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Sumário Ano. 21 - janeiro / 2015 - Nº 242
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Experimentalismo
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A nona edição de um dos festivais de música sertaneja mais populares do Brasil trouxe algumas mudanças no formato, reunindo mais de 26 atrações em 30 horas de música. A importância de festivais como esse se torna cada vez mais notória tanto para a economia do local onde acontecem os eventos quanto para a organização e profissionalização do show business no mercado nacional.
Misturar o eletrônico, o erudito e o rock resultou no Além do Princípio do Prazer, segundo disco do guitarrista Pedro Sá Moraes, que contou ainda com o produtor Ivo Senra e o técnico de som Roger Freret que tornaram real a ideia de som esculpido, descaracterizando os instrumentos, como o baixo no sintetizador.
NESTA EDIÇÃO 14
Vitrine Um sistema de monitoração in ear sem fio da Audio-Technica e o subwoofer JBL 118S são algumas das novidades para o mercado de 2015.
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Rápidas e Rasteiras A Matrix da Arturia já tem nova versão para projetos em estúdio e ao vivo, e a Powersoft lança nova linha de amps.
26 Gustavo Victorino Confira as notícias mais quentes dos bastidores do mercado.
28 Play Rec Claudio Zoli lança novo trabalho totalmente inédito e autoral que revela o lado produtor e arranjador do artista. Já Pedro Sá Moraes, junto com o produtor Ivo Senra, produz um CD com rigor estético raro.
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Reinvenção Construído com um novo sistema, o console RIVAGE PM10 da Yamaha promete uma configuração mais flexível, conferindo mais qualidade e versatilidade ao som ao vivo.
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A volta do Unidyne A Shure resgata o tradicional Unidyne, primeiro mic unidirecional dinâmico em uma nova versão limitada com desenho original, porém com as devidas melhorias em durabilidade e qualidade de som.
68 Produção Musical Gravar as guitarras usando o pedal de delay pode ser uma economia de tempo na mixagem, por exemplo, mas não é tão simples como em um show. No estúdio, a técnica adquire algumas particularidades.
72 Baixista e produtor O que pensa e como trabalha um baixista que também é produtor musical. Nesta edição, Dé Palmeira fala como é conciliar as duas funções.
96 Vida de Artista
Tuto era uma amigo chegado, que veio morar comigo, e deixou as festas de lado. Tempos depois foi morar na Europa e nunca mais ouvi falar até que depois de 20 anos recebi um e-mail...
Expediente
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Música de rua
O projeto mundial que contempla músicos em praça pública com qualidade de estúdio, o Playing for Change passou pelo Brasil, arrebatou alguns músicos brazucas e lançou seu terceiro álbum com uma gama de peculiaridades entre o som ao vivo e o de estúdio.
CADERNO TECNOLOGIA 48 Tecnologia Presente no Brasil há mais de uma década, a TOA fincou seu alicerce nos valores institucionais segurança, confiabilidade e emoção. Hoje oferece soluções tecnológicas que atendem os clientes com máxima excelência.
52 Cubase
56 Logic
Publicidade / Anúncios PABX: (21) 3627-7945 publicidade@backstage.com.br
Nesta edição, uma forma de aperfeiçoar a técnica e conhecer melhor as novas funções do Logic com o recurso da automação.
60 Ableton Mais novo programa a ser usado nos estúdios, o Ableton, já na sua versão 9, tem maturidade suficiente para ser usado como Main Daw.
64 Pro Tools
Lançado em dezembro, a versão 8 do Cubase Pro vem repleta de novas tecnologias embarcadas.
Mais um passo em busca de um fim na “briga” com a automação. Além de mais técnicas, também serão apresentados recursos do Pro Tools HD.
CADERNO ILUMINAÇÃO 78
Vitrine A PR Lighting apresenta o XLED 1037, um produto que une potência e flexibilidade. Enquanto a Chauvet lança o GigBAR IRC, um multiequipamento perfeito para bandas e produtores.
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Rápidas e rasteiras Lux A Core Lighting apresenta nova equipe de operação nos EUA e a turnê do Slipknot troca a marca dos equipamentos de iluminação.
Diretor Nelson Cardoso nelson@backstage.com.br Gerente administrativa Stella Walliter stella@backstage.com.br Financeiro adm@backstage.com.br Coordenadora de redação Danielli Marinho redacao@backstage.com.br Revisão Heloisa Brum Tradução Fernando Castro Colunistas Cezar Galhart, Cristiano Moura, Gustavo Victorino, Jorge Pescara, Lika Meinberg, Luciano Freitas, Luiz Carlos Sá, Marcello Dalla, Ricardo Mendes e Vera Medina Edição de Arte / Diagramação Leandro J. Nazário arte@backstage.com.br Projeto Gráfico / Capa Leandro J. Nazário Foto: Agência Kah / Divulgação
82 Iluminação cênica Uma das características da iluminação cênica é também transmitir sensações e significados próprios em uma apresentação por meio de uma seleção de elementos e equipamentos.
88 Fábio Junior Para atender a um pedido do próprio cantor, Maçã e Carioca criaram um designer para o show um cenário que variou do simples ao clássico.
Webdesigner / Multimídia Leonardo C. Costa multimidia@backstage.com.br Assinaturas Maristella Alves PABX: (21) 3627-7945 assinaturas@backstage.com.br Coordenador de Circulação Ernani Matos ernani@backstage.com.br Assistente de Circulação Adilson Santiago Crítica broncalivre@backstage.com.br Backstage é uma publicação da editora H.Sheldon Serviços de Marketing Ltda. Rua Iriquitiá, 392 - Taquara - Jacarepaguá Rio de Janeiro -RJ - CEP: 22730-150 Tel./fax:(21) 3627-7945 / 2440-4549 CNPJ. 29.418.852/0001-85 Distribuída pela DINAP Ltda. Distribuidora Nacional de Publicações, Rua Dr. Kenkiti Shimomoto, 1678 Cep. 06045-390 - São Paulo - SP Tel.: (11) 3789-1628 CNPJ. 03.555.225/0001-00 Os artigos e matérias assinadas são de responsabilidade dos autores. É permitida a reprodução desde que seja citada a fonte e que nos seja enviada cópia do material. A revista não se responsabiliza pelo conteúdo dos anúncios veiculados.
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CARTA AO LEITOR | www.backstage.com.br
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Ô da
poltrona! O
ano que se inicia certamente virá carregado de pensamentos positivos, projetos, esperanças de crescimento econômico entre outras boas intenções inerentes a todo começo ou troca de período. Para os otimistas, provavelmente será melhor do que aquele que passou. Para os realistas, uma incógnita pelo menos nos cinco primeiros meses. Se considerarmos os indicadores econômicos divulgados no segundo trimestre do ano passado, quando a indústria registrou queda na produção industrial de quase 10%, não há tantos motivos para comemorar. Por outro lado, ao invés dos fatos, podemos nos ater às previsões palacianas e pensar que a economia pode chegar a um crescimento de 0,8% do PIB (Produto Interno Bruto), gerando certo crescimento do país. Talvez o vilão da história seja mesmo o dólar, que mereceu todas as condenações que lhe foram imputadas durante todo o ano de 2014, ou os escândalos de corrupção, ou ainda o processo endêmico de má gestão do dinheiro público do país. Apostemos nesta terceira opção, que na verdade acaba sendo um conjunto de todas as anteriores. Sem uma gestão eficiente, todo organismo ou instituição está fadado ao não crescimento ou mesmo à falência. Até mesmo os gigantes não escapam desse destino. Infinitos exemplos de bancarrotas e suas consequências estão por aí. Recentemente, tivemos mais um para engrossar a lista: a malharia Sulfabril, que ficou conhecida nacionalmente por ter como garotos-propaganda Os Trapalhões e ocupava a segunda posição entre os fabricantes de malha na América Latina. A companhia, hoje em processo de concordata, não conseguiu um interessado sequer no leilão realizado em dezembro*. No entanto, como já dizia o maestro Tom Jobim, “o Brasil não é para iniciantes” e gatos escaldados que todos nós somos, isso nos leva à certeza de que, na esfera governamental, nada será da forma que está sendo prevista ou dita. Resta aos crédulos, e também aos realistas, fazer o dever de casa, sem a ilusão de que ficar parado e quietinho enquanto o mundo gira nunca foi estratégia eficiente em nenhuma parte do mundo capitalista. Boa Leitura. Danielli Marinho *Informações via Jornal Folha de São Paulo.
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SUBWOOFER JBL 118S www.harman.com Exclusivamente desenvolvido para auxiliar na reprodução de baixas frequências, o subwoofer JBL 118S é a opção perfeita para reforço nos graves, sendo um excelente complemento para as linhas JS e SPM da JBL. Com componentes projetados através de software de cálculo por elementos finitos, proporciona uma resposta plana e de grande eficiência, sem aumentar o peso. Possui amplificador de 300 W RMS, classe AB e entradas e saídas do tipo XLR. O painel traseiro conta com controle de ganho, conectores de entrada e saída HPF, conectores de entrada e saída Line R e L, além de LEDs indicadores e seletor de tensão.
M2M IN-EAR www.proshows.com.br Desenvolvido para atender as exigências dos músicos, o sistema de monitoração sem fio M2M Audio- Technica In-Ear oferece excepcional desempenho, se tornando também um sistema alternativo e mais prático aos monitores convencionais de chão. Combina recursos profissionais e configurações simplificadas, proporcionando mais qualidade, sem problemas de feedback e desordem causada por monitores de chão. Com resposta de frequência altamente confiável e estável, sua tecnologia segura e eficiente permite ser usada com até 10 sistemas simultâneos compatíveis por faixa. Possui construção robusta para uso diário. O equipamento possui ainda 100 canais UHF selecionáveis e três modos do receptor: mix pessoal, estéreo e mono.
LSP 500 PRO www.sennheiser.com O sistema é um verdadeiro avanço na tecnologia de áudio profissional portátil, já que está livre de cabos e conta com três canais para microfones sem fio, conexão Bluetooth que permite reproduzir e programar músicas à distância, assim como uma porta USB para gravação do evento ou reprodução de áudios. Cada alto-falante conta com duas baterias substituíveis, com indicador de carga, ainda que seu uso necessite apenas de uma delas e, por isso, a segunda fica de reserva para substituição quando for necessário. O LSP 500 PRO foi criado com um design elegante e discreto, com revestimento de poliuretano que o protege contra impactos. Sua leveza o torna fácil de ser transportado, pois pesa apenas 13,6 kg, e seu tempo de duração em uso contínuo é de até quase 8 horas com o uso das duas baterias componentes do alto-falante.
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www.yamaha.com.br Aos apaixonados pelo groove, sejam bemvindos à tribo! A DTX400K proporciona a experiência autêntica de tocar bateria em um kit eletrônico compacto. Ela vem com o controlador de pedal hit hat, pedal digital de bumbo e ainda Pad´s de 7,5” de tons e caixa desenvolvidos para maior durabilidade e melhor tocabilidade. Seu novo módulo oferece 169 sons de alta qualidade, 10 funções de treino interativas com Voice Guidance e 10 músicas de acompanhamento.
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BATERIA DTX400K
HD 598 www.seinnheiser.com.br Este é um fone de ouvido estéreo com fio. O HD 598 tem a Tecnologia Eargonomic Acoustic Refinement (E.A.R.). Vem com lã celulose compactada nos fones, o que resulta no som de alta qualidade e outros destaques que contribuem para o conforto, como a faixa de cabeça de couro sintético e as almofadas auriculares. Preço sugerido: R$1359,00
NEO210244 www.taigar.com.br O line array modelo Neo210244 possui falantes de 10 polegadas modelo 10MG600 e 2 drives de polimide da B&C. Destacam-se como características do produto 720 WRMS AES, cobertura horizontal de 130°, resposta de frequência de 80Hz - 20kHz, o sistema vem conquistando os técnicos do Brasil.
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LYCO UHXPRO-02MM www.lyco.com.br A Lyco está inovando mais uma vez. Os transmissores e receptores do sistema LYCO UHXPRO-02MM, possuem 100 frequências disponíveis em cada microfone, fazendo com que a operação fique mais estável e confiável. Conta com recepção PLL multicanal, frequência UHF, qualidade sonora perfeita e busca automática de canal. O equipamento confere fácil sincronização por infravermelho, apenas alinhando o sensor do transmissor com o do receptor por meio de um clique, com excelente relação custo-benefício.
VIOLÃO C40MII 18
www.yamaha.com.br Retomando as tradições, o violão C40MII traz um acabamento ultra-fino e acetinado. O produto tem cordas de nylon, tampo em spruce, corpo em meranti, escala em rosewood e tarraxas cromadas que deixam um som natural e incrível.
MATADOR www.harman.com A JBL Selenium apresenta a nova geração de sua consagrada linha de subwoofers Matador. Os modelos 12SW20A e 15SW20A, com 600 WRMS, e 12SW21A e 15SW21A, com 800 WRMS, oferecem alto desempenho além de um visual totalmente novo, ambos nas versões 12” e 15”. Os subwoofers registram maior rendimento em relação às versões anteriores, com alta sensibilidade e cone de celulose não prensada que garante ótimo timbre e qualidade sonora. Com carcaça em chapa de aço carbono, possui excelente resistência, contando ainda com protetor do conjunto magnético em borracha. Possui sistema de ventilação com maior refrigeração na bobina, podendo suportar altas potências sem perda no desempenho e fácil instalação. Os modelos 12SW21A e 15SW21A contam ainda com cone vermelho.
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SHANGAI PRO LIGHT + SOUND Quem perdeu a deste ano, já pode começar a se programar. Com um público de mais de 24 mil visitantes em 2014, a organização da Prolight + Sound Shanghai já divulgou a data da próxima edição, em 2015. Será entre os dias 14 e 17 de outubro, no Shanghai New International Expo Centre. Para mais informações, acesse www.prolightsound-shanghai.com ou entre em contato pelo e-mail: plss@hongkong.messefrankfurt.com.
NOVA VERSÃO DO MATRIX DA ARTURIA A empresa produtora de software e hardware para o mercado de música anuncia que já está disponível a nova versao do Matrix-12 V, que promete voltar às suas raízes, trazendo de volta o clássico som analógico do polysynth Oberheim. Na verdade, é como se o Matrix-12V emulasse todos os parâmetros originais do Oberheim. Para mais informações, visite os sites www.arturia.com/matrix-12-v/overview ou http:// youtu.be/OWmQVUP88DQ
MIXAGEM AVANÇADA Entre os dias 19 e 21 de janeiro, acontece o Curso de Mixagem Avançada, em Vitória (ES). Este será um curso específico para mixagem, abordando mixagem de projetos em estúdio e projetos ao vivo. Destinado tanto a pessoas que não conhecem o processo, quanto àquelas que já conhecem, mas querem aprender novas técnicas e evoluir a qualidade das suas mixagens, o encontro também contempla profissionais já estabelecidos que querem conhecer uma abordagem de mixagem diferente da sua. O Curso de Mixagem Avançada aborda técnicas de compressão e equalização, processamento paralelo, roteamento de sinal, técnicas de side-chain e ducking, organização de sessão de mixagem, mixagem
compatível mono-estéreo, utilização múltipla de efeitos via bus-send, compressão em mix bus e também a parte artístico-estética da mixagem. O curso será totalmente prático compreendendo quatro módulos, cobrindo mixagens de diferentes artistas e estilos, em situações de estúdio e ao vivo. As mixagens serão iniciadas a partir do zero, discutidas e comparadas com as mixagens originais. O evento é uma iniciativa do músico Ricardo Mendes, em parcerias com a loja Vitória Audio e Música e a Quanta, com apoio da Revista Backstage. As inscrições podem ser feitas pelo telefone (27) 3235-8400 ou pelo e-mail ricardopachecodarocha@yahoo.com.br. O valor do curso completo, com 4 dias de aula, é R$ 200,00
MÚSICA MAIS ANTIGA DO MUNDO O compositor e pianista Fernando Moura criou uma versão para a mais antiga música do mundo. O Hurrian Hymn nº 1 tem cerca de 3,4 mil anos e sua partitura, em escrita cuneiforme, foi descoberta em placas de argila durante escavações arqueológicas, nos anos 50, na antiga cidade de Ugarit, atualmente parte da Síria. Segundo especialistas, a canção dedicada
à deusa Nikkal teria sido usada durante as semeaduras de grãos. A versão do músico brasileiro pode ser ouvida ou baixada gratuitamente na página http://migre.me/ nohgg. A gravação, foi feita no estúdio de Fernando, no RJ, e o músico explica que, por respeito ao tema, foi cuidadoso, tocando rigorosamente o que está na partitura. A orquestração e a divisão em vozes pelos
NEUMANN E D&B AUDIOTECHNIK JUNTAS A d&b audiotechnik fechou parceria para cooperar com a Neumann&Müller (N&M) Event Technology, cujo objetivo é trazer alta qualidade em eventos com equipamentos state-of-the-art. A parceria entre as duas companhias envolvem o fornecimento de alto-falantes da nova série Y-Series, da d&b, por cinco anos. Durante esse tempo, a d&b vai fornecer inclusive os módulos da Y-Series para line array e seu correspondente subwoofer cardioide Y-SUB, além do novo amplificador D80.
teclados é que formam o arranjo, mas Fernando avisa que não mudou nada, “inclusive o fato de a canção terminar em suspensão harmônica, algo que pode soar estranho a ouvidos contemporâneos mas que é de se esperar de algo composto antes de Bach.” O rigor de Fernando também o levou a não esticar a interpretação além do registrado na partitura, resultando em faixa de 1 minuto.
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NOVA LINHA DE AMPS POWERSOFT
A Gobos do Brasil promoveu em sua sede, em São Bernardo do Campo, São Paulo, um workshop para apresentação ao mercado da nova Série X de amplificadores Powersoft, composta pelos modelos X4 e X8, cuja principal característica é unir em um só produto funcionalidades de um rack de som inteiro. Para mostrar as tecnologias e possibilidades do equipamento, o evento, realizado no dia 02 de dezembro contou com a participação do italiano Mario Di Cola, engenheiro sênior de áudio da Powersoft; Fabiano Rezende, proprietário da Fly
Audio Solution; do suporte técnico da fábrica Powersoft no Brasil; e de Gilberto Morejon, gerente Comercial da marca para a América Latina e Caribe. Esteban Risso, diretor Comercial da Gobos do Brasil, conduziu a abertura do evento, seguido pelo gerente de áudio da empresa, Valdinei Vieira “Jabá”, que fez a introdução do trabalho da Powersoft. A marca trouxe ao mundo do áudio produtos inovadores que impressionaram e aumentaram as expectativas para equipamentos do tipo, como o Digam-7000, lançado em 1995, os K10 e K20 já nos anos 2000, e a M
Series de 2010. O engenheiro Rezende apresentou as principais tecnologias de energia incluídas no modelo X8, como a Three Phase Load Balancing, a legendária Powersoft Green Audio Power, assim como o balanceamento de energia com PFC (correção do fator de potência). Já a demonstração do que o X8 e a X Series podem fazer por meio do aplicativo Armonia ficou a cargo de Mario di Cola. Por meio do app, o usuário pode ajustar todas as configurações de equalização, Limiter, Matrix, Crossover. Di Cola mostrou também como os tablets e smartphones são utilizados como display do aparelho, conectandoos por meio de uma rede wi-fi gerada pelo próprio equipamento, além das facilidades de se checar e controlar diferentes configurações. No final do encontro, uma surpresa: a equipe demonstrou como o aparelho, que trabalha monofásico, bifásico e trifásico, consegue ir além da variação entre 85VAC e 440VAC. O sistema, ligado em duas fases, recebeu 220V, teve a carga aumentada para 250V e, a partir daí, a tensão foi sendo reduzida até que, em 30V, o X8 finalmente desligou. Os convidados tiveram também a oportunidade de esclarecer dúvidas sobre os produtos da nova série, como segurança e latência máxima, como também puderam visitar as instalações da Gobos do Brasil e conhecer melhor o trabalho feito pela empresa.
