São Paulo em novembro.
Expediente Diretor Nelson Cardoso nelson@backstage.com.br Gerente administrativa Stella Walliter stella@backstage.com.br Financeiro adm@backstage.com.br Coordenadora de redação Danielli Marinho redacao@backstage.com.br Revisão Heloisa Brum Tradução Fernando Castro Colunistas Cezar Galhart, Cristiano Moura, Gustavo Victorino, Jorge Pescara, Lika Meinberg, Luciano Freitas, Luiz Carlos Sá, Marcello Dalla, Ricardo Mendes e Vera Medina Participaram desta edição: Luiz Urjais, Miguel Sá e Ricardo Schott Edição de Arte / Diagramação Leandro J. Nazário arte@backstage.com.br Projeto Gráfico / Capa Leandro J. Nazário Foto: Michael Paz / Divulgação Publicidade / Anúncios PABX: (21) 3627-7945 publicidade@backstage.com.br Webdesigner / Multimídia Leonardo C. Costa multimidia@backstage.com.br Assinaturas Maristella Alves PABX: (21) 3627-7945 assinaturas@backstage.com.br Coordenador de Circulação Ernani Matos ernani@backstage.com.br Assistente de Circulação Adilson Santiago Crítica broncalivre@backstage.com.br Backstage é uma publicação da editora H.Sheldon Serviços de Marketing Ltda. Rua Iriquitiá, 392 - Taquara - Jacarepaguá Rio de Janeiro -RJ - CEP: 22730-150 Tel./fax:(21) 3627-7945 / 2440-4549 CNPJ. 29.418.852/0001-85 Distribuída pela DINAP Ltda. Distribuidora Nacional de Publicações, Rua Dr. Kenkiti Shimomoto, 1678 Cep. 06045-390 - São Paulo - SP Tel.: (11) 3789-1628 CNPJ. 03.555.225/0001-00 Os artigos e matérias assinadas são de responsabilidade dos autores. É permitida a reprodução desde que seja citada a fonte e que nos seja enviada cópia do material. A revista não se responsabiliza pelo conteúdo dos anúncios veiculados.
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CARTA AO LEITOR | www.backstage.com.br
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Por amor
à música R
ealizar algo muito difícil e conseguir bons resultados mesmo em condições adversas, o famoso “tirar leite de pedra” é um tipo de expressão que se molda bem ao cenário da produção e do showbusiness atual. Pouca verba, baixo incentivo às ações culturais, falta de patrocinadores são apenas alguns dentre os diversos problemas enfrentados para quem se dedica à realização de eventos, sejam eles de grande ou pequeno porte, no Brasil. No caso dos eventos de menor porte, o caminho passa a ser mais estreito ainda e, inexoravelmente, os efeitos são sentidos em toda a cadeia, se refletindo até mesmo no setor técnico, o que acaba muitas vezes comprometendo a qualidade estrutural final. E o que se consegue com tão pouco, às vezes, é inacreditável, e faria qualquer gestor da administração pública sentir vergonha. No entanto, qualidades que faltam em alguns, sobram em outros. Comprometimento, gerência e preparo técnico são algumas delas. Fazer um evento acontecer vai além do processo de cumprir regras, preencher papeladas e formatar projetos no papel. Muito mais importante do que se cercar de procedimentos burocráticos neste caso é a habilidade de reunir recursos humanos competentes e estar atento à herança cultural, e até mesmo econômica, que será deixada. Essa talvez seja a característica mais marcante daqueles eventos que surgem com os dois pés na dificuldade, mas também enraizados em objetivos consistentes. O que se observa é que, muitas vezes, embora falte a estrutura física, existe na sua essência uma grandiosidade que transcende o próprio acontecimento e todos as etapas protocolares formatadas. É como levar os Rolling Stones para tocar no churrasco de fim de ano. Trocam-se os cenários, mas permanecem a grandiosidade e a singularidade. Boa Leitura. Danielli Marinho
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PASSPORT CONFERENCE
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www.pride.com.br A Fender lança um sistema que é perfeito para eventos de pequeno a médio público: o sistema Passport Conference. Portátil, de fácil montagem, completo e de configuração rápida, simples e intuitiva, o Passport vem com a mesa de som, amplificador de potência, duas caixas acústicas, microfones com bolsa para transporte e ainda os cabos certos para ligar tudo isso. E o melhor é que tudo fica embutido em um só produto e pode ser facilmente transportado, montado e desmontado. Ideal para uma variedade de aplicações, incluindo eventos esportivos e religiosos, reuniões, seminários e apresentações, shows em festas, pequenos clubes e cafés. O equipamento possui entre suas características mixer com 5 canais, sendo 3 para mic/linha + 1 mono/stereo, com controles de volume e tone + controle de Master Volume; Amplificador com 175 Watts de potência (classe D); e 2 caixas com 1 falante de 5,25" + 2 tweeters de 2,75" em cada caixa.
TASKER CABLES www.amercobrasil.com.br A Amerco Brasil apresentou durante a EXPOMUSIC 2014 a Tasker Cables e os seus mais novos lançamentos. Reconhecida mundialmente por sua extensa variedade e extrema qualidade em cabos para áudio, vídeo, network e broadcast, esta fábrica italiana destaca-se com seus modelos de Cabos CAT.5 a CAT.7 extra flexíveis e com grande capacidade de transmissão e durabilidade. Um dos cabos mais procurados atualmente, o CAT.5, vem se destacando diante dos usuários de sistemas com conexões network. Para mais detalhes e informações acesse também www.tasker.com
PE-640PRO IN EAR SYSTEM www.lyco.com.br O In Ear System PE-640PRO da LYCO possui alta estabilidade de sinal. Ele pertence à mesma família do legendário PE-640, com novos recursos como entrada USB que funciona com MP3, permitindo que antes de começar uma apresentação, ponham músicas ou mensagens de fundo. O usuário pode utilizar 40 frequências diferentes operando em UHF, selecionadas livremente. Também podem ser usados quantos receptores forem necessários, devido à potência de saída de até 100mW.
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ARRAY PLANE 10
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www.taigar.com.br Com sensibilidade Média de 1w/1m: 104 dB, sensibilidade Peak de 140 dB, cobertura Horizontal de 130º, componentes B&C 2 x10" Neodímio 250W, 1x Driver Neodímio 1/4" 110W e conectores Speakon NL4, esse sistema da Taigar promete ser a solução principalmente para médios eventos. Ainda fazem parte das características medidas (ALP) 315x810x510 e peso de 36 Kg.
BLACK FOX 50
MEDELI DD 302 www.equipo.com.br O equipamento possui 4 pads sensíveis a velocidade com indicador luminoso e 26 kits de baterias que possibilitam uma incrível variedade musical. Destacamse ainda como características 26 Vozes de Percussão, 49 Songs, 1 música demo e conexões: DC 12 Volts jack.
www.tagima.com.br Alto falante 10", 50 watts, saída para fone de ouvido, entrada auxiliar RCA, canal limpo e canal drive. Indicado para qualquer tipo de músico, este modelo é extremamente versátil. Com os seguintes controles no painel: ganho, grave, médio, agudo e master, o equipamento ainda possui uma característica bem interessante e que funciona muito bem para determinados estilos musicais: mesmo estando no canal clean do amplificador, se você saturar o ganho de entrada já conseguirá uma sonoridade crunch bem na onda blues, ACDC. Selecionando o canal de drive e trabalhando com diferentes equalizações e ganhos você pode tocar do classic rock ao metal. Ainda existe uma entrada auxiliar com conexão RCA onde você pode ligar um playback para estudo. Uma dica importante é que para ter um bom som limpo é necessário sempre trabalhar com o volume do ganho menor que o volume do master.
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www.powerclick.com.br A Power Click apresenta o intercomunicador sequencial (Multipoint Wired Intercom) modelo INTERCOM CFR. O equipamento é um intercomunicador fornecido em unidades individuais, leves e portáteis, que podem ser conectadas uma na outra, permitindo conversação simultânea entre um grupo de 12 ou mais participantes. Compatível com headset comum tipo computador, o INTERCOM CFR oferece som de alta qualidade, livre de ruídos e interferências. As unidades INTERCOM CFR tem controle de volume de recepção e funcionam com bateria de 9V com baixo consumo (30 hrs ou mais) ou fonte de alimentação opcional (Power Click modelo PS 01). A conexão entre as unidades é por cabos comuns de microfone (conectores XLR) permitindo distância de 50 metros (ou mais) entre as unidades.
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MULTIPOINT WIRED INTERCOM
AMPLIFICADOR TX4 www.taigar.com.br A Taigar faz o lançamento do amplificador TX4 x 1K, com 4 canais de 1000W RMS em 4 Ohms e peso de 18kg. Com apenas 2 unidades de rack, é uma ótima opção para tocar seus monitores.
M-2008 www.csr.com.br A CSR apresenta ao mercado o Acordeon modelo M-2008. O instrumento, na cor vermelha, possui 41 teclas, 120 baixos, 7 registradores (sendo 1 normal) e 2 registradores (baixo). Outra característica está no seu peso: 10,5 quilos. Um instrumento pensado para atender ao músico exigente.
IRT STUDIO www.equipo.com.br A Laney acaba de lançar um amplificador para guitarra. Entre suas especificações técnicas, destacam-se: Potência: 15 Watts RMS classe AB; Válvula Preamp: 3 x ECC83; Válvula de saída: 2 x EL84; Entradas: 1 Entrada 15W / 1 Entrada 1W; Canais: Clean e Drive; Equalização: bass, middle, treble com chave Pull-Push EQ; LOOP de efeitos; Efeito: Reverb Digital; Footswitch: FS4 (acompanha o produto); Conexão para as caixas: 8 ou 16 ohms; Entrada para MP3; Controle dos canais: Gain (Clean), Gain e Volume (Drive); Entrada e saída USB (I/O); e Seção Master: Global EQ, Reverb e Tone.
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CATÁLOGOS Já estão disponíveis para download os catálogos da Waldman com as novidades para as áreas de instrumentos e áudio. É só acessar http:// goo.gl/KFYLqP para instrumentos ou http://goo.gl/prxnqk para produtos de áudio.
PROLIGHT + SOUND Quem pretende ir à Prolight + Sound 2015, em Frankfurt, na Alemanha, fazer negócios já pode adquirir os tickets pela internet. A próxima edição da feira, que acontece entre 15 e 18 de abril, é um dos eventos mais importantes do setor. Quem reservar os tickets online, além do conforto de não enfrentar filas na chegada ao local, ainda terá direito a usar o serviço de transporte público para ir até o Exhibition Centre. Confira os valores: Day ticket, trade visitors (por dia) • 29.00 in advance / online • 45.00 on arrival at the fair • 16.00 on arrival at the fair, reduced for trainees / students Season ticket, trade visitors (todos os dias de feira) • 46.00 in advance / online • 69.00 on arrival at the fair
DECK CONTRATA MAGLORE Depois de mais de cinco anos de carreira, um EP (Cores do Vento, 2009), dois álbuns (Veroz, 2011, e Vamos pra Rua, 2013) e mais de 300 shows pelo Brasil, o trio baiano Maglore acaba de ser contratado pela Deck. Teago Oliveira (voz e guitarra), Rodrigo Damati (voz e baixo) e Felipe Dieder (bateria e percussão) fazem um som orgânico, entre a bossa nova e o rock and roll, com arranjos precisos, tendo como principal característica a canção popular. Com produção de Rafael Ramos (Pitty, Titãs, Cachorro Grande), eles gravam no Estúdio Tambor, no Rio de Janeiro e lançam esse novo álbum no início de 2015. Para ouvir acesse: http:// youtu.be/UAGhkeVwIrA
BRASIL SERÁ TEMA DA ROCK STREET ...no Rock in Rio Foi apresentada, em Las Vegas, a nova Rock Street da próxima edição do Rock in Rio, no Rio de Janeiro, que acontece em setembro de 2015. A Rock Street, que ocupa 150 metros lineares da Cidade do Rock na Barra da Tijuca, será dedicada ao Brasil, em homenagem aos 30 anos do festival, e contará com performances de dança de salão, capoeira, bumbameu-boi e de baianas. Criada na
edição carioca do Rock in Rio 2011, a Rock Street é um espaço lúdico, aberto a diversas manifestações artísticas. Além de lojas, bares e restaurantes, o público encontra na Rock Street, durante todos os dias do evento, shows, apresentações de artistas de rua, sapateadores, malabaristas e acrobatas. Segundo Bruce Henri, curador da Rock Street, a área é um caldeirão de diferentes atrações.
L-ACOUSTICS NA UNIVERSIDADE DE LONDRES A Adlib, empresa com base em Liverpool (Reino Unido), utilizou um sistema de áudio L-Acoustics KARA, controlado por console Midas PRO2, para o Engine Shed, espaço de entretenimento dentro do campus da Universidade Lincoln, um dos locais mais requisitados para música ao vivo, comédia, conferências e outros eventos. Os engenheiros da Engine Shed fizeram um primeiro contato com a Adlib por meio de diversos programas de treinamentos na sede da empresa em Liverpool.
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AVID APRESENTA AVID EVERYWHERE
NOVO MARKETING NA SHURE A Shure Incorporated tem um novo Especialista em Desenvolvimento de Mercado para o time de Vendas e Marketing da América Latina: Jon Lopes, que ficará baseado em São Paulo. Ele irá trabalhar diretamente com os Distribuidores, Clientes, Parceiros da Shure, além de oferecer suporte aos usuários da marca no país. Jon será ainda o responsável pelo Marketing de Produtos para toda a América Latina. Com mais de 15 anos de experiência no ramo de tecnologia, áudio e RF – sendo 14 deles no mercado de Áudio Profissional em empresas como Pride Music e Yamaha, Jon tem muito a oferecer para os planos de crescimento da Shure na região. Graduado em Eletrônica e Mecatrônica, com MBA em Trade Marketing, ele tem experiência em Vendas, Marketing e Desenvolvimento de Mercado.
Em apresentação nos eventos SET Regional Nordeste e Centro-Oeste, em setembro, Felipe Andrade, diretor de desenvolvimento de negócios da Avid, mostrou as ferramentas da empresa para a produção jornalística moderna e apresentou o case prático realizado para FOX Sports durante a Copa do Mundo 2014. Durante a apresentação, Andrade abordou os desafios do jornalismo moderno, como a necessidade de ter o conteúdo bruto disponível em qualquer lugar para o trabalho dos jornalistas e a distribuição para diferentes plataformas. “Hoje a demanda é por mais conteúdos em mais telas. A indústria tem cen-
tenas de fornecedores de tecnologia, uma situação que deverá mudar no futuro com menos players fornecendo soluções mais completas”, afirmou Andrade. Como solução para o acesso ao conteúdo em qualquer lugar, gerenciamento de ativos de mídia e modernização do fluxo de trabalho, Andrade apresentou a visão Avid Everywhere. “Não se trata de um produto final exatamente, mas sim de um conceito de trabalho baseado no MediaCentral Platform, um sistema que abriga todo o fluxo de produção, seja da Avid ou de terceiros, para modernizar e agilizar o trabalho das emissoras”, explicou.
Sonorização ambiental O primeiro repasse do Ecad para os artistas que têm suas músicas reproduzidas no interior de estabelecimentos comerciais como lojas, supermercados e shopping centers alcançou mais de R$ 7,5 milhões e contemplou 14.414 titulares de direitos de autor e conexos. O segmento de Sonorização Ambiental, rubrica específica criada para esse setor, tem distribuições trimestrais e a amostra é composta por 25 mil
execuções musicais a cada trimestre. Elas são captadas por meio da fixação do equipamento Ecad.Tec Som, que permite a gravação de músicas de forma digital e automática. As dez músicas mais tocadas em locais comerciais foram Roar (1º lugar), Get Lucky, Treasure, Melting in my Icebox, When I was Your Man, Diamonds, Piradinha, 93 Million Miles, Give Your Heart a Break e Largadinho (10º lugar).
Deck contrata banda Bula A Deck acaba de contratar o trio Bula, formado pelo guitarrista, cantor e compositor Marcão Britto (ex-Charlie Brown Jr.), a baixista Lena Papini (ex-A Banca) e o baterista Pinguim (ex-Charlie Brown Jr.), já conhecidos pelos fãs do gênero. O grupo se reuniu há aproximadamente um ano, quando começaram a gravar o primeiro disco, composto por 13 faixas e 2 faixas bônus, e gravado no estúdio Electro Sound, em Santos (SP). A produção é de André Feitas, que também fez a mixagem e masterização, e Marcão Britto, que assina todas as músicas desse trabalho. Abordando temas introspectivos com um rock and roll pra cima e muito preciso, o lançamento promete ser um dos destaques do ano.
