Edição 243 - Fevereiro 2015

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Sumário Ano. 21 - fevereiro / 2015 - Nº 243

Parece, mas não é

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Deixar de lado a opção de ter trabalhos autorais em troca de retorno rápido no trabalho. Este vem sendo o caminho de diversos músicos que acabam optando por formar bandas covers e passam a atuar em um mercado que se profissionaliza cada vez mais.

NESTA EDIÇÃO 14

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Um movimento contrário que certamente seria “impensável” assim que surgiram o CD e a música digital. Os vinis entram na contramão do virtual e ganham cada vez mais espaço nas estantes das lojas e das casas dos aficcionados por música analógica. Mas como qualquer movimento que acontece depois do outro, não dá para voltar às raízes sem levar algo do presente. A Era de produção das “bolachas” levam um quê de modernidade dividindo opiniões de técnicos.

Vitrine Um novo driver com domo em titânio e bobina de 3”, o DTI 3850 é ideal para grandes sistemas de PA, e line array.

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Rápidas e Rasteiras O sertanejo Cristiano Araújo fecha com o escritório Audiomix e o Ecad abre novos escritórios, no Sul e no Sudeste.

24 Gustavo Victorino Confira as notícias mais quentes dos bastidores do mercado.

26 Novo design de line Grandes sistemas de PA em grandes eventos levou ao aumento de trabalho na logística e montagem de estrutura. Foi pensando nisso que a K-array desenvolveu o Firenze, um sistema mais compacto, sem comprometer a qualidade sonora e o design das caixas.

28 Mixer portátil Falar em Dynacord significa equipamentos pesados e de difícil deslocamento. A empresa surpreende lançando o levíssimo mixer PM 502, projetado para locais fixos ou para a estrada.

66 Os desafios da mixagem Uma etapa em que são necessárias horas de ajustes delicados e precisos, levando em conta que em cada ouvido esse trabalho soa diferente, inclusive no do cliente.

68 O baixista produtor Ocupando posições ora como produtor musical, ora como produtor executivo, os contrabaixistas assumem a produção de alguns trabalhos, demarcando um espaço no mercado de música.

76 Porque usar o clock Desde o advento da eletrônica digital, a procura pelo perfeito sincronismo binário é o que move o mundo digital. E no som não é diferente.

96 Vida de Artista Nesta edição, Luiz Carlos Sá relembra suas primeiras investidas e influências musicais.


Expediente

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Jazz e blues rumo ao interior

A cidade do sul fluminense Ipiabas recebeu a quarta edição do festival de jazz e blues em 2014. O evento levou shows gratuitos com grandes nomes nacionais e internacionais e se consolidou no calendário da cidade, mostrando que o gênero está ligado a desenvolvimento e turismo sustentável.

CADERNO TECNOLOGIA 50 Logic Pro Com o Key Commands é possível acessar as funções mais utilizadas de forma ágil e conseguir mais produtividade no trabalho.

54 Cubase Saltar do Cubase 7 para a versão Pro 8 do software pode significar uma evolução na sua música e no seu som. O ideal é levar também o conhecimento para a mais recente opção.

58 Ableton Transformar uma parte do áudio em outras partes menores, automaticamente, é a principal habilidade do Slice.

62 Pro Tools A ordem é jogar fora e colocar em dia as pastas de trabalho e definir métodos de organização. Com alguma ajuda e tempo é possível começar o ano com seus projetos mais sistematizados.

CADERNO ILUMINAÇÃO 80 Vitrine A Q-7 é uma máquina discreta com um wash portátil, com 2 mil potentes LEDs RGBW. Já o Samba é um moving desenvolvido especialmente para o mercado brasileiro.

82 Iluminação cênica O ano de 2015 é o ano internacional da luz. O tema escolhido pela Unesco faz parte de um projeto mundial para o desenvolvimento sustentável dessa tecnologia.

90 Grammy Latino O novo local da badalada premiação musical teve cenário de iluminação pensado e projetado para atender emissora de TV.

92 TribalTech Um dos maiores eventos de música eletrônica contou com cenografia inspirada no mundo futurístico e mais de 200 equipamentos Robe para a iluminação.

Diretor Nelson Cardoso nelson@backstage.com.br Gerente administrativa Stella Walliter stella@backstage.com.br Financeiro adm@backstage.com.br Coordenadora de redação Danielli Marinho redacao@backstage.com.br Revisão Heloisa Brum Tradução Fernando Castro Reportagem: Luiz Alexandre Coelho e Miguel Sá Colunistas Cezar Galhart, Cristiano Moura, Gustavo Victorino, Jorge Pescara, Lika Meinberg, Luciano Freitas, Luiz Carlos Sá, Marcello Dalla, Ricardo Mendes e Vera Medina Edição de Arte / Diagramação Leandro J. Nazário arte@backstage.com.br Projeto Gráfico / Capa Leandro J. Nazário Foto: Leonardo C. Costa / Divulgação Publicidade / Anúncios PABX: (21) 3627-7945 publicidade@backstage.com.br Webdesigner / Multimídia Leonardo C. Costa multimidia@backstage.com.br Assinaturas Maristella Alves PABX: (21) 3627-7945 assinaturas@backstage.com.br Coordenador de Circulação Ernani Matos ernani@backstage.com.br Assistente de Circulação Adilson Santiago Crítica broncalivre@backstage.com.br Backstage é uma publicação da editora H.Sheldon Serviços de Marketing Ltda. Rua Iriquitiá, 392 - Taquara - Jacarepaguá Rio de Janeiro -RJ - CEP: 22730-150 Tel./fax:(21) 3627-7945 / 2440-4549 CNPJ. 29.418.852/0001-85 Distribuída pela DINAP Ltda. Distribuidora Nacional de Publicações, Rua Dr. Kenkiti Shimomoto, 1678 Cep. 06045-390 - São Paulo - SP Tel.: (11) 3789-1628 CNPJ. 03.555.225/0001-00 Os artigos e matérias assinadas são de responsabilidade dos autores. É permitida a reprodução desde que seja citada a fonte e que nos seja enviada cópia do material. A revista não se responsabiliza pelo conteúdo dos anúncios veiculados.


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CARTA AO LEITOR | www.backstage.com.br

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A era da

fusão A

volta dos discos em vinil, ou bolachões, como eram carinhosamente chamados nas décadas de 70 e 80, traz à tona uma discussão que sintetiza o seguinte pensamento: é possível novas tecnologias “emprestarem” know-how às mais antigas a ponto dessas ressurgirem. Parece que sim. Da mesma forma que o advento do video-cassete não acabou com o cinema, nem a televisão acabou com o rádio, o digital não acabou com o analógico. O reaparecimento do vinil, assim como alguns equipamentos “imitando” sons analógicos, só vem a confirmar essa teoria. É consenso entre os usuários que grandes inovações não têm batido à porta das empresas. O que se percebe são antigos conceitos revestidos de soluções contemporâneas. Por isso, talvez a fórmula mais usada tenha sido a do processo de fusão. Produtos à parte, o mesmo modelo cabe perfeitamente ao setor dos recursos humanos, onde novas tecnologias por um breve tempo tentaram superar as receitas antigas de relacionamentos. Escrever cartas, por exemplo, se tornou impensável quando o e-mail invadiu nossos computadores. Atrelado à isso, o conceito do imediato, que obrigou a todos a acelerar seus tempos e forma de pensamento. Mas foi justamente essa aceleração desenfreada que deve ter causado um movimento contrário que vem esculpindo essas novas formas de convívio. No mercado de áudio e entretenimento é sensivelmente visível esse retorno às origens, com uma pitada de coisa nova. A indiferença e a frieza que as novas tecnologias impõem são obrigadas a dar espaço à interação entre as pessoas, na forma de relações-públicas. É possível, assim, que o mundo esteja presenciando uma nova forma de se relacionar, que une a maneira antiga à nova, criando, como se diz em áudio, um som mais cheio e mais quente, sem perder as boas características de cada um deles. Pode-se arriscar a dizer que o velho e o novo vêm se unindo para uma nova época: a era da fusão de conceitos e conhecimentos. Boa Leitura. Danielli Marinho

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VITRINE ÁUDIO| www.backstage.com.br 14

DTI 3850 www.oversound.com.br Surpreenda-se com a eficiência e qualidade do novo DTI 3850, um Driver profissional com domo em Titânio e bobina de 3”. Seu poderoso conjunto magnético assegura alto nível de SPL. Além disso, o modelo oferece a opção com garganta de 2” (com a tampa inferior) e 1½” (sem a tampa inferior). Ideal para grandes sistemas de PA e Line Array, onde se faz necessário alta eficiência nas faixas médias e altas.

CAIXA ACÚSTICA SAMSON AURO XP112A http://goo.gl/xf3KmR O XP 112A é a solução perfeita para PA, Bandas, DJs ou Palestrantes. Com seus 500 Watts de potência e falante de 12", oferece tanto nas frequências graves quanto nas frequências agudas uma alta fidelidade sonora. Construída em polipropileno sólido de alta eficiência oferece ao usuário muito mais qualidade e durabilidade. Entre suas características, destacam-se os falantes 1 woofer de 12” com alcance estendido de baixa frequência, potência de 500 watts, driver de Neodymium de alta frequência, entrada combo XLR/P10 com chave de mudança de ganho e saída XLR para link com outra caixa ativa.

LYNX STUDIO www.visomequipamentos.com.br Para quem tem Mac somente com entrada Thunderbolt e quer uma placa melhor PCIe, a Lynx Audio lançou uma solução bem favorável para os novos computadores MAC. A Lynx Studio Technology lançou um driver que fornece conectividade Thunderbolt™ para placas de áudio Lynx PCI Express. Para usar gabinetes de expansão de Sonnet Technologies e Magma, o novo driver Lynx permite que os cartões de áudio profissional AES16e, AES16e-SRC e AES16e-50 utilizem a conectividade Thunderbolt em computadores mais recentes da Apple.


SHURE QLX-D www.pridemusic.com.br A mais nova linha Shure QLX-D de sistema sem fio com áudio digital de 24 bits cristalino, criptografia AES-256, e opções de controle em rede, vem ainda com mais recursos, além dessas características mínimas para consagrar um sistema sem fio de alto desempenho. O novo modelo possui gerenciamento de bateria recarregável, além de dar a opção de trabalhar com duas pilhas AA. As baterias são de íon de lítio (SB900), que são carregadas rapidamente através de duas opções de carregadores disponíveis (SBC200 eSBC800), vendidos separadamente.

KAOTICA EYEBALL www.visomequipamentos.com.br O equipamento pode ser considerado o tratamento acústico para microfone condensador, uma vez que invólucro óptico isola o microfone do ambiente externo. Ao invés de tratar o seu entorno, é projetado para atacar as duas variáveis mais importantes no processo de gravação: a voz e a captação do microfone. Ao focar na voz com um microfone isolado capturando o espectro completo dela, reduz-se grande parte do ambiente externo, ao mesmo tempo dando -lhe vocais claros e concisos livres de qualquer coloração. Criar o seu espaço de gravação ideal será fácil com o Kaotica Eyeball, que se encaixa na maioria dos grandes microfones condensadores de diafragma (3,8 centímetros de 7cm de diâmetro).

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INSCRIÇÕES PARA O DIA DA MÚSICA Inspirado pelo festival francês Fête de la Musique, o Dia da Música, que ocorrerá pela primeira vez no Brasil em junho de 2015, está com suas inscrições abertas. Até o dia 20 de abril, bandas e músicos podem se cadastrar por meio do site www.diadamusica.com.br para participar do festival. No dia 20 de junho, os artistas se apresentarão em casas de shows espalhadas por todo país. O público poderá eleger tanto as melhores bandas, quanto os estabelecimentos com a melhor programação. O prêmio em ambos os casos será em dinheiro. Já no dia 21, as bandas e os artistas serão selecionados por curadores e se apresentarão em palcos nas ruas e outros espaços em São Paulo e no Rio de Janeiro. A versão brasileira se diferencia da edição francesa por contar apenas com músicos autorais, além de ser celebrada em dois dias consecutivos.

CRISTIANO ARAÚJO FECHA COM AUDIOMIX O cantor Cristiano Araújo acaba de anunciar parceria com a Audiomix, empresa responsável pelos festivais Villa Mix e escritório de duplas de sucesso como Jorge & Mateus, Guilherme & Santiago, entre outros. Isso significa que a partir de agora, Cristiano cede sua agenda à Audiomix, mas continua com a Efeitos aberta. As partes de Raynner de Souza, Wilton Carlos e Latino foram compradas por ex-investidores do cantor: Raimundo Eudes, ao lado de seu irmão Elias Eudes e Welton Cordeiro. Por trás de Cristiano ainda seguem os sócios Vitor Leonardo e Toninho “Duettos” (que trabalhará a agenda junto com a Audiomix). Segue junto, também, o diretor de comunicação do cantor, Rafael Vanucci.

Novo representante Elation no sul da Inglaterra Damon Crisp é o mais recente representante de vendas para o sul da Inglaterra, incluindo Londres e adjacências. O profissional, que tem no currículo a DAC Pro-Media, empresa de distribuição de tecnologia para entretenimento, a Numark Alesis, e possui vasto conhecimento do mercado do Reino Unido, por isso será responsável por ajudar a Elation a aumentar sua presença no setor de iluminação.

Tenor e Martin Audio A turnê do tenor Alfie Boe, Serenata, aterrissou na O2 Arena, em Londres, com uma banda de 5 músicos e orquestra com 16 integrantes, além de um trio musical neozelandês, Sol3 Mio, mais um poderoso sistema Martin Audio MLA Multi-cellular Loudspeaker Array, fornecido pela Capital Sound. O técnico de PA é o experiente engenheiro e produtor Matteo Cifelli (proprietário do Fastermaster Studio). arce Boe Cifelli e Pe

ROBE TEM NOVA SUBSIDIÁRIA NA FRANÇA

A empresa que tem sede na República Theca anunciou ao mercado de iluminação a nova subsidiária francesa que ficará baseada em Paris. A nova companhia será dirigida pelo diretor Bruno Garros, figura reconhecida no mercado de iluminação e entretenimento; e Elie Battah, que será o gerente de desenvovimento de negócios na França. A nova subsidiária é parte da estratégia de expansão da Robe. Ficarão também responsáveis pela Robe Lighting France Ingo Domvrowski, gerente executivo de contas na Europa, e o diretor internacional de vendas Harry von den Stemmen, coordenador geral das operações de vendas da Robe.

NOVAS UNIDADES ECAD O Escritório central de arrecadação e distribuição (Ecad) inaugurou no final de 2014 mais duas unidades, nas cidades de Volta Redonda (RJ) e Balneário Camboriú (SC). O órgão agora detém 34 unidades em todo o Brasil. Na unidade Sul Fluminense, o escritório será responsável pelo relacionamento com usuários de músicas em 19 municípios da região, como Volta Redonda, Paraty, Resende e Valença. Já na cidade catarinense, a entidade irá atuar em 18 municípios, como Bombinhas, Brusque, Itajaí e Tijucas. Os profissionais dos novos escritórios irão percorrer os municípios das regiões com a missão de conscientizar os usuários de música quanto à importância do pagamento do direito autoral.


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No primeiro mês de 2015, a NEXTproaudio decidiu anunciar um novo período de garantia estendida para todos os falantes, passando de dois para cinco anos. Segundo Andre Correia, gerente da companhia portuguesa, a decisão para estender a garantia vem ao encontro da certeza da qualidade dos produtos da empresa, o que dá aos clientes um motivo a mais para apostar na confiabilidade dos produtos. A garantia para os produtos eletrônicos da NEXT-proaudio, como amplificadores e processadores de sinal digital, permanecem em dois anos a partir da data da compra. Para ter direito aos cinco anos de garantia, os produtos devem ser adquiridos junto aos representantes, revendedores e distribuidores oficiais. Mais informações no site www.next-proaudio.com

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GARANTIA ESTENDIDA

ROCK IN RIO EM 30 ANOS DE HISTÓRIA Consagrado como o maior festival de música e entretenimento do mundo, o Rock in Rio coleciona números grandiosos ao longo de suas três décadas de história. O evento, que colocou o Brasil no cenário dos grandes shows mundiais, completa três décadas e coleciona histórias pra lá de curiosas. Em setembro, mais uma edição do Rock in Rio no Brasil, a sexta, mais precisamente, será realizada na Cidade do Rock do Rio de Janeiro, onde o festival nasceu. Entre os dias 18, 19, 20, 24, 25, 26 e 27 de setembro, em uma área com mais de 150 mil metros quadrados, sobem ao palco do RIR Katy Perry, A-Há, System Of A Down, Queens of the Stone Age, no Palco Mundo, e John Legend, já confirmado para o Palco Sunset.

Gerenciamento da música A produtora de áudio e-Noise investiu na tecnologia ERP FileMaker para agilizar procedimentos e demandas do mercado publicitário de jingles e sound branding. O software agora é um grande aliado para gerenciamento integrado dos procedimentos internos da empresa para produção diária de jingles, spots, trilhas e sound logos. Desenvolvido pela Implement Systems, integrante da rede brasileira de canais da FileMaker Inc., subsidiária da Apple para sistemas de banco de dados, o sistema criado para a eNoise, é totalmente customizado às necessidades da empresa. O resultado foi agilidade nos processos da companhia, desde o primeiro contato com o cliente até o cadastro dos fornecedores, com reflexos positivos em produtividade e na qualidade do trabalho diário para as peças publicitárias de áudio. Outro benefício com a adoção da nova tecnologia é a liberdade de acessar o sistema por iPhones e iPads.

PENN ELCOM ABRE ESCRITÓRIO NO MÉXICO Fabricante de cases, gabinetes de falantes e outras soluções de racks, a Penn Elcom acaba de abrir um escritório na cidade mexicana de Tijuana. O novo local faz parte da expansão programada da empresa pelo mundo nos últimos anos. A localização do escritório é um local estratégico no México, próximo ao centro financeiro e industrial, favorecendo tanto o mercado mexicano como o norte-americano. O investimento inicial foi de $ 2 milhões em maquinário Trumpf CNC e na fábrica. O escritório será comandado por Javier Haro com a ajuda de Frank McCourt, liderando o time de vendas, e mais 20 colaboradores. A Penn Elcom México vai trabalhar em conjunto com a Penn Elcom da Costa Oeste, cujo escritório se encontra baseado na Califórnia. As atividades comerciais na América Latina para a Penn Elcom são bem intensas e a empresa mantém subsidiárias em países como Brasil, Argentina, Chile, Peru e Colômbia. Com esse novo empreendimento no México, desenha-se a possibilidade de uma expansão dos negócios para a América Central em um futuro próximo.

PLATAFORMA DIGITAL Uma das maiores plataformas de conteúdo musical independente do mundo, a Punks S/A – (punkssa.com) anuncia sua expansão na América do Sul. Agora, além dos escritórios em Nova York, Los Angeles, Toronto, Londres, Sydney e São Paulo, a empresa abre uma sede em Santiago, no Chile, sob o comando de um dos produtores mais influentes do país, Juan Cristobal Meza. As mais de 150 mil composições da Punks são disponibilizadas no Jingle Player, uma biblioteca digital, na qual os trabalhos são tagueadas conforme o estilo musical. Atualmente, o player conta com mais de 30 mil artistas e recebe 500 novos materiais para análise semanalmente. As bandas Primos Distantes e Onagra Claudique são duas das brasileiras que já estão no catálogo da Punks S/A.