OS TRAVESSOS GRAVAM DVD EM PORTO ALEGRE Em comemoração aos 20 anos de carreira e a volta de Rodriguinho, o grupo de pagode Os Travessos gravou um DVD histórico em novembro, em Porto Alegre (RS), na casa de shows Pespi On Stage. O registro eternizou a turnê Tarde ou Cedo, nome do CD lançado este ano pela Sony Music. O cenário,
todo formado de painéis de LED, exibiram imagens de videoclipes antigos e atuais do grupo, além de muitos efeitos especiais. Entre as principais surpresas, a participação da cantora Ludmilla, que levou o público ao delírio ao apresentar, ao lado de Os Travessos, a música inédita Vacilo. Além dela, Eder Miguel encan-
tou com a interpretação de Meu Querubim e Ah! Mr. Dan animou todos com o sucesso Alô. Com praticamente a formação original, tendo no baixo Edi, na percussão Rodrigão e Chorão, nos vocais Rodriguinho e Filipe Duarte, o grupo apresentou grandes sucessos da carreira.
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Convenção anual e Seminário técnico Encontros de lojistas e técnicos em Apucarana
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Encerramento do seminário
Funcionários e representantes da Oneal
Nos dias 13, 14 e 15 de novembro a Oneal, tradicional fabricante de produtos de áudio, realizou a sua convenção anual para os vendedores e lojistas e um seminário técnico sobre as características dos seus sistemas de Line Array Evo. Estiveram presentes no evento lojistas de todo Brasil, vários técnicos de bandas, responsáveis pelo som de várias casas noturnas e boates e operadores de áudio de diversas igrejas. Foram dois dias de palestras e demonstrações práticas de como montar e operar um sistema de Line. O encerramento aconteceu com vários shows no “Espaço Garage”.
Primeiro dia do seminário
Pocket shows no almoço
Churrascada de costela de boi
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ou até maior do que o cachê do próprio artista. Há trechos domésticos que custam mais caro que uma passagem para os EUA ou Europa.
PALCOS Quem insistia em negar os problemas econômicos do Brasil notadamente o fazia por convicção ideológica ou interesse obscuro. Os privilégios, os desmandos e a corrupção generalizada corroeram a economia do país que já foi visto até como emergente no cenário internacional. Mentiram, muitos acreditaram e a conta chegou.
RUIM PARA TODOS Alguns negócios são bons para todos os lados, outros beneficiam apenas uma parte. A saída de Nenrod Adiel, da Sonotec, foi o típico caso em que todos perderam.
GANÂNCIA E BAGUNÇA Os preços praticados pelas companhias aéreas brasileiras no mês de dezembro e que em grande parte permanecerão até março são um verdadeiro acinte à livre concorrência e evidenciam uma liberação da ganância com sutil cartelização. Sem qualquer controle ou monitoramento, as empresas cobram preços absurdos pelo simples fato de que não são fiscalizadas e quem deveria fazê-lo tem com elas uma conhecida relação libidinosa de favores históricos. O pretexto da carga tributária é o mesmo utilizado pelas montadoras de carros que nos vendem lixo a peso de ouro. As badaladas promoções são tipicamente “engana bobo”. Nesse período do ano, contratar shows que envolvam deslocamentos de longa distância e equipe numerosa pode ter um custo logístico igual
As modernas arenas construídas pelo Brasil para a realização da Copa do Mundo vêm se transformando nos principais palcos de shows de grande porte no país. Com instalações confortáveis, boa logística e estacionamento privativo, aos poucos elas se transformam no endereço dos grandes espetáculos por aqui. Aliás, coisa que há décadas já se faz mundo a fora.
MEDO A inadimplência volta a assustar importadores e fabricantes. As chamadas “parcerias comerciais” que envolvem créditos volumosos de médio prazo viraram operações de alto risco. Muita gente já balançou e até quebrou por isso.
NOVOS TEMPOS Com os caixas quebrados, corrupção endêmica e carência por todos os lados, os maiores contratantes brasileiros começam a fazer água na hora de programar seus grandes eventos. Estados e municípios, historicamente esbanjadores, hoje choram pitangas em Brasília em busca de recursos para cumprir com seus compromissos básicos com a população. Salvo raras exceções e exemplos de boa gestão, a coisa por conta disso vai mal na hora de contratar artistas de ponta. Como consequência, os cachês notadamente começam a cair, afinal artista também tem contas para pagar. Apesar de bom para o marketing políti-
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co, os grandes shows com dinheiro público começam a perder força.
SACANAGEM
Em sua recente passagem pelo país, Paul McCartney mais uma vez arrasou, emocionou e se emocionou, deixando o Brasil com um eterno gostinho de quero mais. O exBeatle é o maior artista pop do planeta e o público dos seus shows é a prova disso. De 8 a 80, Paul sempre tem uma canção que inevitavelmente vai “pegar” você. Lágrimas nos seus espetáculos já são lugarcomum.
As velocidades anunciadas pelos provedores de internet é uma grande sacanagem ao induzir o consumidor a erro. Eles colocam a taxa em bits quando na verdade a taxa deveria ser em bytes, ou seja, um oitavo do anunciado. Um byte equivale a 8 bits, portanto se você acha que tem 10 megas, na verdade tem 1,25 megabites. Quase uma carroça para os padrões modernos. E mesmo essa velocidade medíocre é utopia para o serviço que nos fornecem a preços extorsivos. Alô, Anatel, câmbio... !!!
LIMITE
GOSPEL
Sou contra qualquer tipo de censura, mas acho que algumas letras de funk precisam de limites. Incitação e apologia ao crime são práticas vedadas e previstas no Código Penal nos seus artigos 286 e 287. Tem músicas (?!?) rodando até em rádios que pregam práticas criminosas e violência gratuita se constituindo em verdadeiros atentados à sociedade. Tem até apologia ao estupro. E tudo isso consumido e norteando parte da nossa juventude. Tá mais do que na hora de alguém entrar em campo e dar um basta nisso. É preciso enquadrar a babaquice desses irresponsáveis. Alô, Ministério Público, câmbio... !!!
A crise chegou ao até então inabalável mercado gospel. As vendas despencaram e os cachês estão descendo dos céus. Por sua atipicidade, o segmento de música religiosa sempre foi imune à maioria dos problemas do mercado. A coisa parece ter mudado e muitos empresários e profissionais do meio já admitem que a prudência e o bom senso também foram incorporados à música gospel. E a exuberância se foi.
SUCESSO SEMPRE
PERGUNTINHA Você pagaria mais para ter canais de clipes musicais no seu pacote de TV por assinatura? As operadoras acham que sim...
irmão mais velho que não consegue mais decolar. As propostas são boas e os programas também, mas precisam de dinâmica e isso exige mudanças tópicas. A poderosa Globo ignorou isso. Apesar de sobrar dinheiro, faz um bom tempo que talento e criatividade estão em falta por lá. O Ibope que o diga...
HOMENAGEM?!? Certos discos, shows e vídeos feitos para lembrar artistas famosos soam muito mais como sacanagem do que homenagem. As chamadas “versões pessoais” andam numa ruindade constrangedora. Mesmo nomes do primeiro time da música brasileira parecem ter perdido o senso de estética e qualidade musical na hora de gravar música alheia como releitura. O babado fica parecendo mera jogada comercial. E quase sempre é...
OBVIEDADE A música popular é o retrato de um país... Um país é o retrato dos seus políticos... De onde se conclui que a coisa por aqui vai muito mal.
ROCK IN RIO CANSOU Avisei que precisavam mudar algo pela fadiga da proposta e dos personagens. Mesmo publicamente não assumido, o programa The Voice já perdeu mais de um terço da audiência em comparação com as edições anteriores. E continua despencando. Em 2015 volta o programa Superstar que projetou bem mais os seus vencedores que o
Neste ano, o maior festival de música do mundo completa 30 anos de existência. A cidade do Rio de Janeiro, matriz do Rock in Rio, será o palco das comemorações que já começam a ser anunciadas. O projeto inicial é fazer um revival das principais atrações que participaram das três décadas do evento. E mais uma vez, a pluralidade será a tônica da festa.
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LULLI CHIARO Lulli Chiaro O álbum, que levou cinco meses para a finalização, teve inspiração e transpiração em cada frase, cada movimento, em cada expressão contida neste trabalho. Ao lado de seu inseparável parceiro Giggio e das poetisas Valéria Mindel e Carla Vercesi, Lulli compôs, arranjou e produziu esse belo álbum contendo 12 músicas inéditas em italiano.
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DANIELLI MARINHO | REDACAO@BACKSTAGE.COM.BR
ALÉM DO PRINCÍPIO DO PRAZER Pedro Sá Moraes O segundo álbum solo do cantor e compositor carioca Pedro Sá Moraes é um trabalho construído com rigor estético raro, que convida o ouvinte a viagens mais profundas e transformadoras. Fundamentado em conhecimento vasto da tradição do samba e de outros gêneros essenciais da música brasileira, Além do Princípio do Prazer tem a melodia como soberana e conta com a excelência vocal de Pedro, difícil de encontrar nas produções atuais. Mas impõe desafios singulares, avança com ousadia por inovações estruturais e sônicas, pensa e faz repensar a canção. E isso recompensa imensamente o ouvinte. Ivo Senra assina a produção musical do álbum, toca todos os sintetizadores e é autor dos arranjos, que têm contribuições de Pedro Sá Moraes.
NOSSO LUGAR Reginaldo Lincoln Este é o primeiro trabalho solo de cantor, que assina a autoria e a produção de todas as faixas, além de gravar todos os instrumentos e vozes no disco. Baladas, canções intimistas e a influência do rock pesado dos anos 70 e 90 podem ser conferidas nos arranjos. Reginaldo, que também é autor de diversas músicas da banda Vanguart, gravou no Estúdio Inca, em Cuiabá, tendo a ajuda e co-produçao de Thiago Marques. O disco, que é totalmente independente, traz canções que falam da vida, dos amores e a importância do que se encontra, ao invés daquilo que se perdeu.
AMAR AMANHECER Claudio Zoli Após cinco anos sem lançar um disco de inéditas, Claudio Zoli vem com um novo trabalho que considera ser um divisor de águas em sua carreira. Intitulado Amar Amanhecer, o novo álbum é totalmente inédito e autoral e revela o lado produtor e arranjador musical do artista. O disco traz elementos baseados nas raízes musicais de Zoli, que vão do soul ao jazz, além de sua tradicional pegada dançante soul. Com inspirações românticas, o CD é embalado por deliciosas bossas e balanços. O artista, que encontrou esse novo caminho e novos acordes enquanto acertava a afinação do seu violão, diz que teve como inspiração o grande amor da sua vida. O resultado são faixas que remetem à celebração à natureza e ao amor correspondido.
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O D N A T N REINVE
O SOM AO VIVO N
Neste novo console, a Yamaha adicionou mais recursos, maior qualidade e versatilidade para o som ao vivo. Construído com o sistema RIVAGE PM10, ele pode ser configurado de forma flexível e é ideal para atender às exigências em qualquer aplicação. redacao@backstage.com.br Fotos:Divulgação
os 40 anos que se passaram desde que a Yamaha lançou seu primeiro console para som ao vivo, a série PM vem sendo responsável por um importante marco e reforço na história da sonorização, tendo em vista que muitas outras inovações se tornaram ferramentas-padrão que hoje são essenciais aos profissionais. Lançando uma nova geração de consoles PM, a empresa apresenta a Rivege PM 10, o carro-chefe que promete definir a direção das futuras gerações. Como herança do nome PM, o equipamento traz verdadeira inovação para envolver a cena do som ao vivo. O ponto de partida ideal para a criatividade sonora é um som puro, como em uma reprodução natural. Esse conceito é tão arraigado no apelo da Yamaha para os designers das mixers que se tornou uma filosofia da empresa. Isso significa que o som produzido no palco tem que ser precisamente captado. Só então pode ser efetivamente “colorido” para o impacto desejado. Claro que a mesma filosofia é expressa na RIVAGE PM10.
A base de tudo está no desenvolvimento do design do novíssimo Microfone Híbrido Pré-amplificado, ou Hybrid Microphone Preamplifier, com uma seção analógica que representa o conceito de Som Natural Yamaha na sua mais avançada forma. Na plataforma digital, o modelo envolvido de tecnologia digital Yamaha VCM recria as características da Rupert Neve Designs e o processamento SILK para alcançar um som musical e espacial extraordinário. O canal EQ e os dinâmicos foram atualizados, oferecendo capacidade de expansão para um controle de som bastante expressivo. Os plug-ins internos, que costumam dar suporte aos engenheiros de som criativos, também sofreram uma extraordinária evolução, resultado de um esforço particular da Yamaha e colaboração com outros fabricantes. Adicionado ao novo modelo VCM dos aclamados EQ e unidades compressoras dos 70 e 80 que foi desenvolvido junto com a Rupert Neve, a primeira colaboração com a TC Electronic
siste em uma superfície de controle, um ou dois mecanismos DSP, mais de oito racks I/O e pode ter uma configuração flexível, de forma que cabe em aplicações de qualquer escala e complexidade.
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incluem novas variações desenvolvidas. O algoritmo Precise torna fácil acertar e controlar pontos específicos do EQ e o algoritmo Aggressive foi desenhado para a maior parte das res-
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resultou na inclusão de dois excepcionais processadores de reverb. Uma extensa seleção de plugins, incluindo os tipos populares dos consoles digitais da Yamaha, dá aos engenheiros as ferramentas necessárias para criar um som perfeito em qualquer situação. Tudo foi programado para reproduzir e criar o som mais musical possível. O RIVAGE PM10 é o produto de uma extensiva pesquisa e design com objetivo de atender a um propósito: alcançar a mais alta qualidade sonora possível. O sistema RIVAGE PM10 tem como característica um Estilo de Operação Híbrida, ou Hybrid Operation Style, que leva os mais valiosos aspectos dos consoles de mixagem digital da Yamaha para um nível refinado que dá aos engenheiros um controle expressivo, sem precedentes. O sistema con-
O RIVAGE PM10 é o produto de uma extensiva pesquisa e design com objetivo de atender a um propósito: alcançar a mais alta qualidade sonora
Outra novidade são os canais EQ de 4 bandas paramétricas, e os canais de saída, que são equipados com EQ de 8 bandas paramétricas, com 4 tipos de algoritmos que
postas musicais, enquanto o algoritmo Smooth oferece um controle natural e suave. Há ainda o Legacy, um algoritmo que dá uma resposta familiar nos equalizado-
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Os encoders principais do painel da RIVAGE PM10 são circundados por anéis em forma de ferradura que indicam a cena atual. Esse tipo de formato foi desenhado para proporcionar ótima visibilidade quando, por exemplo, os encoders são vistos de cima.
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res, padrão já conhecido nos consoles Yamaha como PM1D e PM5D.
vel fazer uma mudança relativa temporária para aquele canal e logo em seguida revertê-lo para o nível original.
FILTRO OVERLAY Para respostas rápidas e mudanças repentinas. Esta é a principal função do Overlay, outra novidade na característica do console que pode expandir notavelmente o uso da memória da cena. Este filtro pode ser sobreposto em uma mix que está sendo feita para aplicar compensações nos níveis de fader e das mandadas da matriz independentes da cena que foi “chamada”. Um exemplo de como esse recurso pode ser útil é quando ocorre algum imprevisto durante a apresentação, demandando ajustes de nível para o canal correspondente. Usando o filtro Overlay é possí-
DETALHES BASTANTE CONVENCIONAIS Os encoders principais do painel da RIVAGE PM10 são circundados por anéis em forma de ferradura que indicam a cena atual. Esse tipo de formato foi desenhado para proporcionar ótima visibilidade quando, por exemplo, os encoders são vistos de cima. Uma pequena lâmpada foi colocada no painel frontal especificamente para iluminar um teclado e mouse que possam ser colocados ali. Esse é outro pequeno detalhe que pode contribuir significativamente para melhorar a performance da operação.
Características da PM10 Capacidade de mixagem: 44.1/48/88.2/96 kHz 144 input channels 72 Mix buses, 36 Matrix buses Stereo buses A and B (ou Mono bus) Cue A/B, Monitor A/B Controle de superfície (CS-R10) Display: 15" touch panel x 2 Faders: 38 (12+12+12+2) Custom Fader banks: 6 x 2 on each bay User Defined keys: 12 x 4 banks User Defined knobs: 4 x 4 banks Touch and Turn knobs: 2 Analog I/O: 8 in / 8 out Slot: 2 MY slots AES/EBU: 4 in / 4 out (with SRC) Ports: GPI (8 in / 8 out), Word Clock Out, MIDI In/Out, 5 USB (1 for 2-track recording), Video Out (DVI-D)
DSP Engine (DSP-R10) Slot: 2 MY slots, 4 HY slots (TWINLANe, Dante) Input Channel A/B, Gain Compensation, Digital Gain, HPF, LPF, 4-band PEQ, 2 Dynamics, Delay, 2 insert points (x4 daisy-chain), Direct Out Output Channel HPF, LPF, 8-band PEQ, Dynamics, Delay (on channel and port), 2 insert points (x4 daisy-chain) Memória de cenas Número de cenas: 1000 Funções: Recall Safe, Focus Recall, Fade Time, Preview, Overlay Filter, Isolate Plug-ins 384 plug-in slots 45 types of plug-ins Software RIVAGE PM10 Editor (Windows)
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LEITURA DINÂMICA| www.backstage.com.br 34 Em comemoração ao 75º aniversário do microfone Unidyne, o primeiro microfone unidirecional dinâmico de elemento único do mundo, a Shure decidiu trazer o equipamento de volta, mas por tempo determinado.
UNIDYNE E L E V O LT O U ! redacao@backstage.com.br Fotos: Divulgação
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o longo dos últimos 90 anos, a Shure Incorporated desenvolveu e fabricou diversos produtos inovadores para o setor de áudio. No entanto, nenhum causou maior impacto nem foi mais emblemático do que o microfone Unidyne, que rendeu à companhia, em janeiro de 2014, o Milestone Award, concedido pelo Institute of Electrical and Electronic Engineers (IEEE) pela tecnologia Unidyne. Para marcar essa conquista e comemorar o 75º aniversário do desenvolvimento e da disponibilização do microfone Unidyne 55, a
Shure decidiu colocar no mercado o modelo Unidyne de edição limitada: Microfone dinâmico cardioide 5575LE. Nessa nova versão especial de aniversário para o icônico microfone, o 5575LE reproduz o desenho original, com as devidas melhorias em durabilidade e qualidade de som. Um admirável passatempo para colecionadores, o 5575LE edição limitada de série apresenta o elemento cardioide Unidyne III atual, a clássica grelha externa grande, etiqueta de época e fundição em zinco, com acabamento prateado no suporte de mesa.