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e aos bastidores do show business foram enaltecidos pelo padrinho Serjão Loroza que de forma bem humorada definiu a homenageada como uma ferramenta indispensável para a categoria. Ver o nosso diretor Nelson Cardoso visivelmente emocionado e em seu discurso lembrar a nossa equipe que anonimamente faz dessa publicação a número um do país me deixou marejado... E feliz!
TÍMIDA
EMOÇÃO INICIAL
Com mais de 30 anos de história, a Festa Nacional da Música comemorou em outubro passado os 10 anos da retomada de um evento que é testemunha ocular de tudo o que aconteceu na música popular brasileira. Depois de uma rápida interrupção, o encontro voltou em 2004 trazendo a celebração da cultura do nosso país em forma de canção. Vamos aos bastidores da festa...
A presença do maestro João Carlos Martins na abertura do evento foi de uma simbologia emocionante para os artistas presentes no Salão Implúvio do Hotel Laje de Pedra, em Canela, no RS. Símbolo de superação e amor à música, o maestro subiu ao palco aplaudido de pé. Nenhuma referência poderia ser mais simbólica. Golaço da produção.
FALTA DE ASSUNTO Os boatos bobocas espalhados por jornalistas televisivos que precisam de conteúdo e criam notícias inverídicas passam literalmente ao largo de uma das maiores amizades e parcerias do samba e a Festa mais uma vez provou isso. Há dois anos com o anúncio do fim do Exaltasamba, alguns espertinhos espalharam o boato de que a banda acabou porque vivia um choque de egos entre Péricles e Thiaguinho. Pura bobagem, os dois são amigos, parceiros e sempre que podem, um chama o outro para cantar, compor ou dar boas risadas juntos. Definitivamente, alguns programas televisivos precisam de um pouco mais de respeito com a classe artística.
BALANCEI Difícil segurar a emoção ao ver a nossa Backstage sendo homenageada e aplaudida por centenas de artistas e profissionais do segmento. Mais de duas décadas de serviços prestados à música brasileira
Custei a acreditar, mas a timidez da cantora Ana Carolina é flagrante e surpreendente. A moça soa como uma leoa quando abre a boca para cantar, mas pessoalmente é contida e praticamente calada quando não provocada por nenhum interlocutor. Mas em nenhum momento negou um sorriso ou uma foto com os fãs, mostrando que timidez não tem nenhuma relação com arrogância.
PARCEIRO DOS SONHOS O compositor Paulo Massadas é um caso à parte nos bastidores da Festa Nacional da Música. Dono de um bom humor sutil e sempre disponível, o artista é paparicado por onde passa. Sonho de consumo de novos artistas por sua extrema capacidade criativa, Massadas ouve pacientemente dezenas de pedidos de música e parceria de jovens que almejam o estrelato. E respeitodamente completa... “Tem muita gente boa no meio dessa meninada...”
IRRIQUIETO Que o cantor Ovelha é uma figura inconfundível todos sabem, mas que faria tanto sucesso no encontro entre megastars ninguém apostava. Pois ele agitou nos quatro dias do evento e acabou fechando a festa na noite de quarta-feira com um set de tirar o fôlego. Até os técnicos subiram no palco para celebrar o final apoteótico. Na noite anterior ele já havia sido chamado ao palco por Tico Santa Cruz para cantar com Os Detonautas. Ainda no currículo de participação, uma dança sensual em cima da mesa
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do restaurante do hotel no final de uma das madrugadas efervescentes. Foi a figuraça 2014.
14 BIS A iconoclasta banda mineira é sempre um show à parte pela simpatia e interatividade. Dona de um repertório vasto e conhecido por jovens de 8 a 80 anos, o grupo mais uma vez mostrou inquestionável competência ao viajar nas deliciosas baladas com gosto de pão de queijo, ao pop competente e visceral vocalizado de forma única pelo grupo. Não bastasse isso, ainda tiveram a parceria de um dos criadores da banda, Flávio Venturini, que desde o século passado seguiu carreira solo. É banda imortal no pop nacional.
TECLADOS Nos palcos da Festa 2014 a presença dos melhores do mundo na fabricação de teclados. Além do vanguardismo tecnológico da Roland, a Casio também se juntou ao evento trazendo também suas novidades em teclados de última geração. Para os tecladistas, a Festa 2014 tinha os palcos dos sonhos...
quê isso nunca ter acontecido na Festa Nacional da Música. A resposta foi quase uníssona. “Só um louco reclamaria usando Laney ou Hartcke Systems”. Como representantes exclusivos da marca no Brasil, o pessoal da Equipo adorou a resposta.
NOVIDADE Não bastasse os encontros musicais, as palestras, simpósios, a mostra de instrumentos e tantas outras atrações, o evento teve mais uma novidade que surpreendeu e agradou em cheio aos presentes. A Toyota do Brasil, patrocinadora da Festa 2014, colocou à disposição dos artistas, dois modelos de seus carros híbridos para os convidados conhecerem a novidade que vai dominar o segmento automotivo nos próximos anos. O Toyota Prius, o carro oficial do evento, e outro modelo híbrido da marca Lexus, o braço premium da Toyota, fizeram tanto sucesso que a proposta de compra mais ouvida pelos técnicos demonstradores era... “Posso ficar com esse?”. Era gente querendo voltar para casa de carro novo.
QUE SOM É ESSE? A curiosidade dos baixistas que pegavam um modelo da Strinberg se repetia nos ouvidos da equipe da Sonotec. Um instrumento surpreendente virou motivo de disputa no final da festa. Todos os baixistas queriam comprar “aquele” baixo sunburst que estava no palco principal. A cantora Angela Angel foi a sortuda final. Bem humorado, Nenrod Adiel, da Sonotec, dizia: “Calma, tenho dezenas desses no depósito da empresa...”.
EXEMPLOS Na palestra voltada para estudantes versando sobre o perigo das drogas, os rappers MV Bill e Rapin Wood deram um show de sinceridade e foram intensamente aplaudidos pela plateia. Os dois falaram das perdas e dos exemplos que vivenciaram em suas vidas e em suas comunidades. E fecharam suas falas com hip-hop de cunho social e um grito pela razão.
ALERTA AMPLIFICADORES Acostumado a ouvir reclamações em eventos ao redor do mundo, questionei alguns músicos do por-
Em outra palestra também direcionada a jovens estudantes, os apresentadores discorriam sobre o perigo mortal da mistura de álcool
com direção, quando o palestrante Otacílio Nascimento, da Toyota, foi devastador... “Nós fabricamos os carros mais avançados e vendidos do mundo, mas quem está ao volante será sempre mais importante, porque é ele quem decide o que fazer com o carro e com a sua vida...”. A sensibilidade do executivo soou como um alerta.
DIREITO AUTORAL Com a presença do Ecad e diversas associações na Festa 2014, o tema direito autoral voltou a ser discutido com seriedade e serenidade. Enquanto alguns preferem apenas reclamar de forma teatral pela imprensa e não propor alternativas, outros tratam o tema com responsabilidade e se reúnem para discutir propostas e um aperfeiçoamento legislativo sobre a matéria.
EMPRESA Outra presença interessante foi a do Sebrae. Com a proposta de orientar os artistas sobre o gerenciamento de suas carreiras, o órgão valoriza a máxima de que o talento é um produto, e como tal precisa ser gerido com cuidado e protegido pelas leis. Artista desinformado ou mal orientado é uma vítima em potencial para a exploração que inevitavelmente vira encrenca para os tribunais. O Sebrae propõe acabar com isso de uma forma bem simples: apenas disseminando a boa informação.
RECORDE Mais de uma centena de jornalistas representando dezenas de veículos solicitaram credenciamento para a Festa 2014. Um recorde que fez o também jornalista Fernando Vieira, responsável pela Festa, abrir um raro e largo sorriso nos bastidores. A Festa não para de crescer. E o encontro de 2015 já começou...
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DANIELLI MARINHO | REDACAO@BACKSTAGE.COM.BR
SOL DE REFLETOR LinhAmarela O trio, que teve suas origens na banda Piloto Automático, grupo liderado pelo guitarrista Cláudio Kote, junto com o cantor e compositor Ricardo Villas e o contrabaixista Jorge Pescara, se reuniu para lançar seu CD de estreia depois de diversas apresentações pela cidade do Rio de Janeiro. As influências do LinhA englobam desde Soul, Blues e Reggae, passeando pela MPB, o Jazz, a Bossa Nova e até o Rock Progressivo, e as bases eletrônicas e loops sampleados são as ferramentas básicas que o LinhAmarela usa para temperar seus arranjos. Neste trabalho, repleto de músicas pulsantes como O Que Eu Desejo, Outro Alguém, Então Vem, a faixa título Sol de Refletor, Tudo Bem e Nada a Ver, dividem perfeitamente espaço com as mais românticas Primeira Vez, Garantia, Em Paz e Só Você, a banda flerta com as festas na noite, chamando todos para a pista. Os timbres contagiantes do grupo e a voz inconfundível de Ricardo Villas tornam este álbum um verdadeiro must para qualquer amante da boa música moderna. Com toda esta diversidade de influências, o LinhAmarela consegue fluir suas composições autorais com um resultado Pop autêntico e dançante.
A GRANDE ALMA Ozome Este é segundo trabalho da banda natural de Betim (MG), que foi lançado em setembro no Rio de Janeiro, pelo selo carioca Astronauta Discos em parceria com a Tratore. Com dez anos de estrada, a banda mescla nas faixas puro rock and roll, claramente inspirados em bandas clássicas como Black Sabbath, com rock pop e algumas vezes com pitadas de rap, resultando em uma identidade sonora única. Gravado ao vivo no estúdio Jota Quest, o grupo, formado por Gustavo Buzelin, na voz, Lucas Bolognani, na guitarra, Thiago de Melo Amaral, no baixo, e Álvaro Freitas, na bateria, também assina a produção musical do álbum.
SAGA Rodrigo Lima O músico Rodrigo Lima acaba de lançar seu mais novo trabalho: Saga, agora como líder. Produzido pelo renomadíssimo Arnaldo DeSouteiro, o álbum duplo conta com as participações especiais de Hermeto Pascoal, Don Sebesky (arranjador/produtor de Rod Stewart e John Pizzarelli, vencedor de 3 prêmios Grammy), Anat Cohen (atual clarinetista nº 1 do mundo), Mike Mainieri (ex-Frank Zappa, fundador do Steps Ahead), Hubert Laws, Raul de Souza, Zé Eduardo Nazário (baterista de Egberto Gismonti), Sammy Figueroa (atual percussionista da banda de Sonny Rolins depois de ter tocado anos com Whitney Houston) e Itibere Zwarg. Rodrigo e Ithamara Koorax trabalham juntos desde 2001, e ele integra a banda da diva como guitarrista, tendo excursionado juntos em turnês pela Europa (Sérvia, Bulgária, Chipre) e Ásia. Saga foi gravado em mais de 10 estúdios entre Rio, Curitiba, Los Angeles e Nova Iorque, envolvendo mais de 20 engenheiros, incluindo o Grammyado Jay Messina (Rolling Stones, Aerosmith, Kiss, Miles Davis!!!), e o engenheiro-chefe brasileiro, Victor França, paranaense radicado nos EUA, que soube dar coesão e organicidade a todo o processo.
“50” Pascoal Meirelles Um dos fundadores do grupo Cama de Gato, Pascoal Meirelles lança mais um trabalho autoral. Segundo ele mesmo, quando selecionava as faixas do CD, automaticamente veio à memória cada um dos instrumentista da nata brasileira e estrangeira com os quais já havia tocado. Então podemos entender que esse álbum é uma quase reunião de todos os ritmos e influências dos músicos com os quais já trabalhou. Com composições e arranjos do próprio Pascoal, o CD reúne as faixas Suite 1982, Considerações a Respeito, Tom, Amanhã, Caribé´s Dreams, Amendoim Torrado, Paula, Espero Sambando, Tambá, Salseiro, Dedicado a Nivaldo Ornellas e Pro Helvius.
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Profissões do
‘backstage’ M A U R Í C I O
L I R A
RIGGER
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redacao@backstage.com.br Fotos: Luringa / Divulgação
Em mais uma edição da série profissões do backstage, vamos entrevistar Maurício Lira, mais conhecido como Lirinha, que conta um pouco sobre a profissão de rigger. A ideia dessa série de entrevistas é expandir o conceito de backstage, saindo dos bastidores dos shows e mostrando as demais profissões do setor de entretenimento que geralmente muitos dos que trabalham em áudio ou iluminação sequer imaginam que existam.
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aurício, conte um pouco sobre você e sua formação. Sou o Mauricio Carneiro da Cunha Lira, conhecido como “Lirinha”, tenho 32 anos e atualmente moro em São Bernardo do Campo. Trabalho como técnico de áudio há 19 anos, roadie há 15 e rigger há 9 anos. Como você entrou no mercado do entretenimento e quais foram as suas primeiras experiências com shows e eventos? Comecei precoce na profissão, meu pai me colocou para aprender aos 13 anos dentro da Sunshine Produções. Simplesmente
amo o que faço e sempre me espelhei no meu pai, que desde que eu me conheço por gente é técnico de áudio. Na Sunshine eu trabalhava na manutenção de segunda a sexta até meus 18 anos, neste período o meu contato com os eventos era somente nos finais de semana, ou quando eu não tinha aula, época que eu acredito que foi meu grande diferencial em conhecimentos técnicos, pois enquanto trabalhava na manutenção de um sistema de áudio completo “Clair Brothers”, ao mesmo tempo conclui meus cursos técnicos em elétrica e eletrônica. Como e quando você começou co mo rigger? Comecei em 2006, e foi um processo, digamos, de seleção natural: um ano após ingressar na Gabisom, eles estavam precisando de alguém para esta função, meus conhecimentos de elétrica, juntamente com a minha experiência em manutenção foi o diferencial, o que me dava um bom conhecimento sobre talhas elétricas e manuais. Isso, junto a meu gosto por aventuras, me colocou no topo da lista de candidatos para a vaga. Mas o que faz um rigger? Qual treinamento e equipamentos ele precisa para
trabalhar? Qualquer um pode ser rigger ou existe uma entidade que controla a responsabilidade legal deste tipo de profissional? Um rigger na verdade é o profissional que executa “trabalhos em altura, pendurado em estruturas altas para alguma finalidade seja ela do tipo suspensão, instalação, manutenção etc. Somos basicamente alpinistas e usamos todos os equipamentos de segurança relativos a esta modalidade esportiva. Por exemplo, cinto de segurança (cadeira de rapel) capacete, luva, bota, calça, corda de rapelar e acessórios. Para ser um rigger não se pode ter medo de altura, precisa também ter curso de alpinista ou de Segurança do Trabalho em altura em conformidade com a regulamentação NR 35 do Ministério do Trabalho. No meu caso, sou rigger de áudio que se resume em saber a capacidade de peso suportado
pelas estruturas, quantidade de peso a ser pendurado, como e onde fixar os pontos de suspensão das cargas -tudo isso direcionado à aplicação de PA, line array. Nossa função costuma ser fiscalizada por bombeiros especializados em Segurança do Trabalho. Como é um dia típico de um rigger? Como é a rotina de trabalho deste profissional? No meu caso, o trabalho começa assim que chega a ordem de serviço. Nela recebo a planta virtual do ambiente em que serão içados os sistemas de som; e cada sistema possui sua planilha de configuração que determina a altura necessária para a melhor cobertura sonora do ambiente. Com esses dados e uma planta virtual do ambiente, o rigger decide os pontos de içamento e os instala para poder içar erguer o sistema. É de responsabilidade do rigger o iça-
mento e a descida do sistema com segurança para as pessoas que trabalham no evento. Os shows internacionais representam uma oportunidade extra de trabalho ou eles trazem seus próprios riggers? No meu caso, todos os shows internacionais em que trabalhei eu fui rigger do áudio. Normalmente um grande show costuma necessitar de riggers para iluminação e cenografia. Acontece também de algumas atrações trazerem seus próprios riggers ou um coordenador responsável pelos riggers locais. Quando começamos no mercado de entretenimento, sempre temos pessoas que abrem portas, sejam elas do Conhecimento ou de oportunidades de trabalho. Quem foram essas pessoas em sua carreira?
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o nosso dia a dia e realidade. De uns anos para cá está começando a aparecer alguns bons cursos de tecnólogo para a área.
No meu caso as duas pessoas fundamentais na minha formação profissional e carreira de técnico áudio e rigger foram o meu pai José Carlos de Lira, o “Lira”; e o Fernando Ricca, que me deu a oportunidade de trabalhar na Gabisom.