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Avid volta a negociar ações pela NASDAQ A Avid voltou a negociar suas ações na NASDAQ, sob o símbolo #AVIDNASDAQ, dando um passo sólido para alcançar todo o seu potencial. A abertura dos negócios foi no dia 8 de dezembro, mas a empresa vai continuar a ser reconhecida pelo símbolo AVID. Segundo Jonh Frederick, Vice-Presidente Executivo e Diretor Financeiro e Administrativo da Avid, a ação visa a oferecer aos atuais e futuros acionistas da Avid oportunidade de partilhar do sucesso do negócio da companhia por meio de acesso mais direto às ações. Para Ariel Sardinas, Diretor de Vendas da Divisão de Vídeo da Avid para a América Latina, o retorno à NASDAQ é um importante marco para a empresa em nível corporativo. Ainda de acordo com

o executivo, o próximo passo seria demonstrar aos parceiros estratégicos, clientes e usuários que a Avid é a plataforma mais completa para estar um passo a frente na produção de conteúdo digital. Ao voltar para a NASDAQ, a Avid quer demonstrar compromisso com a indústria e permitir a continuidade de um crescimento sólido e em expansão na região e em diferentes segmentos do mercado atendidos, promovendo os sistemas S6, S3L-X e Pro Tools 11 que são parte da visão Avid Everywhere™”. A América Latina segue com uma tendência positiva de mercado e se converteu em uma região de crescimento importante para a Avid. A empresa pretende gerar um crescimento de dois dígitos para o ano fiscal de 2015.

Batera brasileiro é atração na NAMM 2015 O baterista brasileiro Gus Conde, da banda ODUM, representou pela terceira vez seus endorsers na maior feira de música dos Estados Unidos, a NAMM Show, no Anaheim Convention Center, em Anaheim (Califórnia). Gus fez apresentações nos estandes das marcas Urbann Boards e Axis Percussion. O baterista também fez o lançamento oficial dos novos modelos de tênis especiais para bateristas da Urbann Boards, incluindo a linha assinada por Neil Peart (baterista do Rush) e a linha feminina Her. Após quase 10 anos seguidos morando em Los Angeles, o baterista, instrutor e palestrante santista voltou ao Brasil no início de 2011 para estudar música brasileira e filmar um documentário sobre bateria brasileira (a ser lançado nos EUA e Europa com o apoio de endorsers). Atualmente mais focado em sua carreira solo, com oficinas de bateria em cartaz no circuito Sesc Brasil, Gus Conde é apontado como um dos mais versáteis bateristas brasileiros da atualidade.

ROUDINI E OS IMPOSTORES EM MAIS UM CAPÍTULO DA LIVE SESSION Foi lançado o terceiro capítulo das Live Sessions da banda passofundense, Roudini e os Impostores, com a música Até a Metade do Caminho. O projeto, que registra a banda tocando suas composições ao vivo, foi a forma que o grupo encontrou para divulgar as músicas do seu primeiro álbum, Eldorado, lançado no final de 2013. São sempre apresentações com captação ao vivo, em diferentes lugares da cidade. Os capítulos estão sendo veiculados sem uma periodicidade específica, através do canal oficial da banda no Youtube. A primeira Live Session, com a música Tanta Solidão, foi disponibilizada em julho de 2014 e a segunda, Por Baixo dos Meus Olhos, em setembro de 2014.

FACÇÃO CAIPIRA LANÇA VÍDEO Com esta premissa, a Facção Caipira apresenta seu épico caipira Ao Vivo no Circo Voador. O registro foi feito durante a última noite de um festival de bandas novatas no Circo Voador, onde a Facção Caipira foi convidada a se apresentar não como uma concorrente, mas como o destaque da noite, com casa cheia, encerrando o evento com sua mistura de rock, regionalismo e country divertida. A edição é assinada pela produtora Red Pill, com mixagem feita por Renan Carriço no Estudio Villa e masterização de Matheus Gomes no Magic Master Studios (Caetano Veloso, Canastra, Marcos Valle e outros). No vídeo, duas faixas relembram o EP de estreia da banda (2012) e mais seis inéditas anunciam o primeiro álbum completo do quarteto fluminense: Pedrada, Trapaceiro, Canção Pra Ex Fumante, Dois Pra Lá, Dois Pra Cá, Vida de Tralha e Blues Brasileiro Foragido Americano. O álbum foi gravado nos estúdios da Toca do Bandido, com produção de Felipe Rodarte e mixagem do nova iorquino Aaron Bastinelli, que já trabalhou com Bono (U2), Marky Ramone (Ramones), Mark Foster (Foster The People) entre outros.


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Novas regras para voar com instrumentos

As companhias aéreas americanas passarão a adotar novas regras para o transporte de instrumentos musicais. Segundo as novas regras divulgadas pelo Departamento de Transporte dos EUA (DOT), as empresas de transporte aéreo são obrigadas a aceitar instrumentos musicais como guitarras e violinos como

bagagem de mão em voos comerciais se houver espaço ou ainda em assentos (que serão vendidos) caso o instrumento seja de maior porte. No entanto, o transporte do instrumento na cabine da aeronave deverá obedecer algumas regras tendo em vista que não terá prioridade sobre outras bagagens. Uma das recomendações é que o dono do instrumento realize o check-in com antecedência para garantir espaço nos compartimentos de bagagem. As novas regras entrarão em vigor no fim de fevereiro. O DOT criou um site com dicas e informações sobre as novas regras de transporte: http://www.dot.gov/airconsumer/ air-travel-musical-instruments.

ROBE MAIS PRESENTE NO MÉXICO A empresa mexicana de locação MIXPRO acaba de adquirir 20 aparelhos Robin, da Robe. Os novos equipamentos seguiram direto para a turnê da cantora mexicana Alejandra Guzman, que teve o design de iluminação concebido pelo LD Martin Contreras, um dos primeiros no México a usar os Pointes. Fundada em 1998, a MIXPRO tem sede no distrito de Xochimilco, da Cidade do México, e é cliente de um dos maiores distribuidores Robe no México, a Vari Internacional. Além da iluminação, a MIXPRO também forneceu som e vídeo para todas as datas mexicanas da turnê da popstar do rock.


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SUCESSO VOLÁTIL

Importadores e fabricantes com estoques em alta para cumprir contratos e lojistas em compasso de espera para reposição. Esse é o cenário que abre 2015 depois de um 2014 pouco animador. É hora do marketing das empresas entrar em campo para aproveitar a choradeira e vender lenço. Isso é competência e talento em campo.

Responda rápido... Quem liderou as paradas brasileiras em 2011? Se você não sabe agora, imagine daqui a 10 ou 20 anos. Tente lembrar agora quem foi sucesso nos anos 60, 70, 80 e 90. Rapidamente uma dúzia de nomes vem à sua cabeça. A isso chamamos de qualidade perene e música para gerações. Ou você acha que daqui a 10 anos alguém vai saber quem são esses funkeiros pseudo filosóficos que brigam com a língua portuguesa, pagodeiros movidos a gel de cabelo ou os sertanojos de três acordes e gritões que habitam as nossas rádios? A menos que você concorde com o Nelson Motta que desnecessariamente tenta se mostrar muderninho achando tudo o que tá tocando maravilhoso e classificando música velha como nostálgica. E a Globo ainda acha o rapaz maravilhoso.

ECONOMIA A Santo Ângelo colocou em prática uma ideia interessante para quem se prepara para um ano de indefinições e esperados problemas na economia. No seu portal, a empresa disponibiliza dicas e artigos de especialistas em economia e finanças para empresas de todos os tamanhos. O objetivo é dar uma ferramenta a lojistas, distribuidores e empresários de pequeno e médio porte para regrar o seu comportamento em tempos bicudos que exigem uma contrapartida de moderação e cuidados com a liquidez e o crédito. Boa sacada.

TV PAGA E o canal BIS vai muito bem obrigado, mas quando resolve escorregar, fica risível. Dia desses um show de heavy metal recebeu censura para menores e exigiu a senha do assinante para assistir. Enquanto isso os canais abertos mostram terroristas, assassinos e políticos em todos os horários e sem restrições. A boa novidade é o crescimento do canal Music Box Brasil que além do bom gosto na programação musical inclui também boas matérias sobre artistas nacionais. Já o MultiShow e a MTV definitivamente viraram bagunça...

THE VOICE E o esperado aconteceu. O programa da Globo desabou em audiência e qualidade por perceptível “fadiga de metais”. Os jurados se mostram repetitivos e previsíveis e ao contrário do seu irmão mais novo (o também bom programa Superstar), os vencedores nunca vão a lugar nenhum. O nível dos candidatos também seguiu a queda e foi muito ruim. Tecnicamente decepcionante, a final foi sofrível pela absoluta falta de qualidade geral. Muita luz e marketing para uma atração que notadamente precisa de uma boa sacudida.

FISCALIZAÇÃO Os Tribunais de Contas dos estados estão ampliando a fiscalização dos cachês cotados e realmente pagos aos artistas em suas apresentações custeadas com dinheiro público. Nota dessa coluna circulou em pelo menos dois tribunais que determinaram o uso de lente de aumento nas contas de 2014. Anote, vai dar encrenca.

PERDA A morte do genial Lincoln Olivetti foi mais do que uma perda, foi o fim de uma


GUSTAVO VICTORINO | VICTORINO@BACKSTAGE.COM.BR proposta de inovação constante. Ed Motta foi quem melhor definiu a perda do amigo e parceiro: “É o final de uma Era, de quando música popular era feita por músico de verdade ...”. Falou tudo.

FESTA 2015 Um coquetel em Porto Alegre lançou no mês passado a Festa Nacional da Música 2015. O encontro em Canela terá muitas novidades e alguns nomes já confirmados. Em março começa a seleção dos participantes e a divulgação dos homenageados.

FUTURO Os dados estão aí e jogam na nossa cara uma realidade irreversível. Em 2014 o número de novos assinantes de internet banda larga foi mais do que o dobro de novos assinantes de televisão paga. A TV por streaming é o futuro que está ali na curva. Nos EUA a maioria dos canais já anuncia o lançamento da sua programação na rede em tempo real. Os novos televisores lançados no mercado já estão equipados para receber transmissões de alta velocidade e densidade via internet. Uma nova e revolucionária realidade televisiva está ali do lado de fora da porta...

INCOMPETÊNCIA Graças ao governo petista e a mais de uma década de incompetência na gestão de energia, a venda de geradores de pequeno porte volta a aquecer pelo país. Fabricantes e técnicos do segmento de áudio estão preocupados. A energia de geradores não tem a mesma qualidade e estabilidade daquela fornecida pelas distribuidoras (que também não é lá grande coisa...) e que notadamente vão enfrentar problemas de fornecimento nos próximos anos. Já o preço...

VINTAGE A onda das velharias supervalorizadas parece estar sofrendo algumas mudanças no perfil dos compradores. O quesito qualidade começa a se sobrepor à “idade” do equipamento. O fato de ser antigo não é necessariamente sinônimo de qualidade. O desgaste do tempo e o avanço da tecnologia não podem ser ignorados na hora de se adquirir algo que notadamente é caro e raro. Tem gente vendendo guitarras Snake e Palmer dos anos 60 e 70 por mais de cinco mil reais. Fala sério, né?!? Saudosismo tem limite. Nem novas elas eram boas.

MUDANÇAS Em ano de crise e alta inadimplência, os magazines passam a ser o foco de muitos importadores e fabricantes. Instrumentos e equipamentos populares e baratos abriram ainda mais espaço e recebem outro foco na visão e comercialização dos revendedores de eletrodomésticos e eletroeletrônicos. Os magazines já perceberam isso e abrem cada vez mais espaço em suas lojas. Vem polêmica por aí porque o perfil do mercado certamente vai mudar em muito pouco tempo.

Muito pouco pode ser chamado realmente de novidade desde a virada do século...”.

CANSANDO Há muito tempo não via tanta frieza com um carnaval quanto em 2015. A coisa parece aos poucos virar festa para aficionados e turistas. Comercialmente lucrativo, o carnaval perde espaço no gosto popular e vira apenas um esperado feriadão para mais de 70% dos brasileiros que assumem um distanciamento das festas de momo.

ENQUANTO ISSO A “sofrência” do nordestino Pablo ainda encontra resistência na mídia do sul e do sudeste, mas as emissoras da região inevitavelmente terão que assumir que o cantor brega é impagável exatamente pela seriedade que tenta dar às suas músicas. O moço chega a fazer show para milhares de pessoas com um celular na mão. Em uma semana no Recife decorei pelos menos umas três músicas do cara por simples osmose. O hit Homem Não Chora é phodha... É impossível não se divertir. Haja “sofrência” ...

BIG MAC

Se a Justiça disse que não precisa registro profissional para ser músico ou jornalista, porque esse mesmo registro ainda é exigido para atores, dubladores, cinegrafistas e mais uma dúzia de outras profissões de cunho artístico não contempladas na controvertida decisão?!?

Depois de fazer música até para videogame no ano passado, o superstar Paul McCartney faz mistério sobre um pedido da megaprodução Star Wars 7 – The Force Awakens, para criar um tema definitivo para os cavaleiros Jedis. O filme está em fase de montagem e finalização e tem estreia mundial prevista para dezembro desse ano. Que a força esteja com ele...

FRASE

FOCO

Ouço de um amigo engenheiro que tristemente constatou: “Os grandes fabricantes mundiais hoje investem muito mais na promoção da marca do que em pesquisas e desenvolvimento de novos produtos.

A Borne foca o áudio profissional para se expandir ainda mais em 2015. Novos produtos voltados ao mercado profissional de pequeno e médio porte serão anunciados ainda no primeiro semestre. Vem coisa boa aí.

PERGUNTINHA

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E Z N E FIR

Y A R R A K A D O A N O VA G E R A Ç Ã

Há séculos a Itália é conhecida como o país do design e da criatividade e perfeito para os sonhadores. Essa paixão ainda é bem viva e flui no coração da Toscana, mais especificamente Florença, inspirando algumas das mais notáveis inovações. No mundo do Pro Audio, a nova criação que acaba de deixar as fábricas da K-array é um produto que promete balançar os experts da indústria com a tecnologia straight array. redacao@backstage.com.br Fotos:Divulgação

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esde que o primeiro sistema de line array apareceu no mercado, nos anos 90, houve uma série de melhorias em termos de qualidade sonora, nos níveis de pressão sonora (SPL) e na habilidade para focar mais energia e potência nas áreas audíveis, destinadas ao público. Como consequência, houve também um aumento no mercado de áudio

e o público passou a ficar acostumado a ver grandes sistemas de PA nos grandes festivais mundiais dando suporte a renomados artistas. No entanto, o preço pago para essa evolução tecnológica cresceu na mesma proporção e complexidade adicionando mais custos em logística e montagem. A necessidade de uniformizar as áreas de cobertura levou alguns fabricantes de sistemas a investirem pesado em sistemas mais comple-


não é preciso descer o cluster, pois é suficiente alguém mudar a inclinação de um único falante, uma operação que requer apenas alguns minutos. Além disso, a tecnologia

Completamente controlado por uma DSP on board, oferece uma máxima flexibilidade operacional e um incrível direcionamento de feixe sonoro. O KS8, por exemplo, é um compacto subwoofer que produz um pico excepcional de saída, a 148 dB SPL. Ele também tem opções de setup dinâmico para calibração de delay. Um sistema de 24 KH8 elementos pode fluir em apenas 10 minutos. Isso só é possível porque não existe necessidade de desmontar todo o cluster: os falantes são ancorados em grupos de três dentro de molduras rígidas que podem ser rapidamente conectadas umas às outras para criar clusters mais compridos (acima de 24 unidades).

Comparado com sistemas tradicionais que requerem ferragens e conexões mecânicas para cada falantes, o KH8 nesse quesito economiza tempo

xos para montagem e difíceis de manejar. Os novos modelos que vieram completar a Firenze Series, o KH8 e o KS8, vieram dar ao mundo a tecnologia slim array em flexibilidade digital. Mais finos e compactos no design, possuem autoalimentação e são resistentes ao clima, proporcionando uma saída excepcional de pico de 145 dB SPL e representando uma solução diferenciada no mercado de áudio.

Comparado com sistemas tradicionais que requerem ferragens e conexões mecânicas para cada falantes, o KH8 nesse quesito economiza tempo. Cada unidade pode ser inclinada independentemente para focar o som mecanicamente e depois guiada digitalmente. A portabilidade e a facilidade na montagem são apenas algumas vantagens em se configurar um “straight array”, ou “arranjo direto”. Por exemplo, suponha-se que o que se precisa é uma inclinação de ângulo de um falante quando o cluster já foi içado. Com o KH8

“straight array” minimiza o volume do cluster e permite o máximo de liberdade onde eles estão içados. Por exemplo, não é preciso muito espaço no fundo atrás do cluster, mas em vez disso quase anexá-lo a uma parede ou uma torre. O resultado é uma onda frontal que tenha uma curvatura desejada similar a de um perfeito cluster vertical. O KH8 já foi usado no JZ Festival, em Shanghai e concertos na Itália em 2013 e em 2014 durante um período de teste e está instalado na Carina Club, na China. O KH8 também estará presente nos próximos eventos do verão de Nova Iorque.

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Geralmente quando se fala em produtos Dynacord, logo se imagina equipamentos pesados, sendo necessária uma mãozinha extra para tirá-los da caixa. Só que neste caso, não. redacao@backstage.com.br Fotos:Divulgação

PM 502 DYNACORD O PM502 é um poderoso, porém pequeno e leve mixer projetado para suprir tanto locais quanto músicos na estrada. Típico da marca, o equipamento apresenta uma série de características singulares, além de uma arquitetura híbrida, análoga e digital, e a habilidade para alimentar sistemas em linha de 100V para uso em instalações. É um equipamento inovador com um design criativo e de uso amigável, pois combina o circuito análogo interno e superfície de operação com as vantagens do sinal digital master e seções amplificadas, fazendo-o um dos mais

flexíveis entre os equipamentos de sua classe. A sua performance acústica vem ao encontro da já conhecida qualidade dos produtos Dynacord. A estrutura interna do PM 502, por exemplo, somada a seu pacote de características e conectividade, coloca este mixer como objeto ideal para diversas instalações, que variam de bistrôs, pequenos clubes, lounges, bares de hotel e lobbies de igrejas, entre outras aplicações semelhantes. E confirmando que o PM502 é uma ferramenta extremamente versátil para uma série de aplicações ao vivo, o produto também se torna uma


escolha ideal para DJs e bandas pequenas que procuram por uma solução leve e compacta para uso ao vivo ou para locais de ensaios. A estrutura principal é moldada em plástico e o painel frontal tem uma inclinação que permite ótima visibilidade quando é usado como um desktop. Medindo 395 x 244 x 241 mm e pesando apenas 4.9kg, todas as conexões além do fone de ouvido e uma entrada USB para cartão de memória, estão na parte traseira do painel. Entre os opcionais está um footswitch para bypass dos efeitos internos. Entre as características do equipamento estão

5 MIC/LINE input channels com compressor / limiter e função talkover, 3 Stereo Inputs incluindo Jack, RCA e conectores USB, player onboard para arquivos de áudio MP3 ou WAV, alta qualidade de sessão com 32 presets editáveis, 3 Master outputs com 7-band EQ cada e opção de sinal flexível roteado, delay line para Master-B (150 msec/50m), controle dos fones, LPN speaker processing, classD. 2 x 450W RMS respectivamente 2 x 600W / 4 Ohms IHF-A power, fonte de energia micro-controlled (100V – 240V) e opção de Direct-Drive para 100V por via de falante.