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O microfone vem em um estojo em alumínio com o logotipo do 75º aniversário e inclui duas fotos impressas do Unidyne e um certifica-
çado em 1939, o Unidyne 55 foi rapidamente adotado como o microfone escolhido para locução, discurso público, gravação e rádios de duas vias. Conforme a popularidade do 55 crescia, ele ganhou espaço em vários ambientes musicais que consolidariam seu legado e status icônico como “o microfone que não precisa de nome”. Para a indústria da música, o Unidyne 55 ofereceu controle de microfonia e redução de ruído ambiente. Nas mãos de cantores profissionais e de Chefes de Estado, o Unidyne 55 ficou conhecido como uma presença cultural familiar e um sinal de qualidade. Seu design veio a simbolizar o que muitos pensam quando ouvem a palavra “microfone”. O Microfone dinâmico cardioide Unidyne 5575LE
Nessa nova versão especial de aniversário para o icônico microfone, o 5575LE reproduz o desenho original, com as devidas melhorias em durabilidade
do de autenticidade, apresentando um tributo da presidente do conselho da Shure, Rose L. Shure. De acordo com Scott Sullivan, Diretor Sênior de Gestão Global de Produtos da Shure Incorporated, o Unidyne é o microfone mais reconhecido do mundo, usado por incontáveis cantores, incluindo Elvis e Sinatra, bem como por numerosos artistas contemporâneos. “O 5575 homenageia o amado e clássico Unidyne 55, apresentando estética clássica e características de desempenho para artistas e colecionadores”, acrescenta o executivo. Lan-
edição limitada estará disponível em fevereiro de 2015. Consulte seu distribuidor para mais informações.
Para saber online
www.shure.com.br
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FLORESTA D E E X P E R I M E N TA Ç Õ E S Disco novo de Pedro Sá Moraes busca “fibras” musicais e usa o estúdio como um grande aliado. Ricardo Schott redacao@backstage.com.br Fotos: Tomás Rangel / Divulgação
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som que você escuta em Além do princípio do prazer, segundo disco do guitarrista carioca Pedro Sá Moraes (Delira Música), não saiu de uma hora para outra, não. Durou seis meses de gestação e, acima de tudo, muito pensamento, muitas reuniões e muita discussão entre ele, o produtor Ivo Senra, o baterista Lucio Vieira e o técnico de som Roger Freret. “Eu e Ivo começamos a definir tudo em conjunto e, antes de mais nada, pensamos numa unidade poético-sonora”, conta Pedro. O peso e os efeitos quase fantasmagóricos de guitar-
ra em músicas como Alarido e Ela Vertigem surgiram da busca dos músicos e do produtor pelas “fibras” de cada canção, e pela procura por um som que mesclasse rock, eletroacústica e sons eletrônicos. “Ouvimos com muita atenção discos de Gilberto Gil, Bjork, Radiohead, Sigur Ros, coisa de pop experimental. E muita gente que faz a interface entre uma música mais ‘comum’ e a música eletrônica, mas não essa música eletrônica de pista. Algo mais ambiental”, conta, lembrando que álbuns de música erudita do século 20 também passaram pelos toca-dis-
coisa que o Ivo pegou de um banco de ruídos. Não tem nada sampleado pela gente, mas usamos isso. Em Alarido, que abre o disco, tem uma colagem que vai do começo ao fim
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fomos construindo timbres em cima”, comenta. Na guitarra, Pedro usa módulos de delay da PC Electronics, pedais como Cry Baby e, só um pouco, pedal de distorção - ape-
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cos dos músicos. “Fomos planejando que as músicas saíssem da zona de conforto acústico, um pouco associada à MPB. O Ivo teve uma grande contribuição nisso, porque é um cara que produziu o último disco do Gabriel Moura e é formado em música pela UFRJ. Conhece os dois lados, da MPB mais pop e do som mais experimental”, fala. Os grooves de músicas como A hora da estrela, Não quer que o mundo mude, Pra nós e outras foram todos inventados, sem seguir padrões. “Não tem nada pronto no disco, tipo ‘isso é um blues’, ‘isso é um samba’. Fomos deixando tudo implícito em vez de explicitar o groove. Em A hora da estrela, tem uma mistura de funk e maculelê que só se revela depois de uns dois minutos”, ressalta. Para intensificar essa ideia de som “esculpido”, Ivo fez todos os baixos do disco no sintetizador. “A ideia era mexer nos parâmetros. Nada contra o som do baixo”, diz, rindo. “Mas queríamos um som que não fosse peculiar, que não fosse exatamente igual ao som do instrumento”, acrescenta. A inspiração para brincar com o instrumento no sintetizador veio, em se tratando do experimentalismo de Pedro, até de onde menos se espera. “Nos inspiramos bastante em coisas da Madonna, em Toxic, da Britney, sabia?”, espanta. “Eunuco tem um baixo synth dobrando com piano, e um baixo com bumbo, que nos remete a canções como essas”. No encarte, diz que Ivo faz “intervenções eletroacústicas”. Uma verdadeira mistura de ruídos de vozes e de instrumentos aguarda quem escutar o disco com fones de ouvido. “Tem vozes e guitarras arranhadas em algumas músicas. Muita
Fomos planejando que as músicas saíssem da zona de conforto acústico, um pouco associada à MPB. O Ivo teve uma grande contribuição nisso... (Pedro) da faixa e que une uns ruídos meio angustiados de guitarra, com unha nas cordas. Em A hora da estrela, misturamos guitarra e uns barulhos de copo quebrando, além de diversos ambientes sonoros. A ideia era remeter ao atropelamento da Macabeia, no fim do livro de mesmo nome, da Clarice Lispector”, conta. “E em muitos momentos, a guitarra é uma floresta de plug-ins. Ligamos a guitarra num pré-amplificador transistorizado e
sar de preferir a distorção pura e simples do amplificador mesmo. Entre as guitarras que usou, uma Gibson SG e uma Fender. O repertório de Além do Princípio do Prazer (cujo conceito foi construído em torno da obra do psicanalista Sigmund Freud e seu livro de mesmo nome) foi composto por Pedro com amigos como Thiago Amud, João Cavalcanti (Casuarina) e o próprio Ivo Senra - alguns deles pertencentes ao Coletivo Chama, de compositores. E foi tudo mixado num estúdio que Pedro já considerava o ideal para terminar o disco: o Sterling Sound, em Nova York. “Fizemos com o Joe LaPorta, que trabalhou com a Bjork. Não pudemos ir até lá e ficamos com certo medo: ‘caraca, será que ele vai entender o que a gente está fazendo?””, brinca. “Mas deu tudo certo”. Com o disco pronto, a ideia é apresentá-lo por aí e voltar a Nova York, onde Pedro chegou a fazer shows com sua banda. “Passamos por alguns estados americanos e foi bem legal”, recorda o músico.
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Projeto ‘Playing For Change’ capta músicos em praça pública com qualidade de estúdio. Ricardo Schott redacao@backstage.com.br Fotos: Divulgação
MÚSICA DE RUA A
ntes de colocar para rodar por aí o projeto Playing For Change (que reúne artistas de rua de todo o mundo, ao lado de figurões, e acabar de lançar o CD Playing For Change 3 - Songs around the world) o americano Mark Johnson era engenheiro de gravação no histórico estúdio novaiorquino Hit Factory. Um dia, no caminho para o trabalho, no fim dos anos 90, desceu até o metrô e viu que a estação estava mais cheia
do que de costume. O motivo da superlotação era um show realizado por dois monges, um deles tocando violão, que emocionava a todos. Foi aí que Mark, então um sujeito premiado com Grammies e com anos e anos de experiência em estúdios, percebeu - como ele mesmo costuma dizer - que a melhor música poderia estar fora do estúdio, pelas ruas, em vez de estar fechada entre quatro paredes.
“O Playing For Change veio da ideia de que podemos construir um futuro melhor para todos. Mas isso se todos nós trabalharmos juntos e criarmos inspiração e esperança. A música é a melhor ferramenta para juntar gente e curar países, culturas e corações feridos. Começamos tudo com um cara tocando Stand by me (de Ben E. King) na guitarra e isso virou um movimento de integração mundial através da música, com um coração e uma canção”, diz Mark com exclusividade à Backstage. O projeto começou em 2002 com Mark e seu parceiro Whitney Kroenke viajando todo o mundo e gravando vários artistas, com câmeras e equipamento de gravação portáteis. Quando viu o artista de rua californiano Roger Ridley cantando Stand by me, em 2004, ficou tão impressionado com sua voz que
Mark Johnson no Congo
decidiu gravar vários artistas de rua, inclusive Ridley, cantando a música. O clipe da canção (aquela mesma que foi sucesso com John Lennon nos anos 70) já teve mais de 65 milhões de views. Os CDs e DVDs do PFC (que tem também uma banda com alguns dos músicos já aproveitados no projeto, e que se apresentou recentemente no Brasil) envolvem um trabalho todo especial, com captação de sons em estúdio e nas ruas. Mark usa amigos que são verdadeiros “magos do áudio”, como costuma chamar. Um deles é Mickey Houlihan, que está no PFC desde o comecinho. Como são câmeras e equipamentos de gravação portáteis, a equipe usa um jogo de baterias recarregáveis feito especialmente para ela. Não é necessário plugar nada.
“Quando comecei, usava baterias da marca Golf Cart. E eventualmente, baterias de carro. O equipamento era muito pesado. Hoje é possível usar equipamentos mínimos para simular na rua a altíssima qualidade de um bom estúdio”, diz. Hoje Mark usa um preamp da Grace Design feito especialmente para o projeto, um conversor de 8 canais da Apogee, um Pro Tools LE com seis canais (dois digitais e quatro analógicos). “Os microfones são importantíssimos”, conta Mark, que ainda mantém a microfonação da época em que gravou em estúdio com o cantor Paul Simon, com microfones da marca Schoeps. E diz que o mais legal de todo o processo é o aprendizado. “Aprendemos como gravar e captar performances inspiradas, como deixar o microfone perto o suficiente para captar tudo e longe o suficiente dos sons mais altos. A base do projeto está no conforto do músico enquanto toca, já que esses artistas estão nas ruas fazendo o que querem”, contou à revista americana TapeOP. À Backstage, Mark falou que a trupe do Playing For Change já veio ao Brasil algumas vezes para conhecer músicos de rua e agregou brasucas a seus discos e DVDs. “O disco novo tem músicos de rua de Belo Horizonte (MG) participando, ao lado de artistas de mais 32 países. E de nomes grandes como Keith Richards (Rolling Stones), Los Lobos e Sara Bareilles”, conta. “Amo ouvir a música de cada país quando viajo. E ouvir músicos de rua é uma maneira boa de entender a música de diferentes lugares do mundo. Eles oferecem a qualquer um que está passando pelas ruas a chance de ouvir boa música. E na rua não tem filtro, é música pura direto do coração de quem toca até o público”, assegura.
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CALDAS COUNTRY | CAPA | www.backstage.com.br 40 Foram dois dias de muita agitação no paraíso das águas termais, no coração do Brasil. A cidade de Caldas Novas, município de Goiás, que acolhe os apaixonados pela música sertaneja, já tem em novembro duas principais datas no calendário da cidade, ganhando até do Réveillon. Sara Montalvão redacao@backstage.com.br Fotos: Agência Kah / Divulgação
CALDAS COUNTRY
ASSUME NOVO LAYOUT O
maior festival de música sertaneja do Brasil, o Caldas Country Show, em sua 9ª edição, contou com 26 atrações em 30 horas de muito sertanejo, animando um total de 40 mil pessoas nos dois dias. Dentre as atrações Jorge & Mateus, Henrique & Juliano, Humberto & Ronaldo, Chitãozinho & Xororó, Milionário & José Rico, Luan Santana, Cristiano Araújo, Gustavo Lima, Gabriel Gava, Bell Marques e Tomate no trio e muito mais. O mestre de cerimônia foi nada mais nada menos que
um dos maiores locutores de rodeio do país, Cuiabano Lima, que há alguns anos sabe colocar essa galera “no 12”. As tendas-galpão da empresa Paulista Feeling Eventos foram novidade e utilizadas na área dos camarotes com PAR LEDs que, somados, contribuíram para um conceito moderno para o evento. Os painéis de LED com 14 metros de altura deixaram a galera bem pertinho do seu artista favorito e ninguém perdeu nada do que rolou nos dois dias de festa. Além disso, outra novidade foi
ação Coelho / Divulg Foto: Mikeyas
no camarote Prime, que este ano contou com uma boate exclusiva com DJ’s utilizando o sistema sonoro FZ Áudio da Pazini. “O sistema sonoro utilizado no Extra Vip também foi FZ Audio com o dobro de material e de potência.”, explicou Elizon Soares de Souza – gerente de som da Pazini.
A responsável pela gigantesca estrutura do festival também é a empresa Pazini, que também ficou a cargo da sonorização do evento. Este ano o sistema de PA contou com o dobro de potência e caixas do ano passado, sendo 50 caixas EAW 760, amplificação Lab.gruppen das séries FP6400 e FP10000. “Na house mix usamos os consoles Venue D-Show, Profile e Yamaha PM5D RH”, enumera Elizon, acrescentando que a configuração do sistema de line array foi feita em 4 li-
nhas, center e outfill. De acordo com o gerente de som, este ano não houve necessidade de usar as torres de delay dentro dos camarotes em frente. Na StageMix foram usados 2 Yamaha PM5D RH, 1 Profile, com os Backline sendo usados de acordo com o Rider de cada banda. A sonorização foi aprovada por um
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Foto: Erwin Oliveira / Divulgação
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Vista geral da arena onde aconteceu o Caldas Country
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Uso a Yamaha faz quase 30 anos e é um equipamento muito bom, o som está muito bem distribuído no local, todos no recinto irão ouvir bem, porque tem os Outfill montados nas laterais... (Circuit)
Circuit, PA do Chitaozinho & Xoxoró
Robson - técnico de PA de Henrique & Juliano
dos mais respeitados técnicos de PA do Brasil, Nilson Grécio, o “Circuiti”, PA do Chitãozinho & Xororó: “utilizamos uma Yamaha PM5D RH da Pazini. Uso a Yamaha faz quase 30 anos e é um equipamento muito bom, o som está muito
Anderson Butão - técnico de PA do Gustavo Lima
bem distribuído no local, todos no recinto irão ouvir bem, porque tem os Outfill montados nas laterais, com certeza vai ser bacana”, afirmou, comentando que o show de uma das duplas mais esperadas do evento chama-se Do tamanho do nosso amor, uma turnê que vem sendo apresentada na estrada ao longo do ano. “Como no ano passado começamos a turnê bem aqui, algumas músicas novas irão ser tocadas, mas o show basicamente é o mesmo”, ressaltou. Cleiyver Rossi, técnico de PA da dupla Milionário & José Rico, que usou uma DShow da Pazini, comentou que além de ter gostado de usar o console, também gostou
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Console de PA usada na house mix
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Lista de equipamentos Lista de equipamentos de iluminação: 40 - Nick NRG 1201 – DTS 24 - Raptor - DTS 25 - X-5 Strobo - SGM 24 - Beam 3000 - DTS 20 - Nick 600 - DTS 24 - Spot MMX 800 - ROBE 16 - Ribaltas P-5 - SGM 10 - Delta 10 Arquitetural - DTS 80 - Mini Brutt - HPL 88 - PAR LED RGBW 3w - New Led 01 - Grand MA Light 2 01 - Grand MA Ultra Light 2 01 - On PC Wing - MA 01 - NPU - MA 02 - 08 Port Node - MA 02 - 02 Port Node - MA 01 - Sistema Fiber Fox House Mix /Palco Todo o Sistema de Comunicação house mix/palco e plateia foram via fibra ótica e rede, sendo usados um total de 16 universos DMX, palco e plateia, e toda a iluminação interna do evento foi controlada pelo sistema MA, conjugado com o palco. 80 - MOVIE LIGHT 150 - PAR LED 200 - SET LIGHT 80 - LUMENCO 400 50 - LUMENCO 2000 180 - LAMPADAS PAR 64 COLO BEAM 700 – ROBE MH3 BEAM RUSH – MARTIN XR9 – DTS XR8 – DTS COLOR BEAM 700 (fabricante Robe ) MH3 BEAM RUSH (fabricante Martin) XR9 SPT (fabricate dts) XR8 WASHE (fabricante dts)
Lista de equipamentos de sonorização: Sistema de PA: 50 caixas EAW 760 Amplificação Lab.gruppen das series FP 6400 e FP 10000 Consoles: Venue D-Show, Profile e Yamaha PM 5D 04 Controladores de Sistema Linea modelo LNR 26, 02 EAW UX 8800 Sistema de Palco (Monitor) 06 KF 850 06 SUB 850 02 SUB Drums 850 Amplificação Crest Audio 02 controladores de Sistema XTA DP224 02 consoles Yamaha PM 5D 01 Venue Profile 20 Monitor Spot EAW SM 400 Backline 06 Mic Shure UR4D+ 05 Mic Sennheiser EW 500 G3 02 AMP - Marshall JCM 900 03 Amp - Fender Twin Reverb 02Amp - Ampeg SVT PRO 02 Amp - Gk 800 50 Pantograficas 02 Baterias Pearl completas Sistema de sonorização do Camarote Prime: FZ áudio Sistema de som do Camarote Extra Vip: 30 Caixas J 08A FZ 10 Caixas J 212A FZ 20 Caixas Sub 218A FZ 04 Monitor Spots EAW SM 400 04 CDJ Pioneer 2000 02 Mixer Pionner DJM 900 Nexus Limitend 01 Console Soundcraft 32 Si Expression
Equipe de som da Pazini
Marcelo Félix (PA) e Ivan Moura (LD) - Jorge & Mateus
ILUMINADORES GANHARAM ESTÚDIO
Equipe da Pazini
do sistema de PA do evento. Juliano Rangel, técnico de PA do Luan Santana, reforçou que a empresa locadora sempre o atendeu bem. “Hoje, inclusive, com um equipamento bem legal. O show do Luan é um show diferenciado no meio do sertanejo universitário e aqui, por ser um festival, não dá para mostrar muita coisa, é mais mesmo o repertório que ele vem fazendo durante a turnê, alguns painéis, efeitos”, acrescentou.