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Hoje, com a evolução do áudio profissional, eu me sinto privilegiado de ter tido a oportunidade de ter vivido metade da minha carreira dentro da era analógica, onde tudo era IN/OUT com conexões físicas em vários aparelhos
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Você tem atuado no mercado como freelancer. Qual a sua visão do mercado atual, como ele evolui desde que você começou? Hoje, com a evolução do áudio profissional, eu me sinto privilegiado de ter tido a oportunidade de ter vivido metade da minha carreira dentro da era analógica, onde tudo era IN/OUT com conexões físicas em vários aparelhos. No Brasil, na época do som analógico, ou você saía do país para estudar ou era autodidata como no meu caso, pois não existiam cursos de tecnólogo para esta área como existe hoje e nem a quantidade de técnicos e empresas de hoje. Eu até brinco que o único engenheiro de áudio de verdade que eu conheço pessoalmente é o Peter Racy, que foi lá pros Estados Unidos fazer faculdade com estágio na Clair Brothers. O mercado de entretenimento tem crescido muito no Brasil nos últimos anos, sendo até notícia na TV, mas por outro lado existe uma carência de especialização técnica dos profissionais da área, muitos são autodidatas. A seu ver, o que precisa ser feito para que o mercado das profissões ligadas ao entretenimento seja mais organizado quanto a condições de trabalho e cachês? Na minha opinião, a nossa área de shows e eventos no Brasil está engatinhando na questão da formação profissional. Não existe nada direcionado especificamente para show business; todo o conhecimento que aqui no Brasil você consegue adquirir, você acaba tendo que adaptar para
Como você encara a necessidade de reciclagem de conhecimentos e o que você tem feito pra se manter atualizado? Eu trabalho na terceira maior empresa de áudio do mundo, onde a grande maioria é autodidata. Tenho contato diariamente com o que tem de melhor e mais atual. Dessa maneira, acabo continuando a manter a minha reciclagem, no dia a dia e na prática. Falando em especialização, o que você mais gosta de fazer, qual o caminho ou função que enxerga como seu caminho profissional num futuro próximo? Hoje em dia eu sinto necessidade de ampliar o conhecimento mais voltado para a área de música e produção musical para aguçar ainda mais meu ouvido em relação à afinação e harmonia para mixagens de PA futuras. Para aqueles interessados pela profissões de rigger para o mercado de entretenimento, qual o conselho ou dica que você daria para os iniciantes? Para todos os interessados na área de rigger de áudio, eu aconselho prestar atenção nas técnicas de alpinismo, utilização de equipamentos de segurança, estruturas para a fixação, capacidade de fixação, manuseamento de programas de PA para virtualização de ambientes para aplicação de sistemas de caixas acústicas com a somatória em linha line array. Para finalizar, quais os seus planos para o futuro, o que o Lira planeja estar fazendo daqui a 10 anos? Espero que em um futuro não muito distante eu esteja formado como produtor musical e operando o PA de uma boa banda de rock nacional. Este espaço é de responsabilidade da Comunidade Gigplace. Envie críticas ou sugestões para contato@gigplace.com.br ou redacao@backstage.com.br. E visite o site: http://gigplace.com.br.
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JOÃO
DONATO 80 ANOS
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A música de um Brasil que é eterno
Contemporâneo da bossa nova, o músico criou uma síntese única de música brasileira, caribenha e jazz. Miguel Sá redacao@backstage.com.br Fotos: Andre Muzell / Divulgação
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onato se formou como músico durante a gestação da bossa nova, mas traçou um caminho diferente. A infância no Acre, o aprendizado do acordeom, a vivência na noite musical do Rio com músicos como Dick Farney, Tom Jobim e João Gilberto e a mudança para os EUA, no fim dos anos 1950, logo antes do estouro da bossa nova por lá, moldaram o músico original que conhecemos hoje.
Entre idas e vindas, João Donato ficou nos EUA durante quase quinze anos. Quando voltou definitivamente, já nos anos 1970, por sugestão do cantor Agostinho dos Santos, começou a chamar letristas para suas músicas. A partir daí, compôs novas músicas e reciclou o repertório instrumental dos anos 1950 e 60, gravado no Brasil e nos EUA, criando clássicos com gente como seu irmão Lysias Ênio, Caetano
Veloso, Gilberto Gil, Aldir Blanc, Chico Buarque, Ronaldo Bastos, e muitos mais.
OS 80 ANOS
Banda, Donatinho - João Donato e BNegão
temos uma parceria de quase trinta anos. Então nos entendemos bem. Já sabemos os nossos jeitos de tocar. O improviso é livre”. O entusiasmo é mútuo, como expressa Robertinho Silva. “Quando toquei na primeira vez com ele, no People, vi que estava triste. Todo mundo quebrando tudo, e ele
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O SOM Cacau Guinle viaja pelo mundo com João Donato. Ele cuida tanto do monitor quanto do PA mixado bem solto, sem compressores e com pouco efeito, usado mais nos metais e voz. “Gosto de passar o som chamando um músico de cada vez ao palco, o que não foi possível
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Circo Voador, 20 de agosto. No camarim cheio, João não escondia a alegria pela festa que vai começar dali a pouco, no palco da casa de shows. São mais de dez convidados, incluindo nomes como Caetano Veloso, Luis Melodia, Leny Andrade, Marcos Vale e Wanda Sá, Paula Morelembaum, BNegão, Mihay, Kassim, o filho Donatinho e o índio da tribo yawanawa Shaneihu. “Eu o conheci em uma visita que fiz à tribo, convidado pelo governador”, comenta João, que se reaproximou do estado natal, o Acre. “Minha música reflete isso. Os passarinhos, a floresta, tudo isso que conheci na minha infância”, completa. João viaja o mundo todo fazendo shows. Este ano, a turnê está intensa por conta do aniversário. “É um pouco cansativo por causa das horas de vôo, as conexões... Mas eu gosto”, diz o músico. No decorrer da carreira, Donato já tocou pianos Rhodes, todo tipo de teclados e simuladores digitais, mas gosta mesmo é de um bom piano acústico. Por isto, ressalta a boa qualidade dos instrumentos encontrados nas turnês pela Europa, em contraste com os pianos digitais que acaba tendo que tocar no Brasil. “Aqui no Brasil é que é mais difícil achar piano mesmo, mas lá fora os instrumentos são ótimos”, ressalta. O pianista se entusiasma quando fala dos músicos que o acompanham. Na maioria das vezes ele viaja com Robertinho Silva na bateria e Luis Alves no baixo. Em shows maiores, como este do Circo, também tocam Ricardo Pontes (sax e flauta), Arimatéa (trompete), Marlon Sette (trombone) e Sidinho Moreira (percussão). “Nós
No decorrer da carreira, Donato já tocou pianos Rhodes, todo tipo de teclados e simuladores digitais, mas gosta mesmo é de um bom piano acústico olhando. Aí fui falar com ele depois do show, e ele disse: ‘vocês estão tocando demais’. Então ele me pediu para trazer um ‘caneco’ no show do dia seguinte, que é o cowbell. Aí limpei a bateria, a deixei só com poucas peças e fiquei só no ritmo. Ele ficou feliz e estamos aí até hoje”, comemora Robertinho.
aqui no Circo Voador, pela quantidade de pessoas, mas hoje é dia de festa”, diz o técnico. Foram 35 vias para músicos e convidados. O set de microfones inclui um Beta 87 para a voz de João Donato, três Beta 98 para a microfonação do piano, um para a parte dos graves, outro para a dos médios e mais um para os agudos. O setup de ba-
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A monitoração foi feita com as caixas fornecidas pela BKS Audio ao Circo Voador. O PA é um sistema de line array da FZ Audio com caixas FZ J08A e FZ J212A para os graves. “Ninguém usa in-ears (Cacau)
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Leny Andrade e João Donato
Caetano Veloso e Luis Melodia
Marcos Vale, João Donato e Wanda Sa
teria inclui os SM57 para caixa, SM91 no bumbo, os Sennheiser E604 nos tons e surdo e os AKG C430 para microfonação overall. A monitoração foi feita com as caixas fornecidas pela BKS Audio ao Circo Voador. O PA é um sistema de line array da FZ Audio com caixas FZ J08A e FZ J212A para os graves. “Ninguém usa in-ears”, destaca Cacau, que contou com a ajuda dos técnicos da casa para operar o monitor. Vale destacar a mixagem equilibrada e o volume em um nível absolutamente agradável durante todo o show, apesar do grande número de convidados. “Sempre trabalho em níveis compatíveis com a lei”, diz Cacau, o que não impediu o público de curtir o show com entusiasmo.
O SHOW Durante mais de duas horas, o público pôde curtir os clássicos de João Donato com ele e seus convidados. Destaque para as participações de Marcos Valle com Wanda Sá, Leny Andrade – que teve de voltar ao palco para cantar mais uma após o público aclamar a sua interpretação de Lugar Comum –, Luis Melodia e Caetano Veloso compartilhando A Rã com o aniversariante. O filho de João, Donatinho, pilotou teclados e cantou a música Doralice. Parceria de João com Cazuza. Os espectadores puderam também comprar o volume dois do álbum duplo de comemoração dos 80 anos, o Live in Rio, lançado pelo selo Discobertas. Dentro da estratégia definida pelo selo, o volume um só pode ser comprado nas lojas e o segundo, nos shows.
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Já pensou em ensaiar ou gravar num estúdio com as características semelhantes às de um show ao vivo? Palco, PA, sistema de luz profissional? Pois é, aos que acham que este tipo de empreendimento só seria possível em países de primeiro mundo, eis que surge o Palco 41, situado em Vila Isabel, zona norte do Rio de Janeiro, que torna realidade a ideia de criar um espaço musical com equipamentos de ponta e qualidade necessárias para a obtenção de um mínimo de realismo de palco.
Luiz de Urjaiss redacao@backstage.com.br Fotos: Divulgação
AO VIVO DENTRO DO ESTÚDIO NA CASA DE NOEL
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estinado a artistas de todas as vertentes musicais, independentes ou não, o espaço – antes conhecido como “Estúdio 41” – compreende uma sala de cerca de 84 metros quadrados, localizada dentro de um prédio com dois pavimentos, cujo primeiro é estacionamento e depósito de equipamentos, e o segundo, além da sala citada, encontra-se uma sala de controle com 35 metros quadrados e
uma área de conveniência, de cerca de 20 metros quadrados. De acordo com o engenheiro de áudio Ronaldo Bastos Vieira, diretor do espaço, a ideia de se ter um estúdio como esse na cidade veio da necessidade do artista e seu técnico de som poderem sair com as cenas de monitor definidas para o show e, por sua vez, com o trabalho mais bem preparado para a situação real de
apresentação ao vivo. “Foram dois anos entre projeto e construção. Montamos um palco sem plateia, com qualidade sonora e dinâmica musical oriundas de minha experiência na área de sonorização, além da realização de shows com grandes astros da música nacional e internacional”, comenta Ronaldo, que já sonorizou artistas como Ivan Lins, Tim Maia,
Cassia Eller, Diane Schure, Andy Summers (The Police) e festivais como Rock in Rio, Montreux e Free Jazz. Ao invés de optar por um único sistema de áudio, Ronaldo explica que a escolha dos equipamentos foi devido à relevância e reconhecimento internacional dos profissionais respeitados na área de sonorização. “Trabalhamos na monitoração com Clair Bros e JBL,
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mesa de mixagem Avid Venue de 48 canais e microfones variados, desde o Shure SM58 até Neumann KMS105. Tudo voltado para a apresentação ao vivo, proporcionando uma atmosfera de show com pressão sonora”, explica. “A sala de controle fica interligada ao estúdio para gravações na plataforma Pro Tools HD, direto da VENUE, além de préamplificadores Portico Neve, compressores Tubetech, API e Portico Neve, Clock Apogee Bigben e monitores de referência JBL, possibilitando mixagem em 5.1”, ressalta. Com projeto sonoro de Marcos Vinicius e Carlos Eduardo, ambos
profissionais da área de produção musical e parceiros do Palco 41, além de todo o aparato de som, há um destaque especial para o tratamento acústico. Segundo Ronaldo, uma das maiores preocupações dos profissionais era o isolamento sonoro, uma vez que montar um ambiente de show em meio à residências poderia lhes trazer problemas. “Criamos um Ronaldo Vieira e Carlos Mariani (à direit ‘box in box’, ou seja, uma sala a) da ideia de flutuante, permitindo que não criar o espaço com palco de médio haja transmissão e frequências através da estrutura. O projeto porte. A partir disso, viabilizamos acústico veio seguido do projeto de a estrutura. Uma mistura de palco som e luz. Tudo começou a partir e estúdio”, exemplifica.
Lista de Equipamentos MIXER: - VENUE PROFILE MIXRACK COM PLACA DE GRAVAÇÃO HDX P.A. L/R: - JBL VRX932LAP - SUB VRX918SP MONITORAÇÃO: - CLAIR BROS. - JBL PRX715 - D.A.S. - AKG 414 FONES (08) e Powerplay MICROFONES: - 01 - SHURE BETA 52 - 07 - SHURE SM 57 - 08 - SHURE SM 58 - 02 - SHURE BETA 58 - 03 - SHURE SM 81 - 01 - SHURE BETA 91
- 04 - SHURE BETA 98 - 04 - SHURE KSM27 - 02 - AKG 414 XLII - STEREO - 03 - AKG C519M - 04 - AKG C518M - 01 - AKG C4000B - 01 - AKG D112 - 04 - SENNHEISER 421 - 01 - NEUMANN KMS105 - 02 - RODE NT55 - STEREO - 02 - RODE NTG-1 - 08 - DIRECT BOX - 01 - SHINEBOX RIBBON 46MXC BACKLINE: - GUITARRA - MARSHALL JCM900 - GUITARRA - FENDER TWIN-AMP - GUITARRA - FENDER TWIN-AMP COM FALANTES JBL E120
- BAIXO - SWR WORKINGMAN’S 4004 COM CAIXA 4X10 - BATERIA - MAPEX SATURN SERIES COMPLETA EQUIPAMENTOS DE GRAVAÇÃO: - PRO TOOLS HD3 - JBL STUDIO MONITOR 4435 - JBL LSR4300 5.1 - STUDIO MONITOR - PRE AMP RUPERT NEVE PORTICO 5012 - COMPRESSORES - NEVE, API E TUBETECH. - SHURE UR 58 E KSM9 - S/FIO - SHURE IN EAR - PSM 600 - SHURE IN EAR - PSM 700 EQUIPAMENTOS DE LUZ: 06 - PAR LED 04 - MOVING HEAD LED
LUZ Como simular um espetáculo ao vivo, sem um sistema de iluminação? Neste quesito, Ronaldo conta que disponibiliza um equipamento básico para proporcionar ao artista a climatização necessária de ambiente de palco. Assim, estão à disposição do lighting designer PAR LEDs e Movings Head LEDs, além da luminária decorativa da sala. “Projetamos o sistema de luz para atender a diferentes necessidades. Ele é mutável, o que proporciona aos técnicos e LDs a possibilidade de instalação de diversos equipamentos, e o desenvolvimento de várias cenas”, completa.
GRAVAÇÃO Segundo Ronaldo, além de serviços de gravação de ensaio e ao vivo, está sendo montada uma ilha de gravação e edição de DVD para produção de videoclipes, entre outros, com estrutura de transmissão, via web, das realizações no local. “O objetivo é oferecer aos artistas produtos prontos, com alto nível de qualidade. É fundamental esta preocupação e profissionalismo. Vemos no espaço uma estrutura plena para qualquer um que queira preparar seu espetáculo, show e necessita de tecnologia e conforto. Acho que vamos trabalhar bastante! A expectativa é a melhor possível”, anseia o engenheiro que já fala em abrir uma filial na Barra da Tijuca, zona oeste da cidade, num futuro próximo.
Para saber online
Palco 41 - Rua Felipe Camarão, 41 - Vila Isabel www.palco41.com.br
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Homenageados na Festa Nacional da Música 2014
Ao completar uma década, na segunda versão, a Festa Nacional da Música deste ano teve como tema central o amor à música. Foram quatro dias de palestras, batepapos, shows, Jam Sessions e, principalmente, network entre todos os envolvidos com a produção musical.
DEZ ANOS
DE AMOR À MÚSICA M
ais uma vez, Canela, uma simpática e agradável cidade da serra gaúcha, se torna a capital da música ao sediar o maior encontro da música brasileira no hotel Laje da Pedra. E foi em torno do tema escolhido que todos
redacao@backstage.com.br Fotos: Jackson Ciceri / Michael Paz / Divulgação
Ninho da Criação
os participantes puderam trocar ideias, opiniões e, principalmente, vivenciar a enorme diversidade musical que só se pode encontrar na FNM, onde não há estilos ou tribos, só os apaixonados pela música.