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REPORTAGEM| www.backstage.com.br 30 Rogério Cordoni emociona fãs de Elvis Presley

Eles deixaram de lado a opção de ter seu próprio trabalho musical e, por diversão ou em busca de melhores cachês, partiram para bandas que copiam grandes artistas do cenário nacional e internacional. Conheça um pouco da visão de artistas e músicos que apostam em um trabalho cover. Alexandre Coelho redacao@backstage.com.br Fotos: Arquivo pessoal / Divulgação

MERCADO COVER N

ão basta prestar um tributo a uma banda ou artista, é preciso encarnar o personagem. Foi penando desse jeito que Rogério Cordoni provou que Elvis não morreu e, em 1992, encarou o desafio de imitar o Rei do Rock. Músico desde 1986, o artista já havia atuado como baterista em uma banda cover do U2, e em tributos aos Beatles e ao REM, na capital paulista. Como todo músico iniciante, Rogério também apostou em trabalhos autorais. A veia cover corria paralelamente às composições próprias, como forma de se

divertir e de ganhar algum dinheiro, já que o retorno financeiro de um trabalho cover é mais rápido. “O trabalho cover não necessita de explicação do produto, pois todos já conhecem a banda ou o artista referenciado e as suas músicas, é mais fácil entrar no mercado de bares e eventos. Em contrapartida, o trabalho autoral carrega toda a história de uma banda, de composições características dos músicos e compositores, além da liberdade de estilos musicais... É bem melhor, com certeza”, compara.


lzito rna Rau n enca ro e P ta Jo

Inclusive, para melhorar as minhas performances, eu passei um ano com um trabalho

em conjunto de um coaching americano de Ohio, que me treinou para o mercado dos EUA”, ilustra. Se os Estados Unidos têm Elvis, nós temos Raul Seixas. Tocando

músicas que já são conhecidas. “As pessoas têm medo de experimentar o novo. Fazendo um cover, a reciprocidade acontece, mas a responsabilidade aumenta a partir do

Para Rogério, a maior virtude de um artista cover é a semelhança com o artista original, incluídos aí aspectos como a voz, os figurinos e a musicalidade. Ele garante que, no caso de um imitador de Elvis Presley, existe um mercado forte tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, com muitos eventos relacionados ao tema. Rogério costuma se apresentar em bares temáticos, como o Phoenix American Mex, em Curitiba, além de clubes e eventos particulares. “Os fãs se emocionam bastante, lembram dos grandes momentos do Rei”, orgulha-se o músico curitibano. Mas representar um dos maiores ícones da história do rock não é tarefa fácil. Para fazer jus ao desafio, Rogério estudou a fundo tudo relacionado ao ídolo, levando muito a sério a empreitada. “É muito importante fazer a caracterização e imitar todos os trejeitos de dança e postura de palco do original.

É muito importante fazer a caracterização e imitar todos os trejeitos de dança e postura de palco do original. (Ricardo Cordoni) também na noite paulistana desde 1994, o músico Jota Peron decidiu dar vida ao nosso Maluco Beleza em 2007. Por coincidência, o próprio Raul Seixas, segundo Jota Peron, começou sua car-

reira como imitador de... Elvis Presley! De acordo com Peron, o que motiva os jovens músicos a buscar o mercado cover é a facilidade de se aproximar do público, tocando

momento em que você encontra os ‘fãs de carteirinha’”, adverte. Peron lembra que o mercado de bandas e artistas cover tem as mesmas dificuldades de outros segmentos. Um deles é a pouca valorização do cachê, uma vez que, para muitos que atuam nessa área, trata-se apenas de diversão e não de trabalho. Outro problema é a comparação excessiva do cover com o original. “Às vezes esperam demais do cover. Eu sempre sou convidado para tomar um Whisky depois do show, e às vezes as pessoas se assustam quando eu respondo que não bebo”, diverte-se. Peron não tem do que reclamar no que diz respeito a mercado para se apresentar. Já fez shows em 12 estados brasileiros e, segundo ele, o telefone continua tocando. Seu maior filão são os encontros de motociclistas, onde não faltam empolgados pedindo “toca Raul!”. Peron toca. Mas sua caracterização também o levou para o teatro e para os programas de TV, principalmente em momentos de homenagens ao velho ídolo. Apesar de se considerar um entusiasta,

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O público não sabe quem é o Jota Peron, ele quer ver o Raul Seixas. Depois do show é muito comum as pessoas me chamarem de Raul. Sei da minha responsabilidade e procuro me entregar de corpo e alma na atuação, tanto que no meu show atual eu troco sete vezes de figurino, isso sem interromper o espetáculo. (Jota Peron)

Jota Peron já tem experiência para ponderar antes de aceitar qualquer trabalho. “É sempre bom fazer as contas antes de sair de casa, para não fechar no vermelho. Meu lema é: as três partes precisam sair do show satisfeitas, o contratante, o público e o artista. Quando isso acontece, chegamos à perfeição”, ensina. No que tange à resposta do público, as reações são as mais diversas. Peron conta que já começou shows sem ninguém na frente do palco e entregou para a banda seguinte o espaço lotado. E já teve fã perguntando se ele acreditava em reencarnação, pois, para este fã, Peron era, com certeza, o próprio Raul Seixas. Para Jota Peron, o músico profissional sabe que é a profissão quem decide os rumos do artista. E, como um profissional, ele garante que respeita todos os estilos, sem achar que um é melhor do que outro. Se existe algum tipo de preconceito de músicos de outros segmentos com relação ao cover, diz ele, este vem de quem nunca tocou quatro horas

na noite e teve que atender pedidos que vão de Elis Regina a Tonico & Tinoco. Mas depois de assistir a muitos vídeos e clipes de Raul Seixas, Peron atingiu o nível de qualidade que pretendia. “O público não sabe quem é o Jota Peron, ele quer ver o Raul Seixas. Depois do show é muito comum as pessoas me chamarem de Raul. Sei da minha responsabilidade e procuro me entregar de corpo e alma na atuação, tanto que no meu show atual eu troco sete vezes de figurino, isso sem interromper o espetáculo”, conta. O carioca Vinícius Vellys começou a apostar no segmento cover em 2010, e já começou bem: se apresentou no Domingão do Faustão em um concurso de imitadores (vencido por ele), na pele de Rogério Flausino,

Vinícius Vellys como Renato Russo e na foto acima como Rogério Flausino do Jota Quest


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vocalista do Jota Quest, e não parou mais. A vitória no programa abriu muitas portas e fez surgirem muitas oportunidades, o que o motivou a seguir em frente. Atualmente, ele também interpreta Renato Russo, Cazuza e Lulu Santos. A opção pelo cover foi mercadológica. Para Vellys, é difícil apostar em um trabalho autoral. Não é fácil construir um público, as casas não dão muita oportunidade e pagam mal. Já para um imitador, como ele, existe uma expectativa por parte do público de viver um momento nostálgico de um artista do qual ele é fã. “A maioria desses artistas ou já morreu ou são bandas internacionais, e a grande maioria das pessoas não tem acesso ao show quando eles resolvem dar as caras no Brasil. Banda Black Do g com Jimmy Page As pessoas acabam por contratar uma apresentação go paralelo, fica bem complicado. cover por esses motivos”, acredita. As possibilidades são infinitas. Mesmo com a grande exposição Não vejo limitação do que pode ser que teve, Vinícius Vellys diz que o buscado. Acho que a qualidade do caminho é árduo. Ele conta que os que você faz é que realmente ajuda contatos e deslocamentos para um a abrir portas”, aposta. show são etapas complicadas. E laQualidade musical à parte, o imimenta que muitas bandas acabam tador de Rogério Flausino e de Reaceitando tocar por preços impranato Russo sempre foi fisgado pela ticáveis, o que derruba o cachê méparte cênica. Como ele já cantava e dio do mercado. Outro detalhe imjá havia feito teatro, o concurso de portante é o artista cover explorar imitadores do Faustão foi a chance bem o repertório do artista homeque ele esperava para juntar as duas nageado, por um lado, para não incoisas e assumir o personagem por sistir em um setlist repetitivo; por completo no palco. outro, para não deixar nenhum “A recompensa vem nos elogios e grande sucesso de fora da lista. comentários das pessoas que assisPara Vellys, no entanto, existe sim tem, que realmente se sentem viuma boa demanda por esse tipo de venciando um show do artista orishow no mercado para quem conginal. É muito motivador! Acho segue se destacar. “Alguns artistas muito importante transportar o cover vivem disso sim. Mas para espectador para aquele universo e, outros, se não tiverem um empre-

Black Dog refuta ser banda tributo

principalmente, homenagear da melhor forma o artista imitado. O público merece matar essa saudade e viver essa nostalgia”, garante.

LED ZEPPELIN E IRON MAIDEN Nem só de imitadores, porém, vive o mercado de bandas e artistas cover. Alguns trabalhos apostam prioritariamente na força musical do artista homenageado, o que já é suficiente para atrair muitos fãs. É o caso da banda carioca Black Dog Brazil, que, inicialmente, fazia cover de Led Zeppelin, e mais tarde adicionou canções do Deep Purple e do Black Sabbath ao repertório. Músico desde o final dos anos 80, quando se apresentava em bandas de baile, o baixista Ives Pierini passou a integrar o grupo em 1999. “Quando comecei não havia diferenciação entre banda cover e banda autoral, as bandas tocavam músicas de outras bandas e suas próprias composições; era um clima livre sem essas divisões. A expressão ‘cover’ eu sempre vi mais associada a bandas e artistas per-


Maiden Hell

formáticos, que se vestem e imitam os artistas e bandas originais, às vezes fazendo playback. Em se tratando da Black Dog Brazil, nosso forte é o classic rock tocado ao vivo de forma impecável. Alguns nos dão a alcunha difícil do autoral mais lo cover: merca de ‘banda tributo’, mas pe o çã op faz Maiden Hell conta que, ao longo de para nós, somos uma ban20 anos, viu muitos altos e baixos no da de rock, só isso”, define. mercado, mas que, no fim das contas, Para Ives, o mercado é difícil para qualvale a pena o investimento. quer tipo de música que não esteja na “Fizemos muita coisa pra manter a repumoda imposta pela indústra musical tação no mercado. Somos a primeira vigente, como o pagode, o funk carioca, banda do mundo (que se tem notícia) a o sertanejo universitário, o axé e coisas tocar toda a discografia do Led Zeppelin do gênero. Neste cenário, para uma ao vivo, e o fizemos três vezes. Conhecebanda de rock as dificuldades são consmos Jimmy Page pessoalmente através tantes e inerentes à cultura marginal à do Zepeliano Fan Clube, e nos tornamos qual o rock sempre foi associado. Obsbanda cover oficial do Led Zeppelin na táculos à parte, a Black Dog Brazil América Latina, eleita pelo Zeppeliano completa 20 anos de atividades em 2015. Fan Clube e abençoada pelo mestre Para comemorar, a banda vai lançar um Jimmy Page”, orgulha-se. rótulo de cerveja com seu nome e um álA receita para o sucesso e a longevidade bum com 13 músicas autorais na linha da banda, para Ives, é fazer um trabalho do rock clássico. legal, com vontade e persistência. SeIves Pierini admite que é difícil viver gundo ele, o mercado é inclemente com de música no Brasil, mas que a receita bandas que não tenham um público pródos cachês ajuda a pagar as contas. Ele

Fizemos muita coisa pra manter a reputação no mercado. Somos a primeira banda do mundo (que se tem notícia) a tocar toda a discografia do Led Zeppelin ao vivo, e o fizemos três vezes. Conhecemos Jimmy Page pessoalmente através do Zepeliano Fan Clube (Ives Pierini)

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nem os contratantes se importam com as necessidades de artistas e músicos. A única saída? Disposição. “O artista tem que, respeitando seu trabalho, agarrar todas

THE POLICE COVER Há cinco anos, o guitarrista carioca Pedro Herzog foi convidado para integrar o Pearl Jam Cover Brasil. Mesmo sem ser tão fã da

The Bad Cops, banda tributo ao The Police

as oportunidades, sem se prostituir”, aponta. Apesar das dificuldades, o amor pela música acaba falando mais alto e a banda mergulha de cabeça no universo do Iron Maiden, tanto no que diz respeito aos aspectos musicais, quanto à postura de palco e aos figurinos. “Trabalhamos o visual demais.

banda de Seattle, a oportunidade de um trabalho profissional na música o fez aceitar a empreitada. Era apenas o começo de sua trajetória por esse segmento. De lá para cá, participou de outros trabalhos também na linha de tributos até encabeçar, ele mesmo, a sua própria banda: trocou a guitarra pelo

prio e, para conquistar público de rock no Brasil, tem que ser bom no que faz. No caso específico da Black Dog Brazil, um outro segredo é tocar com o coração, da melhor forma possível, como se fosse a última vez. “O público percebe isso”, assegura Ives. Na mesma linha, a banda Maiden Hell presta tributo a um dos maiores nomes do heavy metal mundial em todos os tempos. O guitarrista Carlos Dória, que atua no segmento cover há 10 anos, faz o “papel” que cabe a Adrian Smith na banda original, e admite que entrou nesse filão motivado por tocar as músicas das quais ele gosta e de artistas que ele gosta. Apresentando-se principalmente pelo interior de São Paulo (a banda é de São José do Rio Preto-SP), Carlos diz que, como o mercado autoral é mais fechado nessa região, a opção pelo cover é quase óbvia. “O mercado autoral é muito restrito no interior do estado de São Paulo, o que acaba sendo frustrante. Não há onde se apresentar e há poucas pessoas para serem atingidas ou que estão abertas a isso. Eventos como o Planeta Rock incentivam a composição, mas acredito que as pessoas deveriam abrir mais a mente e os ouvidos para o som autoral”, sugere. As dificuldades, segundo ele, são muitas. Desde as financeiras até as condições de trabalho impróprias. Ele lamenta que, no Brasil, os músicos sejam obrigados a se contentar com pouco, já que os bares não oferecem suporte adequado às bandas e, financeiramente, a carreira não compensa. Carlos Dória acha difícil viver de música no Brasil. Como sua referência é o interior de São Paulo, para ele só existe mercado para a música sertaneja. Afora isso, viver de música no Brasil é uma ilusão, uma vez que nem o governo

O artista tem que, respeitando seu trabalho, agarrar todas as oportunidades, sem se prostituir (Carlos Dória) Costumamos pensar que a parte visual conta quase 50% de um show. Minha motivação vem da minha admiração por teatro e artes. Gosto de interpretar alguém”, revela.

baixo, assumiu os vocais e criou o power trio The Bad Cops, um tributo ao The Police. “Toco em bandas cover porque gosto de tocar música. Sempre


toquei em casa, com os amigos... A música sempre esteve presente na minha vida. O que me aproximou desse mercado foi o tal convite, e de lá para cá fiquei amigo dessa galera. Então, não é bem trabalho, é uma desculpa para encontrar os amigos, beber cerveja, jogar conversa fora e também, se der tempo, tocar umas músicas”, diverte-se. Pedro observa grandes diferenças entre um trabalho autoral e uma banda cover. Para ele, o artista autoral apresenta algo novo e o público presta atenção (quando é bom), enquanto que em um show cover, o público já conhece o material e entra no clima do espetáculo. “O trabalho autoral requer um investimento (de tempo), uma dedicação maior. O processo de criação, os ensaios, a produção... Tudo isso entra na conta. Já os covers podem ser montados mais rapidamente. Com um bom repertório e alguns ensaios, já é possível montar uma apresentação. O problema é que essa ‘facilidade’ acaba desvalorizando esse segmento, que conta muitas vezes com músicos de alta qualidade”, destaca. Por incrível que pareça, uma das maiores dificuldades de uma banda cover no Rio de Janeiro é a falta de espaços para tocar. Segundo Pedro Herzog, os poucos lugares que existem não oferecem uma infraestrutura mínima, como um PA, bons amplificadores, bateria e cachê digno. Por isso mesmo, como acontece com muitos músicos desse segmento na cidade, Pedro tem outra profissão: é designer e leva a música como um hobby. “Sei que existem bandas especializadas em casamentos, Bar Mitzvah, festa de empresa etc. que tiram um bom dinheiro, mas acho que são exceção”, avalia. Ainda assim, Pedro atua com seus trabalhos musicais em lugares como bares, lonas culturais, festivais de bandas cover, encontros de motociclistas e outros eventos. A recompensa é a resposta do público, sempre calorosa, cantando junto as músicas de seus ído-

Pedro Herzog assumiu o baixo na nova banda cover

los originais. E o contato com o público depois dos shows também costuma ser carinhoso, com as pessoas elogiando, sugerindo músicas e querendo saber das próximas apresentações. Mesmo com músicos de qualidade no trabalho, Pedro percebe que alguns amigos músicos têm certo preconceito com relação a bandas cover, como se fosse uma coisa menor, algo como “cantor de churrascaria”. A implicância, contudo, termina aos primeiros acordes do show. “Quando eles vão ver nosso show, a energia que empregamos é a mesma que em um show ‘pra valer’. Isso é contagiante e não tem quem resista... Todo mundo vai bater cabeça e cantar pelo menos o refrão, ou se maravilhar com aquele solo esquecido de guitarra. É música e ao mesmo tempo é pura diversão!”, resume. Se a palavra de ordem é ‘diversão’, André Ferrari, vocalista da banda Gang Bang, de Jaú, interior de São Paulo, sabe do que se trata. A banda faz cover do grupo Steel Dragon, banda fictícia do filme “Rock Star”. Desde 2002, quando debutou no segmento cover, André já teve diversos grupos, do pop ao heavy metal, passando pelo hard rock e pelo classic rock, sem contar um trabalho autoral que já acumula quatro álbuns gravados. Para André, a opção por tocar covers é natural, uma vez que todo músico começa ensaiando na garagem, tocando os grandes sucessos dos artistas que

O trabalho autoral requer um investimento (de tempo), uma dedicação maior. O processo de criação, os ensaios, a produção... Tudo isso entra na conta. Já os covers podem ser montados mais rapidamente. Com um bom repertório e alguns ensaios, já é possível montar uma apresentação. (Pedro Herzog)

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Músicos fazem cover da banda fictícia Steel Dragon

cada um admira. Daí para perceber que é possível tocar essas mesmas músicas ao vivo e ganhando algum trocado é um pulo. “Você percebe que há como unir o útil ao agradável, que são as apresentação em casas que abrem as portas para bandas covers, que, claro, atraem público e você recebe por isso. Quanto mais público, mais nome, mais datas e melhores cachês”, enumera. Apesar de concordar que o segmento cover é mais fácil para quem deseja entrar no mercado de música ao vivo, André é dos que preferem o trabalho autoral. Mas sabe que é difícil emplacar um repertório novo, desconhecido do público, e isso fecha portas. Segundo o músico, no Brasil, a plateia quer cantar, pular e se divertir. “Uma banda autoral, pelo menos no início, depende dos covers dentro do setlist mesclando com as autorais, para cativar e atrair público. É a forma de, em doses homeopáticas, mostrar seu trabalho e manter uma casa cheia”, orienta. Mesmo para quem toca cover, ou seja, música conhecida, as dificuldades são muitas. De acordo com André, a maior delas é o fato de muitas bandas tocarem de graça ou por cachês muito baixos. “A maioria dos contratantes não

se importa tanto com a qualidade da banda. A única preocupação é lotar a casa e vender Gang B ang lev a o púb bebida. Então, lico de volta ao s anos 80 se o contratante obtém isso de uma banda que cobra R$ 500, por uma vez que todo munque pagar o dobro ou o triplo para do já tocou cover um dia. No caso uma outra banda, de alto nível, mas da Gang Bang, o figurino também que gera o mesmo lucro para a caé uma peça importante. “A banda sa?”, lamenta. é de hard rock/glam rock, e nos André acredita que existe um preocupamos muito em manter mercado forte, sim, para quem aquele visual exagerado típico pretende viver de covers, já que dos anos 80. É inevitável algum boa parte do público brasileiro detalhe de roupa ou mesmo a presai de casa mesmo para ouvir os sença de palco lembrar alguma sons de que gosta. Na opinião do

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seja: quem pretende tocar o “lado B” de determinado artista está destinado a tocar de graça ou para casas vazias. André reconhece que uma parte dos colegas músicos torce o nariz para trabalhos covers. Mas acha essa postura equivocada,

Uma banda autoral, pelo menos no início, depende dos covers dentro do setlist mesclando com as autorais, para cativar e atrair público (André Ferrari)

músico, existe público para qualquer banda cover nas grandes capitais. No interior, porém, o sucesso da banda depende de tocar o que a plateia quer ouvir. Ou

banda internacional, mas nunca pensamos nisso, sai espontaneamente, pois gostamos do estilo. Mas a presença de palco, para nós, é fundamental”, sentencia.