A Pazini também foi responsável pela iluminação geral junto com a empresa goiana Back Light que fez um grande trabalho. Outra novidade foi que toda a estrutura de iluminação foi controlada de um único local. “Com um sistema GrandMA2, gerenciado via cabos de fibra ótica. Estamos com dois consoles, um GrandMA2, 1 light e 1 ultralight, mais uma Onepcwing, 2 8port node, 1 NPU”, falou Uerique Costa, um dos responsáveis técnicos. Segundo Robson, técnico de luz do Sucesso das Galáxias, que se apresentou pela primeira vez no Caldas Country, “estava tudo perfeito, tudo que eu precisei estava lá, bastante movies, muitos aparelhos. Esta mesa tem todo suporte que o técnico
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Com um sistema GrandMA2, gerenciado via cabos de fibra ótica. Estamos com dois consoles, um GrandMA2, 1 light e 1 ultralight, mais uma Onepcwing, 2 8port node, 1 NPU
” Elison, gerente de som, e Pardal (à direita)
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House de iluminação do Caldas Country - sistema grandMA
Estrutura & Luz
de luz precisa, nos dá muita precisão. Se você quer um efeito, ou qualquer outra coisa, ela te dá resposta rápida”, avalia. Os critérios para o mapa de palco foram obedecendo os projetos que as bandas já utilizam em estrada e turnês. “A gente se baseia numa quantidade de aparelhos que seja dentro do que eles já usam no seu dia a dia, até para facilitar, porque a maioria já viaja com o sistema MA, então o técnico chega e praticamente já tem 80% ali pronto”, comenta Uerique Costa.
UMA DÉCADA DE FESTIVAL “O maior desafio deste ano foi na parte de cenografia. Foram usados os painéis P6 e P10 a 7, layout novo para o festival, com a iluminação utilizando a grandMA2. Também foi montado um estúdio para os iluminadores. Então o desafio foi montar este projeto
de uma forma que atendesse a todos os artistas e equipes da melhor maneira possível”, expõe Cristiano Martins, sócio-proprietário da Parceria Produz de BH. O evento, que superou a expectativa de público, que era de 30 mil pessoas para os dois dias, confirma a data como uma das principais para a cidade de Caldas Novas, uma cidade turística, hoje com o quinto maior número de leitos do Brasil, posicionada em uma faixa econômica muito importante no País. “Hoje a data do Caldas Country é mais forte até que o Réveillon, que era a data mais forte quando o festival se iniciou. E esta é uma data complicada, 15 de novembro, que é final de ano e já tem muita chuva. Conseguimos fazer nessa data um período forte no ano. E a cidade se movimenta em todos os sentidos, abrangendo todos os segmentos de comércio local”, relembra Cristiano. Ano que vem serão 10 anos de Caldas Country Show e, segundo o proprietário da Parceria Produz, já está sendo montando o projeto 2015, em cima da nova formatação que foi apresentada em 2014. A intenção é modernizar mais, trazer um layout inovador para comemorar uma década de Caldas Country.
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: A TO !
O D N U M O A R A P O Ã P A J O D Presente no Brasil há mais de dez anos, porém pouco conhecida por aqui, a japonesa TOA (pronunciam-se as letras individualmente), tradicional fabricante de áudio profissional, comunicação e equipamentos de proteção patrimonial, alicerçou seus valores institucionais no tripé “Segurança, Confiabilidade e Emoção”.
A
tuando no segmento de proteção patrimonial, aceitou o desafio de criar soluções que auxiliem as pessoas a se sentirem mais seguras, principalmente frente ao aumento da criminalidade nas grandes metrópoles. No mercado de comunicação, seu senso criativo busca atender não apenas quem transmite uma mensagem, mas também todo aquele que a recebe. Já no mercado de áudio profissional, a TOA faz uso de toda a sua expertise para oferecer soluções tecnológicas que atendam com excelência seus clientes, independente do
M-9000 M2 - Mixer Modular
é técnico Luciano Freitas o Studio de áudio da Pr m formaamericana co astering’ ção em ‘full m
local que receberá seus equipamentos. Combinando experiências obtidas nessas três áreas de atuação, novas possibilidades foram naturalmente surgindo e a inovação se tornou regra na empresa. O resultado? O reconhecimento que lhe tornou presença certa em grandes empreendimentos como no Aeroporto Internacional de Tóquio (um dos mais movimentados do mundo na atualidade), no Estádio Nacional de Beijing (popularmente conhecido como “O Ninho de Pássaro”), construído para as Olimpíadas e Paraolimpíadas de 2008, realizadas na China, e no Tietê Plaza Shopping, em São Paulo. Buscando sempre trabalhar com respeito, tanto para com as pessoas quanto para
DA-550F
com o meio ambiente, a TOA obteve as certificações internacionais ISO 9001 e ISO 14001, que reconhecem os padrões de qualidade e gerenciamento sustentável adotados em seus processos construtivos. Mais que equipamentos, o lema da empresa é oferecer bom som, e para isso coloca no mercado brasileiro uma linha de produtos que tem tudo para agradar nossos profissionais mais exigentes. Conheça alguns desses produtos, os quais merecem certamente nossos olhares mais atentos:
caixas acústicas). Toda a configuração do equipamento (níveis de sinal, endereçamento de canais e parâmetros das ferramentas de áudio) pode ser salva em uma das suas memórias de cena (32 alocações disponíveis) para rápida recuperação de complexos ajustes. Além das memórias de cena, o usuário conta com as memórias de pagi-
M-9000M2: um mixer digital versátil que permite ao usuário customizá-lo conforme as suas necessidades por meio de módulos opcionais instalados no seu painel traseiro. Cada um desses módulos, além de possibilitar a entrada e a saída de áudio no equipamento (expansível até 8 x 8 canais simultâneos), adiciona a ele um conjunto de ferramentas (processadores) de áudio, entre elas equalizadores paraméHX5B - Line Array tricos de 10 bandas, filtros de passagem de altas e baixas frequências (HPF e LPF), procesnação (32 alocações disponíveis), sadores de dinâmica (compressor e pelas quais é possível definir difegate), loudness (reforço de determirentes níveis de prioridade para nadas frequências quando o equicada canal de entrada, fazendo pamento está produzindo baixos com que canais com baixo nível de níveis de sinal nas saídas) e delay prioridade sejam automaticamente (permite o alinhamento do tempo atenuados quando detectada a prede projeção sonora no sistema de sença de sinal nos canais com alto
nível de prioridade (ducking effect, permitindo ainda ajustes complementares nos canais com o mesmo nível de prioridade). Ainda no quesito “mixagem semiautomática”, duas outras funções do equipamento merecem destaque: a NOM (Number of Open Microphones), que atenua o volume (SPL) geral quando certo número de microfones encontra-se ativos simultaneamente (auxilia no controle de possíveis microfonias), e a possibilidade de controle do volume geral de uma determinada saída tendo como referência o ruído de fundo do ambiente sonorizado (requer o microfone AN-9001 e o módulo AN001T instalados no equipamento). Para o total controle do M-9000M2, seu fabricante disponibiliza ao usuário um aplicativo (software para ser instalado em um computador) capaz de acessar remotamente todas as suas funções, além de uma linha com 7 diferentes modelos de controladores externos (até 20 podem operar simultaneamente quando instalado o módulo RC-001T) e a compatibilidade com controladores das empresas Crestron e AMX. Para quem necessita de uma opção com amplificador incluso, a empresa TOA oferece a linha A9000M2, com todas as funcionalidades do M-9000M2 em versões com saídas amplificadas de 60, 120 e 240 watts de potência.
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TECNOLOGIA |ESTÚDIOS| www.backstage.com.br
D001-T - Módulo para M-9000M2
ZM9014- Contr olador
para M-9000M2
A-9060M - Mixer Modular Amplificado
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DA-550F: amplificador digital classe D, com 4 canais totalmente independentes, cada qual com sua fonte de alimentação individual, (garante desempenho contínuo e confiável) oferecendo 500 watts em cada um destes canais. O equipamento opera com eficiência de 85%, consumindo quase um terço a menos de energia quando comparado aos amplificadores analógicos convencionais. Fabricado com gabinete compacto e leve (duas unidades padrão rack EIA, pesando apenas 9 kg), seu sistema de dissipação de calor permite a montagem de até cinco unidades sem que haja a necessidade de espaços abertos para ventilação entre as mesmas.
SRH3S - Line Array em Formato de Coluna
HX-5: sistema de caixas acústicas Line Array projetado para minimizar as anomalias de locais altamente reverberantes, melhorando a inteligibilidade sonora, seja em ambientes internos ou externos. Montado em um gabinete de polipropileno com 4 transdutores de 5” para graves e 12 transdutores para agudos (tweeters), proporcionando 600 watts de programação contínua (sensibilidade de 99dB), o produto oferece 4 diferentes ângulos de dispersão (15º, 30º, 45º e 60º) alterados manualmente e pode ser instala-
do na parede, no teto (vertical ou horizontalmente), ou mesmo em pedestais. Sua resposta de frequências vai de 70Hz a 20KHz (-10dB) e se estende até 40Hz quando usado em conjunto com o subwoofer FB-120B. SR-H3L e SR-H3S: outro sistema de caixas acústicas no formato Line Array, porém em uma versão bem mais compacta (em formato de coluna), com 16 transdutores (2,8”) instalados verticalmente em dois diferentes ângulos (5º e 15º), minimizando a diferença de volume (SPL) entre as áreas a ela mais próximas e as mais distantes (garante um campo sonoro mais uniforme). São altamente recomendadas para locais com superfícies interiores altamente refletivas, como centros de conferências, salas de espetáculos e igrejas, tendo em vista sua dispersão sonora ser focada, reduzindo as reflexões no teto e nas paredes do ambiente. Produzida em dois diferentes modelos (SR-H3L e SR-H3S, sendo esta angulada em 20º), o produto cobre o espectro sonoro entre 90Hz a 17KHz (SRH3S), entregando 360 watts de energia sonora contínua.
Para saber online luciuspro@ig.com.br
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TECNOLOGIA| CUBASE | www.backstage.com.br
CUBASE PRO 8 A EVOLUÇÃO
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Marcello Dalla é engenheiro, produtor musical e instrutor
Olá amigos, Nesta edição minha intenção era seguir com mais um tutorial sobre LOOP MUSIC no Cubase. Mas eis que no dia 4 de dezembro foi lançado o CUBASE PRO 8. Como reza a nossa tradição na Backstage desde o Cubase 5, eu paro nossos “seriados de tutoriais” para noticiar as novas versões em primeira mão. Entonces: Que viva la tradición!
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amos começar pelo que é mais evidente neste upgrade: a sensação de grata surpresa com as novas tecnologias implementadas. Como é bom ver o que a nova versão traz de novidade. Já recebi e-mails e telefonemas com comentários e dúvidas. Somos todos “fofoqueiros tecnológicos”! Graças a Deus! Vou começar a listar estes novos recursos de uma forma geral e posteriormente teremos tutoriais específicos. Por ser muita coisa precisarei de duas edições para cumprir o ritual de uma forma interessante. Começaremos neste número e seguimos na próxima edição com a se-
Figura 01 - Gráfico comparativo entre o processamento do Cubase 7,5 e 8
gunda parte da análise. Vou anexar aos itens o link de cada vídeo da Steinberg. Novo engine – O processamento do Cubase 8 foi redesenhado. Na verdade deriva-se da implementação do Nuendo 6.5 com base no AsioGuard 2 que otimiza o funcionamento do driver ASIO enquanto executa as rotinas de soma dos canais, de gerenciamento do funcionamento, de alocação de mídias, de processamento de plug-ins etc. Maior eficiência, utilizando plenamente o potencial do processamento em 64 bits. Todo o processamento é beneficiado pela nova implementação. A figura 01 mostra um diagrama comparativo. Os projetos com muitos canais chegam a abrir 4 vezes mais rápido que na versão 7.5. Os mixers chegam a abrir duas vezes mais rápido em sessões grandes. VCA Faders – Podemos controlar vários faders através de um fader linkado que não é um group channel. O VCA Fader não é um canal com roteamento, ele é apenas um fader de controle remoto que aparece no mixer comandando os canais que determinamos. Isso abre muitas possibilidades de submixes. Por exemplo, se temos um VCA Fader comandando os canais da Figura 02 - VCA fader bateria, podemos ajustar o volume de todo o instrumento com apenas 1 fader. Ok, até o momento fazíamos isso usando a função link e o group channel. O que o VCA fader permite é justamente um controle mais direto e intuitivo disso. Ao mesmo tempo podemos aplicar e editar automações diretamente no VCA Fader. Uma das vantagens de controlar assim as submixes é que não corremos o risco de mudar a relação de dinâmica entre canais e seus compressores pre e post fader. As relações permanecem as mesmas e o resultado final é de fato ajuste apenas de volume sem mudanças de timbre. A figura 02 mostra o VCA Fader. Assistam na página: http://www.steinberg.net/en/products/cubase/ start.html video VCA Faders, wave meters.
RENDER IN PLACE - Aí está uma função que é muito bem-vinda. Aliás, eu mesmo esperava por ela desde o Cubase 7. Precisamos a todo momento gerar arquivos parciais vindos de submixes, instrumentos virtuais, clips processados etc. Com o Render in Place conseguimos gerar o áudio resultante de um canal ou de um clip (bounce) com os plug-ins insertados atuando ou não. O canal pode ser de áudio ou de MIDI. E ainda fica à nossa escolha exportar trechos, eventos ou canais inteiros. Há muitas formas de usar o Render in Place. Além de renderizar o arquivo selecionado com os equalizadores e demais plug-ins do próprio canal, temos a opção de renderizar também com os efeitos no bus master (bus stereo). Esta função é excelente quando estamos utilizando instrumentos virtuais muito pesados como orquestrações virtuais. Renderizando os trechos MIDI já finalizados, economizamos processamento e liberamos a máquina para trabalhar trechos adicionais.
Figura 03 - Render in place
Figura 04 - Render in place
As figuras 03 e 04 mostram os menus do Render in Place e suas opções. O vídeo da Steinberg é o “Render in Place” em http://www.steinberg.net/en/products/ cubase/start.html WAVEMETERS NO MIXER – Mais uma implementação herdada do Nuendo 6. É de uma praticidade absurda este recurso. O fato de observarmos as waves no próprio mixer, reúne num só ambiente
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TECNOLOGIA| CUBASE | www.backstage.com.br 54
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Os componentes visuais de um projeto podem ser colocados na barra de tarefas como se fossem aplicativos diferentes com seus respectivos ícones. Podemos acessá-los a qualquer momento, e customizar e nomear os workspaces se tornou mais prático e rápido.
Figura 05 - Wavemeters
visual referências importantíssimas na hora da mixgem. A figura 05 mostra o Wavemeter. A linha central do meter reflete o cursor na timeline, na posição da música. As waves se deslocam de baixo para cima percorrendo a tela. Visualmente já referenciamos as waves a seus respectivos canais. O vídeo é o mesmo VCA Faders, Wavemeters por volta de 5 minutos 53 segundos http:// www.steinberg.net/en/products/cubase/start.html GERENCIAMENTO DOS WORKSPACES E NOVA JANELA DOS VSTs – Agora podemos gerenciar nossos workspaces e janelas avulsas de uma forma
extremamente intuitiva. Os componentes visuais de um projeto podem ser colocados na barra de tarefas como se fossem aplicativos diferentes com seus respectivos ícones. Podemos acessá-los a qualquer momento, e customizar e nomear os workspaces se tornou mais prático e rápido. O vídeo New Windows layouts, workspaces em http://www.steinberg.net/en/products/ cubase/start.html mostra esses recursos. A janela dos VSTs ganhou mais espaço na janela principal de projeto facilitando o gerenciamento e programação dos instrumentos virtuais. A figura 07 mostra como ficou a janela dos VSTs dividindo em abas com o Media Bay. O acesso ao Media Bay ficou mais rápido. Po-
” Figura 06 - Workspaces e nova janela de VSTs | Figura 07 - Janela de VSTs e aba Media Bay
Figura 08 - Virgin terriories automation
Figura 09 - Virgin territories
demos acessar as livrarias de timbres e VST presets diretamente dele e jogar no projeto. Os mecanismos de procura de todos os arquivos estão mais poderosos em seus metadados e referências. AUTOMAÇÃO COMPLETA E GERENCIAMENTO DE “VIRGIN TERRITORY” – E tem mais Nuendo 6 dentro do Cubase 8. A poderosíssima automação do Nuendo, que utilizamos ostensivamente em mixagens de filme veio implementada no Cubase 8 para utilizarmos em música. De agora em diante, pontos de descontinuidade ou de “vazios” de automação (virgin territory) podem ser trabalhados mais organizadamente. Músicas longas, peças eruditas, trilhas so-
noras, shows ao vivo gravados inteiros, enfim coisas de longa duração com automação complexa ganham mais recursos. As figuras 08 e 09 mostram os painéis da nova automação. No próximo artigo seguiremos com os novos instrumentos virtuais, novos e poderosos plug-ins, novas livrarias e mais recursos desta usina de produção e criação musical chamada Cubase Pro 8. NOTA: Estejam atentos ao CONAPROM. Visitem a página http:/ /www.conaprom.com.br/marcellodalla e me escrevam caso precisem de mais informações. Forte abraço e até a próxima !
Para saber online
atelie2@hotmail.com www.ateliedosom.com.br Facebook: ateliedosom | Twitter:@ateliedosom
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AUTOMAÇÃO APERFEIÇOANDO A TÉCNICA E CONHECENDO Na edição anterior falamos dos aspectos básicos de automação aplicada às trilhas de um projeto. A automação permite incluir maior dinâmica a um projeto, seja em termos de volume, balanço (pan) em trilhas, assim como aplicação de efeitos sofisticados e automação de parâmetros de softwares virtuais. Ela pode ser aplicada em vários estágios de uma produção, porém, geralmente é ajustada na fase de mixagem.
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N O VA S F U N Ç Õ E S N O
LOGIC PRO Vera Medina é produtora, cantora, compositora e professora de canto e produção de áudio
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á sabemos como acessar a automação e criar os pontos de automação de acordo com nossa necessidade. Na Figura 1, podemos notar que a trilha 5 intitulada Lead possui alguns parâmetros automatizados. Para acionar ou fechar a visualização de todos os parâmetros que estão automatizados, basta clicar no triângulo, conforme a Figura 2. Neste caso, especificamente estou usando um sintetizador virtual (Massive, da
Figura 1
Native Instruments) e automatizei um dos parâmetros (Auto Filter) e duas mandadas (Reverb e Delay). Para incluir um novo parâmetro a ser automatizado, basta clicar no símbolo +, conforme Figura 3, e para excluir, clicar no símbolo X, os quais aparecem em cada uma das trilhas de automação, passando o mouse pela região indicada. Depois de incluir uma trilha de automação, basta seguir os passos para incluir
Figura 2
dem desejada, conforme a Figura 4. Para dar zoom numa trilha de automação, clique na área do parâmetro do lado direito entre a linha que separa uma trilha da outra até que apareça uma setinha e a mensagem “Individual Track Zoom: valor”, conforme a Figura 5. Basta arrastar para cima ou para baixo para definir o zoom desejado. Geralmente, para manipular de forma precisa os pontos de controle, o zoom auxilia na execução desta tarefa.