Fernando Vieira discursando na noite de Homenagens e Shows que fizeram parte das comemorações de 10 anos da FNM
nal da ngresso Nacio ento com o Co Abertura do ev
CONGRESSO Como nos anos anteriores, a abertura do evento acontece na segunda-feira com o Congresso Nacional da Música. Neste primeiro encontro, a mesa foi composta por Fernando Vieira, presidente da FNM; pelos músicos e compositores Ivo Meirelles, Ivan Lins e Robson Miguel; pelo produtor Max Pierre, pelo presidente da gravadora Som Livre, Marcelo Soares; pela superintendente do ECAD, Glória Braga; pelo produtor musical Carlos de Andrade, além do prefeito de Canela, Cléo Port e do deputado federal Marco Maia. O Hino Nacional
Música
foi interpretado pelo violonista Robson Miguel. Na abertura, Fernando Vieira lembrou da importância da Festa e dos lançamentos de artistas que o evento sempre proporcionou no cenário nacional. “Aqui foram lançados Barão Vermelho, Kid Abelha e, mais recentemente, há uns três anos, Zezé Di Camargo chamou para o palco uma cantora chamada Paula Fernandes, desconhecida na época. No ano seguinte, ela vendeu três milhões de cópias”, relembra. Os demais participantes destacaram os avanços conquistados pela classe musical nos últimos anos por meio das discussões que nasceram nas edições anteriores da Festa
Nacional da Música. Ivan Lins, por exemplo, apontou a importância do evento para o encontro dos artistas. “O grande barato da festa é colocar a classe junto com a classe”, ressaltou o cantor e compositor, que falou ainda da importância do envolvimento dos músicos na política para aprovação da PEC da Música, projeto que começou a ser gestado na edição 2007 da FNM. O CEO da Visom Digital, Carlos de Andrade (Carlão) pegou carona no assunto e ressaltou que os avanços políticos e de imunidade tributária só foram possíveis devido ao engajamento da classe artística. Além da conquista da PEC da Música, Carlão reforçou outro grande avanço que foi a obrigatoriedade do ensino musical nas escolas públicas. “As pessoas que aprendem música, aprendem qualquer outra coisa melhor”, salienta. O empresário fez ainda projeções para as futuras pautas a serem discutidas pela classe. Para ele, a principal luta dos músicos nos próximos anos deverá ser a inclusão das produções musicais na Lei do Audiovisual.
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Estava na hora de receber o prêmio, porque o tempo está correndo, (João Carlos Martins, se referindo aos seus 74 anos)
”
Palestra Drogas: fique fora dessa!
HOMENAGENS Um dos momentos mais esperados e empolgantes foram as homenagens aos artistas e aos profissionais que se destacaram na arte de fazer, produzir e transmitir música, enriquecendo este segmento econômico. Neste ano subiram ao palco para receber o troféu Festa Nacional da Música 2014 o maestro João Carlos Martins, Ana Carolina, Anitta, Jerry Adriani, Thiaguinho, Hugo & Tiago, Péricles, Jorge Vercillo, Aviões do Forró, o cantor gospel Anderson Freire; o gerente de programação musical de Rede Pampa de Comunicação, Roger dos Reis; o publicitário e jornalista da Revista Backstage, Nelson Cardoso; a banda de rock gaúcho Nenhum de Nós; o empresário artístico Marcinho Costa; o presidente da Som Livre, Marcelo Soares e o empresário e produtor musical João Mário
Maestro João Carlos Martins tocou Luiza, de Tom Jobim
Linhares. O momento mais emocionante foi a homenagem ao maestro João Carlos Martins, o primeiro a subir ao palco. “Estava na hora de receber o prêmio, porque o tempo está correndo”, brincou, em alusão aos seus 74 anos. Após receber o troféu e fazer o discurso de agradecimento, o regente tocou sua versão do Hino Nacional ao piano. “A minha emoção foi enorme e eu simplesmente quis colocar o meu coração no Hino para chegar ao coração das pessoas presentes”, explicou.
Mostra de Instrumentos na Festa Nacional da Música
Estande da Sonotec
Estande da Equipo
Confraternização dos participantes no famoso Grenal da FNM
Show de Ana Carolina
Distribuição de prêmios pelo Guri de Uruguaiana na Palestra Vida Urgente
PALESTRAS
e produtor musical Paulo Góes e o professor Adilson Rodrigues, que realiza um trabalho social com dependentes químicos na cidade de Taquara, no Rio Grande do Sul. Mediado pelo comunicador Gustavo Victorino, o encontro trouxe relatos de jovens que superaram as adversidades. O objetivo foi alertar os presentes sobre a importância de vencer os problemas sem fazer uso das drogas como válvula de escape, e utilizar a música como forma de enfrentar as dificuldades. A palestra, que lotou o Auditório do Hotel Laje de Pedra, teve como relato de vida a história do maestro João Carlos Martins, que supe-
E não é só de música que vive a FNM. Um dos braços mais importantes deste evento são as palestras educativas para os jovens de Canela e arredores. Neste ano, duas palestras foram importantíssimas para a formação do caráter e da cidadania de vários jovens gaúchos: uma sobre drogas e a outra sobre educação ao volante. Na manhã da terça-feira (21/10/ 2014), a palestra Drogas: fique fora dessa! voltada para estudantes da região, contou com a presença de MV Bill, Rappin Hood, maestro João Carlos Martins, Guri de Uruguaiana, Robson Miguel, o músico
rou traumas físicos sofridos durante a vida, que quase o impediram de seguir na música. Após sua última cirurgia, desenvolveu uma técnica para tocar com apenas dois dedos, o que permitiu que ele voltasse ao piano. Depois do bate-papo, o regente tocou Luiza, de Tom Jobim, ao teclado. Referências pelo discurso social, MV Bill e Rappin Hood também utilizaram a música como forma de alerta aos alunos. Rappin abriu o discurso sobre não desanimar frente às dificuldades e as histórias de dependência química nas periferias. Ao final da palestra, os estudantes ganharam prêmios a participarem de um desafio proposto pelo humorista Guri de Uruguaiana. No dia 22 de outubro foi a vez da palestra Desmistificando a Cultura do Herói, alertando sobre comportamentos de risco na direção, como a mistura de álcool e drogas e da necessidade de aceitação dos adolescentes e de autoafirmação
Estande da Casio No encontro “O s Caminhos da Cultura”, integ defenderam a rantes do ConE construção de cta uma pedagogia música e do fol para o ensino clore nas esco da las
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Estar aqui na Festa da Música não é algo por acaso. Música é vida e o Vida Urgente não nasceu para lamentar a perda do Thiago. A minha dor está aqui, mas nós fazemos uma campanha de alegria. (Diza Gonzaga)
”
Diza Gonzaga na Palestra Vida Urgente
Glória Braga, presidente do ECAD
no grupo de amigos. Também mediada pelo colunista da Backstage, Gustavo Victorino, o discurso foi ministrado pela presidente da Fundação Thiago Gonzaga e criadora do Vida Urgente, Diza Gonzaga, que contou como o filho perdeu a vida em um acidente de trânsito aos 18 anos. “Estar aqui na Festa da Música não é algo por acaso. Música é vida e o Vida Urgente não nasceu para lamentar a perda do Thiago. A minha dor está
aqui, mas nós fazemos uma campanha de alegria. E quando se fala em vida, a música está ligada a isso”, disse. Neste encontro, foi apresentado o videoclipe Play!, que reúne Thedy Corrêa, da banda Nenhum de Nós, Duca Leindecker e Duca Calvin nos vocais da canção Dança do Tempo – uma das faixas do CD Vida Urgente. O clássico, que ganhou uma nova roupagem na união de grandes vozes do rock gaúcho, celebra os 18 anos da Fundação.
ECAD na Festa Nacional da Música
Palestra do Ecad
No espaço do Ecad, cerca de 100 músicos, compositores e empresários foram recepcionados por Glória Braga, presidente órgão, e pela equipe técnica para assistir a uma série de palestras sobre a arrecadação e distri-
buição dos direitos autorais de execução pública nos diversos segmentos musicais. Os temas abordados foram: A certificação do Ibope ao sistema de amostragem estatística do Ecad em sete segmentos; Os resultados dos três anos
de operação da tecnologia Ecad Tec Cia Rádio, As 14 novas rubricas de distribuição criadas nos últimos anos, Os sistemas de monitoramento de execuções musicais e a Implantação do Ecad Tec Cia Audiovisual, além da Arrecadação nos segmentos de serviços digitais e de shows. Em todas as palestras foi realçada a importância do artista e dos executivos em enviar os roteiros musicais devidamente preenchidos e completos. A palestra que mais chamou a atenção foi sobre o novo sistema totalmente digital para captar, gravar e identificar as músicas executadas durante as programações das redes de televisões abertas e por assinatura. O sistema faz a captação e armazenamento das informações na sede do Ecad (RJ) por satélite e cabo, dando início ao processo de identificação pelo DNA da música. Este processo de identificação automático do Ecad é único no mundo.
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A história cantada Ao longo de 33 anos, a pequena cidade de Canela, na romântica Serra Gaúcha, sediou uma parte significativa da história musical que passa pelo imaginário de cada um de nós. A música compõe o cenário de nossas vidas e sua trilha sonora inexoravelmente se vincula às nossas emoções, sejam elas de alegria, tristeza, melancolia, solidão, esperança ou mera reflexão. A casa da Festa Nacional da Música testemunhou o nascimento de estrelas e a confirmação simplória de sucessos que atravessaram décadas e se inseriram no íntimo de todos os amantes da música. E quem não é? Ano após ano, o encontro das estrelas da MPB ganhou a solidez de um centro de referência para aqueles que almejam o estrelato, vivenciam o sucesso ou sobre ele tem lições a dar. A riqueza musical que habita os corredores da Festa Nacional da Música cria novas parcerias, incrementa o business e adiciona espontaneidade ao processo de discussão dos interesses da música brasileira. Nesse contexto, a multidisciplinariedade dos vários segmentos que fazem da nossa música uma das mais ricas do planeta, aflora numa redescoberta da integralidade amplitude de uma indústria que gera riqueza cultural e fomento econômico em todas as suas facetas. Os técnicos, empresários, produtores e de resto
Sérgio Loroza e Nelson Cardoso (Revista Backstage) na noite dos Homenageados
todo o contexto profissional que envolve a produção musical ganharam destaque desde a retomada do evento nos últimos 10 anos. Com esse cenário ampliado, a informação na sua integralidade, focada no conteúdo profissional, é motivo de reiterada aclamação por todos os que fazem da música a sua atividade laboral. Nessa hora, os artistas foram unânimes em aclamar a maior e mais importante publicação do segmento no país. Na festa dos 10 anos de retomada do maior encontro da música brasileira, a Revista Backstage foi escolhida pelos artistas e profissionais do segmento como o símbolo da informação e a bíblia da pro-
dução musical brasileira. Representada pelo diretor da editora H.Sheldon e criador da Backstage, Nelson Cardoso, a publicação foi laureada por mais de duas décadas de serviços prestados à música brasileira. Ao lado de dezenas de profissionais que fazem e fizeram essa história, confesso minha emoção pelo reconhecimento, mas acima de tudo a justiça com quem dedica cada pixel de suas páginas ao conhecimento e engrandecimento da nossa arte maior. A história cantada de nosso país passou por essas páginas, e o futuro nela certamente também estará.” (Gustavo Victorino)
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Artistas gospel encerram palestra com música
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O segmento Gospel também tem a sua importância na Festa Nacional da Música. Além de um show no Centro de Canela, vários artistas e profissionais também se reuniram para discutir sobre o profissionalismo crescente na produção musical evangélica.
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PG; Show Gospel da FNM
O vídeo está no canal YouTube (http:// youtu.be/a9kpXDdtV94) e (https://vimeo.com/109168070). O debate também contou com a participação de Otacílio Nascimento, Relações Públicas da Toyota, que reforçou os alertas de Diza quanto à educação dos jovens ao volante. “Não só a Toyota, mas todas as outras marcas vêm investindo cada vez mais em tecnologia de segurança para os consumidores, como sensores de estacionamento para evitar colisões, bluetooth para não precisar atender os celulares e componentes como o airbag. Mas nada disso importa se quem estiver no comando do carro não tiver consciência. Nenhuma tecnologia é suficiente
Davi Sacer...
...recebe Disco de Ouro Aproveitando o show gospel no Centro de Feiras de Canela (RS), no dia 19 de outubro, a gravadora Som Livre premiou com o Disco de Ouro o artista gospel Davi Sager pela venda de 40 mil cópias do CD Venha o Teu Reino. Muito emocionado, Davi agradeceu a Deus por todas as bençãos que aconteceram em sua vida.
se o motorista não tiver essa preocupação com a própria vida e com a vida dos passageiros”, endossou. Para conhecer melhor o Vida Urgente: www.vidaurgente.org.br.
ENCONTRO GOSPEL O segmento Gospel também tem a sua importância na Festa Nacional da Música. Além de um show no Centro de Canela, vários artistas e profissionais também se reuniram para discutir sobre o profissionalismo crescente na produção musical evangélica. A palestra A Excelência no Louvor reuniu os músicos Wilian Nascimento, PG, David Sacer, Eli Soares, pastor Paulo Figueiró e Shirleyi Kaiser, além das profissionais Alomara Andrade (MK Music) e Cláudia Font (Som Livre), e contou com a mediação do apresentador da TVCOM Fabinho Vargas. Necessidade de qualificação das canções foi um dos temas discutidos durante o encontro. O cantor David Sacer defendeu a ideia de que os músicos gospel tenham mais cuidado na hora de realizar as apresentações que “biblicamente tem que ser com excelência”. Para ele, excelência não significa apenas o melhor equipamento, mas sim a dedicação ao trabalho buscando uma boa execução das músicas. O músico PG seguiu a linha de Sacer e cobrou dos músicos gospel o comprometimento com o trabalho salientando que “não é porque é voluntário que tem que ser feito de qualquer jeito”. Já o cantor Eli Soares ressaltou a importância que os músicos têm dentro do trabalho das igrejas. Uma Jam Session Gospel com integrantes do CD Na Fé encerrou o encontro.
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ABLETON LIVE| www.backstage.com.br 54
ABLETON LIVE DRUMS OU SUPER DRUMS? PARTE 2
Na matéria do tutorial anterior falamos sobre o “Drum Rack” do pacote original do Ableton Live e comentamos sobre suas qualidades e algumas dificuldades que possam ocorrer ao longo de produções mais sofisticadas.
Lika Meinberg é produtor, orquestrador, arranjador, compositor, sound designer, pianista/tecladista. Estudou direção de Orquestra, música para cinema e sound design na Berklee College of Music em Boston.
A
gora, imagine o cenário: - Você inspirado, criando um Track Rítmico e desejando um novo Hi Hat (Ximbau). Então entra em um diretório das suas librarys com duas centenas de samples, como na imagem ao lado, para escolher outro sample..!! Para,.. para... tudo !!! Realmente não é produtivo, não é o processo para todos, mas muito do trabalho que exige inspiração, tocar em cima mesmo, ali no momento, se perde quando você tem que dar uma paradinha para acertar alguma coisa ou outra. Em uma interface como o Ableton Live totalmente customizável tudo pode ser automatizado para a performance e seria um desperdício não investir algum tempo de produção em um “Super Rack Drums”, como eu fiz!! Ok, sem mais delongas. Diretíssimo ao assunto! Abra o Ableton Live e no canto superior esquerdo, abra o Browser (ícone triângulo cinza caso não esteja aberto) vá m CATEGORIES / Drums / Drum Rack e arraste (ou dê um duplo clique) para um Track MIDI. Como mostra essa seta verde na imagem.
Drag HH
Em seguida, selecione no Browser (ainda em CATEGORIES) Instruments /...Sampler. Arraste o Sampler Intrument(!) para o primeiro Slot do Drums Rack (C1), exata-
Arraste Rack Drums
mente como mostra a imagem. Sim, você pode arrastar para os slots do Drums Rack outros instrumentos e até efeitos. Isso transforma o “Super Drums Rack” em um potente instrumento de produção. Em princípio, eu uso um Sampler Instrumen (slot C1) para Kick Drum (Bumbos), outro Sampler Instrument (slot D1) para Snares (caixas) e outro Sample Instrument (slot D#1) para os Hi Hats (Ximbau). Vem comigo! Após dar o primeiro passo arrastando o Sampler Instrument para o slot desejado no Drum Rack, selecione Zone
no Sampler Instrument (indicado pelo círculo vermelho) e vá à sua library ou diretório de Samplers/ Drums/Kicks (Bumbos)... Imagino que você tenha um monte deles! O Sampler Instrument comporta até 128 samples por Zona. Nesse caso, eu tenho 82 Kicks (bumbos) e nesse diretório eu selecionei todos com a tecla Shift acionada (seleciona o primeiro Sample + Shift + e o último) e arrastei, como indica a seta verde. O número de Samples selecionados é mostrado (sublinhado em amarelo), 82 de 82 Samples selecionados.