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CAPA |DISCO DE VINIL| www.backstage.com.br

DISCO DE VINIL PE RD ID O À PR OC UR A DO EN CA N TO

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H Cada vez mais consumidores aficionados por música aderem à volta do vinil. Os motivos apresentados vão desde uma suposta qualidade superior à do CD até a apresentação gráfica das capas.

Miguel Sá redacao@backstage.com.br Fotos: Divulgação

á uma frase que qualquer pessoa que trabalha com música já ouviu em algum momento: um executivo de gravadora teria afirmado que, na verdade, não vendia música. Vendia apenas os discos. O que havia lá impresso era apenas uma desculpa para colocar o produto nas lojas. Mas a música se libertou dos discos – todos eles, CDs ou vinis – e ganhou as nuvens da internet. A indústria que não ligava para a música e só vendia aqueles pedaços de plástico sofreu um golpe que até hoje não foi absorvido. Agora, as notas musicais serviam para vender IPods e similares, em arquivos comprimidos nos bits do formato MP3. Só que os players de MP3 não precisavam das músicas para ser vendidos. E, por ironia, a partir do momento em que as pessoas não precisaram mais pagar pela bolacha, preferiram não pagar também pela música gravada. Ainda que não tenham deixado de comprar arquivos musicais em lojas virtuais, as pessoas enchiam seus IPods, MP3 players e celulares com os arquivos que circulavam pela internet de graça. Outros movimentos aconteceram no mercado da música. Não são poucas as reportagens e análises acadêmicas que mostram que o show se tornou o motor

da indústria musical. Hoje, os músicos gravam para divulgar o show. Antes, faziam show para divulgar os discos. No entanto, de alguns anos pra cá, começou um movimento de revalorização do vinil.

PAIXÃO PELA MÚSICA Se fosse feita uma pesquisa para determinar o perfil do consumidor de vinil, provavelmente se constataria que a maioria realmente se importa tanto com a música gravada nele como com a qualidade técnica do som, ainda que não seja ponto pacífico a superioridade do vinil em relação às mídias digitais. Geralmente são pessoas que tanto consomem como trabalham com música. “Não tem nada a ver


com romantismo. É porque o som é melhor mesmo. Você ouve com o corpo inteiro”, defende Beto Bruno, vocalista da banda Cachorro Grande. A banda sempre lança uma tiragem em vinil de seus álbuns, inclusive o recém-lançado Costa do Marfim.

Foto: Pedro Tes ch

/ Divulgação

Para gravar, Beto não tem preconceito contra o digital. Mas o álbum Cinema, por exemplo, foi gravado em fitas de duas polegadas. “Depende do disco, do que você quer. Mas nos últimos dois anos a coisa me-

Beto Bruno

lhorou muito no digital. Mudou pra melhor. O som do Cinema pedia isto (gravação analógica)”, coloca o vocalista. No Costa do Marfim, no qual a banda, produzida por Edu K, flerta com o eletrônico, a gravação foi totalmente digital. Ainda assim, a Cachorro Grande não abre mão da tiragem em vinil. Beto tem restrições ao produto brasileiro e prefere fazer o corte na Europa. Além disso, ele ressalta a importância de uma masterização específica para as bolachas. “Independente do estilo de som, tem que ter”, reforça. O jornalista e DJ Ramiro Zwetsch também defende o som do vinil. “Gosto mais, ainda que tenham estudiosos que digam que o ‘melhor CD’ tem um som melhor que o do ‘melhor vinil’”, diz, se referindo a uma hipotética comparação entre os dois formatos nas melhores condições possíveis.

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Não temos placa na fachada. Apenas uma sinalização na calçada. Temos pouco público espontâneo, mas já vendemos 700 discos em dois meses de funcionamento. Mais ou menos 80% do que vendemos é disco usado. Com discos novos trabalhamos em uma escala menor. (Ramiro)

“Fala-se muito em uma volta do vinil. Discordo. É uma volta dos que não foram. O tempo ‘desmascarou’ o CD. Ele não é tão interessante como objeto e o que ele tinha de bom, que é ser portátil, foi superado quando chegou o MP3. Quem não quer ocupar espaço em casa pode usar MP3, mas para quem gosta de som, de música, o vinil é mais atraente”, argumenta o jornalista. Como DJ, Ramiro ressalta que vári- Ramiro Zwetsch os já preferem usar o computador. Principalmente pela possibilidade de poder levar todo o acervo, mas ele gosta de trabalhar mesmo com os discões. “Acho mais divertido improvisar com o que eu tenho. Desafia mais”. Ramiro edita o site de música Radiola Urbana e acabou de abrir a Patuá Discos com o sócio Paulão, que é DJ também, e se mostra otimista. “O vinil é a mídia relacionada à música que mais cresce. Começamos vendendo em feiras de vinil. Hoje nós dividimos o espaço com uma floricultura. Não temos placa na fachada. Apenas uma sinalização na calçada. Temos pouco público espontâneo, mas já vendemos 700 discos em dois meses de funcionamento. Mais ou menos 80% do que vendemos é disco usado. Com discos novos trabalhamos em uma escala menor”, ressalta Ramiro.

VINIL: UM BOM NEGÓCIO? O que Ramiro percebe no dia a dia já começa a chegar nas grandes estatísticas. Dados dos mercados fonográficos mais desenvolvidos – os EUA e a Inglaterra – dão conta de um crescimento por volta de 30% nas vendas das bola-

chas no ano de 2013 em relação a 2012. No Brasil, a Polysom, única fábrica de discos de vinil da América latina, teve um aumento de mais de 60% nas encomendas em relação a 2012, com 59 mil discos vendidos. A fábrica, que havia sido fechada em 2007, foi reativada em 2010. “Podem nos chamar de malucos, mas não tínhamos a menor expectativa de obter retorno financeiro com a reativação da Polysom. Achávamos que, na melhor das hipóteses, iríamos empatar”, comemora João Augusto, consultor da Polysom e diretor presidente da gravadora Deck. Antes de assumir a empreitada, João chegou a ser desaconselhado de prosseguir por uma consultoria, mas decidiu assumir o investimento. “Pessoalmente, decidi entrar no projeto por achar que ainda podia correr mais um risco em nome da música – afinal, abrir mão de um alto cargo em gravadora multinacional, dez anos antes, para abrir uma companhia 100% independente já tinha sido um risco enorme, concorda? Fora isso, a turma a minha volta acreditava muito nessa reabertura da fábrica. Foram três anos de investimentos pesados, dúvidas e dificuldades, mas hoje temos orgulho de termos vencido com ousadia e boa administração”, reforça João.

MAS E O SOM? Surgido no fim dos anos 1940, o vinil apresentava diversas vantagens sobre o formato anterior, o disco de 78 rotações. Entre elas, um maior range dinâmico


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Foto: Daryan Dornelles / Divulgação

Em plena atividade, Flávio Senna é hoje um dos grandes técnicos de som do Brasil. Em mais de 40 anos de carreira, boa parte na antiga gravadora RCA, passou por todas as inovações tecnológicas durante este tempo. Com alguns Grammys no currículo, é difícil dizer qual grande artista brasi-

leiro ainda não foi gravado por ele. Flávio é um fã do som e das possibilidades do som digital. Ele não deixa de observar a contradição entre a busca que havia pelo som mais limpo e o uso de uma mídia, em plena era digital, que tem um ruído inerente, como o disco de vinil. Senna acredita que a reprodução

Fabricando sons de plástico

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(podendo chegar a cerca de 70dB contra os 50dB do 78 rotações) e de frequências (entre 40 e 15.000 Hz mais ou menos) e mais tempo de gravação, chegando a mais de 15 minutos por lado contra pouco mais de três minutos dos 78 rotações.

João Augusto

João Augusto, consultor da Polysom, fala com detalhes sobre a fabricação dos vinis nacionais e a evolução em alguns processos de produção. Houve algum aperfeiçoamento tecnológico na produção de discos em vinil em relação à época do auge? Em termos de equipamentos, não houve muita evolução. As mesas de corte são as mesmas (Neumann ou Scully), as prensas idem, mas na galvanoplastia, formada por banhos eletrolíticos com química de alta precisão, foram criados sistemas de controle efetivos para o alcance de bons resultados. É ali que a fábrica tem que ter atenção contínua. Há alguma matéria prima que tenha dificultado o trabalho de manter a fá-

brica funcionando? Tiveram que substituir algum material? Frequentemente comparo fábrica de vinil com um restaurante: se quiser ter qualidade, é preciso usar bons ingredientes. Mas antes mesmo de escolhermos esses ingredientes, precisávamos aprender os melhores processos para fazer discos de qualidade. As fases mais importantes da produção de um disco são o corte do acetato, a galvanoplastia e a prensagem. Depois da reativação, verificamos que estávamos bem no corte e na prensagem, mas a galvanoplastia era um terror. É ali que nascem as matrizes e a Polysom não estava dominando bem o processo. Passei a fazer contato com outras fábricas do exterior, na tentativa de descobrir onde estávamos errando, e visitei algumas delas, sem conseguir os resultados, até que fui apresentado a Desmond Naraine, dono da Mastercraft, empresa de Nova Jersey – EUA, especializada em galvanoplastia, que atendia 60% das fábricas americanas. Desmond foi de uma gentileza e generosidade descomunais e abriu todo o seu processo para mim. E é esse sistema que está implantado hoje na Polysom, com enorme sucesso. Foi difícil achar mão de obra para a fábrica? Aproveitaram o conhecimento dos antigos donos? Os antigos donos foram fundamentais na reativação e um deles, Nilton Rocha, um gênio da mecânica e da hidráulica, nos premia com seu trabalho até hoje e ainda nos homenageia treinando jovens para as diversas posições. Além deles,

foi fundamental a ajuda do Desmond, da Mastercraft; de Leandro Gonzales, um argentino, engenheiro de corte de acetato, estabelecido em Nova York; e Jay Fairfax, gerente de operações da maior fábrica da California, a Rainbo. A essas três pessoas a Polysom deve grande parte do seu sucesso. Os novos discos são feitos mais a partir de masters digitais ou analógicos? Masters analógicos significam tapes. Alguns dos relançamentos da Polysom foram feitos de remasterizações feitas a partir dos tapes, mas o formato mais comum hoje são os arquivos em 24bits com resoluções variadas. A qualidade é equiparada a dos tapes. O que o disco de vinil representa hoje nas vendas e nas estratégias comerciais da Deck? E no mercado fonográfico em geral? Deck e Polysom são empresas completamente independentes. O que as ligou no início foi o fato dos donos da Deck adquirirem e reativarem a Polysom motivados por sua própria necessidade de produzir os discos de vinil de seus artistas. A Polysom se relaciona com a Deck da mesma forma que faz com a Universal, a Sony, a Warner e a Som Livre. Licencia seus discos e distribui para o mercado no formato vinil. A curva é de crescimento e tudo indica que não tem mais volta. Há artistas da Deck com um “perfil vinil” e outros não? É possível fazer este tipo de distinção? Sempre há artistas que geram mais procura de vinil do que outros. A Deck tem feito todos os lançamentos possíveis e é natural que alguns tenham mais êxito do que outros.


digital do som em CD é efetivamente um avanço. “Na época (anos 1970), nós tentávamos gravar o som o mais limpo possível”, ressalta, acrescentando que o vinil tinha características físicas que interferiam nessa pureza. O técnico de som e diretor do Instituto de Áudio e Vídeo (IAV), Marcelo Claret, ressalta que as concepções de trabalho da época de ouro do vinil para a era digital podem ser bem diferentes. “Mixar para vinil exige cuidados e méto-

Mixar para vinil exige cuidados e métodos diferentes do que se faz hoje para CD ou qualquer outra mídia digital. (Marcelo Claret) dos diferentes do que se faz hoje para CD ou qualquer outra mídia digital”, expõe. Flávio lembra dos rígidos procedimentos de gravação e os cuidados para o

corte na época do auge da bolacha. Havia, por exemplo, um controle de qualidade forte na RCA. Isto para que não houvesse diferenças importantes entre o som que saía

Foto mont.: internet / Divulgação

Como é feito o disco de vinil em matrizes de níquel que serão colocadas nas prensas.

1- O áudio entregue pelo cliente é analisado pelo operador do corte de acetato para verificar se atende aos princípios básicos para um corte sem distorções ou “pulos”. Algumas coisas podem ser corrigidas por ele mesmo, no momento do corte, outras não. 2- O operador do corte transfere o som de cada lado do disco, com as especificações anotadas, para um acetato de 14 polegadas. Após o corte, ainda verifica no microscópio (tão importante quanto a verificação auditiva) se os sulcos estão preservados dentro da imagem que se recomenda. Aprovado o corte, o acetato é imediatamente conduzido ao setor de galvanoplastia, para transformá-lo

3- Na galvanoplastia, os acetatos passam por vários processos até terem a superfície gravada coberta por um banho de prata. Em seguida, são colocados em um primeiro banho de sulfamato de níquel, que, por suas características especiais, é chamado de “Banho Flash”. Após cerca de 40 minutos de processamento por eletrólise, a peça é transferida para outro banho de sulfamato de níquel, com outros parâmetros, chamado de “Banho de Engrossamento”, onde, depois de quase duas horas, é gerada a primeira peça metálica, um negativo do disco chamado “Original”. 4- Este Original, depois de passar por outros processos, volta ao Banho de Engrossamento para gerar a segunda peça metálica, a “Madre”, que é ouvida com uma agulha especial para se verificar sua integridade e qualidade. Uma vez aprovada, ela volta ao Banho de Engrossamento para gerar as matrizes, que serão perfiladas nas bordas e no centro para serem colocadas nas prensas. 5- As prensas são hidráulicas e fazem os

discos “nascerem” de misturas onde o PVC é o principal elemento. Na parte de baixo, fica a pastilha onde se coloca a matriz do lado A do disco. Essa pastilha é uma peça de quase 50 quilos (no caso dos LPs), feita em aço, cujo interior parece um labirinto por onde passam o vapor gerado pela caldeira e a água fria. Em cima, é colocada a matriz do lado B. Os rótulos, antes de irem para a prensa, ficam cerca de 24 horas em um forno especial com temperatura média de 90 graus. 6- Já na prensa, o operador coloca o rótulo do lado A, com a face para baixo, a massa quente de PVC, que é “cuspida” pelas extrusoras na quantidade exata, o rótulo do lado B voltado para cima retira as duas mãos do interior da prensa e aciona seus dois botões ao mesmo tempo. Com temperatura aproximada de 160 graus e peso equivalente a 100 toneladas, as pastilhas se fecham e permanecem cerca de 20 segundos fechadas, para que a água fria condense a massa. Tão logo as pastilhas se abrem, o prensor retira o disco, corta sua borda em uma peça giratória equipada com uma super-lâmina, coloca-o dentro do envelope (plástico ou papel) e o deposita para repouso, pelo mínimo de 8 horas, em caixas de madeira especiais que comportam até 100 discos, com separações a cada 10. Fonte: assessoria de imprensa da Polysom

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Andre Garrido e Marcelo Claret

pode dar a sensação auditiva de que temos mais grave. Deve-se utilizar muito menos volume ou seu disco só poderá ter uma faixa por lado; as diferenças de fase entre os canais são muito menos toleradas no vinil”, expõe o técnico e professor. Claret lembra ainda que o LP nasceu mono. “É importante lembrar que essa mídia depois foi adaptada

rio, até o tom da música pode mudar. Com toda a certeza o CD ou qualquer outra forma de registro digital é muito mais próximo ao que se mixa no estúdio do que o vinil”, acrescenta. João Augusto admite a dificuldade de se registrar determinadas frequências e distribuições de pan no vinil, mas não acredita que isso seja empecilho para uma boa quali-

mixado do estúdio e o que era efetivamente prensado na bolacha. Os técnicos ouviam os discos importados para ter a referência e, quando estavam mixando algum artista mais importante, chegavam a ser feitos cortes de teste de uma faixa para conferir se o som que saía do estúdio atendia aos requisitos técnicos sem interferir nas intenções artísticas de forma radical. “Havia dois lugares que cortavam bem: a RCA e a EMI Odeon. A RCA tinha o Oswaldo Martins, que era um gênio. Inacreditável a qualidade que ele colocava no vinil, porque a matéria prima no Brasil não era muito boa”, relembra o técnico de som. Claret, que começou a carreira já na transição do vinil para o CD, em 1989, não esconde a preferência forte pelo CD, inclusive enumerando as limitações técnicas do formato vinil. “Em função do ângulo de corte entre os dois canais L/R ter sido convencionado em 45 graus para tentar equilibrar os dois canais e diminuir a diferença de qualidade entre eles, há comprometimento da dinâmica, da imagem estéreo e da extensão de resposta de frequência. Os ruídos de fundo e distorções inerentes ao sistema de leitura por atrito limitam principalmente os agudos; os graves devem ser colocados em mono pelo menos a partir de 200Hz para evitar que a cabeça de corte “pule” fora do disco. Abaixo de 40Hz é fundamental que se coloque filtros Low Cut de alta declividade para que os subgraves e infrassons não sejam registrados no disco. Acima de 16kHz também é recomendado que se faça uma atenuação significativa. O nível de registro dos agudos também deve ser menor. Talvez por isso muita gente ache que o vinil tem ‘mais grave’ do que o CD, por exemplo. Ouvir menos agudo

Poucas coisas não são possíveis no vinil, e quando elas aparecem, o operador de corte alerta que terá que diminuir um volume ou fechar um pouco o ‘pan’ para o estéreo. Há ainda a necessidade de que todos os equipamentos reprodutores (players de vinil) sejam devidamente calibrados e que tenham motores de velocidade constante. Caso contrá-

dade sonora. “Poucas coisas não são possíveis no vinil, e quando elas aparecem, o operador de corte alerta que terá que diminuir um volume ou fechar um pouco o ‘pan’. Ele também detecta e alerta se hou-


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Acho injusto a comparação do CD com vinil. Mas quando você vai ouvir um LP é inevitável pegar a capa, que em alguns casos é uma verdadeira obra de arte, abrir o encarte e você acaba vendo o que está na ficha técnica, aprendendo um pouco mais sobre música. (Flávio Senna)

Peter Racy e Flávio Senna

ver um excesso de grave ou de agudo. Mas, de forma geral, é possível preparar o vinil com as mesmas masters usadas em um CD”, afirma. Com relação a formatos de arquivo digital comprimidos, como o MP3, Flávio Senna não tem nenhum pudor em dizer que prefere o vinil. “Cara, nem compara o vinil com isso que ele fica bravo com você”, se diverte. “Esse troço comprimido é pior que tudo. Uma maldade com o som. E o pessoal ainda ouve de fone. Não tem perspectiva, não tem nada. Ai o cara que está acostumado a ouvir isso coloca o vinil em um toca-discos e se apaixona. E o som do vinil é envolvente mesmo. Não duvide disto”, enfatiza. No entanto, Claret já não tem tanta certeza. “Confesso que odeio MP3 ou qualquer outra forma de compressão de dados que admite perdas em relação aos sinais originais. Mas acho que ainda prefiro os MP3 ao vinil”, conclui.

tástica”, admite Claret. Flávio Senna ainda vai mais longe. “Acho injusto a comparação do CD com vinil. Mas quando você vai ouvir um LP é inevitável pegar a capa, que em alguns casos é uma verdadeira obra de arte, abrir o encarte e você acaba vendo o que está na ficha técnica, aprendendo um pouco mais sobre música. Eu tenho um tocadiscos em casa. Quando escuto música por lazer não fico prestando atenção se o som é isso ou aquilo. Outro dia o meu amigo Manoel Tavares (também técnico de som) me deu um vinil do Stevie Wonder e sabe que eu fiquei mais feliz que se ganhasse um CD? Abri até um vinho para escutar”, completa Flávio.