Figura 5
Figura 3
Figura 4
os pontos de automação (conforme explicado na edição anterior). É possível incluir tantas trilhas de automação quanto forem necessárias para seu projeto, possibilitando a automação simultânea de vários parâmetros. Você pode reordenar as trilhas de automação, bastando clicar sobre a área do parâmetro até aparecer uma mãozinha e arrastar a trilha para a or-
Como já mencionamos, para gerar as alterações nos parâmetros são adicionados pontos de controle numa curva de automação. Estes pontos são ajustados movendoos para cima ou para baixo, esquerda ou direita. É possível ver os valores numéricos atribuídos ao realizar as alterações, basta acompanhar na barra Transport. Uma forma prática de inserir dois pontos de controle numa região é utilizar a ferramenta Marquee para definir a região e depois clicar uma vez sobre esta região com a ferramenta Pointer. Mais uma dica: vá no menu Logic Pro X > Preferences > Advanced Tools para ter certeza que está assinalado Show Advanced Tools, conforme a Figura 6. Agora escolha uma região no seu projeto e vá ao menu Mix > Create Automation. Você terá duas opções (Figura 7): 1) Create 1 automation point at region borders: neste caso, vão ser criados em todas as tri-
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TECNOLOGIA| LOGIC | www.backstage.com.br 58
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No menu de ferramentas, há uma opção chamada Automation Curve Tool (Figura 9). Esta ferramenta permite que você consiga fazer curvas na automação, conforme pode ser visto também na Figura 9, além das linhas que são determinadas automaticamente ao definir pontos de controle de automação
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Figura 6
Figura 7
lhas de automação um ponto de controle de automação no início e outro no fim da região definida. 2) Create 2 automation points at region borders: neste caso são criados dois pontos de controle de automação sobrepostos no início e fim da região definida. Basta clicar sobre a linha entre os pontos e arrastá-la para cima ou para baixo para ver os 4 pontos. Se for necessário alterar o valor do parâmetro de uma trilha inteira, vá ao espaço dos valores da trilha e clique sobre o campo onde está o valor geral. Aparecerá uma palavra “Trim” (Figura 8) e
duas setas (uma para baixo e outra para cima). Clique sobre o campo e arraste o mouse para baixo e para cima e verá que toda a automação se altera. No menu de ferramentas, há uma opção chamada Automation Curve Tool (Figura 9). Esta ferramenta permite que você consiga fazer curvas na automação, conforme pode ser visto também na Figura 9, além das linhas que são determinadas automaticamente ao definir pontos de controle de automação. Esta opção só está disponível se a opção “Show Advanced Tools” estiver assinalada no menu Logic Pro X > Preferences > Advanced Tools.
Figura 8
Figura 9
Há também várias formas de deletar os pontos de controle de automação individualmente, em grupo ou em várias trilhas. Novamente, é importante que a seleção “Show Advanced Tools” esteja assinalada, conforme já mencionado. Para deletar um único ponto de controle, temos algumas opções: a) basta clicar duas vezes sobre o ponto com a ferramenta Pointer, b) passe a ferramenta Eraser sobre o ponto, ou c) marque o ponto de controle com a ferramenta Pointer e pressione Delete no teclado do computador, ou vá ao menu Edit > Delete. Esta última opção também se aplica quando você quiser deletar vários pontos de controle. Escolha com o Pointer todos os pontos que deseja deletar e pressione Delete ou menu Edit > Delete, verificando antes que nenhuma região está selecionada para não apagá-la também. Além destas opções, é possível acessar várias funções úteis pelo menu Mix > Delete Automation. •Delete Visible Automation on
Selected Track: remove a automação do parâmetro que estiver ativo. •Delete All Automation on Selected Track: remove toda a automação da trilha selecionada. •Delete Orphaned Automation on Selected Track: remove toda a automação que não tem mais aplicação em alguma região. Quando são efetuadas cópias entre trilhas, a automação pode ficar sem um relacionamento com alguma parte. •Delete All Automation: remove toda a automação de todas as trilhas. •Delete Redundant Automation points: remove os pontos de controle que não fazem sentido na trilha por aparecerem de forma repetida sem haver alteração de parâmetro, por exemplo. Esse é um comando extremamente útil, principalmente em cópias de automação. Para copiar partes da automação numa mesma trilha é possível escolher os pontos a serem copiados, clicar Command + C, colocar o cursor no local onde se quer copiar e clicar Command + V. Outra forma é manter pressionado Option, escolher os pontos a serem copiados e arrastar a seleção para onde se quer copiá-la. Para copiar uma automação de uma trilha para outra, basta selecionar e copiar (Command + C) da primeira trilha, escolher a outra trilha, posicionar o cursor onde quer copiar o trecho e clicar Command + V. Para mover um trecho da automação, basta marcar a parte desejada e arrastar o mouse para seu destino. Para mover a automação a partir de um determinado ponto, basta clicar em Option, selecionar o ponto ini-
cial e todo o restante da automação será movido simultaneamente. Existem outros comandos que podem ser ajustados. Muitos estão no menu Mix, assim como neste menu existe um caminho para Automation Preferences, o mesmo que existe no menu Logic Pro X > Preferences > Automation. Este menu pode ser configurado com algumas funções padrão de acordo com suas preferências. Por exemplo, é possível escolher se a automação deve ser movida ou não quando as regiões são movidas. O parâmetros disponíveis são: •Never (Nunca): a automação nunca será movida com as regiões. •Always (Sempre): a automação será sempre movida com as respectivas regiões. •Ask (Perguntar): abrirá sempre uma tela com a pergunta se a automação deve ou não ser movida com a região. Acho que conseguimos abranger os principais aspectos da automação no Logic Pro X. Existem algumas funções mais avançadas que podem ser acessadas nos menus citados, assim como também dando um clique com o mouse do lado direito, estando numa região de automação, surgindo um menu suspenso com algumas opções já estudadas. Pratiquem bastante e façam bom uso da automação! Até a próxima edição.
Para saber online
vera.medina@uol.com.br www.veramedina.com.br
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ABLETON LIVE| www.backstage.com.br 60
ABLETON LIVE Há algum tempo muitos jovens produtores vêm pedindo meu conselho em usarem o ABLETON Live como Main *Daw (*Digital Audio Workstation) no estúdio. Via de regra, produtores mais antigos, com certeza usam outros programas em seus estúdios: Pro Tools, Logic, Cubase, Sonar etc. São todos programas que estão no mercado há muitos anos, muito bem desenvolvidos e cada um tem suas qualidades a salientar.
COMO “MAIN DAW” PROGRAMA PRINCIPAL NO ESTÚDIO
Lika Meinberg é produtor, orquestrador, arranjador, compositor, sound designer, pianista/tecladista. Estudou direção de Orquestra, música para cinema e sound design na Berklee College of Music em Boston.
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o caso do ABLETON Live, por ser um programa relativamente jovem, ter uma interface revolucionária e um pouco (mas não muito) diferente, no início os conservadores levantaram muitas dúvidas a respeito: - O Audio Engine deixava a desejar - O Mixer não tem Sub-Mix - O Interface não permite multi-Display - Blá, blá, blá... Tudo isso já superado pela ABLETON, o Live hoje em sua versão 9 se mostra um “Daw” versátil, moderno e, em muitos aspectos, superior aos concorrentes, principalmente se você produz música eletrônica, mas não só! Ciumeiras ou tititis à parte, vamos ao que realmente importa: como é o ABLETON Live no seu estúdio como “Main Daw”! Se você está interessado no ABLETON Live como seu “Daw” no estúdio, aconselho a se concentrar no “Arrangemente
View” primeiro. Abra o Live e aperte a tecla “Tab”. Pronto, “Arrangemet View”!
Arrangemet View
Em um primeiro look, o ABLETON Live é muito semelhante a qualquer outro “Daw”...
Track
Tem tudo o que os outros programas têm: endereçamentos, automação, Mute, Pan, Rec, Solo. Talvez a única di-
ferença marcante entre o ABLETON Live e os outros programas é que parece que você está olhando no espelho, os comandos ficam do lado direito da interface, o que não é um grande problema.
segmento de áudio ou MIDI gravados (seta verde).
dado em capítulo passado). O Quantizer do Ableton Live é muito competente.Você tem uma Adaptative Grid (variável) com cinco presets e um Fixed Grid (fixo) com os valores-padrão, além do Quiálteras. Nada absolutamente a reclamar. Pelo contrário muito competente!
Parâmetros individuais Fades e Parâmetros: Clicando aqui (realce vermelho indicado pela seta amarela acima) você pode acessar os Fades e parâmetros de automação (Volumes,Pans, Fxs,On / Off,Midis diversos...)
Além das edições esperadas para áudio, você pode fatiar o clip áudio para outros tracks.
MIDI parâmetros bem implementados
MIDI Parâmetros são muito bem implementados. Você poderá auIns: Você tem aqui acesso às entradas do programa, e o número de entradas depende da sua Interface de audio/MIDI. Você pode receber áudio de outras aplicações (no caso Sibelius 7) e outras fontes (seta amarela acima)
Permites slice e convert
Outs: Os outputs (saídas) para o seu Mixer ou seus Monitores são configurados aqui.(seta vermelha abaixo)
Ao gravar algum áudio voce pode editar os Fades in/outs com muita flexibilidade. (realçado em verde e seta azul)
Color Wave Form and fades
Mas muito além disso, você pode editar parametros MIDI e automação individualizados para cada
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MIDI Edition
tomatizar tudo que nescessitar. Completamente editável ...
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Pode converter uma harmônia (áudio) em MIDI Track (tem um logaritmo para isso). Também pode converter um Solo (áudio) em MIDI Track.
Se você está interessado no ABLETON Live como seu “Daw” no estúdio, aconselho a se concentrar no “Arrangemente View” primeiro. Abra o Live e aperte a tecla “Tab”. Você pode converter um Drum Loop (ou qualquer loop) em um novo MIDI Track. Aliás, o programa já separa os slices e cria um “Drum Rack”(tema abor-
O Mixer pode ser que não tenha as Cores ou Ícones insinuantes de alguns programas do mercado. Mas isso tem uma razão fundamental: preservar sua máquina para proces-
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ABLETON LIVE| www.backstage.com.br 62
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Agora se a pergunta for: Devo usar o Ableton Live como o programa principal do meu estudio? Eu responderia que só depende de você! Lembre-se que nós passamos esse tempo de Tutorial/ Review só explanando sobre o Ableton Live “Arrangement View”
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Mixer
Sub Mix
samento. O Ableton Live não precisa de uma máquina top de linha, principalmente no caso de Laptops, para rodar satisfatoriamente. Nos outros aspectos, o Mixer é muito eficiente e flexível. Para aqueles que reclamam (sem conhecerem), eis aqui um exemplo de como configurar tracks em Sub-Mixer: Crie, por exemplo, quatro (04) tracks: Cordas (Violino,Viola, Cello, Double Bass). Selecione as quatro com a tecla shift. Clique com o botão direito (ou Crtl (Comm Mac) + G para Group ou Ungroups, como mostra a seta vermelha). Veja que foi criado um novo Track “Group”. Clique com o botão direito em cima (Crtl (Comm Mac) + R) e renomeie como Strings como mostra a
imagem (Check mark cor laranja). Mexa o Fader do track canal (realçado com o quadrado verde) e observe que ele é o canal master desse grupo de canais. Se a pergunta é: posso usar o Ableton Live como o “Daw” no meu estúdio? Eu diria: Sim! Agora se a pergunta for: Devo usar o Ableton Live como o programa principal do meu estudio? Eu responderia que só depende de você! Lembre-se que nós passamos esse tempo de Tutorial/Review só explanando sobre o Ableton Live “Arrangement View”. Acrecente a isso as qualidades inovadoras do Live: “Session View”, “Warp”, “Launch”, “Browser”, “Plugins” (inclusive Vsti compatibilidade), ”Max for Live”, “ReWire” e você certamente não terá dúvidas qual “Daw“ deveria escolher para o seu estúdio! Boa sorte a todos!
Para saber online
Facebook - Lika Meinberg www.myspace.com/lmeinberg
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PRO TOOLS| www.backstage.com.br 64
AUTOMAÇÃO
Já vimos os fundamentos da automação e também algumas técnicas e atalhos para ajudar a facilitar este processo. Ainda assim, acredite, ainda não vimos nem 20% das possibilidades de trabalho com automação do Pro Tools. Para se aprofundar mais, além de cursos oficiais em Pro Tools oferecidos no mercado, há também um canal do YouTube (www.youtube.com/ proclassrj) com videoaulas gratuitas sobre este assunto.
NO PRO TOOLS QUEM NUNCA FICOU “BRIGANDO” COM UMA? PARTE 3 Cristiano Moura é produtor, engenheiro de som e ministra cursos na ProClass-RJ
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este último artigo, vamos dar mais um passo em busca de um fim da “ briga” com a automação. Além de mais técnicas, também serão apresentados alguns recursos do Pro Tools HD.
Videoaulas gratuitas sobre Pro Tools
AJUSTANDO NÍVEIS DIFERENTES EM CADA PARTE É muito comum que um instrumento mereça um ganho num certo trecho da música e outro ganho em outra parte. Um caso clássico seria a diferença entre
CUT VS. DELETE Uma diferença sutil em alguns casos, mas não quando estamos falando de automação. Primeiro vamos ver as figuras e entender a diferença. Na figura 3A tem uma seleção, e a figura 3B é o resultado de deletar os breakpoints de automação. Repare que a curva é adaptada para os dois pontos Fig. 3A - Seleção que será apagada anteriores. Já na figura 3C, estamos fazendo o comando de cut (Command+X no mac ou CTRL+X no windows). Neste caso, o Pro Tools Fig. 3B - Apagando com o comando Delete coloca um novo breakpoint no início e no final de cada seleção. Então agora repare na figura 4A e 4B. O “Cut” pode ser usado como uma técnica fig. 3C - Apagando com o comando Cut para se criar mudanças dinâmicas entre trechos com níveis distintos como visto mais acima.
MOVENDO CURVAS DE AUTOMAÇÃO No artigo anterior, mencionei que era possível mover curvas para a esquerda e para a direita em incrementos
pré-definidos com a função Nudge. E vale lembrar que também podemos mover curvas com copy/cut e paste. Mas e quando queremos que as curvas sejam movimentadas para ciFig. 4A - Curva de automação abrupta de um ma ou para baixo? ponto para outro Temos o comando Trim, como discutimos no início do artigo, mas repare que ele tem um pequeno efeito colateral. Ele cria novos breakpoints, respeitando a seleção e nem sempre isso é o ideal. Caso seja ne- Fig. 4B - Com o comando Cut, a curva cessário alterar es- foi amenizada te comportamento, basta manter pressionado o botão Option (Mac)/Alt (Win).
TRIM MODE (PRO TOOLS HD) Nem todo mundo tem acesso ao Pro Tools HD, sistema de grande porte da Avid. Mas ainda assim, se você almeja trabalhar em algum lugar de grande porte, nada melhor do que ter ao menos uma noção do que o Pro Tools HD pode te oferecer em termos de desempenho e funcionalidade.
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uma estrofe e um refrão. Nestes casos, com a ferramenta “Smart Tool” Fig. 2 - Smart Tool - Trim, Selector e (fig.2) acionada, podeGrabber selecionados ao mesmo tempo mos selecionar o trecho em questão e com o mouse na parte superior da seleção, arrastar suavemente a linha de automação para cima e para baixo. Repare que, se o usuário quiser alterar o nível de ganho num clip inteiro, nem é necessário fazer a seleção. Basta mesmo posicionar o mouse acima da linha e arrastar. Com esse procedimento, é possível rapidamente acentuar e reforçar dinâmicas que os músicos já realizaram na gravação. Em outros casos, o mesmo recurso é utilizado de forma oposta. Ou seja, para minimizar uma dinâmica.
Repare que, se o usuário quiser alterar o nível de ganho num clip inteiro, nem é necessário fazer a seleção. O Trim Mode (fig 5) é um modo que simplifica praticamente tudo que foi mostrado acima. Também permite que estes comandos sejam feitos sem ajuda do mouse, diretamente numa superfície de controle. A ideia é simples. A linha amarela funciona como uma “segun-
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PRO TOOLS| www.backstage.com.br 66
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O sistema Manual Write (fig. 6) foi desenvolvido para escrever linhas de automação em trechos longos. Basta apertar o play, ajustar o nível desejado e pressionar um dos botões para que o mesmo valor seja mantido à esquerda, à direita, ou num trecho específico
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Fig. 5 - Automation Trim Mode
da camada” de automação. Ou seja, é a “automação da automação”. Isso permite que você mantenha a automação original (linha preta), e faça ajustes meticulosos numa segunda “camada” (linha amarela), e ainda veja os resultados (linha azul) sem sobreescrever ou “brigar” com sua automação original.
MANUAL WRITE (PRO TOOLS HD) O sistema Manual Write (fig. 6) foi desenvolvido para escrever linhas de automação em trechos longos. Basta apertar o play, ajustar o nível desejado e pressionar um dos botões para que o mesmo valor seja mantido à esquerda, à direita, ou num trecho específico.
PREVIEW MODE (PRO TOOLS HD) Todos sabemos que, uma vez que o primeiro breakpoint de automação for criado, estamos eternamente fadados a trabalhar com a automação. Em outras palavras, se já tiver uma automação acontecendo em qualquer trecho, não adianta mais dar play na sessão e mexer no fader, pois ele irá retornar para o valor estipulado pela automação. Por um lado isso é bom, pois garante consistência. Mas por outro é quase uma maldição. E é aí que entra o Preview Mode. Ele serve para fazer testes, mesmo que uma pista já tenha alguma automação atrelada. Como o próprio nome diz, é uma maneira do usuário fazer uma “previsão” com outros valores sem ter a automação “puxando” o seu controle de volta para o valor já escrito.
Funciona da seguinte maneira: o usuário primeiro precisa acionar o Preview Mode (fig. 6). Uma vez acionado e a sessão sendo repro duzida, sempre que o usuário encostar em algum controle, a automação daquele parâmetro é temporariamente “suspensa”, como se fosse um “bypass” permitindo livre movimentação. Fig. 6 - Janela de
Então é isso, pessoal. automação do Aproveito este mo- Pro Tools HD mento para agradecer todos os elogios, sugestões e contatos feitos com vocês, leitores da Backstage, em 2014, e desejar que 2015 traga uma renovação positiva na vida de cada um de vocês. Abraços e até a próxima!