Kick Samples para o Rack
Repare que todos os Kick Samples (Bumbos) estão alocados agora no Sampler Instrument do Slot C1 e alinhado no Sample Layer List, veja na coluna abaixo (seta vermelha).
Samples alocados por Zona
Arraste o Sampler Ins
Toque então a tecla C1 (Dó 1) no seu teclado ou Controlador MIDI. Todos os Samples tocam ao mesmo tempo na mesma nota, né? Mas não é isso que queremos. Então vamos fazer alguns ajustes e automatizar esses Samples de modo que
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ABLETON LIVE| www.backstage.com.br 56
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O primeiro check mark em vermelho (ícone Key), mostra o Key Zone Editor, que permite a você definir e editar cada Sample alocado na Zone Layer. (Imagem a seguir). No segundo Check Mark em azul (o ícone Vel), permite editar Intensidade (Velocity) das notas para cada Zone Layer.
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eles possar tocar um de cada vez ao comando de uma instrução MIDI. Muito bem, em matéria anterior (Audio Effects Rack parte 2) eu expliquei o que são esses ícones na imagem a seguir. Farei uma breve recordação, mas eu sinceramente recomendo que vocês tenham em mãos esse material das matérias acima citadas. O primeiro check mark em vermelho (ícone Key), mostra o Key Zone Editor, que permite a você definir e editar cada Sample alocado na Zone Layer. (Imagem anterior). No segundo Check Mark em azul (o ícone Vel), permite editar Intensidade (Velocity) das notas para cada Zone Layer. Esse terceiro check mark em verde, ícone Sel (em que estaremos focados agora), permite que você selecione e distribua os Samples a serem tocados no Zone Layer. Essa barra horizontal laranja (selecionada pelo círculo vermelho) no Sample Selector Ruler (régua seletora) serve para você selecionar ou automatizar ao longo da régua como indica as setas em amarelo, os Samples alocados.
Agora os samples estão distribuídos (como mostra a seta azul) pelas 128 Zonas (0 ~ 127) do Zone Layer do Instrument Sampler no Slot C1 do Drum Rack (Ufa! mas é isso, leia de novo!). Movimente o Seletor com o cursor do mouse (barra laranja) e veja como os Samples se alternam à medida que a barra seletora se movimenta no Sample Selector Ruler (Régua Seletora de Sample - seta amarela). Muito promissor, hein? Agora vá com o cursor do mouse bem em cima do “Seletor” (laranja-check mark verde) e clique com o botão direito e “Map to Macro 1”!!
Remap Cursor
Então movimente o botão Macro (sample selector) e veja o Seletor (agora com uma setinha verde para indicar que está mapeado) obedecer ao comando.Você pode renomear esse botão com outro nome: Bumbo ou Kick, por exemplo.
Selector cursor
Agora com o botão direito do mouse, clique em cima das listras azuis e selecione Distributy Range Equaly, como mostra na imagem anterior. Movimento do seletor
Samples distribuídos
Bem, esse é o principio: vamos repetir o processo mais 2 vezes (ou mais, se preferirem ou precisarem) como previsto no início, usaremos mais duas instâncias do Sampler Instrument, para as Caixas (snare - slot D1) e Chimbaus (Hi hats - slot D#1). Mapear o Seletor a outro botão Macro (Macro 2&3) e renomeá-los. E esse é o resultado básico (Core) da nossa construção!
Final Super Drums Core
Agora crie um MIDI Clip no track do Drum Rack (em amarelo) e antes de salvar os seus Super Drum Rack, renomeie os Slots que você trabalhou com as instâncias do Sampler, dando o nome que preferir (como está indicado abaixo pela cor Rosa).
Criando MIDI clipe
Salve, por favor! Caso contrário, toda a programação estará perdida. Clique nesse ícone realçado pelo círculo vermelho e espere que o Ableton Live vai copiar os samples junto com o seu Drum Rack e isso leva alguns segundos.
Então, clique no MIDI Clip do Drum Rack que você adicionou e veja o resultado limpo e Pro, com poucos Pads para trabalhar em vez daqueles 16 Pads de sempre. Para timbres adicionais, basta agregar em outros Pads, desdobrando a interface ao clicar no Fold (circulo verde). Observe na janela em destaque pela seta Lilás (como ilustração somente) o interface desdobrado. Variações de samples de Bumbo - Caixa - Ximbau, basta programar (gravar) via MIDI, controlador, ou manualmente oscilando o botão Macro. Alguns de vocês que estão pegando esse tutorial agora podem argumentar se realmente vale a pena investir na construção desse Super Drum Rack, afinal o Ableton Live já fornece um Drum Rack bem eficiente em seu pacote de fábrica. No entanto, outros que seguiram os tutoriais anteriores com certeza vão entender o potencial do meu Super Drum Rack e vão, eu asseguro, ficar muito satisfeitos com as possibilidades musicais desse Instrument Rack refinado. Apliquem os fundamentos explicados nos outros Racks (Instrument Rack & Audio Effect Rack 1 e 2) e aprimorem o seu Drum Rack. Esse é o espirito da coisa, assim trabalhamos com o Ableton Live. Boas sorte a todos!
Para saber online
Salvando
Veja que no diretório Drum Rack agora aparece um file Drum Rack.adg (sublinhado em amarelo), que você deve mudar o nome da melhor maneira que lhe convier.
Facebook - Lika Meinberg www.myspace.com/lmeinberg
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ROLAND XP U M N O V O PA R Impossível relembrar a sonoridade da década de 1990 sem pensar nos teclados das linhas JV e XP da Roland. Usados por artistas dos mais diferentes estilos musicais, esses equipamentos traziam uma coleção de timbres criados pelos sound designers Eric Persing (leia-se Spectrasonics) e Ace Yukawa, sendo que muitos desses timbres ficaram imortalizados em obras discográficas daquela época.
C
omparar a tecnologia das workstations daquele tempo com a das workstations de hoje chega a ser até mesmo hilário. Para se ter uma ideia, o XP-80 tinha seus 640 timbres armazenados em apenas 8 MB de memória, capacidade que não comportaria sequer 1 timbre de piano acústico produzido nos moldes atuais. Porém, passadas quase duas décadas do reinado desses equipamentos, não é difícil encontrar músicos que ainda os utilizam e mais, chegam a preferir os destes aos sons trazidos pelos mais novos e mais poderosos teclados. Mas então o que está acontecendo com essa nova safra de teclados? É certo que o mercado mudou – e mudará constantemente – mas na verdade acredito que a Roland nunca mais conseguiu ser tão assertiva como foi naquele momento da história. Por isso, mais do que nunca os fabricantes entenderam que é vital ouvir o seu cliente, saber o que realmente ele quer e o que realmente ele precisa. Após lançar no início deste ano a linha FA (FA-08 e FA-06), redefinindo o seu conceito de teclado workstation, a Roland apresenta agora ao mercado o seu novo modelo de entrada, o XPS-10, teclado que, além de ser oferecido no mercado brasileiro com uma
Luciano Freitas é técnico de áudio da Pro Studio americana com formação em ‘full mastering’
boa relação custo-benefício, motivo capaz de conquistar muitos adeptos dos soft-synths, pretende resgatar os timbres que se tornaram padrão entre os tecladistas locais.
XPS-10 Seu gerador de sons conta com 16 partes multitimbrais e 128 notas de polifonia, oferecendo uma coletânea com mais de 1.500 timbres (chamados no equipamento de Patchs), muitos deles herdados de clássicos da Roland como os teclados XP-60, XP-30, D-50
S-10:
bre ou mesmo queira criar um personalizado, o usuário conta com a função “Sample Import”, que permite carregar no equipamento amostras de áudio (arquivos Wav/ 16 Bits) gravadas em um pendrive, as quais ficarão armazenadas em uma me-
CEIRO
um mesmo som) para diferentes regiões do teclado, poderá fazê-la por meio do modo split (que divide o teclado em duas regiões, superior e inferior) ou ativando o modo multitimbral do equipamento (chamado de modo Performance). A memória disponível para registro de dados do usuário comporta 128 alocações de Performance, 256 para Patch e 100 para o armazenamento de timbres favoritos (Favorite), sendo estes recuperados imediatamente ao toque de até dois botões. Além da vasta biblioteca sonora, o Roland XPS-10 permite ao usuário disparar arquivos de áudio (nos formatos WAV, AIFF e MP3) diretamente de um pendrive a ele conectado por meio de um conjunto de 6 almofadas (função Audio Pads) localizadas no seu painel frontal. Esses arquivos de-
S A U S S A RA CAIS
PVAE N T U R A S M U S I A
e JUNO-Di, além de fantásticos sons derivados das placas de expansão da linha SRX. Essa vasta biblioteca de timbres atende às necessidades de praticamente todos os estilos musicais contemporâneos, trazendo uma grande variedade de sons de pianos acústicos e elétricos, órgãos, cordas, metais e sinteti-
zadores, entre outros instrumentos essenciais para qualquer tecladista. Mesmo assim, caso sinta a falta de algum tim-
mória não volátil (não se apagam ao desligar o teclado) de 32 MB. Definida a afinação de referência (Original Key) e, caso necessários, os pontos de repetição (loop do arquivo), a amostra de áudio será automaticamente endereçada às teclas do keyboard com as afinações
adequadas, começando em duas oitavas acima da tecla ajustada como referência e estendendo-se até a nota mais grave do teclado. Se o usuário ainda quiser atribuir sons distintos (ou outras amostras de áudio de
verão ser organizados previamente no pen-drive (com o auxílio de um computador) em grupos de 6, de modo que o nome do arquivo permita definir a sequência (em ordem alfabética) em que serão atribuídos a cada um dos pads. Os Audio Pads também podem ser usados para tocar os ritmos inter-
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Como não poderia ser diferente, o XPS10 vem equipado com uma seleção de efeitos profissionais com qualidade de estúdio, os quais permitem dar aquele “toque final” aos seus timbres.
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XPS-10 - Audio Pads + Sound Modify
nos do XPS-10 (24 grupos x 6 pads), fornecendo uma forma conveniente de acompanhamento para ensaios, improvisos e execuções “ao vivo”. Como não poderia ser diferente, o XPS10 vem equipado com uma seleção de efeitos profissionais com qualidade de estúdio, que permitem dar aquele “toque final” aos seus timbres. Operando no modo Patch, o equipamento carrega simultaneamente efeitos de reverb, chorus e 1 processador MFX, sendo que este possui 78 diferentes algoritmos para a sua escolha (2 processadores de efeitos MXF quando nos modos Split ou Dual e 3 quando no modo Performance). Na seção de controladores, o equipamento conta com a já tradicional alavanca de Pitch Bend e Modulation, encontrada nos principais teclados do fabricante e com uma entrada para pedal com função selecionável, trazendo também uma nova seção chamada “Sound Modify”. Nesta seção, formada por 9 controladores deslizantes, cada qual responsável por modificar uma característica sonora, o usuário conseguirá editar em tempo real
os parâmetros como Cutoff (ajuste da frequência em que o filtro começa a ser aplicado ao timbre), Resonance (reforço na região das frequências vizinhas da frequência de corte), Attack (intervalo de tempo entre acionamento da tecla e o seu volume máximo) e Release (intervalo de tempo existente entre o soltar a tecla e o desaparecimento total do som), atuando os demais como controladores de volume das seções Upper 1 (patch principal), Lower 2 (patch secundário, quando habilitado o modo split ou dual), Audio Pads, Chorus e Reverb. Montado em um gabinete com 61 teclas sensíveis ao toque, o XPS-10 traz também como ponto positivo a sua portabilidade - pesa apenas 4 kg, sendo o mais leve entre todos os modelos com 61 teclas produzidos atualmente pelo fabricante -, característica cada vez mais procurada pelos profissionais que necessitam transportá-lo diariamente para diferentes lugares.
Para saber online luciuspro@ig.com.br
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TECNOLOGIA| CUBASE | www.backstage.com.br 62
CUBASE7.5 Olá amigos, A partir desta edição teremos uma série de artigos mostrando as ferramentas de produção musical do Cubase para o trabalho com loops, ajustes de tempo, áudio warp, quantização de múltiplos canais simultâneos, utilização dos hitpoints, detecção de tempo e muito mais.
LOOP MUSIC NO CUBASE
PARTE 1 Marcello Dalla é engenheiro, produtor musical e instrutor
M
uitos usuários do Cubase não conhecem todo o potencial dos recursos disponíveis para o trabalho de manipulação de arquivos de áudio e MIDI em relação ao tempo musical, valorizando grooves não só de percussão, mas de qualquer instrumento ou mesmo voz. O Cubase proporciona um arsenal de possibilidades para que possamos produzir a coesão musical dos elementos de uma forma essencialmente artística e sólida, sem ser mecânica. Algoritmos de
“time warp” (ajuste ao tempo) e de “slice” (fatiamento de arquivos com base nos hitpoints ) trabalham com algoritmos de ajuste como o elastique-pro e que, aliados a técnicas de quantização refinadas, permitem uma infinidade de possibilidades musicais. Nossos tutoriais serão essencialmente práticos e detalhados para que possamos entender a implementação destas ferramentas com precisão. O Cubase tem uma linha de raciocínio que integra estas
Figura 1 - Loop de batera importado na sessäo, fora do metronomo
ferramentas e o entendimento dela é que proporciona bons resultados. É importante que vocês sigam a sequência dos artigos e pratiquem passo a passo. Os tutoriais são progressivos. Vamos a eles. A Figura 1 mostra uma sessão de trabalho inicial no Cubase na qual importamos um arquivo contendo um áudio mixado de batera. O clip ainda não está ajustado ao andamento em bpm (metrônomo) da sessão. Simplesmente importamos um clip de áudio que ainda não definimos se é um loop e que pode ser de alguma livraria ou resultado de algum áudio que gravamos e editamos cortando um número definido de compassos. A definição de que de fato será um loop perfeito virá mais adiante. Já neste ponto inicial devemos estar atentos a detalhes importantes na manipulação dos arquivos de áudio que terão esse tratamento de loops; 1) SNAP E GRID - O Cubase tem uma função denominada Snap que coloca os clips de áudio e MIDI em posições musicais definidas pelo campo grid. A figura 2 mostra o comando de ativação da função Snap no painel principal. A figura 3 mostra as opções de referências para o Grid. A partir desse momento os deslocamentos dos arquivos, notas MIDI e as edições dos limites de cada clip vão obedecer à referência dada pelo campo Grid. Por exemplo: se deslocarmos nosso clip de áudio ao longo da timeline com o Snap ativado em Grid “Bar”, coFigura 2 - Ativação da função Snap mo na figura, o arquivo vai estar ”magnético” em cada início de compasso. Ou seja, quando deslocamos ele já vai direto para o início de cada compasso. Se o Grid estiver selecionado em Beat, cada tempo de compasso se torna “magnético” para os clips e notas MIDI e eles têm seus pontos de início posicio nados exatamente sobre esta referência. Estejam SEMPRE atenFigura 3 - Referências da função Snap tos, pois em nosso processo de edição teremos situações em que este comando deve estar ou não ativado. Continuando nossa sequência com nosso primeiro clip de áudio, notamos que é interessante manter o Snap ati-
vado no momento de posicionar este clip para que seu início esteja sobre uma referência de compasso no primeiro tempo. Na figura 1 já posicionamos no tempo 1 do compasso 1, mas podem haver situações em que a edição esteja localizada no meio de uma música e aí vale a ativação do Snap para referenciar a um compasso. Vamos dizer que este primeiro clip de batera não seja um loop perfeito. Que editamos a partir de uma gravação e queremos definir este loop. Vamos ouvir repetidamente este clip e achar o “ponto de loop” para que ele fique musical, contínuo e sem “pulos”. Reparem que não vamos fazer esta edição com base em metrônomo, pois o clip originalmente ainda está fora do bpm da sessão. Desligamos a função Snap neste momento e vamos trabalhar no limite direito do nosso clip para ajustar seu ponto exato de retorno. Aí surge um novo comando importante: 2) SNAP TO ZERO CROSSING (Figura 4) - Este comando é importantíssimo para a qualidade sonora. Ele determina que todas as edições de corte de clips de áudio, ou de ajuste de limites do clip, sejam feitos somente em pontos de valor “zero” do sampler, quando o sampler cruza o eixo zero de valor. A ativação desta função garante que o ponto de loop não vai apresen- Figura 4 - Snap to zero crossing tar clicks digitais, mas devemos ter a percepção de que nem sempre será o melhor ponto de loop. Por isso cabe aqui uma audição minuciosa do áudio em bons monitores e até mesmo em fones para achar o melhor ponto e experimentar com e sem o Zero Crossing ativado. Após determinarmos o ponto de loop correto, desliga-se o Snap to Zero Crossing para evitarmos erros de Snap e Grid quando estivermos editando os loops sobre o metrônomo. Com esses procedimentos já preparamos nosso primeiro clip para ser loop real, podemos editá-lo e combiná-lo com outros arquivos fazendo variações de andamento e quantizações. 3) HITPOINTS - Notem que na waveform do clip existem traços verticais em pontos específicos de ataque. São os chamados Hitpoints (Figura 5). Eles são transientes de ataque e nossas referências de pontos de quantização e de Slice (fatiamento) que
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Figura 5 - Hitpoints, vista das linhas verticais na janela de projeto
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Com 2 cliques sobre o nosso clip chegamos no Sample Editor da figura 6 que nos mostra em detalhes as funções de edição sobre nosso sampler.