Assista ao vídeo

MAGIA No final, gostando do som ou não, todos admitem que há um charme no antigo álbum de vinil. “Não gosto do som, mas acho o encarte e a arte gráfica fan-

www.rainborecords.com


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X

LOGIC PRO K E Y

C O M M A N D S

Vera Medina é produtora, cantora, compositora e professora de canto e produção de áudio

Acessar funções mais utilizadas de forma ágil e conseguir uma melhor produtividade é uma realidade no Logic Pro X.

Figura 01

C

ada usuário adquire alguns hábitos no processo de produção: acessa algumas funções específicas com mais frequência, cria seu próprio fluxo de trabalho. Através dos Key Commands, os quais são atalhos para acesso rápido a quase todas as funções do Logic Pro X, é possível facilitar o acesso a algumas funções e agilizar seu fluxo produtivo.

Figura 02

No menu Logic Pro X, é possível acessar Key Commands e surgem duas opções: Presets e Edit. Em Presets você encontrará atalhos padrão de acordo com o tipo de teclado (mais especificamente, com a nacionalidade do teclado). E no modo de edição é possível configurar o tipo de atalhos que mais o agrade. Para poder visualizar o menu Key Commands, primeiramente certifique-se de que a opção Show Advanced Tools está escolhida no menu Logic Pro X > Advanced Tools. (Figura 1). Para acessar a janela dos Key Commands, vá até o menu Logic Pro X > Key Commands > Edit. O atalho para acessar esta janela é a tecla Option + a tecla K. A janela de Key Commands aparecerá, conforme a Figura 2. Dentro da janela Key Commands, temos um menu Options (Opções), de acordo com a Figura 3, com os seguintes itens: •Presets •Import Key Commands •Export Key Commands •Copy Key Commands to Clipboard


Figura 03

•Expand All •Collapse All •Scroll to selection •Initialize all Key Commands Vamos falar um pouco sobre cada um dos itens numa sequência para facilitar a explicação. •Presets: conforme mencionado no início deste texto, o Logic já possui algumas configurações padrão (presets) para os atalhos de acordo com a nacionalidade do teclado. Para ver quais são os Presets disponíveis, é possível acessar diretamente do menu Logic Pro X > Key Commands > Presets ou através da janela Key Commands > Options > Presets. É possível desta forma escolher facilmente o preset que deseja utilizar da lista. Todos os conjuntos de atalhos ficam salvos na pasta ~/Library/Application Support/Logic/Key Commands. •Export Key Commands: após alterar os atalhos de acordo com seu uso, é importante que o conjunto seja exportado para se tornar disponível na lista de Presets. Para isso, basta clicar em Options > Export Key Commands. Um menu Save As aparecerá para que

Figura 04

você nomeie o seu conjunto de atalhos. No exemplo da Figura 4, dei o nome de My KCommands. Abra em seguida a lista Presets e este conjunto agora estará disponível para escolha (Figura 5). •Import Key Commands: Este comando pode ser utilizado quando for necessário importar algum arquivo de configuração de atalhos de

•Copy Key Commands to Clipboard: através de Options > Copy Key Commands to Clipboard é possível criar uma lista dos comandos/ atalhos em formato de texto e a colar no seu processador de textos (exemplo Microsoft Office). Depois você pode converter a lista num pdf ou salvar e imprimir no próprio Word. •Expand All / Collapse All: Através da opção Expand All é possível visualizar o grupo de uma categoria de atalhos e todos os atalhos que estão incluídos em cada grupo. Já a opção Collapse All, permite visualizar os grupos num nível de categoria.

Figura 05

outro usuário ou para ser utilizado num projeto específico. Basta clicar em Options > Import Key Commands e buscar na pasta onde se encontra o arquivo a ser importado. Somente para fins didáticos, o arquivo possui a extensão .logikcs

•Scroll to Selection: Quando você utiliza a função Expand All, sua seleção de atalho não é mais visível. Para poder ver sua seleção utilize Options > Scroll to Selection. •Initialize All Key Commands: para reinicializar todas as opções de atalho no Logic Pro X, basta escolher Options > Initialize All Key Commands. Mas não se esqueça de fazer backup (exportar) suas configurações preferidas. Existem algumas opções para navegar na janela Key Commands: 1) Utilizar o campo de busca que existe na janela: Na Figura 7, digitei a palavra Delete no campo de busca da janela Key Commands (do lado direito superior). Como resultado da busca, aparecem na lista do lado esquerdo todas as opções que contêm a palavra Delete, considerando

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Figura 06

Figura 07

Figura 08

cada grupo/categoria de atalhos. 2) Clicar na setinha que abre as opções de cada um dos grupos/categorias, caso tenha noção clara de qual tipo de atalho está procurando. 3) Utilizar a função Options > Expand All, conforme já citado, e procurar o atalho na lista. 4) Clicar sobre um dos itens da lista da esquerda e digitar letras ou combinações de teclas no teclado de seu computador. Automaticamente será apresentado o comando relacionado à tecla ou combinação escolhidas. Exemplo: digite S e automaticamente a lista rolará até a opção Solo. (Figura 8) Também é possível alterar as teclas de atalho atribuídas a uma função. Siga os seguintes passos: 1) Selecione um comando/função na coluna Command à esquerda da janela. 2) Clique o botão Learn by Key Label à direita. 3) Pressione as teclas que serão utilizadas (exemplo Letra + Shift, Control, Option ou Command). 4) Caso o atalho já esteja sendo atribuído a alguma função, um alerta aparecerá e você pode escolher entre: - Cancelar (Cancel): nenhuma mudança ocorre.

- Substituir (Replace): O atalho atual será substituído por sua nova escolha. - Ok: o atalho será aceito, porém não estará disponível em alguns casos de prioridade de janelas e Comandos globais. Este caso é bem específico; de preferência, escolha cancelar ou substituir para não gerar um ambiente confuso para trabalhar. Dica: no site http://www.logicprokeycommands.com/logic-pro-x-keycommands é possível visualizar atalhos e é uma boa referência para o estudo, basta escolher o Layout e o tipo de teclado. Tente criar atalhos que façam sentido para seu fluxo, salvar suas preferências, importar alguma configuração já utilizada por algum colega ou disponível em sites. Boa sorte e até a próxima edição!

Para saber online

vera.medina@uol.com.br www.veramedina.com.br


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MIXER.

Olá, amigos. Este artigo é um review para os usuários de Cubase 7 que estão fazendo upgrade para o Cubase PRO 8. Quem está ingressando agora, já no Cubase PRO 8, pode aplicar estes conhecimentos e agregar os novos recursos que descreveremos nos artigos adiante.

PREPARANDO O UPGRADE DO CUBASE 7 PARA O CUBASE PRO 8 Marcello Dalla é engenheiro, produtor musical e instrutor

E

stou preparando o terreno para o que vem pela frente. Façam upgrade não só da versão, mas do seu conhecimento e evoluam com sua workstation.

Figura 1

Sua música e seu som irão, inevitavelmente, evoluir também. Um dos principais objetivos em se manipular bem uma workstation é conse-


Figura 2

Meter Post Panner – Mede o sinal após o controle de pan. Até aí começamos bem com uma das coisas mais importantes: monitoramento do sinal. Observar o nível de sinal de cada canal é básico e indispensável. Para visualizar melhor estes níveis podemos trabalhar com o mixer estendido como mostra a figura 2. À esquerda do mixer selecionamos a visualização das funções na parte superior. Temos neste painel a possibilidade de escolher o que queremos visualizar e controlar: níveis de sinal, equalizadores, mandadas em paralelo, mandadas de monitoração, inserts etc. A medida que passamos o mouse sobre os ícones, observamos o nome de cada painel a ser visualizado (figura 3). Dominando essas visualizações temos controle sobre tudo que está relacionado ao mixer. O ideal é que se trabalhe com dois monitores no computador onde teremos a tela principal de projeto em um monitor e o mixer em outro. Outra dica importante é saber utilizar as diferentes apresentações do mixer do Cubase. No menu Devices temos as opções Mixer, Mixer 2 e Mixer 3

guir tirar um grande som. Seja uma produção com instrumentos virtuais ou a gravação de uma banda, no final das contas o que queremos é que tudo soe bem, equilibrado e com transparência. É aí que mora a maioria dos problemas, sofrimentos, alegrias e o senso artístico do que se produz. Tenho falado de vários recursos do Cubase, ferramentas, funções etc., mas sempre retorno a conceitos fundamentais e essenciais que podem servir a todos os níveis de usuários. A mixagem é o que vai definir a função de cada canal no contexto artístico do que se deseja como “produto final”. Na verdade, é uma delicada “cirurgia” onde procuramos equilibrar o que temos de material. Tenho observado discussões calorosas sobre plug-ins e toda a sorte de acessórios que se usam na empreitada da mix, mas muitas vezes percebo que o desconhecimento de funções básicas do mixer compromete resultados. Por este motivo resolvi dar uma passada geral em coisas básicas e importantes dentro do mixer do Cubase.

Tenho observado discussões calorosas sobre plug-ins e toda a sorte de acessórios que se usam na empreitada da mix... Niveis de medição de sinal – clicando sobre qualquer campo vazio do mixer com o botão auxiliar temos um menu de várias opções, dentre elas o que determina o ponto de medida do sinal, o que é importantíssimo. A figura 1 mostra esse menu. Meter Input – Mede o sinal na entrada do software antes dos slots de inserts, ou seja, antes de serem processados por qualquer plug-in inserido em série. Nas edições anteriores da Backstage temos dois artigos completos sobre roteamento. Recomendo que voltem lá e deem uma olhada nos diagramas. Meter Post Fader – Medição do sinal após os inserts e após o fader. Acompanhe a medição do sinal antes e depois dos slots de inserts. Equalizadores e compressores podem introduzir ganho de sinal e clipar ou distorcer, então é uma boa prática estar verificando o sinal a cada etapa do seu caminho.

Figura 3

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Todas as configurações do mixer podem ser salvas num formato próprio de arquivo para ser aproveitado em outros projetos. Isto pode ser feito no mixer como um todo ou em canais selecionados.

Figura 4

(Figura 4). Isso não quer dizer que o Cubase tenha três mixers. O que temos aqui são apresentações diferentes do mixer mostrando funções diferentes. Na figura 4 podemos ver as mandadas auxiliares no Mixer e os equalizadores no Mixer 2 referentes aos mesmos canais. Poderíamos ter ainda o Mixer 3 mostrando, por exemplo, as mandadas de monitoração em estúdio. São apenas telas separadas de comandos, referentes aos mesmos canais. Mais uma vez compensa o trabalho com dois monitores de vídeo para o computador. Nada impede de termos um monitor só com campo visual maior, como uma

Figura 5

TV LCD ou LED. A título de exemplo: uma das minhas máquinas no estúdio tem saída para quatro monitores em sistema SLI (duas placas de vídeo idênticas em paralelo). Posso visualizar a janela principal da sessão de trabalho numa tela para edições, duas telas dedicadas a Mixer/ Mixer 2/ Mixer 3 e uma tela específica para edição de parâmetros dos plug-ins. Todas as configurações do mixer podem ser salvas num formato próprio de arquivo para ser aproveitado em outros projetos. Isto pode ser feito no mixer como um todo ou em canais selecionados. Clicando numa área vazia do mixer com o botão auxiliar abrimos


novamente nosso menu de comandos. A figura 5 mostra as opções de salvar as configurações do mixer em “Save All Mixer Settings”. Temos ainda outras funções disponíveis e muito úteis no mixer do Cubase. Sugiro que explorem o que falamos aqui e que façam uso prático. Já abordamos em nossos artigos o conceito de “Somador” que o software atribui ao mixer. Conhecer o básico desta ferramenta e utilizá-la como paleta de cores que desejamos para nosso resultado sonoro final é um ótimo começo no complexo trabalho de mixagem.

Temos ainda outras funções disponíveis e muito úteis no mixer do Cubase. Sugiro que explorem o que falamos aqui...

O Mixer do Cubase Pro 8 vem com implementações poderosíssimas que citei superficialmente na edição passada quando noticiei o lançamento. Este review é para refrescar a memória e preparar vocês para as novas informações que eu vou trazer nas próximas edições. Quem está no Cubase 7.5 (ou versões anteriores) já pode pular pro Cubase Pro 8 para seguirmos a rima no melhor estilo. Abraços a todos e até a próxima.

Para saber online

dalla@ateliedosom.com.br | www.ateliedosom.com.br Facebook: ateliedosom | Twitter:@ateliedosom

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ABLETON LIVE| www.backstage.com.br

ABLETON LIVE SLICING AUDIO (SLICE) Lika Meinberg é produtor, orquestrador, arranjador, compositor, sound designer, pianista/tecladista. Estudou direção de Orquestra, música para cinema e sound design na Berklee

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College of Music em Boston.

O A expressão “Slicing” ou “Slice” vem da habilidade do software em seccionar um segmento de áudio em partes menores para se usar em Drum Machines, loop launcher e afins.

princípio básico seria o de separar a peça de áudio partindo do seu ponto de menor volume ou próximo do silêncio (Zero crossing) ao ponto mais alto (Pico transeunte) e de novo ao próximo ponto Zero (ou o mais próximo possível). Então você picota o áudio em pedaços (slice) com a Gillete (??!! era assim até os anos 80), melhor dizendo, ...o Ableton Live faz isso para você automaticamente e pronto! Bem mais simples e limpo. Abra o Ableton Live, vá ao Browser do Live(triângulo cinza no lado superior esquerdo caso não esteja aberto) e importe do seu HD um loop qualquer, pode ser um Beat ou uma Sequência Loop e arraste (ou dê duplo clique) para um track do Ableton Live. No meu caso Browser/Places/diretorio D:\Loops/ Melodic/ Riff01a.Wav. (seta amarela na imagem a seguir). Mas na verdade pode ser qualquer pedaço de áudio que você tenha dispoível no seu HD! Nesse caso o áudio está em formato “.wav”, e minha configuração no LIVE está para Warpping em todos os segmentos de áudio pequenos que forem abertos ou importados no programa.(Circulo verde)

Audio e Warp

Com o cursor do mouse em cima do segmento de áudio (check mark verde) procure por Slice to New MIDI Track (seta amarela) e clique!

Slicing

Então “Shoot”....


Slicing To New Midi Track

Assim que você clicar, o ABLETON Live lhe oferece essas opções (da esquerda para a direita). Na imagem central veja o menu (Create one slice per) em que você pode escolher, o tipo de Slice que vai fazer. Na outra imagem à direita são presets de fábrica. Vamos aceitar essas configurações da imagem à esquerda para o propósito desse tutorial (Trasient – Built-in), e encorajo vocês a colocar ou mudar para essa configuração sugerida por mim caso por alguma razão não esteja

Slice per

igual, mas é obvio que você tem diversas opções nesses menus a serem explanadas mais para frente. Nessa altura basta dar “OK” e um novo Midi Track será criado com notas MIDI alocadas para cada Slice e também todo esse material estará tocável e decentemente organizado no Sampler Instrument do Live. Santa Tecnologia!! Observe (círculo amarelo) o Slice 1 (segmento 1) representado à direita (seta em Pink) no Sam-

Slicing Preset

pler Instrument e ao centro no Chain (Check Mark em verde); você pode controlar volumes e

Sampler

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ABLETON LIVE| www.backstage.com.br 60

Se você vai precisar do Slice (da fatia de áudio propriamente dito), então você precisa usar a função Crop para realmente separar ou copiar cada segmento Sliced!

Pan individualmente para cada Slice. Sem dúvida o seu controlador MIDI já estará alocado às notas MIDI do Sampler Intrument e é só sair tocando. Importante!! Tecnicamente o que o Ableton Live está fazendo é simplesmente um “Mapeamento virtual”, uma leitura do segmento dito como Slice. Se você vai precisar do Slice (da fatia de áudio propriamente dito), então você precisa usar a função Crop para realmente separar ou copiar cada segmento Sliced!

no Crop Sample, como indica a seta em verde logo abaixo. Você terá de fazer esse processo um a um! Existem Max scripts e outros plugins para otimizar o processo de Crop ou Split no mercado. O Ableton Live armazena os Cropped Samples nesse diretório como mostra acima. Se você salvar o projeto, você encontrará o segmento de áudio cropped lá. Ah!!! Claro, quase esqueci, basta clicar a tecla TAB e você terá uma representação semelhante de todo o processo no Session View: Agora 10, hein!?

Crop Sample

Para isso selecione a porção desejada no Cain ao centro (Slice1, Slice,.. etc), clique com o mouse na forma de

Session View

Falaremos mais sobre Slicing em breve, mas lembro a vocês que muitas das matérias anteriores podem ter dicas preciosas para serem aplicadas nesse tutorial. Espero que seja util a vocês. Boa sorte!

Para saber online

Local do Cropped Sample

onda selecionada (em cor laranja) no Sampler Instrument à direita (como mostra na imagem anterior – seta Pink). Aparecerá esse menu. Clique

Facebook - Lika Meinberg www.myspace.com/lmeinberg


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PRO TOOLS| www.backstage.com.br 62

DIA DE FAXINA

NO PRO TOOLS COLOCANDO ORDEM NA CASA Certa vez, disseram que a invenção mais genial do homem foi o calendário. Isto por que cria-se uma sensação de renovação e o homem precisa disso para gerar força interior e tomar certas decisões. “Na semana que vem vou começar meu regime”, “vou pedir demissão no mês que vem” ou “no ano que vem quero lançar meu projeto sem falta”. Então, que tal iniciar o ano fazendo uma boa limpeza no Pro Tools, sessões, configurações e plug-ins?

Cristiano Moura é produtor, engenheiro de som e ministra cursos na ProClass-RJ

O

rganizando sessões no HD Cada pessoa tem um método de organização e, caso o seu esteja funcionando bem, fique à vontade se quiser pular para o próximo item. Se seu caso é daqueles que simplesmente “salva a sessão”, mas não sabe exatamente onde, ou se você tem sessões espalhadas por diversos lugares do seu computador, vale a pena melhorar isso em 2015. O método mais comum de organização é o seguinte: HD de áudio > Pasta do Artista > Pasta do projeto > Pastas de sessões do Pro Tools. Caso o usuário não tenha um HD dedicado ao áudio, pode fazer uma pasta “Projetos Pro Tools”, ou similar no HD local.

Fig. 1 - Sugestão para organizacão de projetos e sessões

A “Pasta do artista” é muito importante definir de cara por dois motivos. Em home studios, é comum o músico ter diversas bandas. Em estúdios comerciais, mesmo que seja um artista novo, esperase que ele goste do seu trabalho e queira realizar outro projeto mais tarde. Então vale se organizar desde já. A “Pasta do projeto” não é menos importante. Imagine que um artista venha fazer uma pré-produção do CD Hoje é o dia no seu estúdio. Então o nome da pasta deve ser “Pré-produção Hoje é o dia” ou algo assim. É importante conter claramente o que é o projeto, pois imagine que ele gostou tanto do seu estúdio que também vai gravar o CD lá. Isso é um problema, pois muitas músicas serão as mesmas e você


Fig. 2 - Clip list

Fig. 3 - Save Copy IN

destas configurações, talvez existam arquivos espalhados por outras pastas no seu computador. Então para garantir que está tudo no mesmo lugar, outro procedimento que sugiro é o comando “save copy in…”. Este gera uma cópia da sessão garantindo que todos os arquivos de áudio estejam de fato na pasta Audio Files. Ou seja, neste momento estamos usando esta função para agregar todos os arquivos de áudio e ter certeza de que eles estão todos no mesmo lugar. Detalhe importante: é preciso selecionar a opção “copy all audio files” na caixa de diálogo do Save Copy In para que o comando seja executado da forma esperada (fig. 3).