Para saber online
cmoura@proclass.com.br http://cristianomoura.com
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PRODUÇÃO MUSICAL| www.backstage.com.br
CONCEITOS EQUILIBRANDO UMA MIXAGEM PARTE 6
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Ricardo Mendes é produtor,
Recentemente passei duas vezes pela mesma situação no estúdio e resolvi compartilhar aqui nesta série sobre mixagem. Não é exatamente sobre mixagem, mas acaba tendo uma relação com a mixagem, então acho que posso incluir por aqui...
professor e autor de ‘Guitarra: harmonia, técnica e improvisação’
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ois guitarristas, muito bons por sinal, o Daniel Calazans das bandas Casaca e Nativix e o Tiago Leal da banda Khorus, vieram gravar aqui no meu estúdio e resolvemos gravar as guitarras usando o pedal de delay. Normalmente eu costumo gravar o sinal seco com um delay de plugin correndo por fora em uma pista auxiliar para poder ter o controle em separado do delay, tanto nos parâmetros, quanto no equilíbrio na mixagem. No entanto, o Tiago Leal trouxe um pedal de delay e queria o timbre específico deste pedal. Como o pedal não era dele, não o teríamos à disposição posteriormente para inseri-lo na mixagem. Já o Daniel Calazans veio gravar no meu estúdio, mas o disco não seria mixado aqui, e como haviam regulagens de delay muito específicas, seria arriscado demais mandar as guitarras secas e esperar que quem fosse mixar conseguisse reproduzir exatamente as regulagens que já haviam sido pesquisadas na préprodução. De outra forma, isso também
representa uma economia de tempo para quem vai fazer a mixagem. Apesar de casos e motivos diferentes, a solução foi a mesma: gravar a guitarra com o pedal de delay. Até aí, nada demais. Fazemos isso no show, colocando um pedal de delay quando tocamos ao vivo. O problema é que em um disco, você pode, no decorrer de uma mixagem, ter que reavaliar o equilíbrio entre o sinal limpo e o efeito. E se houver efeito demais no sinal? Como retirar? Simplesmente não dá para retirar... A solução então é separar o sinal. Quase todos os pedais de delay tem duas saídas. Se você usar uma saída só, ela enviará o sinal limpo mixado com o efeito. Normalmente o parâmetro que controla este equilíbrio chama- se “mix” ou “level” no pedal de delay. Todavia, se você plugar nas duas saídas (outputs), uma delas carregará o sinal direto (limpo) e a outra o sinal só com o efeito (delay). A questão é que se você tirar este sinal da saída que só tem o efeito e
O fluxo do sinal, no fundo, é bem simples: sai da guitarra, entra no pedal de delay (que tenha duas saídas) e o sinal limpo vai para um amplificador e o sinal com o delay vai para o outro amplificador.
Figura 1
plugar diretamente em linha na interface, o som ficará totalmente diferente do som que virá do amplificador microfonado. Eis o dilema: queremos os sons do amplificador,
mas não queremos o delay nele; queremos o delay, mas não o queremos com o som “de linha”. Como resolver? Só há um jeito: usando um segundo amplificador.
Figura 2
Nomeei os canais da seguinte maneira • Guitarra Hi => o Shure SM-57 no centro do alto-falante do amplificador principal • Guitarra Low => o Sennheiser MD-421 na borda do alto-falante do amplificador principal • Amp Delay => o Shure SM-57 entre o centro e a borda do alto-falante do amplificador secundário • Guitarra Amb => o Royer R-101 colocado a aproximadamente um metro dos dois amplificadores.
Veja como eu montei o setup na figura 1. No amplificador principal, onde vai o som direto, eu coloquei um Shure SM-57 no centro do altofalante para captar as frequências mais agudas, um Sennheiser MD421 na borda para captar as frequências mais graves. No amplificador secundário (no caso o Vox), onde vai só o delay, coloquei apenas um Shure SM-57 entre o centro e a borda do alto-falante. Também fiz uma equalização diferente no amplificador do delay, deixando-a um pouco menos brilhante do que no amplificador original. Um pouco mais distante, coloquei um Royer R101 para captar a ambiência. Este sim, captou tanto o amplificador com o som limpo quanto o amplificador com o sinal com delay. Se você tiver duas salas isoladas, pode colocar um amplificador em cada sala para garantir que não haverá vazamento, mas isso não é realmente necessário. Quando eu gravei a primeira passada (sempre paro para escutar a primeira passada para ter certeza de que o som está como eu quero), achei que os amplificadores estavam vazando um no microfone do outro só um pouquinho acima do que eu queria. Então simplesmente coloquei o case da guitarra entre os dois amplificadores (figura 2) e foi o suficiente para reduzir o vazamento a um ponto onde eu passei a ter controle individual sobre cada um dos quatro canais.
Para saber mais redacao@backstage.com.br
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Foto: ®Marcos Hermes / Divulgação
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Nas últimas edições temos visto dicas de gravação e mixagem de baixo elétrico. Agora saberemos o que pensa e como trabalha um baixista quando na função de (também) produtor musical. Caros leitores, com vocês André Palmeira Cunha (Barão Vermelho, Adriana Calcanhotto, Panamericana)...
DÉ PALMEIRA Jorge Pescara é baixista, artista da Jazz Station e autor do ‘Dicionário brasileiro de contrabaixo elétrico’
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é Palmeira, músico, compositor e produtor, tornou-se conhecido a partir dos anos 80, como baixista da banda Barão Vermelho, grupo que ajudou a fundar. Ao se desligar do grupo, em 1990, trabalhou como DJ durante três anos, produziu e assinou a direção musical de Adriana Calcanhotto nos álbuns Cantada (2002), Adriana Partimpim (2004) e Adriana Partimpim 2 (2008), além do DVD Adriana Partimpim – o show (2005), e ano passado produziu o CD Arca de
Noé 3 com artistas como Chico Buarque, Marisa Monte, Ivete Sangalo, Caetano Veloso, Zeca Pagodinho, Erasmo Carlos, Chitãozinho e Xororó, entre outros. Compôs e fez a produção musical da novela Da cor do pecado, da Globo, em 2004, e é autor de diversas trilhas para filmes publicitários e documentários. Compositor de sucessos como Pense e dance, Minha flor, meu bebê, Seu pensamento, Mulher sem razão, Mais feliz e Preciso dizer que te amo, suas músicas foram
Foto: ®Marcos Hermes / Divulgação
Show Panamericana 2014
Dé, gostaria de começar com uma breve exposição da sua carreira artística... Bom, comecei cedo, entrei pela primeira vez num estúdio de gravação aos 16 anos pra gravar o primeiro disco do Barão Vermelho, em 1982. Com eles gravei uns dez discos até 1990, quando me desliguei da ban-
da e passei a atuar como freelancer. Acompanho artistas na estrada, no estúdio, produzindo, compondo e fazendo direção musical.
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dia. Há trinta anos era impossível gravar com qualidade sem gastar uma verdadeira fortuna. Hoje você pode fazer coisas incríveis com um
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gravadas por vários artistas, tais como Marina Lima, Cássia Eller, Léo Jaime, Zizi Possi, Simone e Emílio Santiago, entre outros. Atualmente divide seu lado de produtor, compositor e músico com a banda Panamericana, ao lado de Dado Villa-Lobos (ex-Legião Urbana) na guitarra; Charles Gavin (ex-Titãs) na bateria, e o cantor Toni Platão (ex-Hojerizah) nos vocais. Siga-nos para saber o que pensa Dé sobre produção musical... Na visão de um baixista!
Há trinta anos era impossível gravar com qualidade sem gastar uma verdadeira fortuna. Hoje você pode fazer coisas incríveis com um simples laptop. Após estes anos todos na estrada e nos estúdios, quais as reais mudanças, nestes dois campos, que você pode traçar no avanço do áudio no Brasil? Como exemplo de avanço, eu posso citar a facilidade de se gravar com qualidade que existe hoje em
simples laptop. Claro que tudo depende das ideias que se tem. Em se tratando de apresentações ao vivo, há trinta anos era bem complicado. Eram raras as empresas que tinham equipamento de boa qualidade. Hoje é tudo muito mais fácil. Mas penso que o princi-
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Até hoje, ainda encontramos espaços de acústica ruim. Mesmo lugares recémconstruídos. Acho que ninguém pensa em acústica na hora de construir ou reformar...
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pal problema são os espaços para as apresentações. Até hoje, ainda encontramos espaços de acústica ruim. Mesmo lugares recém-construídos. Acho que ninguém pensa em acústica na hora de construir ou reformar um lugar que comporte apresentações de música. E aí, não adianta ter o melhor equipamento do mundo. Como você, pessoalmente, define a função de produtor musical de um projeto? A participação efetiva no sucesso de um álbum, quais os afazeres, funções, deveres etc... Um produtor pode atuar de tantas e tão variadas maneiras que é difícil definir. Depende do projeto. Certas vezes você chega e precisa dar apenas uma organizada, ver o tom das músicas, formatos, os arranjos etc. Em outras, é preciso começar do zero, trabalhar na parte de composições, mexer nas letras e harmonia, melodia… Até
mesmo trabalhos que não têm a ver com música propriamente, como orçamento, cronograma, produção executiva, por exemplo. Quando você é chamado pra produzir algum projeto, o que que mais pesa, em primeiro lugar, nas decisões de escolhas de músicos, estúdio etc.? Como eu disse, depende do projeto, do tipo de orçamento e ‘do quê’ o artista precisa. Ao contrário do que muita gente pensa, em gravação não existem regras. Indo diretamente ao assunto gravação: você também pilota os equipamentos, ou prefere passar a missão somente para o técnico do estúdio? Piloto quando preciso e gosto muito disso, mas quando posso, nem encosto no equipamento. Prefiro deixar a cargo do técnico e do assistente e me concentro em outras coisas como criar, que é mais divertido (risos).
ções de amps Fender e Ampeg. Gosto do modelo que simula o pré Fender TBP-1. É muito versátil e definido. Uso sem simulador de alto-falante. O que imita o Ampeg Classic também é muito popular, mas é pre-
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que uso sempre. Em geral, dou a famosa orelhada mesmo (risos). O EMI TG 12345 é um channel strip baseado na famosa mesa de som dos estúdios Abbey Road dos anos 60/70. O que eu gosto nesse
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Cite suas preferências em relação a alguns plug-ins de gravação na hora do baixo elétrico. E, se possível, dê algumas dicas de sua forma de utilizá-los. Em geral não uso plug-ins para gravar. Dou preferência ao “hardware” mesmo. Uso sempre um bom compressor ou um bom preamp. Mas depende muito do que a música pede e do que você tem à disposição no momento. Um plug-in do qual estou gostando muito é o EMI TG12345, da Waves, que pode ser até meio radical pra certas ocasiões, mas adoro a maneira como o compressor atua. Ele põe o baixo de uma maneira tão definida na mix e dá uma ‘esquentada’ também muito legal. Os da Universal Audio também são excelentes. Muita gente opta por usar simuladores de amplificador. Eu gosto do Amplitube, que tem boas simula-
Em geral não uso plug-ins para gravar. Dou preferência ao “hardware” mesmo. Uso sempre um bom compressor ou um bom preamp. ciso cuidado, pois é fácil de o baixo sumir na mix com esses softwares. Bom, entrar em detalhes de como uso plug-ins é meio complicado, porque não tenho exatamente um método
plug-in é a maneira como o compressor atua, que na verdade é um aprimoramento feito pela Waves sobre o projeto original. A Waves introduziu um controle de mix,
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Maxres default
Diversos outros plug-ins oferecem esse recurso de ‘compressão paralela’, não é novidade, mas esse compressor soa de uma maneira muito interessante, dependendo de como você ajusta a quantidade de compressão
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pelo qual você mistura o som comprimido com o limpo, dando um efeito 3D no som do baixo (ou qualquer som que esteja sendo processado). Gosto de separar o sinal do baixo em dois ou mais canais, dependendo do efeito, e com esse plug-in isso facilita a vida quando não se tem muito tempo. Diversos outros plug-ins oferecem esse recurso de ‘compressão paralela’, não é novidade, mas esse compressor soa de uma maneira muito interessante, dependendo de como você ajusta a quantidade de compressão, o tempo de volta do efeito (recovery) e o mix. E ainda tem a parte de EQ, que é simples, mas soa muito bem, e o controle de drive, que quando ajustado sem extremos, dá aquele clip típico do som de baixo da Motown, do James Jamerson. Tudo isso ajuda a colocar o baixo muito bem na mix em relação aos outros instrumentos. Agora, puristas e adeptos do som mais clean ou hi-fi podem achar o TG 12345 um pouco sujo demais. Eu gosto de baixo com distorção. Acho que usado na medida certa, é um efeito que ajuda a dar personalidade e definir o som do instrumento. Principalmente quando toco com palheta. E o TG 12345 faz isso bem. Outro plug-in que gosto apesar de não usar muito, é o Amplitube 3 com o pacote de simuladores de amps Fender. Nele você encontra o TBP-1 que simula o preamp original. É muito bacana e
versátil. Ele tem quatro sessões, EQ, tube overdrive, Vari Q, room balance, além do master. Diferente de preamps mais modernos nos quais a posição flat é ajustado com todos os botões em 12 horas, o flat do TBP-1 é: grave-2, médio10, agudo-2... Como nos dual showman. Então você só praticamente tem boost de grave e agudo e só tem corte de médios. É um pouco limitado, mas esse é um tipo de circuito muito usado em vários prés, como o alembic, por exemplo. Pra melhorar isso, a Fender colocou o Vari Q, que é um semi paramétrico, no qual você escolhe a frequência e dá boost ou cut. O room balance é onde você dá o fine tuning nas pontas. É usado em geral em situações ao vivo, onde se pode encontrar salas que têm muita, ou pouca, ressonância dos graves. Esses dois controles são muito úteis para dar uma ‘limpada’ no baixo quando a mix está muito tumultuada. Normalmente não uso o drive do TBP1, ele soa ok se você quiser apenas dar uma esquentada de leve. Mas o forte desse plug-in mesmo é o som limpo e ao mesmo tempo quente. Na maioria das vezes usei esse plug-in com o simulador de alto-falantes desligado, já que o baixo perde muita definição na minha opinião. É isto! Você prefere gravar os baixos dos projetos em que participa, ou abre mão e se concentra exclusivamente na produção?
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gravação de seus próprios baixos? Direto em linha, usando amplificador microfonado, usando algum compressor? E quanto à equalização? Gosto de todas as maneiras. O que define como vai ser registrado é o arranjo, a sonoridade geral da faixa. Posso tanto usar uma simples D.I. como montar um signal chain gigante (risos). Em geral, separo o sinal do baixo em dois canais. Um canal mais sujo, ou mais comprimido, e um mais limpo. Dessa maneira você tem um pouco mais de controle.
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Em geral eu mesmo gravo os baixos, primeiro porque é natural pra mim e por incrível que pareça, consigo ouvir e perceber melhor os outros instrumentos e ter uma noção mais ampla da gravação e do arranjo quando estou tocando junto. Pode parecer estranho mas isso acontece mesmo. Mas, também abro mão tranquilamente quando sei que o trabalho vai ganhar com outro músico tocando. É uma questão de bom senso e não tenho nenhum problema em chamar outro baixista pra gravar. Quem manda é sempre a música.
som geral. O técnico está ali ao seu lado, é bem mais confortável. Por outro lado, gravar no mesmo ambiente que os outros músicos te dá, muitas vezes, um tipo de vibração que não existe quando se grava em ambientes separados. Nada supera uma banda inteira tocando junto. Mesmo quando apenas o baixista e o baterista estão tocando juntos é bem melhor pela conexão que rola. E isto fica realmente impresso na gravação. > Prefere usar os headphones ou os monitores de referência? Prefiro os monitores, mas dependendo do estúdio ou da situação, uso um fone.
Pode parecer estranho mas isso acontece mesmo. Mas, também abro mão tranquilamente quando sei que o trabalho vai ganhar com outro músico tocando Um exemplo: estava produzindo uma faixa pro CD Arca de Noé (lançado em 2013, pela Sony Music), cantada pela Marisa Monte. Estávamos todos no estúdio trabalhando no arranjo, quando decidimos que era hora de gravar e sugeri que gravássemos todos juntos. Mauro Diniz no cavaco, o Dadi no ukulele e eu no violão. Na hora, o Cesinha (baterista) pegou o baixo e fez uma linha bem simples, mas muito eficaz. Não pensei duas vezes, ele faria o baixo da canção. Mais tarde até pensei em refazer o track, mas estava tão bom que desisti dessa ideia e foi pro disco assim. Quer dizer, com dois baixistas no estúdio, a gravação do baixo acabou sendo feita por um baterista! (risos) De modo geral, como prefere a sonoridade do baixo durante a
Às vezes, gravo o baixo direto em linha e faço o preamp depois, passando o sinal do baixo por diferentes amps ou pedais. Adoro fazer isso. O legal mesmo é imaginar um som pra faixa e ir experimentando até chegar lá. Achar um instrumento que combine, ou contraste, com o material que está sendo gravado, o tipo de corda, a técnica que você usa, o equipamento, os pedais de efeito, os amplificadores, as caixas, os microfones, a maneira de gravar, a edição… isso é muito legal e é sempre um aprendizado, porque cada vez é diferente da vez anterior. Pra você há muita diferença em gravar na sala da técnica ao lado da mesa de mixagem? Sim, muita diferença. Na técnica é possível ter uma idéia melhor do
E como você se sente ao ser produzido por outras pessoas? Acho ótimo. Quando estou produzindo gosto de ter ao lado músicos que me dêem boas idéias e é isso o que eu tento fazer quando estou sendo dirigido. É preciso entender o que a pessoa quer e procuro fornecer ideias e deixa-la à vontade pra escolher o que achar melhor. Com estas sabias e inspiradoras palavras, nos despedimos... Até a próxima edição! Paz profunda .:.
Para saber online
jorgepescara@backstage.com.br http://jorgepescara.com.br
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LEITURA DINÂMICA| www.backstage.com.br 76
T E AT R O
Boa acústica, sistema de som e de iluminação de ponta são apenas algumas características do Teatro Facisa, em Campina Grande, na Paraíba. Com capacidade para abrigar mais de 700 pessoas, o local está preparado para receber eventos de diversos formatos. redacao@backstage.com.br Fotos: Divulgação
FACISA UM LUGAR AO SOL DO NORDESTE
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ma das preocupações era garantir uma acústica de primeira qualidade no Teatro e, por conta disso, foi criado um projeto com desenhos específicos que contribuem para a propagação sonora, como é o caso do forro e do tratamento dado às paredes laterais, que eliminam o paralelismo. Materiais especiais de absorção também foram utilizados a fim de que o Teatro ganhasse uma característica multifuncional, permitindo o uso do espaço para diversos fins, respeitando as variações sonoras de cada espetáculo, sem comprometer o áudio. O isolamento sonoro, por exemplo, é obtido por meio de utilização de paredes duplas, materiais isolantes no sistema de ar condicionado, portas e acessos por antecâmaras acústicas. Para a sonorização, os responsáveis
pelo desenvolvimento do projeto optaram por um sistema de line array da marca TOA, com processamento 7.1 em todos os ambientes, mais de 4 mil watts de potência, divididos entre 27 caixas acústicas distribuídas na plateia. Para a melhor distribuição do som foi utilizado um cluster central modelo HX 5B com potência de 200W e 8 ohms de impedância. Para
monitoração do palco, o modelo usado foi o HS-150B, com potência de 300W e 8ohms, também da TOA. O sistema ainda contou com um processador digital modelo DP-0206.
ILUMINAÇÃO Outro destaque foi o sistema de iluminação instalado no Teatro, priorizando o uso da tecnologia LED. São cerca de 80 refletores (equivalente a mais de 300 luminárias quentes) com controle de variação RGB, permitindo uma economia de até 80% no consumo de energia elétrica, além de menos manutenção, tendo em vista que a vida útil das lâmpadas LED pode chegar até a 20 vezes mais do que o sistema convencional. Além dos LEDs, o projeto de iluminação conta com o uso do Protocolo DMX, com pré-programas automáticos mais eficientes e com mais intensidade e o selo de qualidade conferido pela Coemar, responsável por grandes projetos luminotécnicos no mundo, como Opera de Sidney.