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Figura 6 - Sample editor com a aba Hitpoints selecionada e detalhe do threshold
veremos adiante. São importantíssimos. A detecção dos Hitpoints é feita automaticamente sempre que gravamos ou importamos um arquivo de áudio para a sessão. Experimentem importar arquivos diversos e observem como os Hitpoints são determinados. Com 2 cliques sobre o nosso clip chegamos no Sample Editor da figura 6 que nos mostra em detalhes as funções de edição sobre nosso sampler. No lado esquerdo clicamos na aba Hitpoints e logo abaixo ativamos o botão Edit Hitpoints. Através do slide de Threshold controlamos a “sensibilidade” da detecção destes transientes, o que determina maior ou menor quantidade de pontos. Isto será importante para que possamos trabalhar referências musicais sobre compassos. Exercício: Importem outros arquivos de diferentes fontes (percussões, vozes, teclados) e editem seus Hitpoints. Neste primeiro tutorial te-
mos então: Snap e Grid, Snap to Zero Crossing e Hitpoints como funções básicas de manipulação. Pratiquem estas funções para seguirmos no próximo artigo com o ajuste do Loop ao tempo da sessão. Usem Loops prontos de livrarias e gravações próprias. Criem Loops sem se preocupar com o metrônomo, por enquanto. Vem muita coisa por aí e esta base é importante. Até a próxima. Não percam! Abraço.
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MAS E O
PREAMP? Jorge Pescara é baixista, artista da Jazz Station e autor do ‘Dicionário brasileiro de contrabaixo elétrico’
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GRAVAÇÃO DE BAIXO ELÉTRICO No último artigo falamos sobre como gravar o baixo usando um direct box. Agora chegou a vez de tratarmos de um dispositivo que pode dar ‘vida’ à sua gravação. Entre o d.i. e a daw ou mesa de gravação, podemos ter um... Preamp!
M
uitos são os pré-amplificadores disponíveis no mercado. E como todos os equipamentos atuais, um bom hardware pode ser obtido com, relativamente, pouco dinheiro investido. Com opções para todos os gostos, podemos dividir os preamps hardware ideais para se gravar contrabaixo, em 3 categorias: 1) preamps dedicados especificamente para o contrabaixo (pedais, racks, onboard, etc);
2)preamps para microfone; 3)preamps de mesa de gravação (tipo neve, por exemplo). Destas três vertentes, podemos extrair mais três subdivisões, à saber: os valvulados, os transistorizados e os híbridos (juntando as duas opões anteriores em um mesmo equipamento). Claro que, o fator gosto pessoal, muni-
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BAIXO ELÉTRICO| www.backstage.com.br 68
A PERGUNTA QUE NÃO QUER CALAR Para que temos que colocar um preamp, logo após o d.i., se isto, por sí só, já funcionava? Para melhorar, expandir, adicionar ‘cores’ (boost em certas frequências para destacar mais o timbre), enfim, o preamp serve como uma ferramenta indispensável para se atingir estes patamares.
Não nos esqueçamos de que alguns modelos de direct boxes vem com preamps onboard, mas os mais dedicados são apenas d.i.s ativos ou passivos, transistores ou valvulados. A partir daí, optamos pelo preamp (as vezes, uma questão de ‘aquele
que se tem a mão’) e começamos a ‘colorir’ a sonoridade do baixo.
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ção mais quente no estilo valvulado ‘levemente’ distorcido,
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ciado de ‘bagagem rodada’ e equilíbrio na hora das escolhas, afetam diretamente o resultado. Porém, trataremos a questão independentemente de qual for o preamp selecionado!
Claro que, o fator gosto pessoal, municiado de ‘bagagem rodada’ e equilíbrio na hora das escolhas, afetam diretamente o resultado. Conforme o estilo pretendido a coisa vai pra uma certa direção: 1)blues, r&b, soul, dub, reggae, samba... Estes estilos tem o foco no groove de baixo grave e profundo; 2)rock, punk, metal, experimental... Estes já tem uma op-
3)jazz, mpb, pop, country... Nestes aqui, por outro lado, a questão geralmente vai mais por um som limpo e um espectro de frequências mais amplo.) Se a opção é por um som quente e pela distorção, então o preamp valvulado é a escolha certa. Deve-se
sempre ligar o preamp com uns minutos de antecedência para esquentar (ao pé da letra) a(s) válvula(s). Adicionando ga-nho logo na entrada, sobrecarrega-se à válvula e, assim, obtemos o timbre levemente distorcido. Para todos os modelos de preamp, o principal é equalizarmos o baixo de modo a soar natural para o estilo pretendido, sem aqueles excessos que, prejudicam mais do que ajudam. Descontando que os graves e agudos devem ser usados com bastante moderação, a região média é onde se concentra o maior problema no quesito ‘fazer o baixo soar corretamente’. Com o bumbo e o baixo brigando na região dos 60hz, um corte nestes graves do baixo são sempre bem vindos. Deste ponto, o ideal é verificar a região mais ampla do 1khz até os 3khz.
Como alguns modelos de preamps já comportam equalizadores com a ferramenta de controle paramétrica (onde se pode escolher a faixa de freqüência de atuação, o ganho e a abertura ‘q’ desta ação), os ouvidos, o gosto pessoal e o estilo musical do projeto determinam o seguimento dos ajustes do baixo. Um fator primordial para qualquer músico que queira exercer a função de técnico de som ou de gravação (até mesmo para poder fazer a própria gravina em seu home studio), é ouvir todo e qualquer tipo ou estilo de música existente. Não para criticar, mas para prestar atenção à mixagem, aos timbres e às nuances que o arranjo daquela gravação possui. A internet está aí para facilitar a vida de todos com possibilidades infinitas de ferramentas para audição de sons do planeta música, chamado ‘terra’... Boa gravação, boa pesquisa, bons estudos e... Nos vemos... Por aí! ;) Paz profunda .:.
Para saber online
jorgepescara@backstage.com.br http://jorgepescara.com.br
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ENTREVISTA| www.backstage.com.br 70 No dia 24 de outubro, em passagem pelo Rio de Janeiro, o vice-presidente de Vendas da Digico recebeu a equipe de reportagem da Revista Backstage para um batepapo durante café da manhã no Hotel Windsor. Ian Staddon falou sobre os planos da empresa na América Latina e Brasil e sobre as novas tecnologias que a Digico vem desenvolvendo ao longo dos anos.
Danielli Marinho redacao@backstage.com.br Fotos: Ernani Matos / Divulgação
N O D D A IAN SENTTE DE VENDAS DA DIGICO VICE PRESID
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ackstage - Antes de entrar na Digico, o senhor trabalhou em outras empresas na área de áudio. Como foram essas experiências? Ian Staddon - Sim, trabalhei por 20 anos na Harman e em anos anteriores em outras empresas; então venho de um mercado de áudio e broadcast. Por conta disso, minha experiência em estúdio de gravação é um pouco limitada e ao longo de 20 anos esse mercado mudou muito, pois tínhamos grandes estúdios e grandes consoles, e hoje gravamos em pequenos boxes e um PC. Backstage - Conforme o senhor disse, os estúdios vêm diminuindo ao longo dos anos. No entanto, tem sido feito algo para cobrir essa lacuna? A Digico vem investindo mais em
broadcast e live sound do que em estúdios, por exemplo? Staddon - O mercado não tem mais muitas companhias produzindo para estúdios e a Digico tem investido em soluções pós-produção para o mercado de gravação, desenvolvendo pequenas interfaces que permitem gravar em 28 canais em um PC. Então não acredito que vamos produzir consoles voltados somente para o mercado de estúdios de gravação. Backstage - Desde que está na Digico, quais foram as principais ações e metas alcançadas? Staddon - Bem, quando eu me juntei à Digico, a empresa já era um sucesso, então acredito que minha experiência na Harman como vendedor mundial desenvolvendo diversas formas de negóci-
os foi o diferencial e também a experiência de ter atuado em diferentes mercados desenvolvendo diferentes habilidades. Então acredito que, com isso tudo, fui capaz de desenvolver alguns mercados em que não éramos muito fortes, com a ajuda de uma equipe muito boa. Temos que levar em conta que o mercado de áudio é muito pequeno em termos de número de pessoas quando você compara ao mercado de comunicação ou de TI. Backstage - Quando diz que é um mercado pequeno, mesmo com o setor de broadcast, ainda o considera pequeno? Staddon - Eu acho que o tamanho é relativo. O mercado de broadcasting hoje, de uma forma geral, é abrangente quando você vê feiras como a NAB , em Las Vegas, mas o segmento de áudio é pequeno. Se
tiver 10 estandes, três quartos sao dedicado ao áudio, os demais são dedicados ao mercado de informática, câmeras e vídeos, programas de produção. Então broacasting é muito abrangente, mas no caso de broadcasting ou áudio é relativamente pequeno. Backstage - Existe alguma possibilidade desse mercado se desenvolver e se tornar maior? Staddon - Eu acredito que a tecnologia de ponta está crescendo no mercado, por causa da oportunidade de muitos outros países atuarem nele. Então vem crescendo nos últimos dez anos e o Brasil é um mercado interessante do ponto de vista do broadcast. Tradicionalmente, há uns vinte anos atrás, a maioria dos consoles eram usados no Brasil para o “ao vivo” e a TV Globo foi uma das primeiras que adotaram os consoles
Digico para pós produção de TV. Eles escolheram um console para som ao vivo. Então acredito que seja um mercado crescente e de desafios. Backstage - A Digico desenvolveu os consoles para broadcast SD7B e SD-10B: quais as características desses consoles? Staddon - A produção da Digico foi bastante inteligente no desenvolvimento do programa. Nossa diferença para os outros consoles é no DSP, porque desenvolvemos com o FTPA, que é um programa que permite mudar as funções e mudar para diferentes softwares sem ter que mudar o hardware. O software de broasdcast, por exemplo, dá uma gama de funções para broadcast. Não diria que eles seriam consoles 100% para estúdio de broacast, mas podem atender ao ambiente de broadcast.
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Recentemente começamos a trabalhar com duas empresas fabricantes de consoles de áudio, então é um grande investimento colocar essas três companhias juntas: um grupo dedicado a broadcast e a Allen&Heath.
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Staddon e Suzuki no Rio de Janeiro
Backstage - E para o mercado de live sound, existe algum investimento? Staddon - Quando se fala em live sound existe muita demanda e em muitos aspectos você pode fazer ao vivo. E o mercado de live sound para a Digico é muito importante, por isso também desenvolvemos softwares que atendam ao teatro, por exemplo. Backstage - E quais foram os recentes investimentos da empresa? Staddon - Recentemente começamos a trabalhar com duas empresas fabricantes de consoles de áudio, então é um grande investimento colocar essas três companhias juntas: um grupo dedicado a broadcast e a Allen&Heath. Em termos de investimentos, foram alguns muitos dólares, então pode imaginar que também foi um longo processo até mesmo de questões legais. Backstage - E quais são os principais planos da Digico para o mercado global, bem como para a América Latina?
Staddon - Queremos vender mais (risos). Estamos investindo mais na América Latina e no Brasil, que tem um ótimo mercado de live sound. O mercado é um dos maiores do mundo, provavelmente maior que da Europa. Mas um dos maiores desafios é educar as pessoas a usarem os consoles Digico, porque percebemos que quando um engenheiro de som diz que não quer o console Digico não é porque ele não goste, é porque ele não sabe usar. Backstage - E como vocês pretendem mudar isso? Stadden - Promovendo suporte e educação. Esse é nosso maior desafio, treinar e permitir que as pessoas se envolvam por meio de treinamentos e suporte. Umas das estratégias aqui na América Latina é que também estamos tentando nos desenvolver nos mercados menores, em que as verbas não sejam tão grandes, e até mesmo permitir que esses shows menores tenham acesso a equipamentos com tecnologia de ponta.
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A tecnologia Ribbon driver representa o próximo passo na evolução dos projetos de caixas acústicas, proporcionando clareza aprimorada, redução drástica da distorção e resposta transitória ultrarrápida. Os sistemas profissionais de caixas acústicas que utilizam Ribbon Drivers foram desenvolvidos para uma série de aplicações e empregadas com sucesso em situações de alta demanda, em que se exigem altos níveis de saída, áudio de alta qualidade e altos índices de confiabilidade.
T E C N O L O G IA
RIBBON DRIVER
*Craig Sholder redacao@backstage.com.br Fotos: Divulgação
E SISTEMAS DE CAIXAS ACÚSTICAS LINE ARRAY
O
recurso chamado Ribbon Drivers consiste em uma fina película metalizada muito resistente e leve (de poliaimida ou PEN) com linhas de circuito
impresso suspensas em meio a um conjunto de componentes magnéticos de neodímio. São radiadores diretos que não requerem uma corneta para produzir som.
Quando a corrente alternada proveniente de um amplificador é aplicada sobre a película, isso faz com que ela seja alternadamente repelida e atraída pelos elementos magnéticos. Essa vibração da película gera ondas sonoras diretamente. Utilizados como drivers de alta/média frequência, os ribbon drivers atuais oferecem dispersão ampla, até mesmo horizontal, e são capazes de funcionar em alta potência e com altos níveis de saída. Comparação: drivers de compressão vs. ribbon drivers Como funcionam os diferentes tipos de drivers
Ribbon Drivers: resposta mais rápida
Os projetos tradicionais de caixas acústicas são baseados em uma tecnologia de drivers de compressão e emissão por uma corneta. Esse tipo de projeto envolve um diafragma metálico com uma bobina de voz envolvida por um ímã. Esses elementos são fixos no interior de um compartimento com uma abertura em uma das extremidades, em frente ao diafragma. O diâmetro dessa abertura é menor do que o do diafragma. Uma corneta é fixada na abertura do compartimento do driver de compressão, proCraig Sholder porcionando o cona bobina de voz está sujeita à comtrole da diretividade. pressão da potência e à perda de saQuando a corrente alternada de um amplificador é aplicada à boída de alta frequência, com o tempo. Em comparação aos drivers de combina de voz, isto faz com que a bobina e o diafragma a ela conecpressão, a massa extremamente baixa do diafragma feito com a pelícutados sejam repelidos e atraídos alternadamente pelo ímã. Essa vila permite uma resposta transiente bração do diafragma gera ondas muito mais rápida e utiliza uma sonoras que são comprimidas atraconfiguração de radiador direto. vés da abertura e em seguida expanAs ondas sonoras de um Ribbon didas através da corneta. Driver não são comprimidas e em Esse processo de compressão tenseguida expandidas através de uma de a gerar distorção e fragmentacorneta – e isso reduz a distorção, ção em alta frequência. Distorção elimina a fragmentação em alta adicional pode ainda ser gerada frequência e proporciona resposta pelas interações entre as ondas sode alta frequência estendida. Além noras e a corneta, devido às refledisso, uma vez que os Ribbon Drixões e à reverberação. Além disso, vers não têm uma bobina de voz e
Ondas sem compressão: redução da distorção, eliminação da fragmentação em alta frequência e resposta de alta frequência extendida
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utilizam linhas de circuito impresso sobre um diafragma em seu lugar, eles não sofrem compressão de potência.