LISTA DE PLUG-INS

Fig. 4 - Localização da pasta de plug-ins nas diferentes versões do Pro Tools

vai ficar perdido tendo duas sessões da mesma música. Então neste caso, faça uma nova pasta de projeto chamada “Hoje é o dia - CD”. Letras de música, partitura, músicas de referência etc. são arquivos extras que podem aparecer no meio do processo, e recomendo que este material também seja colocado nas pastas do artista, do projeto ou da música de acordo com o objetivo de cada um. Por exemplo, um arquivo.DOC com a letra da música deve ir para a pasta da música, mas um WAV de referência sobre a sonoridade do CD como um todo deve ir para a pasta do projeto. O resultado desta organização será similar ao da figura 1.

DISPENSANDO ÁUDIO DAS SESSÕES FINALIZADAS Antes de arquivar as sessões, é importante dispensar arquivos que estão consumindo espaço sem fazer nada de útil. O primeiro passo é a Clip List (fig. 2). Por lá, podemos selecionar a opção “select unused” para que sejam selecionados apenas os clips e sub-clips que não estão sendo usados na sessão. Depois, basta voltar no menu da Clip List e selecionar a opção “Clear” e em seguida, deletar. Uma coisa a se notar no comportamento de sessões é que nem sempre todos os arquivos de áudio estarão na pasta Audio Files. É possível alterar este comportamento tanto na gravação, quanto na importação. Ou seja, dependendo

Pode ser divertido testar plug-ins, mas uma lista repleta de plug-ins que você não usa chega a atrapalhar. Certamente podemos desinstalar plug-ins não utilizados, mas também podemos apenas movê-los para outra pasta. Na figura 4, há uma tabela com a localização da pasta de plugins padrão do Pro Tools. Não é necessário excluí-los. Apenas o fato de mover estes arquivos para uma pasta separada já é o suficiente. E vamos ficando por aqui! Desejo a todos um excelente 2015, com muita saúde e que seus planos se concretizem da melhor forma possível. Abraços!

Para saber online

cmoura@proclass.com.br http://cristianomoura.com

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PRO TOOLS| www.backstage.com.br


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PRODUÇÃO MUSICAL| www.backstage.com.br 66

A mixagem é um processo onde demoramos horas fazendo ajustes delicados e precisos até chegarmos àquele ponto ideal, onde tudo está perfeito e podemos distinguir nitidamente todos os instrumentos divididos em regiões de frequência e também de posicionamento no panorâmico do estéreo.

MIXAGEM DESAFIO Ricardo Mendes é produtor, professor e autor de ‘Guitarra: harmonia, técnica e improvisação’

O

objetivo de uma mixagem deveria ser chegar a um ponto onde todos os elementos da música são audíveis perfeitamente... No entanto, paradoxalmente, a prática é sempre mais complicada que a teoria. Eu mesmo, na minha vivência já experimentei mais de uma vez a situação onde estava achando a minha mixagem muito boa, com tudo definido, porém ao mostrar para a banda, eu podia perceber uma certa frustração por parte deles em relação ao resultado. Obviamente eu ficava muito preocupado. Eu tinha dado o melhor de mim, tinha gostado do resultado, mas o meu cliente não.

Qual é o maior erro que se pode cometer neste momento? É tentar convencer o cliente de que você está certo e ele errado. A foto que vai estar na capa do CD é a dele, e não a sua. É ele que tem que estar feliz com o resultado final, e não você. Se a discrepância entre você e o seu cliente sobre o que é considerado bom for insuperável, talvez seja o caso de você dizer que não está apto a realizar este trabalho. Ao tentar entender por que alguns clientes não gostavam de algumas mixagens que eu fiz, enquanto outros adoravam, fui perguntando aos próprios clientes o que os incomodava. Mostrei estas mixagens para outras


de compressor, um tipo de delay e um tipo de reverb. Em, no máximo, meia hora! Abri uma sessão de ProTools e coloquei o Expander/Gate Dyn3, o Compressor/Limiter Dyn3, o Equalizador EQ3 4-Band, o Long Delay II e o reverb D-Verb, todos plug-ins nativos do ProTools. Fiz toda a mixagem usando apenas estes plug-ins. Como eu não

lhes, e tinha que ouvir e resolver as coisas como um todo. Por não haver tempo para cuidar de detalhes, várias imperfeições de equalização ou de compressão acabaram ficando, mas isso acabou causando aquela sensação de massa sonora. Confesso que quando terminei essa mixagem desafio, eu ainda achava a outra mixagem melhor, mas ao mostrar para a banda, os

pessoas. Algumas gostavam, e outras não. Como a mixagem era a mesma, cheguei a uma conclusão básica: uma mesma mixagem soa diferente em ouvidos diferentes. Normalmente as mixagens que eu fazia, em especial com bandas indie-rock, eram criticadas pelas próprias bandas e pelo público específico deste estilo. Já os meus colegas técnicos de som e o “público em geral” (pessoas que não eram conhecedoras deste estilo) elogiavam... E quais eram, afinal, o elogio e a crítica? O elogio dos técnicos era: a mix está muito boa, pois tem uma pressão sonora muito grande, mas a voz não fica muito afundada na base. O elogio do público em geral: o som é bom. Dá para ouvir nitidamente o que o vocalista canta. A crítica das bandas e do público indie: tá soando muito “digital”, muito “limpinho”, o som está “frio”. Bem, após esta reflexão (que durou um bom tempo), resolvi rever meu método de trabalho para este estilo e cheguei a uma conclusão: o maior inimigo de uma mixagem mais “suja e orgânica” é o tempo no sentido inverso. Ou seja, quanto mais tempo dispensamos em uma mixagem “indie”, pior ela fica. Isso mesmo! Quanto mais trabalhamos, pior é o resultado. É o conceito da massa sonora. Praticamente todas as técnicas e esforços feitos em uma mixagem são para deixar as coisas mais claras. Logo, se a intenção é obter uma massa sonora mais suja, me parece lógico acreditar que quanto mais refinamos a mixagem, mas longe ficamos deste objetivo. Resumindo, quanto menos tempo eu gastar na mixagem, mais “indie” ela ficará. Me lancei então um desafio: mixar uma música usando somente um tipo de equalizador, um tipo

Normalmente as mixagens que eu fazia, em especial com bandas indie-rock, eram criticadas pelas próprias bandas e pelo público específico deste estilo podia escolher entre várias opções entre vários plug-ins, de cara percebi um ganho: eu não gastava meu tempo e minha atenção em tomar a decisão sobre qual plug-in eu iria utilizar (antigamente, no tempo das mesas de som era assim: você usava o gate, o compressor e o equalizador dos canais da mesa). Essa energia mental economizada era transferida para prestar atenção no efeito que o plug-in estava causando, e não na escolha dele. Da mesma maneira que eu só utilizava um tipo de reverb, não perdia tempo escolhendo entre um ou outro. E também isso ajudava a manter uma coerência na ambiência dos instrumentos, o que fazia parecer, mesmo com tracks gravados separadamente, que a banda estava tocando junta no mesmo lugar. O outro fator era a pressão do tempo. Se eu tinha apenas meia hora para mixar, não poderia perder meu tempo focando em deta-

caras pularam de alegria e gritaram: “É esse o som que a gente estava procurando!!!”. É claro que a banda foi embora, eu não resisti e ainda fiz alguns pequenos ajustes, afinal, ninguém é de ferro. O ponto principal de reflexão aqui é: a mixagem que foi aprovada foi a que me requereu muito menos tempo e esforço? O óbvio, algumas vezes, é difícil de se enxergar. Se a intenção é um som mais descompromissado e sujo, é natural que a mixagem seja feita desta mesma maneira. É claro que não estou falando de se fazer a mixagem de qualquer jeito sem tomar cuidado. É claro que haverá problemas que mesmo uma mixagem descompromissada terá que resolver. O ponto de equilíbrio é saber onde o nosso excesso de zelo pode se tornar ao ouvido do seu cliente “indie-rock” uma mixagem fria e estéril

Para saber mais redacao@backstage.com.br

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BAIXO ELÉTRICO| www.backstage.com.br 68

Como o papo ainda está em alta resolvi rever um artigo que escrevei aqui na Back, faz alguns anos, atualizandoo para os dias que se seguem. Normalmente estas duas profissões são vistas como sendo separadas. Porém, um olhar mais atento pode nos deixar mais orgulhosos, pois nomes famosos desfilam nesta carruagem de produção de discos de extremo bom gosto artístico, sendo baixistas ao mesmo tempo em que se comanda a direção destes projetos.

O BAIXISTA E A PRODUÇÃO MUSICAL Jorge Pescara é baixista, artista da Jazz Station e autor do ‘Dicionário brasileiro de contrabaixo elétrico’

N

ão é raro ler nos créditos dos encartes de discos nomes de produtores que eternizaram obras primas. Quincy Jones, Creed Taylor, George Martin, Eumir Deodato, Arnaldo DeSouteiro… mas fica sempre aquela pergunta: e os contrabaixistas? A resposta pode estar

Stevie Wonder e Quincy Jones

mais próxima do que se imagina. Nomes como Marcus Miller (Miles Davis, David Sanborn), Bill Laswell (fIREHOUSE, Motörhead), Don Was (Everything But the Girl, Was Not Was, Khaled), Larry Klein (Joni Mitchell), Steve Rodby (Pat Metheny, Michael Manring),


Creed Taylor e Ithamara Koorax

além do brasileiro Liminha (que produziu e gravou simplesmente a nata da música brasileira) estão listados em encartes de muitos, muitos álbuns de sucesso comercial, artístico e de crítica mundial. A priori devemos identificar as diferenças entre essas duas profissões:

PRODUTOR MUSICAL O produtor musical cuida do produto propriamente dito, ou seja, de tudo o que envolve o universo da construção, arregimentação (escolha da instrumentação e dos instrumentistas),

Liminha

arranjos, além de outros fatores ligados à música. Escolhe repertório; verifica tons (se estão compatíveis com o canto, por exemplo); verifica, opina e escolhe equipamentos como amplificadores, instrumentos e periféricos a serem usados durante a gravação; escolhe estúdios e técnicos de gravação, mixagem e masterização, além de ser o responsável direto dos resultados obtidos. É como o técnico de um time de futebol.

PRODUTOR EXECUTIVO O produtor executivo cuida dos fatores externos e burocráticos, ‘aquilo’ que faz a máquina girar. Cuida das finanças da produção, seja administrando a verba obtida através de patrocínio, lei de incentivo cultural, mecenato, ou mesmo investimento próprio (ou do artista); prepara a documentação de cada músico contratado para a produção; cuida das notas fiscais relativas aos projetos, faz os telefonemas necessários e cuida da agenda geral da produção; “apaga os incêndios” que possam surgir no decorrer dos trabalhos, resolvendo os problemas a medida em que possam acontecer. Faz o papel dos dirigentes no futebol. Agora podemos seguir com esta pequena análise dos predicados de um produtor contrabaixista. Grosso modo não há nada que impeça que determinado instrumentista seja

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BAIXO ELÉTRICO| www.backstage.com.br 70

Bill Laswell

Quando se domina o chão, o alicerce, a estrutura ou alma da música, que é o caso de nosso instrumento, têm-se um maior discernimento do que ‘é necessário ou não’ para determinado projeto, arranjo ou música. Assim, o contrabaixista pode suprir plenamente as funções de produtor e instrumentista em conjunto

ou não um bom produtor. Aliás, para ser bom neste quesito basta bom senso estético e artístico, além de um ouvido antenado com o mundo. Claro, os dotes técnicos também são bem-vindos, tais como saber arregimentar, escolher instrumentos e instrumentistas, escolher um bom repertório, extrair do músico o que ele sabe de melhor, direcionar o disco para o mercado correto (musicalmente falando), além de conhecer o básico de áudio, são adjetivos que ampliam a margem de sucesso. Neste caso específico das quatro (ou mais...) cordas graves, temos um fator importante a notar. Quando se domina o chão, o alicerce, a estrutura ou alma da música, que é o caso de nosso instrumento, têm-se um maior discernimento do que ‘é necessário ou não’ para determinado projeto, arranjo ou música. Assim, o contrabaixista pode suprir plenamente as funções de produtor e instrumentista em conjunto. Em termos de equipamentos, o produtor não precisa mais do que de seus próprios ouvidos, porém alguns mais ousados carregam alguns apetrechos como CDs de referência (para cada projeto, pode-se variar as fontes), racks com seus periféricos preferidos (para aqueles que gostam de manter sempre a mesma sonoridade e/ou ambiência), usando por vezes os mesmos estúdios de projetos anteriores. Isto quando o produtor não é o proprietário do estúdio. No entanto, tudo isto é dispensável desde que seja devidamente suprido com fatores externos tais como contratar estúdios e técnicos competentes, alugar ou certificar-se de que o estúdio possui os perifé-

Don Was

Luiz Bonfa e Eumir Deodato

Marcus Miller e Dave Isaac

ricos necessários para a produção etc. Cada produtor prefere agir de acordo com seus princípios o que por vezes impede-nos de seguir um cronograma específico. Alguns seguem a diretriz de gravar os instrumentos em separado e ir adicionando o arranjo em camadas, outros já gostam de muita conversa antes de iniciar os trabalhos. Isto tudo pode depender também de qual a finalidade musical do disco. Um disco de rock, por exemplo,


Sir George Martin (Beatles)

Steve Rodby

tem que ter no mínimo o baixo e a bateria gravados juntos para dar maior vida e energia, mas mesmo isto pode ser diferente dependendo da situação ou do produtor. É como na Fórmula 1 ou no futebol, um trabalho de equipe

Jaco Pastorius também!), portanto, atenção, não fique deprimido, nem mesmo com os egos inflados. Atenção redobrada ao conjunto da cozinha baixo-bateria, sendo o timbre, a definição, afinidade e groove dos mú-

Cada produtor prefere agir de acordo com seus princípios o que por vezes impede-nos de seguir um cronograma específico. envolvendo os músicos, produtores, técnicos, estúdio etc. Quando se vai para uma produção, um aspecto a ser notado é não forçar a nossa presença como instrumentista, ou seja, manter a originalidade do trabalho ao máximo, permitindo escolher outro baixista que melhor se encaixe no projeto, se este for o caso. Manter o ego de lado é um dos fatores mais complexos do ser humano. Ser isento na sociedade atual é quase um milagre. Se o disco for de uma banda, deve-se observar se os instrumentistas estão à altura de uma gravação de estúdio, ou mesmo se para aquele arranjo ou projeto específico estão a contento. Estar isolado de uma gravação ou show é coisa que acontece com todos, comigo, com você ou mesmo com Tony Levin (e já aconteceu com

sicos extremamente importantes para o resultado. Enfim, o produtor musical que também seja contrabaixista pode, e deve ser competente em seu instrumento, mas em primeiro plano devem estar a originalidade e a música em si, só depois o músico! See you! Paz Profunda .:.

Para saber online

jorgepescara@backstage.com.br http://jorgepescara.com.br

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REPORTAGEM| www.backstage.com.br 72

IPIABAS Pousadas lotadas e cidades vizinhas recebendo um bom público de turistas que apreciam o jazz. Esses foram alguns dos resultados da quarta edição do Ipiabas Jazz&Blues Festival, que aconteceu em Barra do Piraí, cidade do sul do Rio de Janeiro, em novembro passado. Entre as atrações, nomes consagrados do meio musical brasileiro como Marcos Valle, Jorge Israel e Guto Goffi que apresentaram seus sucessos e embalaram os fãs com muita música instrumental.

JAZZ & BLUES

FESTIVAL D

urante quatro dias, a localidade de Ipiabas, distrito do município de Barra de Piraí, se transformou em palco para apresentações gratuitas de artistas consagrados dos gêneros de jazz, blues e música instrumental. Com um aumento de público de cerca de 20% em relação ao ano anterior, a cidade dá sinais de que entrou de vez na rota dos festivais

de jazz e blues do país. Embora ainda conte com grande parte da verba oriunda da iniciativa pública, esse ano a parceria público-privada se fez presente com o patrocínio da Light, companhia de distribuição de energia elétrica do Rio de Janeiro, ao festival. Sucesso de público e de retorno para a economia local é uma das apostas para

redacao@backstage.com.br Fotos: Ernani Matos / Divulgação

Atrações internacionais como a texana Jai Malano participaram da 4ª edição do Festival de Ipiabas


Com a mudança estrutural, o público pôde ter mais conforto para assistir aos shows, com aumento de número de assentos e local exclusivo de alimentação. “Como ainda estamos em início de projeto, formando público, tentamos trazer atrações que podiam aliar a música instrumental,

atrair mais investimentos para os próximos anos. De acordo com o produtor do evento, Stenio Matos, da Azul Produções, para o ano que vem, por exemplo, alguns hotéis da cidade vizinha Conservatória já demonstraram interesse em fazer parcerias, por meio de propaganda, visando atrair ainda mais turistas. “Outro fator importante apontado é que o festival foi uma quebra de paradigma para a cidade na área de eventos. É o tipo de festa que todos querem que una diversão, qualidade, retorno financeiro e projeção para cidade”, ressalta Matos. A diversão ficou por conta das atrações nacionais e internacionais, entre elas os americanos Lazy Lester e Mark Lambert e a texana Jai Malano & The Igor Prado Blues Band. As noites de shows também contaram com a brasileira Taryn Szpilman Blues Band, George Israel Jazz/Pop Quarteto, Delta Mook

Blues Band, Guto Goffi Quinteto e o Marcos Valle MBP. Além das apresentações, o público ainda pode participar de oficinas e workshops gratuitos com Claudio Infante, sobre técnicas de bateria, e com Taryn Szpilman, que falou sobre sua experiên-

É o tipo de festa que todos querem que una diversão, qualidade, retorno financeiro e projeção para cidade”, (Stenio Matos)

cia em dublar a personagem Elsa, do longa Frozen. No quesito qualidade, destaque para a mudança de estrutura do local e palco para as apresentações.

blues, jazz com um pouco de pop e também nomes conhecidos de artistas para melhor penetração na mídia e no próprio público, para assim termos retorno de audiên-

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Cultura tem que ser levada ao povo, e quando isto é feito de forma organizada, transparente e com qualidade, o sucesso e a aprovação são certos, e acredito que este seja um dos deveres do Estado (Stenio Matos)

Jerubal Liasch

Roberto Monzo e Stenio Matos (à direita)

cia, porque sabíamos que tínhamos pouco tempo para divulgar (somente um mês)”, avalia o produtor. Segundo a produção do Festival de Ipiabas, devido ao sucesso do Festival no ano anterior houve um grande interesse de comerciantes locais montarem stands de alimentação dentro do evento (foram cinco) com resulta-

dos excelentes, gerando reservas de espaços para a próxima edição, em 2015. Restaurantes e bares no entorno do evento também ficados lotados durante todas as noites. “Cultura tem que ser levada ao povo, e quando isto é feito de forma organizada, transparente e com qualidade, o sucesso e a aprovação são certos, e acredito que este

Sonorização

Modelo usado no PA pela MI Sonoriação para a edição 2014 do festival

O sistema de PA utilizado no Ipiabas Jazz foi um modelo de caixa desenvolvido pela empresa MI Sonorização. Segundo o proprietário Mario Ilton, as caixas são compostas de gabinete constituído por um falante de 12" e um drive de 2". “Foram utilizados 3 modelos MI12T por lado e duas SB 800 em um sistema estéreo. Foram também utilizadas duas MI12T fazendo um delay na parte externa”, explica Mario. Sem dificuldades para realizar o evento, Ilton ressalta que tomou um pouco mais de tempo definirz o melhor posicionamento do sistema para que hou-

vesse uma boa cobertura sonora no espaço do evento. “Contamos com a boa vontade e profissionalismo dos técnicos envolvidos, em especial do Jerubal Liasch, que foi o técnico responsável do evento, e de Nilson Valério, técnico e um dos sócios da MI. Para comandar, foram usados dois consoles. No PA, uma LS9 (Yamaha) e no monitor, uma SI Expression, da Soundcraft. “Sonorizar um evento de jazz tem suas várias particularidades, mas a principal é poder trabalhar com músicos qualificados nacionais e internacionais. Isso nos dá grande experiência.