Lista de equipamentos Sonorização: Console: Mix Digital Allen&Heath T.112 Live com IDR de 48 canais de entrada e 24 de saída. Controles Touchscreen e Analógicos. PA: Sistema de som line array speaker TOA Passivo. Duas colunas de caixa, sendo (L) e com a mesma configuração abaixo por coluna: 02 caixas SR-C8L com potência de 360W 02 caixas SR-C8S com potência de 360W 01 caixa C-15C subwoofer type bass reflex aéreo com potência de 450W 01 subswoofer de base modelo FB120B 200W Cluster Central modelo HX 5B 02 Amplificadores DA-250F Multichannel 02 Amplificadores DA-550F Multichannel 01 Receiver Iluminação: 01 Mesa Avolites Pearl 2010 06 Moving Lights Spot 575 Coemar 02 Moving Lights Wash 575 Coemar 09 Refletores PAR Lite LED RGB Coemar 11 Refletores PAR Lite LED Variwhite 05 Refletores Variwhite de LED luz branca Coemar 11 Refletores Fullspectrum de LED RGB 04 Elipsoidal Source Floor 750 ETC 06 Refletores de LED Desire D40 ETC 06 Refletores de LED Vivid R ETC 04 Mini Brut
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VITRINE ILUMINAÇÃO| www.backstage.com.br
CADERNO ILUMINAÇÃO
PROLED PH 8,92MM www.proshows.com.br Esse modelo outdoor da ProLED tem ganhado cada vez mais espaço no mercado. Trata-se de um painel leve, prático e versátil, sendo uma excelente opção para aplicações outdoor de alta definição. O painel de LED pode ser aplicado em modo plano ou curvo e é ideal para estádios, shows e aplicações que sofram interferências climáticas. Seu diferencial está no melhor custo-benefício, já que é um modelo outdoor que, apesar de econômico, proporciona imagens vivas, com altas taxas de contrastes e brilho. Algumas características do produto incluem: resolução (mm) de 8,92, densidade de Pixels/m²: 12.545, LED tipo SMD 3 em 1, ângulo visual: 140/140°, brilho (nits): 4.800, escala de cinza: 16 e refresh Rate 800Hz.
COLOURPOINT MK2 www.corelighting.co.uk O produto é uma bateria de lítio extra leve para LED que permite super luminosidade com total controle DMX, utilizando a mais nova tecnologia quad chip RGBW. É possível ser usada para eventos exteriores e oferece uma potência de 2000 lúmens, que é capaz de iluminar mais de 3 andares de um prédio, três árvores de médio porte e suas folhagens além de ser excelente para efeitos wash em paredes, marquises, tendas e salas. As novas características incluem uma seleção de programas internos incluindo o colour scroll, modos de seleção master/slave e controle de frequência PWM dando uma operação bem livre de flick para operar em câmeras em eventos ou shoots de videos, no caso de estúdios de TV ou outro local de broadcast. Uma saída DMX permite que o equipamento seja usado como um receptor DMX sem fio para controlar outras luminárias DMX que estejam próximas.
XLED 1037 www.proshows.com.br O XLED 1037 entrou ao mundo da iluminação para fazer a diferença. É um produto que une potência e flexibilidade a um design inovador. Por trás das lentes frontais, o XLED 1037 conta com 37 LEDs de alta potência, de 10W RGBW CREE americana, oferecendo um facho de luz homogêneo, com elevada saída. Tão elevada que é capaz de iluminar completamente grandes palcos, pistas de shows e pisos de estúdios. Conta com DMX de 24 canais wireless para a escolha da mistura de cores desejada. O zoom com ângulo variável de 13 a 52 graus proporciona um show de luminosidade, com mais brilho e durabilidade para as mais diversas necessidades criativas. Destacam-se ainda entre suas características movimento Pan 540° e Tilt 270°, com correção de posição automática, velocidade ajustável, com mecanismo de bloqueio e velocidade dos coolers ajustado automaticamente.
GIGBAR IRC www.chauvetlighting.com Pensando em dar um update no seu show incrementando na iluminação? O novo GigBAR IRC, da CHAUVET DJ, braço da Chauvet especializada em iluminação semiprofissional, promete reunir quatro populares efeitos em apenas um equipamento, um par de PAR LEDs, um par de LED derbies, laser verde e vermelho e quatro strobos de LED. Ideal para DJs, bandas e produtores móveis, este multi equipamento é bastante leve (6.6 kg), vem com bolsa para transporte, tripé e tomada wireless para um fácil deslocamento e montagem, permitindo armar o show em minutos, em qualquer lugar. Independente do efeito selecionado, o GigBAR vai produzir uma variedade enorme de cores, movimentos e profundidades. A espinha dorsal desse equipamento são seus dois pares RGB, potencializados por 6 Tri-Color LEDs de 2.5 watts. Dois LED derbies produzem um total de 42 beams rotativos nas cores vermelho, verde e azul, capazes de dar um preenchimento bastante satisfatório a uma sala ou palco.
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RÁPIDAS & RASTEIRAS| www.backstage.com.br
SGM P-5 NA ÓPERA SUÍÇA
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CADERNO ILUMINAÇÃO
NOVIDADE NA LDI
TURNÊ DO SLIPKNOT TEM NOVOS EQUIPAMENTOS DE ILUMINAÇÃO
A Göteborg Opera se rendeu à tecnologia da SGM P-5. Desde a primeira aquisição dos primeiros equipamentos há 18 meses, mais
unidades foram adquiridas e hoje a companhia já detém 34 P-5 wash lights. Usadas nas produções de Mozart (As Bodas de Figaro) pelo lighting designer Giuseppe di Lorio, as luminárias produziram um efeito wash no fundo do cenário, se incorporando como parte essencial da ópera.
A SGM apresentou os novos equipamentos P-2 e Q-2 durante a LDI 2014. Os aparelhos são as versões compactas dos aclamados e campeões de venda P5 e Q-7, respectivamente. A empresa aproveitou a ocasião para também anunciar mudanças nos departamentos de venda e serviços nas Américas, confirmado com a entrada em operação do
novo escritório em Orlando, na Florida. Outra novidade foi a apresentação de um novo time no Suporte Técnico e o gerente geral para America do Sul, o lighting designer Ben Díaz. O Suporte Técnico Norte-Americano também terá base na Flórida e será dirigido por Matthew Huffman, que traz larga experiência na indústria de iluminação para entretenimento e em gerenciamento.
A banda de heavy metal, que se apresentou no Brasil durante o Rock in Rio 2013, se lançou em nova turnê - Prepare for Hell -, com uma série de equipamentos da Elation. A tour vai incluir os novos híbridos Elation Platinum SBX, os Elation Cuepix Blinders, além dos vídeo- paineis de LED EPT9IP. Antes de sair em turnê, o grupo testou os novos equipamentos durante o Knotfest, na California, um festival produzido pelo próprio Slipknot, em outubro.
CORE LIGHTING ANUNCIA OPERAÇÃO NOS EUA
ROBE NA LDI Um nível ótimo de energia tomou conta do estande da Robe durante a LDI 2014, em Las Vegas, feira voltada para tecnologia de iluminação na área de entretenimento, principalmente. Foram três dias de atividades intensas, com destaque para o alto nível dos visitantes, que se interessavam pelos produtos, em especial pelo Bright Multi-Functional Luminaire (BMFL), mostrado pela primeira vez em um evento desse tipo nos EUA. As novidades que a Robe preparou não pararam por ai. Os presentes também puderam conferir um Light Show, com o BMFL e com os Pointe e alguns convidados participaram de um happy hour. Outra iniciativa da empresa de iluminação foi a área destinada a recargas no Las Vegas Convention Centre, onde todos os visitantes podiam recarregar seus dispositivos móveis e apenas relaxar um pouco antes de continuar a visita pela feira.
A britânica Core Lighting, especializada em baterias para iluminação a LED, anuncia uma nova operação na América do Norte. A empresa estabeleceu um escritório na Virginia, que será gerenciado por Martin Lawrence, e será o distribuidor exclusivo dos produtos Core Lighting nos Estados Unidos e Canadá. A expansão para o território norte-americano faz parte da estratégia de crescimento da Core, que até agora só havia focado no mercado europeu.
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ILUMINAÇÃO| www.backstage.com.br
CADERNO ILUMINAÇÃO
ILUMINAÇÃO A iluminação cênica proporciona surpreendentes sensações, de diversas maneiras, em múltiplos contextos. Nos espetáculos musicais, muitas dessas sensações reproduzem emoções e significados próprios para as canções, como se as luzes fornecessem as cores que melhor pudessem traduzir os sentimentos e as mensagens transmitidas nas letras e melodias, de maneira intencional e psicodinâmica.
CÊNICA Cezar Galhart é técnico em eletrônica, produtor de eventos, baixista e professor dos Cursos de Eventos, Design de Interiores e Design Gráfico do Unicuritiba. Pesquisador em Iluminação Cênica, atualmente cursa Pós-Graduação em Iluminação e Design de Interiores no IPOG.
ESPETÁCULO IMPERDÍVEL PARA SER VISTO - PELA ILUMINAÇÃO CÊNICA!
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m outros momentos, a iluminação se transforma em mais um elemento “vivo” na interação presente no palco e percebida pelo público. E se, por um momento, um show pudesse ser percebido apenas pela iluminação? Nesta conversa, a apresentação da banda americana Kings Of Leon, realizada no festival Circuito Banco do Brasil, será analisada como um espetáculo único para os olhos dos participantes desse evento. Com o aparecimento da imagem de um letreiro luminoso, em branco e vermelho, projetando uma logomarca que aparece na capa do último disco da banda Kings of Leon – intitulado Mechanical Bull (2013) –, iniciava-se um espetáculo à parte, como atrativo principal do festival Cir-
cuito Banco do Brasil, na cidade de São Paulo, em novembro do ano passado. Mesmo com um ótimo show, em todos os aspectos, se fosse possível a utilização de algum recurso para a supressão completa do áudio da apresentação naquele momento, uma outra leitura seria possível – nem melhor, nem diferente, mas surpreendente, a partir de combinações de instrumentos de iluminação cênica que, ora enfatizavam elementos – ou mesmo, transformavam-se em figuras geométricas e cenográficas -, ora revelavam sensações induzidas ou sugeridas. Em outras palavras: mesmo que não houvesse áudio, o espetáculo estaria garantido! Musicalmente, essa competente banda estadunidense, formada pelos irmãos
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Talvez esses sejam alguns dos elementos utilizados pelo lighting designer Paul Normandale – que desde 1994 trabalha com Cocteau Twins, Björk, Depeche Mode, Shakira, Morrissey, Coldplay, Paul McCartney, entre dezenas de artistas e bandas, e desde 2004 com a banda Kings of Leon – na elaboração do projeto de iluminação cênica, utilizado para a atual turnê. Estruturado nas principais técnicas de iluminação, todo o palco foi idealizado para reproduzir os sistemas e métodos convencionais de ilumina-
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Followill (Caleb, na guitarra e vocal principal; Nathan, na bateria e backing vocals, e Jared, no baixo e backing vocals - além do primo Matthew Followill na guitarra solo), trouxe ao público participante do evento um repertório de 21 canções, para um show de aproximadamente noventa minutos, que demonstraram diversas influências – do Southern Rock ao Country Rock, entre outras referências e inspirações de diversas bandas que são percebidas nas melodias e letras – com um ótimo resulta-
Estruturado nas principais técnicas de iluminação, todo o palco foi idealizado para reproduzir os sistemas e métodos convencionais de iluminação
ção, complementados por duas estruturas singulares, responsáveis pelas dinâmicas – e ações psicodinâmicas – que alternavam força e suavidade às imagens projetadas no telão – ou mesmo, na ausência de imagens, composições peculiares e interessantes.
Fonte: Cezar Galhart / Divulgação
do, sonoramente qualificado e muito interessante. Destaque notório às linhas de baixo – evidenciadas pelo timbre de um Gibson Thunderbird IV Bass -, que misturavam grooves empolgantes, linhas sincopadas, diversificação rítmica e staccatos precisos.
Figura 1: Maquete eletrônica com construção similar ao palco do show do Kings Of Leon – Turnê “Mechanical Bull” – Circuito Banco do Brasil 2014 - iluminação simulada pela construção em Google SketchUp 8 e renderização com o Kerkythea 2011.
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A iluminação percebida basicamente era produzida por essas estruturas, em praticamente todo o show, com predominância da coloração azul, alternando-se com outras - tais como o vermelho e violeta (ou ainda, o âmbar, na canção Pyro...)
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A primeira estrutura, formada por três linhas de instrumentos de iluminação cênica, combinava estrobos – similares ao Atomic 3000 DMX, da empresa dinamarquesa Martin Professional -, com onze barras de dez LEDs (LED DMX Light Bars) – similares àqueles produzidos pela empresa norueguesa Oledone Norge – e sete refletores PAR 38. Essa configuração fornecia a iluminação geral de uplighting, na área central do palco. A iluminação percebida basicamente era produzida por essas estruturas, em praticamente todo o show, com predominância da coloração azul, alternando- se com outras - tais como o vermelho e violeta (ou ainda, o âmbar, na canção Pyro, ou outras tonalidades de amarelo, como em Molly’s Chambers). Nesse contexto, também era possível identificar uma simetria constante, e, mesmo nas cenas produzidas com sequência de luzes, e nas configurações repetidas e alinhadas em cada uma das três estruturas, eram quebradas apenas em poucos momentos, vinculados às cenas com transições sequenciais, mas com efeitos estroboscópicos – como se fossem “staccatos visuais”, ou mesmo nos blecautes – com o escurecimento total
do palco pelo desligamento dos instrumentos de iluminação cênica. Outro elemento recorrente foi a paridade – tanto na iluminação, como nas imagens. Composições espelhadas, e também fragmentadas com elementos de ruptura das imagens originais, formavam representações caleidoscópicas, tais como aparece na capa do disco Only by the Night, quarto álbum da banda, de 2008. Complementar à anterior, outra estrutura, imponente e marcante, era constituída por células hexagonais, em número de cinco conjuntos, formada por seis moving lights VL3500 Wash FX da marca holandesa Philips Vari-Lite (Royal Philips Electronics), que proporcionam impressionantes 70.000 lúmens, configurados com quatro LED PAR 64 – similares àqueles da marca Stairville -, além de três refletores PAR 36 (Peam Beam), como representados na figura 3. Com essas “células”, os resultados foram impressionantes. Fachos assimétricos e definidos, formando figuras espaciais alusivas a tentáculos ou, de maneira mais emblemática, sabres de luz, alinhadas aos momentos mais marcantes de algumas canções, com variações no direcionamento e nas cores, e também na velocidade, em alguns momentos com movimentos lentos e em outros
Figura 2: Maquete eletrônica com construção similar ao Palco do show do Kings Of Leon – Turnê Mechanical Bull – Circuito Banco do Brasil 2014 - iluminação simulada pela construção em Google SketchUp 8 e renderização com o Kerkythea 2011.
Fonte: Cezar Galhart / Divulgação
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Fonte: Cezar Galhart / Divulgação
Figura 4: Show da banda Kings Of Leon – canção Taper Jean Girl – Circuito Banco do Brasil (01/11/2014).
com velocidade estimulante e frenética. Destaque para a figura 4, com uma cena da canção Taper Jean Girl, segunda do repertório daquela noite,
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e a demonstração dos efeitos e figuras tridimensionais resultantes, com esses recursos. No sidelighting, estruturas estáticas – em meia altura - formadas por refletores PAR 64 e refletores Fresnel, acompanhados por canhões seguidores, que eram direcionados por operadores, proporcionavam combinações propícias à dramatização para as canções mais densas e introspectivas, tais como Closer e The Immortals. Outros efeitos dramáticos e “emoldurantes” – ou mesmo para a revelação dos músicos – eram formados por refletores PAR 64, situados
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Fonte: Cezar Galhart / Divulgação
Figura 3: Representação em maquete eletrônica, similar àquela utilizada no Palco do Circuito Banco do Brasil 2014 - construção em Google SketchUp 8 sem renderização. Fonte: Cezar Galhart.
No sidelighting, estruturas estáticas – em meia altura – formadas por refletores PAR 64 e refletores Fresnel, acompanhados por canhões seguidores seguidores
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Fonte: Porão da Música / Divulgação
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Figura 5: Show da banda Kings Of Leon – canção Taper Jean Girl – Circuito Banco do Brasil (01/11/2014).
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No backlighting, moving spots VL3015LT, também da Philips VariLite, complementavam a estrutura de iluminação, com fachos direcionados à estrutura de teto de maneira a delimitar a área do palco, visualmente.
na parte frontal do palco, como “luzes de ribalta”, com predominância também para a cor azul. No backlighting, moving spots VL3015LT, também da Philips Vari-Lite, complementavam a estrutura de iluminação, com fachos direcionados à estrutura de teto de maneira a delimitar a área do palco, visualmente. A geração das imagens também se destacou, substancialmente. Em determinados momentos, a fusão de vídeos pré-gravados com a captação de cenas dos músicos e do público proporcionavam flagrantes impactantes, alguns com manifestações emocionadas e outros de satisfação e contentamento – claro, correspondidos pelo público com aplausos e manifestações calorosas. Também, as reações do público às interações da iluminação cênica eram entusiásticas e empolgadas. Nas transições das canções, com o surgimento dos primeiros fachos de luz, muitos fãs já reconheciam a seleção de músicas – proporcionada pela difusão de vídeos
em redes sociais ou mesmo pela repetição do repertório em outras cidades integrantes da mesma turnê -, mas, em grande parte, pelo mérito do lighting designer pela criação desses elementos, reconhecidos e identificados por muitas pessoas. E não seria esse um dos principais objetivos da iluminação cênica? Revelar, emoldurar, destacar e eternizar momentos e cenas na memória das pessoas que, além da associação direta com as afinidades que as melodias, harmonias, letras e ritmos proporcionam, os registros visuais de acontecimentos e espetáculos – que se tornam únicos, inesquecíveis, e alguns, imperdíveis. Finalmente, nesta primeira conversa de 2015, desejo a todos um Feliz Ano Novo, repleto de muitas realizações e muita Luz, de forma a direcionar novos rumos, emoldurar desafios e revelar promissoras oportunidades. Abraços e até a próxima!
Para saber mais redacao@backstage.com.br
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O pedido partiu do próprio Fábio Jr., que queria um cenário mais simples e clássico para a nova turnê. A ideia do cantor era voltar às origens, quando os cenários eram mais rústicos, mas sem abrir mão de um design elegante.