PADRÕES DE DISPERSÃO DOS DRIVERS O som produzido por uma fonte pontual de driver resulta em uma propagação esférica padrão, que se difunde igualmente em todas as direções. Isto requer o uso de uma corneta para permitir o controle da diretividade, que pode gerar reflexões detrimentais e reverberação no interior da corneta, bem como um aumento dos efeitos de lóbulos (lobbing). Em contraste, o som produzido por uma fonte em linha com Ribbon Driver resulta em um padrão de propagação cilíndrico, que apresenta dispersão horizontal ampla e dispersão vertical controlada. Além disso, os níveis de pressão do som (SPL – Sound Pressure Levels) produzidos por um sistema de fonte em linha decai na metade da potência de um sistema de fonte pontual (3 dB por unidade de distância vs. 6 dB por unidade de distância), o que resulta em SPL mais uniforme em toda a área de dispersão do som.
como música ao vivo, eventos de grande porte, estádios e festivais a céu aberto. O desempenho sonoro superior da tecnologia line array também beneficia aplicações fixas em diversos tipos de instalações, como cinemas, templos religiosos, boates e tantas outras.
VANTAGENS: MATRIZ EM LINHA COM RIBBON DRIVER Os Ribbon Drivers são os dispositivos ideais para as composições de matriz em linha, devido ao seu padrão de propagação cilíndrica. Uma vez que os Ribbon Drivers não requerem cornetas, eles podem ser bem mais compactos que os tradicionais drivers de compressão com cornetas. Desta forma, são perfeitamente adequados para a composição de uma matriz em linha compacta em um compartimento único, seja o projeto em linha reta ou articulado. Uma matriz em linha baseada em Ribbon Drivers é uma verdadeira fonte de áudio que produz propagação cilíndrica como padrão. É capaz de produzir dispersão horizontal muito mais ampla e dispersão vertical altamente concentrada, com SPL (nível de pressão sonora) coerente por toda a área de dispersão. A combinação das características superiores dos Ribbon Drivers com os fatores comprovados de desempenho e confiabilidade de um sistema de matriz em linha proporciona diversas vantagens sobre os sistemas tradicionais de áudio com drivers de compressão e fonte pontual.
TECNOLOGIA LINE ARRAY Os sistemas tradicionais de caixas acústicas com matrizes em linha (line array) foram criados com o empilhamento de múltiplas cabines idênticas de alto-falantes, umas sobre as outras, criando uma matriz reta e vertical. A configuração de matrizes em linha pode proporcionar um padrão de dispersão cilíndrico em uma área grande. Desta forma, as matrizes em linha se tornaram padrão no setor de áudio profissional como reforço de potência sonora e sistemas voltados a grandes públicos, em aplicações
CONCLUSÃO A combinação de Ribbon Drivers com matrizes em linha oferece vantagens de desempenho de áudio distintas em comparação à tecnologia tradicional de caixas acústicas e às configurações tradicionais de drivers. O uso de Ribbon Drivers em projeto de matriz em linha em um único compartimento torna o sistema excepcionalmente compacto e de alta performance. *Craig Sholder é vicepresidente para desenvolvimento de negócios da Christie.
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LOUNGE Exigente com a ocupação de espaço na sua sala? Quer “esconder” o som ou simplesmente torná-lo “invisível” no ambiente? Acredite, isso já é possível gastando muito pouco.
CUBE BORNE SIMPLES E GENIAL Gustavo Victorino victorino@backstage.com.br Fotos: Ernani Matos / Divulgação
L
ançado com sucesso na Expomusic 2014, o Lounge Cube fabricado pela Borne oferece uma solução simples e classuda para quem procura racionalizar espaços num ambiente de até 100 metros quadrados. Criado pelos engenheiros da empresa de Guarulhos (SP), o equipamento esconde um interessante sistema
com Bluetooth, Rádio FM, entrada USB e cartão SD. No formato de um Puff quadrado clássico, o aparelho é discreto, bonito, bem acabado e simplesmente genial no seu conceito e proposta. Construído em vinil resistente e alimentado por uma pequena fonte automática 110/220v, o sistema tem prote-
ção térmica do conjunto eletroeletrônico e vem equipado com dois falantes laterais que entregam uma potência interessante para
quem quer um som ambiente limpo e agradável. O Lounge Cube oferece ainda conexões auxiliares para todos os
equipamentos da Apple e celulares de qualquer marca, saída de linha para expansão com outro modelo idêntico ou a opção passiva, também oferecida pela Borne. Confortável e prático, traz ainda um compartimento porta objetos com abertura pneumática sob o assento. Nos comandos ao lado do painel digital, as opções de volume, graves, médios e agudos, além de um controle remoto que acessa todo o sistema, fazem da proposta uma opção definitiva para quem quer charme e elegância no ambiente profissional ou residencial. Disponível em várias cores, inclusive no padrão “hollywood”, o Lounge Cube Borne se mostra mais uma interessante sacada da empresa liderada pelos irmãos Edson e Walter Campanudo e que conquistam espaço com criatividade e bom gosto.
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VITRINE ILUMINAÇÃO| www.backstage.com.br
CADERNO ILUMINAÇÃO
PLATINUM PROFILE LED www.elationlighting.eu Usando uma alta performance de 180W LED, o que dá o equivalente em nível de potência a 575W, esse equipamento com sistema de 4 palhetas flexíveis e molduras rotativas permite que o beam seja configurado e os angulados com os requeridos para um realce preciso tanto em sets de peças quanto em performances, ou apenas quando usado para criar projeções pendentes ou efeitos no ar. Um controle individual de cada posição da palheta e dos ângulos permite um controle maior do campo de iluminação com menos vazamento de luz. Os 180W LED emitem um total de 9 mil lumens, enquanto o equipamento consome um total de apenas 250W. O Platinum Profile LED é controlado em 3 modos DMX (24/26/ 36 canais) e 6 botões controláveis no painel.
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KREIOS G1 www.projetgobos.com.br Estilo, Beleza e Praticidade. Essas três palavras definem bem o Kreios G1, o projetor de gobos que garante o seu show. Projeção de imagens nítidas e de perfeita visualização, até mesmo em ambientes bem iluminados são os seus principais diferenciais.
WASH BAR LED 9X15W BW www.star.ind.br A Star Lighting Division apresenta a Wash Bar LED 9x15 BW, uma Ribalta Wash com tecnologia e inovação para o mercado de iluminação, pois traz a possibilidade de ser utilizada totalmente sem fios, desde o sinal DMX, uma vez que está equipada com o sistema DMX Wireless da Star Lighting Division e com uma bateria, com autonomia de até 11 horas. Sua estrutura conta com 9 LEDs de 15W com ângulo de abertura de 25°, sendo operada em 5 ou 9 canais DMX. Tem ajuste manual de tilt de 150°, pesando apenas 5,5 Kg. Uma ótima opção para os profissionais de iluminação nos ambientes onde não há possibilidade de trabalhar com fios e que buscam facilidades em transporte, instalação e operação.
USA LIQUIDS www.usaprofissional.com Fiel ao seu nome, os fluidos da linha Profissional USA LIQUIDS tornam qualquer produção mais próxima do êxtase visual. É a solução que vai fazer qualquer evento se destacar. Projetados para todos os tipos e configurações de máquinas, os fluídos serão capazes de projetar os mais incríveis e dinâmicos efeitos, proporcionando o mais alto impacto visual na produção dos feixes de luz e com o mais alto e brilhante contraste de cores. São indicados para uso em iluminação profissional, shows, eventos de grande porte, instalações permanentes em teatros, hotéis, cruzeiros, clubes, boates, danceterias, produções artísticas de cinema e TV. O produto é importado e distribuído pela USA PROFISSIONAL DO BRASIL Tecnologias para Shows.
G-SPOT www.hotmachine.ind.br Com o lançamento do G-Spot, a SGM passa a oferecer um moving head spot IP-65 com inúmeras funcionalidades. Baseado na revolucionária tecnologia P-5, que inclui maior saída luminosa e equipamento com classificação IP, o objetivo é oferecer um equipamento que supere desafios (condições adversas como chuva e umidade) sem comprometer a intensidade luminosa e qualidade da projeção, diminuindo também o efeito de arrefecimento. Entre as características do equipamento, destacam-se 540 graus de movimento de pan, 16 bit de controle preciso, 270 graus de movimento de tilt, ultra alta velocidade de efeito strobo (1-50Hz), acelerômetro, filtro de frost maleável de alta qualidade, 4 facetas de prisma rotativo, 2 rodas de efeito independentes e 850W de fonte de luz de LED RGB de alta potência.
BUTTERFLY www.proshows.combr Uma novidade que chegou ao mercado profissional como mais uma opção de qualidade em 2014 é o Buttterfly, da ACME. Design compacto e efeitos dinâmicos, o equipamento impressiona pela amplitude dos efeitos. O modelo trabalha com duas ribaltas de 4 LEDs de 8W cada, que movimentam-se independentes, proporcionando fachos fortes multicoloridos. São 8 LEDs RGBW Quadriled, com 4 canais DMX e controle simples CA-8 para escolha de mistura de cores desejada. Trabalha com 110V-240V e 50/ 60 Hz, dimmer 100% ajustável e strobo variável. O Butterfly da ACME segue a tendência de LED, proporcionando alta performance e baixa manutenção.
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GLP PREMIADA NO WFX Pelo terceiro ano consecutivo, a GLP conquista um prêmio baseado em tecnologia LED usada em seus produtos. A empresa venceu na categoria Melhor Moving Light no prestigiado Worship Facilities (WFX) New Product Technology Awards.
JEREMY RUGGLES NA 5 STAR CASES
NOVO SOFTWARE MARTIN
A 5 Star Cases anunciou Jeremy Ruggles como novo gerente de contas O profissional vai dividir seu tempo entre o escritório da 5 Star e a estrada, visitando clientes no Reino Unido, desenvolvendo novos negócios e aumentando o networking. Em seu currículo, uma vasta experiência nos mercados de pro fotografia, video e broadcast, além de ter trabalhado por mais de 10 anos como fotógrafo freelance em Londres e como gerente de vendas de produtos fotográficos na gigante Calumet.
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RÁPIDAS & RASTEIRAS| www.backstage.com.br
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A Martin Professional acaba de anunciar a mais recente versão do software para o P3 System Controller, da família de processadores de videos de LED e referência para os padrões de integração entre video e iluminação. A versão 3.1.0 inclui um sistema de preset melhorado, ferramentas para desenvolver projetos criativos e ainda comporta característica adicional que melhora a função, ficando mais fácil de usar. A atualização do sistema de preset do software permite que a posição e rotação de um equipamento ou de um grupo de equipamentos seja armazenada permitindo chamadas
rápidas de diferentes layouts dentro da mesma cena, fazendo desta nova versão a ideal para eventos com cenários móveis bem como grandes festivais. Outra melhora considerável diz respeito ao suporte completo de copy/paste para grandes setups, além da melhora na biblioteca de equipamentos, permitindo um panorama melhor, e da automação integrada que suporta o Tait Navigator, o Kinesys K2 e o Kinesys Vector. Essa nova versão está disponível para todos os Martins P3-100, P3-200 e P3-PC System Controllers. Mais informações também no site www.martin.com
ELATION NA COMÉDIA ALEMÃ A LichtUnit GmbH ficou encarregada de desenvolver o design de palco e o conceito de iluminação para o programa de TV do comediante alemão Marc Metzger, que comemorou o 25º aniversário. O LD usou os equipamentos Elation, que ganharam prêmio pelos multiefeitos e simulação de laser. Conhecido por suas performances hilárias, Metzger ganhou fama quando atuou na “Dä Blötschkopp” e é um dos mais populares artistas no famoso carnaval de Colônia, na Alemanha.
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Robe na África do Sul A empresa de iluminação MGG, da África do Sul, recentemente escolheu os equipamentos Robe para fazer a produção técnica geral - incluindo rigging, trussing, iluminação, sonorização e video - de um evento corporativo e incluiu uma série de equipamentos da marca na lista. Segundo
os organizadores, o design de luz tinha que ser flexível, dinâmico e multifuncional, e a Robe foi uma das escolhidas pelo LD François van der Merwe. O evento ainda terminou com uma surpresa: a participação dos presentes e ainda um duo com o lendário Eurithmics Dave Stewart.
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REPORTAGEM| www.backstage.com.br
CADERNO ILUMINAÇÃO
A XL VÍDEO NO BAFTA A XL Video foi a responsável por fornecer o conteúdo e controle dos painéis de LED no 2014 BAFTA Cymru Awards, evento realizado no dia 26 de outubro no Millennium Centre, em Cardiff, e que celebra as melhores produções das indústrias de televisão e cinema no País de Gales. A XL Video forneceu uma tela LED
de 15m de largura por 4,2 m de altura, formada a partir de uma combinação da ROE MC-18T e produtos MC-T7. Os MC18 formaram a maioria da tela com uma alta resolução de tela MC-7 de 5,4 m de largura x 3 m de altura para mostrar VTs e outras imagens ao vivo. Um sistema de canal duplo Catalisador da XL Video controlava o conteúdo através de OB.
CRAIG BURROSS GERENCIA ROBE EUA A Robe Lighting anunciou Craig Burross como gerente regional da Costa Oeste dos Estados Unidos a partir de novembro de 2014. Burross, que tem base em Austin, no Texas, trabalhou recentemente com a Barco/High End Systems como gerente nacional de vendas para a América do Norte. Diante da grande demanda e aumento da popularidade na América, a Robe está expandindo seus alcances sob a responsabilidade do CEO Bob Schacherl. Esta é apenas uma das diversas estratégias que a empresa da República Checa está implementando a fim de melhorar a experiência de seus clientes, tanto no suporte quanto nos serviços de compra e venda.
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Sorriso Maroto usou escultura de metal e “uma luz por música” na gravação de seu DVD.
NA LUZ DA Ricardo Schott redacao@backstage.com.br Fotos: Washington Possato / Divulgação
“Q
uando a gente começou a pensar o novo DVD, lembramos de vários lugares. Foi só citar o Maracanãzinho que a gente falou: ‘Para tudo. É esse!’”, brinca o vocalista do Sorriso Maroto, Bruno Cardoso. Foi uma trabalheira bizarra gravar Sorriso Eu Gosto (Som Livre), num estádio com uma histó-
ria tão importante para a música popular brasileira - shows de Roberto Carlos, Secos & Molhados, Wilson Simonal, Earth Wind & Fire passaram por aquele palco e agora o Sorriso veio com tudo. E o grupo de pagode veio com um desafio: levar o público a se sentir acolhidíssimo pelo enor-
ALEGRIA me estádio como se fosse uma casa de shows fechada. “Nós procuramos colocar o palco no maior pedaço da quadra e procuramos preencher o Maracanãzinho desde o alto com luz e som. O resultado deu uma sensação de que o público completava o palco, como se fosse uma redoma”, alegra-se o violonista Sérgio Jr. O teto do ginásio, que poderia ter sido deixado de lado - com um palcão
daqueles, quem iria olhar para cima? - foi usado como um elemento a mais, como se todo o público do Sorriso estivesse lá, embrulhado para presente. “O teto fez parte da cenografia. Foi projetado e iluminado e tomava a forma daquilo que estava rolando no palco. Lembro que no camarim, depois da gravação, as pessoas vinham falar com a gente e diziam: ‘pô, quando eu vi, estava dentro do palco!’”.
Bruno diz que a luz ajudou a separar o show em sensações. “Entramos numa temperatura morna, nem muito alegre nem muito triste. A luz funciona como um cartão de visitas, depois é que a gente vai enxergando o público, vamos ficando na nossa plenitude. No segundo bloco, a iluminação vai dando uma sensação maior de densidade, ficando carregada. Iluminamos até o topo, usamos um efeito degradée”, prossegue Bruno. Em músicas como Guerra fria, Marcos Olivio, lighting designer do Sorriso, fez com que a imagem do vocalista aparecesse apenas
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Quisemos que todo mundo que estivesse lá fosse para um universo mágico, um mundo de fantasia. No Maracanãzinho não tivemos a mesma grandiosidade de público, mas você está num lugar fechado, com luz perfeita
silhuetada, num contraste branco-epreto. “Eu faço uma caminhada pelo palco em que vou acendendo e apagando, até chegar no microfone”.