Shows aconteceram durante os quatro dias de festival

Si Expression foi console usado no monitor

LS9 comandou o PA

seja um dos deveres do Estado”, completa Stenio. Embora ainda existam dificuldades em fazer eventos de blues e jazz no país, Stenio acredita que tanto governo quanto iniciativa privada já começam a ter um olhar mais interessado nesses eventos. “Por exemplo, no caso de Ipiabas, se não fosse pela vontade, quase messiânica, do Secretário Roberto Monzo e do diretor de Eventos Sérgio Nóbrega, dois defensores incansáveis deste projeto, que acreditam nele e mesmo com todas as dificuldades lutaram e fizeram acontecer na marra, buscando apoio da LIGHT, a qual temos que parabenizar em acreditar e apoiar o Festival. Isso de-

monstra o retorno que este gênero de música pode dar tanto às empresas quanto ao poder público, pelo tipo de público que atrai, retorno econômico, imagem da cidade, entre outras”, comenta Matos. Embora tenha vasta experiência em produzir festivais desses gêneros como o já consagrado Rio das Ostras Jazz & Blues, Stenio observa que ainda é preciso convencer poder público e as empresas privadas que um festival de jazz pode dar retorno, tanto de mídia quanto financeiro e cultural. “Isso vem mudando aos poucos, com a procura cada vez maior de cidades manifestarem vontade de realizar esse tipo de evento, de mudar suas linhas de ações na área musical. E também começo a ver esta vontade por parte das empresas privadas, que vêm olhando com mais carinho para este gênero, principalmente devido ao público que atrai”, avalia. Para ele, embora ainda existam dificuldades, vale a pena produzir festivais de jazz e blues, principalmente pela herança que esses eventos deixam nas cidades, que vão desde um melhor preparo na infra-estrutura local, como mais especialização na mão de obra, por exemplo, para receber um público mais exigente. “É preparar toda uma cidade (já que toda a mão de obra nós fazemos questão de utilizar da cidade): donos de pousadas, restaurantes, pessoal de apoio etc., para poder receber um público diferenciado”.

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O timing. Essa é a diferença entre a salada e o adubo. Assim como em diversas coisas na vida, timing é crucial para o sucesso. Nos sistemas de áudio digital, isso é o que pode fazer o áudio soar venerável ou como algo muito ruim. Múltiplas peças de materiais digitais interconectados devem operar em perfeita sincronia para produzir ótimos resultados.

DIGITAL

AUDIO CLOCKS COMO ELES FUNCIONAM E POR QUE VOCÊ PRECISA DELES?

U

ma dessas peças fundamentais é o clock interno do aparelho de áudio digital. Em um estúdio, quando é comum ter vários equipamentos conectados digitalmente, seus relógios estarão ‘conversando’. Como cada relógio não é exatamente igual ao outro, em alguns momentos eles vão se desentender. Para que isso não ocorra, é necessário nomear um único relógio, que comandará os outros dos demais equipamentos.

sobre o que esses dispositivos fazem e como eles (algumas vezes) se diferem uns dos outros. Vamos examinar os

redacao@backstage.com.br Fotos: Divulgação

Esse é o que chamamos dos master clocks e as caixas distribuidoras de clocks, um dos sustentáculos dos sistemas digitais de áudio para produção musical. Neste artigo, uma discussão

motivos de um clock bem sólido ser tão crucial para a produção de som de alta qualidade e como os fabricantes incorporam designs inovadores para melhorar a qualidade e a confiança dos clocks. O primeiro passo é dar uma


BOAS VIBRAÇÕES Na função de transmitir e de fazer a transdução do áudio de forma correta, um dispositivo de áudio digital usa um clock interno que regula a taxa de fluxo do código binário 1 e 0 – a frequência de amostra – do bitstream. O clock usa um cristal que vibra fisicamente quando excitado por uma corrente elétrica. Nas fábricas que suprem os fabricantes de pro-audio com esses cristais, o tamanho e forma de cada um é torcido para fazê-lo oscilar em uma frequência específica. Interessantemente, esta frequência é mais alta do que geralmente é desejado para se usar em áudio; um multiplicador divide isso para fornecer uma das frequências de amostras nominais usada na produção.

Por exemplo, conversores feitos pela Lynx Studio Technology incluem cristais que oscilam a 11.2896 MHz, cuja taxa é depois dividida por 256 para alcançar a taxa de amostragem nominal de 44.1

kHz e 48 kHz. Os cristais fazem dupla função para também produzirem amostras de frequências múltiplas de 44.1 kHz e 48 kHz. A taxa em que esses cristais vibram é quase precisa, no entanto,

olhada no coração de qualquer clock digital: o cristal.

Na função de transmitir e de fazer a transdução do áudio de forma correta, um dispositivo de áudio digital usa um clock interno que regula a taxa de fluxo do código binário kHz. A base de cristal do clock que opera a variadas amostras de frequências precisam de um oscilador de cristal separado para cada base de frequência: 44.1

não exatamente a mesma de um cristal para outro. Os cristais osciladores flutuam sobre a temperatura e o tempo. Você pode pegar um oscilador bem preciso que vai

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REPORTAGEM| www.backstage.com.br 78

Para incrementar a estabilidade desses cristais de base dos clocks, alguns fabricantes usam um forno para manter o cristal aquecido a uma determinada temperatura constante

flutuar entre 0 e 70 graus Celsius somente cinco partes por um milhão ou menos. Para incrementar a estabilidade desses cristais de base dos clocks, alguns fabricantes usam um forno para manter o cristal aquecido a uma determinada temperatura constante. Os osciladores que são controlados dessa foram são os mais precisos, porque mantendo a temperatura do cristal, se

mantém a frequência do clock em uma tolerância fenomenal. Fenomenal, mas não a zero. Todo clock está sujeito a algum tipo de flutuação de sua frequência nominal devido à idade do cristal e outros fatores. Isso causa enormes problemas quando você liga múltiplos audio boxes digitais juntos e decide operá-los todos ao mesmo tempo usando os


clocks internos de cada um; nenhum deles vai casar exatamente com a frequência do outro. Todas as peças em um sistema de áudio digital – conversores A/D e D/A que operam independentes, boxes I/O, mixers, processadores de sinais e etc. – deve ope-

rar exatamente com a mesma amostra de frequência a cada momento, ou o sistema irá rapidamente deixar de passar áudio (o tempo de falha depende da qualidade de cada clock). Além do fluxo de frequência, cada clock está sujeito a algum tipo de variação, ou desvios de curto prazo da frequência nominal de amostragem. Colocando de outra forma, a variação é a flutuação no tempo de intervalo entre sucessivos pares de amostras no bitstream. A inconsistência nos interva-

los de amostra causa distorção na forma da onda resultante.

SOLUÇÕES TRADICIONAIS Para reduzir o efeito jitter e prevenir perda de vedação devido à variação da frequência do clock, todo dispositivo de áudio digital em um sistema integrado deve sincronizar seu clock interno a um mesmo referencial: o clock master. Esse clock master pode ser gerado por qualquer caixa (como um conversor A/ D) no seu sistema, mas você pode designar um e somente um como um master para que o sistema funcione. Quanto menos efeito jitter o master clock produzir, melhor será a qualidade sonora nas suas produções.

Nota da redação Esse artigo foi traduzido reduzidamente da Revista Mix Magazine Online. Na versão original, contém a contribuição do editor Michael Cooper, engenheiro de pós-produção e proprietário do Michael Cooper Recording in Sisters.

Para reduzir o efeito jitter e prevenir perda de vedação devido à variação da frequência do clock, todo dispositivo de áudio digital em um sistema integrado deve sincronizar seu clock interno a um mesmo referencial: o clock master.

Na edição 196 desta publicação, o colunista Ricardo Mendes aborda esse assunto, no artigo sob o título Word Clock.

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VITRINE ILUMINAÇÃO| www.backstage.com.br

CADERNO ILUMINAÇÃO

KREIOS G1

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www.gobos.com.br Esse sim é um projetor de gobos que não tem medo de luz. Desenvolvido para uso em ambientes bem iluminados,o Kreios G1 é pequeno, leve, elegante e potente. Ele reproduz imagens artísticas, fotografias, logomarcas e logotipos em lojas, vitrines, recepções, igrejas e áreas públicas, chamando a atenção para o local da projeção. Também produz surpreendente efeito em residências. Entre suas especificações técnicas estão: mínimo consumo com alto rendimento, lâmpada de LED Osram, fluxo luminoso de 800 lm, temperatura de cor de 6000K, vida útil da lâmpada de 30 mil horas e tensão de alimentação 100~240V 50/60Hz. Disponível em duas cores, branco ou preto, o equipamento aceita gobos em metal, dicróicos e fotogobos, tem ajuste fino de foco, de zoom, ajuste de ângulo vertical (120°) e horizontal (270°) e pode ser diretamente apoiado sobre qualquer superfície.

SAMBA www.proshows.com.br Especialmente desenvolvido para o Brasil, o Samba é um moving head inovador, que combina os movimentos comuns de pan e tilt, porém, adicionandos efeitos multibeam rotativos. O resultado é uma infinidade de efeitos de luzes e cores, de ampla abertura e ótimo impacto visual. São 8 LEDs de 8W RGBW e 37 canais DMX para combinar todos os efeitos. Entre as características do equipamento estão canal DMX: 1/7/13/37, modos de controle DMX 512, master/slave, modo de voz, fonte de luz: 8 x 8 RGBW watt (Quad) LED, ângulo de feixe 6,5° e potência 80 watts.

Q-7 www.hotmachine.ind.br A Q-7 é discreta e um wash compacto RGBW, blind e strobo. Contendo 2 mil potentes LEDs RGBW, é um poderoso dispositivo elétrico multiuso e ajustável, com um ângulo de propagação de 110°. Juntamente com a classificação IP-65, com uma alta produção de 28 mil lumens e possuindo um pequeno espaço físico, a Q-7 é um dispositivo ideal para uso ao ar livre, para iluminar edifícios, fachadas, estruturas arquitetônicas e atrações. O equipamento também é adequado para aplicações em interiores, tais como estúdios de TV, teatros entre outras aplicações em que é necessária muita luz colorida sem cintilação.


PROTRON 3K www.elationlighting.com A Elation Professional acaba de lançar no mercado o Proton 3K, um equipamento com estrobo LED de alta potência que além de entregar ótima performance também tem um ótimo ROI, se comparado com equipamentos similares no mercado. Capaz de produzir 80 mil lúmens de energia em 200 LEDs brancos de 3W, utiliza um sistema especial de ótica e a nova tecnologia de driver para o LED. O Proton 3K inclui ainda um sistema interno de efeitos macro como burst, pulse e lighting para possibilidades únicas de efeitos e pode também operar no modo FULL ON sem causar problemas térmicos graças ao seu cooling, silencioso, que mantém o equipamento longe do superaquecimento. Outra característica é a vida longa dos LEDs, em média, de 50 mil horas. Controlado via 4 DMX modes (1 / 2 / 3 / 4 channels), permite também uma variedade de opções de controle.

WALDMAN INFLEX 3 RGB IF-3RGB http://www.waldman-music.com Esse refletor LED RGB é indicado para palcos, teatros, eventos (indoor) e possui LEDs de qualidade superior, construído em alumínio. A dissipação de calor dos LEDs por alumínio aumenta a vida útil das lâmpadas. Possui ainda endereçamento digital, funções de cores fixas e auto programação. Entre os detalhes técnicos se descatam 36 LEDs de 3 Watts, 12 LEDs vermelhos, 12 LEDs verdes e 12 LEDs azuis, 8 canais DMX 512 e display digital para endereçamento de Setup.

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ILUMINAÇÃO| www.backstage.com.br

CADERNO ILUMINAÇÃO

ILUMINAÇÃO Mais um ano, mas com um significado mais que especial. Muitos olhos estarão literalmente voltados para as diversas manifestações da luz em diversos cenários e em múltiplas condições, relacionadas ao melhor aproveitamento e aos avanços tecnológicos dos instrumentos e dispositivos de iluminação artificial, com os benefícios e aplicações desses recursos. E qual a relação disso tudo com a iluminação cênica?

CÊNICA Cezar Galhart é técnico em eletrônica, produtor de eventos, baixista e professor dos Cursos de Eventos, Design de Interiores e Design Gráfico do Unicuritiba. Pesquisador em Iluminação Cênica, atualmente cursa Pós-Graduação em Iluminação e Design de Interiores no IPOG.

E ENTRA EM CENA, 2015: O ANO INTERNACIONAL DA LUZ!

É

o que esta conversa pretende abordar, com a utilização das técnicas que os Lighting Designers utilizam para a valorização de diversos elementos – artísticos, econômicos e ambientais. Desde 1957 a ONU - Organização das Nações Unidas – define para cada novo ano, por meio de uma assembleia geral, um ou mais temas que serão amplamente debatidos em campanhas temáticas, e implementadas pela UNESCO - Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura – por meio de eventos diversos, tais como seminários, exposições e mostras, com trabalhos acadêmicos e demonstrações práticas relacionadas às soluções e alternativas desenvolvidas de maneira a oferecer

melhorias para a sociedade, globalmente. Em 2013, mais precisamente no dia 20 de dezembro, na realização da 68ª Sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas, foi proclamado 2015 como o Ano Internacional da Luz e suas Tecnologias (International Year of Light and Light-based Technologies – IYL 2015). A escolha da Luz (com enfoque na iluminação artificial) se justifica pela necessidade de advertir a sociedade em geral para o desenvolvimento sustentável das tecnologias baseadas na luz, e para a discussão sobre a importância cultural, econômica e ambiental desses recursos, com soluções para os desafios mundiais nas áreas energética, educacional, agroindustrial, de comunicação e da saúde.


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Foto: AIL2015 / Divulgação

Nesse contexto, 2015 também será um ano de reconhecimento e comemoração de algumas das principais descobertas de toda a história da iluminação, pelos mais ilustres autores e cientistas, que proporcionaram uma nova compreensão dos fenômenos físicos que contemplam a luz e suas teorias.

Figura 1: Logomarca do Ano Internacional da Luz (2015)

Nesse contexto, 2015 também será um ano de reconhecimento e comemoração de algumas das principais descobertas de toda a história da iluminação, pelos mais ilustres autores e cientistas, que proporcionaram uma nova compreensão dos fenômenos físicos que contemplam a luz e suas teorias. Entre algumas das principais obras que fazem parte dessa abordagem histórica – e principais nomes -, destacam-se os livros “Ótica” (que influenciou as pesquisas do astrônomo Johannes Kepler, entre outros) e “Um Discurso sobre a Luz”, ambos do matemático e astrônomo iraquiano Ibn AlHaytham, escritos em 1015 (!) e uma outra fundamental obra, relacionada à Teoria Ondulatória da Luz, é a do engenheiro e físico francês Augustin-Jean Fresnel, de 1819, sob o título “La lentille à échelons: œil des phares, gloire des Fresnel”, que serve como referência para a atualidade.

Ainda, importantes menções: a Teoria das Ondas Eletromagnéticas do físico e matemático escocês James Clerk Maxwell (1865); a Teoria da Relatividade do físico alemão Albert Einstein (1915), a descoberta das micro-ondas cósmicas pelos físicos e astrônomos Arno Penzias e Robert Wilson (1965) que resultaram na Teoria do Big Bang. Finalmente (mas sem o encerramento sobre o tema, que ainda deve considerar outras importantes teorias e fundamentais pesquisadores), o pioneirismo do físico e engenheiro elétrico Charles Kao sobre a fibra ótica, como recurso de comunicação ótica. Direta ou indiretamente, todos esses nobres pesquisadores trouxeram à compreensão da sociedade atual os avanços e evoluções, conceituais ou práticas, para o estágio vigente de desenvolvimento da iluminação artificial. Foto: PartSolutions / Class Connection / Divulgação

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Figuras 2-3: Projeto de Augustin-Jean Fresnel: conjunto de lentes especialmente arranjadas para a refração, foco e projeção dos feixes de luz, aplicados originalmente (e com essa finalidade) a um farol; luminária com lente Fresnel, amplamente utilizada na iluminação cênica.


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Foto: AIL2015 / Divulgação

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Nas palavras publicadas pela própria UNESCO, o objetivo deste ano ainda é “esclarecer os cidadãos de todo mundo para a importância da luz e

equipamentos – sem absurdos patamares de consumo de energia elétrica e desperdícios incabíveis com a energia termomecânica.