FÁBIO JR. MAIS SIMPLES E CLÁSSICO redacao@backstage.com.br Fotos: André Hirae / Divulgação
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ara a nova turnê O que importa é a gente ser feliz, que teve início no Citibank Hall de São Paulo, o próprio artista pediu para os designers Leonardo “Maçã” Oliveira e Rogério “Carioca” Fernandéz criarem um cenário simples e clássico. Como a ShowDesign trabalha com o Fábio Jr. há 10 anos, os designers da empresa já conhecem bem os gostos do cantor, que usual-
mente tem como identidade apresentações mais intimistas com um look mais tradicional. Para isso, os LDs escolheram um fechamento de palco com panos, tendo vários pontos de costuras assimétricos para dar um visual de pano amassado e criar um ótimo volume 3D para ser iluminado. O objetivo era criar a ilusão de um cenário maior, conseguido com sete pernas de
do show, mas em particular na música Dias Melhores, quando Leonardo criou um único efeito usando frost, gobo, zoom e íris. Maçã contou que em qualquer projeto que ele
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usados durante toda a turnê brasileira de Fábio Jr., e serão fornecidos pela ShowDesign. Com quase 35 anos de carreira, Fábio Júnior é acompanhado por
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Voil branco amarradas no meio e colocadas ao redor do palco, conferindo mais profundidade e criando mais um elemento para trabalhar a luz. O terceiro elemento veio através de oito colunas de revestimento de parede 3D Board, para também serem iluminadas. Doze Robe ColorSpot 700E AT entre outros aparelhos - foram especificados por Maçã e Carioca, e foram montados em duas estruturas paralelas no teto - seis em cada uma - usados para produzir o clima apropriado para esse show totalmente teatral, além de permitir que fossem criados certos tipos de cores e texturas específicas usando mistura CMY, efeitos de gobo e frost. “Quando apresentamos a proposta, Fabio soube imediatamente que tínhamos atendido seu pedido”, disse Leonardo Oliveira. Os ColorSpot 700E AT foram usados em vários momentos especiais
Os ColorSpot 700E AT foram usados em vários momentos especiais do show, mas em particular na música Dias Melhores, quando Leonardo criou um único efeito faz - seja uma gravação de DVD, peça de teatro ou tour de música opta por utilizar aparelhos da Robe, “pois sabe que, a qualquer momento, pode exigir mais do equipamento, sem se desapontar”. Os 12 x Robe ColorSpot 700E AT serão
Amador Longhini no teclado e direção musical, Álvaro Gonçalves na guitarra e violão, Jotinha no baixo, Gustavo Barros na guitarra e Pepa D’Elia na bateria, além de Aldo Gouveia e Ellis Negress nos vocais.
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A Festa do Peão, em Barretos, no interior de São Paulo, contou com uma solução em iluminação da LPL, que forneceu mais de 170 moving lights da Robe para os principais palcos do festival, considerado o maior de música sertaneja do Brasil.
BARRETOS GANHA MAIS BRILHO
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redacao@backstage.com.br Fotos: Divulgação
om poderoso line up de estrelas musicais como Bruno & Marrone, Victor & Leo, Cristiano Araujo, Chitãozinho & Xororó e muitos outros, o Festival de Barretos, organizado pela empresa Os Independentes, durou 10 dias e atraiu um grande público, a exemplo dos anos anteriores. Nesta edição, a LPL entregou um pacote técnico completo para duas apresentações ao vivo do evento, com iluminação projetada por Bruno Lima.
Lima reuniu-se com os organizadores assim que a LPL foi confirmada para o projeto e procurou discutir sobre os vários requisitos técnicos de cada banda, incluindo a necessidade de colocar uma grande tela de LED na parte de trás do palco, com tiras adicionais de ‘cênica’ LED nas asas do palco. Uma das inovações foram as telas de IMAG LED à esquerda e à direita do palco, mais uma no centro da borda da frente, para assegurar que todos na enorme
Desafio: colocar luminárias de alto brilho em contraste com os paineis de LED
arena principal tivessem uma boa visão das performances. Tiras cênicas adicionais de LED também iam até o outro lado do palco e, à frente deste e nas colunas do PA, foram amarrados todos os elementos visuais juntos. Uma vez que o projeto de LED foi concluído, foi hora de começar a criar o projeto de iluminação da produção. O desafio era, com todo esse LED no palco, colocar diversas luminárias de alto brilho. Assim, Lima começou a trabalhar a fim de criar um espaço de show dinâmico e flexível, escolhendo os aparelhos da Robe, que deveriam oferecer várias opções para todos os artistas – muitos dos quais trouxeram seus próprios Lighting Designers.
PRÁTICOS E FUNCIONAIS De acordo com Lima, os aparelhos da Robe foram usados no palco principal e escolhidos por sua intensidade, muitos recursos criativos e capacidade de fazer um grande impacto no espaço. A escolha incluiu 54 Pointes e 48 LEDWash 600s da série de ROBIN, juntamente com 36 ColorSpot 2500E ATs e outros 36 ColorWash 2500E ATs. Estas e outras luzes foram posicionadas no teto, acima do palco, na nova estrutura de palco no telhado, projetada e construída pela LPL, e em todo o espaço e nas colunas de PA. Outras ficaram ainda no chão e algumas penduradas diretamente sobre a estrutura de palco. Lima descreveu os aparelhos Robe como “excelentes, muito poderosos, altamente confiáveis e brilhantes”, reunindo todos os atributos necessários para fazer um festival já tradicional e com diversos artistas do mundo sertanejo. Lima trabalhou ao lado de uma equipe da LPL, incluindo 16 técnicos de iluminação, além do gerente de projetos, Victor Auricchio, e o chefe de equipe, Hércules Gonçalves. “Estamos todos extremamente orgulhosos em ajudar a entregar a produção técnica para os palcos de apresentações ao vivo para o maior festival sertanejo do país”, completou. A empresa de iluminação possui atualmente em estoque cerca de 300 equipamentos da Robe.
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Impacto Vento Norte ilumina evento do sertanejo nacional utilizando somente equipamentos da Martin.
UNIVERSO E SERTANEJO
O
redacao@backstage.com.br Fotos: Pedro Tesch Divulgação
s principais astros do sertanejo nacional estiveram reunidos no festival Universo Alegria, realizado dia 22 de novembro no Parque Assis Brasil, em Esteio (RS). Em sua 7ª edição, o evento colocou lado a lado estrelas de um dos ritmos de maior sucesso no Brasil, como os clássicos Chitãozinho & Xororó, Zezé di Camargo & Luciano
e Rionegro & Solimões. Já a nova geração do sertanejo marcou presença com Jads & Jadson e Lucas Lucco, além dos já consagrados Michel Teló, Victor & Leo e Luan Santana. As mais de 40 mil pessoas presentes puderam acompanhar um verdadeiro espetáculo em áudio e iluminação proporcionado pela Impacto Vento
Cenografia foi toda composta por paineis de LED
Quantidade de lúmens necessária para o evento
Iluminação e vídeos trabalharam em conjunto
sem de forma conjunta, sem um sobressair ao outro. Para que isso fosse possível, a qualidade dos produtos Martin teve papel fundamental, oferecendo toda a potência necessária para que tudo ocorresse dentro do desejado. “Os produtos Martin são conhecidos por sua ótica perfeita, o que
aparelhos de iluminação foram Martin e nos deparamos com aspectos muito importantes como confiabilidade, ótica, acabamento e assessoria técnica. O desempenho foi superior a outros aparelhos do mercado. O que mais chamou a atenção é que o aparelho MH 3, mesmo com uma lâmpada 5r, teve um resultado superior a outras lâmpadas de maior potência”, explica Kabelo. Para o português Amandio Manuel Teixeira da Costa, técnico especialista da Martin, o Universo Alegria 2014 foi um marco nos eventos brasileiros por ter sido a primeira vez em que um festival teve na sua totalidade apenas uma marca de iluminação, através da Martin. “A Martin, com 27 anos de existência, é com toda a
ALEGRIA Norte, contando com uma grande variedade de equipamentos das marcas do portfólio da Harman. José Luis Fagundes, ou Kabelo, foi o Lighting Designer designado para empolgar a plateia e transformar os shows em uma experiências inesquecível. Como no palco a cenografia foi toda composta por painéis de LED, era preciso um produto que permitisse desenhar a iluminação em harmonia com essa outra fonte de luz. O objetivo principal era, sem perder em luminosidade, fazer com que iluminação e vídeo trabalhas-
nos proporcionou a quantidade necessária de lúmens para se atingir o objetivo do projeto. Todos os
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é o seu conjunto ótico que, comparado com aparelhos com a mesma lâmpada, conseguem emitir muito mais luz. No
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Iluminação com equipamentos Martin
No meu ponto de vista, como estrangeiro, o Brasil está cada vez mais próximo da magnitude dos eventos realizados em outros países. Tudo graças à qualidade dos equipamentos e dos profissionais que já se encontram no Brasil. (Armandio, técnico especialista da Martin)
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Line JBL
certeza uma referência no mundo todo na aérea da iluminação profissional. Seu desempenho não encontra grandes desafios no mundo do show business por garantir uma grande variedade de produtos para satisfazer qualquer gênero de evento”. De acordo com Amandio, o contato com iluminadores responsáveis por cada uma das atrações confirmou a ótima impressão deixada junto aos especialistas. “O grande diferencial na Martin
meu ponto de vista, como estrangeiro, o Brasil está cada vez mais próximo da magnitude dos eventos realizados em outros países. Tudo graças à qualidade dos equipamentos e dos profissionais que já se encontram no Brasil. Queria dar os meus parabéns à empresa Impacto Vento Norte, de Porto Alegre, pela qualidade dos seus profissionais, em particular ao Lighting Designer José Luis Fagundes (Kabelo), por seu projeto de luz para este festival”. No quesito áudio, a potência e confiabilidade JBL proporcionaram áudio cristalino ao público do evento. Para que isso fosse possível, nada menos que 144 equipamentos foram utilizados entre line arrays, subwoofers e alto-falantes, confirmando o Universo Alegria como um espetáculo de primeira linha do cenário musical brasileiro.
Lista de equipamentos Martin 54 RUSH MH3 40 RUSH MH1 24 Strobe Atomic 3000 36 Mac 101 4 Maquinas de Fumaça ZR44 JBL Sistema principal: 02 arrays com 14 unidades de VT 4889 DPDA (principais) • 02 arrays com 09 unidades de VT 4880 A (subwoofer içado) • 02 arrays com 08 unidades de VT 4889 (preenchimento) • 02 arrays com 04 unidades de VT 4889
DP-DA (torres de atraso) • 04 unidades de VT 4889 DP-DA (frente de palco) • 36 unidades de STX 828 S (subwoofer de chão) Total: 40 unidades de VT 4889 DP-DA 16 unidades de VT 4889 18 unidades de VT 4880 A 36 unidades de STX 828 S 34 unidades de amplificadores IT 12000 HD Extra: 01 unidade de console VI-1 Soundcraft (Software de gerenciamento e controle do equipamento Performance Manager).
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LUIZ CARLOS SÁ | www.backstage.com.br 96
Meu Amigo
TUTO
Tuto era um amigo chegado. Multi-instrumentista de cordas, sabia tudo: com a mesma eficiência com que fazia seu bandolim falar numa roda de samba, podia assombrar o mais radical dos heavy-rockers com riffs geniais de uma guitarra que parecia saída de uma van do Led Zeppelin tunada em Los Angeles por Mr. Devil em pessoa....
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igura impossível de passar desapercebida, rodava por Ipanema num bem conservadíssimo Volks 1600 “Zé do Caixão”, cabelos sempre ao vento para fora da janela, cumprimentando e sendo cumprimentado por todos: malucos, casais de velhinhos, moradores de rua... até mesmo os arrogantes policiais daqueles tempos de Ditadura falavam manso com o Tuto e andar com ele era um verdadeiro salvo-conduto para quem tinha “alguma coisinha” escondida na cueca. Ou na calcinha. Na maioria das vezes essa última hipótese era o que rolava, porque – claro! – o Tuto era um pegador de primeira. Em sua companhia podiam ser vistas jovens atrizes em começo de carreira, cantoras, estrelas da Globo em ascensão ou decadência e tietes de todos os gêneros, contanto que fossem bonitas e inteligentes, porque, antes de tudo, Tuto não passava sem um rostinho lindo aliado a uma conversa agradável. Nada bobo, o Tuto. Visto isso, imaginem quão feliz eu fiquei quando ele me puxou para um canto numa daquelas intermináveis noites de festa do Baixo Leblon e propôs rachar o aluguel do meu apartamento de dois quartos na Barão da Torre, estrategicamente situado entre a Farme de Amoedo e a então Montenegro, hoje Vinícius de Morais, no miolo da coisa, no centro do nosso pequeno e maravilhoso mundo de juventude, expectativa e alguma, ou muita, porra-louquice. O aluguel era caro, o apê
espaçoso e a companhia do Tuto e seus – melhor! – suas amigas, certamente não me fariam mal nenhum. Mas não pensem que aceitei a proposta apenas por interesse, eu realmente gostava dele. Tuto era super antenado, sabia de tudo o que acontecia, lia com avidez, estudava muito seus instrumentos, não se drogava em excesso; em suma, era uma pessoa para se ter por perto. - Você tem muita coisa pra trazer? – perguntei, apesar de ter em casa apenas o essencial. - Só roupa, instrumento e uma bicicleta. - Lá em baixo tem um bicicletário. O armário do segundo quarto está vazio e eu guardo meus instrumentos no quarto de empregada, ainda cabe muita coisa. E lá veio o Tuto morar comigo com sua coleção de guitarras, violões, cavaquinhos, bandolins, violas e até um enorme sitar indiano que acabou de lotar o quarto dos fundos, mesmo ele não sendo lá muito pequeno. Nossa vida virou um tocar sem fim: ávido por aprender a mexer naquelas novidades e raridades, eu sugava sem dó tudo o que o saber musical do Tuto podia me proporcionar. E assim passaram-se os meses: nós dois dentro daquele apartamento, tocando e compondo parcerias mil, enquanto um raro e frio inverno carioca enchia Ipanema de brumas e a mão de ferro dos Atos Institucionais parecia tirar das pessoas a vontade de sair por aquele
LUIZCARLOSSA@UOL.COM.BR | LUIZCARLOSSA.BLOGSPOT.COM Rio ainda tão belo dos anos 70. Mas o que não saía da minha cabeça era a quietude da nossa casa, no que dizia respeito ao Tuto. Só amigos meus apareciam por lá, e desde que eu começara a namorar firme uma produtora de teatro, as borboletas da noite não voavam mais pela minha luminária colorida. Um belo dia, enquanto ele fazia sua sitar soar como alguma coisa celestial e um incenso enchia nossas narinas com os odores de – supúnhamos... – uma Índia envolvente e misteriosa, tomei coragem e fiz a pergunta que não queria calar, escondido atrás de uma fantasia de coitadinho: - Cara, será que teus amigos não me curtem? Não aparece ninguém por aqui... Tuto ficou visivelmente chocado com a pergunta. Pôs a sitar de lado e olhou-me nos olhos: - Que é isso, Sá? Fiquei desconcertado, já sacando a dimensão da bobagem do meu “disfarce”. Seria melhor ter sido direto, sem subterfúgios, porque era assim que o Tuto era. - Não, espera aí... é porque eu te via sempre cercado de gente... e desde que você mudou pra cá não pinta ninguém pra te procurar... fiquei preocupado. Para minha total surpresa, ele caiu na gargalhada: - Meu bom! Saiu da almofada onde estava sentado e ajoelhou-se na minha frente: - Cara, você não imagina como me faz bem estar morando aqui. Levantou-se e buscou seu maço de Hollywood em cima da mesinha. Puxou do isqueiro e acendeu o cigarro ainda com os olhos fixos em mim: - Não tem nada a ver contigo – falou, depois de soltar a fumaça da primeira tragada – foi uma decisão minha. - Decisão? - É, decisão. Olha só... era toda noite o mesmo papo, o mesmo agá... todo mundo se achando a melhor coisa que a Humanidade produziu, aquele monte de gente falando, falando... aquilo não tinha sentido, entende? - Ué... eu sempre te achei muito à vontade no meio disso tudo! – disse eu, mais por desafio que por certeza. Tuto revirou os olhos, impaciente: - É, podia parecer isso mesmo. Mas não era. Enchi o saco. Sentou-se de novo na almofada: - Você sabe por que ninguém vem me ver aqui? -? - Porque eu não dei o endereço. Não falei pra ninguém que eu vim pra cá. E quer saber? Acho que você também não! – riu - Depois desse namoro com essa mulher brava... ia ser uma bandeira só! Rimos, nos abraçamos e abrimos outra cerveja. Eu compreendia perfeitamente a atitude do Tuto. Só que eu me comprazia em viver no meio daquela vida de
sonhos, cheia de perspectivas, longe daquele mundo real sem drogas nem fantasias, que nos obrigava a encarar a ditadura, a repressão, a dúvida escura que pairava sobre nosso futuro. Ali mesmo descobri que Tuto era meu ponto de encontro com a verdadeira Ipanema, o Rio de fato, o Brasil que me restava. Enfim, o verão chegou, Ipanema desabrochou e saímos de casa para a praia, deixando nossos inocentes corpos se queimarem sem filtro solar ao sol de 40 graus do glorioso Rio de estio. Por respeito à vontade do Tuto, jamais revelei que ele morava comigo, mesmo quando meu namoro acabou diante da exigência de segredo mal-entendida por minha pouco discreta produtora teatral. Quando o posto 9 afinal realizou que Tuto morava comigo, ele já havia se mudado para o Tambá com uma linda psicóloga dinamarquesa. Acabei por ser seu padrinho de casamento numa cerimônia na comunidade do Vidigal assistida apenas, veja só, pelos deslumbrados pais copenhaguenses, que Tuto conquistou sem restrições em menos de uma semana. Dali mesmo eles partiram para Copenhague e passei anos sem ouvir falar do meu amigo, até que neste dezembro de 2014 recebi um e-mail que mais parecia um virus. Alguma intuição à prova de hackers fez com que eu abrisse o anexo. Nele, uma foto mostrava uma família que oscilava entre o louro e o mulato. Uma série de sinapses relâmpago me fizeram reconhecer Tuto e sua viking cercados por filhos e netos. O texto que acompanhava a foto esclareceu tudo de vez: “Meu querido Sá, já sei que está tudo bem com você e já conheci sua linda família pelo Facebook. Fiquei feliz em saber que você seguiu a carreira musical e conseguiu realizar seus sonhos. Desculpe-me a longa ausência, mas saiba que nossa amizade permanece viva dentro do meu coração. O Deus no qual não acredito sabe que pensei em você durante todos estes anos, torcendo por seu talento, por sua felicidade e por nosso reencontro. Não quero voltar ao Brasil. Aquela minha vida que você supunha feliz não tinha amor. Isso eu só encontrei aqui, com minha querida Laisa e meus filhos Ulrik, Anders, Inga e Luiz. Isso mesmo, Luiz em sua homenagem, amigo! Talvez você não tenha percebido que numa fase crítica de minha vida você foi minha referência para um mundo melhor. Espero que a vida faça com que nos reencontremos aqui na Dinamarca – de onde não saio em nenhuma hipótese, nem para os países vizinhos – e possamos nos abraçar e recordar nossos tempos felizes num Brasil amargo. Beijos meus e da minha família para você e para os seus Tuto” Meu amigo Tuto, ainda bem que depois de todos estes anos você continua o mesmo!
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