ESCULTURA DE METAL O Sorriso teve um público bem mais numeroso em outros DVDs, como o que gravou na Quinta da Boa Vista, para mais de 80 mil pessoas, com um palco de dez metros. O Maracanãzinho daria uma audiência de 8 mil cabeças para o grupo de pagode - algo bem menor, mas que poderia ajudar a
banda no propósito de fazer o palco se confundir com a arena. “Quisemos que todo mundo que estivesse lá fosse para um universo mágico, um mundo de fantasia. No Maracanãzinho não tivemos a mesma grandiosidade de público, mas você está num lugar fechado, com luz perfeita. Nós quisemos que, além de todo o aparato tecnológico, tivéssemos alguma coisa orgânica. Não só painéis de LED, arrumações de luz, mas alguma coisa fixa, mais artesanal”, diz Sérgio. Parte da responsabilidade disso foi de uma escultura
Cantaluppi, que comandou uma equipe de mais de mil pessoas, o DVD Sorriso Eu Gosto traz mais do que apenas um gostinho do que foi
“
mos fazer isso, tínhamos um norte. Fizemos várias reuniões para conseguirmos o resultado que temos agora. E pudemos agora trazer a luz
“
prateada que ficou no meio do palco, e que servia para refletir as luzes. “Ela assumia diversas cores e parecia estar tomando algum tipo de forma. Era uma estrutura de metal, com infinitos pontos de luz. Ela compunha toda a história”. Para brincar com a escultura, não houve um minuto sequer em que Marcos Olívio não fizesse mudanças na iluminação. “Foi quase uma luz por música, inúmeras cores!”, informa Bruno. “A estrutura física ganha cor, a luz ajudou a contar uma história em cada música. E é engraçado que cada um diz uma coisa dela. Ela tem um sentido poético pra gente”, avalia. Se você não teve como estar no Maracanãzinho em agosto para conferir tudo isso, não se preocupe. Sob a direção geral de Ricardo
Ela assumia diversas cores e parecia estar tomando algum tipo de forma. Era uma estrutura de metal, com infinitos pontos de luz. o show. “A gente nunca tinha conseguido executar uma luz de show na gravação de DVD. A luz era feita para o público, para o show, não para o DVD. Quando fizemos o DVD de 15 anos, vimos que podía-
da estrada para dentro do show”, conta Bruno. Cantaluppi, por sua vez, faz questão de frisar que seu objetivo, o tempo todo, foi entregar “um show de televisão. E um concerto top de linha!”, resume.
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Toneladas de equipamentos de sonorização e iluminação, variações na configuração dos equipamentos e instrumentos de iluminação cênica e a dinâmica dos diversos profissionais, prontos para as mudanças mais complicadas, somados aos ruídos de equipamentos e talhas ecoando pelos palcos que se alternam entre melodias e barulhos, força e sincronia, nas montagens e desmontagens que permeiam os bastidores, mas principalmente, as áreas onde se apresentam a construção bruta e a cenografia produzida.
ILUMINAÇÃO
CÊNICA Cezar Galhart é técnico em eletrônica, produtor de eventos, baixista e professor dos Cursos de Eventos, Design de Interiores e Design Gráfico do Unicuritiba. Pesquisador em Iluminação Cênica, atualmente cursa Pós-Graduação em Iluminação e Design de Interiores no IPOG.
A(s) ÚNICA(s) EXCEÇÃO(ões)
M
as, há exceções? Sim - única exceção presenciada neste ano no palco do Circuito Banco do Brasil - analisado nesta conversa a partir das percepções identificadas nos shows realizados em São Paulo, no dia primeiro de novembro de 2014. E de maneira única, esta conversa se focará na apresentação da banda estadunidense Paramore – sem exceções... Festivais tendem a mostrar, entre diversos aspectos, a diversidade de estilos musicais, a pluralidade de necessidades e requisitos de cada artista/banda - e consequentemente dos respectivos Lighting Designers - que colocam em evidência e naturalmente acabam por ser transferidas às equipes operacionais que têm, na maioria das vezes, menos de uma hora para todos os ajustes e adaptações possíveis e imagináveis.
Naqueles festivais com mais de um palco (Lollapalooza e Rock In Rio, por exemplo), a dinâmica e mobilidade de público não deixam perceber essas mudanças; mas quando o palco é único, isso pode criar mais e mais ansiedade e expectativas. No Circuito Banco do Brasil, realizado em 2014 em quatro capitais Brasília, Belo Horizonte, São Paulo e Rio de Janeiro - o revezamento das bandas no mesmo palco tendeu a proporcionar essas sensações. Em São Paulo, foco dessa conversa, as bandas - três brasileiras e três americanas - ocuparam o mesmo espaço, com intervalos de aproximadamente quarenta minutos para todas as alterações necessárias - inclusive, a “passagem de luz” – como intervalo entre as apresentações.
Figura 01
No horário aproximado de nove horas (da noite), a banda americana Paramore entrou no palco do festival com a canção Still Into You
em uma profusão de luzes nas cores da bandeira do Brasil, que denunciavam a intenção daquele momento: justificar a escolha da Para-
more como uma das principais atrações do evento e homenagear os fãs brasileiros. Apresentação integrante da The Self-Titled Tour - que já passou pelo Brasil em 2013 -, o show teve duração de aproximadamente setenta minutos, para um repertório de quatorze canções dos quatro álbuns da banda. O projeto e direção de iluminação cênica dessa turnê ficaram sob a incumbência de Butch Allen - que já veio ao Brasil em 2013, na edição do Lollapalooza com a dupla estadunidense The Black Keys. Allen que nos últimos vinte anos recebeu vários prêmios pelos projetos de iluminação cênica relacionados às turnês das bandas Metallica (Madly in Anger with the World Tour – 2003-2004) e Van Halen (Van Halen 2007-2008 Tour), entre outras bandas e outros artistas -, tem em seu currículo espetáculos com
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Como complemento, um enorme telão com tecnologia LED ao fundo proporcionava a projeção das imagens do show e que também proporcionava a iluminação do palco de maneira a complementar os elementos cênicos, com iluminância agradável e confortável, sem ofuscamentos
”
Figura 02
profusão de cores e efeitos, e estruturas complexas e diferenciadas. Única exceção nesse contexto é a própria banda Paramore que, mesmo com uma dinâmica e utilização de diversos recursos, manteve-se fiel ao melhor estilo “old school” que caracteriza as escolhas e projeções característicos das melhores escolas de iluminação cênica da década de 1970. Na figura 2, percebe-se a distribuição das estruturas de iluminação, de maneira a mapear completamente o palco. Além de moving spots no backlighting (no ground superior e também no piso no palco), refletores Fresnel com refletores PAR LED proporcionavam uma iluminação geral, a partir do sidelighting. Mesmo que isso possa demonstrar uma certa otimização, o resultado geral permitiu amplo aproveitamento desses recursos, e arranjos precisos e interessantes. Na sequência That’s What You Get e For a Pessimist, I’m Pretty Optimistic (segunda e terceira canções) o palco foi tingido de azul - cor que predominou no show e que, mesmo em alguns momentos de “blecaute” – a iluminação de frente
(frontlighting) reduzida ao máximo de dimerização para o direcionamento dos moving spots para destacar a vocalista, a carismática e enérgica Hayley Williams (como aparece na figura 2). Como complemento, um enorme telão com tecnologia LED ao fundo proporcionava a projeção das imagens do show e que também gerava a iluminação do palco de maneira a complementar os elementos cênicos, com iluminância agradável e confortável, sem ofuscamentos. No auge da apresentação, naquela que foi a parte mais introspectiva (em um show marcado por empolgação), Hayley assume um piano elétrico, ambos iluminados por fachos na cor alaranjada – criando um contraste muito oportuno, com cores complementares e complementares decompostas. A tranquilidade de uma ambientação azulada era quebrada por linhas quentes e estimulantes, transmitindo sensações alegres e positivas. Neste momento, com as baladas românticas The Only Exception (canção que provoca a paráfrase do título desta conversa) e Last Hope, a ilumina-
Figura 03
“
quesa e eventualmente tons mais escuros ou mesmo matizes primários subtrativos – como o magenta e o ciano -, criando cenários aparentemente frios, mas demarcados com fa-
“
ção assume um aspecto mais intimista e suave, complementando as sensações sonoras das canções (como demonstrado na figura 4), entoadas com intensidade pelos fãs da banda.
A tranquilidade de uma ambientação azulada era quebrada por linhas quentes e estimulantes, transmitindo sensações alegres e positivas
Mesmo nos momentos mais monocromáticos, Allen optou por inserir elementos pontuais, com fachos isolados, enaltecendo ora a vocalista, ora os músicos, em determinados momentos e trechos das canções. Em diversas ocasiões, os moving spots projetavam combinações análogas, incorporando variações de cores centradas no azul, somado ao violeta, tur-
chos ocasionais, e feixes (projetados com gobos) nas cores complementares, principalmente amarelo e alaranjado (como na figura 5). Diferentemente da predominância do azul, a única exceção foi percebida na parte final, com uma cortina vermelha que cobriu todos os músicos nas canções Roof e Ain’t it Fun. A vibração que o vermelho proporciona
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Em suma, a banda Paramore trouxe muita energia, transmitida pelo repertório e pela movimentação no palco, como também pela iluminação cênica, emoldurando atitudes e interações.
”
fez jus às interações entre a banda e o público, que acompanhava os movimentos e as intensidades das canções de maneira única, sem exceções. Em suma, a banda Paramore trouxe muita energia, transmitida pelo repertório e pela movimentação no palco, como também pela iluminação cênica, emoldurando atitudes e interações. Estas eram correspondidas pelas milhares de vozes que, em determinados momentos, agiam quase que de maneira sincronizada, como se ditassem os ritmos e dinâmicas, sempre sintonizadas com os gestos e incitações da ótima vocalista, Hayley Williams – acompanhada da banda, consistente e competente. Mas, uma vez que esta conversa teve como referência um festival musical,
Figura 04
próxima conversa (publicada na primeira edição de 2015). Abraços e até a próxima conversa!!!
Figura 05
outros shows também puderam demonstrar particularidades, escolhas, referências e destaques. As alternâncias climáticas daquele sábado – entre sol escaldante e chuva intensa – também se refletiram quase que metaforicamente nas percepções visuais do evento. Isso se aplica também à apresentação do Kings Of Leon – show que será analisado na
P.S.: Aproveito a oportunidade para desejar a todos os nossos leitores, e aos parceiros e profissionais da Revista Backstage, um Natal repleto de muitas alegrias e que 2015 seja repleto de muitas realizações e muita Luz!!!
Para saber mais redacao@backstage.com.br
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LUIZ CARLOS SÁ | www.backstage.com.br 96
Os discos da minha vida...
“AMANHÔ Uma crônica recheada de saudade, mas sem nostalgia. Porque chegamos ao século XXI com a volta de Zé Rodrix ao trio, que caiu de novo na estrada. E aí, em 2009, começamos a gravar o... AMANHÃ.
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“Outra Vez na Estrada” teve uma boa carreira, tanto em CD quanto em DVD: Jesus Numa Moto tocou em várias rádios e começamos de novo a ter uma boa sequência de shows. Mas o tempo foi passando e nada de conseguirmos realizar o que mais queríamos: gravar um disco só de músicas inéditas. Com a crise fonográfica chegando ao auge por força da pirataria e dos downloads “gratuitos” na internet, as fábricas insistiam em dar tiros no próprio pé: em vez de abrir o leque de gêneros no cast artístico e assim vender um pouco de cada, investiam milhões só nos grandes vendedores, o que as expunha mais ainda aos piratas... Depois de muito correr de lá pra cá, conseguimos um apoio da Caixa Econômica Federal e pudemos finalmente entrar em estúdio. Como de hábito, nos juntamos para ensaiar as novas músicas na casa do Zé, no Pacaembu. Como eu era o único que morava fora de São Paulo, paguei minhas penas morando por quase
quatro meses em hotel. Não que eu não goste de hotéis, mas esses quatro meses seguidos fora de casa me deixaram estressado de verdade. Quando afinal pudemos entrar no estúdio propriamente dito, eu estava uma pilha de nervos: as discussões sobre o repertório, que já tinham sido mais intensas que o esperado na fase de ensaios, transformaram-se em bate-bocas nas gravações e lá pela segunda semana o clima entre eu e Zé acabou por ficar quase irrespirável. O problema era que na cabeça de cada um de nós dois havia um disco diferente: enquanto o Zé queria seguir a trilha estrita do rock rural, eu preferiria fazer um CD chegado a novas experiências como tentei em Novo Rio (que o Zé gostava) e Amar Direito (que ele detestava, ou pelo menos não queria no disco). Entráramos em acordo com Sonho Triste em Copacabana (minha e dele) que para mim é a melhor do CD, mas quando Paulinho Calasans assumiu o piano de Amar Direito, que era ar-
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do e vivido. Tudo isso me parece até hoje uma nuvem negra, o velório na loja maçônica da Liberdade, os amigos me amparando... como o Zé, aquele imorrível, dinâmico, elétrico personagem presente em mais de quarenta anos da minha vida poderia desaparecer assim? Ainda ali no bar da loja maçônica onde viramos algumas in memoriam do nosso ironicamente abstêmio parceiro de vida e música, eu e Guarabyra combinamos
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ranjo dele, Paulinho, o Zé saiu do estúdio, pisando duro... e aí o clima azedou de vez entre nós dois. Tavito, nosso produtor, angustiado com o péssimo rumo que as coisas estavam tomando, pedia calma. Mas a coisa só amainou quando Guarabyra ameaçou não vir mais ao estúdio. Acho que ali eu e Zé entendemos a bobagem que estávamos fazendo e resolvemos baixar a bola. No final, estava tudo dando certo. Paramos, olhamos para o que tínhamos feito e ficamos satisfeitos. O disco tinha a cara dos três e resumia com fidelidade o que se poderia chamar de “rock rural” de 2009. Na capa de Érico San Juan, uma premonitória foto do Jorge Studio: nós três olhando na direção de onde – teoricamente – viria o Amanhã que sonhávamos para o trio. Mal sabíamos que o trio estava por terminar, não por nossas rusgas, insignificantes diante do que se aproximava, mas porque - poucos dias depois de darmos por encerrada a mixagem - deuse o impossível, o inacreditável, o indescritível, o inesperado... o Zé simplesmente morreu. Assim: depois de um fim de semana de shows, finalizando num domingo em São José do Rio Preto, eu e Zé já estávamos numa ótima. Voltei para casa, em BH, e passei a semana ao telefone, acertando a estratégia de lançamento do Amanhã. Na madrugada de sexta feira, 22 de maio de 2009, lá pelas duas da manhã, meu celular tocou. Eu estava assistindo um filme na TV e estranhei a chamada. Era o Tavito: - Sá, meu amigo... Mesmo com o silêncio que se seguiu eu jamais esperaria o que veio depois. - Nosso Zé morreu. Não consigo até hoje reconstituir satisfatoriamente o que se passou na minha cabeça naquela hora. Claro que a princípio não pude crer no que ouvia, mas como Tavito jamais inventaria uma coisa daquelas, achei que ele certamente havia sido vítima de alguma brincadeira de mau gosto. No momento seguinte uma dúvida passou pela minha cabeça: era o Tavito mesmo? Era. - Acho que foi um enfarto. Estou indo pra casa dele agora. Não me lembro do que falei ou como desliguei. Não me lembro de como minha mulher acordou e chegou na sala de TV. Só me lembro de estar dentro de um abraço, aos prantos, enfrentando a dura realidade daquele acontecido. Não me lembro sequer de como entrei no primeiro voo da manhã seguinte para São Paulo, ou de como desci e peguei um táxi, ou de como cheguei na casa do Pacaembu onde tanto tínhamos cantado, sonhado, ensaia-
Tavito, nosso produtor, angustiado com o péssimo rumo que as coisas estavam tomando, pedia calma. Mas a coisa só amainou quando Guarabyra ameaçou não vir mais ao estúdio. prosseguir a carreira em dupla e lançar o disco. Que melhor fazer em homenagem ao Zé senão mostrar sua proficiência como instrumentista, cantor, arranjador e compositor em plena forma? A morte é uma ladra cruel e sem-vergonha: não se peja de deixar uma Humanidade sofrendo em função dela, não é mesmo? E assim, cumpridos os ritos legais e cerca de um ano depois de gravado, o Amanhã chegou às poucas lojas especializadas que ainda restavam em 2010 através do Roupa Nova Music, selo dos nossos amigos do Roupa Nova. Mas nós, ainda em choque, pouco poderíamos reproduzir do disco ao vivo, ou mesmo divulgá-lo: tudo nos parecia uma desonesta carona com o infortúnio, um macabro “aproveitamento” da ausência do nosso parceiro. Simplesmente largamos o disco pra lá. Ainda assim ele vendeu ralas cinco mil cópias, na esteira de um monte de críticas elogiosas. Não é um disco completamente inovador, mas é criativo; não tem ousadias encomendadas, mas tem sim ótimas músicas e vocais bem imaginados e realizados. Como o tempo é o melhor médico, fomos aos poucos levantando a cabeça e hoje estamos até conseguindo cantar nos shows alguma coisa do que o Zé nos deixou. Mas ouçam o Amanhã, CD surgido de crises, tapas e beijos, intenso, dividido e uno ao mesmo tempo, coisa – desculpem a falta de modéstia... – rara e brilhante, contendo os últimos lampejos de um músico também raro e brilhante como Zé Rodrix e de uma união que venceu o tempo e as diferenças, um sonho de três garotos que só queriam tocar, viajar e cantar pelo Mundo afora, e que – vejam só! – conseguiram!
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