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Figura 4: Harbin International Ice and Snow Sculpture Festival (janeiro de 2015)

Torna-se inimaginável a atual realidade dos setores de arte e entretenimento sem as inovações tecnológicas

das tecnologias óticas nas suas vidas, no seu futuro e no desenvolvimento da sociedade”. Mas, o que a Iluminação Cênica tem a ver com isso? TUDO “a ver” – e ser analisado, contemplado, apreciado e “refletido” (em todos os sentidos e percepções). Torna-se inimaginável a atual realidade dos setores de arte e entretenimento sem as inovações tecnológicas que permitiram consideráveis avanços na eficiência energética com a inclusão de equipamentos e dispositivos com os quais a iluminação cênica valoriza e enaltece formas em grandes quantidades de

Agora, como se insere a Iluminação Cênica neste contexto? De variadas maneiras. Nas artes e produções visuais, os recursos tecnológicos (entendam-se: instrumentos de iluminação cênica) permitem que artistas de diversas áreas possam utilizar a iluminação em manifestações de entretenimento e performance visual, além das possibilidades que a iluminação arquitetural transfere às construções, para a criação de cenários e interações virtuais incomparáveis – como exemplo prático, o video mapping (assunto excelentemente abordado pela brilhante Jamile Tormann com o título


Foto: ARSCITE / Divulgação

Figura 5: Projeção de fachada com a utilização de 3D Mapping (vídeo mapping)

iluminação não se comporta mais como um recurso complementar, mas um elemento cênico em evidência, único e significativo, e tão importante para a valorização dos outros elementos desse espaço diferenciado, como decisiva para a atração dos públicos participantes. Sim, a iluminação atingiu um status que ainda não possuía. As câmeras digitais hoje registram presença (literalmente, pelo “check-in” que confirma a participação nos eventos, registrada em redes sociais) e ainda se somam ao espetáculo como constelações de luzes pon-

“Vídeo Mapping – a fusão entre o real e o imaginário”, na edição n.º 209 da Revista Backstage). Em outras situações, novos e dinâmicos atrativos para parques, praças e espetáculos públicos – em ambientes abertos ou fechados – por meio de outras interações mecânicas, tais como espetáculos com água ou sincronismo com grupos artísticos, onde o laser surge como recurso midiático e comunicacional, além de elemento utilizado para o entretenimento dos públicos de todas as idades. Lembrando que isso se notabili-

Sim, a iluminação atingiu um status que ainda não possuía. As câmeras digitais hoje registram presença (...) e ainda se somam ao espetáculo

zou – e surgiu com mais predominância – nas últimas duas décadas. Novas configurações e estruturas de palco, que permitiram uma releitura das apresentações ao vivo, nas quais a

tuais, que se movimentam e captam instantes e flagrantes dos artistas como nunca antes (mesmo que isso também represente uma nova discussão, pelas parcelas de pessoas que são

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Foto: NBC News / Divulgação

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Finalmente, os projetos de iluminação cênica se transformaram em produções complexas e se desenvolveram em campos altamente técnicos que envolvem a atualização constante para as novas tecnologias de luminárias, equipamentos e dispositivos

Figura 6: Câmeras digitais e smartphones utilizados para o registro de imagens e vídeos

contra ou pró). De fato, os shows são cada vez mais vistos e mais registrados pois as tecnologias também evoluíram no contexto produtor – espectador. Assim, essa relação cada vez se desenvolve mais e mais, do telão com placas de LEDs (e OLEDs, em breve e mais intensamente, nos palcos) às telas dos smartphones. E não somente isso: conforme mencionado anteriormente, a iluminação cênica é hoje tão ou mais energicamente eficiente, e os equipamentos são cada vez mais seguros, mais leves e mais diversificados, tanto quanto os profissionais que se envolvem nesses processos de criação e realização dos eventos, cada vez mais capacitados e mais especializados. Neste contexto, o elevado desempenho técnico, estético e funcional não só permite que o público veja a movimentação de palco com elementos visuais fascinantes e singulares, mas também pode perceber com mais intensidade as alterações nas tonalidades de cores, diferenciações na focalização, ou mesmo ações e alterações, percebidas dinamicamente no tempo e no espaço. Finalmente, os projetos de iluminação cênica se transformaram em produções

complexas e se desenvolveram em campos altamente técnicos que envolvem a atualização constante para as novas tecnologias de luminárias, equipamentos e dispositivos, de maneira a criar e recriar múltiplas cenas, desenvolvidas com sensibilidade e técnica para muitos elementos, tais como intensidade, cor, direção, foco e posição. Como resultado, a iluminação desempenha cada vez mais um papel substancial no desenvolvimento dos roteiros e estórias que transformam as performances em espetáculos, e evocam reações e emoções únicas no público. Com essas premissas, 2015 será um ano repleto de ótimas oportunidades, promissoras possibilidades e percepções relacionadas ao aproveitamento da iluminação – e particularmente, da iluminação cênica – na transformação de uma sociedade mais consciente e sensibilizada para as questões ambientais, e mais preparada para a identificação dessas vantagens para uma melhor qualidade de vida, com mais conforto e diversão. Abraços e até a próxima conversa!!!

Para saber mais redacao@backstage.com.br


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POINTES NO GRAMMY LATINO 2014 redacao@backstage.com.br Fotos: Divulgação

O décimo quinto Grammy Latino foi em clima de glamour no MGM Grand Garden Arena, em Las Vegas, e contou com a presença de alguns dos maiores nomes da música latina e um público de quase 17 mil pessoas. Sem falar nos quase 10 milhões de telespectadores – a mais alta audiência até a data – devido à transmissão ao vivo durante as três horas de prêmio, feita pela rede de TV Univision.

P

elo quinto ano consecutivo, a iluminação foi projetada por Carlos Colina, lighting designer para todos os grandes shows e eventos da Univision. Após o uso de Pointes da Robe no show do ano passado, ele escolheu novamente esses

equipamentos este ano para adicionar elementos extras nos momentos-chave da noite de entretenimento, colaborações originais e performances ao vivo, além da entrega de uma série de prêmios. Colina trabalhou em parceria com o designer Jorge Dominguez para criar o conceito estético para o prêmio. Eles tiraram proveito do maior espaço e largura do MGM Arena, diferente do Mandalay Bay, onde o evento era realizado, e criaram um set baseado em vídeo e dividido acima em três áreas de performances separadas. À esquerda do palco, à direita do palco e área central do palco - que alternaram de acordo com as bandas tocando ao vivo, que foram projetadas em telões de LED.


ajudar no “quick set”. A remoção deveria ser feita de forma rápida pela equipe de palco”, explicou Colina, “e os Pointes reunuiram todas as exigências para que tudo desse certo”, completou. O responsável por apresentar os Pointes a Colina foi o LD Tom Kenny, que foi o primeiro lighting desig-

Após o grande impacto do uso dos Pointes para destacar um dueto de Ricky Martin e Draco Rosa no ano passado, Colina mais uma vez usou 24 dos aparelhos da Robe para a apresentação de Martin, fazendo um duo com a mexicana Camila, na canção Perdon. Aliás, essa foi a primeira de duas incríveis performances ao

O primeiro pensamento de Colina para a iluminação eram que feixes de Pointe iluminassem por trás da banda, a luz cortando, replicando a luz do sol

vivo do porto-riquenho no Grammy Awards deste ano. A performance de Camila e Martin foi na parte central do palco, com os Pointes posicionados no palco próximos à seção de cordas da orquestra da ‘casa’, dois pés mais elevados do que os artistas, permitindo que as vigas “cortassem” através da banda e para as câmeras. O efeito adicionava grande drama e intensidade a uma balada que já era poderosa por si só. Durante o número musical de Pepe Aguilar e Miguel Bose, os Pointes foram usados à esquerda do palco. O conceito usado para esta parte do show foi um velho celeiro, com ripas de madeira e revestimento típico e caixas de madeira espalhadas ao redor do palco. O primeiro pensamento de Colina para a iluminação eram que feixes de Pointe iluminassem por trás da banda, a luz cortando, replicando a luz do sol, que pareceria incrível na câmera. Após as duas apresentações, os Pointes foram removidos do palco. “Eu precisava de aparelho beam extremamente brilhante e poderoso que também fosse pequeno para

ner americano a usar Pointes. Colina gostou de muitas características do Pointe, incluindo “a enorme variedade de efeitos que pode produzir, o feixe fantástico que dura, os prismas, rompimentos etc. Basicamente, é uma luz que posso colocar em qualquer lugar e fazer qualquer coisa com ela – ultra versátil”, avalia. Além do Grammy, ele os usa em diversos outros programas de Univision, no estúdio principal localizado em Miami, Flórida, além de em outras transmissões externas. Como um resultado direto de sua performance ao vivo de Perdon no Grammy Latino, a música de Camila deu um salto em vendas após o show, passando de 21 para o número 9 na listagem de música digital latina. Trabalhando ao lado de Colina no evento, estavam os diretores de iluminação John Daniels e Darren Langer; os LDs Felix Peralta, Kevin Lawson, Floor e Kevin Harvey. O conteúdo de vídeo foi programado por Laura Frank. Eles foram auxiliados por quatro técnicos de iluminação: John Ellar, David George, Tony Garcia e Daniel McDonough.

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redacao@backstage.com.br Fotos: Eduardo Ribeiro / Gui Urban / Divulgação

Os palcos principal e VuuV do festival de música eletrônica TribalTech 2014, no Brasil, lotados com 200 moving lights Robe, estiveram integrados em dois diferentes no entanto parecidos conceitos do ponto de vista do design de iluminação. Ele foram projetados pelo lighting designer do Reino Unido Alex Junior Cerio, da Smash Productions.

O

festival, que aconteceu na fazenda Heimari, em Piraquara, no Paraná, teve 13 palcos de música ao vivo com o melhor do techno, house, eletrônico, trance e psytrance, em mais de 20 horas ininterruptas de música e entretenimento. O equipamento de iluminação para os dois principais palcos, e para a maior parte do local, foram fornecidos pela empresa

Apple Produções, de São Paulo, uma das maiores locadoras de equipamentos do Brasil com uma quantidade considerável de equipamentos Robe em seu estoque. Junior, conhecido por seu trabalho como diretor de iluminação de David Guetta e outros projetos inovadores concebidos na Smash Production, foi convidado para tocar a iluminação desses dois palcos pelos produtores Carlos “JeJe” Civitate e Eduardo “Dudu” Marcondes, da T2 Events. “Foi muito emocionante poder estar envolvido”, explica Junior. “Tenho trabalhado no Brasil algumas vezes e a vibe é sempre fantástica. Sempre fico satisfeito quando ouço que os equipamentos Robe estarão à disposição para eu usar nos rigs”, comenta. O palco principal do TribalTech foi completamente desenhado e construído pela


L A B I TR

LD do Reino Unido, que trabalhou em parceria neste projeto. Junior usou os Pointes para todos os principais efeitos. Ele foi na verdade o primeiro LD que usou esses equipamentos em um show ao vivo, durante a apresentação de David Guetta em uma gig na Alemanha, alguns dias após o lançamento oficial do produto em 2013. Os LEDWash 1200 iluminaram os cenários e deram um efeito wash às três seções VIPs dentro da estrutura do palco. Alguns foram posicionados no chão e outros no fosso de onde eles “acendiam” alguns metais retorcidos e veículos batidos que estavam no chão como parte da instalação artística. Quatro MMX Spots foram pendurados na torre da House Mix, cerca de 50 metros distantes do palco, e as animações das rodas dos movings foram em particular usadas para produzir texturas por toda a superfície do set. Os MMX Spot e os ColorBeam 250E ATs também foram usados para pro-

H C E T B

L I S RA

brasileira Perverts, que compôs o multifacetado e criativo time que trabalhou no evento. O palco era uma fusão escultural do industrial eclético com um chique futurístico unidos para formar o conceito de “edifício dizimado” cheio de parafernálias mecânicas em uma superestrutura de andaimes.

ATs e 22 ColorSpot 1200E ATs, juntos com os LED PARs. O design de iluminação foi completamente assimétrico, reforçando a aparência caótica de todo o local da performance. Toda a iluminação foi controlada via uma grandMA full size, programada e operada por Junior e Micky Spillane, outro

CUSTOMIZAÇÃO Para assegurar que este incrível detalhe “estranho” tivesse destaque junto ao line up de DJ, Junior fixou equipamentos de iluminação pendurados nos cantos, alguns nos trusses e outros integrados na própria estrutura ou espremidos no chão. “Onde foi possível colocar equipamentos, colocamos”, declarou. O palco do TribalTech contou com 38 Pointes, 30 LEDBeam 100s, 8 MMX Spots, 20 LEDWash 600s e 12 LEDWash 1200s, todos da Robe, série ROBIN. Outros 10 ColorBeam 2500E ATs, 10 ColorWash 1200E

Palco principal foi uma fusão dos estilos industrial e futurístico

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Palco TribalTech recebe mais de 100 equipamentos Robe, série Robin

jetar efeitos e captar mais detalhes estruturais, por meio de gigantes ventiladores e velhos aviões em cima do palco.

PALCO VUUV

Junior posicionou duas fileiras de luzes nos arcos, Pointes e LEDWash 600 na frente do arco, para alcançar a pista e o palco, e LEDWash 600 na parte de trás do arco para “varrer” atrás do DJ e destacar os objetos cênicos

O palco VuuV reascendeu o espírito do psytrance, um dos mais antigos estilos de electrodance da Alemanha, voltando ao ano de 1992. O VuuV apresentou um ambiente completamente diferente, mas também bastante customizado, oferecendo um formato de arena octogonal com estrutura de 24 metros de diâmetro e um teto de tecido bem esticado. O colorido, elaborado para dar uma ar de decoração divertida, foi meticulosamente produzido à mão por especialistas sulafricanos, da Artescape. A área do palco em si era extremamente pequena, e o local dos DJ tinha um revestimento cênico de pétalas de flor de lótus. Embora o line up contasse com 19 dos maiores DJs de psytrance, o local era geralmente mais tranquilo, comparado com o frenetismo do palco TribalTech.

ESTRUTURA Havia dois trusses em arco sobre e atrás do local destinado aos DJs e a maioria das luzes, incluindo os 7 Pointes, 14 LEDWash 600, 16 MMX WashBeams e

16 MMX Spots, foram posicionadas em volta da estrutura e em um truss circular acima da pista de dança. Junior posicionou duas fileiras de luzes nos arcos, Pointes e LEDWash 600 na frente do arco, para alcançar a pista e o palco, e LEDWash 600 na parte de trás do arco para “varrer” atrás do DJ e destacar os objetos cênicos. Os Pointes não foram usados em excesso, mas quando alcançavam esse cenário causavam um belo impacto, dando um efeito bastante interessante quando casavam com as formas das pétalas na tenda do DJ. Todos os LEDWash 600 foram usados no modo extenso para tirar o máximo proveito dos efeitos, e este foi um dos principais motivos que levaram Junior a usar esses equipamentos, pelo fato de produzirem um efeito bem bacana com esta função. Já os MMX Spots foram colocados na parte interior da estrutura octagonal, e de novo as animações das rodas foram usadas extensivamente para adicionar novas camadas psicodélicas no visual. Oito MMX WashBeams foram também pendurados no octógono. Alguns desses foram focados no espaço das apresentações e outras com luzes concentradas nas folha-


uma série de tons pastéis e tons pálidos para acentuar os elementos. Para comandar a iluminação, foi usada outra grandMA2. “Foi uma grande experiência”, res-

Oito MMX WashBeams foram também pendurados no octógono. Alguns desses foram focados no espaço das apresentações

Design de iluminação assimétrico dá impressão de caos ao cenário

gens e árvores em torno do local onde o VuuV estava localizado. Como o VuuV teve menos de beams e beats e mais approach na iluminação, Junior usou

saltou Junior. “Curti o desafio de ter que pensar com espontaneidade quando estava finalizando o projeto de design para o local. Fiquei muito satisfeito com o serviço prestado pela Apple, os equipamentos estavam com boa manutenção, eles têm uma ótima equipe e uma excelente atitude, e estarei feliz em trabalhar com eles a qualquer hora”.

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Acordando pros

acordes

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Eu devia ter uns treze anos e já estava farto de batucar coisas sem muito sentido no velho Di Giorgio 36 do meu pai.

E

nquanto assaltava inutilmente aquela madeira temperada por uma boa dezena de anos de serestas regadas a Noel e Lupicínio, eu ouvia os rádios e picapes lá de casa serem tomados de assalto por novas e estranhas sonoridades, trocando Sílvio Caldas por João Gilberto, Jamelão por Agostinho dos Santos, Ângela Maria por Elza Soares, Ary Barroso por Tom Jobim e por aí adiante, virando de cabeça pra baixo as tendências musicais brasileiras e por consequência a cabeça dos neoadolescentes ligados em música como eu. Adeus, Little Richard, Elvis Presley e os cometas de Bill Halley que haviam requebrado meus últimos anos de infância rock’n’rollística: Tom e Vinícius eram nossos novos reis. Visto isso fiz ver a meus pais que era indispensável um violão bem tocado nas minhas mãos: assim o exigiam não só minha sensibilidade como também as gatinhas nas quais eu estava de olho. Pra piorar a situação, espinhas pipocavam na minha cara em proporção geométrica, o que me distanciava cada dia mais dos necessários romances. Só um cantinho e um violão poderiam me levar pra perto dos beijos apaixonados que eu sonhava trocar com hipotéticas namoradas. Mas o problema é que meu pai atravessava dias e noites datilografando nosso sustento familiar com escrituras e mais escrituras que pareciam jorrar do cartório onde ele trabalhava... Coube então à minha mãe a tarefa de correr atrás de um mestre da matéria, que eu achava que me poria à altura de João em duas ou três lições, no máximo. Não foi bem isso o que aconteceu. O problema é que ela não tinha a menor noção do que eu queria em termos de música, e foi assim que depois de uma longa

viagem de ônibus de Vila Isabel ao Grajaú – naquele tempo isso levava quase uma hora – eu me vi diante de uma jovem miúda e morena, timidamente escondida atrás de grossas lentes numa armação de aro dourado: “vamos começar pelo básico” – ela disse. E me pôs para aprender uma valsinha antiga... “sá mariquinha, maroquinha tinha...” e lá ia eu do dó maior pro sol maior e vice versa, soluçando arpejos, calejando dedos, duas, três aulas, sei lá quantas, sempre na mesma “sá mariquinha”. Claro que enchi meu saco com aquilo e abandonei as aulas depois de – acho – uns parcos três meses. Queria dissonâncias, queria tocar como meus amigos Eugênio e Sílvio Colin, mestres um no popular e outro no erudito. Que mané sá mariquinha... Hoje entendo a injustiça que cometi com minha primeira e única professorinha de violão. Insistindo no básico, ela me instilou o hábito de querer acertar. Naqueles três meses de aulas “chatas” entendi quase sem querer o que se passava no braço de ébano cheio de divisões e cordas. Dali em diante pude ser autodidata e progredir por mim mesmo, colando avidamente os acordes dos amigos mais adiantados e desenvolvendo afinal, passo a passo, minha maneira de tocar e compor. Nos anos seguintes, fui indo desse mesmo jeito: olhar atento ao braço dos violões amigos, tirando essa e aquela música... Lembro de quando eu e meu amigo Mariozinho Pires passamos dois dias inteiros aprendendo a tocar o “Samba de Uma Nota Só”: aquela simples passagem de dedos para um outro traste, formando acordes semelhantes mas completamente diferentes em seu efeito, nos deixava em dúvida se estávamos certos ou não. Aprendemos


LUIZCARLOSSA@UOL.COM.BR | LUIZCARLOSSA.BLOGSPOT.COM então a confiar em nossos ouvidos, comparando o que aprendíamos com o que escutávamos em nossos vinis. Muitas vezes os discos eram nossos professores. Mas o que realmente me desafiou a progredir no instrumento foi ouvir minha vizinha Luhli tocar. A essa altura eu já me mudara para a Tijuca e conheci aquela que seria minha parceira e grande amiga vida afora no ônibus que viajávamos desde nossos colégios em Botafogo até em casa. Quando vi aquela ruivinha magrela mal chegada nos dezessete anos tocar e cantar as músicas que eu não conseguia ainda entender, percebi que alguma coisa me esperava lá na frente, algo que eu teria que atingir, custasse o que custasse. Foi assim que dei um passo gigantesco rumo à composição e à execução: pura inveja e desafio. Não descansei enquanto não vi nos olhos de Luhli uma sombra de aprovação diante do que eu tocava e compunha. Minha segunda e definitiva epifania violonística aconteceu num festival de Juiz de Fora, onde conheci Tavito e seu jeito de “esmurrar” o violão com elegância e sonoridade incomparáveis. Ele tinha uma viola Vox de 12 cordas, dura como o diabo: só ele conseguia tirar um som daquele instrumento, e que som! Deixei crescer as unhas e me converti de imediato às cordas de aço: era a onda a surfar no rumo daquilo que eu estava compondo e que mais tarde seria chamado – para o bem ou para o mal – de “rock rural”. Uma explosão de acordes simples e sonoros, inteiramente opostos às minhas primeiras ambições dissonantes.

Minha segunda e definitiva epifania violonística aconteceu num festival de Juiz de Fora, onde conheci Tavito...

Hoje tiro proveito de minha passagem por todas essas escolas. Não aconselho autodidatismo a ninguém. Sem falsa modéstia, sou um instrumentista dedicado ao meu próprio trabalho e às minhas composições, longe do virtuosismo que ambicionava. Mas gosto do que toco. E o que toco aprendi olhando o braço daqueles violões envolventes de Luhli, Tavito, Baden e Turíbio, ou escutando de Kessel a Clapton, de Steve Vai a Satriani, de João Gilberto a Jeff Beck. Os melhores mestres estão à nossa disposição, nos CDs ou na Internet. Mas não esqueçamos os primeiros! Talvez por isso até hoje eu tenha nos ouvidos aquela musiquinha chata: “sá mariquinha, maroquinha tinha...”

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